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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Bruno Chieregatti, Joao de Sá Brasil,

Bruna Pinotti e Ovidio Lopes da Cruz Netto

Universidade Federal da Paraíba

UFPB
Assistente em Administração

JN005-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
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OBRA

Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Assistente em Administração

Edital de Concurso Público Nº122/2018

AUTORES
Português - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Matemática - Prof° Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Legislação Aplicada à Administração Pública - Profª Bruna Pinotti
Informática - Prof° Ovidio Lopes da Cruz Netto
Conhecimentos Específicos - Profª Silvana Guimarães

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Erica Duarte
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO

PORTUGUÊS
Compreensão e interpretação de texto. ........................................................................................................................................................................01
Tipologia e gêneros textuais. .............................................................................................................................................................................................03
Figuras de linguagem. ..........................................................................................................................................................................................................04
Significação de palavras e expressões. ..........................................................................................................................................................................09
Relações de sinonímia e de antonímia. .........................................................................................................................................................................09
Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................................11
Acentuação gráfica. ...............................................................................................................................................................................................................15
Uso da crase. ............................................................................................................................................................................................................................17
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. .......................................................................... 100
Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. .....................................................................................20
Locuções verbais (perífrases verbais). ............................................................................................................................................................................20
Funções do “que” e do “se”. ...............................................................................................................................................................................................63
Formação de palavras. ..........................................................................................................................................................................................................98
Elementos de comunicação. ..............................................................................................................................................................................................64
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período
composto por coordenação e subordinação). ............................................................................................................................................................71
Concordância verbal e nominal. .......................................................................................................................................................................................81
Regência verbal e nominal. .................................................................................................................................................................................................87
Colocação pronominal. ........................................................................................................................................................................................................93
Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. ....................................................................................................................................93
Elementos de coesão. ...........................................................................................................................................................................................................65
Função textual dos vocábulos. ..........................................................................................................................................................................................96
Variação linguística.................................................................................................................................................................................................................98

MATEMÁTICA
Somente para o cargo de 319 - Técnico em Tecnologia da Informação

Estruturas lógicas.................................................................................................................................................................................................................... 01
Lógica sentencial ou proposicional: proposições simples e compostas, operadores lógicos, tabelas-verdade, equivalências, leis
de Morgan..................................................................................................................................................................................................................................01
Diagramas lógicos. .................................................................................................................................................................................................................19
Lógica de primeira ordem. ..................................................................................................................................................................................................19
Operações com conjuntos. .................................................................................................................................................................................................22
Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.......................................................................................................25
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais..........................................................................................26
Raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal. .......................................................81
Princípios de contagem, combinatória e probabilidade..........................................................................................................................................82

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/90). ......................................................................................................................................................................01
Improbidade Administrativa na Lei nº 8.429/92. .......................................................................................................................................................41
Lei Federal nº 8.027, de 12 de abril de 1990. ..............................................................................................................................................................52
Decreto Federal nº 1.171, de 22 de junho de 1994 - Código de Ética dos Servidores Públicos..............................................................59
Lei 9.784 - 99 - Processo Administrativo ......................................................................................................................................................................69
Lei 11.091 - 2005 - PCCTAE dos IFE .................................................................................................................................................................................80
Decreto 5.824_2006 - Incentivos de PCCR da Educação Federal ........................................................................................................................85
SUMÁRIO
Decreto 5.825_2006 - Elaboração do PCCR da Educação Federal ......................................................................................................................87
Noções de Direito Constitucional: Dos princípios fundamentais.........................................................................................................................90
Dos direitos e garantias fundamentais...........................................................................................................................................................................91
Dos direitos sociais.................................................................................................................................................................................................................91
Da administração pública.....................................................................................................................................................................................................11

INFORMÁTICA
(Para todos os cargos, exceto para o cargo de 319 - Técnico em Tecnologia da Informação)

Conceitos e fundamentos básicos. ..................................................................................................................................................................................01


Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de e-mails,
reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus). .............................................................................................................................65
Identificação e manipulação de arquivos. ....................................................................................................................................................................01
Backup de arquivos.................................................................................................................................................................................................................01
Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memórias, processadores (CPU) e disco de armazenamento HDs, CDs e DVDs)...... 01
Periféricos de computadores. ...................................................................................................................................................................................................... 01
Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows 7 e Windows 10. ....................................................................06
Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre. ........................................................................................................................................................06

Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint) – versões
2010, 2013 e 2016. .................................................................................................................................................................................................................18
Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote LibreOffice (Writer, Calc e Impress) - versões 5 e 6....18
Utilização e configuração de e-mail no Microsoft Outlook. .................................................................................................................................18
Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de busca na Web................. 51
Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome. .............................................................................................51
Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing e Spam. ..............................................................................65
Transferência de arquivos pela internet..........................................................................................................................................................................69

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Documentação; conceituação: ata, atestado, certidão, circular, comunicado, convite, convocação, edital, memorando,
ofício, ordem de serviço, portaria, requerimento;......................................................................................................................................... 01
Da Administração Pública. Administração direta, indireta e fundacional............................................................................................ 17
Noções de administração: conceitos básicos; tipos de organização; estruturas organizacionais; organogramas e fluxo-
gramas; Noções de funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle;................................................. 35
Noções de administração de pessoas;.............................................................................................................................................................. 54
Noções de administração de materiais;..........................................................................................................................................................107
Qualidade no atendimento: comunicação telefônica e formas de atendimento; 8. Noções de liderança, motivação e
comunicação;.............................................................................................................................................................................................................108
Noções de arquivologia;.......................................................................................................................................................................................108
Direito Administrativo: Ato Administrativo: conceito, elementos/requisitos, atributos, Convalidação, Discricionariedade
e Vinculação;..............................................................................................................................................................................................................128
Poderes da Administração;...................................................................................................................................................................................133
Noções de Comportamento Organizacional: comunicação, liderança, motivação, grupos, equipes e cultura organizacio-
nal...................................................................................................................................................................................................................................137
Noções de gestão de processos: ferramentas e conceitos.....................................................................................................................137
Licitação - Lei 8.666 – 93 15. Decreto 7.892 - 2013 - Sistema de Registro de Preço....................................................................141
Redação oficial..........................................................................................................................................................................................................147
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de texto. .......................................................................................................................................................................01


Tipologia e gêneros textuais. ............................................................................................................................................................................................03
Figuras de linguagem. .........................................................................................................................................................................................................04
Significação de palavras e expressões. .........................................................................................................................................................................09
Relações de sinonímia e de antonímia. ........................................................................................................................................................................09
Ortografia. ................................................................................................................................................................................................................................11
Acentuação gráfica. ..............................................................................................................................................................................................................15
Uso da crase. ...........................................................................................................................................................................................................................17
Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. ....................................................................................20
Locuções verbais (perífrases verbais). ............................................................................................................................................................................20
Funções do “que” e do “se”. ..............................................................................................................................................................................................63
Elementos de comunicação e funções da linguagem. ............................................................................................................................................64
Domínio dos mecanismos de coesão textual: emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores
e de outros elementos de sequenciação textual; emprego de tempos e modos verbais. .......................................................................65
Domínio dos mecanismos de coerência textual. ......................................................................................................................................................65
Reescrita de frases e parágrafos do texto: significação das palavras; substituição de palavras ou de trechos de texto; reorganização
da estrutura de orações e de períodos do texto; reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade...................67
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas na oração e entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e
período composto por coordenação e subordinação). ..........................................................................................................................................71
Concordância verbal e nominal. ......................................................................................................................................................................................81
Regência verbal e nominal. ................................................................................................................................................................................................87
Colocação pronominal. .......................................................................................................................................................................................................93
Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. ...................................................................................................................................93
Função textual dos vocábulos. .........................................................................................................................................................................................96
Variação linguística. ...............................................................................................................................................................................................................96
Estrutura das palavras ...........................................................................................................................................................................................................98
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. ......................................................................... 100
Compreender significa
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
TEXTO. O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL O narrador afirma...

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- 3. Erros de interpretação


nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
 Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
contexto, acrescentando ideias que não estão no tex-
e decodificar).
to, quer por conhecimento prévio do tema quer pela
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
imaginação.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com
 Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli-
é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre para o entendimento do tema desenvolvido.
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu  Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
um significado diferente daquele inicial. clusões equivocadas e, consequentemente, errar a
Intertexto - comumente, os textos apresentam referên- questão.
cias diretas ou indiretas a outros autores através de cita-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Observação:
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a óti-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par- ca do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de
tir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamen- concurso, o que deve ser levado em consideração é o que
tações), as argumentações (ou explicações), que levam ao o autor diz e nada mais.
esclarecimento das questões apresentadas na prova.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
 Identificar os elementos fundamentais de uma Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
tempo). vai dizer e o que já foi dito.
 Comparar as relações de semelhança ou de dife-
renças entre as situações do texto. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles,
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblí-
com uma realidade. quo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os
 Parafrasear = reescrever o texto com outras pa- pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso
lavras. a necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
1. Condições básicas para interpretar terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
(escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e a saber:
prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; mas depende das condições da frase.
capacidade de raciocínio. qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
2. Interpretar/Compreender cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar significa: como (modo)


Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. onde (lugar)
Através do texto, infere-se que... quando (tempo)
É possível deduzir que... quanto (montante)
O autor permite concluir que... Exemplo:
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O).

1
4. Dicas para melhorar a interpretação de textos sua humanidade, o homem desiguala-se, singulariza-se em
 Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral sua individualidade. O direito é o instrumento da fraterni-
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos can- zação racional e rigorosa.
didatos na disputa, portanto, quanto mais informação você O direito à vida é a substância em torno da qual todos os
absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as direitos se conjugam, se desdobram, se somam para que o
questões. sistema fique mais e mais próximo da ideia concretizável
 Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- de justiça social.
rompa a leitura. Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei Maior
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas a se traduzir em palavras que fossem apenas a revelação
forem necessárias. da justiça. Quando os descaminhos não conduzirem a isso,
 Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma competirá ao homem transformar a lei na vida mais digna
conclusão). para que a convivência política seja mais fecunda e huma-
 Volte ao texto quantas vezes precisar. na.
 Não permita que prevaleçam suas ideias sobre Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º.
as do autor. In: 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
 Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me- 1948-1998: conquistas e desafios. Brasília: OAB, Comissão
lhor compreensão. Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 50-1 (com adap-
 Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado tações).
de cada questão.
 O autor defende ideias e você deve percebê-las. Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano
 Observe as relações interparágrafos. Um parágra- tem direito
fo geralmente mantém com outro uma relação de conti-
nuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito a) de agir de forma autônoma, em nome da lei da sobrevi-
bem essas relações. vência das espécies.
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou b) de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário
seja, a ideia mais importante. para defender seus interesses.
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” c) de demandar ao sistema judicial a concretização de seus
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora direitos.
da resposta – o que vale não somente para Interpretação de d) à institucionalização do seu direito em detrimento dos
Texto, mas para todas as demais questões! direitos de outros.
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin- e) a uma vida plena e adequada, direito esse que está na
cipal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. essência de todos os direitos.
 Olhe com especial atenção os pronomes relati-
vos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., Resposta: Letra E. O ser humano tem direito a uma vida
chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros digna, adequada, para que consiga gozar de seus direi-
vocábulos do texto. tos – saúde, educação, segurança – e exercer seus deve-
res plenamente, como prescrevem todos os direitos: (...)
SITES O direito à vida é a substância em torno da qual todos
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- os direitos se conjugam (...).
gues/como-interpretar-textos
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melho- 2. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Cespe
rar-a-interpretacao-de-textos-em-provas – 2017)
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-
-voce-interpretar-melhor-um.html Texto CG1A1BBB
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
tao-117-portugues.htm Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição da
República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.” Em virtude
EXERCÍCIOS COMENTADOS
desse comando, afirma-se que o poder dos juízes emana
do povo e em seu nome é exercido. A forma de sua inves-
1. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Cespe tidura é legitimada pela compatibilidade com as regras do
LÍNGUA PORTUGUESA

– 2017) Estado de direito e eles são, assim, autênticos agentes do


poder popular, que o Estado polariza e exerce. Na Itália,
Texto CG1A1AAA isso é constantemente lembrado, porque toda sentença é
dedicada (intestata) ao povo italiano, em nome do qual é
A valorização do direito à vida digna preserva as duas faces pronunciada.
do homem: a do indivíduo e a do ser político; a do ser em si Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do pro-
e a do ser com o outro. O homem é inteiro em sua dimen- cesso. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com
são plural e faz-se único em sua condição social. Igual em adaptações).

2
Conforme as ideias do texto CG1A1BBB, 1. As tipologias textuais se caracterizam pelos as-
pectos de ordem linguística
a) o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel com
fundamento no princípio da soberania popular. Os tipos textuais designam uma sequência definida pela
b) os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo natureza linguística de sua composição. São observados as-
voto popular, como ocorre com os representantes dos pectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações logicas.
demais poderes. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argumentativo/
c) os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros, dissertativo, injuntivo e expositivo.
exercem o poder que lhes é conferido em nome de seus
nacionais. A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
d) há incompatibilidade entre o autogoverno da magistra- demarcados no tempo do universo narrado, como
tura e o sistema democrático. também de advérbios, como é o caso de antes, agora,
e) os magistrados brasileiros exercem o poder constitucio- depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando
nal que lhes é atribuído em nome do governo federal. ele apareceu. Depois de muita conversa, resolveram...
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Resposta: Letra A. A questão deve ser respondida se- descrevem características tanto físicas quanto psi-
gundo o texto: (...) “Todo o poder emana do povo, que o cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no
nos termos desta Constituição.” Em virtude desse coman- presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos
do, afirma-se que o poder dos juízes emana do povo e mais negros como a asa da graúna...”
em seu nome é exercido (...). C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
assunto ou uma determinada situação que se almeje
3. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPERIOR – desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela
CESPE – 2017 – ADAPTADA) No texto CG1A1BBB, o vo- acontecer, como em: O cadastramento irá se prorro-
cábulo ‘emana’ foi empregado com o sentido de gar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se esqueça
de fazê-lo, sob pena de perder o benefício.
a) trata. D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma
b) provém. modalidade na qual as ações são prescritas de for-
c) manifesta. ma sequencial, utilizando-se de verbos expressos no
d) pertence. imperativo, infinitivo ou futuro do presente: Misture
e) cabe. todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar
uma massa homogênea.
Resposta: Letra B. Dentro do contexto, “emana” tem o E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-
sentido de “provém”. -se pelo predomínio de operadores argumentativos,
revelados por uma carga ideológica constituída de
argumentos e contra-argumentos que justificam a
TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS. posição assumida acerca de um determinado assun-
to: A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez
mais para conquistar seu espaço no mercado de traba-
lho, o que significa que os gêneros estão em comple-
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL mentação, não em disputa.

A todo o momento nos deparamos com vários textos, 2. Gêneros Textuais


sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença São os textos materializados que encontramos em nosso
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo cotidiano; tais textos apresentam características sócio-co-
que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes municativas definidas por seu estilo, função, composição,
interlocutores são as peças principais em um diálogo ou conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária,
em um texto escrito. e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, de-
É de fundamental importância sabermos classificar os bate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc.
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a A escolha de um determinado gênero discursivo depen-
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais de, em grande parte, da situação de produção, ou seja, a
e gêneros textuais. finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu-
LÍNGUA PORTUGUESA

Comumente relatamos sobre um acontecimento, um tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi- texto, etc.
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a esfe-
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém ras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exemplo,
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais,
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica são
naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis- comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enciclo-
sertação. pédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência.

3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbo-
sa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.

SITE
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-textual.htm

Observação: Não foram encontradas questões abrangendo tal conteúdo.

FIGURAS DE LINGUAGEM.

FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E CONSTRUÇÃO

Disponível em: <http://www.terapiadapalavra.com.br/figuras-de-linguagem-na-escrita-literaria/> Acesso abr, 2018.

A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja por
uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. São construções
que transformam o significado das palavras para tirar delas maior efeito ou para construir uma mensagem nova.

1. Tipos de Figuras de Linguagem

1.1. Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos: “Sou um mulato nato no sentido lato mulato
democrático do litoral.”

Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade: Os sinos faziam blem,
blem, blem.
Paranomásia – é o uso de sons semelhantes em palavras próximas: “A fossa, a bossa, a nossa grande dor...” (Carlos
LÍNGUA PORTUGUESA

Lyra)

2. Figuras de Palavras ou de Pensamento

2.1. Metáfora
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude
da circunstância de que o nosso espírito as associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da palavra fora
de seu sentido normal.

4
Observação: Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse
Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo).
em que o elemento comparativo não aparece. Singular pelo plural: A mulher foi chamada para
Seus olhos são como luzes brilhantes. ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, chamadas, não apenas uma mulher).
através do emprego da palavra como. Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (=
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, astronautas foram à Lua).
qualidade do que é semelhante. Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora. 2.3.Catacrese
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo,
Outros exemplos: cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando falta de um termo específico para designar um conceito,
Pessoa) toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos:
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
2.4. Perífrase ou Antonomásia
Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar Trata-se de uma expressão que designa um ser através
algum. de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que outro ou por uma expressão que facilmente o identifique:
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é atraindo visitantes do mundo todo.
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de A Cidade-Luz (=Paris)
terra que leva a lugar algum. O rei das selvas (=o leão)

A Amazônia é o pulmão do mundo. Observação:


Em sua mente povoa só inveja. Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o
nome de antonomásia. Exemplos:
2.2. Metonímia (ou sinédoque) O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando
É a substituição de um nome por outro, em virtude de o bem.
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito
pode acontecer dos seguintes modos: jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis). 2.5.Sinestesia
Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
lâmpadas iluminam o mundo). sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruzamento de sensações distintas.
cruz. (= Não te afastes da religião). Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso auditivo; áspero = tátil)
Havana. (= Fumei um saboroso charuto). No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os
Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates acontecimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
tomou veneno). Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que 2.6. Antítese
produzo). Consiste no emprego de palavras que se opõem
LÍNGUA PORTUGUESA

Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve,
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos
Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada
foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos dos mesmos. Observe os exemplos:
jogadores). “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
Parte pelo todo: Várias pernas passavam O corpo é grande e a alma é pequena.
apressadamente. (= Várias pessoas passavam “Quando um muro separa, uma ponte une.”
apressadamente). Não há gosto sem desgosto.

5
2.7. Paradoxo ou oximoro 3.2. Gradação (ou clímax)
É a associação de ideias, além de contrastantes, Apresentação de ideias por meio de palavras, sinônimas
contraditórias. Seria a antítese ao extremo. ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descendente
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. (anticlímax). Observe este exemplo:
Ouvimos as vozes do silêncio. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
com seus olhos claros e brincalhões...
2.8. Eufemismo
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere
desagradável ou chocante. ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem
(= morreu) decrescente de intensidade. Outros exemplos:
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) amor”. (Olavo Bilac)
Faltar à verdade. (= mentir) “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-
se.” (Padre Antônio Vieira)
2.9. Ironia
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que 3.3. Elipse
as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando Consiste na omissão de um ou mais termos numa
intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construída oração e que podem ser facilmente identificados, tanto por
para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. pelo contexto.
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota A catedral da Sé. (a igreja catedral)
mínima. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao estádio)
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
3.3. Zeugma
estão por perto.
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
O governador foi sutil como um elefante.
a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
2.10. Hipérbole
português)
É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só
de realçar uma ideia.
modernos. (só havia móveis)
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar! 3.4.Silepse
A silepse é a concordância que se faz com o termo
2.11. Prosopopeia ou Personificação que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É
É a atribuição de ações ou qualidades de seres animados uma concordância anormal, psicológica, porque se faz com
a seres inanimados, ou características humanas a seres não um termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de
humanos. Observe os exemplos: silepse: de gênero, número e pessoa.
As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e
que guia. feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
Chora, violão. A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
intenso.
3. Figuras de Construção ou de Sintaxe Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente per-
3.1. Apóstrofe tence ao gênero masculino, mas com a ideia contida
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa no termo (a cidade de Porto Velho).
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo B) Vossa Excelência está preocupado.
LÍNGUA PORTUGUESA

chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a Vossa Excelência.
que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com
tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos: Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Moça, que fazes aí parada? A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
“Pai Nosso, que estais no céu” concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
Deus, ó Deus! Onde estás? com a ideia que nele está contida. Exemplos:

6
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
de Salvador. pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleonástico.
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e Observação:
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos O pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais
das orações (que se encontram no singular, procissão e vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso:
povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está Vi aquela cena com meus próprios olhos.
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por Vamos subir para cima.
isso que os verbos estão no plural. Ele desceu pra baixo.

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: 3.7.Anáfora


eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias
(as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coerência.
um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta
concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado
que está inscrita no sujeito. Exemplos: elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas
O que não compreendo é como os brasileiros persistamos vezes ser substituídos por pronomes.
em aceitar essa situação. Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia.
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.”
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins (Padre Vieira)
públicos.” (Machado de Assis)
3.8. Anacoluto
Observe que os verbos persistamos, temos e somos Consiste na mudança da construção sintática no meio
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos da frase, ficando alguns termos desligados do resto do
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma
brasileiros, os agricultores e os cariocas). ligação sintática com as demais.
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
3.5. Polissíndeto / Assíndeto Morrer, todo haveremos de morrer.
Para estudarmos as duas figuras de construção é Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
necessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordenação, A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também
assindética. Recordado esse conceito, podemos definir as é chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma
duas figuras de construção: interrupção na sequência lógica do pensamento.
A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela re-
petição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: Observação:
O menino resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz O anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva
nada. em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
B) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên-
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, re- Hipérbato / Inversão
sultando no uso de orações coordenadas assindéti- É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
cas. Exemplos: ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. sujeito venha depois do predicado:
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
venceu ao ódio)
3.6. Pleonasmo Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as Eu cuido dos meus problemas)
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
LÍNGUA PORTUGUESA

O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. #FicaDica


Nesta oração, os termos “o problema da violência”
e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. Observação da Zê!
Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o O nosso Hino Nacional é um exemplo de
pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
Outro exemplo: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. brado retumbante de um povo heroico”.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto

7
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM


BIBLIOTECONOMIA SUPERIOR – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, faz-se o uso de um
tipo de linguagem figurada denominada
a) metonímia.
b) eufemismo.
c) hipérbole.
d) metáfora.
e) catacrese.

A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
GABARITO OFICIAL: D

2. (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – SUPERIOR - CONPASS/2014)


Identifique a figura de linguagem presente na tira seguinte:

a) metonímia
b) prosopopeia
c) hipérbole
d) eufemismo
e) onomatopeia

Resposta: Letra D. “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para co-
municar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas
por nós” no lugar de “que morreram por nós”.

3. (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE – SUPERIOR - COPEVE/UFAL/2014) Está tão quente que dá para fritar um
ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, horário do
dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a 65ºC. Para
fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.

O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de linguagem.
O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?

a) Eufemismo.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Hipérbole.
c) Paradoxo.
d) Metonímia.
e) Hipérbato.

Resposta: Letra B. A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A
figura que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Observação:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa A antonímia pode se originar de um prefixo de sentido
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e an-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. tipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e
Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista;
Paulo: Saraiva, 2010. simétrico e assimétrico.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira 3. Homônimos e Parônimos
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002.  Homônimos = palavras que possuem a mesma gra-
fia ou a mesma pronúncia, mas significados diferen-
SITES tes. Podem ser
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/estil/estil8.php> A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ rentes na pronúncia:
secoes/estil/estil5.php> rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).
secoes/estil/estil2.php>
B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di-
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni-
SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E
zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
EXPRESSÕES.
reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio)
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA. e passo (andar).

C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo
(adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e das
suas mudanças de significação através do tempo ou em  Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
determinada época. A maior importância está em distinguir rém de formas relativamente próximas. São palavras
sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e homôni- parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (recep-
mos e parônimos (homonímia / paronímia). táculo de vime; cesta de basquete/esporte) e sesta
(descanso após o almoço), eminente (ilustre) e imi-
1. Sinônimos nente (que está para ocorrer), osso (substantivo) e
ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo “ser” no
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - imperativo) e cede (verbo), comprimento (medida) e
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. cumprimento (saudação), autuar (processar) e atuar
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), defe-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara rir (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, soar (emitir som), aprender (conhecer) e apreender
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, (assimilar; apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal)
em deteminado enunciado (aguadar e esperar). e tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à
Observação: superfície) e imergir (mergulhar, afundar).
A contribuição greco-latina é responsável pela existên-
4. Hiperonímia e Hiponímia
cia de numerosos pares de sinônimos: adversário e antago-
nista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; contra-
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
veneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; trans- a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
LÍNGUA PORTUGUESA

formação e metamorfose; oposição e antítese. nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
2. Antônimos O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo,
criando, assim, uma relação de dependência semântica. Por
São palavras que se opõem através de seu significado: exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia com
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; carros, já que veículos é uma palavra de significado ge-
mal - bem. nérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é um
hiperônimo de carros.

9
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- tos no receptor da mensagem, através da expressividade e
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
repetição desnecessária de termos. linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS blicitários, entre outros. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Você é o meu sol!
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Minha vida é um mar de tristezas.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Você tem um coração de pedra!
Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação #FicaDica
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por- Procure associar Denotação com Dicionário:
tuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. trata-se de definição literal, quando o termo
é utilizado com o sentido que consta no
SITE dicionário.
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Exemplos de variação no significado das palavras: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
teral) Paulo: Saraiva, 2010.
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido fi-
gurado)
SITE
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
As variações nos significados das palavras ocasionam o
cao/
sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (co-
notação) das palavras.
POLISSEMIA
A) Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente do Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado mais multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece mas que abarca um grande número de significados dentro
nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra. de seu próprio campo semântico.
A denotação tem como finalidade informar o receptor Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medica- consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
mentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, por dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço da polissemia:
de madeira. Outros exemplos: O rapaz é um tremendo gato.
O elefante é um mamífero. O gato do vizinho é peralta.
As estrelas deixam o céu mais bonito! Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua so-
B) Conotação brevivência
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando O passarinho foi atingido no bico.
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes inter-
LÍNGUA PORTUGUESA

pretações, dependendo do contexto em que esteja inserida, Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de com-
referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão além putadores e rede elétrica, por exemplo, temos em comum
do sentido original da palavra, ampliando sua significação a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de “entre-
mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assu- laçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, que pode
mindo um sentido figurado e simbólico. Como no exemplo ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou “jogo” – o
da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela pode sig- sentido comum entre todas as expressões é o formato qua-
nificar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei pau no driculado que têm.
concurso).

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1. Polissemia e homonímia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- Paulo: Saraiva, 2010.
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
quando duas ou mais palavras com origens e significados coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
monímia. SITE
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a pala-
vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabe- EXERCÍCIO COMENTADO
to, o texto de uma canção ou a caligrafia de um determi-
nado indivíduo. Neste caso, os diferentes significados es- 1. (SUSAM-AM – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
tão interligados porque remetem para o mesmo conceito, FGV – 2014) “o país teve de recorrer a um programa de
o da escrita. racionamento”. Assinale a opção que apresenta a forma de
reescrever esse segmento, que altera o seu sentido original.
2. Polissemia e ambiguidade
a) O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa de
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na racionamento.
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode b) O país teve como recurso recorrer a um programa de
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta- racionamento.
ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação c) O Brasil foi levado a recorrer a um programa de racio-
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em namento.
uma frase. Vejamos a seguinte frase: d) O país obrigou-se a recorrer a um programa de racio-
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- namento.
temente são felizes. e) O Brasil optou por um programa de racionamento.
Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes: Resposta: Letra E. “o país teve de recorrer a um progra-
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- ma de racionamento”. Assinale a opção que apresenta a
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. forma de reescrever esse segmento, QUE ALTERA O
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela SEU SENTIDO ORIGINAL.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- Em “a”: O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- de racionamento = mesmo sentido.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Em “b”: O país teve como recurso recorrer a um progra-
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção ma de racionamento = mesmo sentido.
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- Em “c”: O Brasil foi levado a recorrer a um programa de
micidade. Repare na figura abaixo: racionamento = mesmo sentido.
Em “d”: O país obrigou-se a recorrer a um programa de
racionamento = mesmo sentido.
Em “e”: O Brasil optou por um programa de racionamen-
to = mudança de sentido (segundo o enunciado, o país
não teve outra opção a não ser recorrer. Na alternativa,
provavelmente havia outras opções, e o país escolheu a
de “recorrer”).

ORTOGRAFIA

ORTOGRAFIA
LÍNGUA PORTUGUESA

(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-ca-
belo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, mas ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
duas seriam: grafados segundo acordos ortográficos.
Corte e coloração capilar A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
ou der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
Faço corte e pintura capilar familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é

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necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,  Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
mologia (origem da palavra).  Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
 Verbos derivados de nomes cujo radical termina
1. Regras ortográficas com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar –
pesquisar.
A) O fonema S
São escritos com Z e não S
São escritas com S e não C/Ç  Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de ad-
 Palavras substantivadas derivadas de verbos com jetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza.
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão gem não termine com s): final - finalizar / concreto
/ inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir – concretizar.
- submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo  Consoante de ligação se o radical não terminar com
/ compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / con- Exceção: lápis + inho – lapisinho.
sentir – consensual.
C) O fonema j
São escritos com SS e não C e Ç
 Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi- São escritas com G e não J
nem em gred, ced, prim ou com verbos terminados  Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
por tir ou - meter: agredir - agressivo / imprimir - im- gesso.
pressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder  Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
- excesso / percutir - percussão / regredir - regressão gim.
/ oprimir - opressão / comprometer - compromisso /  Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
submeter – submissão. poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege,
 Quando o prefixo termina com vogal que se junta foge.
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétri- Exceção: pajem.
co - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
 No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.  Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
Exemplos: ficasse, falasse. litígio, relógio, refúgio.
 Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
São escritos com C ou Ç e não S e SS mugir.
 Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.  Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, surgir.
Juçara, caçula, cachaça, cacique.  Depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
 Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, nado com j: ágil, agente.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, ca-
niço, esperança, carapuça, dentuço. São escritas com J e não G
 Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção  Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
/ deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.  Palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
 Após ditongos: foice, coice, traição. boia, manjerona.
 Palavras derivadas de outras terminadas em -te,  Palavras terminadas com aje: ultraje.
to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto
– absorção. D) O fonema ch

B) O fonema z São escritas com X e não CH


 Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
São escritos com S e não Z xucro.
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-  Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, la-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: fre- gartixa.
LÍNGUA PORTUGUESA

guês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.  Depois de ditongo: frouxo, feixe.
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-  Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
morfose. Exceção: quando a palavra de origem não derive de
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
quiseste.
 Nomes derivados de verbos com radicais termina- São escritas com CH e não X
dos em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / em-  Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chas-
preender - empresa / difundir – difusão. si, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.

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E) As letras “e” e “i” Alguns Usos Ortográficos Especiais

 Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. 1. Por que / por quê / porquê / porque
Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
 Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são POR QUE (separado e sem acento)
escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos
com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: É usado em:
trai, dói, possui, contribui. 1. interrogações diretas (longe do ponto de interroga-
ção) = Por que você não veio ontem?
2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
FIQUE ATENTO! a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
Há palavras que mudam de sentido quando que faltara à aula ontem.
substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” = Ig-
(superfície), ária (melodia) / delatar (denun- noro o motivo por que ele se demitiu.
ciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona),
imergir (mergulhar) / peão (de estância, que POR QUÊ (separado e com acento)
anda a pé), pião (brinquedo).
Usos:
1. como pronome interrogativo, quando colocado no
#FicaDica fim da frase (perto do ponto de interrogação) = Você
faltou. Por quê?
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
ortografia de uma palavra, há a possibilidade quê?
de consultar o Vocabulário Ortográfico da Lín- PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)
gua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Acade-
mia Brasileira de Letras. É uma obra de referên- Usos:
cia até mesmo para a criação de dicionários, 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escrita
o significado). Na Internet, o endereço é www. (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto final)
academia.org.br. = Compre agora, porque há poucas peças.
2. como conjunção subordinativa causal, substituível
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
2. Informações importantes que se antecipou.

Formas variantes são as que admitem grafias ou pro- PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
núncias diferentes para palavras com a mesma significação:
aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, de- Usos:
pendurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, infarto/ 1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “razão”
enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, relampejar/ ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Geralmente
relampear/relampar/relampadar. é precedido por artigo = Não sei o porquê da discussão. É
Os símbolos das unidades de medida são escritos sem uma pessoa cheia de porquês.
ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural,
sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 2. ONDE / AONDE
120km/h.
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. Onde = empregado com verbos que não expressam a
ideia de movimento = Onde você está?
Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e que expressam movimento = Aonde você vai?
quatro segundos).
O símbolo do real antecede o número sem espaço: 3. MAU / MAL
LÍNGUA PORTUGUESA

R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra


vertical ($). Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se como
qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um mau ele-
mento.

Mal = pode ser usado como


1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, “logo
que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.

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2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
mal na prova? ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal não pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
compensa. etc.
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hos-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São pitalar, super-homem.
Paulo: Saraiva, 2010. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação termina com a mesma vogal do segundo elemento:
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-obser-
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, vação, etc.
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
Saraiva, 2002. reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- #FicaDica
tografia
Lembrete da Zê!
4. Hífen Ao separar palavras na translineação (mudan-
ça de linha), caso a última palavra a ser escri-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ta seja formada por hífen, repita-o na próxima
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- linha. Exemplo: escreverei anti-inflamatório e,
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima linha
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- linhas). Devido à diagramação, pode ser que a
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). repetição do hífen na translineação não ocorra
em meus conteúdos, mas saiba que a regra é
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma Or- esta!
tográfica:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam B) Não se emprega o hífen:


uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se
unem para formam um novo significado: tio-avô, 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter-
porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, se- mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
gunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, pri- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes:
meiro-ministro, azul-escuro. antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema,
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoo- minissaia, microrradiografia, etc.
lógicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbo- 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
ra-menina, erva-doce, feijão-verde. termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, pluria-
recém-casado. nual, autoescola, infraestrutura, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
mas exceções continuam por já estarem consagradas “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” ini-
pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-per- cial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
feito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
deus-dará. o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi-
-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas com- ção, coexistir, etc.
binações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Angola-Brasil, etc. de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- quedista, etc.
per- quando associados com outro termo que é ini- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
ciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-ra- to, benquerer, benquerido, etc.
cional, etc.

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Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
pressuposto, propor.
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, ACENTUAÇÃO
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-huma-
no, super-realista, alto-mar. Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antis- vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
séptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ultras- dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
som, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoa- isso, vamos às regras!
juda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
1. Regras básicas
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A acentuação tônica está relacionada à intensidade com
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que
se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba
tônica. As demais, como são pronunciadas com menos in-
SITE
tensidade, são denominadas de átonas.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
tografia das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – papel
EXERCÍCIO COMENTADO Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima sílaba:
útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima
1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces- sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
pe – 2013 – adaptada)
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatena- os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
dos são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.
de comunicação, os quais são indispensáveis para que os
sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acon- 2 Os acentos
tecidos no correr do procedimento e se habilitem a exercer
os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e
lhes impõe. “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas le-
Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações). tras representam as vogais tônicas de palavras como
pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguintes. da tonicidade, timbre aberto: herói – céu (ditongos
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto abertos).
nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar o B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras
litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à demanda “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fecha-
e o trecho “tomem conhecimento dos atos acontecidos no do: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs.
correr do procedimento” fosse, por sua vez, substituído por C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a”
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
conheçam os atos havidos no transcurso do acontecimento.
D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi total-
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é
( ) CERTO ( ) ERRADO
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros: mülleriano (de Müller)
Resposta: Errado. “A fim” tem o sentido de “com a in- E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam
tenção de”; já “afim”, “semelhança, afinidade”. Se a pri- vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
meira substituição fosse feita, o trecho estaria incorreto
gramatical e coerentemente. Portanto, nem há a neces- 2.1 Regras fundamentais
sidade de avaliar a segunda substituição.
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas


terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plu-
ral(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
guidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo

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B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
terminadas em: do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
i, is: táxi – lápis – júri tivo do mesmo verbo).
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fór- terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
ceps mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não Os demais casos de acento diferencial não são mais uti-
de “s”: água – pônei – mágoa – memória lizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo),
pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais
são definidos pelo contexto.
#FicaDica Polícia para o trânsito para que se realize a operação
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, conjun-
esta palavra apresenta as terminações das ção (com relação de finalidade).
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui
inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará
mais fácil a memorização! #FicaDica
Quando, na frase, der para substituir o “por”
por “colocar”, estaremos trabalhando com um
C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, “por”
é preposição: Faço isso por você. / Posso pôr
a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quanto à
(colocar) meus livros aqui?
regra de acentuação: todas as proparoxítonas são acentua-
das, independentemente de sua terminação: árvore, para-
lelepípedo, cárcere.
2.4 Regra do Hiato
2.2 Regras especiais
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segunda
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento:
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
saída – faísca – baú – país – Luís
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
palavras paroxítonas.
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
FIQUE ATENTO! Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estive-
rem seguidas do dígrafo nh:
Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos ra-i-nha, ven-to-i-nha.
estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
monossílaba (céu) ainda são acentuados: dói, precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
escarcéu. Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):

Antes Agora Antes Agora


assembléia assembleia bocaiúva bocaiuva
idéia ideia feiúra feiura
geléia geleia Sauípe Sauipe
jibóia jiboia
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abo-
apóia (verbo apoiar) apoia lido:
LÍNGUA PORTUGUESA

paranóico paranoico
Antes Agora
2.3 Acento Diferencial
crêem creem
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de lêem leem
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
vôo voo
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
e/ou tempos verbais. Por exemplo: enjôo enjoo

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2. (Anatel – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
#FicaDica Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento
gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
que, no plural, dobram o “e”, mas que não re- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cebem mais acento como antes: CRER, DAR,
LER e VER. Resposta: Errado. Análise = proparoxítona / mínimos
= proparoxítona. Ambas são acentuadas pela mesma re-
Repare: gra (antepenúltima sílaba é tônica, “mais forte”).
O menino crê em você. / Os meninos creem em você. 3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
Elza lê bem! / Todas leem bem! Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem
Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os acento gráfico com base na mesma regra de acentuação
garotos deem o recado! gráfica.
Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à ( ) CERTO ( ) ERRADO
tarde!
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, Resposta: Certo. Indivíduo = paroxítona terminada em
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou ditongo; diária = paroxítona terminada em ditongo; pa-
“i” não serão mais acentuadas: ciência = paroxítona terminada em ditongo. Os três vo-
cábulos são acentuados devido à mesma regra.
Antes Depois
4. (Ibama – Técnico Administrativo – cespe – 2012) As
apazigúe (apaziguar) apazigue
palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a
averigúe (averiguar) averigue mesma regra de acentuação gráfica.
argúi (arguir) argui
( ) CERTO ( ) ERRADO
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo Resposta: Errado. Pó = monossílaba terminada em “o”;
vir). A regra prevalece também para os verbos conter, obter, só = monossílaba terminada em “o”; céu = monossílaba
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles terminada em ditongo aberto “éu”.
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS USO DA CRASE.


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- CRASE
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
SITE o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
EXERCÍCIOS COMENTADOS quais.
O uso do acento indicativo de crase está condicionado
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
pe – 2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
conformidade com a mesma regra ortográfica. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
( ) CERTO ( ) ERRADO é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
LÍNGUA PORTUGUESA

tindo a anteposição do artigo a(s).


Resposta: Certo. “Série” = acentua-se a paroxítona ter- Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con-
minada em ditongo / “história” - acentua-se a paroxíto- tratada recentemente.
na terminada em ditongo Após a junção da preposição com o artigo (destacados
Ambas são acentuadas devido à regra da paroxítona ter- entre parênteses), temos:
minada em ditongo. Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada
Observação: nestes casos, admitem-se as separações recentemente.
“sé-ri-e” e “his-tó-ri-as”, o que as tornaria proparoxítonas.

17
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, classi- A letra “a” que acompanha locuções femininas (adver-
fica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos biais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento grave:
a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o  locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome pressas, à vontade...
demonstrativo aquela (àquela).  locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro-
cura de...
Observações importantes:  locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: Cuidado: quando as expressões acima não exercerem a
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a Eu adoro a noite!
crase está confirmada. Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
Os dados foram solicitados à diretora. objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Os dados foram solicitados ao diretor. preposição.
 No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na Casos passíveis de nota:
expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Faremos uma visita à Bahia.  A crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
 Também é facultativa diante de pronomes possessi-
Não me esqueço da viagem a Roma. vos femininos: O diretor fez referência a (à) sua em-
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- presa.
mais vividos.  Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fi-
cará aberta até as (às) dezoito horas.
Nas situações em que o nome geográfico se apresentar  Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
modificado por um adjunto adnominal, a crase está con- tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se im-
firmada. plícitas, mesmo diante de nomes masculinos: Tenho
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda
praias. de Luís XV)
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, obser-
#FicaDica vamos a queima de fogos a distância.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a arremessado à distância de cem metros.
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra
quê?)  De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) -, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância.
Ensino a distância.
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá  Em locuções adverbiais formadas por palavras repe-
crase. Veja: tidas, não há ocorrência da crase.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, Ela ficou frente a frente com o agressor.
pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Eu o seguirei passo a passo.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos em que não se admite o emprego da crase:
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re- Antes de vocábulos masculinos.
gente exigir complemento regido da preposição “a”. As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Entregamos a encomenda àquela menina. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
LÍNGUA PORTUGUESA

Iremos àquela reunião. Antes de verbos no infinitivo.


(preposição + pronome demonstrativo) Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian-
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Antes de numeral.
(preposição + pronome demonstrativo) O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países.

18
Observações: Resposta: Errado. Retomemos o contexto: (...) O uso in-
 Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- devido de drogas constitui, na atualidade, séria e persis-
nando como uma locução adverbial feminina – ocor- tente ameaça à humanidade e à estabilidade das estrutu-
rerá crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. ras e valores políticos (...).
 Diante de numerais ordinais femininos a crase está O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já que
confirmada, visto que estes não podem ser emprega- os termos “humanidade” e “estabilidade” complemen-
dos sem o artigo: As saudações foram direcionadas à tam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?” = a
primeira aluna da classe. regência nominal pede preposição.
 Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos 2. (TCE-PA – Conhecimentos Básicos – AUDITOR DE
exaustos a casa. CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL – Cespe –
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adno- 2016)
minal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaustos
à casa de Marcela.
Texto CB1A1BBB
 Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com o
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa-
ram a terra, já era noite. funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que es-
Contudo, se o termo estiver precedido por um determi- touraram o limite de gastos com pessoal fixado pela Lei
nante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Respon-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legis-
O astronauta voltou à Terra. lação destinada a assegurar, como alegam, maior rigor na
gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de respon-
 Não ocorre crase antes de pronomes que requerem sabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a
o uso do artigo. estrutura legal que protege o dinheiro público do mau uso
Os livros foram entregues a mim. por gestores irresponsáveis.
Dei a ela a merecida recompensa. Examinando-se a situação financeira dos estados que pre-
param sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica di-
 Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à fícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quan-
senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso do entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais,
da crase está confirmado no “a” que os antecede, no estão sujeitos a regras precisas para a gestão do dinheiro
caso de o termo regente exigir a preposição. público, para a criação de despesas e, em particular, para os
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido algumas
 Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado dessas regras, estariam interessados em torná-las ainda
em sentido genérico ou indeterminado: mais rigorosas?
Estamos sujeitos a críticas. Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo
Refiro-me a conversas paralelas. dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram.
De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS nas condições atuais esses responsáveis estão sendo ca-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pazes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. pode ser o pretexto não para torná-la mais rigorosa, mas
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja,
para atribuir-lhe alguma flexibilidade que a desfigure. O
Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
verdadeiro problema é a dificuldade do setor público de
Saraiva, 2010.
adaptar suas despesas às receitas em queda por causa da
SITE crise.
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
html Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta-
ções).
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da re-
gência do verbo “adaptar” e da presença do artigo definido
EXERCÍCIOS COMENTADOS feminino determinando o substantivo “receitas”.
LÍNGUA PORTUGUESA

1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces- ( ) CERTO ( ) ERRADO


pe – 2014 – adaptada) O acento indicativo de crase em
“à humanidade e à estabilidade” é de uso facultativo, razão Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di-
por que sua supressão não prejudicaria a correção grama- ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às
tical do texto. receitas em queda por causa da crise = quem adapta,
adapta algo/alguém A algo/alguém.
( ) CERTO ( ) ERRADO

19
3. (Fnde – Técnico em Financiamento e Execução de de aranha aracnídeo
Programas e Projetos Educacionais – cespe – 2012) O
emprego do sinal indicativo de crase em “adequando os ob- de boi bovino
jetivos às necessidades” justifica-se pela regência do verbo de cabelo capilar
adequar, que exige complemento regido pela preposição
“a”, e pela presença de artigo definido feminino antes de de cabra caprino
“necessidades”. de campo campestre ou rural
de chuva pluvial
( ) CERTO ( ) ERRADO
de criança pueril
Resposta: Certo. Adequar o quê? – os objetivos (objeto de dedo digital
direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) necessida-
des – objeto indireto. A explicação do enunciado está de estômago estomacal ou gástrico
correta. de falcão falconídeo
de farinha farináceo
4. (Tribunal de Justiça-se – Técnico Judiciário – cespe
– 2014 – adaptada) No trecho “deu início à sua cami- de fera ferino
nhada cósmica”, o emprego do acento grave indicativo de de ferro férreo
crase é obrigatório.
de fogo ígneo
( ) CERTO ( ) ERRADO de garganta gutural
de gelo glacial
Resposta: Errado. “deu início à sua caminhada cósmi-
ca” – o uso do acento indicativo de crase, neste caso, é de guerra bélico
facultativo (antes de pronome possessivo). de homem viril ou humano
de ilha insular
MORFOLOGIA: CLASSES DE PALAVRAS de inverno hibernal ou invernal
VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS E SEUS
de lago lacustre
EMPREGOS NO TEXTO.
LOCUÇÕES VERBAIS (PERÍFRASES de leão leonino
VERBAIS). de lebre l eporino
de lua lunar ou selênico
ADJETIVO de madeira lígneo
de mestre magistral
É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís-
tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordando de ouro áureo
com este em gênero e número. de paixão passional
As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
1. Locução adjetiva
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são neces- de sonho onírico
sárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma coisa,
tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem de velhosenil
o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expres- de vento eólico
são que equivale a um adjetivo). Por exemplo: aves da noite
de vidro vítreo ou hialino
(aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada).
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe outros exemplos: de virilha inguinal


de visão óptico ou ótico
de águia aquilino
de aluno discente Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres-
de anjo angelical pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª
de ano anual série. / O muro de tijolos caiu.

20
2 Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

3 Adjetivo Pátrio (ou gentílico)

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense

4 Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

5 Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.


LÍNGUA PORTUGUESA

6. Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:
A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

21
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculi- Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
no como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
feminino: conflito político-social e desavença político-social. quão.

7 Número dos Adjetivos Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade
A) Plural dos adjetivos simples Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de Infe-
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo rioridade
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
boa e boas. perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala- grande/maior, baixo/inferior.
vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: Observe que:
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se  As formas menor e pior são comparativos de su-
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. mau, respectivamente.
Motos vinho (mas: motos verdes)  Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Paredes musgo (mas: paredes brancas). (melhor, pior, maior e menor), porém, em compara-
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). ções feitas entre duas qualidades de um mesmo ele-
mento, deve-se usar as formas analíticas mais bom,
B) Adjetivo Composto mais mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo:
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normal-
mente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o últi- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
mo elemento concorda com o substantivo a que se refere; os mentos.
demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos ele- Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
mentos que formam o adjetivo composto seja um substanti- duas qualidades de um mesmo elemento.
vo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. Por Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, rioridade
porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como Sou menos passivo (do) que tolerante.
adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um
adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o ad- B) Superlativo
jetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
Camisas rosa-claro. vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
Ternos rosa-claro. apresenta as seguintes modalidades:
Olhos verde-claros. B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Apresenta-se nas formas:
 Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Observação: palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjeti- Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
vo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre invariáveis:  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos cor-de-rosa. exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois elementos Observe alguns superlativos sintéticos:
flexionados: crianças surdas-mudas.
benéfico - beneficentíssimo
8 Grau do Adjetivo
bom - boníssimo ou ótimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- comum - comuníssimo
LÍNGUA PORTUGUESA

sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o


comparativo e o superlativo. cruel - crudelíssimo
difícil - dificílimo
A) Comparativo doce - dulcíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características fácil - facílimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- fiel - fidelíssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.

22
B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade 1. Flexão do Advérbio
de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
seres. Essa relação pode ser: Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresen-
 De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de tam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém,
todas. admitem a variação em grau. Observe:
 De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
todas. A) Grau Comparativo
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio que o comparativo do adjetivo:
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,  de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Rena-
antepostos ao adjetivo. to fala tão alto quanto João.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas  de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular Renato fala menos alto do que João.
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo  de superioridade:
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato fala
érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é cons- mais alto do que João.
tituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- B) Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio O superlativo pode ser analítico ou sintético:
– cheíssimo. B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
fala muito alto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- modo
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Observação:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são co-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
muns na língua popular.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32.
php 2. Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio


ADVÉRBIO pode ser de:
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
Compare estes exemplos: além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abai-
O ônibus chegou. xo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
O ônibus chegou ontem. adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo,
externamente, à distância, à distância de, de longe, de
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen- perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, an-
advérbio. tes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entre-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio mentes, imediatamente, primeiramente, provisoriamen-
(bem) te, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- de repente, de vez em quando, de quando em quando,
LÍNGUA PORTUGUESA

tivo (claros) a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve,


Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- hoje em dia.
tar ideia de: C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
Tempo: Ela chegou tarde. acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas,
Lugar: Ele mora aqui. à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,
Modo: Eles agiram mal. desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
Negação: Ela não saiu de casa. lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos
Dúvida: Talvez ele volte. que terminam em “-mente”: calmamente, tristemente,

23
propositadamente, pacientemente, amorosamente, do- 4. Advérbios Interrogativos
cemente, escandalosamente, bondosamente, generosa-
mente. São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efe- por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
tivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavel- às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
mente.
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Interrogação Direta Interrogação Indireta
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel- Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. Onde mora? Indaguei onde morava.
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, Por que choras? Não sei por que choras.
assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de Aonde vai? Perguntei aonde ia.
todo, de muito, por completo, extremamente, intensa-
mente, grandemente, bem (quando aplicado a proprie- Donde vens? Pergunto donde vens.
dades graduáveis). Quando voltas? Pergunto quando voltas.
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen-
te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, 5. Locução Adverbial
o vento apenas move a copa das árvores.
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
a adolescência. sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por exem- mente por uma preposição. Veja:
plo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
amigos por comparecerem à festa. dentro, por aqui, etc.
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
Saiba que:
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
geral, frente a frente, etc.
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. hoje em dia, nunca mais, etc.
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, o
geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu calma e adjetivo e outro advérbio:
respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
3. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem aparecer Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro ad- Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
vérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advérbio:
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. Cheguei primeiro.

Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução


#FicaDica adverbial desempenham na oração a função de adjunto
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
Como saber se a palavra bastante é advérbio
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefi-
bio. Exemplo:
nido (varia, sofre flexão)? Se der, na frase, para
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
substituir o “bastante” por “muito”, estamos
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
LÍNGUA PORTUGUESA

diante de um advérbio; se der para substituir


por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei dade e de tempo, respectivamente.
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(estudei muitos capítulos) = pronome indefini- Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
do reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

24
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- 2. Há casos em que o artigo definido não pode ser
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. usado:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas co-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nhecidas: O professor visitará Roma.

SITE Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75. sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
php Roma.

ARTIGO Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria sairá


agora?
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- Exceção: O senhor vai à festa?
-se como o termo variável que serve para individualizar ou
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse é
(masculino/feminino) e o número (singular/plural). o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o candidato
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- cuja nota foi a mais alta.
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns]).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
A) Artigos definidos – São usados para indicar seres
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
determinados, expressos de forma individual: O con-
curseiro estuda muito. Os concurseiros estudam mui- Paulo: Saraiva, 2010.
to. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCONI,
modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprovada! Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed.
Umas candidatas foram aprovadas! Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
1. Circunstâncias em que os artigos se manifestam: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do nu-
meral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. SITE
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
Janeiro, Veneza, A Bahia...
Quando indicado no singular, o artigo definido pode CONJUNÇÃO
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Além da preposição, há outra palavra também invariá-
No caso de nomes próprios personativos, denotando a vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O Pedro é de mesma função em uma oração:
o xodó da família. O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
No caso de os nomes próprios personativos estarem no São Paulo.
plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
Incas, Os Astecas...
1. Morfossintaxe da Conjunção
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
(qualquer classe) 2. Classificação da Conjunção
LÍNGUA PORTUGUESA

Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
vinte anos. lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O artigo também é usado para substantivar palavras sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o porquê caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
de tudo isso. / O bem vence o mal. pende da existência do outro. Veja:

25
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. O baile já tinha começado: oração principal
Podemos separá-las por ponto: quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. ela chegou: oração subordinada

Temos acima um exemplo de conjunção (e, consequen- As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-
temente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já em: grantes e adverbiais:
Espero que eu seja aprovada no concurso!
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração princi- elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
pal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce a as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
função de objeto direto do verbo da oração principal). Quero que você volte. (Quero sua volta)

3. Conjunções Coordenativas Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce


a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com
São aquelas que ligam orações de sentido completo e in- a circunstância que expressam, classificam-se em:
dependente ou termos da oração que têm a mesma função
gramatical. Subdividem-se em: A) Causais: introduzem uma oração que é causa da
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ocorrência da oração principal. São elas: porque, que,
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e como (= porque, no início da frase), pois que, visto
não), não só... mas também, não só... como também, que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
bem como, não só... mas ainda. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
A sua pesquisa é clara e objetiva.
Não só dança, mas também canta. B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impe-
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- dir sua realização. São elas: embora, ainda que, ape-
pressando ideia de contraste ou compensação. São sar de que, se bem que, mesmo que, por mais que,
elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no en- posto que, conquanto, etc.
tanto, não obstante. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando hipótese ou a condição para ocorrência da principal.
ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser
se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... que, desde que, a menos que, sem que, etc.
ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração #FicaDica


que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por Você deve ter percebido que a conjunção con-
conseguinte, por isso, assim. dicional “se” também é conjunção integrante.
A diferença é clara ao ler as orações que são
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia
ficou nervosa. da condição para que recebamos um telefo-
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. nema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não
sei se farei o concurso. Não há ideia de
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São oração principal (sei) pede complemento (ob-
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. jeto direto, já que “quem não sabe, não sabe
Não demore, que o filme já vai começar. algo”). Portanto, a oração em destaque exerce
Falei muito, pois não gosto do silêncio! a função de objeto direto da oração principal,
LÍNGUA PORTUGUESA

sendo classificada como oração subordinada


4. Conjunções Subordinativas substantiva objetiva direta.

São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas


dependente da outra. A oração dependente, introduzida D) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora- me a conformidade de um fato com outro. São elas:
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
quando ela chegou. O passeio ocorreu como havíamos planejado.

26
E) Finais: introduzem uma oração que expressa a finali- NTERJEIÇÃO
dade ou o objetivo com que se realiza a oração prin-
cipal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
para que), que, etc. sensações, estados de espírito. É um recurso da linguagem
Toque o sinal para que todos entrem no salão. afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira
lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a ma-
F) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa nifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente
um fato relacionado proporcionalmente à ocorrên- de uma situação particular, um momento ou um contexto
cia do expresso na principal. São elas: à medida que, específico. Exemplos:
à proporção que, ao passo que e as combinações Ah, como eu queria voltar a ser criança!
quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), quan- ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
to menos... (mais), quanto menos... (menos), etc. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
Observação: O significado das interjeições está vinculado à maneira
São incorretas as locuções proporcionais à medida em como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
que, na medida que e na medida em que. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta
uma circunstância de tempo ao fato expresso na ora- Psiu!
ção principal. São elas: quando, enquanto, antes que, contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua;
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sem- significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
pre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc.
Ei, espere!”
A briga começou assim que saímos da festa.
Psiu!
contexto: alguém pronunciando em um hospital; signi-
H) Comparativas: introduzem uma oração que expressa
ficado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
ideia de comparação com referência à oração princi-
pal. São elas: como, assim como, tal como, como se,
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
(tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quan-
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
to, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com
menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
que, que (tendo como antecedente na oração principal tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interessante!
uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da mi-
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do nha frente.
exame.
As interjeições podem ser formadas por:
 simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
FIQUE ATENTO!
 palavras: Oba! Olá! Claro!
Muitas conjunções não têm classificação única,  grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
imutável, devendo, portanto, ser classificadas Ora bolas!
de acordo com o sentido que apresentam no
contexto (destaque da Zê!). 1. Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Atenção! Olha! Alerta!
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
LÍNGUA PORTUGUESA

Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
Saraiva, 2010. E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação Ânimo! Adiante!
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
SITE H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente!
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.php Essa não! Chega! Basta!

27
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Deus! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacco-
J) Desculpa: Perdão! ni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Pô! Ora!
php
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva!
NUMERAL
Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio! Numeral é a palavra variável que indica quantidade nu-
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! mérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pessoas
ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determinada se-
Saiba que: quência.
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so- Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
frem variação em gênero, número e grau como os nomes, indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é co-
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz locada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de numerais,
como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas mas sim de algarismos.
interjeições sofrem variação em grau. Não se trata de um Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
processo natural desta classe de palavra, mas tão só uma ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizi- consideradas numerais porque denotam quantidade, propor-
nho, bravíssimo, até loguinho. ção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
ambos(as), novena.
2. Locução Interjetiva
1. Classificação dos Numerais
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determinada
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia,
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama- década, bimestre.
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- alguma coisa ocupa numa determinada sequência: pri-
-me Deus!, Quem me dera! meiro, segundo, centésimo, etc.
1. As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por essa!) /
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) #FicaDica
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepe-
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras núltimo, final e penúltimo também indicam
classes gramaticais podem aparecer como inter- posição dos seres, mas são classificadas como
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! adjetivos, não ordinais.
Francamente! (Advérbios)
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem.
C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos,
quieto!
etc.
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au-
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

que! Quá-quá-quá!, etc.


5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” 2. Flexão dos numerais
com a sua homônima “oh!”, que exprime admira-
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
do “oh!” exclamativo e não a fazemos depois do “ó” dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas
vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe piedosa e em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/quatrocentas, etc.
pura!” (Olavo Bilac) Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.

28
Os numerais ordinais variam em gênero e número:

primeiro segundo milésimo


primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e con-
seguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes.

Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de senti-
do. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

3. Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma de cente-
nas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço correspondente a um ponto:
8.234.456 ou 8 234 456.
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem conhecida
como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos e
noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos reais.
(R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
LÍNGUA PORTUGUESA

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

29
Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e ou-
tra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utilização exige
a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é dispensado caso
haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
LÍNGUA PORTUGUESA

duzentos ducentésimo - ducentésimo


trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo

30
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

1. Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, forma-
das por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero ou
em número. Exemplo: por + o = pelo / por + a = pela.
Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
 Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
 Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o =
do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pronome
“aquilo”).

#FicaDica
O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o
“a” seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para determiná-lo como um substantivo
LÍNGUA PORTUGUESA

singular e feminino: A matéria que estudei é fácil!

Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a apostila.
= Nós a trouxemos.

31
2. Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
por meio das preposições: como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
Destino = Irei a Salvador. grupos de palavras.
Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado. 2. Classificação dos Substantivos
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes. A) Substantivos Comuns e Próprios
Causa = Chorei de saudade. Observe a definição:
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
Instrumento = Escreveu a lápis. Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas ca-
Posse = Vi as roupas da mamãe. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Autoria = livro de Machado de Assis sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
Companhia = Estarei com ele amanhã. oposição aos bairros).
Matéria = copo de cristal. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
Meio = passeio de barco. e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Origem = Nós somos do Nordeste. cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
Conteúdo = frascos de perfume. comum.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
homem, mulher, país, cachorro.
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas locu- Estamos voando para Barcelona.
ções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução prepo-
sitiva por trás de. O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- B) Substantivos Concretos e Abstratos
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser
Paulo: Saraiva, 2010. que existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo
SITE real e do mundo imaginário.
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
SUBSTANTIVO ma.

Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
as quais denominam todos os seres que existem, sejam que dependem de outros para se manifestarem ou existi-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- rem. Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode
nos, os substantivos também nomeiam: ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes-
 lugares: Alemanha, Portugal soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
 sentimentos: amor, saudade para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
 estados: alegria, tristeza tantivo abstrato.
 qualidades: honestidade, sinceridade Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
 ações: corrida, pescaria des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Morfossintaxe do substantivo rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).

Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções  Substantivos Coletivos


diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou abelha, mais outra abelha.
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio- Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como

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Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- matilha cães de raça
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas molho chaves, verduras
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- multidão pessoas em geral
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
seres da mesma espécie (abelhas). nuvem insetos (gafanhotos, mosqui-
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. tos, etc.)
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes- penca bananas, chaves
mo estando no singular, designa um conjunto de seres da pinacoteca pinturas, quadros
mesma espécie.
quadrilha ladrões, bandidos
Substantivo coletivo Conjunto de: ramalhete flores
assembleia pessoas reunidas rebanho ovelhas
alcateia lobos repertório peças teatrais, obras musicais
acervo livros réstia alhos ou cebolas
antologia trechos literários selecionados romanceiro poesias narrativas
arquipélago ilhas revoada pássaros
banda músicos sínodo párocos
bando desordeiros ou malfeitores talha lenha
banca examinadores tropa muares, soldados
batalhão soldados turma estudantes, trabalhadores
cardume peixes vara porcos
caravana viajantes peregrinos
3. Formação dos Substantivos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas A) Substantivos Simples e Compostos
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
colmeia abelhas terra.
concílio bispos O substantivo chuva é formado por um único elemento
ou radical. É um substantivo simples.
congresso parlamentares, cientistas
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um
elenco atores de uma peça ou filme único elemento.
esquadra navios de guerra Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele-
enxoval roupas mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
falange soldados, anjos A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor,
fauna animais de uma região
passatempo.
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região B) Substantivos Primitivos e Derivados
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de
frota navios mercantes, ônibus nenhuma outra palavra da própria língua portugue-
girândola fogos de artifício sa.
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina de
horda bandidos, invasores outra palavra. O substantivo limoeiro, por exemplo, é
junta médicos, bois, credores, exa- derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
minadores
LÍNGUA PORTUGUESA

júri jurados 4. Flexão dos substantivos

legião soldados, anjos, demônios O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
leva presos, recrutas vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
malta malfeitores ou desordeiros Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: me-
manada búfalos, bois, elefantes, ninão / Diminutivo: menininho

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A) Flexão de Gênero 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão - sul-
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas tana
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e fe-  Substantivos terminados em -or:
minino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
estes títulos de filmes:  Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
O velho e o mar sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa /
Um Natal inesquecível duque - duquesa / conde - condessa / profeta - pro-
Os reis da praia fetisa
 Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que po- final por -a: elefante - elefanta
dem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:  Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
A história sem fim no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
Uma cidade sem passado  Substantivos que formam o feminino de maneira es-
As tartarugas ninjas pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante-
riores: czar – czarina, réu - ré
5. Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
7. Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam mes
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem –
mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita Epicenos:
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
forma, que serve tanto para o masculino quanto para
o feminino. Classificam-se em: Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
se faz mediante a utilização das palavras “macho” e para indicar o masculino e o feminino.
“fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré ma- Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
cho e o jacaré fêmea. para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo. macho e fêmea.
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: indi- A cobra macho picou o marinheiro.
cam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
8. Sobrecomuns:
Substantivos de origem grega terminados em ema ou Entregue as crianças à natureza.
oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sin-
toma, o teorema. A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas-
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem
 Existem certos substantivos que, variando de gê- o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
nero, variam em seu significado: sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça A criança chorona chamava-se João.
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e a A criança chorona chamava-se Maria.
capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (cabelei-
ra, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de aumento); Outros substantivos sobrecomuns:
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão); o a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
praça (soldado raso) e a praça (área pública); o rádio (apa- criatura.
relho receptor) e a rádio (estação emissora). o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
LÍNGUA PORTUGUESA

6. Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Marcela faleceu

Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - 9. Comuns de Dois Gêneros:
aluna. Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
 Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino: freguês - freguesa Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
 Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
de três formas: vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.

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A distinção de gênero pode ser feita através da análise (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
cês - repórter francesa. (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
A palavra personagem é usada indistintamente nos dois ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acentuada (remador), a voga (moda).
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
os personagens dos contos de carochinha. B) Flexão de Número do Substantivo
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: O
problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam Em português, há dois números gramaticais: o singular,
a personagem. que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fo- indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
tográfico Ana Belmonte. do plural é o “s” final.

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó ) 11. Plural dos Substantivos Simples


pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o ma-
racajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o pro- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
clama, o pernoite, o púbis. “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, Exceção: cânon - cânones.
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
São geralmente masculinos os substantivos de origem “ns”: homem - homens.
grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o
edema, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o hema- Atenção:
toma. O plural de caráter é caracteres.
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções, no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. / col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma e cônsules.
Londres imensa e triste. Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. duas maneiras:
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
10. Gênero e Significação 2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.

Muitos substantivos, como já mencionado anterior- Observação:


mente, têm uma significação no masculino e outra no fe- A palavra réptil pode formar seu plural de duas manei-
minino. Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa, ras: répteis ou reptis (pouco usada).
indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite duas maneiras:
ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte 1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cis- acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
ma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a 2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
(cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural de
LÍNGUA PORTUGUESA

venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração três maneiras.


da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege- 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), Observação:
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re- Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente dois – e até três – plurais:

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aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião – anciões/anciães/anciãos
charlatão – charlatões/charlatães corrimão – corrimãos/corrimões
guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/vilões/vilães

Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex - os látex.

12. Plural dos Substantivos Compostos

A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que
formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os
substantivos simples: aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discus-
sões. Algumas orientações são dadas a seguir:

A) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:


substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

B) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:


verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

C) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:


substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-
-espada.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas

13. Casos Especiais

o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.

14. Plural das Palavras Substantivadas

As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes gramaticais usadas como substantivo apresentam, no plu-
ral, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis e
alguns dez.

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15. Plural dos Diminutivos 18. Plural com Mudança de Timbre

Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e Certos substantivos formam o plural com mudança de
acrescenta-se o sufixo diminutivo. timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Singular Plural
animai(s) + zinhos = animaizinhos
corpo (ô) corpos (ó)
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
esforço esforços
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
fogo fogos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
forno fornos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
fosso fossos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
imposto impostos
flore(s) + zinhas = florezinhas
olho olhos
mão(s) + zinhas = mãozinhas
osso (ô) ossos (ó)
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
ovo ovos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
poço poços
funi(s) + zinhos = funizinhos
porto portos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
posto postos
pai(s) + zinhos = paizinhos
tijolo tijolos
pé(s) + zinhos = pezinhos
pé(s) + zitos = pezitos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
16. Plural dos Nomes Próprios Personativos
Observação:
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de mo-
sempre que a terminação preste-se à flexão. lho (ó) = feixe (molho de lenha).
Os Napoleões também são derrotados.
As Raquéis e Esteres. Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
17. Plural dos Substantivos Estrangeiros
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin-
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- bom nome) e honras (homenagem, títulos).
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas com
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- sentido de plural:
quiens. Aqui morreu muito negro.
Observe o exemplo: Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
Este jogador faz gols toda vez que joga. improvisadas.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
C) Flexão de Grau do Substantivo

Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir


as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


do normal. Por exemplo: casa
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

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3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
do ser. Pode ser: sa escola neste ano.
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. adequada]
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- [neste: pronome que determina “ano” = concordância
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS dância inadequada]
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. 1. Pronomes Pessoais
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira São aqueles que substituem os substantivos, indicando
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
São Paulo: Saraiva, 2002. assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di-
SITE rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12. pessoa ou às pessoas de quem se fala.
php Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
PRONOME ou do caso oblíquo.
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
A) Pronome Reto
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
forma.
ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
O homem julga que é superior à natureza, por isso o ho-
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
mem destrói a natureza...
nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é su-
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
perior à natureza, por isso ele a destrói...
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos
(homem e natureza). gurado:

Grande parte dos pronomes não possuem significados 1.ª pessoa do singular: eu
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro 2.ª pessoa do singular: tu
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- 3.ª pessoa do singular: ele, ela
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos 1.ª pessoa do plural: nós
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- 2.ª pessoa do plural: vós
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes 3.ª pessoa do plural: eles, elas
têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação Esses pronomes não costumam ser usados como com-
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, plementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele
os pronomes apresentam uma forma específica para cada na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”-
pessoa do discurso. comuns na língua oral cotidiana - devem ser evitadas na
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
fala] Frequentemente observamos a omissão do pronome
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem formas verbais marcam, através de suas desinências, as
LÍNGUA PORTUGUESA

se fala] pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos


boa viagem. (Nós)
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- B) Pronome Oblíquo
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
através do pronome seja coerente em termos de gênero tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.

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Observação: Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
O pronome oblíquo é uma forma variante do pronome nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
que eles desempenham na oração: pronome reto marca o As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto.
da oração. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acor- Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da língua
do com a acentuação tônica que possuem, podendo ser formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
átonos ou tônicos. Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
2. Pronome Oblíquo Átono Não há nenhuma acusação contra mim.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não Não vá sem mim.
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
fraca: Ele me deu um presente. Há construções em que a preposição, apesar de surgir
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração
Lista dos pronomes oblíquos átonos cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter
1.ª pessoa do singular (eu): me sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser
2.ª pessoa do singular (tu): te do caso reto.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
1.ª pessoa do plural (nós): nos Não vá sem eu mandar.
2.ª pessoa do plural (vós): vos
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” está
correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”. A or-
dem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para mim!
FIQUE ATENTO! A combinação da preposição “com” e alguns pronomes
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, co-
peciais depois de certas terminações verbais: nosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequen-
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o temente exercem a função de adjunto adverbial de compa-
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao nhia: Ele carregava o documento consigo.
mesmo tempo que a terminação verbal é su- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: Ela
primida. Por exemplo: veio até mim, mas nada falou.
fiz + o = fi-lo Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
fazeis + o = fazei-lo inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
dizer + a = dizê-la prova, até eu! (= inclusive eu)
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
2. Quando o verbo termina em som nasal, o “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
pronome assume as formas no, nos, na, nas. reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, to-
Por exemplo: dos, ambos ou algum numeral.
viram + o: viram-no Você terá de viajar com nós todos.
repõe + os = repõe-nos Estávamos com vós outros quando chegaram as más no-
retém + a: retém-na tícias.
tem + as = tem-nas Ele disse que iria com nós três.

B.2 Pronome Oblíquo Tônico 3. Pronome Reflexivo


Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica expressa pelo verbo.
forte. Lista dos pronomes reflexivos:
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me lembro
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo disso.
LÍNGUA PORTUGUESA

2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo


3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Guilher-
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas me já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.

39
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio. 2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
com esta conquista. que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República,
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se agiu com propriedade.
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga. 3. Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores.
Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por
#FicaDica exemplo, estamos nos endereçando à excelência que
O pronome é reflexivo quando se refere à mes- esse deputado supostamente tem para poder ocupar
ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu o cargo que ocupa.
me arrumei e saí. 4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2.ª
É pronome recíproco quando indica recipro- pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
cidade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo- 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação
O “se” pode ser usado como palavra expletiva a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
ou partícula de realce, sem ser rigorosamente Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes-
necessária e sem função sintática: Os explora- sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
dores riam-se de suas tentativas. / Será que eles 5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
se foram?
ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida
inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a
chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te”
C) Pronomes de Tratamento ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na ter-
São pronomes utilizados no tratamento formal, cerimo- ceira pessoa.
nioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a
segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. Al- Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
guns exemplos: teus cabelos. (errado)
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
sos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior ou
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repúbli- teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
ca (sempre por extenso)
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universida- 4. Pronomes Possessivos
des
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de (coisa possuída).
igual categoria Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes de singular)
direito
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento ce-
NÚMERO PESSOA PRONOME
rimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus singular primeira meu(s), minha(s)
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senho- singular segunda teu(s), tua(s)
ra e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento singular terceira seu(s), sua(s)
familiar. Você e vocês são largamente empregados no por- plural primeira nosso(s), nossa(s)
tuguês do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso
LÍNGUA PORTUGUESA

frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem plural segunda vosso(s), vossa(s)
uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. plural terceira seu(s), sua(s)

Observações: Note que:


1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto
em relação à pessoa com quem falamos: Espero que possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele
V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. momento difícil.

40
Observações: C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se
1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar falará ou escreverá):
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obri- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer fazer
gado, seu José. referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos- Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, orto-
se. Podem ter outros empregos, como: grafia, concordância.
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende fa-
anos. zer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais desejamos!
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
Este e aquele são empregados quando se quer fazer re-
pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Exce- ferência a termos já mencionados; aquele se refere ao termo
lência trouxe sua mensagem? referido em primeiro lugar e este para o referido por último:
4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
e anotações. este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais aquele [Palmeiras])
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) ou
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
para que não ocorra redundância: Coloque tudo nos aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
respectivos lugares. aquele [Palmeiras])

5. Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou


invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
São utilizados para explicitar a posição de certa palavra
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser
Também aparecem como pronomes demonstrativos:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
A) Em relação ao espaço:  o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da pes- e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
soa que fala: aquilo.
Este material é meu. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da pes- indiquei.)
soa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Eu mesma refiz os exercícios.
se fala: Elas mesmas fizeram isso.
Aquele material não é nosso. Eles próprios cozinharam.
Vejam aquele prédio! Os próprios alunos resolveram o problema.
B) Em relação ao tempo:  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em  tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
relação à pessoa que fala:
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esta manhã farei a prova do concurso!
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou
então: este solteiro, aquele casado) - este se refere à
LÍNGUA PORTUGUESA

Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- pessoa mencionada em último lugar; aquele, à men-
rém relativamente próximo à época em que se situa a pes- cionada em primeiro lugar.
soa que fala: 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irô-
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! nica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamento 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
no tempo, referido de modo vago ou como tempo remoto: com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste,
Naquele tempo, os professores eram valorizados. desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava
vendo. (no = naquilo)

41
6. Pronomes Indefinidos São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada
um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo),
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
tidade indeterminada. Cada um escolheu o vinho desejado.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
-plantadas. 7. Pronomes Relativos

Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa São aqueles que representam nomes já mencionados
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- as orações subordinadas adjetivas.
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o = oração subordinada adjetiva).
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, bel- O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
trano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
Algo o incomoda? “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
Quem avisa amigo é. O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
me demonstrativo o, a, os, as.
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser Não sei o que você está querendo dizer.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quan- Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
tidade aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). expresso.
Cada povo tem seus costumes. Quem casa, quer casa.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Note que:
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora prono-
quantas.
mes indefinidos adjetivos:
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
Note que:
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs-
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu
Menos palavras e mais ações. antecedente for um substantivo.
Alguns se contentam pouco. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- qual)
riáveis e invariáveis. Observe: Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, quais)
vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as
muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quais)
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos,
vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que
algo, cada. podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que- motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu- Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual
LÍNGUA PORTUGUESA

ral é feito em seu interior). me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
Todo e toda no singular e junto de artigo significa intei- ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio
ro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) encantado: o sítio ou minha tia?).
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dú-
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) vidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-se
Trabalho todo dia. (= todos os dias) o qual / a qual)

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O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de
ser poeta, que era a sua vocação natural.
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente (o
ser possuído, com o qual concorda em gênero e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale a do
qual, da qual, dos quais, das quais.
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente)

Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se a)

“Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei tantos quantos foram necessários.
(antecedente)
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente)

O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.


É um professor a quem muito devemos.
(preposição)

“Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde
morava foi assaltada.

Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.

Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

 como (= pelo qual) – desde que precedida das palavras modo, maneira ou forma:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

 quando (= em que) – desde que tenha como antecedente um nome que dê ideia de tempo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente que
conversava, (que) ria, observava.

8. Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, refe-
rem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e
variações).
Com quem andas?
Qual seu nome?
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quan-
LÍNGUA PORTUGUESA

do desempenha função de complemento.


1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto.
Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).

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Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou  Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, lhe disse isso?
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos  Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
de preposição. se ofendem!
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que  Orações que exprimem desejo (orações optativas):
eu estava fazendo. Que Deus o ajude.
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim  A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
o que eu estava fazendo. reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o material
amanhã. / Tu sabes cantar?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do ver-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. bo. A mesóclise é usada:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro
Paulo: Saraiva, 2010. do pretérito, contanto que esses verbos não estejam pre-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação cedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: Reali-
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. zar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, paz no mundo.
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Repare que o pronome está “no meio” do verbo “reali-
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – zará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa-
São Paulo: Saraiva, 2002. lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
Veja: Não se realizará...
SITE Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php nessa viagem.

9. Colocação Pronominal (com presença de palavra que justifique o uso de prócli-


se: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanharia
nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
pronomes oblíquos átonos na frase.
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
#FicaDica  Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- Quando eu avisar, silenciem-se todos.
ção de complemento verbal (objeto). Por isso,  Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
memorize: era minha intenção machucá-la.
OBlíquo = OBjeto!  Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
inicia período com pronome oblíquo).
Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono-  Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- no concurso, mudo-me hoje mesmo!
vem ser observadas na linguagem escrita.  Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
posta fazendo-se de desentendida.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A
próclise é usada: 10. Colocação pronominal nas locuções verbais

 Quando o verbo estiver precedido de palavras  Após verbo no particípio = pronome depois do ver-
que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: bo auxiliar (e não depois do particípio):
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, Tenho me deliciado com a leitura!
jamais, etc.: Não se desespere! Eu tenho me deliciado com a leitura!
B) Advérbios: Agora se negam a depor. Eu me tenho deliciado com a leitura!
LÍNGUA PORTUGUESA

C) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem  Não convém usar hífen nos tempos compostos e nas
tudo! locuções verbais:
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Vamos nos unir!
forçou. Iremos nos manifestar.
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni-  Quando há um fator para próclise nos tempos com-
dade. postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pro-
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. nome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos
nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”).

44
11. Emprego de o, a, os, as B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exem-
 Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os plo: fala-r. São três as conjugações:
pronomes: o, a, os, as não se alteram. 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - E
Chame-o agora. - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
Deixei-a mais tranquila. C) Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
 Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo) /
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. D) Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
 Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, (singular ou plural):
na, nos, nas. falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (indi-
Chamem-no agora. ca a 3.ª pessoa do plural.)
Põe-na sobre a mesa.
FIQUE ATENTO!
#FicaDica O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
por, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
Dica da Zê! pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que sig- vogal “e”, apesar de haver desaparecido do in-
nifica “antes”! Pronome antes do verbo! finitivo, revela-se em algumas formas do ver-
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, bo: põe, pões, põem, etc.
em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome
depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do ver- 2. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
bo
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
opinei, aprenderão, amaríamos.
Paulo: Saraiva, 2010.
3. Classificação dos Verbos
SITE
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao-
-pronominal-.html Classificam-se em:
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi-
Observação: Não foram encontradas questões abran- cal inalterado durante a conjugação e desinências
gendo tal conteúdo. idênticas às de todos os verbos regulares da mesma
conjugação. Por exemplo: comparemos os verbos
“cantar” e “falar”, conjugados no presente do Modo
VERBO Indicativo:

Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme- canto falo


ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo cantas falas
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre canta falas
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno cantamos falamos
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
LÍNGUA PORTUGUESA

cantais falais
1. Estrutura das Formas Verbais cantam falam
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
os seguintes elementos:
A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signifi-
cado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
fal-am. (radical fal-)

45
#FicaDica
Observe que, retirando os radicais, as desinências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se idên-
ticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira
conjugação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Substitua o radical “cant” e coloque o “and”
(radical do verbo andar). Viu? Fácil!

B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.

Observação:
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/corrijo, fingir/
finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o fonema permanece inalterado.

C) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Os principais são adequar, precaver, computar,
reaver, abolir, falir.
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os prin-
cipais verbos impessoais são:

1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)

2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.

3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipoté-
tico, tornando-se, tais verbos, pessoais.

7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
LÍNGUA PORTUGUESA

E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar,
cricrilar, miar, latir, piar).

Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

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Principais verbos unipessoais:

 Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

 Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
LÍNGUA PORTUGUESA

dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).
H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso

47
numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

4. Conjugação dos Verbos Auxiliares

4.1. SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

4.2. SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

4.3. SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

4.4. SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


LÍNGUA PORTUGUESA

ser ser eu sendo sido


seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

48
4.5. ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

4.6. ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

4.7. ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

4.8. HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
LÍNGUA PORTUGUESA

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4.9. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

4.10. HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
Haverem

4.11. TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

4.12. TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham
LÍNGUA PORTUGUESA

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mes-
ma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
 Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

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A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia re-
flexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem.

 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto represen-
tado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo.
Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes
mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.

5. Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

6. Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo.
Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não apre-
senta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
LÍNGUA PORTUGUESA

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!

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Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o re-
sultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os
candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

8. Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele es-
tudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele pudes-
se, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à
loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
LÍNGUA PORTUGUESA

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

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TABELAS DAS CONJUGAÇÕES VERBAIS
1. Modo Indicativo
1.1. Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
1.2. Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM
1.3. Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
1.4. Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
LÍNGUA PORTUGUESA

cantAVA vendIA partIA


cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

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1.5. Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

1.6. Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

1.7. Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
LÍNGUA PORTUGUESA

54
1.8. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

1.9. Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obten-
do-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

1. Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
LÍNGUA PORTUGUESA

Ele canta Cante você Que ele cante


Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

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2. Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

3. Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

 O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php
LÍNGUA PORTUGUESA

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando se este é
paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

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B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:
O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1. Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposi-
ção de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
 Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
 A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das
frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)


O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)

Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Ob-
serve a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, seguido do
pronome apassivador “se”. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.

Observação:
O agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.
LÍNGUA PORTUGUESA

1.1 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto

A apostila foi comprada pelo concurseiro. (Voz Passiva)


Sujeito da Passiva Agente da Passiva

57
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o 2. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especia-
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo lizado – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC –
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. 2012) Está inadequado o emprego do elemento sublinhado
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. na seguinte frase:
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
mestres. a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao que
Eu o acompanharei. dispenso aos homens religiosos.
Ele será acompanhado por mim. b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de que
deveriam desviar-se todos os homens verdadeiramente
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não virtuosos.
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Pre- c) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescindir
judicaram-me. / Fui prejudicado. os que se dizem homens de fé.
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de fazer o
ou agente paciente. mesmo com aqueles que não a têm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Resposta: Letra C.


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Corrigindo o inadequado:
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento similar
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- ao que dispenso aos homens religiosos.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos
Paulo: Saraiva, 2010. de que deveriam desviar-se todos os homens verdadeira-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação mente virtuosos.
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que) não
podem prescindir os que se dizem homens de fé.
SITE Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que deixem
de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
EXERCÍCIOS COMENTADOS 3. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especializa-
do – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC – 2012)
1. (TST – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus
FCC – 2012) As vitórias no jogo interior talvez não acres- despertariam a ira de qualquer fanático, a forma verbal
centem novos troféus, mas elas trazem recompensas valio- obtida será:
sas, [...] que contribuem de forma significativa para nosso
sucesso posterior, tanto na quadra como fora dela. a) seria despertada.
Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos b) teria sido despertada.
verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os ele- c) despertar-se-á.
mentos sublinhados na frase acima, na ordem dada, por: d) fora despertada.
e) teriam despertado.
a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem
b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem Resposta: Letra A.
c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático
d) acrescentariam − trariam− contribuíram Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A ira de
e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram qualquer fanático seria despertada pelos ateus.
GABARITO OFICIAL: A
Resposta: Letra E.
Questão que envolve correlação verbal. Realizando as 4. (TST – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Es-
alterações solicitadas, segue como ficariam (em desta- pecialidade Segurança Judiciária – FCC – 2012)
que): ...ela nunca alcançava a musa.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribui- Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma ver-
riam bal resultante será:
Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam
Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contribuí- a) alcança-se.
ram b) foi alcançada.
Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram c) fora alcançada.
Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contribuí- d) seria alcançada.
ram = correta e) era alcançada.

58
Resposta: Letra E. Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente costu-
Temos um verbo na voz ativa, então teremos dois na mam sobrevir consequências imprevistas e injustas.
passiva (auxiliar + o verbo da oração da ativa, no mes- Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade, re-
mo tempo verbal, forma particípio): A musa nunca era comenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
alcançada por ela. O verbo “alcançava” está no pretérito humana.
imperfeito, por isso o auxiliar tem que estar também (é
= presente, foi = pretérito perfeito, era = imperfeito, fora 7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Analista Judiciário – Área
= mais que perfeito, será = futuro do presente, seria = Administrativa – FCC – 2016 ) ... para quem Manoel de
futuro do pretérito). Barros era comparável a São Francisco de Assis...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
5. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especia- frase acima está em:
lizado – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC
– 2012) Aos poucos, contudo, fui chegando à constatação a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
de que todo perfil de rede social é um retrato ideal de nós b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espa-
mesmos. ço...
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra altera- c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Char-
ção seja feita na frase, o elemento grifado pode ser subs- les Baudelaire.
tituído por: d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros
na literatura...
a) ademais. e) ... para depois casá-las...
b) conquanto.
c) porquanto. Resposta: Letra A.
d) entretanto. “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicativo.
e) apesar. Procuremos nos itens:
Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
Resposta: Letra D. Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do Indi-
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa oposi- cativo
ção). A substituição deve utilizar outra de mesma clas- Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito
sificação, para que se mantenha a ideia do período. A do Indicativo
correta é entretanto. Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi-
cativo
6. (TST – Analista Judiciário – Área Administrativa Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
– FCC – 2012) O verbo indicado entre parênteses deverá elas)
flexionar-se no singular para preencher adequadamente a
lacuna da frase: 8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – Analista Judiciário – Área
Administrativa – FCC – 2016 ) Aí conheci o escritor e his-
a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de toriador de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Alves Cos-
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. ta. E foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião.
b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre o Considerando-se a norma-padrão da língua, ao reescrever-
peso de suas mais graves decisões. -se o trecho acima em um único período, o segmento des-
c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer) tacado deverá ser antecedido de vírgula e substituído por
tomar decisões sem medir suas consequências.
d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (costu- a) perante ao qual
mar) sobrevir consequências imprevistas e injustas. b) de cujo
e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco- c) o qual
menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor d) frente à quem
humana. e) de quem

Resposta: Letra C. Resposta: Letra E.


Flexões em destaque e sublinhei os termos que estabe- Voltemos ao trecho: ... meu saudoso amigo Alcino Alves
lecem concordância: Costa. E foi dele que ouvi oralmente... = a única alterna-
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar de tiva que substitui corretamente o trecho destacado é “de
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. quem ouvi oralmente”.
Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir
sobre o peso de suas mais graves decisões.
Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocorre
tomar decisões sem medir suas consequências. = Isso
não ocorre aos governantes – uma oração exerce a fun-
ção de sujeito (subjetiva)

59
9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC – Técnico Judiciário Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indica-
– FCC – 2016) “Isto pode despertar a atenção de outras tivo
pessoas que tenham documentos em casa e se disponham Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo
a trazer para a Academia, que é a guardiã desse tipo de Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do Indi-
acervo, que é muito difícil de ser guardado em casa, pois o cativo
tempo destrói e aqui temos a melhor técnica de conservação
de documentos”, disse Cavalcanti. 12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Técnico Judiciário – FCC
O termo sublinhado faz referência a – 2016) O modelo ainda dominante nas discussões ecoló-
gicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
a) pessoas. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
b) acervo. verbal resultante será:
c) Academia.
d) tempo. a) é privilegiado.
e) casa. b) sendo privilegiadas.
c) são privilegiados.
Resposta: Letra B. d) foi privilegiado.
Ao trecho: a guardiã desse tipo de acervo, que (o qual) é e) são privilegiadas.
muito difícil de ser guardado...
Resposta: Letra C.
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC – Técnico Judiciário – FCC Há um verbo na ativa, então teremos dois na passiva
– 2016) O marechal organizou o acervo... (auxiliar + o particípio de “privilegia”) = O Estado e o
A forma verbal está corretamente transposta para a voz mundo são privilegiados pelo modelo ainda dominante.
passiva em:
13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Técnico Judiciário – FCC
a) estava organizando – 2016 ) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
b) tinha organizado com a norma culta na seguinte frase:
c) organizando-se
d) foi organizado a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
e) está organizado não poderia receber qualquer tipo de retificação.
b) Os documentos com assinatura digital disporam de al-
Resposta: Letra D. goritmos de criptografia que os protegeram.
Temos: sujeito (o marechal), verbo na ativa (organizou) e c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
objeto (o acervo). Como há um verbo na ativa, ao pas- contar com a proteção de uma assinatura digital.
sarmos para a passiva teremos dois (o auxiliar no mesmo d) Quem se propor a alterar um documento criptografado
tempo que o verbo da ativa + o particípio do verbo da deve saber que comprometerá sua integridade.
voz ativa = organizado). O objeto exercerá a função de e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
sujeito paciente, e o sujeito da ativa será o agente da comprometer a integridade dos documentos.
passiva (ufa!). A frase ficará: O acervo foi organizado pelo
marechal. Resposta: Letra E.
Em “a”: Para que se mantesse (mantivesse) sua autenti-
11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC cidade, o documento não poderia receber qualquer tipo
– 2016) Precisamos de um treinador que nos ajude a co- de retificação.
mer... Em “b”: Os documentos com assinatura digital disporam
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sub- (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os pro-
linhado acima está também sublinhado em: tegeram.
Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos po-
a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou as deram (puderam) contar com a proteção de uma assina-
amas... tura digital.
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches. Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu-
c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in- mento criptografado deve saber que comprometerá sua
dústria de consumo... integridade.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) E, mesmo que se esforcem muito [...] Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie-
e) Hoje há algo novo nesse cenário. rem sem comprometer a integridade dos documentos
= correta
Resposta: Letra D.
que nos ajude = presente do Subjuntivo
Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e também
mais-que-perfeito) do Indicativo

60
14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN – Técnico Judiciário – FCC – 16. (PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – Vunesp
2017) Sessenta anos de história marcam, assim, a trajetória – 2014) Assinale a alternativa em que a palavra em desta-
da utopia no país. que na frase pertence à classe dos adjetivos (palavra que
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma qualifica um substantivo).
verbal resultante será:
a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
a) foram marcados. tanásia...
b) foi marcado. b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
c) são marcados. c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar a
d) foi marcada. morte.
e) é marcada. d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
e) E como seria a verdadeira boa morte?
Resposta: Letra E.
Temos um verbo (no tempo presente) na ativa, então te- Resposta: Letra E.
remos dois na passiva (auxiliar [no tempo presente] + Em “a”: Existe grande confusão = substantivo
particípio de “marcam”) = Assim, a trajetória da utopia Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a morte
do país é marcada pelos sessenta anos de história. = pronome
Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando dis-
15. (Polícia Militar do Estado de São Paulo – Soldado tanciar a morte = substantivo
PM 2.ª Classe – Vunesp – 2017) Considere as seguintes Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
frases: Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = adjetivo
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição. 17. (PC-SP – Escrivão de Polícia – Vunesp – 2014) As for-
Terceiro, rabisque! mas verbais conjugadas no modo imperativo, expressando
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos ordem, instrução ou comando, estão destacadas em
empregados nessas frases está em destaque em:
a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem níti-
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com das na memória: são aqueles donos de qualidades in-
que o cérebro humano não considere útil gravar esses comuns.
dados [...] b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e quase
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-nú- não acreditei no que ouvi.
mero de informações. c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais pro estúdio e ponha a rádio no ar.
dele... d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e o
morou quando era criança? locutor não chegava para os textos de abertura, publi-
e) É o que mostra também uma pesquisa recente conduzi- cidade, chamadas.
da pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
Resposta: Letra D. quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo suando frio e atentos às suas finas e cortantes palavras.
(expressam ordem). Vamos aos itens:
Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos fa- Resposta: Letra C.
zem = presente do Indicativo Aos itens:
Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do In- Em “a”: há = presente / acabam = presente / são = pre-
dicativo sente
Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = pretérito
= presente do Indicativo perfeito
Em “d”: Pense rápido: = Imperativo Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = presen- imperativo afirmativo (ordens)
te do Indicativo Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = pretérito
imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio

61
18. (PC-SP – Agente de Polícia – Vunesp – 2013) Em – O 21. (PC-SP – Escrivão de Polícia – Vunesp – 2013)
destino me prestava esse pequeno favor: completava minha Assinale a alternativa que completa respectivamente as
identificação com o resto da humanidade, que tem sempre lacunas, em conformidade com a norma-padrão de con-
para contar uma história de objeto achado; – o pronome em jugação verbal.
destaque retoma a seguinte palavra/expressão: Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
quando __________ um diploma de mestrado, mas há aque-
a) o resto da humanidade. les que _________ de opinião e procuram investir em cursos
b) esse pequeno favor. profissionalizantes.
c) minha identificação.
d) O destino. a) obtiver … divirgem
e) completava. b) obter … divergem
c) obtesse … devirgem
Resposta: Letra A. d) obter … divirgem
Completava minha identificação com o resto da humani- e) obtiver … divergem
dade, que (a qual) tem sempre para contar uma história
de objeto achado = pronome relativo que retoma o resto Resposta: Letra E.
da humanidade. Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
quando obtiver um diploma de mestrado, mas há aque-
19. (PC-SP – Agente de Polícia – Vunesp – 2013) Consi- les que divergem de opinião e procuram investir em
dere o trecho a seguir. cursos profissionalizantes.
É comum que objetos ____________ esquecidos em locais
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se 22. (PC-SP – Auxiliar de Necropsia – Vunesp – 2014) Con-
as pessoas __________ a atenção voltada para seus perten- siderando que o adjetivo é uma palavra que modifica o subs-
ces, conservando-os junto ao corpo. tantivo, com ele concordando em gênero e número, assinale a
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- alternativa em que a palavra destacada é um adjetivo.
mente, as lacunas do texto.
a) ... um câncer de boca horroroso, ...
a) sejam ... mantesse b) Ele tem dezesseis anos...
b) sejam ... mantém c) Eu queria que ele morresse logo, ...
c) sejam ... mantivessem d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às famí-
d) seja ... mantivessem lias.
e) seja ... mantêm e) E o inferno não atinge só os terminais.

Resposta: Letra C. Resposta: Letra A.


Completemos as lacunas e depois busquemos o item Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo
correspondente. A pegadinha aqui é a conjugação do Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral
verbo “manter”, no presente do Subjuntivo (mantiver): Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
É comum que objetos sejam esquecidos em locais públi- Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança às
cos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as famílias = substantivo
pessoas mantivessem a atenção voltada para seus per- Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs-
tences, conservando-os junto ao corpo. tantivo

20. (PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – Vunesp 23. (Polícia Civil-SP – Perito Criminal – Vunesp – 2013)
– 2013) Nas frases – Não vou mais à escola!… – e – Hoje Observe os enunciados:
estão na moda os métodos audiovisuais. – as palavras em • A Guerra do Vietnã se faz presente até hoje.
destaque expressam, correta e respectivamente, circuns- • A probabilidade de um veterano branco ser preso por um
tâncias de crime violento é significativamente mais alta do que...
Os advérbios em destaque expressam, respectivamente,
a) dúvida e modo. circunstâncias de
b) dúvida e tempo.
c) modo e afirmação. a) lugar e modo.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) negação e lugar. b) tempo e intensidade.


e) negação e tempo. c) modo e intensidade.
Resposta: Letra E. d) tempo e causa.
“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de tem- e) tempo e modo.
po.
Resposta: Letra E.
“Hoje” = tempo; geralmente os advérbios terminados
em “-mente” são de modo (= com significância).

62
• pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE”. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.
Que vida é essa?

A palavra que em português pode ser: Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quanto
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de excla- subordinadas, daí classificar-se como conjunção coordena-
mação. Usa-se também a variação o quê! A palavra que não tiva ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
exerce função sintática quando funciona como interjeição. conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que re-
Quê! Você ainda não está pronto? cebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
O quê! Quem sumiu? Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
plicativa)
Substantivo: equivale a alguma coisa. Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro consecutiva)
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tônico
terminado em e. Como substantivo, designa também a 16ª Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for substan- palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
tivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe de integrante.
palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, Desejo que você venha logo.
etc.) A palavra se
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de A palavra se, em português, pode ser:
núcleo do objeto direto)
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
que o auxiliar é o verboter. vra se pode ser:
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não * conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração
exerce função sintática. subordinada substantiva.
Tenho que sair agora. Perguntei se ele estava feliz.
* conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Ele tem que dar o dinheiro hoje.
ção adverbial condicional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática;
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
Como partícula expletiva, aparece também na expressão é indica, é usada apenas para dar realce.
que. Passavam-se os dias e nada acontecia.
Quase que não consigo chegar a tempo. Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Elas é que conseguiram chegar. verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. sintática.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala- Ele arrependeu-se do que fez.
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
caso, de intensidade. Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob-
Que lindas flores! jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi-
Que barato! va sintética. É também chamada de pronome apassivador.
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: apassivar o verbo.
• pronome relativo: retoma um termo da oração ante- Vendem-se casas.
cedente, projetando-o na oração consequente. Equivale a o Aluga-se carro.
qual e flexões. Compram-se joias.
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


• pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um
pronome substantivo ou pronome adjetivo. verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito indeter-
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for minado. Não exerce propriamente uma função sintática, seu
pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun- papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de que, nesse
ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular.
objeto indireto, etc.) Trabalha-se de dia.
Que aconteceu com você? Precisa-se de vendedores.

63
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome “Pegue um jornal
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su- Pegue a tesoura.
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí- Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), dar a seu poema.
podendo assumir as seguintes funções sintáticas: Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema
* objeto direto dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio
Ele cortou-se com o facão. ato de fazer um poema.

* objeto indireto Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer


Ele se atribui muito valor. uma relação com o emissor, um contato para verificar
se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a
* sujeito de um infinitivo conversa. Quando estamos em um diálogo, por exemplo,
“Sofia deixou-se estar à janela.” e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos
utilizando este tipo de função; ou quando atendemos o
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi-
celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm
Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus
sentimentos através de textos que podem ser enfatizados
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo,
DA LINGUAGEM. além de elaborar novas possibilidades de combinações
dos signos linguísticos. É presente em textos literários,
publicitários e em letras de música.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de
Função referencial ou denotativa: transmite uma Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a
informação objetiva, expõe dados da realidade de modo ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente,
o texto se apresenta na terceira pessoa do singular ou plural, ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO
pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa,
ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
da que está exposta. Em alguns textos é mais predominante informação a alguém. Quem se comunica pretende criar
essa função, como nos científicos, jornalísticos, técnicos, uma imagem positiva de si mesmo por exemplo, a de um
didáticos ou em correspondências comerciais. sujeito educado, ou inteligente, ou culto; quer ser aceito,
deseja que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em
Função emotiva ou expressiva: o objetivo do síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo
emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele
transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem propõe.
é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta- Se essa é a finalidade última de todo ato de
se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, comunicação, todo texto contém um componente
interrogação e reticências) é uma característica da função
argumentativo. A argumentação é o conjunto de recursos
emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e
de natureza linguística destinados a persuadir a pessoa a
reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em
quem a comunicação se destina. Está presente em todo
poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de pontos de vista defendidos.
influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por As pessoas costumam pensar que o argumento seja
meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível
ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam para comprovar a veracidade de um fato. O argumento
estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na é mais que isso: como se disse acima, é um recurso de
2.ª ou 3.ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar linguagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo
LÍNGUA PORTUGUESA

seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está
em textos publicitários, em discursos políticos ou de sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
autoridade. da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de
recursos de linguagem.
Função metalinguística: Essa função se refere à Para compreender claramente o que é um argumento,
metalinguagem, que é quando o emissor explica um é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século
código usando o próprio código. Quando um poema fala lV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são
da própria ação de se fazer um poema, por exemplo: úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”.

64
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma estiverem de acordo com suas crenças, suas expectativas,
desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos seus valores. Não se pode convencer um auditório
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele
escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza abomina. Será mais fácil convencêlo valorizando coisas que
e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja
das duas é mais desejável. O argumento pode então ser vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
definido como qualquer recurso que torna uma coisa mais nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente
desejável que outra. Isso significa que ele atua no domínio não surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado
do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, um argumento está vinculado ao que é valorizado ou
mais possível que a outra, mais desejável que a outra, é desvalorizado numa dada cultura.
preferível à outra.
O objetivo da argumentação não é demonstrar a
verdade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
verdadeiro o que o enunciador está propondo. COESÃO TEXTUAL: EMPREGO DE
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO,
argumentação. O primeiro opera no domínio do necessário, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO,
ou seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva DE CONECTORES E DE OUTROS
necessariamente das premissas propostas, que se deduz ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO
obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio TEXTUAL; EMPREGO DE TEMPOS E
lógico, as conclusões não dependem de crenças, de uma MODOS VERBAIS.
maneira de ver o mundo, mas apenas do encadeamento de DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
premissas e conclusões. COERÊNCIA TEXTUAL.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte
encadeamento:
A é igual a B. COESÃO E COERÊNCIA
A é igual a C.
Então: C é igual a A. Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
riamente, que C é igual a A. do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
Outro exemplo: estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
Todo ruminante é um mamífero. falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
A vaca é um ruminante. a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
Logo, a vaca é um mamífero. elementos que compõem a oração, como também entre a
sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
conclusão também será verdadeira. em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. cesso têm com o tema.
Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
Por isso, devese mostrar que ela é a mais desejável, a ginária - composta de termos e expressões - que une os
mais provável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
uma propaganda dizendose mais confiável do que os de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
concorrentes porque existe desde a chegada da família ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendonos que um tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre a orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta re daí a coerência textual.
tem peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
um banco. Portanto é provável que se creia que um banco apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
mais antigo seja mais confiável do que outro fundado há rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
dois ou três anos. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
LÍNGUA PORTUGUESA

Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
quase impossível, tantas são as formas de que nos valemos prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
isso, é importante entender bem como eles funcionam. Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
Já vimos diversas características dos argumentos. não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
É preciso acrescentar mais uma: o convencimento do Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
interlocutor, o auditório, que pode ser individual ou e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
coletivo, será tanto mais fácil quanto mais os argumentos des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.

65
Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam
imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases os participantes do ato do discurso. Os pronomes demons-
estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se trativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como
de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os advérbios de tempo, referenciam o momento da enuncia-
os elementos que compõem a estrutura textual. ção, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou pos-
terioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (pre-
FORMAS DE SE GARANTIR A COESÃO ENTRE OS sente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias,
ELEMENTOS DE UMA FRASE OU DE UM TEXTO: antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano,
depois de (futuro).”
 Substituição de palavras com o emprego de sinô- A coerência de um texto está ligada:
nimos - palavras ou expressões do mesmo campo 1. à sua organização como um todo, em que devem estar
associativo. assegurados o início, o meio e o fim;
 Nominalização – emprego alternativo entre um ver- 2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto
bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (des- técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada em
gastar / desgaste / desgastante). comprovações, apresentação de estatísticas, relato de expe-
 Emprego adequado de tempos e modos verbais: riências; um texto informativo apresenta coerência se tra-
Embora não gostassem de estudar, participaram da balhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos,
aula. por outro lado, trabalham com a linguagem figurada, livre
 Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre- associação de ideias, palavras conotativas.
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira, REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Sua Santidade participou de uma reunião com a Pre- Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
sidente Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumpri- – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
mentava as pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
guarda respeito por elas.
 Uso de hipônimos – relação que se estabelece com SITE
base na maior especificidade do significado de um http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html
(mais genérico).
 Emprego de hiperônimos - relações de um termo
de sentido mais amplo com outros de sentido mais EXERCÍCIOS COMENTADOS
específico. Por exemplo, felino está numa relação de
hiperonímia com gato.
 Substitutos universais, como os verbos vicários.
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces-
pe – 2014 – adaptada)
AJUDA DA ZÊ:
Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado
Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs esta demons-
no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo fa- tração no Livro II d’O Capital, que não há produção possível
zer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque preci- sem que seja assegurada a reprodução das condições ma-
so. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”, evitando teriais da produção: a reprodução dos meios de produção.
repetição desnecessária. Qualquer economista, que neste ponto não se distingue
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- de qualquer capitalista, sabe que, ano após ano, é preciso
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, prever o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- na produção: matéria-prima, instalações fixas (edifícios),
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida instrumentos de produção (máquinas) etc. Dizemos: qual-
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se quer economista é igual a qualquer capitalista, pois ambos
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- exprimem o ponto de vista da empresa.
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
relação entre as duas orações). Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Esta-
do. 3.ª ed. Lisboa: Presença, 1980 (com adaptações).
LÍNGUA PORTUGUESA

Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro-


priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao Julgue os itens a seguir, a respeito dos sentidos do texto
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de acima.
progressão textual, dada sua característica: são elementos No texto, os termos “matéria-prima”, “instalações fixas
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (edifícios)” e “instrumentos de produção (máquinas)” são
nentes da situação comunicativa. exemplos de “meios de produção”.
Já os componentes concentram em si a significação. Eli-
sa Guimarães ensina-nos a esse respeito: ( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Certo. Voltemos ao texto: (...) é preciso prever do governo não devia ser entregar... Haveria correção
o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa na gramatical, mas mudaríamos o sentido do texto, já que
produção: matéria- -prima, instalações fixas (edifí- no original o que se quer dizer é o primeiro cuidado do
cios), instrumentos de produção (máquinas) etc. governo deve ser o de não entregar a particulares; com
Os dois-pontos são utilizados para exemplificar o ter- a alteração: o primeiro cuidado do governo não deve ser
mo antecedente (produção), portanto a afirmação está o de entregar a particulares, ou seja, ele tem que tomar
correta. cuidado com outras coisas primeiramente, depois com
este fato.
2. (EBSERH – Conhecimentos Básicos para todos os
Cargos de Nível Superior – Cespe – 2018 – adaptada) 3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totali-
Texto CB1A1AAA dade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção
de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que
Já houve quem dissesse por aí que o Rio de Janeiro é a ci- se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de
dade das explosões. Na verdade, não há semana em que os alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural. todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação
A ideia que se faz do Rio é a de que é ele um vasto paiol, e do mundo.
que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como se Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Re-
estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando nascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
uma fortaleza cheia de explosivos terríveis. Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).
Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego útil;
mas, se ela é indispensável para certos fins industriais, con- Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual
vinha que se averiguassem bem as causas das explosões, se “O riso”.
são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removi-
das na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem ( ) CERTO ( ) ERRADO
dado e creio que até hoje não têm as autoridades chegado
a resultados positivos. Resposta: Certo. Vamos ao texto: O riso é tão universal
Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submetidas a como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo
dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido (...). Os termos destacados se relacionam. O pronome
essa a explicação para uma série de acidentes bastante do- “ele” retoma o sujeito “riso”.
lorosos, a começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem
esquecer também o do Aquidabã.
Noticiam os jornais que o governo vende, quando avariada, REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS
grande quantidade dessas pólvoras. DO TEXTO: SIGNIFICAÇÃO DAS
Tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia ser
PALAVRAS; SUBSTITUIÇÃO DE
não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que ex-
plodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas
PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO;
em constante perigo. REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE
Creio que o governo não é assim um negociante ganancio- ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEXTO;
so que vende gêneros que possam trazer a destruição de REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES
vidas preciosas; e creio que não é, porquanto anda sempre GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE.
zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos
suicidas. Há sempre no Estado curiosas contradições.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
Lima Barreto Pólvora e cocaína In: Vida urbana, 5/1/1915 ESTRUTURAS
Internet: <www dominiopublico gov br> (com adaptações)
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase
A correção gramatical do penúltimo parágrafo do texto se- leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um
ria preservada, embora seu sentido fosse alterado, caso o texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen-
advérbio “não” fosse deslocado para imediatamente após te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar
“governo”. e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo,
LÍNGUA PORTUGUESA

do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem


( ) CERTO ( ) ERRADO acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever.
Resposta: Certo. Voltemos ao texto: (...) Tudo indica que Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos
o primeiro cuidado do governo devia ser não entregar a escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne-
particulares tão perigosas pólvoras, que explodem assim cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas em constante das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as-
perigo. Façamos a alteração proposta: o primeiro cuidado sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores.

67
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Para normalmente são representadas por adjuntos adver-
tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, biais de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das ve-
conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramática que zes, quando queremos recordar algo ou narrar uma
estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no história, existe a tendência a colocar os adjuntos nos
discurso, bem como a relação lógica das frases entre si”; ou começos das frases:
em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistura”, isto é, sa- “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
ber misturar as palavras de maneira a produzirem um sen- nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tido evidente para os receptores das nossas mensagens. tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Observe:
1. A desemprego globalização no Brasil e no na está La- Observações:
tina América causando. Tais construções não estão erradas, mas rompem com
2. A globalização está causando desemprego no Brasil e a ordem direta;
na América Latina. É preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas
frases que não têm sujeito, somente predicado. Por exem-
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma plo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo.
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de São quatro horas agora;
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação Outras frases são construídas com verbos intransitivos,
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de que não têm complemento:
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ ad-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- junto adverbial)
tural do mundo atual.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
1. A Ordem dos Termos na Frase Há ainda frases nominais que não possuem verbos:
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem
Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos
ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
existentes nelas.
Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
Levando em consideração a ordem direta, podemos es-
mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
tabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:
tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
Se os termos estão colocados na ordem direta não ha-
acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
verá a necessidade de vírgulas. A frase 2 é um exemplo
zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von- disto:
tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode- A globalização está causando desemprego no Brasil e na
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira: América Latina.
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração
sando desemprego. por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, ape- mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re-
nas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a al- gra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja:
guns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas. A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” cau-
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e sam desemprego…
o que mais nos auxilia na organização de um período, pois (três núcleos do sujeito)
facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos A globalização causa desemprego no Brasil, na América
frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga- Latina e na África.
nizadas aos nossos leitores. (três adjuntos adverbiais)
O básico para a organização sintática das frases é a or-
dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu- A globalização está causando desemprego, insatisfação e
ram tal ordem da seguinte maneira: sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. (três
complementos verbais)
LÍNGUA PORTUGUESA

SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+ CIR-


CUNSTÂNCIAS B) Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar
com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu
A globalização + está causando+ desemprego + no complemento, nem o complemento e as circunstân-
Brasil nos dias de hoje. cias, ou seja, não devemos separar com vírgula os
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção:
contêm todos estes elementos, portanto cabem algumas O Brasil, será feliz.
observações: A globalização causa, o desemprego.

68
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Observação:
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, Quanto à equivalência e transformação de estruturas,
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é um exemplo muito comum cobrado em provas é o enun-
a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em ciado trazer uma frase no singular e pedir a passagem para
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a mudança
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com de tempos verbais.
vírgulas. Vejamos:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de século SITE
XX, causa desemprego no Brasil. http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/
sujeito e o verbo.
ANÁLISE E TIPO DE DISCURSO
Outros exemplos:
A Análise do Discurso é uma prática da linguística no
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, campo da Comunicação, e consiste em analisar a estrutura
está causando desemprego no Brasil e na América Latina. de um texto e, a partir disto, compreender as construções
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada. ideológicas presentes no mesmo.
As orações adjetivas explicativas desempenham fre- O discurso em si é uma construção linguística atrelada
quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati- ao contexto social no qual o texto é desenvolvido. Ou seja,
vo, por isto são também isoladas por vírgula. as ideologias presentes em um discurso são diretamente
determinadas pelo contexto político-social em que vive o
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil… seu autor. Mais que uma análise textual, a análise do Dis-
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu curso é uma análise contextual da estrutura discursiva em
complemento. questão.
Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso como
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, uma construção de características sociais. A sociedade que
no Brasil…
promove o contexto do discurso analisado é a base de toda
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
a estrutura do texto, atrelando, deste modo, todo e qual-
tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
quer elemento que possa fazer parte do sentido do discur-
ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
so. O texto só pode assim ser chamado se o seu receptor
verbal e os adjuntos).
for capaz de compreender o seu sentido, e isto cabe ao
autor do texto e à atenção que o mesmo der ao contex-
Observação:
to da construção de seu discurso. É a relação básica para
A simples negação em uma frase não exige vírgula: A
a existência da comunicação verbal: emissão – recepção –
globalização não causou desemprego no Brasil e na América
Latina. compreensão.
As práticas discursivas geram também outros âmbitos
C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, de análise do discurso, como o Universo de Concorrências,
tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra que consiste na competição entre vários emissores para
n.º 3 da colocação da vírgula. atingir um mesmo público-alvo. A partir disto, os emisso-
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- res precisam inteirar-se do contexto da vida do seu recep-
sando desemprego… tor, para que deste modo possam interpelá-lo segundo sua
No fim do século XX, a globalização causou desemprego própria ideologia, fazendo com que sua mensagem seja
no Brasil… recebida e assimilada pelo receptor sem que o mesmo per-
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente ceba que está sendo alvo de uma tentativa de convenci-
se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. mento, por assim dizer.
Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá- Dentro da análise do Discurso há também o discurso
tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas estético, feito por meio de imagens, e que interpelam o
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais indivíduo através de sua sensibilidade, que está ligada ao
que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais, seu contexto também. A sensibilidade de um indivíduo se
isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos: define a partir do que, ao longo de sua vida, torna-se im-
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o século XX estava terminando, a globalização portante e desperta-lhe sentimentos. Com isto, podemos
começou a causar desemprego. analisar as artes produzidas em diferentes épocas da his-
Enquanto os países portadores de alta tecnologia desen- tória em todo o mundo e perceber as diferentes formas de
volvem-se, a globalização causa desemprego nos países po- interpelação e contextualidade presentes nas mesmas. O
bres. discurso estético tem a mesma capacidade ideológica que
Durante o século XX, a Globalização causou desemprego o discurso verbal, com a vantagem de atingir o indivíduo
no Brasil. esteticamente, o que pode render muito mais rapidamente
o sucesso do discurso aplicado.

69
A partir na análise de todos os aspectos do discurso Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de
chega-se ao mais importante: o sentido. O sentido do dis- comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão,
curso não é fixo, por vários motivos: pelo contexto, pela es- jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de
tética, pela ordem do discurso, pela sua forma de constru- serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, co-
ção. O sentido do discurso encontra-se sempre em aberto laborando na educação;
para a possibilidade de interpretação do seu receptor. O B) a língua funcional de modalidade popular; língua
efeito do discurso é, claramente, transmitir uma mensagem popular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as
e alcançar um objetivo premeditado através da interpreta- mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
ção e interpelação do indivíduo alvo.
1.3. Norma culta
1. Tipos de Discurso: direto, indireto e indireto livre
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
1.1. Vozes do Discurso do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
Ao lermos um texto, observamos que há um narrador ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
- que é quem conta o fato. Esse locutor ou narrador pode las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e
introduzir outras vozes no texto para auxiliar a narrativa. criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ-
Para fazer a introdução dessas outras vozes no texto, a voz mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:
principal ou privilegiada - o narrador - usa o que chama- Estou preocupado. (norma culta)
mos de discurso. O que vem a ser discurso dentro do texto? Tô preocupado. (língua popular)
É a forma como as falas são inseridas na narrativa. Ele pode Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
ser classificado em: direto, indireto e indireto livre.
A) Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua;
dito por alguém. Um bom exemplo de discurso direto são urge conhecer a língua popular, captando-lhe a esponta-
as citações ou transcrições exatas da declaração de alguém. neidade, expressividade e enorme criatividade, para viver;
 Primeira pessoa (eu, nós) – é o narrador quem fala, urge conhecer a língua culta para conviver.
usando aspas ou travessões para demarcar que está Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor-
reproduzindo a fala de outra pessoa: “Não gosto dis- mas da língua culta.
so” – disse a menina em tom zangado.
1.4. O conceito de erro em língua
B) Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias
palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos en- Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
tão uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens casos de ortografia. O que normalmente se comete são
passam pela elaboração da fala do narrador. transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num
 Terceira pessoa - ele(s), ela(s) – O narrador só usa momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa-
sua própria voz, o que foi dito pela personagem passa pela lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride
elaboração do narrador. Não há uma pontuação específica a norma culta.
que marque o discurso indireto: A menina disse em tom Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala,
zangado, que não gostava daquilo. transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa
C) Discurso indireto livre: É um discurso no qual há praia, vestido de fraque e cartola.
uma maior liberdade, o narrador insere a fala do persona- Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
gem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
direto. É necessário que se tenha atenção para não confun- das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
dir a fala do narrador com a fala do personagem, pois esta gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
surge de repente em meio à fala do narrador: A menina pe- perfeitamente normais construções do tipo:
rambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! Eu não vi ela hoje.
E parecia que ninguém a ouvia. Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
1.2. Níveis de Linguagem Eu te amo, sim, mas não abuse!
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
LÍNGUA PORTUGUESA

A língua é um código de que se serve o homem para Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
A) a língua funcional de modalidade culta, língua é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
culta ou língua-padrão, que compreende a língua literá- por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
ria, tem por base a norma culta, forma linguística utilizada seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. alteram:

70
Eu não a vi hoje. Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importância.
Ninguém o deixou falar. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua
Deixe-me ver isso! falada com base na língua escrita, considerada superior. De-
Eu te amo, sim, mas não abuses! correm daí as correções, as retificações, as emendas, a que
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele. os professores sempre estão atentos.
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe. Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos-
trando as características e as vantagens de uma e outra, sem
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou in-
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, ferioridade, que em verdade inexiste.
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres- Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de lín-
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à guas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos,
causa do ensino. consequência natural do enorme distanciamento entre uma
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poé- modalidade e outra.
tica, caracterizado por construções de rara beleza. A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. que a língua falada, porque é a modalidade que mantém
a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz
Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma
de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a
mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, pro-
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
cessam-se lentamente e em número consideravelmente
que não tenha amparo gramatical. Exemplos: menor, quando cotejada com a modalidade falada.
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) Importante é fazer o educando perceber que o nível da
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir) linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dis- situação em que se desenvolve o discurso.
persar e Não vamos dispersar-nos) O ambiente sociocultural determina o nível da linguagem
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a
sair daqui bem depressa) entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no uma criança como se estivesse em uma missa, assim como
seu posto) uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não
usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im- colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor uti-
pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos liza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.
também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre
linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti-
verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua con- diano, a que já fizemos referência.
jugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as for-
mas então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje
nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar. SINTAXE: RELAÇÕES SINTÁTICO-
Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário es-
SEMÂNTICAS ESTABELECIDAS
colar palavras como corrigir e correto, quando nos referimos
NA ORAÇÃO E ENTRE ORAÇÕES,
a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que deve dar
lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases da língua PERÍODOS OU PARÁGRAFOS (PERÍODO
popular para a língua culta”. SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO POR
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO).
frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada conforme
as normas gramaticais; em suma, conforme a norma culta.
Frase, oração e período
1.5. Língua escrita e língua falada - Nível de linguagem 1. Sintaxe da Oração e do Período
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para esta-
LÍNGUA PORTUGUESA

nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. belecer comunicação. Normalmente é composta por dois ter-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação mos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no há orações ou frases sem sujeito: Trovejou muito ontem à noite.
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, (sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu
a evoluções. sentido global:

71
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem for- Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
faz um pedido: Dê-me uma luz! estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um esta- no singular: candidato = está).
do afetivo: Que dia abençoado! A função do sujeito é basicamente desempenhada por
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
prova será amanhã. ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo dem exercer a função de sujeito.
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
sujeito e predicado. tantivo)
O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver- Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
bo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara plo: substantivo)
algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos:
parte da frase que contém “a informação nova para o ou- o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
vinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, sujeito.
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. Um sujeito é determinado quando é facilmente iden-
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo pode ser simples ou composto.
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos possível identificar claramente a que se refere a concor-
um predicado nominal (os verbos deste tipo de predica- dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte-
do são os que indicam estado, conhecidos como verbos ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
de ligação): Estão gritando seu nome lá fora.
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação Trabalha-se demais neste lugar.
(predicado verbal) O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú- senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo,
cleo é “fácil” (predicado nominal)
sublinhei os núcleos dos sujeitos:
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
Nós estudaremos juntos.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen-
A humanidade é frágil.
tido completo. O período pode ser simples ou composto.
Ninguém se move.
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
Período simples é aquele constituído por apenas
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
Chove.
A existência é frágil. O sujeito composto é o sujeito determinado que apre-
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
Período composto é aquele constituído por duas ou Ela e eu sabemos o conteúdo.
mais orações: O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais. Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
1.1. Termos da Oração “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela
1.1.1 Termos essenciais desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós)
O sujeito e o predicado são considerados termos es- Falaste o recado à sala? = (tu)
senciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
LÍNGUA PORTUGUESA

para a formação das orações. No entanto, existem ora- Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na primei-
ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que de- ra pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segunda do
fine a oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo singular (tu) ou do plural (vós), desde que os pronomes não
que estabelece concordância com o verbo. estejam explícitos.
O candidato está preparado. Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito
Os candidatos estão preparados. na desinência verbal “-mos”
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi-
nência verbal “-ais”

72
Mas: Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado.
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós Na segunda oração, “problemas” funciona como objeto di-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós reto.
As questões estavam fáceis!
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - Sujeito simples = as questões
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Predicado = estavam fáceis
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Sujeito = uma ideia estranha
do de duas maneiras: Predicado = passou-me pelo pensamento

A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que Para o estudo do predicado, é necessário verificar se
o sujeito não tenha sido identificado anteriormente: seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no-
Bateram à porta; minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi- também se as palavras que formam o predicado referem-
nistro. -se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples ou de opinião.
composto: Predicado
Os meninos bateram à porta. (simples)
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se ligam
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido direta ou indiretamente ao verbo.
do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos A cidade está deserta.
verbos que não apresentam complemento direto: O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se
Precisa-se de mentes criativas. ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento
Vivia-se bem naqueles tempos. de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a
Trata-se de casos delicados. palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo
Sempre se está sujeito a erros. do sujeito).

O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de O predicado verbal é aquele que tem como núcleo sig-
indeterminação do sujeito. nificativo um verbo:
Chove muito nesta época do ano.
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predica- Estudei muito hoje!
do, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensa- Compraste a apostila?
gem está centrada no processo verbal. Os principais casos
de orações sem sujeito com: Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
 os verbos que indicam fenômenos da natureza: apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amanheceu. cessos.
Está trovejando.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
 os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta-
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei-
tempo em geral: to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da
Está tarde. oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Já são dez horas. Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Faz frio nesta época do ano. isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
Há muitos concursos com inscrições abertas. dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do
sujeito: Os dados parecem corretos.
Predicado é o conjunto de enunciados que contém a O verbo parecer poderia ser substituído por estar, andar,
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como elemento
LÍNGUA PORTUGUESA

orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.
um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é A função de predicativo é exercida, normalmente, por
aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção um adjetivo ou substantivo.
do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
do sujeito numa oração é o seu predicado. O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta
Chove muito nesta época do ano. dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No pre-
Houve problemas na reunião. dicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao su-
jeito ou ao complemento verbal (objeto).

73
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre signi- “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves Dias)
ficativo, indicando processos. É também sempre por in- objeto pleonástico
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Ao traidor, nada lhe devemos.
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta ta por intermédio de preposição:
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga- A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um “necessária”
verbal e outro nominal. Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
1.3 Termos acessórios da oração e vocativo
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Os termos acessórios recebem este nome por serem
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
1.2 Termos integrantes da oração
junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o – este, sem relação sintática com outros temos da oração.
complemento nominal são chamados termos integrantes da
oração. O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-
Os complementos verbais integram o sentido dos ver- ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
bos transitivos, com eles formando unidades significativas. sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
Estes verbos podem se relacionar com seus complementos adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta- exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei
mente, por intermédio de preposição. a pé àquela velha praça.

O objeto direto é o complemento que se liga direta- O adjunto adnominal é o termo acessório que deter-
mente ao verbo. mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função
Houve muita confusão na partida final. adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
Queremos sua ajuda. exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Tam-
bém atuam como adjuntos adnominais os artigos, os nu-
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: merais e os pronomes adjetivos.
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
referentes a pessoas: amigo de infância.
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomina- O adjunto adnominal se liga diretamente ao substanti-
-se: objeto direto preposicionado) vo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de O poeta português deixou uma obra originalíssima.
tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar O poeta deixou-a.
a Vossa Senhoria.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
(sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
O poeta português deixou uma obra inacabada.
a crise)
O objeto indireto é o complemento que se liga indi- O poeta deixou-a inacabada.
retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição. (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do
Gosto de música popular brasileira. objeto)
Necessito de ajuda.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
LÍNGUA PORTUGUESA

1.2.1 Objeto Pleonástico substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se


relaciona apenas ao substantivo.
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
Normalmente, as frases em que ocorrem objetos pleo- O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
násticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o objeto, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
antecipado para o início da oração; em seguida, ele é repe- mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda-
tido através de um pronome oblíquo. É à repetição que se -feira, passei o dia mal-humorado.
dá o nome de objeto pleonástico.

74
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo A) Coordenadas Assindéticas
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo São orações coordenadas entre si e que não são ligadas
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
passei o dia mal-humorado. Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor
na oração, em: B) Coordenadas Sindéticas
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma- Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordena-
com o mundo. tiva, que dará à oração uma classificação. As orações coor-
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas denadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas,
coisas: amor, arte, ação. adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
tudo forma o carnaval. Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-  Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas
ram-se por muito tempo na baía anoitecida. principais conjunções são: e, nem, não só... mas também,
não só... como, assim... como.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo Comprei o protetor solar e fui à praia.
relação sintática com outro termo da oração. A função de
vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes  Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa- suas principais conjunções são: mas, contudo, toda-
pel na linguagem. via, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, se-
João, venha comigo! não.
Traga-me doces, minha menina! Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Li tudo, porém não entendi!
1.4 Períodos Compostos
 Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
1.4.1 Período Composto por Coordenação
quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
O período composto se caracteriza por possuir mais de
uma oração em sua composição. Sendo assim:
 Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
suas principais conjunções são: logo, portanto, por
ção)
fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
posto ao verbo).
(Período Composto =locução verbal + verbo, duas ora- Passei no concurso, portanto comemorarei!
ções) A situação é delicada; devemos, pois, agir.
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-  Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas:
ções). suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber,
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer na verdade, pois (anteposto ao verbo).
entre as orações de um período composto: uma relação de Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domin-
coordenação ou uma relação de subordinação. go.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, 1.4.2 Período Composto Por Subordinação
ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. Quero que você seja aprovado!
(Período Composto) Oração principal oração subordinada
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Observe que na oração subordinada temos o verbo
2. Irei à praia. “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
LÍNGUA PORTUGUESA

do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por


Separando as duas, vemos que elas são independentes. conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
Tal período é classificado como Período Composto por bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
Coordenação. indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Podemos modificar o período acima. Veja:
Sindéticas. Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada

75
A análise das orações continua sendo a mesma: “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada
“ser aprovado”. Observe que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, a conjunção “que”,
conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implícitas (como no exemplo acima).

Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, intro-
duzidas por preposição.

A) Orações Subordinadas Substantivas


A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante
(que, se).

Não sei se sairemos hoje.


Oração Subordinada Substantiva

Temos medo de que não sejamos aprovados.


Oração Subordinada Substantiva

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os
advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como).

O garoto perguntou qual seu nome.


Oração Subordinada Substantiva

Não sabemos quando ele virá.


Oração Subordinada Substantiva

1.4.3 Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

Conforme a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

FIQUE ATENTO!
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, temos um
período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:

 Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
claro - Está evidente - Está comprovado
LÍNGUA PORTUGUESA

É bom que você compareça à minha festa.

 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

 Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer


Convém que não se atrase na entrevista.

76
Observação:
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do singular.

2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do verbo da oração principal:


Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:


 Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
 Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pes-
soal queria saber quem era o dono do carro importado.
 Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não
sei por que ela fez isso.

3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Observação:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

4. Completiva Nominal = completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por preposição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal
Sentimos orgulho de que você se comportou. (= Sentimos orgulho disso.)
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações su-
bordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário
levar em conta o termo complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro
complementa um verbo; o segundo, um nome.

5. Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

6. Apositiva = exerce função de aposto de algum termo da oração principal.


Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto
LÍNGUA PORTUGUESA

Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!


Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

(Fernanda tinha um grande sonho: isso)

77
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )

B) Orações Subordinadas Adjetivas


Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações
vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra cons-
trução, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo
pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sin-
tática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, “redação” é sujeito,
então o “que” também funciona como sujeito).

FIQUE ATENTO!
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substituí-
do por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

FORMA DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações
subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas,
que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das
formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo
“que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva
reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

1. Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o.
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas ora-
ções denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
LÍNGUA PORTUGUESA

No período acima, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se
de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim
àquele que estava passando naquele momento.

Exemplo 2:
O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

78
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo 2. Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas expli-
cita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
de “homem”. àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que
se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Saiba que: nativa causal: porque. Outras conjunções e locuções causais:
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada como (sempre introduzido na oração anteposta à oração
da oração principal por uma pausa que, na escrita, é repre- principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.
sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli- Já que você não vai, eu também não vou.
cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
C) Orações Subordinadas Adverbiais ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
a função de adjunto adverbial do verbo da oração princi- se subordina. Repare:
pal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, 1. Faltei à aula porque estava doente.
fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, 2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
vem introduzida por uma das conjunções subordinativas Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa)
(com exclusão das integrantes, que introduzem orações que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato
subordinadas substantivas). Classifica-se de acordo com de estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo
a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz (assim 2, a oração sublinhada relata um fato que aconteceu
como acontece com as coordenadas sindéticas). depois, já que primeiro ela chorou, depois seus olhos
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. ficaram vermelhos.

B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-


D) Oração Subordinada Adverbial
cia, é efeito do que se declara na oração principal.
A oração em destaque agrega uma circunstância de
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver-
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessó-
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
rios que indicam uma circunstância referente, via de regra,
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
da exata compreensão da circunstância que exprime.
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de cretizando-os.
minha vida. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida
Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de de Infinitivo)
minha vida.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe
No primeiro período, “naquele momento” é um adjun- como necessário para a realização ou não de um
to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. fato. As orações subordinadas adverbiais condicio-
No segundo período, este papel é exercido pela oração nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi- se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois na oração principal.
é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou-
e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que,
pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que,
obtendo-se: uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
vida. certamente o melhor time será campeão.
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma Caso você saia, convide-me.
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
LÍNGUA PORTUGUESA

é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). da oração principal, isto é, admitem uma contradição
ou um fato inesperado. A ideia de concessão está
Observação: diretamente ligada ao contraste, à quebra de expec-
A classificação das orações subordinadas adverbiais é tativa. Principal conjunção subordinativa concessiva:
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos ad- embora. Utiliza-se também a conjunção: conquanto
verbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração. e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que,
se bem que, posto que, apesar de que.

79
Só irei se ele for. quando. Outras conjunções subordinativas tempo-
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir rais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que,
só se realizará caso essa condição seja satisfeita. logo que, todas as vezes que, antes que, depois que,
Compare agora com: sempre que, desde que, etc.
Irei mesmo que ele não vá. Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con- 3. Orações Reduzidas
cessiva.
Observe outros exemplos: As orações subordinadas podem vir expressas como re-
Embora fizesse calor, levei agasalho. duzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas no-
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- minais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conectivo
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) subordinativo que as introduza.
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais É preciso que se estude = oração desenvolvida (presen-
comparativas estabelecem uma comparação com a ça do conectivo)
ação indicada pelo verbo da oração principal. Princi-
pal conjunção subordinativa comparativa: como. Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) “desenvolvidas” – como no exemplo acima.
Você age como criança. (age como uma criança age) É preciso estudar = oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo
 geralmente há omissão do verbo. É preciso que se estude = oração subordinada substan-
tiva subjetiva
F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou 4. Orações Intercaladas
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para
a execução do que se declara na oração principal. São orações independentes encaixadas na sequência
Principal conjunção subordinativa conformativa: do período, utilizadas para um esclarecimento, um aparte,
conforme. Outras conjunções conformativas: como, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou travessões.
consoante e segundo (todas com o mesmo valor de Nós – continuava o relator – já abordamos este assun-
conforme). to.
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
direitos iguais. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que se CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
declara na oração principal. Principal conjunção su- Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
bordinativa final: a fim de. Outras conjunções finais: Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para São Paulo: Saraiva, 2002.
que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova. SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou seja, se-periodo-e-oracao
um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa propor-
cional: à proporção que. Outras locuções conjuntivas
proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda EXERCÍCIOS COMENTADOS
as estruturas: quanto maior...(maior), quanto maior...
(menor), quanto menor...(maior), quanto menor... 1. (Cnj – Técnico Judiciário – cespe – 2013 – adapta-
(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), da) Jogadores de futebol de diversos times entraram em
quanto menos...(mais), quanto menos...(menos). campo em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do
LÍNGUA PORTUGUESA

À proporção que estudávamos mais questões acertáva- Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa redu-
mos. zir o número de pessoas que não possuem o nome do pai em
À medida que lia mais culto ficava. sua certidão de nascimento. (...)
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em
I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula
expresso na oração principal, podendo exprimir no- porque tem natureza restritiva.
ções de simultaneidade, anterioridade ou posterio-
ridade. Principal conjunção subordinativa temporal: ( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Certo. A oração restringe o grupo que par- 1. Concordância Verbal
ticipará da campanha (apenas os que não têm o nome
do pai na certidão de nascimento). Se colocarmos uma É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
vírgula, a oração se tornará “explicativa”, generalizando seu sujeito.
a informação, o que dará a entender que TODAS as pes-
soas não têm o nome do pai na certidão. 1.1. Sujeito Simples - Regra Geral
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
2. (Instituto Rio Branco – Admissão à Carreira de Di- em número e pessoa. Veja os exemplos:
plomata – cespe – 2014 – adaptada) A prova para ambos os cargos será aplicada
às 13h.
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma li- 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
teratura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho
universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crôni-
ca é um gênero menor. 1.1.1. Casos Particulares
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo assim,
ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de ca- A) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
minho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
para a literatura. Por meio dos assuntos, da composição sol- de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...)
ta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
se ajusta à sensibilidade de todo dia. Principalmente porque verbo pode ficar no singular ou no plural.
elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
de ser mais natural. Na sua despretensão, humaniza; e esta Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
humanização lhe permite, como compensação sorrateira, proposta.
recuperar com a outra mão certa profundidade de signifi-
cado e certo acabamento de forma, que de repente podem Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
fazer dela uma inesperada, embora discreta, candidata à dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
perfeição. los destruiu / destruíram o monumento.
Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São
Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 23 (com adaptações). Observação:
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a uni-
As formas verbais “imagina” (R.1), “atribuir” (R.4) e “servir” dade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos
(R.8) foram utilizadas como verbos transitivos indiretos. elementos que formam esse conjunto.

( ) CERTO ( ) ERRADO B) Quando o sujeito é formado por expressão que indi-


ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
Resposta: Errado. de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o
imagina uma literatura = transitivo direto verbo concorda com o substantivo.
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista = bitransitivo Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
(transitivo direto e indireto) Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
pode servir de caminho = intransitivo Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. Observação:


Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um
ao outro)
Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos. C) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
ral, a concordância deve ser feita levando-se em con-
LÍNGUA PORTUGUESA

No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na ter- ta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o
ceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os verbo deve ficar no singular; com artigo no plural, o
concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensivos” verbo deve ficar o plural.
está concordando em gênero (masculino) e número (plural) Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
com o substantivo a que se refere: concurseiros. Nesses dois Estados Unidos possui grandes universidades.
exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se corres- Alagoas impressiona pela beleza das praias.
pondem. A correspondência de flexão entre dois termos é a As Minas Gerais são inesquecíveis.
concordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

81
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de singular:
vós”, o verbo pode concordar com o primeiro prono- Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
me (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome Nem uma das que me escreveram mora aqui.
pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?  Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? tivo, o verbo pode:
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
vadoras. o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que
faça o mesmo).
Observação: 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a in- luídos (noção de que existem outros rios na mesma
clusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou condição).
escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos”,
ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e nada verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
fizeram”, frase que soa como uma denúncia. Vossa Excelência está cansado?
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Vossas Excelências renunciarão?
no singular, o verbo ficará no singular.
Qual de nós é capaz? I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
Algum de vós fez isso. acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Deram cinco horas no relógio da sala.
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo Soam dezenove horas no relógio da praça.
deve concordar com o substantivo. Baterão doze horas daqui a pouco.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do Observação:
prefeito. Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, tor-
1% do eleitorado aceita a mudança. re, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
1% dos alunos faltaram à prova. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
Soa quinze horas o relógio da matriz.
 Quando a expressão que indica porcentagem não é
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
o número. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular.
25% querem a mudança. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
1% conhece o assunto. Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenô-
menos da natureza. Exemplos:
 Se o número percentual estiver determinado por Havia muitas garotas na festa.
artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á Faz dois meses que não vejo meu pai.
com eles: Chovia ontem à tarde.
Os 30% da produção de soja serão exportados.
Esses 2% da prova serão questionados. 1.2. Sujeito Composto

F) O pronome “que” não interfere na concordância; já A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do a concordância se faz no plural:
singular. Pai e filho conversavam longamente.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sou eu quem faz a prova. Sujeito
LÍNGUA PORTUGUESA

Não serão eles quem será aprovado.


B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- maticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
mir a forma plural. te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) preva-
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encanta- lece sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez,
ram os poetas. prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
Este candidato é um dos que mais estudaram! Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)

82
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no
Segunda Pessoa do Plural (Vós) singular: Um e outro farão/fará a prova.

