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Por que estudar NTGrego?

Introdução
"Os idiomas são a bainha na qual a espada do Espírito está contida.”
Martin Luther

Por que alguém deveria gastar tempo e esforço para aprender o grego do
Novo Testamento? Existem dúzias de traduções para o português,
bastante aceitas, para serem usadas e inúmeros comentários sobre todas
as passagens das Escrituras. Assim, por que gastar tempo aprendendo o
grego?

Se pararmos para pensar nisso, o número de traduções indica a resposta


para essa pergunta. Se comparamos as traduções, rapidamente
entendemos o problema. Há tantas traduções porque não existe UMA
tradução “correta” ou “inspirada” de uma dada passagem. Nenhum idioma
consegue fornecer uma tradução final exata, pois cada palavra e cada
expressão idiomática traduzida representam apenas parcialmente o real
significado em outro idioma.

Aprender o grego do Novo Testamento possibilita uma oportunidade


nunca oferecida em qualquer tradução portuguesa, de compreender
detalhes não disponíveis nas traduções em português. Erasmus escreveu
no Prefácio do seu Testamento Grego, “Estas páginas santas
representam o supra-sumo da imagem viva da Sua mente. Elas te darão o
Próprio Cristo, falando, curando, morrendo, renascendo, o Cristo completo
na Palavra. Elas O darão em uma intimidade tão próxima que ele lhe
parecerá mais visível do que se estivesse bem à frente dos seus olhos”.
Muitos estão descobrindo que o Deus que falou através do grego do Novo
Testamento de Erasmus ainda fala hoje para os corações sensíveis. A
leitura do texto original não corresponde à simples repetição dos fatos
passados. Ao contrário, constitui um meio para nos colocar em contato
com o poder do texto e com a aplicação das suas verdades nas nossas
vidas.

Até certo ponto a tradução das Escrituras espelha o texto original, sendo
também a reflexão da crença da tradução na inspiração verbal. Se a
tradução substitui um substantivo pelo verbo original do autor, um “um”
por um “o”, um subjuntivo por um indicativo, um tempo passado por um
tempo presente, e assim, por diante, na melhor das hipóteses o trabalho
estará seriamente comprometido, e na pior delas, a importância da
inspiração verbal terá sido negada ao leitor.
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Na verdade, a inspiração verbal se aplica apenas à palavra original e à


ordem das frases na Escritura, e isso exclui todas as traduções que já
foram feitas, não importa o quanto sejam boas, aceitas ou veneradas.
Entretanto, se uma tradução tem, como base filosófica, não adicionar ou
omitir qualquer coisa do original, então a inspiração verbal é preservada
na sua maior parte. À medida que se afasta do original, na mesma medida
é perdida a sua inspiração verbal.

Ao invés de traduzir, muitas traduções “interpretam” a “real” intenção do


autor, tal como se soubessem melhor o que deveria ou poderia ter sido
escrito, em lugar daquilo que foi realmente escrito. Eles legitimam suas
alterações das palavras baseados na premissa de que o leitor será
realmente auxiliado por tal ajuda! Quando uma tradução se rende à sua
abordagem subjetiva, ainda que tenha sido discreta, a inspiração verbal
diminui proporcionalmente, às vezes ignorada como se não tivesse valor.

Uma alternativa viável para as traduções é a tradução literal. Por outro


lado as traduções literais da Bíblia, em crescimento, jamais terão
aceitação popular, por causa da necessária “aspereza” das palavras e
sintaxe originais. Entretanto, deve-se deixar claro, que o principal objetivo
da tradução não é facilitar a leitura, mas o desejo intenso de refletir com
fidelidade o original.

Entretanto, a análise final, escolhendo o estudo da Palavra de Deus


através de uma tradução, literal ou não, as Escrituras foram comunicadas
em hebreu, aramaico e grego, todos eles através de tradução.

A.T. Robertson, um famoso estudioso de grego, escreveu no prefácio da


terceira edição do livro Uma Gramática do Grego do Novo Testamento à
Luz da Pesquisa Histórica, “O Novo Testameno em grego é o Novo
Testamento. Todo o resto é tradução. Jesus fala conosco através das
páginas em grego. Para captar essas palavras de Jesus vale a pena
estudar uma gramática e segui-la até o fim.”

O estudo dos idiomas originais pode ser visto como o entendimento


apropriado da doutrina bíblica da inspiração. Se nós realmente
acreditamos que cada palavra nos autógrafos originais foram inspiradas
por Deus, o Espírito Santo, não deveríamos então estudar diligentemente,
Sua mensagem para nós, na forma original?

