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03/09/2018 Unidade 1 - Os Processos de Transformação Urbana

Unidade 1 - Os Processos de Transformação


Urbana

Site: Educação a Distância


Curso: Reabilitação Urbana com Foco em Áreas Centrais - Turma 4/2018
Livro: Unidade 1 - Os Processos de Transformação Urbana
Impresso por: Jessyca Patrycia da Cunha Carvalho
Data: segunda, 3 Set 2018, 11:41

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03/09/2018 Unidade 1 - Os Processos de Transformação Urbana

Sumário
1 - Capa
2 - Introdução
3 - Características dos processos de Transformação Urbana no Brasil
3.1 - Novas cidades
3.2 - Saiba mais
4 - Aspectos históricos da transformação urbana no Brasil
5 - Fases do Planejamento Urbano
6 - 1ª fase (1875-1930) – Planos de Embelezamento
6.1 - Contextualizando a 1ª fase
7 - 2ª fase (1930-1965) – Planos de Conjunto
7.1 - Contextualizando a 2ª fase:
8 - 3ª fase (1965-1971) – Planos de Desenvolvimento Integrado
8.1 - Contextualizando a 3ª fase
9 - 4ª fase (1971-1992) – Planos sem mapas
9.1 - Contextualizando a 4ª fase
10 - Pós 1992 ...
11 - O Centro e os processos de transformação urbana no Brasil
11.1 - Reutilização de edifícios e do espaço urbano
12 - Para refletir...
13 - Bibliografia

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1 - Capa

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2 - Introdução
Caro Participante,
Nesse módulo, você estudará os conceitos relativos às Áreas Urbanas Centrais e à Reabilitação
Urbana. O módulo está estruturado em quatro unidades:
1. Os Processos de Transformação Urbana;
2. Conceito e Caracterização de Áreas Urbanas Centrais;
3. Conceito e Experiências de Reabilitação Urbana; e
4. Experiências de Reabilitação no Âmbito do Governo Federal.

Salvador-BA Fonte: Embratur

Após finalizar o estudo deste módulo, você deverá ser capaz de:
Descrever os processos de transformação urbana;
Definir áreas urbanas centrais;
Definir reabilitação urbana;
Relatar experiências de reabilitação de áreas urbanas; e
Identificar ações de reabilitação no âmbito do Governo Federal.

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3 - Características dos processos de Transformação


Urbana no Brasil
Caro Participante,
Você está começando a Unidade 1. Nesta unidade, você estudará Os Processos de Transformação
Urbana, com os seguintes objetivos:
Relacionar os processos de transformação urbana das cidades brasileiras aos eventos de ordem
econômica, política e a fatos externos; e
Identificar os processos de transformação urbana de sua cidade, a fim de analisar os fenômenos
que influenciaram a conformação atual do(s) centro(s).

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3.1 - Novas cidades

Vitória – ES (1860). Autoria: Victor Frond. Fonte: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

O nascimento das cidades brasileiras não ocorreu ao mesmo tempo em todo país. É importante
lembrar que, até a primeira metade do século XX, o Brasil era essencialmente agrário.
Muitas dessas cidades surgiram espontaneamente a partir de aglomerações que se especializaram em
alguma função como, por exemplo, as cidades portuárias (Vitória-ES), mineradoras (Sabará-MG) e as
cidades voltadas às trocas comerciais (São Paulo-SP).
Outras cidades surgem a partir de determinações de ordem militar, política ou administrativa, tais
como, por exemplo, Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Brasília (DF) e Palmas (TO) construídas no
século XIX e XX.
A localização e a escolha do sítio das cidades são determinadas por diversos fatores como vantagens
locacionais em relação a sistemas produtivos, condições geográficas, posição estratégica, dentre
outros.

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3.2 - Saiba mais


Você sabia?
A implantação dos núcleos urbanos principais está associada a eventos como guerras, manifestações
religiosas, catástrofes climáticas e especialmente a processos econômicos e políticos. Muitas cidades
surgiram com a chegada de uma estrada de ferro, porto ou como entreposto comercial, por exemplo.