Pais e filhos precisam respeitar-se.  Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, o
Terceira Pessoa do Plural (Eles) verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sen-
Observação: tido muito próximo ao de “e”.
Quando o sujeito é composto, formado por um elemen- O pai com o filho montaram o brinquedo.
to da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível O governador com o secretariado traçaram os planos para o
empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): “Tu e próximo semestre.
teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “tomaríeis”. O professor com o aluno questionaram as regras.
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordân- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
cia: em vez de concordar no plural com a totalidade ideia é enfatizar o primeiro elemento.
do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância O pai com o filho montou o brinquedo.
com o núcleo do sujeito mais próximo. O governador com o secretariado traçou os planos para o
Faltaram coragem e competência. próximo semestre.
Faltou coragem e competência. O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos. Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân- “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos adver-
cia é feita no plural. Observe: biais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma
Abraçaram-se vencedor e vencido. inversão da ordem. Veja:
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. “O pai montou o brinquedo com o filho.”
“O governador traçou os planos para o próximo semestre
1.2.1. Casos Particulares com o secretariado.”
“O professor questionou as regras com o aluno.”
 Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin- Casos em que se usa o verbo no singular:
gular. Café com leite é uma delícia!
Descaso e desprezo marca seu comportamento. O frango com quiabo foi receita da vovó.
A coragem e o destemor fez dele um herói.
Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões
 Quando o sujeito composto é formado por núcleos correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somente”..., “não
dispostos em gradação, verbo no singular: apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o verbo ficará no plural.
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nor-
me satisfaz. deste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
 Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de Quando os elementos de um sujeito composto são resumi-
acordo com o valor semântico das conjunções: dos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- esse termo resumidor.
sia brasileira. Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na
vida das pessoas.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
ção”. Já em: 1.2.2 Outros Casos
Juca ou Pedro será contratado.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada. O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas de
LÍNGUA PORTUGUESA

Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no particular interesse para a concordância verbal:
singular. A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
B) quando é partícula apassivadora.
 Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” acompa-
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. nha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que
Um ou outro compareceu à festa. obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular:
Nem um nem outro saiu do colégio. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

83
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilômetros.
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: estar expressa ou subentendida:
Construiu-se um posto de saúde. Hoje é dia 26 de agosto.
Construíram-se novos postos de saúde. Hoje são 26 de agosto.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas.  Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade
e for seguido de palavras ou expressões como pouco,
muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no
#FicaDica singular:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente
Duas semanas de férias é muito para mim.
transformar a frase para a voz passiva. Se a fra-
se construída for “compreensível”, estaremos
 Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
diante de uma partícula apassivadora; se não, o
for pronome pessoal do caso reto, com este concor-
“se” será índice de indeterminação. Veja:
dará o verbo.
Precisa-se de funcionários qualificados.
No meu setor, eu sou a única mulher.
Tentemos a voz passiva:
Aqui os adultos somos nós.
Funcionários qualificados são precisados (ou
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
Observação:
tacado é índice de indeterminação do sujeito.
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
Agora:
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o
Vendem-se casas.
pronome sujeito.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
Eu não sou ela.
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
Ela não é eu.
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
Repare em meu destaque. Percebeu semelhan-
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
ça? Agora é só memorizar!)
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O Verbo “Ser” O resto foram atitudes imaturas.

A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o O Verbo “Parecer”


sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução ver-
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do bal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito.
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
Quando o sujeito ou o predicativo for: o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.

A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER  A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
concorda com a pessoa gramatical: sofre flexão:
Ele é forte, mas não é dois. As crianças parece gostarem do desenho.
Fernando Pessoa era vários poetas. (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas
A esperança dos pais são eles, os filhos. crianças)

B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no


plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
FIQUE ATENTO!
com o que estiver no plural:
Os livros são minha paixão! Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER
LÍNGUA PORTUGUESA

Minha paixão são os livros! fica no singular. Por exemplo: As paredes pa-
rece que têm ouvidos. (Parece que as paredes
Quando o verbo SER indicar têm ouvidos = oração subordinada substantiva
subjetiva).
 horas e distâncias, concordará com a expressão nu-
mérica:
É uma hora.
São quatro horas.

84
CONCORDÂNCIA NOMINAL E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE
A concordância nominal se baseia na relação entre no- + adjetivo, este último geralmente é usado no mascu-
mes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se lino singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun-
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. que se refere:
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina saiu só.
seguintes regras gerais: Cristina e Débora saíram sós.
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Observação:
denunciavam o que sentia. Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa Eles só desejam ganhar presentes.
flexão nos seguintes casos:

 Adjetivo anteposto aos substantivos:


O adjetivo concorda em gênero e número com o subs-
#FicaDica
tantivo mais próximo. Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se
Encontramos caída a roupa e os prendedores. de advérbio, portanto, invariável; se houver
Encontramos caído o prendedor e a roupa. coerência com o segundo, função de adjetivo,
então varia:
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa- Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Ele está só descansando. (apenas descansando)
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
- advérbio
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula de-
 Adjetivo posposto aos substantivos:
pois de “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e des-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina
cansando)
plural se houver substantivo feminino e masculino).
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. G) Quando um único substantivo é modificado por dois
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções:
Observação:  O substantivo permanece no singular e coloca-se
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois espanhola e a portuguesa.
substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no  O substantivo vai para o plural e omite-se o arti-
plural masculino, que é o gênero predominante quando há go antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola
substantivos de gêneros diferentes. e portuguesa.
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adje-
tivo fica no singular ou plural. 1. Casos Particulares
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s). É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-  Estas expressões, formadas por um verbo mais um
vo não for acompanhado de nenhum modificador: adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
LÍNGUA PORTUGUESA

Água é bom para saúde. referem possuir sentido genérico (não vier precedido
O adjetivo concorda com o substantivo, se este for mo- de artigo).
dificado por um artigo ou qualquer outro determinativo: É proibido entrada de crianças.
Esta água é boa para saúde. Em certos momentos, é necessário atenção.
No verão, melancia é bom.
D) O adjetivo concorda em gênero e número com os É preciso cidadania.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon- Não é permitido saída pelas portas laterais.
trou-as muito felizes.

85
 Quando o sujeito destas expressões estiver deter- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
verbo como o adjetivo concordam com ele. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
É proibida a entrada de crianças. / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária. SITE
São precisas várias medidas na educação. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite

Estas palavras adjetivas concordam em gênero e núme- EXERCÍCIOS COMENTADOS


ro com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas. 1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces-
A menina agradeceu: - Muito obrigada. pe – 2013) Formas de tratamento como Vossa Excelência e
Muito obrigadas, disseram as senhoras. Vossa Senhoria, ainda que sejam empregadas sempre na se-
Seguem inclusos os papéis solicitados. gunda pessoa do plural e no feminino, exigem flexão verbal
Estamos quites com nossos credores. de terceira pessoa; além disso, o pronome possessivo que
faz referência ao pronome de tratamento também deve ser
Bastante - Caro - Barato - Longe o de terceira pessoa, e o adjetivo que remete ao pronome
de tratamento deve concordar em gênero e número com a
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como pessoa — e não com o pronome — a que se refere.
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- ( ) CERTO ( ) ERRADO
merais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordâncias
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- verbal e nominal ao se utilizar pronome de tratamento
nome adjetivo) devem ser na terceira pessoa e concordar em gênero
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) (masculino ou feminino) com a pessoa a quem se dirige:
As casas estão caras. (adjetivo) “Vossa Excelência está cansada(o)?” – concordará com
Achei barato este casaco. (advérbio) quem está se falando: uma mulher ou um homem / “Vos-
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) sa Santidade trouxe seus pertences?” / “Vossas Senhorias
gostariam de um café?”.
Meio - Meia
2. (Prefeitura de São Luís-MA – Conhecimentos Bási-
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, cos Cargos de Técnico Municipal – Nível Médio – Ces-
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi pe – 2017)
meia porção de polentas.
Quando empregada como advérbio permanece invariá- Texto CB3A2BBB
vel: A candidata está meio nervosa.
O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos estão
na base das Constituições democráticas modernas. A paz,
#FicaDica por sua vez, é o pressuposto necessário para o reconheci-
mento e a efetiva proteção dos direitos humanos em cada
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim Estado e no sistema internacional. Ao mesmo tempo, o pro-
saberei que se trata de um advérbio, não de cesso de democratização do sistema internacional, que é o
adjetivo: “A candidata está um pouco nervosa”. caminho obrigatório para a busca do ideal da paz perpétua,
não pode avançar sem uma gradativa ampliação do reco-
nhecimento e da proteção dos direitos humanos, acima de
Alerta - Menos cada Estado. Direitos humanos, democracia e paz são três
elementos fundamentais do mesmo movimento histórico:
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há
LÍNGUA PORTUGUESA

sempre invariáveis. democracia; sem democracia, não existem as condições mí-


Os concurseiros estão sempre alerta. nimas para a solução pacífica dos conflitos. Em outras pala-
Não queira menos matéria! vras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos
se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que não
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- tenha a guerra como alternativa, somente quando existirem
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São cidadãos não mais apenas deste ou daquele Estado, mas
Paulo: Saraiva, 2010. do mundo.

86
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Cou- 5. (Tribunal de Contas do Distrito Federal-df – Co-
tinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adaptações). nhecimentos BÁSICOS – ANALISTA DE ADMINIS-
Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A2BBB, TRAÇÃO PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA – cespe – 2014
os termos “não há” e “não existem” poderiam ser substituí- – adaptada) (...) Há décadas, países como China e Índia têm
dos, respectivamente, por enviado estudantes para países centrais, com resultados mui-
to positivos.(...)
a) não existe e não têm. A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída
b) não existe e inexiste. por Fazem.
c) inexiste e não há.
d) inexiste e não acontece. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) não tem e não têm.
Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empregado
Resposta: Letra C. no sentido de tempo passado, não sofre flexão. Portanto,
Busquemos o contexto: sua forma correta seria: “faz décadas”.
- sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não
há democracia = poderíamos substituir por “não exis-
te”, inexiste (verbo “haver” empregado com o sentido REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.
de “existir”)
- sem democracia, não existem as condições mínimas
para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis- REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural, já
que devemos concordar com “as condições mínimas”. A Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
única “troca” adequada seria o verbo “haver” – que pode que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
ser utilizado com o sentido de “existir”. Teríamos: sem (regência nominal) e seus complementos.
direitos humanos reconhecidos e protegidos, inexiste de-
mocracia; sem democracia, não há as condições mínimas 1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
para a solução pacífica dos conflitos.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece en-
tre os verbos e os termos que os complementam (objetos
3. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-
diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adver-
cio Exterior – Analista Técnico Administrativo – cespe
biais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o que
– 2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os
corresponde à diversidade de significados que estes verbos
resultados das negociações”, o adjetivo estará corretamente
podem adquirir dependendo do contexto em que forem
empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo mascu-
empregados.
lino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a locução
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con-
pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. tentar.
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agrado
( ) CERTO ( ) ERRADO ou prazer”, satisfazer.
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar
Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for a alguém”.
do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto; mas,
se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá flexão de O conhecimento do uso adequado das preposições é um
gênero: satisfeito. O pronome de tratamento é apenas a dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e
maneira como tratar a autoridade, não regendo as de- também nominal). As preposições são capazes de modificar
mais concordâncias. completamente o sentido daquilo que está sendo dito.
Cheguei ao metrô.
4. (Abin – Agente Técnico de Inteligência – cespe – Cheguei no metrô.
2010 – adaptada) (...) Da combinação entre velocidade, No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segun-
persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a no- do caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
ção contemporânea de agilidade, transformada em principal
característica de nosso tempo. A voluntária distribuía leite às crianças.
A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical para A voluntária distribuía leite com as crianças.
LÍNGUA PORTUGUESA

o texto, ser flexionada no plural, para concordar com “veloci- Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
dade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade” como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje-
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
( ) CERTO ( ) ERRADO (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial).
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
Resposta: Errado. O verbo está concordando com o ter- de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
mo “combinação”, por isso deve ficar no singular. fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
formas em frases distintas.

87
A) Verbos Intransitivos C) Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. É Os verbos transitivos indiretos são complementados
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
Chegar, Ir ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
indicar destino ou direção são: a, para. transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
Fui ao teatro. de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
Adjunto Adverbial de Lugar lhe, lhes.

Ricardo foi para a Espanha. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:


Adjunto Adverbial de Lugar Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
Comparecer iguais para todos.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a. Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl- tos introduzidos pela preposição “a”:
timo jogo. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
B) Verbos Transitivos Diretos
Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
Os verbos transitivos diretos são complementados por posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição quem” ou “ao que” se responde.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre- Respondi ao meu patrão.
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos Respondemos às perguntas.
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes Respondeu-lhe à altura.
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após Observação:
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban- analítica:
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, O questionário foi respondido corretamente.
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. tos introduzidos pela preposição “com”.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente Antipatizo com aquela apresentadora.
como o verbo amar: Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
Amo aquele rapaz. / Amo-o. nam para uma minoria privilegiada.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
Observação: nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad- que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
nominais): indireto relacionado a pessoas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)


Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carrei- Agradeço aos ouvintes a audiência.
ra) Objeto Indireto Objeto Direto
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto

88
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Observação:
com particular cuidado: Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
Agradeci o presente. / Agradeci-o. termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. existente no próprio verbo (pre).
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Mudança de Transitividade - Mudança de Significado
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
Informar dade, apresentam mudança de significado. O conhecimento
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto das diferentes regências desses verbos é um recurso linguís-
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. tico muito importante, pois além de permitir a correta inter-
Informe os novos preços aos clientes. pretação de passagens escritas, oferece possibilidades ex-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos pressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
preços)
Na utilização de pronomes como complementos, veja Agradar
as construções: Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. acariciar, fazer as vontades de.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- Sempre agrada o filho quando.
bre eles) Aquele comerciante agrada os clientes.

Observação: Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agra-


A mesma regência do verbo informar é usada para os do a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introdu-
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. zido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: O
indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de cantor desagradou à plateia.
uma criança.
Aspirar
Pedir Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
pessoa. Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
Pedi-lhe favores. rávamos a ele)
Objeto Indireto Objeto Direto Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, as
formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utilizadas,
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o exem-
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- plo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
tantiva Objetiva Direta
Assistir
A construção “pedir para”, muito comum na linguagem Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. assistência a, auxiliar.
No entanto, é considerada correta quando a palavra licença As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
estiver subentendida. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz estar presente, caber, pertencer.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti- Assistimos ao documentário.
LÍNGUA PORTUGUESA

vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Não assisti às últimas sessões.


Essa lei assiste ao inquilino.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi- No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran-
reto introduzido pela preposição “a”: sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa contur-
Prefiro trem a ônibus. bada cidade.

89
Chamar
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo pre-
posicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.

Custar
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e
verduras não deveriam custar muito.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração reduzida
de infinitivo.

Muito custa viver tão longe da família.


Verbo Intransitivo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Custou-me (a mim) crer nisso.


Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

A Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa:
Custei para entender o problema.
= Forma correta: Custou-me entender o problema.

Implicar
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar: Uma ação implica reação.

Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não
trabalhasse arduamente.

Namorar
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos.

Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto:
Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.

Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.

Proceder
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa segunda
acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
LÍNGUA PORTUGUESA

As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.


Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

90
Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

2 Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
LÍNGUA PORTUGUESA

todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:


Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será comple-
tiva nominal (subordinada substantiva).

91
Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralela-
mente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
LÍNGUA PORTUGUESA

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

92
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E
EXERCÍCIO COMENTADO SUA FUNÇÃO NO TEXTO.

1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe


– 2014 – adaptada) PONTUAÇÃO
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria
e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e cultu- servem para compor a coesão e a coerência textual, além
rais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
infligem considerável prejuízo às nações do mundo intei- Um texto escrito adquire diferentes significados quando
ro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos, depende, em certos momentos, da intenção do autor do
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étni- discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
cos, independentemente de classe social e econômica ou relacionados ao contexto e ao interlocutor.
mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos
efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação 1. Principais funções dos sinais de pontuação
do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geral-
mente de caráter transnacional — com a criminalidade e A) Ponto (.)
a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e  Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o cerrando o período.
governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
de drogas, articulando-se internamente e com a socieda- panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de
de, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de período, este não receberá outro ponto; neste caso,
prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a apro- o ponto de abreviatura marca, também, o fim de pe-
vação dos cidadãos. ríodo. Exemplo: Estudei português, matemárica, cons-
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. titucional, etc. (e não “etc..”)
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em ponto, assim como após o nome do autor de uma
“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do citação:
vocábulo “conexos”. Haverá eleições em outubro
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
( ) CERTO ( ) ERRADO Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
 Os números que identificam o ano não utilizam pon-
Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância na to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os
discussão dos efeitos adversos do uso indevido de drogas números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes
conexos — geralmente de caráter transnacional — com a B) Ponto e Vírgula (;)
criminalidade e a violência.  Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
O termo está se referindo à associação – associação do importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os
tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminalida- ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos
de (2) (associação daquilo [1] com isso [2]) dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo
pão a alma...” (VIEIRA)
 Separa partes de frases que já estão separadas por
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros,
COLOCAÇÃO PRONOMINAL. montanhas, frio e cobertor.
 Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc.
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado no Ir ao supermercado;
decorrer da matéria” Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
LÍNGUA PORTUGUESA

Reunião com amigos.

C) Dois pontos (:)

 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Cou-


tinho trata este assunto:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.

93
 Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es- 2. Para marcar inversão:
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre. A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
 Em frases de estilo direto Depois das sete horas, todo o comércio está de portas
Maria perguntou: fechadas.
- Por que você não toma uma decisão? B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
D) Ponto de Exclamação (!) C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.
 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me casar 3. Para separar entre si elementos coordenados (dis-
com você! postos em enumeração):
 Depois de interjeições ou vocativos Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
Ai! Que susto! A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
João! Há quanto tempo! 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós quere-
mos comer pizza; e vocês, churrasco.
E) Ponto de Interrogação (?)
5. Para isolar:
 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
vedo) leira, possui um trânsito caótico.
F) Reticências (...) B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, Observações:


canetas, cadernos... Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria dis-
dizer... é verdad... Ah!” pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acor-
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este do ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos
mal... pega doutor? etc. predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer,
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, etc.
depois, o coração falar...
As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
G) Vírgula (,) binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você
falou isso para ela?!
Não se usa vírgula
Separando termos que, do ponto de vista sintático, li- Temos, ainda, sinais distintivos:
gam-se diretamente entre si:  a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
1. Entre sujeito e predicado: ração de siglas (IOF/UPC);
Todos os alunos da sala foram advertidos.  os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
Sujeito predicado pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira
opção aos parênteses, principalmente na matemá-
2. Entre o verbo e seus objetos: tica;
O trabalho custou sacrifício aos  o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
realizadores. nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um
V.T.D.I. O.D. O.I. nome que não se quer mencionar.

Usa-se a vírgula: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
1. Para marcar intercalação: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
LÍNGUA PORTUGUESA

A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
dância, vem caindo de preço. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. SITE
C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
não querem abrir mão dos lucros altos. la.htm

94
2. (SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária –
Cespe – 2017 – adaptada)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Texto 1A1AAA

1. (STJ – Conhecimentos Básicos para o Cargo 1 – Após o processo de redemocratização, com o fim da dita-
Cespe – 2018 – adaptada) dura militar, em meados da década de 80 do século passa-
do, era de se esperar que a democratização das instituições
Texto CB1A1CCC tivesse como resultado direto a consolidação da cidadania
— compreendida de modo amplo, abrangendo as três ca-
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes reve- tegorias de direitos: civis, políticos e sociais. Sobressaem,
laram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram rela- porém, problemas que configuram mais desafios para a ci-
tos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da dadania brasileira, como a violência urbana — que ameaça
cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira os direitos individuais — e o desemprego — que ameaça
de juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, os direitos sociais.
aflitos. As angústias dos que se sentavam à minha frente, No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir de
por diversas vezes, me escoltaram até minha casa e pas- 1980, impacto do processo de modernização pelo qual o
saram a ser companheiras de noites de insônia. Não ha- país passou. Isso sugere que o boom do consumo colocou
via outra solução a não ser escrever. Era preciso colocar no em circulação bens de alto valor e, consequentemente, au-
papel e compartilhar a dor daquelas pessoas que, mesmo mentou as oportunidades para o crime, inclusive porque a
ao fim do processo e com a sentença prolatada, não me maior mobilidade de pessoas torna o espaço social mais
deixavam esquecê-las. anônimo, menos supervisionado.
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas, Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais
esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em co- dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade. O
mum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa. objetivo em relação à criminalidade torna-se bem menos
O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mu- ambicioso: o controle. A prisão ganha mais importância na
lheres, havia se transformado no pior dos mundos. modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla necessida-
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sentavam de dessa nova cultura: castigo e controle do risco. Essa pos-
à minha frente, os relatos se transformavam em desabafos tura às vezes proporciona controle, porém não segurança,
de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar e muitas pois o Estado tem o poder limitado de manter a ordem por
vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por ter meio da polícia, sendo necessário dividir as tarefas de con-
sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter trole com organizações locais e com a comunidade.
sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido man- Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem públi-
ter a família. Sempre a culpa. ca e garantia dos direitos individuais: os desafios da polícia
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma for- em sociedades democráticas. In: Revista Brasileira de Segu-
ça externa como se somente nós, juízes, promotores e ad- rança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – mar./2011, p.
vogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de 84-5 (com adaptações).
violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela vio-
lência invisível. No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias introduzem
além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com
adaptações). a) uma enumeração das “categorias de direitos”.
b) resultados da “consolidação da cidadania”.
O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o sen- c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
tido de “nós”. algo “amplo”.
d) uma generalização do termo “direitos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO e) objetivos do “processo de redemocratização”.

Resposta: Certo. Ao trecho: (...) Aquelas mulheres che- Resposta: Letra A. Recorramos ao texto (faça isso SEM-
gavam à Justiça buscando uma força externa como se so- PRE durante seu concurso. O texto é a base para en-
mente nós, juízes, promotores e advogados, pudéssemos contrar as respostas para as questões!): (...) abrangendo
LÍNGUA PORTUGUESA

não apenas cessar aquele ciclo de violência (...). Os ter- as três categorias de direitos: civis, políticos e sociais. Os
mos entre vírgulas servem para exemplificar quem são dois-pontos introduzem a enumeração dos direitos; apre-
os “nós” citados pela autora ( juízes, promotores, advo- senta-os.
gados).

95
3. (Aneel – Técnico Administrativo – cespe – 2010)
Vão surgindo novos sinais do crescente otimismo da in- VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
dústria com relação ao futuro próximo. Um deles refere-se
às exportações. “O comércio mundial já está voltando a se
abrir para as empresas”, diz o gerente executivo de pesqui- A linguagem é a característica que nos difere dos
sas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar
da Fonseca, para explicar a melhora das expectativas dos sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião
industriais com relação ao mercado externo. frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e,
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois elas E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-
já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a pesqui- se os níveis da fala, que são basicamente dois:
sa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010, registra - O nível de formalidade;
grande otimismo da indústria com relação à demanda in- - O de informalidade.
terna. Trata-se de um sentimento generalizado. Em todos
os setores industriais, a expressiva maioria dos entrevista- O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
dos acredita no aumento das vendas internas. escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma
maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que
O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
por tratar-se de um vocativo.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o
estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
( ) CERTO ( ) ERRADO
controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para
a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
Resposta: Errado. Recorramos ao texto (lembre-se de
fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacio- um estigma.
nal da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a Compondo o quadro do padrão informal da linguagem,
melhora das expectativas. O termo em destaque não está estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
exercendo a função de vocativo, já que não é utilizado representam as variações de acordo com as condições
para evocar, chamar o interlocutor do diálogo. Sua fun- sociais, culturais, regionais e históricas em que é
ção é de aposto – explicar quem é o gerente executivo utilizada. Dentre elas destacam-se:
da CNI.
a) Variações históricas
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma
4. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo
– cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do bastante representativo é a questão da ortografia, se
trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez
mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à
inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela
supressão dos vocábulos.
( ) CERTO ( ) ERRADO Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente
Resposta: Certo. Não se deve colocar vírgula entre su- “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles
jeito e predicado, a não ser que se trate de um apos- e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
to (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
requeira estar separado entre pontuações. Exemplo: O janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do
meninos, ansiosos (2), chegaram! balaio.” Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um
vocabulário antiquado.
LÍNGUA PORTUGUESA

FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS.


b) Variações regionais
São os chamados dialetos, que são as marcas
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado no determinantes referentes a diferentes regiões. Como
decorrer da matéria” exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos
lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira
e aipim. Figurando também esta modalidade estão os
sotaques, ligados às características orais da linguagem.

96
c) Variações sociais ou culturais - Paráfrase: é o desenvolvimento ou citação de um
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma texto ou parte dele, com palavras diferentes, mas de
maneira geral e também ao grau de instrução de uma igual significação. Não há alteração da ideia central.
determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os - Perífrase: é um circunlóquio, um rodeio de palavras; a
jargões e o linguajar caipira. exposição de ideias é feito usando-se de muitas pa-
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos lavras. Usam se mais palavras do que o texto original,
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, isto é, usam-se mais palavras que o necessário.
entre outros. - Intertextualidade: é a relação entre dois ou mais tex-
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, tos, cujo tema seja o mesmo, porém tratado de for-
caracterizando um linguajar técnico. Representando a ma diferente.
classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais - Síntese: é uma resenha, que é feita utilizando-se das
da área de informática, dentre outros. palavras do texto. Aparecem apenas as ideias princi-
Vejamos um poema e o trecho de uma música para pais.
entendermos melhor sobre o assunto: - Resumo: é uma representação do texto em que só
“Vício na fala aparecem as ideias principais, não é necessário que
Para dizerem milho dizem mio seja com as mesmas palavras do texto.
Para melhor dizem mió - Inferência: é uma informação que não está no texto,
Para pior pió mas sim fora dele; está nas entrelinhas ou exige um
Para telha dizem teia conhecimento extra textual.
Para telhado dizem teiado - Tipologia Textual Descrição: ato de descrever carac-
E vão fazendo telhados”. terísticas. Pode ser: Objetiva: descrição com caráter
(Oswald de Andrade). universal. Subjetiva: descrição com caráter particular,
pessoal.
Chopis Centis - Técnica: descrição com caráter próprio de um ofício,
“Eu “di” um beijo nela profissão.
E chamei pra passear. - Narração: é o relato de um fato, de um acontecimen-
A gente fomos no shopping to. Seus elementos são:
Pra “mode” a gente lanchar. - Fato: é o acontecimento; o encadeamento das ações
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. forma o enredo.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim. - Personagens: são os participantes do acontecimento.
Quanta gente, Quanta alegria, A minha felicidade é um Principais (mais atuantes) Secundários
crediário nas Casas Bahia. - Ambiente ou cenário: é o lugar onde ocorrem os
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. acontecimentos.
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”, - Tempo: é a localização cronológica do acontecimen-
Quando eu estou no trabalho, to. Foco Narrativo (narrador): a narração pode ser
Não vejo a hora de descer dos andaime. em: 1ª pessoa: narrador-personagem 3ª pessoa: nar-
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger, rador-onisciente/narrador-observador. Dissertação:
E também o Van Damme. ato de discorrer sobre um tema. A dissertação divi-
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, de-se em três partes: Introdução: apresenta a ideia
1995). principal a ser discutida.
- Desenvolvimento: é o desdobramento da ideia cen-
Para expandir a capacidade de compreensão e, tral, a exposição dos argumentos.
principalmente, de interpretação, é importante acostumar- - Conclusão: retoma ou resume os principais aspectos
se à leitura, seja de um texto ou um objeto, figura ou fato. do texto e confirma a tese inicial.
Ao se ler algo, deve-se notar aspectos particulares
que permitam associar o elemento da leitura ao tempo d) Tipos de Discurso
e a acontecimentos, destacar o essencial e o secundário - Discurso Direto: a fala do personagem é, geralmen-
relacionando-o a outros já lidos. Semanticamente, o te, acompanhada por um verbo de elocução (dizer,
elemento da leitura encerra em si todas as indagações, falar, responder, perguntar, afirmar etc.), não haven-
permitindo uma análise e oferecendo os subsídios da do conectivo, porém uma pausa marcada por sinal
resposta. Compreender um texto é entender o seu sentido; de pontuação.
apreender a situação, o fato, a narração, a tese a nós
LÍNGUA PORTUGUESA

expostos. Interpretar um texto é conseguir desenvolver em Exemplo.: A mãe perguntou-lhe atarantada: - Onde
outras palavras a ideia do texto, é, portanto, parafraseá- você pensa que vai?
lo ou reescrevê-lo. Para se interpretar bem um texto, é de
suma importância uma boa leitura. Para se entender um - Discurso Indireto: o personagem não fala com suas
texto é necessária uma leitura atenta, em que se notem as palavras, é o narrador que reproduz com suas pala-
suas sutilezas e superficialidades. É conveniente marcar as vras o discurso do personagem. Os verbos de elo-
ideias principais e estar atento as entrelinhas, aos detalhes cução são núcleos do predicado da oração principal
e a todo o contexto. seguido de oração subordinada.

97
Exemplo: Ele respondeu que sempre saía sozinho. tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse,
por exemplo). Assim, podemos concluir que existem
- Indireto Livre: é um discurso misto, pois há carac- morfemas que indicam as flexões das palavras. Estes
terísticas do discurso direto e do indireto. A fala do morfemas sempre surgem no fim das palavras variá-
personagem se insere no discurso do narrador, são veis e recebem o nome de desinências. Há desinên-
perceptíveis aspectos psicológicos e fluxos do pen- cias nominais e desinências verbais.
samento do personagem.
C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o nú-
Exemplo: Naquele dia o rapaz havia se declarado à sua mero dos nomes. Para a indicação de gênero, o por-
vizinha. Ele já tinha sofrido muito. Custava à moça acredi- tuguês costuma opor as desinências -o/-a: garoto/
tar? Não sabia se tinha feito à coisa certa. garota; menino/menina. Para a indicação de número,
costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural
em oposição à ausência de morfema, que indica o
singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/me-
ninos; menina/meninas. No caso dos nomes termina-
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
dos em –r e –z, a desinência de plural assume a for-
ma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as desinên-


As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista cias verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desi-
de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos em nências que indicam o modo e o tempo (desinências
seus menores elementos (partes) possuidores de sentido. modo-temporais) e outras que indicam o número e
A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por três a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
elementos significativos: cant-á-va-mos:
In = elemento indicador de negação cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência
Explic – elemento que contém o significado básico da modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
palavra indicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza
Ável = elemento indicador de possibilidade a primeira pessoa do plural)

Estes elementos formadores da palavra recebem o cant-á-sse-is:


nome de morfemas. Através da união das informações cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
entender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a
não tem possibilidade de ser explicado, que não é possível segunda pessoa do plural)
tornar claro”.
Morfemas = são as menores unidades significativas D) Vogal temática
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido. Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o ra-
dical às desinências, é chamado de vogal temática.
CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o cha-
mado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que
A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como
portador de significado. É através do radical que po- os nomes apresentam vogais temáticas. No caso dos
demos formar outras palavras comuns a um grupo verbos, a vogal temática indica as conjugações: -a
de palavras da mesma família. Exemplo: pequeno, pe- (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª conjugação =
quenininho, pequenez. O conjunto de palavras que se escrever) e –i (3.ª conjugação = partir).
agrupam em torno de um mesmo radical denomina-
-se família de palavras. D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quan-
do átonas finais, como em mesa, artista, perda, es-
B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes cola, base, combate. Nestes casos, não poderíamos
(os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: be- pensar que essas terminações são desinências indi-
LÍNGUA PORTUGUESA

leza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo). cadoras de gênero, pois mesa e escola, por exemplo,
não sofrem esse tipo de flexão. É a estas vogais te-
C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob- máticas que se liga a desinência indicadora de plural:
têm-se formas como amava, amavas, amava, amá- mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em
vamos, amáveis, amavam. Estas modificações ocor- vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo)
rem à medida que o verbo vai sendo flexionado em não apresentam vogal temática.
número (singular e plural) e pessoa (primeira, segun-
da ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o

98
D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- Há dois casos em que a palavra derivada é formada
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática regressiva e a derivação imprópria.
é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja
vogal temática é -e pertencem à segunda conjuga- 2.1. Derivação
ção e os que têm vogal temática -i pertencem à ter-
ceira conjugação.  Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na
E) Interfixos formação de substantivos derivados de verbos.
São os elementos (vogais ou consoantes) que se inter- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
calam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes- (substantivo) – deriva de pescar (verbo)
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
Por exemplo:  Derivação imprópria: a palavra nova (derivada)
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. é obtida pela mudança de categoria gramatical da
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento. palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na
forma, mas somente na classe gramatical.
1. Formação das Palavras Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê”
deriva da conjunção porque)
Há em Português palavras primitivas, palavras derivadas, Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
palavras simples, palavras compostas. do verbo olhar).
A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua
portuguesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor. #FicaDica
B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua A derivação regressiva “mexe” na estrutura da palavra,
portuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura. geralmente transforma verbos em substantivos: caça =
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só
deriva de caçar, saque = deriva de sacar
radical: azeite, cavalo.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
apenas faz com que ela pertença a uma classe
um radical: couve-flor, planalto.
gramatical “imprópria” da qual ela realmente, ou melhor,
As palavras compostas podem ou não ter seus
costumeiramente faz parte. A alteração acontece devido à
elementos ligados por hífen.
presença de outros termos, como artigos, por exemplo:
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a
1.1. Processos de Formação de Palavras
funcionar como substantivo devido à presença do artigo
Na Língua Portuguesa há muitos processos de formação “o”)
de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação, a
composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo. 3. Composição

2. Derivação por Acréscimo de Afixos Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas composição: justaposição e aglutinação.
(derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A A) Justaposição: ocorre quando os elementos que for-
derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética. mam o composto são postos lado a lado, ou seja,
A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida justapostos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa,
por acréscimo de prefixo. segunda-feira, girassol.
In feliz / des leal B) Composição por aglutinação: ocorre quando os
Prefixo radical prefixo radical elementos que formam o composto aglutinam-se e
pelo menos um deles perde sua integridade sonora:
B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto),
acréscimo de sufixo. pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre).
Feliz mente / leal dade
Radical sufixo radical sufixo Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom.
LÍNGUA PORTUGUESA

C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acrésci-


mo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese Abreviação – é a redução de palavras até o limite
formam-se principalmente verbos. permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu
En trist ecer (pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).
Prefixo radical sufixo
Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
En tard ecer limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras iniciais:
prefixo radical sufixo p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor).

99
Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras FONÉTICA E FONOLOGIA: SOM E FONEMA,
iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS
impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas E DÍGRAFOS.
puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas
impuras).

Hibridismo: é a palavra formada com elementos Letra e Fonema


oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego;
móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego). fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos
sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que es-
tuda os sons da língua quanto à sua função no sistema
EXERCÍCIO COMENTADO de comunicação linguística, quanto à sua organização e
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à
1. (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da
SOCIAL – SUPERIOR - CEPERJ/2014) A palavra “infraes- forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando
trutura” é formada pelo seguinte processo: que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar
estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de
a) sufixação cada falante são estudadas pela Fonética.
b) prefixação Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas;
c) parassíntese na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
d) justaposição símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se
e) aglutinação o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de
estabelecer uma distinção de significado entre as palavras.
Resposta: Letra B. Infra = prefixo + estrutura – temos a Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a
junção de um prefixo com um radical, portanto: deriva- distinção entre os pares de palavras:
ção prefixal (ou prefixação).
amor – ator / morro – corro / vento - cento
2. (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – MÉDIO Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
- IBFC/2014) O vocábulo “entristecido” é um exemplo de: portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
que você - como falante de português - guarda de cada um
a) palavra composta deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este
b) palavra primitiva forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente,
c) palavra derivada aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
d) neologismo O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é
a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
Resposta: Letra C. en + triste + ido (com consoante de exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na
ligação “c”) = ao radical “triste” foram acrescidos o prefi- palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
xo “en” e o sufixo “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por
derivada do processo de formação de palavras chamado mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
de: prefixação e sufixação. Para o exercício, basta “deri- pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento,
vada”! exílio.
Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa a) o fonema /sê/: texto
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. b) o fonema /zê/: exibir
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. c) o fonema /che/: enxame
Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São d) o grupo de sons /ks/: táxi
LÍNGUA PORTUGUESA

Paulo: Saraiva, 2010.


AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: O número de letras nem sempre coincide com o núme-
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. ro de fonemas.
Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
SITE 1234567 12 3 45 6
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm> Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o
12 3 4 12345

100
As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não re- 1.3 Consoantes
presentam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta.
Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi-
que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fone- rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca-
ma; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, repre- vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda-
sentado na escrita pelas letras “a” e “n”. deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu-
A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos:
Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
1 2 3 1234
2. Encontros Vocálicos
1 Classificação dos Fonemas
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e
Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em
1.1 Vogais sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton-
go e o hiato.
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma
corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa a) Ditongo
língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso
significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma úni- É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
ca vogal. -versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- -rie (i = semivogal, e = vogal)
berta. As vogais podem ser: Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal:
Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, pai (a = vogal, i = semivogal)
/o/, /u/. Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais:
/ã/: fã, canto, tampa mãe
/ ẽ /: dente, tempero
/ ĩ/: lindo, mim b) Tritongo
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e
Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode
bola.
ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo
Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até,
nasal.
bola.
c) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas: pé, lata, pó
Fechadas: mês, luta, amor É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pala- pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
vras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
(po-e-si-a).
1. 2 Semivogais
3. Encontros Consonantais
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais.
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- Existem basicamente dois tipos:
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de-
sempenham o papel de núcleo silábico. a) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca -no, a-tle-ta, cri-se.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão b) os que resultam do contato de duas consoantes per-
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, tencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
história, série. Há ainda grupos consonantais que surgem no início
dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-
-mo, psi-có-lo-go.

101
4. Dígrafos Observação:
“gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos
De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra,
por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e quatro aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum
letras. fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” represen-
Há, no entanto, fonemas que são representados, na es- ta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça,
crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não
letras. há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, ave-
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram riguo).
utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas #FicaDica
para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos Conseguimos ouvir o som da letra “u” também,
que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos:
consonantais e vocálicos. Água = /agua/ pronunciamos a letra “u”, ou en-
tão teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras
a) Dígrafos Consonantais e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo (aliás,
dois dígrafos: “gu” e “rr”). Portanto: 8 letras e 6
Letras Fonemas Exemplos fonemas.
lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
5. Dífonos
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro Assim como existem duas letras que representam um
só fonema (os dígrafos!), existe letra que representa dois
ss /se/ (no interior da palavra) passo fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois fo-
nemas temos um caso de dífono.
sc /se/ crescer
sç /se/ desço REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
xc /se/ exceção SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
b) Dígrafos Vocálicos
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Registram-se na representação das vogais nasais:
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Fonemas Letras Exemplos
/ã/ am tampa SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.
an canto php
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
LÍNGUA PORTUGUESA

/ũ/ um chumbo
un corcunda

102
HORA DE PRATICAR!

1. (MAPA – Auditor Fiscal Federal Agropecuário – Médico Veterinário – Superior – ESAF – 2017) Assinale a opção
que apresenta desvio de grafia da palavra.
A acupuntura é uma terapia da medicina tradicional chinesa que favorece a regularização dos processos fisiológicos do corpo,
no sentido de promover ou recuperar o estado natural de saúde e equilíbrio. Pode ser usada preventivamente (1) para evitar
o desenvolvimento de doenças, como terapia curativa no caso de a doença estar instalada ou como método paliativo (2) em
casos de doenças crônicas de difícil tratamento. Tem também uma ação importante na medicina rejenerativa (3) e na reabili-
tação. O tratamento de acupuntura consiste na introdução de agulhas filiformes no corpo dos animais. Em geral são deixadas
cerca de 15 a 20 minutos. A colocação das agulhas não é dolorosa para os animais e é possível observar durante os tratamen-
tos diferentes reações fisiológicas (4), indicadoras de que o tratamento está atingindo o efeito terapêutico (5) desejado.
Disponível: <http://www.veterinariaholistica.net/acupuntura-fitoterapia-e-homeopatia.html/>. Acesso em 28/11/2017. (Com adaptações)

a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

2. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Médio – FCC – 2017) Respeitando-se as
normas de redação do Manual da Presidência da República, a frase correta é:

a) Solicito a Vossa Senhoria que verifique a possibilidade de implementação de projeto de treinamento de pessoal para
operar os novos equipamentos gráficos a serem instalados em seu setor.
b) Venho perguntar-lhe, por meio desta, sobre a data em que Vossa Excelência pretende nomear vosso representante na
Comissão Organizadora.
c) Digníssimo Senhor: eu venho por esse comunicado, informar, que será organizado seminário, sobre o uso eficiente de
recursos hídricos, em data ainda a ser definida.
d) Haja visto que o projeto anexo contribue para o desenvolvimento do setor em questão, informamos, por meio deste
Ofício, que será amplamente analisado por especialistas.
e) Neste momento, conforme solicitação enviada à Vossa Senhoria anexo, não se deve adotar medidas que possam com-
prometer vossa realização do projeto mencionado.

LÍNGUA PORTUGUESA

103
3. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) Analise as assertivas abaixo:

I. O ladrão era de menor.


II. Não há regra sem exceção.
III. É mais saudável usar menas roupa no calor.
IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante.
V. Entre eu e você não existe mais nada.

A opção que apresenta vícios de linguagem é:

a) I e III.
b) I, II e IV.
c) II e IV.
d) I, III, IV e V.
e) III, IV e V.

4. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que todas
as palavras estão corretas:

a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.


b) supracitado – semi-novo – telesserviço.
c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
d) contrarregra – autopista – semi-aberto.
e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

5. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) O uso correto do porquê está na opção:

a) Por quê o homem destrói a natureza?


b) Ela chorou por que a humilharam.
c) Você continua implicando comigo porque sou pobre?
d) Ninguém sabe o por quê daquele gesto.
e) Ela me fez isso, porquê?

6. (TJ-PA – Médico Psiquiatra – Superior – VUNESP – 2014)

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, de acordo com a norma-padrão da língua por-
tuguesa, considerando que o termo que preenche a terceira lacuna é empregado para indicar que um evento está prestes
LÍNGUA PORTUGUESA

a acontecer

a) anúncio ... A ... Iminente.


b) anuncio ... À ... Iminente.
c) anúncio ... À ... Iminente.
d) anúncio ... A ... Eminente.
e) anuncio ... À ... Eminente.

104
7. (CEFET-RJ – REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO 11. (Estrada de Ferro Campos do Jordão-SP – Ana-
– 2014) Observe a grafia das palavras do trecho a seguir. lista Ferroviário – Oficinas – Elétrica – IDERH – 2014)
A macro-história da humanidade mostra que todos encaram Leia as orações a seguir:
os relatos pessoais como uma forma de se manterem vivos. Minha mãe sempre me aconselha a evitar as _____ compa-
Desde a idade do domínio do fogo até a era das multicomu- nhias. (mas/más)
nicações, os homens tem demonstrado que querem pôr sua A cauda do vestido da noiva tinha um _________ enorme.
marca no mundo porque se sentem superiores. (cumprimento/comprimento)
A palavra que NÃO está grafada corretamente é Precisamos fazer as compras do mês, pois a _________ está
vazia. (despensa/dispensa).
a) macro-história.
b) multicomunicações. Completam, correta e respectivamente, as lacunas acima os
c) tem. expostos na alternativa:
d) pôr.
e) porque.
a) mas – cumprimento – despensa.
b) más – comprimento – despensa.
8. (Liquigás – Profissional Júnior – Ciências Contábeis
c) más – cumprimento – dispensa.
– cegranrio – 2014) O grupo em que todas as palavras
estão grafadas de acordo com a norma-padrão da Língua d) mas – comprimento – dispensa.
Portuguesa é e) más – comprimento – dispensa.

a) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem 12. (TRT-2ª REGIÃO-SP – Técnico Judiciário - Área
b) pedágio, ultrage, pagem, angina Administrativa – Médio – FCC – 2014) Está redigida
c) refújio, agiota, rigidez, rabujento com clareza e em consonância com as regras da gramática
d) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste normativa a seguinte frase:
e) sargeta, jengiva, jiló, lambujem
a) Queremos, ou não, ele será designado para dar a palavra
9. (SIMAE – Agente Administrativo – ASSCON-PP – final sobre a polêmica questão, que, diga-se de passa-
2014) Assinale a alternativa que apresenta apenas palavras gem, tem feito muitos exitarem em se pronunciar.
escritas de forma incorreta. b) Consultaram o juíz acerca da possibilidade de voltar
atraz na suspensão do jogador, mas ele foi categórico
a) Cremoso, coragem, cafajeste, realizar; quanto a impossibilidade de rever sua posição.
b) Caixote, encher, análise, poetisa; c) Vossa Excelência leu o documento que será apresentado
c) Traje, tanger, portuguesa, sacerdotisa; em rede nacional daqui a pouco, pela voz de Sua Exce-
d) Pagem, mujir, vaidozo, enchergar; lência, o Senhor Ministro da Educação?
d) A reportagem sobre fascínoras famosos não foi nada
10. (Receita Federal – Auditor Fiscal – ESAF – 2014) positiva para o público jovem que estava presente, de
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de que se desculparam os idealizadores do programa.
grafia de palavra inserido na transcrição do texto. e) Estudantes e professores são entusiastas de oferecer aos
jovens ingressantes no curso o compartilhamento de
A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria projetos, com que serão também autores.
da Receita Federal é apenas a mais recente denominação da
Administração Tributária Brasileira nestes cinco séculos de
13. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
existência. Sua criação tornou-se (2) necessária para moder-
A acentuação correta está na alternativa:
nizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, bem como para
promover uma maior integração entre o Fisco e os Contribuin-
tes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das obrigações a) eu abençôo – eles crêem – ele argúi.
tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o b) platéia – tuiuiu – instrui-los.
acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de c) ponei – geléia – heroico.
cada cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal d) eles têm – ele intervém – ele constrói.
representou um significativo avanço na facilitação do cumpri- e) lingüiça – feiúra – idéia.
mento das obrigações tributárias, contribuindo para o aumen-
to da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60. 14. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – AOCP –
LÍNGUA PORTUGUESA

(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/histo- 2014) A palavra que está acentuada corretamente é:


rico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.)
a) Históriar.
a) (1). b) Memórial.
b) (2). c) Métodico.
c) (3). d) Própriedade.
d) (4). e) Artifício.
e) (5).

105
15. (prodam-am – assistente – funcab – 2014 – adap- 21. (Prefeitura de Brusque-sc – Educador Social – fe-
tada) Assinale a opção em que o par de palavras foi acen- pese – 2014) Assinale a alternativa em que só palavras pa-
tuado segundo a mesma regra. roxítonas estão apresentadas.

a) saúde-países a) facilitada, minha, canta, palmeiras


b) Etíope-juízes b) maná, papá, sinhá, canção
c) olímpicas-automóvel c) cá, pé, a, exílio
d) vocês-público d) terra, pontapé, murmúrio, aves
e) espetáculo-mensurável e) saúde, primogênito, computador, devêssemos

16. (Advocacia Geral da União – Técnico em Conta- 22. (Ministério do Desenvolvimento Agrário – Técni-
bilidade – idecan – 2014) Os vocábulos “cinquentenário” co em Agrimensura – funcab – 2014) A alternativa que
e “império” são acentuados devido à mesma justificativa. O apresenta palavra acentuada por regra diferente das demais
mesmo ocorre com o par de palavras apresentado em é:

a) prêmio e órbita. a) dúvidas.


b) rápida e tráfego b) muitíssimos.
c) satélite e ministério. c) fábrica.
d) pública e experiência. d) mínimo.
e) sexagenário e próximo. e) impossível.

17. (Rioprevidência – Especialista em Previdência So- 23. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab –
cial – ceperj – 2014) A palavra “conteúdo” recebe acen- 2014) Assinale a alternativa em que todas as palavras foram
tuação pela mesma razão de: acentuadas segundo a mesma regra.

a) juízo a) indivíduos - atraí(-las) - período


b) espírito b) saíram – veículo - construído
c) jornalístico c) análise – saudável - diálogo
d) mínimo d) hotéis – critérios - através
e) disponíveis e) econômica – após – propósitos
24. (Corpo de Bombeiros Militar-pi – Curso de Forma-
18. (Ministério do Meio Ambiente – icmbio – cespe – ção de Soldados – uespi – 2014) “O evento promove a
2014) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos saúde de modo integral.” A regra que justifica o acento gráfi-
vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”. co no termo destacado é a mesma que justifica o acento em:

( ) CERTO ( ) ERRADO a) “remédio”.


b) “cajú”.
19. (Prefeitura de Balneário Camboriú-sc – Guarda c) “rúbrica”.
Municipal – fepese – 2014 – adaptada) Assinale a alter- d) “fráude”.
nativa em que todas as palavras são oxítonas. e) “baú”.

a) pé, lá, pasta 25. (TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


b) mesa, tábua, régua Médio – FGV – 2015)
c) livro, prova, caderno Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no signo
d) parabéns, até, televisão de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito à sua
e) óculos, parâmetros, título vida profissional e projetos de carreira. Os próximos dias serão
ótimos para dar andamento a projetos que começaram há al-
20. (Advocacia Geral da União – Técnico em Comu- guns dias ou semanas. Os resultados chegarão rapidamente”.
nicação Social – idecan – 2014) Assinale a alternativa
em que a acentuação de todas as palavras está de acordo O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com
com a mesma regra da palavra destacada: “Procuradorias acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua vida
LÍNGUA PORTUGUESA

comprovam necessidade de rendimento satisfatório para re- profissional”. A frase abaixo em que o emprego do acento
novação do FIES”. grave da crase é corretamente empregado é:

a) após / pó / paletó a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis;


b) moído / juízes / caído b) começaram à chorar assim que leram as previsões;
c) história / cárie / tênue c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer;
d) álibi / ínterim / político d) o leitor estava à procura de seu destino;
e) êxito / protótipo / ávido e) o astrólogo previa o futuro passo à passo

106
26. (Prefeitura de Sertãozinho-SP – Farmacêutico – 30. (prefeitura de são Paulo-sp – técnico em saúde –
Superior – VUNESP – 2017) O sinal indicativo de crase laboratório – médio – vunesp – 2014) Reescrevendo-se
está empregado corretamente nas duas ocorrências na al- o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a enfrentar o
ternativa: desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento indi-
cativo da crase, tem-se:
a) Muitos indivíduos são propensos à associar, inadvertida-
mente, tristeza à depressão. a) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do desconforto, ...
b) As pessoas não querem estar à mercê do sofrimento, por b) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do desconforto, ...
isso almejam à pílula da felicidade. c) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do desconforto, ...
c) À proporção que a tristeza se intensifica e se prolonga, d) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do desconforto, ...
pode-se, à primeira vista, pensar em depressão. e) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do desconforto, ..
d) À rigor, os especialistas não devem receitar remédios às
pessoas antes da realização de exames acurados. 31. (CONAB – Contabilidade – Superior – IADES –
e) Em relação à informação da OMS, conclui-se que existem 2014 – adaptada) Considerando o trecho “atualizou os
121 milhões de pessoas à serem tratadas de depressão. dados relativos à produção de grãos no Brasil.” e conforme a
norma-padrão, assinale a alternativa correta.
27. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
Administrativa – Médio – FCC – 2017) É difícil planejar a) a crase foi empregada indevidamente no trecho.
uma cidade e resistir à tentação de formular um projeto de b) o autor poderia não ter empregado o sinal indicativo de
sociedade. crase.
O sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso o verbo c) se “produção” estivesse antecedida por essa, o uso do
sublinhado acima seja substituído por: sinal indicativo de crase continuaria obrigatório.
d) se, no lugar de “relativos”, fosse empregado referentes, o
a) não acatar. uso do sinal indicativo de crase passaria a ser facultativo.
b) driblar. e) caso o vocábulo minha fosse empregado imediatamente
c) controlar. antes de “produção”, o uso do sinal indicativo de crase
d) superar. seria facultativo.
e) não sucumbir.
32. (Sabesp-SP – atendente a clientes – Médio – fcc
28. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área – 2014 – adaptada) No trecho Refiro-me aos livros que
Administrativa – Médio – FCC – 2017) A frase em que foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre
há uso adequado do sinal indicativo de crase encontra-se – à espera de serem lidos, o uso do acento de crase obedece
em: à mesma regra seguida em:

a) A tendência de recorrer à adaptações aparece com maior a) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como
força na Hollywood do século 21. evitá-la.
b) É curioso constatar a rapidez com que o cinema agregou b) Informou à paciente que os remédios haviam surtido
à máxima. efeito.
c) A busca pela segurança leva os estúdios à apostarem em c) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à novela.
histórias já testadas e aprovadas. d) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha
d) Tal máxima aplica-se perfeitamente à criação de peças fórmula.
de teatro. e) Comunique às minhas alunas que as provas estão cor-
e) Há uma massa de escritores presos à contratos fixos em rigidas.
alguns estúdios.
33. (TRT-AL – Analista Judiciário – Superior – FCC–
29. (Prefeitura de Marília-SP – Auxiliar de Escrita – 2014) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chine-
Médio – VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que sas...
o sinal indicativo de crase está empregado corretamente. O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple-
mento que o da frase acima está em:
a) A voluntária aconselhou a remetente à esquecer o amor
de infância. a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
LÍNGUA PORTUGUESA

b) O carteiro entregou às voluntárias do Clube de Julieta b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da
uma nova remessa de cartas. Idade Média.
c) O médico ofereceu à um dos remetentes apoio psico- c) ... viajavam por cordilheiras...
lógico. d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
d) As integrantes do Clube levaram horas respondendo à e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.
diversas cartas.
e) O Clube sugeriu à algumas consulentes que fizessem no-
vas amizades.

107
34. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – 38. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab
UFAL – 2014) Na afirmação abaixo, de Padre Vieira, – 2014) O termo destacado em: “As pessoas estão sempre
“O trigo não picou os espinhos, antes os espinhos o picaram muito ATAREFADAS.” exerce a seguinte função sintática:
a ele... Cuidais que o sermão vos picou a vós” o substantivo
“espinhos” tem, respectivamente, função sintática de, a) objeto direto.
b) objeto indireto.
a) objeto direto/objeto direto. c) adjunto adverbial.
b) sujeito/objeto direto. d) predicativo.
c) objeto direto/sujeito. e) adjunto adnominal.
d) objeto direto/objeto indireto.
e) sujeito/objeto indireto. 39. (trt-13ª região-pb – Técnico Judiciário – Tecnolo-
gia da Informação – Médio – fcc – 2014) Ao mesmo
35. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – tempo, as elites renunciaram às ambições passadas...
UFAL – 2014) No texto, “Arranca o estatuário uma pedra O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple-
dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois que mento que o grifado acima está empregado em:
desbastou o mais grosso, toma o maço e cinzel na mão para
começar a formar um homem, primeiro membro a membro a) Faltam-nos precedentes históricos para...
e depois feição por feição.” b) Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro...
VIEIRA, P. A. In Sermão do Espírito Santo. Acervo da Acade- c) Esse novo espectro comprova a novidade de nossa si-
mia Brasileira de Letras tuação...
A oração sublinhada exerce uma função de d) As redes sociais eram atividades de difícil implementação...
e) ... como se imitássemos o padrão de conforto...
a) causalidade.
b) conclusão. 40. (Cia de Serviços de Urbanização de Guarapuava-
c) oposição. -pr – Agente de Trânsito – consulplam – 2014) Quanto
d) concessão. à função que desempenha na sintaxe da oração, o trecho
e) finalidade. em destaque “Tenho uma dor que passa daqui pra lá e de lá
pra cá” corresponde a:

36. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – Superior a) Oração subordinada adjetiva restritiva.


– AOCP – 2014) Em “Se a ‘cura’ fosse cara, apenas uma b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
pequena fração da sociedade teria acesso a ela.”, a expressão c) Adjunto adnominal.
em destaque funciona como: d) Oração subordinada adverbial espacial.

a) objeto direto. 41. (Advocacia-Geral da União – Técnico em Comuni-


b) adjunto adnominal. cação Social – idecan – 2014) Acerca das relações sintá-
c) complemento nominal. ticas que ocorrem no interior do período a seguir “Policiais
d) sujeito paciente. de Los Angeles tomam facas de criminosos, perseguem bê-
e) objeto indireto. bados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu
relatório.”, é correto afirmar que
37. (EBSERH – HUSM-UFSM-RS – Analista Adminis-
trativo – Jornalismo – Superior – AOCP – 2014) a) “o dia” é sujeito do verbo “terminar”.
“Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu filho b) o sujeito do período, Policiais de Los Angeles, é com-
crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde -...” posto.
No período acima, a oração destacada: c) “bêbados” e “criminosos” apresentam-se na função de
sujeito.
a) estabelece uma relação temporal com a oração que lhe d) “facas” possui a mesma função sintática que “bêbados”
é subsequente. e “relatório”.
b) estabelece uma relação temporal com a oração que a e) “de criminosos”, “na estrada”, “na delegacia” são termos
antecede. que indicam circunstâncias que caracterizam a ação verbal.
c) estabelece uma relação condicional com a oração que
LÍNGUA PORTUGUESA

lhe é subsequente. 42. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –


d) estabelece uma relação condicional com a oração que VUNESP – 2015) Leia o texto, para responder às questões.
a antecede. O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
e) estabelece uma relação de finalidade com a oração que consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às
lhe é subsequente. ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo
for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do
direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes
sociais, dos indivíduos.

108
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela “com o lançamento da cápsula Orion, da base da agência
luta; seus princípios mais importantes tiveram de enfrentar em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.”
os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qual- Os termos sublinhados se encarregam da localização do
quer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do in- lançamento da cápsula referida; o critério para essa locali-
divíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para zação também foi seguido no seguinte caso: Os protestos
a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força viva. contra as cotas raciais ocorreram:
Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por a) em Brasília, Distrito Federal, na região Centro-Oeste;
meio da qual o defende. b) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, região Sul;
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a c) em Pedrinhas, São Luís, Maranhão;
espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e d) em São Paulo, São Paulo, Brasil;
o verdadeiro estado de direito só pode existir quando a e) em Goiânia, região Centro-Oeste, Brasil.
justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com
que manipula a balança. 44. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Pú- Administrativa – Médio – FCC – 2017) Está plenamente
blico, mas de toda a população. A vida do direito nos ofe- adequada a pontuação do seguinte período:
rece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um
esforço e de uma luta incessante, como o despendido na a) A produção cinematográfica como é sabido, sempre be-
produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se beu na fonte da literatura, mas o cinema declarou-se,
veja na contingência de ter de sustentar seu direito par- independente das outras artes há mais de meio século.
ticipa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a b) Sabe-se que, a produção cinematográfica sempre consi-
realização da ideia do direito. É verdade que nem todos derou a literatura como fonte de inspiração, mas o cine-
enfrentam o mesmo desafio. ma declarou-se independente das outras artes, há mais
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranqui- de meio século.
lamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo
c) Há mais de meio século, o cinema declarou-se indepen-
direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos
dente das outras artes, embora a produção cinemato-
compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e
gráfica tenha sempre considerado a literatura como fon-
de ordem.
te de inspiração.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)
d) O cinema declarou-se independente, das outras artes,
há mais de meio século; porém, sabe-se, que a produção
Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi empre-
cinematográfica sempre bebeu na fonte da literatura.
gada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como ocorre
na passagem – A espada sem a balança é a força bruta, a e) A literatura, sempre serviu de fonte inspiradora do ci-
balança sem a espada, a impotência do direito. nema, mas este, declarou-se independente das outras
artes há mais de meio século − como é sabido.
a) O direito, no sentido objetivo, compreende os princípios
jurídicos manipulados pelo Estado. 45. (Correios – Técnico em Segurança do Trabalho
b) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca Júnior – Médio – IADES – 2017 – adaptada) Quanto
chegaria ao fim. às regras de ortografia e de pontuação vigentes, considere
c) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o o período “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
interesse pecuniário. seu rosto numa mistura de amor e saudade.” e assinale a
d) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do alternativa correta.
direito está na ação.
e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das a) O uso da vírgula entre as orações é opcional.
faces, aos demais, a outra. b) A redação “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
seu rosto por que sentia um misto de amor e saudade.”
43. TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa poderia substituir a original.
– Médio – FGV – 2015 c) O uso do hífen seria obrigatório, caso o prefixo re fosse
acrescentado ao vocábulo “lia”.
Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo d) Caso a ordem das orações fosse invertida, o uso da vír-
desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo de gula entre elas poderia ser dispensado.
enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo preparada e) Assim como o vocábulo “lágrimas”, devem ser acentua-
LÍNGUA PORTUGUESA

pela Nasa (agência espacial norte-americana). O primeiro dos graficamente rúbrica, filântropo e lúcida.
passo para a concretização desse desafio será dado nesta
sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion, da base
da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Uni-
dos. O lançamento estava previsto originalmente para esta
quinta-feira (4), mas devido a problemas técnicos foi rea-
gendado para as 7h05 (10h05 no horário de Brasília).”
(Ciência, Internet Explorer).

109
46. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA.
Verifique a pontuação nas frases abaixo e marque a asser-
tiva correta: a) No item I, a vírgula isola um aposto.
b) No item II, a interrogação indica uma mensagem inter-
a) Céus: Que injustiça. rompida.
b) O resultado do placar, não o abateu. c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o seu
c) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava em antecedente.
pleno atendimento. d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a interrogação e
d) Comam bastantes frutas crianças! a exclamação, indicam surpresa.
e) Comprei abacate, e mamão maduro. e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas, apenas,
por um ponto e vírgula após o termo “repente”.
47. (SAAE-SP – Fiscal Leiturista – VUNESP – 2014)
49. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE-
NET – 2014 – adaptada)
“Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de
ideais. Jamais conheci alguém sinceramente cansado de di-
nheiro.”
(Millôr Fernandes)

Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO afirmar


que:

a) são facultativas.
b) isolam apostos.
c) separam elementos de mesma função sintática.
d) a terceira é facultativa.
e) separam orações coordenadas assindéticas.

50. (Polícia Militar-SP – Oficial Administrativo – Mé-


dio – vunesp – 2014) A reescrita da frase – Como sempre,
a resposta depende de como definimos os termos da pergun-
ta. – está correta, quanto à pontuação, em:

a) A resposta como sempre, depende de, como definimos


os termos da pergunta.
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua- b) A resposta, como sempre, depende de como definimos
ção está correta em: os termos da pergunta.
c) A resposta como, sempre, depende de como definimos
a) Hagar disse, que não iria. os termos da pergunta.
b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e d) A resposta, como, sempre depende de como definimos
lagostas, aos vizinhos. os termos da pergunta.
c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para e) A resposta como sempre, depende de como, definimos
Hagar e Helga os termos da pergunta.

d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar 51. (Emplasa-Sp – Analista Jurídico – Direito – vu-
à Helga. nesp – 2014) Segundo a norma-padrão da língua portu-
e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos guesa, a pontuação está correta em:
Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
a) Como há suspeita, por parte da família de que João Gou-
48. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE- lart tenha sido assassinado; a Comissão da Verdade de-
NET – 2014) Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe cidiu reabrir a investigação de sua morte, em maio deste
os itens abaixo: ano, a pedido da viúva e dos filhos.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o pe-


I. “Calma, gente”. dido da família do ex-presidente João Goulart e reabriu
II. “Que mundo é este que chorar não é “normal”? a investigação da morte deste, visto que, para a viúva e
III. “Sustentabilidade, paradigma de vida” para os filhos, Jango pode ter sido assassinado.
IV. “Será que precisa de mais licitações? Haja licitações!” c) A investigação da morte de João Goulart, foi reaberta,
V. “E, de repente, aquela rua se tornou um grande lago...” em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para
apuração da causa da morte do ex-presidente uma vez
que, para a família, Jango pode ter sido assassinado.

110
d) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já
Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir falta
sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é des- do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente
cartada, pela viúva e filhos. concorda – simplesmente não aguentam o escritório aber-
e) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Goulart, to. Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar
suspeitando que ele possa ter sido assassinado pediram mais trabalho para casa”, diz ele.
a reabertura da investigação de sua morte, à Comissão É improvável que o conceito de escritório aberto caia em
da Verdade, esta, atendeu o pedido em maio deste ano. desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo de
Nagele e voltando aos espaços privados.
52. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho Há uma boa razão que explica por que todos adoram um
– cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade
trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo
mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco
inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um
( ) CERTO ( ) ERRADO local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e de-
sign de interiores.
53. (Prefeitura de Arcoverde-PE – Administrador de (Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem
Recursos Humanos – CONPASS – 2014) Leia o texto a ser ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.
seguir: uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
“Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessida-
de”. O uso da vírgula justifica-se porque: Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando
nos sentamos em um local fixo... (último parágrafo) – com o
a) estabelece a relação entre uma coordenada assindética termo Talvez, indicando condição, a sequência que apre-
e uma conclusiva. senta correlação dos verbos destacados de acordo com a
norma-padrão será:
b) separar a oração coordenada “não é um luxo” da ad-
versativa “mas uma necessidade”, em que o verbo está
a) reteríamos ... sentarmos
subentendido.
b) retínhamos ... sentássemos
c) liga a oração principal “Pagar” à coordenada “não é um
c) reteremos ... sentávamos
luxo, mas uma necessidade”.
d) retivemos ... sentaríamos
d) indica que dois termos da mesma função estão ligados
e) retivéssemos ... sentássemos
por uma conjunção aditiva.
e) isola o aposto na segunda oração. 55. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
VUNESP – 2017) Leia o texto para responder às questões.
54. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio – O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você
VUNESP – 2017) anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomarmos
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos “Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômica. To-
no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu sua mando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, como
equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e um exemplo de alívio, promessa de alegria em meio à vida
divisórias. dura da cidade, a frase passa a ser de um triste realismo: o
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nun-
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem e ca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado,
colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou o Jardim da Luz são uns raros respiros perdidos entre o mar
claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos de asfalto, a floresta de lajes batidas e os Corcovados de
estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove empre- concreto armado.
gados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe. O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um metros quadrados de chão. É o que vemos nas avenidas
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem
com portas e tudo. um pedacinho do cinza e surgem revoadas de patinado-
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório res, maracatus, big bands, corredores evangélicos, góticos
LÍNGUA PORTUGUESA

aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos satanistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango, barra-
são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao mo- quinhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
delo de espaços tradicionais com salas e portas. Tenho estado atento às agruras e oportunidades da cidade
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até porque, depois de cinco anos vivendo na Granja Viana, vim
15% da produtividade, desenvolver problemas graves de morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da tarde, eu cor-
concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes ria em volta de um lago, desviando de patos e assustando
em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contri- jacus. Agora, aos domingos, corro pela Paulista ou Minhocão
buindo para uma reação contra esse tipo de organização. e, durante a semana, venho testando diferentes percursos.

111
Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da 17 A
Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas encos-
tas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer, des- 18 CERTO
cobri um insuspeito parque noturno com bastante gente, 19 D
quase nenhum carro e propício a todo tipo de atividades: o
estacionamento do estádio do Pacaembu. 20 C
(Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toa- 21 A
lha. Prefere estendê-la e deitar em cima.” Disponível 22 E
em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas>. Acesso em:
13.04.2017. Adaptado) 23 E
Assinale a alternativa que dá nova redação à passagem – O 24 E
paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere esten-
dê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois metros 25 C
quadrados de chão. – atendendo à norma-padrão de con- 26 C
cordância. 27 E
a) Cem por cento dos paulistanos não joga a toalha – acha 28 D
preferível estendê-la para que se deite sobre elas, caso 29 B
seja dado a eles dois metros quadrados de chão.
b) Os paulistanos não jogam a toalha – acham preferíveis 30 A
estendê-la e se deitar em cima, caso lhes deem dois me- 31 E
tros quadrados de chão.
32 D
c) Mais de um paulistano não são de jogar a toalha – acham
preferíveis estendê-la e se deitarem em cima, caso se dê 33 E
a eles dois metros de chão. 34 C
d) Para os paulistanos, não se joga a toalha – é preferível
que seja estendida, para que possam deitar-se sobre ela, 35 E
caso lhes sejam dados dois metros quadrados de chão. 36 C
e) A maior parte dos paulistanos, contudo, não são de joga-
37 A
rem a toalha – acha preferível elas serem estendidas e dei-
tar-se em cima, caso lhe seja dado dois metros de chão. 38 D
39 A
40 A
GABARITO 41 D
42 E
1 C
43 A
2 A
44 C
3 D
45 D
4 A
46 C
5 C
47 E
6 A
48 C
7 C
49 C
8 D
50 B
9 D
51 B
10 C
52 CERTO
11 B
LÍNGUA PORTUGUESA

53 C
12 C
54 E
13 D
55 D
14 E
15 A
16 B

112
ÍNDICE

MATEMÁTICA

Estruturas lógicas.................................................................................................................................................................................................................... 01
Lógica sentencial ou proposicional: proposições simples e compostas, operadores lógicos, tabelas-verdade, equivalências, leis
de Morgan..................................................................................................................................................................................................................................01
Diagramas lógicos. .................................................................................................................................................................................................................19
Lógica de primeira ordem. ..................................................................................................................................................................................................19
Operações com conjuntos. .................................................................................................................................................................................................22
Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.......................................................................................................25
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais..........................................................................................26
Raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal. .......................................................81
Princípios de contagem, combinatória e probabilidade..........................................................................................................................................82
ESTRUTURAS LÓGICAS. LÓGICA SENTENCIAL OU PROPOSICIONAL: PROPOSIÇÕES SIMPLES E
COMPOSTAS, OPERADORES LÓGICOS, TABELAS-VERDADE, EQUIVALÊNCIAS, LEIS DE MORGAN.

ESTRUTURAS LÓGICAS.

Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento de sentido completo.
Nossa professora, bela definição!
Não entendi nada!
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas tam-
bém no sentido lógico.
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verdadeira ou falsa.

Exemplos:
(A) A Terra é azul.
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é uma proposição.

(B) >2

Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico falso.


Todas elas exprimem um fato.
Agora, vamos pensar em uma outra frase:
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto?
Correto. Mas é uma proposição?
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos declarar se é falso ou verdadeiro.
Bruno, vá estudar.
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não é
proposição.
Passei!
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque é
uma sentença exclamativa.
Vamos ver alguns princípios da lógica:
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
casos e nunca um terceiro caso.

1. Valor Lógico das Proposições

Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se a
proposição é falsa (F).

Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)=V essa é a simbologia para indicar que o valor lógico de p é verdadeira, ou
V(p)=F
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou falso, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor lógico
falso.

2. Classificação

Proposição simples: não contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. São geralmente de-
signadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
E depois da letra colocamos “:”
MATEMÁTICA

Exemplo:
p: Marcelo é engenheiro
q: Ricardo é estudante
Proposição composta: combinação de duas ou mais proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúsculas P, Q, R, S,...

1
Exemplo:
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
Se quisermos indicar quais proposições simples fazem parte da proposição composta:
P(p,q)
Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição composta quando tiver mais de um verbo e proposição simples,
quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.

3. Conectivos

Agora que vamos entrar no assunto mais interessante e o que liga as proposições.
Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos conectivos vem a parte prática.

4. Definição

Palavras que se usam para formar novas proposições, a partir de outras.


Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma coisa?
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo terá um nome, vamos ver?

-Negação

Exemplo
p: Lívia é estudante.
~p: Lívia não é estudante.
q: Pedro é loiro.
¬q: É falso que Pedro é loiro.
r: Érica lê muitos livros.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
s: Cecilia é dentista.
¬s: É mentira que Cecilia é dentista.

-Conjunção

Nossa, são muitas formas de se escrever com a conjunção.


Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”, “mas”, “porém”
Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica.

- Disjunção
MATEMÁTICA

p: Vitor gosta de estudar.


q: Vitor gosta de trabalhar
p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de trabalhar.
- Disjunção Exclusiva
Extensa: Ou...ou...

2
Resposta: Letra C. P: A empresa alegou ter pago suas
Símbolo: ∨
obrigações previdenciárias
p: Vitor gosta de estudar. Q: apresentou os comprovantes de pagamento
q: Vitor gosta de trabalhar R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo ex-
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra- -empregado
balhar. Número de linhas: 2³=8
-Condicional 03) (SERES/PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição neces- CIÁRIA – CESPE/2017) A partir das proposições simples
sária P: “Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q:
Símbolo: → “As lojas do centro comercial Bom Preço estavam realizan-
Exemplos do liquidação” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas do
p→q: Se chove, então faz frio. Bom Preço” é possível formar a proposição composta S:
p→q: É suficiente que chova para que faça frio. “Se Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço e se
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio. as lojas desse centro estavam realizando liquidação, então
p→q: É necessário que faça frio para que chova. Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço ou Sandra
p→q: Fazer frio é condição necessária para chover. foi passear no centro comercial Bom Preço”. Considerando
todas as possibilidades de as proposições P, Q e R serem
-Bicondicional verdadeiras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-
Extenso: se, e somente se, ... -verdade da proposição S, que está iniciada na tabela mos-
Símbolo:↔ trada a seguir.
p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema.
p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai
ao cinema.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
tica – São Paulo: Nobel – 2002.

EXERCÍCIO COMENTADO

01) (EBSERH - ÁREA MÉDICA - CESPE/2018) A respeito


de lógica proposicional, julgue o item que se segue.
Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar a Completando a tabela, se necessário, assinale a opção que
negação da proposição R, então, independentemente dos mostra, na ordem em que aparecem, os valores lógicos na
valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P, Q e R, a coluna correspondente à proposição S, de cima para baixo.
proposição P→Q∨(~R) será sempre V.
a) V / V / F / F / F / F / F / F
( ) CERTO ( ) ERRADO b) V / V / F / V / V / F / F / V
c) V / V / F / V / F / F / F / V
Resposta: Errado. Se P for verdadeiro, Q falso e R falso, d) V / V / V / V / V / V / V / V
a proposição é falsa. e) V / V / V / F / V / V / V / F
02) (TRT 7ªREGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – Resposta: Letra D - A proposição S é composta por:
CESPE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P. (p∧q)→(r∨p)
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias,
mas não apresentou os comprovantes de pagamento; o juiz
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p)
julgou, pois, procedente a ação movida pelo ex-empregado.
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-ver- V V V V V V
dade para representar todas as combinações possíveis para V V F V V V
os valores lógicos das proposições simples que compõem a V F V F V V
proposição P do texto CB1A5AAA é igual a V F F F V V
MATEMÁTICA

F V V F V V
a) 32. F V F F F V
b) 4. F F V F V V
c) 8. F F F F F V
d) 16.

3
As sequências lógicas aparecem com frequências nas Exemplo 1
provas de concurso. São vários tipos: números, letras, figuras,
baralhos, dominós e como é um assunto muito abrangen- (UFPB – ADMINISTRADOR – IDECAN/2016) Considere
te, e pode ser pedido de qualquer forma, o que ajudará nos a sequência numérica a seguir:
estudos serão as práticas de exercícios e algumas dicas que 3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . .
darei. Em cada exemplo, darei algumas dicas para toda vez Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
que você visualizar esse tipo de questão já ajude a analisar formação a partir do terceiro termo, então o denominador
que tipo será. Vamos lá? do próximo termo da sequência é:

1. Sequência de Números (A) 9.


(B) 11.
Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multiplicação. (C) 26.
Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA, ela (D) 27.
vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão, alguns
serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se assuste se Resposta: Letra D.
achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será isso e ponto. Quando há uma sequência que não parece progressão
Vamos ver alguns tipos de sequências: aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para soma
os dois anteriores, soma 1, e assim por diante.
-Progressão Aritmética No caso se somarmos os dois primeiros para dar o ter-
2 5 8 11 ceiro: 3+6=9
Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3
2. Progressão aritmética sempre terá a mesma razão. Vamos ver se ficará certo com o restante
6+3=9
No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada número 9/3=3
seguinte, temos que somar 3. 3+2=5
5/3
-Progressão Geométrica Opa...parece que deu certo
9 18 36 72
Então:
3. E agora para essa nova sequência?

Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então não


é soma.
O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
18x2=36
36x2=72
Opa, deu certo?
Progressão geométrica de razão 2.
4. Sequência de Letras
-Incremento em Progressão
1 2 4 7 Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difícil
de falar, pois podem ser de vários tipos.
Observe que estamos somando 1 a mais para cada nú- Às vezes temos que substituir por números, outras anali-
mero. sar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns exemplos?
1=1=2
2+2=4 Exemplos
4+3=7
1. (AGERIO – ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO –
-Série de Fibonacci FDC/2015) Considerando a sequência de vocábulos:
1 1 2 3 5 8 13 galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré
Cada termo é igual à soma dos dois anteriores. A alternativa lógica que substitui X é:

-Números Primos (A) boi


2 3 5 7 11 13 17 (B) siri
MATEMÁTICA

Naturais que possuem apenas dois divisores naturais. (C) sapo


(D) besouro
-Quadrados Perfeitos (E) gaivota
1 4 9 16 25 36 49
Números naturais cujas raízes são naturais.

4
Resposta: Letra A. 1) (FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tecno-
Primeiro tentamos número de sílabas ou letras. logia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que contém
Letras já não deu certo. a próxima figura da sequência.
Galo=4
Pato=4
Carneiro=8
Cobra=4
Jacaré=6
(A)
Não tem um padrão
Número de sílabas
Está dividido em 2 e 3 e sem padrões
Começadas com as letras dos meses?não...
Difícil...
São animais, então: (B)
Galo e pato são aves
Cobra e jacaré são répteis
O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
procurar outro mamífero que no caso é o boi
(C)
2. (IBGE - TÉCNICO EM INFORMAÇÕES GEOGRÁFI-
CAS E ESTATÍSTICAS – FGV/2016) Considere a sequên-
cia infinita
IBGEGBIBGEGBIBGEG...
A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respectiva-
mente: (D)

(A) BG;
(B) GE;
(C) EG;
(D) GB;
(E) BI. (E)

Resposta: Letra E.
É uma sequência com 6
Cada letra equivale a sequência
I=1
B=2 Resposta: Letra B.
G=3 Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado
E=4 E depois 2 riscos e assim por diante.
G=5 Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D?
B=0 É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de todos.
2016/6=336 resta 0
2017/6=336 resta 1

Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva- EXERCÍCIO COMENTADO
lente a última letra
E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira letra. 1. ( TRE/RJ - TÉCNICO JUDICIÁRIO - OPERAÇÃO DE
COMPUTADORES – CONSULPLAN/2017) Os termos de
4. Sequência de Figuras uma determinada sequência foram sucessivamente obti-
dos seguindo um determinado padrão:
Do mesmo modo que a sequência de letras, é um tema (5, 9, 17, 33, 65, 129...)
abrangente, pois a banca pode pedir a figura que convém. O décimo segundo termo da sequência anterior é um
número
MATEMÁTICA

a) menor que 8.000.


b) maior que 10.000.
c) compreendido entre 8.100 e 9.000.
d) compreendido entre 9.000 e 10.000.

5
Resposta: Letra C. Resposta: Letra C
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1
Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3.
213+1=8193

2. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITUTO


AOCP/2017) Uma máquina foi programada para distri-
buir senhas para atendimento em uma agência bancária
alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha 4. (SESAU/RO – ENFERMEIRO – FUNRIO/2017) Obser-
o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na se- ve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ...
guinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas informações O próximo termo é o:
mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª senhas,
respectivamente, são: a) 65.
b) 66.
a) 69 e Z. c) 67.
b) 90 e Y. d) 68.
c) T e 88. e) 69.
d) 77 e Z.
e) Y e 100. Resposta: Letra D.
Observe que de 43 para 46 são 3
Resposta: Letra D. 50-46=4
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5, 8,...) 55-50=5
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocupará 61-55=6
na sequência. Portanto será a 26 Portanto, o próximo será somando 7
A26=a1+25r 61+7=68
A26=2+25⋅3
A26=2+75=77 5. (TRT 24ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I;
A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na sequ- 17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris-
ência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é a letra Z. mos e pelas letras

3. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017)  Na a) EI.


figura abaixo, encontram-se representadas três etapas da b) UA.
construção de uma sequência elaborada a partir de um tri- c) OA.
ângulo equilátero. d) IO.
e) AE.

Resposta: Letra D.
A partir do 5º termo começa a repetir as letras, portanto:
12/5=2 e resta 2
Assim, será igual ao segundo termo, IO.

Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados do 6. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –


triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, % ,
nesses pontos médios, obtendo-se os triângulos pretos. &, # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que estará
Na etapa 2, marcam-se os pontos médios dos lados dos na 117ª posição será:
triângulos pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os triân-
gulos com vértices nesses pontos médios, obtendo-se um a) @
novo conjunto de triângulos pretos. A etapa 3 e as seguin- b) %
tes mantêm esse padrão de construção. c) &
Mantido o padrão de construção acima descrito, o número d) #
de triângulos pretos existentes na etapa 7 é e) $
MATEMÁTICA

a) 729. Resposta: Letra A.


b) 1.024. 117/4=29 e resta 1
c) 2.187. Portanto, é igual a figura 1 @
d) 4.096.
e) 6.561.

6
07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217) Con- 9. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU-
sidere a seguinte sequência de figuras formadas por cír- NESP/2016) A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3, 5);
culos: ...) tem como termos sequências contendo apenas os nú-
meros 3 ou 5. Dentro da lógica de formação da sequência,
cada termo, que também é uma sequência, deve ter o me-
nor número de elementos possível. Dessa forma, o número
de elementos contidos no décimo oitavo termo é igual a:

a) 5.
Continuando a sequência de maneira a manter o mesmo b) 4.
padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é: c) 6.
d) 7.
a) 334. e) 8.
b) 314.
c) 342. Resposta: Letra A.
d) 324. Vamos somar os números:
e) 316. 3+5=8
3+3+3=9
Resposta: Letra D. 5+5=10
Figura 1:1 3+3+5=11
Figura 2:4
Figura 3:9 Observe que
Figura 4:16 os termos formam uma PA de razão 1.
O número de círculos é o quadrado da posição a18=?
a18=a1+17r
Figura 18: 18²=324
a18=8+17
a18=25
8. (CODEBA – GUARDA PORTUÁRIO – FGV/2016) Para
Para dar 25, com o menor número de elementos possíveis,
passar o tempo, um candidato do concurso escreveu a si-
devemos ter (5,5,5,5,5)
gla CODEBA por sucessivas vezes, uma após a outra, for-
mando a sequência:
10. (CODAR – RECEPCIONISTA – EXATUS/2016) A se-
C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ...
quência numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui deter-
A 500ª letra que esse candidato escreveu foi: minada lógica em sua formação. O número corresponden-
te ao décimo elemento dessa sequência é:
a) O
b) D a) 91
c) E b) 88.
d) B c) 87
e) A d) 84
Resposta: Letra A. Resposta: Letra A.
É uma sequência com 6 letras: A princípio, queremos ver a sequência com os termos se-
500/6=83 e resta 2 guidos mesmo, o que seria:
C=1 99+4=103
O=2 103-7=96
D=3 96+4=100
E=4 100-7=93
B=5 Alternando essa sequência, mas se conseguirmos visuali-
A=0 zar uma outra maneira, ficará mais fácil.
Como restaram 2, então será igual a O. Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam uma
PA de razão r=-3
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão
também r=-3
Como a10 é par, devemos tomar como base a sequência
par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos tratan-
MATEMÁTICA

do apenas dela, a10=a5


Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por diante.
A5=a1+4r
A5=103-12
A5=31

7
TABELA - VERDADE Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico
oposto, faz sentido, não?
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
lógico de proposições compostas facilmente, analisando - Conjunção
cada coluna. Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou tiver as duas coisas, certo?
V(p)=F Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
chocolate.
p E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
V
p q p ∧q
F
V V V
Quando temos duas proposições, não basta colocar só V F F
VF, será mais que duas linhas. F V F
F F F
p q
V V -Disjunção
V F Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
F V
nectivo “ou”.
Eu comprei bala ou chocolate.
F F Eu comprei bala e também comprei a chocolate, está
certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
E a segunda intercalou VFVF
forma se eu comprei apenas chocolate.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi-
Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um
padrão para se tornar mais fácil! certo.
As possibilidades serão 2n,
p q p ∨q
Onde: V V V
n=número de proposições
V F V
p q r F V V
V V V F F F
V F V
-Disjunção Exclusiva
V V F Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
V F F chocolate OU comprei bala.
F V V Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
tempo.
F F V
F V F p q p ∨q
F F F V V F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me- V F V
tade falsa. F V V
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF
F F F
E a terceira VVFFVVFF
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
-Condicional
operadores lógicos?
Se chove, então faz frio.
Se choveu, e fez frio
-Negação
Estamos dentro da possibilidade.(V)
Choveu e não fez frio
MATEMÁTICA

p ~p Não está dentro do que disse. (F)


V F Não choveu e fez frio..
F V
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover,
certo?(V)

8
Não choveu, e não fez frio P ~p p∨~p
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V) V F V
F V V
p q p →q
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente
V V V
conseguiremos resolver as questões com base na tabela
V F F verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos opera-
F V V dores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a
F F V tabuada da matemática.

Veremos outros exemplos


-Bicondicional
Ficarei em casa, se e somente se, chover. Exemplo 1
Estou em casa e está chovendo. Vamos pensar nas proposições
A ideia era exatamente essa. (V) P: João é estudante
Estou em casa, mas não está chovendo. Q: Mateus é professor
Você não fez certo, era só pra ficar em casa se chovesse. (F) Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus
Eu sai e está chovendo. é professor.
Aiaiai não era pra sair se está chovendo (F) Em simbologia: p→p∨q
Não estou em casa e não está chovendo.
Sem chuva, você pode sair, ta?(V) P Q p∨q p→p∨q
V V V V
p q p ↔q V F V V
F V V V
V V V F F F V
V F F
F V F A coluna inteira da proposição composta deu verdadei-
ro, então é uma tautologia.
F F V
Exemplo 2
Com as mesmas proposições anteriores:
TAUTOLOGIA João é estudante ou não é verdade que João é estudan-
te e Mateus é professor.
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição com- p∨~(p∧q)
posta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se
a coluna da proposição composta for verdadeira é tauto- P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
logia. V V V F V
Vamos ver alguns exemplos. V F F V V
F V F V V
A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da F F F V V
não contradição. Está lembrado?
Princípio da não Contradição: uma proposição não Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verda-
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo. deiro, é tautologia.

Exemplo 3
P ~p p∧~p ~(p∧~p) Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus
V F F V é professor.
F V F V
P Q ~p p∨~p p∨~p→q
A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do V V F V V
Terceiro excluído. V F F V F
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é F V V V V
verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses F F V V F
MATEMÁTICA

casos e nunca um terceiro caso.


Deu pelo menos uma falsa e agora?
Não é tautologia.

9
Referências 2. Regra de Clavius
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
mática – São Paulo: Nobel – 2002. ~p→p⇔p

p ~p ~p→p
EXERCÍCIO COMENTADO V F V
F V F
1. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE
– 2016) Com relação a lógica proposicional, julgue o item 3. Regra de Absorção
subsequente.
Considerando-se as proposições simples “Cláudio pra- p→p∧q⇔p→q
tica esportes” e “Cláudio tem uma alimentação balancea-
da”, é correto afirmar que a proposição “Cláudio pratica
p q p∧q p→p∧q p→q
esportes ou ele não pratica esportes e não tem uma ali-
mentação balanceada” é uma tautologia. V V V V V
V F F F F
Resposta: F V F V V
p: Cláudio pratica esportes
q: Cláudio tem uma alimentação balanceada F F F V V
(p∨~p)∧~q
4. Condicional
P ~P Q ~q p∨~P (p∨~p)∧~q Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
V F V F V F as mais pedidas nos concursos
V F F V V V A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
F V V F V F -verdades idênticas
F V F V V V
p ~p q p∧q p→q ~p∨q
E QUIVALÊNCIAS LÓGICAS V F V V V V
V F F F F F
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se F V V F V V
as tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTI- F V F F V V
CAS.
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguin- Exemplo
te notação: p: Coelho gosta de cenoura
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..) q: Coelho é herbívoro.
p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her-
Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha, bívoro.
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas. ~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her-
bívoro
1. Regra da dupla negação A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q

~~p⇔p p q ~p ~q ~p→~q p∨~q


V V F F V V
p ~p ~~p
V F F V V V
V F V
F V V F F F
F V F
F F V V V V
São iguais, então ~~p⇔p
Equivalência fundamentais (Propriedades Fundamen-
tais): a equivalência lógica entre as proposições goza das
propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
MATEMÁTICA

10
1 – Simetria (equivalência por simetria)

a) p ∧ q ⇔ q ∧ p

p q p∧q q∧p
V V V V
V F F F
F V F F
F F F F

b) p ∨ q ⇔ q∨p

p q p∨q q∨p
V V V V
V F V V
F V V V
F F F F

c) p ∨ q⇔q p

p q p∨q q ∨ p
V V F F
V F V V
F V V V
F F F F
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p

p q p↔q q↔p
V V V V
V F F F
F V F F
F F V V

5. Equivalências notáveis:

1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)

a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)

p q r q∨r p ∧ (q ∨ r) p∧q p∧r (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)


V V V V V V V V
V V F V V V F V
V F V V V F V V
V F F F F F F F
F V V V F F F F
MATEMÁTICA

F V F V F F F F
F F V V F F F F
F F F F F F F F

11
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

p q r q∧r p ∨ (q ∧ r) p∨q p∨ r (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V F V V V V
V F F F V V V V
F V V V V V V V
F V F F F V F F
F F V F F F V F
F F F F F F F F

2 - Associação (equivalência pela associativa)

a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)

p q r q∧r p ∧ (q ∧ r) p∧q p∧ r (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
V V V V V V V V
V V F F F V F F
V F V F F F V F
V F F F F F F F
F V V V F F F F
F V F F F F F F
F F V F F F F F
F F F F F F F F

b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)

p q r q∨r p ∨ (q ∨ r) p∨q p∨r (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)


V V V V V V V V
V V F V V V V V
V F V V V V V V
V F F F V V V V
F V V V V V V V
F V F V V V F V
F F V V V F V V
F F F F F F F F

3 – Idempotência

a) p ⇔ (p ∧ p)

Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas colunas com p

p p p∧p
V V V
MATEMÁTICA

F F F

12
b) p ⇔ (p ∨ p)
p p p∨p
V V V
F F F

4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se outra condicional equivalente à primeira, apenas invertendo-
-se e negando-se as proposições simples que as compõem.

Da mesma forma que vimos na condicional mais acima, temos outros modos de definir a equivalência da condicional
que são de igual importância

1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)

p q ~p ~q p→q ~q → ~p
V V F F V V
V F F V F F
F V V F V V
F F V V V V

2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)

p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V V F V F V
V F F V V V
F V V V F V
F F V F V F

3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)

p q ~q p → ~q ~p q → ~p
V V F F F F
V F V V F V
F V F V V V
F F V V V V

5 - Pela bicondicional

a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição

p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p)


V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)

p q p↔q ~q ~p ~q → ~p ~p → ~q (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)


MATEMÁTICA

V V V F F V V V
V F F V F F V F
F V F F V V F F
F F V V V V V V

13
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)

p q p↔q p∧q ~p ~q ~p ∧ ~q (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)


V V V V F F F V
V F F F F V F F
F V F F V F F F
F F V F V V V V

6 - Pela exportação-importação

[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]

p q r p∧q (p ∧ q) → r q→r p → (q → r)
V V V V V V V
V V F V F F F
V F V F V V V
V F F F V V V
F V V F V V V
F V F F V F V
F F V F V V V
F F F F V V V

6. Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)

Chama-se proposições associadas a p → q as três proposições condicionadas que contêm p e q:


– Proposições recíprocas: p → q: q → p
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p

Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:

p q ~p ~q p→q q→p ~p → ~q ~q → ~p
V V F F V V V V
V F F V F V V F
F V V F V F F V
F F V V V V V V

Observamos ainda que a condicional p → q e a sua recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO EQUIVALENTES.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora menos.”,
que corresponde a um ditado popular, julgue o próximo item.
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
MATEMÁTICA

Resposta: Certo. Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é condicional, não é regra, mas acontece quando
você não acha o conectivo.

14
2.(PC/PE- PERITO PAPILOSCOPISTA - CESPE/2016) Assinale a opção que é logicamente equivalente à proposição “Ele
é suspeito também de ter cometido outros dois esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos em que ele suposta-
mente aparece executando os crimes”, presente no texto CG1A06AAA.

a) Se foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele é suspeito
também de ter cometido esses crimes.
b) Ele não é suspeito de outros dois esquartejamentos, já que não foram encontrados vídeos em que ele supostamente
aparece executando os crimes.
c) Se não foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele não é
suspeito desses crimes.
d) Como ele é suspeito de ter cometido também dois esquartejamentos, foram encontrados vídeos em que ele suposta-
mente aparece executando os crimes.
e) Foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, pois ele é também
suspeito de ter cometido esses crimes.

Resposta: Letra A. A expressão já que=pois


Que se for escrita com a condicional, devemos mudar as proposições de lugar.
Se foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele é suspeito
também de ter cometido esses crimes.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

Negação de uma proposição composta

Definição: Quando se nega uma proposição composta primitiva, gera-se outra proposição também composta e equi-
valente à negação de sua primitiva.
Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que saber qual a equivalência da negação para compor uma frase, por
exemplo.

Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.
~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)

p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V V F V V

Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.
~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)

p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
MATEMÁTICA

F F V V F V V

Resumindo as negações, quando é conjunção nega as duas e troca por “ou”


Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.

15
Negação de uma disjunção exclusiva

~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)

p q p∨q ~( p∨q) p↔q


V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional

Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.
~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)

p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional

~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]

P Q p↔q p→q q→p p → q) ∧ (q → p)] ~[(p → q) ∧ (q → p)] p ∧ ~q q ∧ ~p [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]


V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)

a) De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte da
condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2a parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1a vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2a vez: ~(p
∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q

Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equivalente à
sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q
MATEMÁTICA

16
Resposta: Letra A.
EXERCÍCIO COMENTADO Nega as duas e muda o conectivo para ou
|Engenheiros não gostam de biológicas OU médicos não
gostam de exatas.
1.(TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CES-
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho- 4. (ARTES - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULA-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue ÇÃO DE TRANSPORTE - TECNOLOGIA DE INFORMA-
o próximo item. ÇÃO - FCC/2017) A afirmação que corresponde à negação
A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem lógica da frase ‘Vendedores falam muito e nenhum estu-
não pode mais, não chora menos” dioso fala alto’ é:
( ) CERTO ( ) ERRADO a) ‘Nenhum vendedor fala muito e todos os estudiosos fa-
lam alto’.
Resposta: Errado. Negação de uma condicional: man- b) ‘Vendedores não falam muito e todos os estudiosos fa-
tém a primeira e nega a segunda lam alto’.
c) ‘Se os vendedores não falam muito, então os estudiosos
2. (PC/PE - PERITO CRIMINAL - CESPE/2016) Consi- não falam alto’.
dere as seguintes proposições para responder a questão. d) ‘Pelo menos um vendedor não fala muito ou todo estu-
P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo dioso fala alto’.
delito, então há punição de criminosos.
e) ‘Vendedores não falam muito ou pelo menos um estu-
P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência não
dioso fala alto’
tendem a aumentar.
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a
Resposta: Letra E.
população não faz justiça com as próprias mãos.
Nega as duas e coloca ou.
Assinale a opção que apresenta uma negação correta da
Vendedores não falam muito
proposição P1.
Para negar nenhum, devemos colocar pelo menos e a
a) Se não há punição de criminosos, então não há investi- afirmativa
gação ou o suspeito não é flagrado cometendo delito. Pelo menos um estudioso fala muito.
b) Há punição de criminosos, mas não há investigação nem OBS: Se fosse Todos a negação seria pelo menos 1 estu-
o suspeito é flagrado cometendo delito. dioso não fala muito.
c) Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo de-
lito, mas não há punição de criminosos. 5. (IGP/RS – PERITO CRIMINAL 0 FUNDATEC/2017) A
d) Se não há investigação ou o suspeito não é flagrado negação da proposição “Todos os homens são afetuosos” é:
cometendo delito, então não há punição de criminosos.
e) Se não há investigação e o suspeito não é flagrado co- a) Toda criança é afetuosa.
metendo delito, então não há punição de criminosos. b) Nenhum homem é afetuoso.
c) Todos os homens carecem de afeto.
Resposta: Letra C. Famoso MANE d) Pelo menos um homem não é afetuoso.
Mantém a primeira e nega a segunda. e) Todas as mulheres não são afetuosas.
Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo
delito e não há punição de criminosos. Resposta: Letra D.
No caso, a questão ao invés de “e”utilizou mas Para negar todos, colocamos pelo menos um...
E negamos a frase.
Pelo menos um homem não é afetuoso.
3. (CORREIOS – ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO JÚNIOR – IADES/2017) Qual é a negação 6. (TRT – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Uma afir-
da proposição “Engenheiros gostam de biológicas e médi- mação que corresponda à negação lógica da afirmação: todos
cos gostam de exatas.”? os programas foram limpos e nenhum vírus permaneceu, é:

a) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos não a) Se pelo menos um programa não foi limpo, então algum
vírus não permaneceu.
gostam de exatas.
b) Existe um programa que não foi limpo ou pelo menos
b) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos gos-
um vírus permaneceu.
tam de exatas.
c) Nenhum programa foi limpo e todos os vírus permane-
c) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos gos- ceram.
MATEMÁTICA

tam de exatas. d) Alguns programas foram limpos ou algum vírus não per-
d) Engenheiros gostam de biológicas ou médicos não gos- maneceu.
tam de exatas. e) Se algum vírus permaneceu, então nenhum programa
e) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos não foi limpos.
gostam de exatas.

17
Resposta: Letra B. 10. (TRT 7ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS
Negação de Todos: Pelo menos um (existe um, alguns) e CARGOS 1, 2, 7 E 8 – CESPE/2017) Texto CB1A5AAA –
a negação: Proposição P
Pelo menos um programa não foi limpo. A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias,
Negação de nenhum : pelo menos um e a afirmação. mas não apresentou os comprovantes de pagamento; o juiz
Pelo menos um vírus permaneceu. julgou, pois, procedente a ação movida pelo ex-empregado.
Ou Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obrigações
Alguns vírus permaneceram. previdenciárias, mas não apresentou os comprovantes de
pagamento.
7. (TRF 1ª REGIÃO – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – A proposição Q, anteriormente apresentada, está presente
CESPE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro- na proposição P do texto CB1A5AAA.
vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a A negação da proposição Q pode ser expressa por:
favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afir-
mação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão será a) A empresa não alegou ter pago suas obrigações previ-
totalmente modificada.” denciárias ou apresentou os comprovantes de pagamen-
Considerando a situação apresentada e a proposição cor- to.
respondente à afirmação feita, julgue o próximo item. b) A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
A negação da proposição pode ser corretamente expressa rias ou não apresentou os comprovantes de pagamento.
por “Basta um de nós não mudar de ideia ou a decisão não c)A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
será totalmente modificada”. rias e apresentou os comprovantes de pagamento.
d) A empresa não alegou ter pago suas obrigações previ-
( ) CERTO ( ) ERRADO
denciárias nem apresentou os comprovantes de paga-
mento.
Resposta: Errado.
CUIDADO!
Resposta: Letra A.
O basta traz sentido de condicional.
Nega as duas e troca por “e” por “ou”
Se um de nós mudar de ideia, então a decisão será total-
A empresa não alegou ter pago suas obrigações previden-
mente modificada.
ciárias ou apresentou os comprovantes de pagamento.
Portanto, mantém a primeira e nega a segunda (MANÈ)
Basta um de nós mudar de ideia e a decisão não será
11. (DPE/RS – ANALISTA – FCC/2017) Considere a afir-
totalmente modificada.
mação:
8. (TRF 1ª REGIÃO – CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – CES- Ontem trovejou e não choveu.
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho- Uma afirmação que corresponde à negação lógica desta
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue afirmação é
o próximo item.
A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem a) se ontem não trovejou, então não choveu.
não pode mais, não chora menos” b) ontem trovejou e choveu.
c) ontem não trovejou ou não choveu.
( ) CERTO ( ) ERRADO d) ontem não trovejou ou choveu.
e) se ontem choveu, então trovejou.
Resposta: Errado.
Negação de uma condicional: mantém a primeira e nega Resposta: Letra D.
Negação de ontem trovejou: ontem não trovejou
a segunda.
Negação de não choveu: choveu
Ontem não trovejou ou choveu.
9. (CFF – ANALISTA DE SISTEMA – INAZ DO
PARÁ/2017) Dizer que não é verdade que “Todas as farmá- 12. (DPE/RS – ANALISTA – FCC/2017) Considere a afir-
cias estão abertas” é logicamente equivalente a dizer que: mação:
Se sou descendente de italiano, então gosto de macarrão e
a) “Toda farmácia está aberta”. gosto de parmesão.
b) “Nenhuma farmácia está aberta”. Uma afirmação que corresponde à negação lógica desta
c) “Todas as farmácias não estão abertas”. afirmação é
d) “Alguma farmácia não está aberta”.
e) “Alguma farmácia está aberta”. a) Sou descendente de italiano e, não gosto de macarrão
MATEMÁTICA

ou não gosto de parmesão.


Resposta: Letra D. b) Se não sou descendente de italiano, então não gosto de
Para negar todos: pelo menos uma, alguma, existe uma macarrão e não gosto de parmesão.
Alguma farmácia não está aberta. c) Se gosto de macarrão e gosto de parmesão, então não
sou descendente de italiano.

18
d) Não sou descendente de italiano e, gosto de macarrão e (∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)]
não gosto de parmesão. Quantificador: ∃
e) Se não gosto de macarrão e não gosto de parmesão, Condição de existência da variável: não há.
então não sou descendente de italiano. Predicado: “(x + 1 = 4)∧(7 + x = 10)”.

Resposta: Letra A. Negações de proposições quantificadas ou funcionais


Negação de condicional: mantém a primeira e nega a segun- Seja uma sentença (∀x)(A(x)).
da. Negação: (∃x)(~A(x))
Negação de conjunção: nega as duas e troca “e” por “ou” Exemplo
Vamos fazer primeiro a negação da conjunção: gosto de (∀x)(2x-1=3)
macarrão e gosto de parmesão. Negação: (∃x)(2x-1≠3)
Não gosto de macarrão ou não gosto de parmesão. Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
Sou descendente de italiano e não gosto de macarrão ou Negação: (∀x)(~Q(x)).
não gosto de parmesão. (∃x)(2x-1=3)
Negação: (∀x)(2x-1≠3)

DIAGRAMAS LÓGICOS. LÓGICA DE 2. Definição das proposições


PRIMEIRA ORDEM.
2.1. Todo A é B.

O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo


DIAGRAMAS LÓGICOS elemento de A também é elemento de B.
Podemos representar de duas maneiras:
As questões de Diagramas lógicos envolvem as propo-
sições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução re-
quer que desenhemos figuras, os chamados diagramas.
Quantificadores são elementos que, quando associa-
dos às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam
avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser
qualificadas como sentenças fechadas.

1. O quantificador universal

O quantificador universal, usado para transformar sen-


tenças (proposições) abertas em proposições fechadas, é
indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”,
“para todo”, “para cada”. Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como
Exemplo: ficam os valores lógicos das outras?
(∀x)(x + 2 = 6) Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (falsa). Nenhm A é B é necessariamente falsa
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
afirmação ser verdadeira. que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
O quantificador existencial Algum A é B é necessariamente verdadeira
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo “∃” Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe um”. lindas
Exemplos: Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está
(∃x)(x + 5 = 9) contido em B.
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verda- Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
deira). sível, pois todas são.
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro
que existe algum número que essa afirmação será verda- 2.2. Nenhum A é B.
deira.
Ok??Sem maiores problemas, certo? A e B não terão elementos em comum
MATEMÁTICA

Representação de uma proposição quantificada


(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)
Quantificador: ∀
Condição de existência da variável: x ∈ N .
Predicado: x + 3 > 15.

19
Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como
ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)
Todo A é B é necessariamente falsa d) O conjunto A é igual ao conjunto B.
Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
Algum A é B é necessariamente falsa
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.
Algum A não é B necessariamente verdadeira.
Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.

2.3. Algum A é B.

Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em co-


mum com o conjunto B Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como
Temos 4 representações possíveis ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Algum copo é de vidro.
a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- Nenhum A é B é necessariamente falsa
tos em comum Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.
Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser
verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.
Algum A não é B não conseguimos determinar, poden-
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d)
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to-
b) Todos os elementos de A estão em B. dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira.

2.4. Algum A não é B.

O conjunto A tem pelo menos um elemento que não


pertence ao conjunto B.

Aqui teremos 3 modos de representar

a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum
MATEMÁTICA

c) Todos os elementos de B estão em A

20
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (PC/RS - ESCRIVÃO - FUNDATEC/2018) Supondo a


verdade da sentença aberta: Alguns investigados são ad-
vogados mas nem todos os investigados têm domicílio co-
nhecido. Podemos deduzir a verdade da alternativa:

a) Todos investigados são advogados e têm domicílio co-


b) Todos os elementos de B estão em A. nhecido.
b) Todos investigados são advogados e não têm domicílio
conhecido.
c) Alguns investigados são advogados e têm domicílio co-
nhecido.
d) Alguns investigados são advogados e alguns investiga-
dos têm domicílio conhecido.
e) Alguns investigados são advogados e alguns investiga-
dos não têm domicílio conhecido.

Resposta: Letra E. Nem todos os investigados têm


domicilio=Existem investigados que não têm domicilio.

2. (UFES - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –


UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas,
c) Não há elementos em comum entre os dois conjuntos • todas as pessoas que praticam futebol também praticam
natação,
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam
futebol,
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam natação.
É CORRETO afirmar que no grupo

a) todas as pessoas que praticam natação também prati-


cam tênis.
b) todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam tênis.
c) algumas pessoas que praticam natação não praticam
Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver futebol.
como ficam os valores lógicos das outras? d) algumas pessoas que praticam natação não praticam
Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior tênis.
Frase: Algum copo não é de vidro. e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu-
Nenhum A é B é indeterminada( contradição com as tebol.
figuras a e b)
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se Resposta: Letra E.
todos não são de vidro.
Todo A é B , é necessariamente falsa
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.
Algum A é B é indeterminada
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem
algum de vidro ou não.
MATEMÁTICA

21
3. (SEPOG/RO - TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA IN- Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisa-
FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - FGV/2017) Considere mos saber apenas quais são os elementos.
a afirmação: Não importa ordem:
“Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”. A={1,2,3} e B={2,1,3}
De acordo com essa afirmação é correto concluir que Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
a) se uma pessoa tem pressão alta então não faz exercícios.
b) se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão alta. 3. Relação de Pertinência
c) se uma pessoa não tem pressão alta então faz exercícios.
d) existem pessoas que fazem exercícios e que têm pressão Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação
alta. que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
e) não existe pessoa que não tenha pressão alta e não faça Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
exercícios. 0∈A
2∉A
Resposta: Letra A. Se toda pessoa que faz exercício não
tem pressão alta, ora, se a pessoa tem pressão alta, então 4. Relações de Inclusão
não faz exercício.
Relacionam um conjunto com outro conjunto.
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido),
Referências
⊃(contém), (não contém)
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Provas
e Concursos, 2010.
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Exemplo:
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS. {1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}
Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina,
CONJUNTOS boca aberta para o maior conjunto

1. Representação 5. Subconjunto

- Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de


2, 3, 4, 5} A é também elemento de B.
- Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}
elementos temos:
B={3,4,5,6,7} 6. Operações
- por meio de diagrama:
6.1. União

Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro


formado pelos elementos que pertencem pelo menos um
dos conjuntos a que chamamos conjunto união e represen-
tamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Quando um conjunto não possuir elementos chamares


de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.

2. Igualdade
MATEMÁTICA

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem


exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:

22
6.2. Interseção 6.3. Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é pelos elementos do conjunto universo que não pertencem a A.
representada por : A∩B.

Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x B}

7. Fórmulas da união

Exemplo: n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)


A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} n(A∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩-
A∩B={d,e} C)-n(B C)

Diferença Uma outra operação entre conjuntos é a dife- Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés
rença, que a cada par A, B de conjuntos faz corresponder o de fazer todo o digrama, se colocarmos nessa fórmula, o
conjunto definido por: resultado é mais rápido, o que na prova de concurso é in-
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o teressante devido ao tempo.
complementar de B em relação a A. Mas, faremos exercícios dos dois modos para você en-
A este conjunto pertencem os elementos de A que não tender melhor e perceber que, dependendo do exercício é
pertencem a B. melhor fazer de uma forma ou outra.

A\B = {x : x∈A e x∉B}.


1. (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO –
FCC/2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22
são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barbados
que não são carecas são seis. Todos homens altos que são
carecas, são também barbados. Sabe-se que existem 5 ho-
mens que são altos e não são barbados nem carecas. Sabe-
-se que existem 5 homens que são barbados e não são
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são
carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos es-
ses homens, o número de barbados que não são altos, mas
são carecas é igual a
B-A = {x : x∈B e x∉A}.
a) 4.
b) 7.
c) 13.
d) 5.
e) 8.

Resposta: Letra A. Primeiro, quando temos 3 diagra-


mas, sempre começamos pela interseção dos 3, depois
interseção a cada 2 e por fim, cada um
MATEMÁTICA

Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do con-
junto A menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

23
Sabemos que 18 são altos

Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas


homens carecas e altos.
Homens altos e barbados são 6

Quando somarmos 5+x+6=18


X=18-11=7
Carecas são 16

Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não


são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens
que são carecas e não são altos e nem barbados

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4

Então o número de barbados que não são altos, mas são


carecas são 4.
MATEMÁTICA

24
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO:
EXERCÍCIO COMENTADO
ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES
E CONCLUSÕES.
1. (INSS - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL- CES-
PE/2016) Uma população de 1.000 pessoas acima de 60
anos de idade foi dividida nos seguintes dois grupos: ARGUMENTOS
A: aqueles que já sofreram infarto (totalizando 400 pes-
soas); e Um argumento é um conjunto finito de premissas (pro-
B: aqueles que nunca sofreram infarto (totalizando 600 posições ), sendo uma delas a consequência das demais.
pessoas). Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou
Cada uma das 400 pessoas do grupo A é ou diabética ou consequência lógica das demais, é chamada conclusão.
fumante ou ambos (diabética e fumante). Um argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q
A população do grupo B é constituída por três conjuntos OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ ... ∧
de indivíduos: fumantes, ex-fumantes e pessoas que nunca Pn → Q, também poderá ser representada pela seguinte
fumaram (não fumantes). forma:
Com base nessas informações, julgue o item subsecutivo.
Se, das pessoas do grupo A, 280 são fumantes e 195 são
diabéticas, então 120 pessoas desse grupo são diabéticas
e não são fumantes.

( ) CERTO ( ) ERRADO
1. Argumentos válidos
Resposta: Certo.
Um argumento é válido quando a conclusão é verda-
deira (V), sempre que as premissas forem todas verda-
deiras (V). Dizemos, também, que um argumento é válido
quando a conclusão é uma consequência obrigatória das
verdades de suas premissas.

2. Argumentos inválidos

Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegíti-


mo ou mal construído), quando as verdades das premissas
são insuficientes para sustentar a verdade da conclusão.
Caso a conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências
280-x+x+195-x=400 geradas pelas verdades de suas premissas, tem-se como
x=75 conclusão uma contradição (F).
Diabéticos: 195-75=120
3. Métodos para testar a validade dos argumentos
Referências
YOUSSEF, Antonio Nicolau (et al.). Matemática: ensino 1. (IFBA – ADMINISTRADOR – FUNRIO/2016) Ou João
médio, volume único. – São Paulo: Scipione, 2005. é culpado ou Antônio é culpado. Se Antônio é inocente
CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado, volume então Carlos é inocente. João é culpado se e somente se
1, 2010 Pedro é inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo,

a) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são cul-


pados.
b) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são cul-
pados.
c) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são cul-
pados.
MATEMÁTICA

d) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são cul-


pados.
e) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é culpado.

25
Resposta: Letra E. Vamos começar de baixo pra cima. • Quando chove, Maria não vai ao cinema.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. F F
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente
João é culpado se e somente se Pedro é inocente • Quando Fernando está estudando, não chove.
V/F V
Ora, Pedro é inocente
(V) Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava
estudando.
Sabendo que Pedro é inocente, Não tem como ser julgado.
João é culpado se e somente se Pedro é inocente
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
ambas forem verdadeiras ou ambas falsas. RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
João é culpado se e somente se Pedro é inocente GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.
(V) (V)

Ora, Pedro é inocente NÚMEROS NATURAIS E SUAS OPERAÇÕES FUN-


(V) DAMENTAIS
Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primeira 1. Definição de Números Naturais
premissa
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. Os números naturais como o próprio nome diz, são os
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva só números que naturalmente aprendemos, quando estamos
é verdadeira se apenas uma das proposições for.
iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida, não
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente
estamos preocupados com o sinal de um número, mas sim
Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
em encontrar um sistema de contagem para quantificarmos
condicional só será verdadeira se a segunda proposição
as coisas. Assim, os números naturais são sempre positivos
também for.
Então, temos: e começando por zero e acrescentando sempre uma
Pedro é inocente, João é culpado, António é inocente e unidade, obtemos os seguintes elementos:
Carlos é inocente. ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … .

Sabendo como se constrói os números naturais,


EXERCÍCIO COMENTADO podemos agora definir algumas relações importantes entre
eles:
01) (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE/2016)
Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras. a) Todo número natural dado tem um sucessor (número
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. que está imediatamente à frente do número dado
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. na seqüência numérica). Seja m um número natural
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. qualquer, temos que seu sucessor será sempre de-
• Quando Fernando está estudando, não chove. finido como m+1. Para ficar claro, seguem alguns
• Durante a noite, faz frio. exemplos:

Tendo como referência as proposições apresentadas, jul- Ex: O sucessor de 0 é 1.


gue o item subsecutivo. Ex: O sucessor de 1 é 2.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. Ex: O sucessor de 19 é 20.
( ) CERTO ( ) ERRADO b) Se um número natural é sucessor de outro, então os
dois números que estão imediatamente ao lado do
Resposta: Errado. outro são considerados como consecutivos. Vejam
os exemplos:
• Durante a noite, faz frio.
V
Ex: 1 e 2 são números consecutivos.
Ex: 5 e 6 são números consecutivos.
MATEMÁTICA

• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.


F F Ex: 50 e 51 são números consecutivos.

• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.


V V

26
c) Vários números formam uma coleção de números naturais consecutivos se o segundo for sucessor do primeiro, o
terceiro for sucessor do segundo, o quarto for sucessor do terceiro e assim sucessivamente. Observe os exemplos a
seguir:

Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.


Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.
d) Analogamente a definição de sucessor, podemos definir o número que vem imediatamente antes ao número analisa-
do. Este número será definido como antecessor. Seja m um número natural qualquer, temos que seu antecessor será
sempre definido como m-1. Para ficar claro, seguem alguns exemplos:

Ex: O antecessor de 2 é 1.
Ex: O antecessor de 56 é 55.
Ex: O antecessor de 10 é 9.

FIQUE ATENTO!
O único número natural que não possui antecessor é o 0 (zero) !

1.1. Operações com Números Naturais

Agora que conhecemos os números naturais e temos um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das operações
matemáticas que podemos fazer com eles. Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das quatro operações
fundamentais da matemática: Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos estudos com elas:

Adição: A primeira operação fundamental da Aritmética tem por finalidade reunir em um só número, todas as unidades
de dois ou mais números. Antes de surgir os algarismos indo-arábicos, as adições podiam ser realizadas por meio de tábuas
de calcular, com o auxílio de pedras ou por meio de ábacos. Esse método é o mais simples para se aprender o conceito de
adição, veja a figura a seguir:

Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reunião das
pedras é definida como adição. Simbolicamente, a adição é representada pelo símbolo “+” e assim a historinha fica da
seguinte forma:
3 2 5
+ =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

Como toda operação matemática, a adição possui algumas propriedades, que serão apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é fechada, pois a soma de dois números naturais será
sempre um número natural.

b) Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é associativa, pois na adição de três ou mais parcelas de
números naturais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja, com três números naturais,
somando o primeiro com o segundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, obteremos um resultado que é
MATEMÁTICA

igual à soma do primeiro com a soma do segundo e o terceiro. Apresentando isso sob a forma de números, sejam
A,B e C, três números naturais, temos que:
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶)

27
c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se pela existência de número que ao participar da operação de adi-
ção, não altera o resultado final. Este número será o 0 (zero). Seja A, um número natural qualquer, temos que:

𝐴+0 = 𝐴

d) Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a soma,
ou seja, somando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo resultado que se somando a segunda
parcela com a primeira parcela. Sejam dois números naturais A e B, temos que:

𝐴+𝐵 =𝐵 +𝐴
Subtração: É a operação contrária da adição. Ao invés de reunirmos as unidades de dois números naturais, vamos
retirar uma quantidade de um número. Voltando novamente ao exemplo das pedras:

Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das pedras é definida
como subtração. Simbolicamente, a subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a historinha fica da seguinte forma:
5 3 2
− =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
A subtração de números naturais também possui suas propriedades, definidas a seguir:

a) Não fechada: A subtração de números naturais não é fechada, pois há um caso onde a subtração de dois números
naturais não resulta em um número natural. Sejam dois números naturais A,B onde A < B, temos que:
A−B< 0
Como os números naturais são positivos, A-B não é um número natural, portanto a subtração não é fechada.

b) Não Associativa: A subtração de números naturais também não é associativa, uma vez que a ordem de resolução é im-
portante, devemos sempre subtrair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, o resultado não será um número natural.
c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a propriedade irá funcionar se o zero for o termo a ser subtraído do
número. Se a operação for inversa, o elemento neutro não vale para os números naturais:
d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a subtração de números naturais não ser associativa. Como a ordem
de resolução importa, não podemos trocar os números de posição

Multiplicação: É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro número denominado multiplicando ou parcela,
tantas vezes quantas são as unidades do segundo número denominadas multiplicador. Veja o exemplo:

Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final de 5 semanas, quanto eu terei guardado?

Pensando primeiramente em soma, basta eu somar todas as economias semanais:


6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30

Quando um mesmo número é somado por ele mesmo repetidas vezes, definimos essa operação como multiplicação. O
MATEMÁTICA

símbolo que indica a multiplicação é o “x” e assim a operação fica da seguinte forma:
6+6+6+6+6 6𝑥5
= = 30
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠

28
A multiplicação também possui propriedades, que são apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto dos números naturais, pois realizando o produto de dois ou
mais números naturais, o resultado será um número natural.

b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar três ou mais fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o
primeiro fator com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro número natural, teremos o mesmo resultado
que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo. Sejam os números naturais m,n e p, temos que:
𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)

c) Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais também existe um elemento neutro para a multiplicação mas
ele não será o zero, pois se não repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resultado será 0. Assim, o elemento neu-
tro da multiplicação será o número 1. Qualquer que seja o número natural n, tem-se que:
𝑛𝑥1=𝑛

d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, ou
seja, multiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o mesmo resultado que multiplicando o
segundo elemento pelo primeiro elemento. Sejam os números naturais m e n, temos que:
𝑚𝑥𝑛 = 𝑛𝑥𝑚

e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se depararem com expressões onde temos diferentes operações
matemática, temos que observar a ordem de resolução das mesmas. Observe o exemplo a seguir:

Ex: 2 + 4 𝑥 3

Se resolvermos a soma primeiro e depois a multiplicação, chegamos em 18.


Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?

A multiplicação tem prioridade sobre a adição, portanto deve ser resolvida primeiro e assim a resposta correta é 14.

FIQUE ATENTO!
Caso haja parênteses na soma, ela tem prioridade sobre a multiplicação. Utilizando o exemplo, temos que: . Nesse
caso, realiza-se a soma primeiro, pois ela está dentro dos parênteses

f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de resolver o exemplo anterior quando se a soma está entre parênteses
é com a propriedade distributiva. Multiplicando um número natural pela soma de dois números naturais, é o mesmo
que multiplicar o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adicionar os resultados obtidos. Veja o exemplo:
2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18

Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois números do parênteses e o resultado foi o mesmo que do item
anterior.

Divisão: Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber quantas vezes o segundo está contido no primeiro.
O primeiro número é denominado dividendo e o outro número é o divisor. O resultado da divisão é chamado de quociente.
Nem sempre teremos a quantidade exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, podendo sobrar algum valor. A esse
valor, iremos dar o nome de resto. Vamos novamente ao exemplo das pedras:
MATEMÁTICA

29
No caso em particular, conseguimos dividir as 8 pedras NÚMEROS INTEIROS E SUAS OPERAÇÕES FUNDA-
para 4 amigos, ficando cada um deles como 2 unidades MENTAIS
e não restando pedras. Quando a divisão não possui
resto, ela é definida como divisão exata. Caso contrário, se 1.1 Definição de Números Inteiros
ocorrer resto na divisão, como por exemplo, se ao invés de
4 fossem 3 amigos: Definimos o conjunto dos números inteiros como a
união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 4,...,
n,...}, com o conjunto dos opostos dos números naturais,
que são definidos como números negativos. Este conjunto
é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte forma:
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … }
Sabendo da definição dos números inteiros, agora é
possível indiciar alguns subconjuntos notáveis:

a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São to-


Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pedras, dos os números inteiros, exceto o zero:
porém restaram duas que não puderam ser distribuídas,
pois teríamos amigos com quantidades diferentes de ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … }
pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras por
3 amigos, resultando em um quociente de 2 e um resto b) O conjunto dos números inteiros não negativos: São
também 2. Assim, definimos que essa divisão não é exata. todos os inteiros que não são negativos, ou seja, os
Devido a esse fato, a divisão de números naturais não números naturais:
é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exatas. ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ
Também não será associativa e nem comutativa, já que
a ordem de resolução importa. As únicas propriedades c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to-
válidas na divisão são o elemento neutro (que segue sendo dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero
1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade distributiva. não pertence ao subconjunto:
ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, …
FIQUE ATENTO! d) O conjunto dos números inteiros não positivos: São
todos os inteiros não positivos:
A divisão tem a mesma ordem de prioridade ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, }
de resolução que a multiplicação, assim ambas
podem ser resolvidas na ordem que aparecem. e) O conjunto dos números inteiros negativos: São to-
dos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero não
pertence ao subconjunto:
ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1}
EXERCÍCIO COMENTADO 1.2 Definições Importantes dos Números inteiros

Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a


1. (Pref. De Bom Retiro – SC) A Loja Berlanda está com distância ou afastamento desse número até o zero, na reta
promoção de televisores. Então resolvi comprar um televi- numérica inteira. Representa-se o módulo pelo símbolo | |.
sor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o restante Vejam os exemplos:
vou pagar em 12 prestações de:
Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
a) R$ 170,00 Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
b) R$ 1.200,00 Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
c) R$ 200,00
d) R$ 100,00 a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de
zero, é sempre positivo.
Resposta: Letra D: Dado o preço inicial de R$ 1700,00,
basta subtrair a entrada de R$ 500,00, assim: R$ 1700,00- Números Opostos: Voltando a definição do inicio do
MATEMÁTICA

500,00 = R$ 1200,00. Dividindo esse resultado em 12 capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do
prestações, chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$ 100,00 outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos
que os representam distam igualmente da origem. Vejam
os exemplos:

30
Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2, Ex: −8 + +5 = ?
pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a Usando a regra, temos que:
é – a, e vice-versa.
Ex: O oposto de zero é o próprio zero. -8 = Perder 8
+5 = Ganhar 5
1.3 Operações com Números Inteiros
Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3)
Adição: Diferentemente da adição de números naturais,
a adição de números inteiros pode gerar um pouco Após a definição de adição de números inteiros, vamos
de confusão ao leito. Para melhor entendimento desta apresentar algumas de suas propriedades:
operação, associaremos aos números inteiros positivos o
conceito de “ganhar” e aos números inteiros negativos o a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adição, isto
conceito de “perder”. Vejam os exemplos: é, a soma de dois números inteiros ainda é um número inteiro.

Ex: (+3) + (+5) = ? b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ :

Obviamente, quem conhece a adição convencional, 𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐


sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo
conceito de “ganhar” e “perder”: Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7

+3 = Ganhar 3 Comutativa: Para todos a,b em Z:


+5 = Ganhar 5 a+b=b+a
3+7=7+3
Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8)
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a cada
Ex: (−3) + (−5) = ? z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
z+0=z
Agora é o caso em que temos dois números negativos, 7+0=7
usando o conceito de “ganhar” ou “perder”:
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z,
-3 = Perder 3 tal que
-5 = Perder 5 z + (–z) = 0
9 + (–9) = 0
Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8)
Subtração de Números Inteiros
Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois
prejuízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior. A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade;
E se tivermos um número positivo e um negativo? - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
Vamos ver os exemplos: uma delas tem a mais que a outra;
Ex: (+8) + (−5) = ? - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
falta a uma delas para atingir a outra.
Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5, que
naturalmente sabemos que resultará em um ganho de 3: A subtração é a operação inversa da adição.

+8 = Ganhar 8 Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9


-5 = Perder 5
diferença
Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3) subtraendo

Se observarem essa operação, vocês irão perceber que minuendo
ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basicamente
ambas são as mesmas operações, sem a presença dos Considere as seguintes situações:
parênteses e a explicação de como se chegar a essa
MATEMÁTICA

simplificação será apresentado nos itens seguintes deste 1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião
capítulo. passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da
Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o temperatura?
exemplo:

31
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) – Para realizar a multiplicação de números inteiros,
(+3) = +3 devemos obedecer à seguinte regra de sinais:
(+1) x (+1) = (+1)
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante (+1) x (-1) = (-1)
o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de (-1) x (+1) = (-1)
3 graus. Qual a temperatura registrada na noite de terça- (-1) x (-1) = (+1)
feira?
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) Com o uso das regras acima, podemos concluir que:
= +3
Sinais dos números Resultado do produto
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que
(+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3). Iguais Positivo
Diferentes Negativo
Temos:
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3 Propriedades da multiplicação de números inteiros:
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3 multiplicação de dois números inteiros ainda é um número
inteiro.
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o
mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do segundo. Associativa: Para todos a,b,c em Z:
a x (b x c) = (a x b) x c
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
EXERCÍCIOS COMENTADOS Comutativa: Para todos a,b em Z:
axb=bxa
1. Calcule: 3x7=7x3

a) (+12) + (–40) ; Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por


b) (+12) – (–40) todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) zx1=z
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) 7x1=7

Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração de Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de zero,
inteiros, tem-se que: existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que
a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28 z x z–1 = z x (1/z) = 1
b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52 9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 – 25 = 0
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15 Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
= 6 – 24 = -18 a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)

1.4. Multiplicação de Números Inteiros 1.5. Divisão de Números Inteiros

A multiplicação funciona como uma forma simplificada


Dividendo divisor dividendo:
de uma adição quando os números são repetidos.
Divisor = quociente 0
Poderíamos analisar tal situação como o fato de estarmos
Quociente . divisor = dividendo
ganhando repetidamente alguma quantidade, como por
exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas,
significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40
+ 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60 36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
(–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60 Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a
MATEMÁTICA

Observamos que a multiplicação é um caso particular divisão exata de números inteiros. Veja o cálculo:
da adição onde os valores são repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode (–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4)
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal Logo: (–20) : (+5) = +4
entre as letras.

32
Considerando os exemplos dados, concluímos que, para Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-
efetuar a divisão exata de um número inteiro por outro se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 =
número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do (+13)8 – 6 = (+13)2
dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
Potência de Potência: Conserva-se a base e
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, multiplicam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
o quociente é um número inteiro positivo.
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes, Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 =
o quociente é um número inteiro negativo. +9 (–13)1 = –13
- A divisão nem sempre pode ser realizada no con-
junto Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são Potência de expoente zero e base diferente de zero:
divisões que não podem ser realizadas em Z, pois o É igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1
resultado não é um número inteiro.
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é as- Radiciação de Números Inteiros
sociativa e não tem a propriedade da existência do
elemento neutro. A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a
é a operação que resulta em outro número inteiro não
1- Não existe divisão por zero. negativo b que elevado à potência n fornece o número a. O
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não exis- número n é o índice da raiz enquanto que o número a é o
te um número inteiro cujo produto por zero seja radicando (que fica sob o sinal do radical).
igual a –15. A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente a é a operação que resulta em outro número inteiro não
de zero, é zero, pois o produto de qualquer número negativo que elevado ao quadrado coincide com o número
inteiro por zero é igual a zero. a.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1) = 0
Observação: Não existe a raiz quadrada de um número
inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.
1.6. Potenciação de Números Inteiros
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais
A potência an do número inteiro a, é definida como um
didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas
produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
aparecimento de:
base e o número n é o expoente.
an = a x a x a x a x ... x a = ±3
a é multiplicado por a n vezes
9
mas isto está errado. O certo é:
Exemplos:
33 = (3) x (3) x (3) = 27 = +3
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125 9
(-7)² = (-7) x (-7) = 49 Observamos que não existe um número inteiro não
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um
número negativo.
- Toda potência de base positiva é um número inteiro
positivo.
Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9 A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a
operação que resulta em outro número inteiro que elevado
- Toda potência de base negativa e expoente par é ao cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os
um número inteiro positivo. nossos cálculos somente aos números não negativos.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
Exemplos
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar
é um número inteiro negativo. (a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
(b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8.

Propriedades da Potenciação: (c)


3
27 = 3, pois 3³ = 27.
MATEMÁTICA

Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se (d)


3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27.
a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o
produto de números inteiros, concluímos que:

33
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número - Os múltiplos do número 2 são chamados de números
inteiro negativo. pares, e a fórmula geral desses números é . Os
demais são chamados de números ímpares, e a fórmula
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz geral desses números é .
de qualquer número inteiro.
1.1. Critérios de divisibilidade:

Multiplicidade e Divisibilidade São regras práticas que nos possibilitam dizer se um


número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a
Um múltiplo de um número é o produto desse número divisão.
por um número natural qualquer. Já um divisor de um
número é um número cujo resto da divisão do número Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2
pelo divisor é zero.
quando ele é par, ou seja, quando ele termina em 0, 2, 4,
6 ou 8.
Ex: Sabe-se que 30 ∶ 6 = 5, porque 5× 6 = 30.

Pode-se dizer então que: Exs:


a) 9656 é divisível por 2, pois termina em 6.
“30 é divisível por 6 porque existe um numero natural b) 4321 não é divisível por 2, pois termina em 1.
(5) que multiplicado por 6 dá como resultado 30.”
Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3
Um numero natural a é divisível por um numero natural quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
b, não-nulo, se existir um número natural c, tal que c . b = a . é divisível por 3.

Voltando ao exemplo 30 ∶ 6 = 5 , conclui-se que: 30 é Exs:


múltiplo de 6, e 6 é divisor de 30. a) 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, e
27 é divisível por 3.
Analisando outros exemplos:
b) 15443 não é divisível por 3, pois 1+ 5 + 4 + 4 + 3 =
a) 20 : 5 = 4 → 20 é múltiplo de 5 (4×5=20), e 5 é divisor 17, e 17 não é divisível por 3.
de 20
Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4
b) 12 : 2 = 6 → 12 é múltiplo de 2 (6×2=12), e 2 é divisor quando termina em 00 ou quando o número formado
de 12 pelos dois últimos algarismos for divisível por 4.

1. Conjunto dos múltiplos de um número natural: Exs:


a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00.
É obtido multiplicando-se o número natural em questão b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 é
pela sucessão dos números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,... divisível por 4.
c) 76315 não é divisível por 4, pois termina em 15, e 15
Ex: Conjunto dos múltiplos de 7. Para encontrar esse
não é divisível por 4.
conjunto basta multiplicar por 7 cada um dos números da
sucessão dos naturais:
Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5
7x0=0 quando termina em 0 ou 5.
7x1=7
7 x 2 = 14
7 x 3 = 21 Exs:
7 x 4 = 28 a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0.
7 x 5 = 35 b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5.
O conjunto formado pelos resultados encontrados forma c) 6324 não é divisível por 5, pois termina em 4.
o conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, 21, 28,...}.

Observações:

- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.


MATEMÁTICA

- Todo número natural é múltiplo de 1.


- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos
múltiplos.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.

34
Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8
quando termina em 000 ou quando o número formado
EXERCÍCIO COMENTADO pelos três últimos algarismos for divisível por 8.
Exs:
1. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de 5 a) 57000 é divisível por 8, pois termina em 000.
positivos menores que 30. b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos algaris-
mos formam o número 24, que é divisível por 8.
Resposta: Seguindo a tabuada do 5, temos que: c) 34125 não é divisível por 8, pois seus três últimos al-
{5,10,15,20,25}. garismos formam o número 125, que não é divisível
por 8.

Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6


quando é divisível por 2 e por 3.
EXERCÍCIO COMENTADO
Exs:
a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 (termina 2. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de 8
em 4) e por 3 (4 + 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18). compreendidos entre 30 e 50.
b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por 3
(8 + 0 + 5 + 3 + 0 = 16). Resposta: Seguindo a tabuada do 8, a partir do 30:
c) 531561 não é divisível por 6, pois não é divisível por {32,40,48}.
2 (termina em 1).

Divisibilidade por 7: Para verificar a divisibilidade por Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9
7, deve-se fazer o seguinte procedimento. quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
formam um número divisível por 9.
- Multiplicar o último algarismo por 2
- Subtrair o resultado do número inicial sem o último Exs:
algarismo a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 + 6
- Se o resultado for um múltiplo de 7, então o número + 1 = 27 é divisível por 9.
inicial é divisível por 7. b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0 +
3 = 14 não é divisível por
É importante ressaltar que, em caso de números com
vários algarismos, será necessário fazer o procedimento Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10
mais de uma vez. quando termina em zero.

Ex: Exs:
Analisando o número 1764 a) 563040 é divisível por 10, pois termina em zero.
Procedimento: b) 246321 não é divisível por 10, pois não termina em
zero.
- Último algarismo: 4. Multiplica-se por 2: 4×2=8
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi- Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11
mo algarismo: 176-8=168 quando a diferença entre a soma dos algarismos de posição
ímpar e a soma dos algarismos de posição par resulta em
- O resultado é múltiplo de 7? Para isso precisa verifi-
um número divisível por 11.
car se 168 é divisível por 7.
Exs:
Aplica-se o procedimento novamente, agora para o nú-
a) 43813 é divisível por 11. Vejamos o porquê
mero 168.
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos nas
- Último algarismo: 8. Multiplica-se por 2: 8×2=16 posições 1, 3 e 5. Ou seja, 4,8 e 3. A soma desses algarismos
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi- é 4 + 8 + 3 = 15
mo algarismo: 16-16=0
- O resultado é múltiplo de 7? Sim, pois zero (0) é múl- Os algarismos de posição par são os algarismos nas
tiplo de qualquer número natural. posições 2 e 4. Ou seja, 3 e 1. A soma desses algarismos
é 3+1 = 4
MATEMÁTICA

Portanto, conclui-se que 168 é múltiplo de 7. Se 168 é


múltiplo de 7, então 1764 é divisível por 7. 15 – 4 = 11→ A diferença divisível por 11. Logo 43813
é divisível por 11.