Aqueles que não conhecem os idiomas terão dificuldades em captar a


forma original da revelação de Deus. Sua revelação chegou até nós
através dos idiomas hebreu, aramaico e grego. É nossa responsabilidade
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receber essa revelação, entendê-la e comunicá-la efetivamente aos


outros. Se não temos conhecimento dos idiomas originais, estaremos
impedidos de explorar de forma completa a revelação de Deus e também
explorar, por nós mesmos, a sua profundidade.

Considere a possibilidade por um momento. Aqueles que não conhecem


os idiomas originais são forçados a emprestar dos outros as suas idéias.
São escravos dos comentaristas e professores da Bíblia (os quais
provavelmente também não sabem os idiomas originais) e portanto não
têm meios para comprovar sua exatidão. Pior ainda, sem um completo
treinamento nos idiomas hebreu, aramaico e grego bíblicos, nunca
perceberão que estarão transmitindo, em nome de Deus, sua própria
ignorância, baseada em uma tradução não exata.

Tem sido dito mais de uma vez, “Não é importante saber os idiomas
bíblicos para interpretar corretamente a Palavra de Deus.” Naturalmente,
esta possibilidade pode ter algum peso se for afirmada por alguém que os
conhece, e não por alguém que os ignora.

Em 1524 Martinho Lutero escreveu,

“Na medida que amamos o Evangelho, coloquemos uma forte ênfase nos
idiomas. Pois, não foi sem razão que Deus escreveu as Escrituras,em dois
idiomas (primários); o Antigo Testamento em hebraico e o Novo
Testamento em grego. Aqueles idiomas que Deus não desprezou, apenas
os escolheu acima dos demais para a Sua Palavra, são os idiomas que
deveríamos honrar acima de todos os outros. É um pecado e uma
vergonha que não aprendamos os idiomas do nosso Livro.”

E novamente,

"Os idiomas são a bainha na qual a espada do Espírito está contida.”

Se através do aprendizado dos idiomas originais estamos aptos a extrair a


verdade da Palavra de Deus, a qual não estava visível anteriormente na
tradução, então teremos obtido sucesso no nosso objetivo; não pelo que
foi traduzido, mas sim pelo que foi revelado por Deus!

Se a Bíblia é a Palavra de Deus, e a doutrina da inspiração bíblica é o que


é, então um aprimorado conhecimento dos idiomas bíblicos, hebreu,
aramaico e grego, não é um luxo mas sim uma necessidade
indispensável.
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Faz mais de trinta e um anos que eu respondi à pergunta por que é


importante estudar o grego do Novo Testamento. Comecei a compreender
que somente um grande senso de devoção pessoal a Cristo e um
compromisso com a renovação espiritual da Igreja Dele, fariam com que o
estudo do grego do Novo Testamento tivesse qualquer sentido.

Qualquer conhecimento do grego que alguém obtenha será de grande


valor. Entretanto, para completar este curso, não apenas de uma maneira
superficial, três coisas são necessárias: estudar, estudar e estudar mais.
Não há outra maneira. O estudo do idioma do Novo Testamento leva
tempo e qualquer outra expectativa leva à desilusão. Recomendo que
você se dedique meia hora por dia, cinco dias por semana. Meu método
pessoal de estudar ambos, hebreu e grego, baseia-se no ditado já
comprovado pelo tempo, “Alguma coisa é melhor do que nada”. Em curto
tempo você estará apto a ler sozinho um texto grego, sem necessitar da
ajuda de uma tradução.

Oro sinceramente para que você comece a aprender o grego do Novo


Testamento. O grego está ao alcance de qualquer um que deseje
aprendê-lo. O objetivo deste curso é glorificar O Deus verdadeiro, Cristo
Jesus, para sermos comunicadores eficientes da Sua palavra original e
servos do Seu Corpo, a Igreja.

Dr. William D. Ramey, professor


InTheBeginning.org

Hamilton Petito é o tradutor, para a língua portuguesa, das lições originais


em inglês do NTGrego: Alfa a Ômega. A ele os agradecimentos de todos
os que usam estas lições. Embora as lições sejam oferecidas sem custos,
você pode contribuir para os esforços de tradução. Caso deseje fazê-lo,
favor clicar aqui para oferecer qualquer doação. São aceitos todos os
cartões de crédito.

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