Fonte: Arquivo Público Municipal de São Paulo

Para refletir ... Você sabe como surgiu a sua cidade?

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4 - Aspectos históricos da transformação urbana no


Brasil
A evolução econômica foi responsável pelo desenvolvimento urbano e pela transformação territorial
ocorrida nas cidades brasileiras, principalmente durante o período de transição da Monarquia para a
República, nos fins do século XIX.
O rompimento com os modelos urbanos coloniais ocorrem nesse período, seguindo as experiências
urbanas ocorridas na Europa, motivando várias reformas nos principais núcleos urbanos, como São
Paulo e Rio de Janeiro.

Bairro da Saúde, Rio de Janeiro - RJ (190-?). Autoria: Emygdio Ribeiro, Gabinete Fotográfico do Ministério de Viação e Obras Públicas.

Fonte: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro

Nessa época, a economia ainda era baseada na agricultura cujo lucro possibilitou investimentos nas
atividades urbanas.
Houve a transferência de atividades outrora desempenhadas nas fazendas, como a transformação de
matérias primas, e novos serviços de saúde e educação de modo a atender à crescente demanda nas
cidades.
O crescimento das cidades, causado pela migração e o desenvolvimento de novas atividades
comerciais e industriais, passa a transformar os hábitos de consumo e a cultura.

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5 - Fases do Planejamento Urbano


Além da economia e dos fatores externos, a postura do Estado para com a cidade também foi
responsável pelos processos de transformação urbana.
VILLAÇA (1999) identifica quatro fases de Planejamento Urbano no país, que utilizaremos como
referência nesta unidade, contrapondo-as com os momentos políticos, culturais e econômicos do
período:
1ª fase (1875-1930) – Planos de Embelezamento
2ª fase (1930-1965) – Planos de Conjunto
3ª fase (1965-1971) – Planos de Desenvolvimento Integrado
4ª fase (1971-1992) – Planos sem mapas

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6 - 1ª fase (1875-1930) – Planos de Embelezamento


Novas cidades foram criadas e áreas urbanas existentes foram reformuladas e expandidas.
A necessidade de modernização e renovação da estrutura física foi motivada pelo agravamento
dos problemas sanitários e epidemias que, por sua vez, se relacionam ao crescimento do
contingente populacional advindo do campo, formado por ex-escravos e imigrantes.
Os projetos urbanos, de modo geral, eram caracterizados por intervenções pontuais, na maioria
das vezes no centro, compostas por ações como alargamento de vias, erradicação de ocupações de
baixa renda, implementação de infraestrutura (especialmente de saneamento) e ajardinamento de
parques e praças.

Rio de Janeiro – RJ. Cortiço, fim do século XIX. Fonte: Arquivo Público do Rio de Janeiro

Você sabia?
O Engenheiro Saturnino de Brito realizou planos de saneamento para várias cidades brasileiras nesse
período, a exemplo de Natal, João Pessoa e Rio de Janeiro no início do século XX.

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6.1 - Contextualizando a 1ª fase

Rio de Janeiro – RJ. Vista do edifício A Noite na praça Mauá na déc. de 1930. Fonte: Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI

Até os anos de 1930, o crescimento populacional se acentuou e favoreceu o incremento de


atividades industriais de produção de bens de consumo, ainda que em pequena escala.
As guerras ocorridas na Europa e a recessão de 1929, decorrente da quebra da bolsa de Nova
Iorque, favoreceram o fortalecimento da indústria e da economia interna, ocasionando a
verticalização, modernização e substituição dos edifícios, na medida em que houve um incremento
da indústria nacional.
Por outro lado, a diminuição da exportação e a recessão resultaram no desemprego e no
crescimento das áreas de ocupação informal.

Você sabia?
De 1901 a 1928, a cidade de São Paulo passou por surtos de construção.
O gráfico ao lado demonstra que de 1901 a 1928 houve picos e declives do setor da construção civil
na cidade de São Paulo.
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03/09/2018Um detalhe que chama a atenção é oUnidade
pequeno1 - Osgráfico apontado
Processos pela seta,
de Transformação no qual percebe-se o
Urbana

crescente aumento do valor dos imóveis, no mesmo período.