35
b) 83415721 não é divisível por 11. Vejamos o porquê 1. Propriedades da Potenciação

Os algarismos de posição ímpar são os algarismos nas Propriedade 1: potenciação com base 1
posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural
algarismos é é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1. Em resumo,
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos nas 1n=1
posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses
algarismos é 8+4+5+2 = 19 Exemplos:
a) 13 = 1×1×1 = 1
Os algarismos de posição par são os algarismos nas b) 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
posições 2, 4 e 6. Ou seja, 3, 1 e 7. A soma desses algarismos
é 3+1+7 = 11 Propriedade 2: potenciação com expoente nulo
Se n é um número natural não nulo, então temos que nº=1.
19 – 11 = 8→ A diferença não é divisível por 11. Logo
83415721 não é divisível por 11. Exemplos:
a) 5º = 1
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 b) 9º = 1
quando é divisível por 3 e por 4.
Propriedade 3: potenciação com expoente 1
Exs: Qualquer que seja a potência em que a base é o número
a) 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 ( 7 + 8 natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1 , é igual
+ 3 + 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24). ao próprio n. Em resumo, n1=n

b) 652011 não é divisível por 12, pois não é divisível por Exemplos:
4 (termina em 11). a) 5¹ = 5
b) 64¹ = 64
c) 863104 não é divisível por 12, pois não é divisível por
3 (8 + 6 + 3 +1 + 0 + 4 = 22). Propriedade 4: potenciação de base 10
Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 1 seguido de n zeros.
quando é divisível por 3 e por 5.
Exemplos:
Exs: a) 103 = 1000
a) 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 (6 + 5 b) 108 = 100.000.000
+ 0 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0). c) 104 = 1000

b) 723042 não é divisível por 15, pois não é divisível por Propriedade 5: multiplicação de potências de mesma
5 (termina em 2). base
Em uma multiplicação de duas potências de mesma
c) 673225 não é divisível por 15, pois não é divisível por base, o resultado é obtido conservando-se a base e
somando-se os expoentes.
3 (6 + 7 + 3 + 2 + 2 + 5 = 25).
Em resumo: xa × xb = x a+b
Exemplos:
POTENCIAÇÃO
a) 23×24 = 23+4 = 27
b) 34×36 = 34+6=310
Define-se potenciação como o resultado da
c) 152×154 = 152+4=156
multiplicação de fatores iguais, denominada base, sendo
o número de fatores igual a outro número, denominado Propriedade 6: divisão de potências de mesma base
expoente. Diz-se “b elevado a c”, cuja notação é: Em uma divisão de duas potências de mesma base, o
𝑏𝑐 = 𝑏 × 𝑏 × ⋯ × 𝑏 resultado é obtido conservando-se a base e subtraindo-se
𝑐 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 os expoentes.
Em resumo: xa : xb = xa-b
Por exemplo: 4 =4×4×4=64, sendo a base igual a 4 e o
3

expoente igual a 3. Exemplos:


Esta operação não passa de uma multiplicação com a) 25 : 23 = 25-3=22
MATEMÁTICA

fatores iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 53 b) 39 : 36 = 39-6=33


= 5 × 5 × 5 = 125 c) 1512 : 154 = 1512-4 = 158

36
440 22 40 280
FIQUE ATENTO! = = = 280−1 = 279
2 2 2 .
Dada uma potência xa , onde o número real a
é negativo, o resultado dessa potência é igual Note que para resolver esse exercício utilizamos as pro-
1
ao inverso de x elevado a a, isto é, 𝑥 𝑎 = 𝑎 priedades 6 e 7.
𝑥
se a<0.
1 1
Por exemplo, 2−3 = , 5−1 = 1 . NÚMEROS PRIMOS, MDC E MMC
23 5

O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo comum


Propriedade 7: potência de potência são ferramentas extremamente importantes na matemática.
Quando uma potência está elevado a outro expoente, o Através deles, podemos resolver alguns problemas simples,
expoente resultante é obtido multiplicando-se os expoentes além de utilizar seus conceitos em outros temas, como
Em resumo: (xa )b=xa×b frações, simplicação de fatoriais, etc.
Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é
Exemplos: importante conhecermos primeiramente uma classe de
a) (25 )3 = 25×3=215 números muito importante: Os números primos.
b) (39 )2 = 39×2=318
c) (612 )4= 612×4=648 1. Números primos
Propriedade 8: potência de produto Um número natural é definido como primo se ele tem
Quando um produto está elevado a uma potência, o exatamente dois divisores: o número um e ele mesmo.
resultado é um produto com cada um dos fatores elevado Já nos inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exatamente
ao expoente quatro divisores: ±1 e ±𝑝 .
Em resumo: (x×y)a=xa×ya

Exemplos: FIQUE ATENTO!


a) (2×3)3 = 23×33 Por definição, 0, 1 e − 1 não são números pri-
b) (3×4)2 = 32×42 mos.
c) (6×5)4= 64×54
Existem infinitos números primos,
como demonstrado por Euclides por volta de 300 a.C.. A
#FicaDica propriedade de ser um primo é chamada “primalidade”, e
Em alguns casos podemos ter uma a palavra “primo” também são utilizadas como substantivo
multiplicação ou divisão potência que não está ou adjetivo. Como “dois” é o único número primo par, o
na mesma base (como nas propriedades 5 e 6), termo “primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que
mas pode ser simplificada. Por exemplo, 43×25 dois.
=(22 )3×25= 26×25= 26+5=211 e 33:9 = 33 : 32 = 31. O conceito de número primo é muito importante
na teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos
números é o  Teorema Fundamental da Aritmética, que
afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode
EXERCÍCIOS COMENTADOS ser escrito de forma única (desconsiderando a ordem) como
um produto de números primos (chamados fatores primos):
este processo se chama decomposição em fatores primos
1. (MPE-RS – 2017) A metade de é igual a: (fatoração). É exatamente este conceito que utilizaremos
no MDC e MMC. Para caráter de memorização, seguem os
a) 220 100 primeiros números primos positivos. Recomenda-se
b) 239 que memorizem ao menos os 10 primeiros para MDC e
c) 240 MMC:
d) 279
e) 280 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59
, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113, 127, 
Resposta: Letra D. 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 191,
Para encontrar a metade de 440, basta dividirmos esse 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, 257,
MATEMÁTICA

263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, 331,
40
número por 2, isto é, 4 . Uma forma fácil de resolver
2 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 401,
essa fração é escrever o numerador e denominador des- 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463, 467,
sa fração na mesma base como mostrado a seguir: 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541

37
2. Múltiplos e Divisores Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e 24:
D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}.
Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro
natural b, se existe um número natural k tal que: Observando os divisores comuns, podemos identificar
o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja: MDC
(18,24) = 6.
𝑎 = 𝑘. 𝑏 Outra técnica para o cálculo do MDC:
Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 x 5

Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas Decomposição em fatores primos: Para obter o MDC
também, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 de dois ou mais números por esse processo, procede-se da
que é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 x 5. seguinte maneira:
Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhecemos
b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta fazer k Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
assumir todos os números naturais possíveis. O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada
um deles elevado ao seu menor expoente.
Ex. Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
da forma a = k x 2, k seria substituído por todos os números Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
naturais possíveis.
Fatorando os dois números:
FIQUE ATENTO!
Um número b é sempre múltiplo dele mesmo.
a = 1 x b ↔ a = b.

A definição de divisor está relacionada com a de


múltiplo.

Um número natural b é divisor do número natural a, se


a é múltiplo de b.
Temos que:
Ex. 3 é divisor de 15, pois , logo 15 é múltiplo de 3 e
também é múltiplo de 5. 300 = 22.3 .52
504 = 23.32 .7

#FicaDica O MDC será os fatores comuns com seus menores


expoentes:
Um número natural tem uma quantidade finita
de divisores. Por exemplo, o número 6 poderá mdc (300,504)= 22.3 = 4 .3=12
ter no máximo 6 divisores, pois trabalhando no
conjunto dos números naturais não podemos MMC
dividir 6 por um número maior do que ele. Os
divisores naturais de 6 são os números 1, 2, 3, 6, O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números é
o que significa que o número 6 tem 4 divisores. o menor número positivo que é múltiplo comum de todos
os números dados. Consideremos:

MDC Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6

Agora que sabemos o que são números primos, Múltiplos positivos de 6: M(6) =
múltiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor {6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}
comum de dois ou mais números é o maior número que é
divisor comum de todos os números dados. Múltiplos positivos de 8: M(8) = {8,16,24,32,40,48,56,64,...}

Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24. Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos
comuns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
MATEMÁTICA

Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}.


Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar o
Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}. mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja:

38
Outra técnica para o cálculo do MMC: NÚMEROS RACIONAIS: FRAÇÕES, NÚMEROS DE-
CIMAIS E SUAS OPERAÇÕES
Decomposição isolada em fatores primos: Para
obter o MMC de dois ou mais números por esse processo, 1. Números Racionais
procedemos da seguinte maneira:
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
- Decompomos cada número dado em fatores primos. m
, onde m e n são números inteiros, sendo que n deve
- O MMC é o produto dos fatores comuns e não-co- n m
muns, cada um deles elevado ao seu maior expoente. ser diferente de zero. Frequentemente usamos para
n
Ex. Achar o MMC entre 18 e 120. significar a divisão de m por n .
Como podemos observar, números racionais podem
Fatorando os números: ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
razão pela qual, o conjunto de todos os números racionais
é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na
literatura a notação:

Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero }
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:

• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
Temos que: • 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos;
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos;
18 = 2 .32 • 𝑄− = conjunto dos racionais não positivos;
120 = 23.3 .5 • 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos.

O MMC será os fatores comuns com seus maiores Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que
expoentes: representa esse número ao ponto de abscissa zero.

mmc (18,120) = 23.32.5 = 8 .9 .5 = 360 Exemplo: Módulo de é. Indica-se

Módulo de é . Indica-se

EXERCÍCIOS COMENTADOS Números Opostos: Dizemos que e são números


racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquanto do outro. As distâncias dos pontose ao ponto zero da reta
Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria folgam no são iguais.
mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, passarão para
que eles folguem no mesmo dia novamente? 1.1. Soma (Adição) de Números Racionais

a) 8 Como todo número racional é uma fração ou pode ser


b) 10 escrito na forma de uma fração, definimos a adição entre
c) 12 os números racionais e , da mesma forma que a soma de
d) 15 frações, através de:
e) 24
1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racionais
Resposta: Letra C.
COMENTÁRIO: O período em que João trabalha e folga O conjunto é fechado para a operação de adição, isto
corresponde a 6 dias enquanto o mesmo período, para é, a soma de dois números racionais resulta em um número
Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o problema consiste racional.
em encontrar o mmc entre 6 e 4. Logo, eles folgarão no
mesmo dia novamente após 12 dias pois mmc(6,4)=12. - Associativa: Para todos em :
- Comutativa: Para todos em :
. - Elemento neutro: Existe em , que adicionado a todo
em , proporciona o próprio , isto é:
MATEMÁTICA

- Elemento oposto: Para todo em , existe em Q, tal que

39
1.2. Subtração de Números Racionais
#FicaDica
A subtração de dois números racionais e é a própria
operação de adição do número com o oposto de q, isto é: É possível encontrar divisão de frações da se-
guinte forma: . O procedimento de cálculo é o
1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racionais mesmo.

Como todo número racional é uma fração ou pode ser


1.5. Potenciação de Números Racionais
escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais e , da mesma forma que o produto
de frações, através de: A potência do número racional é um produto de
fatores iguais. O número é denominado a base e o número
O produto dos números racionais e também pode ser é o expoente.
indicado por , ou ainda sem nenhum sinal entre as letras. ,    (q aparece n vezes)
Para realizar a multiplicação de números racionais,
devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em Exs:
toda a Matemática:
a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8
125
(+1) × (+1) = (+1) – Positivo Positivo = Positivo 5 5 5 5
(+1) × (-1) = (-1) - Positivo Negativo = Negativo b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  =
3 1
(-1) × (+1) = (-1) - Negativo Positivo = Negativo   −
 2  2  2  2 8
(-1) × (-1) = (+1) – Negativo Negativo = Positivo
c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25

#FicaDica d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25


O produto de dois números com o mesmo sinal
é positivo, mas o produto de dois números
1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a
com sinais diferentes é negativo.
números racionais

1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números Toda potência com expoente 0 é igual a 1.


Racionais
0
 2
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o +  = 1
produto de dois números racionais resultaem um número  5
racional.
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
- Associativa: Para todos em :
- Comutativa: Para todos em :  9 9
1

- Elemento neutro: Existe 1 em , que multiplicado por −  =−


todo em , proporciona o próprio , isto é:  4 4
- Elemento inverso: Para todo em , diferente de zero,
existe em : , ou seja, - Toda potência com expoente negativo de um número
- Distributiva: Para todos em : racional diferente de zero é igual a outra potência que tem
a base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual
1.4. Divisão de Números Racionais ao oposto do expoente anterior.

A divisão de dois números racionais p e q é a própria −2 2


operação de multiplicação do número p pelo inverso de q,  3  5 2
5
−  = −  =
istoé: p ÷ q = p × q-1  5  3 9
De maneira prática costuma-se dizer que em uma - Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
divisão de duas frações, conserva-se a primeira fração e sinal da base.
multiplica-se pelo inverso da segunda:
3
2 2 2 2
MATEMÁTICA

8
  =   .  .   =
3 3 3 3 2 7

40
- Toda potência com expoente par é um número positivo.
2
 1  1  1 1
−  = −  .−  =
 5  5  5 2 5
- Produto de potências de mesma base. Para reduzir um produto de potências de mesma base a uma só potência,
conservamos a base e somamos os expoentes.
2 3 2+3 5
 2  2  2 2 2 2 2  2 2
  .   =  . . . .  =   = 
 5  5 5 55 5 5 5 5
- Quociente de potências de mesma base. Para reduzir um quociente de potências de mesma base a uma só potência,
conservamos a base e subtraímos os expoentes.

3 3 3 3 3
5 . . . . 2 5− 2 3
3 3 2 2 2 2 2 3 3
  :  = =  = 
2 2 3 3 2 2
.
2 2
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de potência a uma potência de um só expoente, conservamos a base
e multiplicamos os expoentes.

3
 1  2  2 2
1 1 1
2
1
2+ 2+ 2
1
3+ 2
1
6

   =   .  .  =   =  = 
 2   2 2 2 2 2 2

1.6. Radiciação de Números Racionais

Se um número representa um produto de dois ou mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.
Vejamos alguns exemplos:

Ex:
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz quadrada de 4. Indica-se 4 = 2.
Ex:
2
1 1 1 1 1 1 1 1
Representa o produto . ou   .Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se =
9 3 3 3 3 9 9 3
Ex:
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 . Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .
3

Assim, podemos construir o diagrama:


MATEMÁTICA

41
FIQUE ATENTO!
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o número zero ou um número racional positivo. Logo,
os números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.

100
O número − não tem raiz quadrada em Q, pois tanto − 10 como + 10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
9 3 3 9
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjunto dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.
O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3 3

Frações
x
Frações são representações de partes iguais de um todo. São expressas como um quociente de dois números , sendo
x o numerador e y o denominador da fração, com y ≠ 0 . y

1. Frações Equivalentes

São frações que, embora diferentes, representam a mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente a outra
quando pode ser obtida multiplicando o numerador e o denominador da primeira fração pelo mesmo número.

Ex: 3 e 6 .
5 10
A segunda fração pode ser obtida multiplicando o numerador e denominador de 3 por 2:
5
3�2 6
=
5 � 2 10

6
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3
10 5

2. Operações com Frações

2.1. Adição e Subtração

2.1.1. Frações com denominadores iguais:

Ex:
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel 5
desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de chocolate
8 8
que Jorge e Miguel comeram juntos?

A figura abaixo representa o tablete de chocolate. Nela também estão representadas as frações do tablete que Jorge e
Miguel comeram:

3 2 5
Observe que = =
8 8 8

Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5


do tablete de chocolate.
MATEMÁTICA

Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm denominadores iguais, conservamos o denominador comum e
somamos ou subtraímos os numeradores.

42
Outro Exemplo:

3 5 7 3+5−7 1
+ − = =
2 2 2 2 2
Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
2.1.2. Frações com denominadores diferentes:
3 5 Repare que o problema proposto consiste em calcular
Calcular o valor de + Inicialmente, devemos 2
8 6 o valor de de 4 que, de acordo com a figura, equivale a
reduzir as frações ao mesmo denominador comum. Para 3 5
8
do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2 de
isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) 15 3
entre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em 4 equivale a 2 4 . Assim sendo:

seguida, encontramos as frações equivalentes com o novo 5 3 5
denominador: 2 4
� =
8
3 5 15

3 5 9 20 Ou seja:
mmc (8,6) = 24 = = = 2 de 4 2 4 2�4 8
= � = =
8 6 24 24 3 5 3 5 3�5 15

O produto de duas ou mais frações é uma fração


24 ∶ 8 � 3 = 9 cujo numerador é o produto dos numeradores e cujo
24 ∶ 6 � 5 = 20 denominador é o produto dos denominadores das frações
dadas.

Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, Outro exemplo:


2 4 7 2�4�7
� � = =
56
simplificando o resultado, quando possível: 3 5 9 3 � 5 � 9 135

9 20 29 #FicaDica
+ =
24 24 24 Sempre que possível, antes de efetuar a
multiplicação, podemos simplificar as frações
entre si, dividindo os numeradores e os
3 5 9 20 29 denominadores por um fator comum. Esse
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24 processo de simplificação recebe o nome de
cancelamento.

#FicaDica
Na adição e subtração de duas ou mais
frações que têm os denominadores diferentes, 2.3. Divisão
reduzimos inicialmente as frações ao menor
denominador comum, após o que procedemos Duas frações são inversas ou recíprocas quando o
como no primeiro caso. numerador de uma é o denominador da outra e vice-versa.

Exemplo
2.2. Multiplicação
2 é a fração inversa de 3
Ex: 3 2
De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de 5 ou 5 é a fração inversa de 1
2 5 1 5
bananas, estão estragadas. Qual é a fração de frutas da
3 Considere a seguinte situação:
caixa que estão estragadas?
Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates contidos
5
em uma caixa. Do total de chocolates recebidos, Lúcia
MATEMÁTICA

deu a terça parte para o seu namorado. Que fração dos


Representa 4/5 do conteúdo da caixa chocolates contidos na caixa recebeu o namorado de Lúcia?

43
A solução do problema consiste em dividir o total de chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, 4
:3
5

Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1 desse algo.
3
Portanto: : 3 = de 4
4 1
5 3 5
1 4 1 4 4 1 4 4 3 4 1
Como de =
5 3

5
=
5

3
, resulta que : 3 = : = �
3 5 5 1 5 3

3 1
Observando que as frações e são frações inversas, podemos afirmar que:
1 3
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira pelo inverso da segunda.
4 4 3 4 1 4
Portanto 5 : 3 = 5 ∶ 1 = 5 � 3 = 15

Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4


do total de chocolates contidos na caixa.
15
1
4 8 4 5 5
Outro exemplo: : = . =
3 5 3 82 6

Observação:

Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão 3 1


:
2 5

Portanto

Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587; 0,004; etc.

1. Operações com Números Decimais

1.1. Adição e Subtração

Vamos calcular o valor da seguinte soma:


5,32 + 12,5 + 0, 034

Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

352 125 34 5320 12500 34 17854


5,32 + 12,5 + 0,034 = + + = + + = = 17,854
100 10 1000 1000 1000 1000 1000

Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854

Na prática, a adição e a subtração de números decimais são obtidas de acordo com a seguinte regra:

- Igualamos o número de casas decimais, acrescentando zeros.


- Colocamos os números um abaixo do outro, deixando vírgula embaixo de vírgula.
MATEMÁTICA

- Somamos ou subtraímos os números decimais como se eles fossem números naturais.


- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vírgula dos números dados.

44
Exemplo

2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5

Disposição prática:

2,3500
14,3000
+ 0,0075
5,0000
21,6575

1.2. Multiplicação

Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 � 3,4 .


Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
100 100 1000

Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772

#FicaDica
Na prática, a multiplicação de números decimais é obtida de acordo com as seguintes regras:
- Multiplicamos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- No resultado, colocamos tantas casas decimais quantas forem as do primeiro fator somadas às do segundo
fator.

Exemplo:
Disposição prática:
652,2  1 casa decimal

X 2,03  2 casas decimais


19 566

1 304 4

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais

1.3. Divisão
MATEMÁTICA

45
Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão:
24 ∶ 0,5
Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor da
divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5


Ex: 0,14 ∶ 28
A vantagem de tal procedimento foi a de transformarmos
em número natural o número decimal que aparecia na
divisão. Com isso, a divisão entre números decimais se
transforma numa equivalente com números naturais.

Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48 Ex: 2 ∶ 16

#FicaDica
Na prática, a divisão entre números decimais é
obtida de acordo com as seguintes regras:
- Igualamos o número de casas decimais do
dividendo e do divisor.
2. Representação Decimal das Frações
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão
como se os números fossem naturais. p
Tomemos um número racional q tal que não seja
múltiplo de . Para escrevê-lo na forma decimal, basta
Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48 efetuar a divisão do numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
Disposição prática:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim 1
= 0,25
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quociente 4
é exato. 35
= 8,75
4
Ex: 9,775 ∶ 4,25 153
= 3,06
50
Disposição prática:
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se
periodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero. 3
= 0,333 …
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada e
o quociente é aproximado.
1
= 0,04545 …
Se quisermos continuar uma divisão aproximada, 22
devemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir
dividindo cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo 167
MATEMÁTICA

tempo em que colocamos o primeiro zero no primeiro 66


= 2,53030 …
resto, colocamos uma vírgula no quociente.

46
FIQUE ATENTO!
Se após as vírgulas os algarismos não são periódicos, então esse número decimal não está contido no
conjunto dos números racionais.

3.Representação Fracionária dos Números Decimais

Trata-se do problema inverso: estando o número racional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
fração. Temos dois casos:

1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é
composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado:

9
0,9 =
10

57
5,7 =
10

76
0,76 =
100

348
3,48 =
100

5 1
0,005 = =
1000 200

2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tanto, vamos apresentar o procedimento através de alguns
exemplos:

Ex:
Seja a dízima 0,333...

Façamos e multipliquemos ambos os membros por 10:


10x = 0,333

Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da segunda:


3
10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
9
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
9
Ex:
MATEMÁTICA

Seja a dízima 5,1717...

Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .


Subtraindo membro a membro, temos:

47
99x = 512 x = 512⁄99
512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
Ex:

Seja a dízima 1,23434...

Façamos x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …

Subtraindo membro a membro, temos:


1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
990
611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz da dízima 1,23434...
495

Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia consiste em deixar após a vírgula somente a parte periódica (que se
repete) de cada igualdade para, após a subtração membro a membro, ambas se cancelarem.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais 2/3
de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:

a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480

Resposta: Letra D.
13 15−13 2
Mara leu 1 2 3+10 13 do livro. Logo, ainda falta 1 − 15 = = 15 para ser lido. Essa fração que falta
5
+ 3
= 15
= 15 15
ser lida equivale a 60 páginas
2 1
Assim:  60 páginas. Portanto,  30 páginas.
15 15
Logo o livro todo (15/15) possui: 15 � 40 = 450 páginas

Introdução a Geometria Plana

1. Ponto, Reta e Plano

A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano é quase impossível, o que se sabe muito bem e aqui será o mais
importante é sua representação geométrica e espacial.

1.1. Representação, (notação)


MATEMÁTICA

→ Pontos serão representados por letras latinas maiúsculas; ex: A, B, C,…


→ Retas serão representados por letras latinas minúsculas; ex: a, b, c,…
→ Planos serão representados por letras gregas minúsculas; ex: β,∞,α,...

48
1.2. Representação gráfica

Postulados primitivos da geometria, qualquer postulado ou axioma é aceito sem que seja necessária a prova, contanto
que não exista a contraprova.

- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos distintos.


- Dois pontos determinam uma única reta (uma e somente uma reta).

- Pontos colineares pertencem à mesma reta.

- Três pontos determinam um único plano.

- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta reta está contida neste plano.

- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um ponto em comum.


MATEMÁTICA

49
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula.

Observe que . Sendo que H está contido na reta r e na Planos concorrentes no espaço são planos cuja interse-
reta s. ção é uma reta.
Planos paralelos no espaço são planos que não tem
Um plano é um subconjunto do espaço de tal modo interseção.
que quaisquer dois pontos desse conjunto podem ser li- Quando dois planos são concorrentes, dizemos que tais
gados por um segmento de reta inteiramente contida no planos formam um diedro e o ângulo formado entre estes
conjunto. dois planos é denominado ângulo diedral. Para obter este
Um plano no espaço pode ser determinado por qual- ângulo diedral, basta tomar o ângulo formado por quais-
quer uma das situações: quer duas retas perpendiculares aos planos concorrentes.

- Três pontos não colineares (não pertencentes à mes-


ma reta);
- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;
- Um ponto e um segmento de reta que não contem o
ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
- Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe; Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um
- Duas retas concorrentes; ângulo reto (90°).
- Dois segmentos de reta concorrentes.
2. Razão entre Segmentos de Reta
Duas retas (segmentos de reta) no espaço podem ser:
paralelas, concorrentes ou reversas. Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos de
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem uma reta que estão limitados por dois pontos que são as
interseção com a outra e elas não são paralelas. Pode-se extremidades do segmento, sendo um deles o ponto inicial
pensar de uma reta r desenhada no chão de uma casa e e o outro o ponto final. Denotamos um segmento por duas
uma reta s desenhada no teto dessa mesma casa. letras como, por exemplo, AB, sendo A o início e B o final
do segmento.
Ex: AB é um segmento de reta que denotamos por AB.

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço , se ela 2.1. Segmentos Proporcionais


intersecta o plano em um ponto P e todo segmento de reta
contido no plano que tem P como uma de suas extremida- Proporção é a igualdade entre duas razões equivalentes.
des é perpendicular à reta. De forma semelhante aos que já estudamos com números
racionais, é possível estabelecer a proporcionalidade entre
segmentos de reta, através das medidas desse segmentos.
Vamos considerar primeiramente um caso particular
com quatro segmentos de reta com suas medidas apre-
sentadas na tabela a seguir:

m(AB) = 2cm m(PQ) =4 cm


Uma reta r é paralela a um plano no espaço , se existe uma m(CD) = 3cm m(RS) = 6cm
reta s inteiramente contida no plano que é paralela à reta dada.
MATEMÁTICA

Seja P um ponto localizado fora de um plano. A distân- A razão entre os segmentos e e a razão entre os seg-
cia do ponto ao plano é a medida do segmento de reta mentos e , são dadas por frações equivalentes, isto é: ; PQ/
perpendicular ao plano em que uma extremidade é o pon- RS = 4/6 e como , segue a existência de uma proporção
to P e a outra extremidade é o ponto que é a interseção entre esses quatro segmentos de reta. Isto nos conduz à
entre o plano e o segmento. definição de segmentos proporcionais.

50
Diremos que quatro segmentos de reta, , , e , nesta
ordem, são proporcionais se: .
Os segmentos e são os segmentos extremos e os seg-
mentos e são os segmentos meios.
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que
existe uma proporção entre os números reais que repre-
sentam as medidas dos segmentos:

3. Feixe de Retas Paralelas

Um conjunto de três ou mais retas paralelas num plano


é chamado feixe de retas paralelas. A reta que intercepta
as retas do feixe é chamada de reta transversal. As retas a,
b, c e d que aparecem no desenho anexado, formam um Assim:
feixe de retas paralelas enquanto que as retas s e t são retas B C⁄A B = E F⁄D E
transversais.
A B⁄D E = B C⁄E F
D E⁄A B = E F⁄B C

#FicaDica
Uma proporção entre segmentos pode
ser formulada de várias maneiras. Se
um dos segmentos do feixe de paralelas
for desconhecido, a sua dimensão pode
ser determinada com o uso de razões
proporcionais.

4. Ângulos

Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego -


gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem não
colineares.

Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas deter-


mina sobre duas transversais quaisquer, segmentos pro-
porcionais. A figura abaixo representa uma situação onde
aparece um feixe de três retas paralelas cortadas por duas
retas transversais.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.
MATEMÁTICA

Identificamos na sequência algumas proporções:

Ex: Consideremos a figura ao lado com um feixe de re-


tas paralelas, sendo as medidas dos segmentos indicadas
em centímetros.

51
Ângulo Central

a) Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro da circunferência;


b) Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do polígono regular e cujos lados passam por vértices consecutivos
do polígono.

Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não pertence à circunferência e os lados são tangentes à ela.

Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.

Ângulo Raso:
MATEMÁTICA

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

52
Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendiculares.

Ângulos Complementares: Dois ângulos são complementares se a soma das suas medidas é 900.

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a mesma medida.

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas semi-retas
opostas aos lados do outro.
MATEMÁTICA

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos suplementares se a soma das suas medidas de dois ângulos é 180º.

53
Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência
em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde a
1/360 da circunferência denominamos de grau.
Assim a soma dos ângulos 4 e 5 é 180° e a soma dos
4.1. Ângulos formados por duas retas paralelas com ângulos 3 e 6 também será 180°
uma transversal
Ângulos colaterais externos: O termo colateral signi-
Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no mes- fica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
mo plano e não possuem ponto em comum. ângulos será sempre 180°

Vamos observar a figura abaixo:

Todos esses ângulos possuem relações entre si, e elas


estão descritas a seguir:

Ângulos colaterais internos: O termo colateral signi- Assim a soma dos ângulos 2 e 7 é 180° e a soma dos
fica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes ângulos 1 e 8 também será 180°
ângulos será sempre 180°
Ângulos alternos internos: O termo alterno significa la-
dos diferentes e sua propriedade é que eles sempre serão
congruentes
MATEMÁTICA

54
Assim, o ângulo 4 é igual ao ângulo 6 e o ângulo 3 é
igual ao ângulo 5 FIQUE ATENTO!
Há cinco classificações distintas para os ân-
Ângulos alternos externos: O termo alterno significa gulos formados por duas retas paralelas que
lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre serão intersectam uma transversal. Então, procure
congruentes visualizar bem as imagens para associá-las a
cada classificação existente.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CS-UFG-2016) Considere que a figura abaixo repre-


senta um relógio analógico cujos ponteiros das horas (me-
nor) e dos minutos (maior) indicam 3 h e 40 min. Nestas
condições, a medida do menor ângulo, em graus, formado
pelos ponteiros deste relógio, é:

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 2 é


igual ao ângulo 8
a) 120°
Ângulos correspondentes: São ângulos que ocupam b) 126°
uma mesma posição na reta transversal, um na região in- c) 135°
terna e o outro na região externa. d) 150°

Resposta: Letra B.
Considerando que cada hora equivale a um ângulo de
30° (360/12 = 30) e que a cada 15 min o ponteiro da
hora percorre 7,5°. Assim, as 3h e 40 min indica um ân-
gulo de aproximadamente 126°.

2. Na imagem a seguir, as retas u, r e s são paralelas e


cortadas por uma reta transversal. Determine o valor dos
ângulos x e y.
MATEMÁTICA

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 5, o ângulo 2 é igual


ao ângulo 6, o ângulo 3 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 4 é
igual ao ângulo 8.

55
Resposta: x = 50° e y = 130°
Facilmente observamos que os ângulos  x  e  50°  são  opostos pelo vértice, logo,  x = 50°. Podemos constatar também
que y e 50° são suplementares, ou seja:

50° + y = 180°
y = 180° – 50°
y = 130°
Portanto,os ângulos procurados são y = 130° e x = 50°.

POLÍGONOS

Um polígono é uma figura geométrica plana limitada por uma linha poligonal fechada. A palavra “polígono” advém do
grego e quer dizer muitos (poly) e ângulos (gon).

1. Linhas poligonais e polígonos

Linha poligonal é uma sucessão de segmentos consecutivos e não-colineares, dois a dois. Classificam-se em:

Linha poligonal fechada simples:

Linha poligonal fechada não-simples:

Linha poligonal aberta simples:

Linha poligonal aberta não-simples:

FIQUE ATENTO!
Polígono é uma linha fechada simples. Um polígono divide o plano em que se encontra em duas regiões (a
interior e a exterior), sem pontos comuns.
MATEMÁTICA

56
1.1. Elementos de um polígono

Um polígono possui os seguintes elementos:

Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices consecutivos: AB, BC, CD, DE, EA.

Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A, B, C, D, E

Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecutivos: AC, AD, BD, BE, CE
Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados consecutivos: a� , b� , c� , d
� , e� .

Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do lado a ele consecutivo: a�1 , b1 , c1, d1 , e1

1.2. Classificação dos polígonos quanto ao número de lados

Nome Número de lados Nome Número de lados


triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20

A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte árvore:


MATEMÁTICA

57
Um polígono é denominado simples se ele for descrito A soma das medidas dos ângulos centrais de um polí-
por uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o gono regular de n lados (Sc ) é igual a 360º.
plano em uma região interna e externa), caso o contrário é
denominado complexo. A medida do ângulo central de um polígono regular de
Um polígono simples é denominado convexo se não ti- n lados () é dada por:
ver nenhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°,
caso o contrário é denominado côncavo. ac =
360°
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma n
circunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices
pertencerem a uma mesma circunferência. 1.4. Polígonos regulares
Um polígono inscritível é denominado regular se todos
os seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes. Os polígonos regulares são aqueles que possuem todos
os lados congruentes e todos os ângulos congruentes. To-
Alguns polígonos regulares: das as propriedades anteriores são válidas para os polígo-
nos regulares, a diferença é que todos os valores são dis-
a) triângulo equilátero tribuídos uniformemente, ou seja, todos os ângulos terão
b) quadrado o mesmo valor e todas as medidas terão o mesmo valor.
c) pentágono regular
d) hexágono regular
#FicaDica
1.3. Propriedades dos polígonos
Polígonos regulares são formas de polígonos
De cada vértice de um polígono de n lados, saem mais estudadas e cobradas em questões de
dv = n – 3 concursos.

O número de diagonais de um polígono é dado por:


n n−3
d=
2 EXERCÍCIOS COMENTADOS
Onde n é o número de lados do polígono.
1. (PREF. DE POÁ-SP – ENGENHEIRO DE SEGURANÇA
A soma das medidas dos ângulos internos de um polí- DE TRABALHO – VUNESP/2015) A figura ilustra um oc-
gono de n lados (Si) é dada por: tógono regular de lado cm.
Si = n − 2 � 180°

A soma das medidas dos ângulos externos de um polí-


gono de n lados (Se) é igual a:

360°
Se =
n

Em um polígono convexo de n lados, o número de


triângulos formados por diagonais que saem de cada vér-
tice é dado por n - 2.
Sendo a altura do trapézio ABCD igual a 1 cm, a área do
A medida do ângulo interno de um polígono regular de triângulo retângulo ADE vale, em cm²
n lados (ai ) é dada por:
a) 5
n − 2 � 180° b) 4
ai =
n c) 5
d) 2 + 1
A medida do ângulo externo de um polígono regular de e) 2
MATEMÁTICA

n lados (ae ) é dada por:


360°
ae =
n

58
Resposta: Letra D.

COMENTÁRIO:

Como a altura do trapézio mede 1 cm, temos um trian-


gulo isósceles de hipotenusa AB, assim, o segmento
AD = 2 + 2 . Assim, a área de ADE é:
2+2 2 2 2 2
A= = + =1+ 2
2 2 2
A fórmula para calcular a soma dos ângulos internos de
2. (UNIFESP - 2003) Pentágonos regulares congruentes um polígono é: S = (n – 2) · 180
podem ser conectados lado a lado, formando uma estrela
de cinco pontas, conforme destacado na figura a seguir *n é o número de lados do polígono. No caso desse
exercício:

S = (5 – 2) · 180
S = 3 · 180
S = 540

Dividindo a soma dos ângulos internos por 5, pois um


pentágono possui cinco ângulos internos, encontrare-
mos 108° como medida de cada ângulo interno.
Observe na imagem anterior que a soma de três ângu-
los internos do pentágono com o ângulo θ tem como
resultado 360°.

Nessas condições, o ângulo θ mede: 108 + 108 + 108 + θ = 360


324 + θ = 360
a) 108°.
b) 72°. θ = 360 – 324
c) 54°. θ = 36°
d) 36°.
e) 18°. QUADRILÁTEROS, CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO

Resposta: Letra D. 1. Quadriláteros


Na ponta da estrela onde está destacado o ângulo θ, temos
o encontro de três ângulos internos de pentágonos regu- São figuras que possuem quatro lados dentre os quais
lares. Para descobrir a medida de cada um desses ângulos, temos os seguintes subgrupos:
basta calcular a soma dos ângulos internos do pentágono e
dividir por 5.
MATEMÁTICA

59
Paralelogramo 1.2. Losango

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC .
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mesma Características:
medida, ou seja: AB = DC e AD = BC Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
A altura é medida em relação a distância entre os seg- AB // DC e AD // BC
mentos paralelos, ou seja: BG: altura = h Possuem os quatro lados com medidas iguais:
A base é justamente a medida dos lados que se mediu AB = DC = AD = BC
a altura: AD: base = b No losango, definem-se diagonais como a distância en-
A área é calculada como o produto da base pela altura: tre vértices opostos, assim:
Área= b∙h BD: diagonal maior = D e AC: diagonal menor = d
O perímetro é calculado como a soma das medidas de A área éD calculada
�d
a partir das diagonais e não dos la-
todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA dos: Área = 2
O perímetro é calculado como a soma das medidas de
1.1. Retângulo todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

1.3. Quadrado

Retângulo

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mesma
medida, ou seja: AB = DC e AD = BC Características:
Diferentemente do paralelogramo, todos os ângulos do Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
retângulo medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90° AB // DC e AD // BC
No retângulo, um par de lados paralelos Possuem os quatro lados com medidas iguais:
será a base e o outro será a altura, no desenho: AB = DC = AD = BC
AB: altura = h e AD: base = b Diferentemente do losango, todos os ângulos do qua-
A área é calculada como o produto da base pela altura: drado medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
Área= b∙h Seguindo a lógica do retângulo, temos o valor da base
e da altura iguais neste caso: BC: lado = L e AB: lado =
O perímetro é calculado como a soma das medidas de A área é calculada de maneira simples: Área = L2
MATEMÁTICA

todos os quatro lados: O perímetro é calculado como a soma das medidas de todos
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 2b + 2h os quatro lados: Perímetro = AB + BC + CD + DA = 4L

60
1.4. Trapézio

Características:
Características: A medida relevante da circunferência é o raio (R) que é
Possuirá apenas um par de lados paralelos que serão a distância de qualquer ponto da circunferência em relação
chamados de bases maior e menor: ao centro C.
AD// BC, AB: base maior = B e CD: base menor = b A área é calculada em função do raio: Área = πR2
A altura será definida como a distância entre as bases: O perímetro, também chamado de comprimento da
BG: altura = h circunferência, é calculado em função do raio também:
A área é calculada em função das bases e da altura: Perímetro = 2πR
B+b
Área = �h
2 2.1 Setor Circular
O perímetro é calculado como a soma das medidas de
todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA Um Setor Circular é uma região de um círculo com-
preendida entre dois segmentos de reta que se iniciam no
2. Circunferência e Círculo centro e vão até a circunferência.

Uma circunferência é definida como o conjunto de pon-


tos cuja distância de um ponto, denominado de centro, O #FicaDica
é igual a R, definido como raio.
Em termos práticos, um setor circular é um “pe-
daço” de um círculo.

Já um círculo é definido como um conjunto de pontos


cuja distância de O é menor ou igual a R.
Características:
O ângulo α é definido como ângulo central απR2
Área do Setor Circular (para α em graus): A =
360
αR2
Área do Setor Circular (para α em radianos): A =
2
MATEMÁTICA

61
2.2. Segmento Circular

Um Segmento Circular é uma região de um círculo


compreendida entre um segmento que liga os pontos de
cruzamento dos segmentos de reta com a circunferência,
ao qual definimos como corda AB e a circunferência.

Reta Secante: Reta e circunferência possuem dois pon-


tos em comum (dOP < R)

Características:
A Área do Setor Circular (para α em radianos):
R2
A= α − sen α
2
3. Posições Relativas entre Retas e Circunferências

Dado uma circunferência de raio R e uma reta ‘r’ cuja


distância ao centro da circunferência é ‘d’, temos as seguin-
tes posições relativas:

Reta Tangente: Reta e circunferência possuem apenas


um ponto em comum (dOP = R)
EXERCÍCIOS COMENTADOS

(SEEDUC-RJ – Professor – CEPERJ/2015) O quadrado


MNPQ abaixo tem lado igual a 12cm. Considere que as
curvas MQ e QP representem semicircunferências de di-
âmetros respectivamente iguais aos segmentos MQ e QP.

Reta Exterior: Reta e circunferência não possuem pon-


tos em comum (dOP > R)
A área sombreada, em cm2, corresponde a:

a) 30
MATEMÁTICA

b) 36
c) 3 46π − 2
d) 6(36π − 1)
e) 2(6π − 1)

62
Resposta: Letra B.
Aplicando a fórmula do segmento circular, encontra-se
a área de intersecção dos dois círculos. Subtraindo esse
valor da área do semicírculo, chega-se ao resultado.

2. A figura abaixo é um losango. Determine o valor de x e y,


a medida da diagonal   AC , da diagonal   BD e o perímetro
do triângulo BMC.
Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto
médio do lado oposto. BM é uma mediana.

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas


partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste
Resposta: caso Ê = Ô.
Aplicando as relações geométricas referentes ao losan-
go, tem-se:

x = 15
y = 20
AC = 20 + 20 = 40
BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60
Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo.
Todo triângulo possui três ângulos internos.
Triângulos e Teorema de Pitágoras
Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-
1. Definição gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que


possui o menor número de lados. Talvez seja o polígono
mais importante que existe. Todo triângulo possui alguns
elementos e os principais são: vértices, lados, ângulos, altu-
ras, medianas e bissetrizes.

Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes so-


bre os mesmos.

2. Classificação dos triângulos quanto ao número de


lados

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas iguais. .


m(AB) = m(BC) = m(CA)

a) Vértices: A,B,C.
b) Lados: AB,BC e AC.
MATEMÁTICA

c) Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice for-
mando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.

63
Triângulo Isósceles: Dois lados têm medidas iguais.
m(AB) = m(AC). #FicaDica
Em alguns locais escrevemos as letras
maiúsculas, acompanhadas de acento () para
representar os ângulos.

Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas


diferentes.

Seguindo a regra dos polígonos, a soma dos ângulos


internos de qualquer triângulo é sempre igual a 180 graus,
isto é: a + b + c = 180°

2.1. Classificação dos triângulos quanto às medidas Ex: Considerando o triângulo abaixo, podemos achar o
dos ângulos valor de x, escrevendo: 70º + 60º + x = 180º e des-
sa forma, obtemos x = 180º − 70º − 60º = 50º
Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são
agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do
que 90º.

Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC.


Como observamos no desenho, as letras minúsculas repre-
sentam os ângulos internos e as respectivas letras maiúscu-
las os ângulos externos.
Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,
isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma


dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
externo. Assim: A = b + c, B = a + c, C = a + b
Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto
(90 graus). Atenção a esse tipo de triângulo pois ele é mui- Ex: No triângulo desenhado, podemos achar a medida
to cobrado! do ângulo externo x, escrevendo: x = 50º + 80º = 130°.

3. Medidas dos Ângulos de um Triângulo


4. Congruência de Triângulos
MATEMÁTICA

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po-


deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos Duas figuras planas são congruentes quando têm a
ângulos internos desse triângulo. mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o mesmo
tamanho. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF são
congruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF

64
Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruên-
cia entre os lados, tal que: AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e
entre os ângulos:

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um


lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Dois triângu-
los são congruentes quando têm um lado, um ângulo, um
ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse lado respec-
Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST, es- tivamente congruente.
crevemos: A �~R � , B� ~ S� , C� ~ �T

FIQUE ATENTO!
Dois triângulos são congruentes, se os seus
elementos correspondentes são ordenada-
mente congruentes, isto é, os três lados e os
três ângulos de cada triângulo têm respecti-
vamente as mesmas medidas. Deste modo,
para verificar se um triângulo é congruente a 5. Semelhança de Triângulos
outro, não é necessário saber a medida de to-
dos os seis elementos, basta conhecerem três Duas figuras são semelhantes quando têm a mesma
elementos, entre os quais esteja presente pelo forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho. Se
menos um lado. Para facilitar o estudo, indica- duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: .
remos os lados correspondentes congruentes
marcados com símbolos gráficos iguais. Ex: As ampliações e as reduções fotográficas são figuras
semelhantes. Para os triângulos:

4.1. Casos de Congruência de Triângulos

LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.


Dois triângulos são congruentes quando têm, respectiva-
mente, os três lados congruentes. Observe que os elemen-
tos congruentes têm a mesma marca.

Os três ângulos são respectivamente congruentes, isto


é: A~R, B~S, C~T

5.1. Casos de Semelhança de Triângulos

LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ân- Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem dois
gulo. Dois triângulos são congruentes quando têm dois la- ângulos correspondentes congruentes, então os triângulos
dos congruentes e os ângulos formados por eles também são semelhantes.
são congruentes.
MATEMÁTICA

ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e


um lado. Dois triângulos são congruentes quando têm um
lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectivamen- Se A~D e C~F então: ABC =
� DEF
te, congruentes.

65
Dois lados proporcionais: Se dois triângulos tem dois lados correspondentes proporcionais e os ângulos formados por
esses lados também são congruentes, então os triângulos são semelhantes.

Como m(AB) ⁄ m(EF) = m(BC) ⁄ m(FG) = 2 ,


então ABC =� EFG
Ex: Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângulos seme-
lhantes e o valor de x será igual a 8.

Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os três lados correspondentes proporcionais, então os triângulos são
semelhantes.

6. Teorema de Pitágoras

Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu na cidade de Samos no século VI a. C., teve a intuição do
seu famoso teorema observando um mosaico como o da ilustração a seguir.
MATEMÁTICA

66
Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo Triângulo Triângulo


ABC A`B`C` A``B``C``
Área do quadrado construído 4 8 16
sobre a hipotenusa
Área do quadrado construído 2 4 8
sobre um cateto
Área do quadrado construído 2 4 9
sobre o outro cateto

Como 4 = 2 + 2 � 8 = 4 + 4 � 16 = 8 + 8 , Pitágoras observou que a área do quadrado construído sobre a


hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.

A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo particular: o triângulo retângulo isósceles. Estudos reali-
zados posteriormente permitiram provar que a relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os triângulos
retângulos. Os lados do triângulo retângulo são identificados a partir a figura a seguir:

Onde os catetos são os segmentos que formam o ângulo de 90° e a hipotenusa é o lado oposto a esse ângulo. Cha-
mando de “a” e “b” as medidas dos catetos e “c” a medida da hipotenusa, define-se um dos teoremas mais conhecidos da
matemática, o Teorema de Pitágoras:
c 2 = a2 + b2

Onde a soma das medidas dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.

6.1. Teorema de Pitágoras no quadrado

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida d da diagonal e a
medida l do lado de um quadrado.

d= medida da diagonal
l= medida do lado
MATEMÁTICA

67
Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retân-
gulo ABC, temos:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
d² = l² + l²
d = √2l²
(TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – VUNESP/2017) A
d=l 2
figura seguinte, cujas dimensões estão indicadas em metros,
mostra as regiões   R e R , e , ambas com formato de tri-
6.2. Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero 1 2
ângulos retângulos, situadas em uma praça e destinadas a
Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabele- atividades de recreação infantil para faixas etárias distintas.
cer uma relação importante entre a medida h da altura e a
medida l do lado de um triângulo equilátero.

Se a área de R eé R54, m², então o perímetroR1de


e R 2 , é, em
metros, igual a:
1 2

a) 54
l= medida do lado b) 48
h= medida da altura c) 36
d) 40
No triângulo equilátero, a altura e a mediana coinci- e) 42
dem. Logo, é ponto médio do lado BC. No triângulo re-
tângulo AHC, é ângulo reto. De acordo com o teorema de Resposta: Letra B.
Pitágoras, podemos escrever: Esse problema se resolve tanto por semelhança de triân-
gulos, quanto pela área de . Em ambos os casos, encon-
traremos x = 12 m. Após isso, pelo teorema de Pitágo-
ras, achamos a hipotenusa do triângulo
R e R , , que será 20
1 2
m. Assim, o perímetro será 12+16+20 = 48 m.

2. (PM SP 2014 – VUNESP).  Duas estacas de madeira,


perpendiculares ao solo e de alturas diferentes, estão dis-
tantes uma da outra, 1,5 m. Será colocada entre elas uma
outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará apoiada
nos pontos A e B, conforme mostra a figura.
3l2
h² =
4

l 3
h=
2
MATEMÁTICA

68
A diferença entre a altura da maior estaca e a altura da
menor estaca, nessa ordem, em cm, é:

a) 95.
b) 75.
c) 85.
d) 80.
e) 90.

Resposta: Letra D.
Note que x é exatamente a diferença que queremos, e
podemos calculá-lo através do Teorema de Pitágoras:

a2 = b2 + c 2 − 2 � b � c � cos A
1,72 = 1,52 + x 2
2,89 = 2,25 + x 2

b2 = a2 + c 2 − 2 � a � c � cos B
x 2 = 2,89 – 2,25 c 2 = a2 + b2 − 2 � a � b � cos C�
x² = 0,64x = 0,8 m ou 80 cm

FIQUE ATENTO!
Lei dos Senos e Lei dos Cossenos Há três formas distintas de utilizar a Lei
dos Cossenos. Quando for utilizá-la, tenha
1. Lei dos Senos cuidado ao expressar os termos conhecidos
e a incógnita em uma das três equações
A Lei dos senos relaciona os senos dos ângulos de um propostas. Note que o termo à esquerda do
triângulo qualquer (não precisa necessariamente ser retân- sinal de igual é o lado oposto ao ângulo que
gulo) com os seus respectivos lados opostos. Além disso, deve aparecer na equação.
há uma relação direta com o raio da circunferência circuns-
crita neste triângulo:

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule a medida de x:

a b c Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que te-


= = = 2R mos que aplicar ao ângulo oposto ao lado que iremos
sen A sen B sen C�
� �
usar. Assim, o lado de medida 100 possui o ângulo A �
como oposto, e ele mede 30°, dado as medidas dos ou-
1.1.Lei dos Cossenos tros ângulos, assim:

A lei dos cossenos é considerada uma generalização x 100


=
do teorema de Pitágoras, onde para qualquer triângulo, sen 45° sen 30°
conseguimos relacionar seus lados com a subtração de um
termo que possui o ângulo oposto do lado de referência.
MATEMÁTICA

x 100
=
2/2 1/2

x = 100 2

69
2.Calcule a medida de x:

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que ela se relaciona com a circunferência circunscrita ao triângulo:

x
= 2R
sen 60°

x
=2 3
3/2

x=3

Geometria Espacial

1.Poliedros

Poliedros são sólidos compostos por faces, arestas e vértices. As faces de um poliedro são polígonos. Quando as faces
do poliedro são polígonos regulares e todas as faces possuem o mesmo número de arestas, temos um poliedro regular.
Há 5 tipos de poliedros regulares, a saber:

Tetraedro: poliedro de quatro faces


Hexaedro: poliedro de seis faces (cubo)
Octaedro: poliedro de oito faces
Dodecaedro: poliedro de doze faces
Icosaedro: poliedro de vinte faces

Já poliedros não regulares são sólidos cujas faces ou são polígonos não regulares ou não possuem o mesmo número de
arestas. Os exemplos mais usuais são pirâmides (com exceção do tetraedro) e prismas (com exceção do cubo).

Relação de Euler: relação entre o número de arestas (A), faces (F) e vértices (V) de um poliedro convexo. É dada por:

V− A+F = 2
MATEMÁTICA

2. Prismas

Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à
inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.

70
Prisma reto
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base.
As faces laterais são retangulares.

Prisma oblíquo
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
As arestas laterais são oblíquas (formam um ângulo diferente de um ângulo reto) ao plano da base.
As faces laterais não são retangulares.

Bases: regiões poligonais congruentes

Altura: distância entre as bases

Arestas laterais paralelas: mesmas


medidas

Faces laterais: paralelogramos

Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo

Prismas regulares: prismas que possuem como base, polígonos regulares (todos os lados iguais).

Sendo AB , a área da base, ou seja, a área do polígono correspondente e AL , a área lateral, caracterizada pela soma
das áreas dos retângulos formados entre as duas bases, temos que:
Área total: AT = AL + 2 � AB
Volume: V = AB . h , onde h é a altura, caracterizada pela distância entre as duas bases

3. Cilindros

São sólidos parecidos com prismas, que apresentam bases circulares e também podem ser retos ou oblíquos.
MATEMÁTICA

Sendo R o raio da base, a altura do cilindro, temos que:


Área da base: AB = πR2

71
Área lateral: AL = 2πRh 6. Esfera
Área total: AT = AL + 2AB
Volume: V = AB � h A esfera é o conjunto de pontos nos quais a distância
em relação a um centro é menor ou igual ao raio da esfera
4. Pirâmides R. A esfera é popularmente conhecida como “bola” pois seu
formato é o mesmo de uma bola de futebol, por exemplo.
As pirâmides possuem somente uma base e as faces
laterais são triângulos. A distância do vértice de encontro
dos triângulos com a base é o que determina a altura da
pirâmide (h).

2
Área da Superfície Esférica: A = 4πR
4πR3
Volume: V =
3

#FicaDica
Na área total dos prismas e cilindros, multipli-
camos a área da base por 2 pois temos duas
bases formando o sólido. Já no caso das pirâ-
mides e dos cones isto não ocorre, pois há ape-
Sendo a área da base, determinada pelo polígono que nas uma base em ambos.
forma a base, a área lateral, determinada pela soma das
áreas dos triângulos laterais, temos que:
Área total: AT = AL + AB
A � h
Volume: V = B
3 EXERCÍCIO COMENTADO

5. Cones 1. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
Os cones são sólidos possuem uma única base (círculo).
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
A distância do vértice à circunferência (contorno da base)
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.
é chamada de geratriz (g) e a distância entre o vértice e o
centro do círculo é a altura do cone (h).

Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do bloco C,


indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a:
Geratriz: g 2 = R2 + h2
MATEMÁTICA

Área da Base: AB = πR2 a) 15,5


Área Lateral: AL = πgR b) 11
Área Total: AT = AL + AB c) 12,5
A �h
Volume: V = B d) 14
3
e) 16

72
Resposta : Letra C. Resposta: Letra D.
VA = 53
= 125 cm³ Sendo a P.A. (V1 , V2 , V3, V4 , V5), (, o enunciado fornece:
Do termo geral da P.A., sabe-se que
VB = 103 = 1000 cm³
V V5 = V1 + 5 − 1 � r = V1 + 4r
Logo: C = VA + VB = 125 + 1000
2 onde r é a razão da P.A.
VC
→ = 1125 → VC = 2250 cm³
2 Assim, V1 + 4r − V1 = 32 → 4r = 32 → r = 8
Portanto, VC = 18 � 10 � h = 2250 → h =
2250
= 12,5 cm Como
180
V4 = V1 + 3r
2. (PEDAGOGO – IF/2016) Uma lata de óleo de soja de → V1 + 3 � 8 = 86,5
1 litro, com formato cilíndrico, possui 8 cm de diâmetro → V1 + 24 = 86,5
interno. Assim, a sua altura é de aproximadamente: (Consi- → V1 = 62,5 cm
dere π = 3,14 ) Como
4 3
a) 20 cm
V= πR
3
b) 25 cm 4
c) 201 cm → � 3 � R3 = 62,5
3
d) 200 cm 62,5
e) 24 cm → R3 =
4
→ R3 = 15,625
Resposta: Letra A.
1L = 1dm3 = 1000 cm³
→ R = 2,5 cm
Volume da lata(cilindro): Como o exercício pediu o diâmetro, D = 2.2,5 = 5 cm
VC = πR2h → 3,14 � 42 � h = 1000 → h ≅ 20 cm
Obs: Como o diâmetro é igual a 8cm o raio é igual a
4cm. ESCALAS

3. (PREF. ITAPEMA-SC – TÉCNICO CONTÁBIL – MS Em linhas gerais, escala é a relação matemática entre a
CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, distância medida em um mapa (ou desenho, planta, etc.)
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um e a dimensão real do objeto (local) representado por esse
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone mapa (ou desenho, planta, etc.). Quando se observa um
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: mapa e lê-se que ele foi feito em escala 1:500 cm, significa
que 1 cm medido no mapa equivale a 500 cm na realidade.
a) 9 cm
b) 30 cm 1. Tipos de Escala
c) 60 cm Considerando a forma de apresentação, há dois tipos
d) 90 cm de escala, a saber:
Gráfica: a escala gráfica é aquela na qual a distância a
Resposta: Letra D. ser medida no mapa e sua equivalência são apresentadas
Volume do cone: VC por unidade. Geralmente estão na parte inferior do mapa,
Volume do cilindro: Vcil como no exemplo abaixo:
Do enunciado: VC = 1,3. Vcil (30% maior).

4. (CÂMARA DE ARACRUZ-ES – AGENTE ADMINIS-


TRATIVO E LEGISLATIVO – IDECAN/2016) João possui
cinco esferas as quais, quando colocadas em certa ordem,
seus volumes formam uma progressão aritmética. Sabendo
que a diferença do volume da maior esfera para a menor é
32 cm³ e que o volume da segunda maior esfera é 86,5 cm³,
então o diâmetro da menor esfera é: (Considere: π = 3)

a) 2 cm Fonte: brasilescola.uol.com.br/geografia/escalas.htm
MATEMÁTICA

b) 2,5 cm
c) 4,25 cm Medindo com uma régua a distância entre 0 e 50 me-
d) 5 cm tros, por exemplo, significa que a medida dessa distância
no mapa equivale a 50 metros na realidade.

73
Numérica: a escala numérica é apresentada como uma
relação e estabelece diretamente qual é a relação entre dis-
tâncias no mapa e real, sem a necessidade de medições EXERCÍCIOS COMENTADOS
com régua como na escala gráfica. Um exemplo de escala
numérica: 1. (NOVA CONCURSOS - 2018) Considere o mapa a seguir:

1:50.000

Isso significa que 1 cm no mapa equivale a 50.000 cm


na realidade.
Considerando o tamanho da representação de deter-
minado mapa ou desenho, a escala pode ser classificada
de três formas:

Natural: a escala natural é aquela na qual o tamanho


do desenho coincide com o tamanho do objeto real.
Reduzida: a escala reduzida é aquela na qual o dese-
nho é menor do que a realidade. É a escala na qual a maio-
ria dos mapas é feita.
Ampliada: a escala ampliada é aquela na qual o dese-
nho é maior do que a realidade. Figuras obtidas com auxílio
de microscópios, por exemplo, estão em escala ampliada.

2. Cálculo de Escala

A escala (E) pode ser expressa como:


𝑑
𝐸=
𝐷 Fonte: GIRARDI, G. ROSA, J.V. 1998 (Adaptação)

onde d é a distância medida no desenho (mapa) e D é Determine, em quilômetros, a distância entre as cidades do
a distância real do objeto (local que o mapa representa). Rio de Janeiro e Vitória, e de Belo Horizonte a Vitória.
Assim é possível calcular quaisquer distâncias medidas no
desenho. Resposta: 385 km e 346,5 km. Começando pela distân-
cia entre Rio de Janeiro e Vitória.
Pela definição de escala:
FIQUE ATENTO! 𝑑 1 5
Não se esqueça de trabalhar sempre com as 𝐸= → = → 𝐷 = 5 ∙ 7.700.000 = 38.500.00 𝑐𝑚
𝐷 7.700.000 𝐷
mesmas unidades de medida!
Logo, a distância em quilômetros é igual a: 385 km
Entre Belo Horizonte e Vitória.
Pela definição de escala:
𝑑 1 4
𝐸= → = → 𝐷 = 4,5 ∙ 7.700.000 = 34.650.00 𝑐𝑚
𝐷 7.700.000 𝐷

Logo, a distância em quilômetros é igual a: 346,5 km

2. (NOVA CONCURSOS - 2018) Em uma cidade duas atra-


ções turísticas distam 4 km. Sabe-se que no mapa dessa
cidade, esses pontos estão distantes 20 cm um do outro.
Qual é a escala do mapa?

Resposta: 1:20000 Antes de utilizar a definição de es-


cala é importante que ambas as distâncias estejam na
MATEMÁTICA

mesma medida. Assim, é necessário passar 4 km para


cm: 4 km=400000 cm.
Pela definição de escala:

74
Ou seja, esta tabela nos oferece valores numéricos nos
𝑑 20 1
𝐸= →𝐸= = → 𝐸 = 1: 20000 quais podemos tirar determinadas conclusões.
𝐷 400000 20000
1. Definições
3. (NOVA CONCURSOS - 2018) Qual será a distância entre
∗ ∗
dois pontos em um mapa sabendo que a escala do mapa é Chamamos de matriz m x n (m Є N e n Є N ) qual-
de 1:200 000 e a distância real entre eles é de 8 km? quer tabela formada por elementos (informações) dispos-
tos em m linhas e n colunas.
Resposta: 4 cm. Antes de utilizar a definição de escala
é importante que ambas as distâncias estejam na mes- Exemplos:
ma medida. Assim, é necessário passar 8 km para cm: 8
km=800000 cm. 1 0 −2 3
Pela definição de escala: a) 1 1 3 2 é uma matriz 2 x 4 (duas linhas e
por quatro colunas)
𝑑 1 𝑑 1 𝑑
𝐸= → = → = → 𝑑 = 4𝑐𝑚
𝐷 200000 800000 2 8 1 0 1
2 3 3
b) 1 4 2 é uma matriz 3x3 (três linhas por três
colunas)
MATRIZ
c) 1 0 3 é uma matriz 1x3 (uma linha e três co-
Exemplo prático lunas)

A tabela seguinte mostra a situação das equipes no 2


Campeonato Paulista de Basquete masculino. d) 0 é uma matriz 2x1 (duas linhas e uma coluna)

Campeonato Paulista – Classificação O nome de uma matriz é dado utilizando letras maiús-
culas do alfabeto latino, (A,B,C,D... por exemplo), enquanto
Time Pontos os elementos da matriz são indicados por letras latinas mi-
1º Tilibra/Copimax/Bauru 20 núsculas (a,b,c,d...), a mesma do nome de matriz, com dois
índices, que indicam a linha e a coluna que o elemento
2º COC/Ribeirão Preto 20
ocupa na matriz.
3º Unimed/Franca 19 Assim, um elemento genérico da matriz é representado
4º Hebraica/Blue Life 17 por .
O primeiro índice, , indica a linha que esse elemento
5º Uniara/Fundesport 16 ocupa na matriz, e o segundo índice, , a coluna desse co-
6º Pinheiros 16 mando.
7º São Caetano 16
Exemplo:
8º Rio Pardo/Sadia 15
9º Valtra/UBC 14 Na matriz B de ordem temos:

10º Unisanta 14 1 0 3
B=
11º Leitor/Casa Branca 14 2 −1 4
12º Palmeiras 13
13º Santo André 13 b11 = 1; b12 = 0; b13 = 3;
14º Corinthians 12 b21 = 2; b22 = −1; b23 = 4.
15º São José 12
Fonte: FPB (Federação Paulista de Basquete) Observação: O elemento b23, por exemplo, possui a se-
Folha de S. Paulo – 23/10/01 guinte leitura: “b dois três”.

Observando a tabela, podemos tirar conclusões por De uma forma geral, a matriz A, de ordem , é represen-
MATEMÁTICA

meio de comparações das informações apresentadas, por tada por:


exemplo:
- COC/Ribeirão lidera a classificação com 20 pontos
juntamente com Tilibra/Bauru
- Essa informação encontra-se na 2ª linha e 3ª coluna.

75
a11 ⋯ a1n Exemplo:

A= ⋮ ⋱ ⋮ {a11 , a22 , a33 , a44 } é a diagonal principal da matriz A


am1 ⋯ amn (4x4).

Além disso, a matriz quadrada que apresenta todos os


Ou com a notação abreviada: A = aij elementos, não pertencentes à diagonal principal, iguais a
mxn
zero, é definida como matriz diagonal.

2. Matrizes Especiais Exemplo:


2 0 0
Apresentamos aqui a nomenclatura de algumas matri-
zes especiais: A= 0 1 0
0 0 3
a) Matriz Linha: É a matriz que possui uma única linha.
f) Matriz Identidade: É a matriz diagonal que apresen-
Exemplos: ta todos os elementos da diagonal principal iguais
A = −1 0 a 1 e os outros iguais a 0. Representamos a matriz
identidade de ordem n por In.
B= 1 0 0 2
Exemplo:
b) Matriz Coluna: É a matriz que possui uma única co-
luna.
1 0
I2 =
0 1
Exemplos:
1 0 0
2
A= I3 = 0 1 0
1 0 0 1
0
B = −1 Observação: Para uma matriz identidade In = (aij)n x n
3 g) Matriz Transposta: Dada uma matriz A, chamamos
de matriz transposta de A à matriz obtida de A tro-
c) Matriz Nula: É a matriz que possui todos os elemen- cando-se “ordenadamente”, suas linhas por colunas.
tos iguais a zero. Indicamos a matriz transposta de A por At.

Exemplos: Exemplo:
0 0
A= 1 2
0 0 Se, A =
1 0 3
, então: At = 0 1
0 0 0 2 1 4
B= 3 4
0 0 0
Observação importante: Se uma matriz A é de ordem m
d) Matriz Quadrada: É a matriz que possui o número x n, a matriz At, transposta de A, é de ordem n x m.
de linhas igual ao número de linhas igual ao número
de colunas. 3. Igualdade de Matrizes

Exemplo: Sendo A e B duas matriz de mesma ordem, dizemos


que um elemento de matriz A é correspondente a um ele-
1 0
A= mento de B quando eles ocupam a mesma posição nas res-
3 −2 pectivas matrizes.

Vale destacar que quando uma matriz não é quadrada, Exemplo:


ela é chamada de matriz retangular.
MATEMÁTICA

Sendo A e B duas matrizes de ordem 2 x 2,


e) Matriz Diagonal: Dada uma matriz quadrada de or-
dem n, chamamos de diagonal principal da matriz ao a11 a12 b11 b12
conjunto dos elementos que possuem índices iguais. A= a
21 a22 e B = b21 b22

76
São elementos correspondentes de A e B, os pares: a11 e Na prática, para obtermos a subtração de matrizes de
b11; a12 e b12; a21 e b21; a22 e b22. mesma ordem, basta subtrairmos os elementos correspon-
dentes.
Assim, duas matrizes A e B são iguais se, e somente se,
têm a mesma ordem e os elementos correspondentes são 5. Multiplicação de Matrizes por um Número Real
iguais.
Consideremos uma matriz A, de ordem , e um número
Indica-se, portanto: A = B ou A = (aij)n x n e B = (bij)p x q real . O produto de por A é uma matriz B, de ordem , obti-
da quando multiplicamos cada elemento de A por .
IMPORTANTE: Dada uma matriz , dizemos que uma Indicamos:
matriz é oposta de A quando para todo i, 1 ≤ i ≤ m, e todo
j, 1 ≤ j ≤ n. B = c � A

Exemplo: Exemplo:
3 −1 −3 1 1 3
A= , temos que: B = −A = A= e c = 2, temos que:
2 4 −2 −4 2 5
2�1 2�3 2 6
4. Adição e Subtração de Matrizes c�A= 2�A = =
2�2 2�5 4 10
Dadas duas matrizes A e B, de mesma ordem m x n,
denominamos soma da matriz A com a matriz B à matriz 6. Produto entre matrizes
C, de ordem m x n, cujos elementos são obtidos quando
somamos os elementos correspondentes das matrizes A e O produto (linha por coluna) de uma matriz
B. Indicamos: A = aij por uma matriz B = bij é uma
pxn
m xp

C=A+B matriz C = cij , de modo que cada elemento cij é


m xn
obtido multiplicando-se ordenadamente os elementos da
Assim: linha i de A pelos elementos da coluna j de B, e somando-
1 3 4 2 1 1 3 4 5 -se os produtos assim obtidos.
+ =
2 1 −2 3 2 3 5 3 1
FIQUE ATENTO!
Propriedades da Adição: Sendo A, B e C matrizes e O Só existe o produto de uma matriz A por uma
a matriz nula , valem as seguintes propriedades. matriz B se o número de colunas de A é igual
a) A+B=B+A (Comutativa) ao número de linhas de B.
b) (A+B)+C=A+(B+C) (Associativa)
c) A+O=O+A=A (Elemento Neutro) Propriedades: Sendo A uma matriz de ordem , B e C
d) A+(-A)=O (Elemento Oposto) matrizes convenientes (ou seja, o produto entre elas é pos-
e) A + B t = At + B t sível), são válidas as seguintes propriedades.
Metodologia: Consideremos duas matrizes A e B, am-
bas de mesma ordem . Chamamos de diferença entre A e B a) A � B � C = A � (B � C) – Associativa
(indicamos com ) a soma de A com a oposta de B. b) C � A + B = C � A + C � B – Distributiva pela esquerda
c) A + B � C = A � C + B � C – Distributiva pela direita
A – B = A + (-B) d) A � In = Im � A = A – Elemento neutro
e) A � B t = B t � At
Exemplo:

A=
3 2
eB=
4 5 #FicaDica
1 −2 −2 1
Para a multiplicação de matrizes não vale
A − B = A + −B a propriedade comutativa (A B ≠ B A). Esta
3 2 −4 −5 propriedade só é verdadeira em situações
= + especiais, quando dizemos que as matrizes são
MATEMÁTICA

1 −2 2 −1
3−4 2−5 comutáveis.
=
1 + 2 −2 − 1
−1 −3
=
3 −3

77
7. Matriz Inversa Resolvendo os sistemas, encontramos:

No conjunto dos números reais, para todo a ≠ 0, exis- a = 1, b = −1, c = 2 e d = 3


te um número b, denominado inverso de a, satisfazendo a
condição: Assim, B = 1 −1
−2 3
a � b = b � a = 1 Portanto, a matriz A é inversível e sua inversa é única,
1
Normalmente indicamos o inverso de a por ou -1. cuja matriz é:
a
Analogamente para as matrizes temos que uma matriz B = A−1 =
1 −1
A, quadrada de ordem n, é dita inversível se, e somente se, −2 3
existir uma matriz B, quadrada de ordem n, tal que:
Propriedades: Sendo A e B matrizes quadradas de or-
A � B = B � A = In dem n e inversíveis, temos as seguintes propriedades:
A matriz B é denominada inversa de A e indicada por
A-1. a) A−1 −1 = A
b) A−1 t = At −1
Exemplo: c) A � B −1 = B −1 � A−1
Verifique que a matriz B = 4 −3
é a inversa da ma-
−1 1
1 3
triz A = . Para isso, basta realizar o produto entre
1 4
elas e verificar se o resultado será a matriz identidade: DETERMINANTES
1 3 4 −3 1 0 Chamamos de determinante a teoria desenvolvida por
A�B= � =
1 4 −1 1 0 1 matemáticos dos séculos XVII e XVIII, como Leibniz e Seki
Ou Shinsuke Kowa, que procuravam uma fórmula para deter-
minar as soluções de Sistemas Lineares.
4 −3 1 3 1 0 Esta teoria consiste em associar a cada matriz quadrada
B�A= � =
−1 1 1 4 0 1 A, um único número real que denominamos determinante
de A e que indicamos por “det A” ou colocamos os ele-
Como A � B = B � A = I2 , a matriz B é a inversa de A, mentos da matriz A entre duas barras verticais, como no
isto é, A-1.. exemplo abaixo:

IMPORTANTE: É bom observarmos que, de acordo A=


1 2
→ det A =
1 2
com a definição, a matriz A também é a inversa de B, isto 4 5 4 5
é, , ou seja, . No estudo de determinantes, vamos analisar diversos
tamanhos de matrizes, iniciando, pelo menor, ou seja, uma
Exemplo: matriz de ordem 1 passando pela ordem 2 e ordem 3. De-
3 1
Encontre a matriz inversa da matriz A = , se exis- terminantes maiores são muito raros de serem cobrados
2 1
tir. Neste caso, teremos que encontrar individualmente os em concursos públicos.
termos da matriz inversa, que chamaremos de B.
1. Determinante de uma Matriz de Ordem 1
Supondo que B = a b é a matriz inversa de A, temos:
c d Seja a matriz quadrada de ordem 1: A = [a11 ] , o deter-
3 1 a b 1 0 minante dessa matriz é o próprio número dentro da matriz:
A�B= . =
2 1 c d 0 1
det A = a11 = a11
Fazendo a multiplicação, encontraremos o seguinte re-
sultado: Exemplos:
A = −2 → det A = −2
3a + c 3b + d 1 0 B = 5 → det B = 5
=
2a + c 2b + d 0 1 C = [0] → det C = 0

Logo, teremos dois sistemas lineares, 2x2: 1.1. Determinante de uma Matriz de ordem 2
MATEMÁTICA

a11 a12

3a + c = 1
e�
3b + d = 0 Seja a matriz quadrada de ordem 2: A = a21 a22 . O
2a + c = 0 2b + d = 1 determinante dessa matriz será o número:

78
a11 a12 det A = a11 � a22 � a33 + a12 � a23 � a31 +
det A = a a22 = a11 � a22 − a21 � a12
21
a21 � a32 � a13 − a31 � a22 � a13 − a21 � a12 �
a33 − a11 � a32 � a23
#FicaDica
Para facilitar a memorização desse número, 2. Propriedades dos determinantes
podemos dizer que o determinante é a
diferença entre o produto dos elementos da Apresentamos, a seguir, algumas propriedades que vi-
diagonal principal e o produto dos elementos sam a simplificar o cálculo dos determinantes:
da diagonal secundária.
a) O determinante de uma matriz A é igual ao de sua
transposta At.
Exemplos:
Exemplo. Demonstração no determinante 2x2:
1 2
A= a b a c
5 3 A= e At =
det A = 1 � 3 − 5 � 2 = 3 − 10 = −7 c d b d
2 −1
B= det A = a � d − b � c
2 3
det B = 2 � 3 − 2 � −1 = 6 + 2 = 8 det At = a � d − b � c = det A

1.2. Determinante de uma Matriz de Ordem 3 b) Se B é a matriz que se obtém de uma matriz quadra-
da A, quando trocamos entre si a posição de duas
filas (linhas ou colunas) paralelas, então:
Seja a matriz quadrada de ordem 3:
detB = −detA
a11 a12 a13 Exemplo. Demonstração no determinante 2x2:
A = a21 a22 a23
a b c a
a31 a32 a33 A= eB=
c d d b
O determinante desta matriz será uma soma de produ-
tos intercalados de três em três números, ou seja: B foi obtida trocando de posição a primeira e segunda
coluna de A. Assim:
det A = a11 � a22 � a33 + a12 � a23 � a31 + det A = a � d − b � c
a21 � a32 � a13 − a31 � a22 � a13 − a21 � a12 � det B = c � b − a � d = − det A
a33 − a11 � a32 � a23
Um ponto importante é se por exemplo, montarmos
Para memorizarmos a definição de determinante de or- uma matriz C trocando de posição agora a primeira e se-
dem 3, usamos a regra prática denominada Regra de Sarrus: gunda linha de B:
d b
1) Repetimos a 1º e a 2º colunas às direita da matriz C=
c a
a11 a12 a13 a11 a13
det A = a21 a22 a23 a21 a23 Calculando o determinante:
a31 a32 a33 a31 a31
detC = a � d − b � c = −detB = det A
2) Multiplicando os termos entre si, seguindo os traços
em diagonal e associando o sinal indicado dos produtos, Assim, cada troca de linha ou coluna irá acarretar uma
temos troca de sinal do determinante. Logo, se fizemos uma
quantidade par de trocas (2,4,6,...) o determinante perma-
MATEMÁTICA

nece com o mesmo sinal. Já se fizermos uma quantidade


de trocas ímpar (1,3,5...) o determinante inverte de sinal.

79
c) Seguindo a propriedade 2, se uma matriz possuir duas linhas ou colunas idênticas, o seu determinante será 0. Jus-
tificativa: A matriz que obtemos de A, quando trocamos entre si as duas filas (linha ou coluna “iguais”, é igual a A.
Assim, de acordo com a propriedade 2, escrevemos que detA = −detA . O único resultado possível para isso é

c) Sendo A uma matriz quadrada de ordem n, e uma matriz é obtida multiplicando todos os elementos de A por k,
então:

det(k � A) = k n � detA

Exemplo:
a b c ka kb kc
A = d e f → k � A = kd ke kf
g h i kg kh ki

Se você calcular o determinante, encontrará k 3 � det A


e) Teorema de Jacobi: O determinante não se altera, quando adicionamos uma fila qualquer com outra fila paralela
multiplicada por um número.

Exemplo: Considere o determinante

a b c
det A = d e f
g h i

Somando a 3ª coluna com a 1ª multiplicada por m, teremos:

a b c + ma
B= d e f + md
g h i + mg

Calculando o determinante, você verá que


det B = det A

f) Uma consequência do teorema de Jacobi é que se uma fila de uma matriz é a soma de múltiplos de filas paralelas
(combinação linear de filas paralelas), o determinante é igual a zero.

g) Teorema de Binet: Sendo A e B matrizes quadradas de mesma ordem, então:


det(A � B) = detA � detB

1 2 4 3 8 5
Exemplo: A = ,B= , logo: A � B =
0 3 2 1 6 3

1 2
det A = =3
0 3

4 3
det B = = 4 − 6 = −2
MATEMÁTICA

2 1

8 5
det AB = = 24 − 30 = −6 = 3 � (−2)
6 3

80
Consequências: Sendo A uma matriz quadrada e , temos:
det(An) = detA n

E no caso da matriz inversa:

1
detA−1 =
det A

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (BRDE – Analista de Sistema – FUNDATEC/2015) Considere as seguintes matrizes:


2 3
2 3 2 1 0 , a solução de é:
A= ,B= 4 5 eC=
4 6 4 6 7
6 6

a) Não tem solução, pois as matrizes


são de ordem diferentes.
10 14
b)
78 90
2 3
c)
4 5
6 6
d)
20 36
8 11
e)
74 84

Resposta: Letra B.
2 3
2 1 0 2 3 8 11 2 3 10 14
4 5 + = + =
4 6 7 4 6 74 84 4 6 78 90
6 6
7 8 x 2
2. (Pref. Agudo-SP – Auxiliar Administrativo - OBJETIVA/2015) Dadas as matrizes A = eB= , qual
deverá ser o valor de x para que se tenha . 3 x 3 9

a) -14
b) 3
c) -9
d) 5

Resposta: Letra C.
7 8 x 2
= → 7x − 24 = 9x − 6 → 2x = −18 → x = −9
3 x 3 9

RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO


ESPACIAL E TEMPORAL.

Prezado Candidato, esse assunto já foi explanado no decorrer da matéria.


MATEMÁTICA

81
Observe que os números obtidos diferem entre si:
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM, Pela ordem dos elementos: 56 e 65
COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE. Pelos elementos componentes:56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
ANÁLISE COMBINATÓRIA
Indica-se
A Análise Combinatória é a área da Matemática que tra-
ta dos problemas de contagem.

1. Princípio Fundamental da Contagem


3. Permutação Simples
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
E.
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.
Exemplo

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra MITO?

Solução
A palavra mito tem 4 letras, portanto:

4. Permutação com elementos repetidos


O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-
ças). 3(blusas)=6 maneiras
De modo geral, o número de permutações de n obje-
tos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
2. Arranjo Simples
iguais a C etc.
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a
p, toda sequência de p elementos distintos de E.

Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números Exemplo
de 2 algarismos distintos podemos formar? Quantos anagramas tem a palavra NATA?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 4! Permu-
tações. Como temos uma letra repetida, esse número será
menor.

5. Combinação Simples

Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,


podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.
MATEMÁTICA

82
Exemplo Exemplo 1:
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos Determinar a mediana do conjunto de dados:
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos. {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
Solução Solução:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
6. Média aritmética
Exemplo 2:
Média aritmética de um conjunto de números é o valor Determinar a mediana do conjunto de dados:
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme- {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
ro de elementos do conjunto. Solução:
Representemos a média aritmética por . Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
A média pode ser calculada apenas se a variável envol- (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmé-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular tica entre os dois termos centrais do rol.
a média aritmética para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre Logo:
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos Resposta: Md=15
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al- 9. Moda (Mo)
turas dos jogadores é:
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-
res, obteremos a média aritmética das alturas: Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni-
ca.
Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. igual a 8, isto é, Mo=8.
Exemplo 2:
7. Média Ponderada O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado PROBABILIDADE
peso” é chamada média aritmética ponderada.
1. Experimento Aleatório

Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-


8. Mediana (Md) previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
Sejam os valores escritos em rol:
2. Espaço Amostral

Num experimento aleatório, o conjunto de todos os


1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
o número de termos da sequência que precedem é igual indica por E.
ao número de termos que o sucedem, isto é, é termo No lançamento de um dado, observando a face voltada
médio da sequência ( ) em rol. para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
MATEMÁTICA

média aritmética entre os termos e , tais que o nú- tada para cima:
mero de termos que precedem é igual ao número de E={Ca,Co}
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

83
3. Evento Solução

É qualquer subconjunto de um espaço amostral.


No lançamento de um dado, vimos que são complementares.
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento
{5}:Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo 6. Adição de probabilidades


Considere o seguinte experimento: registrar as faces
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda. Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, fini-
a) Quantos elementos tem o espaço amostral? to e não vazio. Tem-se:
b) Descreva o espaço amostral.

Solução
a)O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lança- Exemplo
mento, há duas possibilidades. No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
2x2x2=8 se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
b) E={(C,C,c), (C,C,R),(C,R,c),(R,C,c),(R,R,c),(R,C,R),(- Solução
C,R,R),(R,R,R)} E={1,2,3,4,5,6} ne)=6
Sejam os eventos
4. Probabilidade A={2,4,6} na)=3
B={1,2,3,4} nb)=4
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com ne) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com na) amostras.

5. Eventos complementares
7. Probabilidade Condicional
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocor-
por , o evento formado por todos os elementos de E que reu o evento B, definido por:
não pertencem a A.

E={1,2,3,4,5,6}, ne)=6
B={2,4,6} nb)=3
A={2}

Note que

8. Eventos Simultâneos

Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa-


Exemplo
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas co-
MATEMÁTICA

loridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada


uma bola vermelha é . Calcular a probabilidade de ter

sido retirada uma bola que não seja vermelha.

84
EXERCÍCIO COMENTADO HORA DE PRATICAR

01)(INSS - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL- CES- 1. Com base nas informações e no diagrama precedentes,
PE/2016) Uma população de 1.000 pessoas acima de 60 julgue o item a seguir.
anos de idade foi dividida nos seguintes dois grupos: Pelo menos 30 casais dessa comunidade têm 2 ou mais
A: aqueles que já sofreram infarto (totalizando 400 pes- filhos.
soas); e
B: aqueles que nunca sofreram infarto (totalizando 600 ( ) CERTO ( ) ERRRADO
pessoas).
Cada uma das 400 pessoas do grupo A é ou diabética ou 2.Com base nas informações e no diagrama precedentes,
fumante ou ambos (diabética e fumante). julgue o item a seguir.
A população do grupo B é constituída por três conjuntos Se um casal dessa comunidade for escolhido ao acaso,
de indivíduos: fumantes, ex-fumantes e pessoas que nunca então a probabilidade de ele ter menos de 4 filhos será
fumaram (não fumantes). superior a 0,3.
Com base nessas informações, julgue o item subsecutivo.
Se, no grupo B, a quantidade de fumantes for igual a 20% ( ) CERTO ( ) ERRRADO
do total de pessoas do grupo e a quantidade de ex-fuman-
tes for igual a 30% da quantidade de pessoas fumantes 3. Com base nas informações e no diagrama precedentes,
desse grupo, então, escolhendo-se aleatoriamente um in- julgue o item a seguir.
divíduo desse grupo, a probabilidade de ele não pertencer A referida comunidade é formada por menos de 180 pes-
ao conjunto de fumantes nem ao de ex-fumantes será in- soas.
ferior a 70%.
( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRRADO

Resposta: Errado 4. (EBSERH – TÉCNICO EM RADIOLOGIA – CES-


20% de 600=120 pessoas PE/2018) Considere as seguintes proposições: P: O pacien-
30% de 120=36 pessoas te receberá alta; Q: O paciente receberá medicação; R: O
total? 120+36=156 paciente receberá visitas.
600-156=444 Tendo como referência essas proposições, julgue o item a
P=444/600=0,74 seguir, considerando que a notação ~S significa a negação
da proposição S.
Se, em uma unidade hospitalar, houver os seguintes con-
juntos de pacientes: A = {pacientes que receberão alta}; B
= {pacientes que receberão medicação} e C = {pacientes
que receberão visitas}; se, para os pacientes dessa unidade
hospitalar, a proposição ~P→[Q∨R] for verdadeira; e se Ac
foro conjunto complementar de A, então Ac⊂B∪c)

( ) CERTO ( ) ERRRADO

5. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-


PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação
de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5
contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Bas-
ta um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente
modificada.”
Considerando a situação apresentada e a proposição cor-
respondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
Se A for o conjunto dos presentes que votaram a favor e
B for o conjunto dos presentes que votaram contra, então
o conjunto diferença A\B terá exatamente um elemento.
MATEMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRRADO

85
6. (PC/MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE/2018) 9. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/AL – SOLDADO
Proposição CG1A5AAA COMBATENTE – CESPE/2018) A proposição Se deter-
A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação minado candidato foi aprovado nas provas objetivas do
de segurança da sociedade diminui. concurso e no curso de formação de praças, ele se tornou
Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva- soldado combatente do corpo de bombeiros local. é equi-
lente à proposição CG1A5AAa) valente à seguinte proposição: Se determinado candidato
não se tornou soldado combatente do corpo de bombeiros
a) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, então local, então ele foi reprovado nas provas objetivas do con-
a sensação de segurança da sociedade diminui. curso e no curso de formação de praças.
b) Se qualidade da educação dos jovens sobe, então a sen- ( )CERTO ( )ERRRADO
sação de segurança da sociedade diminui.
c) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, então 10. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/AL – OFICIAL
a sensação de segurança da sociedade não diminui. COMBATENTE – CESPE/2018) A respeito de proposições
d) Se a sensação de segurança da sociedade diminui, en- lógicas, julgue os itens a seguir.Considere que P e Q sejam
tão a qualidade da educação dos jovens sobe. as seguintes proposições:
e) Se a sensação de segurança da sociedade não diminui, P: Se a humanidade não diminuir a produção de material
então a qualidade da educação dos jovens não sobe. plástico ou não encontrar uma solução para o problema do
lixo desse material, então o acúmulo de plástico no meio
7.(TRF1ª REGIÃO ANALISTA JUDICIÁRIO – CES- ambiente irá degradar a vida no planeta.
PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação Q: A humanidade diminui a produção de material plástico
de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 e encontra uma solução para o problema do lixo desse ma-
contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Bas- terial ou o acúmulo de plástico no meio ambiente degra-
ta um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente dará a vida no planeta.
modificada.” Nesse caso, é correto afirmar que as proposições P e Q são
Considerando a situação apresentada e a proposição cor- equivalentes.
respondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
A proposição é equivalente, sob o ponto de vista da lógica ( ) CERTO ( ) ERRRADO
sentencial, à proposição “Desde que um membro mude de
ideia, a decisão será totalmente modificada”. 11. (EBSERH – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – CES-
PE/2018) A respeito de lógica proposicional, julgue o item
( ) CERTO ( ) ERRRADO que se segue.
A negação da proposição “Se o fogo for desencadeado
8.(TRT 7ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO – CES- por curto-circuito no sistema elétrico, será recomendável
PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P. iniciar o combate às chamas com extintor à base de espu-
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá- ma.” é equivalente à proposição “O fogo foi desencadeado
rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamento; por curto-circuito no sistema elétrico e não será recomen-
o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo ex-em- dável iniciar o combate às chamas com extintor à base de
pregado. espuma.”
Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva-
lente, sob o ponto de vista da lógica sentencial, à proposi- ( ) CERTO ( ) ERRRADO
ção P do texto CB1A5AAa)
12. (PC/MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE/2018)
a) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- Proposição CG1A5AAA
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga- A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
mento, ou o juiz julgou procedente a ação movida pelo de segurança da sociedade diminui.
ex-empregado. Assinale a opção que apresenta uma proposição que cons-
b) Se o juiz julgou procedente a ação movida pelo ex-em- titui uma negação da proposição CG1A5AAa)
pregado, então a empresa alegou ter pago suas obriga-
ções previdenciárias, mas não apresentou os compro- a) A qualidade da educação dos jovens não sobe e a sen-
vantes de pagamento. sação de segurança da sociedade não diminui.
c) Se a empresa alegou ter pago suas obrigações previ- b) A qualidade da educação dos jovens desce ou a sensa-
denciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa- ção de segurança da sociedade aumenta.
gamento, então o juiz julgou procedente a ação movida c) A qualidade da educação dos jovens não sobe ou a sen-
pelo ex-empregado. sação de segurança da sociedade não diminui.
MATEMÁTICA

d) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- d) A qualidade da educação dos jovens sobe e a sensação
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga- de segurança da sociedade diminui.
mento, mas o juiz julgou procedente a ação movida pelo e) A qualidade da educação dos jovens diminui ou a sen-
ex-empregado. sação de segurança da sociedade sobe.

86
13. (SERES/PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁ- d) Se não escrevo nenhuma parte do relatório, não sou
RIA – CESPE/2017) Assinale a opção que corresponde a uma demitido.
negativa da seguinte proposição: “Se nas cidades medievais
não havia lugares próprios para o teatro e as apresentações 16. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CES-
eram realizadas em igrejas e castelos, então a maior parte da PE/2017) Texto CB2A6BBB
população não era excluída dos espetáculos teatrais”. A maior prova de honestidade que realmente posso dar
a) Nas cidades medievais havia lugares próprios para o te- neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão
atro ou as apresentações eram realizadas em igrejas e cas- desonesto que sempre fui.
telos e a maior parte da população era excluída dos espetá- Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte,
culos teatrais. concernente à argumentação e aos tipos de argumentos.
b) Se a maior parte da população das cidades medievais era Verifica-se a ocorrência de falácia no argumento da frase.
excluída dos espetáculos teatrais, então havia lugares pró-
prios para o teatro e as apresentações eram realizadas em ( ) CERTO ( ) ERRRADO
igrejas e castelos.
c) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para o 17. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CES-
teatro e as apresentações não eram realizadas em igrejas e PE/2017) Texto CB2A6BBB
castelos, então a maior parte da população era excluída dos A maior prova de honestidade que realmente posso dar
espetáculos teatrais. neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão
d) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para o desonesto que sempre fui.
teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas e cas- Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte,
telos, então a maior parte da população era excluída dos concernente à argumentação e aos tipos de argumentos.
espetáculos teatrais. Pode-se inferir da frase que a maior parte dos cidadãos é
e) Nas cidades medievais não havia lugares próprios para o corrupta e que, portanto, a sociedade é corrupta em sua
teatro, as apresentações eram realizadas em igrejas e caste- totalidade.
los e a maior parte da população era excluída dos espetácu-
los teatrais. ( ) CERTO ( ) ERRRADO
18. (SERES/PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
14. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES- CIÁRIA – CESPE/2017) De uma urna que continha 20
PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação de bolas idênticas, identificadas por números de 1 a 20, foi
uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 contra, extraída aleatoriamente uma bola. Esse evento define o es-
um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Basta um de nós paço amostral Ω = {1, 2, 3, ..., 20}. Considere os seguintes
mudar de ideia e a decisão será totalmente modificada.” eventos: A = {a bola retirada da urna é identificada por um
Considerando a situação apresentada e a proposição cor- número múltiplo de 4}; B = {a bola retirada da urna é iden-
respondente à afirmação feita, julgue o próximo item. tificada por um número múltiplo de 5}. A partir das proba-
A negação da proposição pode ser corretamente expressa bilidades P(A), P(B) e P(A∪B) — que são, respectivamente,
por “Basta um de nós não mudar de ideia ou a decisão não as probabilidades de os eventos A, B e A∪B ocorrerem —,
será totalmente modificada”. considere o argumento formado pelas premissas P1 e P2 e
pela conclusão C, em que
( ) CERTO ( ) ERRRADO

15. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-


PE/2017) Texto CB1A5BBB – Argumento formado pelas
premissas (ou proposições) P1 e P2 e pela conclusão C
P1: Se eu assino o relatório, sou responsável por todo o
seu conteúdo, mesmo que tenha escrito apenas uma parte.
P2: Se sou responsável pelo relatório e surge um problema
em seu conteúdo, sou demitido. Com base nessas informações, assinale a opção correta.
C: Logo, escrevo apenas uma parte do relatório, mas sou
demitido. a) A premissa P1 é uma proposição verdadeira, e a conclu-
O argumento apresentado no texto CB1A5BBB se tornaria são C é uma proposição falsa.
válido do ponto de vista da lógica sentencial, se, além das b) A premissa P2 e a conclusão C são proposições verda-
premissas P1 e P2, a ele fosse acrescentada a proposição deiras.
c) A conclusão C é falsa, mas o argumento é válido.
a) Não sou demitido ou não escrevo uma parte do rela- d) A premissa P1 é falsa e o argumento não é válido.
tório. e) A premissa P1 e a conclusão C são proposições verda-
MATEMÁTICA

b) Sou responsável apenas pela parte que escrevi do re- deiras e o argumento é válido.
latório.
c) Eu escrevo apenas uma parte do relatório, assino o rela-
tório e surge um problema em seu conteúdo.

87
19. (INSS - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL- CES- Poder Executivo Federal (CEP), foi tomada por exatamente
PE/2016) Na lógica proposicional, a oração “Antônio fuma uma das servidoras. Além disso, sabe-se que a servidora
10 cigarros por dia, logo a probabilidade de ele sofrer um Renata tomou a atitude A3 e que a servidora Roberta não
infarto é três vezes maior que a de Pedro, que é não fuman- tomou a atitude A1. Essas informações estão contempladas
te” representa uma proposição composta. na tabela a seguir, em que cada célula, correspondente ao
cruzamento de uma linha com uma coluna, foi preenchida
( ) CERTO ( ) ERRRADO com V (verdadeiro) no caso de a servidora listada na linha
ter tomado a atitude representada na coluna, ou com F
20. (INSS - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL- CES- (falso), caso contrário.
PE/2016) Supondo-se que p seja a proposição simples
“João é fumante”, que q seja a proposição simples “João
não é saudável” e que p ⇒ q, então o valor lógico da pro-
posição “João não é fumante, logo ele é saudável” será ver-
dadeiro.

( ) CERTO ( ) ERRRADO

(INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE/2008)


TEXTO PARA AS QUESTÕES 23 A 25 Com base nessas informações, julgue os itens seguintes.
Proposições são sentenças que podem ser julgadas como 23. Se P for a proposição “Rejane alterou texto de docu-
verdadeiras — V — ou falsas — F —, mas não como ambas. mento oficial que deveria apenas ser encaminhado para
Se P e Q são proposições, então a proposição “Se P então providências” e Q for a proposição “Renata buscou evitar
Q”, denotada por PÚQ, terá valor lógico F quando P for V situações procrastinatórias”, então a proposição P→Q tem
e Q for F, e, nos demais casos, será V. Uma expressão da
valor lógico V.
forma ¬P, a negação da proposição P, terá valores lógicos
contrários aos de P. P∨Q, lida como “P ou Q”, terá valor
( ) CERTO ( ) ERRRADO
lógico F quando P e Q forem, ambas, F; nos demais casos,
será V.
Considere as proposições simples e compostas apresen-
tadas abaixo, denotadas por A, B e C, que podem ou não
estar de acordo com o artigo 5.º da Constituição Federal.
A: A prática do racismo é crime afiançável.
B: A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Esta-
do.
C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político em
território brasileiro será extraditado.
De acordo com as valorações V ou F atribuídas correta-
mente às proposições A, B e C, a partir da Constituição Fe-
deral, julgue os itens a seguir.

21. Para a simbolização apresentada acima e seus corres-


pondentes valores lógicos, a proposição B→C é V.

( ) CERTO ( ) ERRRADO

22. De acordo com a notação apresentada acima, é correto


afirmar que a proposição (¬A)∨(¬C) tem valor lógico F.
Roberta, Rejane e Renata são servidoras de um mesmo
órgão público do Poder Executivo Federal. Em um treina-
mento, ao lidar com certa situação, observou-se que cada
uma delas tomou uma das seguintes atitudes:
A1: deixou de utilizar avanços técnicos e científicos que
estavam ao seu alcance;
A2: alterou texto de documento oficial que deveria apenas
MATEMÁTICA

ser encaminhado para providências;


A3: buscou evitar situações procrastinatórias. Cada uma
dessas atitudes, que pode ou não estar de acordo com o
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do

88
GABARITO
ANOTAÇÕES

01 Certo ___________________________________________________
02 Errado ___________________________________________________
03 Errado ___________________________________________________
04 Errado
___________________________________________________
05 Errado
06 A ___________________________________________________
07 Errado ___________________________________________________
08 C
___________________________________________________
09 Errado
___________________________________________________
10 Certo
11 Certo ___________________________________________________
12 A ___________________________________________________
13 E
___________________________________________________
14 Errado
15 C ___________________________________________________
16 Errado ___________________________________________________
17 Errado ___________________________________________________
18 C
___________________________________________________
19 Certo
20 Errado ___________________________________________________
21 Errado ___________________________________________________
22 Errado
___________________________________________________
23 Certo
___________________________________________________

___________________________________________________
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________
MATEMÁTICA

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89
ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

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90
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/90). .....................................................................................................................................................................01


Improbidade Administrativa na Lei nº 8.429/92. ......................................................................................................................................................41
Lei Federal nº 8.027, de 12 de abril de 1990. .............................................................................................................................................................52
Decreto Federal nº 1.171, de 22 de junho de 1994 - Código de Ética dos Servidores Públicos. ............................................................59
Lei 9.784 - 99 - Processo Administrativo ......................................................................................................................................................................69
Lei 11.091 - 2005 - PCCTAE dos IFE ................................................................................................................................................................................80
Decreto 5.824_2006 - Incentivos de PCCR da Educação Federal .......................................................................................................................85
Decreto 5.825_2006 - Elaboração do PCCR da Educação Federal .....................................................................................................................87
Noções de Direito Constitucional: Dos princípios fundamentais ........................................................................................................................90
Dos direitos e garantias fundamentais ..........................................................................................................................................................................91
Dos direitos sociais ................................................................................................................................................................................................................91
Da administração pública. ................................................................................................................................................................................................ 112
Capítulo I
REGIME JURÍDICO ÚNICO (LEI Nº 8.112/90). Do Provimento

Segundo Hely Lopes Meirelles1, provimento “é o ato


LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público,
com a designação de seu titular”, podendo ser originário
Das Disposições Preliminares ou inicial se o agente não possui vinculação anterior com a
Administração Pública; ou derivado, que pressupõe a exis-
Título I tência de um vínculo com a Administração, o qual pode
Capítulo Único ser horizontal, sem ascensão na carreira, ou vertical, com
Das Disposições Preliminares
ascensão na carreira.
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servido-
res Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as Seção I
em regime especial, e das fundações públicas federais. Disposições Gerais
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa
legalmente investida em cargo público. Art. 5o São requisitos básicos para investidura em car-
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e go público:
responsabilidades previstas na estrutura organizacio- I - a nacionalidade brasileira;
nal que devem ser cometidas a um servidor. Nacional é o que possui vínculo político-jurídico com
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos um Estado, fazendo parte de seu povo na qualidade de
os brasileiros, são criados por lei, com denominação cidadão.
própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
provimento em caráter efetivo ou em comissão. II - o gozo dos direitos políticos;
Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, Direitos políticos são os direitos garantidos ao cida-
salvo os casos previstos em lei. dão que envolvem sua participação direta ou indireta nas
decisões políticas do Estado. No Brasil, se encontram nos
Por regime jurídico dos servidores deve-se entender o artigos 14 e 15 da Constituição Federal.
conjunto de regras referentes a todos os aspectos da re-
lação entre o servidor público e a Administração. Envolve
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
tanto questões inerentes à ocupação do cargo quanto di-
reitos e deveres, entre outras. IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
Aplica-se na esfera federal, tanto para a Administração do cargo;
direta quanto para a indireta. Ensino fundamental, ensino médio ou ensino superior,
A lei criará o cargo público, que poderá ser efetivo, caso conforme a complexidade das funções do cargo.
em que o ingresso se dará mediante concurso, ou em co-
missão, quando por uma relação de confiança o superior V - a idade mínima de dezoito anos;
puder nomear seus funcionários enquanto estiver ocupan- VI - aptidão física e mental.
do aquela posição de chefia. § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigên-
Todo serviço público será remunerado pelos cofres pú- cia de outros requisitos estabelecidos em lei.
blicos. P. ex., 3 anos de atividade jurídica para cargos de mem-
bros do Ministério Público ou da Magistratura.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


#FicaDica
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegura-
Cargo público = atribuições + responsabilidades do o direito de se inscrever em concurso público para
Modalidades = efetivo ou em comissão provimento de cargo cujas atribuições sejam compatí-
veis com a deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento)
Formas de provimento e vacância dos cargos públicos
das vagas oferecidas no concurso.
Título II Cotas para deficientes.
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição
e Substituição § 3o As universidades e instituições de pesquisa cientí-
fica e tecnológica federais poderão prover seus cargos
Basicamente, provimento é a ocupação do cargo por com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de
uma pessoa, transformando-a em servidora pública; en- acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
quanto vacância é o que se dá quando um cargo fica livre; Exceção ao inciso I do art. 5°.
remoção é o deslocamento do servidor; redistribuição é o
deslocamento de um cargo para outro órgão; substituição
é a mudança de uma pessoa que está ocupando cargo de 1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasi-
chefia ou direção por outra. leiro. São Paulo: Malheiros, 1993.

1
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á me- pagamento do valor fixado no edital, quando indis-
diante ato da autoridade competente de cada Poder. pensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com isenção nele expressamente previstas.
a posse. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2
(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez,
Por investidura entende-se a instalação formal em um car- por igual período.
go público, o que se dará quando a pessoa for empossada. § 1o O prazo de validade do concurso e as condições
de sua realização serão fixados em edital, que será pu-
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: blicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de
I - nomeação; grande circulação.
II - promoção; § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver
III e IV - (Revogados) candidato aprovado em concurso anterior com prazo
V - readaptação; de validade não expirado.
VI - reversão;
VII - aproveitamento;
No concurso de provas o candidato é avaliado apenas
VIII - reintegração;
pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos con-
IX - recondução.
cursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua ati-
Detalhes adiante. vidade profissional também é considerado.
O edital delimita questões como valor da taxa de ins-
Seção II crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de va-
Da Nomeação lidade.

Art. 9o A nomeação far-se-á: Seção IV


I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado Da Posse e do Exercício
de provimento efetivo ou de carreira;
II - em comissão, inclusive na condição de interino, Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respecti-
para cargos de confiança vagos. vo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes
comissão ou de natureza especial poderá ser nomea- ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados uni-
do para ter exercício, interinamente, em outro cargo de lateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os
confiança, sem prejuízo das atribuições do que atual- atos de ofício previstos em lei.
mente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remu- § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados
neração de um deles durante o período da interinidade. da publicação do ato de provimento.
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
O cargo em comissão é temporário e não depende de publicação do ato de provimento, em licença prevista
concurso público. Se o servidor for nomeado para outro nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóte-
cargo em comissão poderá exercer ambos de maneira in- ses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas «a», «b», «d», «e» e
terina (temporária), mas somente poderá receber remune- «f», IX e X do art. 102, o prazo será contado do término
ração por um deles, o que optar. do impedimento.
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração es-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo


pecífica.
isolado de provimento efetivo depende de prévia habi-
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de car-
litação em concurso público de provas ou de provas e
go por nomeação.
títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declara-
de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso ção de bens e valores que constituem seu patrimônio
e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante e declaração quanto ao exercício ou não de outro car-
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as di- go, emprego ou função pública.
retrizes do sistema de carreira na Administração Públi- § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a
ca Federal e seus regulamentos. posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.

Seção III O termo de posse é dotado de conteúdo específico. É


Do Concurso Público possível tomar posse mediante procuração específica. Não
há posse nos cargos em comissão. A declaração de bens e
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu- valores visa permitir a verificação da situação financeira do
los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme servidor, de forma a perceber se ele enriqueceu despro-
dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano porcionalmente durante o exercício do cargo.
de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao

2
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de pré- Se o servidor estava em exercício em outro município
via inspeção médica oficial. e é convocado por publicação para retomar a posição su-
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que perior tem um prazo entre 10 e 30 dias, dos quais pode
for julgado apto física e mentalmente para o exercício desistir, se quiser.
do cargo.
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui- fixada em razão das atribuições pertinentes aos res-
ções do cargo público ou da função de confiança. pectivos cargos, respeitada a duração máxima do tra-
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossa- balho semanal de quarenta horas e observados os limi-
do em cargo público entrar em exercício, contados da tes mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias,
data da posse. respectivamente.
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tor- § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de
nado sem efeito o ato de sua designação para função confiança submete-se a regime de integral dedicação
de confiança, se não entrar em exercício nos prazos ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo
previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. ser convocado sempre que houver interesse da Admi-
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade nistração.
para onde for nomeado ou designado o servidor com- § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
pete dar-lhe exercício. trabalho estabelecida em leis especiais.
§ 4o O início do exercício de função de confiança coin- Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado
cidirá com a data de publicação do ato de designação, para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a está-
salvo quando o servidor estiver em licença ou afasta- gio probatório por período de 24 (vinte e quatro) me-
do por qualquer outro motivo legal, hipótese em que ses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão
recairá no primeiro dia útil após o término do impedi- objeto de avaliação para o desempenho do cargo, ob-
mento, que não poderá exceder a trinta dias da publi- servados os seguinte fatores:
I - assiduidade;
cação.
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
Nota-se que para as funções em confiança não há prazo
IV - produtividade;
de 15 dias da posse, até mesmo porque ela não existe nes-
V - responsabilidade.
tas funções. Então, o prazo para exercício será o do dia da
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do está-
publicação do ato de designação.
gio probatório, será submetida à homologação da au-
toridade competente a avaliação do desempenho do
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício servidor, realizada por comissão constituída para essa
do exercício serão registrados no assentamento indivi- finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o
dual do servidor. regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem pre-
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor juízo da continuidade de apuração dos fatores enume-
apresentará ao órgão competente os elementos ne- rados nos incisos I a V do caput deste artigo.
cessários ao seu assentamento individual. § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exer- será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
cício, que é contado no novo posicionamento na car- anteriormente ocupado, observado o disposto no pa-
reira a partir da data de publicação do ato que promo- rágrafo único do art. 29.
ver o servidor. § 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-
Na promoção não há nova posse. Então, o servidor não ções de direção, chefia ou assessoramento no órgão
tem 15 dias para entrar em exercício, o fazendo no dia da ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido
publicação do ato. a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Na-
tureza Especial, cargos de provimento em comissão do
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de
município em razão de ter sido removido, redistribu- níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
ído, requisitado, cedido ou posto em exercício provi- § 4o Ao servidor em estágio probatório somente pode-
sório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de rão ser concedidas as licenças e os afastamentos pre-
prazo, contados da publicação do ato, para a retomada vistos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim
do efetivo desempenho das atribuições do cargo, in- afastamento para participar de curso de formação de-
cluído nesse prazo o tempo necessário para o desloca- corrente de aprovação em concurso para outro cargo
mento para a nova sede. na Administração Pública Federal.
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este ar- licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, §
tigo será contado a partir do término do impedimento. 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos esta- curso de formação, e será retomado a partir do térmi-
belecidos no caput. no do impedimento.

3
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci- Seção VII
plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen- Da Readaptação
tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a
norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em
que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos- cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com
to no artigo 41 da Constituição Federal: a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental verificada em inspeção médica.
Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exer- § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o rea-
cício os servidores nomeados para cargo de provimen- daptando será aposentado.
to efetivo em virtude de concurso público. § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui-
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de esco-
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- laridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de
gado; inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atri-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja buições como excedente, até a ocorrência de vaga.
assegurada ampla defesa; Se o funcionário deixa de ter condições físicas ou psi-
III - mediante procedimento de avaliação periódica de cológicas para ocupar seu cargo, deverá ser readaptado
desempenho, na forma de lei complementar, assegura- para cargo semelhante que não exija tais aptidões. Ex.:
da ampla defesa. funcionário trabalhava como atendente numa repartição,
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser- se movimentando o tempo todo e sofre um acidente, fi-
vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu- cando paraplégico. Sua capacidade mental não ficou pre-
pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori- judicada, embora seja inconveniente ele ter que fazer tan-
gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro tos movimentos no exercício das funções. Por isso, pode
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração ser reconduzido para outro cargo técnico na repartição
proporcional ao tempo de serviço.
que seja mais burocrático e exija menos movimentação
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida-
física, como o de assistente de um superior.
de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
Seção VIII
seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Da Reversão
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
comissão instituída para essa finalidade.
aposentado:
Seção V I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar
Da Estabilidade insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e a) tenha solicitado a reversão;
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá es- b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
tabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de c) estável quando na atividade;
efetivo exercício. d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos an-
teriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FIQUE ATENTO! § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo


Vale o prazo de 3 anos, conforme Constituição resultante de sua transformação.
Federal (artigo 41 retrocitado). § 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício
será considerado para concessão da aposentadoria.
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em vir- cargo, o servidor exercerá suas atribuições como ex-
tude de sentença judicial transitada em julgado ou de pro- cedente, até a ocorrência de vaga.
cesso administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada § 4o O servidor que retornar à atividade por interesse
ampla defesa. da administração perceberá, em substituição aos pro-
ventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que
Seção VI voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natu-
Da Transferência reza pessoal que percebia anteriormente à aposenta-
doria.
Art. 23. (Execução suspensa) § 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá
os proventos calculados com base nas regras atuais se
permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto nes-
te artigo.

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Art. 26. (Revogado) Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver determinará o imediato aproveitamento de servidor
completado 70 (setenta) anos de idade. em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos ór-
gãos ou entidades da Administração Pública Federal.
Merece destaque a impossibilidade de cumulação da Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art.
aposentadoria com a remuneração caso o servidor retorne 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser
às funções. mantido sob responsabilidade do órgão central do Sis-
tema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC,
Seção IX até o seu adequado aproveitamento em outro órgão
Da Reintegração ou entidade.
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por
resultante de sua transformação, quando invalidada a junta médica oficial.
sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens. Servidor posto em disponibilidade não é servidor apo-
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor sentado. É apenas um servidor aguardando que surja um
ficará em disponibilidade, observado o disposto nos posto adequado para que ocupe. Quando ele surgir, deverá
arts. 30 e 31. entrar em exercício, sob pena de ter revogada a disponibili-
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual dade, deixando de ser servidor público.
ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, Capítulo II
ou, ainda, posto em disponibilidade. Da Vacância

Se um servidor for injustamente demitido e a sua de- Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
missão for invalidada, será reinvestido no cargo, sendo to- I - exoneração;
talmente ressarcido (por exemplo, recebendo os salários II - demissão;
do período em que foi afastado). Caso o cargo esteja ex- III - promoção;
tinto, será posto em disponibilidade; caso o cargo exista IV e V - (Revogados)
e alguém o estiver ocupando, este será retirado do cargo, VI - readaptação;
devolvendo-o ao seu legítimo titular. VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
Seção X IX - falecimento.
Da Recondução Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedi-
do do servidor, ou de ofício.
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I - quando não satisfeitas as condições do estágio pro-
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro batório;
cargo; II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar
II - reintegração do anterior ocupante. em exercício no prazo estabelecido.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


origem, o servidor será aproveitado em outro, obser- Sendo o cargo efetivo, somente será exonerado de ofí-
vado o disposto no art. 30. cio se não for habilitado no estágio probatório e se não
entrar em exercício no prazo legal.
Como visto, quando um servidor é promovido ele se
sujeita a novo estágio probatório e, caso seja inabilitado, Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis-
voltará ao cargo que antes ocupava. Ainda, se alguém esti- pensa de função de confiança dar-se-á:
ver ocupando o cargo de um servidor que tenha sido injus- I - a juízo da autoridade competente;
tamente demitido, quando este voltar deverá desocupar o II - a pedido do próprio servidor.
cargo. Se a posição antes ocupada não estiver livre, deverá
ser reaproveitado em outro cargo semelhante. Como o cargo em comissão refere-se a uma relação de
confiança para com a autoridade competente, esta poderá
Seção XI exonerar o servidor.
Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponi-


bilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório
em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis
com o anteriormente ocupado.

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Resposta: Errado. O erro da assertiva está em descre-
#FicaDica ver a reintegração, não a reversão, conforme artigo 28,
Lei nº 8.112/1990: “A reintegração é a reinvestidura do
Formas de provimento servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no
- Originário cargo resultante de sua transformação, quando invalida-
• Nomeação – Em caráter efetivo ou em da a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
comissão com ressarcimento de todas as vantagens”.
- Derivado
• Promoção – Ascensão do cargo ocupado 3) (TRF 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL
para um cargo sucessivo e ascendente, possível DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL - CESPE/2017) Com
quando o servidor tiver seu cargo estruturado base na Lei nº 8.112/1990 e no regime jurídico aplicável aos
em carreira. agentes públicos, julgue o item a seguir.
• Aproveitamento – Retorno de um servidor Servidor aposentado por invalidez poderá retornar à ati-
posto em disponibilidade. vidade caso junta médica oficial declare insubsistentes os
• Readaptação – Realocação de servidor motivos da sua aposentadoria, hipótese em que se proce-
que tenha se tornado deficiente para cargo derá à reversão do servidor.
compatível.
• Reintegração – Retorno de servidor a cargo ( ) Certo ( ) Errado
anteriormente ocupado ou em cargo resultante
de sua transformação quando invalidada a Resposta: Certo. A hipótese é de reversão, conforme
decisão de sua demissão. artigo 25, I, Lei nº 8.112/1990: “Reversão é o retorno
• Recondução – Retorno de servidor a cargo à atividade de servidor aposentado: I - por invalidez,
anteriormente ocupado em decorrência de quando junta médica oficial declarar insubsistentes os
inabilitação no estágio probatório de outro motivos da aposentadoria”.
cargo ou por ter o ocupante anterior sido
reintegrado. Dos Direitos e Vantagens
• Reversão – Retorno do servidor ao cargo
ocupado quando anteriormente aposentado Título III
por invalidez, caso cesse a doença ou condição Dos Direitos e Vantagens
incapacitante.
Em sete capítulos, o terceiro título da legislação em es-
tudo estabelece os direitos e vantagens do servidor públi-
co, para em seguida trazer seus deveres e proibições.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Resume Carvalho Filho2: “os direitos sociais constitu-
cionais são objeto da referência do art. 39, §3°, CF, o qual
1) (EBSERH - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - CES- determina que dezesseis dos direitos sociais outorgados
PE/2018) Acerca do regime jurídico dos servidores públi- aos empregados sejam estendidos aos servidores públicos.
cos federais, julgue o item a seguir. Dentre esses direitos estão o do salário mínimo (art. 7°, IV);
A investidura em cargo público ocorre com a nomeação o décimo terceiro salário (art. 7°, VIII); o repouso semanal
devidamente publicada em diário oficial. remunerado (art. 7°, XV); o salário-família (art. 7°, XII; o de
férias anuais (art. 7°, XVII); o de licença à gestante (art. 7°,
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

( ) Certo ( ) Errado XVIII) e outros mencionados no dispositivo constitucional.


[...] Além disso, há vários direitos de natureza social rela-
Resposta: Errado. Nos termos do artigo 7o, Lei nº cionados nos diversos estatutos funcionais das pessoas
8.112/1990: “A investidura em cargo público ocorrerá federativas. É nas leis estatutárias que se encontram tais
com a posse”. direitos, como o direito às licenças, à pensão, aos auxílios
pecuniários, como o auxílio-funeral e o auxílio-reclusão, à
2) (STJ - TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA assistência, à saúde etc.”
- CESPE/2018) Julgue o seguinte item de acordo com as
disposições constitucionais e legais acerca dos agentes pú- Capítulo I
blicos. Do Vencimento e da Remuneração
A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável no
cargo anteriormente ocupado, e ocorre quando é invalida- Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
da a demissão do servidor por decisão judicial ou adminis- exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
trativa. Nesse caso, o servidor deve ser ressarcido de todas Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efeti-
as vantagens que deixou de perceber durante o período vo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
demissório. estabelecidas em lei.
2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito
( ) Certo ( ) Errado administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou Art. 44. O servidor perderá:
cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62. I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem
Cargo em comissão é o cargo de confiança, que não motivo justificado;
exige concurso público. Ver art. 62 adiante. II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as conces-
§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de sões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a na hipótese de compensação de horário, até o mês
remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o do subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela
art. 93. chefia imediata.
O funcionário é servidor público, mas foi concursado Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de
para cargo diverso, em outro órgão ou entidade, sendo no- caso fortuito ou de força maior poderão ser compen-
meado para outro cargo, que é de comissão. sadas a critério da chefia imediata, sendo assim consi-
deradas como efetivo exercício.
§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van- Somente não geram perda de remuneração as faltas
tagens de caráter permanente, é irredutível. justificadas e devidamente compensadas.
Irredutibilidade de vencimentos: não podem ser dimi-
nuídos. Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judi-
cial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração
§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para car- ou provento.
gos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo § 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver
Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalva- consignação em folha de pagamento em favor de ter-
das as vantagens de caráter individual e as relativas à ceiros, a critério da administração e com reposição de
natureza ou ao local de trabalho. custos, na forma definida em regulamento.
Mesmo cargo ou semelhante = mesmo vencimento. § 2º O total de consignações facultativas de que trata
o § 1o não excederá a 35% (trinta e cinco por cento)
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior
da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento)
ao salário mínimo.
reservados exclusivamente para: I - a amortização de
Direito ao salário mínimo.
despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensal-
cartão de crédito.
mente, a título de remuneração, importância superior
Para descontos em folha, é preciso ordem judicial ou
à soma dos valores percebidos como remuneração, em
espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos autorização do servidor.
Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do
Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atu-
Federal. alizadas até 30 de junho de 1994, serão previamen-
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração te comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao
as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. pensionista, para pagamento, no prazo máximo de
Estabelece o teto de remuneração, ou seja, o máximo trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do in-
que um funcionário pode receber. Neste sentido, o art. 37, teressado.
XI, CF: “XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de § 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior
cargos, funções e empregos públicos da administração di- ao correspondente a dez por cento da remuneração,

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


reta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer provento ou pensão.
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e § 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido
dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos no mês anterior ao do processamento da folha, a re-
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou ou- posição será feita imediatamente, em uma única par-
tra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou cela.
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra § 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em es- de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada
pécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplican- ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida,
do-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, serão eles atualizados até a data da reposição.
e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Le- demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria
gislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centé- dias para quitar o débito.
simos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Mi- Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
nistros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Débito com o erário = dívida com o Estado.
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos”.

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Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento § 1o Correm por conta da administração as despesas
não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, de transporte do servidor e de sua família, compreen-
exceto nos casos de prestação de alimentos resultante dendo passagem, bagagem e bens pessoais.
de decisão judicial. § 2o À família do servidor que falecer na nova sede são
assegurados com ajuda de custo e transporte para a
Capítulo II localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano,
Das Vantagens contado do óbito.
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo
servidor as seguintes vantagens: único do art. 36.
I - indenizações; Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera-
II - gratificações; ção do servidor, conforme se dispuser em regulamen-
III - adicionais. to, não podendo exceder a importância corresponden-
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento te a 3 (três) meses.
ou provento para qualquer efeito. Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
vencimento ou provento, nos casos e condições indi-
mandato eletivo.
cados em lei.
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão compu-
tadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de comissão, com mudança de domicílio.
quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I
sob o mesmo título ou idêntico fundamento. do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão ces-
De acordo com Hely Lopes Meirelles3, “o que caracte- sionário, quando cabível.
riza o adicional e o distingue da gratificação é ser aquele Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
que recompensa ao tempo de serviço do servidor, ou uma custo quando, injustificadamente, não se apresentar na
retribuição pelo desempenho de funções especiais que fo- nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.
gem da rotina burocrática, e esta, uma compensação por
serviços comuns executados em condições anormais para Subseção II
o servidor, ou uma ajuda pessoal em face de certas situa- Das Diárias
ções que agravam o orçamento do servidor”.
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede
Seção I em caráter eventual ou transitório para outro ponto
Das Indenizações do território nacional ou para o exterior, fará jus a pas-
sagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: despesas extraordinária com pousada, alimentação e
I - ajuda de custo; locomoção urbana, conforme dispuser em regulamen-
II - diárias; to.
III - transporte. § 1o A diária será concedida por dia de afastamento,
IV - auxílio-moradia. sendo devida pela metade quando o deslocamento
A leitura da legislação seca permite conceituar e dife- não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
renciar cada modalidade de indenização.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias


cobertas por diárias.
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede cons-
incisos I a III do art. 51, assim como as condições para
tituir exigência permanente do cargo, o servidor não
a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
fará jus a diárias.
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se
Subseção I
Da Ajuda de Custo deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglo-
meração urbana ou microrregião, constituídas por mu-
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as nicípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em
despesas de instalação do servidor que, no interesse áreas de controle integrado mantidas com países limí-
do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com trofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, enti-
mudança de domicílio em caráter permanente, vedado dades e servidores brasileiros considera-se estendida,
o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em
no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os
também a condição de servidor, vier a ter exercício na afastamentos dentro do território nacional.
mesma sede. Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar
3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasi- da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-
leiro. São Paulo: Malheiros, 1993. -las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

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Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado
à sede em prazo menor do que o previsto para o seu a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em
afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, comissão, função comissionada ou cargo de Ministro
no prazo previsto no caput. de Estado ocupado.
§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar
Subseção III 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Mi-
Da Indenização de Transporte nistro de Estado.
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comis-
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao são ou função comissionada, fica garantido a todos os
servidor que realizar despesas com a utilização de que preencherem os requisitos o ressarcimento até o
meio próprio de locomoção para a execução de ser- valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).
viços externos, por força das atribuições próprias do Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colo-
cargo, conforme se dispuser em regulamento. cação de imóvel funcional à disposição do servidor ou
aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sen-
Subseção IV do pago por um mês.
Do Auxílio-Moradia
A subseção IV trabalha com o auxílio-moradia, benefício
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento que é concedido a alguns servidores. Ele serve para ajudar
das despesas comprovadamente realizadas pelo servi- o servidor a arcar com despesas de moradia, seja locando
dor com aluguel de moradia ou com meio de hospeda- um imóvel, seja ficando em hotéis. O auxílio é pago 1 mês
gem administrado por empresa hoteleira, no prazo de depois que o servidor comprovar a despesa que teve. No
um mês após a comprovação da despesa pelo servidor. entanto, não é qualquer servidor e não é em qualquer si-
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor tuação que se tem o auxílio-moradia.
se atendidos os seguintes requisitos: Nos termos do artigo 60-B, são colacionadas restrições:
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo não haver disponibilidade de imóvel funcional (algum imó-
servidor; vel do poder público com tal finalidade de moradia, dis-
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe pensando gastos particulares), não se ter tentado vender
imóvel funcional; ou vendido um imóvel na cidade (evitando que tente uti-
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não lizar o auxílio-moradia como um modo de se obter vanta-
seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, gem patrimonial), um cônjuge ou pessoa com quem more
cessionário ou promitente cessionário de imóvel no não receber auxílio da mesma natureza (cumulando inde-
Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipóte- vidamente), além do exercício de cargos de determinada
se de lote edificado sem averbação de construção, nos natureza (perceba-se, cargos de relevante direção).
doze meses que antecederem a sua nomeação; O auxílio-moradia é pago proporcionalmente aos ven-
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor cimentos, não excedendo 25%. Destaca-se que o artigo
receba auxílio-moradia; 60-C está revogado desde 2013.
V - o servidor tenha se mudado do local de residência
para ocupar cargo em comissão ou função de confiança Seção II
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, Das Gratificações e Adicionais
níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de
Estado ou equivalentes; Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes
ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses retribuições, gratificações e adicionais:
do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou I - retribuição pelo exercício de função de direção, che-
domicílio do servidor; fia e assessoramento;
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha II - gratificação natalina;
residido no Município, nos últimos doze meses, aonde IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
for exercer o cargo em comissão ou função de confian- perigosas ou penosas;
ça, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
dentro desse período; e VI - adicional noturno;
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alte- VII - adicional de férias;
ração de lotação ou nomeação para cargo efetivo. VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
de 2006. Gratificações e adicionais descritos em detalhes na pró-
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será con- pria legislação, conforme se denota abaixo.
siderado o prazo no qual o servidor estava ocupando
outro cargo em comissão relacionado no inciso V.
Art. 60-C. (Revogado).

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Subseção I Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, servidores em operações ou locais considerados peno-
Chefia e Assessoramento sos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo inves- afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
tido em função de direção, chefia ou assessoramento, operações e locais previstos neste artigo, exercendo
cargo de provimento em comissão ou de Natureza Es- suas atividades em local salubre e em serviço não pe-
pecial é devida retribuição pelo seu exercício. noso e não perigoso.
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remune- Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
ração dos cargos em comissão de que trata o inciso II penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão
do art. 9o. observadas as situações estabelecidas em legislação
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal No- específica.
minalmente Identificada - VPNI a incorporação da re- Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
tribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos
de Natureza Especial a que se referem os arts. 3º e 10 termos, condições e limites fixados em regulamento.
da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope-
no9.624, de 2 de abril de 1998. ram com Raios X ou substâncias radioativas serão man-
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste tidos sob controle permanente, de modo que as doses
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de re- de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo
muneração dos servidores públicos federais. previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este
Subseção II artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
(seis) meses.
Da Gratificação Natalina
Subseção V
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
Do Adicional por Serviço Extraordinário
doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus
no mês de dezembro, por mês de exercício no respec-
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
tivo ano.
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin- hora normal de trabalho.
ze) dias será considerada como mês integral. Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do para atender a situações excepcionais e temporárias,
mês de dezembro de cada ano. respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jor-
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratifica- nada.
ção natalina, proporcionalmente aos meses de exercí-
cio, calculada sobre a remuneração do mês da exone- Subseção VI
ração. Do Adicional Noturno
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
para cálculo de qualquer vantagem pecuniária. Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário com-
preendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5
Subseção III (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acres-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Do Adicional por Tempo de Serviço cido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-
Regulamentação na Medida Provisória nº 2.225- -se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta
45/01. segundos.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraor-
Subseção IV dinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou sobre a remuneração prevista no art. 73.
Atividades Penosas
Subseção VII
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habituali- Do Adicional de Férias
dade em locais insalubres ou em contato permanente
com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago
vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do ao servidor, por ocasião das férias, um adicional corres-
cargo efetivo. pondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalu- das férias.
bridade e de periculosidade deverá optar por um deles. Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou pericu- de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo
losidade cessa com a eliminação das condições ou dos em comissão, a respectiva vantagem será considerada
riscos que deram causa a sua concessão. no cálculo do adicional de que trata este artigo.

10
Subseção VIII Capítulo III
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso Das Férias

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con- Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
curso é devida ao servidor que, em caráter eventual: podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío-
I - atuar como instrutor em curso de formação, de de- dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as
senvolvimento ou de treinamento regularmente insti- hipóteses em que haja legislação específica.
tuído no âmbito da administração pública federal; § 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
II - participar de banca examinadora ou de comissão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
para exames orais, para análise curricular, para corre- § 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
ção de provas discursivas, para elaboração de questões serviço.
de provas ou para julgamento de recursos intentados § 3o As férias poderão ser parceladas em até três eta-
por candidatos; pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
III - participar da logística de preparação e de reali- interesse da administração pública.
zação de concurso público envolvendo atividades de É possível impedir que o servidor tire férias por até
planejamento, coordenação, supervisão, execução e 2 períodos se o seu serviço for altamente necessário.
avaliação de resultado, quando tais atividades não esti- Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será
verem incluídas entre as suas atribuições permanentes; efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respec-
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas tivo período, observando-se o disposto no § 1o deste
de exame vestibular ou de concurso público ou super- artigo.
visionar essas atividades. §1° e §2°. Revogados.
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica- § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em
ção de que trata este artigo serão fixados em regula- comissão, perceberá indenização relativa ao período
mento, observados os seguintes parâmetros: das férias a que tiver direito e ao incompleto, na pro-
I - o valor da gratificação será calculado em horas, porção de um doze avos por mês de efetivo exercício,
observadas a natureza e a complexidade da atividade ou fração superior a quatorze dias.
exercida; § 4o A indenização será calculada com base na remu-
II - a retribuição não poderá ser superior ao equiva- neração do mês em que for publicado o ato exonera-
lente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, tório.
ressalvada situação de excepcionalidade, devidamen- § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá
te justificada e previamente aprovada pela autoridade o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da
máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o Constituição Federal quando da utilização do primeiro
acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho período.
anuais; Art. 79. O servidor que opera direta e permanente-
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponde- mente com Raios X ou substâncias radioativas gozará
rá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de
vencimento básico da administração pública federal: atividade profissional, proibida em qualquer hipótese
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em a acumulação.
se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do Manutenção da saúde do servidor.
caput deste artigo; Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se por motivo de calamidade pública, comoção interna,

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
caput deste artigo. por necessidade do serviço declarada pela autoridade
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso máxima do órgão ou entidade.
somente será paga se as atividades referidas nos inci- Parágrafo único. O restante do período interrompido
sos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo será gozado de uma só vez, observado o disposto no
das atribuições do cargo de que o servidor for titular, art. 77.
devendo ser objeto de compensação de carga horária O direito individual às férias pode ser mitigado pelo
quando desempenhadas durante a jornada de traba- direito da coletividade de manutenção da paz e da ordem
lho, na forma do § 4odo art. 98 desta Lei. social.
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor
para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como
base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclu-
sive para fins de cálculo dos proventos da aposentado-
ria e das pensões.

11
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência
#FicaDica direta do servidor for indispensável e não puder ser
prestada simultaneamente com o exercício do cargo
Vantagens: ou mediante compensação de horário, na forma do
- Indenizações (não se incorporam)
disposto no inciso II do art. 44.
• Ajuda de custo
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorro-
• Diárias
gações, poderá ser concedida a cada período de doze
• Transporte
meses nas seguintes condições:
• Auxílio-moradia
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
- Gratificações (podem se incorporar)
mantida a remuneração do servidor; e
• Por direção, chefia e assessoramento
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
• Natalina
remuneração.
• Por Encargo, de curso ou concurso (não se
incorpora) § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será
- Adicionais (podem se incorporar) contado a partir da data do deferimento da primeira
• Insalubridade licença concedida.
• Periculosidade § 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças
• Atividades penosas não remuneradas, incluídas as respectivas prorroga-
• Serviço extraordinário ções, concedidas em um mesmo período de 12 (doze)
• Noturno meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultra-
• De férias passar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o.
• Relativo à natureza ou local de trabalho
Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Capítulo IV
Das Licenças Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslo-
Seção I
cado para outro ponto do território nacional, para o
Disposições Gerais
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos
Poderes Executivo e Legislativo.
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re-
I - por motivo de doença em pessoa da família;
muneração.
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou compa-
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
nheiro;
companheiro também seja servidor público, civil ou
III - para o serviço militar;
IV - para atividade política; militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
V - para capacitação; dos, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver
VI - para tratar de interesses particulares; exercício provisório em órgão ou entidade da Adminis-
VII - para desempenho de mandato classista. tração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde
Atenção aos motivos que autorizam licença, detalhados que para o exercício de atividade compatível com o seu
a seguir na legislação. cargo.
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

bem como cada uma de suas prorrogações serão pre- Seção IV


cedidas de exame por perícia médica oficial, observado Da Licença para o Serviço Militar
o disposto no art. 204 desta Lei.
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada duran- Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
te o período da licença prevista no inciso I deste artigo. será concedida licença, na forma e condições previstas
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) na legislação específica.
dias do término de outra da mesma espécie será con- Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor
siderada como prorrogação. terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassu-
mir o exercício do cargo.
Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Seção V
Da Licença para Atividade Política
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remune-
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ração, durante o período que mediar entre a sua esco-
ou dependente que viva a suas expensas e conste do lha em convenção partidária, como candidato a cargo
seu assentamento funcional, mediante comprovação eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura pe-
por perícia médica oficial. rante a Justiça Eleitoral.

12
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de #FicaDica
direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscali-
zação, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do - Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, Família – justifica-se por problema de saúde
até o décimo dia seguinte ao do pleito. com um familiar próximo ou dependente legal.
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo Remunerada.
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, - Licença por Motivo de Afastamento do
assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente Cônjuge – justifica-se por mudança do cônjuge
pelo período de três meses. de um servidor público de cidade ou país. Não
remunerada.
Seção VI - Licença para o Serviço Militar – justifica-se
Da Licença para Capacitação para o caso de convocação do servidor para o
serviço militar. Não remunerada.
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o - Licença para Atividade Política – justifica-
servidor poderá, no interesse da Administração, afastar- se para o caso de servidor candidato a cargo
-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva re- político eletivo, sendo obrigatório entre o dia
muneração, por até três meses, para participar de curso da candidatura e dez dias após as eleições. Não
de capacitação profissional. remunerada.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata - Licença para Capacitação – justifica-se para
o caput não são acumuláveis. o aperfeiçoamento profissional do servidor.
Art. 90. (Vetado) Remunerada.
- Licença Para Tratar Interesses Particulares
Seção VII – dispensa justificativa, basta a vontade do
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares servidor. Não remunerada.
- Licença para Desempenho de Mandato
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser conce- Classista – justifica-se para o caso de
didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que convocação do servidor como responsável
não esteja em estágio probatório, licenças para o tra- por gerir ou representar em tempo integral
to de assuntos particulares pelo prazo de até três anos entidade de classe. Não remunerada.
consecutivos, sem remuneração. - Licença para Tratamento de Saúde – justifica-
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a se por doença do servidor, sendo necessário o
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse afastamento para tratamento. Remunerada.
do serviço. - Licença-Gestante ou Adotante – justifica-
se por maternidade, biológica ou adotada.
Seção VIII Remunerada.
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista - Licença-Paternidade – justifica-se por
paternidade, biológica ou adotada.
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem Remunerada.
remuneração para o desempenho de mandato em con-
federação, federação, associação de classe de âmbito
nacional, sindicato representativo da categoria ou enti- Capítulo V

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


dade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar Dos Afastamentos
de gerência ou administração em sociedade cooperativa
constituída por servidores públicos para prestar serviços Seção I
a seus membros, observado o disposto na alínea c do Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Enti-
inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em dade
regulamento e observados os seguintes limites:
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício
2 (dois) servidores; em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ou em ser-
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; viço social autônomo instituído pela União que exerça
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) asso- atividades de cooperação com a administração pública
ciados, 8 (oito) servidores. federal, nas seguintes hipóteses:
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores I - para exercício de cargo em comissão ou função de
eleitos para cargos de direção ou de representação nas confiança;
referidas entidades, desde que cadastradas no órgão II - em casos previstos em leis específicas.
competente. § 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para ór-
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, poden- gãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou
do ser renovada, no caso de reeleição. dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão

13
ou entidade cessionária, mantido o ônus para o ceden- ofício para localidade diversa daquela onde exerce o
te nos demais casos. mandato.
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pú-
blica ou sociedade de economia mista, nos termos das Seção III
respectivas normas, optar pela remuneração do cargo Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acresci-
da de percentual da retribuição do cargo em comissão, Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País
a entidade cessionária efetuará o reembolso das des- para estudo ou missão oficial, sem autorização do Pre-
pesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. sidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Diário Oficial da União. § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da a missão ou estudo, somente decorrido igual período,
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter será permitida nova ausência.
exercício em outro órgão da Administração Federal di- § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste arti-
reta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim go não será concedida exoneração ou licença para tra-
determinado e a prazo certo. tar de interesse particular antes de decorrido período
§ 5° Aplica-se à União, em se tratando de empregado igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de res-
ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ sarcimento da despesa havida com seu afastamento.
1º e 2º deste artigo. § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servido-
§ 6° As cessões de empregados de empresa pública ou res da carreira diplomática.
de sociedade de economia mista, que receba recursos § 4o As hipóteses, condições e formas para a auto-
de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da rização de que trata este artigo, inclusive no que se
sua folha de pagamento de pessoal, independem das refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas
disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste em regulamento.
artigo, ficando o exercício do empregado cedido con- Art. 96. O afastamento de servidor para servir em or-
dicionado a autorização específica do Ministério do ganismo internacional de que o Brasil participe ou com
Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos o qual coopere dar-se-á com perda total da remune-
de ocupação de cargo em comissão ou função grati- ração.
ficada.
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges- Seção IV
tão, com a finalidade de promover a composição da Do Afastamento para Participação em Programa de
força de trabalho dos órgãos e entidades da Adminis- Pós-Graduação Stricto Sensu no País
tração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou
o exercício de empregado ou servidor, independente- Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Adminis-
mente da observância do constante no inciso I e nos §§ tração, e desde que a participação não possa ocorrer
1° e 2° deste artigo. simultaneamente com o exercício do cargo ou me-
diante compensação de horário, afastar-se do exercício
Seção II do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo participar em programa de pós-graduação stricto sen-
su em instituição de ensino superior no País.
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- § 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cam-se as seguintes disposições: definirá, em conformidade com a legislação vigente, os


I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distri- programas de capacitação e os critérios para participa-
tal, ficará afastado do cargo; ção em programas de pós-graduação no País, com ou
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do sem afastamento do servidor, que serão avaliados por
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera- um comitê constituído para este fim.
ção; § 2o Os afastamentos para realização de programas de
III - investido no mandato de vereador: mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as servidores titulares de cargos efetivos no respectivo
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para
do cargo eletivo; mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído
b) não havendo compatibilidade de horário, será afas- o período de estágio probatório, que não tenham se
tado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua re- afastado por licença para tratar de assuntos particu-
muneração. lares para gozo de licença capacitação ou com funda-
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor con- mento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data
tribuirá para a seguridade social como se em exercício da solicitação de afastamento.
estivesse. § 3o Os afastamentos para realização de programas de
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou clas- pós-doutorado somente serão concedidos aos servi-
sista não poderá ser removido ou redistribuído de dores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão

14
ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o 76-A desta Lei.
período de estágio probatório, e que não tenham se Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
afastado por licença para tratar de assuntos particula- interesse da administração é assegurada, na localidade
res ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos da nova residência ou na mais próxima, matrícula em
anteriores à data da solicitação de afastamento. instituição de ensino congênere, em qualquer época,
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos independentemente de vaga.
previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que per- Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se
manecer no exercício de suas funções após o seu retor- ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados
no por um período igual ao do afastamento concedido. do servidor que vivam na sua companhia, bem como
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período
de permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá Capítulo VII
ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Do Tempo de Serviço
Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos
com seu aperfeiçoamento. Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que serviço público federal, inclusive o prestado às Forças
justificou seu afastamento no período previsto, aplica- Armadas.
-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a crité- em dias, que serão convertidos em anos, considerado
rio do dirigente máximo do órgão ou entidade. o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-gra- Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no
duação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 art. 97, são considerados como de efetivo exercício os
desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. afastamentos em virtude de:
I - férias;
Capítulo VI II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
Das Concessões órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
Municípios e Distrito Federal;
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor au- III - exercício de cargo ou função de governo ou admi-
sentar-se do serviço: nistração, em qualquer parte do território nacional, por
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; nomeação do Presidente da República;
II - pelo período comprovadamente necessário para IV - participação em programa de treinamento regular-
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em mente instituído ou em programa de pós-graduação
qualquer caso, a dois dias; e (Redação dada pela Medi- stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
da Provisória nº 632, de 2013) V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : municipal ou do Distrito Federal, exceto para promo-
a) casamento; ção por merecimento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madras- VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
ta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado
tutela e irmãos. o afastamento, conforme dispuser o regulamento;
VIII - licença:
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor a) à gestante, à adotante e à paternidade;

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


estudante, quando comprovada a incompatibilidade b) para tratamento da própria saúde, até o limite de
entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo
do exercício do cargo. de serviço público prestado à União, em cargo de pro-
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida vimento efetivo;
a compensação de horário no órgão ou entidade que c) para o desempenho de mandato classista ou partici-
tiver exercício, respeitada a duração semanal do tra- pação de gerência ou administração em sociedade co-
balho. operativa constituída por servidores para prestar servi-
§ 2o Também será concedido horário especial ao ser- ços a seus membros, exceto para efeito de promoção
vidor portador de deficiência, quando comprovada a por merecimento;
necessidade por junta médica oficial, independente- d) por motivo de acidente em serviço ou doença pro-
mente de compensação de horário. fissional;
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente f) por convocação para o serviço militar;
com deficiência. IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vin- X - participação em competição desportiva nacional
culado à compensação de horário a ser efetivada no ou convocação para integrar representação desportiva
prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempe- nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em
nhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. lei específica;

15
XI - afastamento para servir em organismo internacio- Art. 108. O prazo para interposição de pedido de re-
nal de que o Brasil participe ou com o qual coopere. consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a con-
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposenta- tar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da
doria e disponibilidade: decisão recorrida.
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito
Municípios e Distrito Federal; suspensivo, a juízo da autoridade competente.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido
família do servidor, com remuneração, que exceder a de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão
30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses. retroagirão à data do ato impugnado.
III - a licença para atividade política, no caso do art. Art. 110. O direito de requerer prescreve:
86, § 2o; I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
IV - o tempo correspondente ao desempenho de man- cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que
dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
anterior ao ingresso no serviço público federal; relações de trabalho;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
à Previdência Social; quando outro prazo for fixado em lei.
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado
VII - o tempo de licença para tratamento da própria da data da publicação do ato impugnado ou da data
saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” da ciência pelo interessado, quando o ato não for pu-
do inciso VIII do art. 102. blicado.
§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
será contado apenas para nova aposentadoria. quando cabíveis, interrompem a prescrição.
§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço pres- Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não poden-
tado às Forças Armadas em operações de guerra. do ser relevada pela administração.
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é asse-
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de
gurada vista do processo ou documento, na repartição,
serviço prestado concomitantemente em mais de um
ao servidor ou ao procurador por ele constituído.
cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
da União, Estado, Distrito Federal e Município, autar-
qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
quia, fundação pública, sociedade de economia mista
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos esta-
e empresa pública.
belecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
Capítulo VIII Estabelece a CF, no art. 5°, XXIV, a) o direito de petição,
Do Direito de Petição assegurado a todos: “são a todos assegurados, indepen-
dentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de reque- aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilega-
rer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou inte- lidade ou abuso de poder;”. Os artigos acima descrevem o
resse legítimo. direito de petição específico dos servidores públicos.
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade
competente para decidi-lo e encaminhado por inter-
médio daquela a que estiver imediatamente subordi-
nado o requerente. EXERCÍCIOS COMENTADOS
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade


que houver expedido o ato ou proferido a primeira de- 1) (EBSERH - Analista Administrativo - Administração -
cisão, não podendo ser renovado. CESPE/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao regime dos
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de recon- servidores públicos federais e à ética no serviço público.
sideração de que tratam os artigos anteriores deverão Em caso de licença por motivo de doença de enteado de
ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos servidor público em estágio probatório, este ficará suspen-
dentro de 30 (trinta) dias. so, sendo retomado ao término do período da licença.
Art. 107. Caberá recurso:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; ( ) Certo ( ) Errado
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in-
terpostos. Resposta: Certo. Observe a disciplina da Lei nº
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamen- 8.112/1990, artigo 20, § 5o: “O estágio probatório ficará
te superior à que tiver expedido o ato ou proferido a suspenso durante as licenças e os afastamentos previs-
decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às tos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese
demais autoridades. de participação em curso de formação, e será retoma-
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da do a partir do término do impedimento”. Neste sentido,
autoridade a que estiver imediatamente subordinado o artigo 83 da lei regula: “Poderá ser concedida licença
o requerente. ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou com-

16
panheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta deveres e proibições são normas protetivas da boa Admi-
e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e nistração. Nas duas hipóteses, violado o preceito, cabível é
conste do seu assentamento funcional, mediante com- uma punição. Deve-se notar, porém, que os deveres cons-
provação por perícia médica oficial”. tam da lei como ações, como conduta positiva; as proibi-
ções, ao contrário, são descritas como condutas vedadas
2) (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) ao servidor, de modo que ele deve abster-se de praticá-
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais, -las. Os deveres estão inscritos no artigo 116, não de modo
julgue o item a seguir. exaustivo, porque o servidor deve obediência a todas as
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as se- normas legais ou infralegais, e o próprio inciso III do refe-
guintes vantagens: indenizações, gratificações e adicionais, rido dispositivo é, de certa maneira, uma norma disciplinar
incorporando-se as duas últimas ao vencimento ou pro- em branco4.
vento, nas condições indicadas em lei. “Estes dispositivos preveem, basicamente, um conjunto
de normas de conduta e de proibições impostas pela lei
( ) Certo ( ) Errado aos servidores por ela abrangidos, tendo em vista a pre-
venção, a apuração e a possível punição de atos e omissões
Resposta: Certo. Disciplina o artigo 49, caput e § 1o, Lei que possam por em risco o funcionamento adequado da
nº 8.112/1990: “Além do vencimento, poderão ser pagas administração pública, do posto de vista ético, do ponto
ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizações; II - de vista da eficiência e do ponto de vista da legalidade.
gratificações; III - adicionais. § 1o As indenizações não se Decorrem, estes dispositivos, do denominado Poder Disci-
incorporam ao vencimento ou provento para qualquer plinar que é aquele conferido à Administração com o obje-
efeito”. tivo de manter sua disciplina interna, na medida em que lhe
atribui instrumentos para punir seus servidores (e também
3) (STM - Analista Judiciário - Área Judiciária - CES- àqueles que estejam a ela vinculados por um instrumento
PE/2018) Acerca das regras aplicáveis aos servidores pú- jurídico determinado - particulares contratados pela Ad-
blicos do Poder Judiciário, e considerando o que dispõe a
ministração). [...]“O disposto no Título IV da lei nº 8.112/90
Lei nº 8.112/1990 e a Lei nº 11.416/2006, julgue o item a
prevê basicamente um conjunto de obrigações impostas
seguir.
aos servidores por ela regidos. Tais obrigações, ora positi-
A legislação que dispõe sobre o regime estatutário prevê a
vas (os denominados Deveres – art. 116), ora negativas (as
possibilidade de o servidor público, em determinadas hi-
denominadas Proibições – art. 117) uma vez inadimplidas
póteses, pedir remoção para outra localidade, independen-
ensejam sua imediata apuração (art. 143) e uma vez com-
temente do interesse da administração pública.
provadas importam na responsabilização administrativa, a
( ) Certo ( ) Errado desafiar, então, a aplicação de uma das sanções administra-
tivas (art. 127). Não é por outra razão que o art. 124 declara
Resposta: Certo. Disciplina o artigo 36, III, Lei nº que a responsabilidade administrativa resulta da prática de
8.112/1990: “Remoção é o deslocamento do servidor, a ato omissivo (quando o servidor deixa de cumprir os deve-
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com res a ele impostos) ou comissivo (quando viola proibição)
ou sem mudança de sede. [...] III - a pedido, para outra praticado no desempenho do cargo ou função”5.
localidade, independentemente do interesse da Admi-
nistração: a) para acompanhar cônjuge ou companhei- Capítulo I
ro, também servidor público civil ou militar, de qualquer Dos Deveres
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Admi- Art. 116. São deveres do servidor:
nistração; b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, Os deveres do servidor previstos na Lei n° 8.112/90 são
companheiro ou dependente que viva às suas expensas em muito compatíveis com os previstos no Código de Éti-
e conste do seu assentamento funcional, condicionada à ca profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de vo Federal (Decreto n° 1.171/94). Descrevem algumas das
processo seletivo promovido, na hipótese em que o nú- condutas esperadas do servidor público quando do de-
mero de interessados for superior ao número de vagas, sempenho de suas funções. Em resumo, o servidor público
de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou deve desempenhar suas funções com cuidado, rapidez e
entidade em que aqueles estejam lotados”. pontualidade, sendo leal à instituição que compõe, respei-

DO REGIME DISCIPLINAR 4 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime discipli-


nar dos servidores federais. Disponível em: <http://www.
Título IV sato.adm.br/artigos/o_regime_disciplinar_dos_servido-
Do Regime Disciplinar res_federais.htm>. Acesso em: 11 ago. 2013.
5 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servido-
O regime disciplinar do servidor público civil federal res Públicos da União. Disponível em: <http://www.canal-
está estabelecido basicamente de duas maneiras: deveres dosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>.
e proibições. Ontologicamente, são a mesma coisa: ambos Acesso em: 11 ago. 2013.

17
tando as ordens de seus superiores que sejam adequadas gãos públicos, há um escalonamento de cargos e funções
às funções que desempenhe e buscando conservar o patri- que servem ao cumprimento da vontade do ente estatal.
mônio do Estado. No tratamento do público, deve ser pres- Este escalonamento, posto em movimento, é o que vimos
tativo e não negar o acesso a informações que não sejam até agora chamando de hierarquia. A hierarquia existe
sigilosas. Caso presencie alguma ilegalidade ou abuso de para que do alto escalão até a prática dos administrados
poder, deve denunciar. Tomam-se como base os ensina- as coisas funcionem. Disso decorre que quando é emitida
mentos de Lima6 a respeito destes deveres: uma ordem para o servidor subordinado, este deve dar
cumprimento ao comando. Porém quando a ordem é vi-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; sivelmente ilegal, arbitrária, inconstitucional ou absurda, o
“O primeiro dos deveres insculpidos no regime estatu- servidor não é obrigado a dar seguimento ao que lhe é
tário é o dever de zelo. O zelo diz respeito às atribuições ordenado. Quando a ordem é manifestamente ilegal? Há
funcionais e também ao cuidado com a economia do ma- uma margem de interpretação, principalmente se o servi-
terial, os bens da repartição e o patrimônio público. Sob o dor subordinado não tiver nenhuma formação de ordem
prisma da disciplina e da conservação dos bens e materiais jurídica. Logo, é o bom senso que irá margear o que é
da repartição, o servidor deve sempre agir com dedicação flagrantemente inconstitucional”.
no desempenho das funções do cargo que ocupa, e que
lhe foram atribuídas desde o termo de posse. O servidor
V - atender com presteza:
não é o dono do cargo. Dono do cargo é o Estado que o
a) ao público em geral, prestando as informações re-
remunera. Se o referido cargo não lhe pertence, o servi-
queridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
dor deve exercer suas funções com o máximo de zelo que
estiver ao seu alcance. Sua eventual menor capacidade de b) à expedição de certidões requeridas para defesa
desempenho, para não configurar desídia ou insuficiência de direito ou esclarecimento de situações de interesse
de desempenho, deverá ser compensada com um maior pessoal;
esforço e dedicação de sua parte. Se um servidor altamen- c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
te preparado e capaz, vem a praticar atos que configurem “Este dever foi insculpido na lei para que o servidor
desídia ou mesmo falta mais grave, poderá vir a ser punido. público trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a
Porque o que se julgará não é a pessoa do servidor, mas a imagem desagradável que o mesmo possui perante a so-
conduta a ele imputável. O zelo não deve se limitar apenas ciedade. Exige-se que atue com presteza no atendimento a
às atribuições específicas de sua atividade. O servidor deve informações solicitadas pela Fazenda Pública. Esta engloba
ter zelo não somente com os bens e interesses imateriais o fisco federal, estadual, municipal e distrital. O servidor
(a imagem, os símbolos, a moralidade, a pontualidade, o público tem que ser expedito, diligente, laborioso. Não há
sigilo, a hierarquia) como também para com os bens e in- mais lugar para o burocrata que se afasta do administra-
teresses patrimoniais do Estado”. do, dificultando a vida de quem necessita de atendimento
rápido e escorreito. Entretanto, há um longo caminho a
II - ser leal às instituições a que servir; ser percorrido até que se atinja um mínimo ideal de aten-
“O servidor que cumprir todos os deveres e normas dimento e de funcionamento dos órgãos públicos, o que
administrativas já positivadas, consequentemente, é leal à deve necessariamente passar por critérios de valorização
instituição que lhe remunera. Sob o prisma constitucional é dos servidores bons e de treinamento e qualificação per-
que devemos entender a norma hoje. Sendo assim, o dever manente dos quadros de pessoal”.
de lealdade está inserido no Estatuto como norma progra-
mática, orientadora da conduta dos servidores”. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em ra-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

zão do cargo ao conhecimento da autoridade superior


III - observar as normas legais e regulamentares; ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
“A função desta norma é de não deixar sem resposta conhecimento de outra autoridade competente para
qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a neces-
apuração;
sária correlação nesses casos que temos de fazer do art.
“Todo servidor público é obrigado a dar conhecimento
116, inciso III, com a norma violada, e já prevista em outra
ao chefe da repartição acerca das irregularidades de que
lei, decreto, instrução, ordem de serviço ou portaria”.
toma conhecimento no exercício de suas atribuições. Deve
levar ao conhecimento da chefia imediata pelo sistema hie-
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando mani-
rárquico. Supõe-se que os titulares das chefias ou divisões
festamente ilegais;
detêm um conhecimento maior de como corrigir o erro ou
“O servidor integra a estrutura organizacional do órgão
comunicar aos órgãos de controle para a devida apuração.
em que presta suas atribuições funcionais. O Estado se mo-
De nada adiantaria o servidor, ciente de um ato irregular,
vimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro dos ór-
ir comunicar ao público ou a terceiros. Além do dever de
sigilo, há assuntos que exigem certas reservas, visando ao
6 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime discipli-
bem do serviço público, da segurança nacional e mesmo
nar dos servidores federais. Disponível em: <http://www.
da sociedade”.
sato.adm.br/artigos/o_regime_disciplinar_dos_servido-
res_federais.htm>. Acesso em: 11 ago. 2013.

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VII - zelar pela economia do material e a conservação portamento incompatível com a moralidade administrativa,
do patrimônio público; poderá estar sujeito a sanção disciplinar. Seu ato ímpro-
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela econo- bo ou imoral configura o chamado desvio de poder, que é
mia e pela conservação dos bens públicos presta um des- totalmente abominável no Direito Administrativo e poderá
serviço à nação que lhe remunera. E como se verá adiante ser anulado interna corporis ou judicialmente através da
poderá ser causa inclusive de demissão, se não cumprir o ação popular, ação de ressarcimento ao erário e ação civil
presente dever, quando por descumprimento dele a gra- pública se o ato violar direito coletivo ou transindividual”.
vidade do fato implicar a infração a normas mais graves”.
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; “Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assí-
“O agente público deve guardar sigilo sobre o que se duo significa ser presente dentro do horário do expedien-
passa na repartição, principalmente quanto aos assuntos te. O oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é
oficiais. Pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, aquele servidor que não atrasa seus compromissos. É o que
hoje está regulamentado o acesso às informações. Porém, comparece no horário para as reuniões de trabalho e de-
o servidor deve ter cuidado, pois até mesmo o forneci- mais atividades relacionadas com o exercício do cargo que
mento ou divulgação das informações exigem um pro- ocupa. Embora sejam conceitos diferentes, aqui o dever
cedimento. Maior cuidado há que se ter, quando a infor- violado, seja por impontualidade, seja por inassiduidade
mação possa expor a intimidade da pessoa humana. As (que ainda não aquela inassiduidade habitual de 60 dias
informações pessoais dos administrados em geral devem ensejadora de demissão), merece reprimenda de advertên-
ser tratadas forma transparente e com respeito à intimi- cia, com fins educativos e de correção do servidor”.
dade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas,
bem como às liberdades e garantias individuais, segundo XI - tratar com urbanidade as pessoas;
o artigo 31, da Lei nº 21.527, 2011. A exceção para o sigi- “No mundo moderno, e máxime em nossa civilização
lo existe, pois, não devemos tratar a questão em termos ocidental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Ur-
de cláusula jurídica de caráter absoluto, podendo ter au- bano, nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo
torizada a divulgação ou o acesso por terceiros quando da urbe (cidade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e
haja previsão legal. Outra exceção é quando há o consen- que não possa criar embaraços aos usuários dos serviços
timento expresso da pessoa a que elas se referirem. No públicos”.
caso de cumprimento de ordem judicial, para a defesa de
direitos humanos, e quando a proteção do interesse pú- XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
blico e geral preponderante o exigir, também devem ser de poder.
fornecidas as informações. Portanto, o servidor há que ter Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
reserva no seu comportamento e fala, esquivando-se de XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
revelar o conteúdo do que se passa no seu trabalho. Se autoridade superior àquela contra a qual é formulada, as-
o assunto pululante é uma irregularidade absurda, deve segurando-se ao representando ampla defesa.
então reduzir a escrito e representar para que se apure Caso o funcionário público denuncie outro servidor,
o caso. Deveriam diminuir as conversas de corredor e se esta representação será encaminhada a alguém que seja
efetivar a apuração dos fatos através do processo adminis- superior hierarquicamente ao denunciado, que terá direito
trativo disciplinar. Os assuntos objeto do serviço merecem à ampla defesa.
reserva. Devem ficar circunscritos aos servidores designa- “O servidor tem obrigação legal de dar conhecimen-
dos para o respectivo trabalho interno, não devendo sair to às autoridades de qualquer irregularidade de que tiver

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


da seção ou setor de trabalho, sem o trâmite hierárquico ciência em razão do cargo, principalmente no processo
do chefe imediato. Se o assunto ou o trabalho, enfim, me- em que está atuando ou quando o fato aconteceu sob as
recer divulgação mais ampla, deve ser contatado o órgão suas vistas. Não é concebível que o servidor se defronte
de assessoria de comunicação social, que saberá proceder com uma irregularidade administrativa e fique inerte. Deve
de forma oficial, obedecendo ao bom senso e às leis vi- provocar quem de direito para que a irregularidade seja
gentes”. sanada de imediato. Caso haja indiferença no seu círculo
de atuação, i.e., no seu setor ou seção, deverá representar
IX - manter conduta compatível com a moralidade ad- aos órgãos superiores. Assim é que o dever de informar
ministrativa; acerca de irregularidades anda de braço dado com o dever
“O ato administrativo não se satisfaz somente com o de representar. Não surtindo efeito a notícia da irregulari-
ser legal. Para ser válido o ato administrativo tem que ser dade, não corrigida esta, sobrevém o dever de representar.
compatível com a moralidade administrativa. O agente O dever de representação não deixa de ser uma prerro-
deve se comportar em seus atos de maneira proba, escor- gativa legal, investindo o servidor de um múnus público
reita, séria, não atuando com intenções escusas e desvir- importante, constituindo o servidor em um curador legal
tuadas. Seu poder-dever não pode ser utilizado, por exem- do ente público. O mais humilde servidor passa a ser um
plo, para satisfação de interesses menores, como realizar agente promotor de legalidade. É claro o inciso XII do art.
a prática de determinado ato para beneficiar uma amante 116 quando diz que é dever do servidor “representar con-
ou um parente. Se o agente viola o dever de agir com com- tra ilegalidade, omissão ou abuso de poder”. De modo que

19
também a omissão pode ensejar a representação. A omis- VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
são do agente que ilegalmente não pratica ato a que se casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que
acha vinculado pode até configurar o ilícito penal de pre- seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
varicação. O dever de representação deve ser privilegiado, Quem é designado para o desempenho de uma função
mas deve ser usado com o devido equilíbrio, não podendo pública deve desempenhá-la, não podendo designar outra
servir a finalidades egoísticas, político-partidárias, indu- pessoa para prestar seus serviços ou de seu subordinado.
zido por inimizades de cunho pessoal, o que de pronto
trespassará o representante de autor a réu por prática de VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia-
abuso de poder ou denunciação caluniosa”. rem-se a associação profissional ou sindical, ou a par-
tido político;
Capítulo II O direito de associação é livre, não podendo um fun-
Das Proibições cionário forçar o seu subordinado a associar-se sindical ou
politicamente.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
Em contraposição aos deveres do servidor público, VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
existem diversas proibições, que também estão em boa ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente
parte abrangidas pelo Decreto n° 1.171/94. A violação dos até o segundo grau civil;
deveres ou a prática de alguma das violações abaixo des- É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos,
critas caracterizam infração administrativa disciplinar. neto ou descendente, é o termo utilizado para designar o
“Nas Proibições – art. 117, constata-se, desde logo, sua favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detri-
objetividade e taxatividade, o que veda sua ampliação e mento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que
o uso de interpretações analógicas ou sistemáticas visto diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. O Decreto
serem condutas restritivas de direitos, sujeitas, portanto, nº 7.203, de 4 de junho de 2010 dispõe sobre a vedação
ao princípio da reserva legal. O descumprimento dessas do nepotismo no âmbito da administração pública federal.
proibições podem inclusive, ensejar o enquadramento Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge,
penal do servidor, pois muitas das condutas ali descritas, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
configuram prática de delito penal”7. afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade no-
meante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investi-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem do em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
prévia autorização do chefe imediato; exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda,
Violação do dever de assiduidade. de função gratificada na Administração Pública direta e in-
direta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade compe- Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste
tente, qualquer documento ou objeto da repartição; mediante designações recíprocas, viola a Constituição Fe-
Violação do dever de zelo com o patrimônio público. deral.” Obs.: se o concurso pedir pelo entendimento juris-
prudencial, vá pela súmula, mas se não mencionar nada
III - recusar fé a documentos públicos; se atenha ao texto da lei, visto que há pequenas variações
É dever do servidor público conferir fé aos documentos entre o texto da súmula e o da lei.
públicos, revestindo-lhes da autoridade e confiança que
seu cargo possui. Violação do dever de transparência. IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

de outrem, em detrimento da dignidade da função pú-


IV - opor resistência injustificada ao andamento de blica;
documento e processo ou execução de serviço; O cargo público serve apenas aos interesses da admi-
Não cabe impedir que o trâmite da administração seja nistração pública, ou seja, da coletividade, não aos interes-
alterado por um capricho pessoal. Violação ao dever de ses pessoais do servidor.
celeridade e eficiência, bem como de impessoalidade.
X - participar de gerência ou administração de socieda-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço de privada, personificada ou não personificada, exercer
no recinto da repartição; o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista
Violação do dever de discrição. ou comanditário;
Não cabe ao servidor público administrar sociedade
privada, o que pode comprometer sua eficiência e impar-
cialidade no exercício da função pública. No princípio, ou
seja, na redação original do Estatuto era proibida apenas a
7 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servido- participação do servidor como sócio gerente ou adminis-
res Públicos da União. Disponível em: <http://www.canal- trador de empresa privada, exceto na qualidade de mero
dosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. cotista, acionário ou comanditário. Atualmente, a empresa
Acesso em: 11 ago. 2013. pode até não estar personificada, por exemplo, não estar

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devidamente constituída e registrada nos órgãos compe- XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-
tentes (Junta Comercial, fisco estadual, municipal, distrital do solicitado.
e federal, e órgãos de controle: ambiental, trabalhista etc.). A atualização de dados cadastrais é necessária para
Comprovada detidamente a gerência ou administração da manter a administração ciente da situação de seu servidor.
sociedade particular em concomitância com a pretensa
carga horária da repartição pública, deve ser aplicada a Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
penalidade de demissão. caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
I - participação nos conselhos de administração e fiscal
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a de empresas ou entidades em que a União detenha,
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí- direta ou indiretamente, participação no capital social
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o ou em sociedade cooperativa constituída para prestar
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; serviços a seus membros; e
Não cabe atuar como procurador perante repartições II - gozo de licença para o trato de interesses particula-
res, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legisla-
públicas de forma profissional. Daí a limitação à atuação
ção sobre conflito de interesses.
como representante de parente até segundo grau (irmãos,
Nestes casos, é possível participar diretamente da ad-
ascendentes e descendentes, cônjuges e companheiros).
ministração de sociedade privada, pois o interesse estatal
não será comprometido.
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
A percepção de vantagem indevida gerando enrique- #FicaDica
cimento ilícito também caracteriza ato de improbidade
administrativa de maior gravidade, bem como crime de Proibições puníveis com demissão:
corrupção passiva. - Utilizar recursos pessoais e materiais para
atividades particulares;
- Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
- Proceder de forma desidiosa;
estrangeiro;
- Praticar usura;
Trata-se de indício da intenção de praticar atos contrá- - Aceitar comissão, emprego, pensão de Estado
rios ao interesse do Estado ao qual esteja vinculado. estrangeiro;
- Receber propina, comissão, presente ou
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; qualquer outra vantagem;
Usura significa agiotagem, que é o empréstimo de di- - Atuar como procurador ou intermediário
nheiro a particulares obtendo juros abusivos em troca. As (salvo benefício ou assistência previdenciária
atividades de empréstimo somente podem ser desempe- de cônjuge, companheiro ou paciente até 2o
nhadas com fim lucrativo por instituições credenciadas. grau);
- Participar de sociedade privada (gerência/
XV - proceder de forma desidiosa; administração, personificada/não) ou comércio
Desídia é desleixo, descuido, preguiça, indolência. (salvo acionista, cotista ou comanditário).

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-


ção em serviços ou atividades particulares;

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O aparato da administração pública pertence ao Esta- Capítulo III
Da Acumulação
do, não cabendo ao servidor utilizá-lo em atividades par-
ticulares.
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constitui-
ção, é vedada a acumulação remunerada de cargos
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
públicos.
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergên- Estabelece o artigo 37, XVI da Constituição Federal:
cia e transitórias;
Cada servidor público tem sua atribuição legal, não É vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
cabendo designá-lo para desempenhar funções diversas cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
salvo em caso de extrema necessidade. observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o científico;
horário de trabalho; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
O exercício de atividades incompatíveis propicia uma sionais de saúde, com profissões regulamentadas;
violação ao princípio da imparcialidade.

21
Segundo Carvalho Filho8, “o fundamento da proibição é Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que o acumular licitamente dois cargos efetivos, quando in-
servidor não execute qualquer delas com a necessária efi- vestido em cargo de provimento em comissão, ficará
ciência. Além disso, porém, pode-se observar que o Cons- afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipó-
tituinte quis também impedir a cumulação de ganhos em tese em que houver compatibilidade de horário e local
detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] Nota- com o exercício de um deles, declarada pelas autorida-
-se que a vedação se refere à acumulação remunerada. Em des máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
consequência, se a acumulação só encerra a percepção de Se o servidor já cumular dois cargos efetivos e for inves-
vencimentos por uma das fontes, não incide a regra cons- tido de um cargo em comissão, ficará afastado dos cargos
titucional proibitiva”. efetivos a não ser que exista compatibilidade de horários e
local com um deles, caso em que se afastará de somente
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em- um cargo efetivo.
pregos e funções em autarquias, fundações públicas, “Os artigos 118 a 120 da lei nº 8.112/90 ao tratarem da
empresas públicas, sociedades de economia mista da acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam,
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios no âmbito do serviço público federal a vedação genérica
e dos Municípios. constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da
A proibição vale tanto para a administração direta República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos
quanto para a indireta. constitui uma das infrações mais comuns praticadas por
servidores públicos, o que se constata observando o eleva-
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con- do número de processos administrativos instaurados com
dicionada à comprovação da compatibilidade de ho- esse objeto. O sistema adotado pela lei nº 8.112/90 é rela-
rários. tivamente brando, quando cotejado com outros estatutos
Se o Estado pretende que o desempenho de atividade de alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso
cumulada não gere prejuízo à função pública, correto que nessa ilicitude diversas oportunidades para regularizar sua
exija a comprovação de compatibilidade de horários; situação e escapar da pena de demissão. Também prevê a
lei em comentário, um processo administrativo simplifica-
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de do (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração
vencimento de cargo ou emprego público efetivo com dessa infração – art. 133” 9.
proventos da inatividade, salvo quando os cargos de
que decorram essas remunerações forem acumuláveis Capítulo IV
na atividade. Das Responsabilidades
Exterioriza-se, por exemplo, a proibição de que o agen-
te se aposente do serviço público e continue o exercendo, Art. 121. O servidor responde civil, penal e administra-
recebendo aposentadoria e salário. tivamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omis-
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um sivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
cargo em comissão, exceto no caso previsto no pará- prejuízo ao erário ou a terceiros.
grafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela parti- § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado
cipação em órgão de deliberação coletiva. ao erário somente será liquidada na forma prevista no
Cargo em comissão é aquele que não exige aprovação art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execu-
em concurso público, sendo designado para o exercício ção do débito pela via judicial.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

por possuir um vínculo de confiança com o superior. So- § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon-
mente é possível exercer 1, salvo interinamente. Da mesma derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
forma, não cabe remuneração por participar de órgão de regressiva.
deliberação coletiva. § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos
sucessores e contra eles será executada, até o limite do
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica valor da herança recebida.
à remuneração devida pela participação em conselhos Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e
de administração e fiscal das empresas públicas e so- contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
ciedades de economia mista, suas subsidiárias e con- Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resul-
troladas, bem como quaisquer empresas ou entidades ta de ato omissivo ou comissivo praticado no desem-
em que a União, direta ou indiretamente, detenha par- penho do cargo ou função.
ticipação no capital social, observado o que, a respeito, Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po-
dispuser legislação específica. derão cumular-se, sendo independentes entre si.
O exercício de função em determinados conselhos de
administração e fiscais aceita remuneração. Trata-se de ex- 9 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servido-
ceção ao caput. res Públicos da União. Disponível em: <http://www.canal-
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito dosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>.
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. Acesso em: 11 ago. 2013.

22
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servi- Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci-
dor será afastada no caso de absolvição criminal que dência das faltas punidas com advertência e de viola-
negue a existência do fato ou sua autoria. ção das demais proibições que não tipifiquem infração
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabili- sujeita a penalidade de demissão, não podendo exce-
zado civil, penal ou administrativamente por dar ciên- der de 90 (noventa) dias.
cia à autoridade superior ou, quando houver suspeita A suspensão é uma sanção administrativa intermediária,
de envolvimento desta, a outra autoridade competente aplicável se as práticas sujeitas a advertência se repetirem
para apuração de informação concernente à prática de ou em caso de infração grave que ainda assim não gere
crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, pena de demissão.
ainda que em decorrência do exercício de cargo, em- § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quin-
prego ou função pública. ze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se
Este dispositivo visa garantir que os servidores públi- a ser submetido a inspeção médica determinada pela
cos denunciem os servidores hierarquicamente superiores. autoridade competente, cessando os efeitos da penali-
Afinal, todos teriam receio de denunciar se pudessem ser dade uma vez cumprida a determinação.
responsabilizados civil, penal ou administrativamente por Trata-se de hipótese específica em que será aplicada
tal denúncia caso no curso da apuração se verificasse que suspensão.
ela não procedia. § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
nalidade de suspensão poderá ser convertida em mul-
Capítulo V ta, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de
Das Penalidades vencimento ou remuneração, ficando o servidor obri-
gado a permanecer em serviço.
Art. 127. São penalidades disciplinares: Se for inconveniente para a administração pública abrir
I - advertência; mão do servidor, poderá multá-lo em 50% de seu venci-
II - suspensão; mento/remuneração diário pelo número de dias de sus-
III - demissão;
pensão. O servidor não poderá se recusar a permanecer
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
em serviço.
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspen-
A advertência é a pena mais leve, um aviso de que o
são terão seus registros cancelados, após o decurso de
funcionário se portou de forma inadequada e de que isso
3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectiva-
não deve se repetir. A suspensão é uma sanção intermediá-
mente, se o servidor não houver, nesse período, prati-
ria, fazendo com que o funcionário deixe de desempenhar
cado nova infração disciplinar.
o cargo por certo período. Na demissão, o funcionário não
mais exercerá o cargo, sendo assim sanção mais grave. Ou- Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não
tras sanções são cassação da aposentadoria ou disponibi- surtirá efeitos retroativos.
lidade, destituição do cargo em comissão, destituição da O bom comportamento posterior do servidor faz com
função comissionada. que o registro de advertência (após 3 anos) ou suspensão
(após 5 anos) seja apagado de seu registro, o que não sig-
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside- nifica que o servidor poderá requerer, por exemplo, o pa-
radas a natureza e a gravidade da infração cometida, gamento referente aos dias que ficou suspenso.
os danos que dela provierem para o serviço público, as

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antece- Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
dentes funcionais. I - crime contra a administração pública;
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade Artigos 312 a 326 do Código Penal.
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da II - abandono de cargo;
sanção disciplinar. III - inassiduidade habitual;
De forma fundamentada, justificada, se escolherá por Deixar totalmente de exercer o cargo ou faltar em ex-
uma ou outra sanção, conforme a gravidade do ato pra- cesso.
ticado. IV - improbidade administrativa;
Atos descritos na Lei n° 8.429/92.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, V - incontinência pública e conduta escandalosa, na re-
nos casos de violação de proibição constante do art. partição;
117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever Ausência de discrição no exercício das funções.
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma VI - insubordinação grave em serviço;
interna, que não justifique imposição de penalidade Violação grave do dever de obediência hierárquica.
mais grave. VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
Vide comentários aos incisos I a VII e XIX do art. 117. A salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
norma é genérica, envolvendo ainda qualquer outra viola- Ofensa física a servidor ou administrado que não para
ção de dever funcional que não exija sanção mais grave. se defender.

23
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em ra- má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou
zão do cargo; cassação de aposentadoria ou disponibilidade em rela-
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô- ção aos cargos, empregos ou funções públicas em re-
nio nacional; gime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos
XI - corrupção; ou entidades de vinculação serão comunicados.
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções § 7o O prazo para a conclusão do processo administra-
públicas; tivo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá
Na verdade, são atos de improbidade administrativa, trinta dias, contados da data de publicação do ato que
então nem precisariam ser mencionados. constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por
até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. § 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposi-
Vide comentários aos incisos IX a XVI do art. 117. ções deste artigo, observando-se, no que lhe for apli-
cável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação V desta Lei.
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a au- O artigo descreve o procedimento em caso de violação
toridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, do dever de não acumular cargos ilicitamente. No início,
por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar o servidor será notificado para se manifestar optando por
opção no prazo improrrogável de dez dias, contados um cargo. Se ficar omisso ou se recusar fazer a opção, será
da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará instaurado processo administrativo disciplinar. Nele, o ser-
procedimento sumário para a sua apuração e regulari- vidor poderá apresentar defesa no sentido de ser lícita a
zação imediata, cujo processo administrativo disciplinar cumulação. Mas até o último dia do prazo para defesa o
se desenvolverá nas seguintes fases: servidor poderá optar por um caso, caso em que o proce-
I - instauração, com a publicação do ato que constituir dimento se converterá em pedido de exoneração do cargo
a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, não escolhido, presumindo-se a boa-fé do servidor.
e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade
da transgressão objeto da apuração; Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponi-
II - instrução sumária, que compreende indiciação, de- bilidade do inativo que houver praticado, na atividade,
fesa e relatório; falta punível com a demissão.
III - julgamento. Supondo que o servidor tenha praticado ato punível
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I com demissão e, sabendo disso, se demita. Isso não evitará
dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a ma- que sua aposentadoria seja cassada, assim como ele seria
terialidade pela descrição dos cargos, empregos ou demitido se no exercício das funções.
funções públicas em situação de acumulação ilegal,
dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido
ingresso, do horário de trabalho e do correspondente por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
regime jurídico. casos de infração sujeita às penalidades de suspensão
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação e de demissão.
do ato que a constituiu, termo de indiciação em que Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata
serão transcritas as informações de que trata o pará- este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35
grafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal será convertida em destituição de cargo em comissão.
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do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia Logo, a destituição do cargo em comissão por quem
imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar de- não ocupe um cargo efetivo é aplicável quando o comis-
fesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na sionado aplicar não só os atos sujeitos à pena de demissão,
repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. mas também os sujeitos à pena de suspensão.
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relató-
rio conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co-
do servidor, em que resumirá as peças principais dos missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132,
autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exa- implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
me, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
processo à autoridade instauradora, para julgamento. Nos casos de demissão e destituição do cargo em co-
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento missão, os bens ficarão indisponíveis para o ressarcimento
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua de- do prejuízo sofrido pelo Estado, cabendo ainda ação penal
cisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § própria.
3o do art. 167.
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em
para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI,
converterá automaticamente em pedido de exoneração incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em
do outro cargo. cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

24
O ex-servidor que tenha se valido do cargo para lograr II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignida- imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso
de da função pública ou que tenha atuado como procura- anterior quando se tratar de suspensão superior a 30
dor ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo em (trinta) dias;
hipóteses específicas, não poderá ser investido em cargo III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na
público federal pelo prazo de 5 anos. forma dos respectivos regimentos ou regulamentos,
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço públi- (trinta) dias;
co federal o servidor que for demitido ou destituído do IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos quando se tratar de destituição de cargo em comissão.
I, IV, VIII, X e XI. Presidente da República/Presidentes da Câmara dos De-
Vide incisos I, IV, VIII, X e XI do artigo 132. Nestes casos, putados ou do Senado Federal/Presidentes dos Tribunais
não caberá jamais retorno ao serviço público federal, dian- Federais - TRF, TRE, TRT, TSE, TST, STJ e STF/Procurador-Ge-
te da gravidade dos atos praticados. ral da República - demissão ou cassação de aposentadoria/
disponibilidade do servidor vinculado ao órgão (sanções
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência in- mais graves).
tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias Autoridade administrativa de hierarquia imediatamente in-
consecutivos. ferior às do inciso I - suspensão por mais de 30 dias (sanção
Conceito de abandono de cargo: ausência intencional de suspensão, de gravidade intermediária, por maior período).
por mais de 30 dias seguidos. Gera pena de demissão. Chefe da repartição e outras autoridades previstas no
regulamento - advertência e suspensão inferior a 30 dias
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta (sanção de suspensão, de gravidade intermediária, por me-
ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, inter- nor período).
poladamente, durante o período de doze meses. Autoridade que houver feito a nomeação, em qualquer
Conceito de inassiduidade habitual, que também gera cargo de comissão, independente da pena.
demissão: ausência por 60 dias num período de 12 meses
de forma injustificada. Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inas- demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilida-
siduidade habitual, também será adotado o procedi- de e destituição de cargo em comissão;
mento sumário a que se refere o art. 133, observando- II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
-se especialmente que: III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em
I - a indicação da materialidade dar-se-á:
que o fato se tornou conhecido.
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-
precisa do período de ausência intencional do servidor
cam-se às infrações disciplinares capituladas também
ao serviço superior a trinta dias;
como crime.
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro-
dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por
cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão
período igual ou superior a sessenta dias interpolada-
final proferida por autoridade competente.
mente, durante o período de doze meses; § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo come-
II - após a apresentação da defesa a comissão elabo- çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


rará relatório conclusivo quanto à inocência ou à res- Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
ponsabilidade do servidor, em que resumirá as peças direito de acionar judicialmente.
principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais gra-
legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, so- ves, 2 para as de gravidade intermediária (pena de suspen-
bre a intencionalidade da ausência ao serviço superior são) e 180 dias para as menos graves (pena de advertência)
a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instau- - Contados da data em que o fato se tornou conhecido pela
radora para julgamento. administração pública.
Por indicação de materialidade, entenda-se demons- Se a infração disciplinar for crime, valerão os prazos
tração do fato. É preciso indicar especificamente os dias prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
faltados. favoráveis ao servidor.
Adota-se o procedimento do art. 133. Interrupção da prescrição significa parar a contagem do
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: prazo para que, retornando, comece do zero. Da abertura
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das da sindicância ou processo administrativo disciplinar até a
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e decisão final proferida por autoridade competente não cor-
pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar re a prescrição. Proferida a decisão, o prazo começa a con-
de demissão e cassação de aposentadoria ou dispo- tar do zero. Passado o prazo, não caberá mais propor ação
nibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, disciplinar.
órgão, ou entidade;

25
Resposta: Errado. De fato, conforme art. 116, XII, Lei
#FicaDica nº 8.112/1990, é dever do servidor “representar contra
Penalidades: ilegalidade, omissão ou abuso de poder”. Contudo, con-
- Advertência – artigo 117, I a VIII e XIX; forme art. 117, V, o servidor é proibido de “promover
- Suspensão – reincidência em infração punível manifestação de apreço ou desapreço no recinto da re-
com advertência, incumbência a outro servidor partição”.
de atribuições estranhas ao cargo, exercício de
atividades incompatíveis com cargo ou função; PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
- Demissão – artigo 132, inclusive reincidência
em infração punível com suspensão. Título V
Do Processo Administrativo Disciplinar

Capítulo I
Disposições Gerais
EXERCÍCIO COMENTADO Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregulari-
dade no serviço público é obrigada a promover a sua
1) (EBSERH - Analista Administrativo – Administração - apuração imediata, mediante sindicância ou processo
CESPE/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao regime dos administrativo disciplinar, assegurada ao acusado am-
servidores públicos federais e à ética no serviço público. pla defesa.
A demissão será a penalidade disciplinar cabível para o ser- §§ 1º e 2º (Revogados)
vidor que se recusar a ser submetido a inspeção médica § 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação
determinada pela autoridade competente. da autoridade a que se refere, poderá ser promovida
por autoridade de órgão ou entidade diverso daque-
( ) Certo ( ) Errado le em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante
competência específica para tal finalidade, delegada
Resposta: Errado. Preconiza o artigo 130, § 1o, Lei nº em caráter permanente ou temporário pelo Presiden-
8.112/1990: “Será punido com suspensão de até 15 te da República, pelos presidentes das Casas do Poder
(quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar- Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
-se a ser submetido a inspeção médica determinada -Geral da República, no âmbito do respectivo Poder,
pela autoridade competente, cessando os efeitos da pe- órgão ou entidade, preservadas as competências para
nalidade uma vez cumprida a determinação”. o julgamento que se seguir à apuração.
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão ob-
2) (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) jeto de apuração, desde que contenham a identificação
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais, e o endereço do denunciante e sejam formuladas por
julgue o item a seguir. escrito, confirmada a autenticidade.
O servidor responde apenas administrativamente pelo Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar
exercício irregular de suas atribuições, o qual pode ensejar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia
a aplicação de penalidade disciplinar - até mesmo de de- será arquivada, por falta de objeto.
missão -, que deve, sempre, mencionar o fundamento legal Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
e a causa da sanção. I - arquivamento do processo;
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen-


( ) Certo ( ) Errado são de até 30 (trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
Resposta: Errado. A responsabilidade do servidor é, si- Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância
multaneamente, civil, penal e administrativa, conforme não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
artigo 121, Lei nº 8.112/1990, e as sanções podem ser por igual período, a critério da autoridade superior.
cumuladas, de acordo com o artigo 125 da Lei. O erro Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
está na expressão “apenas”. ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de apo-
3) (EBSERH - TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA - CES- sentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo
PE/2018) No que concerne a direitos, deveres e responsabili- em comissão, será obrigatória a instauração de proces-
dades dos servidores públicos, julgue o próximo item. so disciplinar.
Nos termos da Lei nº 8.112/1990, os deveres do servidor
público incluem representar contra ilegalidade, omissão ou A sindicância é uma modalidade mais branda de apu-
abuso de poder e promover manifestação de apreço no ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
recinto da repartição. cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá
o processo administrativo disciplinar que aplique a sanção
( ) Certo ( ) Errado mais grave, entendendo-se por sanções mais graves qual-

26
quer uma pior do que suspensão por menos de 30 dias Art. 152. O prazo para a conclusão do processo dis-
(suspensão por mais de 30 dias, além de todas as outras ciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da
que geram perda do cargo ou da aposentadoria). data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as
Capítulo II circunstâncias o exigirem.
Do Afastamento Preventivo § 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tem-
po integral aos seus trabalhos, ficando seus membros
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servi- dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
dor não venha a influir na apuração da irregularidade, a § 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas
autoridade instauradora do processo disciplinar pode- que deverão detalhar as deliberações adotadas.
rá determinar o seu afastamento do exercício do cargo,
pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da Este capítulo introduz aspectos sobre o processo admi-
remuneração. nistrativo, os quais serão aprofundados adiante e na pró-
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado pria lei nº 9.784/99. Em suma, tem-se que o processo ad-
por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ministrativo deve garantir a ampla defesa, será conduzido
ainda que não concluído o processo. por uma comissão de 3 membros funcionários estáveis que
decidirão com independência e imparcialidade, divide-se
O afastamento preventivo é uma medida cautelar que em 3 fases e possui prazo limite de duração (60, eventual-
impede que o servidor tente influenciar na decisão da apu- mente +60).
ração de sua infração, podendo ocorrer por no máximo 60
dias, prorrogáveis até 120 dias, sem perda de remuneração Seção I
(afinal, ainda não foi condenado). Do Inquérito

Capítulo III Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao prin-


Do Processo Disciplinar cípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla
defesa, com a utilização dos meios e recursos admiti-
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento desti- dos em direito.
nado a apurar responsabilidade de servidor por infra- Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo
ção praticada no exercício de suas atribuições, ou que disciplinar, como peça informativa da instrução.
tenha relação com as atribuições do cargo em que se Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindi-
encontre investido. cância concluir que a infração está capitulada como
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por co- ilícito penal, a autoridade competente encaminhará
missão composta de três servidores estáveis designa- cópia dos autos ao Ministério Público, independente-
dos pela autoridade competente, observado o dispos- mente da imediata instauração do processo disciplinar.
to no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá
presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo a tomada de depoimentos, acareações, investigações
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolarida- e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
de igual ou superior ao do indiciado. recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor designa- modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
do pelo seu presidente, podendo a indicação recair em Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acom-
um de seus membros. panhar o processo pessoalmente ou por intermédio de

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir
ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do provas e contraprovas e formular quesitos, quando se
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou cola- tratar de prova pericial.
teral, até o terceiro grau. § 1º O presidente da comissão poderá denegar pedi-
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com in- dos considerados impertinentes, meramente protela-
dependência e imparcialidade, assegurado o sigilo ne- tórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento
cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse dos fatos.
da administração. § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das co- a comprovação do fato independer de conhecimento
missões terão caráter reservado. especial de perito.
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se- Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor me-
guintes fases: diante mandado expedido pelo presidente da comis-
I - instauração, com a publicação do ato que constituir são, devendo a segunda via, com o ciente do interessa-
a comissão; do, ser anexado aos autos.
II - inquérito administrativo, que compreende instru- Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público,
ção, defesa e relatório; a expedição do mandado será imediatamente comuni-
III - julgamento. cada ao chefe da repartição onde serve, com a indica-
ção do dia e hora marcados para inquirição.

27
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e re- § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade ins-
duzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo tauradora do processo designará um servidor como de-
por escrito. fensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente. superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou igual ou superior ao do indiciado.
que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará rela-
depoentes. tório minucioso, onde resumirá as peças principais dos
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a co- autos e mencionará as provas em que se baseou para
missão promoverá o interrogatório do acusado, obser- formar a sua convicção.
vados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158. § 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocên-
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles cia ou à responsabilidade do servidor.
será ouvido separadamente, e sempre que divergirem § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será
transgredido, bem como as circunstâncias agravantes
promovida a acareação entre eles.
ou atenuantes.
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao in-
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co-
terrogatório, bem como à inquirição das testemunhas,
missão, será remetido à autoridade que determinou a
sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, sua instauração, para julgamento.
facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio
do presidente da comissão. O inquérito é uma das fases do processo administrativo
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade disciplinar, obedecendo às regras descritas nesta seção, des-
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade tacando-se as que tratam da produção de provas.
competente que ele seja submetido a exame por junta
médica oficial, da qual participe pelo menos um médi- Seção II
co psiquiatra. Do Julgamento
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será
processado em auto apartado e apenso ao processo Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do rece-
principal, após a expedição do laudo pericial. bimento do processo, a autoridade julgadora proferirá
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formu- a sua decisão.
lada a indiciação do servidor, com a especificação dos § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da
fatos a ele imputados e das respectivas provas. autoridade instauradora do processo, este será encami-
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido nhado à autoridade competente, que decidirá em igual
pelo presidente da comissão para apresentar defesa prazo.
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
vista do processo na repartição. sanções, o julgamento caberá à autoridade competente
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co- para a imposição da pena mais grave.
mum e de 20 (vinte) dias. § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassa-
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo do- ção de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento
bro, para diligências reputadas indispensáveis. caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor,
a autoridade instauradora do processo determinará o
na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da
seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

data declarada, em termo próprio, pelo membro da co-


prova dos autos.
missão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
testemunhas.
salvo quando contrário às provas dos autos.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri- Parágrafo único. Quando o relatório da comissão con-
gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser trariar as provas dos autos, a autoridade julgadora po-
encontrado. derá, motivadamente, agravar a penalidade proposta,
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a au-
Oficial da União e em jornal de grande circulação na toridade que determinou a instauração do processo ou
localidade do último domicílio conhecido, para apre- outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade,
sentar defesa. total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constitui-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para ção de outra comissão para instauração de novo pro-
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publi- cesso.
cação do edital. § 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nuli-
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regu- dade do processo.
larmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. § 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na
processo e devolverá o prazo para a defesa. forma do Capítulo IV do Título IV.

28
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamen-
tos individuais do servidor.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público
para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado volunta-
riamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em
demissão, se for o caso.
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição de testemunha, denun-
ciado ou indiciado;
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realiza-
ção de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Nesta seção, trata-se do julgamento do processo administrativo disciplinar, que não será feito pela comissão, mas pela
autoridade competente para aplicar a sanção. Afinal, a comissão apenas indica qual o ato praticado pelo indiciamento. Se
houver mais de um indiciado e as sanções forem diversas, julga a autoridade de maior nível hierárquico. Ex: autoridade que
pode aplicar suspensão não pode aplicar demissão, de forma que se a um dos indiciados couber demissão será a autorida-
de que pode aplicar esta pena que aplicará também a suspensão ao outro indiciado.

Seção III
Da Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos
novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a
revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer elementos
novos, ainda não apreciados no processo originário.
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se
autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição de comissão, na forma do
art. 149.
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e inquirição das teste-
munhas que arrolar.
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e procedimentos próprios da co-
missão do processo disciplinar.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso do
qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os
direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.
A revisão do processo consiste na possibilidade do servidor condenado requerer que sua condenação seja revista se
surgirem novos fatos ou circunstâncias que justifiquem sua absolvição ou a aplicação de uma pena mais leve. Poderá ser
requerida ao ministro de Estado ou autoridade de mesma hierarquia e será apensada ao processo administrativo originário.
O julgamento será feito pela mesma autoridade que aplicou a pena. Se apurado que na verdade a pena deveria ser maior,
não cabe agravar a situação do servidor.

29
#FicaDica

Sindicância Inquérito administrativo Procedimento sumário


Prazo 30 + 30 dias 60 + 60 dias 30 + 15 dias
Suspensão por mais de Inassiduidade
30 dias Abandono de cargo
Penalidade/Motivo Suspensão de até 30 dias
Demissão Acumulação ilegal de
Cassação cargos
Comissão 1, 2 ou 3 servidores 3 servidores 2 servidores

EXERCÍCIO COMENTADO

1) (STM - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos - CESPE/2018) Julgue o item a seguir, relativo ao regime
jurídico dos servidores públicos civis da União, às carreiras dos servidores do Poder Judiciário da União e à responsabilidade
civil do Estado.
No caso de acumulação ilegal de cargos públicos, o servidor será notificado para apresentar opção e, se ele permane-
cer omisso, será instaurado procedimento administrativo disciplinar sumário conduzido por comissão composta por dois
servidores estáveis.

( ) Certo ( ) Errado

Resposta: Certo. O número de servidores é dois, conforme artigo 133, I, Lei nº 8.112/1990: “Detectada a qualquer tempo
a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servi-
dor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data
da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo
processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: I - Instauração, com a publicação do ato que
constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade
da transgressão objeto da apuração; [...]”. É a denominada comissão de inquérito, que se difere da comissão de processo
disciplinar.

SEGURIDADE SOCIAL

Título VI
Da Seguridade Social do Servidor

Capítulo I
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Disposições Gerais

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo
na administração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social,
com exceção da assistência à saúde.
§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para servir em organismo
oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de
previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do mencionado
regime de previdência.
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da vinculação ao regime do
Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mes-
mo percentual devido pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no
exercício de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais.
§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das remune-
rações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais quando
não recolhidas na data de vencimento.

30
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar co- a esse tempo;
bertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
família, e compreende um conjunto de benefícios e e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos propor-
ações que atendam às seguintes finalidades: cionais ao tempo de serviço.
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen- § 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou
ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tu-
falecimento e reclusão; berculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla,
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no
III - assistência à saúde. serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, es-
termos e condições definidos em regulamento, obser- pondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados
vadas as disposições desta Lei. avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Sín-
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social drome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras
do servidor compreendem: que a lei indicar, com base na medicina especializada.
I - quanto ao servidor: § 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas
a) aposentadoria; insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses pre-
b) auxílio-natalidade; vistas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso
c) salário-família; III, «a» e «c», observará o disposto em lei específica.
d) licença para tratamento de saúde; § 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; à junta médica oficial, que atestará a invalidez quando
f) licença por acidente em serviço; caracterizada a incapacidade para o desempenho das
g) assistência à saúde; atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar
h) garantia de condições individuais e ambientais de o disposto no art. 24.
trabalho satisfatórias; Art. 187. A aposentadoria compulsória será automá-
II - quanto ao dependente: tica, e declarada por ato, com vigência a partir do dia
a) pensão vitalícia e temporária; imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limi-
b) auxílio-funeral; te de permanência no serviço ativo.
c) auxílio-reclusão; Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez
d) assistência à saúde. vigorará a partir da data da publicação do respectivo
§ 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e ato.
mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se en- § 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de
contram vinculados os servidores, observado o dispos- licença para tratamento de saúde, por período não ex-
to nos arts. 189 e 224. cedente a 24 (vinte e quatro) meses.
§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por § 2o Expirado o período de licença e não estando em
fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado,
do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível. o servidor será aposentado.
§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término
Capítulo II da licença e a publicação do ato da aposentadoria será
Dos Benefícios considerado como de prorrogação da licença.
§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo,
Seção I serão consideradas apenas as licenças motivadas pela

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Da Aposentadoria enfermidade ensejadora da invalidez ou doenças cor-
relacionadas.
Art. 186. O servidor será aposentado: § 5o A critério da Administração, o servidor em licença
I - por invalidez permanente, sendo os proventos in- para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez
tegrais quando decorrente de acidente em serviço, poderá ser convocado a qualquer momento, para ava-
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou liação das condições que ensejaram o afastamento ou
incurável, especificada em lei, e proporcionais nos de- a aposentadoria.
mais casos; Art. 189. O provento da aposentadoria será calcula-
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com do com observância do disposto no § 3o do art. 41,
proventos proporcionais ao tempo de serviço; e revisto na mesma data e proporção, sempre que se
III - voluntariamente: modificar a remuneração dos servidores em atividade.
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e Parágrafo único. São estendidos aos inativos quais-
aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; quer benefícios ou vantagens posteriormente concedi-
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções das aos servidores em atividade, inclusive quando de-
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se pro- correntes de transformação ou reclassificação do cargo
fessora, com proventos integrais; ou função em que se deu a aposentadoria.
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 Art. 190. O servidor aposentado com provento pro-
(vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais porcional ao tempo de serviço se acometido de qual-

31
quer das moléstias especificadas no § 1o do art. 186 drasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes
desta Lei e, por esse motivo, for considerado inválido legais dos incapazes.
por junta médica oficial passará a perceber provento Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer
integral, calculado com base no fundamento legal de tributo, nem servirá de base para qualquer contribui-
concessão da aposentadoria. ção, inclusive para a Previdência Social.
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remu-
provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remune- neração, não acarreta a suspensão do pagamento do
ração da atividade. salário-família.
Art. 192. (Vetado).
Art. 193. (Revogado). Seção IV
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratifica- Da Licença para Tratamento de Saúde
ção natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em
valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tra-
adiantamento recebido. tamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que
participado de operações bélicas, durante a Segunda fizer jus.
Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será
setembro de 1967, será concedida aposentadoria com concedida com base em perícia oficial.
provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço § 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será
efetivo. realizada na residência do servidor ou no estabeleci-
mento hospitalar onde se encontrar internado.
Seção II § 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local
Do Auxílio-Natalidade onde se encontra ou tenha exercício em caráter perma-
nente o servidor, e não se configurando as hipóteses
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atesta-
motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente do passado por médico particular.
ao menor vencimento do serviço público, inclusive no § 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente
caso de natimorto. produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade
§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acres- de recursos humanos do órgão ou entidade.
cido de 50% (cinquenta por cento), por nascituro. § 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e
§ 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do
servidor público, quando a parturiente não for servi- primeiro dia de afastamento será concedida mediante
dora. avaliação por junta médica oficial.
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que
Seção III trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos
Do Salário-Família de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por
cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo campo de atuação da odontologia.
ou ao inativo, por dependente econômico. Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econô- a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser
micos para efeito de percepção do salário-família: dispensada de perícia oficial, na forma definida em re-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os gulamento.


enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se es- Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não
tudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo
qualquer idade; quando se tratar de lesões produzidas por acidente em
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante serviço, doença profissional ou qualquer das doenças
autorização judicial, viver na companhia e às expensas especificadas no art. 186, § 1o.
do servidor, ou do inativo; Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões
III - a mãe e o pai sem economia própria. orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção
Art. 198. Não se configura a dependência econômica médica.
quando o beneficiário do salário-família perceber ren- Art. 206-A. O servidor será submetido a exames mé-
dimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclu- dicos periódicos, nos termos e condições definidos em
sive pensão ou provento da aposentadoria, em valor regulamento.
igual ou superior ao salário-mínimo. Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públi- União e suas entidades autárquicas e fundacionais po-
cos e viverem em comum, o salário-família será pago a derão:
um deles; quando separados, será pago a um e outro, I - prestar os exames médicos periódicos diretamente
de acordo com a distribuição dos dependentes. pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o pa- o servidor;

32
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação Art. 213. O servidor acidentado em serviço que neces-
ou parceria com os órgãos e entidades da administra- site de tratamento especializado poderá ser tratado em
ção direta, suas autarquias e fundações; instituição privada, à conta de recursos públicos.
III - celebrar convênios com operadoras de plano de Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta
assistência à saúde, organizadas na modalidade de au- médica oficial constitui medida de exceção e somente
togestão, que possuam autorização de funcionamento será admissível quando inexistirem meios e recursos
do órgão regulador, na forma do art. 230; ou adequados em instituição pública.
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de
contrato administrativo, observado o disposto na Lei 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o
no 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas exigirem.
pertinentes.
Seção VII
Seção V Da Pensão
Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Pa-
ternidade Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas
hipóteses legais, fazem jus à pensão a partir da data de
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante óbito, observado o limite estabelecido no inciso XI do
por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo caput do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2º da
da remuneração. Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004.
§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do Art. 216. (Revogado)
nono mês de gestação, salvo antecipação por pres- Art. 217. São beneficiários das pensões:
crição médica. I - o cônjuge;
§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou
início a partir do parto. de fato, com percepção de pensão alimentícia estabe-
§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias lecida judicialmente;
do evento, a servidora será submetida a exame médi- III - o companheiro ou companheira que comprove
co, e se julgada apta, reassumirá o exercício. união estável como entidade familiar;
§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos
a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso seguintes requisitos:
remunerado. a) seja menor de 21 (vinte e um) anos;
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servi- b) seja inválido;
dor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias c) tenha deficiência grave; ou
consecutivos. d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade do regulamento;
de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante V - a mãe e o pai que comprovem dependência econô-
a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que mica do servidor; e
poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora. VI - o irmão de qualquer condição que comprove de-
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda ju- pendência econômica do servidor e atenda a um dos
dicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão conce- requisitos previstos no inciso IV.
didos 90 (noventa) dias de licença remunerada. § 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo referidos nos incisos V e VI.
de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias. § 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que
trata o inciso V do caput exclui o beneficiário referido
Seção VI no inciso VI.
Da Licença por Acidente em Serviço § 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a fi-
lho mediante declaração do servidor e desde que com-
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o provada dependência econômica, na forma estabeleci-
servidor acidentado em serviço. da em regulamento.
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à
ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, me- pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais
diata ou imediatamente, com as atribuições do cargo entre os beneficiários habilitados.
exercido. Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço tempo, prescrevendo tão-somente as prestações exigí-
o dano: veis há mais de 5 (cinco) anos.
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova
pelo servidor no exercício do cargo; posterior ou habilitação tardia que implique exclusão
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e de beneficiário ou redução de pensão só produzirá
vice-versa. efeitos a partir da data em que for oferecida.

33
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (qua-
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário conde- renta e três) anos de idade;
nado pela prática de crime de que tenha dolosamente 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
resultado a morte do servidor; de idade.
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se § 1º A critério da administração, o beneficiário de pen-
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude são cuja preservação seja motivada por invalidez, por
no casamento ou na união estável, ou a formalização incapacidade ou por deficiência poderá ser convocado
desses com o fim exclusivo de constituir benefício pre- a qualquer momento para avaliação das referidas con-
videnciário, apuradas em processo judicial no qual será dições.
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. § 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra con-
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte tida no inciso III ou os prazos previstos na alínea “b”
presumida do servidor, nos seguintes casos: do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do servidor
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária decorrer de acidente de qualquer natureza ou de do-
competente; ença profissional ou do trabalho, independentemente
II - desaparecimento em desabamento, inundação, in- do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais
cêndio ou acidente não caracterizado como em serviço; ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou
III - desaparecimento no desempenho das atribuições de união estável.
do cargo ou em missão de segurança. § 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
Parágrafo único. A pensão provisória será transforma- desde que nesse período se verifique o incremento mí-
da em vitalícia ou temporária, conforme o caso, de- nimo de um ano inteiro na média nacional única, para
corridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o ambos os sexos, correspondente à expectativa de so-
eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que brevida da população brasileira ao nascer, poderão ser
o benefício será automaticamente cancelado. fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato
I - o seu falecimento; do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer Gestão, limitado o acréscimo na comparação com as
após a concessão da pensão ao cônjuge; idades anteriores ao referido incremento.
III - a cessação da invalidez, em se tratando de bene- § 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de Pre-
ficiário inválido, o afastamento da deficiência, em se vidência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdên-
tratando de beneficiário com deficiência, ou o levan- cia Social (RGPS) será considerado na contagem das 18
tamento da interdição, em se tratando de beneficiário (dezoito) contribuições mensais referidas nas alíneas
com deficiência intelectual ou mental que o torne ab- “a” e “b” do inciso VII do caput.
soluta ou relativamente incapaz, respeitados os perío- Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de benefici-
dos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “a” ário, a respectiva cota reverterá para os cobeneficiários.
e “b” do inciso VII; Art. 224. As pensões serão automaticamente atualiza-
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, das na mesma data e na mesma proporção dos rea-
pelo filho ou irmão; justes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; disposto no parágrafo único do art. 189.
VI - a renúncia expressa; e Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a per-
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os in- cepção cumulativa de pensão deixada por mais de um
cisos I a III do caput do art. 217: cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer 2 (duas) pensões.


sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contri-
buições mensais ou se o casamento ou a união estável Seção VIII
tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes Do Auxílio-Funeral
do óbito do servidor;
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do ser-
acordo com a idade do pensionista na data de óbito do vidor falecido na atividade ou aposentado, em valor
servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições equivalente a um mês da remuneração ou provento.
mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do § 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio
casamento ou da união estável: será pago somente em razão do cargo de maior remu-
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos neração.
de idade; § 2º (VETADO).
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) § 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e
anos de idade; oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e pessoa da família que houver custeado o funeral.
nove) anos de idade; Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) será indenizado, observado o disposto no artigo an-
anos de idade; terior.

34
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em ser- § 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo,
viço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as ficam a União e suas entidades autárquicas e fundacio-
despesas de transporte do corpo correrão à conta de nais autorizadas a:
recursos da União, autarquia ou fundação pública. I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação
de serviços de assistência à saúde para os seus servido-
Seção IX res ou empregados ativos, aposentados, pensionistas,
Do Auxílio-Reclusão bem como para seus respectivos grupos familiares de-
finidos, com entidades de autogestão por elas patroci-
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio- nadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente
-reclusão, nos seguintes valores: celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e
I - dois terços da remuneração, quando afastado por que possuam autorização de funcionamento do órgão
motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determi- regulador, sendo certo que os convênios celebrados
nada pela autoridade competente, enquanto perdurar depois dessa data somente poderão sê-lo na forma da
a prisão; regulamentação específica sobre patrocínio de auto-
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em gestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador,
virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência des-
que não determine a perda de cargo. ta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servi- existentes até 12 de fevereiro de 2006;
dor terá direito à integralização da remuneração, desde II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei
que absolvido. no 8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir e seguros privados de assistência à saúde que possuam
do dia imediato àquele em que o servidor for posto em autorização de funcionamento do órgão regulador;
liberdade, ainda que condicional. III - (VETADO)
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclu- § 4o (VETADO)
são será devido, nas mesmas condições da pensão por § 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total
morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão.
despendido pelo servidor ou pensionista civil com pla-
no ou seguro privado de assistência à saúde.
Capítulo III
Da Assistência à Saúde
Capítulo IV
Do Custeio
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
inativo, e de sua família compreende assistência mé-
Art. 231. (Revogado).
dica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêu-
tica, terá como diretriz básica o implemento de ações
preventivas voltadas para a promoção da saúde e será
prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, direta- EXERCÍCIOS COMENTADOS
mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado
o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda
na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do 1) (ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA - CESPE/2018)
valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus Julgue o item que se segue, a respeito do regime jurídico
dependentes ou pensionistas com planos ou seguros dos servidores públicos, da Lei de Responsabilidade Fiscal,
privados de assistência à saúde, na forma estabelecida da Lei de Improbidade Administrativa e da garantia empre-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


em regulamento. gatícia de servidores efetivos e vitalícios.
§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exi- A despeito do caráter compulsório da aposentadoria aos
gida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência setenta anos de idade, o detentor de cargo público vitalício
de médico ou junta médica oficial, para a sua realização poderá exercê-lo até os oitenta anos de idade.
o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, con-
vênio com unidades de atendimento do sistema público ( ) Certo ( ) Errado
de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de
utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Resposta: Errado. Disciplina o artigo 186, II, Lei nº
Social - INSS. 8.112/1990: “O servidor será aposentado: [...] II - com-
§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da pulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou tos proporcionais ao tempo de serviço”.
entidade promoverá a contratação da prestação de ser-
viços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica
especificamente para esses fins, indicando os nomes e
especialidades dos seus integrantes, com a comprova-
ção de suas habilitações e de que não estejam respon-
dendo a processo disciplinar junto à entidade fiscaliza-
dora da profissão.

35
DISPOSIÇÕES GERAIS Todo o conceito de desenvolvimento social se relaciona
com uma ideia consolidada nas premissas do Humanismo
Título VIII que é a de preservação do bem comum social. Maritain10,
tradicional filósofo humanista, ressaltou que o fim da so-
Capítulo Único ciedade é o seu bem comum e que esse bem comum é o
Das Disposições Gerais das pessoas humanas, que compõem a sociedade. Assim,
ele apontou as características essenciais do bem comum:
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado redistribuição, pela qual o bem comum deve ser redistri-
a vinte e oito de outubro. buído às pessoas e colaborar para o desenvolvimento de-
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Po- las; respeito à autoridade na sociedade, pois a autoridade é
deres Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes necessária para conduzir a comunidade de pessoas huma-
incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos nas para o bem comum; moralidade, que constitui a reti-
dão de vida, sendo a justiça e a retidão moral os elementos
respectivos planos de carreira:
essenciais do bem comum.
I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou tra-
Desenvolvimento social não se dá por si só, é preciso
balhos que favoreçam o aumento de produtividade e a
que o Estado tome providências para que ele ocorra, no-
redução dos custos operacionais; tadamente por políticas públicas que consolidem as pre-
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mé- missas da igualdade material: tratando de maneira igual
rito, condecoração e elogio. os que se encontram nas mesmas condições e de maneira
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados diversa os que não se encontram.
em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e in- No âmbito do Poder Executivo há um ministério espe-
cluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para cífico que controla o desenvolvimento social, embora po-
o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em líticas voltadas a ele se encontrem espalhadas por toda a
que não haja expediente. estrutura governamental. O Ministério de Desenvolvimen-
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção to Social e Combate à Fome coordena inúmeras iniciativas
filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado voltadas ao desenvolvimento social: acesso à informação,
de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em Brasil sem miséria, segurança alimentar, bolsa família, entre
sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de outras.11 Contudo, a principal iniciativa voltada ao desen-
seus deveres. volvimento social para os fins do concurso em questão é a
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos da assistência social, descrita pelo Ministério nos seguintes
termos da Constituição Federal, o direito à livre associa- termos:
ção sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela “A assistência social, política pública não contributiva, é
decorrentes: dever do Estado e direto de todo cidadão que dela necessi-
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como tar. Entre os principais pilares da assistência social no Brasil
substituto processual; estão a Constituição Federal de 1988, que dá as diretrizes
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano para a gestão das políticas públicas, e a Lei Orgânica da
após o final do mandato, exceto se a pedido; Assistência Social (Loas), de 1993, que estabelece os obje-
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sin- tivos, princípios e diretrizes das ações.
dical a que for filiado, o valor das mensalidades e con- A Loas determina que a assistência social seja organi-
tribuições definidas em assembleia geral da categoria. zada em um sistema descentralizado e participativo, com-
posto pelo poder público e pela sociedade civil. A IV Con-
d) e e) (Revogados).
ferência Nacional de Assistência Social deliberou, então, a
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do


implantação do Sistema Único de Assistência Social (Suas).
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas
Cumprindo essa deliberação, o Ministério do Desenvolvi-
expensas e constem do seu assentamento individual. mento Social e Combate à Fome (MDS) implantou o Suas,
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companhei- que passou a articular meios, esforços e recursos para a
ra ou companheiro, que comprove união estável como execução dos programas, serviços e benefícios socioassis-
entidade familiar. tenciais.
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o O Suas organiza a oferta da assistência social em todo o
município onde a repartição estiver instalada e onde o Brasil, promovendo bem-estar e proteção social a famílias,
servidor tiver exercício, em caráter permanente. crianças, adolescentes e jovens, pessoas com deficiência,
idosos – enfim, a todos que dela necessitarem. As ações
2. O servidor público como agente de desenvolvi- são baseadas nas orientações da nova Política Nacional de
mento social. Assistência Social (PNAS), aprovada pelo Conselho Nacio-
nal de Assistência Social (CNAS) em 2004.
Desenvolvimento social consiste na evolução dos com-
ponentes da sociedade (capital humano) e na maneira 10 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei
como estes se relacionam (capital social). Em outras pala- natural. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio
vras, é a melhoria da sociedade em que vivemos para toda Editora, 1967.
a população. 11 http://www.mds.gov.br/

36
A gestão das ações socioassistenciais segue o previsto
na Norma Operacional Básica do Suas (NOB/Suas), que dis-
ciplina a descentralização administrativa do Sistema, a re- EXERCÍCIOS COMENTADOS
lação entre as três esferas do Governo e as formas de apli-
cação dos recursos públicos. Entre outras determinações, a 1. (DETRAN-DF - Analista - Comunicação Social - CES-
NOB reforça o papel dos fundos de assistência social como PE/2009) Prestação de contas, transparência e informação
as principais instâncias para o financiamento da PNAS. de qualidade são atributos cada vez mais presentes na co-
A gestão da assistência social brasileira é acompanhada municação das instituições com os seus públicos. Por meio
e avaliada tanto pelo poder público quanto pela sociedade de projetos e de produtos e serviços implantados, a co-
civil, igualmente representados nos conselhos nacional do municação permite participação, desenvolvimento social,
Distrito Federal, estaduais e municipais de assistência social. transformação de realidades e melhores práticas de cida-
Esse controle social consolida um modelo de gestão trans- dania. (Regina E. César. Movimentos sociais, comunidade
parente em relação às estratégias e à execução da política. e cidadania, In: Relações públicas comunitárias: a comu-
A transparência e a universalização dos acessos aos pro- nicação em uma perspectiva dialógica e transformadora.
gramas, serviços e benefícios socioassistenciais, promovidas Orgs: Margarida M. Kunsch, Krohling Kunsch e Waldermar
por esse modelo de gestão descentralizada e participativa, vem L. Kunsch. São Paulo: Summus, 2007 - com adaptações).
consolidar, definitivamente, a responsabilidade do Estado bra- Considerando o texto acima, julgue os próximos itens.
sileiro no enfrentamento da pobreza e da desigualdade, com a Não é possível garantir desenvolvimento social, transfor-
participação complementar da sociedade civil organizada, atra- mação de realidade ou cidadania se não houver ética.
vés de movimentos sociais e entidades de assistência social”.
A respeito da Assistência Social, explica Tavares12: “a fim ( ) Certo ( ) Errado
de atender à demanda por prestações materiais trabalhistas,
de saúde, previdência e educação, as Constituições passa- Resposta: Certo. O desenvolvimento social é propicia-
ram a atribuir ao Estado a responsabilidade pelo forneci- do por fatores como a gestão ética do serviço público,
mento de serviços públicos, o que conduziu a uma inflação pois se esta ocorrer necessariamente haverá um empe-
normativa nem sempre acompanhada de mecanismos efi- nho mais efetivo dos recursos públicos, por exemplo.
cazes de garantia dos direitos sociais declarados, além do
Apenas com desenvolvimento social que se transforma
inchaço da estrutura administrativa estatal”.
a realidade e apenas com a ética que se desenvolve o
Nesta linha, afirma Couto13: “compõe o direito social a
senso de cidadania. Sendo assim, são todos fatores in-
ideia de que as dificuldades enfrentadas pelos homens para
terligados.
viver com dignidade serão assumidas coletivamente pela so-
ciedade, com supremacia da responsabilidade de cobertura
3 Saúde e qualidade de vida no serviço público.
do Estado, que deverá criar um sistema institucional capaz
de dar conta dessas demandas”.
Logo, a assistência social é uma atividade tipicamente É preciso garantir ao funcionário público saúde e qua-
voltada ao desenvolvimento social e à promoção do bem lidade de vida no desempenho de suas atividades, posto
comum em sociedade. Por isso, o funcionário público que se que sem isto ele se verá desmotivado a fazê-lo de maneira
vincule ao serviço social desempenhará funções diretamente efetiva, o que prejudica diretamente sua contribuição para
ligadas à promoção do desenvolvimento social. o desenvolvimento social. Para tanto, a legislação anterior-
Por outro lado, bem se sabe que há um inchaço na as- mente estudada garante um rol de direitos a este servidor,
sistência social devido aos inúmeros pedidos de benefícios estudados na Lei nº 8.112/1990, os quais devem ser res-
sociais, de tal forma que a previdência acaba pagando muito peitados.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


mais do que recebe. As situações de conflito que podem Em busca da promoção de uma melhor saúde e qua-
surgir em meio a este impasse tendem a deixar o funcionário lidade de vida no serviço público, foi elaborada a Porta-
público sem fé quanto ao papel social de suas funções. ria SEPLAG nº 03/2003, que institui as diretrizes gerais de
promoção da saúde do servidor público federal, cujo teor
segue abaixo:
#FicaDica
PORTARIA NORMATIVA Nº 3, DE 25 DE MARÇO DE 2013
Desenvolvimento social – Propiciado pela
atuação dos servidores públicos no âmbito da Institui as diretrizes gerais de promoção da saúde do
assistência social (ex.: INSS). servidor público federal, que visam orientar os órgãos e
entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Fe-
deral - SIPEC.
12 TAVARES, Marcelo Leonardo. Previdência e Assis-
tência Social: Legitimação e Fundamentação Consti- A SECRETÁRIA DE GESTÃO PÚBLICA DO MINISTÉRIO
tucional Brasileira. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso das
13 COUTO, Berenice Rojas. O Direito Social e a As- atribuições que lhe confere o artigo 23, inciso I, alínea “a”,
sistência Social na Sociedade Brasileira: Uma Equa- item 7, do Anexo I, do Decreto nº 7.675, de 20 de janeiro
ção Possível? 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006. de 2012, resolve:

37
Art. 1º Ficam instituídas as diretrizes gerais de pro- segurança e dos processos de trabalho, fazendo uso
moção da saúde do servidor público federal a serem da informação e indicadores de saúde como insumos
adotadas como referência nas ações de promoção da para orientar e favorecer a transformação contínua do
saúde dos órgãos e entidades que compõem o Sistema nível de saúde e das condições de vida dos servidores,
de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, na respeitando as necessidades das diferentes etapas do
forma do Anexo. desenvolvimento humano.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
blicação. Seção II
Dos objetivos
ANA LÚCIA AMORIM DE BRITO
Art. 6º A definição das diretrizes gerais de promoção
ANEXO à saúde do servidor público federal tem por objetivos:
I - o estímulo à oferta de ações de educação em saú-
CAPÍTULO I de e promoção da saúde junto aos servidores públicos
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES federais, em diferentes níveis de prevenção, direciona-
das ao bem-estar, à qualidade de vida e à redução da
Seção I vulnerabilidade a riscos relacionados à saúde, aos seus
Das diretrizes gerais de promoção da saúde do servi- determinantes e condicionantes;
dor público federal II - propiciar aos servidores ambientes de trabalho sau-
dáveis, com o envolvimento destes e dos gestores no
Art. 1º Ficam instituídas as diretrizes gerais de promo- estabelecimento de um processo de melhoria contínua
ção da saúde do servidor público federal, a serem ado- das condições e das relações no trabalho e da saúde,
tadas como referência pelos órgãos e entidades que propiciando bem-estar das pessoas inseridas no con-
compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração texto laboral;
Federal - SIPEC, na forma deste Anexo. III - a melhor compreensão da determinação do proces-
Parágrafo único. As diretrizes integram o conjunto de
so saúde e doença nos servidores públicos e o desen-
ações da Política de Atenção à Saúde e Segurança do
volvimento de alternativas de intervenção que levem à
Trabalho do Servidor Público Federal - PASS, prevista
transformação da realidade, em direção à apropriação,
no Decreto nº 6.833, de 29 de abril de 2009, que criou o
pelos servidores, da dimensão humana do trabalho; e
Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor
IV - a intervenção nas determinantes do processo saú-
Público Federal - SIASS.
de e doença e do processo de adoecimento em seus
Art. 2º As diretrizes destinam-se a subsidiar políticas e
aspectos individuais e nas relações coletivas do am-
projetos de promoção da saúde e de qualidade de vida
biente de trabalho; e
no trabalho, a serem implantados de forma descentra-
lizada e transversal, por meio das áreas de gestão de V - a contribuição para a melhoria da qualidade de vida
pessoas, de saúde e de segurança no trabalho, e que dos servidores.
contemplem a gestão participativa.
Art. 3º A concepção que fundamenta estas diretrizes Seção III
prioriza ações voltadas à educação em saúde, à pre- Das premissas e princípios norteadores
venção dos riscos, agravos e danos à saúde do servi-
dor, ao estímulo dos fatores de proteção da saúde e ao Art. 7º Sem prejuízo dos princípios e diretrizes estabe-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

controle de determinadas doenças. lecidos pela Política de Atenção à Saúde e Segurança


Art. 4º As ações de promoção da saúde têm como fina- do Trabalho do Servidor Público Federal e pela Nor-
lidade a melhoria dos ambientes, da organização e do ma Operacional de Saúde do Servidor Público Federal
processo de trabalho, de modo a ampliar a conscienti- (Portaria Normativa SRH nº 3, de 7 de maio de 2010),
zação, a responsabilidade e a autonomia dos servido- para o desenvolvimento de ações de promoção da
res, em consonância com os esforços governamentais saúde, de prevenção de doenças, de melhoria da qua-
de construção de uma cultura de valorização da saúde lidade de vida no trabalho e de educação em saúde,
para redução da morbimortalidade, por meio de hábi- serão observadas as seguintes premissas:
tos saudáveis de vida e de trabalho. I - multideterminação da saúde: a saúde é compreendi-
Parágrafo único. As ações abrangem as mudanças na da como fenômeno decorrente de diversos fatores de
organização e no ambiente de trabalho, com foco na natureza biológica, psicológica e social;
prevenção dos acidentes e das doenças relacionadas II - abordagem biopsicossocial: as equipes multipro-
ao trabalho e na educação em saúde para a adoção de fissionais devem pautar sua atuação na perspectiva
práticas que melhorem as condições e a qualidade de biopsicossocial dos indivíduos, por meio de ações in-
vida no trabalho. terdisciplinares que favoreçam relações entre diferen-
Art. 5º As iniciativas de promoção da saúde devem, tes conhecimentos, considerados os múltiplos fatores
preferencialmente, basear-se em dados epidemiológi- que influenciam a condição de saúde dos servidores
cos e no resultado das avaliações das condições, da em suas relações com o trabalho;

38
III - interdisciplinaridade: a abordagem multiprofissio- CAPÍTULO II
nal sobre as ações e programas de promoção da saúde DAS AÇÕES PROGRAMÁTICAS DE PROMOÇÃO À
deve contemplar os conhecimentos técnicos a partir SAÚDE DO SERVIDOR
de visão interdisciplinar, observada a relação entre as
diferentes áreas do conhecimento e, fundamentalmen- Art. 9º As ações de promoção da saúde devem con-
te, considerado o conhecimento dos servidores para o templar abordagens coletivas que possam influenciar
desenvolvimento das ações e dos programas; ou modificar hábitos individuais e culturas organizacio-
IV - gestão participativa no desenvolvimento das ações: nais, de maneira a favorecer os espaços de convivên-
estabelecimento de espaços coletivos que promovam cia e de produção de saúde, fortalecendo a autonomia
a difusão de conhecimento e a reflexão crítica, assegu- dos servidores e contribuindo com suas competências
rado o direito de participação dos servidores em todas e habilidades.
as etapas do processo de atenção à saúde; § 1º As iniciativas devem zelar pela consistência teóri-
V - ambientes de trabalho saudáveis: as iniciativas de ca e técnica, por intervenções com eficácia conhecida,
promoção da saúde do servidor público federal devem além de considerar impactos positivos, preferencial-
pressupor uma concepção que não se restrinja à au- mente por meio da indicação de resultados mensurá-
sência de doença, mas que seja capaz de atuar sobre veis.
os determinantes da saúde, incidindo a intervenção, § 2º Os projetos e atividades de promoção da saúde
também, sobre as condições de trabalho no serviço devem ser monitorados a partir de indicadores pro-
público; duzidos com essa finalidade, para avaliar os impactos
VI - relação entre atenção à saúde e gestão de pesso- na relação saúde, doença e trabalho, visando rever ou
as: a promoção da saúde deve ser reconhecida como aprimorar as ações, e pelo registro em sistema infor-
uma estratégia fundamental das políticas de gestão de matizado disponibilizado pelo órgão central do SIPEC.
pessoas, como forma de expressão de uma proposta § 3º As ações de promoção da saúde devem, preferen-
abrangente e que busca garantir o equilíbrio entre tra- cialmente, ser realizadas por meio de equipes multi-
balho e saúde e a indissociabilidade entre atenção e profissionais, compostas por um conjunto de servido-
gestão; e res com formação em diversas áreas do conhecimento,
VII - humanização na atenção à saúde. responsáveis pelo desenvolvimento das ações de saú-
Art. 8º As ações de promoção da saúde no âmbito do de e segurança do trabalho, no âmbito das unidades
serviço público federal devem constar dos planos, pro- SIASS, bem como dos órgãos e entidades que com-
gramas, projetos e ações gerenciais dos órgãos que põem o SIPEC.
compõem o SIPEC e ser ofertadas de acordo com os Art. 10. No planejamento das ações de promoção da
seguintes princípios: saúde, assim como daquelas destinadas à prevenção
I - universalidade e equidade: as ações de promoção de riscos e doenças, deverão ser priorizadas as seguin-
da saúde do servidor contemplam todos os servidores tes áreas:
públicos federais; I - saúde do adulto;
II - integralidade das ações: integração do conjunto de II - saúde bucal;
atividades voltadas para os indivíduos e as coletivida- III - saúde do homem;
des, articuladas para potencializar as ações de promo- IV - saúde do idoso;
ção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos V - saúde mental;
servidores; VI - saúde da mulher;
III - acesso à informação: fornecimento de informações VII - saúde das pessoas com deficiência; e

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


aos servidores, sobretudo aquelas que ampliem seus VIII - saúde ocupacional.
conhecimentos sobre saúde e aumentem a autono- Parágrafo único. Para as áreas de que trata o caput des-
mia para decisão quanto ao seu estilo de vida, que os te artigo, deverão ser definidas estratégias para grupos
orientem quanto aos procedimentos a serem adotados específicos de servidores, com a finalidade de propiciar
em caso de doenças, acidentes e demais agravos à saú- o desenvolvimento de abordagens e intervenções di-
de e em relação às medidas de prevenção para evitar o ferenciadas.
surgimento de doenças e de situações de risco à saúde; Art. 11. No intuito de viabilizar o cuidado em saúde e
IV - descentralização: as ações voltadas para a saúde do aumentar o impacto dos programas e ações de pro-
servidor serão planejadas e executadas pelas unidades moção da saúde, priorizam-se os seguintes temas de
do SIASS e pelos órgãos e entidades que compõem o interesse:
SIPEC, segundo as prioridades e as necessidades dos I - alimentação saudável;
servidores da área de abrangência, valendo-se dos ser- II - cuidado integral em saúde;
viços de referência e contra-referência; e III - desenvolvimento de habilidades sociais e do tra-
V - comunicação, formação e capacitação: manutenção balho;
de políticas de comunicação, de formação permanente IV - envelhecimento ativo, educação e preparação para
e de capacitação nas áreas de promoção da saúde do a aposentadoria;
servidor. V - gestão integrada de doenças crônicas e fatores de
risco;

39
VI - mediação de conflitos; I - viabilizar ou firmar cooperações técnicas que assegu-
VII - prática corporal e atividade física; rem os meios e recursos necessários para o desenvolvi-
VIII - prevenção da violência e estimulo à cultura da mento de ações de promoção da saúde, em consonân-
paz; cia com o perfil epidemiológico dos servidores, com as
IX - prevenção e controle do tabagismo; características institucionais e especificidades regionais;
X - redução da morbidade em decorrência do uso abu- II - incluir, sistematicamente, ações programáticas dire-
sivo de álcool e outras drogas; cionadas para promoção da saúde dos servidores no
XI - valorização da diversidade humana; planejamento do órgão ou entidade e dos relatórios
XII - prevenção de acidentes de trabalho; e anuais de gestão;
XIII - intervenção nos ambientes e processos de tra- III - assegurar o cumprimento destas diretrizes e promo-
balho com vistas à prevenção de doenças, agravos e ver a formação e capacitação, em conformidade com as
acidentes ocupacionais. orientações das equipes técnicas de vigilância e de pro-
moção da saúde; e
CAPÍTULO III IV - garantir o registro das informações relativas às ações
DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS e programas de promoção da saúde no sistema informa-
tizado disponibilizado pelo órgão central do SIPEC.
Art. 12. Na implementação das diretrizes gerais de promo- Art. 15. Na implementação das diretrizes gerais de pro-
ção da saúde do servidor público federal, compete à Se- moção da saúde do servidor público federal, compete às
cretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orça- unidades do SIASS:
mento e Gestão, na qualidade de órgão central do SIPEC: I - coordenar e executar ações voltadas à promoção da
I - aprovar orientações, portarias e outros atos norma- saúde, em especial à melhoria das condições e organi-
tivos complementares a esta Portaria; zação do trabalho, prevenção de acidentes, agravos à
II - manter sistema de registro de informações dos pro- saúde e doenças;
gramas de promoção da saúde; e II - apoiar e supervisionar os órgãos que as compõem no
III - promover, com a colaboração dos setores compe- planejamento, execução e monitoramento das ações de
tentes, o estudo para a provisão de recursos humanos promoção da saúde;
e orçamentários necessários ao desenvolvimento das III - desenvolver estratégias para o recebimento de infor-
ações e atividades de promoção à saúde. mações sobre casos que caracterizam assédio moral no
Art. 13. Na implementação das diretrizes gerais de pro- trabalho e para a adoção das providências cabíveis;
moção da saúde do servidor público federal, compete IV - elaborar o perfil epidemiológico da saúde dos servi-
ao Departamento de Políticas de Saúde, Previdência e dores, a partir de fontes de informação existentes, com
Benefícios do Servidor da Secretaria de Gestão Pública o objetivo de orientar as ações de atenção à saúde do
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: servidor, em especial a intervenção nos ambientes e pro-
I - formular e propor normas e diretrizes para a área de cesso de trabalho; e
promoção da saúde do servidor; V - realizar o registro das informações relativas às ações e
II - promover estudos das legislações relacionadas à programas de promoção à saúde, ofertadas pela unida-
saúde do servidor, no âmbito de sua competência, e de, no sistema informatizado disponibilizado pelo órgão
propor o seu aperfeiçoamento; central do SIPEC.
III - apoiar estudos e pesquisas pertinentes aos pro- Art. 16. Na implementação das diretrizes gerais de pro-
blemas que afetam a segurança e a saúde do servidor, moção da saúde do servidor público federal, compete
contribuindo para a oferta de programas de promoção às equipes multiprofissionais vinculadas às unidades do
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

da saúde e prevenção dos agravos; SIASS e aos órgãos e entidades que compõem o SIPEC:
IV - difundir informações que contribuam para a prote- I - planejar e executar ações voltadas para promoção da
ção e promoção da saúde do servidor; saúde, em especial para a melhoria das condições de tra-
V - dar visibilidade às ações e programas de promoção balho, prevenção de acidentes, agravos à saúde e doen-
da saúde ofertados pelos órgãos e entidades da admi- ças relacionadas ao trabalho;
nistração pública federal, a partir das iniciativas regis- II - sistematizar e analisar os dados gerados nas ações de
tradas no sistema informatizado disponibilizado pelo promoção da saúde, notificando os agravos relacionados
órgão central, possibilitando o controle e avaliação da ao trabalho no sistema informatizado disponibilizado
qualidade das ações e programas de promoção à saú- pelo órgão central do SIPEC;
de do servidor; e III - amparar os servidores e indicar-lhes ações de pro-
VI - estabelecer parcerias e intercâmbios técnicos com moção da saúde, preservando o sigilo das informações
organismos e instituições afins, nacionais e internacio- individuais;
nais, para fortalecer a atuação institucional e promover IV - zelar pela integralidade das ações, pela humanização
a capacitação dos colaboradores. do trabalho em saúde, considerando a abordagem mul-
Art. 14. Na implementação das diretrizes gerais de pro- tiprofissional e interdisciplinar; e
moção da saúde do servidor público federal, compete V - realizar o registro das informações relativas às ações
aos dirigentes dos órgãos ou entidades e gestores de e programas de promoção da saúde do servidor no sis-
pessoas ou de recursos humanos: tema informatizado disponibilizado pelo órgão central.

40
CAPÍTULO IV
DO PLANEJAMENTO #FicaDica

Art. 17. No âmbito dos órgãos e entidades que com- Saúde e qualidade de vida no serviço público
põem o SIPEC, o planejamento em promoção da saúde – viabilizam condições para que o servidor
requer: consiga promover o desenvolvimento social.
I - o emprego destas diretrizes para a orientação das O servidor público terá saúde e qualidade de
ações que serão desenvolvidas; e vida na medida em que forem assegurados
II - a observância da integralidade do cuidado e dos seus direitos, previstos na Lei nº 8.112/1990.
determinantes sociais e de saúde e, sempre que possí-
vel, de acordo com as necessidades e situações de saú-
de dos servidores nos diferentes órgãos e entidades
compõe o SIPEC. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA NA
LEI Nº 8.429/92.
CAPÍTULO V
DO FINANCIAMENTO
1. OBJETIVO DA LEI
Art. 18. Cabe aos órgãos e entidades no âmbito do Essa lei tem como escopo prever as sanções aos agen-
SIPEC viabilizarem os meios e os recursos necessários tes públicos que incorrerem em ato de improbidade ad-
para garantir a implantação e a implementação das ministrativa no exercício de mandato, cargo, emprego ou
ações de promoção da saúde, com recursos próprios função na administração pública direta (União, Estados /
ou oriundos do Ministério do Planejamento, Orçamen- Distrito Federal e Municípios) e indireta (Autarquias, Socie-
to e Gestão. dade de Economia Mista, Empresa Pública e Fundações),
além de adotar providências correlatas.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 2 – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Para facilitar seu entendimento, primeiramente você
Art. 19. Os órgãos e entidades integrantes do SIPEC de- deve entender o significado da palavra agente público.
vem observar estas diretrizes na elaboração de orienta- Conforme previsto no artigo 2º da lei Reputa-se agente
ções e condutas específicas. público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
Art. 20. Os órgãos e entidades integrantes do SIPEC de- ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por elei-
verão elaborar plano de ação, o qual conterá o plane- ção, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
jamento de execução de ações de promoção da saúde. forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
Art. 21. Os órgãos e entidades integrantes do SIPEC de- ou função nos órgãos e entidades da Administração Públi-
verão promover a qualificação dos técnicos das áreas ca direta e indireta.
de recursos humanos, de qualidade de vida, de saúde e O ato de improbidade poderá ser praticado por qual-
de segurança do trabalho, a fim de instrumentalizá-los quer agente público, seja ele um servidor ou não, deste
para o cumprimento destas diretrizes. modo, qualquer agente público poderá ser sujeito ativo de
tal ato, além disso, As disposições desta lei são aplicáveis,
no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente pú-
blico, induza ou concorra para a prática do ato de impro-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


EXERCÍCIOS COMENTADOS
bidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta.
O órgão ou entidade que sofra um ato de improbida-
1. (EBC - Técnico de Segurança do Trabalho - CES-
de é definido como sujeito passivo. Poderão ser sujeitos
PE/2011) Acerca de qualidade de vida do trabalhador, jul-
passivos do ato de improbidade os órgãos e entidades da
gue os itens a seguir.
Administração Direta e Indireta dos 3 (três) poderes e das
A qualidade de vida no trabalho contribui para a redução
3 (três) esferas - União, Estados / Distrito Federal e Mu-
do absenteísmo.
nicípios - empresa incorporada ao patrimônio público ou
( ) Certo ( ) Errado de entidade para cuja criação ou custeio o erário público
haja participado ou participe com mais de cinquenta por
Resposta: Certo. Absenteísmo é a falta de assiduidade cento (50%) do patrimônio ou da receita anual, bem como
do trabalhador. Quando um trabalhador não tem quali- daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concor-
dade em seu ambiente de trabalho, ele tende a se au- rido ou concorra com menos de cinqüenta por cento (50%)
sentar mais vezes. Assim, a qualidade de vida reduz o do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, quando
absenteísmo. houver participação menor que cinquenta por cento (50%),
a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a con-
tribuição dos cofres públicos.

41
Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio
obrigados a velar pela estrita observância de princípios no público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comi-
trato dos assuntos que lhe são afetos, são princípios ex- nações desta lei até o limite do valor da herança, isto que
pressos na lei de improbidade: dizer que, se o valor a ser restituído ao patrimônio públi-
Legalidade: Os atos da Administração Pública devem co for superior ao valor da herança deixada pelo de cujus,
estar previstos em lei. Tudo que não estiver juridicamente o herdeiro não estará obrigado a recompor este prejuízo
permitido estará juridicamente proibido, com as ressalvas com seu próprio patrimônio.
legais. No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente pú-
Impessoalidade: Todos devem ser tratados da mesma blico ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos
maneira, não importa o nível hierárquico ou a relação com ao seu patrimônio.
o órgão ou entidade, a urbanidade, o respeito, a educa-
ção são exemplos de primados básicos que devem reger
as relações visando a impessoalidade, por este princípio o #FicaDica
agente público não pode favorecer um (s) em detrimento As disposições da Lei de Improbidade, no que
de outro (s). couber, serão aplicadas àqueles que, mesmo
Moralidade: Os atos da Administração devem corres- não sendo agente público, induza, concorra ou
ponder ao que a sociedade entende como correto, como se beneficie com o ato.
justo, como aceitável. Decorrência deste princípio não
pode, por exemplo o agente público colocar uma imagem
pornográfica na sua mesa de trabalho.
Publicidade: Os atos da Administração Pùblica devem
ser públicos, ou seja, devem estar disponíveis para que a EXERCÍCIO COMENTADO
sociedade possa promover o seu próprio controle, para
promover a publicidade várias ações são adotadas, como 1. 2017 - FCC - Técnico Judiciário - Segurança - TRT -
exemplo a publicação em Diário Oficial. 24ª REGIÃO (MS)
O princípio da Eficiência foi introduzido de maneira ex- Considere a seguinte situação hipotética: Roberto é ser-
plícita na Constituição Federal em data posterior a edição vidor público municipal, responsável pela arrecadação de
da lei, motivo pelo qual ele encontra-se implícito no texto tributos. Em determinada data, Roberto incorporou ao seu
da lei de improbidade, mas aplicável tendo em vista a ex- patrimônio, o montante de R$ 100.000,00 proveniente de
pressa disposição na Constituição Federal com o advento arrecadação tributária municipal, utilizando posteriormen-
da Emenda Constitucional nº 19/1998. te a citada quantia para a compra de um veículo particular,
Havendo a prática de um ato definido como de impro- a ele destinado. Em razão do ocorrido, foi processado por
bidade e havendo lesão ao patrimônio público, seja por improbidade administrativa. A propósito dos fatos e, nos
uma ação ou omissão, por dolo (vontade) ou culpa (negli- termos da Lei n° 8.429/1992,
gência, imprudência ou imperícia) do agente público ou de
terceiro, deverá ser efetuado o integral ressarcimento do a) o ato ímprobo em questão comporta a medida de indis-
dano causado. ponibilidade de bens.
b) para configurar o ato ímprobo em questão, exige-se
conduta culposa, isto é, não se faz necessário dolo para
FIQUE ATENTO! sua caracterização.
Ao investigar um ato de improbidade que c) as disposições da Lei de Improbidade não se aplicam
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cause prejuízo ao patrimônio público ou a Roberto, por ser parte ilegítima para figurar no pólo
que ensejar enriquecimento ilícito, caberá passivo de tal ação.
a autoridade administrativa responsável d) para configurar o ato ímprobo em questão, exige-se
pelo inquérito representar ao Ministério dano ao erário.
Público, para a indisponibilidade de bens e) caso Roberto venha a falecer, seu sucessor não estará
do indiciado, essa medida visa evitar que o sujeito a qualquer cominação prevista na Lei de Impro-
agente ativo do ato de improbidade aliene bidade.
seus bens de maneira fraudulenta visando
dar ineficácia a eventual determinação de Resposta: Letra A. O ato comporta o requerimento de
recomposição ao erário ou perda de bens. indisponibilidade de bens, conforme preceitua o art. 7º
Esta indisponibilidade de bens recairá sobre da lei. O ato de enriquecimento exige a conduta dolo-
bens que assegurem o integral ressarcimento sa, o que torna a alternativa b) errada. Roberto é sim
do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial considerado agente público, vez que é servidor público
resultante do enriquecimento ilícito. municipal. A lei de Improbidade determina que a carac-
terização do ato de improbidade independe de dano ao
erário, art. 21, I, da lei. Os sucessores estão obrigados às
cominações da lei até o limite do valor do patrimônio
transferido.

42
2. 2017 - FCC - Técnico: Área Administrativa - DPE-RS A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
O zelador de uma escola pública, ocupante de cargo co- I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,
missionado de Chefe de Vigilância, reside nas dependên- salvo quanto à pena de ressarcimento;
cias do equipamento público, em uma modesta construção Deixar de praticar ato é apenas uma conduta descrita
erguida no mesmo terreno, a fim de vigiar e controlar o na modalidade de ato de improbidade que afronta aos
acesso ao equipamento público. Descobriu-se, no entanto, princípios da administração.
que o mesmo alugava um dos espaços anexos da esco-
la para funcionamento, em algumas noites da semana, de 3. DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
uma casa de jogos de azar clandestina. No que se refere à A Lei de Improbidade define os atos de improbidade em
tipificação da conduta do zelador, 4 modalidades. Tratadas a seguir.

a) em razão da função desempenhada, enquadra-se no 3.1 Dos Atos de Improbidade Administrativa que Im-
conceito de agente público e, como tal, sua conduta portam Enriquecimento Ilícito
tipifica-se como ato de improbidade que gera enrique- O art. 9º da lei define os atos que importam enriqueci-
cimento ilícito, já tendo sido demonstrado o dolo do mento ilícito, note que os verbos que caracterizam a condu-
servidor. ta são: receber, perceber, utilizar, adquirir, aceitar, incorporar
b) pode configurar infração disciplinar ou mesmo criminal, e usar. Para diferenciar dos demais atos de improbidade,
mas não se tipifica como ato de improbidade, na medida lembre-se que nesta modalidade o agente aumentou seu
em que não houve qualquer prejuízo ao erário. patrimônio ou deixou de utilizá-lo, quando deveria, provo-
c) se enquadra como ato de improbidade que atenta contra cando assim um enriquecimento ilícito.
os princípios da Administração pública e, em se tratando Art. 9º da lei 8.429/1992.
de infração de mera conduta, basta a demonstração de Constitui ato de improbidade administrativa importan-
culpa para a imposição de sanção. do enriquecimento ilícito receber qualquer tipo de vanta-
d) este não pode ser equiparado a agente público para fins gem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
de configuração de ato de improbidade, tampouco ser mandato, função, emprego ou atividade nos órgãos e enti-
punido disciplinar ou criminalmente, razão pela qual dades mencionados, e notadamente:
resta apenas a possibilidade de exoneração do mesmo. I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mó-
e) configura ato de improbidade que atenta contra os prin- vel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
cípios da administração, mas para sua configuração e direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
efetivo sancionamento, demanda o envolvimento de gratificação ou presente de quem tenha interesse, dire-
algum servidor estatutário ou celetista, pois o zelador to ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por
exercia apenas função pública, não se enquadrando no ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
conceito de agente público. público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
Resposta: Letra A. O zelador é considerado como agen- para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
te público para os efeitos da lei, o artigo 2º da lei define móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas en-
agente público como sendo: tidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou de mercado;
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entida- público ou o fornecimento de serviço por ente estatal
des mencionadas no artigo anterior. por preço inferior ao valor de mercado;

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O ato configura ato de improbidade na modalidade de IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, má-
enriquecimento ilícito quinas, equipamentos ou material de qualquer natu-
reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
03. 2017 - UFU-MG - Técnico de Laboratório - Veterinária entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como
Configura-se improbidade administrativa o trabalho de servidores públicos, empregados ou ter-
ceiros contratados por essas entidades;
a) somente se houver lesão ao Erário. V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
b) somente se houver enriquecimento ilícito. direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prá-
c) somente se retardar ou deixar de praticar, indevidamen- tica de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
te, ato de ofício. contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
d) somente se praticada por agente público ou com a par- ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
ticipação deste. VI - receber vantagem econômica de qualquer nature-
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
Resposta: Letra D. Os atos de improbidade são classifi- medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer
cados em 4 modalidades de acordo com a lei, o prejuízo outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qua-
ao erário e o enriquecimento ilícito são apenas duas mo- lidade ou característica de mercadorias ou bens forne-
dalidades, além disso, o art. 21 da Lei de Improbidade cidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
determina: desta lei;

43
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou lo-
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de cação de bem integrante do patrimônio de qualquer
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
evolução do patrimônio ou à renda do agente público; prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade ao de mercado;
de consultoria ou assessoramento para pessoa física V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingi- de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
do ou amparado por ação ou omissão decorrente das VI - realizar operação financeira sem observância das
atribuições do agente público, durante a atividade; normas legais e regulamentares ou aceitar garantia in-
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a suficiente ou inidônea;
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a
natureza; observância das formalidades legais ou regulamenta-
X - receber vantagem econômica de qualquer nature- res aplicáveis à espécie;
za, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de
providência ou declaração a que esteja obrigado; processo seletivo para celebração de parcerias com
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevi-
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo damente;
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
lei; autorizadas em lei ou regulamento;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entida- renda, bem como no que diz respeito à conservação do
des mencionadas no art. 1° desta lei. patrimônio público;
Esses atos, já elencados, são um rol exemplificativo, ou XI - liberar verba pública sem a estrita observância das
seja, poderão ser praticados outros atos de improbidade normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a
que não necessariamente esses exemplos trazidos por ela. sua aplicação irregular;
Exemplo: Servidor que recebe dinheiro para utilizar XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
maquinário público de terraplanagem, um trator, para fa- enriqueça ilicitamente;
zer serviços na casa de seu primo, sem obedecer ao que as XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço parti-
leis, normas ou regulamentos determinam. cular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
3.2 Dos Atos de Improbidade Administrativa que qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta
Causam Prejuízo ao Erário lei, bem como o trabalho de servidor público, empre-
Os atos que causam prejuízo ao erário, vão, em regra, gados ou terceiros contratados por essas entidades.
caracterizar violações aos princípios da administração, XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que te-
contudo, também irão dilapidar o erário público, ponto nha por objeto a prestação de serviços públicos por
em que diferenciam-se. meio da gestão associada sem observar as formalida-
Art. 10º da lei. des previstas na lei;
Constitui ato de improbidade administrativa que causa XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou cul- sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
posa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, observar as formalidades previstas na lei.
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres dos XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

órgãos e entidades referidas na lei, e notadamente: incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a in- ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos
corporação ao patrimônio particular, de pessoa física transferidos pela administração pública a entidades
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores inte- privadas mediante celebração de parcerias, sem a ob-
grantes do acervo patrimonial das entidades mencio- servância das formalidades legais ou regulamentares
nadas no art. 1º desta lei; aplicáveis à espécie;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valo- jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
res integrantes do acervo patrimonial das entidades públicos transferidos pela administração pública a en-
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância tidade privada mediante celebração de parcerias, sem
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis a observância das formalidades legais ou regulamenta-
à espécie; res aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente XVIII - celebrar parcerias da administração pública com
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou as- entidades privadas sem a observância das formalida-
sistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimô- des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
nio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e
desta lei, sem observância das formalidades legais e análise das prestações de contas de parcerias firmadas
regulamentares aplicáveis à espécie; pela administração pública com entidades privadas;

44
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela admi- VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimen-
nistração pública com entidades privadas sem a estrita to de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,
observância das normas pertinentes ou influir de qual- teor de medida política ou econômica capaz de afetar
quer forma para a sua aplicação irregular. o preço de mercadoria, bem ou serviço.
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela admi- VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis-
nistração pública com entidades privadas sem a estrita calização e aprovação de contas de parcerias firmadas
observância das normas pertinentes ou influir de qual- pela administração pública com entidades privadas.
quer forma para a sua aplicação irregular. IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
Estes vinte e um (21) incisos também são um rol exem- acessibilidade previstos na legislação.
plificativo. A expressão notadamente no “caput” denota o caráter
Exemplo: Servidor que utiliza maquinário público de exemplificativo deste rol.
terraplanagem, por exemplo um trator, para fazer serviços Exemplo: Servidor que nega publicidade a uma infor-
na casa de seu primo, sem obedecer ao que as leis, normas
mação pública que não está acobertada sob nenhum grau
ou regulamentos determinam.
de sigilo.
3.3 Dos Atos de Improbidade Administrativa Decor-
rentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefí-
cio Financeiro ou Tributário
#FicaDica
Esta modalidade de ato, fora incluída, posteriormente a Um ato pode ser qualificado e mais de
edição da lei, dentro da seção II A. uma modalidade, por exemplo, um ato de
Art. 10A. improbidade, praticado, que importe em
Constitui ato de improbidade administrativa qualquer enriquecimento ilícito, ele, em regra, também
ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter bene- contrariará algum princípio da administração,
fício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o para não se confundir e acertar este tipo de
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de questão, você deve identificar qual penalidade
31 de julho de 2003.
é mais grave poderá ser imputada ao agente e
Exemplo: servidor que concede indevidamente benefí-
caracterizar o ato nessa modalidade.
cio tributário para administrado para que ele pague o Im-
posto Sobre Serviços de Qualquer Natureza com alíquota
inferior ao que é determinado. Note que a diferença do
primeiro exemplo consiste no recebimento da vantagem
indevida. EXERCÍCIO COMENTADO

3.4 Dos Atos de Improbidade Administrativa que 1. 2017 - COMPERVE- - Técnico do Ministério Público
Atentam Contra os Princípios da Administração Pública Estadual - Área Administrativa - MPE RN
A Administração Pública é norteada por princípios, te- Improbidade administrativa pode ser definida como atua-
mos os princípios constitucionais expressos e implícitos, ção contrária à honestidade e à correção de atitude, sendo
além disso, outras leis regularão princípios norteadores, também chamada de corrupção administrativa. Com rela-
como exemplo a lei que regula o processo administrativo ção aos atos de improbidade administrativa, matéria regu-
em âmbito federal. São exemplos de princípios tratados ex- lada pela lei 8.429/92,
pressamente na lei de improbidade: a legalidade, a impes-
soalidade, a publicidade e a honestidade.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


a) utilizar em serviço particular o trabalho de terceirizado
Art. 11º da lei.
da administração direta não configura ato de improbi-
Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
dade administrativa.
ta contra os princípios da administração pública qualquer
ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, im- b) o servidor público pode ser responsabilizado por atos de
parcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e nota- improbidade administrativa, sendo vedado o enquadra-
damente: mento dos demais agentes na referida lei.
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula- c) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-
mento ou diverso daquele previsto, na regra de com- blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comi-
petência; nações da lei até o limite do valor da herança.
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato d) negar publicidade aos atos oficiais, embora seja consi-
de ofício; derado ato ofensivo aos princípios da administração pú-
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência blica, não constitui ato de improbidade administrativa.
em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo; Resposta: Letra C. Alternativa a) errada, pois poderá
IV - negar publicidade aos atos oficiais; configurar ato de improbidade na modalidade de enri-
V - frustrar a licitude de concurso público; quecimento ilícito, conforme art. 9º, IV da lei. A expres-
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado são agente público abarca também os servidores, contu-
a fazê-lo; do, não se limita a eles. O sucessor responde até o limite

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do valor do patrimônio transferido. Negar publicidade a Resposta: Letra A. Utilizar, em obra ou serviço parti-
atos oficiais, quando não acobertados por sigilo, confi- cular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
gura ato de improbidade, em regra, na modalidade de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
atos que atentam contra a administração. qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, bem como o trabalho de servidores públicos, em-
2. 2017 - VUNESP- Escrevente Técnico Judiciário - TJ-SP pregados ou terceiros contratados por essas entidades;
Suponha que Secretário da Fazenda de um estado qual-
quer da Federação aceite exercer, nas horas vagas, conco- 4. 2017 - FGV - TRT - 12ª Região - Técnico Judiciário -
mitantemente ao exercício do cargo público, atividades de Área Administrativa
consultoria a empresas sujeitas ao recolhimento do ICMS, José, servidor público federal ocupante do cargo de Técni-
tributo estadual. Nesse caso, à luz do previsto na Lei Fede- co Judiciário do TRT, recebeu, para si, a quantia de cinco mil
ral n° 8.429/92, a conduta descrita pode ser considerada reais em dinheiro, a título de presente, de um reclamante
em uma reclamação trabalhista, para agilizar a tramitação
a) ato de improbidade administrativa que atenta contra os de seu processo no cartório judicial da Vara do Trabalho.
princípios da Administração Pública. Posteriormente, José se arrependeu e não alterou a ordem
b) ato de improbidade administrativa que importa enrique- natural de processamento dos feitos de sua responsabi-
cimento ilícito. lidade, mas não devolveu o valor recebido ao particular.
c) indiferente, pois não caracteriza nenhuma das hipóteses No caso em tela, de acordo com as disposições da Lei nº
de ato de improbidade administrativa previstas. 8.429/92 e com a jurisprudência:
d) ato de improbidade administrativa decorrente de con-
cessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou a) José cometeu ato de improbidade administrativa, por
tributário. conduta dolosa, ainda que não tenha havido prejuízo
e) ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, mas o particular não pode responder por im-
ao Erário. probidade porque não é agente público;
b) José não cometeu ato de improbidade administrativa,
Resposta: Letra B. A Lei de Improbidade define como
por arrependimento eficaz, já que não cumpriu o pro-
sendo ato de Improbidade na modalidade de enriqueci-
metido ao reclamante e porque não houve prejuízo ao
mento ilícito no art. 9º, VIII:
erário, e o particular também não pode responder por
Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
improbidade, pois não é agente público;
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica
c) José cometeu crime de improbidade administrativa, por
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou ampa-
conduta dolosa, ainda que não tenha havido prejuízo
rado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
ao erário, e o particular responde pelo mesmo crime,
agente público, durante a atividade;
em concurso de agentes, pois é considerado agente pú-
3. 2017 - VUNESP - Agente Previdenciário - IPRESB - SP blico por equiparação legal;
Considere a seguinte situação hipotética: servidor do Insti- d) José cometeu ato de improbidade administrativa, por
tuto de Previdência Social dos Servidores de Barueri utiliza conduta dolosa que importou seu enriquecimento ilíci-
a máquina copiadora e papel sulfite, existentes na reparti- to, sendo o prejuízo ao erário prescindível para a confi-
ção, para tirar cópias de material que empregará em aulas guração do ato ímprobo, e o particular também respon-
voluntárias sobre cidadania, que ministra, gratuitamente, de por improbidade porque concorreu para o ato;
aos sábados, fora do horário do expediente. A conduta do e) José e o particular praticaram, em concurso de agentes,
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

servidor, à luz da Lei Federal n° 8.429/92, crime de improbidade administrativa, na modalidade


culposa, porque houve dano moral ao erário que deve
a) constitui ato de improbidade administrativa que importa ser objeto de ressarcimento por parte dos agentes.
enriquecimento ilícito.
b) constitui ato de improbidade administrativa que causa Resposta: Letra D. O ART. 9º da lei, define as condutas
prejuízo ao erário. que configuram o enriquecimento ilícito, elemento ne-
c) constitui ato de improbidade administrativa que atenta cessário é o dolo, diferente do prejuízo ao erário que
contra os princípios da Administração Pública. é prescindível, dispensável. O particular responde tam-
d) constitui ato de improbidade administrativa decorrente bém pelo ato de improbidade.
de concessão ou aplicação indevida de benefício finan-
ceiro ou tributário. 5. 2017 - FCM - IF - Assistente em Administração
e) não constitui ato de improbidade, pois o uso não era em Nos termos da Lei n° 8.429/1992, receber vantagem eco-
proveito próprio, mas sim de quaisquer cidadãos que nômica indiretamente para omitir declaração a que esteja
frequentem o curso. obrigado, ordenar a realização de despesas não autori-
O servidor praticou ato de improbidade na modalidade de zadas em lei e negar publicidade aos atos oficiais consti-
enriquecimento ilícito, uma vez que utilizou em serviço tuem, respectivamente, os seguintes atos de improbidade
particular material público. Art. 9º, VI: administrativa:

46
a) atentatório aos princípios da administração / causador IV - na hipótese de Concessão ou Aplicação Indevida
de dano ao erário / causador de enriquecimento ilícito. de Benefício Financeiro ou Tributário, perda da função
b) atentatório aos princípios da administração / causador pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a
de enriquecimento ilícito / causador de dano ao erário. 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor
c) causador de dano ao erário / atentatório aos princípios do benefício financeiro ou tributário concedido.
da administração / causador de enriquecimento ilícito. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em
d) causador de enriquecimento ilícito / causador de dano conta a extensão do dano causado, assim como o proveito
ao erário / atentatório aos princípios da administração. patrimonial obtido pelo agente.
e) causador de dano ao erário / causador de enriquecimen-
to ilícito / atentatório aos princípios da administração.
#FicaDica
Resposta: Letra D. Receber vantagem econômica, mes-
mo que indiretamente para omitir declaração a que Perda Dos Bens Ou Valores Acrescidos
esteja obrigado configura ato que importa em enri- Ilicitamente Ressarcimento Integral Do
quecimento ilícito, houve um aumento de patrimônio Dano Perda Da Função Pública Suspensão
indevido. Ordenar a realização de despesas não auto- Dos Direitos Políticos Pagamento De Multa
rizadas, causa prejuízo ao erário e negar publicidade a Proibição De Contratar
atos oficiais fere o princípio da publicidade. Enriquecimento Ilícito X Se Houver X 08 –
10 Anos Até 3 Vezes O Valor Do Acrécimo
4. DAS PENAS Patrimonial 10 Anos
As responsabilidades são independentes, portanto as Prejuízo Ao Erário Se Houver X X 05 – 08 Anos
sanções penais, civis e administrativas não possuem de- Multa Civil De Até 2 Vezes O Valor Do Dano 5
pendência, em regra. Anos
Art 12º: Benefício Tributário X 05 - 08 Anos Multa Civil
Independentemente das sanções penais, civis e admi- De Até 3 Vezes O Valor Do Benefício
nistrativas previstas na legislação específica, está o res- Atentatório Aos Princípios Se Houver X 03 – 05
ponsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes Anos Multa Civil De Até 100 Vezes O Valor Da
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulati- Remuenração 3 Anos
vamente, de acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese de enriquecimento ilícito, perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda EXERCÍCIO COMENTADO
da função pública, suspensão dos direitos políticos de
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três 1. 2017 - IBADE - Agente de Polícia Civil - PC-AC
vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de Relativamente às disposições da Lei n° 8.429/1992, que
contratar com o Poder Público ou receber benefícios trata da improbidade administrativa, assinale a alternativa
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta- correta.
mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; a) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-
II - na hipótese prejuízo ao erário, ressarcimento in- blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às san-
tegral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ções de improbidade --administrativa independente-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circuns- mente de limites, como o valor da herança.
tância, perda da função pública, suspensão dos direitos b) Os atos de improbidade administrativa que importem
políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil prejuízo ao erário poderão resultar na perda dos bens
de até duas vezes o valor do dano e proibição de con- ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, res-
tratar com o Poder Público ou receber benefícios ou sarcimento integral do dano, quando houver, perda da
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamen- função pública, suspensão dos direitos políticos de oito
te, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o
seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar
III - na hipótese de ofensa aos princípios da administra- com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
ção pública, ressarcimento integral do dano, se houver, fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
perda da função pública, suspensão dos direitos políti- por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
cos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de joritário, pelo prazo de dez anos.
até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo c) Estão sujeitos às sanções da Lei de Improbidade Ad-
agente e proibição de contratar com o Poder Público ministrativa os atos ímprobos praticados contra o pa-
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití- trimônio de entidade que receba subvenção, benefício
cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
prazo de três anos. concorrido ou concorra com menos de cinquenta por

47
cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, 3. 2017 - VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário - TJ-SP
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilí- Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre as
cito sobre a contribuição dos cofres públicos. penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa.
d) Como as sanções por ato de improbidade administra-
tiva apenas são aplicáveis a agentes públicos, eventual a) No caso de condenação por ato de improbidade admi-
particular que induza ou concorra para a prática de ato nistrativa decorrente de concessão ou aplicação indevi-
ímprobo apenas poderá ser responsabilizado na esfera da de benefício financeiro ou tributário, não cabe a apli-
criminal. cação da pena de perda da função pública.
e) Determinado agente público tornou-se réu em ação de b) A aplicação das penas previstas na Lei de Improbidade
improbidade administrativa. Segundo o Ministério Pú- Administrativa impede a aplicação das demais sanções
blico, o aludido servidor teria causado lesão ao erário penais, civis e administrativas previstas em legislação es-
em razão de perda patrimonial de bens móveis do Es- pecífica.
tado do Acre. Durante o curso do processo judicial, o c) Na fixação das penas previstas na Lei de Improbidade
controle interno do órgão ao qual o servidor está lotado Administrativa, o juiz levará em conta a extensão do
concluiu que o referido ato ímprobo não causou prejuí- dano causado, assim como o proveito patrimonial ob-
zo ao erário. A partir desta informação superveniente do tido pelo agente.
órgão de controle interno, não deverá haver aplicação d) A pena de proibição de contratar com o Poder Público
das sanções por ato de improbidade administrativa ao ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
agente público processado. direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, terá o pra-
Resposta: Letra C. O sucessor será está sujeito às san- zo máximo de 2 (dois) anos.
ções até o limite da herança. Prejuízo ao erário acarreta e) As penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa
ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou va- deverão ser aplicadas cumulativamente, exceto quando
lores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer se tratar de ato de improbidade administrativa que aten-
esta circunstância, perda da função pública, suspensão te contra os princípios da Administração Pública.
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento
de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibi- Resposta: Letra C. No caso de condenação por ato de
ção de contratar com o Poder Público ou receber bene- improbidade administrativa decorrente de concessão ou
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indi- aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário,
retamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica cabe a aplicação da pena de perda da função pública. As
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos. responsabilidade são independentes. A pena de proibi-
Aquele que induzir, participar ou beneficiar também res- ção de contratar com o Poder Público ou receber bene-
ponde pelas sanções previstas na lei. As sanções previs- fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indi-
tas em lei independem de prejuízo ao erário. retamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, terá o prazo máximo de
2. 2017 - UECE-CEV - Socioeducador - SEAS - CE 10 anos. Não existe a exceção prevista na alternativa e).
No que diz respeito a atos de improbidade administrativa,
assinale a opção que completa, correta e respectivamente, 5. DA DECLARAÇÃO DE BENS
as lacunas do seguinte dispositivo legal: Para que o agente público possa tomar posse ou entrar
“Os atos de improbidade administrativa importarão a em exercício, ele deverá apresentar uma declaração dos
________________¹ dos direitos políticos, a perda da fun- bens e valores que compõem o seu patrimônio privado,
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ção pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci- essa declaração será anualmente atualizada e também na
mento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, data em que o agente público deixar o exercício do manda-
________________²”. to, cargo, emprego ou função. A atualização da declaração
a que se refere a lei poderá ser feita com a entrega da cópia
a) suspensão¹ — afastando-se a ação penal cabível² da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da
b) perda¹ — sem prejuízo da ação penal cabível² Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto
c) suspensão¹ — sem prejuízo da ação penal cabível² sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as
d) perda¹ — afastando-se a ação penal cabível² necessárias atualizações
A declaração compreenderá imóveis, móveis, semo-
Resposta: Letra C. Os direitos políticos são suspensos, ventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie
cuidado, eles não são cassados, além disso, as respon- de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no
sabilidades, administrativa, civil e criminal são indepen- exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
dentes. patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica
do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de
uso doméstico.

48
Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o
FIQUE ATENTO! exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações
Na hipótese que o agente público se recusar financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
a prestar a declaração de bens, dentro do pra- da lei e dos tratados internacionais.
zo determinado, ou a prestar falsa será punido A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
com a pena de demissão a bem do serviço pú- pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada,
blico, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
tendo em vista o caráter da independência en- É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações
tre as responsabilidades civil, administrativa e de Improbidade Administrativa.
criminal, quando couberem e com as ressalvas A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as
legais. ações necessárias à complementação do ressarcimento do
patrimônio público.
No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Mi-
6. DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL nistério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no §
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad- 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.
ministrativa competente para que seja instaurada investi- O Ministério Público, se não intervir no processo como
gação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena
Essa representação deverá conter alguns requisitos: de nulidade.
1) Deve ser escrita ou reduzida a termo e assinada; A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo
2) Deve conter a qualificação do representante; para todas as ações posteriormente intentadas que pos-
3) Deve conter informações sobre o fato e sua autoria suam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
4) Haver a indicação das provas de que tenha conheci- A ação será instruída com documentos ou justificação
mento. que contenham indícios suficientes da existência do ato de
improbidade ou com razões fundamentadas da impossibi-
A autoridade administrativa rejeitará a representação, lidade de apresentação de qualquer dessas provas, obser-
em despacho fundamentado, se esta não preencher os re- vada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas
quisitos acima. nos artigos. 16 a 18 do Código de Processo Civil.
A rejeição da representação pela autoridade adminis- Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará au-
trativa não obsta a representação ao Ministério Público, tuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer
nos termos do art. 22 da lei de improbidade. manifestação por escrito, que poderá ser instruída com do-
Atendidos os requisitos da representação, a autorida- cumentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
de determinará a imediata apuração dos fatos que, serão Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,
processados de acordo com o processo disciplinar definido em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido
pelas Leis que regulam o Regime Jurídico do Servidores da inexistência do ato de improbidade, da improcedência
Públicos, por exemplo, servidores federais serão regulados da ação ou da inadequação da via eleita.
pela Lei 8.112/1990, servidores estaduais serão regulados Recebida a petição inicial, será o réu citado para apre-
sentar contestação.
pelos Estatutos de cada Estado e, em se tratando de ser-
Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo
vidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos
de instrumento.
disciplinares.
Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequa-
A apuração de infração disciplinar é feita em regra atra-
ção da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


vés de processos investigatórios denominados Sindicância
sem julgamento do mérito.
ou Processo Administrativo Disciplinar, sendo escolhido
Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas
um ou outro de acordo com a penalidade a ser aplicada.
nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221,
Quando da instauração destes procedimentos há a nomea-
caput e § 1o, do Código de Processo Penal.
ção de uma comissão, dentre as atribuições desta comis- Para os efeitos deste artigo, também se considera pes-
são, previstas na lei de improbidade está dar conhecimento soa jurídica interessada o ente tributante que figurar no
ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas pólo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do
da existência de procedimento administrativo para apurar art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de
a prática de ato de improbidade, e ainda, representar ao julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que 2016)
requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro A sentença que julgar procedente ação civil de repara-
dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilici- ção de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicita-
tamente ou causado dano ao patrimônio público, O pedido mente determinará o pagamento ou a reversão dos bens,
de seqüestro será processado de acordo com o disposto conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. pelo ilícito.
O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Con-
tas poderá, a requerimento, designar representante para
acompanhar o procedimento administrativo.

49
3. 2017 - FCM - IF - Assistente em Administração
Segundo o que determina a Lei nº 8.429, de 2 de junho de
EXERCÍCIO COMENTADO 1992, é INCORRETO afirmar que

1. 2017 - VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário - TJ-SP a) o Ministério Público, se não intervir no processo como
O procedimento administrativo previsto na Lei Federal n° parte, atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob
8.429/92, destinado a apurar a prática de ato de improbi- pena de nulidade.
dade, b) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-
blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comi-
a) será iniciado por representação, que será escrita ou re- nações da Lei de Improbidade Administrativa até o limi-
duzida a termo, podendo o representante permanecer te do valor da herança.
anônimo, se assim o desejar. c) qualquer autoridade, desde que noticiada acerca de ato
b) poderá acarretar o exame e o bloqueio de bens, contas ímprobo causador de lesão ao erário ou de enriqueci-
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indicia- mento ilícito, poderá representar ao Juiz de Direito para
do no exterior, se for o caso. a indisponibilidade de bens do indiciado.
c) poderá compreender o decreto de sequestro dos bens d) as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas
do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamen- na Lei de Improbidade Administrativa podem ser pro-
te ou causado dano ao patrimônio público. postas em até cinco anos, após o término do exercício
d) impedirá a apuração dos fatos pelo Ministério Público, de mandato de cargo em comissão ou de função de
caso se conclua pela improcedência das acusações. confiança.
e) deverá ser levado ao conhecimento do Ministério Públi- e) a sentença que julgar procedente a ação civil de repa-
co e do Tribunal ou Conselho de Contas, pela Comissão ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos
Processante. ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos
bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica pre-
Resposta: Letra E. A representação não pode ser anô- judicada pelo ilícito.
nima. O procedimento administrativo não poderá acar-
retar o no bloqueio de bens, contas bancárias e apli- Resposta: Letra C. Não é qualquer autoridade, são
cações financeiras mantidas pelo indiciado ou terceiros exemplos de pessoas que poderão figurar no pólo pas-
no exterior, para que isso aconteça deve ser feita uma sivo O Ministério Público e a pessoa jurídica interessada,
representação ao Ministério Público ou à Procuradoria não confunda com o direito de qualquer pessoa levar
para manifestação judicial. Não impede a apuração dos ao conhecimento da autoridade competente ato de im-
fatos pelo Ministério Público. probidade.

7. DAS DISPOSIÇÕES PENAIS


2. 2017 - VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário - TJ-SP
A Lei de improbidade define alguns crimes.
No processo judicial de improbidade administrativa, o Mi-
Art. 19º da lei.
nistério Público
Constitui crime a representação por ato de improbida-
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando
a) se não intervir no processo como parte, atuará obrigato-
o autor da denúncia o sabe inocente.
riamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
b) atuará somente como fiscal da lei, mas promoverá as
Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a in-
ações necessárias à complementação do ressarcimento denizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

do patrimônio público. imagem que houver provocado.


c) atuará somente como autor, não intervindo se a pessoa A perda da função pública e a suspensão dos direitos
jurídica interessada propuser a ação ordinária. políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sen-
d) é o único legitimado a propor a ação ordinária, dentro tença condenatória, ou seja, só se efetivam a partir da de-
de trinta dias da efetivação da medida cautelar. cisão da qual já não caiba mais recurso.
e) poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar A autoridade judicial ou administrativa competente
ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao in- poderá determinar o afastamento do agente público do
teresse público, a juízo do Procurador Geral de Justiça. exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à ins-
Resposta: Letra A. No processo judicial o Ministério Pú- trução processual.
blico age ou como parte ou como fiscal da lei. A pessoa
jurídica interessa pode figurar no pólo ativo. O Ministé- Art. 21º
rio Público não pode abster-se de contestar o pedido A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio públi-
co, salvo quanto à pena de ressarcimento;.
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.

50
III - até cinco anos da data da apresentação à adminis-
#FicaDica tração pública da prestação de contas final pelas enti-
dades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.
O dano ao patrimônio público é prescindível
para aplicação das sanções previstas em lei.
9. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 22º Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministé- 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais dispo-
rio Público, de ofício, a requerimento de autoridade admi- sições em contrário.
nistrativa ou mediante representação formulada de acordo
com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração
de inquérito policial ou procedimento administrativo.
EXERCÍCIO COMENTADO

1. 2017 – UFES - Assistente em Administração


EXERCÍCIO COMENTADO
Sobre a Lei de Improbidade Administrativa, analise as se-
guintes afirmativas:
1. 2017 - FCM - IF - Assistente em Administração I.. É vedada a transação, o acordo ou a conciliação nas
A respeito da Lei de Improbidade Administrativa, é correto ações de improbidade administrativa.
afirmar que II. Constitui crime a representação por ato de improbidade
contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o
a) a prisão é uma sanção prevista na Lei nº 8.429/92 em autor da denúncia o sabe inocente.
decorrência da prática de ato de improbidade adminis- III. A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbida-
trativa. de Administrativa independe da aprovação ou rejeição das
b) o Ministério Público, se não intervir no processo como contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei, sob
Conselho de Contas.
pena de nulidade.
É CORRETO o que se afirma em
c) os atos de improbidade administrativa são divididos em
duas classes: aqueles que importam em enriquecimento
a) I, apenas.
ilícito e aqueles que causam prejuízo ao erário.
b) I e II, apenas.
d) a ausência de formalidades na representação, para que
c) I e III, apenas.
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática
d) II e III, apenas.
de ato de improbidade, se dá em razão da universalida-
e) I, II e III.
de do acesso à transparência na administração pública.
e) será punido com advertência o agente público que se
recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo Resposta: Letra E. Os acordos, conciliações e transações
determinado, ou cuja prestação seja falsa. não serão permitidos nas ações de improbidade. A re-
presentação, sabendo da inocência do acusado consti-
Resposta: Letra B. Detenção e não prisão. Os atos de tui crime. A aplicação das sanções previstas na Lei de
improbidade são divididos em 4 classes. Na representa- Improbidade Administrativa independe da aprovação
ção os requisitos devem ser preenchidos e não ignora- ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


dos. A penalidade para o agente público que se recusar ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas, ou ainda, do
a prestar declaração dos bens, dentro do prazo deter- prejuízo ao erário.
minado, ou cuja prestação seja falsa será punido com
demissão, a bem do serviço público. 2. 2017 - FCC - TRT - 24ª REGIÃO - Técnico Judiciário -
Área Administrativa
8. DA PRESCRIÇÃO Onofre, auditor fiscal da Receita Federal, recebeu vantagem
A prescrição é um instituto do direito que ocasiona a econômica para tolerar a prática de contrabando, razão
perda do direito de punir do Estado pelo decurso de lapso pela qual foi processado por improbidade administrativa.
temporal, perdeu o prazo, perdeu o direito de punir. Nos termos da Lei no 8.429/1992, a conduta de Onofre
Art. 23. insere-se expressamente na modalidade de ato de impro-
As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previs- bidade administrativa
tas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de man- a) causador de prejuízo ao erário, não sendo necessária a
dato, de cargo em comissão ou de função de confiança; efetiva ocorrência de prejuízo ao erário para que reste
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei espe- configurado o ato ímprobo.
cífica para faltas disciplinares puníveis com demissão b) causador de prejuízo ao erário, sendo necessário, dentre
a bem do serviço público, nos casos de exercício de outros elementos, a conduta dolosa para a configuração
cargo efetivo ou emprego. do ato ímprobo.

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c) que atenta contra os princípios da Administração públi- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e
ca, sendo necessário, dentre outros elementos, conduta regulamentares inerentes ao cargo ou função;
meramente culposa para a configuração do ato ímprobo. “O primeiro dos deveres insculpidos no regime estatu-
d) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário, tário é o dever de zelo. O zelo diz respeito às atribuições
dentre outros elementos, a conduta dolosa para a con- funcionais e também ao cuidado com a economia do ma-
figuração do ato ímprobo. terial, os bens da repartição e o patrimônio público. Sob o
e) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário, prisma da disciplina e da conservação dos bens e materiais
dentre outros elementos, conduta meramente culposa da repartição, o servidor deve sempre agir com dedicação
para a configuração do ato ímprobo. no desempenho das funções do cargo que ocupa, e que
lhe foram atribuídas desde o termo de posse. O servidor
Resposta: Letra D. O recebimento de vantagem econô- não é o dono do cargo. Dono do cargo é o Estado que o
mica para tolerar a prática de atividades ilegais constitui remunera. Se o referido cargo não lhe pertence, o servi-
ato de improbidade na modalidade de enriquecimento dor deve exercer suas funções com o máximo de zelo que
ilícito, que exige o dolo como elemento. estiver ao seu alcance. Sua eventual menor capacidade de
desempenho, para não configurar desídia ou insuficiência
3. Ano: 2017Banca: UFU-MGÓrgão: UFU-MGProva: de desempenho, deverá ser compensada com um maior
Técnico em Radiologia esforço e dedicação de sua parte. Se um servidor altamen-
Configura-se improbidade administrativa te preparado e capaz, vem a praticar atos que configurem
desídia ou mesmo falta mais grave, poderá vir a ser puni-
a) somente se houver lesão ao Erário. do. Porque o que se julgará não é a pessoa do servidor,
b) somente se praticada por agente público ou com a par- mas a conduta a ele imputável. O zelo não deve se limitar
ticipação deste. apenas às atribuições específicas de sua atividade. O ser-
c) somente se houver enriquecimento ilícito. vidor deve ter zelo não somente com os bens e interesses
d) somente se se retardar ou deixar de praticar, indevida- imateriais (a imagem, os símbolos, a moralidade, a pon-
mente, ato de ofício. tualidade, o sigilo, a hierarquia) como também para com
os bens e interesses patrimoniais do Estado”.
Resposta: Letra B. A aplicação das sanções independe
da ocorrência de lesão ao erário, com exceção do res- II - ser leal às instituições a que servir;
sarcimento. São 4 modalidades. Várias são as condutas “O servidor que cumprir todos os deveres e normas
que caracterizam. administrativas já positivadas, consequentemente, é leal à
instituição que lhe remunera. Sob o prisma constitucional
é que devemos entender a norma hoje. Sendo assim, o
LEI FEDERAL Nº 8.027, DE 12 DE ABRIL DE dever de lealdade está inserido no Estatuto como norma
1990. programática, orientadora da conduta dos servidores”.