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7 - 2ª fase (1930-1965) – Planos de Conjunto

Plano Agache, Rio de Janeiro – RJ. Fonte: Instituto Pereira Passos - IPP

Foi marcada por uma expansão do planejamento para todo o território da cidade. Ao mesmo
tempo, a ciência e a técnica foram sendo ainda mais incorporados aos planos.
Os planos tinham como objetivo trazer mais eficiência e funcionalidade às cidades por meio da
realização de obras de infraestrutura – saneamento e transporte, principalmente em áreas de
expansão urbana.
Várias obras viárias foram realizadas com o objetivo de integrar o centro aos novos bairros, o que
demonstra a influência da indústria automobilística no traçado das cidades.
Os novos bairros se tornaram local de moradia de grupos de maior renda que antes viviam no
centro ou próximo a ele, caracterizando uma mobilidade sócio-espacial que teve como
conseqüência o início do abandono dessas áreas.
São exemplos do período o Plano das Avenidas de Prestes Maia em São Paulo e o Plano Agache
para o Rio de Janeiro.

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7.1 - Contextualizando a 2ª fase:


A instituição do Estado Novo (1937-1945) marcou um período de forte intervenção estatal na
economia, com incentivos à indústria nacional de base e energia, intensificando as atividades
urbanas e o próprio processo de urbanização. São exemplos desse período o crescimento das
cidades de Volta Redonda – RJ e Betim - MG.
Nessa época, o índice de brasileiros morando em cidades era de 31%.
A política habitacional do período propiciou a expansão das cidades por meio das facilidades de
aquisição da casa própria instituídas pelo sistema de vendas a crédito.

Belo Horizonte – MG. Av. Amazonas, década de 1940 Fonte: Arquivo Público Municipal

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8 - 3ª fase (1965-1971) – Planos de Desenvolvimento


Integrado
A partir da década de 1960, inicia-se uma fase caracterizada pelo planejamento integrado e pelos
superplanos - interdisciplinares e tecnocráticos - onde se verificou grande avanço técnico, mas
sem nenhuma interlocução política, o que colaborou para pouca efetivação dos planos.
Houve o entendimento de que os problemas urbanos não se limitavam a uma questão de
engenharia e desenho urbano, mas abarcavam questões mais complexas decorrentes do
crescimento populacional. Assim, foram incorporados aos planos os aspectos econômico e social e
não só o físico–territorial como nas fases anteriores.
Nesse período, eram inúmeros e complexos os problemas das cidades. As ações governamentais,
embora planejadas de forma integrada, quando executadas, refletiam a falta de entrosamento entre
os diversos setores da administração local.
Assim, as proposições dos planos eram muito abrangentes e pouco factíveis e, portanto, os planos
não foram implementados em sua totalidade.

Brasília – DF. Cidade Livre – Núcleo Bandeirante. Fonte: Arquivo do Distrito Federal

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8.1 - Contextualizando a 3ª fase


Nas décadas de 1960 e 1970, a industrialização se intensifica num período que ficou conhecido
como milagre econômico. Isso teve conseqüências ainda mais impactantes para as cidades.
A implantação das novas indústrias, em conjunto com a ampliação da malha rodoviária que servia
para o escoamento da produção, atraiu massas de trabalhadores que induziram um grande fluxo
migratório para as áreas industriais, causando grandes modificações no ambiente urbano.
Um exemplo desta fase é a realização de planos metropolitanos nas principais capitais, como Belo
Horizonte, Salvador e Fortaleza.

Cubatão – SP. Fonte: Biblioteca do IBGE

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9 - 4ª fase (1971-1992) – Planos sem mapas

Rio de Janeiro– RJ. Elevado da Perimetral Fonte: Instituto Pereira Passos - IPP

Nesta fase, diretrizes e princípios genéricos orientaram as ações para amenizar os problemas
urbanos. Essas ações, por sua vez, eram pontuais, como por exemplo intervenções no sistema
viário e nas favelas.
“Nos anos de 1970, os planos passam da complexidade, do rebuscamento técnico e da sofisticação
intelectual para o plano singelo, simples – na verdade, simplório – feito pelos próprios técnicos
municipais, quase sem mapas, sem diagnósticos técnicos ou com diagnósticos reduzidos se
confrontados com os de dez anos antes.” (VILLAÇA, 1999: 221).
As questões sócio-econômicas complexas abordadas na fase anterior foram preteridas em virtude
da simplificação dos planos. Contudo, essas questões não desapareceram, ao contrário,
intensificaram-se.