III - observar as normas legais e regulamentares;


LEI FEDERAL Nº 8.027, DE 12 DE ABRIL DE 1990 “A função desta norma é de não deixar sem resposta
qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a neces-
A Lei nº 8.027/1990 dispõe sobre normas de condu- sária correlação nesses casos que temos de fazer do dis-
ta dos servidores públicos civis da União, das Autarquias positivo com a norma violada, e já prevista em outra lei,
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

e das Fundações Públicas, e dá outras providências. Em decreto, instrução, ordem de serviço ou portaria”.
muitos aspectos, se assemelha à Lei nº 8.112/1990 no que
tange ao seu regime disciplinar. IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando ma-
nifestamente ilegais;
Art. 1º Para os efeitos desta lei, servidor público é a “O servidor integra a estrutura organizacional do ór-
pessoa legalmente investida em cargo ou em empre- gão em que presta suas atribuições funcionais. O Estado
go público na administração direta, nas autarquias ou se movimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro
nas fundações públicas. dos órgãos públicos, há um escalonamento de cargos e
A lei considera como servidor público toda pessoa que funções que servem ao cumprimento da vontade do ente
ocupe cargo ou emprego público na administração direta, estatal. Este escalonamento, posto em movimento, é o
nas autarquias ou nas fundações (entes da administração que vimos até agora chamando de hierarquia. A hierarquia
indireta). existe para que do alto escalão até a prática dos admi-
nistrados as coisas funcionem. Disso decorre que quando
Art. 2º São deveres dos servidores públicos civis: é emitida uma ordem para o servidor subordinado, este
Tomam-se como base os ensinamentos de Lima a res- deve dar cumprimento ao comando. Porém quando a or-
peito destes deveres, ao comentar o artigo 116, da Lei nº dem é visivelmente ilegal, arbitrária, inconstitucional ou
8.112/1990, de teor bastante semelhante: absurda, o servidor não é obrigado a dar seguimento ao
que lhe é ordenado. Quando a ordem é manifestamente

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ilegal? Há uma margem de interpretação, principalmente a proteção do interesse público e geral preponderante o
se o servidor subordinado não tiver nenhuma formação de exigir, também devem ser fornecidas as informações. Por-
ordem jurídica. Logo, é o bom senso que irá margear o que tanto, o servidor há que ter reserva no seu comportamento
é flagrantemente inconstitucional”. e fala, esquivando-se de revelar o conteúdo do que se pas-
sa no seu trabalho. Se o assunto pululante é uma irregula-
V - atender com presteza: ridade absurda, deve então reduzir a escrito e representar
a) ao público em geral, prestando as informações re- para que se apure o caso. Deveriam diminuir as conversas
queridas, ressalvadas as protegidas pelo sigilo; de corredor e se efetivar a apuração dos fatos através do
b) à expedição de certidões requeridas para a defesa processo administrativo disciplinar. Os assuntos objeto do
de direito ou esclarecimento de situações de interesse serviço merecem reserva. Devem ficar circunscritos aos ser-
pessoal; vidores designados para o respectivo trabalho interno, não
“Este dever foi insculpido na lei para que o servidor devendo sair da seção ou setor de trabalho, sem o trâmite
público trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a hierárquico do chefe imediato. Se o assunto ou o trabalho,
imagem desagradável que o mesmo possui perante a so- enfim, merecer divulgação mais ampla, deve ser contatado
ciedade. Exige-se que atue com presteza no atendimento a o órgão de assessoria de comunicação social, que saberá
informações solicitadas pela Fazenda Pública. Esta engloba proceder de forma oficial, obedecendo ao bom senso e às
o fisco federal, estadual, municipal e distrital. O servidor leis vigentes”.
público tem que ser expedito, diligente, laborioso. Não há
mais lugar para o burocrata que se afasta do administra- VIII - manter conduta compatível com a moralidade
do, dificultando a vida de quem necessita de atendimen- pública;
to rápido e escorreito. Entretanto, há um longo caminho a “O ato administrativo não se satisfaz somente com o ser
ser percorrido até que se atinja um mínimo ideal de aten- legal. Para ser válido o ato administrativo tem que ser com-
dimento e de funcionamento dos órgãos públicos, o que patível com a moralidade administrativa. O agente deve
se comportar em seus atos de maneira proba, escorreita,
deve necessariamente passar por critérios de valorização
séria, não atuando com intenções escusas e desvirtuadas.
dos servidores bons e de treinamento e qualificação per-
Seu poder-dever não pode ser utilizado, por exemplo, para
manente dos quadros de pessoal”.
satisfação de interesses menores, como realizar a prática de
determinado ato para beneficiar uma amante ou um paren-
VI - zelar pela economia do material e pela conserva-
te. Se o agente viola o dever de agir com comportamento
ção do patrimônio público;
incompatível com a moralidade administrativa, poderá es-
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela econo-
tar sujeito a sanção disciplinar. Seu ato ímprobo ou imoral
mia e pela conservação dos bens públicos presta um des-
configura o chamado desvio de poder, que é totalmente
serviço à nação que lhe remunera. E como se verá adiante
abominável no Direito Administrativo e poderá ser anulado
poderá ser causa inclusive de demissão, se não cumprir o
interna corporis ou judicialmente através da ação popular,
presente dever, quando por descumprimento dele a gra- ação de ressarcimento ao erário e ação civil pública se o ato
vidade do fato implicar a infração a normas mais graves”. violar direito coletivo ou transindividual”.
VII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde IX - ser assíduo e pontual ao serviço;
que envolvam questões relativas à segurança pública e “Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assí-
da sociedade; duo significa ser presente dentro do horário do expedien-
“O agente público deve guardar sigilo sobre o que se te. O oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


passa na repartição, principalmente quanto aos assuntos aquele servidor que não atrasa seus compromissos. É o que
oficiais. Pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, comparece no horário para as reuniões de trabalho e de-
hoje está regulamentado o acesso às informações. Porém, mais atividades relacionadas com o exercício do cargo que
o servidor deve ter cuidado, pois até mesmo o fornecimen- ocupa. Embora sejam conceitos diferentes, aqui o dever
to ou divulgação das informações exigem um procedimen- violado, seja por impontualidade, seja por inassiduidade
to. Maior cuidado há que se ter, quando a informação pos- (que ainda não aquela inassiduidade habitual de 60 dias
sa expor a intimidade da pessoa humana. As informações ensejadora de demissão), merece reprimenda de advertên-
pessoais dos administrados em geral devem ser tratadas cia, com fins educativos e de correção do servidor”.
forma transparente e com respeito à intimidade, à vida
privada, à honra e à imagem das pessoas, bem como às X - tratar com urbanidade os demais servidores públi-
liberdades e garantias individuais, segundo o artigo 31, da cos e o público em geral;
Lei nº 12.527, 2011. A exceção para o sigilo existe, pois, não “No mundo moderno, e máxime em nossa civilização
devemos tratar a questão em termos de cláusula jurídica ocidental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Ur-
de caráter absoluto, podendo ter autorizada a divulgação bano, nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo
ou o acesso por terceiros quando haja previsão legal. Outra da urbe (cidade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e
exceção é quando há o consentimento expresso da pessoa que não possa criar embaraços aos usuários dos serviços
a que elas se referirem. No caso de cumprimento de or- públicos”.
dem judicial, para a defesa de direitos humanos, e quando

53
XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
de poder. #FicaDica
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
XI deste artigo será obrigatoriamente apreciada pela auto- Faltas puníveis com advertência:
ridade superior àquela contra a qual é formulada, assegu- - Ausentar-se do serviço durante o expediente
rando-se ao representado ampla defesa, com os meios e sem autorização;
recursos a ela inerentes. - Recusar fé a documentos públicos;
Caso o funcionário público denuncie outro servidor, - Delegar a pessoa estranha atribuição que seja
esta representação será encaminhada a alguém que seja de sua competência e responsabilidade.
superior hierarquicamente ao denunciado, que terá direito
à ampla defesa.
“O servidor tem obrigação legal de dar conhecimen- Art. 4º São faltas administrativas, puníveis com a pena
to às autoridades de qualquer irregularidade de que tiver de suspensão por até 90 (noventa) dias, cumulada, se
ciência em razão do cargo, principalmente no processo couber, com a destituição do cargo em comissão:
em que está atuando ou quando o fato aconteceu sob as I - retirar, sem prévia autorização, por escrito, da auto-
suas vistas. Não é concebível que o servidor se defronte ridade competente, qualquer documento ou objeto da
com uma irregularidade administrativa e fique inerte. Deve repartição;
provocar quem de direito para que a irregularidade seja Violação do dever de zelo com o patrimônio público.
sanada de imediato. Caso haja indiferença no seu círculo
de atuação, i.e., no seu setor ou seção, deverá representar II - opor resistência ao andamento de documento, pro-
aos órgãos superiores. Assim é que o dever de informar cesso ou à execução de serviço;
acerca de irregularidades anda de braço dado com o dever Não cabe impedir que o trâmite da administração seja
de representar. Não surtindo efeito a notícia da irregulari- alterado por um capricho pessoal. Violação ao dever de ce-
dade, não corrigida esta, sobrevém o dever de representar. leridade e eficiência, bem como de impessoalidade.
O dever de representação não deixa de ser uma prerro-
gativa legal, investindo o servidor de um múnus público III - atuar como procurador ou intermediário junto a
importante, constituindo o servidor em um curador legal repartições públicas;
do ente público. O mais humilde servidor passa a ser um Não cabe atuar como procurador perante repartições
agente promotor de legalidade. É claro o inciso XII do art. públicas de forma profissional. Daí a limitação à atuação
116 quando diz que é dever do servidor “representar con- como representante de parente até segundo grau (irmãos,
tra ilegalidade, omissão ou abuso de poder”. De modo que ascendentes e descendentes, cônjuges e companheiros).
também a omissão pode ensejar a representação. A omis-
são do agente que ilegalmente não pratica ato a que se IV - aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado
acha vinculado pode até configurar o ilícito penal de pre- estrangeiro, sem licença do Presidente da República;
varicação. O dever de representação deve ser privilegiado, Trata-se de indício da intenção de praticar atos contrá-
mas deve ser usado com o devido equilíbrio, não podendo rios ao interesse do Estado ao qual esteja vinculado.
servir a finalidades egoísticas, político-partidárias, induzido
por inimizades de cunho pessoal, o que de pronto trespas- V - atribuir a outro servidor público funções ou ativi-
sará o representante de autor a réu por prática de abuso de dades estranhas às do cargo, emprego ou função que
poder ou denunciação caluniosa”. ocupa, exceto em situação de emergência e transito-
riedade;
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 3º São faltas administrativas, puníveis com a pena Cada servidor público tem sua atribuição legal, não ca-
de advertência por escrito: bendo designá-lo para desempenhar funções diversas sal-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem vo em caso de extrema necessidade.
prévia autorização do superior imediato;
Violação do dever de assiduidade. VI - manter sob a sua chefia imediata cônjuge, compa-
nheiro ou parente até o segundo grau civil;
II - recusar fé a documentos públicos; É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos,
É dever do servidor público conferir fé aos documentos neto ou descendente, é o termo utilizado para designar o
públicos, revestindo-lhes da autoridade e confiança que favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detri-
seu cargo possui. Violação do dever de transparência. mento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que
diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. O Decreto
III - delegar a pessoa estranha à repartição, exceto nos nº 7.203, de 4 de junho de 2010 dispõe sobre a vedação
casos previstos em lei, atribuição que seja de sua com- do nepotismo no âmbito da administração pública federal.
petência e responsabilidade ou de seus subordinados. Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge,
Quem é designado para o desempenho de uma função companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
pública deve desempenhá-la, não podendo designar outra afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade no-
pessoa para prestar seus serviços ou de seu subordinado. meante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investi-
do em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o

54
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ain- pode até não estar personificada, por exemplo, não estar
da, de função gratificada na Administração Pública direta devidamente constituída e registrada nos órgãos compe-
e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Esta- tentes (Junta Comercial, fisco estadual, municipal, distrital
dos, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido e federal, e órgãos de controle: ambiental, trabalhista etc.).
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Consti- Comprovada detidamente a gerência ou administração da
tuição Federal.” sociedade particular em concomitância com a pretensa
carga horária da repartição pública, deve ser aplicada a pe-
VII - praticar comércio de compra e venda de bens ou nalidade de demissão.
serviços no recinto da repartição, ainda que fora do
horário normal de expediente. IV - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição
Parágrafo único. Quando houver conveniência para o em serviços ou atividades particulares;
serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida O aparato da administração pública pertence ao Estado,
em multa, na base de cinquenta por cento da remunera- não cabendo ao servidor utilizá-lo em atividades particu-
ção do servidor, ficando este obrigado a permanecer em lares.
serviço.
V - exercer quaisquer atividades incompatíveis com o
cargo ou a função pública, ou, ainda, com horário de
#FicaDica trabalho;
O exercício de atividades incompatíveis propicia uma
Faltas puníveis com suspensão: violação ao princípio da imparcialidade.
- Retirar sem autorização documento ou objeto
da repartição; VI - abandonar o cargo, caracterizando-se o abandono
- Opor resistência ao andamento de documento, pela ausência injustificada do servidor público ao ser-
processo ou à execução de serviço; viço, por mais de trinta dias consecutivos;
- Atuar como procurador ou intermediário nas VII - apresentar inassiduidade habitual, assim entendi-
repartições; da a falta ao serviço, por vinte dias, interpoladamente,
- Aceitar comissão, emprego ou pensão de sem causa justificada no período de seis meses;
Estado estrangeiro sem autorização; O abandono de cargo ocorre quando a pessoa não
- Atribuir a outro servidor atribuições estranhas comparece ao trabalho por 30 dias seguidos sem justifica-
ao cargo/emprego/função; tiva; a inassiduidade habitual ocorre quando a ausência se
- Praticar nepotismo (chefia – cônjuge, dá por 20 dias interpolados sem justificativa, num período
companheiro, parente até segundo grau); de 6 meses.
- Comercializar bens ou serviços no recinto da
repartição. VIII - aceitar ou prometer aceitar propinas ou presen-
tes, de qualquer tipo ou valor, bem como empréstimos
pessoais ou vantagem de qualquer espécie em razão
Art. 5º São faltas administrativas, puníveis com a pena de suas atribuições.
de demissão, a bem do serviço público: Aceitar propinas ou presentes de qualquer valor, ou
I - valer-se, ou permitir dolosamente que terceiros ti- empréstimos e vantagens, caracteriza aproveitamento in-
rem proveito de informação, prestígio ou influência, devido do cargo público e, por isso, infração administrativa.
obtidos em função do cargo, para lograr, direta ou in-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


diretamente, proveito pessoal ou de outrem, em detri- Parágrafo único. A penalidade de demissão também
mento da dignidade da função pública; será aplicada nos seguintes casos:
O cargo público serve apenas aos interesses da admi- I - improbidade administrativa;
nistração pública, ou seja, da coletividade, não aos interes- Prática de ato de improbidade administrativa, conforme
ses pessoais do servidor. Lei nº 8.429/1992.
II - insubordinação grave em serviço;
II - exercer comércio ou participar de sociedade comer- Violação do dever de hierarquia.
cial, exceto como acionista, cotista ou comanditário; III - ofensa física, em serviço, a servidor público ou a par-
III - participar da gerência ou da administração de em- ticular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
presa privada e, nessa condição, transacionar com o Prática de lesão corporal no exercício da função.
Estado; IV - procedimento desidioso, assim entendido a falta ao
Não cabe ao servidor público administrar sociedade dever de diligência no cumprimento de suas atribuições;
privada, o que pode comprometer sua eficiência e impar- Trata-se da ação de forma negligente, sem diligência,
cialidade no exercício da função pública. No princípio, ou sem cuidado.
seja, na redação original do Estatuto era proibida apenas a V - revelação de segredo de que teve conhecimento
participação do servidor como sócio gerente ou adminis- em função do cargo ou emprego.
trador de empresa privada, exceto na qualidade de mero Violação do dever de sigilo funcional.
cotista, acionário ou comanditário. Atualmente, a empresa

55
Art. 7º Os servidores públicos civis são obrigados a de-
#FicaDica clarar, no ato de investidura e sob as penas da lei, quais
os cargos públicos, empregos e funções que exercem,
- Tirar ou permitir que tirem proveito de abrangidos ou não pela vedação constitucional, deven-
informação, prestígio ou influência, obtidos em do fazer prova de exoneração ou demissão, na data da
função do cargo, para lograr proveito pessoal investidura, na hipótese de acumulação constitucional-
ou para terceiro; mente vedada.
- Exercer comércio ou participar de sociedade § 1º Todos os atuais servidores públicos civis deverão
comercial, salvo como acionista, cotista ou apresentar ao respectivo órgão de pessoal, no prazo
comanditário; estabelecido pelo Poder Executivo, a declaração a que
- Participar da gerência ou da administração de se refere o caput deste artigo.
empresa privada, transacionando com o Estado; § 2º Caberá ao órgão de pessoal fazer a verificação da
- Usar pessoal e recursos da repartição para incidência ou não da acumulação vedada pela Consti-
interesses particulares; tuição Federal.
- Exercer atividades incompatíveis com o cargo § 3º Verificada, a qualquer tempo, a incidência da acu-
ou função; mulação vedada, assim como a não apresentação, pelo
- Abandono de cargo (30 dias seguidos); servidor, no prazo a que se refere o § 1º deste artigo,
- Inassiduidade habitual (20 dias interpolados da respectiva declaração de acumulação de que trata o
em 6 meses); caput, a autoridade competente promoverá a imediata
- Aceitar ou prometer aceitar propinas, instauração do processo administrativo para a apura-
presentes, empréstimos pessoais ou vantagem ção da infração disciplinar, nos termos desta lei, sob
de qualquer espécie; pena de destituição do cargo em comissão ou função
- Improbidade administrativa; de confiança, da autoridade e do chefe de pessoal.
- Insubordinação grave em serviço; A proibição vale tanto para a administração direta
- Ofensa física em serviço; quanto para a indireta.
- Desídia, falta de diligência no cumprimento Se o Estado pretende que o desempenho de atividade
dos deveres funcionais; cumulada não gere prejuízo à função pública, correto que
- Revelação de segredo; exija a comprovação de compatibilidade de horários.
- Acumulação proibida remunerada de cargos, Por isso, exige-se que o servidor informe a situação de
empregos e funções. acumulação, justificando a compatibilidade entre os cargos
e entre as jornadas.

Art. 6º Constitui infração grave, passível de aplicação da Art. 8º Pelo exercício irregular de suas atribuições o
pena de demissão, a acumulação remunerada de car- servidor público civil responde civil, penal e adminis-
gos, empregos e funções públicas, vedada pela Consti- trativamente, podendo as cominações civis, penais e
tuição Federal, estendendo-se às autarquias, empresas disciplinares cumular-se, sendo umas e outras inde-
públicas, sociedades de economia mista da União, dos pendentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e funda- e administrativa.
ções mantidas pelo Poder Público. Segundo Carvalho Filho , “a responsabilidade se origina
Estabelece o artigo 37, XVI da Constituição Federal: de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determinada
situação fática prevista em lei e se caracteriza pela natureza
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, do campo jurídico em que se consuma. Desse modo, a res-
exceto, quando houver compatibilidade de horários, obser- ponsabilidade pode ser civil, penal e administrativa. Cada
vado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
responsabilidade é, em princípio, independente da outra”.
a) a de dois cargos de professor;
É possível que o mesmo fato gere responsabilidade ci-
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
vil, penal e administrativa, mas também é possível que este
científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio- gere apenas uma ou outra espécie de responsabilidade.
nais de saúde, com profissões regulamentadas; Daí o fato das responsabilidades serem independentes: o
mesmo fato pode gerar a aplicação de qualquer uma delas,
Segundo Carvalho Filho , “o fundamento da proibição é cumulada ou isoladamente.
impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que o Se as responsabilidades se cumularem, também as san-
servidor não execute qualquer delas com a necessária efi- ções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais responsabi-
ciência. Além disso, porém, pode-se observar que o Cons- lidades são independentes, ou seja, não dependem uma
tituinte quis também impedir a cumulação de ganhos em da outra.
detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] Nota- Determinadas decisões na esfera penal geram exclusão
-se que a vedação se refere à acumulação remunerada. Em da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, quais
consequência, se a acumulação só encerra a percepção de sejam: absolvição por inexistência do fato ou negativa de
vencimentos por uma das fontes, não incide a regra consti- autoria. A absolvição criminal por falta de provas não gera
tucional proibitiva”. exclusão da responsabilidade civil e administrativa.

56
A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada e efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano
prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delic- (dano é o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser in-
to, conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz dividual ou coletivo, moral ou material, econômico e não
coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter econômico).
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legíti- Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
ma defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
exercício regular de direito” (excludentes de antijuridicida- privado prestadoras de serviços públicos responderão pe-
de); “art. 66. não obstante a sentença absolutória no juízo los danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res-
sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material ponsável nos casos de dolo ou culpa.
do fato”; “art. 386, IV – estar provado que o réu não con- Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurídi-
correu para a infração penal”. ca autônoma entre o Estado e o agente público que causou
Entendem Fuller, Junqueira e Machado : “a absolvição o dano no desempenho de suas funções. Nesta relação, a
dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por falta responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Es-
de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação conferi- tado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual
da ao CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito da foi anteriormente condenado a reparar. Direito de regres-
jurisdição civil, restando intocada a possibilidade de, na so é justamente o direito de acionar o causador direto do
ação civil de conhecimento, ser provada e reconhecida a dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, con-
existência do direito ao ressarcimento, de acordo com o siderada a existência de uma relação obrigacional que se
grau de cognição e convicção próprios da seara civil (na forma entre a vítima e a instituição que o agente compõe.
esfera penal, a decisão de condenação somente pode ser Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen-
lastreada em juízo de certeza, tendo em vista o princípio te causar aos membros da sociedade, mas se este agen-
constitucional do estado de inocência)”. te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do
A responsabilidade penal do servidor decorre de uma que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
conduta que a lei penal tipifique como infração penal, ou condutas incompatíveis com o comportamento ético dele
seja, como crime ou contravenção penal. esperado.
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro-
O servidor poderá ser responsabilizado apenas penal-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado
mente, uma vez que somente caberá responsabilização
contraditório e ampla defesa.
civil se o ato tiver causado prejuízo ao erário (elemento
Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com cul-
dano).
pa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor que
Os crimes contra a Administração Pública se encon-
gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (adminis-
tram nos artigos 312 a 326 do Código Penal, mas existem
trado), o servidor terá o dever de indenizar.
outros crimes espalhados pela legislação específica.
Já a responsabilidade administrativa, se aplica no caso
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante
de infração administrativa, aplicando-se penalidade disci-
do direito obrigacional, uma vez que a principal conse- plinar ao servidor.
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamento
de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, #FicaDica
quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere
dano deve suportar as consequências jurídicas decorren- Um mesmo ato pode ser punido na esfera

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


tes, restaurando-se o equilíbrio social. civil, penal e administrativa, pois estas são
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- independentes entre si e podem cumular-se.
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os As exceções ocorrem no caso de absolvição na
limites da herança, embora existam reflexos na ação que esfera penal por inexistência do fato ou negativa
apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es- de autoria (absolve no cível e no administrativo)
fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de ou no caso de condenação na esfera penal
autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que (condena no cível e no administrativo).
uma absolvição por falta de provas não o faz).
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil § 1º Na aplicação das penas disciplinares definidas nes-
se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, por ta lei, serão consideradas a natureza e a gravidade da
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, infração e os danos que dela provierem para o serviço
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva- público, podendo cumular-se, se couber, com as co-
mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do minações previstas no § 4º do art. 37 da Constituição.
instituto da responsabilidade civil, que tem como elemen- De forma fundamentada, justificada, se escolherá por
tos: ação ou omissão voluntária (agir como não se deve uma ou outra sanção, conforme a gravidade do ato prati-
ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente cado e os danos que foram causados.
(dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e
culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa

57
§ 2º A competência para a imposição das penas disci- § 10. A falta, também prevista na lei penal, como crime,
plinares será determinada em ato do Poder Executivo. prescreverá juntamente com este.
Por Decreto, se determina quem terá a competência de Se a infração disciplinar for também crime, prescreve-
aplicar a penalidade. rá administrativamente no mesmo prazo em que o crime
prescreveria na esfera penal.
§ 3º Os atos de advertência, suspensão e demissão
mencionarão sempre a causa da penalidade. Art. 9º Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
Quando da aplicação da penalidade, deve sempre ser lidade do inativo que houver praticado, na ativa, fal-
mencionada a infração que foi cometida e o fundamento ta punível com demissão, após apurada a infração em
da pena. processo administrativo disciplinar, com direito à am-
pla defesa.
§ 4º A penalidade de advertência converte-se automa- Parágrafo único. Será igualmente cassada a disponibili-
ticamente em suspensão, por trinta dias, no caso de dade do servidor que não assumir no prazo legal o exercí-
reincidência. cio do cargo ou emprego em que for aproveitado.
A reincidência em infração punida com advertência Cassação de aposentadoria: servidor não está mais
gera suspensão, pelo prazo de 30 dias. exercendo a função porque se aposentou, mas é penali-
zado por infração administrativa praticada no exercício da
§ 5º A aplicação da penalidade de suspensão acarreta o função que seria punida com demissão.
cancelamento automático do valor da remuneração do Cassação de disponibilidade: servidor está em dispo-
servidor, durante o período de vigência da suspensão. nibilidade, mas é penalizado por infração administrativa
Servidor suspenso não é remunerado. praticada no exercício da função que seria punida com de-
missão ou por não ter retomado o exercício das funções
§ 6º A demissão ou a destituição de cargo em comissão quando determinado.
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em
cargo público federal, pelo prazo de cinco anos. Art. 10. Essa lei entra em vigor na data de sua publicação.
O ex-servidor ao qual se aplique a pena de demissão
não poderá ser investido em cargo público federal pelo Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário.
prazo de 5 anos.
Brasília, 12 de abril de 1990; 169º da Independência e
§ 7º Ainda que haja transcorrido o prazo a que se refere 102º da República.
o parágrafo anterior, a nova investidura do servidor de-
mitido ou destituído do cargo em comissão, por atos
de que tenham resultado prejuízos ao erário, somente
se dará após o ressarcimento dos prejuízos em valor EXERCÍCIO COMENTADO
atualizado até a data do pagamento.
Deve haver restituição do prejuízo causado à adminis- 1. (IFF - Conhecimentos Gerais - Cargos 23 e 31 - CESPE
tração para que o servidor demitido ou destituído do cargo - 2018) De acordo com as normas de conduta dos servido-
em comissão volte a ocupar cargo. res públicos civis da União, das autarquias e das fundações
públicas, enseja penalidade de suspensão a:
§ 8º O processo administrativo disciplinar para a apu-
ração das infrações e para a aplicação das penalidades A. insubordinação grave em serviço.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

reguladas por esta lei permanece regido pelas normas B. utilização de pessoal da repartição em atividades parti-
legais e regulamentares em vigor, assegurado o direito culares.
à ampla defesa. C. ausência ao dever de diligência no cumprimento de suas
Neste sentido, disciplinam a Lei nº 8.112/1990 e a Lei atribuições.
nº 9.784/1999. D. manutenção de cônjuge sob sua chefia imediata.
E. cumulação ilegal de cargos públicos.
§ 9º Prescrevem:
I - em dois anos, a falta sujeita às penas de advertência Resposta: “D”. A Lei nº 8.027/1990 preconiza em seu
e suspensão; artigo 4º, VI: “São faltas administrativas, puníveis com a
II - em cinco anos, a falta sujeita à pena de demissão pena de suspensão por até 90 (noventa) dias, cumulada,
ou à pena de cassação de aposentadoria ou disponi- se couber, com a destituição do cargo em comissão: [...]
bilidade. VI - manter sob a sua chefia imediata cônjuge, compa-
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do nheiro ou parente até o segundo grau civil”.
direito de acionar judicialmente. A, B, C e E. Todas são faltas puníveis com a pena de de-
No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais missão, nos termos do artigo 5o e 6o, Lei nº 8.027/1990.
graves, 2 para as de gravidade intermediária e leve (pena
de suspensão e de advertência).

58
gas, a classe e a nação. As virtudes básicas são comuns a
DECRETO FEDERAL Nº 1.171, DE 22 DE todos os códigos. As virtudes específicas de cada profissão
JUNHO DE 1994 - CÓDIGO DE ÉTICA DOS representam as variações entre os diversos estatutos éti-
SERVIDORES PÚBLICOS. cos. O zelo, por exemplo, é exigível em qualquer profissão,
pois representa uma qualidade imprescindível a qualquer
execução de trabalho, em qualquer lugar. O sigilo, todavia,
deixa de ser necessário em profissões que não lidam com
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Públi- confidências e resguardos de direitos” . Por exemplo, o ser-
co Civil do Poder Executivo Federal. vidor público tem o dever de zelo, genérico, e o dever de
sigilo, específico, já que tem acesso a informações privile-
Consolidando um padrão de comportamento ético, giadas no exercício do cargo.
merece destaque o Decreto nº 1.171/1994 (Código de Ética Tomadas estas premissas, vale lembrar que o Código
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo de Ética foi expedido pelo Presidente da República, con-
Federal), o qual será estudado a partir deste ponto. siderada a atribuição da Constituição Federal para dispor
Considerados os princípios administrativos basilares sobre a organização e o funcionamento da administração
do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Constituição
específico que estabelece a ação ética esperada dos ser- Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
vidores públicos, qual seja o Decreto n° 1.171/94. Trata-se bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
do chamado Código de Ética do Servidor Público, o qual execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) orga-
disciplina normas éticas aplicáveis a esta categoria de pro- nização e funcionamento da administração federal, quando
fissionais, assemelhando-se no formato aos Códigos de não implicar aumento de despesa nem criação ou extin-
Ética que costumam ser adotados para variadas categorias ção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos
profissionais (médicos, contadores...), mas diferenciando- públicos, quando vagos”. Exatamente por causa desta atri-
-se destes por possuir o caráter jurídico, logo, coativo. buição que o Código de Ética em estudo adota a forma
A respeito dos motivos que ensejam a criação de um de decreto e não de lei, já que as leis são elaboradas pelo
Código de Ética, tem-se que “as relações de valor que exis- Poder Legislativo (Congresso Nacional).
tem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado exer-
conduta humana podem ser reunidas em um instrumento cício de poder regulamentar inerente ao Executivo, que se
regulador. Tal conjunto racional, com o propósito de esta- perfaz em decretos regulamentares. Embora sejam factíveis
belecer linhas ideais éticas, já é uma aplicação desta ciência decretos autônomos , não é o caso do decreto em estudo,
que se consubstancia em uma peça magna, como se uma o qual encontra conexão com diplomas como as Leis n°
lei fosse entre partes pertencentes a grupamentos sociais. 8.112/90 (regime jurídico dos servidores públicos federais)
Uma espécie de contrato de classe gera o Código de Ética e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade administrativa), além
Profissional e os órgãos de fiscalização do exercício pas- da Constituição Federal. Assim, o Decreto nº 1.171/94 não
sam a controlar a execução de tal peça magna. Tudo deriva, é autônomo!
pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu Ainda assim, inegável que o decreto impõe normas de
grupo e o todo social. O interesse no cumprimento do alu- conduta, o que gera controvérsias sobre o nível de obri-
dido código passa, entretanto, a ser de todos. O exercício gatoriedade dele. Autores como Azevedo se posicionam
de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada pro- pela inconstitucionalidade do Decreto: “O Decreto 1171 é
fissional [...], mas com proveito geral. Cria-se a necessidade inconstitucional, na medida em que impõe regras de con-
de uma mentalidade ética e de uma educação pertinente dutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima diz, no seu
que conduza à vontade de agir, de acordo com o estabele- art. 5º, diz que ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


cido. Essa disciplina da atividade é antiga, já encontrada nas fazer alguma coisa senão em virtude de lei’ e que ‘não há
provas históricas mais remotas, e é uma tendência natural crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
na vida das comunidades. É inequívoco que o ser tenha cominação legal’. Esta lei citada pelo art. 5º é a norma pri-
sua individualidade, sua forma de realizar seu trabalho, mas mária, não podendo ser confundida com a possibilidade
também o é que uma norma comportamental deva reger de ser imposta normas de conduta pela norma secundária.
a prática profissional no que concerne a sua conduta, em Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma de con-
relação a seus semelhantes” . Logo, embora se reconheça duta a alguém via Decreto, que é uma norma secundária,
que o indivíduo tem particularidades no desempenho de porque só a norma primária tem esta capacidade consti-
suas funções, isto é, que emprega algo de sua personali- tucional. Atualmente, com a nova redação do art. 84, in-
dade no exercício delas, cabe o estabelecimento de um rol ciso VI, dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 11 de
de condutas padronizadas genericamente, as quais corres- setembro de 2001, é possível falar em Decreto Autônomo.
pondem ao melhor desempenho profissional que se pode Isto é: é possível falar em Decreto como norma primária,
ter, um desempenho ético. para fins de dispor sobre organização e funcionamento da
“Para que um Código de Ética Profissional seja organi- Administração Pública Federal, quando não houver aumen-
zado, é preciso, preliminarmente, que se trace a sua base to de despesa nem criação ou extinção de órgãos públi-
filosófica. Tal base deve estribar-se nas virtudes exigíveis cos, e também para extinguir funções ou cargos públicos,
a serem respeitadas no exercício da profissão, e em geral quando vagos. Somente uma grande força de interpreta-
abrange as relações com os utentes dos serviços, os cole- ção, que chegaria a ultrapassar os limites constitucionais

59
do art. 84, VI, da CF/88, poderia aceitar que a criação de Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética
normas de conduta para servidores públicos estaria inserta será comunicada à Secretaria da Administração Federal
na organização e funcionamento da Administração Pública da Presidência da República, com a indicação dos res-
Federal. Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só pectivos membros titulares e suplentes.
apareceu verdadeiramente no ordenamento jurídico nacio- Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua pu-
nal em 11 de setembro de 2001, e o Decreto nº 1.171 é de blicação.
22 de junho de 1994, quando não havia no ordenamento
jurídico o Decreto como norma primária. Por isso, o Decre- Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e
to nº 1.171 não impõe coerção quanto às normas materiais 106° da República.
nele indicadas; impõe tão somente em relação às normas ITAMAR FRANCO
processuais, como a obrigação de criação de Comissão de Romildo Canhim
Ética por todas as entidades e órgãos públicos federais”.
Não se corrobora, em parte, o entendimento. O fato Os principais elementos que podem ser extraídos do
dos decretos autônomos terem surgido após o Decreto nº preâmbulo do Código de Ética são:
1.171/94 não o transforma em norma primária, realmente. Trata-se de um diploma expedido pelo Presidente da
Contudo, trata-se de uma norma secundária que encontra República à época e, como tal, permanece válido até que
bases em normas primárias, quais sejam a Lei nº 8.112/90 seja revogado, isto é, até sobrevir outro de conteúdo in-
e a Lei nº 8.429/92: na prática, todas as diretrizes estabe- compatível (revogação tácita) ou até outro decreto ser ex-
lecidas no Código de Ética são repetidas em leis federais pedido para substituí-lo (revogação expressa). O decreto
e decorrem diretamente do texto constitucional. Assim, a aceita, ainda, reformas e revogações parciais: no caso, des-
adoção da forma de decreto não significa, de forma algu- taca-se o Decreto n° 6.029/07, que revogou alguns incisos
ma, que suas diretrizes não sejam obrigatórias: o servidor do Código e que será estudado oportunamente.
público federal que desobedecê-las estará sujeito à apu- Parâmetros para o conteúdo do decreto: os incisos do
ração de sua conduta perante a respectiva Comissão de artigo 84, já citados anteriormente, remetem ao poder
Ética, que enviará informações ao processo administrativo regulamentar o Executivo; os artigos da Lei n° 8.112/90
disciplinar, podendo gerar até mesmo a perda do cargo, ou referem-se aos deveres e proibições do servidor público
aplicará a pena de censura nos casos menos graves. Não federal; os artigos da Lei n° 8.429/92 tratam dos atos de
obstante, o respeito ao Código gera reconhecimento e é improbidade administrativa.
verificado para fins de promoção. Isso sem falar na total A partir da aprovação do Código de Ética, ele se tor-
efetividade das regras determinantes da instituição de Co- nou obrigatório a todas as esferas da atividade pública. Daí
missões de Ética. a obrigação de instituir o aparato próprio ao seu cumpri-
mento, inclusive mediante criação das Comissões de Ética,
as quais não podem ser compostas por servidores tempo-
#FicaDica rários.
O decreto conferiu um prazo para cada uma das enti-
O Decreto nº 1.171/1994 não é autônomo e dades da administração pública federal direta ou indireta
se vincula às disciplinas da Lei nº 8.112/1990 para constituir em seu âmbito uma Comissão de Ética que
– Regime Jurídico dos Servidores Públicos irá apurar as infrações ao Código de Ética. Com efeito, não
Civis Federais e da Lei nº 8.429/1992 – Lei de há nenhuma facultatividade quanto ao dever de respeito
Improbidade Administrativa. ao Código de Ética, pois ele se aplica tanto na adminis-
tração direta quanto na indireta. A Comissão de Ética será
composta por: três servidores ou empregados titulares
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições de cargo efetivo ou emprego permanente. A constituição
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em (quando foi criada) e a composição (quem a compõe) da
vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos Comissão deverão ser informadas à Secretaria da Adminis-
arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, tração Federal da Presidência da República.
e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,
ANEXO
DECRETA: Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que CAPÍTULO I
com este baixa. Seção I
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Das Regras Deontológicas
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta
dias, as providências necessárias à plena vigência do O Direito como valor do justo é estudado pela Filosofia
Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da do Direito na parte denominada Deontologia Jurídica, ou,
respectiva Comissão de Ética, integrada por três ser- no plano empírico e pragmático, pela Política do Direito
vidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou . Deontologia é uma das teorias normativas segundo as
emprego permanente. quais as escolhas são moralmente necessárias, proibidas

60
ou permitidas. Portanto inclui-se entre as teorias morais exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
que orientam nossas escolhas sobre o que deve ser fei- atos, comportamentos e atitudes serão direcionados
to, considerada a moral vigente. Por sua vez, a deontolo- para a preservação da honra e da tradição dos servi-
gia jurídica é a ciência que cuida dos deveres e dos direitos ços públicos.
dos operadores do Direito, bem como de seus fundamentos Primeiramente, vale compreender o sentido de algu-
éticos e legais, consolidando o valor do justo. Por isso, os mas palavras do inciso: por dignidade, deve-se entender
incisos que se seguem traduzem o comportamento moral autoridade moral; por decoro, compostura e decência; por
esperado do servidor público não só enquanto desempenha zelo, cuidado e atenção; por eficácia, a produção do efeito
suas funções, mas também em sua vida social. esperado.
Deontologia é, assim, a teoria do dever no que diz res- Na verdade, tudo isto abrange o que o inciso chama
peito à moral; conjunto de deveres que impõe a certos pro- de consciência dos princípios morais: sei que devo agir de
fissionais o cumprimento da sua função. Pode-se dizer ainda modo que inspire os demais que me rodeiam, isto é, exa-
que a deontologia consiste no conjunto de regras e princí- tamente como o melhor cidadão de bem; no desempenho
pios que regem a conduta de um profissional, uma ciência das minhas funções, devo me manter sério e comprometi-
que estuda os deveres de uma determinada profissão. O do, desempenhando cada uma das atribuições recebidas
profissional brasileiro está sujeito a uma deontologia própria com o maior cuidado e atenção possível, evitando erros,
a regular o exercício de sua profissão conforme o Código de de modo que o serviço que eu preste seja o melhor que eu
Ética de sua classe. O Direito é o mínimo de moral para que puder prestar.
o homem viva em sociedade e a deontologia dele decorre Não basta que o funcionário aja desta forma no exer-
posto que trata de direitos e deveres dos profissionais que cício de suas funções, porque ele participa da sociedade e
estejam sujeitos a especificidade destas normas. fica conhecido nela. O desempenho de cargo público, por
O Código de Ética cria regras deontológicas de ética, isto sua vez, faz com que ele seja visto de outra forma pela so-
é, cria um sistema de princípios e fundamentos da moral, ciedade, que espera dele uma conduta ilibada, ou seja, livre
daí porque não se preocupa com a previsão de punição e de vícios e compulsões. Discrição é a palavra-chave para a
processo disciplinar contra o servidor antiético, apesar de, vida particular do servidor público, preservando a institui-
na maioria das vezes, haver coincidência entre a conduta ção da qual faz parte. Por exemplo, quem se sentiria bem
antiética e a necessidade de punição administrativa. A ver- em ser atendido por um funcionário que é sempre visto
dadeira intenção do Código de Ética foi estimular os órgãos embriagado em bares ou provocando confusões familiares,
e entidades públicas federais a promoverem o debate sobre por mais que os serviços por ele desempenhados sejam de
a ética, para que ela, e as discussões que dela se extrai, per- qualidade?
meie amiúde as repartições, até com naturalidade. O comportamento ético do servidor público na sua vida
“Muitas são as virtudes que um profissional precisa ter particular só é exigível se, pela natureza do cargo, houver
para que desenvolva com eficácia seu trabalho. Em verdade, uma razoável exigência do servidor se comportar moral-
múltiplas exigências existem, mas entre elas, destacam-se al- mente, como invariavelmente ocorre nas carreiras típicas
gumas, básicas, sem as quais se impossibilita a consecução de Estado. O que dizer então do Decreto nº 1.171, de 1994,
do êxito moral. Quase sempre, na maioria dos casos, o suces- que impõe o comportamento ético e moral de todo e qual-
so profissional se az acompanhar de condutas fundamentais quer servidor, na sua vida particular, independentemente
corretas. Tais virtudes básicas são comuns a quase todas as da natureza do seu cargo? Quando tal Código estabelece,
profissões [...]. Virtudes básicas profissionais são aquelas in- logo no Capítulo I do Anexo, algumas “Regras Deontoló-
dispensáveis, sem as quais não se consegue a realização de gicas”, quer dizer que o servidor público está envolto em
um exercício ético competente, seja qual for a natureza do um sistema onde a moral tem forte influência no desenvol-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


serviço prestado. Tais virtudes devem formar a consciência vimento da sua carreira pública. Assim, quem passa pelo
ética estrutural, os alicerces do caráter e, em conjunto, habi- serviço público sabe ou deveria saber que a promoção
litarem o profissional ao êxito em seu desempenho” . profissional e o adequado cumprimento das atribuições
Para bem compreender o conteúdo dos incisos que se do cargo estão condicionados também pela ética e, assim,
seguem, é importante pensar: se eu fosse a pessoa buscan- pelo comportamento particular do servidor.
do atendimento no órgão público em questão, como eu
gostaria de ser tratado? Qual o tipo de funcionário que eu II - O servidor público não poderá jamais desprezar o
gostaria que fosse responsável pela solução do meu proble- elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
ma? Enfim, basta lembrar da regra de ouro da moralidade, decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
pela qual eu somente devo fazer algo se racionalmente de- injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
sejar que todas as pessoas ajam da mesma forma - inclusive e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
em relação a mim, ou seja, “age de tal modo que a máxima o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
de tua vontade possa valer-te sempre como princípio de caput, e § 4°, da Constituição Federal.
uma legislação universal” . Este inciso traz alguns binômios abrangidos pelo con-
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consci- ceito de ética que se contrapõem. Com efeito, o servidor
ência dos princípios morais são primados maiores que deve sempre escolher o conveniente, o oportuno, o justo e
devem nortear o servidor público, seja no exercício o honesto. No caso, parte-se das escolhas de menor rele-
do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o vância para aquelas fundamentais, que envolvem a opção

61
pelo justo e honesto. Estes são os principais valores morais tudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses
exigidos pelo inciso. Quando se fala que é preciso escolher próprios, quando, entretanto, esses são de natureza pouco
acima de tudo entre honesto e desonesto, evidencia-se que recomendável, ocorrem seriíssimos problemas. Quando o
o Código busca mais do que o respeito à lei, e sim a efetiva trabalho é executado só para auferir renda, em geral, tem
ação conforme a moralidade. seu valor restrito. Por outro lado, nos serviços realizados com
Vale destacar o artigo 37 da Constituição Federal, ao qual amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de vasto raio
o inciso em estudo faz remissão. de ação, com consciência do bem comum, passa a existir a
expressão social do mesmo. O valor ético do esforço é, pois,
Art. 37. A administração pública direta e indireta de variável de acordo com seu alcance em face da comunidade.
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela preocupa-
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e ção monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua
eficiência e, também, ao seguinte: [...] comunidade e muito menos com a sociedade. [...] O egoísmo
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão desenfreado pode atingir um número expressivo de pessoas
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função e até, através delas, influenciar o destino de nações, partin-
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento do da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas,
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem pre- preocupadas apenas com seus lucros. [...] Sabemos que a
juízo da ação penal cabível. conduta do ser humano tende ao egoísmo, repetimos, mas,
para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é
Nota-se que o inciso faz referência ao §4°, que traz as preciso que se acomode às normas, porque estas devem es-
consequências dos atos de improbidade administrativa, que tar apoiadas em princípios de virtude. Como só a atitude vir-
poderão variar conforme o grau de gravidade (uma das san- tuosa tem condições de garantir o bem comum, a Ética tem
ções possíveis é a de obrigar o servidor a devolver o dinheiro sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral” .
aos cofres públicos, o que se entende por ressarcir o erário).
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe-
III - A moralidade da Administração Pública não se limita rante a comunidade deve ser entendido como acrés-
à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equi- integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode
líbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do ser considerado como seu maior patrimônio.
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade O cidadão paga impostos e demais tributos apenas para
do ato administrativo. que o Estado garanta a ele a prestação do melhor serviço
Bem e mal são conceitos que transcendem a esfera par- público possível, isto é, a manutenção de uma sociedade
ticular. O servidor público não deve pensar por uma pessoa, justa e bem estruturada. O mesmo dinheiro que sai dos bol-
mas por toda a sociedade. Assim, não se deve agir de uma sos do cidadão, inclusive do próprio servidor público, é o
forma para beneficiar um particular - ainda que isso possa que remunera os serviços por ele prestados. Por isso, agir
ser um bem para ele, é injusto para com a sociedade que contra a moral é insultante, mais que um aproveitamento da
uma pessoa seja tratada melhor que a outra. O fim da atitu- máquina estatal, é um desrespeito ao cidadão honesto que
de do servidor é o bem comum, ou seja, o bem da coletivi- paga parte do que recebe ao Estado.
dade. O coletivo sempre deve prevalecer sobre o particular. Assim, para bem aplicar o Direito é preciso agir conforme
Por isso, o servidor deve equilibrar a legalidade, que é o a moralidade administrativa, sob pena de mais que violar a
respeito ao que a lei determina, e a finalidade, que é a busca lei, também desrespeitar o bem comum e prejudicar a socie-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

do fim da preservação do bem comum. Assim, o respeito à dade como um todo - inclusive a si próprio.
lei é fundamental, mas a atitude do servidor não pode cair No mais, chama-se atenção à vedação de que o servidor
numa burocratização sem sentido, ou seja, o respeito às mi- receba do particular qualquer verba extra: sua remuneração
núcias da lei não pode prejudicar o bem comum, sob pena já é paga pelo particular, por meio dos impostos, não de-
de violar a moralidade. vendo pretender mais do que aquilo. Isto não significa que
o patrimônio do servidor seja apenas o seu salário - há um
IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos patrimônio inerente à boa prestação do serviço, proporcio-
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até nando a melhoria da sociedade em que vive.
por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida,
que a moralidade administrativa se integre no Direito, VI - A função pública deve ser tida como exercício pro-
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua fissional e, portanto, se integra na vida particular de cada
finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na
legalidade. conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acres-
O servidor público deve colocar de lado seus interesses cer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
egoísticos e buscar a aplicação da moralidade no Direito, Reiterando o que foi dito no inciso I, o Código de Ética
lembrando que quem paga pelos seus serviços é a socie- lembra que um funcionário público carrega consigo a ima-
dade como um todo. “Parece ser uma tendência do ser hu- gem da administração pública, ou seja, não é servidor pú-
mano, como tem sido objeto de referência de muitos es- blico apenas quando está desempenhando suas funções,

62
mas o tempo todo. Por isso, não importa ser o melhor -o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas
funcionário público da repartição se a vida particular esti- uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Es-
ver devassada, isto é, se não agir com discrição, coerência, tado, mas a todos os homens de boa vontade que de-
compostura e moralidade também na vida particular. Isso dicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças
implica em ser um bom pai/mãe, uma pessoa livre de ví- e seus esforços para construí-los.
cios, um cidadão reservado e cumpridor de seus deveres Quem nunca chegou a uma repartição pública ou car-
sociais. tório e recebeu um tratamento ruim por parte de um fun-
cionário? Infelizmente, esta é uma atitude comum no ser-
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investi- viço público. Contudo, o esperado do servidor é que ele
gações policiais ou interesse superior do Estado e da atenda aos cidadãos com atenção e boa vontade, fazendo
Administração Pública, a serem preservados em pro- tudo o possível para ajudá-lo, despendendo o tempo ne-
cesso previamente declarado sigiloso, nos termos da cessário e tomando as devidas cautelas.
lei, a publicidade de qualquer ato administrativo cons- O instituto da responsabilidade civil é parte integrante
titui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua do direito obrigacional, uma vez que a principal conse-
omissão comprometimento ético contra o bem co-
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera
mum, imputável a quem a negar.
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamento
Como visto, a publicidade é um princípio basilar da ad-
de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal,
ministração pública, ao lado da moralidade. Como tal, ca-
quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere
minha lado a lado com ela. Não cabe ao servidor público
negar o acesso à informação por parte do cidadão, salvo dano deve suportar as consequências jurídicas decorren-
em situações especiais. Nota-se que “quando benefícios tes, restaurando-se o equilíbrio social.
morais se fazem exigíveis, especificamente, para um de- A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po-
sempenho de labor, forçoso é cumpri-los; só podemos jus- dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os
tificar o não cumprimento quando fatores de ordem muito limites da herança, embora existam reflexos na ação que
superior o possam impedir, pois o descumprimento será apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es-
sempre uma lesão à consciência ética” . fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de
ATENÇÃO: O dispositivo autoriza que os atos admi- autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que
nistrativos não sejam públicos em situações excepcionais, uma absolvição por falta de provas não o faz).
quais sejam segurança nacional, investigações policiais e Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
interesse superior do Estado e da Administração Pública. se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do
interesses da própria pessoa interessada ou da Ad- instituto da responsabilidade civil, que tem como elemen-
ministração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou tos: ação ou omissão voluntária (agir como não se deve
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente
erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam (dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e
até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa
Nação. e efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano
Mentir é uma atitude contrária à moralidade esperada (dano é o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser in-
do servidor público, ainda mais se tal mentira se referir à dividual ou coletivo, moral ou material, econômico e não

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


função desempenhada, por exemplo, negando a prática econômico).
de um ato ou informando erroneamente um cidadão. Não Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: “As pes-
existe uma hipótese em que mentir é aceito: não importa
soas jurídicas de direito público e as de direito privado
se dizer a verdade implicará em prejuízo à Administração
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
Pública.
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
Se o Estado errar, e isso pode acontecer, não deverá
assegurado o direito de regresso contra o responsável
se eximir de seu erro com base em uma mentira, pois isto
ofende a integridade dos cidadãos e da própria Nação. nos casos de dolo ou culpa”. Este artigo deixa clara a for-
Para ser um bom país, não é preciso se fundar em erros ou mação de uma relação jurídica autônoma entre o Estado
mentiras, mas sim se esforçar ao máximo para evitá-los e e o agente público que causou o dano no desempenho
corrigi-los. de suas funções. Nesta relação, a responsabilidade civil
será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado provar a culpa
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo do agente pelo dano causado, ao qual foi anteriormente
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço condenado a reparar. Direito de regresso é justamente o
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus direito de acionar o causador direto do dano para obter de
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe volta aquilo que pagou à vítima, considerada a existência
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer de uma relação obrigacional que se forma entre a vítima e
bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando- a instituição que o agente compõe.

63
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- dade. [...] Cada ser, assim como a somatória deles em clas-
te causar aos membros da sociedade, mas se este agente se profissional, tem seu comportamento específico, guiado
agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que foi pela característica do trabalho executado. Cada conjunto de
pago à vítima. O agente causará danos ao praticar condutas profissionais deve seguir uma ordem que permita a evolução
incompatíveis com o comportamento ético dele esperado. harmônica do trabalho de todos, a partir da conduta de cada
A responsabilidade civil do servidor exige prévio proces- um, através de uma tutela no trabalho que conduza a regula-
so administrativo disciplinar no qual seja assegurado contra- rização do individualismo perante o coletivo” .
ditório e ampla defesa. Negligência é a omissão no agir como se deve, isto é,
Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com culpa. é deixar de fazer aquilo que lhe foi atribuído. As condutas
Havendo ação ou omissão com culpa do servidor que gere negligentes devem ser evitadas, de modo que os erros sejam
dano ao erário (Administração) ou a terceiro (administrado), minimizados, a atenção seja uma marca do serviço e a reti-
o servidor terá o dever de indenizar. dão algo sempre presente. Imprudência, por sua vez, é o agir
Mais do que incômodo, maltratar um cidadão que bus- sem cuidado, sem zelo, causando prejuízo ao serviço público.
ca atendimento pode caracterizar dano moral, isto é, gerar
tamanho abalo emocional e psicológico que implique num XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de
dano. Apesar deste dano não ser econômico, isto é, de a trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que
dor causada não ter meio de compensação financeiro que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
a repare, o juiz estabelecerá um valor que a compense ra- O servidor público tem obrigação de comparecer religio-
zoavelmente. samente em seu local de trabalho no horário determinado.
Por sua vez, deteriorar o patrimônio público caracteriza Todas as ausências devem ser evitadas e, quando inevitáveis,
dano material. No caso, há um correspondente financeiro devem ser justificadas.
direto, de modo que a condenação será no sentido de pagar Os demais funcionários e a sociedade sempre ficam aten-
ao Estado o equivalente ao bem destruído ou deteriorado. tos às atitudes do servidor público e qualquer percepção de
relaxo no desempenho das funções será observada, notada-
mente no que tange a ausências frequentes.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera
de solução que compete ao setor em que exerça suas
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a es-
funções, permitindo a formação de longas filas, ou qual-
trutura organizacional, respeitando seus colegas e cada
quer outra espécie de atraso na prestação do serviço,
concidadão, colabora e de todos pode receber colabora-
não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de
ção, pois sua atividade pública é a grande oportunidade
desumanidade, mas principalmente grave dano moral
para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
aos usuários dos serviços públicos. O bom desempenho das funções a o agir conforme o es-
Este inciso é um desdobramento do inciso anterior, des- perado pela sociedade implica numa boa imagem do servi-
crevendo um tipo específico de conduta imoral com relação dor público, o que permite que ele receba apoio dos demais
ao usuário do serviço público, qual seja a de deixá-lo espe- quando realmente precisar.
rando por atendimento que seja de sua competência. Claro, “É inequívoco que o trabalho individual influencia e rece-
a espera é algo natural, notadamente quando o atendimen- be influências do meio onde é praticado. Não é, pois, somen-
to estiver sobrecarregado. O que o inciso pretende vetar é te em seu grupo que o profissional dá sua contribuição ou a
que as filas se alonguem quando o servidor enrola no aten- sonega. Quando adquire a consciência do valor social de sua
dimento, enfim, age com preguiça e desânimo. ação, da vontade volvida ao geral, pode realizar importantes
feitos que alcançam repercussão ampla” .
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

dens legais de seus superiores, velando atentamen-


te por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta #FicaDica
negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e ca- As regras deontológicas do Código de Ética
racterizam até mesmo imprudência no desempenho da trazem uma concepção abrangente de deveres
função pública. comportamentais do servidor público, que
Dentro do serviço público há uma hierarquia, que deve adiante são aprofundadas de forma mais
ser obedecida para a boa execução das atividades. Seria uma específica no inciso XIV.
desordem se todos mandassem e se cada qual decidisse que
função iria desempenhar. Por isso, cabe o respeito ao que o
superior determina, executando as funções da melhor forma Seção II
possível. Dos Principais Deveres do Servidor Público
“A razão pela qual se exige uma disciplina do homem em
seu grupo repousa no fato de que as associações possuem, XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
por suas naturezas, uma necessidade de equilíbrio que só Embora se trate de outra seção do Código de Ética, há
se encontra quando a autonomia dos seres se coordena na continuidade no tratamento do agir moral esperado do
finalidade do todo. É a lei dos sistemas que se torna impe- servidor público. No caso, são elencados alguns deveres
riosa, do átomo às galáxias, de cada indivíduo até sua socie- essenciais que devem ser obedecidos.

64
“Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para o tratando da ‘coisa pública’, do que é de todos; isso requer
desempenho eficaz da profissão são deveres éticos. Sendo vida administrativa e política transparente, numa disposi-
o propósito do exercício profissional a prestação de uma ção a colocar-se a serviço de toda a coletividade” .
utilidade a terceiros, todas as qualidades pertinentes à sa- g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten-
tisfação da necessidade, de quem requer a tarefa, passam ção, respeitando a capacidade e as limitações indivi-
a ser uma obrigação perante o desempenho. Logo, um duais de todos os usuários do serviço público, sem
complexo de deveres envolve a vida profissional, sob os qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça,
ângulos da conduta a ser seguida para a execução de um sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político
trabalho” . e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, fun- -lhes dano moral;
ção ou emprego público de que seja titular; Para bem atender os usuários, é preciso tratá-los com
Cabe ao servidor público desempenhar todas as atri- igualdade, sem preconceitos de qualquer natureza. Vale
buições inerentes à posição de que seja titular. lembrar que o tratamento preconceituoso e mal-educado
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e caracteriza dano moral, cabendo reparação.
rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamen- h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor
te resolver situações procrastinatórias, principalmente de representar contra qualquer comprometimento in-
diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso devido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-
atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; cos, de contratantes, interessados e outros que visem
O desempenho de funções deve se dar de forma efi- obter quaisquer favores, benesses ou vantagens inde-
ciente. Situações procrastinatórias são aquelas que adiam a vidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéti-
prestação do serviço público. Procrastinar significa enrolar, cas e denunciá-las;
adiar, fugir ao dever de prestar o serviço, lerdear. Cabe ao O respeito à hierarquia é algo necessário ao setor públi-
servidor público não deixar para amanhã o que pode fazer co, pois se ele não existisse as atividades seriam desempe-
no dia e agilizar ainda mais o seu serviço quando houver nhadas de forma desorganizada, logo, ineficiente. Isso não
acúmulo de trabalho ou de filas, inclusive para evitar dano significa, contudo, que o servidor deva obedecer a todas as
moral ao cidadão. ordens sem questioná-las, notadamente quando perceber
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a que a atitude de seu superior contraria os interesses do
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quan- bem comum, nem que deva ter medo de denunciar atitu-
do estiver diante de duas opções, a melhor e a mais des antiéticas de seus superiores ou colegas.
vantajosa para o bem comum; São atitudes que não podem ser aceitas por parte dos
Honestidade, retidão, lealdade e justiça são valores superiores ou de pessoas que contratem ou busquem ser-
morais consolidados na sociedade, refletindo o caráter da viços do poder público: obtenção de favores, benefícios ou
pessoa. O servidor público deve erigir tais valores, sempre vantagens indevidas, imorais, ilegais ou antiéticas. Ao se
fazendo a melhor escolha para a coletividade. deparar com estas atitudes, deverá denunciá-las.
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con- j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
da coletividade a seu cargo; O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores
Prestar contas é uma atitude obrigatória por parte de públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar
todos aqueles que cuidam de algo que não lhe pertence. pela preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquan-
No caso, o servidor público cuida do patrimônio do Esta- to não for elaborada uma legislação específica para os fun-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


do. Por isso, sempre deverá prestar contas a respeito deste cionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral de gre-
patrimônio, relatando a sua situação e garantindo que ele ve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89
seja preservado. (Mandado de Injunção nº 20).
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, re-
com o público; fletindo negativamente em todo o sistema;
A atitude ética esperada do servidor público consiste m) comunicar imediatamente a seus superiores todo
em exercer suas funções de forma adequada, sempre aten- e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
dendo da melhor forma possível os usuários. exigindo as providências cabíveis;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por n) manter limpo e em perfeita ordem o local de traba-
princípios éticos que se materializam na adequada lho, seguindo os métodos mais adequados à sua orga-
prestação dos serviços públicos; nização e distribuição;
Os funcionários públicos nunca podem perder de vista Os três incisos acima reiteram deveres constantemente
o dever ético que eles possuem com relação à sociedade enumerados pelo Código de Ética como o de compareci-
como um todo, que é o de respeito à moralidade insculpida mento assíduo e pontual no local de trabalho, o de comu-
no texto constitucional. “A consciência ética busca ser cida- nicação de atos contrários ao interesse público (inclusive os
dã e, por isso, faz da honestidade pessoal um caminho cer- praticados por seus superiores) e o de preservação do local
to para a ética pública. Vivendo numa República, estamos de trabalho (mantendo-o limpo e organizado).

65
o) participar dos movimentos e estudos que se relacio- v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
nem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
por escopo a realização do bem comum; mulando o seu integral cumprimento.
Frequentemente, são promovidos cursos de aperfeiçoa- O Código de Ética é o principal instrumento jurídico
mento pela própria instituição, sem contar aqueles disponi- que trata das atitudes do servidor público esperadas e ve-
bilizados por faculdades e cursos técnicos. Cabe ao servidor dadas. É preciso obedecer suas diretrizes e aconselhar a
público participar sempre que for benéfico à melhoria de sua leitura àqueles que o desconheçam.
suas funções.
“O valor do exercício profissional tende a aumentar à me- Seção III
dida que o profissional também aumentar sua cultura, espe- Das Vedações ao Servidor Público
cialmente em ramos do saber aplicáveis a todos os demais,
como são os relativos às culturas filosóficas, matemáticas e XV - É vedado ao servidor público;
históricas. Uma classe que se sustenta em elites cultas te ga-
Nesta seção, são descritas algumas atitudes que con-
rantida sua posição social, porque se habilita às lideranças e
trariam as diretrizes do Código de Ética. Trata-se de um rol
aos postos de comando no poder. A especialização tem sua
exemplificativo, ou seja, que pode ser ampliado por um
utilidade, seu valor, sendo impossível negar tal evidência [...]” .
juízo de interpretação das regras éticas até então estuda-
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequa-
das ao exercício da função; das.
A roupa vestida pelo servidor público também reflete sua
autoridade moral no exercício das funções. Por exemplo, é #FicaDica
absurdo chegar ao local de trabalho utilizando bermuda e
chinelo, refletindo uma imagem de descaso do serviço públi- Não será necessário gravar todas estas regras
co. As roupas devem ser sóbrias, compatíveis com a serieda- se o candidato se atentar ao fato de que elas
de esperada da Administração Pública e de seus funcionários. se contrapõem às atitudes corretas até então
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de estudadas. Por óbvio, não agir da forma
serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce estabelecida caracteriza violação dos deveres
suas funções; éticos, o que é proibido.
A regulamentação das funções exercidas pelos órgãos
administrativos está sempre mudando, cabendo ao servidor
público se manter atualizado. a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as ins- tempo, posição e influências, para obter qualquer fa-
truções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, vorecimento, para si ou para outrem;
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, O cargo público é para a sociedade, não para o indi-
mantendo tudo sempre em boa ordem. víduo. Por isso, ele não pode se beneficiar dele indevida-
A alínea reflete uma síntese do agir moral esperado do mente. A esta descrição corresponde o tipo criminal da
servidor público, refletindo a prestação do serviço com efi- corrupção passiva, prescrito no Código Penal em seu arti-
ciência e respeito à lei, atendendo ao bem comum. go 317 nos seguintes termos:
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por
quem de direito; Corrupção passiva
As atividades de fiscalização são usuais no serviço público Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
e, por isso, os ficais devem ser bem atendidos, cabendo ao direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

servidor demonstrar que as atividades atribuídas estão sen-


antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
do prestadas conforme a lei determina.
devida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena -
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas fun-
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
cionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do
serviço público e dos jurisdicionados administrativos; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
Prerrogativas funcionais são garantias atribuídas pela lei servidores ou de cidadãos que deles dependam;
ao servidor público para que ele possa bem desempenhar Causar intrigas no trabalho, fazer fofocas e se negar a
suas funções. Não cabe exercê-las a torto e direito, é preciso ajudar os demais cidadãos que busquem atendimento é
ter razoabilidade, moderação. Assim, quando invocá-las, o uma clara violação ao dever ético.
servidor público será levado a sério. c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, nivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
poder ou autoridade com finalidade estranha ao inte- ao Código de Ética de sua profissão;
resse público, mesmo que observando as formalidades Como visto, é dever do servidor público denunciar
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; aqueles que desrespeitem o Código de Ética, bem como
O servidor público deve agir conforme a lei determina, obedecê-lo estritamente. Não deve pensar que cobrir o
observando-a estritamente, preservando assim os interes- erro do outro é algo solidário, porque todos os erros co-
ses da sociedade. metidos numa função pública são prejudiciais à sociedade.

66
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer- i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
cício regular de direito por qualquer pessoa, causando- do atendimento em serviços públicos;
-lhe dano moral ou material; Como visto, o funcionário público deve atender com efi-
O trabalho não deve ser adiado, mas sim prestado de ciência o usuário do serviço, prestando todas as informações
forma rápida e eficaz, sob pena de causar dano moral ou da maneira mais correta e verdadeira possível, sem mentiras
material aos usuários e ao Estado. ou ilusões.
Na esfera penal, pode incidir no crime de prevaricação j) desviar servidor público para atendimento a interesse
(art. 319, CP): particular;
Todos os servidores públicos são contratados pelo Estado,
Prevaricação devendo prestar serviços que atendam ao seu interesse. Por
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, isso, um servidor não pode pedir ao seu subordinado que lhe
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, preste serviços particulares, por exemplo, pagar uma conta
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: pessoal em agência bancária, telefonar para consultórios para
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. agendar consultas, fazer compras num supermercado.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente au-
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao torizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento ao patrimônio público;
do seu mister; Os bens que se encontram no local de trabalho perten-
A incorporação da tecnologia aos serviços públicos, cem à máquina estatal e devem ser utilizados exclusivamente
aproximando-o da sociedade, é chamada de governança para a prestação do serviço público, não podendo o funcio-
eletrônica. Cabe ao servidor público saber lidar bem com nário retirá-los de lá. Se o fizer, responde civil e administrativa-
tais tecnologias, pois elas melhoram a qualidade do serviço mente, bem como criminalmente por peculato (art. 312, CP).
prestado.
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, ca- Peculato
prichos, paixões ou interesses de ordem pessoal inter- Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
firam no trato com o público, com os jurisdicionados valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
administrativos ou com colegas hierarquicamente su-
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
periores ou inferiores;
proveito próprio ou alheio:
O funcionário público deve agir com impessoalidade na
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
prestação do serviço, tratando todas as pessoas igualmente,
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
tanto os usuários quanto os colegas de trabalho.
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, co-
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe pro-
missão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para
si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento porciona a qualidade de funcionário.
da sua missão ou para influenciar outro servidor para
o mesmo fim; Peculato caracteriza-se pela subtração ou desvio, por abu-
A remuneração do servidor público já é paga pelo Es- so de confiança, de dinheiro ou de coisa móvel apreciável
tado, fomentada pelos tributos do contribuinte. Não cabe economicamente, para proveito próprio ou alheio, por servi-
ao servidor buscar bônus indevidos pela prestação de seus dor público que o administra ou guarda.
serviços, seja solicitando (caso que caracteriza crime de cor-
rupção - art. 317, CP), seja exigindo (restando presente o m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âm-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


crime de concussão - art. 316, CP). Caso o faça, se sujeitará bito interno de seu serviço, em benefício próprio, de pa-
às penas cíveis, penais e administrativas. rentes, de amigos ou de terceiros;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva As informações que são acessadas pelo funcionário públi-
encaminhar para providências; co somente devem ser aproveitadas para o bom desempenho
Caso o faça, além das sanções cíveis e administrativas, das funções. Não cabe fazer fofocas, ainda que sem nenhum
incorre na prática do crime de alterar ou deturpar (modifi- interesse de obter privilégio econômico, ou seja, apenas para
car, alterar para pior; desfigurar; corromper; adulterar) dados aparentar importância por mera vaidade pessoal. É possível
de documentos pode configurar o crime previsto no artigo que caracterize crime de violação de sigilo funcional pois uti-
313-A, do Código Penal: lizar-se de informações obtidas no âmbito interno da admi-
nistração, nos casos em que deva ser guardado sigilo pode
Inserção de dados falsos em sistema de informações caracterizar crime, previsto no artigo 325, do Código Penal:
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado,
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevi- Violação de sigilo funcional
damente dados corretos nos sistemas informatizados Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
ou bancos de dados da Administração Pública com o cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe
fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem a revelação:
ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
(doze) anos, e multa. se o fato não constitui crime mais grave.

67
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele XVII - Revogado pelo Decreto n° 6.029/07 (art. 25).
habitualmente; XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos or-
Trata-se de ato típico de falta de decoro e retidão, va- ganismos encarregados da execução do quadro de
lore morais inerentes à boa prestação do serviço público. carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo-
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pes- ções e para todos os demais procedimentos próprios
soa humana; da carreira do servidor público.
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu Além de orientar e aconselhar, a Comissão de Ética for-
nome a empreendimentos de cunho duvidoso. necerá as informações sobre os funcionários a ela subme-
O servidor público, seja na vida privada, seja no exercí- tidos, tanto para instruir promoções, quanto para alimentar
cio das funções, não deve se filiar a instituições que contra- processo administrativo disciplinar.
riem a moral, por exemplo, que incitem o preconceito e a XIX a XXI - Revogados pelo Decreto n° 6.029/07 (art. 25).
desordem pública. Afinal, o servidor público é um espelho XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Co-
para a sociedade, devendo refletir seus valores tradicionais. missão de Ética é a de censura e sua fundamentação
constará do respectivo parecer, assinado por todos os
CAPÍTULO II seus integrantes, com ciência do faltoso.
DAS COMISSÕES DE ÉTICA A única sanção que pode ser aplicada diretamente pela
Comissão de Ética é a de censura, que é a pena mais branda
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administra- pela prática de uma conduta inadequada que seja pratica-
ção Pública Federal direta, indireta autárquica e funda- da no exercício das funções. Nos demais casos, caberá sin-
cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça dicância ou processo administrativo disciplinar, sendo que
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser a Comissão de Ética fornecerá elementos para instrução.
criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar Censura é o poder do Estado de interditar ou restringir
e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito, quan-
tratamento com as pessoas e com o patrimônio públi- do se considera que tal pode ameaçar a ordem pública vi-
co, competindo-lhe conhecer concretamente de impu- gente.
tação ou de procedimento suscetível de censura.
“Estabelecido um código de ética, para uma classe, cada
#FicaDica
indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de incorrer
em transgressão, punível pelo órgão competente, incum- - Todas entidades da administração pública
bido de fiscalizar o exercício profissional. [...] A fiscalização federal direta ou indireta devem constituir em
do exercício da profissão pelos órgãos de classe com- seu âmbito uma Comissão de Ética que irá
preende as fases preventiva (ou educacional) e executiva apurar as infrações ao Código de Ética.
(ou de direta verificação da qualidade das práticas). Grande - A Comissão será composta por três servidores
parte dos erros cometidos derivam-se em parte do pou- ou empregados titulares de cargo efetivo ou
co conhecimento sobre a conduta, ou seja, da educação emprego permanente.
insuficiente, e outra parte, bem menor, deriva-se de atos - A constituição (quando foi criada) e a
propositadamente praticados. Os órgãos de fiscalização composição (quem a compõe) da Comissão
assumem, por conseguinte, um papel relevante de garantia deverão ser informadas à Secretaria da
sobre a qualidade dos serviços prestados e da conduta hu- Administração Federal da Presidência da
mana dos profissionais” . República.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Com efeito, as Comissões de Ética possuem função de


orientação e aconselhamento, devendo se fazer presentes
em todo órgão ou entidade da administração direta ou in- XXIV - Para fins de apuração do comprometimento éti-
direta. co, entende-se por servidor público todo aquele que,
A Comissão de Ética não tem por finalidade aplicar san- por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
ções disciplinares contra os servidores Civis. Muito pelo preste serviços de natureza permanente, temporária
contrário: a sua atuação tem por princípio evitar a instau- ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
ração desses processos, mediante trabalho de orientação e desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
aconselhamento. A finalidade do código de ética consiste órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda-
em produzir na pessoa do servidor público a consciência ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas
de sua adesão às normas ético-profissionais preexistentes públicas e as sociedades de economia mista, ou em
à luz de um espírito crítico, para efeito de facilitar a prática qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
do cumprimento dos deveres legais por parte de cada um Este último inciso do Código de Ética é de fundamen-
e, em consequência, o resgate do respeito ao serviço públi- tal importância para fins de concurso público, pois define
co e à dignidade social de cada servidor. O objetivo deste quem é o servidor público que se sujeita a ele.
código é a divulgação ampla dos deveres e das vedações “Uma classe profissional caracteriza-se pela homoge-
previstas, através de um trabalho de cunho educativo com neidade do trabalho executado, pela natureza do conhe-
os servidores públicos federais. cimento exigido preferencialmente para tal execução e

68
pela identidade de habilitação para o exercício da mesma. Resposta: Certo. O funcionário está subordinado em
A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, sua conduta às leis e ao Código de Ética e não pode
específico, definido por sua especialidade de desempenho desobedecê-los mesmo diante de ordens superiores.
de tarefa” . A previsão decorre ainda do dever previsto no Decre-
Elementos do conceito de servidor público: to nº 1.171/1994 em seu inciso XIV, “i”: “resistir a todas
a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
exemplo, prestação de serviços como jurado ou me- interessados e outros que visem obter quaisquer favo-
sário), contrato (contratação direta, sem concurso pú- res, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de
blico, para atender a uma urgência ou emergência) ou ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las”.
qualquer outro ato jurídico (é o caso da nomeação por
aprovação em concurso público) - enfim, não importa 3) (SEDF - Analista de Gestão Educacional - Administra-
o instrumento da vinculação à administração pública, ção - CESPE/2017) À luz da legislação que rege os atos ad-
desde que esteja realmente vinculado; ministrativos, a requisição dos servidores distritais e a ética
b) Serviço prestado: permanente, temporário ou excep- no serviço público, julgue o seguinte item.
cional - isto é, ainda que preste o serviço só por um dia, Servidor público apresentar-se ao trabalho com vestimentas
como no caso do mesário de eleição, é servidor público, inadequadas ao exercício do cargo não constitui vedação rela-
da mesma forma que aquele que foi aprovado em con- tiva a comportamento profissional e atitudes éticas no serviço.
curso público e tomou posse; com ou sem retribuição
financeira - por exemplo, o jurado não recebe por seus ( ) Certo ( ) Errado
serviços, mas não deixa de ser servidor público;
c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à adminis- Resposta: Errado. Preconiza o Decreto nº 1.171/1994
em seu inciso XIV, “p”: “São deveres fundamentais do
tração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão que
servidor público: [...] p) apresentar-se ao trabalho com
tenha algum vínculo com o poder estatal. O conceito é
vestimentas adequadas ao exercício da função”.
o mais amplo possível, abrangendo autarquias, funda-
ções públicas, empresas públicas, sociedades de econo-
mia mista, enfim, qualquer entidade ou setor que vise LEI 9.784 - 99 - PROCESSO
atender o interesse do Estado. ADMINISTRATIVO

EXERCÍCIO COMENTADO A Lei nº 9.784/1999 regula as regras gerais do processo


administrativo, concentrando-se na esfera federal. A partir
dela, é possível compreender linhas gerais sobre o funcio-
1) (EBSERH - Analista Administrativo - Administração
namento dos processos administrativos nas demais esfe-
- CESPE/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao regime ras, inclusive a estadual:
dos servidores públicos federais e à ética no serviço público.
Comissões de ética são obrigatórias para todos os órgãos CAPÍTULO I
da administração pública federal direta, sendo facultativas DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
para entidades da administração indireta.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o pro-
( ) Certo ( ) Errado cesso administrativo no âmbito da Administração Fe-
deral direta e indireta, visando, em especial, à proteção

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Resposta: Errado. A previsão de obrigatoriedade está dos direitos dos administrados e ao melhor cumpri-
expressa no Decreto nº 1.171/1994 em seu inciso XVI: mento dos fins da Administração.
“Em todos os órgãos e entidades da Administração Pú- Processo é “a relação jurídica integrada por algumas
blica Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas
em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições para determinado fim”. Tratando-se de uma relação admi-
delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Co- nistrativa, a relação jurídica traduzirá um processo adminis-
missão de Ética [...]”. trativo. Logo, processo administrativo é “o instrumento que
formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do
2) (STJ - Conhecimentos Básicos - Cargos: 10 e 12 - CES- Estado e dos particulares a fim de ser produzida uma von-
PE/2018) Considerando os conceitos, princípios e valo- tade final da Administração” .
res da ética e da moral, bem como o disposto na Lei nº Processo administrativo não se confunde com procedi-
8.429/1992, julgue o item a seguir. mento administrativo. O primeiro pressupõe a sucessão or-
A consciência moral deve nortear o comportamento do ser- denada de atos concatenados visando à edição de um ato
vidor público, que deve sempre apresentar conduta ética, final, ou seja, é o conjunto de atos que visa à obtenção de
ainda que receba ordem hierárquica superior que lhe impo- decisão sobre uma controvérsia no âmbito administrativo;
nha conduta imoral e antiética. o segundo corresponde ao rito, conjunto de formalidades
que deve ser observado para a prática de determinados
( ) Certo ( ) Errado atos, e é realizado no interior do processo, para viabilizá-lo.

69
A Lei n° 9.784/99 estabelece as regras para o processo Neste sentido, o art. 5°, XXXIII, CF: “todos têm direito a
administrativo e institui um sistema normativo que fornece receber dos órgãos públicos informações de seu interes-
uniformidade aos diversos procedimentos administrativos se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
em trâmite. prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu-
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos rança da sociedade e do Estado”.
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição
quando no desempenho de função administrativa. de obrigações, restrições e sanções em medida supe-
Vale para as três esferas de poder. rior àquelas estritamente necessárias ao atendimento
do interesse público;
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: A única razão para o Estado interferir é em razão do
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura interesse da coletividade.
da Administração direta e da estrutura da Administra- VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
ção indireta; que determinarem a decisão;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de perso- Não basta que a decisão indique os fundamentos ju-
nalidade jurídica; rídicos, devendo também associá-los aos fatos apura-
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado dos.
de poder de decisão. VIII - observância das formalidades essenciais à garan-
tia dos direitos dos administrados;
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre ou- IX - adoção de formassimples, suficientes para propi-
tros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla aos direitos dos administrados;
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse pú- Respeito às formalidades não significa excesso de for-
blico e eficiência. malismo.
Legalidade é o respeito estrito da lei; finalidade é a práti- X - garantia dos direitos à comunicação, à apresenta-
ca de todo e qualquer ato visando um único fim, o interesse
ção de alegações finais, à produção de provas e à in-
público; motivação é a necessidade de fundamentação de
terposição de recursos, nos processos de que possam
todas as decisões; razoabilidade é a tomada de decisões
resultar sanções e nas situações de litígio;
racionais e corretas; proporcionalidade é o equilíbrio que
XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
deve se fazer presente na tomada de decisões; moralidade é
ressalvadas as previstas em lei;
o conhecimento das leis éticas que repousam no seio social;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo,
ampla defesa é a necessidade de se garantir meios para a
sem prejuízo da atuação dos interessados;
pessoa responder acusações e buscar as reformas previstas
em lei para decisões que a prejudiquem; contraditório é a XIII - interpretação da norma administrativa da forma
oitiva da outra pessoa sempre que a que se encontra no que melhor garanta o atendimento do fim público a
outro polo da relação se manifestar; segurança jurídica é a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova in-
garantia social de que as leis serão respeitadas e cobrirão o terpretação.
mais vasto rol re relações socialmente relevantes possível; Se o entendimento mudar, não atinge casos passados.
interesse público é o interesse de toda a coletividade; efi-
ciência é a junção da economicidade com a produtividade, #FicaDica
aliando gastos sem que se perca em qualidade da atividade
desempenhada. Princípios da Lei nº 9.784/99:
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: pu- - Segurança jurídica


blicidade; oficialidade; informalismo ou formalismo mo- - Eficiência
derado; gratuidade (a atuação na esfera administrativa é - Razoabilidade
gratuita); pluralidade de instâncias; economia processual; - Finalidade
participação popular. - Ampla defesa
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão - Contraditório
observados, entre outros, os critérios de: - Interesse público
I - atuação conforme a lei e o Direito; - Legalidade
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a re- - Proporcionalidade
núncia total ou parcial de poderes ou competências, - Moralidade
salvo autorização em lei; - Motivação
O interesse coletivo deve sempre predominar.
III - objetividade no atendimento do interesse público,
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de-
coro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressal-
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;

70
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS #FicaDica

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos pe- Deveres do administrado:


rante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe - Expor a verdade dos fatos;
sejam assegurados: - Lealdade, urbanidade e boa-fé;
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi- - Ser prudente – não temerário;
dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos - Prestar informações;
e o cumprimento de suas obrigações; - Colaborar para esclarecimento.
II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista
dos autos, obter cópias de documentos neles contidos CAPÍTULO IV
e conhecer as decisões proferidas; DO INÍCIO DO PROCESSO
III - formular alegações e apresentar documentos antes
da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo A partir deste ponto, são visíveis as fases do processo
órgão competente; administrativo: a) instauração, com apresentação escrita
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, sal- dos fatos e indicação do direito que ensejam o processo,
vo quando obrigatória a representação, por força de lei. ou seja, é preciso descrever os fatos e delimitar o objeto
da controvérsias, sem o que não há plenitude de defesa;
Quando for parte num processo administrativo a pes- b) instrução, fase de elucidação dos fatos, na qual são pro-
soa tem direito a ser tratada com respeito, a obter infor- duzidas as provas, com a participação do interessado; c)
mações sobre o trâmite, a nele se manifestar e juntar do- defesa, que deve ser ampla; d) relatório, que é elaborado
cumentos e, apenas se quiser, ser assistida por advogado. pelo presidente do processo, sendo uma peça opinativa,
Logo, é opcional a presença de advogado. que não vincula a autoridade competente; e) julgamento,
quando a decisão é proferida pela autoridade ou órgão
competente sobre o objeto do processo.
#FicaDica No entendimento de Hely Lopes Meirelles , os processo
administrativos são divididos em quatro modalidades, da
Direitos do administrado: seguinte maneira:
- Ser tratado com respeito; a) Processo de expediente: denominação imprópria
- Ciência da tramitação dos processos – vista conferida a toda autuação que tramita pelas reparti-
dos autos; conhecer as decisões proferidas; ções públicas por provocação do interessado ou por
- Assistência facultativa do advogado (salvo determinação interna da Administração, para receber
quando a lei obriga). solução conveniente. Não tem procedimento próprio
ou rito sacramental, seguindo pelos canais rotineiros
para informações, pareceres, despacho final da chefia
CAPÍTULO III competente e subsequente arquivamento. Tais expe-
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO dientes, que a rotina chama indevidamente de “proces-
so”, não geram, nem alteram, nem suprimem direitos
Art. 4o São deveres do administrado perante a Admi- dos administrados, da Administração ou de seus ser-
nistração, sem prejuízo de outros previstos em ato nor- vidores, apenas encerram papéis, registram situações

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


mativo: administrativas, recebem pareceres e despachos de
I - expor os fatos conforme a verdade; tramitação ou meramente enunciativos de situações
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; pré-existentes, a exemplo dos pedidos de certidões,
III - não agir de modo temerário; das apresentações de documentos para certos regis-
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e tros internos e outros da rotina burocrática.
colaborar para o esclarecimento dos fatos. b) Processo de outorga: todo aquele em que se pleiteia
O administrado não pode tentar se aproveitar da Admi- algum direito ou situação individual perante a Admi-
nistração, trazendo fatos irreais, tumultuando e confundin- nistração. Em regra, tem rito especial, mas não contra-
do o processo. Deve sempre proceder para esclarecer os ditório, a não ser quando há oposição de terceiros ou
fatos de maneira verdadeira. impugnação da própria Administração. Nestes casos, é
preciso dar oportunidade de defesa ao interessado, sob
pena de nulidade da decisão final. São exemplos des-
se tipo os processos de licenciamento de edificações,
de licença de habite-se, de alvará de funcionamento,
de isenção tributária e outros que consubstanciam
pretensões de natureza negocial entre o particular e a
Administração ou envolvam atividades sujeitas à fisca-
lização do Poder Público. As decisões finais proferidas

71
nesses processos tornam-se vinculantes e irretratáveis prevista em norma administrativa, pois não é dado à
pela Administração porque, geralmente, geram direi- Administração aplicar penalidade não estabelecida em
to subjetivo para o beneficiário, salvo quando aos atos lei, decreto ou contrato, como não o é sem o devido
precários, que, por sua natureza, admitam modificação processo legal, que se erige em garantia individual de
ou supressão sumária a qualquer tempo. Nos demais nível constitucional.
casos a decisão é definitiva e só modificável quando
eivada de nulidade originária, ou por infração das nor- Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofí-
mas legais no decorrer da execução, ou, ainda, por in- cio ou a pedido de interessado.
teresse público superveniente que justifique a revoga- A autoridade responsável pelo processamento pode
ção da outorga com a devida indenização, que pode iniciar o processo administrativo, mas um interessado tam-
chegar ao caso de prévia desapropriação. bém pode pedir que o faça.
c) Processo de controle: todo aquele em que a Ad-
ministração realiza verificações e declara situações,
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo ca-
direitos ou condutas do administrado ou de servidor,
sos em que for admitida solicitação oral, deve ser for-
com caráter vinculante para as partes. Tais processos,
mulado por escrito e conter os seguintes dados:
normalmente, têm rito próprio e, quando neles se de-
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
param irregularidades puníveis, exigem oportunidade
de defesa ao interessado, antes do seu encerramento, II - identificação do interessado ou de quem o repre-
sob pena de invalidade do resultado da apuração. O sente;
processo de controle, também chamado de determina- III - domicílio do requerente ou local para recebimento
ção ou de declaração, não se confunde com o processo de comunicações;
punitivo, porque, enquanto neste se apura a falta e se IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e
aplica a penalidade cabível, naquele apenas se verifica a de seus fundamentos;
situação ou a conduta do agente e se proclama o resul- V - data e assinatura do requerente ou de seu repre-
tado para efeitos futuros. São exemplos de processos sentante.
administrativos de controle os de prestação de contas Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa
perante órgãos públicos, os de verificação de ativida- imotivada de recebimento de documentos, devendo o
des sujeitas à fiscalização, o de lançamento tributário e servidor orientar o interessado quanto ao suprimento
o de consulta fiscal. Nesses processos a decisão final é de eventuais falhas.
vinculante para a Administração e para o interessado,
embora nem sempre seja autoexecutável, dependendo Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão
da instauração de outro processo administrativo, de elaborar modelos ou formulários padronizados para
caráter punitivo ou disciplinar, ou, mesmo, de ação civil assuntos que importem pretensões equivalentes.
ou criminal, ou, ainda, do pronunciamento executório
de outro Poder. Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de in-
d) Processo punitivo: todo aquele promovido pela Ad- teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
ministração para imposição de penalidade por infração poderão ser formulados em um único requerimento,
à lei, regulamento ou contrato. Esses processos devem salvo preceito legal em contrário.
ser necessariamente contraditórios, com oportunidade As regras a respeito do início do processo administra-
de defesa e estrita observância do devido processo le- tivo mostram que a Administração tem interesse de que o
gal, sob pena de nulidade da sanção imposta. A sua administrado tenha acesso à via decisória administrativa.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

instauração deve ser baseada em auto de infração, re-


Por isso, embora exija formalidades, se coloca numa posi-
presentação ou peça equivalente, iniciando-se com a
ção de esclarecedora de falhas e de responsável por dire-
exposição minuciosa dos atos ou fatos ilegais ou admi-
cionamentos quanto ao conteúdo dos requerimentos. Não
nistrativamente ilícitos, atribuídos ao indiciado e indi-
obstante, aceita requerimento coletivo se o conteúdo e o
cação da norma ou convenção infringida. O processo
punitivo poderá ser realizado por um só representante fundamento dele for idêntico.
da Administração ou por comissão. O essencial é que
se desenvolva com regularidade formal em todas as CAPÍTULO V
suas fases, para legitimar a sanção imposta a final. Nes- DOS INTERESSADOS
ses procedimentos são adotáveis, subsidiariamente, os
preceitos do processo penal comum, quando não con- Art. 9o São legitimados como interessados no proces-
flitantes com as normas administrativas pertinentes. so administrativo:
Embora a graduação das sanções administrativas – de- I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu-
missão, multa, embargo de obra, destruição de coisas, lares de direitos ou interesses individuais ou no exercí-
interdição de atividade e outras – seja discricionária, cio do direito de representação;
não é arbitrária e, por isso, deve guardar correspon- II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
dência e proporcionalidade com a infração apurada direitos ou interesses que possam ser afetados pela
no respectivo processo, além de estar expressamente decisão a ser adotada;

72
III - as organizações e associações representativas, no Delegação é a transferência da competência para deci-
tocante a direitos e interesses coletivos; dir, não havendo lei que a proíba. O ato de delegação não
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituí- pode ser genérico, devendo delimitar qual a abrangência da
das quanto a direitos ou interesses difusos. transferência (matérias e poderes). Tal delegação pode ser
Art. 10. São capazes, para fins de processo administra- cancelada a qualquer tempo.
tivo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por
especial em ato normativo próprio. motivos relevantes devidamente justificados, a avoca-
“Além das pessoas físicas ou jurídicas titulares de direi- ção temporária de competência atribuída a órgão hie-
tos e interesses diretos, podem ser interessadas pessoas rarquicamente inferior.
que possam ter direitos ameaçados em decorrência da de- Avocar é trazer de volta para si aquilo que delegou a
cisão do processo; também as organizações e associações outrem, o que poderá ocorrer por um período de tempo.
representativas podem defender interesses coletivos e as Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divul-
pessoas ou associações legítimas podem invocar a tutela garão publicamente os locais das respectivas sedes e,
de interesses difusos” . quando conveniente, a unidade fundacional competen-
Interesses coletivos são os que pertencem a um grupo que te em matéria de interesse especial.
não se sabe o número total mas cujo numero total é possível Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro-
ser definido pois os critérios para definir quem faz parte dele cesso administrativo deverá ser iniciado perante a auto-
são claros, sendo necessário que o número de atingidos seja ridade de menor grau hierárquico para decidir.
relevante (sob pena de se caracterizar apenas interesse indivi-
dual homogêneo). O interesse coletivo se difere do interesse
difuso porque no interesse difuso não é possível estabelecer #FicaDica
com clareza quem faz parte do grupo e quem não faz.
Delegação – possível
CAPÍTULO VI Não se delegam:
DA COMPETÊNCIA - atos de caráter normativo;
- decisão de recursos administrativos;
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pe- - competência exclusiva.
los órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legal-
mente admitidos. CAPÍTULO VII
Se a um órgão administrativo foi atribuído o dever de DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
apurar determinadas matérias por processo administrativo,
ele não pode se omitir. Art. 18. É impedido de atuar em processo administrati-
vo o servidor ou autoridade que:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
se não houver impedimento legal, delegar parte da sua II - tenha participado ou venha a participar como peri-
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que to, testemunha ou representante, ou se tais situações
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de afins até o terceiro grau;
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. III - esteja litigando judicial ou administrativamente com
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo apli- o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
ca-se à delegação de competência dos órgãos colegia- Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em im-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


dos aos respectivos presidentes. pedimento deve comunicar o fato à autoridade compe-
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: tente, abstendo-se de atuar.
I - a edição de atos de caráter normativo; Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o
II - a decisão de recursos administrativos; impedimento constitui falta grave, para efeitos discipli-
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou nares.
autoridade. Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notó-
ser publicados no meio oficial. ria com algum dos interessados ou com os respectivos
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e po- cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro
deres transferidos, os limites da atuação do delegado, grau.
a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabí- Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição po-
vel, podendo conter ressalva de exercício da atribuição derá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
delegada. No impedimento é vedada a participação porque in-
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo tensa a possibilidade de que não se permaneça isento na
pela autoridade delegante. condução do processo, na suspeição o risco é menor mas
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem men- - ainda assim - o afastamento é conveniente (por isso o pro-
cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se- cesso continua em andamento se a alegação de suspeição
-ão editadas pelo delegado. for afastada e dela se recorrer).

73
CAPÍTULO IX
#FicaDica DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Impedimento Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita
- Interesse direto ou indireto; o processo administrativo determinará a intimação do
- Perito, testemunha, representante (cônjuge, interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
companheiro ou parente 3o); diligências.
- Litigando judicial ou administrativamente § 1o A intimação deverá conter:
(cônjuge ou companheiro). I - identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
Suspeição dade administrativa;
- Amizade ou inimizade (cônjuge, companheiro II - finalidade da intimação;
ou parente 3o); III - data, hora e local em que deve comparecer;
- Presunção relativa de incapacidade. IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo indepen-
CAPÍTULO VIII dentemente do seu comparecimento;
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
PROCESSO § 2o A intimação observará a antecedência mínima de
três dias úteis quanto à data de comparecimento.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen- § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no pro-
dem de forma determinada senão quando a lei expres- cesso, por via postal com aviso de recebimento, por
samente a exigir. telegrama ou outro meio que assegure a certeza da
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por ciência do interessado.
escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua reali- § 4o No caso de interessados indeterminados, des-
zação e a assinatura da autoridade responsável. conhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem ob-
somente será exigido quando houver dúvida de auten-
servância das prescrições legais, mas o comparecimen-
ticidade.
to do administrado supre sua falta ou irregularidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o
poderá ser feita pelo órgão administrativo.
reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas se-
a direito pelo administrado.
quencialmente e rubricadas.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias
garantido direito de ampla defesa ao interessado.
úteis, no horário normal de funcionamento da reparti- Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro-
ção na qual tramitar o processo. cesso que resultem para o interessado em imposição de
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos
normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
o curso regular do procedimento ou cause dano ao in- Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interessado
teressado ou à Administração. de alguma decisão ou do dever de comparecer para pres-
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do ór- tar informações. Ela possui um conteúdo específico e deve
gão ou autoridade responsável pelo processo e dos ad- ser feita pessoalmente, a não ser quando o interessado for
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ministrados que dele participem devem ser praticados indeterminado, desconhecido ou com domicílio desconhe-
no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. cido, caso em que se aceitará intimação por edital. Não
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser obedecidas as formalidades, a intimação é nula, de forma
dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. que é como se os atos do processo que deveriam ser cien-
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se prefe- tificados não o tivessem sido, fazendo com que ele volte ao
rencialmente na sede do órgão, cientificando-se o in- estágio em que a pessoa deveria ter sido intimada. O desa-
teressado se outro for o local de realização. tendimento de uma intimação não faz com que se presuma
Não existem muitas formalidades que cercam os atos que o intimado estava errado. Destaque para o art. 28, que
do processo administrativo, mas é preciso que eles se- delimita as espécies de situações em que cabe intimação.
jam escritos em vocabulário adequado com data, local e
assinatura. Diante da dispensa de formalidades, não seria CAPÍTULO X
razoável sempre exigir reconhecimento da assinatura. Os DA INSTRUÇÃO
atos são praticados em dias úteis (segunda a sábado), no
horário regular de funcionamento da repartição. O prazo Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi-
para a prática dos atos é de cinco dias, prorrogáveis para guar e comprovar os dados necessários à tomada de
10 mediante justificação (na prática, não é o que acontece decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do
porque a Administração é sobrecarregada de processos e órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do di-
não há sanção pelo descumprimento do prazo). reito dos interessados de propor atuações probatórias.

74
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública
dos autos os dados necessários à decisão do processo. e de outros meios de participação de administrados
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos in- deverão ser apresentados com a indicação do proce-
teressados devem realizar-se do modo menos oneroso dimento adotado.
para estes. Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a
audiência de outros órgãos ou entidades administra-
Atividades de instrução são as atividades de produção tivas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a
de provas no processo. Sob o aspecto objeto, prova é “o participação de titulares ou representantes dos órgãos
conjunto de meios produtores da certeza jurídica ou o con- competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser junta-
junto de meios utilizados para demonstrar a existência de da aos autos.
fatos relevantes para o processo”; sob o aspecto subjetivo, Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que te-
prova “é a própria convicção que se forma no espírito do nha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão
julgador a respeito da existência ou inexistência de fatos competente para a instrução e do disposto no art. 37
alegados no processo” . desta Lei.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e da-
as provas obtidas por meios ilícitos. dos estão registrados em documentos existentes na
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assun- própria Administração responsável pelo processo ou
to de interesse geral, o órgão competente poderá, me- em outro órgão administrativo, o órgão competente
diante despacho motivado, abrir período de consulta para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos do-
pública para manifestação de terceiros, antes da de- cumentos ou das respectivas cópias.
cisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte O interessado deve provar o que alegou, salvo quan-
interessada. do a prova estiver em documento que esteja em poder da
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de di- Administração, caso em que ela deverá de ofício provê-los
vulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físi- (ou cópias).
cas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e an-
prazo para oferecimento de alegações escritas. tes da tomada da decisão, juntar documentos e pare-
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confe- ceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir
re, por si, a condição de interessado do processo, mas alegações referentes à matéria objeto do processo.
confere o direito de obter da Administração resposta § 1o Os elementos probatórios deverão ser considera-
fundamentada, que poderá ser comum a todas as ale- dos na motivação do relatório e da decisão.
gações substancialmente iguais. § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
Consulta Pública é um sistema criado com o objetivo de fundamentada, as provas propostas pelos interessados
auxiliar na elaboração e coleta de opiniões da sociedade quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
sobre temas de importância. Esse sistema permite intensi- protelatórias.
ficar a articulação entre a representatividade e a sociedade, O interessado tem direito à prova, juntando documen-
permitindo que a sociedade participe da formulação e defi- tos e requerendo diligências e perícias, mas não pode abu-
nição de políticas públicas. O IBAMA costuma utilizar deste sar deste direito, requerendo provas não autorizadas pelo
recurso na tomada de suas decisões . direito, que não tenham a ver com o caso ou que apenas
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori- visem prorrogar o processo.
dade, diante da relevância da questão, poderá ser rea- Art. 39. Quando for necessária a prestação de informa-
lizada audiência pública para debates sobre a matéria ções ou a apresentação de provas pelos interessados

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


do processo. ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim,
“Audiência pública é um instrumento que leva a uma mencionando-se data, prazo, forma e condições de
decisão política ou legal com legitimidade e transparência. atendimento.
Cuida-se de uma instância no processo de tomada da de- Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, po-
cisão administrativa ou legislativa, através da qual a auto- derá o órgão competente, se entender relevante a ma-
ridade competente abre espaço para que todas as pessoas téria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de
que possam sofrer os reflexos dessa decisão tenham opor- proferir a decisão.
tunidade de se manifestar antes do desfecho do processo. Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos soli-
É através dela que o responsável pela decisão tem acesso, citados ao interessado forem necessários à apreciação
simultaneamente e em condições de igualdade, às mais va- de pedido formulado, o não atendimento no prazo fi-
riadas opiniões sobre a matéria debatida, em contato dire- xado pela Administração para a respectiva apresenta-
to com os interessados” . ção implicará arquivamento do processo.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em ma- O interessado deve ser intimado quando for necessária
téria relevante, poderão estabelecer outros meios de a apresentação de informações ou provas e, não compare-
participação de administrados, diretamente ou por cendo perante a Administração, embora não se presuma
meio de organizações e associações legalmente reco- que ela esteja correta, será feito o arquivamento do pro-
nhecidas. cesso. Diante disso, o interessado poderá, no futuro, abri-lo
novamente.

75
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou dili- Art. 49. Concluída a instrução de processo administra-
gência ordenada, com antecedência mínima de três dias tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. para decidir, salvo prorrogação por igual período ex-
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um pressamente motivada.
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo A autoridade competente não pode se eximir de decidir,
máximo de quinze dias, salvo norma especial ou com- possuindo um prazo de 30 dias após o fim do processo
provada necessidade de maior prazo. administrativo para tanto.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá segui- CAPÍTULO XII
mento até a respectiva apresentação, responsabilizan- DA MOTIVAÇÃO
do-se quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante dei- Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
xar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, quando:
sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
no atendimento. II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san-
As situações são diferentes conforme o parecer obrigue ções;
que a decisão seja tomada num determinado sentido III - decidam processos administrativos de concurso ou
(vinculante) ou não. seleção pública;
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo de- IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-
vam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos cesso licitatório;
administrativos e estes não cumprirem o encargo no V - decidam recursos administrativos;
prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução VI - decorram de reexame de ofício;
deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
de qualificação e capacidade técnica equivalentes. questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direi- e relatórios oficiais;
to de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
se outro prazo for legalmente fixado. convalidação de ato administrativo.
Produzidas as provas, antes da decisão, o interessado § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
poderá se manifestar. podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, de-
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pú-
cisões ou propostas, que, neste caso, serão parte inte-
blica poderá motivadamente adotar providências acau-
grante do ato.
teladoras sem a prévia manifestação do interessado.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma nature-
Providências acautelatórias são aquelas que deveriam
za, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os
ser tomadas num determinado momento do processo mas,
fundamentos das decisões, desde que não prejudique
para evitar que ela se torne impossível posteriormente, ela
direito ou garantia dos interessados.
é antecipada. Por exemplo, oitiva de uma testemunha que
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
está no leito de morte.
comissões ou de decisões orais constará da respectiva
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo
ata ou de termo escrito.
e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração não pode impor arbitrariamente suas


e documentos que o integram, ressalvados os dados e decisões, devendo justificá-las. Quando da decisão de um
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo processo administrativo deverá explicar em que normas ju-
direito à privacidade, à honra e à imagem. rídicas se baseou e como elas se interligam aos fatos apu-
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente rados. É possível fazer remissões a pareceres, informações,
para emitir a decisão final elaborará relatório indicando decisões ou propostas, mas é preciso fazê-lo de forma ex-
o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento plícita, clara e congruente. O uso de tecnologias otimiza
e formulará proposta de decisão, objetivamente justifi- os serviços, mas é preciso atenção a cada caso, não preju-
cada, encaminhando o processo à autoridade compe- dicando direito ou garantia do interessado. Toda decisão
tente. deverá ser transcrita, caso seja proferida oralmente.

CAPÍTULO XI CAPÍTULO XIII


DO DEVER DE DECIDIR DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO
DO PROCESSO
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamen-
te emitir decisão nos processos administrativos e sobre Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação
solicitações ou reclamações, em matéria de sua com- escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formu-
petência. lado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.

76
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou re- § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administra-
núncia atinge somente quem a tenha formulado. tiva contraria enunciado da súmula vinculante, caberá
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, confor- à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a
me o caso, não prejudica o prosseguimento do pro- reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à
cesso, se a Administração considerar que o interesse autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou ina-
público assim o exige. plicabilidade da súmula, conforme o caso.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o O recurso poderá questionar se houve correta aplicação
processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da lei ou se houve correta interpretação dos fatos. Ele será
da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado interposto para a autoridade que proferiu a decisão, que po-
por fato superveniente. derá reconsiderar em 5 dias e, caso não o faça, encaminhará
Caso o interessado não queira prosseguir com o pro- à autoridade superior.
cesso poderá desistir dele por completo ou de parte dele, Súmula vinculante é uma espécie de orientação proferida
mas se o interesse público for maior a Administração po- pelo Supremo Tribunal Federal de observância obrigatória
em todas instâncias de julgamento, judiciais ou administra-
derá continuar (por exemplo, indícios de que o interessado
tivas.
praticou um ilícito contra a Administração). Se existir mais
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo
de um interessado, a desistência só atinge o que desistiu.
por três instâncias administrativas, salvo disposição legal
Extinção é o término do processo, que se dará quando
diversa.
sua finalidade tiver acabado ou quando seu objeto se tor- Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso adminis-
nar impossível inútil ou prejudicado. trativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte
CAPÍTULO XIV no processo;
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
mente afetados pela decisão recorrida;
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios III - as organizações e associações representativas, no
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode tocante a direitos e interesses coletivos;
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunida- IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
de, respeitados os direitos adquiridos. interesses difusos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos Para recorrer a parte tem que ter interesse, de forma que
administrativos de que decorram efeitos favoráveis algum direito ou garantia que ela estava defendendo no
para os destinatários decai em cinco anos, contados processo tenha obtido uma decisão contrária.
da data em que foram praticados, salvo comprovada Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
má-fé. prazo para interposição de recurso administrativo, con-
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo tado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
de decadência contar-se-á da percepção do primeiro recorrida.
pagamento. § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qual- administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de
quer medida de autoridade administrativa que importe trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão
impugnação à validade do ato. competente.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarreta- § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá
rem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, ser prorrogado por igual período, ante justificativa ex-
plícita.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão
Se a lei não dispuser de modo diverso, a parte tem até 10
ser convalidados pela própria Administração.
dias para recorrer e, do recebimento dos autos, a autoridade
Os atos viciados, ou seja, que tenham sido praticados
tem até 30 dias para julgar, os quais podem ser prorrogados
contrários às formalidades legais, deverão ser anulados.
por mais 30.
Poderão também ser anulados atos não viciados no exer- Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento
cício da discricionariedade administrativa, mas para tanto no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do
é preciso respeitar os direitos adquiridos dos interessados. pedido de reexame, podendo juntar os documentos que
julgar convenientes.
CAPÍTULO XV Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de di-
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em fícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au-
face de razões de legalidade e de mérito. toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá,
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco Significa que a decisão recorrida será cumprida, inde-
dias, o encaminhará à autoridade superior. pendentemente de haver recurso pendente. No entanto, tal
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso efeito suspensivo pode ser concedido, conforme a exceção
administrativo independe de caução. do parágrafo único.

77
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para Se surgirem novos fatos ou circunstâncias um processo
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para já encerrado pode ser revisto, mas eventual sanção aplica-
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. da não poderá ser agravada.
Antes de decidir se irá apreciar o recurso, ou seja, dar
início ao seu processamento, as partes devem ser ouvidas
no prazo de 5 dias.
#FicaDica
Fases do processo administrativo:
Art. 63. O recurso não será conhecido quando inter- - Requerimento – de ofício ou a pedido
posto: - Comunicação
I - fora do prazo; - Instrução
II - perante órgão incompetente; • Fase processual;
III - por quem não seja legitimado; • Consulta pública – manifestação de terceiros;
IV - após exaurida a esfera administrativa. assunto de interesse geral; fixam-se prazos
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recor-
para as alegações escritas;
rente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o
• Audiência pública – antes da decisão; matéria
prazo para recurso.
de importância relevante.
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Ad-
- Decisão
ministração de rever de ofício o ato ilegal, desde que
- Recurso
não ocorrida preclusão administrativa.
Por não conhecimento entende-se a não apreciação do
mérito do recurso porque ele não preencheu alguma das
formalidades legais. CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso po-
derá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da
parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do
sua competência.
começo e incluindo-se o do vencimento.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar-
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro
tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente,
dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que
este deverá ser cientificado para que formule suas ale-
não houver expediente ou este for encerrado antes da
gações antes da decisão.
hora normal.
Se a situação do recorrente puder piorar, deverá ele ser
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo
cientificado para se manifestar.
contínuo.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se
da súmula vinculante, o órgão competente para decidir de data a data. Se no mês do vencimento não houver
o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou ina- o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se
plicabilidade da súmula, conforme o caso. como termo o último dia do mês.

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a re- Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com-
clamação fundada em violação de enunciado da súmu- provado, os prazos processuais não se suspendem.
la vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e Publicados oficialmente os atos, o prazo começa a cor-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ao órgão competente para o julgamento do recurso, rer, excluído o dia da publicação e incluído o dia do ven-
que deverão adequar as futuras decisões administra- cimento. Ex: prazo de 10 dias - decisão proferida dia 1º,
tivas em casos semelhantes, sob pena de responsabili- começa a contar do dia 2º, indo até o dia 11, dia do venci-
zação pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. mento, que é incluído. Se dia 2º não fosse dia útil, começa-
Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o ato ria a se contar do 1º dia útil que o seguisse, assim como se
administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, dia 11 não o fosse somente haveria vencimento no 1º dia
determinando que outra seja proferida com ou sem aplica- útil que o seguisse.
ção da súmula, conforme o caso. Também se dará ciência à Somente se suspende um prazo por motivo de força
autoridade prolatora para que passe a decidir conforme a maior.
Súmula VInculante violada.

Art. 65. Os processos administrativos de que resul-


tem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo,
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos
ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a
inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
resultar agravamento da sanção.

78
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
#FicaDica publicação.
A Lei nº 9.784/99 é apenas subsidiária às demais leis
- 3 dias úteis – intimação da comunicação dos que de alguma forma abordem os procedimentos admi-
atos ou da instrução; nistrativos. Ou seja, será usada quando não houver regula-
- 5 dias – caso geral; recurso (reconsideração mentação específica.
pela autoridade que proferiu; apresentação de
alegações); Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e
- 10 dias – direito de manifestação do 111o da República.
interessado; interposição de recurso;
- 15 dias – parecer de órgão consultivo;
- 30 dias – decisão (prorrogável) – decisão do
processo e decisão do recurso; EXERCÍCIO COMENTADO
- 5 anos – anular ato com efeito favorável para
destinatário 1) (ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) No que
tange aos atos administrativos, julgue o item seguinte.
Situação hipotética: Após decisão administrativa que lhe
CAPÍTULO XVII foi desfavorável, publicada no dia 1º/2/2017, João deci-
DAS SANÇÕES diu interpor recurso administrativo. Tendo tomado ciência
do ato negativo, após busca exaustiva, João verificou que
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade não havia disposição legal específica para a apresentação
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão do recurso e protocolou-o no dia 2/3/2017, com o intuito
em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado de esclarecer os pontos controversos da decisão. Asserti-
sempre o direito de defesa. va: Nessa situação, o lapso temporal descrito caracteriza
As sanções aplicadas serão: pagamento de quantia cer- o recurso como tempestivo, razão por que ele deverá ser
ta, ou seja, de valor em dinheiro; ou então obrigação conhecido.
de fazer ou não fazer algo.
( ) Certo ( ) Errado
CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Resposta: Errado. Nos termos do artigo 59, Lei nº
9.784/99, “salvo disposição legal específica, é de dez
Art. 69. Os processos administrativos específicos con- dias o prazo para interposição de recurso administrati-
tinuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes vo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da
apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. decisão recorrida”. Assim, o recurso é intempestivo.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer
órgão ou instância, os procedimentos administrativos 2) (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - CESPE/2018)
em que figure como parte ou interessado: Considerando que, tendo detectado risco iminente de pre-
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) juízo, em decorrência de suspeita de vício na concessão
anos; de verba de natureza alimentar a determinado administra-
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; do, a administração determine a suspensão de seu paga-
III - (VETADO) mento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei nº

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose 9.784/1999.
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irre- Interposto o recurso administrativo pelo interessado, po-
versível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de derá ocorrer a reformatio in pejus (reforma para piorar),
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia desde que ele seja cientificado para apresentar suas alega-
grave, hepatopatia grave, estados avançados da do- ções antes da decisão.
ença de Paget (osteíte deformante), contaminação por
radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou ( ) Certo ( ) Errado
outra doença grave, com base em conclusão da me-
dicina especializada, mesmo que a doença tenha sido Resposta: Certo. Disciplina a Lei nº 9.784/1999: “Art. 64. O
contraída após o início do processo. órgão competente para decidir o recurso poderá confir-
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício,
mar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente,
juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à
a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
autoridade administrativa competente, que determina-
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar-
rá as providências a serem cumpridas.
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identi- tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente,
ficação própria que evidencie o regime de tramitação este deverá ser cientificado para que formule suas ale-
prioritária. gações antes da decisão”. Com efeito, a reformatio in
§ 3o (VETADO) pejus é possível, desde que respeitado o contraditório e
§ 4o (VETADO) a ampla defesa.

79
3) (STM - Analista Judiciário - Área Administrativa - CAPÍTULO II
CESPE/2018) A respeito dos poderes administrativos, da DA ORGANIZAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL
contratação com a administração pública e do processo
administrativo – Lei nº 9.784/1999 –, julgue o item seguinte. Art. 3o A gestão dos cargos do Plano de Carreira ob-
A desistência do interessado quanto a pedido formulado à servará os seguintes princípios e diretrizes:
administração pública impede o prosseguimento do pro- I - natureza do processo educativo, função social e ob-
cesso. jetivos do Sistema Federal de Ensino;
II - dinâmica dos processos de pesquisa, de ensino, de
( ) Certo ( ) Errado extensão e de administração, e as competências espe-
cíficas decorrentes;
Resposta: Errado. Disciplina o artigo 51, §2º da Lei nº III - qualidade do processo de trabalho;
9.784/99: “A desistência ou renúncia do interessado, IV - reconhecimento do saber não instituído resultante
conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do da atuação profissional na dinâmica de ensino, de pes-
processo, se a Administração considerar que o interesse quisa e de extensão;
público assim o exige”. V - vinculação ao planejamento estratégico e ao de-
senvolvimento organizacional das instituições;
VI - investidura em cada cargo condicionada à aprova-
LEI 11.091 - 2005 - PCCTAE DOS IFE ção em concurso público;
VII - desenvolvimento do servidor vinculado aos obje-
tivos institucionais;
A Lei nº 11.091/2005 disciplina o Plano de Carreira dos VIII - garantia de programas de capacitação que con-
Cargos Técnico-Administrativos em Educação no âmbito templem a formação específica e a geral, nesta incluída
das Instituições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério a educação formal;
da Educação. Técnicos de universidades e institutos fede- IX - avaliação do desempenho funcional dos servido-
rais se sujeitam ao plano de carreira descrito na lei. res, como processo pedagógico, realizada mediante
Abaixo, segue seu inteiro teor com destaque aos prin- critérios objetivos decorrentes das metas institucionais,
cipais pontos: referenciada no caráter coletivo do trabalho e nas ex-
pectativas dos usuários; e
CAPÍTULO I X - oportunidade de acesso às atividades de direção,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES assessoramento, chefia, coordenação e assistência, res-
peitadas as normas específicas.
Art. 1o Fica estruturado o Plano de Carreira dos Car- Art. 4o Caberá à Instituição Federal de Ensino avaliar
gos Técnico-Administrativos em Educação, composto anualmente a adequação do quadro de pessoal às suas
pelos cargos efetivos de técnico-administrativos e de necessidades, propondo ao Ministério da Educação, se
técnico-marítimos de que trata a Lei nº 7.596, de 10 de for o caso, o seu redimensionamento, consideradas,
abril de 1987, e pelos cargos referidos no § 5o do art. entre outras, as seguintes variáveis:
15 desta Lei. I - demandas institucionais;
§ 1o Os cargos a que se refere o caput deste artigo, II - proporção entre os quantitativos da força de traba-
vagos e ocupados, integram o quadro de pessoal das lho do Plano de Carreira e usuários;
Instituições Federais de Ensino. III - inovações tecnológicas; e
§ 2o O regime jurídico dos cargos do Plano de Carreira IV - modernização dos processos de trabalho no âmbi-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

é o instituído pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de to da Instituição.


1990, observadas as disposições desta Lei. Parágrafo único. Os cargos vagos e alocados proviso-
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, são consideradas riamente no Ministério da Educação deverão ser redis-
Instituições Federais de Ensino os órgãos e entidades tribuídos para as Instituições Federais de Ensino para
públicos vinculados ao Ministério da Educação que atender às suas necessidades, de acordo com as variá-
tenham por atividade-fim o desenvolvimento e aper- veis indicadas nos incisos I a IV deste artigo e conforme
feiçoamento do ensino, da pesquisa e extensão e que o previsto no inciso I do § 1o do art. 24 desta Lei.
integram o Sistema Federal de Ensino.
Os princípios e diretrizes são expressões genéricas de
A Lei nº 8.112/1990 disciplina o regime jurídico único vetores que devem guiar a atuação dos técnicos vinculados
dos servidores públicos civis federais. Neste sentido, en- ao plano de carreira, passando por aspectos como capaci-
quadram-se como servidores públicos civis federais os que tação profissional, avaliação de desempenho, valorização
ocupam cargos efetivos no quadro de pessoal das Institui- da função, reconhecimento da relevância do trabalho de-
ções Federais de Ensino, sujeitando-se ao teor da lei. sempenhado, entre outros.
A instituição federal pode propor o redimensionamento
dos servidores do quadro conforme se alterem as deman-
das institucionais ou surjam novos métodos tecnológicos
que afetem os processos de trabalho.

80
CAPÍTULO III III - executar tarefas específicas, utilizando-se de re-
DOS CONCEITOS cursos materiais, financeiros e outros de que a Insti-
tuição Federal de Ensino disponha, a fim de assegurar
Art. 5o Para todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os a eficiência, a eficácia e a efetividade das atividades de
seguintes conceitos: ensino, pesquisa e extensão das Instituições Federais
I - plano de carreira: conjunto de princípios, diretrizes de Ensino.
e normas que regulam o desenvolvimento profissional § 1o As atribuições gerais referidas neste artigo serão
dos servidores titulares de cargos que integram deter- exercidas de acordo com o ambiente organizacional.
minada carreira, constituindo-se em instrumento de § 2o As atribuições específicas de cada cargo serão de-
gestão do órgão ou entidade; talhadas em regulamento.
II - nível de classificação: conjunto de cargos de mes-
ma hierarquia, classificados a partir do requisito de es- As atribuições gerais do cargo de técnico de instituto
colaridade, nível de responsabilidade, conhecimentos, federal são:
habilidades específicas, formação especializada, expe- - Planejamento, organização, execução e avaliação das
riência, risco e esforço físico para o desempenho de atividades de ensino, pesquisa e extensão;
suas atribuições; - Tarefas específicas para assegurar a eficiência, a eficá-
III - padrão de vencimento: posição do servidor na es- cia e a efetividade das atividades de ensino, pesquisa
cala de vencimento da carreira em função do nível de e extensão.
capacitação, cargo e nível de classificação; As atribuições específicas são descritas em regulamento.
IV - cargo: conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que são cometi- CAPÍTULO V
das a um servidor; DO INGRESSO NO CARGO E DAS FORMAS DE DE-
V - nível de capacitação: posição do servidor na Matriz
SENVOLVIMENTO
Hierárquica dos Padrões de Vencimento em decorrên-
Art. 9o O ingresso nos cargos do Plano de Carreira far-
cia da capacitação profissional para o exercício das ati-
-se-á no padrão inicial do 1o (primeiro) nível de capa-
vidades do cargo ocupado, realizada após o ingresso;
citação do respectivo nível de classificação, mediante
VI - ambiente organizacional: área específica de atua-
concurso público de provas ou de provas e títulos, ob-
ção do servidor, integrada por atividades afins ou com-
servadas a escolaridade e experiência estabelecidas no
plementares, organizada a partir das necessidades ins-
Anexo II desta Lei.
titucionais e que orienta a política de desenvolvimento § 1o O concurso referido no caput deste artigo poderá
de pessoal; e ser realizado por áreas de especialização, organizado
VII - usuários: pessoas ou coletividades internas ou em 1 (uma) ou mais fases, bem como incluir curso de
externas à Instituição Federal de Ensino que usufruem formação, conforme dispuser o plano de desenvolvi-
direta ou indiretamente dos serviços por ela prestados. mento dos integrantes do Plano de Carreira.
§ 2o O edital definirá as características de cada fase do
O dispositivo conceitual é relevante porque traz no- concurso público, os requisitos de escolaridade, a forma-
menclaturas que se repetirão ao longo da lei, valendo efe- ção especializada e a experiência profissional, os critérios
tuar uma leitura atenta dele. eliminatórios e classificatórios, bem como eventuais res-
trições e condicionantes decorrentes do ambiente orga-
CAPÍTULO IV nizacional ao qual serão destinadas as vagas.
DA ESTRUTURA DO PLANO DE CARREIRA DOS CAR- Art. 10. O desenvolvimento do servidor na carreira dar-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


GOS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO -se-á, exclusivamente, pela mudança de nível de capa-
citação e de padrão de vencimento mediante, respec-
Art. 6o O Plano de Carreira está estruturado em 5 (cin- tivamente, Progressão por Capacitação Profissional ou
co) níveis de classificação, com 4 (quatro) níveis de ca- Progressão por Mérito Profissional.
pacitação cada, conforme Anexo I-C desta Lei. § 1o Progressão por Capacitação Profissional é a mu-
Art. 7o Os cargos do Plano de Carreira são organiza- dança de nível de capacitação, no mesmo cargo e nível
dos em 5 (cinco) níveis de classificação, A, B, C, D e E, de classificação, decorrente da obtenção pelo servidor
de acordo com o disposto no inciso II do art. 5o e no de certificação em Programa de capacitação, compatí-
Anexo II desta Lei. vel com o cargo ocupado, o ambiente organizacional e
Art. 8o São atribuições gerais dos cargos que integram a carga horária mínima exigida, respeitado o interstício
o Plano de Carreira, sem prejuízo das atribuições es- de 18 (dezoito) meses, nos termos da tabela constante
pecíficas e observados os requisitos de qualificação e do Anexo III desta Lei.
competências definidos nas respectivas especificações: § 2o Progressão por Mérito Profissional é a mudança
I - planejar, organizar, executar ou avaliar as atividades para o padrão de vencimento imediatamente subse-
inerentes ao apoio técnico-administrativo ao ensino; quente, a cada 2 (dois) anos de efetivo exercício, desde
II - planejar, organizar, executar ou avaliar as atividades que o servidor apresente resultado fixado em progra-
técnico-administrativas inerentes à pesquisa e à exten- ma de avaliação de desempenho, observado o respec-
são nas Instituições Federais de Ensino; tivo nível de capacitação.

81
§ 3o O servidor que fizer jus à Progressão por Capaci- II - a obtenção dos certificados relativos ao ensino
tação Profissional será posicionado no nível de capa- fundamental e ao ensino médio, quando excederem
citação subsequente, no mesmo nível de classificação, a exigência de escolaridade mínima para o cargo do
em padrão de vencimento na mesma posição relativa a qual o servidor é titular, será considerada, para efeito
que ocupava anteriormente, mantida a distância entre de pagamento do Incentivo à Qualificação, como co-
o padrão que ocupava e o padrão inicial do novo nível nhecimento relacionado diretamente ao ambiente or-
de capacitação. ganizacional.
§ 4o No cumprimento dos critérios estabelecidos no § 1o Os percentuais do Incentivo à Qualificação não
Anexo III, é permitido o somatório de cargas horárias são acumuláveis e serão incorporados aos respectivos
proventos de aposentadoria e pensão.
de cursos realizados pelo servidor durante a perma-
§ 2o O Incentivo à Qualificação somente integrará os
nência no nível de capacitação em que se encontra e
proventos de aposentadorias e as pensões quando os
da carga horária que excedeu à exigência para progres- certificados considerados para a sua concessão tiverem
são no interstício do nível anterior, vedado o aproveita- sido obtidos até a data em que se deu a aposentadoria
mento de cursos com carga horária inferior a 20 (vinte) ou a instituição da pensão.
horas-aula. § 3o Para fins de concessão do Incentivo à Qualificação,
§ 5o A mudança de nível de capacitação e de padrão de o Poder Executivo definirá as áreas de conhecimento
vencimento não acarretará mudança de nível de clas- relacionadas direta e indiretamente ao ambiente orga-
sificação. nizacional e os critérios e processos de validação dos
§ 6o Para fins de aplicação do disposto no § 1o deste certificados e títulos, observadas as diretrizes previstas
artigo aos servidores titulares de cargos de Nível de no § 2o do art. 24 desta Lei.
Classificação E, a conclusão, com aproveitamento, na § 4o A partir de 1o de janeiro de 2013, o Incentivo à
condição de aluno regular, de disciplinas isoladas, que Qualificação de que trata o caput será concedido aos
tenham relação direta com as atividades inerentes ao servidores que possuírem certificado, diploma ou titu-
cargo do servidor, em cursos de Mestrado e Doutorado lação que exceda a exigência de escolaridade mínima
reconhecidos pelo Ministério da Educação - MEC, des- para ingresso no cargo do qual é titular, independente-
de que devidamente comprovada, poderá ser conside- mente do nível de classificação em que esteja posicio-
rada como certificação em Programa de Capacitação nado, na forma do Anexo IV.
para fins de Progressão por Capacitação Profissional,
conforme disciplinado em ato do Ministro de Estado
da Educação. #FicaDica
§ 7o A liberação do servidor para a realização de cursos Organização do plano:
de Mestrado e Doutorado está condicionada ao resul- - Níveis de classificação - A, B, C, D e E -
tado favorável na avaliação de desempenho. Progressão por Mérito Profissional
§ 8o Os critérios básicos para a liberação a que se refe- - Níveis de capacitação - 1o, 2o, 3o e 4o -
re o § 7o deste artigo serão estabelecidos em Portaria Progressão por Capacitação Profissional
conjunta dos Ministros de Estado do Planejamento, Or-
çamento e Gestão e da Educação.
Art. 10-A. A partir de 1o de maio de 2008, o interstício CAPÍTULO VI
para Progressão por Mérito Profissional na Carreira, de DA REMUNERAÇÃO
que trata o § 2o do art. 10 desta Lei, passa a ser de 18
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

(dezoito) meses de efetivo exercício. Art. 13. A remuneração dos integrantes do Plano de
Parágrafo único. Na contagem do interstício necessário Carreira será composta do vencimento básico, cor-
à Progressão por Mérito Profissional de que trata o ca- respondente ao valor estabelecido para o padrão de
put deste artigo, será aproveitado o tempo computado vencimento do nível de classificação e nível de capaci-
desde a última progressão. tação ocupados pelo servidor, acrescido dos incentivos
previstos nesta Lei e das demais vantagens pecuniárias
Art. 11. Será instituído Incentivo à Qualificação ao ser-
estabelecidas em lei.
vidor que possuir educação formal superior ao exigido
Parágrafo único. Os integrantes do Plano de Carreira não
para o cargo de que é titular, na forma de regulamento. farão jus à Gratificação Temporária - GT, de que trata a
Art. 12. O Incentivo à Qualificação terá por base per- Lei nº 10.868, de 12 de maio de 2004, e à Gratificação
centual calculado sobre o padrão de vencimento per- Específica de Apoio Técnico-Administrativo e Técnico-
cebido pelo servidor, na forma do Anexo IV desta Lei, -Marítimo às Instituições Federais de Ensino - GEAT, de
observados os seguintes parâmetros: que trata a Lei nº 10.908, de 15 de julho de 2004.
I - a aquisição de título em área de conhecimento com Art. 13-A. Os servidores lotados nas Instituições Fe-
relação direta ao ambiente organizacional de atuação derais de Ensino integrantes do Plano de Carreira dos
do servidor ensejará maior percentual na fixação do In- Cargos Técnico-Administrativos em Educação não fa-
centivo à Qualificação do que em área de conhecimen- rão jus à Vantagem Pecuniária Individual - VPI instituí-
to com relação indireta; e da pela Lei nº 10.698, de 2 de julho de 2003.

82
Art. 14. Os vencimentos básicos do Plano de Carreira Parágrafo único. O servidor que não formalizar a op-
dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação estão ção pelo enquadramento comporá quadro em extin-
estruturados na forma do Anexo I-C desta Lei, com efei- ção submetido à Lei nº 7.596, de 10 de abril de 1987,
tos financeiros a partir das datas nele especificadas. cujo cargo será transformado em cargo equivalente do
Parágrafo único. Sobre os vencimentos básicos referidos Plano de Carreira quando vagar.
no caput deste artigo incidirão os reajustes concedidos Art. 17. Os cargos vagos dos grupos Técnico-Adminis-
a título de revisão geral da remuneração dos servidores trativo e Técnico-Marítimo do Plano Único de Classi-
públicos federais. ficação e Retribuição de Cargos e Empregos, de que
trata a Lei nº 7.596, de 10 de abril de 1987, ficam trans-
#FicaDica formados nos cargos equivalentes do Plano de Carreira
de que trata esta Lei.
Vencimento básico + incentivos = remuneração. Parágrafo único. Os cargos vagos de nível superior,
intermediário e auxiliar, não organizados em carreira,
redistribuídos para as Instituições Federais de Ensino,
até a data da publicação desta Lei, serão transforma-
CAPÍTULO VII dos nos cargos equivalentes do Plano de Carreira de
DO ENQUADRAMENTO que trata esta Lei.
Art. 18. O Poder Executivo promoverá, mediante decre-
Art. 15. O enquadramento previsto nesta Lei será efetua- to, a racionalização dos cargos integrantes do Plano de
do de acordo com a Tabela de Correlação, constante do Carreira, observados os seguintes critérios e requisitos:
Anexo VII desta Lei. I - unificação, em cargos de mesma denominação e
§ 1o O enquadramento do servidor na Matriz Hierárqui- nível de escolaridade, dos cargos de denominações
ca será efetuado no prazo máximo de 90 (noventa) dias distintas, oriundos do Plano Único de Classificação e
após a publicação desta Lei, observando-se: Retribuição de Cargos e Empregos, do Plano de Clas-
I - o posicionamento inicial no Nível de Capacitação I do sificação de Cargos - PCC e de planos correlatos, cujas
nível de classificação a que pertence o cargo; e
atribuições, requisitos de qualificação, escolaridade,
II - o tempo de efetivo exercício no serviço público fede-
habilitação profissional ou especialização exigidos para
ral, na forma do Anexo V desta Lei.
ingresso sejam idênticos ou essencialmente iguais aos
§ 2o Na hipótese de o enquadramento de que trata o §
cargos de destino;
1o deste artigo resultar em vencimento básico de valor
II - transposição aos respectivos cargos, e inclusão dos
menor ao somatório do vencimento básico, da Gratifi-
servidores na nova situação, obedecida a correspon-
cação Temporária - GT e da Gratificação Específica de
Apoio Técnico-Administrativo e Técnico-Marítimo às dência, identidade e similaridade de atribuições entre
Instituições Federais de Ensino - GEAT, considerados no o cargo de origem e o cargo em que for enquadrado; e
mês de dezembro de 2004, proceder-se-á ao pagamen- III - posicionamento do servidor ocupante dos cargos
to da diferença como parcela complementar, de caráter unificados em nível de classificação e nível de capa-
temporário. citação e padrão de vencimento básico do cargo de
§ 3o A parcela complementar a que se refere o § 2o des- destino, observados os critérios de enquadramento es-
te artigo será considerada para todos os efeitos como tabelecidos por esta Lei.
parte integrante do novo vencimento básico, e será ab- Art. 19. Será instituída em cada Instituição Federal de
sorvida por ocasião da reorganização ou reestruturação Ensino Comissão de Enquadramento responsável pela
da carreira ou tabela remuneratória, inclusive para fins aplicação do disposto neste Capítulo, na forma prevista

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


de aplicação da tabela constante do Anexo I-B desta Lei. em regulamento.
§ 4o O enquadramento do servidor no nível de capaci- § 1o O resultado do trabalho efetuado pela Comissão
tação correspondente às certificações que possua será de que trata o caput deste artigo será objeto de homo-
feito conforme regulamento específico, observado o logação pelo colegiado superior da Instituição Federal
disposto no art. 26, inciso III, e no Anexo III desta Lei, de Ensino.
bem como a adequação das certificações ao Plano de § 2o A Comissão de Enquadramento será composta,
Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira dos Car- paritariamente, por servidores integrantes do Plano de
gos Técnico-Administrativos em Educação, previsto no Carreira da respectiva instituição, mediante indicação
art. 24 desta Lei. dos seus pares, e por representantes da administração
§ 5o Os servidores redistribuídos para as Instituições Fe- superior da Instituição Federal de Ensino.
derais de Ensino serão enquadrados no Plano de Carrei- Art. 20. Para o efeito de subsidiar a elaboração do Re-
ra no prazo de 90 (noventa) dias da data de publicação gulamento de que trata o inciso III do art. 26 desta Lei,
desta Lei. a Comissão de Enquadramento relacionará, no prazo
Art. 16. O enquadramento dos cargos referido no art. 1o de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua
desta Lei dar-se-á mediante opção irretratável do res- instalação, os servidores habilitados a perceber o In-
pectivo titular, a ser formalizada no prazo de 60 (sessen- centivo à Qualificação e a ser enquadrados no nível de
ta) dias a contar do início da vigência desta Lei, na forma capacitação, nos termos dos arts. 11, 12 e 15 desta Lei.
do termo de opção constante do Anexo VI desta Lei.

83
Art. 21. O servidor terá até 30 (trinta) dias, a partir da Art. 24. O plano de desenvolvimento institucional de
data de publicação dos atos de enquadramento, de que cada Instituição Federal de Ensino contemplará plano de
tratam os §§ 1o e 2o do art. 15 desta Lei, para interpor desenvolvimento dos integrantes do Plano de Carreira,
recurso na Comissão de Enquadramento, que decidirá observados os princípios e diretrizes do art. 3o desta Lei.
no prazo de 60 (sessenta) dias. § 1o O plano de desenvolvimento dos integrantes do
Parágrafo único. Indeferido o recurso pela Comissão de Plano de Carreira deverá conter:
Enquadramento, o servidor poderá recorrer ao órgão I - dimensionamento das necessidades institucionais,
colegiado máximo da Instituição Federal de Ensino. com definição de modelos de alocação de vagas que
contemplem a diversidade da instituição;
O servidor será em quadrado conforme seu nível de qua- II - Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento; e
lificação e seu tempo de exercício da função, papel desem- III - Programa de Avaliação de Desempenho.
penhado pela Comissão de Enquadramento com base nas § 2o O plano de desenvolvimento dos integrantes do
informações apresentadas pelo servidor ingressante. Plano de Carreira será elaborado com base em diretrizes
nacionais estabelecidas em regulamento, no prazo de
CAPÍTULO VIII
100 (cem) dias, a contar da publicação desta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 3o A partir da publicação do regulamento de que trata
Art. 22. Fica criada a Comissão Nacional de Supervisão do o § 2o deste artigo, as Instituições Federais de Ensino
Plano de Carreira, vinculada ao Ministério da Educação, com disporão dos seguintes prazos:
a finalidade de acompanhar, assessorar e avaliar a imple- I - 90 (noventa) dias para a formulação do plano de de-
mentação do Plano de Carreira, cabendo-lhe, em especial: senvolvimento dos integrantes do Plano de Carreira;
I - propor normas regulamentadoras desta Lei relativas II – 180 (cento e oitenta) dias para formulação do pro-
às diretrizes gerais, ingresso, progressão, capacitação e grama de capacitação e aperfeiçoamento; e
avaliação de desempenho; III – 360 (trezentos e sessenta) dias para o início da exe-
II - acompanhar a implementação e propor alterações cução do programa de avaliação de desempenho e o
no Plano de Carreira; dimensionamento das necessidades institucionais com
III - avaliar, anualmente, as propostas de lotação das Ins- a definição dos modelos de alocação de vagas.
tituições Federais de Ensino, conforme inciso I do § 1o § 4o Na contagem do interstício necessário à Progressão
do art. 24 desta Lei; e por Mérito Profissional, será aproveitado o tempo com-
IV - examinar os casos omissos referentes ao Plano de putado entre a data em que tiver ocorrido a última pro-
Carreira, encaminhando-os à apreciação dos órgãos gressão processada segundo os critérios vigentes até a
competentes. data da publicação desta Lei e aplicáveis ao Plano Único
§ 1o A Comissão Nacional de Supervisão será compos- de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos e a
ta, paritariamente, por representantes do Ministério da data em que tiver sido feita a implantação do programa
Educação, dos dirigentes das IFES e das entidades repre- de avaliação de desempenho, previsto neste artigo, em
sentativas da categoria. cada Instituição Federal de Ensino.
§ 2o A forma de designação, a duração do mandato e Art. 25. O Ministério da Educação, no prazo de 12 (doze)
os critérios e procedimentos de trabalho da Comissão meses a contar da publicação desta Lei, promoverá ava-
Nacional de Supervisão serão estabelecidos em regu- liação e exame da política relativa a contratos de pres-
lamento. tação de serviços e à criação e extinção de cargos no
§ 3o Cada Instituição Federal de Ensino deverá ter uma âmbito do Sistema Federal de Ensino.
Comissão Interna de Supervisão do Plano de Carreira
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 26. O Plano de Carreira, bem como seus efeitos fi-


dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação com-
nanceiros, será implantado gradualmente, na seguinte
posta por servidores integrantes do Plano de Carreira,
conformidade:
com a finalidade de acompanhar, orientar, fiscalizar e
I - incorporação das gratificações de que trata o § 2o do
avaliar a sua implementação no âmbito da respectiva
Instituição Federal de Ensino e propor à Comissão Na- art. 15 desta Lei, enquadramento por tempo de serviço
cional de Supervisão as alterações necessárias para seu público federal e posicionamento dos servidores no 1o
aprimoramento. (primeiro) nível de capacitação na nova tabela constante
Art. 23. Aplicam-se os efeitos desta Lei: no Anexo I desta Lei, com início em de março de 2005;
I - aos servidores aposentados, aos pensionistas, exceto II - implantação de nova tabela de vencimentos cons-
no que se refere ao estabelecido no art. 10 desta Lei; tante no Anexo I-B desta Lei, em 1o de janeiro de 2006; e
II - aos titulares de empregos técnico-administrativos III - implantação do Incentivo à Qualificação e a efetiva-
e técnico-marítimos integrantes dos quadros das Insti- ção do enquadramento por nível de capacitação, a partir
tuições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério da da publicação do regulamento de que trata o art. 11 e o
Educação, em relação às diretrizes de gestão dos cargos § 4o do art. 15 desta Lei.
e de capacitação e aos efeitos financeiros da inclusão e Parágrafo único. A edição do regulamento referido no
desenvolvimento na Matriz Hierárquica e da percepção inciso III do caput deste artigo fica condicionada ao
do Incentivo à Qualificação, vedada a alteração de regi- cumprimento do disposto nos arts. 16 e 17 da Lei Com-
me jurídico em decorrência do disposto nesta Lei. plementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

84
Art. 26-A. Além dos casos previstos na legislação vigen- Resposta: “B”. Disciplina o artigo 5o, VI, Lei nº
te, o ocupante de cargo do Plano de Carreira dos Cargos 11.091/2005: “Para todos os efeitos desta Lei, aplicam-
Técnico-Administrativos em Educação poderá afastar-se -se os seguintes conceitos: [...] VI - ambiente organiza-
de suas funções para prestar colaboração a outra insti- cional: área específica de atuação do servidor, integrada
tuição federal de ensino ou de pesquisa e ao Ministério por atividades afins ou complementares, organizada a
da Educação, com ônus para a instituição de origem, partir das necessidades institucionais e que orienta a
não podendo o afastamento exceder a 4 (quatro) anos. política de desenvolvimento de pessoal”.
Parágrafo único. O afastamento de que trata o caput A. Disciplina o artigo 5o, IV, Lei nº 11.091/2005: “Para
deste artigo será autorizado pelo dirigente máximo da todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes con-
IFE e deverá estar vinculado a projeto ou convênio com ceitos: [...] IV - cargo: conjunto de atribuições e respon-
prazos e finalidades objetivamente definidos. sabilidades previstas na estrutura organizacional que
Art. 26-B. É vedada a aplicação do instituto da redistri- são cometidas a um servidor”.
buição aos cargos vagos ou ocupados, dos Quadros de C. Disciplina o artigo 5o, V, Lei nº 11.091/2005: “Para
Pessoal das Instituições Federais de Ensino para outros todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes con-
órgãos e entidades da administração pública e dos Qua- ceitos: [...] V - nível de capacitação: posição do servidor
dros de Pessoal destes órgãos e entidades para aquelas na Matriz Hierárquica dos Padrões de Vencimento em
instituições. decorrência da capacitação profissional para o exercí-
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não cio das atividades do cargo ocupado, realizada após o
se aplica às redistribuições de cargos entre Instituições ingresso”.
Federais de Ensino. D. Disciplina o artigo 5o, II, Lei nº 11.091/2005: “Para to-
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. dos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes concei-
tos: [...] II - nível de classificação: conjunto de cargos de
Brasília, 12 de janeiro de 2005; 184o da Independência e mesma hierarquia, classificados a partir do requisito de
117o da República. escolaridade, nível de responsabilidade, conhecimen-
tos, habilidades específicas, formação especializada, ex-
Os anexos da legislação estão disponíveis no seguinte
periência, risco e esforço físico para o desempenho de
link:
suas atribuições”.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
E. Disciplina o artigo 5o, I, Lei nº 11.091/2005: “Para to-
2006/2005/lei/l11091.htm
dos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes con-
ceitos: [...] I - plano de carreira: conjunto de princípios,
diretrizes e normas que regulam o desenvolvimento
EXERCÍCIO COMENTADO profissional dos servidores titulares de cargos que inte-
gram determinada carreira, constituindo-se em instru-
1. (UFES - Assistente em Administração - UFES - 2015) De mento de gestão do órgão ou entidade”.
acordo com a Lei nº. 11.091/2005, é CORRETO afirmar:

A. Cargo é a posição do servidor na Matriz Hierárquica dos DECRETO 5.824_2006 - INCENTIVOS DE


Padrões de Vencimento em decorrência da capacitação
PCCR DA EDUCAÇÃO FEDERAL
profissional para o exercício das atividades inerentes ao
cargo ocupado, realizada após o ingresso.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


B. Ambiente organizacional é a área específica de atuação do
servidor, integrada por atividades afins ou complementa- O enquadramento do servidor técnico das instituições
res, organizada a partir das necessidades institucionais, federais se dá pelo critério da capacitação, assegurando-se
que orienta a política de desenvolvimento de pessoal. a progressão por capacitação profissional. Além disso, é
C. Nível de capacitação é o conjunto de atribuições e res- assegurado o pagamento de um incentivo à qualificação,
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que que consiste num adicional à remuneração do servidor por
são cometidas a um servidor. ter preenchido certo grau de qualificação (ex.: especiali-
D. Nível de classificação é o conjunto de princípios, diretrizes zação, mestrado, doutorado). O Decreto regula como se
e normas que regulam o desenvolvimento profissional dará o acréscimo de qualificações obtidas antes da regu-
dos servidores titulares de cargos que integram determi- lação pela Lei nº 11.091/2005, inclusive a aposentados e
nada carreira, constituindo-se em instrumento de gestão pensionistas.
do órgão ou entidade. Estabelece os procedimentos para a concessão do In-
E. Plano de carreira é o conjunto de cargos de mesma hie- centivo à Qualificação e para a efetivação do enquadra-
rarquia, classificados a partir do requisito de escolaridade, mento por nível de capacitação dos servidores integrantes
nível de responsabilidade, conhecimentos, habilidades do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos
específicas, formação especializada, experiência, risco e em Educação, instituído pela Lei no 11.091, de 12 de ja-
esforço físico para o desempenho de atribuições ineren- neiro de 2005.
tes aos respectivos cargos.

85
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição Art. 4o No enquadramento dos servidores ativos, dos
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e ten- aposentados e dos instituidores de pensão no nível de
do em vista o disposto no art. 11, no § 3o do art. 12 e no capacitação correspondente às certificações apresenta-
§ 4o do art. 15 da Lei nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005, das, deverão ser observadas as cargas horárias definidas
DECRETA: no Anexo III da Lei nº 11.091, de 2005, e a correlação
entre o conteúdo do curso e as atividades que definem
Art. 1o O Incentivo à Qualificação será concedido aos o ambiente organizacional de atuação do servidor.
servidores ativos, aos aposentados e aos instituidores de § 1o A definição dos cursos de capacitação que não se-
pensão com base no que determina a Lei nº 11.091, de jam de educação formal e que guardem relação direta
12 de janeiro de 2005, e no estabelecido neste Decreto. com os ambientes organizacionais será disciplinada em
§ 1o A implantação do Incentivo à Qualificação dar-se- ato do Ministro de Estado da Educação.
-á com base na relação dos servidores habilitados de § 2o O enquadramento no nível de capacitação dar-se-á
que trata o art. 20 da Lei nº 11.091, de 2005, considera- com base na relação dos servidores habilitados de que
dos os títulos obtidos até 28 de fevereiro de 2005, que trata o § 1o do art. 1o.
será homologada pelo colegiado superior da Institui- Art. 5o Para efeito do enquadramento no nível de capa-
ção Federal de Ensino - IFE. citação, serão considerados os certificados dos cursos
§ 2o Após a implantação, o servidor que atender ao de capacitação obtidos durante o período em que o ser-
critério de tempo de efetivo exercício no cargo, esta- vidor esteve em atividade no serviço público federal até
belecido no art. 12 da Lei nº 11.091, de 2005, poderá o dia 28 de fevereiro de 2005, nos termos do § 1o do art.
requerer a concessão do Incentivo à Qualificação, por 10 da Lei nº 11.091, de 2005.
meio de formulário próprio, ao qual deverá ser anexa- § 1o Os certificados de capacitação obtidos após o dia
do o certificado ou diploma de educação formal em 28 de fevereiro de 2005 serão considerados para o de-
nível superior ao exigido para ingresso no cargo de que senvolvimento do servidor na Carreira, observado o es-
é titular. tabelecido nos §§ 1o e 3o do art. 10 da Lei nº 11.091, de
§ 3o A unidade de gestão de pessoas da IFE deverá cer- 2005.
tificar se o curso concluído é direta ou indiretamente § 2o Para efeito de concessão da primeira progressão
relacionado com o ambiente organizacional de atua- por capacitação aos servidores enquadrados nos termos
ção do servidor, no prazo de trinta dias após a data de do § 4o do art. 15 da Lei nº 11.091, de 2005, deverá
entrada do requerimento devidamente instruído. ser respeitado o interstício de dezoito meses contados a
§ 4o O Incentivo à Qualificação será devido ao servidor partir de 1o de março de 2005.
após a publicação do ato de concessão, com efeitos fi- § 3o Para as demais concessões de progressão por capa-
nanceiros a partir da data de entrada do requerimento citação, deverá ser observado o mesmo interstício con-
na IFE. tado da última progressão concedida ao servidor nos
§ 5o No estrito interesse institucional, o servidor pode- termos do § 1o do art. 10 da Lei nº 11.091, de 2005.
rá ser movimentado para ambiente organizacional di- Art. 6o O enquadramento dos servidores no nível de ca-
ferente daquele que ensejou a percepção do Incentivo pacitação deverá ser objeto de homologação pelo cole-
à Qualificação. giado superior da IFE.
§ 6o Caso o servidor considere que a movimentação § 1o O ato de homologação deverá ser publicado no
possa implicar aumento do percentual de Incentivo à boletim interno da IFE.
Qualificação, deverá requerer à unidade de gestão de § 2o O servidor terá trinta dias, a partir da publicação do
pessoas, no prazo de trinta dias, a contar da data de ato de homologação, para interpor recurso à Comissão de
efetivação da movimentação, a revisão da concessão Enquadramento instituída na forma do art. 19 da Lei nº
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

inicial. 11.091, de 2005, que decidirá no prazo de sessenta dias.


§ 7o Na ocorrência da situação prevista no § 6o, a uni- § 3o Indeferido o recurso pela Comissão de Enquadra-
dade de gestão de pessoas deverá pronunciar-se no mento, o servidor poderá recorrer ao colegiado superior
prazo de trinta dias a partir da data de entrada do re- da IFE.
querimento do servidor, sendo que, em caso de defe- Art. 7o Os efeitos financeiros decorrentes do enquadra-
rimento do pedido, os efeitos financeiros dar-se-ão a mento no nível de capacitação de que trata o art. 5o
partir da data do ato de movimentação. dar-se-á a partir de 1o de janeiro de 2006 e os da im-
§ 8o Em nenhuma hipótese poderá haver redução do plantação do Incentivo à Qualificação de que trata o §
percentual de Incentivo à Qualificação percebido pelo 1o do art. 1o, a partir de 1o de julho de 2006.
servidor. Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
§ 9o Os percentuais para a concessão do Incentivo à blicação.
Qualificação são os constantes do Anexo I.
Art. 2o Os ambientes organizacionais de atuação do Brasília, 29 de junho de 2006; 185o da Independência e
servidor no âmbito das IFE vinculadas ao Ministério da 118o da República.
Educação são os estabelecidos no Anexo II.
Art. 3o As áreas de conhecimento dos cursos de educa- Os anexos do decreto estão disponíveis no seguinte link:
ção formal diretamente relacionados a cada um dos am- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
bientes organizacionais são as constantes do Anexo III. 2006/2006/Decreto/D5824.htm

86
Art. 3o Para os efeitos deste Decreto, aplicam-se os se-
#FicaDica guintes conceitos:
I - desenvolvimento: processo continuado que visa am-
Incentivo à qualificação é o percentual calculado pliar os conhecimentos, as capacidades e habilidades
sobre o padrão de vencimento percebido pelo dos servidores, a fim de aprimorar seu desempenho
servidor que possuir educação formal superior funcional no cumprimento dos objetivos institucionais;
ao exigido para o cargo de que é titular. II - capacitação: processo permanente e deliberado de
aprendizagem, que utiliza ações de aperfeiçoamento e
qualificação, com o propósito de contribuir para o de-
senvolvimento de competências institucionais, por meio
DECRETO 5.825_2006 - ELABORAÇÃO DO do desenvolvimento de competências individuais;
PCCR DA EDUCAÇÃO FEDERAL III - educação formal: educação oferecida pelos siste-
mas formais de ensino, por meio de instituições pú-
blicas ou privadas, nos diferentes níveis da educação
O Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano brasileira, entendidos como educação básica e educa-
de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educa- ção superior;
ção é um documento que serve para monitorar a eficiência IV - aperfeiçoamento: processo de aprendizagem, ba-
no emprego dos recursos pessoais consistentes na mão- seado em ações de ensino-aprendizagem, que atualiza,
-de-obra dos servidores no âmbito das instituições fede- aprofunda conhecimentos e complementa a formação
rais. Busca, inclusive, aperfeiçoar e capacitar os servidores profissional do servidor, com o objetivo de torná-lo
para a melhor alocação destes recursos humanos, bem apto a desenvolver suas atividades, tendo em vista as
como efetuar a averiguação periódica do desempenho e inovações conceituais, metodológicas e tecnológicas;
da qualificação destes servidores. O Decreto nº 5.825/2006 V - qualificação: processo de aprendizagem baseado
traz diretrizes para a elaboração do plano no âmbito de em ações de educação formal, por meio do qual o ser-
cada instituição federal de ensino. vidor adquire conhecimentos e habilidades, tendo em
Estabelece as diretrizes para elaboração do Plano de vista o planejamento institucional e o desenvolvimento
Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira dos do servidor na carreira;
Cargos Técnico-Administrativos em Educação, instituído VI - desempenho: execução de atividades e cumpri-
pela Lei nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005. mento de metas previamente pactuadas entre o ocu-
pante da carreira e a IFE, com vistas ao alcance de ob-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição jetivos institucionais;
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo VII - avaliação de desempenho: instrumento gerencial
em vista o disposto no § 2o do art. 24 da Lei no 11.091, de que permite ao administrador mensurar os resulta-
12 de janeiro de 2005, dos obtidos pelo servidor ou pela equipe de trabalho,
mediante critérios objetivos decorrentes das metas
DECRETA: institucionais, previamente pactuadas com a equipe
de trabalho, considerando o padrão de qualidade de
Art. 1o Ficam estabelecidas as diretrizes para a elabora- atendimento ao usuário definido pela IFE, com a finali-
ção do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do dade de subsidiar a política de desenvolvimento insti-
Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos tucional e do servidor;
em Educação, instituído pela Lei nº 11.091, de 12 de VIII - dimensionamento: processo de identificação e

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


janeiro de 2005, em cada Instituição Federal de Ensino análise quantitativa e qualitativa da força de trabalho
- IFE vinculada ao Ministério da Educação. necessária ao cumprimento dos objetivos institucio-
Art. 2o A elaboração do Plano de Desenvolvimento dos nais, considerando as inovações tecnológicas e moder-
Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico- nização dos processos de trabalho no âmbito da IFE;
-Administrativos em Educação observará os princípios IX - alocação de cargos: processo de distribuição de
e diretrizes estabelecidos no art. 3o da Lei nº 11.091, cargos baseado em critérios de dimensionamento ob-
de 2005, e ainda: jetivos, previamente, definidos e expressos em uma
I - cooperação técnica entre as instituições públicas de matriz, visando o desenvolvimento institucional;
ensino e as de pesquisa e dessas com o Ministério da X - matriz de alocação de cargos: conjunto de variáveis
Educação; quantitativas que, por meio de fórmula matemática,
II - co-responsabilidade do dirigente da IFE, dos diri- traduz a distribuição ideal dos Cargos Técnico-Admi-
gentes das unidades acadêmicas e administrativas, e nistrativos na IFE;
da área de gestão de pessoas pela gestão da carreira e XI - força de trabalho: conjunto formado pelas pessoas
do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Pla- que, independentemente do seu vínculo de trabalho
no de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em com a IFE, desenvolvem atividades técnico-administra-
Educação; e tivas e de gestão;
III - adequação do quadro de pessoal às demandas ins- XII - equipe de trabalho: conjunto da força de trabalho
titucionais. da IFE que realiza atividades afins e complementares;

87
XIII - ocupante da carreira: servidor efetivo pertencente § 2o A unidade de gestão de pessoas deverá assumir
ao quadro da IFE que ocupa cargo do Plano de Carrei- o gerenciamento dos programas vinculados ao Plano
ra dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação; e de Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira dos
XIV - processo de trabalho: conjunto de ações sequen- Cargos Técnico-Administrativos em Educação.
ciadas que organizam as atividades da força de tra- § 3o Em cada IFE, o Plano de Desenvolvimento dos In-
balho e a utilização dos meios de trabalho, visando o tegrantes da Carreira dos Cargos Técnico-Administrati-
cumprimento dos objetivos e metas institucionais. vos em Educação será acompanhado e fiscalizado pela
Art. 4o O Plano de Desenvolvimento dos Integrantes Comissão Interna de Supervisão, conforme disposto no
do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrati- § 3o do art. 22 da Lei nº 11.091, de 2005.
vos em Educação será definido, visando garantir: Art. 6o O dimensionamento das necessidades institu-
I - a função estratégica do ocupante da carreira dentro cionais de pessoal, objetivando estabelecer a matriz de
da IFE; alocação de cargos e definir os critérios de distribuição
II - a apropriação do processo de trabalho pelos ocu- de vagas, dar-se-á mediante:
pantes da carreira, inserindo-os como sujeitos no pla- I - a análise do quadro de pessoal, inclusive no que se
nejamento institucional; refere à composição etária e à saúde ocupacional;
III - o aprimoramento do processo de trabalho, trans- II - a análise da estrutura organizacional da IFE e suas
formando-o em conhecimento coletivo e de domínio competências;
público; III - a análise dos processos e condições de trabalho; e
IV - a construção coletiva de soluções para as questões IV - as condições tecnológicas da IFE.
institucionais; Parágrafo único. Para o cumprimento do estabelecido
V - a reflexão crítica dos ocupantes da carreira acerca no caput, deverão ser adotadas as seguintes ações:
de seu desempenho em relação aos objetivos institu- I - identificação da força de trabalho da IFE e sua com-
cionais; posição, conforme estabelecido neste Decreto;
VI - a administração de pessoal como uma atividade II - descrição das atividades dos setores em relação aos
a ser realizada pelo órgão de gestão de pessoas e as ambientes organizacionais e à força de trabalho;
demais unidades da administração das IFE; III - descrição das condições tecnológicas e de trabalho;
IV - identificação da forma de planejamento, avaliação
VII - a identificação de necessidade de pessoal, inclu-
e do nível de capacitação da força de trabalho da IFE;
sive remanejamento, readaptação e redistribuição da
V - análise dos processos de trabalho com indicação
força de trabalho de cada unidade organizacional;
das necessidades de racionalização, democratização e
VIII - as condições institucionais para capacitação e
adaptação às inovações tecnológicas;
avaliação que tornem viável a melhoria da qualidade
VI - identificação da necessidade de redefinição da es-
na prestação de serviços, no cumprimento dos obje-
trutura organizacional e das competências das unida-
tivos institucionais, o desenvolvimento das potenciali- des da IFE;
dades dos ocupantes da carreira e sua realização pro- VII - aplicação da matriz de alocação de cargos e de-
fissional como cidadãos; mais critérios para o estabelecimento da real necessi-
IX - a avaliação de desempenho como um processo dade de força de trabalho;
que contemple a avaliação realizada pela força de tra- VIII - comparação entre a força de trabalho existente e
balho, pela equipe de trabalho e pela IFE e que terão a necessidade identificada, de forma a propor ajustes;
o resultado acompanhado pela comunidade externa; e IX - remanejamento interno de pessoal com vistas ao
X - a integração entre ambientes organizacionais e as ajuste da força de trabalho à matriz de alocação de car-
diferentes áreas do conhecimento. gos; e
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 5o O Plano de Desenvolvimento dos Integran- X - identificação da necessidade de realização de con-


tes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Admi- curso público, a fim de atender às demandas institu-
nistrativos em Educação será vinculado ao Plano de cionais.
Desenvolvimento Institucional de cada IFE, conforme Art. 7o O Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento
definido no art. 24 da Lei nº 11.091, de 2005, e deverá terá por objetivo:
contemplar: I - contribuir para o desenvolvimento do servidor,
I - dimensionamento das necessidades institucionais como profissional e cidadão;
de pessoal, com definição de modelos de alocação de II - capacitar o servidor para o desenvolvimento de
vagas que contemple a realidade da instituição; ações de gestão pública; e
II - Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento; e III - capacitar o servidor para o exercício de atividades
III - Programa de Avaliação de Desempenho. de forma articulada com a função social da IFE.
§ 1o As ações de planejamento, coordenação, exe- Parágrafo único. O Programa de Capacitação e Aper-
cução e avaliação do Plano de Desenvolvimento dos feiçoamento deverá ser implementado nas seguintes
Integrantes da Carreira dos Cargos Técnico-Adminis- linhas de desenvolvimento:
trativos em Educação são de responsabilidade do di- I - iniciação ao serviço público: visa ao conhecimento
rigente máximo da IFE e das chefias de unidades aca- da função do Estado, das especificidades do serviço
dêmicas e administrativas em conjunto com a unidade público, da missão da IFE e da conduta do servidor pú-
de gestão de pessoas. blico e sua integração no ambiente institucional;

88
II - formação geral: visa à oferta de conjunto de infor- Parágrafo único. Caberá à IFE organizar e regulamentar
mações ao servidor sobre a importância dos aspectos formas sistemáticas e permanentes de participação de
profissionais vinculados à formulação, ao planejamen- usuários na avaliação dos serviços prestados, com base
to, à execução e ao controle das metas institucionais; nos padrões de qualidade em atendimento por ela es-
III - educação formal: visa à implementação de ações tabelecidos.
que contemplem os diversos níveis de educação for-
mal; Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua
IV - gestão: visa à preparação do servidor para o de- publicação.
senvolvimento da atividade de gestão, que deverá se
constituir em pré-requisito para o exercício de funções Brasília, 29 de junho de 2006; 185o da Independência e
de chefia, coordenação, assessoramento e direção; 118o da República.
V - inter-relação entre ambientes: visa à capacitação
do servidor para o desenvolvimento de atividades re-
lacionadas e desenvolvidas em mais de um ambiente #FicaDica
organizacional; e
VI - específica: visa à capacitação do servidor para o Em cada instituição federal de ensino será
desempenho de atividades vinculadas ao ambiente or- elaborado um Plano de Desenvolvimento
dos Integrantes do Plano de Carreira dos
ganizacional em que atua e ao cargo que ocupa.
Cargos Técnico-Administrativos em Educação,
Art. 8o O Programa de Avaliação de Desempenho terá
buscando direcionar esforços para a prestação
por objetivo promover o desenvolvimento institucio-
de um serviço mais eficiente.
nal, subsidiando a definição de diretrizes para políticas
de gestão de pessoas e garantindo a melhoria da qua-
lidade dos serviços prestados à comunidade.
§ 1o O resultado do Programa de Avaliação de Desem-
penho deverá: EXERCÍCIO COMENTADO
I - fornecer indicadores que subsidiem o planejamento
estratégico, visando ao desenvolvimento de pessoal da 1. (UFPA - Analista de Tecnologia da Informação - De-
IFE; senvolvimento de Web - CEPS-UFPA/2018) O Decreto nº
II - propiciar condições favoráveis à melhoria dos pro- 5.825, de 29 de junho de 2006, estabelece as diretrizes para
cessos de trabalho; elaboração do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes
III - identificar e avaliar o desempenho coletivo e indi- do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos
vidual do servidor, consideradas as condições de tra- em Educação, instituído pela Lei no 11.091, de 12 de janeiro
balho; de 2005. A elaboração do Plano de Desenvolvimento dos
IV - subsidiar a elaboração dos Programas de Capa- Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-admi-
citação e Aperfeiçoamento, bem como o dimensiona- nistrativos em Educação observará os princípios e diretrizes
mento das necessidades institucionais de pessoal e de estabelecidos no art. 3º da Lei nº 11.091, de 2005, e ainda:
políticas de saúde ocupacional; e
V - aferir o mérito para progressão. A. I – cooperação técnica entre as instituições públicas de
§ 2o O Programa de Avaliação de Desempenho, como ensino e as pesquisas e dessas com o Ministério da Edu-
processo pedagógico, coletivo e participativo, abran- cação; II – corresponsabilidade do dirigente da IFE, dos

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


gerá, de forma integrada, a avaliação: dirigentes das unidades acadêmicas e administrativas, e
I - das ações da IFE; da área de gestão de pessoas pela gestão da carreira e
II - das atividades das equipes de trabalho; do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano
III - das condições de trabalho; e de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Edu-
IV - das atividades individuais, inclusive as das chefias. cação, somente.
§ 3o Os instrumentos a serem utilizados para a ava- B. I – cooperação técnica entre as instituições públicas de
liação de desempenho deverão ser estruturados, com ensino e as pesquisas e dessas com o Ministério da Edu-
base nos princípios de objetividade, legitimidade e pu- cação; II – corresponsabilidade do dirigente da IFE, dos
blicidade e na adequação do processo aos objetivos, dirigentes das unidades acadêmicas e administrativas, e
métodos e resultados definidos neste Decreto. da área de gestão de pessoas pela gestão da carreira e
Art. 9o A aplicação do processo de avaliação de de- do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Pla-
sempenho deverá ocorrer no mínimo uma vez por no de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em
ano, ou em etapas necessárias a compor a avaliação Educação; e III – adequação do quadro de pessoal às
anual, de forma a atender à dinâmica de funciona- demandas institucionais.
mento da IFE. C. I – corresponsabilidade do dirigente da IFE, dos dirigen-
Art. 10. Participarão do processo de avaliação todos os tes das unidades acadêmicas e administrativas, e da área
integrantes da equipe de trabalho e usuários, confor- de gestão de pessoas pela gestão da carreira e do Plano
me estabelecido no parágrafo único. de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Car-

89
reira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação; Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas
e II – adequação do quadro de pessoal às demandas ins- suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
titucionais, somente. I - independência nacional;
D. I – cooperação técnica entre as instituições públicas de II - prevalência dos direitos humanos;
ensino e as pesquisas e dessas com o Ministério da Edu- III - autodeterminação dos povos;
cação; e II – adequação do quadro de pessoal às deman- IV - não-intervenção;
das institucionais, somente. V - igualdade entre os Estados;
E. I – corresponsabilidade do dirigente da IFE, dos dirigen- VI - defesa da paz;
tes das unidades acadêmicas e administrativas, e da área VII - solução pacífica dos conflitos;
de gestão de pessoas pela gestão da carreira e do Plano VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Car- IX - cooperação entre os povos para o progresso da
reira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, humanidade;
exclusivamente. X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus-
Resposta: “B”. O Decreto nº 5.825/2006 disciplina em
cará a integração econômica, política, social e cultural
seu artigo 2o: “A elaboração do Plano de Desenvolvi-
dos povos da América Latina, visando à formação de
mento dos Integrantes do Plano de Carreira dos Car-
uma comunidade latino-americana de nações.
gos Técnico-Administrativos em Educação observará
os princípios e diretrizes estabelecidos no art. 3º da
Lei nº 11.091, de 2005, e ainda: I - cooperação técnica O art. 1º da CF/88 tem diversos elementos que me-
entre as instituições públicas de ensino e as de pesqui- recem atenção face ao conteúdo de valores que carrega.
sa e dessas com o Ministério da Educação; II - co-res- Em primeiro, informa o artigo que a constituição rege as
ponsabilidade do dirigente da IFE, dos dirigentes das normas da república federativa do Brasil. O vocábulo “re-
unidades acadêmicas e administrativas, e da área de pública” informa que todo poder vem do povo e como tal
gestão de pessoas pela gestão da carreira e do Plano deve ser respeitado.
de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Car- A democracia brasileira é chamada de democracia
reira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação; participativa, posto que o povo pode se manifestar dire-
e III - adequação do quadro de pessoal às demandas tamente (plebiscito, referendo, entre outros) ou, em de-
institucionais”. terminadas situações, por seus representantes legalmente
A, C, D e E. Por exclusão, devido ao teor do artigo 2o do constituídos. (Exemplo: deputados, senadores, etc).
Decreto nº 5.825/2006, estão incorretas. Também importante destacar que se trata de uma re-
pública “federativa”, ou seja, é uma república composta
por estados federados (estados-membros) e municípios
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: que não podem se dissolver por vontade de quem quer
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, que seja.
Os fundamentos que regem a República são: sobera-
nia, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores so-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela ciais do trabalho de da livre iniciativa, além do pluralis-
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis- mo político. A soberania tem duplo aspecto, tanto interno
trito Federal, constitui-se em Estado democrático de como externo.
direito e tem como fundamentos: Do ponto de vista externo, a soberania informa aos de-
I - a soberania;
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

mais países que dentro de nossos limites regem-se nos-


II - a cidadania;
sas próprias leis e que não serão aceitas interferências de
III - a dignidade da pessoa humana;
outros; assim como do ponto de vista interno, têm-se a
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
obrigatoriedade de obediências as nossas leis, por quem
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o quer que seja, independente de serem brasileiros ou não.
exerce por meio de representantes eleitos ou direta- A cidadania é a manifestação expressa de que todos
mente, nos termos desta Constituição. aqueles que estiverem em solo brasileiro terão sua dig-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- nidade respeitada, ainda que aos estrangeiros. Também
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. defendemos os valores sociais do trabalho, já que acima
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repúbli- de tudo tem sua função econômica, mas também social,
ca Federativa do Brasil: permitindo ao indivíduo se inserir no contexto social.
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; O pluralismo político também merece atenção, uma
II - garantir o desenvolvimento nacional; vez que a República Federativa do Brasil não adotou uma
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as única ideologia político-partidária.
desigualdades sociais e regionais; O artigo 2º traz em seu bojo a teoria da separação de
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de poderes. No Brasil, cada um dos três poderes constituídos
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- atuará de forma livre, sem interferência dos demais, porém,
mas de discriminação. deverão agir harmonicamente entre si.

90
Os objetivos da república encontram-se previstos no Resposta: B. A soberania não se confunde com auto-
art. 3º e tem por escopo a orientação do legislador no nomia. A soberania revela que nosso Estado não se su-
tocante a suas ações que refletem diretamente no povo. bordina a nenhum outro país e que, as leis aqui vigentes
Podemos, por sinônimo, considerar que os objetivos são não podem sofrer interferência de outros países.
metas que nossa República deve alcançar. São eles: Alternativa: B
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional; 02) Aplicada em: 2018; Banca: CESPE; Órgão: CGM de
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as João Pessoa – PB; Prova: Conhecimentos Básicos - Car-
desigualdades sociais e regionais; gos: 1, 2 e 3. À luz do disposto na Constituição Federal
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de de 1988 (CF), julgue o item a seguir, acerca dos princípios
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- constitucionais e dos direitos fundamentais. Conforme a
mas de discriminação. CF, o poder emana do povo e é exercido por meio de re-
presentantes eleitos, não havendo previsão do exercício do
Por fim, no artigo 4º encontramos os princípios que poder diretamente pelo povo.
orientam as relações internacionais entre o Brasil e os de-
mais países. Vejamos: ( ) Certo ( ) Errado
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos; Resposta: B. O Brasil adota a democracia participa-
III - autodeterminação dos povos; tiva, ou seja, o povo participa diretamente dos rumos
IV - não-intervenção; do Estado, assim como o faz por seus representantes
V - igualdade entre os Estados; eleitos. A democracia participativa é exatamente a jun-
VI - defesa da paz; ção da possibilidade de manifestação das decisões pelo
VII - solução pacífica dos conflitos; próprio povo como por seus representantes eleitos de
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; forma direta.
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;
X - concessão de asilo político. DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS, DOS DIREITOS
Cabe também destacar que o parágrafo único do art.
SOCIAIS,
4º traz uma incumbência ainda maior para o Brasil no que
tange as relações internacionais. O Brasil, também tem por
princípio buscar a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação Antes de ingressarmos no estudo da temática propos-
de uma comunidade latino-americana de nações. ta pelo edital, importante justificar o motivo pelo qual os
tópicos foram unificados. Cumpre destacar que a Consti-
tuição Federal trata os direitos individuais e coletivos den-
#FicaDica tro do capítulo I do Título II chamado de “Dos Direitos e
garantias fundamentais”. Portanto, didaticamente se torna
Fundamentos: Socidivaplu = Soberania,
indispensável a unificação de tais temas.
Cidadania, Dignidade Da Pessoa Humana,
Valores Sociais Do Trabalho E Livre Iniciativa,
Pluralismo Político. #FicaDica

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O presente estudo tem por finalidade a
análise pormenorizada de todos os incisos
previstos no art. 5º da Constituição Federal;
EXERCÍCIO COMENTADO referido artigo elenca os direitos e os deveres
individuais e coletivos, assegurando-os a
01) Aplicada em: 2018; Banca: CESPE; Órgão: TCM-BA; todos que estejam em território nacional,
Prova: Auditor Estadual de Infraestrutura. O princípio seja brasileiro nato, naturalizado ou mesmo
fundamental da Constituição que consiste em fundamento estrangeiro por motivos diversos. Cada inciso
da República Federativa do Brasil, de eficácia plena, e que receberá o comentário pertinente.
não alcança seus entes internos é:

a) o pluralismo político.
b) a soberania.
c) o conjunto dos valores sociais do trabalho e da livre ini-
ciativa.
d) a prevalência dos direitos humanos.
e) a dignidade da pessoa humana.

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Título II XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
Dos direitos e garantias fundamentais em locais abertos ao público, independentemente de
Capítulo I autorização, desde que não frustrem outra reunião
Dos direitos e deveres individuais e coletivos anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e vedada a de caráter paramilitar;
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à cooperativas independem de autorização, sendo veda-
propriedade, nos termos seguintes: da a interferência estatal em seu funcionamento;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
ções, nos termos desta Constituição; dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
alguma coisa senão em virtude de lei; em julgado;
III - ninguém será submetido a tortura nem a trata- XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
mento desumano ou degradante; permanecer associado;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- XXI - as entidades associativas, quando expressamente
dado o anonimato; autorizadas, têm legitimidade para representar seus fi-
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao liados judicial ou extrajudicialmente;
agravo, além da indenização por dano material, moral XXII - é garantido o direito de propriedade;
ou à imagem; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos propriação por necessidade ou utilidade pública, ou
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
culto e a suas liturgias; ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de Constituição;
assistência religiosa nas entidades civis e militares de XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
internação coletiva; de competente poderá usar de propriedade particu-
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, houver dano;
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter- lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
nativa, fixada em lei; de penhora para pagamento de débitos decorrentes
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís- de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
tica, científica e de comunicação, independentemente meios de financiar o seu desenvolvimento;
de censura ou licença; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utili-
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra zação, publicação ou reprodução de suas obras, trans-
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a inde- missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
nização pelo dano material ou moral decorrente de sua XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
violação; a) a proteção às participações individuais em obras
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
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podendo penetrar sem consentimento do morador, inclusive nas atividades desportivas;


salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação mico das obras que criarem ou de que participarem
judicial; aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre-
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co- sentações sindicais e associativas;
municações telegráficas, de dados e das comunicações XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus-
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, triais privilégio temporário para sua utilização, bem
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins como proteção às criações industriais, à propriedade
de investigação criminal ou instrução processual penal; das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
profissão, atendidas as qualificações profissionais que volvimento tecnológico e econômico do País;
a lei estabelecer; XXX - é garantido o direito de herança;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao País será regulada pela lei brasileira em benefício do
exercício profissional; cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
XV - é livre a locomoção no território nacional em tem- seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ;
po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; do consumidor;

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XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos c) de trabalhos forçados;
informações de seu interesse particular, ou de interesse d) de banimento;
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, e) cruéis;
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis-
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
Estado; sexo do apenado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
do pagamento de taxas: física e moral;
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; possam permanecer com seus filhos durante o período
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para de amamentação;
defesa de direitos e esclarecimento de situações de in- LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturali-
teresse pessoal; zado, em caso de crime comum, praticado antes da na-
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici- turalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ário lesão ou ameaça a direito; ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
jurídico perfeito e a coisa julgada; crime político ou de opinião;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a orga- pela autoridade competente;
nização que lhe der a lei, assegurados: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
a) a plenitude de defesa; sem o devido processo legal;
b) o sigilo das votações; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrati-
c) a soberania dos veredictos; vo, e aos acusados em geral são assegurados o contra-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos ditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
contra a vida; inerentes;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
pena sem prévia cominação legal;
por meios ilícitos;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
réu;
em julgado de sentença penal condenatória;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
direitos e liberdades fundamentais;
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
lei;
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pú-
da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce- blica, se esta não for intentada no prazo legal;
tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos pro-
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e cessuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
os definidos como crimes hediondos, por eles respon- social o exigirem;
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
evitá-los, se omitirem; por ordem escrita e fundamentada de autoridade judici-
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação ária competente, salvo nos casos de transgressão militar

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de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem ou crime propriamente militar, definidos em lei;
constitucional e o Estado democrático; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, contre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação petente e à família do preso ou à pessoa por ele indi-
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendi- cada;
das aos sucessores e contra eles executadas, até o limite LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
do valor do patrimônio transferido; quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, assistência da família e de advogado;
entre outras, as seguintes: LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon-
a) privação ou restrição da liberdade; sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
b) perda de bens; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
c) multa; autoridade judiciária;
d) prestação social alternativa; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido
e) suspensão ou interdição de direitos; quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
XLVII - não haverá penas: fiança;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos ter- LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do res-
mos do art. 84, XIX; ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
b) de caráter perpétuo; de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

93
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al- § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di-
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegali- Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dade ou abuso de poder; dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro- às emendas constitucionais.
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
corpus ou habeas data , quando o responsável pela ile- Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Histórico
poder público; - Direitos Fundamentais
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impe- Normas obrigatórias: os direitos fundamentais não são
trado por: sempre os mesmos em todas as épocas. Porém devem
constar obrigatoriamente em textos constitucionais consi-
a) partido político com representação no Congresso Na-
derados democráticos; constando referidos direitos podem
cional;
anuir que aquela constituição está alicerçada nos pilares da
b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
democracia.
ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
Dignidade humana: foi impulsionada pelo cristianismo,
menos um ano, em defesa dos interesses de seus mem- uma vez que segundo essa religião o homem era feito a ima-
bros ou associados; gem e semelhança de Deus. Sendo assim, ganhou uma pro-
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre teção especial no texto da Constituição. Importante lembrar
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o que falar em dignidade humana é falar em garantir o direito
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das do indivíduo ter direitos – iguais entre seres humanos.
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à Positivação dos direitos fundamentais: Bill of Rights, De-
cidadania; claração da Virgínia, Declaração Francesa. Tais documentos
LXXII - conceder-se-á habeas data : trataram de positivar direitos que naturalmente são ineren-
a) para assegurar o conhecimento de informações rela- tes ao homem.
tivas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou Regra geral: indivíduos têm primeiro direitos, depois
bancos de dados de entidades governamentais ou de deveres e os direitos que o Estado tem sobre o indivíduo
caráter público; estão ordenados de modo a melhor cuidar de seus cida-
b) para a retificação de dados, quando não se prefira dãos. É a demonstração clara do pacto social firmado en-
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; tre os indivíduos e o Estado – é a cessão de parte de suas
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor liberdades, entregando-as ao Estado de modo que este,
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô- em contrapartida, devolva algo que seja positivo – como,
nio público ou de entidade de que o Estado participe, à por exemplo, proíbe-se (exceto as possibilidade previstas
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao pa- na lei) da autotutela (exercício da autodefesa) entregando
trimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo com- essa função ao Estado para que este exerça a tutela da se-
provada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da gurança do indivíduo.
sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e Geração de Direitos Fundamentais
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; - 1ª Geração de direitos: são postulados de abstenção
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju- dos governantes se obrigando a não intervir na vida
pessoal de cada indivíduo. Indispensável a todos os
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diciário, assim como o que ficar preso além do tempo


fixado na sentença; homens. Como por exemplo, direito a vida, ou seja,
salvo em situações específicas, o Estado não privará
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres,
o indivíduo de seguir sua vida.
na forma da lei:
Característica: universal; não ocasiona desigualdade so-
a) o registro civil de nascimento;
cial. Ex: liberdade,
b) a certidão de óbito;
- 2ª Geração de direitos: surge com a necessidade do
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e ha-
povo de não apenas ter liberdade, mas outros direi-
beas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao tos que o conduzem a exercer a liberdade, seguir sua
exercício da cidadania. vida, com dignidade. São os valores sociais variados,
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são importando intervenção ativa do Estado na vida eco-
assegurados a razoável duração do processo e os meios nômica com o viés de proporcionar justiça social.
que garantam a celeridade de sua tramitação. Característica: Liberdade real e igual para todos. Ex:
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fun- igualdade – saúde, educação, trabalho entre outros. São
damentais têm aplicação imediata. chamados de direitos sociais não por serem direitos da co-
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição letividade, mas por alusão ao termo justiça social. Os titu-
não excluem outros decorrentes do regime e dos prin- lares são os próprios indivíduos singularizados, apesar dos
cípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais mesmos poderem se voltar a coletividade.
em que a República Federativa do Brasil seja parte.

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- 3ª Geração de direitos: direitos de titularidade difusa. - Aplicabilidade imediata
Proteção do homem em sua forma coletiva, grupos, As normas que definem direitos fundamentais são nor-
não mais individualmente. mas de caráter preceptivo, e não meramente programáti-
Característica: proteção do homem em grupos. Ex: di- co. Explicita-se, além disso, que os direitos fundamentais se
reito ao meio ambiente equilibrado, direito a paz. fundam na Constituição, e não na lei - com o que se deixa
claro que é a lei que deve mover-se no âmbito dos direitos
Conclusão fundamentais, não o contrário.
A visão dos direitos fundamentais em termos de gera- A Constituição brasileira de 1988 filiou-se a essa ten-
ções indica a evolução desses direitos no tempo. Cada di- dência, conforme se lê no §1º do art. 5º do Texto, em que se
reito de cada geração interage com os das outras e, nesse diz que “as normas definidoras dos direitos e garantias fun-
processo, dá-se à compreensão. damentais têm aplicação imediata”. O texto se refere aos
direitos fundamentais em geral, não se restringindo apenas
Características dos direitos fundamentais aos direitos individuais.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
- Universais e absolutos
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
A questão da universalidade: direito previsto para todo
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
homem, ainda que nem todo homem o exerça. propriedade, nos termos seguintes:
Absoluto: os direitos fundamentais não são absolutos, O caput do art. 5º é talvez um dos mais importantes
apesar de gozarem de prioridade absoluta sobre qualquer artigos do texto constitucional, para não dizer o principal
outro direito. artigo da constituição federal. Esse artigo nos elenca cinco
grupos de direitos que são amplamente protegidos pela
- Historicidade nossa lei maior. A saber:
Os direitos fundamentais são um conjunto de facul- - Direito à vida (integridade física e moral), - direito à
dades e instituições que somente faz sentido num deter- liberdade (manutenção de qualquer forma de mani-
minado contexto histórico. A história permite entender a festação do indivíduo), - direito à igualdade (o tra-
existência de cada um dos direitos. tamento da lei é conferido igualmente para todos),
A história explica que os direitos possam ser apregoa- - direito à segurança (direito de todos – necessidade
dos em certa época, desaparecendo em outras, ou se mo- de leis que definam crimes e sanções) e – direito à
dificam no tempo. Verifica-se, portanto, a evolução dos propriedade (propriedade particular, privada, desde
direitos fundamentais. que atendida sua função social).
O direito à vida pressupõe a negativa do Estado de
- Inalienabilidade e Indisponibilidade promover qualquer ato que ofenda a integridade física ou
Inalienável: o titular do direito não pode impossibilitar moral do indivíduo; por esta razão, proíbe-se a tortura ou
o exercício para si mesmo. Encontra fundamento no valor qualquer exposição vexatória. Também não permite que a
da dignidade humana. A indisponibilidade gera nulidade vida chegue ao fim se não pelas causas naturais – caso ve-
de qualquer disposição contratual feita. nha ocorrer, o Estado oferece sanções àquele que promo-
Podem, tais direitos, terem seu exercício. Ex.: manifes- veu o encurtamento da vida humana.
tação religiosa em templo religioso diverso do seu. No que tange a liberdade, pode o indivíduo fazer tudo
aquilo que a lei não proíbe, tem a faculdade de decidir os
- Direitos humanos são direitos postulados em bases rumos de sua própria vida. Por esta razão sua liberdade de
locomoção é amplamente protegida; dentro do conceito

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jusnaturalistas, contam índole filosófica e não pos-
de liberdade se enquadra o direito a manifestação de toda
suem como característica básica a positivação numa
espécie: religiosa, de pensamento, de associação, ou seja,
ordem jurídica particular.
a todos é conferido o direito de expor seus pensamentos e
- Direitos Fundamentais: é reservada aos direitos re- suas escolhas. Neste ponto é importante demonstrar que
lacionados com posições básicas das pessoas, ins- essa liberdade de expressão não pode ocasionar danos a
critos em diplomas normativos de cada Estado. São outrem de modo que se assim o fizer, estará praticando
direitos que vigem numa ordem jurídica concreta, ato contra terceiros e por isso poderá ser responsabilizado.
sendo, por isso, garantidos e limitados no espaço e A igualdade também é dos pilares dos direitos fun-
no tempo. damentais. Por conta desse princípio a lei deve conferir
- Vinculação dos Poderes Públicos tratamento igualitário para todos; assim, não se permite
O fato de os direitos fundamentais estarem previstos qualquer espécie de distinção da lei, além de vedar toda
na Constituição torna-os parâmetros de organização e de espécie de discriminação.
limitação dos poderes constituídos. A constitucionalização A segurança é outro importante direito fundamental,
dos direitos fundamentais impede que sejam considerados pois compreende não apenas aquela que visa a proteção
meras autolimitações dos poderes constituídos - dos Pode- patrimonial (seja ele material ou mesmo imaterial), mas
res Executivo, Legislativo e Judiciário -, passíveis de serem também a segurança jurídica. Deste modo, todo cidadão
alteradas ou suprimidas ao talante destes. deve ter conhecimento das leis que regem o país para que
não “sejam mais pegos de surpresa”.

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Por fim, o direito à propriedade abarca o último grupo VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
dos direitos fundamentais. A CF/88 confere a todo cidadão crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
o direito à propriedade privada, particular. Porém, impor- salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
tante que aquele que detenha a propriedade se atente para todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
a função social que a mesmo carrega. tiva, fixada em lei;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- Assegurada a plena liberdade de consciência, ofertando
ções, nos termos desta Constituição; a lei de proteção aos locais de culto e suas liturgias. Esse inci-
Neste inciso está insculpido o princípio da isonomia, so compreende três formas de liberdade: crença, culto e or-
que é exatamente o tratamento igualitário, para todos, ve- ganização religiosa. A possibilidade de escolher qual religião
dada qualquer forma de discriminação – modalidade de seguir, ou mesmo não seguir nenhuma religião está ampa-
preceito universal. Segundo a Declaração Universal dos di- rada pela liberdade de crença. Porém, importante destacar
reitos do homem, “todos os seres humanos nascem livres e que a liberdade de escolher sua própria religião não pode
iguais em dignidade e direitos. servir de amparo ao embaraçamento daquele que pretende
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer praticar outra religião.
alguma coisa senão em virtude de lei; A assistência religiosa é assegurada a quem dela queira
Eis o princípio da legalidade. Referido princípio limita fazer uso; logo, não será ofertada assistência religiosa sem a
toda forma de arbitrariedade; evidente que o convívio em anuência do interessado.
sociedade pressupõe o aceite de determinadas regras de Por fim, sob o tópico “religião”, importante fazer menção
convívio. Porém, tais regras derivam de autoridade com ao direito de professar ou não qualquer religião inclusive
competência para tanto que agem de maneira impessoal exercer suas práticas, com cultos. Importante lembrar que a
e geral. prática religiosa amparada pela CF/88 não pode se confun-
III - ninguém será submetido a tortura nem a trata- dir com aquelas práticas consideradas ilegais para o direito
mento desumano ou degradante; brasileiro, como por exemplo aquelas que leva a necessida-
Entende-se por tortura qualquer forma de castigo cor- de de sacrifício humano. Neste caso, sendo considerado cri-
póreo agressivo, violento, que utilize de qualquer instru- me o encurtamento da vida, não será amparado o sacrifício
mento mecânico ou psicológico levando aquele que está pela liberdade religiosa.
sendo torturado praticar ato que não o faria se estivesse IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artísti-
em condições normais. A tortura é crime inafiançável e in- ca, científica e de comunicação, independentemente de
suscetível de fiança. censura ou licença;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- Este inciso é autoexplicativo. No que tange a liberdade
dado o anonimato; de expressão é importante destacar alguns institutos legis-
É a liberdade conferida ao indivíduo para que o mesmo lativos que conferem regulamentação ao tema, como por
possa expressar de qualquer forma o que pensa a respei- exemplo, a lei de imprensa (Lei 5.250/67), Lei de Direitos au-
to de religião, política, ciência ou qualquer outro instituto. torais (Lei 9.610/98) entre outras.
Importante lembrar que essa liberdade de manifestação X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
está condicionada ao não anonimato; deste modo, todos e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indeni-
podem se manifestar sendo porém vedada a manifestação zação pelo dano material ou moral decorrente de sua
anônima. violação;
Também importante lembrar que a liberdade de ma- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
nifestação protegida pela CF/88 não protege a prática de podendo penetrar sem consentimento do morador, sal-
crimes sob a argúcia da liberdade. Qualquer manifestação vo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para pres-
ofensiva a terceiros que fira sua honra, imagem ou integri- tar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

dade poderá ser punida pela lei. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co-
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao municações telegráficas, de dados e das comunicações
agravo, além da indenização por dano material, moral telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
ou à imagem; hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
A CF/88 assegura o direito de resposta proporcional ao investigação criminal ou instrução processual penal;
agravo. Assim, aquele que causar prejuízo a outrem tem as- É inviolável tudo aquilo que não pode ser entregue ao
segurado para si o direito a indenização por dano material público, que merece ser preservado. Sempre que violada a
ou moral. O prejuízo a que se refere o inciso V pode patri- honra, a imagem, a vida privada, sem consentimento do in-
monial ou não. Prejuízo de ordem não patrimonial é aquele divíduo, a este caberá indenização pelo dano material ou
causado por pessoa (física ou jurídica) que ofenda liberda- moral pelo ato cometido. No que tange ao domicílio, este
de, honra, família ou profissão de determinado indivíduo. poderá ser violado a qualquer horário sempre que caso de
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, flagrante delito ou desastre, ou ainda no caso de determina-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos ção judicial, neste último caso apenas durante o dia (06h00
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de as 18h00).
culto e a suas liturgias; Das formas de comunicação, sejam elas por correspon-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de dência, comunicação telegráfica ou telefônica, somente a
assistência religiosa nas entidades civis e militares de última, por determinação judicial, poderá ser parcialmente
internação coletiva; quebrada, com prazo de duração.

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XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a #FicaDica
lei estabelecer; Cumpridos tais requisitos, poderá a associação
Toda atividade profissional exercida espontaneamente funcionar sem, inclusive, sofrer qualquer
pelo indivíduo é respeitada pela CF/88, inclusive aquelas não interferência do Estado; no entanto, por meio
classificadas para efeito de registro em carteira de trabalho. de decisão judicial transitada em julgada
Assim, em se tratando de atividade lícita poderá o indivíduo poderá ser dissolvida a associação ou ter suas
exercê-la livremente. atividades suspensas. Além das associações
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e res- também possíveis as cooperativas com
guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer- objetivos diferentes das associações.
cício profissional;
Tem esse inciso a função de afastar o indivíduo da censu-
ra; permite-se a liberdade de expressão do indivíduo desde
XXII - é garantido o direito de propriedade;
que não venha a ferir direitos de outrem.
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; propriação por necessidade ou utilidade pública, ou
É a possibilidade conferida em tempos de paz a todos os por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
indivíduos de circular livremente no território nacional sem ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
qualquer limitação, nos termos da lei. Constituição;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
em locais abertos ao público, independentemente de de competente poderá usar de propriedade particu-
autorização, desde que não frustrem outra reunião an- lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
teriormente convocada para o mesmo local, sendo ape- houver dano;
nas exigido prévio aviso à autoridade competente; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
O direito de reunião vem estampado no art. 5º como lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
modalidade de direito fundamental para demonstrar a força de penhora para pagamento de débitos decorrentes
da democracia. Por conta desse direito, todos podem reu- de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
nir-se em local público com finalidades diversas, indepen- meios de financiar o seu desenvolvimento;
dentemente de autorização. É necessário, no entanto, que
aqueles que desejam se reunir comuniquem autoridade Os incisos acima compõem o grupo dos direitos indivi-
competente, especialmente para não ferir direitos daqueles duais e coletivos voltados à propriedade. A CF/88 confere
que previamente se decidiram pela reunião em local da von- a todos o direito de propriedade, ter para si propriedade
tade de ambos. Assim, desde que pacificamente, sem armas, particular (privada); no entanto, o uso deve atender a fun-
indivíduos podem se reunir em locais públicos, necessitando ção daquela propriedade. Assim, por exemplo, determina-
apenas informar as autoridades. Não é necessário autoriza- da propriedade rural deve atender sua finalidade, qual seja,
ção do poder público, mas apenas sua comunicação. produção de riqueza por meio do agronegócio (seja para
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, o próprio sustento ou comércio com terceiros). Não exer-
vedada a de caráter paramilitar; cendo sua função social, a propriedade poderá ser destaca-
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de da do patrimônio daquele indivíduo. Em outras palavras, a
cooperativas independem de autorização, sendo veda- propriedade urbana exerce sua função social quando aten-
da a interferência estatal em seu funcionamento; de às exigências fundamentais de organização da cidade

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente expressas em seu plano diretor; já a propriedade rural exer-
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão cerá sua função social quando fizer o aproveitamento cor-
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em jul- reto dos recursos naturais, preservando o meio ambiente
gado; e protegendo relações de trabalho e exploração que favo-
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a reçam o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores.
permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus fi-
liados judicial ou extrajudicialmente; #FicaDica
Referidos incisos tratam da questão da associação. Em O direito à propriedade também poderá ser
primeiro, a associação é livre, não podendo ninguém ser relativizado quando o Estado necessitar de
compelido a associar-se se assim não desejar. As associa- determinada propriedade, bem ou serviços
ções poderão ser criadas para fins lícitos; de forma alguma prestados por particular, mediante indenização.
será autorizado funcionar associações com objetivos para- A CF/88 autoriza o poder público a se utilizar
militares (corporações privadas de nacionais ou também de da propriedade particular na iminência ou na
estrangeiros normalmente aparelhados por uniformes e ar- ocorrência de alguma situação que ofereça
mamentos militares sem contudo pertencer aos quadros perigo à coletividade.
das forças armadas).

97
Importante também explicar que a necessidade pública XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
ocorre sempre que o Estado se coloca diante de uma si- do pagamento de taxas:
tuação extremamente urgente que não pode ser adiada. A a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa
utilidade pública é quando impõe ao Poder Público a pos- de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
sibilidade de propor o uso de determinado bem em con- b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
trapartida a oferta de alguma serviço que seja útil para a para defesa de direitos e esclarecimento de situações
coletividade. Por fim, tem interesse social aquilo que venha de interesse pessoal;
a trazer melhorias as classes menos privilegiadas. Essência da democracia, ao cidadão cabível a proteção
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de uti- do seu direito de manter-se informado de tudo aquilo que
lização, publicação ou reprodução de suas obras, trans- envolve tanto o Estado como seu próprio nome. Ato contí-
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; nuo, protege-se também o direito de petição ao indivíduo;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: assim, todo aquele que pretender buscar pela tutela jurisdi-
a) a proteção às participações individuais em obras co- cional do Estado ou mesmo acessar legislativo e executivo,
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclu-
terá assegurado seu direito de petição.
sive nas atividades desportivas;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
ário lesão ou ameaça a direito;
mico das obras que criarem ou de que participarem aos
criadores, aos intérpretes e às respectivas representa- XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
ções sindicais e associativas; jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
triais privilégio temporário para sua utilização, bem O Brasil adota uma jurisdição. Assim, não serão tolera-
como proteção às criações industriais, à propriedade dos tribunais de exceção ou o exercício de juízes ad-hoc,
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos voltados a julgar um ou outro caso. Marco da democracia,
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen- onde a lei vale para todos e todos devem cumpri-la. Uma
volvimento tecnológico e econômico do País; lei nova não pode prejudicar direitos já conquistados pelo
Esse conjunto de incisos trata dos direitos autorais; são indivíduo sob pena de ferir o pacto social firmado entre o
os frutos a serem colhidos por aqueles que desenvolvem indivíduo e o Estado – aceitando mudanças sem previsão
trabalho intelectual. Referidos direitos versam sobre o ine- legal estar-se-ia referendando arbitrariedades – é o cha-
ditismo da obra; importante lembrar que os sucessores do mado princípio da irretroatividade. Vale lembrar que, em se
autor permanecerão recebendo a título universal os louros tratando de retroação benéfica da lei, nenhum obstáculo se
da obra daquele que sucedeu. imporá. Portanto, uma crime praticado cuja pena seja alta
A marca também é protegida em todo território nacio- passe por um abrandamento dessa pena por nova lei, aqui-
nal e o seu uso exclusivo a quem dela fez o registro; esse lo punido nos moldes da lei antiga será beneficiado pela
tema consta inserido na seara do direito empresarial, em novel legislação.
especial no código de propriedade industrial. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a or-
XXX - é garantido o direito de herança; ganização que lhe der a lei, assegurados:
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no a) a plenitude de defesa;
País será regulada pela lei brasileira em benefício do b) o sigilo das votações;
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes c) a soberania dos veredictos;
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
Entende-se por herança a totalidade dos bens móveis e contra a vida;
imóveis deixados por aquele que veio a falecer, também cha-
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O júri é o formato mais antigo de tribunal. Compostos


mado de de cujus. Aquele que vier a suceder o falecido pode-
por pessoas comuns, chamados de jurados, formam o con-
rá aceitar a herança, renunciá-la ou mesmo imitir-se na posse.
selho de sentença, cuja função principal é opinar pela culpa
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor; ou não do indivíduo que praticou um crime doloso contra
Enquadra-se no conceito de consumidor a coletividade a vida. Serão escolhidos 07, dentre 21 pessoas a comporem
de pessoas, ainda que não seja possível determiná-las, que o conselho de sentença. Aos jurados é assegurado o sigilo
tenham participado de uma relação de consumo composta das votações e ao réu a plenitude de defesa; ao júri, como
por fornecedor e consumidor. um todo, assegurado a soberania do veredicto. O tribunal
No Brasil, as relações de consumo são disciplinadas pelo do júri funcionará sempre que houver um crime doloso
Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, além de ou- contra a vida.
tras cuja matéria é mais específica como leis relacionadas a cri- XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem
mes contra ordem tributária, ordem econômica, entre outras. pena sem prévia cominação legal;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos Também chamado de princípio da legalidade. Por este
informações de seu interesse particular, ou de interes- princípio o indivíduo só poderá responder criminalmen-
se coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da te por alguma conduta por ele praticado se esta condu-
lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas ta houver sido considerada crime antes de sua prática. Ou
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda- seja, a conduta definida como crime deve ser anterior a sua
de e do Estado; prática.

98
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu-
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória ralizado, em caso de crime comum, praticado antes da
dos direitos e liberdades fundamentais; naturalização, ou de comprovado envolvimento em
A exceção ao princípio da irretroatividade, anteriormen- tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
te explicado, é exatamente com relação ao benefício para da lei;
o réu. LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável crime político ou de opinião;
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
da lei; pela autoridade competente;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce- Os incisos acima compõem a proteção do direito à na-
tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico cionalidade. Ao brasileiro nato (aquele que nasceu em ter-
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e ritório brasileiro – respeitada exceção em que os genitores,
estrangeiros, estão a serviço de seu país – ou aquele tem
os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
por seus genitores algum, ou ambos, brasileiros) não será
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo
autorizada a extradição. Portanto, o brasileiro nato não será
evitá-los, se omitirem;
extraditado em hipótese alguma. O naturalizado, em regra
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
não será extraditado; salvo se houver praticado crime co-
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a mum antes de sua naturalização ou comprovado envolvi-
ordem constitucional e o Estado democrático; mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, Outra vedação à extradição é aquela solicitada em ra-
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação zão de estrangeiro ter praticado crime político ou de opi-
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, esten- nião em seu país de origem. Por defendermos a liberdade
didas aos sucessores e contra eles executadas, até o de manifestação, seja ela qual for, asseguramos também ao
limite do valor do patrimônio transferido; estrangeiro esse direito.
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adota- LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
rá, entre outras, as seguintes: bens sem o devido processo legal;
a) privação ou restrição da liberdade; Este inciso revela em simples palavras que ninguém
b) perda de bens; pode “ser pego de surpresa”, que “as regras do jogo” de-
c) multa; vem ser cumpridas. Logo, tanto a privação da liberdade
d) prestação social alternativa; como a privação de bens deve observar o cumprimento
e) suspensão ou interdição de direitos; de um processo judicial e o esgotamento das formas de
XLVII - não haverá penas: defesa.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra-
termos do art. 84, XIX; tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
b) de caráter perpétuo; traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a
c) de trabalhos forçados; ela inerentes;
d) de banimento; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
e) cruéis; por meios ilícitos;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis- LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o em julgado de sentença penal condenatória;
sexo do apenado; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a

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identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
Rol de incisos que estipulam regras aos processos judi-
física e moral;
ciais ou administrativos. Princípios de extrema importância,
L - às presidiárias serão asseguradas condições para
o contraditório e a ampla defesa derivam do princípio da
que possam permanecer com seus filhos durante o pe-
legalidade. Assim, ao indivíduo garantido o direito de se
ríodo de amamentação; defender e ofertar contestação a tudo quanto a ele estiver
Rol de incisos relacionados a seara do direito penal e sendo alegado.
direito processual penal. As penas no Brasil são definidas LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
pela CF/88; assim, possível apenas as penas de privação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
ou restrição da liberdade, perda de bens, multa, prestação LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
alternativa e suspensão parcial ou temporária de direitos. processuais quando a defesa da intimidade ou o inte-
Toda pena diferente destas não será autorizada pela legis- resse social o exigirem;
lação infraconstitucional em especial aquelas que levem a Cabe ao Ministério Público o exercício das ações penais
morte, tortura, caráter perpétuo, trabalho forçado, cruéis públicas. No entanto, a lei faculta ao indivíduo, nas hipó-
ou de banimento. Inserido no sistema prisional, ao indiví- teses previstas em lei, a possibilidade do próprio indivíduo
duo assegurado respeito a sua integridade física e moral. intentar a ação. Em regra, todos os atos são públicos, res-
Para as mulheres, tratativa diferenciada em períodos de guardada a defesa da intimidade e do interesse social do
amamentação, podendo ficar com seu filho. indivíduo.

99
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
por ordem escrita e fundamentada de autoridade ju- ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
diciária competente, salvo nos casos de transgressão nio público ou de entidade de que o Estado participe,
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
competente e à família do preso ou à pessoa por ele da sucumbência;
indicada; Este rol de incisos apresentam os remédios constitucio-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os nais. São eles, habeas corpus, habeas data, mandado de
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a segurança, mandado de injunção e ação popular, cada qual
assistência da família e de advogado; disciplinado por lei específica.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon- LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela cursos;
autoridade judiciária; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju-
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela manti- diciário, assim como o que ficar preso além do tempo
do quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou fixado na sentença;
sem fiança; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do bres, na forma da lei:
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescu- a) o registro civil de nascimento;
sável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; b) a certidão de óbito;
Rol de incisos que garante direitos àqueles que esti- LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e ha-
verem presos. Em regra, o indivíduo somente será preso beas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao
por determinação judicial ou em caso de flagrante delito. exercício da cidadania.
Aquele que vier a ser preso indicará alguém de sua família LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
ou qualquer outro sobre a prisão. Além da assistência da são assegurados a razoável duração do processo e os
família e de advogado, terá o preso direito de permanecer meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
em silêncio. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fun-
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al- damentais têm aplicação imediata.
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegali- não excluem outros decorrentes do regime e dos prin-
dade ou abuso de poder; cípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro- em que a República Federativa do Brasil seja parte.
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di-
corpus ou habeas data , quando o responsável pela ile- reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
do poder público; lentes às emendas constitucionais.
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im- § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
petrado por: Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
a) partido político com representação no Congresso Regras gerais a respeito dos direitos fundamentais.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou asso- Dos direitos sociais
ciação legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali-
membros ou associados; mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre a segurança, a previdência social, a proteção à mater-
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o nidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das forma desta Constituição. (Artigo com redação dada
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
à cidadania; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
LXXII - conceder-se-á habeas data : além de outros que visem à melhoria de sua condição
a) para assegurar o conhecimento de informações re- social:
lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros I - relação de emprego protegida contra despedida ar-
ou bancos de dados de entidades governamentais ou bitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple-
de caráter público; mentar, que preverá indenização compensatória, den-
b) para a retificação de dados, quando não se prefira tre outros direitos;
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrati- II - seguro-desemprego, em caso de desemprego in-
vo; voluntário;

100
III - fundo de garantia do tempo de serviço; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das rela-
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente uni- ções de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos
ficado, capaz de atender às suas necessidades vitais para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28,
e previdência social, com reajustes periódicos que lhe de 2000)
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincu- b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28,
lação para qualquer fim; de 2000)
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexi- XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
dade do trabalho; de funções e de critério de admissão por motivo de
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em sexo, idade, cor ou estado civil;
convenção ou acordo coletivo; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para a salário e critérios de admissão do trabalhador porta-
os que percebem remuneração variável; dor de deficiência;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
integral ou no valor da aposentadoria; técnico e intelectual ou entre os profissionais respec-
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do tivos;
diurno; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
crime sua retenção dolosa; lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincula- aprendiz, a partir de quatorze anos;
da da remuneração, e, excepcionalmente, participação XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
na gestão da empresa, conforme definido em lei; vínculo empregatício permanente e o trabalhador avul-
XII - salário-família pago em razão do dependente do so.
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; Parágrafo único. São assegurados à categoria dos tra-
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito balhadores domésticos os direitos previstos nos incisos
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
a compensação de horários e a redução da jornada, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condi-
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; ções estabelecidas em lei e observada a simplificação
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado do cumprimento das obrigações tributárias, principais
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego- e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas
ciação coletiva; peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII,
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
aos domingos; social. (Parágrafo único com redação dada pela Emen-
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, da Constitucional nº 72, de 2013)
no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob-
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo servado o seguinte:
menos, um terço a mais do que o salário normal; I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
do salário, com a duração de cento e vinte dias; competente, vedadas ao poder público a interferência
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; e a intervenção na organização sindical;

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, me- II - é vedada a criação de mais de uma organização
diante incentivos específicos, nos termos da lei; sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, profissional ou econômica, na mesma base territorial,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; que será definida pelos trabalhadores ou empregado-
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por res interessados, não podendo ser inferior à área de
meio de normas de saúde, higiene e segurança; um Município;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades pe- III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes-
nosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
XXIV - aposentadoria; questões judiciais ou administrativas;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em se tratando de categoria profissional, será desconta-
creches e pré-escolas; da em folha, para custeio do sistema confederativo da
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos co- representação sindical respectiva, independentemente
letivos de trabalho; da contribuição prevista em lei;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo filiado a sindicato;
do empregador, sem excluir a indenização a que este VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas ne-
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; gociações coletivas de trabalho;

101
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- Educação – direito de todos / dever do Estado e da fa-
tado nas organizações sindicais; mília: exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado Ver art. 205 a 214.
a partir do registro da candidatura a cargo de direção - Educação de baixa qualidade = reflexos políticos ne-
ou representação sindical e, se eleito, ainda que su- gativos. Ex: referendo / plesbicito.
plente, até um ano após o final do mandato, salvo se Saúde – direito de todos / dever do Estado: redução do
cometer falta grave nos termos da lei. risco de doenças e acesso universal aos serviços de saúde.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam- Ver art. 196
-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de - SUS – Art. 200: atendimento integral, com prioridade
pescadores, atendidas as condições que a lei estabe- para atividades preventivas.
lecer. - Judicialização do direito a saúde. (problemas de ges-
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo tão)
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de Alimentação – Comissão de Direitos Humanos da ONU
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio (1993). EC 64/2010. Direito a alimentação adequada, ou
dele defender. seja, inerente a dignidade da pessoa humana e indispen-
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e sável.
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiá- Trabalho – instrumento para assegurar uma existência
veis da comunidade. digna. Governo, política econômica não recessiva, possibi-
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às litando a busca por empregos.
penas da lei. Moradia - promover programas de construção de mo-
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores radias e melhoria das condições habitacionais e de sanea-
e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos mento básico. Princípios: intimidade, privacidade, inviolabi-
em que seus interesses profissionais ou previdenciários lidade de domicílio.
sejam objeto de discussão e deliberação. Impenhorabilidade do bem de família
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos emprega- Regra geral: impenhorabilidade.
dos, é assegurada a eleição de um representante des- Exceções: fiador em contrato de aluguel, devedor de
tes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o en- IPTU, pagamento de débitos trabalhistas aos trabalhadores
tendimento direto com os empregadores. domésticos do imóvel. E imóvel de maior valor?
Lazer – função urbanística do Estado. O lazer interfere
Direitos sociais em espécie (11 espécies): os direitos so- nas condições de trabalho e de vida do ser humano.
ciais “disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais Segurança: também presente no artigo 5. Porém, lá
de caráter concreto”. Tratam-se de prestações positivas do com as características de garantia individual. Já como so-
Estado a serem implementadas, no sentido de possibilitar cial, volta-se a segurança pública.
busca por melhores condições de vida. São irrenunciáveis. Previdência social: direitos relacionados com a seguri-
Ao contrário dos direitos individuais que se apresentam dade social. Erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir
pelo “não fazer” do Estado, no que tange aos direitos so- as desigualdades sociais e promover o bem de todos.
ciais, estes demandam o “agir” do Estado. Proteção a maternidade e a infância: dois aspectos:
Rol de direitos sociais Direito previdenciário: assistência pelo afastamento, de-
- Art. 6 soneração do empregador.
- Art. 7 a 11 Direito assistencial: estatuto da juventude.
- Art. 193 a 232 (Da ordem Social) Assistência aos desamparados: ver art. 203 V – LOAS.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Cláusula pétrea? Art. 60 §4 IV Garantir o sustento, provisório ou permanente, dos que


Destinatários dos direitos sociais: todos os indivíduos, não têm condições para tanto. Não significa estabelecer
especialmente os hipossuficientes. Aqueles que necessitam boas condições de vida, mas condições suficientes para
da ação positiva do Estado. manutenção de sua dignidade.
Modalidades do artigo 6º (círculo virtuoso) (rol exem- Transporte: transporte público tem influência direta em
plificativo) outros aspectos da vida dos cidadãos. Ex: evasão escolar;
5 - Educação trabalho; bem estar.
2 – Saúde (art. 196 a 200)
3 - Alimentação
7 - Trabalho
4 - moradia
11 - Lazer
10 - Segurança
9 - Previdência Social
1 - Proteção a maternidade e a infância
8 - Assistência aos desamparados (art. 194 e 195)
6 - Transportes

102
Direitos relativos aos trabalhadores

Quem é empregado? Pessoa física presta serviços de natureza não eventual para um empregador mediante salário. Como
se identificar um contrato de trabalho? Caráter personalíssimo, subordinação, remuneração e permanência de vínculo.
Art. 7 cabível para empregado urbano ou rural que preencha as características acima.
Direitos das relações individuais de trabalho (exemplos)
- Proteção contra dispensa arbitrária, sem justa causa.
- Seguro desemprego
- Fundo de garantia
- Salário mínimo fixado em lei.
- Piso salarial
- 13 Salário
- remuneração trabalho noturno
- repouso semanal
- Férias
- Licença gestante
Atenção para o Art. 7 parágrafo único: empregado doméstico.
Direitos das relações coletivas
- direito de associação profissional ou sindical;
Vedado impedir a criação
Liberdade de ser associado ou não
Possibilidade de cobranças para custos

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Vedação de dispensa de empregado sindicalizado
- direito de greve;
Cabe aos empregados decidir o momento oportuno e a pauta de reinvindicações. Alguns serviços são considerados
essenciais, necessários. Nesse caso, a lei definirá que tipo de serviço será considerado essencial.
- direito de substituição processual;
Legitimidade dos sindicatos para a representação dos empregados sindicalizados.
- direito de participação;
Participação de trabalhadores em colegiados de órgãos públicos em assuntos de interesse da categoria.
- direito de representação classista.
Empresas com mais de 200 empregados podem eleger um representante para estabelecer diálogo com empregadores.

Capítulo III
Da nacionalidade

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país;

103
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de termina e permite a identificação dos sujeitos que compõe
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço a dimensão pessoal do Estado, um dos seus elementos
da República Federativa do Brasil; constitutivos básicos”. Trata-se de direito previsto no ar-
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de tigo 15 da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição - Elementos do Estado: território, soberania e povo.
brasileira competente ou venham a residir na República Fe- - Vínculo político e social: nacionalidade. (obs: nacio-
derativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de nalidade ≠ nação).
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; Modalidades de aquisição da nacionalidade
II - naturalizados: - Primária: nascimento do indivíduo.
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade - Secundário: obtida voluntariamente pelo indivíduo –
brasileira, exigidas aos originários de países de língua por- Ex: casamento.
tuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e ido- Critérios para determinar nacionalidade
neidade moral; - Jus soli: indivíduo nascido em território específico.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes - jus sanguinis: prioriza laços familiares, filiação.
na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos Apátridas: conhecidos por serem aqueles que não de-
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requei- têm pátria por não se enquadrarem no critério previsto
ram a nacionalidade brasileira. para aquisição da nacionalidade. Os poliapátridas são
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no aqueles que preenchem tanto os critérios para aquisição
País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, se- de nacionalidade do Estado que nasceu como no Estado
rão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os de origem dos pais.
casos previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi- Exemplo: nascido em território estrangeiro que adota
leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta com exclusividade o critério jus sanguinis; ou ainda pelo
Constituição. cancelamento da naturalização cujo país não admite du-
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
pla naturalização. Atualmente os países adotam critérios
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
mistos.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
1) Espécies de nacionalidade
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
- Originária: é aquela que se adquire pela ocorrência
V - da carreira diplomática;
do fato natural (nascimento). Trata-se de um meio invo-
VI - de oficial das Forças Armadas;
luntário.
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
- Secundária: trata-se, normalmente, de ato voluntá-
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasi-
leiro que: rio. A naturalização decorre da vontade do interessado de
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judi- compor o povo de um Estado específico.
cial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: Hipóteses de aquisição
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela - Originária
lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estran-
geira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

condição para permanência em seu território ou para o


exercício de direitos civis;
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú-
blica Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão ter símbolos próprios.

Direitos de nacionalidade
Introdução
Conceitos importantes: segundo Nathália Masson, en-
tende-se por nacionalidade o “vínculo jurídico-político que
liga o indivíduo a um determinado Estado, comando-o um - Critério jus soli
componente do povo, o que o capacita a exigir a proteção Trata-se de critério territorial. Será considerado nato
estatal, a fruição de prerrogativas ínsitas à condição de na- o indivíduo nascido em território nacional; independe da
cional, bem como o sujeita ao cumprimento de deveres. nacionalidade de seus ascendentes. O que faz parte do
Referida associação - entre indivíduo e Estado é que de- território nacional?

104
Território nacional: - Terras delineadas pelos limites geográficos do país
- rios, baías, golfos, ilhas, bem como o espaço aéreo e o mar territorial;
Atenção! Extensão ficcional:
É o ato de reconhecer como parte do território nacional os navios e as aeronaves públicos (ou requisitados) brasileiros,
onde quer que se encontrem, assim como os navios privados brasileiros em alto mar, as aeronaves privadas brasileiras em
voo sobre o alto mar e as embarcações privadas estrangeiras em mar (ou espaço aéreo) brasileiro.
Obs: se o nascido for filho de estrangeiros a serviço do seu país de origem, não haverá o reconhecimento da nacionalida-
de. Ex: casal de suíços a serviço da Suíça (o mesmo não se pode falar daqueles a serviço de empresa privada ou outro país)
concebem seu filho em solo brasileiro – o filho, ainda que nascido em território no Brasil não será brasileiro. No exemplo
acima, caso um dos genitores seja brasileiro, o fato do outro cônjuge estar a serviço de seu país, será o nascido brasileiro.
- Critério jus sanguinis
Trata-se de uma espécie de mitigação do critério territorial com a finalidade de se evitar a existência de apátridas. Opor-
tuno registrar que esse critério não se resume sozinho. Sempre dependerá da conjugação com alguns elementos:
- Critério funcional: um dos pais brasileiros (ou ambos) a serviço do Brasil. Ex: nascido em território estrangeiro, filho de
um dos pais (ou ambos) brasileiro, estando este a serviço do país. Mesmo não nascendo em território brasileiro, será
considerado brasileiro nat.

- Registro em repartição brasileira: criança nascida no estrangeiro, filho de brasileiro (ou ambos), com registro de nasci-
mento feito em repartição brasileira competente, como por exemplo, embaixada ou consulado. Em tempo, esse direito foi
suprimido e posteriormente reinserido no texto em 2007.

- Opção após maioridade: nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe (ou ambos) brasileiro, resolve residir, após a maio-
ridade, no Brasil. Esta poderá fazer a opção de se registrar como brasileira.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

- Secundária
- Tácita: países com número de nacionais inferior ao desejado; caso não declare o estrangeiro sua intenção de perma-
necer estrangeiro, automaticamente se torna nacional daquele país. (não aceito no Brasil).
- Expressa (duas formas: ordinária / extraordinária).
Ordinária
- Estatuto do Estrangeiro:
Residência permanente por mais de 04 anos
Capacidade Civil
Domínio da língua

105
Exercício da profissão VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta
Bons procedimentos e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Pre-
Boa saúde. sidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal
- Países de língua Portuguesa: e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com
Residência permanente por no mínimo 01 ano mandato de três anos, vedada a recondução.
Demais condições apontadas acima. 3º) Extradição (brasileiro nato não pode ser extradita-
- Radicação precoce: do). No que tange ao naturalizado, a CF/88 permitiu a ex-
Vem residir no Brasil antes de completar 05 anos. tradição do naturalizado em duas situações).
Necessário requerimento de naturalização - Crime comum antes da naturalização.
Prazo: 02 anos a partir da maioridade (18 anos). - Envolvimento comprovado com o tráfico ilícito de en-
- Conclusão ensino superior: torpecentes ou drogas afins.
Estrangeiros vindo a residir no país antes da maiorida- 4º) Propriedade de empresa jornalística e de radiodifu-
de; são sonora e de sons e imagens.
Conclusão ensino superior instituição nacional; - Privativo de brasileiros natos ou naturalizados há mais
Requisição nacionalidade até 01 ano formado. de 10 anos.
- Procedimento
Tem natureza administrativa uma vez que todo o pro- 3) Perda do Direito de Nacionalidade
cedimento ocorre no Ministério da Justiça até decisão final Previsão: art. 12 §4º CF/88
do Presidente da República; a entrega, porém, é feita pela Hipóteses:
Justiça Federal. Trata-se de ato ex nunc. - Cancelamento por sentença judicial (atividade nociva
Extraordinária ao interesse nacional:
- Quinze anos de residência ininterrupta Ordem pública ou segurança nacional) Chamada de
- Ausência de condenação penal perda-punição.
- Requerimento de naturalização. - Aquisição voluntária de nova nacionalidade (perda
mudança). Vale tanto para natos como naturalizados.

4) Quase naturalização
Segundo Nathália Masson, “o texto constitucional, se
houver reciprocidade em favor de brasileiros residentes em
Portugal, os portugueses que aqui residam terão tratamen-
to jurídico similar ao dispensado ao brasileiro naturalizado,
sem precisarem, para isso, de se submeterem a qualquer
procedimento de naturalização. Como a reciprocidade
existe, os portugueses residentes na República Federativa
do Brasil em caráter permanente poderão comparecer ao
Ministério da Justiça, munidos de documento que com-
prove a nacionalidade portuguesa, a capacidade civil e a
2) Diferença de tratamento (natos e naturalizados)
admissão na República Federativa do Brasil em caráter per-
Vedação: nos termos do art. 5º, desdobrado no art. manente, para requerer a quase nacionalidade”.
12§2º da Constituição Federal. Exceções:
1º) Cargos: Presidente da República e aqueles em sua
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Capítulo IV
linha de sucessão, além dos cargos responsáveis pela Se- Dos direitos políticos
gurança Nacional:
- Presidente da República e Vice-Presidente da Repú- Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
blica, universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
- Presidente da Câmara dos Depurados, Presidente do para todos, e, nos termos da lei, mediante:
Senado Federal e Ministro do STF, I - plebiscito;
- Membro da carreira diplomática, II - referendo;
- Oficial das Forças Armadas e III - iniciativa popular.
- Ministro de Estado da Defesa. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
2º) Conselho da República: art. 89 VII (formação) I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
I - o Vice-Presidente da República; II - facultativos para:
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; a) os analfabetos;
III - o Presidente do Senado Federal; b) os maiores de setenta anos;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Deputados; § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangei-
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; ros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
VI - o Ministro da Justiça; os conscritos.

106
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: II - incapacidade civil absoluta;
I - a nacionalidade brasileira; III - condenação criminal transitada em julgado, en-
II - o pleno exercício dos direitos políticos; quanto durarem seus efeitos;
III - o alistamento eleitoral; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - a filiação partidária; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
VI - a idade mínima de: Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Trata-se de prerrogativa do direito de nacionalidade. É
Estado e do Distrito Federal; assegurado a determinado grupo de pessoas chamados de
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado cidadãos. São os meios pelos quais o povo exerce sua so-
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de berania, ou seja, a soberania popular. É a exteriorização da
paz; vontade do povo na condução da coisa pública.
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de #FicaDica
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
Nacionalidade ≠ Cidadania: segundo José
houver sucedido ou substituído no curso dos manda-
Afonso da Silva, “a nacionalidade é o vínculo
tos poderão ser reeleitos para um único período sub-
ao território estatal por nascimento ou por
sequente.
naturalização, tem status político”; cidadania
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
“qualifica os participantes da vida do Estado, é
da República, os Governadores de Estado e do Distrito
atributo das pessoas integradas na sociedade
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
estatal, atributo político decorrente do direito
mandatos até seis meses antes do pleito.
de participar no governo e direito de ser
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titu-
ouvido pela representação política”.
lar, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do
E continua:
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substi-
“Cidadão, no direito brasileiro, é o indivíduo que seja
tuído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
titular dos direitos políticos de votar e ser votado e suas
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes consequências. Nacionalidade é o conceito mais amplo do
condições: que cidadania, e é pressuposto desta, uma vez que só o
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá titular da nacionalidade brasileiro poder ser cidadão”.
afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agrega- 1. Regime democrático
do pela autoridade superior e, se eleito, passará auto- - Democracia direta: exercício do poder diretamente
maticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. pelo povo, sem intermediários.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de - Democracia representativa: povo elege seus represen-

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de tantes.
proteger a probidade administrativa, a moralidade - Democracia participativa: sistema híbrido; parte exer-
para o exercício do mandato, considerada a vida pre- cida diretamente pelo povo e parte pelos representantes
gressa do candidato, e a normalidade e legitimidade eleitos pelo povo.
das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
na administração direta ou indireta.
#FicaDica
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Modelo brasileiro: democracia participativa –
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da CF Art. 1º par. Único e Art. 14.
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em Democracia direta (institutos)
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da - Plesbicito, referendo, participação popular e ação po-
lei, se temerária ou de manifesta má-fé. pular.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja Plesbicito e referendo: ambos são formas de consulta
perda ou suspensão só se dará nos casos de: ao povo de matéria de extrema relevância (ex: siste-
I - cancelamento da naturalização por sentença transi- ma de governo; desarmamento). O que os difere é o
tada em julgado; momento em que essa consulta é feita.

107
- Plesbicito (consulta prévia): primeiro ocorre a consulta - Nacionalidade brasileira (excluídos os estrangeiros)
popular para só então ser tomada a decisão política. - Idade mínima de 16 anos
Ex: sistema de governo. Facultativo: entre 16 e 18 anos; acima de 70 anos.
- Referendo (consulta a posteriori): primeiro é tomada Obrigatório: entre 18 e 70 anos.
a decisão política para então ser levada a apreciação - Não ser conscrito (serviço militar obrigatório): o cons-
do povo que poderá ratificar ou rejeitar. Ex: desarma- crito não poderá votar. E se por acaso o conscrito se en-
mento. gajar no serviço miltar permanente? São obrigados a se
- Iniciativa popular: apresentação de projeto de lei para alistarem como eleitores
a Câmara dos Deputados, subscrito por no mínimo - Soberania Popular: exercida pelo sufrágio universal e
1% do eleitorado brasileiro, distribuídos por no míni- pelo voto direto e secreto. É possível classificar a sobe-
mo 5 estados com não menos de 0,3% dos eleitores rania como: una, indivisível, inalienável e imprescritível.
de cada um deles. - Sufrágio: direito que o cidadão possui de participar
- Ação popular: Lei 4.717/65 da organização política estatal. É a permissão para
eleger e/ou ser eleito. Sufrágio universal: “quando se
outorga o direito de votar a todos os nacionais de
um país, sem restrições derivadas das condições de
#FicaDica nascimento, de fortuna e capacidade especial”.
Atenção! Uma vez proclamado o resultado do - Direito de voto e escrutínio: o voto é uma das formas
plesbicito ou do referendo, seria possível sua do exercício do sufrágio; é o instrumento pelo qual
alteração por meio de Emenda Constitucional se exterioriza sua vontade. Tem por características:
ou Lei? Não. Tais medidas seriam inconstitucio- direto, secreto, Periódico e universal. No Brasil, tem
nais. Logo, a democracia direta prevalece sobre por característica ser personalíssimo e obrigatório. A
a representativa. Sua mudança poderia ocorrer
apenas após nova consulta popular.
obrigatoriedade do voto é cláusula pétrea? Não, nos
termos do art. 60 §4º II.

Conceitos (Teoria Geral do Estado) #FicaDica


Cidadania: capacidade de possuir direitos políticos, vo- Características do voto: direto, secreto, univer-
tar e ser votado. sal e periódico.
Sufrágio: direito de votar e ser votado.
Voto: modo pelo qual se exerce o sufrágio.
Escrutínio: modo pelo qual se exercita o voto.
- Direto: o eleitor vota diretamente no candidato. Obs:
eleição indireta – possível. Vacância do cargo de pre-
2. Classificação dos Direitos Políticos sidente e vice presidente nos dois últimos anos de
Memorizar: mandato – eleição realizada pelo Congresso nacio-
nal.
- Secreto: veda-se a publicidade do voto. Votação parla-
mentar: aberta. O sigilo do voto deverá ser assegura-
do e, adotadas as seguintes providências:
- Isolamento em cabine indevassável
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

- Verificação documental e sua autenticidade


- Urna que assegure a inviolabilidade.
- Universal: direcionada a qualquer cidadão, sem discri-
minação de natureza econômica, social, racial.
- Periódica: posto que o mandato é por prazo determi-
nado.
Eleitorado: conjunto de todos aqueles que detém o di-
reito ao sufrágio. A organização brasileira é da se-
2.1 Positivos (liberdade do cidadão participar ativamente guinte forma:
da vida pública) - Circunscrições eleitorais: nas eleições presidenciais a
Ativo: direito de votar, capacidade de ser eleitor, alista- circunscrição será o país; nas eleições federais e esta-
bilidade. duais a circunscrição será o estado e nas municipais
Passivo: direito de ser votado, elegibilidade. o próprio município.
- Ativa (pressupostos para votar) – Palavra chave: alista- - Zonas eleitorais: unidades territoriais de natureza ju-
bilidade (capacidade de ser eleitor). risdicional sob a titularidade de um juiz de direito.
- Alistamento eleitoral: qualificação e inscrição da pes- - Seções eleitorais (de 300 a 400 eleitores)
soa como eleitor perante a Justiça Eleitoral (título de - Passiva (pressupostos para ser votado) – Palavra cha-
eleitor) ve: elegibilidade

108
Condições de elegibilidade (capacidade de ser eleito)
- Nacionalidade: brasileira
- Pleno exercício dos direitos políticos
- Alistamento eleitoral
- Domicílio eleitoral na circunscrição (onde for concorrer ao mandato)
- Filiação partidária
- Idade Mínima:
35 – Presidente, vice, senador.
30 – Governador e vice.
21 – Deputados estaduais e federais, prefeito e vice.
18 – Vereador.

#FicaDica

2.2 Direitos Políticos Negativos


Podem ser definidas como as suspensões e/ou privações de direitos políticos. Atenção! Segundo Nathália Masson,
“importante, desde já, deixar firmado que a cassação dos direitos políticos, consistente na retirada arbitrária dos direitos,
engendrada por perseguições ideológicas, tão típicas dos períodos de hiato constitucional (antidemocráticos), é vedada
pela atual Constituição de 1988”.
- Inelegibilidade (Art. 14 §4º a 8º)
Absolutas: impedimento eleitoral para qualquer cargo eletivo, taxativamente previstas na CF/88.
- Inalistável: se não pode ser eleitor, não pode se eleger (estrangeiros e conscritos).
- Analfabeto: pode se alistar, mas não pode ser eleito.
- Relativas: impedimento eleitoral para algum cargo eletivo ou mandato, em função de situações em que se encontre o
cidadão candidato, previstas na CF/88 ou lei complementar.
- Em razão da função exercida:
- Referente ao mesmo cargo: - Chefes do executivo nas 03 esferas, não podem ser eleitos para um terceiro mandato.
(subsequente e sucessivo).

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


- Referente a outro cargo (desincompatibilização).
- Prefeito profissional: cumpre dois mandatos, transfere seu domicílio para concorrer ao terceiro. Impossibilidade tanto
para o próprio município como para diverso.
- Desincompatibilização: afastamento das funções por 06 meses para concorrer a outros cargos. Ex: é deputado, quer
concorrer para prefeito.
- Grau de parentesco.
- Cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau. (presidente, governador e prefeito).

- Conhecida como inelegibilidade reflexa, haja vista incidir sobre terceiros, isto é, “refletir” em indivíduos em razão do
parentesco, da afinidade ou da condição de cônjuge que possuem freme a um chefe do Poder Executivo.
- Candidato for militar.
- Menos de 10 anos de atividade: afastamento definitivo.
- Mais de 10 anos: afastamento temporário. Se eleito, inatividade.
- Outras inelegibilidades previstas pela LC 64/90
- Probidade administrativa
- Moralidade
- Normalidade e legitimidade das eleições.

109
3. Perda dos direitos políticos I - caráter nacional;
Definitiva. II - proibição de recebimento de recursos financeiros
- Cancelamento da naturalização de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi-
- Recusa de cumprir obrigação imposta a maioria nação a estes;
- Perda da nacionalidade em razão de ter adquirido outra. III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
4. Suspensão dos direitos políticos § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
Temporária. para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
- Incapacidade civil absoluta sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
- Condenação criminal definitiva. permanentes e provisórios e sobre sua organização e
- Improbidade administrativa. funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
- Exercício de direitos políticos em outro país. Pode vo- o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
tar em Portugal, suspende o direito de votar no Brasil. vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candida-
turas em âmbito nacional, estadual, distrital ou muni-
#FicaDica
cipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
Não existe “cassação” de direitos políticos. Ou disciplina e fidelidade partidária. (Parágrafo com reda-
poderá ocorrer a perda ou mesmo a suspen- ção dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
são. O termo cassação pressupõe ato unilate- § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personali-
ral em contraditório e ampla defesa, ferindo os dade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus es-
alicerces da democracia. tatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidá-
rio e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da
5. Das Eleições lei, os partidos políticos que alternativamente: (“Caput”
Segundo José Afonso da Silva, “as eleições são proce- do parágrafo com redação dada pela Emenda Consti-
dimentos técnicos para a designação de pessoas para um tucional nº 97, de 2017)
cargo (outras maneiras de designação são a sucessão, a I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputa-
cooptação, a nomeação, a aclamação) ou para a formação de dos, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
assembleias. Eleger significa, geralmente, expressar uma pre- distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
ferência entre alternativas, realizar um ato formal de decisão”. Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
Reeleição: “possibilidade que a Constituição reconhece ao votos válidos em cada uma delas; ou (Inciso acrescido
titular de um mandato eletivo de pleitear sua própria eleição pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
para um mandato sucessivo ao que está desempenhando”. II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Fe-
derais distribuídos em pelo menos um terço das unida-
des da Federação. (Inciso acrescido pela Emenda Cons-
titucional nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os re-
quisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato,
a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Majoritário: “a representação, em dado território, cabe ao filiação considerada para fins de distribuição dos recur-
candidato ou candidatos que obtiveram a maioria (absoluta/ sos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tem-
relativa) dos votos. O Brasil consagra o sistema majoritário por po de rádio e de televisão. (Parágrafo acrescido pela
maioria absoluta (com dois turnos se preciso) para a eleição Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
de Presidenta e Vice-Presidente da República, de Governador
e Vice-governador de estado e de Prefeito e Vice-Prefeito Instrumento indispensável no regime democrático por
municipal e por maioria relativa para a eleição de Senadores”. ser responsável pela organização da vontade popular na
Proporcional: utilizado para as eleições de deputados busca de realização de projetos comuns. Vale lembrar que
federais, estaduais e para vereadores. o exercício da cidadania não se faz exclusivamente através
de partidos políticos; no entanto, o exercício desse mister
Capítulo v quando estivermos diante da elegibilidade, a filiação parti-
Dos partidos políticos dária se torna obrigatória – requisito indispensável.
Atualmente o Brasil tem 35 partidos políticos registra-
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos no Tribunal Superior Eleitoral, sendo o PMDB o partido
de partidos políticos, resguardados a soberania nacio- mais antigo, registrado em 30/06/1981, seguido neste mes-
nal, o regime democrático, o pluripartidarismo, os di- mo ano pelos Partidos PTB (03/11/81) e PDT (10/11/1981) e
reitos fundamentais da pessoa humana e observados o partido político mais jovem é o PMB (Partido da Mulher
os seguintes preceitos: Brasileira) registrado em 29/09/2015.

110
Conceito
A Professora Nathália Masson, destaca em sua obra EXERCÍCIO COMENTADO
conceito de Georg Jellinek, segundo o qual os partidos po-
líticos podem ser definidos como “grupos políticos forma-
1) Aplicada em: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª RE-
dos sob a influência de convicções comuns voltadas para
GIÃO Prova: Técnico Judiciário - Segurança e Transporte.
cercos fins políticos, que se esforçam para realizar”. Em re-
Considerando o que dispõe a Constituição Federal de
gra, esses grupos têm por base concepções políticas ou
1988 (CF) sobre direitos humanos, julgue o item que se se-
interesses políticos comuns.
gue. Desde que não frustrem outra reunião anteriormen-
A lei 9.096/95, também chamada de “Lei dos Partidos
te convocada para o mesmo local, todos podem reunir-se
Políticos” também tratou de conceituar os partidos polí-
em locais abertos ao público, independentemente de au-
ticos no Brasil. Nos termos do art. 1º desta lei, “o parti-
torização, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
do político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a
competente.
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenti-
cidade do sistema representativo e a defender os direitos ( ) Certo ( ) Errado
fundamentais definidos na Constituição Federal”.
Natureza Jurídica Resposta: Certo - Trata-se de direito fundamental pre-
Pessoa Jurídica de Direito Privado. Sua organização está visto no art. 5º XVI que aborda o direito de reunião.
prevista no texto da Constituição Federal, lhes assegurando Todos podem se reunir pacificamente, sem armas, em
autonomia, liberdade de criação, fusão, incorporação e ex- locais públicos; não necessitam de autorização do poder
tinção, além de resguardar a soberania nacional, o regime público, mas sim a sua comunicação para evitar frustrar
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamen- outra reunião já previamente agendada.
tais. Essa pessoa jurídica deve ser registrada em Cartório
de Registro de Pessoas Jurídicas e os estatutos do partido 2) Aplicada em: 2017Banca: CESPEÓrgão: TCE-PE Prova:
registrados no TSE. Analista de Gestão – Julgamento.
- Requisitos a serem observados quando de sua criação Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deve-
- Caráter Nacional: evitar partidos com projetos regio- res individuais e coletivos, julgue o item a seguir.
nais ou mesmo municipais. A liberdade para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
- Critério: 0,5% dos votos válidos nas últimas eleições profissão está condicionada ao atendimento das qualifica-
para a Câmara dos Deputados, distribuídos no mínimo en- ções profissionais estabelecidas por lei, mas nem todos os
tre 1/3 dos estados-membros (9 estados) e, em cada esta- ofícios ou profissões, para serem exercidos, estarão sujeitos
do, 1/10 dos eleitores daquele estado. à existência de lei.
- Proibição de recebimento de recursos financeiros de
entidades ou governos estrangeiros ou de subordinação ( ) Certo ( ) Errado
Vedado receber qualquer recurso de entidade ou go-
verno estrangeiro, pois o aceite poderia tornar o partido Resposta: Certo - A constituição coloca no art. 5º XIII
subordinado a estes apoiadores. É uma forma indireta de que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
também proteger a soberania nacional. profissão; porém, algumas profissões podem ser regula-
- Prestação de constas à Justiça Eleitoral mentadas por lei infraconstitucional. É o caso, por exem-
Com o propósito de afastar o abuso do poder econô- plo, do exercício da advocacia que além da conclusão do
mico, tudo aquilo que for recebido deve ser apresentado bacharelado em direito, necessário aprovação no exame
em forma de prestação de contas para a justiça eleitoral. da OAB.

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Esta prestação vem disciplinada pela lei 9.504/97 em seus
arts. 17 a 27. 3) Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Pro-
Características dos Partidos Políticos va: Investigador de Polícia.
Autonomia: o Estado evitará intervir em qualquer parti- Entre os direitos sociais previstos pela Constituição Federal
do político, posto que os mesmos possuem liberdade para de 1988 (CF) inclui-se o direito à
definir sua estrutura, organização e funcionamento. Por
esta razão as coligações eleitorais são possíveis. a) amamentação aos filhos de presidiárias.
Fidelidade Partidária: sua não observância acarreta a b) moradia.
perda do mandato de Deputado Federal e de Senador se c) propriedade.
estes trocarem de partido sem justa causa. Sobre a fidelida- d) gratuidade do registro civil de nascimento.
de partidária, importante consignar que: e) assistência jurídica e integral gratuita.
- a vaga do titular do mandato parlamentar pertence à
coligação e não ao partido político. Resposta: Letra B - Nos termos do art. 6º são direitos
- Reconhecida a justa causa, afastamento da perda do sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
mandato eletivo. moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistên-
cia aos desamparados, na forma desta Constituição.

111
4) Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova: I - os cargos, empregos e funções públicas são acessí-
Agente de Inteligência. veis aos brasileiros que preencham os requisitos estabe-
Julgue o item seguinte, relativo ao direito de nacionalidade. lecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
Filho de brasileiros nascido no estrangeiro que opte pela da lei;
nacionalidade brasileira não poderá ser extraditado, uma II - a investidura em cargo ou emprego público depende
vez que os efeitos dessa opção são plenos e têm eficácia de aprovação prévia em concurso público de provas ou
retroativa. de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-
plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
( ) Certo ( ) Errado lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Resposta: Certo - Brasileiro nato não poderá ser extradi- III - o prazo de validade do concurso público será de até
tado, salvo se vier a perder, nos casos previsto na Consti- dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
tuição Federal, a sua nacionalidade. O naturalizado tam- IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
bém não será extraditado, exceto se pratica comprovada de convocação, aquele aprovado em concurso público
de crime comum antes de sua naturalização ou tráfico de provas ou de provas e títulos será convocado com
ilícito de drogas e entorpecentes. prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira;
5) Aplicada em: 2017Banca: CESPE Órgão: TRE-TO Pro- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
va: Analista Judiciário - Área Administrativa. por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
A perda ou a suspensão dos direitos políticos do eleitor em comissão, a serem preenchidos por servidores de
ocorrerá se: carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
a) sua naturalização for cancelada por sentença transitada direção, chefia e assessoramento;
em julgado. VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre
b) for-lhe imposta condenação criminal, ainda que seja associação sindical;
passível de recurso. VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
c) ele completar setenta anos de idade. limites definidos em lei específica;
d) ele completar oitenta anos de idade. VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
e) sobrevier-lhe, por qualquer motivo, incapacidade civil públicos para as pessoas portadoras de deficiência e de-
relativa. finirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tem-
Resposta: Letra A - Nos termos do art. 15 é vedada a po determinado para atender a necessidade temporária
cassação de direitos políticos, mecanismo característico de excepcional interesse público;
de períodos de regimes ditatoriais, desvinculados da de- X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio
mocracia. No entanto, possível a suspensão ou a perda de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixa-
nas seguintes hipóteses: dos ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
I - cancelamento da naturalização por sentença transita- privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual,
da em julgado; sempre na mesma data e sem distinção de índices;
II - incapacidade civil absoluta; XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
III - condenação criminal transitada em julgado, enquan- funções e empregos públicos da administração direta,
to durarem seus efeitos; autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. demais agentes políticos e os proventos, pensões ou ou-
tra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do
Capítulo VII Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
Da administração pública mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o
Seção I subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
Disposições gerais do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargado-
res do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
Art. 37. A administração pública direta e indireta de vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal,
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri- em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
to Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
de e eficiência e, também, ao seguinte: Defensores Públicos;

112
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pa- e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
gos pelo Poder Executivo; educativo, informativo ou de orientação social, dela não
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais- podendo constar nomes, símbolos ou imagens que ca-
quer espécies remuneratórias para o efeito de remune- racterizem promoção pessoal de autoridades ou servi-
ração de pessoal do serviço público; dores públicos.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
público não serão computados nem acumulados para implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
fins de concessão de acréscimos ulteriores; responsável, nos termos da lei.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de car- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usu-
gos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o ário na administração pública direta e indireta, regu-
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, lando especialmente:
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horá- viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió-
rios, observado em qualquer caso o disposto no inciso dica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (II
XI: - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
a) a de dois cargos de professor; informações sobre atos de governo, observado o dis-
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou posto no art. 5º, X e XXXIII;
científico; III - a disciplina da representação contra o exercício ne-
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio- gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
nais de saúde, com profissões regulamentadas; administração pública.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
funções e abrange autarquias, fundações, empresas pú-
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
prejuízo da ação penal cabível.
poder público;
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí-
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fis-
citos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
cais terão, dentro de suas áreas de competência e juris-
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respec-
dição, precedência sobre os demais setores administra-
tivas ações de ressarcimento.
tivos, na forma da lei;
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autar-
reito privado prestadoras de serviços públicos respon-
quia e autorizada a instituição de empresa pública, de derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
sua atuação; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, ao ocupante de cargo ou emprego da administração
a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no direta e indireta que possibilite o acesso a informações
inciso anterior, assim como a participação de qualquer privilegiadas.
delas em empresa privada;

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financei-
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as ra dos órgãos e entidades da administração direta e
obras, serviços, compras e alienações serão contratados indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
mediante processo de licitação pública que assegure firmado entre seus administradores e o poder público,
igualdade de condições a todos os concorrentes, com que tenha por objeto a fixação de metas de desem-
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, penho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualifi- 1998)
cação técnica e econômica indispensáveis à garantia do I - o prazo de duração do contrato;
cumprimento das obrigações. II - os controles e critérios de avaliação de desempe-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Es- nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos diri-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades gentes;
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por III - a remuneração do pessoal.”
servidores de carreiras específicas, terão recursos priori- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas pú-
tários para a realização de suas atividades e atuarão de blicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi-
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de diárias, que receberem recursos da União, dos Estados,
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
convênio. de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

113
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos
de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
HORA DE PRATICAR!
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car-
gos em comissão declarados em lei de livre nomeação 1) (IFF - Conhecimentos Gerais - Cargo 24 - CESPE/2018)
e exoneração. Servidor público que comete irregularidade no exercí-
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites re- cio da sua função poderá responder civil, penal e admi-
muneratórios de que trata o inciso XI do caput deste nistrativamente pelo ato. Nesse sentido, segundo a Lei nº
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em 8.027/1990, as cominações civis, penais e administrativas
lei. podem cumular-se, no entanto:
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal A. são independentes entre si.
fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas B. a administrativa depende da civil.
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o sub- C. a administrativa depende da penal.
sídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribu- D. a civil depende da penal.
nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco E. a penal depende da civil.
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o dis- 2) (ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) No que
posto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Es- tange aos atos administrativos, julgue o item seguinte.
taduais e Distritais e dos Vereadores. O processo administrativo será regido por normas básicas
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, au- que visem ao cumprimento dos fins da administração e
tárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade, da
aplicam-se as seguintes disposições: moralidade, da ampla defesa e do contraditório, excluindo-
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou -se desse rol o princípio da razoabilidade, por se tratar, no
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou fun- caso, de ato discricionário do agente público.
ção;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do 3) (TRF 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar - CESPE/2017) Com base na Lei n° 9.784/1999 e no en-
pela sua remuneração; tendimento da doutrina majoritária, julgue o próximo item,
III - investido no mandato de Vereador, havendo com- acerca de ato e processo administrativos.
patibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu Autoridade competente para a realização de ato adminis-
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remunera- trativo pode escolher renunciar a tal competência, ainda
ção do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, que a tenha adquirido por delegação.
será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o 4) (IF-TO - Técnico em Enfermagem - EXATUS/2012)
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será Conforme a Lei nº. 11.091/2005, a gestão dos cargos do
contado para todos os efeitos legais, exceto para pro- Plano de Carreira observará algum dos princípios e diretri-
moção por merecimento; zes, exceto:
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de A. natureza do processo educativo, função social e objeti-
afastamento, os valores serão determinados como se no vos do Sistema Federal de Ensino.
LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

exercício estivesse. B. qualidade do processo de trabalho.


C. desenvolvimento do servidor vinculado aos objetivos
institucionais.
D. avaliação do desempenho situacional dos servidores,
como processo pedagógico, realizada mediante metodolo-
gias decorrentes das metas institucionais, referenciada no
caráter coletivo do trabalho e nas expectativas das chefias.

114
5) (CEFET-MG - Jornalista - CEFET-MG/2014) Analise os
conceitos que dispõem sobre a estrutura do Plano de Car- ANOTAÇÕES
reira dos Cargos Técnico-Administrativos em educação, no
âmbito das Instituições Federais de Ensino, de acordo com
a Lei 11.091/2005, e marque (V) para os verdadeiros e (F) ___________________________________________________
para os falsos.
___________________________________________________
( ) Plano de carreira é o conjunto de princípios, diretrizes e
___________________________________________________
normas que regulam o desenvolvimento profissional dos
servidores titulares de cargos que integram determinada ___________________________________________________
carreira, constituindo-se em instrumento de gestão do
órgão ou entidade. ___________________________________________________
( ) Nível de classificação é o conjunto de cargos em dife-
rentes hierarquias, distribuídos a partir do requisito de ___________________________________________________
escolaridade, nível de responsabilidade, conhecimentos, ___________________________________________________
habilidades específicas, formação especializada, experi-
ência, risco e esforço físico para o desempenho de suas ___________________________________________________
atribuições.
( ) Padrão de vencimento é a posição do servidor na escala ___________________________________________________
de vencimento da carreira em função do nível de capaci-
tação, cargo e nível de classificação. ___________________________________________________
( ) Nível de capacitação é a posição do servidor na matriz ___________________________________________________
hierárquica dos padrões de vencimento em decorrência
da experiência profissional para o exercício das ativida- ___________________________________________________
des do cargo ocupado, realizada após o ingresso.
___________________________________________________
A sequência correta encontrada é:
___________________________________________________
A. V, V, F, V. ___________________________________________________
B. V, F, F, V.
C. F, V, F, V. ___________________________________________________
D. F, F, V, F.
E. V, F, V, F. ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________
GABARITO ___________________________________________________

___________________________________________________

1 A ___________________________________________________

LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


2 Errado ___________________________________________________
3 Errado
___________________________________________________
4 D
___________________________________________________
5 E
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

115
ANOTAÇÕES

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LEGISLAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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ÍNDICE

INFORMÁTICA

Conceitos e fundamentos básicos. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos,
chat, clientes de e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus). Identificação e manipulação de arquivos.
Backup de arquivos. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memórias, processadores (CPU) e disco de armazenamento
HDs, CDs e DVDs). Periféricos de computadores. ...................................................................................................................................................01
Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows 7 e Windows 10. Conceitos básicos sobre Linux e
Software Livre. .........................................................................................................................................................................................................................06
Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint) – versões
2010, 2013 e 2016. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote LibreOffice (Writer, Calc e Impress) -
versões 5 e 6. ...........................................................................................................................................................................................................................18
Utilização e configuração de e-mail no Microsoft Outlook. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet,
busca e pesquisa na Web, mecanismos de busca na Web. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google
Chrome. ...........................................................................................................................................................................................................................51
Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing e Spam. .............................................................................65
Transferência de arquivos pela internet. ........................................................................................................................................................................69
Conceitos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática. ................................69
Noções de ferramentas e aplicativos de navegação e correio eletrônico........................................................................................................69
Em informática, e mais especialmente em computado-
res, a organização básica de um sistema será na forma de:
CONCEITOS E FUNDAMENTOS BÁSICOS.
CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS PRIN-
CIPAIS SOFTWARES UTILITÁRIOS (COM-
PACTADORES DE ARQUIVOS, CHAT, CLIEN-
TES DE E-MAILS, REPRODUTORES DE VÍDEO,
VISUALIZADORES DE IMAGEM, ANTIVÍ- Figura 1: Etapas de um processamento de dados.
RUS). IDENTIFICAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE
ARQUIVOS. BACKUP DE ARQUIVOS. CON- Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais
CEITOS BÁSICOS DE HARDWARE (PLACA para o entendimento de informática em concursos públi-
MÃE, MEMÓRIAS, PROCESSADORES (CPU) cos.
E DISCO DE ARMAZENAMENTO HDS, CDS E Hardware, são os componentes físicos do computador,
DVDS). PERIFÉRICOS DE COMPUTADORES. ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri-
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa-
mento).
Software, são os programas que permitem o funciona-
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica
A Informática é um meio para diversos fins, com isso do computador, e pode ser dividido em Sistemas Opera-
acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua cionais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programa-
utilização passou a ser um diferencial para pessoas e em- ção.
presas, visto que, o controle da informação passou a ser O primeiro software necessário para o funcionamento
algo fundamental para se obter maior flexibilidade no mer- de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope-
cado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
sua área de atuação com a informática, atingirá, com mais computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os
rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu su- aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
cesso, por isso em quase todos editais de concursos públi- na manutenção do computador, o antivírus é o principal
cos temos Informática. exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra-
mação que são programas que fazem outros programas,
como o JAVA por exemplo.
#FicaDica Importante mencionar que os softwares podem ser li-
Informática pode ser considerada como vres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes
significando “informação automática”, ou características:
seja, a utilização de métodos e técnicas no • O usuário pode executar o software, para qualquer
tratamento automático da informação. Para uso.
tal, é preciso uma ferramenta adequada: O • Existe a liberdade de estudar o funcionamento do
computador. programa e de adaptá-lo às suas necessidades.
A palavra informática originou-se da junção de • É permitido redistribuir cópias.
duas outras palavras: informação e automática.
Esse princípio básico descreve o propósito
• O usuário tem a liberdade de melhorar o programa
essencial da informática: trabalhar informações e de tornar as modificações públicas de modo que a
para atender as necessidades dos usuários de comunidade inteira se beneficie da melhoria.
maneira rápida e eficiente, ou seja, de forma
automática e muitas vezes instantânea. Entre os principais sistemas operacionais pode-se des-
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões,
o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo
1. O que é um computador? finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões
o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras.
O computador é uma máquina que processa dados, É o principal software do computador, pois possibilita
orientado por um conjunto de instruções. Ele é destinado que todos os demais programas operem.
a produzir resultados completos, com um mínimo de in-
tervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibiliza-
INFORMÁTICA

ção de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
Como ele funciona?

1
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit
#FicaDica pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as
informações manipuladas por um computador são codifi-
Android é um Sistema Operacional desenvolvido
cadas em grupos ordenados de bits, de modo a terem um
pelo Google para funcionar em dispositivos
móveis, como Smartphones e Tablets. Sua significado útil.
distribuição é livre, e qualquer pessoa pode O menor grupo ordenado de bits representando uma
ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver informação útil e inteligível para o ser humano é o byte
aplicativos (apps) para funcionar neste Sistema (leia-se “baite”).
Operacional. Como os principais códigos de representação de carac-
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos teres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos
aparelhos fabricados pela Apple, como o iPhone de byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras,
e o iPad. quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo
1. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me- acesso, armazenamento e recuperação de informações
mórias, processadores (CPU) e disco de armazenamen- são efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios de
to HDs, CDs e DVDs) computadores, menciona-se que ele possui “512 mega by-
tes de memória”; por exemplo, na realidade, em face desse
Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação de costume, quase sempre o termo byte é omitido por já su-
energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de reset, bentender esse valor.
baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas de Para entender melhor essas unidades de memórias, veja
ventilação e painel traseiro com recortes para encaixe de a imagem abaixo:
placas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede, cada vez
mais com saídas USBs e outras.
No fundo do gabinete existe uma placa de metal onde
será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é possível
verificar se será possível ou não fixar determinada placa
mãe em um gabinete, pois eles têm que ser proporcionais
aos furos encontrados na placa mãe para parafusá-la ou
encaixá-la no gabinete.

#FicaDica
Figura 2: Unidade de medida de memórias
Placa-mãe, é a placa principal, formada por um
conjunto de circuitos integrados (“chip set“)
que reconhece e gerencia o funcionamento dos
Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3
demais componentes do computador. é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe
basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:
Destacar essa tabela
Se o processador pode ser considerado o “cérebro” do com-
putador, a placa-mãe (do inglês motherboard) representa a es-
pinha dorsal, interligando os demais periféricos ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhecido Transformar 16422282522
como HD, serve como unidade de armazenamento perma- Transformar 4 gigabytes kilobytes em terabytes:
nente, guardando dados e programas. em kilobytes: 16422282522 / 1024 =
Ele armazena os dados em discos magnéticos que man- 4 * 1024 = 4096 16037385,28 megabytes
têm a gravação por vários anos, se necessário. megabytes 16037385,28 / 1024 =
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus da- 4096 * 1024 = 4194304 15661,51 gigabytes
dos gravados ou acessados por um braço móvel composto kilobytes. 15661,51 / 1024 = 15,29
por um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar terabytes.
ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham
com valores discretos) são totalmente binários. Toda infor- USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de
mação introduzida em um computador é convertida para a entrada mais usada atualmente.
forma binária, através do emprego de um código qualquer
INFORMÁTICA

Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dis-


de armazenamento, como veremos mais adiante. positivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia.
A menor unidade de informação armazenável em um Por isso permite que os conectores USB sejam usados por
computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhe- carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.
cido como bit (contração das palavras inglesas binarydigit).
O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.

2
A fonte de energia do computador ou, em inglês, PSU O processador que é uma peça de computador que
(Power Supply Unit — Unidade de Alimentação de Energia), contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá-
é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do
que chega pelas tomadas, em voltagens menores, capazes socket, ele que processa todas as informações do compu-
de serem suportadas pelos componentes do computador. tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes
Monitor de vídeo mais famosos são Intel e AMD.
Normalmente um dispositivo que apresenta informa- O processador do computador (ou CPU – Unidade
ções na tela de LCD, como um televisor atual. Central de Processamento) é uma das partes principais do
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de hardware do computador e é responsável pelos cálculos,
touchscreen), nestes podemos escolher opções tocando execução de tarefas e processamento de dados.
em botões virtuais, apresentados na tela. Contém conjuntos restritos de células de memória cha-
Impressora mados registradores que podem ser lidos e escritos muito
Muito popular e conhecida por produzir informações mais rapidamente que em outros dispositivos de memó-
impressas em papel. ria. Os registradores são unidades de memória que repre-
Atualmente existem equipamentos chamados impres- sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de
soras multifuncionais, que comportam impressora, scanner dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos
e fotocopiadoras num só equipamento. processadores.
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuários Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos
de computadores atualmente. RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex
Ele não precisa recarregar energia para manter os da- Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]:
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
USB (Universal Serial Bus). que outras operações também façam referência à memória.
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, Possuem um clock interno de sincronização que define
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- a velocidade com que o processamento ocorre. Essa veloci-
putador, existe uma grande variedade de formato desses dade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
cartões. Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
em microcomputadores. tempo necessário para o processador executar uma instru-
ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
#FicaDica para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
cia, o Hertz.
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema
Básico de Entrada e Saída, trata-se de um
mecanismo responsável por algumas atividades
consideradas corriqueiras em um computador,
mas que são de suma importância para o correto
funcionamento de uma máquina.

Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao


iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.
Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Figura 3: Esquema Processador
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
mento do computador. com seus circuitos que recebem e transmitem dados para
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
INFORMÁTICA

a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- tar, possibilita a saída de imagens no monitor.
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
do BIOS. ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
não estão implementados nesses chips, da própria mother-

3
board. Geralmente, esse fato implica na redução da velo- Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
cidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma formação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras,
vez que é aceitável para a maioria dos usuários. Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
No entanto, quando se pretende ter maior potência de Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em trans-
som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens mitir e receber informação ao computador. Exemplos: Drive
e uma rede mais veloz, opta-se pelas placas off board. Va- de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-Dri-
mos conhecer mais sobre esse termo e sobre as placas de ve, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e ou
vídeo, som e rede:
Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas #FicaDica
podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na Periféricos sempre podem ser classificados em
placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes três tipos: entrada,tros.
saída e entrada e saída.
na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
resultado do processamento de vários outros dados.
Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o núme- EXERCÍCIO COMENTADO
ro, maior será a quantidade de dados que passarão por
segundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo,
por exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da
realidade. Além dessa velocidade, existem outros itens im-
portantes de serem observados em uma placa de vídeo:
aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e,
como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe
na placa mãe que ela deverá usar (atualmente seguem op-
ções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar
e projetar sons, seja em caixas de som, fones de ouvido
ou microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com
chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em
slots presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e
saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados
(com a entrada da voz pelo microfone, por exemplo) como
a saída de som (por meio das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar
um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar
e receber informações. Essas placas podem ser onboard,
ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard,
conectadas em slots presentes na placa mãe.
Considerando a figura acima, que ilustra as propriedades
de um dispositivo USB conectado a um computador com
#FicaDica sistema operacional Windows 7, julgue os itens a seguir
Alguns dados importantes a serem observados
em uma placa de rede são: a arquitetura de rede 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) As informa-
que atende os tipos de cabos de rede suportados ções na figura mostrada permitem inferir que o dispositivo
e a taxa de transmissão. USB em questão usa o sistema de arquivo NTFS, porque o
fabricante é Kingston.

2. Periféricos de computadores ( )CERTO ( )ERRADO

Para entender o suficiente sobre periféricos para con- Resposta: Errado - Por padrão os pendrives (de baixa
curso público é importante entender que os periféricos são capacidade) são formatados no sistema de arquivos FAT,
os componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao mas a marca do dispositivo ou mesmo a janela ilustrada
centro dos computadores. não apresenta informações para afirmar sobre qual siste-
INFORMÁTICA

Os periféricos são classificados como: ma de arquivos está sendo utilizado.


Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, mi-
crofone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biomé-
trico, Touchpad e outros.

4
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Ao se clicar 6. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma so-
no ícone , será mostrado, no Resumo das lução de armazenamento embasada em hard drive externo
Funções do Dispositivo, em que porta USB o dispositivo de estado sólido usando USB 2.0 for substituída por uma
está conectado. solução embasada em cloud storage, ocorrerá melhoria
na tolerância a falhas, na redundância e na acessibilidade,
( )CERTO ( )ERRADO além de conferir independência frente aos provedores de
serviços contratados.
Resposta: Certo - Ao se clicar no ícone citado será de-
monstrada uma janela com informações/propriedades do ( )CERTO ( )ERRADO
dispositivo em questão, uma das informações que apare-
cem na janela é a porta em que o dispositivo USB foi/está Resposta: Errado - Não há “maior independência fren-
conectado. te aos provedores de serviço contratados”, pois o acesso
aos dados dependerá do provedor de serviços de nuvem
3.. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um clique no qual seus dados ficarão armazenados, qualquer que
duplo em fará que seja dis- seja a nuvem. Independência para mudar de fornecedor,
ponibilizada uma janela contendo funcionalidades para a quando existente, não implica em dizer que o usuário fica
formatação do dispositivo USB. independente do fornecedor que esteja usando no mo-
mento.
( )CERTO ( )ERRADO
Acerca de conceitos de hardware, julgue o item seguinte.
Resposta: Errado - O Clique duplo para o caso da ilus-
tração fará abrir a janela de propriedades do dispositivo. 7. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Diferentemente
dos computadores pessoais ou PCs tradicionais, que são
operados por meio de teclado e mouse, os tablets, compu-
A respeito de tipos de computadores e sua arquitetura de tadores pessoais portáteis, dispõem de recurso touchscre-
processador, julgue os itens subsequentes en. Outra diferença entre esses dois tipos de computadores
diz respeito ao fato de o tablet possuir firmwares, em vez
4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Diferen- de processadores, como o PC.
temente de um processador de 32 bits, que não suporta
programas feitos para 64 bits, um processador de 64 bits é ( )CERTO ( )ERRADO
capaz de executar programas de 32 bits e de 64 bits.
Resposta: Errado - O uso dos processadores era algo que
( )CERTO ( )ERRADO até um tempo atrás ficava restrito a desktops, notebooks
e, em uma maior escala, a servidores, mas com a popu-
Resposta: Certo - Se o programa for especialmente pro- larização de smartphones e tablets esse cenário mudou.
jetado para a versão de 64 bits do Windows, ele não fun- Grandes players como Samsung, Apple e NVIDIA passa-
cionará na versão de 32 bits do Windows. (Entretanto, a ram a fabricar seus próprios modelos, conhecidos como
maioria dos programas feitos para a versão de 32 bits do SoCs (System on Chip), que além da CPU incluem me-
Windows funciona com uma versão de 64 bits do Win- mória RAM, placa de vídeo e muitos outros componentes.
dows.)
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar
5. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013)Um proces- na opção , será executado um programa que permi-
sador moderno de 32 bits pode ter mais de um núcleo por tirá a realização de operações de criptografia no arquivo
processador. para protegê-lo contra leitura indevida.

( )CERTO ( )ERRADO ( )CERTO ( )ERRADO

Resposta: Certo - O processador pode ter mais de um Resposta: Errado - WinZip é um dos principais progra-
núcleo (CORE), o que gera uma divisão de tarefas, eco- mas para compactar e descompactar arquivos de seu
nomizando energia e gerando menos calor. EX. dual core computador. Perfeito para organizar e economizar espaço
(2 núcleos). Os tipos de processador podem ser de 32 bits em seu disco rígido.
e 64 bits
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) A comuni-
cação entre a CPU e o monitor de vídeo é feita, na grande
INFORMÁTICA

maioria dos casos, pela porta serial.

( )CERTO ( )ERRADO

5
Resposta: Errado - As portas de vídeo mais comuns são: Como o Linux também é conhecido por ser um siste-
VGA, DVI e HDMI. ma operacional que ainda usa muitos comandos digitados,
não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que é jus-
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Alguns ti- tamente o programa que permite ao usuário digitar co-
pos de mouse se comunicam com o computador por meio mandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional e
de porta serial. executem funções.
No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
( )CERTO ( )ERRADO através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd
e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
Resposta: Certo - A interface serial ou porta serial, tam- usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
bém conhecida como RS-232 é uma porta de comunica- aparece com o símbolo #.
ção utilizada para conectar pendrives, modems, mouses, Temos também os termos usuário e superusuário. En-
algumas impressoras, scanners e outros equipamentos de quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de co-
hardware. Na interface serial, os bits são transferidos em mandos simples, ao superusuário é permitido configurar
fila, ou seja, um bit de dados de cada vez. quais comandos os usuários podem usar, se eles podem
apenas ver ou também alterar e gravar diretórios, ou seja,
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa-
drão que contém os programas utilizados pelo superusuário
AMBIENTES OPERACIONAIS: UTILIZAÇÃO para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin.
DOS SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS
7 E WINDOWS CONCEITOS BÁSICOS SOBRE /bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
LINUX E SOFTWARE LIVRE. rios comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE LINUX E SOFTWARE Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
LIVRE suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea- fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes ciais de inclusões, exclusões e alterações.
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape-
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- 1. Comandos básicos
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre-
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo. Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é podemos usar no Shell do Linux:
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a - addgroup - adiciona grupos
ligação entre software e máquina, é a camada de software - adduser - adiciona usuários
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- - apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um - cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, texto
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que - cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel é na para home
capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e essen- cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exemplo:
ciais para o funcionamento da máquina, foi necessário de- cd /usr/bin/
senvolver módulos específicos para atender várias neces- - chfn - altera informação relativa a um utilizador
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar - chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou rios. É um comando para manipulação de arquivos
até uma interface gráfica como a que usamos no Windows. e diretórios que muda as permissões para acesso
Uma forma de atender a necessidade de comunicação àqueles. Por exemplo, um diretório que poderia ser
entre kernel e aplicativo é a chamada do sistema (System de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura,
Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de impedindo que seu conteúdo seja alterado.
usuário e um serviço que o kernel fornece. - chown - altera a propriedade de arquivos e pastas
Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada (dono)
direta não pode ser executada; em vez disso, você deve - clear - limpa a tela do terminal
utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do - cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
ao fim do arquivo (txt)
INFORMÁTICA

usuário/kernel.
No Linux também existem diferentes run levels de ope- - cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú- - df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
mero 2. arquivos
- dig - testa a configuração do servidor DNs
- dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)

6
- du - exibe estado de ocupação dos discos/partições - ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
- du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega- - passwd - modifica senha (password) de usuários
bytes - ps - mostra os processos correntes
- env - mostra variáveis do sistema - ps - aux - mostra todos os processos correntes no
- exit - sair do terminal ou de uma sessão de root sistema
- /etc - é o diretório onde ficam os arquivos de confi- - ps - e - lista os processos abertos no sistema
guração do sistema - pwd - exibe o local do diretório atual. O prompt
- /etc/skel - é o diretório onde fica o padrão de arqui- padrão do Linux exibe apenas o último nome do
vos para o diretório Home de novos usuários caminho do diretório atual. Para exibir o caminho
- fdisk - l - mostra a lista de partições completo do diretório atual digite o comando pwd.
- find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 Linux@fedora11 – é a versão do Linux que está sen-
- find - busca arquivos no disco rígido do usada. help pwd – é o comando que nos mostrará
- halt - p - desligar o computador o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A informação do
- head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo help nos mostra que pwd imprime o nome do dire-
- history - mostra o histórico de comandos dados no tório atual.
terminal - reboot - reiniciar o computador.
- ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as - recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
infor- mações relacionadas a cada uma delas 15.. utf8 file_to_change.txt
- iptraf - analisador de tráfego da rede com interface
gráfica baseada em diálogos - rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
- kill - manda um sinal para um processo. Os sinais
- rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
sIG- TErm e sIGKILL encerram o processo
- rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
- kill -9 xxx – mata o processo de número xxx
- route - mostra as informações referentes às rotas
- killall - manda um sinal para todos os processos
- shutdown - r now - reiniciar o computador
- less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto
- split - divide um arquivo
com controle
- smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver-
- ls - listar o conteúdo do diretório
são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar
- ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório
sua senha criptografada smb que é armazenada no
- ls - ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em
ordem inversa (r) de data (t) arquivo smbpasswd (normalmente no diretório pri-
- man - mostra informações sobre um comando vado sob a hierarquia de diretórios do samba). os
- mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na usuários comuns só podem executar o comando sem
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. opções. Ele os levará para que sua senha velha smb
seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua nova se-
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- nha duas vezes, para garantir que a senha foi digita-
rio chamado “myfolder”. da corretamente. Nenhuma senha será mostrada na
tela enquanto está sendo digitada.
- su - troca para o superusuário root (é exigida a senha)
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’
(é exigida a senha)
- tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem
- tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas li-
nhas. Sua sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode
ser acrescentado de alguns parâmetros como o -n
que mostra o [numero] de linhas do final do arquivo;
Figura 78: Prompt “ftp” o – c [numero] que mostra o [numero] de bytes do
final do arquivo e o – f que exibe continuamente os
- mount - montar partições em algum lugar do sistema. dados do final do arquivo à medida que são acres-
- mtr - mostra rota até determinado IP centados.
- mv - move ou renomeia arquivos e diretórios - tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
- nano - editor de textos básico “ouve” os pacotes
- nfs - sistema de arquivos nativo do sistema opera- - top - mostra os processos do sistema e dados do
cional Linux, para o compartilhamento de recursos processador.
INFORMÁTICA

pela rede
- touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio;
- netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sistema
também altera data e hora de modificação para agora
- nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
- traceroute - traça uma rota do host local até o desti-
atrás de portas abertas
no mostrando os roteadores intermediários
- nslookup - consultas a serviços DNs - umount - desmontar partições

7
- uname - a - informações sobre o sistema operacional 2. Sistema de arquivos: organização e gerenciamen-
- userdel - remove usuários to de arquivos, diretórios e permissões no Linux
- vi - editor de ficheiros de texto
- vim - versão melhorada do editor supracitado Dependendo da versão do Linux é possível encontrar
- which - mostra qual arquivo binário está sendo chama- gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Li-
do pelo shell quando chamado via linha de comando nux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia,
- who - informa quem está logado no sistema recorte, colagem, movimentação e organização dos arqui-
vos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de
Não são só comandos digitados via teclado que pode- armazenamento não são nomeados por letras.
mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, um
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de um
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria- mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
das para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 80: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc - possui os arquivos gerais de configuração do sis-
Figura 79: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de tema e dos
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- programas instalados.
terface_gr%C3%A1fica_KDE /home – cada conta de usuário possui um diretório sal-
vo na pasta home
Um dos motivos que ainda desestimula várias pessoas a /boot – arquivos de carregamento do sistema, incluindo
adotarem o Linux como seu sistema operacional é a quanti- configuração do gerenciador de boot e o kernel
dade de programas compatíveis com ele, o que vem sendo /dev – onde ficam as entradas das placas de dispositi-
solucionado com o passar do tempo. Sua interface familiar, vos como rede, som, impressoras
semelhante ao do Windows, tem ajudado a aumentar os /lib – bibliotecas do sistema
adeptos ao Linux. /media – possui a instalação de dispositivos como drive
Distribuição Linux é um sistema operacional que utiliza de CD, pen drives e outros
o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem vá- /opt – usado por desenvolvedores de programas
rias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, Debian, /proc – armazena informações sobre o estado atual do
Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvantagens. sistema
O que torna a escolha de uma distribuição bem pessoal. /root – diretório do superusuário

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja,


#FicaDica copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma:
Distribuições são criadas, normalmente, para
atender razões específicas. Por exemplo, - Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o ar-
existem distribuições para rodar em servidores, quivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área
redes - onde a segurança é prioridade - e, de transferência, mas o original permanecerá no local.
também, computadores pessoais. - Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre
Assim, não é possível dizer qual é a melhor o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para
INFORMÁTICA

distribuição. Pois, depende da finalidade do a área de transferência, sendo removido do seu local
seu computador. de origem.
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de
transferência será colado.

8
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio- grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que de-
e movê-lo para o destino. sejamos que tenha determinada permissão no grupo cor-
respondente.
2.1. Instalar, remover e atualizar programas
2.5. Comandos básicos para grupos
Para instalar ou remover um programa, considerando o
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- - Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In- - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g no-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, megrupo nomeusuario
Adicionar/Remover. - Definir senha para o usuário: sudo password nomeu-
suario
Na parte superior da janela encontramos uma linha de - Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeusuario
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de 2.6. Permissões no Linux
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu.
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra- Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros de-
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de pendem de sua permissão para executar comandos. As
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões
Gráficos, Internet, entre outros. do proprietário, permissões do grupo e permissões para os
outros usuários.
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos co-
2.2. Manipulação de hardware e dispositivos
muns com o ‘-‘.
Alguns dos comandos utilizados em permissões são:
A manipulação de hardware e dispositivos pode ser
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões
feita no menu Locais, Computador, através do qual aces-
do proprietário do grupo
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r-
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são
-permissão para os outros usuários
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive,
As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução.
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren-
ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamen- veja, ou seja, leia o arquivo.
te os dispositivos de armazenamento e outros antes de en- - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com criar e alterar arquivos.
o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
de trabalho e depois em Desmontar. arquivos.
2.3. Agendamento de tarefas Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, significa
que ela não é atribuída ao usuário.
O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza-
do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite 2.7.Compactação e descompactação de arquivos
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe-
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que Comandos básicos para compactação e descompacta-
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto ção de arquivos:
que armazena a lista de comandos a serem acionados no gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
horário e data estipulados. compactados com gzip.
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
2.4. Administração de usuários e grupos no Linux gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat
[opções] [arquivos] descompacta arquivos.
Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:

- superusuário: é o administrador do sistema. Ele tem


INFORMÁTICA

acesso e permissão para executar todos os comandos.


- usuário comum: tem as permissões configuradas
pelo superusuário para o grupo em que se encontra.

9
Quando montamos um computador e o ligamos pela
#FicaDica primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas
rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos
Comandos básicos para backups todos os recursos do computador, com toda a qualidade
tar agrupa vários arquivos em somente um. das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e
compress faz a compressão de arquivos usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos
padrão do Unix. que instalar o SO.
uncompress descomprime arquivos Após sua instalação é possível configurar as placas para
compactados pelo compress. que alcancem seu melhor desempenho e instalar os de-
zcat permite visualizar arquivos compactados mais programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
pelo compress. O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge-
rencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e
64 bits está na forma em que o processador do computa-
dor trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32
bits tem que ser instalado em um computador que tenha
o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que
ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, se-
gundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais me-
mória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda
a reduzir o tempo despendido na permuta de processos
para dentro e para fora da memória, pelo armazenamen-
to de um número maior desses processos na memória de
acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido.
Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral
do programa”.

WINDOWS 7

Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:


1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
Figura 81: Centro de controle do KDE imagem obtida em computador e clique em Propriedades.
de http://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
terface_gr%C3%A1fica_KDE
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, você
Como no Painel de controle do Windows, temos o cen- precisará de um processador capaz de executar uma versão
tro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda de 64 bits do Windows. Os benefícios de um sistema ope-
a parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de traba- racional de 64 bits ficam mais claros quando você tem uma
lho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança grande quantidade de RAM (memória de acesso aleatório)
e privacidade, som e configurações para o administrador no computador, normalmente 4 GB ou mais. Nesses casos,
do sistema. como um sistema operacional de 64 bits pode processar
grandes quantidades de memória com mais eficácia do
WINDOWS que um de 32 bits, o sistema de 64 bits poderá responder
melhor ao executar vários programas ao mesmo tempo e
O Windows assim como tudo que envolve a informática alternar entre eles com frequência”.
passa por uma atualização constante, os concursos públi- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
cos em seus editais acabam variando em suas versões, por reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões caso, é possível instalar:
do Windows quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um - Sobre o Windows XP;
software, um programa de computador desenvolvido por - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista (Win
programadores através de códigos de programação. Os Vista), também 32 bits;
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
INFORMÁTICA

são considerados como a parte lógica do computador, - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
apenas quando o computador está em funcionamento. O - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o a insta- lação;
primeiro a ser instalado na máquina. - Win 7 em um computador sem SO;

10
Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual tipo 1. Criação de pastas (diretórios)
de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a chave
do produto, que é um código que será solicitado durante
a instalação.
Vamos adotar a opção de instalação com formatação de
disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corporation:

- Ligue o seu computador, de forma que o Windows


seja inicializado normalmente, insira do disco de ins-
talação do Windows 7 ou a unidade flash USB e des-
ligue o seu computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.

- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma


ou outras preferências e clique em avançar.
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e
o programa não solicitar que você pressione alguma
tecla, talvez seja necessário alterar algumas configu-
rações do sistema. Para obter mais informações so- Figura 64: Criação de pastas
bre como fazer isso, consulte. Inicie o seu computa-
dor usando um disco de instalação do Windows 7 ou #FicaDica
um pen drive USB. Clicando com o botão direito do mouse em
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar um espaço vazio da área de trabalho ou outro
os termos de licença, clique em aceito os termos de apropriado, podemos encontrar a opção pasta.
licença e em avançar. Clicando nesta opção com o botão esquerdo
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique do mouse, temos então uma forma prática de
em Personalizada. criar uma pasta.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em
opções da unidade (avançada).
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na
opção de formatação desejada e siga as instruções.
- Quando a formatação terminar, clique em avançar.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a
configuração de uma conta do usuário inicial.
Figura 65: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.

Conceitos de organização e de gerenciamento de in-


formações; arquivos, pastas e programas.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais cur-
to para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Figura 66: Tela da pasta criada


INFORMÁTICA

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o pro-
cedimento: botão direito, Novo, Pasta.

11
2. Área de trabalho:

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quan-


do o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área
de trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma
prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos
para dar início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
de tarefas, que traz uma série de particularidades, como: Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.
Figura 68: Barra de tarefas 2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados
como atalhos na barra de tarefas para serem acessa-
1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato dos com facilidade.
com todos os outros programas instalados, programas que 3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idio-
fazem parte do sistema operacional e ambientes de confi- ma que está sendo usada pelo teclado.
guração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos 4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém opções que configurados para entrar em ação quando o compu-
nos permitem ver os programas mais acessados, todos os tador é iniciado. Muitos deles ficam em execução o
outros programas instalados e os recursos do próprio Win- tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de
dows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as programas antivírus que monitoram constantemente
opções disponíveis no computador. o sistema para verificar se não há invasões ou vírus
Por meio do botão Iniciar, também podemos: tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o reló-
- desligar o computador, procedimento que encerra o gio constantemente na sua tela, clicando duas vezes,
Sistema Operacional corretamente, e desliga efetiva- com o botão esquerdo do mouse nesse ícone, aces-
mente a máquina; samos as Propriedades de data e hora.
- colocar o computador em modo de espera, que re-
duz o consumo de energia enquanto a máquina esti-
ver ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos
em que vamos nos ausentar por um breve período
de tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de al-
guns programas que precisam da reinicialização do
sistema para efetivarem sua instalação, durante con-
gelamento de telas ou travamentos da máquina.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
INFORMÁTICA

nome e senha de outro usuário, tendo assim um am-


biente com características diferentes para cada usuá-
rio do mesmo computador.

Figura 70: Propriedades de data e hora

12
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
especificar se o relógio do computador está sincronizado está marcada.
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar: Por


meio do clique com o botão direito do mouse na barra de
tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos acessar
a janela “Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar”.

Figura 71: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

#FicaDica
Outra forma de restaurar é usar a opção
“Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito


grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sem-
pre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, Figura 73: Propriedades da barra de
ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item tarefas e do menu iniciar
para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado será
permanentemente excluído. Outra forma de excluir docu- Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
mentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados na - Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete. seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
INFORMÁTICA

cantos da tela para proporcionar melhor visualização de esquerdo do mouse pressionado.


outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão - Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior aprovei-
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado tamento da área da tela pelos programas abertos, e a exibe
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela). quando o mouse é posicionado no canto inferior do monitor.

13
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui altera-
mos senhas, criamos contas de usuários, determina-
mos configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela,
menu iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação
de números e moedas.
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do
Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu usuário.
Iniciar
3.1. Computador
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa-
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar.
#FicaDica
Através do “Computador” podemos consultar e
acessar unidades de disco e outros dispositivos
conectados ao nosso computador.

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com-


putador. A janela a seguir será aberta:

Figura 21: Barra de Ferramentas

3. Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alterar


configurações do Windows, como aparência, idioma, con-
figurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele é
possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
as seguintes opções:

- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis- Figura 76: Computador


tema e da segurança”, permite a realização de ba-
ckups e restauração das configurações do sistema Observe que é possível visualizarmos as unidades de
e de arquivos. Possui ferramentas que permitem a disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
atualização do Sistema Operacional, que exibem a Vemos também informações como o nome do computa-
quantidade de memória RAM instalada no compu- dor, a quantidade de memória e o processador instalado
tador e a velocidade do processador. Oferece ainda, na máquina.
possibilidades de configuração de Firewall para tor-
nar o computador mais protegido. WINDOWS 8
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibilita
configurações de rede e Internet. É possível também É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
definir preferências para compartilhamento de ar- Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula-
quivos e computadores. res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
hardwares como impressoras, por exemplo. Também
INFORMÁTICA

acostumados com o antigo visual desse sistema.


permite alterar sons do sistema, reproduzir CDs au-
tomaticamente, configurar modo de economia de A tela inicial completamente alterada foi a mudança
energia e atualizar drives de dispositivos instalados. que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as
- Programas: através desta opção, podemos realizar a aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e
desinstalação de programas ou recursos do Windows.