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9.1 - Contextualizando a 4ª fase


Nos anos de 1971 a 1973, o Brasil cresceu em torno de 11% ao ano. O governo realizou grandes
obras públicas e ampliou a presença estatal nas áreas de siderurgia, petroquímica, energia,
telecomunicações e bancos às custas de grande endividamento externo.
Nos anos 1974 a 1979, o governo Ernesto Geisel formulou o II Plano Nacional de
Desenvolvimento (II PND), mas o crescimento econômico começou a perder o ritmo,
especialmente após 1977. A partir desse período, a crise econômica do país e as dificuldades do
regime militar agravaram-se.
Em 1986, o BNH (Banco Nacional da Habitação, criado em 1964) foi extinto, sendo incorporado
pela CAIXA.
Em fevereiro de 1987, o governo declarou moratória unilateral da dívida externa brasileira.
Somente em fins de dezembro de 1992, o Senado aprovou o acordo da dívida externa.
Em 1988, foi promulgada a Constituição Federal com a inserção dos artigos 182 e 183 que
estabelecem a nova ordem jurídica/urbanística para as cidades.

Belo Horizonte – MG. Mapa do hipercentro. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

Você Sabia?
A partir de 2001, com a entrada em vigor do Estatuto da Cidade, nasceu mais uma fase do
Planejamento Urbano.

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10 - Pós 1992 ...


1992 - 2001 - A obrigatoriedade constitucional de elaboração de Planos Diretores para alguns
municípios politizou a discussão sobre a cidade. Em muitos dos planos elaborados foram inseridos
instrumentos jurídico/urbanísticos, porém ainda de maneira frágil e dispersa.
Após 2001 - A aprovação do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) estabeleceu a obrigatoriedade da
participação da sociedade civil na elaboração do Plano Diretor e instituiu uma série de instrumentos
de política urbana, antes aplicados de maneira fragmentada. A lei aponta também instrumentos de
gestão democrática da cidade (art. 43 a 45) tais como os Conselhos de Política Urbana; os debates,
audiências e consultas públicas; as conferências de desenvolvimento urbano; e a iniciativa popular de
projeto de lei e de planos.

Nova Friburgo – RJ. Cidade Cidadã - Programa Melhores Práticas 2007-2008. Fonte: CAIXA

Sendo assim...
O processo de urbanização acelerada pelo qual passou o país, além de promover a transferência
populacional da área rural para a urbana, concentrou boa parte dos fluxos migratórios em poucos
territórios, em especial nas capitais dos estados.
Nas regiões metropolitanas, foi desencadeado um padrão de urbanização calcado na expansão urbana
horizontal, impulsionado, dentre outros fatores, pelas políticas federais de financiamento e produção
habitacional e de infraestrutura.
As áreas centrais, que tradicionalmente se constituíam referências espaciais nos municípios e onde,
em geral, se encontra o núcleo original da cidade, foram se adensando reforçando o seu caráter
polarizador. É o que veremos a seguir.

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11 - O Centro e os processos de transformação urbana


no Brasil
A partir da década de 1950, verificou-se o gradativo abandono em alguns centros urbanos, até então
considerados como áreas simbolicamente mais importantes e utilizadas da cidade.
Isso decorreu do fato de que os centros tradicionais começaram a experimentar processos de saturação
em relação às moradias, à utilização da infraestrutura, alto custo da terra, entre outros.
Desta forma, muitos moradores transferiram-se para outras áreas, que passaram a desempenhar
atividades complementares e concorrentes ao centro tradicional.
A saturação das áreas centrais desencadeia a busca por novas áreas menos adensadas, onde é possível
a inserção de modernos edifícios e de novas avenidas, pressionando o poder público por novos
investimentos.
Nesse processo de expansão urbana, as novas áreas da cidade foram ganhando importância
econômica e simbólica, formando novas centralidades, atraindo novos usos e fluxos.
O abandono dos centros urbanos acarretou prejuízos de ordem histórico-cultural e econômicos para
toda a sociedade: edifícios vazios e degradados, infraestrutura subutilizada, violência e ocupações
irregulares.