14
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação 5. Compartilhar e Receber
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
aos programas que mais utiliza. uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma teúdos de aparelhos conectados ao computador.
das pastas e não encontre algum comando, clique com o
botão direito do mouse para que esse painel apareça. 6. Alternar Tarefas
A organização de tela do Windows 8 funciona como o
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com ima- Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
gens animadas. Cada mosaico representa um aplicativo gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
que está instalado no computador. Os atalhos dessa área Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
de trabalho, que representam aplicativos de versões ante- lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
riores, ficam com o nome na parte de cima e um pequeno
ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem tama- 7. Telas Lado a Lado
nhos diferentes, cores diferentes e são atualizados auto-
maticamente. Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
A tela pode ser customizada conforme a conveniência to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar o
podem ser encontrados clicando com o botão direito do Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computador.
mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um des-
ses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão 8. Visualizar Imagens
direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. O sistema operacional agora faz com que cada vez que
você clica em uma figura, um programa específico abre e
1. Charms Bar
isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci-
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win-
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser Default.
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun- 9. Imagem e Senha
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está. O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao in-
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na busca em vés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, acesse
configurações. Depois escolha a opção tela inicial e em se- a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em segui-
guida escolha a cor da tela. O usuário também pode selecio- da clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários
nar desenhos durante a personalização do papel de parede. e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”.
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua
2. Redimensionar as tiles senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex-
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou- imagem no seu computador e verifique se a imagem está
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des- nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta,
tacar no computador. um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos
3. Grupos de Aplicativos para acessar seu computador.

Pode-se criar divisões e grupos para unir programas pa- 10. Internet Explorer no Windows 8
recidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos podem
ser renomeados. Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra-
4. Visualizar as pastas mentas e menus.

A interface do programas no computador podem ser


vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a WINDOWS 10
INFORMÁTICA

lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar


a barra de rolagem que fica no rodapé. O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.

15
7. Windows 10 IoT Core

IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet of


Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do Win-
dows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise desti-
nados a dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de
autoatendimento, máquinas de atendimento para o vare-
jo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada
para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
soft indica como requisitos básicos dos computadores:

• Processador de 1 Ghz ou superior;


Figura 77: Tela do Windows 10
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
(com destaque para as duas primeiras):
ou maior.
1. Windows 10
EXERCÍCIOS COMENTADOS
É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops e
Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3. 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere
que o usuário de um computador com sistema operacio-
2. Windows 10 Pro nal Windows 7 tenha permissão de administrador e deseje
fazer o controle mais preciso da segurança das conexões
Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro- de rede estabelecidas no e com o seu computador. Nessa
teção de dados avançada e criptografada com o BitLocker, situação, ele poderá usar o modo de segurança avança-
permite a hospedagem de uma Conexão de Área de Traba- do do firewall do Windows para especificar precisamente
lho Remota em um computador, trabalhar com máquinas quais aplicativos podem e não podem fazer acesso à rede,
virtuais, e permite o ingresso em um domínio para realizar bem como quais serviços residentes podem, ou não, ser
conexões a uma rede corporativa. externamente acessados.
3. Windows 10 Enterprise ( ) CERTO ( ) ERRADO
Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio
do Licenciamento por Volume, voltado a empresas. Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede de
fogo) é um dispositivo de uma rede de computadores que
4. Windows 10 Education tem por objetivo aplicar uma política de segurança a um
determinado ponto da rede. O firewall pode ser do tipo
Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender as filtros de pacotes, proxy de aplicações, etc. Os firewalls são
necessidades do meio educacional. Também tem seu mé- geralmente associados a redes TCP/IP.
todo de distribuição baseado através da versão acadêmica Este dispositivo de segurança existe na forma de software
de licenciamento de volume. e de hardware, a combinação de ambos é chamada tec-
nicamente de “appliance”. A complexidade de instalação
5. Windows 10 Mobile depende do tamanho da rede, da política de segurança,
da quantidade de regras que controlam o fluxo de entrada
Embora o Windows 10 tente vender seu nome fantasia e saída de informações e do grau de segurança desejado.
como um sistema operacional único, os smartphones com
o Windows 10 possuem uma versão específica do sistema 2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e a
operacional compatível com tais dispositivos. atualização de programas na plataforma Linux a serem efe-
tuadas com o comando aptget, podem ser acionadas por
6. Windows 10 Mobile Enterprise
meio das opções install e upgrade, respectivamente. Em
ambos os casos, é indispensável o uso do comando sudo,
Projetado para smartphones e tablets do setor corpo-
rativo. Também estará disponível através do Licenciamento ou equivalente, se o usuário não for administrador do sis-
por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do Win- tema.
INFORMÁTICA

dows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas para o


mercado corporativo. ( ) CERTO ( ) ERRADO

16
Resposta: Errado. O comando para a atualização é
Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional possui
“sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
a vantagem de não perder dados caso a máquina seja
cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
desligada por meio de interrupção do fornecimento de
mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo re-
energia elétrica.
almente permite a usuários comuns obter privilégios de
outro usuário como o administrador
7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização
3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em computado- GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, po-
res com sistema operacional Linux ou Windows, o aumento dem ser acessadas por uma interface de linha de comando.
da memória virtual possibilita a redução do consumo de
memória RAM em uso, o que permite executar, de forma ( ) CERTO ( ) ERRADO
paralela e distribuída, no computador, uma quantidade
maior de programas. Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de ini-
cialização GRUB e LILO para realizar a sua configura-
( ) CERTO ( ) ERRADO ção, assim como é possível alterar as opções de ini-
cialização do Windows (em Win+Pause, Configurações
Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema, Ini-
eficaz é o uso da memória em um dispositivo alter- cialização e Recuperação).
nativo (para o PC não “travar”), e não uma redução
de consumo de memória RAM em uso, visto que esta 8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere
opção foi projetada para ajudar quando a memória RAM que um usuário de login joao_jose esteja usando o Win-
do PC for insuficiente para a execução de demasiados dows Explorer para navegar no sistema de arquivos de um
programas. computador com ambiente Windows 7. Considere ainda
que, enquanto um conjunto de arquivos e pastas é apre-
4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste- sentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do
ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo, Windows Explorer, as seguintes informações: Bibliotecas >
diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável
cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são que tais arquivos e pastas estejam contidos no diretório
gravados nas unidades de disco nas quais permanecem até C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\
serem apagados. Em uma mesma rede é possível haver co- Users\joao_jose\Documents\Projetos.
municação e escrita de pastas, diretórios e arquivos entre
( ) CERTO ( ) ERRADO
máquinas com Windows e máquinas com Linux.
Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\Do-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cuments\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem
em outro diretório, se forem feitas configurações custo-
Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windows mizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em por-
conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si pois tuguês o diretório dos documentos do usuário continua
utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS. sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a
afirmação de que o diretório seria “C:\biblioteca\docu-
5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No mentos\projetos” não está correta. O item considera o
Windows, não há possibilidade de o usuário interagir com comportamento padrão do sistema operacional Windo-
o sistema operacional por meio de uma tela de computa- ws 7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta,
dor sensível ao toque. devido à flexibilidade inerente a este sistema software.
A premissa de que a informação fosse apresentada na
( ) CERTO ( ) ERRADO barra de ferramentas não compromete o entendimento
da questão.”
Resposta: Errado. As versões mais recentes do Windo-
ws existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade de 9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
que a tela seja sensível ao toque. ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar
arquivos de um diretório para um pen drive.
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a com-
putadores com outros sistemas operacionais, computado- ( ) CERTO ( ) ERRADO
INFORMÁTICA

res com o sistema Linux apresentam a vantagem de não


perderem dados caso as máquinas sejam desligadas por Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a exe-
meio de interrupção do fornecimento de energia elétrica. cução de vários comandos por meio de um console. O
comando “cp” é utilizado para copiar arquivos entre di-
( ) CERTO ( ) ERRADO retórios e arquivos para dispositivos.

17
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da qual
se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces. Acerca
desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo
estão as opções: tamanho e os seus atributos.

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E APRESENTAÇÃO DO PACOTE


MICROSOFT OFFICE (WORD, EXCEL E POWERPOINT) – VERSÕES 2010, 2013 E 2016.
UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E APRESENTAÇÃO DO PACOTE
LIBREOFFICE (WRITER, CALC E IMPRESS) - VERSÕES 5 E 6.

EDITOR DE TEXTO

O Microsoft Word é um processador de texto que cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofícios, re-
latórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que atende às necessidades de um usuário doméstico ou de uma empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integrante dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares apli-
cativos destinados a uso de escritório e usuários domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e compatíveis com o sistema operacional Windows.

1. Word 2003

As versões do Microsoft Word era quase sempre a mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003 foi a última
versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa mais voltada para a
parte de formatação de texto, e as demais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra a figura 4.

Figura 4: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

2. Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequentemen-
INFORMÁTICA

te o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 5 mostra a guia
início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao costume
das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão do
arquivo que passou de DOC para DOCX.

18
Figura 5: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.

#FicaDica
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as
versões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com
a interface.
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das
abas.

3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

INFORMÁTICA

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

19
As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada
guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou
exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.
INFORMÁTICA

Figura 9: Réguas

20
4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que desejamos
localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no intervalo F[!a-m]rro localiza forro, mas não
[!x-z]
entre colchetes localiza ferro.
ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n}
catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
ca@tinga localiza
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão anterior @
catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.
INFORMÁTICA

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e demais
itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombreamento e das
bordas da tabela.

21
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua
5. Grupo Ilustrações:
espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Esco-
lher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 12: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras que
se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
Figura 11: Bordas e sombreamento
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defini-
nicar informações visualmente.
ção”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-
- Nenhuma: retira a borda;
dos.
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela
6. Grupo Links:
iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais cam-
pos de opção;
Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da
uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
bordas internas permanecem iguais.
pode se tornar um link dentro do próprio documento.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da
Referência cruzada: referência tabelas.
tabela, uma cor e uma largura.
Grupo cabeçalho e rodapé:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
Insere cabeçal
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, po-
hos, rodapés e números de páginas.
demos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda
superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e as-
Grupo texto:
sim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com
cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recursos
semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença é
que se trata de criar bordas na página de um documento e
não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que
envolve vários tipos de desenhos.
Alguns desses desenhos podem ser formatados
Figura 13: Grupo Texto
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura.
1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-
Podemos aplicar as formatações de bordas da página
tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar-
inserção de textos que podem ser direcionados exa-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em
tamente onde precisamos. Por exemplo, na figura
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas
“Grupo Texto”, os números ao redor da figura, do 1
de página diferentes em um mesmo documento.
INFORMÁTICA

até o 7, foram adicionados através de caixas de texto.


2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
texto pré-formado.

22
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação
decorativa, muito usada principalmente, em livros e
revistas. Para inserir a letra capitular, basta clicar no
parágrafo desejado e depois na opção “Letra Capitu-
lar”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

7. Guia revisão

7.1. Grupo revisão de texto

Figura 15: Verificar ortografia e gramática

A verificação ortográfica e gramatical do Word, já busca


trechos do texto ou palavras que não se enquadrem no
perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e orto-
gráficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
Figura 14: Grupo revisão de texto
siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes-
podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
quisas em materiais de referência como jornais, enci-
sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
clopédias e serviços de tradução.
texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor so-
a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
bre algumas palavras é possível realizar sua tradução
podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
para outro idioma.
clicando no botão “Próxima sentença”.
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar a
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
correção de ortografia e gramática.
cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
uma das sugestões propostas se enquadra.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alterar
a palavra selecionada por outra de significado igual
ou semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
#FicaDica
outro idioma. Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica com o botão direito do mouse sobre ela, um
e gramatical do documento. Assim que clicamos na menu suspenso nos será mostrado, nos dando
opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela será a opção de escolher a palavra informática.
aberta: Clicando sobre ela, a palavra do texto será
substituída e o texto ficará correto.

8. Grupo comentário:
INFORMÁTICA

Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-


ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
realizar exclusão e navegação entre os comentários.

23
9. Grupo controle: - Visualização da Impressão – promove a exibição do
documento na forma como ficará impresso, para que pos-
samos realizar alterações, caso necessário.

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as al-
terações feitas no documento com balões no próprio
documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

10. Grupo alterações:

Figura 18: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
Figura 17: Grupo alterações se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró- um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
xima alteração proposta. de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão.
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai-
aceita ou rejeitada. rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun-
possa ser rejeitada ou aceita. da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a navega- forem impressas.
ção para aceitação ou rejeição.
#FicaDica
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. Perguntas de intervalos de impressão são
Este procedimento nos dará as seguintes opções: constantes em questões de concurso!
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impressora,
o número de cópias e outras opções de configuração antes
INFORMÁTICA

de imprimir.
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente 11. Word 2013
para a impressora configurada como padrão e não abre
opções de configuração. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
plataforma Word 2013:

24
Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença, pois
seu novo Modo de Leitura conta com um método que abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia, ocultando
as barras de ferramentas, edição e formatação. Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas telas sensíveis
ao toque) para a troca e rolagem da página durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, ta-
bela ou gráfico e o mesmo será ampliado, facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando com o botão direito
do mouse sobre uma palavra desconhecida, é possível ver sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acrobat.
Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, salvá-lo no-
vamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos PDF está
sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um do-
cumento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é possível
responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de leitura do
mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões à margem
documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar o
arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para a
nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais usuá-
rios baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e edi-
ção de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais fácil e
menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos estarem
formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma espécie de
triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o
mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado para
a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre um am-
plo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta relação
online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus aplicativos,
retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os soft-
wares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft.
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada.
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365
INFORMÁTICA

Figura 19: Versões Office 365

25
14. LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.

Figura 20: Tela do Libreoffice Writer

O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic).
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
INFORMÁTICA

26
Figura 21: Atalhos Word x Writer

15. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento em
branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos ele-
mentos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

15.1. Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 22.
INFORMÁTICA

27
Figura 22: Tela Excel 2003

#FicaDica
Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar
e gerenciar dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para
transformar qualquer intervalo de células em uma lista.

15.2. Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word.
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem com
elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e clique
em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar Como
– Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o recurso
Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:
• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo ou
a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
INFORMÁTICA

• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

28
Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.
Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências estruturadas:
além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estruturadas que fazem referência a
intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo organizar, atuali-
zar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis de usar do que
nas versões anteriores. Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel
2007 oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens na
lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha, o número de
referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o gerenciamento de memória
foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel 2007, permitindo cálculos em planilhas
grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vários processadores e chipsets multithread.

15.3. Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013


INFORMÁTICA

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

29
Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra,
clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Coman-
dos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.
INFORMÁTICA

Figura 27: Barra de Status

30
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

INFORMÁTICA

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

31
Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento será
visto detalhadamente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessários
para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no cabe-
çalho de uma linha, esta ficará selecionada.

Figura 31: Cabeçalho de linha


INFORMÁTICA

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula
A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

32
Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao con-
trário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar um
“Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.
Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já eram
criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar. Para
criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas, basta clicar
sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

Figura 33: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos os
dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
INFORMÁTICA

consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.) ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.

33
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de plani-
lhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que
ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns de
uma fórmula.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:

Figura 35: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o último
valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:
= nome da função (

1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possível clicar e
obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o primeiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a célula que
INFORMÁTICA

contém o último valor.


Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois valores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois
clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3.

34
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procede- Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
mos de forma semelhante à subtração. Clicamos no primei- dígitos)
ro número, digitamos o sinal de multiplicação que, para o Onde:
Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. dar.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da se- Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se de-
guinte função: seja arredondar núm.
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor
da célula C2.
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2. Figura 37: Início da função arredondar para cima
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5. função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o
A função digitada será = máximo(A2:A5). num, ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – refe- do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é a qual queremos arredondar.
o maior valor. No caso a resposta seria 10. Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixa-
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter- remos as funções aparentes, e os resultados dispostos na
valo de células selecionadas. coluna C:
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
mínimo (A2:A5).
mesmo conceito.
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
= mod (núm;divisor)
Média: A função da média soma os valores de uma se-
Onde:
quência selecionada e divide pela quantidade de valores
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o
dessa sequência.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de resto.
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o nú-
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados os mero.
valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
pressionada, o resultado será automaticamente colocado
na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for alterado,
recalculam o valor final.
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha. Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente:


1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o va-
lor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número
sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun- obter.
ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Inteiro: Com essa função podemos obter o valor inteiro
de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lembra-
INFORMÁTICA

mos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com a


célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
Arredondar para cima: Com essa função, é possível ar-
redondar um número com casas decimais para o número Figura 39: Exemplo função abs
mais distante de zero.

35
Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
INFORMÁTICA

Assim, temos a condição:


SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RESUL-
TADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula

36
Teste lógico: C3>=724 Intervalo para soma: D3:D10
Valor_se_verdadeiro: “Acima” Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
Valor_se_falso: “Abaixo” =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e desta função é a seguinte:
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”) = : significa a chamada para uma fórmula/função
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) dos dados
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”) “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do “in-
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) tervalo”
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) Usando a planilha acima como exemplo, queremos sa-
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma ber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e mos-
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada trar o resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso
te: precisamos criar a seguinte condição:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
=Significa a chamada para uma fórmula/função R$ 1.200,00 ou MAIS:
SomaSe: função SOMASE SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
dos dados CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem avalia- MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
dos a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifica- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
da a condição para soma dos valores Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar onde devemos digitar a fórmula
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar Intervalo para análise: C3:C10
o resultado na célula D16. E também queremos somar os Critério: >=1200
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
HOMENS: MENOS DE R$ 1.200,00:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR
NO, ENTÃO QUE 1200, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
TERVALO D3 ATÉ D10 MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
onde devemos digitar a fórmula onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO” Critério: <1200
Intervalo para soma: D3:D10 Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor),
MULHERES: >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO, determinado a contagem de valores >1200 (maior que
ENTÃO 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTER- 1200) não entraria na contagem.
VALO D3 ATÉ D10 Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo,
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
INFORMÁTICA

Traduzindo a condição em variáveis teremos: deixar ela de uma maneira mais agradável.
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”

37
Figura 42: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.
INFORMÁTICA

38
Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito útil
para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nossa
planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar so-
mente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
INFORMÁTICA

- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

39
Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente e
é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página,
clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
INFORMÁTICA

Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do
Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

40
16. LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Document
Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada pelo
sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retornará
a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_planilha
+ . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usando o
sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

17. Utilização do Microsoft PowerPoint.

17.1. PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, painel
de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:
INFORMÁTICA

41
Figura 51: Tela do PowerPoint 2003

1. Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não tenha
nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2. Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou por meio do teclado pressionando a tecla ALT junto com a letra do nome do comando no referido menu.
Exemplo: para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada.
3. A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do PowerPoint.
4.Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5.Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja comparti-
lhar com o público.
6.Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os
recursos que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7. Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na ver-
são 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e PowerPoint.
Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em versões mais recentes
do Office.
Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

17.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
INFORMÁTICA

com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.
O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.

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Neste momento, o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, di-
ferentemente do seu antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI
categoriza grupos e guias relacionados, tornando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do Po-
werPoint. Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização ao vivo, para rever alterações de formatação antes de
finalizá-los, bem como galerias de efeitos pré-definidos, layouts, temas e “Estilos Rápidos”.
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no PowerPoint
2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para gráficos,
textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

17.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
INFORMÁTICA

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

43
Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).
Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).
INFORMÁTICA

44
Figura 56: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em seu
computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender às
suas necessidades.

17,4, Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
INFORMÁTICA

navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

45
Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição


Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.

#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou
utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.
Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação de
sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de anima-
ção e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.
INFORMÁTICA

Figura 60: Classificação de Slides

46
Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no Layouts de Conteúdo:
slide e arraste até a posição desejada. Você também pode Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir fi-
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do gura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de
mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’. mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando
Alterando o Design: clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
O design de um slide é a apresentação visual do mes- Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e,
mo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a
PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para aplicar utilização dos recursos de Conteúdo.
ao design de sua apresentação. Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
para visualizar todos os temas existentes.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecio-
figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide possui
nado. O tema será aplicado em todos os slides.
diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na guia
‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
cores e fontes, criando novos temas de cores. Clique na
seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mou- • Escolher Elemento Gráfico SmartArt
se sobre cada tema para visualizar o efeito na apresenta- • Inserir Imagem
ção. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com • Inserir Imagens Online
o mouse para aplicá-la à apresentação. • Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar
apresentações muito mais interessantes. O funcionamento
de cada item é semelhante aos já abordados.
Agora é com você!
Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando
utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de con-
teúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais
utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos
Figura 61: Variantes de Temas de Design últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é
uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos
Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas utilização dos mesmos, pois além de tornar a apresentação
e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo,
galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamen- ao invés de dar foco ao conteúdo da apresentação, passam
te a aparência dos objetos. a dar foco para as animações.
Transições: A transição dos slides nada mais é que a
Layout de Texto:
mudança entre um slide e outro. Você pode escolher en-
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da tre diversas transições prontas, através da faixa de opções
palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apre-
pois trata-se do slide inicial. sentação e clique nesta opção.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para Escolha uma das transições prontas e veja o que aconte-
adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. ce. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”. sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi- pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da em- da apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação
presa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao pouco profissional.
tema da apresentação. Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
Formate o texto da forma como desejar, selecionando avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. também pode aplicar som durante a transição.
INFORMÁTICA

Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’.


Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Animações: As animações podem ser definidas
Isso acontece porque o programa entende que o próximo para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua
slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim su- apresentação você pode optar em ir abrindo o texto
cessivamente para a criação da sua apresentação. conforme trabalha os assuntos.

47
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel de
Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e hiper-
links;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em objetos
INFORMÁTICA

e na transição de slides.

48
4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir de
opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um
EXERCÍCIOS COMENTADOS documento uma imagem localizada no próprio computa-
dor ou em outros computadores a que o usuário esteja co-
1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, as- nectado, seja em rede local, seja na Web.
sunto, palavras-chave e comentários de um documento
são metadados típicos presentes em um documento pro- ( ) CERTO ( ) ERRADO
duzido por processadores de texto como o BrOffice e o
Microsoft Office. Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem
possibilita a inserção de imagens no documento, sejam
( ) CERTO ( ) ERRADO elas armazenadas no computador, na rede ou na Internet
(no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no 2010
Resposta: CERTO. Quando um determinado documento não).
de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Mi-
crosoft Office ele fica armazenado em forma de arquivo 5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento no
em uma memória especificada no momento da gravação Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário deve
deste. Ao clicar como botão direito do mouse no arquivo clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, selecionar a
de texto armazenado e clicar em propriedades é possível opção Iniciar Mala Direta.
por meio da guia Detalhes perceber os metadados “Título,
assunto, palavras-chave e comentários”. ( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar cor-
um usuário disponha de um computador apenas com Li- respondências em massa que podem ser personalizadas
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse para cada destinatário. É possível adicionar elementos
computador realize a leitura de um arquivo em formato individuais a qualquer parte de uma etiqueta, carta, en-
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em um velope, ou e-mail, desde a saudação até o conteúdo do
pendrive formatado com a opção NTFS, será necessária a documento, inclusive imagens. O Word preenche auto-
conversão batch do arquivo, antes de sua leitura com o maticamente os campos com as informações do destina-
aplicativo instalado, dispensando-se a montagem do siste- tário e gera todos os documentos individuais. Contudo,
ma de arquivos presente no pendrive. não envia um arquivo a outros usuários como diz a ques-
tão.
( ) CERTO ( ) ERRADO
6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se sele-
Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o siste- cionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito do
ma de arquivos NTFS será lido normalmente pelo Linux, mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção defi-
sem necessidade de conversão de qualquer natureza. E nir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas todas as
o fato do suposto arquivo estar em formato Excel (xls ou configurações exigidas, um dicionário contendo significa-
xlsx) é indiferente também, já que o BrOffice é capaz de dos da palavra selecionada.
abrir ambos os formatos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3, que
reúne, entre outros softwares livres de escritório, o editor Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão di-
de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor de reito na versão Word 2013 é novidade, mas já é antiga no
apresentação Impress, é compatível com as plataformas Word pelo comando Shift + F7(dicionário de sinônimos).
computacionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um conjunto


de aplicativos para escritório livre multiplataforma cha-
mado OpenOffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Linux
e Mac OS X, mantida pela Apache Software Foundation.
INFORMÁTICA

49
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para encon-
trar todas as ocorrências do termo “Ibama” no documento
em edição, é suficiente realizar o seguinte procedimento:
aplicar um clique duplo sobre o referido termo; clicar su-
cessivamente o botão .

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO. O botão mostrado na questão não deve


ser utilizado para encontrar ocorrências de um determinado
termo no documento que se está editando, tal recurso pode ser
conseguido através do botão Localizar ou do atalho CTRL+L.

Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do


Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap-
tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens sub-
sequentes.

7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Considere


o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, (...)
Federal”; clicar a opção A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com uma
Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação, mar- planilha em processo de edição. Com relação a essa figura
car o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse procedi- e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula C2
mento fará que todas as letras do referido trecho fiquem está formatada como negrito, julgue o item abaixo.
com a fonte maiúscula.
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possível
( ) CERTO ( ) ERRADO aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da seguinte se-
quência de ações, realizada com o mouse: clicar a célula C2; cli-
Resposta: ERRADO. O procedimento correto é: selecionar car ; posicionar o ponteiro sobre o centro da célula B2; pres-
o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção FONTE no sionar e manter pressionado o botão esquerdo; posicionar o
menu FORMATAR na janela decorrente dessa ação, mar- ponteiro no centro da célula B4; liberar o botão esquerdo.
car o campo Todas em maiúsculas; clicar OK. Em um computador cujo sistema operacional é o Windows
XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone ,
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As informa- contido na área de trabalho e referente a determinado arqui-
ções contidas na figura mostrada permitem concluir que vo, foi exibido o menu mostrado na figura ao lado. A respeito
o documento em edição contém duas páginas e, caso se dessa figura e do Windows XP, julgue os itens a seguir.
disponha de uma impressora devidamente instalada e se
deseje imprimir apenas a primeira página do documento, é
suficiente realizar as seguintes ações: clicar a opção Impri-
mir no menu ; na janela aberta em decorrência dessa
ação, assinalar, no campo apropriado, que se deseja impri-
mir a página atual; clicar OK.

( ) CERTO ( ) ERRADO
INFORMÁTICA

Resposta: CERTO. A opção para imprimir documentos


assim como para efetuar as devidas configurações da
impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo /
Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P.
( ) CERTO ( ) ERRADO

50
Resposta: CERTO. Com o botão “Pincel” é possível copiar Veja alguns tipos de redes:
toda a formatação de uma célula para outra célula, e o Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se co-
procedimento correto foi descrito na questão. municam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, um
UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE E-MAIL prédio ou um campus de universidade;
NO MICROSOFT OUTLOOK. CONCEITOS DE Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
TECNOLOGIAS RELACIONADAS À INTERNET MAN) – quando a distância dos equipamentos conectados
E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de 10km.
Ex.: TV à cabo;
WEB, MECANISMOS DE BUSCA NA WEB.
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
NAVEGADORES DE INTERNET: INTERNET
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográfica,
EXPLORER, MOZILLA FIREFOX, GOOGLE geralmente, um país, cerca de 100 km;
CHROME. Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são redes
espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas a
outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maiores,
REDES DE COMPUTADORES como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para gran-
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos ou des distâncias.
dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computado- 2. Topologia de Redes
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela Astopologias das redes de computadores são as es-
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário uti- truturas físicas dos cabos, computadores e componentes.
lizar recursos como impressoras para imprimir documentos, Existem as topologias físicas, que são mapas que mostram
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, acessar a localização de cada componente da rede que serão trata-
às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. das a seguir. e as lógicas, representada pelo modo que os
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, dados trafegam na rede:
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas estão in-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o terconectadas por pares através de um roteamento de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um ponto
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- central (concentrador) para a conexão, geralmente um hub
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes To-
com mais exaltação, entre outros problemas. ken Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessidade entreligados formando um anel e os dados são propagados
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com de computador a computador até a máquina de origem;
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se a
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
com objetivo de proteger e enviar dados. mento é feito sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
1. Alguns tipos de Redes de Computadores estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
endereçados (unicast, broadcast e multicast).
Antigamente, os computadores eram conectados em
distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais. 3. Cabos
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne-
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
INFORMÁTICA

do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, etc.), padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a-ponto, etc.) para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
e o meio de transmissão (redes por cabo de fibra óptica, lizados são:
trançado, via rádio, etc.).

51
Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua Bridges: É um repetidor inteligente que funciona como
velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em lojas uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além de rela-
de informática ou produzidos pelo usuário; cionar diferentes arquiteturas.
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, mas
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis, que funciona como uma ponte: ele envia os dados apenas
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA, su- para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas portas de
porte não encontrado em computadores mais novos; entrada e melhor performance, podendo ser utilizado para
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de redes maiores.
difícil instalação. São velozes e imunes a interferências ele- Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
tromagnéticas. e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
como um tipo de ponte na camada de rede do modelo OSI
(Open Systens Interconnection - protocolo de interconexão
#FicaDica de sistemas abertos para conectar máquinas de diferentes
fabricantes), identificando e determinando um IP para cada
Após montar o cabeamento de rede é necessário computador que se conecta com a rede.
realizar um teste através dos testadores de Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados
cabos, adquirido em lojas especializadas. na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os rotea-
Apesar de testar o funcionamento, ele não dores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho para
detecta se existem ligações incorretas. É preciso tráfego de dados, mesmo se a rede estiver congestionada;
que um técnico veja se os fios dos cabos estão e os roteadores dinâmicos que encontram caminhos mais
na posição certa. rápidos e menos congestionados para o tráfego.
Modem: Dispositivo responsável por transformar a
4. Sistema de Cabeamento Estruturado onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
lefônica, transformando-a em sinal digital original.
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
Para que essa conexão não prejudique o ambiente de
computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias
e-mail. Os computadores que acessam determinado servi-
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamento
dor são conhecidos como clientes.
estruturado.
Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação
Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tempo,
entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede
tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção da
depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que possibi-
são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
litam que vários conectores possam ser inseridos em um
único local, sem a necessidade de serem conectados dire-
tamente no hub. CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS À IN-
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado pos- TERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA WEB,
sui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os cabos MECANISMOS DE BUSCA NA WEB.
das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um concentrador
de tomadas, favorecendo a manutenção das redes. Eles são O objetivo inicial da Internet era atender necessidades
adaptados e construídos para serem inseridos em um rack. militares, facilitando a comunicação. A agência norte-
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto do americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS
cabeamento de rede, em que a conexão da rede é pensada AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na
de forma a realizar a sua expansão. década de 60, criaram um projeto que pudesse conectar
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- os computadores de departamentos de pesquisas e bases
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebidos militares, para que, caso um desses pontos sofresse algum
e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de serem tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam
transmissores de informações para outros pontos, eles totalmente perdidas, pois estariam salvas em outros pontos
também diminuem o desempenho da rede, podendo haver estratégicos.
colisões entre os dados à medida que são anexas outras O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma
máquinas. Esse equipamento, normalmente, encontra-se conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
dentro do hub. fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra má- caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
INFORMÁTICA

quina consegue enviar um determinado sinal até que os poderiam seguir por outro caminho garantindo a entrega
dados sejam distribuídos completamente. Eles são utiliza- da informação, é importante mencionar que a maior
dos em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32 portas, distância entre um ponto e outro, era de 450 quilômetros.
variando de acordo com o fabricante. Existem os Hubs Pas- No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
sivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a

52
troca de informações de computadores de universidades Faz a solicitação de um arquivo de
dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) http://
hiper mídia para a Internet.
internacional (INTER), consequentemente seu nome passa
a ser, INTERNET. Estipula que esse recurso está na rede
A evolução não parava, além de atingir fronteiras mundial de computadores (veremos
www
continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte mais sobre www em um próximo
escala alcançando forte potencial comercial, a Internet tópico).
deixou de conectar apenas computadores de universidades, É o endereço de domínio. Um endereço
passou a conectar empresas e, enfim, usuários domésticos. novaconcursos de domínio representará sua empresa
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o ou seu espaço na Internet.
Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram
a Internet para os centros acadêmicos e comerciais. Essa Indica que o servidor onde esse site
tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os .com está
setores sociais até atingir a amplitude de sua difusão nos hospedado é de finalidades comerciais.
tempos atuais. .br Indica queo servidor está no Brasil.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do
WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que
deixando a internet ainda mais interessante e vantajosa, demonstram a finalidade e organização que o criou, como:
pois até então, só era possível a existência de textos. .gov - Organização governamental
Para garantir a comunicação entre o remetente e o .edu - Organização educacional
destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido .org - Organização
como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que .ind - Organização Industrial
são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION .net - Organização telecomunicações
CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de .mil - Organização militar
Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo .pro - Organização de profissões
de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível .eng – Organização de engenheiros
tanto a conexão entre os computadores, quanto ao E também, do país de origem:
entendimento da informação trocada entre eles. .it – Itália
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo .pt – Portugal
informações, por isso o periférico que permite a conexão .ar – Argentina
com a internet chama MODEM, porque que ele MOdula .cl – Chile
e DEModula sinais, e essas informações só podem ser .gr – Grécia
trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos
1. Protocolos Web que se trata de um site hospedado em um servidor dos
Estados Unidos.
Já que estamos falando em protocolos, citaremos
outros que são largamente usados na Internet: - HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Seme-
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de lhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para transmitidos através de uma conexão criptografada
trocar informações na Internet. Quando digitamos um site, e que se verifique a autenticidade do servidor e do
automaticamente é colocado à frente dele o http:// cliente através de certificados digitais.
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br - FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferên-
Onde: cia de arquivo, é o protocolo utilizado para poder
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia subir os arquivos para um servidor de internet, seus
para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto, programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla
som, imagem, filmes e links. e LeechFTP, ao criar um site, o profissional utiliza
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão um desses programas FTP ou similares e executa a
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, transferência dos arquivos criados, o manuseio é se-
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de melhante à utilização de gerenciadores de arquivo,
acessar um determinado site. como o Windows Explorer, por exemplo.
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos
Correios permite, como o seu nome o indica, recu-
perar o seu correio num servidor distante (o servidor
INFORMÁTICA

POP). É necessário para as pessoas não ligadas per-


manentemente à Internet, para poderem consultar
os mails recebidos offline. Existem duas versões prin-
cipais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos quais
são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110,

53
funcionando com o auxílio de comandos textuais
radicalmente diferentes, na troca de e-mails ele é o #FicaDica
protocolo de entrada.
- IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro- O endereço de Home Pages tem o seguinte
tocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece formato:
muitas mais possibilidades, como, gerir vários aces- http://www.endereço.com/página.html
sos simultâneos e várias caixas de correio, além de Por exemplo, a página principal do meu projeto
poder criar mais critérios de triagem. de mestrado:
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo http://www.youtube.com/canaldoovidio
padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz
a validação de destinatários de mensagens. Ele que
verifica se o endereço de e-mail do destinatário está 4. Plug-ins
corretamente digitado, se é um endereço existente,
se a caixa de mensagens do destinatário está cheia Os plug-ins são programas que expandem a capacidade
ou se recebeu sua mensagem, na troca de e-mails ele do Browser em recursos específicos - permitindo, por
é o protocolo de saída. exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes
- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). software vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade
Permite que a aplicação escreva um datagrama en- impressionante. Maiores informações e endereços sobre
capsulado num pacote IP e transportado ao destino. plug-ins são encontradas na página:
É muito comum lermos que se trata de um protocolo http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
não confiável, isso porque ele não é implementado Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
com regras que garantam tratamento de erros ou Indices/
entrega. Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
temos uma relação de alguns deles:
2. Provedor - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
etc.).
O provedor é uma empresa prestadora de serviços - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
necessário conectar-se com um computador que já esteja PCX, etc.).
na Internet (no caso, o provedor) e esse computador deve - Negócios e Utilitários.
permitir que seus usuários também tenham acesso a - Apresentações.
Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros INTRANET
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link como o pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
backbone possui uma velocidade de transmissão, ou seja, A intranet cumpre o papel de conectar entre si
com qual velocidade ele transmite os dados. filiais e departamentos, mesclando (com segurança) as
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). suas informações particulares dentro da estrutura de
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que comunicações da empresa.
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um O grande sucesso da Internet, é particularmente da
endereço eletrônico na Internet. World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
evolução da informática nos últimos anos.
3. Home Page Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme
Pela definição técnica temos que uma Home Page facilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
é um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratizaram
computadores rodando um Navegador (Browser), que o acesso à informação através de redes de computadores.
INFORMÁTICA

permite o acesso às informações em um ambiente gráfico Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos
informações dentro das Home Pages. de informática e de navegação na Internet. Finalmente,
surgiram muitas ferramentas de software de custo zero
ou pequeno, que permitem a qualquer organização ou

54
empresa, sem muito esforço, “entrar na rede” e começar - Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, aposti-
a acessar e colocar informação. O resultado inevitável foi las, políticas da companhia, organograma, oportuni-
a impressionante explosão na informação disponível na dades de trabalho, programas de desenvolvimento
Internet, que segundo consta, está dobrando de tamanho pessoal, benefícios.
a cada mês. Para acessar as informações disponíveis na Web
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, corporativa, o funcionário praticamente não precisa ser
que tem interessado um número cada vez maior de treinado. Afinal, o esforço de operação desses programas se
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações resume quase somente em clicar nos links que remetem às
interessadas em integrar informações e usuários: a novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet
intranet. Seu advento e disseminação promete operar uma termina aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é
revolução tão profunda para a vida organizacional quanto o uma tarefa complexa e exige a presença de profissionais
aparecimento das primeiras redes locais de computadores, especializados. Essa dificuldade aumenta com o tamanho
no final da década de 80. da intranet, sua diversidade de funções e a quantidade de
informações nela armazenadas.
1. O que é Intranet?
4. A intranet é baseada em quatro conceitos:
O termo “intranet” começou a ser usado em meados
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para - Conectividade - A base de conexão dos computa-
se referirem ao uso dentro das empresas privadas de dores ligados por meio de uma rede, e que podem
tecnologias projetadas para a comunicação por computador transferir qualquer tipo de informação digital entre
entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consiste si;
em uma rede privativa de computadores que se baseia nos - Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado-
padrões de comunicação de dados da Internet pública, res e sistemas operacionais podem ser conectados
baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas HTML, de forma transparente;
e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo muito - Navegação - É possível passar de um documento a
sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão o custo outro por meio de referências ou vínculos de hiper-
de implantação relativamente baixo e a facilidade de uso texto, que facilitam o acesso não linear aos docu-
propiciada pelos programas de navegação na Web, os mentos;
browsers. - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
acesso ou manipulação na intranet só podem ocor-
2. Objetivo de construir uma Intranet rer graças à execução de programas aplicativos, que
podem estar no servidor, ou nos microcomputadores
Organizações constroem uma intranet porque ela é uma que acessam a rede (também chamados de clientes,
ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente para daí surgiu à expressão que caracteriza a arquitetura
economizar tempo, diminuir as desvantagens da distância da intranet: cliente-servidor).
e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital com - A vantagem da intranet é que esses programas são
conhecimentos das operações e produtos da empresa. ativados através da WWW, permitindo grande flexi-
bilidade. Determinadas linguagens, como Java, assu-
3. Aplicações da Intranet miram grande importância no desenvolvimento de
softwares aplicativos que obedeçam aos três concei-
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de tos anteriores.
comunicações corporativas em uma intranet dá para
simplificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos 5. Mecanismos de Buscas
na mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
operacional) os diversos profissionais de uma empresa. exatamente o que você queria pode trazer algumas
Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por horas de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
exemplo: algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos, lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
listas de preços, promoções, planejamento de even- otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
tos; acesso a resultados mais relevantes.
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Os mecanismos de buscas contam com operadores para
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no entanto,
INFORMÁTICA

de membros das equipes, situações de projetos; pode não interessar a você, caso não seja um praticante de
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- SEO. Contudo, alguns são realmente úteis e estão listados
temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), abaixo. Realize uma busca simples e depois aplique os
manuais de qualidade; filtros para poder ver o quanto os resultados podem ser
mais especializados em relação ao que você procura.

55
5.1. -palavra_chave A maioria deles depende de um único programa
para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai
Retorna uma busca excluindo aquelas em que a palavra necessitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de
chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca por um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado.
computação, provavelmente encontrarei na relação dos Acrônimo de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de
resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“. complemento que descomprime - e comprime - o arquivo.
Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência, os É o caso do MPEG, que roda no Windows Media Player,
resultados que tem a palavra chave ciência serão omitidos. desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação
é automática.
5.2. +palavra_chave Com os três players de multimídia mais populares -
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos, tanto
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga offline como por streaming (neste caso, o download e a
ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo exibição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra).
computação, terei como retorno uma gama mista de Atualmente, devido à evolução da internet com os
resultados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há
ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma uma grande demanda por programas para trabalhar com
busca do tipo computação + ciência SP. imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso,
também há no mercado uma ampla gama de ferramentas
5.3. “frase_chave” existentes que fazem algum tipo de tratamento ou
conversão de imagens.
Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos Porém, muitos destes programas não são o que se
termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas ao pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão
que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do tipo em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes.
“como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra FAZER, Caso o que você precise seja apenas um programa para
verá resultados em que a frase idêntica foi empregada. visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma
5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 conferida em alguns aplicativos mais leves e com recursos
mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas se utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nesse recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento
caso, como as duas palavras chaves são populares, os dois especial para as suas mais variadas imagens.
resultados são apresentados em posição de destaque. O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos
5.5. filetype:tipo e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas
úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo do computador.
de extensão especificada. Por exemplo, em uma busca As ferramentas de edição possuem os métodos mais
filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra avançados para automatizar o processo de correção de
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o pro-
extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC. grama consegue identificar e corrigir todos os olhos ver-
melhos da foto automaticamente sem precisar selecionar
5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02 um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicio-
nar textos, inserir efeitos, e muito mais.
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de
que os termos inicial e final aparecem, independente do armazenamento capaz de filtrar imagens que contenham
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as
* msn e veja o resultado na prática. fotos que contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você
6. Áudio e Vídeo pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar-
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso
INFORMÁTICA

A popularização da banda larga e dos serviços de pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web.
e-mail com grande capacidade de armazenamento está O programa possui integração com o PicasaWeb, o qual
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O problema possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos
é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a segundos.
experiência decepcionante.

56
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve e 8. Algumas dicas
com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú-
este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recur- mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecar-
sos simples de editor. Com ele é possível fazer operações ga na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de
como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de horário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre
olhos vermelhos em fotos. O programa oferece alternativas em horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempo-
para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em rariamente desativado.
sua imagem por meio de apenas um clique. 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
Além disso sempre é possível a visualização de imagens espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo
pelo próprio gerenciador do Windows. acessado.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo
7. Transferência de arquivos pela internet verifique se você está usando o modo correto, isto é, no
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui-
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário.
de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação Esta prevenção pode evitar perda de tempo.
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos 4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi-
para, ou de computadores que se caracterizam como ser- dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo amigo seu consiga acessar o seu computador como um
texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao
– código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en- número IP, que lhe é atribuído dinamicamente.
viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida 9. Grupos de Discussão e Redes Sociais
como uma informação textual, enquanto a transferência de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou São espaços de convivências virtuais em que grupos de
não-textual (binário). pessoas ou empresas se relacionam por meio do envio de
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- mensagens, do compartilhamento de conteúdo, entre ou-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca- tras ações.
paz de se comunicar com outro computador na Rede que As redes sociais tiveram grande avanço devido a evolu-
o esteja acessando através de um cliente FTP. ção da internet, cujo boom aconteceu no início do milênio.
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem dois Vejamos como esse percurso aconteceu:
tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a cone- Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comunida-
xão anônima, na qual não é preciso possuir um username de que se assemelha a uma rede social. O GeoCities que,
ou password (senha) no servidor de FTP, bastando apenas no entanto, não existe mais, orientava as pessoas para que
identificar-se como anonymous (anônimo). Neste caso, o elas próprias criassem suas páginas na internet.
que acontece é que, em geral, a árvore de diretório que Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas a
se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto é oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
muito importante, porque garante um nível de segurança No mesmo ano, também surge uma plataforma que per-
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas mite a interação com antigos colegas da escola, o Classmates.
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co- Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma que,
nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que desta vez, tinha como foco a publicação de fotografias.
a conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de di-
retórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
e incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma au- deira rede social, o Friendster.
tenticação, e portanto, é indispensável que o usuário pos- No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede
sua um username e uma password que sejam reconheci- social de caráter profissional do mundo.
das pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o Fa-
Neste caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamen- cebook, surgem o Orkut e o Flickr.
to é no diretório criado para a conta do usuário – diretório Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença en-
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, tre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas • Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema amizade ou namoro).
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá- • Networking: partilha e busca de conhecimentos pro-
INFORMÁTICA

vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet. fissionais e procura emprego ou preenchimento de


vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos.
• Partilha e busca de informações sobre temas varia-
dos.

57
• Divulgação para compra e venda de produtos e ser-
viços. EXERCÍCIOS COMENTADOS
• Jogos, entre outros.
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma im-
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conhecidas,
pressora estiver compartilhada em uma intranet por meio
destacamos:
de um endereço IP, então, para se imprimir um arquivo
• Facebook: interação e expansão de contatos.
nessa impressora, é necessário, por uma questão de pa-
• Youtube: partilha de vídeos.
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e cha- dronização dessa tecnologia de impressão, indicar no na-
madas de voz. vegador web a seguinte url:
• Instagram: partilha de fotos e vídeos. , em
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
que deve estar acessível via rede e
são conhecidas como “tweets”.
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados. deve ser do tipo PDF.
• Skype: telechamada.
• LinkedIn: interação e expansão de contatos profissio-
nais. ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Badoo: relacionamentos amorosos.
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir-
• Messenger: envio de mensagens instantâneas. ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam
• Flickr: partilha de imagens. ser impressos, o que torna o item errado, o comando
• Google+: partilha de conteúdos. para impressão não verifica o formato do arquivo, tão
• Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme- somente o local onde está o arquivo a ser impresso.
lhante ao Twitter.
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em uma
10. Vantagens e Desvantagens intranet, for disponibilizado um portal de informações
acessível por meio de um navegador, será possível acessar
Existem várias vantagens em fazer parte de redes so- esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP ou HTTPS,
ciais e é principalmente por isso que elas tiveram um cres- ou de ambos, dependendo de como esteja configurado o
cimento tão significativo ao longo dos anos. servidor do portal.
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
lações e o contato com quem está distante, propiciando,
assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
As redes também facilitam a relação com quem está
mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem
fisicamente.
Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rápi-
da e eficaz de comunicar algo para um grande número de
pessoas ao mesmo tempo.
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
um acontecimento, a preparação de uma manifestação ou
a mobilização de um grupo para um protesto.
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as redes
sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas é a
falta de privacidade.
Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido cada
vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta para
algumas precauções. Com base na figura acima, que ilustra as configurações da
rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão 9, jul-
gue os próximos itens.
#FicaDica
Por ser algo muito atual, tem caído muitas ques- ( ) CERTO ( ) ERRADO
INFORMÁTICA

tões de redes sociais nos concursos atualmente.


Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol)
é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que
permite ao seu computador trocar informações com um
servidor que abriga um site. Isso significa que, uma vez

58
conectados sob esse protocolo, as máquinas podem re- 5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que
ceber e enviar qualquer conteúdo textual – os códigos um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos com-
que resultam na página acessada pelo navegador. putacionais, permanentemente conectados à Internet, que
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou ou- utilizem diferentes clientes de e-mail, como o Outlook
tras conexões propícias a phishing (fraude eletrônica) e Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o usuário
hackers, pessoas mal-intencionadas podem atravessar o deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Internet mes-
caminho e interceptar os dados transmitidos com relativa sage access protocol), em detrimento do POP3 (post office
facilidade. Portanto, uma conexão em HTTP é insegura. protocol), pois isso permitirá a ele manter o conjunto de
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Protocol e-mails no servidor remoto ou, alternativamente, fazer o
Secure), que insere uma camada de proteção na trans- download das mensagens para o computador em uso.
missão de dados entre seu computador e o servidor. Em
sites com endereço HTTPS, a comunicação é criptogra- ( ) CERTO ( ) ERRADO
fada, aumentando significativamente a segurança dos
dados. É como se cliente e servidor conversassem uma Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o
língua que só as duas entendessem, dificultando a inter- padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a
ceptação das informações. função de baixar as mensagens do servidor de e-mail
Para saber se está navegando em um site com cripto- para o computador que o programa foi configurado.
grafia, basta verificar a barra de endereços, na qual será Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas mensa-
possível identificar as letras HTTPS e, geralmente, um gens são baixadas para o computador do usuário só
símbolo de cadeado que denota segurança. Além disso, que apenas uma cópia delas, deixando no servidor as
o usuário deverá ver uma bandeira com o nome do site, mensagens originais; quando o acesso é feito por outro
já que a conexão segura também identifica páginas na computador essas mensagens que estão no servidor são
Internet por meio de seu certificado. baixadas para este outro computador, deixando sempre
a original no servidor.
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o servidor
proxy responder na porta 80 e a conexão passar por um 6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
firewall de rede, então o firewall deverá permitir conexões Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
de saída da estação do usuário com a porta 80 de destino utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilhamen-
no endereço do proxy. to de arquivos entre seus usuários

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor proxy e Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função prin-
o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual, porém cipal é enviar mensagens e não o compartilhamento de
isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços podem arquivos. Ainda que algumas redes permitam o compar-
aparecer eventualmente em servidores físicos/virtuais tilhamento de fotos e gifs animados, o objetivo não é
separados. Para que uma estação de usuário (que utiliza o compartilhamento de arquivos e nem todas as redes
proxy na porta 80) possa “sair” da rede LAN para o mun- citadas na questão permitem.
do exterior “WAN” é necessário que o firewall permita
conexões de saída na mesma porta em que o proxy está 7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas
respondendo, ou seja, a porta 80. versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual são
4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção de mostrados detalhes como a data da instalação e o usuário
usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE solicite que executou a operação.
autenticação em toda conexão de Internet que for realizada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas versões
Resposta: Errado. Somente é solicitado a autenticação do Firefox, contudo o histórico não contém o usuário
se o servidor assim estiver configurado, do contrário ne- que executou a operação. Este recurso está disponível
nhuma senha é solicitada, além de que foi definido para no menu Firefox – Opções – Avançado – Atualizações –
a rede Interna e não para acesso à Internet. Histórico de atualizações.
INFORMÁTICA

59
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No In- 11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
ternet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, o acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
usuário pode registrar os sítios que considera mais impor- um provedor de Internet acessível por meio de uma cone-
tantes e recomendá-los aos seus amigos. xão a uma rede LAN, à qual estava conectado o compu-
tador do delegado, é correto concluir que as informações
( ) CERTO ( ) ERRADO obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo crip-
tografado.
Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser-
viço online que o Internet Explorer usa para recomendar ( ) CERTO ( ) ERRADO
sítios de que o usuário possa gostar, com base nos sítios
visitados com frequência. Para acessá-lo, basta clicar o Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica
menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos. que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se con-
clui que não há uma criptografia, se fosse o protocolo
Considere que um delegado de polícia federal, em uma HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo de crip-
sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a janela tografia do tipo SSL.
ilustrada acima, que mostra uma página web do sítio do
DPF, cujo endereço eletrônico está indicado no campo 12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por meio
. A partir dessas informações, julgue os itens de 09 do botão , o delegado poderá obter, desde que disponí-
a 12. veis, informações a respeito das páginas previamente aces-
sadas na sessão de uso do IE6 descrita e de outras sessões
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O conteúdo de uso desse aplicativo, em seu computador. Outro recurso
da página acessada pelo delegado, por conter dados impor- disponibilizado ao se clicar nesse botão permite ao delega-
tantes à ação do DPF, é constantemente atualizado por seu do realizar pesquisa de conteúdo nas páginas contidas no
webmaster. Após o acesso mencionado acima, o delegado diretório histórico do IE6.
desejou verificar se houve alteração desse conteúdo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá con-
dições de verificar se houve ou não a alteração mencionada,
Resposta: Certo. É possível através do botão descrito, o
independentemente da configuração do IE6, mas desde que
botão de histórico, que se encontre informações das pá-
haja recursos técnicos e que o IE6 esteja em modo online.
ginas acessadas anteriormente, e também permite que
se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas conti-
( ) CERTO ( ) ERRADO
das no diretório do IE6.
Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma
nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATI-
modo o arquivo novamente, se houver alterações, estas VOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO
serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexibido
sem alterações. Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
através da internet, interpretando arquivos e sites web de-
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O arma- senvolvidos com frequência em código HTML que contém
zenamento de informações em arquivos denominados informação e conteúdo em hipertexto de todas as partes
cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um siste- do mundo.
ma de segurança instalado em um computador. Para redu- Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
zir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos para são programas de computador especializados em visuali-
impedir que cookies sejam armazenados no computador. zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
Caso o delegado deseje configurar tratamentos referentes até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer
a cookies, ele encontrará recursos a partir do uso do menu e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no
. mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o
( ) CERTO ( ) ERRADO Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun-
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado-
Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a res seguem os mesmos princípios lógicos.
seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer o Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas, de- sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
INFORMÁTICA

pois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade e, Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
em Configurações, mover o controle deslizante até em mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
cima para bloquear todos os cookies e, em seguida, cli- fácil de utilizar.
car em OK.

60
Figura 1: Símbolo do Google Chrome Figura 5: Símbolo do Internet Explorer

#FicaDica #FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas Glossário interessante que abordam internet e
relacionadas a guia anônima que não deixa correio eletrônico
rastro (senhas, auto completar, entre outros), Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N mensagens indesejadas.
Browser: Programa utilizado para navegar
na Web, também chamado de navegador.
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- Exemplo: Mozilla Firefox.
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores contas de correio eletrônico, possibilitando
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. a composição, envio, recebimento, leitura e
arquivamento de mensagens. A seguir, uma
lista de gerenciadores de e-mail (em negrito
os mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux)
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox e Windows Mail.

Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de-


sempenho, porém especialistas em segurança o considera Outros pontos importantes de conceitos que podem
o navegador com menos segurança. ser abordado no seu concurso são:
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten-
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail,
como imagens, sons, filmes, entre outros.
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência de
Correio): Termo utilizado para designar os servidores de
Figura 3: Símbolo do Opera Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunderbird,
navegador considerado pelos especialistas e possui uma Microsoft Outlook Express etc.
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
Apple existem versões para Windows. Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para re-
ceber e-mails. Através do POP, um usuário transfere para
o computador as mensagens armazenada sem sua caixa
postal no servidor.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de envio
de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um usuário
descarregue suas mensagens de umservidor. Esse protoco-
lo utiliza a porta 25 do protocolo TCP.
Figura 4: Símbolo do Safari Spam: Mensagens de correio eletrônico não autoriza-
das ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente de co-
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave- notação publicitária ou obscena, enviadas em larga escala
INFORMÁTICA

gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discussão.
um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
“e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
em seu símbolo.

61
1. Um pouco de história Já o IMAP também é um protocolo padrão que permite
acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele possibi-
A internet é uma rede de computadores que liga os lita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não permite que
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem acessa o
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e e-mail de vários locais diferentes.
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri-
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar in- #FicaDica
formações sobre pesquisas e armamentos que não pudes- Um e-mail hoje é um dos principais meios de
se chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado comunicação, por exemplo:
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa
canaldoovidio@gmail.com
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA.
Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de conexão
dizer na, o gmail é o servidor e o .com é a
recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou
apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou tipagem.
apenas na década de 90. É na internet que é executada
a World Wide Web (www), sistema que contém milhares de
informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que tam- Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
bém ficou conhecido como rede mundial. em um único computador, sem necessariamente estarmos
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um conectados à Internet no momento da criação ou leitura
projeto que pode ser considerado o princípio da World Wide do e-mail, podemos usar um programa de correio eletrôni-
Web. No início da década de 90 ele já havia elaborado uma co. Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla
nova proposta para o que ficaria conhecido como WWW. Thunderbird, outros proprietários como o Outlook Express.
Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir disso surgiu Os dois programas, assim como vários outros que servem à
o “http” (em português significa protocolo de transferência mesma finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos
de hipertexto). Vinton Cerf também é um personagem im- os recursos dos programas de correio eletrônico através do
portante e inclusive é conhecido por muitos como o pai da Outlook Express que também estão presentes no Mozilla
internet. Thunderbird.
Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
#FicaDica teclado para a realização de diversas funções dentro do
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
próprio endereço, chamado URL, ele facilita a atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
navegação e possui características específicas Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
como a falta de acentuação gráfica e palavras aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
maiúsculas. Uma url possui o http (protocolo), ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
www (World Wide Web), o nome da empresa vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que representa o site, .com (ex: se for um site Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
governamental o final será .gov) e a sigla do profissionais que compartilham uma mesma área é o com-
país de origem daquele site (no Brasil é usado partilhamento de calendário entre membros de uma mes-
o BR). ma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
Correios Eletrônicos
pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: chances de aparecer em uma ou mais questões.
os agentes de usuários e os agentes de transferência de O calendário é uma ferramenta bastante interessante
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo do Outlook que permite que o usuário organize de forma
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
transferência realizam um processo de envio dos agentes promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
usuários e servidores de e-mail. forma a ter um maior controle das atividades que devem
Os agentes de transferência usam três protocolos: SMTP ser realizadas durante o seu dia a dia.
(Simple Transfer Protocol), POP (Post Office Protocol) e Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP é usado para que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou par-
transferir mensagens eletrônicas entre os computadores. O te dele com quem você desejar, de forma a permitir que
INFORMÁTICA

POP é muito usado para verificar mensagens de servidores outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
de e-mail quando ele se conecta ao servidor suas men- pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
sagens são levadas do servidor para o computador local. uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
Pode ser usado por quem usa conexão discada. nado membro entra de férias.

62
Para conseguir utilizar essa função basta que você entre
em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Fei- #FicaDica
to isso, basta que você clique em Enviar Calendário por Para: deve ser digitado o endereço eletrônico
E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no ou o contato registrado no Outlook do
seu Outlook. destinatário da mensagem. Campo obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
ou o contato registrado no Outlook do
informações que vão ser compartilhadas com quem você
destinatário que servirá para ter ciência desse
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calendá- e-mail.
rio de forma simples e detalhada de fácil visualização para Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam
quem você deseja enviar uma mensagem. ocultos.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra-
balha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria
para deixar os comunicados enviados por e-mail com uma Assunto: campo onde será inserida uma breve descri-
aparência mais profissional. ção, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase so-
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico bre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode
conteúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de levar o destinatário a não dar a devida importância à men-
um concurso público. sagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é
seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas forma-
preparação para concurso. Ao contrário do que muita gente
tações existentes na barra de formatação do Outlook:
pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assi-
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias
natura é bastante simples, de forma que perder pontos por open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
conta dessa questão em específico é perder pontos à toa. (mesma criadora do Mozilla Firefox).
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não
que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de necessita de instalação no computador do usuário, já que
Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo funciona como uma página de internet, bastando o usuá-
em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve rio acessar a página do seu provedor de e-mail com seu
clicar. Feito isso, você vai conseguir adicionar as suas assina- login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já
turas de maneira rápida e prática sem maiores problemas. que não necessita estar na máquina em que um cliente de
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem e-mail está instalado para acessar seu e-mail.
através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura aci-
ma, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir: #FicaDica
Segmentos do Outlook Express
Painel de Pastas: permite que o usuário salve
seus e-mails em pastas específicas e dá a
possibilidade de criar novas pastas;
Painel das Mensagens: onde se concentra a
lista de mensagens de determinada pasta e
quando se clica em um dos e-mails o conteúdo
é disponibilizado no painel de conteúdo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá
aparecer o conteúdo das mensagens enviadas.
Painel de Contatos: nesse local se concentram
as pessoas que foram cadastradas em sua lista
de endereço.

Figura 6: Tela de Envio de E-mail


INFORMÁTICA

63
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a se-
EXERCÍCIOS COMENTADOS gunda mensagem não foi transmitida, permanecendo no
computador do destinatário apenas a primeira mensagem.
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011)
bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que este-
d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primeira,
jam longe de seu computador pessoal. A partir de qualquer
sem anexo, e a segunda, com o anexo.
outro computador no mundo, o usuário pode, via Internet,
e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens, pois
acessar a caixa de correio armazenada no próprio computa-
não é possível transmitir mais de uma mensagem com o
dor cliente remoto e visualizar eventuais novas mensagens.
mesmo assunto e mesmo remetente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Letra D.
Alternativa “A” está incorreta, pois todas mensagens en-
Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o viadas são armazenadas de forma independente, novas
servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (compu- mensagens com mesmo assunto ou ainda idênticas a
tador cliente remoto). anteriores não influenciam em mensagens já enviadas.
Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente pos-
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS-Ou- sível enviar mensagens com mesmo assunto ou ainda
tlook 2010, em sua configuração padrão, quando uma idênticas, sem prejuízo algum de mensagens anteriores.
mensagem está sendo preparada, o usuário pode indicar Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensagens
aos destinatários que a mensagem precisa de atenção uti- serão enviadas, independentemente do destinatário ler
lizando a marca de _________________. Esse recurso pode ser as anteriores.
encontrado no grupo Marcas, da guia Mensagem. Alternativa “D” está correta, pois o destinatário recebeu
Assinale a alternativa que apresenta a opção que preenche 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a segun-
corretamente a lacuna do enunciado. da, com o anexo.
Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar mais
a) SPAM. de uma mensagem, com mesmo assunto e mesmo des-
b) Alta Prioridade. tinatário.
c) Baixa Prioridade.
d) Assinatura Personalizada. 4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
e) Arquivo Anexado. João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com as
seguintes características:
Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem De: Pedro
como sendo de alta prioridade quando se deseja que Para: João; Marta
as pessoas saibam que a mensagem precisa de atenção Cc: Ricardo; Ana
urgente. Se a mensagem é apenas um informativo ou se Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração
está enviando um e-mail sobre um tema que não precisa padrão, ele usou um recurso para responder a mensagem
ser priorizado, defina o indicador de baixa prioridade. que manteve apenas Pedro na lista de destinatários. Isso
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem significa que João usou a opção:
um indicador específico na lista de mensagens ou nos
cabeçalhos. a) Responder.
Na faixa de opções, é possível saber quando a priorida- b) Arquivar.
de foi definida, pois o botão fica realçado. c) Marcar como não lida.
d) Responder a todos.
3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuá- e) Marcar como lida
rio preparou uma mensagem de correio eletrônico usando
o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao e-
enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois, -mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas ao
percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes- remetente já se pode eliminar as alternativas “B”, “C” e
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com o “E” por não terem correspondência com a função “Res-
mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, ago- posta”.
ra com o anexo. Assinale a alternativa correta. Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
INFORMÁTICA

como o João deseja responder apenas para Pedro ele


a) A mensagem original, sem o anexo, foi automaticamente deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhesse
apagada no computador do destinatário e substituída “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também re-
pela segunda mensagem, uma vez que ambas têm o ceberiam a mensagem.
mesmo assunto e são do mesmo remetente.

64
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o argu- a) imediatamente fechada.
mento de busca que o usuário fará utilizando o Google, na b) enviada para impressão.
ilustração apresentada a seguir. c) atualizada.
d) enviada por e-mail.
e) aberta em uma nova aba.

Resposta: Letra C.
a) Imediatamente fechada.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.
۰ Ctrl + P
c) Atualizada.
Com base na figura e no que foi digitado, assinale a alter- ۰ F5
nativa correta. d) Enviada por e-mail.
۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras.
e) Aberta em uma nova aba.
b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar como
۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
antônimo do que foi digitado.
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados pes- ۰ Ctrl + N = abre um novo comando
quisados.
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não rela-
SEGURANÇA NA INTERNET; VÍRUS DE
cionados ao argumento digitado.
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará os COMPUTADORES; SPYWARE; MALWARE;
seus sinônimos PHISHING E SPAM.

Resposta: Letra A. O comando “entre aspas” duran-


te uma busca, efetua a busca pela ocorrência exata de Firewall é uma solução de segurança fundamentada em
tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma for- hardware ou software (mais comum) que, a partir de um
ma, desta forma, para esta questão será retornado o re- conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede
sultado da ocorrência “garota de Ipanema”. para determinar quais operações de transmissão ou recep-
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resultados ção de dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a
relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Alexander tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se
Bell” excluirá páginas que se referem a Alexander G. Bell. enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua mis-
são, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados
6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a indesejados e liberar acessos desejados.
imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua Para melhor compreensão, imagine um firewall como
configuração padrão. A página exibida no navegador foi sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces-
completamente carregada.
sário obedecer a determinadas regras, como se identificar,
ser esperado por um morador e não portar qualquer ob-
jeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não se
pode levar nada que pertença aos condôminos sem a de-
vida autorização.
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de
ações maliciosas: um malware que utiliza determinada por-
ta para se instalar em um computador sem o usuário saber,
um programa que envia dados sigilosos para a internet,
uma tentativa de acesso à rede a partir de computadores
externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie
de barreira que verifica quais dados podem passar ou não.
Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento
de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser con-
INFORMÁTICA

figurado para bloquear todo e qualquer tráfego no com-


putador ou na rede. O problema é que esta condição isola
este computador ou esta rede, então pode-se criar uma
Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida será regra para que, por exemplo, todo aplicativo aguarde au-

65
torização do usuário ou administrador para ter seu acesso
liberado. Esta autorização poderá inclusive ser permanente:
uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamen-
te permitidos.

Em um modo mais versátil, um firewall pode ser confi-


gurado para permitir automaticamente o tráfego de deter-
minados tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais
sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como
conexões a serviços de e-mail.
Perceba, como estes exemplos, tem políticas de um fi-
rewall que são baseadas, inicialmente, em dois princípios:
todo tráfego é bloqueado, exceto o que está explicitamen- Figura 91: Proxy
te autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está
explicitamente bloqueado. Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer
determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança in- regras que impeçam o acesso de determinados endereços
ternos mais específicos ou oferecendo um reforço extraem externos, assim como que proíbam a comunicação entre
procedimentos de autenticação de usuários, por exemplo. computadores internos e determinados serviços remotos.
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias Este controle amplo também possibilita o uso do proxy
formas. O que define uma metodologia ou outra são fa- para tarefas complementares: o equipamento pode regis-
tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es- trar o tráfego de dados em um arquivo de log; conteú-
pecíficas do que será protegido, características do sistema do muito utilizado pode ser guardado em uma espécie
operacional que o mantém, estrutura da rede e assim por de cache (uma página Web muito acessada fica guardada
diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo temporariamente no proxy, fazendo com que não seja ne-
de firewall. A seguir, os mais conhecidos. cessário requisitá-la no endereço original a todo instante,
Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras so- por exemplo); determinados recursos podem ser liberados
luções de firewall surgiram na década de 1980 baseando- apenas mediante autenticação do usuário; entre outros.
-se em filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), uma A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja
metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, embo- visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis-
ra ofereça um nível de segurança significativo. tentes na internet, fazendo com que, dependendo das
Para compreender, é importante saber que cada paco- circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija
te possui um cabeçalho com diversas informações a seu muito trabalho de configuração para bloquear ou autorizar
respeito, como endereço IP de origem, endereço IP do determinados acessos.
destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall Proxy transparente: No que diz respeito a limitações,
então analisa estas informações de acordo com as regras é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy
estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair transparente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige
ou para entrar na máquina/rede), podendo também execu- que determinadas configurações sejam feitas nas ferra-
tar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou mentas que utilizam a rede (por exemplo, um navegador
tentativa de) em um arquivo de log. de internet) para que a comunicação aconteça sem erros.
O firewall de aplicação, também conhecido como proxy O problema é, dependendo da aplicação, este trabalho de
de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solu- ajuste pode ser inviável ou custoso.
ção de segurança que atua como intermediário entre um O proxy transparente surge como uma alternativa para
computador ou uma rede interna e outra rede, externa nor- estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede
malmente, a internet. Geralmente instalados em servidores não precisam saber de sua existência, dispensando qualquer
potentes por precisarem lidar com um grande número de configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do
solicitações, firewalls deste tipo são opções interessantes cliente para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transpa-
de segurança porque não permitem a comunicação direta rente consegue interceptá-lo e responder adequadamente,
entre origem e destino. como se a comunicação, de fato, fosse direta.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. É válido ressaltar que o proxy transparente também tem
Perceba que em vez de a rede interna se comunicar dire- lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é
tamente com a internet, há um equipamento entre ambos capaz de barrar uma atividade maliciosa, como um mal-
que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o ware enviando dados de uma máquina para a internet; o
proxy e a internet. Observe: proxy transparente, por sua vez, pode não bloquear este
INFORMÁTICA

tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comu-


nicar externamente, o malware teria que ser configurado
para usar o proxy «normal» e isso geralmente não aconte-
ce; no proxy transparente não há esta limitação, portanto,
o acesso aconteceria normalmente.

66
1. Limitações dos firewalls Os antivírus são aplicações de software projetadas como
medida de proteção e segurança para resguardar os da-
dos e o funcionamento de sistemas informáticos caseiros e
empresariais de outras aplicações conhecidas comumente
#FicaDica
como vírus ou malware que tem a função de alterar, pertur-
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que bar ou destruir o correto desempenho dos computadores.
estas variam conforme o tipo de solução e Um programa de proteção de vírus tem um funciona-
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são mento comum que com frequência compara o código de
recursos de segurança bastante importantes, cada arquivo que revisa com uma base de dados de códigos
mas não são perfeitos em todos os sentidos. de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode determinar se
trata de um elemento prejudicial para o sistema. Também
pode reconhecer um comportamento ou padrão de condu-
Seguem abaixo algumas dessas limitações: ta típica de um vírus. Os antivírus podem registrar tanto os
- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas arquivos encontrados dentro do sistema como aqueles que
comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de procuram ingressar ou interagir com o mesmo.
um computador). Esta situação pode gerar mais gas-
tos para uma ampliação de infraestrutura capaz de Como novos vírus são criados de maneira quase cons-
superar o problema; tante, sempre é preciso manter atualizado o programa
- A verificação de políticas tem que ser revista perio- antivírus de maneira de que possa reconhecer as novas
dicamente para não prejudicar o funcionamento de versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em
novos serviços; execução durante todo tempo que o sistema informático
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devi- permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de ar-
damente tratados por proxies já implementados; quivos cada vez que o usuário exija. Normalmente, o an-
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma ati- tivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e
vidade maliciosa que se origina e se destina à rede saída visitados.
interna; Um antivírus pode ser complementado por outros apli-
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma cativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que
atividade maliciosa que acontece por descuido do cumprem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
usuário - quando este acessa um site falso de um Então, antivírus são os programas criados para manter
banco ao clicar em um link de uma mensagem de seu computador seguro, protegendo-o de programas ma-
e-mail, por exemplo; liciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata- de seu computador.
cantes experientes podem tentar descobrir ou explo- Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
rar brechas de segurança em soluções do tipo; colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que usando este mercado para enganar pessoas com falsos
não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário aces- softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu
sar a internet em seu computador a partir de uma computador vulnerável aos ataques.
conexão 3G ( justamente para burlar as restrições da E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado ao
rede, talvez), o firewall não conseguirá interferir. baixar programas de segurança em sites desconhecidos, e di-
vulgue, para que ninguém seja vítima por falta de informação.
2. Sistema antivírus Os vírus que se anexam a arquivos infectam também
todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados.
Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spy- Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes
wares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca pre- e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço consi-
cisou formatar seu computador? derável (que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros,
Os vírus representam um dos maiores problemas para mais inteligentes, se escondem entre os espaços do progra-
usuários de computador. Para poder resolver esses proble- ma original, para não dar a menor pista de sua existência.
mas, as principais desenvolvedoras de softwares criaram o Cada vírus possui um critério para começar o ataque
principal utilitário para o computador, os antivírus, que são propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
programas com o propósito de detectar e eliminar vírus e gados, o micro começa a travar, documentos que não são
outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram
no sistema. mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estragos
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de progra- muito grandes.
mas de software que são implementados sem o consenti- Existe uma variedade enorme de softwares antivírus
INFORMÁTICA

mento (e inclusive conhecimento) do usuário ou proprie- no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o
tário de um computador e que cumprem diversas funções sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos
nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e perda de da- os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles
dos, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e para proteger seu sistema operacional.
propagação para outros computadores.

67
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de Worms (vermes) podem ser interpretados como um
atualização automática. Abaixo há uma lista com os antiví- tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal di-
rus mais conhecidos: ferença entre eles está na forma de propagação: os worms
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - podem se propagar rapidamente para outros computado-
Possui versão de teste. res, seja pela Internet, seja por meio de uma rede local. Ge-
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui ralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o
versão de teste. usuário só nota o problema quando o computador apresen-
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e ta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes
outra gratuita para uso não comercial (com menos funcio- é a gama de possibilidades de propagação. O worm pode
nalidades). capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftwa- serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios ou
re.com.br - Possui versão de teste. qualquer outro meio que permita a contaminação de com-
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedo- putadores (normalmente milhares) em pouco tempo.
res possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não se-
vírus específicos. Geralmente, tais softwares são criados rem necessariamente vírus, estes três nomes também re-
para combater vírus perigosos ou com alto grau de pro- presentam perigo. Spywares são programas que ficam
pagação. «espionando» as atividades dos internautas ou capturam
informações sobre eles. Para contaminar um computador,
os spywares podem vir embutidos em softwares desconhe-
cidos ou serem baixados automaticamente quando o inter-
nauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O
objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram»
navegadores de Internet, principalmente o Internet Explo-
rer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do
browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagan-
Figura 92: Principais antivírus do mercado atual das em pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferra-
mentas no navegador e podem impedir acesso a determi-
2. Tipos de Vírus nados sites (como sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados
Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pra-
(Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem gas são tão perigosas que alguns antivírus podem ser pre-
a invasão de um computador alheio com espantosa faci- parados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso
lidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma ferramen-
militar fabricado pelos gregos espartanos. Um “amigo” vir- ta desenvolvida especialmente para combater aquela pra-
tual presenteia o outro com um “presente de grego”, que ga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar no sistema
seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo o executa, o
operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-s-
programa atua de forma diferente do que era esperado.
pywares conseguem “pegar”.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mí-
Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de
dia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não
correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de
se reproduz e não tem nenhuma comparação com vírus de
computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um
computador, sendo que seu objetivo é totalmente diver-
novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na
so. Deve-se levar em consideração, também, que a maioria
rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a
dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal.
mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar
A expressão “Trojan” deve ser usada, exclusivamente, como
definição para programas que capturam dados sem o co- em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem hoax
nhecimento do usuário. O Cavalo de Tróia é um programa normalmente costuma dizer que a informação partiu de
que se aloca como um arquivo no computador da vítima. uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e que tal
Ele tem o intuito de roubar informações como passwords, vírus poderá danificar a máquina do usuário. Desconsidere
logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no a mensagem.
micro da vítima. Quando a máquina contaminada por um
INFORMÁTICA

Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informa- 3. Política de segurança da Informação
ções contidas no HD visualizadas e capturadas por um in-
truso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Hoje as informações são bens ativos da empresa, ima-
Só quem já esteve dentro de um computador alheio sabe gine uma Universidade perdendo todos os dados dos seus
as possibilidades oferecidas. alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com isso pode-

68
-se dizer que a informação se tornou o ativo mais valio- A disponibilidade é a garantia de que os usuários au-
so das organizações, podendo ser alvo de uma série de torizados obtenham acesso à informação e aos ativos
ameaças com a finalidade de explorar as vulnerabilidades correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/IEC
e causar prejuízos consideráveis. A informação é encarada, 27002:2005). Quando a informação está indisponível para
atualmente, como um dos recursos mais importantes de uma o acesso, ou seja, quando os servidores estão inoperantes
organização, contribuindo decisivamente para a uma maior por conta de ataques e invasões, considera-se um inciden-
ou menor competitividade, por isso é necessária a implemen- te de segurança da informação por quebra de disponibi-
tação de políticas de segurança da informação que busquem lidade. Mesmo as interrupções involuntárias de sistemas,
reduzir as chances de fraudes ou perda de informações. ou seja, não intencionais, configuram quebra de disponi-
A Política de Segurança da Informação é um documento bilidade.
que contém um conjunto de normas, métodos e procedi-
mentos, que obrigatoriamente precisam ser comunicados
TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS PELA
a todos os funcionários, bem como analisado e revisado
criticamente, em intervalos regulares ou quando mudanças
INTERNET.
se fizerem necessárias.
Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor-
mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas para no decorrer da matéria”
a gestão de segurança da informação, na qual podem ser
encontradas as melhores práticas para iniciar, implementar,
CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO
manter e melhorar a gestão de segurança da informação
em uma organização. DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS,
Importante mencionar que conforme a ISO/IEC APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE
27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados INFORMÁTICA.
que representa um ponto de vista, um dado processado é
o que gera uma informação. Um dado não tem valor an-
tes de ser processado, a partir do seu processamento, ele “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
passa a ser considerado uma informação, que pode gerar no decorrer da matéria”
conhecimento, logo, a informação é o conhecimento pro-
duzido como resultado do processamento de dados.
De fato, com o aumento da concorrência de mercado, NOÇÕES DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS
tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em todos DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO.
os níveis. Como resultado deste significante aumento da
interconectividade, a informação está agora exposta a um
crescente número e a uma grande variedade de ameaças e “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
vulnerabilidades. no decorrer da matéria”
Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix),
“segurança da informação é a proteção da informação de
vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do
negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o retor-
no sobre os investimentos e as oportunidades de negócio,
para isso é muito importante a confidencialidade, integri-
dade e a disponibilidade, onde:
A confidencialidade é a garantia de que a informação é
acessível somente por pessoas autorizadas a terem acesso
(NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação seja acessa-
da por uma pessoa não autorizada, intencionalmente ou
não, ocorre a quebra da confidencialidade. A quebra desse
sigilo pode acarretar danos inestimáveis para a empresa ou
até mesmo para uma pessoa física. Um exemplo simples
seria o furto do número e da senha do cartão de crédito,
ou até mesmo, dados da conta bancária de uma pessoa.
A integridade é a garantia da exatidão e completeza da
INFORMÁTICA

informação e dos métodos de processamento (NBR ISO/


IEC 27002:2005) quando a informação é alterada, falsifica-
da ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A integri-
dade é garantida quando se mantém a informação no seu
formato original.

69
6. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
HORA DE PRATICAR! ÁREA 8 – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, acerca
de tecnologias de redes locais.
As redes LANs (local area network) permitem o comparti-
1. (SEDF – PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA – IN- lhamento de recursos e a troca de informações e podem
FORMÁTICA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir, a ser distinguidas de outros tipos de redes pelo seu tamanho,
respeito de banco de dados, organização de arquivos, mé- por sua tecnologia de transmissão e por sua topologia.
todos de acesso e banco de dados textuais.
Sistemas de gerenciamento de banco de dados exigem ( ) CERTO ( ) ERRADO
que as linguagens de definição de dados sejam embutidas
nos programas que manipulam os dados. 7. (EBSERH – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – CESPE –
2018) No que diz respeito às redes LANs e WANs e aos
( ) CERTO ( ) ERRADO protocolos e serviços de redes de computadores, julgue o
item subsecutivo.
Nas redes WANs, o atraso de propagação, definido como a
2. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- distância entre dois roteadores dividida pela velocidade de
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados, propagação, é da ordem de milissegundos.
julgue o item seguinte.
Após um banco de dados ser criado, o administrador exe-
cuta uma série de tarefas para dar permissão de acesso aos ( ) CERTO ( ) ERRADO
usuários que necessitam ler e gravar informações na base
8. (EBSERH – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – CESPE –
de dados. A responsabilidade de gerir os acessos ao ban-
2018) No que diz respeito às redes LANs e WANs e aos
co de dados é do sistema gerenciador de banco de dados
protocolos e serviços de redes de computadores, julgue o
(SGBD). item subsecutivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO A maioria das WANs, por serem redes de longa distância,
não utiliza roteadores conectados entre as linhas de trans-
3. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- missão, uma vez que esses equipamentos são de difícil
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados, configuração e tornam as redes mais lentas.
julgue o item seguinte.
Diferentemente dos bancos de dados transacionais, a mo- ( ) CERTO ( ) ERRADO
delagem de bancos de dados multidimensionais é carac-
terizada pelo uso de tabelas fato e tabelas periféricas, que
armazenam, respectivamente, a transação e as dimensões. 9. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – ANALISTA AD-
MINISTRATIVO – ECONOMIA – SUPERIOR – CESPE –
2018) Ano: 2016; Banca: FCC; Órgão: Prefeitura de Teresina
( ) CERTO ( ) ERRADO - PI; Prova: Técnico de Nível Superior - Analista de Sistemas
Em um Star Schema de um Data Warehouse – DW, a tabela
4. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- Dimensão possui característica
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados,
julgue o item seguinte. a) descritiva dentro do DW. Ela qualifica as informações
As soluções de big data focalizam dados que já existem, provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui carac-
descartam dados não estruturados e disponibilizam os da- terística quantitativa dentro do DW. A partir dela são ex-
dos estruturados. traídas as métricas que são cruzadas com os dados das
Dimensões. Dimensões são ligadas entre si e qualquer
( ) CERTO ( ) ERRADO uma delas se liga diretamente a tabela Fato. Os dados
devem ser normalizados.
5. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – AUDITOR MUNICI- b) quantitativa dentro do DW. Ela quantifica as informa-
PAL DE CONTROLE INTERNO – DESENVOLVIMENTO ções provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui
DE SISTEMAS – CESPE – 2018) A respeito de bancos de característica descritiva dentro do DW. A partir dela são
dados, julgue o item a seguir. extraídas as nomenclaturas que são quantificadas com
os dados das Dimensões. Dimensões são ligadas entre
Um banco de dados é uma coleção de dados que são or-
si. Os dados devem ser desnormalizados.
ganizados de forma randômica, sem significado implícito
c) quantitativa dentro do DW. Ela quantifica as informações
e de tamanho variável, e projetados para atender a uma
INFORMÁTICA

provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui carac-


proposta específica de alta complexidade, de acordo com
terística descritiva dentro do DW. A partir dela são ex-
o interesse dos usuários. traídas as nomenclaturas que são quantificadas com os
dados das Dimensões. Dimensões não são ligadas entre
( ) CERTO ( ) ERRADO si. Os dados devem ser normalizados.

70
d) quantitativa dentro do DW. Ela quantifica as informa- a) OLTP e Data Warehouse.
ções provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui b) OLTP e Staging Area.
característica descritiva dentro do DW. A partir dela são c) Data Mart e Staging Area.
extraídas as nomenclaturas que são quantificadas com d) Staging Area e OLTP.
os dados das Dimensões. Dimensões são ligadas entre e) Staging Area e Data Warehouse.
si. Os dados devem ser normalizados.
e) descritiva dentro do DW. Ela qualifica as informações 12. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZA-
provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui ca- DO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DA-
racterística quantitativa dentro do DW. A partir dela são DOS – SUPERIOR – FCC – 2018) Sobre o processo de ETL,
extraídas as métricas que são cruzadas com os dados aplicado a data warehouse, é correto afirmar que
das Dimensões. Dimensões são ligadas diretamente na
tabela Fato. Outra característica marcante é que os da- a) a fase de extração de dados consiste em obter os dados
dos são desnormalizados. do servidor do data warehouse.
b) a fase de transformação consiste em realizar modifica-
10. (TRT-11ª REGIÃO (AM E RR) – TÉCNICO JUDICIÁ- ções nos dados carregados, adequando seus valores ao
RIO – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – MÉDIO – FCC modelo definido para o data warehouse.
– 2017) Sistemas do tipo I e do tipo II realizam tarefas dife- c) as fases de extração e carga de dados são realizadas de
rentes, porém complementares. O tipo I é adequado para forma simultânea.
atividades como indexação de dados, alocação de custos, d) a fase de carga de dados visa eliminar valores nulos con-
análises de séries temporais e análises “what-if”. Porém, a tidos nos bancos de dados transacionais da empresa.
maioria dos sistemas do tipo I não tem a capacidade de e) a fase de carga de dados consiste em inserir os dados
realizar inferências indutivas, processo que permite chegar transformados nos bancos de dados transacionais da
a conclusões genéricas a partir de exemplos específicos, empresa.
que são uma característica nativa de sistemas do tipo II.
Sistemas do tipo I fornecem uma visão multidimensional 13. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – ANALISTA TEC-
de dados, incluindo suporte a hierarquias. Essa visão de NOLÓGICO – ANALISTA DE SUPORTE TÉCNICO – SU-
dados é uma forma natural de analisar negócios e organi- PERIOR – FCC – 2016) O processo ETL é uma etapa impor-
zações. Sistemas do tipo II, por outro lado, podem ajudar a tante no projeto de um data warehouse. No processo ETL,
detectar tendências, encontrar padrões e relações entre as
informações disponíveis em bancos de dados. Os sistemas a) somente é possível realizar a carga periódica de dados
do tipo II podem encontrar informações ocultas nos dados no data warehouse uma vez a cada semana.
disponíveis, mas é o gestor quem deve atribuir o valor de b) a fase de transformação de dados envolve apenas altera-
cada uma dessas descobertas para a organização. ções nos tipos vindos do ambiente operacional.
Os sistemas do tipo I e II são, correta e respectivamente, c) a fase de extração envolve a leitura de dados do data
warehouse e sua carga posterior nos bancos de dados
a) Data Warehouse e Data Mining. operacionais.
b) Banco de Dados Multidimensional e Banco de Dados d) na fase de transferência de dados são desprezados os
Relacional. puramente literais.
c) Data Mining e Data Warehouse. e) um intervalo possível para a carga periódica de dados no
d) OLAP e Data Mining. data warehouse é de 24 horas.
e) OLAP e Data Warehouse.
14. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZA-
DO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DA-
11. (AL-MS – TÉCNICO DE INFORMÁTICA – MÉDIO –
DOS – SUPERIOR – FCC – 2018) As ferramentas OLAP
FCC – 2016) Considere a figura abaixo. compreendem diversas formas de organização dos dados
de um data warehouse. Dentre tais formas de organização,
no tipo de ferramenta OLAP denominado

a) ROLAP, os cubos pré-calculados são armazenados no


servidor do ambiente de data warehouse.
b) DOLAP, as consultas são feitas diretamente no modelo
dimensional do data warehouse.
c) MOLAP, as consultas são feitas diretamente no modelo
dimensional do data warehouse.
INFORMÁTICA

d) DOLAP, os cubos pré-calculados são armazenados no


servidor do ambiente de data warehouse.
e) MOLAP, os cubos pré-calculados são armazenados no
servidor do ambiente de data warehouse.
No processo de ETL mostrado na figura, I e II correspon-
dem, respectivamente, a

71
15. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS -MA – AUDITOR FIS- 18. (TRT-23ª REGIÃO (MT) – ANALISTA JUDICIÁRIO
CAL DE TRIBUTOS I – TECNOLOGIA DA INFORMA- – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – SUPERIOR – FCC
ÇÃO (TI) – SUPERIOR – FCC – 2018) Para extrair dados – 2018) A modelagem funcional de um sistema pode ser
de fontes de dados heterogêneas que irão alimentar um realizada por meio de DFDs que
Data Warehouse de forma homogênea e concisa, servin-
do de base para gerar relatórios e gráficos para apoiar as a) mostram a organização dos valores no interior dos ob-
decisões da gerência da organização, deve-se utilizar um jetos e a sequência em que ocorrem as interações entre
processo conhecido como os processos.
b) não mostram informações de controle, como o momen-
a) OLAP. to em que os processos são executados, ou decisões en-
b) Data Mart. tre vias alternativas de dados.
c) ETL. c) apresentam os relacionamentos funcionais dos valores
d) OLTP. calculados por um sistema incluindo valores de entrada
e) Data Mining. e saída, mas não inclui valores de depósitos de dados.
d) mostram as classes, atributos, operações e relaciona-
16. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZA- mentos entre os processos e atores do sistema.
DO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DA- e) são compostos por processos, fluxo de dados, entidades
DOS – SUPERIOR – FCC – 2018) Considerando a modela- externas, atributos e métodos.
gem conceitual de bancos de dados relacionais, o objetivo
principal é 19. (ARTESP – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE
TRANSPORTE I – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO –
a) detalhar as estruturas físicas de armazenamento dos da- SUPERIOR – FCC – 2017) Na modelagem de um banco de
dos que irão compor o banco de dados. dados relacional há diversos aspectos a serem considera-
b) descrever as interfaces de acesso externo às estruturas dos. Dentre tais aspectos, é correto afirmar que
internas do banco de dados.
c) descrever conjuntos de entidades representativas dos a) as propriedades descritivas de um conjunto de entidades
dados, bem como os conjuntos de relacionamentos en- são denominadas de atributos.
tre esses conjuntos de entidades. b) conjuntos de relacionamentos não admitem atributos
d) definir o sistema gerenciador de banco de dados que do tipo descritivo.
será utilizado na implementação do banco de dados. c) um conjunto de relacionamentos recursivo liga dois ou
e) otimizar os algoritmos de consulta utilizados no banco mais conjuntos de entidades.
de dados. d) a função exercida por um conjunto de entidades ligado a
um conjunto de relacionamentos denomina-se gatilho.
17. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – TÉCNICO DE NÍ- e) uma modelagem de um banco de dados relacional su-
VEL SUPERIOR – ANALISTA DE SISTEMAS – SUPE- porta um número máximo teórico de conjuntos de enti-
RIOR – FCC – 2016) Durante a modelagem de dados, um dades, não superior a 30.
Analista de Sistema da Prefeitura de Teresina deparou-se
com a situação apresentada na tabela abaixo. 20. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO – SISTEMAS –
Para que haja unicidade de identificação do Departamento, SUPERIOR – FCC – 2018) Um Analista está trabalhando
é necessário que, na modelagem de dados, o em um Data Warehouse − DW que utiliza no centro do
modelo uma única tabela que armazena as métricas e as
a) Órgão seja definido como Entidade Fraca de Departa- chaves para as tabelas ao seu redor (que descrevem os da-
mento, sendo o lado n de um relacionamento de de- dos que estão na tabela central) às quais está ligada. O es-
pendência 1:n. quema de modelagem utilizado pelo DW, a denominação
b) Departamento seja definido como Entidade Fraca de da tabela central e a denominação das tabelas periféricas
Órgão sendo o lado n de um relacionamento de depen- são, respectivamente,
dência 1:n.
c) Departamento seja definido como Entidade Fraca de Ór- a) floco de neve, base, granulares.
gão em um relacionamento de dependência n:m. b) estrela, fato, dimensões.
d) Órgão seja definido como Entidade Fraca de Departa- c) constelação, fato, granulares.
mento em um relacionamento de dependência n:m. d) atomic, base, branches.
e) Órgão e Departamento sejam modelados em um rela- e) anel, base, dimensões.
cionamento n:m não dependente.
INFORMÁTICA

72
21. (AL-MS – TÉCNICO DE INFORMÁTICA – MÉDIO – FCC – 2016) Para responder à questão, considere o modelo
mostrado na imagem abaixo, oriundo de uma situação hipotética:

Após criadas as tabelas Partido e Filiado, foram incluídos, respectivamente, os seguintes registros:

siglaPartido nomePartido cidadeSedePartido


PDT Partido Democrático Trabalhista Brasília
PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro Brasília
PSDB Partido da Social Democracia Brasileira São Paulo

cpfFiliado nomeFiliado emailFiliado siglaPartido


124.179.156-10 André Braga braga@hotmail.com PMDB
147.189.237-18 Marcos Pereira mpereira@hotmail.com PDT
154.496.172-14 Pedro Silva pedro@gmail.com PDT
192.345.176-01 Maria Souza maria@ig.com.br PSDB

Para excluir todos os filiados do PMDB utiliza-se a instrução SQL:


a) DELETE Filiado WHERE siglaPartido=’PMBD’;
b) DELETE * FROM Filiado TO siglaPartido=’PMBD’;
c) DELETE ALL Filiado WHERE siglaPartido=’PMBD’;
d) DELETE * FROM Filiado LIKE siglaPartido=’PMBD’;
e) DELETE FROM Filiado WHERE siglaPartido=’PMDB’;

INFORMÁTICA

73
22. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – OPERAÇÃO DE COMPUTADORES – SUPERIOR – FCC – 2017) Atenção: Para
responder à questão, considere as informações abaixo.
Considere a existência de um banco de dados com as tabelas criadas pelos comandos abaixo.

Para excluir os filiados ao partido PNC utiliza-se a instrução SQL

a) ERASE * FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;


b) DELETE FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;
c) REMOVE * FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;
d) DELETE RECORD FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;
INFORMÁTICA

e) DELETE Filiado WHERE idPartido=’PNC’;

74
23. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZADO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DADOS –
SUPERIOR – FCC – 2018) A linguagem SQL inclui, em seus comandos, a criação e utilização de procedimentos armazena-
dos e de funções, sobre os quais é correto afirmar que

a) uma função comporta vários parâmetros de saída.


b) há um limite no número de funções em cada banco de dados, imposto pela linguagem SQL.
c) uma função pode ser invocada em um comando SQL.
d) procedimentos armazenados são invocados pelo comando GO.
e) procedimentos armazenados não suportam parâmetros de entrada e saída.

24. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZADO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE SISTEMA – SUPERIOR


– FCC – 2018) Para apagar todos os registros da tabela copia_eleitores utiliza-se a instrução SQL

a) DELETE FROM copia_eleitores; ou TRUNCATE * FROM copia_eleitores;


b) DELETE RECORDS copia_eleitores; ou DROP RECORDS FROM copia_eleitores;
c) DELETE * FROM copia_eleitores; ou DELETE RECORDS copia_eleitores;
d) DELETE FROM copia_eleitores; ou DELETE * FROM copia_eleitores;
e) DELETE RECORDS copia_eleitores; ou TRUNCATE TABLE copia_eleitores;

25. (AL-MS – TÉCNICO DE INFORMÁTICA – MÉDIO – FCC – 2016) Para responder à questão, considere o modelo
mostrado na imagem abaixo, oriundo de uma situação hipotética:

Após criadas as tabelas Partido e Filiado, foram incluídos, respectivamente, os seguintes registros:

siglaPartido nomePartido cidadeSedePartido


PDT Partido Democrático Trabalhista Brasília
PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro Brasília
PSDB Partido da Social Democracia Brasileira São Paulo

cpfFiliado nomeFiliado emailFiliado siglaPartido


124.179.156-10 André Braga braga@hotmail.com PMDB
147.189.237-18 Marcos Pereira mpereira@hotmail.com PDT
154.496.172-14 Pedro Silva pedro@gmail.com PDT
192.345.176-01 Maria Souza maria@ig.com.br PSDB

Para passar todos os filiados do PDT para o PMBD utiliza-se a instrução SQL:

a) UPDATE FROM Filiado SET siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;


b) ALTER TABLE Filiado COLUMN siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;
c) ALTER RECORD Filiado SET siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;
INFORMÁTICA

d) UPDATE Filiado COLUMN siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;


e) UPDATE Filiado SET siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;

75
26. (TRT – 11ª REGIÃO (AM E RR) – TÉCNICO JUDI- 28. (TRT - 14ª REGIÃO (RO E AC) - TÉCNICO JUDICIÁ-
CIÁRIO – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – MÉDIO RIO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – MÉDIO - FCC
– FCC – 2017) Um comando SQL, cuja sintaxe é válida no – 2016) Para retirar os privilégios update e insert concedi-
PostgreSQL 9.3, está apresentado em: dos ao usuário Paulo na tabela Clientes utiliza-se, na PL/
SQL do Oracle 11g, a instrução
a) DELETE FROM tabTRT WHERE data processo= “13-AGO-
2013”; a) CONSTRAINT REVOKE update, insert FROM Clientes ON
b) UPDATE trabTRT SETTING mes = 10 INSTEAD mes = 5; Paulo OPTION CASCADE;
c) CREATE TABLE tab2 TRT { id integer, nome texts, salario b) CREATE ROLE update, insert ON Clientes FROM Paulo
numerical}; WITH REVOKE OPTION;
d) INSERT INTO tabTRT DEFAULT VALUES; c) REVOKE update, insert FROM Clientes ON Paulo;
e) SELECT nome1, nome2, nome 3 FROM tab2TRT ORDER d) CREATE ROLE update, insert FROM Clientes ON REVOKE;
e) REVOKE update, insert ON Clientes FROM Paulo;
FOR nome1 AFTER nome2;

27. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – PROGRAMA-


ÇÃO DE SISTEMAS – MÉDIO – FCC – 2017) Considere GABARITO
a situação em que um usuário é solicitado a inserir o nome
de uma cidade através de um formulário em uma aplicação
web. Se ele inserir a cidade ‘Curitiba’, a consulta SQL criada 1 ERRADO
pelo script será: 2 CERTO
SELECT * FROM EleicoesTable WHERE City = ‘Curitiba’
No entanto, suponha que o usuário insira o seguinte: 3 CERTO
‘Curitiba’; drop table EleicoesTable-- 4 ERRADO
Nesse caso, a seguinte consulta SQL é gerada pelo script:
5 ERRADO
SELECT * FROM EleicoesTable WHERE City = ‘Curitiba’;drop
table EleicoesTable-- 6 CERTO
Considerando que o ponto-e-vírgula (;) denota o término 7 CERTO
de uma consulta e o início de outra e que o hífen duplo
(--) indica que o restante da linha atual é um comentário e 8 ERRADO
deve ser ignorado, é correto afirmar: 9 E
10 D
a) Como o código injetado está sintaticamente incorreto,
não será executado pelo servidor de banco de dados. 11 E
b) Mesmo que o código SQL injetado esteja sintaticamente 12 B
correto, a violação será detectada programaticamente.
c) É responsabilidade do servidor de banco de dados vali- 13 E
dar todas as entradas de usuário e verificar o código que 14 E
executa comandos SQL.
15 C
d) Quando essa instrução for executada, o Banco de Dados
selecionará primeiro todos os registros em EleicoesTable 16 C
onde City é Curitiba e, em seguida, descartará Eleicoes- 17 B
Table.
e) Este é um exemplo de como uma aplicação web pode dar 18 B
liberdade ao usuário de atualizar dados em uma base de 19 A
dados, mas somente os programadores, que conhecem
20 B
os nomes e campos das tabelas, conseguem fazer isso.
21 E
22 B
23 C
24 D
25 E
INFORMÁTICA

26 D
27 D
28 E

76
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Documentação; conceituação: ata, atestado, certidão, circular, comunicado, convite, convocação, edital, memorando,
ofício, ordem de serviço, portaria, requerimento;......................................................................................................................................... 01
Da Administração Pública. Administração direta, indireta e fundacional............................................................................................ 17
Noções de administração: conceitos básicos; tipos de organização; estruturas organizacionais; organogramas e fluxo-
gramas; Noções de funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle;................................................. 35
Noções de administração de pessoas;.............................................................................................................................................................. 54
Noções de administração de materiais;..........................................................................................................................................................107
Qualidade no atendimento: comunicação telefônica e formas de atendimento; Noções de liderança, motivação e comu-
nicação;........................................................................................................................................................................................................................108
Noções de arquivologia;.......................................................................................................................................................................................108
Direito Administrativo: Ato Administrativo: conceito, elementos/requisitos, atributos, Convalidação, Discricionariedade e
Vinculação;..................................................................................................................................................................................................................128
Poderes da Administração;...................................................................................................................................................................................133
Noções de Comportamento Organizacional: comunicação, liderança, motivação, grupos, equipes e cultura organizacio-
nal...................................................................................................................................................................................................................................137
Noções de gestão de processos: ferramentas e conceitos.....................................................................................................................137
Licitação - Lei 8.666 – 93 15. Decreto 7.892 - 2013 - Sistema de Registro de Preço....................................................................141
Redação oficial..........................................................................................................................................................................................................147
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uni-
DOCUMENTAÇÃO; CONCEITUAÇÃO: ATA, formidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-
ATESTADO, CERTIDÃO, CIRCULAR, COMU- -se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir
NICADO, CONVITE, CONVOCAÇÃO, EDITAL, uma única interpretação e ser estritamente impessoais e
MEMORANDO, OFÍCIO, ORDEM DE SERVI- uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.
ÇO, PORTARIA, REQUERIMENTO; Nesse quadro, fica claro também que as comunicações
oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um
único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas
comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
Redação oficial é o meio utilizado para o estabeleci- expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjun-
mento de relações de serviço na administração pública e to dos cidadãos ou instituições tratados de forma homo-
corresponde ao modo uniforme de redigir atos normativos gênea (o público).
e comunicações oficiais. Para que se alcance a efetividade Outros procedimentos rotineiros na redação de comu-
dessas relações, são traçadas normas de linguagem e pa- nicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo,
dronização no uso de fórmulas e estética para as comuni- como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês
cações escritas, as quais são revestidas de certas peculiari- de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se,
dades restritas ao meio. por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações ofi-
As comunicações oficiais devem primar pela objetivida- ciais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado
de, transparência, clareza, simplicidade e impessoalidade. da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio
Nesse sentido, a redação oficial, da qual se deve extrair século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou
uma única interpretação, há de procurar ser compreensível a primeira edição deste Manual.
por todo e qualquer cidadão brasileiro. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se bus-
Com esses cuidados, é possível aprimorar um item fun- cou fazer das características específicas da forma oficial de
damental na profissionalização do servidor, na racionaliza- redigir não deve ensejar o entendimento de que se propo-
ção do trabalho e na redução dos custos. nha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- específica de linguagem administrativa, o que coloquial-
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos e mente e pejorativamente se chama burocratês. Este é an-
comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do tes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se
Poder Executivo. caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão
burocrático e de formas arcaicas de construção de frases.
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoa- A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida
lidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, conci- e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica –
são, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe
atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira
37: “A administração pública direta, indireta ou fundacio- diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da cor-
nal, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do respondência particular, etc.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios Apresentadas essas características fundamentais da re-
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade uma delas.
princípios fundamentais de toda administração pública,
claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos 1. A Impessoalidade
atos e comunicações oficiais.
Não se concebe que um ato normativo de qualquer A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c)
dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são alguém que receba essa comunicação. No caso da redação
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publi- aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Ser-
cidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. viço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto
Além de atender à disposição constitucional, a forma relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatá-
dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas rio dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cida-
para sua elaboração que remontam ao período de nossa dãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade – Poderes da União.
estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que
1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número deve ser dado aos assuntos que constam das comunica-
de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática ções oficiais decorre:
foi mantida no período republicano. a) da ausência de impressões individuais de quem co-
munica: embora se trate, por exemplo, de um expe-
diente assinado por Chefe de determinada Seção, é

1
sempre em nome do Serviço Público que é feita a co- rídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário
municação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de
nização, que permite que comunicações elaboradas linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finali-
em diferentes setores da Administração guardem dade com que a empregamos.
entre si certa uniformidade; O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto
cidadão, sempre concebido como público, ou a ou- da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em
tro órgão público. Nos dois casos, temos um destina- que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
tário concebido de forma homogênea e impessoal; emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do
o universo temático das comunicações oficiais se uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de
restringe a questões que dizem respeito ao interesse que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou
público, é natural que não cabe qualquer tom parti- sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idios-
cular ou pessoal. sincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se
Desta forma, não há lugar na redação oficial para im- atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.
pressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a sim-
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, plicidade de expressão, desde que não seja confundida
ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do
isenta da interferência da individualidade que a elabora. padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada,
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais próprios da língua literária.
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
impessoalidade. um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
1.2 A linguagem dos atos e comunicações oficiais haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
A necessidade de empregar determinado nível de lin- sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
guagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-
lado, do próprio caráter público desses atos e comunica- crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser
ções; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui en- evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
tendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcio- situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indis-
namento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em criminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O vocabulário próprio a determinada área, são de difícil en-
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade tendimento por quem não esteja com eles familiarizado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

precípua é a de informar com clareza e objetividade. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comu-
As comunicações que partem dos órgãos públicos fe- nicações encaminhadas a outros órgãos da administração
derais devem ser compreendidas por todo e qualquer ci- e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
dadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. 1.3 Formalidade e padronização
Não há dúvida que um texto marcado por expressões de
circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabu- As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
lares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já
Ressalte-se que há necessariamente uma distância en- mencionadas exigências de impessoalidade e uso do pa-
tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente di- drão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa forma-
nâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de lidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvi-
costumes, e pode eventualmente contar com outros ele- da quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome
mentos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, de tratamento para uma autoridade de certo nível , mais
a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civili-
responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpo- dade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a
ra mais lentamente as transformações, tem maior vocação comunicação.
para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
comunicar. necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a ad-
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes ministração federal é una, é natural que as comunicações
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento
em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter- desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se
minado padrão de linguagem que incorpore expressões atente para todas as características da redação oficial e que
extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer ju- se cuide, ainda, da apresentação dos textos.

2
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para rência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem
dispensáveis para a padronização. sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os
termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os
1.4 Concisão e clareza conceitos específicos que não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pres-
A concisão é antes uma qualidade do que uma carac- sa com que são elaboradas certas comunicações quase
terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à
transmitir um máximo de informações com um mínimo de redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
palavras. Para que se redija com essa qualidade, é funda- “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a
mental que se tenha, além de conhecimento do assunto máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável reper-
sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o cussão no redigir.
texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desne- 1.5 Classificação da correspondência
cessárias de ideias.
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao - Patente
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula - Confidencial ou secreta
de empregar o mínimo de palavras para informar o má-
ximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como A correspondência confidencial ou secreta nunca deve
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar ser aberta, mas sim conduzida diretamente á direção. É
passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em ta- conveniente, contudo, registrar a sua entrada, de preferên-
manho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, cia em livro próprio.
redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já A correspondência particular, como é lógico, também
foi dito. não deve ser aberta, mas sim dirigida aos respectivos des-
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe tinatários.
em todo texto de alguma complexidade: ideias fundamen- A correspondência dita patente, é que vai entrar no cir-
tais e ideias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o cuito de tratamento.
sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem
também ideias secundárias que não acrescentam informa- 1.5.1. Abertura
ção alguma ao texto, nem têm maior relação com as funda-
mentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A abertura da correspondência é importante referir a
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi- forma como se faz e os cuidados a ter para evitar a inutili-
cial, conforme já sublinhado na introdução deste capítu- zação do conteúdo.
lo. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita Antes de se abrir as cartas deve-se colocar o conteúdo
imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza para um dos cantos dos sobrescritos e em seguida abre-se
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente pelas arestas opostas. Isto porque as cartas são normal-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


das demais características da redação oficial. Para ela con- mente mal dobradas e quando são inseridas nos subscritos
correm: ficam, por vezes, coladas no interior.
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de inter-
pretações que poderia decorrer de um tratamento 1.5.2. Registro das entradas
personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de Geralmente esta fase da correspondência concentra-se
entendimento geral e por definição avesso a vocábu- num só departamento. Tiram-se cópias dos originais rece-
los de circulação restrita, como a gíria e o jargão; bidos, para um exemplar ficar no departamento e o outro
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a seguir para o respectivo destino. Mas a tiragem das cópias
imprescindível uniformidade dos textos; não pode ser feita sem antes ser colocado o respectivo carim-
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos bo da entrada contendo a data e o numero da entrada. Nos
linguísticos que nada lhe acrescentam. serviços públicos e nas empresas mas tradicionalistas, utiliza-
-se o Livro de Registo para a correspondência recebida.
É pela correta observação dessas características que
se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável 1.5.3. Distribuição
releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos
oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém A distribuição da correspondência pode ser feita de
principalmente da falta da releitura que torna possível sua diversas formas, mas sempre de forma a poder ser con-
correção. trolada. E, para esse efeito utiliza-se o chamado livro de
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se protocolo. Muitas vezes é utilizada uma guia de remessa de
ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que documentos que os descreve e agrupa por destinos, acom-
nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O panhando-os até á recepção. Ai é assinado um duplicado
domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decor- que comprova a entrega.

3
1.5.4. Resposta ou Arquivo - No caso do registro ser com aviso de recepção, este,
após ser devolvido pelo destinatário com a respectiva as-
Depois de ser lida, a correspondência deve ser conve- sinatura, deve também ser arquivado com a cópia da cor-
nientemente tratada. respondência.
O que significa que: Para se redigir uma boa correspondência, é necessária
Se não for necessário dar sequência ao assunto, a cor- objetividade na exposição do pensamento, é preciso buscar
respondência vai imediatamente para o arquivo, com a de- por clareza, coerência, concisão, nas palavras empregadas,
vida indicação no canto superior esquerdo e a assinatura e assim estabelecer uma melhor relação entre as ideias.
do ordenante;
Se é necessário uma resposta, devem ser feitas as ano- Há vários tipos de correspondência, e cada uma possui
tações necessárias para a sua execução ou, então, se for o suas características, com suas normas e técnicas. O estilo e
caso, o próprio destinatário encarregar-se-á de a escrever. as técnicas aplicadas em correspondências se atualizaram,
tornando-se muito mais complexas. O estilo depende dos
Não esquecer que: conhecimentos dominados pelo redator, e este é aperfei-
Toda a correspondência urgente deve ter uma resposta çoado pelas técnicas, que serão apresentadas ao longo do
imediata; trabalho.
Não se deve adiar a resolução de assuntos pendentes, Em suma, corresponder-se implica um ato de ir até ou-
tornando-os eternamente esquecidos.a execução de uma trem: seja para expor-lhe problemas, alegrias, seja para fa-
carta resposta implica disponibilidade de tempo e dispo- zer-lhe pedidos, convencer, dar-lhe boas ou más notícias.
nibilidade mental. Da habilidade social do remetente virá seu sucesso com o
destinatário. Será preciso conhecer os códigos de compor-
Portanto, a redação da carta deve ser executada por tamento deste para que a mensagem surta efeito.
uma pessoa experiente, de forma a minimizar as perdas de
tempo e conseguir uma boa qualidade de comunicação. 1,5,8, Tipos de Correspondência
A resposta pode ser executada de diversas formas:
Ditado direto, em que o processador de texto executa Quando se fala de correspondência, pensa-se logo em
diretamente o texto que lhe é transmitido; uma simples carta, em mensagem escrita para trata-se de
assuntos íntimos entre pessoas cujas relações são bastante
Ditado indireto, onde o processador de texto executa o
estreitas. Contudo a carta hoje tornou outros rumos, não
texto através de uma minuta, um registro que estenogra-
perdendo suas características especiais. A correspondên-
fou ou um registro gravado.
cia tomou rumos diferentes, em diversas áreas. Pode ser
utilizada no estabelecimento de contatos utilitários, como
1.5.5. Assinatura
os de um industrial e seus compradores, ou os que dizem
respeito à comunicação comercial, bancária, judicial e de
Depois de finalizada a correspondência deve ser de
tantas instituições sociais. Usualmente, divide-se a corres-
novo lida e em seguida assinada. A organização das gran- pondência em:
des empresas implica que o correio e expedição esteja a) Particular: quando é trocada entre pessoas mais ou
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

pronto até determinada hora, de forma a ser levado a des- menos íntimas, sobre assuntos da vida privada, tais
pacho. como notícias do quotidiano, da família, de viagens,
agradecimentos, convites, pêsames. A espécie mais
1.5.6. Registro de saída particular de todas é a chamada carta de amor, onde
se expressam as nuanças do sentimento mais huma-
O registro das saídas também é normalmente feito em no de todos.
livro próprio. Devem ser tiradas cópias aos originais e en- b) Comercial: que inclui toda espécie de cartas e docu-
caminhadas devidamente. mentos ligados a transações comerciais, industriais
e também financeiras, tais como assuntos bancários,
1.5.7. Expedição e Arquivo investimentos, empréstimos, câmbios, etc.
c) Oficial: quando provém de instituições do serviço pú-
Antes da correspondência ser inserida no sobrescrito blico, tanto civis como militares, ou a elas se dirige.
deve-se verificar se: Abrange atos dos poderes legislativo, executivo e
- A carta esta datada e assinada; judiciário, requerimento dos cidadãos, avisos à po-
- Contém o material referido em anexo; pulação, etc.
- O endereço corresponde ao do sobrescrito. E por fim...
- Toda a correspondência que é expedida da empresa Por vezes, é difícil distinguir o tipo de determinadas car-
deve possuir em arquivo a respectiva cópia; tas, quando seu assunto concerne a duas esferas sociais
- Quando a correspondência for registrada, juntamente diversas, como uma carta de um cidadão, solicitando um
com a cópia, deve ser arquivado um exemplar do talão de favor comercial a um amigo pertencente a essa área de
aceitação; atividades. A distinção recomendável é utilizar nas cartas
particulares uma linguagem mais espontânea, mais rica

4
em calor humano (salvo em comunicados impressos, tais crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser
como convites, participações, que serão lidos não só pe- evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
los interessados, mas por outras pessoas fora do círculo de
amizade do remetente), deixando para as cartas comerciais Os atos administrativos são classificados como:
o estilo utilitário, direto, sem apelar para aspectos afetivos,
e para cartas ou documentos oficiais reservar uma formu- 1.6.1. Atos de correspondência
lação impessoal, mais distanciada e formal, que veicule a
mensagem de forma clara, mas sem pessoalizá-la. Dessa Aviso: Comunicação pela qual os titulares de órgãos,
forma, um pedido a um governador de Estado, por exem- entidades e presidentes de comissões da Administração do
plo, sempre se fará mencionando-se o cargo e não fami- Município comunicam ao público assunto de seu interesse
liarmente o “prezado fulano”. e solicitam a sua participação.
Carta: Forma de correspondência por meio da qual os
1.6 Atos Oficiais dirigentes da Administração Municipal se dirigem a perso-
nalidades e entidades públicas e particulares para tratar de
Os atos oficiais são entendidos como atos de caráter assunto oficial.
normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cida- Circular: Correspondência oficial de igual teor, expedida
dãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o por dirigentes de órgãos e entidades e chefes de unidades
que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a administrativas a vários destinatários.
linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes Exposição de Motivos: Correspondência por meio da
oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clare- qual os secretários e autoridades de nível hierárquico equi-
za e objetividade. A necessidade de empregar determinado valente expõem assuntos da Administração Municipal para
nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, serem solucionados por atos do Prefeito.
de um lado, do próprio caráter público desses atos e comu- Quando a exposição de motivos tratar de assuntos que
nicações; de outro, de sua finalidade. envolvam mais de uma Secretaria, esta deverá ser assinada
As comunicações que partem dos órgãos públicos fe- pelos Secretários envolvidos.
derais devem ser compreendidas por todo e qualquer ci- Além do caráter informativo, a exposição de motivos
dadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar pode propor medidas ou submeter projeto de ato norma-
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. tivo à apreciação da autoridade competente.
Não há dúvida que um texto marcado por expressões de Memorando: Correspondência utilizada pelas chefias
circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabu- no âmbito de um mesmo órgão ou entidade para expor
lares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. assuntos referentes a situações administrativas em geral.
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes Pode ser usado no mesmo nível hierárquico ou em nível
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. O mesmo hierárquico diferente.
ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, Mensagem: Instrumento de comunicação oficial do
por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e Prefeito para o Presidente da Câmara Municipal, expondo
concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. sobre matérias que dependem de deliberação da Câma-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


Há consenso de que o padrão culto é aquele em que: ra. A mensagem versa sobre os seguintes assuntos, entre
Observam-se as regras da gramática formal; outros: encaminhamento de projeto de lei complementar
Emprega-se um vocabulário comum ao conjunto dos ou financeira; pedido de autorização para o Prefeito e o
usuários do idioma. Vice-Prefeito se ausentarem do Município por mais de 15
É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do dias; encaminhamento das contas referentes ao exercício
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele anterior; abertura da sessão legislativa; comunicação de
está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáti- sanção de veto.
cas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincra- Ofício: Meio de comunicação utilizado entre dirigentes
sias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a de órgãos e entidades e titulares de unidades da Prefeitura
pretendida compreensão por todos os cidadãos. ou ainda destes para com a Administração Estadual, Fede-
Lembrar-se que o padrão culto nada tem contra a sim- ral e Empresas Privadas.
plicidade de expressão, desde que não seja confundida Telegrama: Forma de correspondência em que são
com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do transmitidas comunicações de absoluta urgência e com re-
padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, duzido número de palavras, uma vez que a sua principal
nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem característica é a síntese.
própria da língua literária. Requerimento – deriva-se do verbo requerer, que, de
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente acordo com seu sentido denotativo, significa solicitar, pe-
um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do dir, estar em busca de algo. E principalmente, que o pedido
padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que seja deferido, ou seja, aprovado.
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-

5
1.6.2. Atos enunciativos cias, define as atribuições de seus dirigentes e indica seus
relacionamentos interno e externo. Os regimentos serão
Apostila: Documento que complementa um ato oficial, postos em vigor por decreto do Prefeito, referendado pelo
em geral ligado à vida funcional dos servidores públicos, titular da Secretaria a que diga respeito o ato.
fixando vantagens pecuniárias, retificando ou alterando Regulamento: Ato que explica a execução de uma lei
nomes ou títulos. ou provê situação ainda não disciplinada por lei. Tem sua
O ato deve ser publicado e registrado no assentamento aprovação por decreto do Prefeito.
funcional. É sempre assinado pelo titular do órgão expe-
didor. 1.6.4. Atos de ajuste
Despacho: Nota escrita pela qual uma autoridade dá
solução a um pedido ou encaminha a outra autoridade pe- Contrato: Acordo bilateral firmado por escrito entre a
dido para que decida sobre o assunto. administração pública e particulares, vislumbrando, de um
O despacho pode ser interlocutório ou decisório: lado, o objeto do acordo, e de outro, a contraprestação
O Interlocutório é breve e baseado em informações ou correspondente (remuneração).
parecer, e consta do corpo do processo (quando houver). Convênio: Acordo firmado por entidades públicas, ou
Em geral é manuscrito e assinado pela autoridade compe- entre estas e organizações particulares, para realização de
tente, podendo, contudo, ser elaborado e assinado por ou- objetivos de interesse comum dos partícipes.
tros servidores desde que lhes seja delegada competência. Termo Aditivo: Ato lavrado para complementar um ato
Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De ordem”. originário - contrato ou convênio - quando verificada a ne-
O decisório defere ou indefere solicitações. cessidade de alteração de uma das condições ajustadas.
Parecer: Manifestação de órgãos ou entidades sobre
assuntos submetidos à sua consideração. É um ato admi- 1.6.5. Atos comprobatórios
nistrativo usado com mais frequência por conselhos, co-
missões, assessorias e equivalentes. Alvará: Documento firmado por autoridade competen-
Relatório: Documento em que se relata ao superior te, certificando, autorizando ou aprovando atos ou direitos.
imediato a execução de trabalhos concernentes a deter- Ata: Documento que registra, com o máximo de fideli-
minados serviços ou a um período relativo ao exercício de dade, o que se passou em uma reunião, sessão pública ou
cargo, função ou desempenho de atribuições. privada, congresso, encontro, convenção e outros eventos,
para comprovação, inclusive legal, das discussões e resolu-
1.6.3. Atos normativos ções havidas.
A ata é lavrada por um secretário, indicado pelos mem-
Decreto: Ato emanado do Poder Público, com força bros da reunião. Sua redação obedece sempre às mesmas
obrigatória, que se destina a assegurar ou promover a or- normas, quer se trate de instituições oficiais ou entidades
dem política, social, jurídica e administrativa. É por meio de particulares. Escreve-se seguidamente, sem rasuras e sem
decretos que o chefe do Governo determina a observância entrelinhas, evitando-se os parágrafos ou espaços em
de regras legais. branco.
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Ordem de Serviço: Ato pelo qual os titulares de Coor- A linguagem utilizada na redação é bastante sumária
denações, Departamentos, Presidentes de Comissões, além e quase sem oportunidade de inovações, exatamente por
de outras autoridades de nível hierárquico equivalente, de- sua característica de simples resumo de fatos. Também, em
terminam providências a serem cumpridas por unidades decorrência disso, os verbos são empregados sempre no
orgânicas e/ou servidores subordinados. tempo passado e, tanto quanto possível, devem ser evitados
Portaria: Ato pelo qual o Prefeito ou os Secretários (por os adjetivos. Os números fundamentais, datas e valores, de
delegação do Prefeito) expedem determinações gerais ou preferência, são escritos por extenso. A redação deve ser fiel,
especiais a seus subordinados; ou designam servidores clara e precisa com relação aos fatos ocorridos, sem que o
para substituições eventuais e execução de atividades. relator emita opinião sobre eles. Registra-se, quando for o
Resolução: Ato emanado de órgãos colegiados, tendo caso, na ata do dia, as retificações feitas à anterior.
como característica fundamental o estabelecimento de Para os erros constatados no momento da redação,
normas, diretrizes e orientações para a consecução dos consoante o tipo de ata, emprega-se a partícula retificativa
objetivos. “digo”. Se forem notados erros após a redação, há o recur-
É válida para assuntos normativos ou de reconhecimen- so da expressão “em tempo”.
to de excepcionalidade. Atestado: Documento em que se comprova um fato e
Edital: Ato de caráter obrigatório, emitido pelos titula- se afirma a existência ou inexistência de uma situação de
res de órgãos e entidades e presidentes de comissões, que direito da qual se tenha conhecimento em favor de alguém.
se destina a fixar condições e prazos para a legitimação de Certidão: Documento oficial onde se transcrevem da-
ato ou fato administrativo, a ser concretizado pela Admi- dos de assentamentos funcionais com absoluta precisão.
nistração Municipal. A certidão deve ser escrita sem abertura de parágrafos,
Regimento: Ato que indica a categoria e a finalidade emendas ou rasuras. Quando houver engano ou omissão,
dos órgãos e entidades, detalha sua estrutura em unida- o certificante o corrigirá com “digo”, colocado imediata-
des organizacionais, especifica as respectivas competên- mente após o erro.

6
Declaração: Documento de manifestação administrati- No que diz respeito à utilização das formas de trata-
va, declaratório da existência ou não de um direito ou de mento e endereçamento, deve-se considerar não apenas
um fato. a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária,
Considera-se correspondência toda e qualquer forma religiosa, etc.), mas também a posição hierárquica do cargo
de comunicação escrita, produzida e destinada a pessoas que ocupa.
jurídicas ou físicas, bem como aquela que se processa entre
órgãos e servidores de uma instituição. 1.7.2. Concordância com os Pronomes de Tratamen-
to
1.7 Aspectos das comunicações oficiais
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa
A redação das comunicações oficiais deve, antes de indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à con-
tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspec- cordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram
tos Gerais da Redação Oficial. Além disso, há características à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala,
específicas de cada tipo de expediente, que serão trata- ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância
das em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o subs-
análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as tantivo que integra a locução como seu núcleo sintático:
modalidades de comunicação oficial: o emprego dos pro- “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência
nomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação conhece o assunto”.
do signatário. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
1.7.1. Pronomes de Tratamento “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ...
vosso...”).
O uso de pronomes e locuções pronominais de trata- Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
mento tem larga tradição na língua portuguesa. De acor- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a
do com Said Ali, após serem incorporados ao português que se refere, e não com o substantivo que compõe a lo-
os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da cução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto
pessoa ou pessoas a quem se dirigia à palavra”, passou- é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve
-se a empregar, como expediente linguístico de distinção e estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está ata-
de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de refada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor:
“Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir Emprego dos Pronomes de Tratamento
que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade emi- Como visto, o emprego destes obedece a secular tradi-
nente da pessoa de categoria superior, e não a ela própria. ção. São de uso consagrado:
Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com o trata- Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
mento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
o tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na a) do Poder Executivo;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, -Presidente da República;
vossa eminência, vossa santidade.” -Vice-Presidente da República;
A partir do final do século XVI, esse modo de tratamen- -Ministros de Estado;
to indireto já estava em voga também para os ocupantes -Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vos- Distrito Federal;
mecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, -Oficiais-Generais das Forças Armadas;
com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que pro- -Embaixadores;
vém o atual emprego de pronomes de tratamento indireto -Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocu-
como forma de dirigirmo-nos às autoridades civis, militares pantes de cargos de natureza especial;
e eclesiásticas. -Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Umas das características do estilo da correspondência -Prefeitos Municipais.
oficial e empresarial é a polidez, entendida como o ajus-
tamento da expressão às normas de educação ou cortesia. b) do Poder Legislativo:
-Deputados Federais e Senadores;
A polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cor- -Ministro do Tribunal de Contas da União;
tesia (“Tenho a honra de encaminhar” e não, simplesmen- -Deputados Estaduais e Distritais;
te, “Encaminho...”; “Tomo a liberdade de sugerir...” em vez -Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
de, simplesmente, “Sugiro...”); no cuidado de evitar frases -Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
agressivas ou ásperas (até uma carta de cobrança pode ter
seu tom amenizado, fazendo-se menção, por exemplo, a c) do Poder Judiciário:
um possível esquecimento...); no emprego adequado das -Ministros dos Tribunais Superiores;
formas de tratamento, dispensando sempre atenção res- -Membros de Tribunais;
peitosa a superiores, colegas e subalternos. -Juízes;

7
d) outros: Auditores da Justiça Militar. tume indevido designar por doutor os bacharéis, especial-
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas mente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais
aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalida-
cargo respectivo: de às comunicações.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, em-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacio- pregada por força da tradição, em comunicações dirigidas
nal, a reitores de universidade.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal
Federal. Corresponde-lhe o vocativo:
As demais autoridades serão tratadas com o voca-
tivo Senhor, seguido do cargo respectivo: Magnífico Reitor,
Senhor Senador,
Senhor Juiz, Agradeço a Vossa Magnificência por (...)
Senhor Ministro,
Senhor Governador, Os pronomes de tratamento e vocativos para religiosos,
No envelope, o endereçamento das comunicações de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá Em comunicações dirigidas ao Papa:
a seguinte forma:
Santíssimo Padre,
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal Rogo a Vossa Santidade que (...)
Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF Em comunicações aos Cardeais:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
A Sua Excelência o Senhor Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Senador Fulano de Tal
Senado Federal Rogo a Vossa Eminência ( Reverendíssima ) que (...)
70.165-900 – Brasília. DF
Em comunicações a Arcebispos e Bispos:
Senhor Ministro, Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Arcebispo /
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) Bispo,
Em comunicações oficiais, ESTÁ ABOLIDO O USO DO
TRATAMENTO DIGNÍSSMO (DD), às autoridades arroladas Rogo a Vossa Excelência Reverendíssima que (...)
na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se
ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua re- Em comunicações a Monsenhores, Côneco e superiores
petida evocação. religiosos:
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Vossa Senhoria é empregado para as demais autorida- Reverendíssimo Senhor Monsenhor / Cônego / Supe-
des e para particulares. O vocativo adequado e o endere- rior religioso
çamento que deve constar no envolope são:
Rogo a Vossa ( Senhoria ) Reverendíssima que (...)
Ao Senhor
Fulano de Tal Em comunicações a Sarcedotes, Clérigos e Demais re-
Rua ABC, no 123 ligiosos:
70.123 – Curitiba. PR Reverendo Sarcedote / Clérigo / Demais religiosos,

Senhor Fulano de Tal, Rogo a Vossa Reverência que (...)

Escrevo a Vossa Senhoria (...) Veja o quadro a seguir, que:


Agrupa as autoridades em universitárias, judiciárias, mi-
Como se depreende do exemplo acima, FICA DISPEN- litares, eclesiásticas, monárquicas e civis;
SADO O EMPREGO DO SUPERLATIVO ILUSTRÍSSIMO para Apresenta os cargos e as respectivas fórmulas de trata-
as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senho- mento (por extenso, abreviatura singular e plural);
ria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de Indica o vocativo correspondente e a forma de ende-
tratamento Senhor. reçamento.
Acrescente-se que DOUTOR NÃO É FORMA DE TRATA-
MENTO, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscrimina-
damente. Como regra geral, empregue-o apenas em co-
municações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. É cos-

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Autoridades Universitárias Cargo ou Função: Outras Patentes
Por Extenso: Vossa Senhoria
Cargo ou Função: Reitores Abreviatura Singular: V.S.ª ou V. Sa.
Por Extenso: Vossa Magnificência ou Vossa Excelência Abreviatura Plural: V.S.as ou V. Sas.
Abreviatura Singular: V. Mag.ª ou V. Maga. ou V. Exa. Vocativo: Senhor + patente
ou V. Ex.ª Endereçamento: Ao Senhor, Nome, Cargo, Endereço.
Abreviatura Plural: V. Mag.asou V. Magas. ou V.Ex.as ou
V.Exas. Autoridades Eclesiásticas
Vocativo: Magnífico Reitor ou Excelentíssimo Senhor
Reitor Cargo ou Função: Arcebispos
Endereçamento: Ao Magnífico Reitor ou Ao Excelentís- Por Extenso: Vossa Excelência Reverendíssima
simo Senhor Reitor, Nome, Cargo, Endereço. Abreviatura Singular: V.Ex.ª Rev.ma ou V. Exa. Revma.
Abreviatura Plural: V.Ex.as Rev.mas ou V. Exas. Revmas.
Cargo ou Função: Vice-Reitores Vocativo: Excelentíssimo Reverendíssimo
Por Extenso: Vossa Excelência Endereçamento: A Sua Excelência Reverendíssima,
Abreviatura Singular: V.Ex.ª, ou V.Exa. Nome, Cargo, Endereço.
Abreviatura Plural: V.Ex.as ou V. Exas.
Vocativo: Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor Cargo ou Função: Bispos
Endereçamento: Ao Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor, Por Extenso: Vossa Excelência Reverendíssima
Nome, Cargo, Endereço. Abreviatura Singular: V.Ex.ª Rev.ma ou V. Exa. Revma.
Abreviatura Plural: V.Ex.as Rev.mas ou V. Exas. Revmas.
Cargo ou Função: Assessores, Pró-Reitores, Diretores, Vocativo: Excelentíssimo Reverendíssimo
Coord. de Depto. Endereçamento: A Sua Excelência Reverendíssima,
Por Extenso: Vossa Senhoria Nome, Cargo, Endereço.
Abreviatura Singular: V.S.ª ou V.Sa.
Abreviatura Plural: V.S.as ou V.Sas. Cargo ou Função: Cardeais
Vocativo: Senhor + cargo Por Extenso: Vossa Eminência ou Vossa Eminência Re-
Endereçamento: Ao Senhor, Nome, Cargo, Endereço. verendíssima
Abreviatura Singular: V.Em.ª, V. Ema. ou V.Em.ª Rev.ma,
Autoridades Judiciárias V. Ema. Revma.
Abreviatura Plural: V.Em.as, V. Emas. ou V.Emas Rev.mas
Cargo ou Função: Auditores, Curadores, Defensores Pú- ou V. Emas. Revmas.
blicos, Desembargadores, Membros de Tribunais, Presiden- Vocativo: Eminentíssimo Reverendíssimo ou Eminentís-
tes de Tribunais, Procuradores, Promotores. simo Senhor Cardeal
Por Extenso: Vossa Senhoria Endereçamento: A Sua Eminência Reverendíssima,
Abreviatura Singular: V.S.ª ou V.Sa. Nome, Cargo, Endereço.

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Abreviatura Plural: V.S.as ou V.Sas. Cargo ou Função: Cônegos
Vocativo: Senhor + cargo Por Extenso: Vossa Reverendíssima
Endereçamento: Ao Excelentíssimo Senhor, Nome, Car- Abreviatura Singular: V. Rev.ma ou V. Revma.
go, Endereço. Abreviatura Plural: V. Rev.mas ou V. Revmas.Revmas.
Vocativo: Reverendíssimo Cônego
Cargo ou Função: Juízes de Direito Endereçamento: Ao Reverendíssimo Cônego, Nome,
Por Extenso: Meritíssimo Juiz ou Vossa Excelência Cargo, Endereço.
Abreviatura Singular: M.Juiz ou V.Ex.ª, V. Exas.
Abreviatura Plural: V.Ex.as Cargo ou Função: Frades
Vocativo: Meritíssimo Senhor Juiz ou Excelentíssimo Se- Por Extenso: Vossa Reverendíssima
nhor Juiz Abreviatura Singular: V. Rev.ma ou V. Revma.
Endereçamento: Ao Meritíssimo Senhor Juiz ou Ao Ex- Abreviatura Plural: V. Rev.mas ou V. Revmas.
celentíssimo Senhor Juiz, Nome, Cargo, Endereço. Vocativo: Reverendíssimo Frade
Endereçamento: Ao Reverendíssimo Frade, Nome, Car-
Autoridades Militares go, Endereço.

Cargo ou Função: Oficiais Generais (até Coronéis) Cargo ou Função: Freiras


Por Extenso: Vossa Excelência Por Extenso: Vossa Reverendíssima
Abreviatura Singular: V.Ex.ª ou V. Exa. Abreviatura Singular: V. Rev.ma ou V. Revma.
Abreviatura Plural: V.Ex.as, ou V. Exas. Abreviatura Plural: V. Rev.mas ou V. Revmas.
Vocativo: Excelentíssimo Senhor Vocativo: Reverendíssimo Irmã
Endereçamento: Ao Excelentíssimo Senhor, Nome, Car- Endereçamento: A Reverendíssima Irmã, Nome, Cargo,
go, Endereço. Endereço.

9
Cargo ou Função: Monsenhores Abreviatura Plural: VV. MM.
Por Extenso: Vossa Reverendíssima Vocativo: Majestade
Abreviatura Singular: V. Rev.ma ou V. Revma. Endereçamento: A Sua Majestade, Nome, Cargo, Ende-
Abreviatura Plural: V. Rev.mas ou V. Revmas. reço.
Vocativo: Reverendíssimo Monsenhor
Endereçamento: Ao Reverendíssimo Monsenhor, Nome, Autoridades Civis
Cargo, Endereço.
Cargo ou Função: Chefe da Casa Civil e da Casa Mi-
Cargo ou Função: Papa litar, Cônsules, Deputados, Embaixadores, Governadores,
Por Extenso: Vossa Santidade Ministros de Estado, Prefeitos, Presidentes da República,
Abreviatura Singular: V.S.. Secretários de Estado, Senadores, Vice-Presidentes de Re-
Vocativo: Santíssimo Padre públicas.
Endereçamento: A Sua Santidade o Papa. Por Extenso: Vossa Excelência
Abreviatura Singular: V.Ex.ª ou V. Exa.
Cargo ou Função: Sacerdotes em geral e pastores Abreviatura Plural: V.Ex.as ou V. Exas.
Por Extenso: Vossa Reverendíssima Vocativo: Excelentíssimo Senhor + Cargo
Abreviatura Singular: V. Rev.ma ou V. Revma. Endereçamento: Ao Excelentíssimo Senhor, Nome, Car-
Abreviatura Plural: V. Rev.mas ou V. Revmas. go, Endereço.
Vocativo: Reverendo Padre/Pastor
Endereçamento: Ao Reverendíssimo Padre/Pastor ou Cargo ou Função: Demais autoridades não contempla-
Ao Reverendo Padre/Pastor, Nome, Cargo, Endereço. das com tratamento específico.
Por Extenso: Vossa Senhoria
Autoridades Monárquicas Abreviatura Singular: V.S.ª ou V. Sa.
Abreviatura Plural: V.S.as ou V. Sas.
Cargo ou Função: Arquiduques Vocativo: Senhor + Cargo
Por Extenso: Vossa Alteza Endereçamento: Ao Senhor, Nome, Cargo, EndereçoFe-
Abreviatura Singular: V.A. chos para Comunicações
Abreviatura Plural: VV. AA.
Vocativo: Sereníssimo + Título O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina-
Endereçamento: A Sua Alteza Real, Nome, Cargo, En- lidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destina-
dereço. tário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados
foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça,
Cargo ou Função: Duques de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de
Por Extenso: Vossa Alteza simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o
Abreviatura Singular: V.A. emprego de somente dois fechos diferentes para todas as
Abreviatura Plural: VV. AA. modalidades de comunicação oficial.
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Vocativo: Sereníssimo + Título


Endereçamento: A Sua Alteza Real, Nome, Cargo, En- a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
dereço. da República:
Respeitosamente,
Cargo ou Função: Imperadores b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
Por Extenso: Vossa Majestade quia inferior:
Abreviatura Singular: V.M. Atenciosamente,
Abreviatura Plural: VV. MM. Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
Vocativo: Majestade das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
Endereçamento: A Sua Majestade, Nome, Cargo, Ende- dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
reço. Redação do Ministério das Relações Exteriores.

Cargo ou Função: Príncipes Identificação do Signatário


Por Extenso: Vossa Alteza Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente
Abreviatura Singular: V.A. da República, todas as demais comunicações oficiais de-
Abreviatura Plural: VV. AA. vem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede,
Vocativo: Sereníssimo + Título abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação
Endereçamento: A Sua Alteza Real, Nome, Cargo, En- deve ser a seguinte:
dereço.
(espaço para assinatura)
Cargo ou Função: Reis Nome
Por Extenso: Vossa Majestade Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Abreviatura Singular: V.M.

10
(espaço para assinatura) Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto
Nome nos casos em que estes estejam organizados em itens ou
Ministro de Estado da Justiça títulos e subtítulos.