São Paulo - SP. Imóvel vazio na área central.

Fonte: EMURB

No fim da década de 1980, a perda de dinâmica urbana das áreas centrais e a subutilização de
equipamentos e infraestrutura passou a ser um problema enfrentado nas inúmeras experiências de
intervenção nos centros urbanos de cidades em todo o mundo.
Muitas dessas experiências foram replicadas no Brasil, sem respeitar as características locais, focadas
apenas na questão da reabilitação edilícia e econômica, sem se preocupar com a permanência dos
moradores e com os usuários desses territórios.

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Belo Horizonte –MG. Mercado da Lagoinha abandonado na década de 1980.

Fonte: EA-UFMG

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11.1 - Reutilização de edifícios e do espaço urbano

São Paulo – SP. Estação da Luz. Fonte: CAIXA

Na década de 1990, começou a se esboçar um novo tipo de atuação sobre os centros tradicionais, por
meio da reutilização de edifícios e do espaço urbano, atrelados ao fortalecimento da capacidade
competitiva das cidades em captar investimentos.
Assim, os projetos urbanos em áreas centrais passaram a fazer parte de uma estratégia que tem no
capital privado, especialmente nos setores econômicos de ponta, o principal investidor a ser atraído, a
partir da renovação e modernização da infraestrutura de uma região bem localizada.
Há ainda a ideia de recuperação de um cenário com forte significado cultural e simbólico, a partir da
construção de um ambiente urbano ao mesmo tempo histórico e contemporânea.
Como você viu, ao longo de sua existência, as cidades, e os seus centros, passam por diversas
transformações – econômicas, sociais, demográficas, culturais, hábitos de consumo, etc. Nesse
processo, enquanto algumas áreas perdem dinamismo, outras se desenvolvem a partir das novas
demandas da sociedade, passando a adquirir protagonismo como referência na cena urbana.

São Paulo - SP. Antiga sede da Companhia de Energia Light. Fonte: EMURB

Leitura complementar
As áreas urbanas centrais e a dinâmica do município

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12 - Para refletir...
Nesta unidade, você teve a oportunidade de conhecer os processos de transformação urbana pelos
quais passaram as cidades brasileiras.
Para refletir ...
Você conhece os processos de transformação urbana pelos quais a sua cidade passou?
Para saber mais leia o texto:
Um breve histórico do planejamento urbano no Brasil

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13 - Bibliografia
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
LEME, Maria Cristina da Silva. A formação do pensamento urbanístico no Brasil: 1895-1965. In:
LEME, Maria Cristina da Silva; FERNANDES, Ana; GOMES, Marco Aurélio Filgueiras (org.)
Urbanismo no Brasil 1895-1965. São Paulo: Studio Nobel/FAU USP/FUPAM, 1999.
LEMOS, Carlos. Alvenaria Burguesa. São Paulo: Studio Nobel, 1989.
LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. Lisboa/São Paulo: Ed. 70/Martins Fontes, 1981.
ROLNIK, Raquel. A cidade e a lei. Legislação, política urbana e territórios na cidade de
São Paulo. São Paulo: FAPESP, Estúdio Nobel, 2003.
VILLAÇA, Flávio. A Crise do Planejamento Urbano. In: São Paulo em Perspectiva. São Paulo:
SEADE, v.09, nº.2, Abr-Jun, 1995.
____________. Espaço Intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 2001.
____________. Uma contribuição para a história do planejamento urbano no Brasil. In:DEÁK, Csaba;
SCHIFFER, Sueli Ramos (org.) O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: EdUSP, 1999. p.
169–243.

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