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- Já quando se tratar de mero encaminhamento de docu-
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para mentos a estrutura é a seguinte:
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. – introdução:
Se [remessa do documento foi solicitada] então iniciar
O Padrão Ofício com referência ao expediente que solicitou;
O Manual de Redação da Presidência da República lista
três tipos de expediente que, embora tenham finalidades “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991,
diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de
Memorando. A diagramação proposta para esses expe- 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata
dientes é denominada padrão ofício. da requisição do servidor Fulano de Tal.”
Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma dia-
gramação única, que siga o que chamamos de padrão ofí- Caso contrário iniciar informando que o motivo da co-
cio. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; municação é encaminhar documento, indicando a seguir
por ora busquemos as suas semelhanças. os dados do documento encaminhado (tipo, data, origem
ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual
Partes do documento no Padrão Ofício está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

O aviso, o ofício e o memorando devem conter as se- “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa
guintes partes: cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a res-
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do peito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na
órgão que o expede. Ex:: região Nordeste.”
– desenvolvimento: se o autor da comunicação dese-
Mem. 123/2013-MF jar fazer algum comentário a respeito do documento que
Aviso 123/2013-SG encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvi-
Of. 123/2013-MME mento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvol-
vimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com
alinhamento à direita. Ex: f) fecho;
Brasília, 15 de março de 1991.
g) assinatura do autor da comunicação; e
c) assunto: resumo do teor do documento. Ex:

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Assunto: Produtividade do órgão em 2002. h) identificação do signatário.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos compu-
tadores.
1.8 Aviso e ofício
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é
dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser 1.8.1. Definição e Finalidade
incluído também o endereço.
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminha- Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
mento de documentos, o expediente deve conter a praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
seguinte estrutura: o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Esta-
do, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o
– introdução, que se confunde com o parágrafo de ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pe-
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, los órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do
“Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empre- ofício, também com particulares.
gue a forma direta;
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se Forma e Estrutura
o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca
maior clareza à exposição; o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente vírgula.
reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

11
Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi-
Excelentíssimo Senhor Presidente da República dente da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de
Senhor Chefe de Gabinete um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada
por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão,
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as chamada de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura
– endereço postal; Formalmente, a exposição de motivos tem a apresenta-
– telefone e e-mail. ção do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que
acompanha a exposição de motivos que proponha alguma
OBS: Estas informações estão ausentes no memorando medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o
pois trata-se de comunicação interna, destinatário e reme- modelo descrito adiante.
tente possuem o mesmo endereço. No caso do aviso é de A exposição de motivos, de acordo com sua finalida-
um Ministério para outro Ministério, também não precisa de, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para
especificar o endereço. O ofício é enviado para outras ins- aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e ou-
tituições, logo, faz-se necessário as informações do reme- tra para a que proponha alguma medida ou submeta pro-
tente e o endereço do destinatário para que o ofício possa jeto de ato normativo.
ser entregue e o remetente possa receber resposta. No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi-
1.9 Memorando dente da República, sua estrutura segue o modelo antes
referido para opadrão ofício.
O memorando é a modalidade de comunicação entre
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem Já a exposição de motivos que submeta à consideração
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- do Presidente da República a sugestão de alguma medi-
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação da a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato
eminentemente interna. normativo – embora sigam também a estrutura do padrão
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes
pregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a) na introdução: o problema que está a reclamar a ado-
público. ção da medida ou do ato normativo proposto;
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medi-
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- da ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. problema, e eventuais alternativas existentes para equacio-
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- ná-lo;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-
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no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em mada, ou qual ato normativo deve ser editado para solu-
folha de continuação. Esse procedimento permite formar cionar o problema.
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
transparência à tomada de decisões, e permitindo que se Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex-
historie o andamento da matéria tratada no memorando. posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo
com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto no
Forma e Estrutura 4.176, de 28 de março de 2002.
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Mi-
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário nistério ou órgão equivalente) no YYY, de (dia) de (mês)
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: de 20XX.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração 1. Síntese do problema ou da situação que reclama pro-
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos vidências

1.10 Exposição de motivos 2. Soluções e providências contidas no ato normativo


ou na medida proposta
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presi-
dente da República ou ao Vice-Presidente para: 3. Alternativas existentes às medidas propostas
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou Mencionar:
c) submeter a sua consideração projeto de ato norma- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
tivo. se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
outras possibilidades de resolução do problema.

12
4. Custos à demonstração da necessidade da providência pro-
posta: por que deve ser adotada e como resolverá o
Mencionar: problema.
se a despesa decorrente da medida está prevista na lei
orçamentária anual; se não, quais as alternativas para cus- Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal
teá-la; (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readapta-
se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordi- ção, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução,
nário, especial ou suplementar; remoção, exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade,
valor a ser despendido em moeda corrente; aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do
formulário de anexo à exposição de motivos.
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
somente se o ato proposto for medida provisória ou proje- Ressalte-se que:
to de lei que deva tramitar em regime de urgência) – a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurí-
dico não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
Mencionar: – o tamanho dos campos do anexo à exposição de mo-
se a despesa decorrente da medida está prevista na lei tivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor
orçamentária anual; se não, quais as alternativas para cus- extensão dos comentários a serem ali incluídos.
teá-la;
se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordi- Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen-
nário, especial ou suplementar; te que a atenção aos requisitos básicos da redação oficial
valor a ser despendido em moeda corrente; (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padroni-
zação e uso do padrão culto de linguagem) deve ser re-
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato dobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade
ou medida proposta possa vir a tê-lo) de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encami-
7. Alterações propostas nhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo
Texto atual Texto proposto ou em parte.

8. Síntese do parecer do órgão jurídico 1.11 Mensagem
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens envia-
que se complete o exame ou se reformule a proposta. das pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo
O preenchimento obrigatório do anexo para as expo- para informar sobre fato da Administração Pública; expor o
sições de motivos que proponham a adoção de alguma plano de governo por ocasião da abertura de sessão legis-

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medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: lativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que pendem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; en-
se busca resolver; fim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas de interesse dos poderes públicos e da Nação.
do problema e dos efeitos que pode ter a adoção da
medida ou a edição do ato, em consonância com as Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
questões que devem ser analisadas na elaboração de nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias ca-
proposições normativas no âmbito do Poder Execu- berá a redação final.
tivo (v. 10.4.3.). As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos. gresso Nacional têm as seguintes finalidades:

Dessa forma, ao atender às questões que devem ser a) encaminhamento de projeto de lei ordinária,
analisadas na elaboração de atos normativos no complementar ou financeira.
âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de Os projetos de lei ordinária ou complementar são en-
motivos e seu anexo complementam-se e formam viados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de
um todo coeso: no anexo, encontramos uma avalia- urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lem-
ção profunda e direta de toda a situação que está brar que o projeto pode ser encaminhado sob o regi-
a reclamar a adoção de certa providência ou a edi- me normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem,
ção de um ato normativo; o problema a ser enfren- com solicitação de urgência.
tado e suas causas; a solução que se propõe, seus Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem-
efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada
texto da exposição de motivos fica, assim, reservado com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da

13
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos De- O Presidente da República, tradicionalmente, por corte-
putados, para que tenha início sua tramitação (Cons- sia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias,
tituição, art. 64, caput). faz uma comunicação a cada Casa do Congresso,
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen- enviando-lhes mensagens idênticas.
dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça-
mentos anuais e créditos adicionais), as mensagens e) encaminhamento de atos de concessão e renova-
de encaminhamento dirigem-se aos Membros do ção de concessão de emissoras de rádio e TV.
Congresso Nacional, e os respectivos avisos são en- A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Con-
dereçados ao Primeiro Secretário do Senado Fede- gresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da
ral. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
a deliberação congressual sobre as leis financeiras outorga ou renovação da concessão após delibera-
em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma ção do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, §
do regimento comum”. E à frente da Mesa do Con- 3o). Descabe pedir na mensagem a urgência prevista
gresso Nacional está o Presidente do Senado Federal no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do art.
(Constituição, art. 57, § 5o), que comanda as sessões 223 já define o prazo da tramitação.
conjuntas. Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desen- mensagem o correspondente processo administra-
volvido no âmbito do Poder Executivo, que abran- tivo.
ge minucioso exame técnico, jurídico e econômico-
-financeiro das matérias objeto das proposições por f) encaminhamento das contas referentes ao exer-
elas encaminhadas. cício anterior.
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias
órgãos interessados no assunto das proposições, en- após a abertura da sessão legislativa para enviar ao
tre eles o da Advocacia-Geral da União. Mas, na ori- Congresso Nacional as contas referentes ao exercício
gem das propostas, as análises necessárias constam anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e
da exposição de motivos do órgão onde se geraram parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
(v. 3.1. Exposição de Motivos) – exposição que acom- ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Depu-
panhará, por cópia, a mensagem de encaminhamen- tados realizar a tomada de contas (Constituição, art.
to ao Congresso. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do
seu Regimento Interno.
b) encaminhamento de medida provisória.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Cons- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
tituição, o Presidente da República encaminha men- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre
sagem ao Congresso, dirigida a seus membros, com a situação do País e solicitação de providências que
aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
juntando cópia da medida provisória, autenticada O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
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pela Coordenação de Documentação da Presidência Presidência da República. Esta mensagem difere das
da República. demais porque vai encadernada e é distribuída a to-
dos os Congressistas em forma de livro.
c) indicação de autoridades.
As mensagens que submetem ao Senado Federal a in- h) comunicação de sanção (com restituição de au-
dicação de pessoas para ocuparem determinados tógrafos).
cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Mi- Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso
nistros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secre-
Central, Procurador-Geral da República, Chefes de tário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela
Missão Diplomática, etc.) têm em vista que a Cons- se informa o número que tomou a lei e se restituem
tituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos
Casa do Congresso Nacional competência privativa quais o Presidente da República terá aposto o des-
para aprovar a indicação. pacho de sanção.
O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado,
acompanha a mensagem. i) comunicação de veto.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição,
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vi- art. 66, § 1o), a mensagem informa sobre a decisão
ce-Presidente da República se ausentarem do País de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições ve-
por mais de 15 dias. tadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado
Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
49, III, e 83), e a autorização é da competência priva- Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja
tiva do Congresso Nacional. publicação se restringe à notícia do seu envio ao Po-
der Legislativo. (v. 19.6.Veto)

14
j) outras mensagens. 1.12 Telegrama
Também são remetidas ao Legislativo com regular fre-
qüência mensagens com: Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar
– encaminhamento de atos internacionais que acarre- os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de
tam encargos ou compromissos gravosos (Constitui- telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de
ção, art. 49, I); telegrafia, telex, etc.
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos
operações e prestações interestaduais e de exporta- cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restrin-
ção (Constituição, art. 155, § 2o, IV); gir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações que
– proposta de fixação de limites globais para o mon- não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que
tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); a urgência justifique sua utilização e, também em razão de
– pedido de autorização para operações financeiras ex- seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pau-
ternas (Constituição, art. 52, V); e outros. tar-se pela concisão.

Entre as mensagens menos comuns estão as de: Forma e Estrutura


– convocação extraordinária do Congresso Nacional Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e
(Constituição, art. 57, § 6o); a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
– pedido de autorização para exonerar o Procurador- Correios e em seu sítio na Internet.
-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar 1.13 FAX
mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é
paz (Constituição, art. 84, XX); uma forma de comunicação que está sendo menos usada
– justificativa para decretação do estado de defesa ou devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a
de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o); transmissão de mensagens urgentes e para o envio ante-
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio cipado de documentos, de cujo conhecimento há premên-
(Constituição, art. 137); cia, quando não há condições de envio do documento por
– relato das medidas praticadas na vigência do esta- meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue
do de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo posteriormente pela via e na forma de praxe.
único); Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
– proposta de modificação de projetos de leis financei- pia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em
ras (Constituição, art. 166, § 5o); certos modelos, se deteriora rapidamente.
– pedido de autorização para utilizar recursos que fi-
carem sem despesas correspondentes, em decorrência de Forma e Estrutura
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a
anual (Constituição, art. 166, § 8o); estrutura que lhes são inerentes.

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– pedido de autorização para alienar ou conceder ter- É conveniente o envio, juntamente com o documento
ras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário
188, § 1o); etc. com os dados de identificação da mensagem a ser enviada,
conforme exemplo a seguir:
Forma e Estrutura
As mensagens contêm: [Órgão Expedidor]
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, [setor do órgão expedidor]
horizontalmente, no início da margem esquerda: [endereço do órgão expedidor]
Mensagem no Destinatário:____________________________________
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento Remetente: ____________________________________
e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____
da margem esquerda; No de páginas: ________No do documento:____________
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
Observações:___________________________________
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; ________________________________________________________
______________________
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do tex-
to, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com 1.14 Correio eletrônico
a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e
sidente da República, não traz identificação de seu celeridade, transformou-se na principal forma de comuni-
signatário. cação para transmissão de documentos.

15
Forma e Estrutura O memorando é a modalidade de comunicação entre
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô- unidades administrativas de um mesmo órgão, que po-
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma dem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em ní-
rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso vel diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comu-
de linguagem incompatível com uma comunicação oficial nicação eminentemente interna.
(v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). O ERRO da alternativa A é que esses três tipos de ex-
O campo assunto do formulário de correio eletrôni- pedientes se diferenciam antes pela finalidade do que
co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a pela forma.
organização documental tanto do destinatário quanto do
remetente. 2. (UFF – 2017 – COSEAC) O ofício é uma modalidade de
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utili- comunicação oficial expedida por autoridades com a fina-
zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem lidade de:
que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
nimas sobre seu conteúdo. a) comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públi-
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con- cos.
firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar b) tratar assuntos oficiais pelos órgãos da administração
da mensagem pedido de confirmação de recebimento. pública entre si e também com órgãos particulares.
c) comunicação entre unidades administrativas de um mes-
Valor documental mo órgão.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa- d) informar ao Presidente da República ou ao Vice-Presi-
gem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, dente determinado assunto.
para que possa ser aceito como documento original, é ne- e) transmissão de mensagens urgentes, embora seja uma
cessário existir certificação digital que ateste a identidade forma de comunicação que está sendo menos usada de-
do remetente, na forma estabelecida em lei. vido ao desenvolvimento da Internet.

Fonte e texto adaptado de: www.portuguesxconcursos. Resposta: Letra B. Aviso e ofício são modalidades de
com.br/Tino Lopez comunicação oficial praticamente idênticas. A única
diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusi-
vamente por Ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido
EXERCÍCIO COMENTADO para e pelas demais autoridades. Ambos têm como fi-
nalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos
1. (UFT – 2017 - COPESE – UFT) Em relação à redação de da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
documentos oficiais, de acordo com o Manual de Redação também com particulares.
da Presidência da República, é correto afirmar, EXCETO:
3. (MPE/AL 2018 – FGV) Assinale a opção que indica
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

a) O ofício, o aviso e o memorando são tipos de expedien- quando o telegrama, tipo de correspondência oficial, deve
tes que se diferenciam antes pela forma do que pela fi- ser utilizado.
nalidade.
b) Aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Esta- a) Em uma situação de recursos escassos que impede o uso
do, para autoridades de mesma hierarquia. de meios dispendiosos.
c) O aviso e o ofício têm como finalidade o tratamento de b) Em uma situação que exige segurança, por meio da cer-
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública tificação digital.
entre si e, no caso do ofício, também com particulares. c) Em uma situação de urgência, em que não é possível o
d) O memorando é a modalidade de comunicação entre uso de outras correspondências.
unidades administrativas de um mesmo órgão, que po- d) Em uma situação que exige uma forma predeterminada
dem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em ní- de estrutura e de linguagem.
vel diferente. e) Em uma situação que prescinde de uma entrega rápida.

Resposta: “Letra A” Aviso e ofício são modalidades Resposta: Letra C. Por tratar-se de forma de comunica-
de comunicação oficial praticamente idênticas. A única ção dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente
diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusi- superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas
vamente por Ministros de Estado, para autoridades de àquelas situações que não seja possível o uso de correio
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utili-
para e pelas demais autoridades. Ambos têm como fi- zação e, também em razão de seu custo elevado, esta
nalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos forma de comunicação deve pautar-se pela concisão.
da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
também com particulares.

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DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA E FUNDACIONAL.

Organizações são instituições, sejam elas de personalidade jurídica ou física, privada ou pública, onde, pessoas que
compartilham de objetivos em comum, conseguem, através da execução de diversos procedimentos, embasados em pro-
cessos decisórios, atingir um resultado dentro da proposta que originou a criação dessa organização.
São vários os modelos de organização, porém, independente do modelo que possua, todas elas possuem três diferentes
níveis de gestão, conforme veremos na figura a seguir, conforme nos ensina Idalberto Chiavenato.

1.Habilidades gerenciais

Como já sabemos, a organização existe em função de um objetivo e, para que esse objetivo seja desenvolvido de fato,
precisamos nos ater à questão dos níveis de hierarquia e às competências e habilidades gerencias, de que forma isso é
representado na teoria, na prática e no comportamento individual de cada profissional envolvido na administração.

Para compreender a habilidade ideal para cada situação a dividimos em três classes:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

1.1. Níveis Hierárquicos

Conforme a figura acima nos mostra, existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de uma organização, que são
divididos em:

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Essa divisão precisa ser o mais clara e definida possível dentro da organização, de forma que cada um tenha pleno co-
nhecimento do seu papel e responsabilidade, desenvolvendo suas competências de forma eficaz e alinhada.

Com base nos três níveis acima citados, veremos a seguir um quadro demonstrativo descritivo e relacional desses níveis.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
 Unidade, Departa-
Abrangência  Instituição  Setor, Equipe
mento
 Presidência, Alto
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Área  Diretoria, Gerência  Coordenação, Líder Técnico


Comitê
Perfil  Visão, Liderança  Experiência, Eficácia  Técnica, Iniciativa
Horizonte  Longo Prazo  Médio Prazo  Curto Prazo
Foco  Destino  Caminho  Passos
 Planos de ação, pro-
Diretrizes  Visão, Objetivo  Processos, atividades
jetos
 Abrangente, Ge-
Conteúdo  Amplo, mas sintético  Específico, Analítico
nérico
 Determinar, Defi-  Executar, manter, Controlar,
Ações  Projetar, Gerenciar
nir, orientar analisar
 Painel de Contro-
Software  Planilha  Aplicações específicas
le
Fonte: Marcio D’Ávila

1.1.1. As Principais Habilidades Gerenciais são:

• Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias atividades
e as do seu grupo, estabelecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia.
• Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências disponíveis.

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• Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se ex- • » Saber ouvir;
pressar verbalmente com bons resultados em situa- • » Auto motivação;
ções individuais e grupais, apresentando suas ideias • » Auto controle;
e fatos de forma clara e convincente. • » Dar e receber feedback;
• Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de sa- • » Resolução de problemas;
ber expressar suas ideias clara e objetivamente por • » Determinação;
escrito. • » Proatividade;
• Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de • » Honestidade e ética nos negócios, etc.
organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir
seus ouvintes a aceitá-las. Conhecimento (Saber Fazer)
• Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de O conhecimento é essencial para a realização dos pro-
captar informações relevantes, a partir das comuni- cessos da organização. De acordo com o nível de conheci-
cações orais de seus colaboradores e superiores. mento de um gerente, existe o essencial, aquele que todo
• Motivação: Importância do trabalho na satisfação profissional deve saber, como dominar os procedimentos,
pessoal e desejo de realização no trabalho. conceitos, informações necessários ao funcionamento da
• Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa im- empresa. E, aquele mais específico, em que é necessário
pressão, captar atenção e respeito, adquirir confian- analisar os indivíduos e o contexto de trabalho.
ça e conseguir reconhecimento pessoal.
• Energia: É a capacidade gerencial de atingir um alto Habilidades (Saber como Fazer)
nível de atividade (Garra). Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma,
• Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o gru- ele se torna uma habilidade. O conceito de habilidade é
po a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um obje- variado. De acordo com alguns autores, para que um ad-
tivo específico. ministrador possa conquistar uma posição de destaque,
bem como saber administrar, defini-se a existência das se-
Para alguns autores, podemos resumir as habilidades
guintes habilidades:
necessárias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na
» Técnicas - funções especializadas e ligadas ao traba-
administração em:
lho operacional;
» Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter
1. Conhecimento – Estar a par das informações neces-
visão da empresa como um todo;
sárias para poder desempenhar com eficácia as suas
» Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo um
funções.
líder eficaz e eficiente.
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em:
1.2 Estrutura organizacional
• Técnicas (Funções especializadas)
• Administrativas (compreender os objetivos organiza- Falar em estrutura organizacional é falar da forma
como as atividades e os recursos (de todos os tipos) se-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


cionais)
• Conceituais (compreender a totalidade) rão organizados para atingir o objetivo da organização, ou
• Humanas (Relações Humanas), Políticas (Negocia- seja, a forma como serão alocados os recursos financeiros,
ção). materiais, humanos e todos os demais, dentro da divisão
de tarefas, departamentos e cargos.
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário e De acordo com Chiavenato a estrutura garante a tota-
colocar em prática, fazer acontecer. Maneira de agir, lidade de um sistema e permite sua integridade, assim são
ponto de referência para a compreensão da realida- as organizações, diversos órgãos agrupados hierarquica-
de. mente, os sistemas de responsabilidade, sistemas de au-
toridade e os sistemas de comunicações são componentes
1.2. As três dimensões da competência estruturais.
Existem vários modelos de organização e, essas, vários
As competências são formadas por três dimensões: ati- níveis de influência, podendo esses níveis ser estratégicos
tude, conhecimento e habilidade. Cada dimensão é inde- ou táticos, sendo ambos deveramente importantes para a
pendente, mas ambas estão interligadas. Ele afirma ainda manutenção do controle organizacional.
que o desenvolvimento das competências está na aprendi- As Organizações formais possuem uma estrutura hie-
zagem individual e coletiva. (Tommas Durand) rárquica com suas regras e seus padrões, onde, através de
seus organogramas, apresentam uma estrutura definida e
Atitude (Querer Fazer) dimensionada, facilitando a autonomia interna, agilizando
Ter atitude e ações é fazer acontecer. São competên- o processo de desenvolvimento de produtos e serviços.
cias que permitem as pessoas interpretarem e julgarem a Elas apresentam cinco características básicas, a saber: di-
realidade e a si próprias. Na área gerencial veja algumas visão do trabalho, especialização, hierarquia, amplitu-
atitudes que se destacam: de administrativa e racionalismo da organização formal.

19
Para atender a essas características que mudam de acordo com as organizações, a organização formal pode ser estruturada
por meio de três tipos: linear, funcional e linha-staff, de acordo com os autores clássicos e neoclássicos”.
As organizações fazem uso do organograma que melhor representa sua realidade e, dentro de qualquer organograma,
considerar as diversidades de informações é muito importante, é preciso estar atento para sua relevância na tomada de
decisões. É necessário avaliar a qualidade da informação e saber aplicar em momentos oportunos.
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que se definir qual informação e como ela vai ser mantida no
sistema, deve haver um estudo no organograma da empresa verificando assim quais os dados e quais os campos vão ser
necessários para essa implantação.  Cada empresa tem suas características e suas necessidades, e o sistema de informação
se adéqua a organização e aos seus propósitos.
Outro aspecto relevante na estrutura organizacional são as pessoas, tanto que, ao analisar a teoria das necessidades
de Maslow, observamos que as pessoas são sujeitos presentes em todos os níveis; conforme demonstrado na teoria, em
primeiro na base da pirâmide vem às necessidades fisiológicas, como: fome, sede sono, sexo, depois ele nomeia segurança
como o segundo item mais importante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois necessidades afetivo sociais,
como pertencer a um grupo, ter amigos, família; necessidades de status e estima, aqui podemos dar como exemplo a
necessidade das pessoas em ter reconhecimento, por seu trabalho por seu empenho, no topo Maslow colocou as necessi-
dades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades.
O raciocínio de Viktor Frankl “vontade de sentido”  também é  coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a
pirâmide de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequencial, de acordo com ele, o que nos move é aquilo que
faz com que nossa vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma aleatória, são nossas motivações que nos
levam a agir. Os colaboradores são estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam mais tempo nas atividades em
que estão motivados. Sendo assim um funcionário trabalhando em uma determinada tarefa, pode sentir autorrealização
sem necessariamente ter passado por todas as escalas da piramide. Mas o que é realização para um, não é realização para
todas as pessoas. O ser humano é insaciável, quando realiza algo que desejou intensamente, logo cobiçara outras coisas.
Posto isto, concluímos que o comportamento das pessoas nas organizações afetam diretamente na imagem, no sucesso
ou insucesso da mesma, o comportamento dos colaboradores refletem seu desempenho.
Outro elemento presente na estrutura organizacional é o líder.
Esses são importantes no processo de sobrevivência no mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de
exercer, função, tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo grupo.
Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir conquistar e conhecer as pessoas, ter habilidades e intercalar
objetivos pessoais e organizacionais.
A definição de como será a relação entre as linhas diretivas e a equipe pode causar impactos nos resultados obtidos pela
organização, por exemplo, no processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os colaboradores tra-
vados, sem poder de opinião, enquanto no processo de descentralização existe maior estimulo por parte dos funcionários,
podendo opinar eles se sentem parte ativa da empresa.

Como vimos, a estrutura organizacional é uma composição de vários elementos e aspectos que, ao serem colocados
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em prática, pode proporcionar um processo mais adequado de administração, através de resultados como vemos abaixo:
 Clareza na identificação de tarefas
 Melhor gestão do tempo e de recursos
 Alinhamento entre objetivos e desempenho
 Melhor clima organizacional

Benefícios de uma estrutura adequada.

Identificação das tarefas necessárias;



Organização das funções e responsabilidades;

Informações, recursos, e feedback aos empregados;

Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;

Condições motivadoras.

20
1.3 Estrutura formal e informal

Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal.

1.3.1. Elaboração da estrutura organizacional

Não é estática.

É representada graficamente pelo organograma.

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É dinâmica.

Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais.

(Delinear = Criar, aprimorar).

Deve ser planejada.

O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos:

Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas.



Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou

grupos.
Proporcionar aos empregados de todos os níveis:

Informação.

Recursos para o trabalho

Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas

Motivação

21
1.3.2. Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura organizacional.

1.3.3. Componentes da estrutura organizacional


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1.3.4. Condicionantes da estrutura organizacional

Destacamos ainda, sobre a implantação da estrutura organizacional, que três aspectos devem ser considerados, quais
sejam:

A mudança na estrutura organizacional.



O processo de implantação; e

As resistências que podem ocorrer.

Para atender as características do mundo moderno, as tendências organizacionais atuais se caracterizam por: 

Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierárquicos).



Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe está sendo substituída pelo relacionamento horizontal em

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direção ao cliente).
Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.

Ênfase nas equipes de trabalho.

Organizações estruturadas sobre unidades autônomas e autossuficientes, com metas e resultados a alcançar.

Info-estrutura (permite uma organização integrada sem necessariamente estar concentrada em um único local).

Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas do que com o comportamento variado das pessoas.

Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e terceirização visando reorientar a organização para aquilo que

ela foi criada).
As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra para serem fornecedoras de conhecimentos capazes de

agregar valor ao negócio.

1.4 Tipos de organização

Podemos classificar organizações em tradicionais e contemporâneas e veremos abaixo os principais modelos.


Dentre as Estruturas Tradicionais temos as Organizações Linear, Funcional e Linha Staff conforme veremos abaixo.

ORGANIZAÇÃO LINEAR: A denominação “linear” indica que entre o superior e os subordinados existem linhas diretas
e únicas de autoridade e de responsabilidade

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ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL: nesse tipo de organização aplica-se o princípio funcional ou princípio da especialização
das funções para cada tarefa.
Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do staff
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ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF: resulta da combinação dos tipos linear e funcional, objetivando equilibrar o melhor dos
dois e corrigir desvantagens apresentadas por eles.

É hoje o tipo organizacional mais adotado.


Na organização linha-staff temos dois órgãos distintos: órgão de execução (linha) e órgão de apoio (staff).

Principais Funções do Staff


 Serviços: atividades especializadas como: compras, pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabilidade, etc.
Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organização e métodos etc.

 Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada atividade ou processo.
 Planejamento e controle: planejamento e controle orçamentário, controle de qualidade etc.

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Já no conceito de Estruturas Contemporâneas temos as estruturas matriciais e as estruturas com base em projetos.

ESTRUTURA COM BASE EM PROJETOS - advém de desenvolvimento de projeto com um grupo de atividades com tem-
po de duração pré-definido e profissional contratados especificamente para cada projeto.
Utilizado quando:
 Existem muitas pessoas/organizações interdependentes;
 Planos sujeitos a mudanças;
 Dificuldade de prognósticos;
 Exigência do cliente e
 Estrutura organizacional rígida.
 Para montar uma estrutura com base em projetos, a empresa precisa:
 Definir as funções do projeto;
 Montar a estrutura organizacional (organograma do projeto);
 Definir as atribuições das funções (responsabilidades e autoridades) e
 Alocar pessoal.

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ORGANIZAÇÃO MATRICIAL: tipo de estrutura mista, indicada para organizações que desenvolvem projetos mas que
também adotam as estruturas divisional, funcional, staff entre outras, fazendo uso de diversas tecnologias.

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1.5 Tipos de departamentalização

Departamentalização: Trata-se da divisão do trabalho por especialização dentro da estrutura organizacional da empresa.
É o agrupamento de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondente recursos
(humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais.
A forma de departamentalizar deve corresponder à configuração que a organização pretende trabalhar, podendo esta
adotar mais de uma forma de departamentalização.

1.5.1. Departamentalização por funções


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1.5.2. Departamentalização por produto

1.5.3. Departamentalização territorial

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Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exige coordenação e con-
trole da administração de cúpula em cada região.

1.5.4. Departamentalização por cliente

1.5.5. Departamentalização por processo ou equipamento


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1.5.6. Departamentalização por projeto

1.5.7. Departamentalização de matriz

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1.5.8. Departamentalização mista

É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade organizacional.

A melhor forma de departamentalizar

Para evitar problemas na hora de decidir como departamentalizar, pode-se seguir certos princípios:

Princípio do maior uso – o departamento que faz maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.

Principio do maior interesse – o departamento que tem maior interesse pela atividade deve supervisiona-la.

Principio da separação e do controle – As atividades do controle devem estar separadas das atividades controladas.

Principio da supressão da concorrência – Eliminar a concorrência entre departamentos, agrupando atividades corre-

latas no mesmo departamento.

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Outro critério básico para departamentalização está ba-  a.1) Órgãos Públicos.
seado na diferenciação e na integração, são: Órgãos Públicos são centros de competência instituí-
dos para o desempenho de funções estatais através
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ativida- de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa
des diferentes devem ficar em departamentos separados. jurídica a que pertencem.
A diferenciação ocorre quando: Características dos Órgãos:
• não tem personalidade jurídica;
O fator humano é diferente • expressa a vontade da entidade a que pertence
A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes (União, Estado, Município);
Os ambientes externos são diferentes, • é meio instrumento de ação destas pessoas jurí-
Os objetivos e as estratégias são diferentes. dicas;
• dotado de competência, que é distribuída por seus
Integração – Quanto mais atividades trabalham inte- cargos.
gradas, maior razão para ficarem no mesmo departamento.
O Fator de integração é: Necessidade de coordenação.  a.2) Administração Direta Federal
A Administração direta Federal é dirigida por um órgão
1.6 - Organização administrativa: independente, supremo e unipessoal, que é a Presi-
dência da República, e por órgãos autônomos tam-
A compreensão da administração pública se faz em dois bém, unipessoais, que são os Ministérios, aos quais
aspectos: se subordinam ou se vinculam os demais órgãos e
entidades descentralizadas.
Sentido subjetivo: inclui as atividades destinadas à sa-
tisfação do interesse público (exceto as legislativas e judi-  a.3) Administração Direta Estadual
ciais): serviços públicos, poder de polícia, fomento e inter- A Administração direta Estadual acha-se estruturada
venção direta na economia em simetria com a Administração Federal, atenta ao
Sentido Objetivo: conjunto de unidades administrati- mandamento constitucional de observância aos prin-
vas, dotadas ou não de personalidade jurídica que têm por cípios estabelecidos na mesma, pelos Estados-mem-
finalidade executar as atividades acima referidas. bros, e às normas complementares, relativamente ao
atendimento dos princípios fundamentais adotados
O Estado, para realizar a sua função administrativa, pela Reforma Administrativa.
pode organizar-se administrativamente da forma e modo
que melhor lhe aprouver, sujeito apenas às limitações e  a.4) Administração Direta Municipal
princípios constitucionais. A administração direta municipal é dirigida pelo Pre-
No Brasil, a organização administrativa se dá através da feito, que, unipessoalmente, comanda, supervisiona
Administração Direta e da Administração Indireta, poden- e coordena os serviços de peculiar interesse do Mu-
do realizar sua função de forma centralizada, descentraliza- nicípio, auxiliado por Secretários municipais, sendo
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da, concentrada ou desconcentrada. permitida, ainda, a criação de autarquias e entidades


estatais visando à descentralização administrativa.
Veremos agora como se dá a organização administrati-
va no âmbito da União e, na sequencia, as formas de reali-  a.5) Administração Direta do Distrito Federal.
zar a função administrativa. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências le-
gislativas reservadas aos Estados e Municípios; en-
ADM DIRETA: composta de órgãos públicos desperso- tretanto, não é nenhum nem outro, constituindo
nalizados uma entidade estatal anômala, ainda que, se asse-
ADM INDIRETA: composta de entidades jurídicas do- melhe mais ao Estado, pois tem Poderes Legislativo,
tadas de personalidade jurídica própria. Judiciário e Executivo próprios. Pode ainda, organizar
seu sistema de ensino, instituir o regime jurídico úni-
a) Administração Direta co e planos de carreira de seus servidores, arrecadar
A Administração Pública, não é propriamente consti- seus tributos e realizar os serviços públicos de sua
tuída de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço do competência.
Estado, na gestão de bens e interesses qualificados
da comunidade, o que nos permite concluir que no b) Administração Indireta
âmbito federal, a Administração direta é o conjun- A Administração indireta é o conjunto de entes (per-
to dos órgãos integrados na estrutura administra- sonalizados) que, vinculados a um Ministério, prestam
tiva da União. serviços públicos ou de interesse público.
A Administração Indireta, via de regra, possui, somente,
Administração Direta possui poderes políticos e ad- poderes administrativos, eis que não lhe cabe, em tese, for-
ministrativos, eis que é responsável pela formulação de mular políticas públicas. O Banco Central é uma exceção
políticas públicas. a essa regra.

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educacionais, previdenciárias e quaisquer outras ou-
FIQUE ATENTO! torgadas pela entidade estatal-matriz, mas sem su-
A expressão “Administração Indireta”, que bordinação hierárquica, sujeitas apenas ao controle
doutrinariamente deveria coincidir com “Ad- finalístico de sua administração e da conduta de seus
ministração Descentralizada”, dela se afasta dirigentes.
parcialmente. Por isto, ficaram fora da catego-
rização como Administração indireta os casos b.1.2) Fundações Públicas
em que a atividade administrativa é prestada São pessoas jurídicas de direito público, com caracte-
por particulares, “concessionários de serviços rísticas patrimoniais, criadas mediante autorização
públicos”, ou por “delegados de função ou ofí- legal para desenvolver atividades que não sejam,
cio público”. obrigatoriamente, típicas do Estado.

Características:
Em síntese, a administração federal compreende:  Equiparam-se às autarquias;
I – a administração direta, que se constitui dos serviços  Têm persona lida de jurídica de direito público;
integrados na estrutura administrativa da Presidên-  Base patrimonial.
cia da República e dos Ministérios;
II – a administração indireta, que compreende as se- O posicionamento das Fundações Públicas sempre foi
guintes categorias de entidades, dotadas de perso- variado. Hoje, com o advento da CF/88, foi encerrada essa
nalidade jurídica própria: dubiedade de posicionamento quando determina que a
a) autarquias; Fundação Pública é submetida ao regime da administração
b) fundações públicas; indireta.
c) agências reguladoras; As Fundações Públicas foram equiparadas às Autar-
d) agências executivas; quias. Possuem personalidade jurídica de direito público.
e) empresas públicas; e Hoje, não mais existe justificativa para se manter a dife-
f) sociedades de economia mista. rença entre as Fundações e as Autarquias.

Todas as entidades da administração indireta estão su- b.1.3) Agências Reguladoras


jeitas: São autarquias especiais, assim consideradas por serem
destinadas a realizar regulação e fiscalização sobre
- à necessidade da lei, para a sua criação; as atividades das concessionárias de serviços públi-
aos princípios da administração pública; cos. Ex: ANATEL, ANEEL, ANA, etc.
- à exigência de concurso público para admissão do seu
pessoal; e b.1.4) Agências Executivas
- à licitação para suas contratações. São pessoas jurídicas de direito público, galgadas a essa
qualificação por apresentarem um planejamento es-

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- A autarquia tratégico para melhora na prestação de serviços pú-
- As Empresas Públicas, as Sociedades de economia blicos e no emprego de recursos públicos.
mista e as Fundações Firmam com o Estado um contrato de gestão, pelo qual
- Subsidiárias das referidas entidades se comprometem a atingir metas pré-estabelecidas. Caso
não as atinja, podem vir a perder a qualificação conseguida.
São todas criadas através de Lei. As Agências Executivas são autarquias que vão desem-
penhar atividades de execução na administração pública,
b.1) Pessoas Jurídicas de Direito Público desfrutando de autonomia decorrente de contrato de ges-
b.1.1) Autarquias tão. É necessário um decreto do Presidente da República,
Entidades autárquicas são pessoas jurídicas de Direito reconhecendo a autarquia como Agência Executiva. Ex.:
Público, de natureza meramente administrativa, cria- INMETRO.
das por lei específica, para a realização de atividades,
obras ou serviços descentralizados da entidade esta- b.2) Pessoas Jurídicas de direito privado criadas pelo Es-
tal que as criou (desempenham atividade típica da tado
entidade estatal que a criou). b.2.1) Empresas Públicas
As autarquias são criadas para desempenharem ativida- Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Pri-
des típicas da administração pública e não atividades vado criadas por lei específica, com capital exclusiva-
econômicas. O nosso direito positivo limitou o seu mente público, para realizar atividades de interesse
desempenho desde o Decreto-Lei 200. da Administração instituidora nos moldes da iniciati-
Funcionam e operam na forma estabelecida na lei insti- va particular, podendo revestir qualquer forma e or-
tuidora e nos termos de seu regulamento. As autar- ganização empresarial. Ex: ECT, CEF, CAESB, etc.
quias podem desempenhar atividades econômicas,

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O que caracteriza a empresa pública é seu capital exclusivamente público, de uma só ou de várias entidades, mas sempre
capital público. Sua personalidade é de Direito Privado e suas atividades se regem pelos preceitos comerciais. É uma empresa,
mas uma empresa estatal por excelência, constituída, organizada e controlada pelo Poder Público.
Difere da autarquia e da fundação pública por ser de personalidade privada e não ostentar qualquer parcela de poder
público; distingue-se da sociedade de economia mista por não admitir a participação do capital particular.
Qualquer das entidades políticas pode criar empresa pública, desde que o faça por lei específica (CF, art. 37, IX); a empresa pú-
blica pode ter forma societária econômica convencional ou especial; tanto é apta para realizar atividade econômica como qualquer
outra da competência da entidade estatal instituidora; quando explorar atividade econômica, deverá operar sob as normas aplicá-
veis às empresas privadas, sem privilégios estatais; em qualquer hipótese, o regime de seu pessoal é o da legislação do trabalho.
O patrimônio da empresa pública, embora público por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na forma regu-
lamentar ou estatutária, independentemente de autorização legislativa especial, porque tal autorização está implícita na lei
instituidora da entidade. Daí decorre que todo o seu patrimônio bens e rendas - serve para garantir empréstimos e obriga-
ções resultantes de suas atividades, sujeitando-se a execução pelos débitos da empresa, no mesmo plano dos negócios da
iniciativa privada, pois, sem essa igualdade obrigacional e executiva, seus contratos e títulos de crédito não teriam aceitação
e liquidez na área empresarial, nem cumpririam o preceito igualizador do § 1º do art. 173 da CF.

b.2.1) Sociedades de Economia Mista


As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, com participação do Poder Público e de
particulares no seu capital e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de interesse
coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. EX: BB, PETROBRÁS, etc.
O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço público ou de utilidade pública como uma ativi-
dade econômica empresarial.
A forma usual de sociedade de economia mista tem sido a anônima, obrigatória para a União mas não para as demais
entidades estatais.
Na extinção da sociedade, seu patrimônio, por ser público, reincorpora-se no da entidade estatal que a instituíra.
A sociedade de economia mista não está sujeita a falência, mas seus bens são penhoráveis e executáveis e a entidade
pública que a instituiu responde, subsidiariamente, pelas suas obrigações.

b.2.2) Fundações de Direito Privado criadas pelo Estado


São pessoas jurídicas governamentais de direito privado, sem fins lucrativos, com características patrimoniais, destina-
das, não obrigatoriamente a desenvolver atividades ti picas do Estado. Ex: Fundação Getúlio Vargas; IBGE.

Vejamos agora as formas de realização da função administrativa: “descentralização”, “centralização”, “concentração” e


“desconcentração
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#FicaDica
Não confunda DESCENTRALIZAÇÃO com DESCONCENTRAÇÃO.

Analisemos: Ambas representam formas de distribuição de competências, porém, com aspectos distintos:

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (TCE/PB – 2018 - CESPE) Entre as características das organizações formais modernas destacam-se a

a) resistência às mudanças, o individualismo e a relação de antagonismo.


b) flexibilidade nas atribuições e responsabilidades, o racionalismo e a amplitude administrativa.
c) relação de coesão, a especialização e a colaboração espontânea.
d) divisão do trabalho, a especialização e as regras implícitas.
e) hierarquia, o racionalismo e a especialização.

Resposta: “Letra E” Como visto em nosso conteúdo, as organizações formais (organizações clássicas ou neoclássicas),
apresentam cinco características básicas, quais sejam: divisão do trabalho, especialização, hierarquia, amplitude adminis-
trativa e racionalismo.

2. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características das organizações formais modernas; tipos de estrutura organizacio-
nal; natureza, finalidades e critérios de departamentalização, julgue o próximo item.

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A estrutura organizacional é a configuração vertical e horizontal de tarefas, autoridade e cargos, e sua representação é feita
por meio da departamentalização.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Errado” As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica com suas regras e seus padrões, onde,
através de seus ORGANOGRAMAS, apresentam uma estrutura definida e dimensionada.
A departamentalização não é representação e sim um aspecto da estrutura horizontal.

3. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características das organizações formais modernas; tipos de estrutura organizacio-
nal; natureza, finalidades e critérios de departamentalização, julgue o próximo item.
A estrutura matricial prejudica a coordenação porque dificulta a comunicação e diminui a flexibilidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Errado” Como vimos em nosso conteúdo, a estrutura matricial apresenta como vantagem : “Desenvolvimentos
de um forte e coeso trabalho de equipe e metas de projetos”, o que só é possível se existir um canal de comunicação positivo
e eficiente.

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4. (TRT/7ª Região/ CE – 2017 - CESPE) Ao transferir, por 7. (STJ – 2018 - CESPE) Julgue o seguinte item, relativo à
contrato, a execução de atividade administrativa para uma gestão de clima e cultura organizacionais.
pessoa jurídica de direito privado, a União se utiliza do ins- Em uma cultura organizacional forte, os valores essenciais
tituto da da organização são intensamente acatados e amplamente
compartilhados pelos colaboradores.
a) desconcentração.
b) outorga. ( ) CERTO ( ) ERRADO
c) descentralização.
d) concentração. Resposta: “Certo” Como sabemos, cultura forte é um
dos quatro tipos de cultura e, através desse tipo, valores
Resposta: “Letra C” Alternativa A – ERRADO – a des- são compartilhados intensamente pela maioria dos fun-
concentração ocorre âmbito interno de cada entidade cionários e influencia comportamentos e expectativas.
(política ou administrativa), porém por mais de um órgão
público, que divide competências. 8. (TRE/TO – 2017 - CESPE) Os componentes da cultura
Alternativa B – ERRADO – a outorga transfere titularida- organizacional que englobam as crenças e os princípios
de, porem, o exercício se refere à transferência de exe- que orientam as decisões estratégicas da organização são
cução da atividade apenas. definidos como
Alternativa C – CORRETO
Alternativa D – ERRADO – na concentração a função ad- a) símbolos.
ministrativa é exercida no âmbito interno de cada enti- b) missão
dade (política ou administrativa), por apenas um órgão c) slogan.
público, sem qualquer divisão. d) marca.
e) valores.
5. (CGM de João Pessoa/PB – 2018 - CESPE) Acerca da
organização da administração direta e indireta, centraliza- Resposta: “Letra E” A cultura organizacional apresenta
da e descentralizada, julgue o item a seguir. os seguintes componentes:
É possível a constituição de fundação pública de direito Artefatos: o mais superficial, visível e perceptível. 
público ou de direito privado para a exploração direta de Padrões de comportamento: as regras que criam um com-
atividade econômica pelo Estado, quando relevante ao in- portamento linear e padronizado
teresse público. Valores compartilhados: não são visíveis, estão enraiza-
dos nas pessoas, pois, esses valores tem relevância tal
( ) CERTO ( ) ERRADO que definem as razões pelas quais as pessoas fazem ou
deixam de fazer algo.
Resposta: “Errado” A fundação pública tem em seu ob- Pressuposições básicas: trata-se de crenças inconscientes,
jeto uma atividade de interesse social, sem fins lucrativos, sentimentos e pressuposições básicas que regem o pen-
portanto, não poderá exercer atividade econômica. samento e o comportamento das pessoas. Este é o nível
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mais profundo da cultura organizacional.


6. (TRE/TO – 2017 - CESPE) Consideram-se entes da ad-
ministração direta 9. (TRT/8ª Região/PA e AP – 2017 - CESPE) No que con-
cerne à gestão de cultura organizacional, assinale a opção
a) as entidades vinculadas ao ministério em cuja área de correta.
competência estiver enquadrada sua principal atividade.
b) as entidades da sociedade civil qualificadas como orga- a) A socialização visa adaptar os novos funcionários à cul-
nização social. tura dominante de uma organização, de modo que os
c) as autarquias. valores, as convicções e os costumes organizacionais
d) os serviços integrados na estrutura administrativa da não sejam despropositadamente desorganizados.
Presidência da República e dos ministérios.  b) Entre os traços de cultura comuns às organizações pú-
e) as fundações públicas. blicas, incluem-se a alta suscetibilidade do ambiente a
turbulências, a insegurança em relação aos termos de
Resposta: “Letra D” Alternativa A – ERRADA – trata-se manutenção do vínculo profissional e a desvalorização
de administração indireta dos padrões formais de trabalho.
Alternativa B – ERRADA – trata-se de terceiro setor c) As práticas de seleção adotadas em concursos, geral-
Alternativa C – ERRADA – trata-se de administração in- mente compostas de testes de conhecimento, consti-
direta tuem iniciativas orientadas exclusivamente para a ma-
Alternativa D – CERTO nutenção dos traços culturais das organizações públicas.
Alternativa E –ERRADA – trata-se de administração in- d) A cultura de uma organização não pode ser notada em
direta registros documentais; apenas pelo convívio com os tra-
balhadores é que se identificam os traços distintivos de
uma organização.

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e) Nas organizações públicas, as ações da alta liderança tendem a exercer menos impacto na cultura organizacional dado
o caráter temporário das funções e dos cargos ocupados por esses líderes.

Resposta: “Letra A” Alternativa B: ERRADA – na verdade é perceptível a estabilidade e equilíbrio, visto que uma das van-
tagens desses profissionais concursados é a estabilidade, salvo casos específicos.
Alternativa C: ERRADA – não é finalidade de concursos a manutenção de traços culturais, mas sim uma forma de seleção
de profissionais com conhecimentos criteriosos e em conformidade com as funções disponibilizadas. 
Alternativa D: ERRADO – a cultura organizacional possui aspectos visíveis e invisíveis, tais como, respectivamente, arte-
fatos e pressuposições básicas.
Alternativa E: ERRADO - as ações e comportamentos da alta liderança representam elementos significativos dentro da
formação cultural das organizações públicas e privadas.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS; TIPOS DE ORGANIZAÇÃO; ESTRUTURAS


ORGANIZACIONAIS; ORGANOGRAMAS E FLUXOGRAMAS; NOÇÕES DE FUNÇÕES ADMINISTRATI-
VAS: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE;

Como bem definiu Houaiss, a Administração é o “conjunto de normas e funções cujo objetivo é disciplinar os elementos
de produção e submeter a produtividade a um controle de qualidade, para a obtenção de um resultado eficaz, bem como uma
satisfação financeira”.
O papel profissional do administrador surgiu na gestão das companhias de navegação inglesa a partir do século XVII, e
envolve ações elaborar planos, pareceres, relatórios, desenvolvimento de projetos, fazer uso de indicadores, medir resulta-
dos e desempenhos, sempre com a aplicação dos conhecimentos e técnicas que norteia a Administração.

Segundo Jonh W. Riegel,

“O êxito do desenvolvimento de executivos em uma empresa é resultado, em grande parte, da atuação e da capacidade
dos seus gerentes no seu papel de educadores. Cada superior assume este papel quando ele procura orientar e facilitar os
esforços dos seus subordinados para se desenvolverem”

Administração – Objetivos, decisões e recursos são as palavras-chaves na definição do conceito de administração.


Administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos.

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Segundo CHIAVENATO, as variáveis que representa o PORTANTO:
desenvolvimento da TGA são: tarefas, estrutura, pessoas, Diferentes pensamentos administrativos = teorias ad-
ambiente, tecnologia e competitividade. ministrativas = mesma linha de pensamento ou conjunto
Na ocorrência de novas situações as teorias administra- de autores com mesmo enfoque.
tivas se adaptam a fim de continuarem aplicáveis.
1.2. As teorias administrativas
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o con-
ceito de administração, podemos destacar que: As principais teorias ou abordagens sobre administra-
ção estão classificadas de acordo com as variáveis privile-
“Administração é um conjunto de atividades dirigidas giadas, sendo essas, na ordem, “ênfase em tarefas”, “ênfase
à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de em estruturas”, “ênfase nas pessoas”, “ênfase no ambien-
alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais.” te”, “ênfase na tecnologia”, sendo que, cada uma delas tem
Reinaldo Oliveira da SILVA – 2001) seu pano de fundo com seus contextos históricos, enfati-
zando os problemas frequentes e destacáveis à época de
Como percebe-se, a Administração extrapola a ideia li- sua fundamentação, além de, ao focar um aspecto, omitia
mitada de “gerir uma empresa”. ou relegava os demais a um plano secundário.
A administração representa uma habilidade capaz de, Dentre as razões que contribuíram para o surgimento
através da utilização adequada e inteligente dos diversos das teorias da administração podemos destacar:
recursos existentes na organização, alcançar os objetivos  Consolidação do capitalismo (lógica de mercado) e de
definidos via planejamento, organização, direção e contro- novos modos de produção e organização de trabalho,
le. que levou ao processo de modernização da sociedade
(substituição da autoridade tradicional pela autorida-
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de racional-legal);
de outras pessoas na busca de realizar objetivos da organi-  Crescimento acelerado da produção e força de traba-
zação bem como de seus membros. lho desqualificada;
Montana e Charnov  Ausência de sistematização de conhecimentos em
  gestão.
A Administração compreende um conjunto de carac-
terísticas que envolvem atividades interligadas, busca por Vejamos alguns aspectos de cada uma delas, iniciando
resultados, uso de recursos disponíveis, processos adminis- pela TEORIA CLÁSSICA, considerada a base de todas as
trativos e, para isso necessário se faz o uso de mais de uma teorias posteriores.
habilidade, conforme vemos abaixo:
A primeira Escola foi a Clássica, responsável pela ênfase
• Habilidades Técnicas: aquelas que fazem uso de co- nas tarefas por Frederick Taylor e Henry Ford e fonte de
nhecimento especializado e procedimentos específi- embasamento de todas as outras teorias posteriores.
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cos e pode ser obtida através de instrução. As mudanças ocorridas no início do Séc. XX, em decor-
• Habilidades Humanas: trata-se de aspectos pessoais rência da Revolução Industrial, exigiram métodos que au-
observados no CHA, envolvem também aptidão, pois mentassem a produtividade fabril e economizassem mão-
interage com as pessoas e suas atitudes, exige com- -de-obra evitando desperdícios, ou seja, “a improvisação
preensão para liderar com eficiência. deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência:
• Habilidades Conceituais: englobam um conhecimen- a Ciência da Administração.” (CHIAVENATO, 2004, p. 43).
to geral das organizações, o gestor precisa conhecer
cada setor, como ele trabalha e para que ele existe. A abordagem clássica da administração se divide em:
 Administração Científica – defendida por Frederick
1.ABORDAGENS DA ADMINISTRAÇÃO - Taylor
 Teoria Clássica – defendida por Henry Fayol
1.1. Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da
administração. Os dois autores acima citados partiram de pontos dis-
tintos com a preocupação de aumentar a eficiência na em-
O pensamento administrativo caracteriza um ponto de presa.
vista em relação à organização e sua gestão. Taylor se preocupava basicamente com a execução das
Quando temos vários pontos de vista sobre isso temos tarefas enquanto Fayol se preocupava com a estrutura da
então o conceito de Teorias Administrativas, que são agru- organização.
padas por correntes ou escolas, sendo que essas, conforme
definição de Maximiano (2006), trata-se da mesma linha de Frederick Taylor buscou o aumento produtivo toman-
pensamento ou conjunto de autores que utilizam o mesmo do como base a eficiência dos trabalhadores. Através da
enfoque. observação do comportamento dos trabalhadores e dos

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modos de produção, identificou falhas no processo pro- • Seleção e Desenvolvimento Científicos do Empre-
dutivo responsáveis pela baixa produtividade, despertan- gado: para atingir o nível de remuneração prevista o
do-o para a necessidade de criação de um método racional operário precisa preencher requisitos;
padrão de produção. À esse modelo deu-se o nome de • Combinação da Ciência do trabalho com a Seleção
Administração Cientifica, “devido à tentativa de aplicação do Pessoal: os operários estão dispostos a fazer um
dos métodos da ciência aos trabalhos operacionais a fim bom trabalho, mas os velhos hábitos da administra-
de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos ção resistem à inovação de métodos;
científicos são a observação e mensuração.” (CHIAVENATO, • Cooperação entre Administração e Empregados:
2004, p. 41). uma constante e íntima cooperação possibilitará a
Henri Fayol, enfatizou a estrutura organizacional e de- observação e medida sistemática do trabalho e per-
fendia que: [...] a eficiência da empresa é muito mais do que mitirá fixar níveis de produção e incentivos financei-
a soma da eficiência dos seus trabalhadores, e que ela deve ros
ser alcançada por meio da racionalidade, isto é, da ade-
quação dos meios (órgãos e cargos) aos fins que se deseja 2.1. Princípios de Taylor
alcançar. (CHIAVENATO, 2000, p. 11).
Fayol traz em sua teoria funcionalista a abordagem • Princípio da separação entre o planejamento e a exe-
prescritiva e normativa, uma vez que a ciência administrati- cução;
va, como toda ciência, deve basear-se em leis ou princípios • Princípio do preparo;
globalmente aplicáveis. Sua maior contribuição para a ad- • Princípio do controle;
ministração geral são as funções administrativas – prever, • Princípio da exceção.
organizar, comandar, coordenar e controlar – que são as
próprias funções do administrador ainda nos dias atuais.  Teoria Clássica – Pressupostos de Henry Fayol
Nesse modelo, a função administrativa difunde-se pro- • Anatomia – estrutura.
porcionalmente a todos os níveis hierárquicos, deixando • Fisiologia – funcionamento.
portanto de ser algo inerente à alta gerência. • Visão de cima para baixo; do todo para as partes.
• Funções da Empresa: Técnica, Comercial, Financeira,
 Administração Científica - Pressupostos de Fre- Segurança, Contábil, Administrativa (coordena as demais).
derick Taylor • Abordagem Prescritiva e Normativa.
• Organização Formal.
• Visão de baixo para cima; das partes para o todo. Funções da Administração Clássica - processo orga-
• Estudo das Tarefas, Métodos, Tempo padrão. nizacional
• Salário, incentivos materiais e prêmios de produção. • Prever: adiantar-se ao futuro e traçar plano de ação;
• Sistema fechado: foco nos processos internos e ope- • Organizar: constituir o organismo material e social da
racionais. empresa;

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• Padrão de Produção: eficiência, racionalidade. • Comandar: dirigir o pessoal;
• Divisão equitativa de trabalho e responsabilidade en- • Coordenar: ligar, unir e harmonizar os esforços;
tre direção e operário. • Controlar: tudo corra de acordo com as regras.
• Ser humano egoísta, racional e material: homo eco-
nomicus; 2.2. Princípios Gerais da Administração Clássica
• Estudo de Tempos e Movimentos e Métodos;
• Desenho de Cargos e Tarefas; • Divisão do Trabalho: especializar funções;
• Seleção Científica do Trabalhador (eliminação de to- • Autoridade e Responsabilidade: direito de mandar e
dos que não adotem os métodos); poder de se fazer obedecer;
• Preocupação com Fadiga e com as condições de tra- • Disciplina: estabelecer convenções, formais e informais
balho; com seus agentes, para trazer obediência e respeito;
• Padronização de instrumentos de trabalho; • Unidade de comando: recebimento de ordens de ape-
• Divisão do Trabalho e Especialização; nas um superior – princípio escalar;
• Supervisão funcional: autoridade relativa e dividida a • Unidade de direção: um só chefe e um só programa para
depender da especialização e da divisão de trabalho. um conjunto de operações que tenham o mesmo ob-
jetivo;
2. Princípios da Administração Científica • Subordinação do particular ao geral: O interesse da
empresa deve prevalecer ao interesse individual;
• Desenvolvimento de uma ciência de Trabalho: uma • Remuneração do pessoal: premiar e recompensar;
investigação científica poderá dizer qual a capacida- • Centralização: concentrar autoridade no topo;
de total de um dia de trabalho, para que os chefes • Cadeia escalar ou linha de comando: linha de autori-
saibam a capacidade de seus operários; dade que vai do topo ao mais baixo escalão;

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• Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu Vantagens Principais:
lugar; • Racionalidade
• Equidade: tratar de forma benevolente e justa; • Precisão na definição do cargo
• Estabilidade: manter as pessoas em suas funções para • Rapidez nas decisões
que possam desempenhar bem; • Univocidade de interpretação
• Iniciativa: liberdade de propor, conceber e executar; • Continuidade da organização:
• Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas. • Redução do atrito entre pessoas
• Constância
Comparativo entre Administração Científica e Esco- • Confiabilidade
la Clássica • Benefícios para as pessoas
Enquanto a administração científica preocupava-se na • O nepotismo é evitado, dificulta a corrupção.
melhoria da produtividade no nível operacional a gestão
administrativa preocupava-se com a organização em geral A maior vantagem é a democracia: em razão da impes-
e a busca da efetividade. soalidade e das regras legais, que permitem igualdade de
acesso.
3. Abordagem burocrática
Desvantagens
Defendida por Max Weber, que é considerado o “pai • Internalização das normas;
da burocracia”, também tem como base a estrutura orga- • Excesso de formalismo e papelório;
nizacional. • Resistência a mudanças;
• Despersonalização do relacionamento;
Weber distingue três tipos de sociedade e autoridades • Categorização do relacionamento;
legítimas: • Superconformidade às rotinas e procedimentos;
• Tradicional: patrimonial, patriarcal, hereditário e de- • Exibição de sinais de autoridade;
legável.
• Dificuldades com clientes.
• Carismática: personalística, mística.
• Legal, racional ou burocrática: impessoal, formal, me-
4. Abordagem sistêmica
ritocrática.
Defendida por Ludwig Von Bertalanffy, a Teoria de Sis-
Outro ponto destacado por Weber é a distinção entre
temas defende que os sistemas existem dentro de siste-
Autoridade e Poder.
mas; apresenta a Teoria da forma ou Gestalt; os Sistemas
• Autoridade: probabilidade de que um comando ou or-
abertos; tem um objetivo ou propósito; e as partes são in-
dem específica seja obedecido – poder oficializado.
terdependentes, provocando globalismo.
• Poder: potencial de exercer influência sobre outros, im-
posição de arbítrio de uma pessoa sobre outras.
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Características:
A Burocracia surge na década de 40 em razão da fra- • Sistema é um conjunto ou combinação de partes, for-
gilidade da teoria clássica e relações humanas, buscando mando um todo complexo ou unitário;
organizar de forma estável, duradoura e especializada a • Organização como sistema vivo: orgânico
cooperação de indivíduos, apresentando uma abordagem • Comportamento não determinístico e probabilístico;
descritiva e explicativa, mantendo foco interno e estudan- • Interdependência entre as partes;
do a organização como um todo. • Entropia: característico dos sistemas fechados e orgâ-
nicos, estabelece que todas as formas de organiza-
Principais características: ção tendem à desordem ou à morte;
• Caráter legal das normas; • Negentropia ou Entropia negativa: os sistemas sociais
• Caráter formal das comunicações; se reabastecem de energia, assegurando suprimento
• Divisão do trabalho e racionalidade; contínuo de materiais e pessoas;
• Impessoalidade do relacionamento; • Homeostase dinâmica ou Estado Firme: regula o siste-
• Hierarquização da autoridade; ma interno para manter uma condição estável, me-
• Rotinas e procedimentos padronizados; diante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico de
• Competência técnica e mérito; ruptura e inovação;
• Especialização da administração – separação do pú- • Fronteiras ou limites: define a área da ação do sistema
blico e privado; e o grau de abertura em relação ao meio ambiente;
• Profissionalização: especialista, assalariado; segue car- • Diferenciação: os sistemas tendem a criar funções es-
reira. pecializadas – Integração (coordenação);
• Equifinalidade: um sistema pode alcançar o mesmo
estado final a partir de diferentes condições iniciais;

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• Resiliência: determina o grau de defesa ou vulnera- em decorrência da natureza autoritária do regime, e
bilidade do sistema a pressões ambientais externas. o aprofundamento da divisão da administração pú-
• Holismo: o sistema só pode ser explicado em sua glo- blica, mais especificamente através do Decreto-Lei
balidade; 200/67, que distinguiu claramente a Administração
• Sinergia: o todo é maior que a soma das partes; Direta (exercida por órgãos diretamente subordina-
• Morfogênese: capacidade das organizações de modi- dos aos ministérios) da indireta (formada por autar-
ficar a si mesmo e a estrutura; quias, fundações, empresas públicas e sociedades de
• Fluxos: componentes que entram e saem do sistema economia mista). Essa reforma trouxe modernização,
(informação, energia, material); padronização e normatização nas áreas de pessoal,
• Feedback: é a retroalimentação, como controle do sis- compras e execução orçamentária, estabelecendo
tema, no qual os resultados retornam ao indivíduo, ainda, cinco princípios estruturais da administração
para que os procedimentos sejam analisados e cor- pública: planejamento, coordenação, descentraliza-
ção, delegação de competências e controle.
rigidos;
• Homem Funcional: desempenha um papel específico
4) 1988 – A administração pública na nova Constitui-
nas organizações, inter-relacionando-se com os de-
ção: A nova Constituição da República Federativa do
mais indivíduos.
Brasil voltou a fortalecer a Administração Direta ins-
tituindo regras iguais as que deveriam ser seguidas
4.1. Evolução da administração e reformas adminis- pela administração pública indireta, principalmente
trativas em relação à obrigatoriedade de concursos públicos
para investidura na carreira e aos procedimentos de
A estruturação da Máquina Administrativa passou por compras públicas.
sete períodos, vindo de um modelo patrimonial percebida
até década de 30, na sequencia veio a Era Vargas, onde ve- 5) 1990 – O governo Collor e o desmonte da má-
mos o modelo burocrático e na segunda metade da déca- quina pública : Essa etapa da administração públi-
da de 90, deu início a implementação do modelo gerencial. ca brasileira é marcada pelo retrocesso da máquina
administrativa, o governo promoveu a extinção de
Podemos dividir essa estruturação em sete etapas, milhares de cargos de confiança, a reestruturação e
quais sejam: a extinção de vários órgãos, a demissão de outras
dezenas de milhares de servidores sem estabilidade
1) 1930 a 1945 – Burocratização da Era Vargas: Nessa e tantos outros foram colocados em disponibilida-
primeira etapa, em decorrência do Estado patrimo- de. Segundo estimativas, foram retirados do serviço
nial, da falta de qualificação técnica dos servidores, público, num curto período e sem qualquer planeja-
da crise econômica mundial e da difusão da teoria mento, cerca de 100 mil servidores.
keynesiana, que pregava a intervenção do Estado
na Economia, o governo autoritário de Vargas resol- 6) 1995/2002 – O gerencialismo da Era FHC: A refor-

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ve modernizar a máquina administrativa brasileira ma administrativa foi o ícone do governo Fernando
através dos paradigmas burocráticos difundidos por Henrique Cardoso em relação à administração públi-
Max Weber. O auge dessas mudanças ocorre em ca brasileira. A reforma gerencial teve como instru-
1936 com a criação do Departamento Administrativo mento básico o Plano Diretor da Reforma do Apare-
do Serviço Público (DASP), que tinha como atribui- lho do Estado (PDRAE), que visava à reestruturação
ção modernizar a máquina administrativa utilizando do aparelho do Estado para combater, principalmen-
como instrumentos a afirmação dos princípios do te, a cultura burocrática.
mérito, a centralização, a separação entre público e
privado, a hierarquia, a impessoalidade, a rigidez e 7) Nova Administração Pública: O movimento “rein-
universalidade das regras e a especialização e quali- ventando o governo” difundido nos EUA e a reforma
ficação dos servidores. administrativa de 95, introduziram no Brasil a cultura
do management, trazendo técnicas do setor priva-
2) 1956 a 1960 – A administração paralela de JK: A do para o setor público e tendo como características
administração paralela foi um artifício utilizado pelo básicas:
governo JK para atingir o seu Plano de Metas e se- ● O foco no cliente
guir seu projeto desenvolvimentista. Surgiu com a ● A reengenharia
criação de estruturas alheias à Administração Direta. ● Governo empreendedor
● Administração da qualidade total
3) 1967 – A reforma militar: Durante a ditadura mili-
tar, a administração pública passa por novas trans- Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifi-
formações, tais como: A ampliação da função eco- ca-se que a administração pública evoluiu através de três
nômica do Estado com a criação de várias empresas modelos básicos, que representam três reformas adminis-
estatais, a facilidade de implantação de políticas –

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trativas que se destacam, quais sejam, a administração pú- obediência (ou processo de dominação) que, no caso das
blica patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Essas três organizações modernas, depende de leis. No modelo de
formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto, qual- Weber, as expressões “organização formal” e “organização
quer uma delas seja inteiramente abandonada. burocrática” são sinônimas.
“Dominação” ou autoridade, segundo Weber, é a pro-
5. Administração Pública Patrimonialista babilidade de haver obediência dentro de um grupo deter-
minado. Há três tipos puros de autoridade ou dominação
Na sociedade anterior ao capitalismo, o Estado aparecia legítima (aquela que conta com o acordo dos dominados):
como um ente “privatizado”, no sentido de que não ha-
via uma distinção clara, por parte dos governantes, entre  Dominação de caráter carismático
o patrimônio público e o seu próprio patrimônio privado, Repousa na crença da santidade ou heroísmo de uma
não definia-se limites entre a res publica e a res principis, pessoa. A obediência é devida ao líder pela confiança
ou seja, a “coisa pública” se confundia com o patrimônio pessoal em sua revelação, heroísmo ou exemplari-
particular dos governantes, pois não havia uma fronteira dade, dentro do círculo em que se acredita em seu
muito bem definida entre ambas. carisma.
A corrupção e o nepotismo eram extremamente carac- A atitude dos seguidores em relação ao dominador
terísticos nesse tipo de administração, tendo como foco
carismático é marcada pela devoção. Exemplos são
atender o interesse particular dos soberanos e de seus au-
líderes religiosos, sociais ou políticos, condutores
xiliares, ao invés de priorizar as necessidades coletivas.
de multidões de adeptos. O carisma está associado
Quando surge o capitalismo e a democracia, o cenário
a um tipo de influência que depende de qualidades
acima perde espaço, passando a existir uma distinção entre
pessoais.
Estado e particular, não havendo mais espaço para a adminis-
tração patrimonialista, ou seja, não cabe mais uma adminis-
tração que privilegiava uns poucos em detrimento de muitos.  Dominação de caráter tradicional
Deriva da crença quotidiana na santidade das tradições
5.1. Administração Pública Burocrática que vigoram desde tempos distantes e na legitimi-
dade daqueles que são indicados por essa tradição
Surge como forma de combater a corrupção e o nepo- para exercer a autoridade.
tismo patrimonialista. A obediência é devida à pessoa do “senhor”, indicado
Como princípios de sua proposta temos a profissiona- pela tradição. A obediência dentro da família, dos
lização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impes- feudos e das tribos é do tipo tradicional. Nos siste-
soalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal. mas em que vigora a dominação tradicional, as pes-
A forma de controle é sempre a priori, ou seja, controle soas têm autoridade não por causa de suas qualida-
dos procedimentos, das rotinas que devem nortear a rea- des intrínsecas, como acontece no caso carismático,
lização das tarefas, porem, como a historia anterior gerava mas por causa das instituições tradicionais que re-
desconfiança prévia nos administradores públicos e nos ci- presentam. É o caso dos sacerdotes e das lideranças,
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dadãos que a eles dirigem suas diversas demandas sociais, no âmbito das instituições, como os partidos políti-
esses controles rígidos de processos como, por exemplo, cos e as corporações militares.
na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento
aos cidadãos, passa a ser o foco principal, descaracterizan-  Dominação de caráter racional
do a missão básica do modelo, que é servir à sociedade. Decorre da legalidade de normas instituídas racional-
A principal qualidade da administração pública buro- mente e dos direitos de mando das pessoas a quem
crática é o controle dos abusos contra o patrimônio públi- essas normas responsabilizam pelo exercício da au-
co; o principal defeito, a ineficiência, a incapacidade de vol- toridade. A autoridade, portanto, é a contrapartida
tar-se para o serviço aos cidadãos vistos como “clientes”. da responsabilidade.
Vale aqui destacar alguns comentários adicionais sobre
No caso da autoridade legal, a obediência é devida às
o termo “Burocracia”, trazidos por Max Weber, que na dé-
normas impessoais e objetivas, legalmente instituí-
cada de 20, publicou estudos sobre o que ele chamou o
das, e às pessoas por elas designadas, que agem
tipo ideal de burocracia, ou seja, um esquema que procura
dentro de uma jurisdição. A autoridade racional fun-
sintetizar os pontos comuns à maioria das organizações
damenta-se em leis que estabelecem direitos e deve-
formais modernas, que ele contrastou com as sociedades
primitivas e feudais. As organizações burocráticas seriam res para os integrantes de uma sociedade ou organi-
máquinas totalmente impessoais, que funcionam de acor- zação. Por isso, a autoridade que Weber chamou de
do com regras que ele chamou de racionais – regras que racional é sinônimo de autoridade formal.
dependem de lógica e não de interesses pessoais.
Weber estudou e procurou descrever o alicerce for- Uma sociedade, organização ou grupo que depende
mal-legal em que as organizações reais se assentam. Sua de leis racionais tem estrutura do tipo legal-racional ou
atenção estava dirigida para o processo de autoridade burocrática. É uma burocracia.

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A autoridade legal-racional ou autoridade burocrática apresentassem distorções, sua estrutura rígida é adequada
substituiu as fórmulas tradicionais e carismáticas nas quais a certo tipo de ambiente externo, no qual não há grandes
se baseavam as antigas sociedades. A administração buro- mudanças. A estrutura burocrática é, por natureza, conser-
crática é a forma mais racional de exercer a dominação. A vadora, avessa a inovações; o principal é a estabilidade da
burocracia, ou organização burocrática, possibilita o exer- organização.
cício da autoridade e a obtenção da obediência com preci- Mas, como vimos, as mudanças no ambiente externo
são, continuidade, disciplina, rigor e confiança. determinam a necessidade de mudanças internas, e nesse
Portanto, todas as organizações formais são burocra- ponto o paradigma burocrático torna-se superado.
cias. A palavra burocracia identifica precisamente as orga-
nizações que se baseiam em regulamentos. A sociedade 6. Administração Pública gerencial
organizacional é, também, uma sociedade burocratizada.
A burocracia é um estágio na evolução das organizações. Surge na segunda metade do século XX, como resposta
De acordo com Weber, as organizações formais mo- à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e
dernas baseiam-se em leis, que as pessoas aceitam por ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da eco-
acreditarem que são racionais, isto é, definidas em função nomia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os
do interesse das próprias pessoas e não para satisfazer aos problemas associados à adoção do modelo anterior.
caprichos arbitrários de um dirigente. Torna-se essencial a necessidade de reduzir custos e
O tipo ideal de burocracia, formulado por Weber, apre- aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como
senta três características principais que diferenciam estas beneficiário, resultando numa maior eficiência da adminis-
organizações formais dos demais grupos sociais: tração pública. A reforma do aparelho do Estado passa a
• Formalidade: significa que as organizações são cons- ser orientada predominantemente pelos valores da eficiên-
tituídas com base em normas e regulamentos ex- cia e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo
plícitos, chamadas leis, que estipulam os direitos e desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organiza-
deveres dos participantes. ções.
• Impessoalidade: as relações entre as pessoas que in- A administração pública gerencial constitui um avanço,
tegram as organizações burocráticas são governadas e até certo ponto um rompimento com a administração
pelos cargos que elas ocupam e pelos direitos e de- pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que ne-
veres investidos nesses cargos. Assim, o que conta é gue todos os seus princípios. Pelo contrário, a adminis-
o cargo e não a pessoa. A formalidade e a impessoa- tração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual
lidade, combinadas, fazem a burocracia permanecer, conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios
a despeito das pessoas. fundamentais, como:
• Profissionalismo: os cargos de uma burocracia ofe- • A admissão segundo rígidos critérios de mérito (con-
recem a seus ocupantes uma carreira profissional e curso público);
meios de vida. A participação nas burocracias tem • A existência de um sistema estruturado e universal de
caráter ocupacional.

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remuneração (planos de carreira);
Apesar das vantagens inerentes nessa forma de organi-
• A avaliação constante de desempenho (dos funcioná-
zação, as burocracias podem muitas vezes apresentar
rios e de suas equipes de trabalho);
também uma série de disfunções, conforme a seguir:
• O treinamento e a capacitação contínua do corpo fun-
• Particularismo – Defender dentro da organização in-
cional.
teresses de grupos internos, por motivos de convic-
ção, amizade ou interesse material.
A diferença fundamental está na forma de controle, que
• Satisfação de Interesses Pessoais – Defender inte-
deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos
resses pessoais dentro da organização.
resultados. A rigorosa profissionalização da administração
• Excesso de Regras – Multiplicidade de regras e exi-
pública continua sendo um princípio fundamental.
gências para a obtenção de determinado serviço.
• Hierarquia e individualismo – A hierarquia divide
responsabilidades e atravanca o processo decisório. Na administração pública gerencial a estratégia volta-se
Realça vaidades e estimula disputas pelo poder. para:
• Mecanicismo – Burocracias são sistemas de cargos 1. A definição precisa dos objetivos que o administrador
limitados, que colocam pessoas em situações alie- público deverá atingir sua unidade;
2. A garantia de autonomia do administrador na gestão
nantes.
dos recursos humanos, materiais e financeiros que
lhe forem colocados à disposição para que possa
Portanto, as burocracias apresentam dois grandes
atingir os objetivos contratados;
“problemas” ou dificuldades: em primeiro lugar, certas
3. O controle ou cobrança posterior dos resultados.
disfunções, que as descaracterizam e as desviam de seus
objetivos; em segundo lugar, ainda que as burocracias não

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Adicionalmente, pratica-se a competição administrada va o desenvolvimento com base em projetos públicos de
no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade grande escala. Pensava-se que a própria expansão do Esta-
de estabelecer concorrência entre unidades internas. do fosse suficiente para garantir mais e melhores serviços,
No plano da estrutura organizacional, a descentraliza- bem como maior acesso comunitário e equidade nas de-
ção e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essen- cisões distributivas. Nesse sentido, nos primeiros 20 anos
ciais. Em suma, afirma-se que a administração pública deve da RAP, a administração pública teve crescimento consi-
ser permeável à maior participação dos agentes privados derável.
e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ên- No entanto, a experiência histórica revelou que simples-
fase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). mente expandir as atividades do Estado e as funções serviu
A administração pública gerencial inspira-se na admi- menos ao propósito de alcançar maior equidade e eficácia
nistração de empresas, mas não pode ser confundida com na administração pública do que ao desenvolvimento de
esta última. Enquanto a administração de empresas está formas de inserção de novos grupos preferenciais.
voltada para o lucro privado, para a maximização dos in- Nessa época descrevia-se a administração pública brasi-
teresses dos acionistas, esperando-se que, através do mer- leira pelos seus aspectos mais patrimonialistas e paternalistas.
cado, o interesse coletivo seja atendido, a administração Viam-se as suas relações com a sociedade como extremamen-
pública gerencial está explícita e diretamente voltada para te frágeis. Na verdade, a administração pública desenvolveu-
o interesse público. -se como um dos grandes instrumentos para a manutenção
Neste último ponto, como em muitos outros (profissio- do poder tradicional, e carregava fortes características desse
nalismo, impessoalidade), a administração pública geren- poder. A forma de organização e gestão obedecia menos a
cial não se diferencia da administração pública burocráti- critérios técnicos racionais e democráticos para a prestação
de serviços e mais a sistemas de loteamento político, para
ca. Na burocracia pública clássica existe uma noção muito
manter coalizões de poder e atender a grupos preferenciais.
clara e forte do interesse público. A diferença, porém, está
Em grande parte, a expansão do Estado se fez sem al-
no entendimento do significado do interesse público, que
terar substancialmente suas relações com a sociedade. Por
não pode ser confundido com o interesse do próprio Es-
ter ainda alicerces frágeis na sociedade, o Estado brasileiro,
tado. Para a administração pública burocrática, o interesse
como organização, consiste ainda em uma superestrutura
público é frequentemente identificado com a afirmação do
que flutua sobre os cidadãos.
poder do Estado.
 
A administração pública gerencial vê o cidadão como
A formalidade institucional possui limites para expli-
contribuinte de impostos e como uma espécie de “clien-
car a evolução da administração pública brasileira. Fatores
te” dos seus serviços. Os resultados da ação do Estado são de informalidade prevalecem e determinam muito do que
considerados bons não porque os processos administrati- se decide e se executa na administração brasileira, com-
vos estão sob controle estão seguros, como quer a admi- preendendo seus três níveis de governo: federal, estadual e
nistração pública burocrática, mas porque as necessidades municipal. Por estarem inseridos na cultura sociopolítica do
do cidadão-cliente estão sendo atendidas. país, esses fatores não são facilmente removíveis ou con-
O paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado tornados por meio de reformas administrativas de lógica
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nos princípios da confiança e da descentralização da deci- racional burocrática.


são, exige formas flexíveis de gestão, de estruturas, descen- Fatores de informalidade continuam a chamar a aten-
tralização de funções, incentivos à criatividade. Contrapõe-se ção dos estudiosos e analistas da gestão pública, além de
à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia ser retratados cotidianamente na mídia como práticas co-
tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo de- muns de gestão. São exemplos marcantes o personalismo
sempenho, e à capacitação permanente, que já eram caracte- paternalista e a presença de grupos preferenciais que se
rísticas da boa administração burocrática, acrescentam-se os organizam por fora das instituições, mas que procuram
princípios da orientação para o cidadão-cliente, do controle manter fortes relações com o Estado. Esses fatores distan-
por resultados, e da competição administrada. ciam os cidadãos da gestão pública, desenvolvendo a sín-
drome nós-eles.
7. A nova gestão pública. No entanto, o personalismo elitista concorre para en-
fraquecer substancialmente as instituições. Estas existem
Nas últimas décadas, a administração pública brasileira em função das pessoas que as dirigem, e a mudança da
passou por grandes transformações, sobretudo como par- pessoa no topo muda profundamente políticas e compro-
te do trânsito para a democracia. Desenvolveram-se novas missos institucionais.
práticas e expectativas de modernização, mas muitas de Na administração pública, dirigentes, normalmente
suas características tradicionais não foram removidas. prepostos de líderes políticos, tendem a inserir suas op-
A Revista de Administração Pública (RAP) surgiu numa ções pessoais como fator diferenciador. Desprezam, assim,
época em que a administração pública possuía forte pre- não só o racionalmente instituído como também opções e
sença na sociedade, não só por causa das funções de con- conquistas de seus antecessores. A descontinuidade é jus-
trole não-democrático, mas também porque se procura- tificada como necessária à inovação. Na verdade, resulta

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mais em garantir acesso a novos grupos de poder e ressal- Visto segundo uma lógica da gestão moderna, o siste-
tar a liderança de uma pessoa e menos em modernizar a ma administrativo pode parecer altamente irracional, mas
gestão. Compromissos formais institucionalmente estabe- para os grupos preferenciais que dele se servem representa
lecidos necessitam ser renegociados a cada novo dirigente. um sistema lógico e altamente racional. Baseia-se em valo-
Na verdade, não há contratos com instituições, mas com res e práticas tradicionais: assenta grande parte do poder
pessoas. O personalismo fragiliza as instituições públicas, político no distanciamento autoritário, no paternalismo e
deixando-as altamente vulneráveis e dependentes da pes- no exercício da bondade.
soa de um único dirigente. E esses grupos não criam rupturas nas dimensões for-
A administração pública era em grande parte dominada mais da administração pública. Procuram seguir os pas-
por grupos preferenciais que visavam garantir seus inte- sos formais, mas repletos de acomodação, concessões e
resses e a proteção mútua de seus membros. Apesar da opções de natureza paternalista. Por terem lealdade qua-
modernização, muitos desses grupos ainda se aglutinam se nula à instituição pública, circulam facilmente entre as
no aparato estatal em busca de recursos para garantir sua repartições, procurando obter melhores benefícios, indife-
sobrevivência. Inserem-se em órgãos administrativos por rentes aos danos que causam, tanto ao interesse quanto ao
meios formais — ocupação de cargos de direção —, mas orçamento público.
também informalmente, por meio de redes de apoio e de Os cidadãos passam a ser receptores passivos da bon-
interação ligadas por laços de lealdade. Procuram o aces- dade. Ao receber benefícios, veem seus líderes e dirigentes
so a recursos públicos para reforçar a lealdade política de como os mais bondosos e por isso merecedores de reco-
base e preservar a liderança sobre determinados setores da nhecimento e apoio político.
comunidade. Esses recursos são utilizados para satisfazer não  
somente interesses políticos de poder como também inte- 8. A era pós-Constituição: a redemocratização e as
resses sociais e particulares. Tais grupos dominam máquinas novas conquistas constitucionais
partidárias para evitar que alternativas de política pública,
contrárias aos seus interesses, sejam consideradas no pro- Com a redemocratização, a inspiração neoliberal e as
cesso decisório governamental. Controlam estruturas buro- referências das inovações oriundas de países mais avan-
cráticas de governo para garantir, durante longos períodos, çados, os movimentos de reforma procuravam centrar-se
o uso preferencial de grandes fatias do orçamento público. nas especificidades das diversas organizações públicas, à
O uso de recursos públicos é o mecanismo básico de semelhança das mudanças na área privada. A perspectiva
preservação do poder: são utilizados menos para atender a básica era a eficiência e capacidade de resposta da admi-
demandas e necessidades reais da comunidade e mais para nistração pública e melhora da gerência pública. Passou-se
a troca de favores e os interesses particulares do grupo. a questionar o tradicionalismo da administração pública,
Como a lealdade aos membros do grupo é maior do que mas incorporando os fundamentos democráticos implan-
à instituição pública, tais grupos são capazes de manter a tados na nova Constituição, como a subordinação da ad-
coalizão a qualquer custo, inclusive às expensas do aumen- ministração pública a mandatos políticos conquistados em
to dos gastos governamentais. eleições democráticas.

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Normalmente, esses grupos preferem dominar as áreas Em períodos não-democráticos, as tentativas de apa-
sociais por serem mais diretamente ligadas às maiores de- rência tecnocrática ofuscaram muitos dos problemas de
mandas da população. Setores sociais são privilegiados embates políticos, não porque deixassem de existir, mas
para o exercício do assistencialismo paternalista; propiciam porque havia sempre um lado repressor.
ao líder do grupo o exercício da “bondade” por meio da Com as novas inspirações ideológicas, começou-se a
concessão de benefícios e favores com o dinheiro públi- delinear a ideia de que os governos não poderiam sozinhos
co. Assim, os líderes políticos e dirigentes públicos podem conduzir ao progresso. O desenvolvimento passou a ser
favorecer segmentos da população sob sua influência, fa- visto como algo complexo e gigantesco, e as máquinas ad-
zendo-os crer que o benefício concedido é uma concessão ministrativas tradicionais não como fator de modernização,
pessoal do líder, e não um direito individual ou um valor mas obstáculos ao progresso. Surgiram movimentos signi-
de cidadania. O resultado final é o reforço do poder e da ficativos, em muitos países e apoiados por entidades inter-
liderança tradicionais. nacionais, para proclamar a descrença nas possibilidades
Vale ressaltar que esses grupos que se inserem e domi- da administração pública de conduzir o desenvolvimento.
nam setores da administração pública não são pequenos Reduzir o tamanho do Estado e modernizar a administra-
grupos de aproveitadores ou perturbadores marginais da ção pública tornaram-se pontos importantes de uma nova
ordem administrativa; são grupos organizados e institucio- agenda política. Ao contrário das experiências anteriores,
nalizados dentro do sistema político. Transformam o Esta- essa modernização se inspirou fortemente nos modelos de
do num campo minado de lutas políticas, mas mantidas gestão privada, considerados superiores e mais eficazes.
nos limites das estruturas formais para não ferir a estabi- Assim, as principais mudanças seriam transferir funções
lidade e legitimidade do sistema. Por esse motivo, as dis- estatais para a área privada e as restantes seriam adminis-
córdias são bem toleradas e, de preferência, confinadas à tradas com formas o mais próximo possível das praticadas
arena política predeterminada, que é o Estado. nas empresas privadas.

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Tendo a representação democrática como premissa, e realização individuais. As pessoas se singularizam perante
tentou-se valorizar as técnicas administrativas e a com- os outros pelo seu desempenho e merecem ser tratadas
petência neutra dos servidores, presumindo sempre a sua diferentemente pelas desigualdades conquistadas. Assim,
ação por delegação política e não por autonomia própria. A métodos de avaliação de desempenho individual e organi-
administração eficiente seria consequência natural de ins- zacional passaram a ser propostos com maior vigor.
trumentos gerenciais, como estruturas e códigos de proce-
dimentos adequados e boas regras orçamentárias e gestão Tais ideias de reforma não progrediram com a ênfase
de pessoal. Pela falta de eficiência, culpavam-se a inade- desejada porque esbarraram em fatores históricos tradi-
quação das estruturas e dos procedimentos e a inabilidade cionais ainda prevalecentes e que não se coadunam com
dos próprios servidores. Ajustes administrativos seriam fei- práticas neoliberais.
tos de acordo com novos propósitos políticos, adquiridos Ainda prevalece e se reforça a visão de ser a administra-
em eleições, ou com novas tecnologias administrativas. As ção pública responsável por reduzir a desigualdade social
reformas preservavam as estruturas organizacionais, favo- tanto por medidas desenvolvimentistas quanto por pro-
reciam a rigidez dos códigos administrativos, e algumas gramas sociais compensatórios.
propostas mais audaciosas propunham maior descentra- Na prática neoliberal de países mais avançados, a ges-
lização e autonomia organizacional. Entretanto, não se tão pública deve agir no sentido de manter a igualdade
questionava fundamentalmente a administração pública, perante a lei e de garantir oportunidades iguais, salvo nos
senão sua ineficiência ou iniquidade. casos em que as chances não são claramente iguais. Pro-
Em grande parte, essas reformas colocavam em causa a gramas sociais se justificam mais facilmente pela desigual-
própria viabilidade da administração pública como condu- dade de oportunidades do que pela compensação de dife-
tora de eficiência ou de eficácia na gestão de serviços e na renças de desempenho.
ação redistributiva. Os novos modelos procuram transfor-  
mar e introduzir na gestão pública o estilo privado. Além A permanência de fortes relações com grupos preferen-
de ampliarem a importação de técnicas típicas da área ciais faz a administração brasileira ser retratada ainda como
privada, propõem sempre com grande ênfase eliminação, de grande base patrimonialista. As relações patrimoniais
privatização e terceirização de serviços. contradizem não somente as possibilidades de uma admi-
Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, as nistração modernizada no sentido mais amplo do interesse
ideias sobre reformar a administração, com premissas de público como também as práticas liberais tão proclamadas
radicalismo e promessas de eficiência imediata, são sempre como a opção política dos últimos anos.
Como a administração pública e a cultura tradicional
atraentes, dadas as dificuldades que os cidadãos enfren-
são ainda bastante interligadas, apesar dos progressos na
tam em tratar de seus interesses em qualquer organização
modernização institucional, os relatos cotidianos na mídia
pública. Ao entrar em contato com uma repartição pública,
ainda demonstram forte ligação da coisa pública com inte-
a maioria dos cidadãos experimenta uma história de relati-
resses privados de grupos preferenciais.
vo descaso e má qualidade no atendimento, sobretudo na
O mundo das relações informais é fundamentalmente
área social. Para essas pessoas, a ineficiência no serviço é
baseado no aspecto político tradicional, mas se ampliou
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um sintoma de iniquidade social, já que os mais afortuna-


pelo reforço de aspectos psicológicos culturais, como a
dos normalmente dispõem de outros meios.
maior descrença dos cidadãos na representação política e,
Ao imitar a gestão privada, as propostas contemporâ-
em decorrência, nos órgãos da administração pública. Com
neas assumem a singularidade do cliente e suas demandas a crença reduzida nas instituições e na formalidade buro-
como fundamentais na gestão pública. Por presumirem a crática, buscam-se o informal e novas instituições da so-
validade universal do management e, portanto, sua aplica- ciedade, como associações de usuários, cidadãos e ONGs,
bilidade igualmente às organizações públicas e privadas, para proteger interesses e direitos. Essas organizações e
veem a reforma como uma simples questão de moderni- associações comunitárias diversas procuram contornar as
zação gerencial. Antes de planejar suas ações ou oferta de instituições públicas existentes tentando assumir tarefas
serviços, as organizações públicas devem conhecer as de- antes vistas como exclusivas do Estado e mesmo influenciar
mandas de sua clientela. A organização pública existe para a gestão de órgãos públicos e a representatividade política.
servir o indivíduo: deve centralizar suas ações na demanda Favorecidas pela consciência popular sobre a ineficácia
do cliente e na sua escolha. Como no mercado, cliente é da administração pública em relação à equidade política,
categoria primordial, e deve ser considerado em todas as econômica e social, essas novas associações e organiza-
instâncias. ções agregam um espírito de proteção de interesses da
Essa ideologia veio contaminada e reforçada pelos va- maioria para contrapor-se à crença de que as instituições
lores dos países mais avançados, onde o individualismo formais defendem e protegem interesses de uns poucos.
fundamentado na igualdade das oportunidades constitui Na verdade, essas novas instâncias também agem no
uma prática social comum. Por isso esses modelos cen- sentido de penetrar nas organizações públicas para defen-
tram-se mais no indivíduo (clientes e funcionários) e menos der interesses de suas clientelas, por serem esses interesses
no contexto. A ideologia liberal centrada no indivíduo valo- julgados legítimos, mas desprezados pelas elites adminis-
riza a iniciativa, o espírito empreendedor e o desempenho

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trativas. Praticam também a informalidade nas relações Destrói-se grande parte dos sistemas locais de acesso ao
pessoais para atingir seus objetivos. Mesmo se aceitando poder burocrático repondo-os com novas lideranças. Po-
uma contraposição legítima de fazer prevalecerem direi- de-se arguir ser apenas uma troca de liderança, apenas a
tos não-reconhecidos, a prática da informalidade excessiva, mudança de uma pessoa no poder, mantendo-se porém o
inclusive nesses casos, concorre para enfraquecer as insti- mesmo caráter paternalista. De fato, parte das condições
tuições democráticas de representação política e de ação e formas tradicionais de distribuição, troca e lealdade se
administrativa. mantém. No entanto, vale notar a troca de liderança feita
Assim, a administração pública brasileira ainda carre- fora dos grupos tradicionais de poder. Há novas dimensões
ga tradições seculares de características semifeudais e age de lealdade fora do caciquismo tradicional. Há mais difi-
como um instrumento de manutenção do poder tradicio- culdades de acesso e domínio dos cargos públicos locais e
nal. Apesar do progresso em muitas instâncias de governo, mais pluralidade nas pelejas políticas.
as formas de ação obedecem menos a razões técnico-ra- Ademais, a nova lealdade aos provedores da ação dis-
cionais e mais a critérios de loteamento político, para man- tributiva se transfere para líderes maiores não presentes na
ter coalizões de poder e para atender a objetivos de grupos localidade e, portanto, não mais facilmente destrutíveis por
preferenciais. novos ou antigos caciques locais. Somente novos líderes
No Brasil contemporâneo, a democratização e os no- nacionais ou regionais, de igual credibilidade, poderiam,
vos processos eleitorais e os dispositivos constitucionais em princípio, repor essas lideranças.
ajudam a levantar ou reacender expectativas sobre mais e A modernização efetiva do Estado somente poderá ad-
melhores serviços, o que, aos poucos, provoca rupturas nas vir de formas que alterem o sistema de poder e o aglome-
estruturas políticas tradicionais e o surgimento de novas rado político que o constitui; em outras palavras, reformas
formas de gestão. que redistribuam os recursos de poder e alterem os canais
No entanto, a crescente descrença nos mecanismos de comunicação entre o público e sua administração.
políticos tradicionais de representação e nas instituições Em países em desenvolvimento, com experiências simi-
especializadas, como os partidos políticos, para apresen- lares à brasileira, tem se verificado que as forças políticas
tar novas alternativas de ação pública tem dificultado esse emergentes não chegam ao poder por retração voluntária
progresso. Pode ser mais lenta a reversão da idéia de que dos grupos preferenciais. Novos espaços, regras e estrutu-
os governos agem, prioritariamente, para beneficiar gru- ras políticas que repartam e unam novos recursos de po-
pos preferenciais e ajudar a manter a coalizão de poder. der são necessários para garantir a representação de novos
Mas já é notável o reconhecimento da quebra de algumas grupos sociais.
barreiras burocráticas tanto para a obtenção de serviços Essa modernização da administração publica nos leva à
rotineiros quanto para o recebimento de atenção social, analise da nova gestão pública, que passa pela reforma do
como saúde e educação. Estado, que se tornou tema central nos anos 90 em todo
Ultimamente parece se ter reforçado a ilusão tradicional o mundo, é uma resposta ao processo de globalização em
de que uma nova qualidade da decisão ou uma nova legiti- curso, que reduziu a autonomia dos Estados de formular e
midade da política pública seriam suficientes para produzir implementar políticas e principalmente à crise do Estado,

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maior eficiência na administração pública. Dessa forma, não que começa a se delinear em quase todo o mundo nos
seria necessário pensar em grandes reformas administrati- anos 70, mas que só assume plena definição nos anos 80.
vas porque a nova direção faria naturalmente a máquina No Brasil, a reforma do Estado começou nesse momen-
administrativa responder com maior produtividade e qua- to, em meio a uma grande crise econômica, que chega ao
lidade. Presume-se, assim, que dificuldades administrativas auge em 1990 com um episódio hiperinflacionário. A partir
anteriores são simples produto de falta de legitimidade e de então ela se torna imperiosa. O ajuste fiscal, a privatiza-
de apoio político mais amplo. Resolvidas essas questões ção e a abertura comercial, que vinham sendo ensaiados
por vitórias eleitorais, o resto seria decorrência natural. nos anos anteriores são então atacados de frente (MARE,
Portanto, muitos novos dirigentes chegam às posições 1997).
de direção político-administrativas para se frustrar rapida- No entanto, a reforma administrativa, só se efetivou
mente com a máquina burocrática: redescobrem que for- como tema central no Brasil em 1995, após a eleição e a
mas tradicionais de agir e de se comportar, cultivadas secu- posse de Fernando Henrique Cardoso. Nesse ano ficou cla-
larmente, não mudam por simples reposição da liderança ro para a sociedade brasileira que essa reforma tornara-se
administrativa. condição, de um lado, da consolidação do ajuste fiscal do
Não resta dúvida de que houve no país uma ampliação Estado brasileiro e, de outro, da existência no país de um
da legitimação política: novos programas sociais rompem serviço público moderno, profissional e eficiente, voltado
laços de grupos preferenciais tradicionais que dominavam para o atendimento das necessidades dos cidadãos.
paternalisticamente a redistribuição de benefícios. Novos Outra consideração foi na área da desregulamentação,
canais de distribuição de recursos sociais retiram de grupos quando a proposta era a de reduzir as regras e intervenção
locais tradicionais o seu poder de provedor único ou canal do Estado aos aspectos onde ela é absolutamente necessá-
privilegiado de acesso ao poder. Reconhecem-se nas co- ria. Na reforma administrativa, toda uma série de medidas
munidades novas lideranças e formas de obter benefícios. contribuíram para diminuir o chamado “entulho burocráti-

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co” - disposições normativas excessivamente detalhadas, Surge assim a administração burocrática moderna, ra-
que só contribuem para o engessamento da máquina e cional-legal; a organização burocrática capitalista, basea-
muitas vezes à sua intransparência (BERETTA, 2007). da na centralização das decisões, na hierarquia traduzida
A maior contribuição da reforma administrativa está no princípio da unidade de comando, os Dois Objetivos e
voltada à governança, entendida como o aumento da ca- os Setores do Estado na estrutura piramidal do poder, nas
pacidade de governo, através da adoção dos princípios da rotinas rígidas, no controle passo a passo dos processos
administração gerencial: administrativos.
Orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário Também surge a burocracia estatal formada por ad-
de seus serviços; ênfase no controle de resultados através ministradores profissionais especialmente recrutados e
dos contratos de gestão; fortalecimento e autonomia da treinados, que respondem de forma neutra aos políticos
burocracia no core das atividades típicas de Estado, em seu (MARE, 1997 – CADERNO 3).
papel político e técnico de participar, junto com os políticos Como a administração pública burocrática vinha com-
e a sociedade, da formulação e gestão de políticas públicas; bater o patrimonialismo e foi implantada no século XIX, no
separação entre as secretarias formuladoras de políticas e momento em que a democracia dava seus primeiros pas-
as unidades executoras dessas políticas, e contratualização sos, era natural que desconfiasse de tudo e de todos - dos
da relação entre elas, baseada no desempenho de resulta- políticos, dos funcionários, dos cidadãos (MARE, 1997).
dos; adoção cumulativa de três formas de controle sobre Segundo o MARE (1997), a administração pública ge-
as unidades executoras de políticas públicas: controle so- rencial parte do pressuposto de que já se chegou a um
cial direto (através da transparência das informações, e da nível cultural e político em que o patrimonialismo está con-
participação em conselhos); controle hierárquico gerencial denado e a democracia é um regime político consolidado.
sobre resultados (através do contrato de gestão); contro- Segundo Beretta (2007), são grandes os impactos preten-
le pela competição administrada, via formação de quase- didos com a administração gerencial, no grau de accounta-
-mercados (BRESSER PEREIRA, 1997, p. 42). bility (entendida como responsabilidade ou intuito de prestar
Dessa forma, a reforma administrativa distingue-se das contas a sociedade) das instituições públicas, e aqui se abrem
propostas de total ‘insulamento burocrático’, aproximan- a ligações entre governança e governabilidade democrática.
do-se mais do conceito de ‘autonomia inserida’ de Peter Na concepção da atual reforma administrativa, a gover-
Evans (1995, apud BERETTA, 2007). nabilidade depende de várias dimensões políticas, dentre
elas a qualidade das instituições políticas quanto à inter-
9. Da Administração Burocrática à Gerencial mediação de interesses; a existência de mecanismos de
responsabilização (accountability) dos políticos e buro-
A administração burocrática clássica, baseada nos prin- cratas perante a sociedade, a qualidade do contrato so-
cípios de administração do exército prussiano, foi implan- cial básico. Essas dimensões remetem lato sensu à reforma
tada nos principais países europeus no final do século pas- política, essencial à reforma do Estado no Brasil (BRESSER
sado e no Brasil, em 1936, com a reforma administrativa PEREIRA, 1997, p. 36).
promovida por Maurício Nabuco e Luís Simões Lopes. É a A reforma gerencial da administração pública, ao mo-
burocracia que Max Weber descreveu, baseada no princí- dificar de maneira essencial as formas de controle no inte-
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pio do mérito profissional (MARE, 1997). rior do aparato estatal, ao se referir sobre a alta burocracia
No texto do MARE (1997), ainda se considera que, embora e sobre as instituições públicas, dando ao mesmo tempo
tenham sido valorizados instrumentos importantes à época, maior transparência às decisões administrativas, mostran-
tais como o instituto do concurso público e do treinamento do-as à sociedade, e não apenas da própria burocracia,
sistemático, não se chegou a adotar consistentemente uma pode contribuir para o aumento da responsabilização dos
política de recursos humanos que respondesse às necessida- administradores públicos. Para isto, a informação é insumo
des do Estado. O patrimonialismo, contra o qual a administra- fundamental. E não há, aí, contraposição entre aumento de
ção pública burocrática se instalara, embora em processo de eficiência e aumento de responsabilidade (BERETTA, 2007).
transformação, mantinha ainda sua própria força no quadro Em síntese, a administração pública gerencial está ba-
político brasileiro. A expressão local do patrimonialismo - o seada em uma concepção de Estado e de sociedade de-
coronelismo - dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo e mocrática e plural, enquanto que a administração pública
continuava a permear a administração do Estado brasileiro. burocrática tem um vezo centralizador e autoritário.
A administração pública burocrática foi adotada para O fato é que a reforma administrativa em curso não é su-
substituir a administração patrimonialista, que caracterizou ficiente para superar as responsabilidades existentes no país.
as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o Não pode, nem pretende de imediato, alterar significativamen-
privado eram confundidos. te a composição do gasto público, ou a lógica orçamentária.
O nepotismo e o empreguismo, senão a corrupção era Mas pode contribuir pelo menos quanto a um dos la-
a norma. Tornou-se assim necessário desenvolver um tipo dos perversos das políticas sociais: o mau uso dos recursos
de administração que partisse não apenas da clara distin- disponíveis. Pode também favorecer a construção da go-
ção entre o público e o privado, mas também da separação vernabilidade democrática, via maior transparência e res-
entre o político e o administrador público (MARE, 1997). ponsabilidade do aparelho de Estado.
10. Conceitos de gestão pública

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durante tantos anos; melhorar a qualidade da sua prestação
Muito se fala sobre gestão pública, mas poucas pessoas de serviços à sociedade; aprimorar o controle social; fazer
conhecem o significado da expressão, e este assunto é de mais ao menor custo possível, aumentando substancialmen-
muita importância ao administrador público, pois delimita, te a sua eficiência, pois não há recursos infinitos disponíveis
com absoluta clareza, o campo de sua atuação, indicando- para o alcance de todas as demandas sociais, conforme con-
-lhe o caminho certo no trato da coisa pública. ceituam. Neste sentido, Garde (2001, apud Marques, 2003, p.
Para Santos, (2006) “gestão pública refere-se às fun- 221), conceitua que:
ções de gerência pública dos negócios do governo”. A nova Gestão Pública trata de renovar e inovar o fun-
cionamento da Administração, incorporando técnicas do
Assim, de acordo com Silva (2007) pode-se classificar, setor privado, adaptadas às suas características próprias,
de maneira resumida, o agir do administrador público em assim como desenvolver novas iniciativas para o logro da
três níveis distintos: eficiência econômica e a eficácia social, subjaz nela a filo-
a) atos de governo, que se situam na órbita política; sofia de que a administração pública oferece oportunida-
b) atos de administração, atividade neutra, vinculada à des singulares, para melhorar as condições econômicas e
lei; sociais dos povos.
c) atos de gestão, que compreendem os seguintes pa- Essa nova gestão se baseia na informação, cuja essên-
râmetros básicos: cia assume o caráter do conteúdo da ação de ter que ser
I- tradução da missão; transmitida, depois de analisada e armazenada, bem como
II- realização de planejamento e controle; ser liberada, para que possa servir para as futuras toma-
III- administração de R. H., materiais, tecnológicos e fi- das de decisões, para novo controle e para a subsequente
nanceiros; avaliação.
IV- inserção de cada unidade organizacional no foco da Assim, resume-se que a gestão pública moderna tem
organização; e como fundamento um conteúdo ético, moral e legal por
V- tomada de decisão diante de conflitos internos e ex- parte daqueles que dela participam, tendo como objeti-
ternos. vo a crença no resultado positivo da política pública a ser
implementada e na credibilidade na administração pública
Portanto, fica clara a importância da gestão pública na exercida pelos mesmos. É igualmente um componente dela
realização do interesse público porque é ela que vai possi- a existência de um conteúdo pleno de elementos tecnoló-
bilitar o controle da eficiência do Estado na realização do gicos que facilitem a utilização destes para administrar com
bem comum estabelecido politicamente e dentro das nor- potencial de eficácia e eficiência que se espera da Adminis-
mas administrativas. tração dos bens públicos.
Infelizmente, a grande maioria dos agentes políticos
desconhece totalmente esta importante ferramenta que A Nova Gestão Pública…
está à sua disposição, resultando em gastos públicos ina-
FERLIE et al. (1999)

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dequados ou equivocados, ineficiências na prestação de
• A partir de uma revisão bibliográfica sobre a reforma
serviços públicos e, sobretudo, no prejuízo financeiro e
administrativa em diferentes países nas décadas de 80 e 90,
moral da sociedade.
os autores evidenciam a existência de 4 (quatro) modelos
Portanto, o gestor público não precisa temer a gestão
da NPM que foram introduzidos no setor público.
pública, por receio de perda de poder político, mas ao con-
• Utilizando-se do construto do tipo ideal weberiano,
trário, deve conhecê-la e utilizá-la como forma inteligente
esses autores descrevem esses modelos, denominados de
de aumento de seu prestígio político porque somente atra-
Impulso para a Eficiência, Downsizing e Descentralização,
vés dela será possível dirigir política e administrativamente Em Busca da Excelência e Orientação para o Serviço Pú-
uma pessoa ou organização estatal com objetividade, ra- blico.
cionalidade e eficiência (SILVA, 2007).
A gestão pública, portanto, considerando o princípio  Modelo de Impulso para a Eficiência
econômico da escassez, em que as demandas sociais são Baseado na Economia Política do Tatcherismo (public
ilimitadas e os recursos financeiros para satisfazê-las são choice)
escassos, deve priorizar a administração adequada, eficaz
e eficiente de tudo aquilo que for gerado no seio social, • Exacerbação dos controles financeiros
sempre tendo em vista o interesse do coletivo. • Parametrização dos serviços públicos
Somados ao conceito de gestão pública, é relevante en- • Foco na capacidade de resposta
tender o que vem a ser o moderno dentro dessa análise, • Incremento de produtividade
portanto, usam-se as concepções de alguns autores como
Bueno e Oliveira (2002), que conceituam ser a modernização
da administração carregada de objetivos a serem cumpridos,
como: combater o patrimonialismo e o clientelismo vigentes  Modelo Downsizing e Descentralização

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Associado a crise do paradigma das mega organizações públicas
• Processos de Privatização
• Redução de Hierarquia
• Busca de formas flexíveis na prestação do serviço público
• Gerenciamento em redes e parcerias (gestão de contratos)

 Em Busca da Excelência
Rejeita o economicismo e adota a vertente gerencialista
• Cultura Organizacional (visão, liderança, comunicação)
• Gestão de Mudança
• Busca da Qualidade (TQM)
• Cidadão = Cliente (OSBORNE, GABLER, 1992).

 Orientação para o Serviço Público


Propõe a criação de valor público (gerencialismo + democracia)
• Foco no usuário-cidadão (e não no cliente)
• Incorporação substantiva da participação política
• Transparência administrativa
• Desconcentração do poder e aprendizagem social
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As Narrativas Político-Administrativas da Atualidade

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Estado ativo Planejamento Estratégico e Provedor de Serviços Di-
versos

Estado eficiente e eficaz Administração pública como “negócio“, foco na me-


lhoria da prestação de serviços públicos, discurso anti
burocracia, orientação para o desempenho e o usuário,
transferência de ações (Estado Rede)

Estado ativador e efetivo Criação de valor público, geração de capital social,


engajamento cívico capital social, engajamento cívico,
coordenação de atores público e privados, inclusão social,
compartilhamento de reponsabilidades

11. Pressupostos da Nova Gestão Pública

A prestação de serviços públicos e a provisão de políticas públicas deve orientar-se, complementarmente, pela eficiên-
cia, eficácia e a efetividade.

Ex.: Vertente Gerencial

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 Respeitando os Ditames Legais
 Articulando os interesses políticos
 Focando a Obtenção de Resultados
 Aperfeiçoando a Gestão Pública

Ex.: Vertente Gerencial

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Fonte: Coelho & Olenscki, 2005.


A (Re)configuração da Gestão Pública no Brasil O processo administrativo apresenta-se como uma su-
(pós-90) cessão de atos, juridicamente ordenados, destinados todos
• Abertura comercial (Globalização) à obtenção de um resultado final. O procedimento é, pois,
• Organismos Internacionais composto de um conjunto de atos, interligados e progressi-
• (Re)definição do Quadro Fiscal vamente ordenados em vista da produção desse resultado.
• Avanço da Redemocratização O devido processo legal simboliza a obediência às nor-
• Controle Social (e Político) do Executivo mas processuais estipuladas em lei; é uma garantia consti-
• Reforma do Estado tucional concedida a todos os administrados, assegurando
• Constituição de 1988 um julgamento justo e igualitário, assegurando a expedi-
ção de atos administrativos devidamente motivados bem
Num contexto de edificação de uma Nova Gestão como a aplicação de sanções em que se tenha oferecido a
Pública (teoria, práxis) dialeticidade necessária para caracterização da justiça. De-
• Dimensão econômico-financeira cisões proferidas pelos tribunais já tem demonstrado essa
• Dimensão administrativa-institucional posição no sistema brasileiro, qual seja, de defesa das ga-
• Dimensão sociopolítica rantias constitucionais processuais no sentido de conceder
ao cidadão a efetividade de seus direitos.
Gestão Pública (Gerencial) no Brasil - Experiência de Seria insuficiente se a Constituição garantisse aos cida-
reforma do Estado do MARE (1995) - Diagnóstico Ins- dãos inúmeros direitos se não garantisse a eficácia destes.
titucional Nesse desiderato, o princípio do devido processo legal ou,
• Centralização também, princípio do processo justo, garante a regulari-
• Controles Formais (legalidade) dade do processo, a forma pela qual o processo deverá
• Falta de indicadores tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados os atos
• Ausência de informações processuais e administrativos.
• Ausência de Controle Social Cabe ressaltar que o princípio do devido processo legal
resguarda as partes de atos arbitrários das autoridades ju-
Objetivos da Reforma risdicionais e executivas.
• Aumentar a governança do Estado O processo é composto de fases e atos processuais ri-
• Limitar as funções do Estado gorosamente seguidos, viabilizando as partes a efetividade
• Transferir da União para estados e municípios as ações do processo, não somente em seu aspecto jurídico-proce-
de caráter local dimental, mas também em seu escopo social, ético e eco-
• Reverter a crise de eficiência e confiabilidade nômico, assegurando o cumprimento dos princípios cons-
• Voltar a AP para o cidadão titucionais processuais, somente aí, ter-se-á a efetivação de
• Fazer melhor e custar menos um Estado Democrático de Direito.
Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do
Desafios imediatos do setor público brasileiro público, mediante processo justo, e mediante a segurança

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_ o combate à corrupção dos trâmites legais do processo.
_ a superação do formalismo
_ a diminuição do clientelismo 13. Funções da administração: planejamento, orga-
_ o pacto federativo nização, direção e controle
_ a redução de desigualdades
_ aumento da eficiência sistêmica e da eficácia dos A  administração assim como suas funções sofreram
serviços públicos e da efetividade das políticas constantes mudanças, muito visíveis no último século. Com
públicas (importância da gestão) a chegada de novas tecnologias, novas formas de produ-
ção, vendas, logística e mudanças na parte contábil e finan-
12. Processo administrativo ceira as teorias assim como a prática precisaram adaptar-se
a uma nova realidade administrativa.
Como vimos acima, a Administração é o ato de ad-
ministrar ou gerenciar negócios,  pessoas ou recursos, Das funções da administração de Henri Fayol (precur-
com o objetivo de alcançar metas definidas. sor dessa teoria), podemos encontrar as seguintes que são
A gestão de uma empresa ou organização se faz de demonstradas como PO3C: A primeira delas é:
forma que as atividades sejam administradas com planeja- Planejar, isso significa que você terá que criar planos
mento, organização, direção, e controle. para o futuro de sua organização. Nesse momento come-
Segundo alguns autores (Montana e Charnov) o ato çamos a programar o que estava no planejamento com o
de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras objetivo, claro, de colocar em prática o que está no papel,
pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem e é durante esse passo da programação que vemos a estru-
como de seus membros. tura organizacional, a situação da empresa e das pessoas
que compõe ela.

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A segunda função da administração é Organizar. Afinal, qual o sentido de ser uma pessoa organizada? é aquela que
sabe onde, fisicamente, se encontra o que é necessário no momento certo, que transforma o ambiente/local de trabalho
dela em um ambiente de fácil entendimento para qualquer um encontrar o que precisa? Também, mas no sentido que
Fayol define é que as empresas são feitas de pessoas e estrutura física, essa função administrativa utiliza da parte material
e social da empresa.
A terceira função é Comandar. Essa função serve para orientar a organização, dirigir também. Se a empresa está rumo
a um caminho e encontra obstáculos, caberá ao administrador dirigir, se for preciso, ou orientar a organização para traçar
o objetivo, às vezes é preciso intervir e tomar as rédeas da organização e orientá-la e dirigi-la.
A quarta função é Coordenar. Sem dúvidas, essa é uma função primordial para motivar as pessoas que estão em um
ambiente de trabalho, tanto para aprender cada vez mais quanto ao que tem relação em se esforçarem com o objetivo de
cumprirem metas e, de forma coletiva, alcançar objetivos traçados pelo administrador da empresa.
E por último, a quinta função administrativa é Controlar. Uma organização sem normas e regras, certamente, terá me-
nos desempenho que uma. Segundo Fayol, essas cinco funções administrativas conduzem a uma administração eficaz das
atividades da organização. Mas, com o passar do tempo, as funções Comando e Coordenação formaram uma só função, a
de Direção. Então as funções de POCCC passaram para PODC (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar).
Em síntese, dentro do modelo atual temos:
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Fonte e texto adaptado de: www.al.sp.gov.br/www.es- Alternativa B: ERRADA – o foco era na tarefa, no pro-
coladegoverno.pr.gov.br/Fernando Coelho/ Carlos Alberto cesso produtivo.
Bonezzi/Luci Léia De Oliveira Pedraça/ Paulo Roberto Mot- Alternativa D: ERRADA – o foco era na tarefa e não
ta/Carlos Ramos
2. (TRT/7ª Região/CE – 2017 - CESPE) O objetivo dos es-
tudos de Hawthorne, que deram origem à Escola das Rela-
ções Humanas, era
EXERCÍCIO COMENTADO
a) determinar, por meio de métodos científicos, a tarefa
ideal a ser desempenhada pelo operário conforme o seu
1. (TRT/7ª Região/CE – 2017 - CESPE) Na abordagem
perfil.
científica da organização do trabalho preconizada por
b) promover melhores condições de trabalho para os ope-
Taylor, destaca-se a variável distintiva  
rários nas fábricas.
c) demonstrar o impacto das condições físicas do local de
a) adaptação das máquinas ao trabalhador.
trabalho na produtividade dos operários.
b) controle da saúde dos trabalhadores.
d) identificar o tipo de estrutura formal da empresa capaz
c) especialização do trabalho.
de contribuir para a qualidade de vida dos trabalhado-
d) conforto dos trabalhadores.
res.
Resposta: “Letra C” O que vale é realmente conhecer o
pensamento dos autores. Abaixo, uma lista com alguns Resposta: “Letra C” Hawthorne pretendia demonstrar
dos autores mais recorrentes nas provas e suas teorias. a influencia do ambiente de trabalho (condições físicas,
Parte inferior do formulário de estrutura, de suoorte) no desempenho e produtivida-
Taylor - considerado o “Pai da Administração Científica”. de dos trabalhadores. Quanto melhores as condições no
Seu foco era a eficiência e eficácia operacional na admi- espaço de trabalho, mais produtivos seriam os trabalha-
nistração industrial. dores, por exemplo, uma boa iluminação favorece um
Fayol - racionalização da estrutura administrativa trabalho mais rápido e de melhor qualidade.
Weber - divisão do trabalho baseada na especialização
funcional 3. (TRT/7ª Região/CE – 2017 - CESPE) O objetivo da nova
Maslow – Hierarquia das necessidades gestão pública é
Alderfer – E(Existencial) R(Relacionamento)
C(Crescimento) a) assegurar a impessoalidade e a racionalidade técnica na
Vroom – Valor da recompensa (Valência; instrumentali- gestão pública por meio da burocratização dos proces-
dade; expectativa) sos.
Skinner – Reforços e Punições b) fomentar a eficiência da administração por meio da re-
McClelland – Realização Pessoal; Afiliação (relaciona- dução de custos e da melhora na qualidade dos serviços.
mento); Poder (influência) c) promover o poder racional-legal como estratégia de

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Herbert Simon – Decisões programadas e não-programa- combate à corrupção e ao nepotismo.
das d) garantir o acesso à propriedade privada para o gestor e
Armand Feigenbaum – Total Quality Control ou Contro- os seus servidores.
le da Qualidade Total.
Walter Stewan – Ciclo PDCA (plan-do-check-act).
Kaoru Ishikawa – sete ferramentas do controle estatís- Resposta: “Letra C” A nova gestão pública, também co-
tico da qualidade (diagrama de causa e efeito; folhas de nhecida como modelo gerencial de gestão possui foco nos
verificação; histograma; cartas ou folllas de controle; flu- procedimentos, com controle voltado para os resultados,
xograma; diagrama de Pareto; diagrama de dispersão e com características de multifuncionalidade, flexibilização
diagrama de lshikawa). das relações de trabalho, busca atender ao cidadão atra-
Garvin – Abordagens gerais de qualidade vés do alcance de resultados.
Joseph Juran – trilogia da qualidade: planejamento, con-
trole e melhoria. 4. (TRT/14ª Região/RO e AC – 2016 -FCC) É considerado
Philip Crosby – Defeito Zero um mecanismo característico da administração gerencial:
Edwards Deming – Kaizen, melhoria contínua
Charles H. Kepner – Matriz GUT a) Controle rígido de procedimentos.
Ford – linha de produção; princípios de intensificação, b) Gestão hierárquica.
economicidade e produtividade c) Normas e regulamentos.
Porter – Teoria das 5 forças d) Controle de legalidade.
Alternativa A: ERRADA – o processo era o de adapta- e) Gestão por Competências.
ção do trabalhador às maquinas.

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Resposta: “Letra E” Vejamos as características dos três mo- Exatamente por ser esse diferencial , essa área tem
delos administrativos: passado por mudanças e transformações, afim de
Patrimonialista: caracterizado pela não distinção entre o acompanhar a evolução natural das coisas e permitir
que é patrimônio público e o que é patrimônio privado. que o patrimônio intelectual e humano das organizações
Apresenta forte presença da seguintes características: ne- esteja sempre em desenvolvimento, não apenas nos seus
potismo, corrupção, ineficiência, improviso, falta de pro- aspectos tangíveis e concretos, mas, principalmente, nos
fissionalismo, ausência de métodos de trabalho, falhas de aspectos conceituais e intangíveis.
planejamento, entre outras.
Burocrático: veio para coibir os excessos do patrimonialis- A área de Gestão de Pessoas é uma área muito
mo. Segue o modelo racional-legal e apresenta caracte- sensível aos aspectos contingenciais e situacionais da
rísticas como o controle rígido do processo, profissionalis- organização, considerando fatores como cultura e estrutura
mo (ligado com a meritocracia e a instituição de planos organizacional adotada, clima e ambiente, negócio da
de carreira), a impessoalidade e o formalismo. organização, tecnologia utilizada, dos processos internos,
Gerencial: possui foco nos procedimentos, com controle entre vários outros fatores.
voltado para os resultados.
As alternativas A, B, C e D estão ERRADAS – trata-se de O papel da Administração para a Gestão de Pessoas
características burocráticas tem como definição, o ato de trabalhar com e através de
pessoas para realizar os objetivos tanto da organização
05. (TRE/TO - 2017 - CESPE) O processo de burocratiza- quanto de seus membros.
ção que instituiu um modelo de gestão pública pautado no
uso do poder racional-legal e na incorporação da racionali- Alguns aspectos estão envolvidos na gestão de pessoas,
dade técnica e do profissionalismo ocorreu no governo de conforme descritos abaixo:
a) Getúlio Vargas. Comportamento

b) Juscelino Kubitschek.
Processo de decisão

c) Fernando Henrique Cardoso.
Ação e execução

d) Luís Inácio Lula da Silva.
Relacionamento interpessoal

e) Eurico Gaspar Dutra.
Comprometimento interpessoal e organizacional

Perspectiva de futuro

Resposta: “Letra A” Envolvimento com processos

A estruturação da Máquina Administrativa se dá em sete Desenvolvimento de habilidades

períodos, conforme vimos em nossos estudos acima. Re- Identificação de capacidades intelectuais
 –
capitulando temos: Construindo um patrimônio intelectual
1) 1930 a 1945 – Burocratização da Era Vargas
2) 1956 a 1960 – A administração paralela de JK Essa evolução natural percebida pelas organizações
3) 1967 – A reforma militar trouxe mudanças também na denominação e na forma
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4) 1988 – A administração pública na nova Constituição como se enxerga essa área.


5) 1990 – O governo Collor e o desmonte da máquina Enquanto por muito tempo as organizações
pública consideravam a pessoas como um dos recursos necessários
6) 1995/2002 – O gerencialismo da Era FHC para a existência da organização, hoje essa compreensão
7) Nova Administração Pública envolve um conceito diferenciado, onde as pessoas
não são vistas como um recurso e, sim, como parceiro e
colaborador na busca pelos resultados desejados.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS;
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social,
e há na organização também o subsistema técnico. A
interação da gestão de pessoas com outros subsistemas,
Quando nos deparamos com um cenário globalizado especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos
e com competição cada vez mais acirrada, a Gestão de organizacionais e individuais.
Pessoas se torna fundamentalmente um instrumento
diferenciado para as organizações alcançarem sucesso. A seguir, temos três aspectos que dão sustentação
à essa colocação do papel das pessoas hoje nas
Segundo (CHIAVENATO, 2005, p 9). organizações:
Gestão de pessoas “é o conjunto de decisões integradas
sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos
funcionários e das organizações. Assim, todos os gerentes
são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos
eles estão envolvidos em atividades como recrutamento,
entrevistas, seleção e treinamento”

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Como vimos acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo
aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação
e do Conhecimento.
Como pudemos perceber, existe um processo evolutivo na forma como se trata as pessoas dentro da organização,
saindo de um conceito onde pessoas eram consideradas recursos até chegar no conceito de pessoas como parceiros, sendo
nessa transição, as mudanças práticas são bem claras, conforme vemos a seguir;

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


Horário rigidamente estabelecido Colaboradores agrupados em equipes
Preocupação com normas e regras Metas negociadas e compartilhadas
Subordinação ao chefe Preocupação com resultados

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Fidelidade à organização Satisfação do cliente
Dependência da chefia Vinculação à missão e à visão
Alienação em relação à organização Interdependência entre colegas
Ênfase na especialização Participação e comprometimento
Executoras de tarefas Ênfase na ética e responsabilidade
Ênfase nas destrezas manuais Fornecedores de atividade
Valorização da mão de obra Ênfase no conhecimento
Inteligência e talento
Valorização do intelecto

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas, sendo que nesse
contexto, a Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social.
Dentre os demais sistemas organizacionais, destacamos o subsistema técnico e, é essa interação entre Gestão de pessoas
com outros subsistemas, especialmente o técnico, que trabalho para o alinhamento entre os objetivos organizacionais e os
objetivos individuais.
Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre motivação, mais especialmente sobre as analises de comportamento que
produzem a cooperação por parte dos indivíduos.
Essa teoria resume a relação entre pessoas e organização como sendo um sistema onde a organização recebe
cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação ou de trabalho e em troca oferece vantagens e incentivos, dentre
os quais podemos citar os salários, prêmios de produção, gratificações, elogios, oportunidades, etc.
Essa troca mútua cria uma harmonia no ambiente organizacional, permitindo assim que se alcance o equilíbrio
organizacional.

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CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES

A Gestão de Pessoas é caracterizada pela: participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento do capital


humano da organização, que é formado pelas pessoas que a compõem.
Cabe à área de gestão de pessoas a função de humanizar as empresas.
Atualmente nas relações de trabalho vem ocorrendo mudanças conforme as exigências que o mercado impõe ou na
forma de gerir pessoas.

Analisemos agora as características e funções dessa área:

1. Atribuições e objetivos da gestão de pessoas

Como objetivos destacamos alguns aspectos bem claros da área de gestão de pessoas:
 Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão.
 Proporcionar competitividade à organização.
 Proporcionar à organização talentos bem treinados e motivados.
 Aumentar a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho.
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 Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho.


 Administrar a mudança.
 Manter política ética e comportamento socialmente responsável.

Assim como também compete à área de gestão de pessoas lidar com alguns desafios e atribuições bem relevantes,
como vemos a seguir.

Retenção de talentos – antes de mais nada é necessário que a organização consiga identificar os potenciais existentes ali
dentro e, a partir daí, criar condições de reter esse talento. Para que essa retenção seja possível, a organização precisa criar
uma contrapartida para o colaborador, considerando aqui, não apenas o aspecto financeiro, mas os demais aspectos que a
geração atual anseio conquistar, como liberdade de tempo, valorização e reconhecimento, oportunidade de crescimento,
espaço para participar de forma mais ativa, entre outros.

Choque de gerações – Dentro de uma organização, costumeiramente nos deparamos com várias gerações trabalhando
juntas e, nesse cenário temos diversidade de características, experiências, expectativas e competências, cabendo à área de
gestão de pessoas identificar e equilibrar essas diferenças, evitando assim que um choque de gerações impeça que talentos
possam ser descobertos e que trabalhem em conjunto, contribuindo e potencializando assim o patrimônio intelectual da
organização.

Ambiente – Como falamos acima, os anseios da geração atual vão muito além do aspecto financeiro, passando sim
pelo ambiente em que estão inseridos, portanto, cabe à área de gestão de pessoas, dentro do possível, estimular a criação
de ambientes mais próximos desses anseios, propiciando mais liberdade, criatividade e estímulos outros que impulsionem
esses jovens no processo produtivo.

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Papel do Gestor de Pessoas - A área de gestão de Ao longo da história, tivemos muitas teorias pertinentes
pessoas precisa sair do operacional para assumir uma à Administração, podemos citar:
cadeira nas decisões estratégicas. Deve participar opinando
e mostrando alternativas de preparação dos profissionais. Frederick Taylor, que trouxe os princípios da
Antes disso, é preciso estar mais próximo dos clientes administração científica, contribuindo para a racionalização
internos para acompanhar mudanças, expectativas e do trabalho industrial e na divisão de autoridade e
identificar quem pode fazer parte de um plano de carreira supervisão ao nível de linha (autoridade vertical).
e de desenvolvimento. Esse gestor deve ser atual, versátil Temos também Henry Fayol, nos apresentou uma
e flexível para atender às necessidades internas e as de teoria mais global da ação administrativa, ao contrário de
mercado. O desafio das empresas é a estruturação de um Taylor que se dedicou mais as questões relativas à linha de
processo de carreira, tanto horizontal quanto vertical. As produção.
pessoas devem começar a ser valorizadas pelas entregas, Citamos ainda Henry Ford, que se ocupou do sistema de
inovações e projetos que fazem e não mais só pela posição produção empresarial como um todo, visando a sua maior
que ocupam. eficiência, introduzindo conceitos modernos de produção
em série e de linhas de montagem, concebendo um ritmo
Já há algum tempo, a sociedade tem vivido uma transição de trabalho em cadeia, para poupar tempo e custos.
denominada “Era da Informação e Conhecimento”, no qual Até que chegamos àquela que começa a trabalhar a
as pessoas precisam ser consideradas parte essencial desse visão diferente em relação ao indivíduo. Alton Mayo, que
processo para que as organizações obtenham êxito em nos apresentou uma teoria que tratava exatamente das
suas operações. No âmbito empresarial são fundamentais relações humanas.
que todos os colaboradores engajados nos processos Teoria das Relações Humanas preocupou-se
assimilem a missão e os objetivos da organização, como intensamente com o esmagamento do homem pelo
elementos norteadores na formulação e planejamento de desenfreado desenvolvimento da civilização industrializada,
estratégias. Por outro lado, os gerentes devem desenvolver salientando que, enquanto a eficiência material aumentou
uma atuação que possibilite a ênfase nos focos de poderosamente nos últimos duzentos anos, a capacidade
aprendizagem da organização. humana para o trabalho coletivo não manteve o mesmo
Nessa 3ª fase da globalização em que vivemos, é ritmo de desenvolvimento.
viável que as organizações que almejam crescimento e Mayo afirma que a solução do problema da cooperação
melhoria contínua invistam em treinamento e qualificação não pode ser resolvido apenas através do retorno as
e requalificação de seu pessoal gerando assim uma formas tradicionais de organização. O que deve haver é
significativa vantagem competitiva num mercado aonde uma nova concepção das relações humanas no trabalho.
as inovações tecnológicas chegam já com data prevista Como resultado de suas experiências dentro das próprias
de saída para novos critérios. Todavia, as empresas empresas, verificou que a colaboração na sociedade
que entenderem essa interdependência alcançarão industrializada não pode ser entregue ao acaso, enquanto
gradualmente soluções compensatórias em seus trâmites se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos do
e processos. progresso humano.

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Conduzir pessoas numa organização significa A tarefa básica da Administração é formar uma elite
disponibilizar o capital (materiais, equipamentos, fatores de capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes
produção, treinamento), para que todos os envolvidos no democráticos, persuasivos e simpáticos a todo pessoal: Ao
processo (funcionários e parceiros) sintam sua importância invés de se tentar fazer os empregados compreenderem
para a organização e se renovem dia após dia no alcance a lógica da administração da empresa, a nova elite de
de suas competências profissionais e pessoais em busca de administradores deve compreender as limitações dessa
suas eficiências e eficácias. lógica e ser capaz de entender a lógica dos trabalhadores.
O desempenho das pessoas no processo de tomada A pessoa humana é motivada essencialmente pela
de decisão nas instituições quando entendido o que é necessidade de “estar junto”, de “ser reconhecida”,
eficiência (defeito zero e qualidade total) e eficácia (alcance de receber adequada comunicação: Mayo se opunha
das metas empresariais) faz com que as empresas entrem à afirmação de Taylor de que a motivação básica do
no eixo da maturidade mercadológica (posição no qual empregado era meramente salarial (homo economicus)
o produto ou serviço da empresa já é conhecido pelos Para Mayo o conflito social deve ser evitado a todo
clientes, mas que pode trazer eventuais problemas caso custo através de uma administração humanizada que
não se identifique a necessidade de constantes melhorias faça um tratamento preventivo e profilático. As relações
nos processos que serão sentidos pela clientela). humanas e a cooperação constituem a chave para evitar
Isso tudo traz a área de gestão de pessoas, junto o conflito social. Para ele, o conflito social é o germe da
com todos os demais setores organizacionais, para destruição da própria sociedade. “O conflito é uma chaga
um importante papel estratégico, tanto para despertar social, a cooperação é o bem estar social”
e desenvolver talentos organizacionais, como para
potencializar a elaboração e a execução de planos Esse processo todo que veio acompanhando o cenário
estratégicos que a organização adote para alcançar seus organizacional, justifica a importância da gestão de
objetivos. pessoas, a espinha dorsal, a viga, a estrutura desse todo.

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Segundo Davel e Vergara (2001, p.31),
As pessoas não fazem somente parte da vida produtiva das organizações. Elas constituem o princípio essencial de sua
dinâmica, conferem vitalidade às atividades e processos, inovam, criam, recriam contextos e situações que podem levar a
organização a posicionarem-se de maneira competitiva, cooperativa e diferenciada com os clientes, outras organizações e no
ambiente de negócios em geral.

Segundo Barçante e Castro (1995, p. 20),


Ao ouvir a voz do cliente interno, ou seja, dos funcionários, a empresa estará tratando-o como um aliado e não só como
um mero cumpridor de ordens, estará vendo que dele dependem os seus resultados.

Mas para obter bons resultados, a organização precisa abrir mão de alguns paradigmas e criar um cenário onde o
colaborador possa por em prática toda uma experiência profissional já vivenciada ou praticada em outras ocasiões e, nesse
momento, o gestor de pessoas (liderança), precisa atuar no sentido de capacitar, estimular e principalmente motivar as
pessoas a adquirirem cada vez mais habilidades e atitudes vencedoras para que toda a proposta de negócios atinja grandes
resultados e com isso tudo que ficou determinado pelas organizações sejam cumpridos.
A Gestão Estratégica de Pessoas nas organizações é um elo entre metas organizacionais e individuais permitindo a
colaboração e participação eficaz de todas as pessoas envolvidas. Para isso as etapas Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar
deve ser bem trabalhado pelas lideranças e gerencias da empresa conduzindo todos num único objetivo.
Nessa abordagem, faz-se necessário a compreensão e o entendimento sobre Planejamento Estratégico e
conseguintemente o papel potencial das pessoas.
É primordial nas organizações estabelecerem alguns critérios para que a gestão de pessoas tenha importância
significativa, tais como:
1. Motivar e Reconhecer os esforços de todos os envolvidos;
2. As lideranças precisam transmitir suas ideias e saber exercer suas influências;
3. Transformar Grupos em Equipes;
4. Pensar, Agir e Solucionar problemas;
5. Gerar Ambiente Sinérgico;
6. Ter nos conflitos gerados uma oportunidade de fonte de aprendizagem;
7. Saber gerenciar o estresse;
8. Saber delegar;
9. Desenvolver Culturas;
10. Preparar as Pessoas para a Avaliação de Desempenho;
11. Elaborar Planos Individuais de Capacitação por Competências;
12. Fornecer Opinião sobre as competências individuais;
13. Identificar segundo o perfil traçado pela empresa, as pessoas que estão acima, na média ou aquém das expectativas;
14. Agregar Pessoas (Valorizar o Capital Intelectual);
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15. Desenvolver Pessoas (Integrar e Motivar os Colaboradores);


16. Adotar Administração Horizontal (Faz com que as lideranças estejam em maior proximidade dos liderados,
privilegiando o acesso a informação e reduzindo os níveis organizacionais);
17. Aplicar Benchmarking para obtenção de vantagem competitiva;
18. Desenvolver políticas de parcerias;
19. Manter e Recompensar pessoas;
20. Monitorar as atividades realizadas diariamente;
21. Criar um Canal de Reclamações e Sugestões visando através de críticas construtivas agregarem valores à
organização;
22. Divulgar na Intranet da empresa ou divulgar internamente o desempenho mensal das equipes de trabalho em
comparação a evolução alcançada com relação às metas estipuladas pela organização.

2. Processo de gestão de pessoas

Podemos compilar esses, e outros critérios, dentro de um processo atual de gestão de pessoas, que comporta seis
aspectos básicos, como veremos agora:

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Todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam
reciprocamente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizados. Um processo de
agregar pessoas malfeito passa a exigir um processo de desenvolver pessoas mais intenso para compensar as suas falhas.
Se o processo de recompensar pessoas é falho, ele exige um processo de manter pessoas mais intenso. Além do mais,
todos esses processos são desenhados de acordo com as exigências das in­fluências ambientais externas e das influências
organizacionais internas para obter a melhor compatibilização entre si. Trata-se, pois, de um modelo de diagnóstico de RH.

Uma das ferramentas utilizadas pela área de gestão de pessoas para facilitar a administração das informações pertinen-

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tes às pessoas envolvidas nos processos organizacionais é o Sistema de Informação Gerencial, onde, através de um banco
de dados, é possível se fazer o registro de informações que possam auxiliar o gestor e os lideres nos processos decisórios.
Os aspectos administrados através do SIG podem ser analisados numa visão geral ou focada, na visão geral, o sistema
permite uma análise de todos os processos organizacionais, já os de visão focada, fornece dados setorizados, referentes aos
departamentos que se deseja analisar em especifico, sendo que, em ambos constam informações como objetivos, estraté-
gias e políticas da empresa, fatores ambientais da empresa, qualidade dos profissionais, das informações, dos processos,
tecnologia da empresa, a relação dos custos versus benefícios bem como os riscos envolvidos e aceitos, entre outros.
No entanto, dados coletados por si só não contribuem para esse processo, portanto, necessário se faz que haja uma
análise e classificação desses dados, relacionando entre si as informações e suas possíveis aplicabilidades.
No subsistema gestão de pessoas, para facilitar essa classificação e interação de dados, o sistema deve registrar dados
diversos sobre o colaborador e sua relação com a organização, tais como:
 Dados pessoais
 Dados sobre cargos e os encarregados dessas funções
 Dados sobre os setores e departamentos existentes na organização
 Dados sobre remuneração e beneficios
 Dados sobre processos de treinamento e capacitação desenvolvidos e/ou necessários
 Dados sobre aspectos relacionados à saúde ocupacional, entre outros.

Cabe à administração decidir, diante do investimento envolvido, qual o melhor e mais indicado sistema a ser implan-
tado, considerando os processos envolvidos e as expectativas da organização, lembrando também que, o sistema só será
eficaz se as informações por ele fornecidas forem constantemente atualizadas e revistas, conforme o desenvolvimento dos
processos em andamento na organização.

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3. Comportamento organizacional Ao ingressar em uma organização, indivíduos com ca-
racterísticas diversas se unem para atuar dentro de um
Comportamento Organizacional “é um campo de es- mesmo sistema sociocultural na busca de objetivos de-
tudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a terminados. Essa união provoca um compartilhamento de
estrutura têm sobre o comportamento dentro das organi- crenças, valores, hábitos, entre outros, que irão orientar
zações com o propósito de aplicar este conhecimento em suas ações dentro de um contexto preexistente, definindo
prol do aprimoramento da eficácia de uma organização.” assim as suas identidades.
Tem por finalidade compreender os “espaços vazios” da Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por
organização de forma que estes não prejudiquem o de- meio de suas ações, contribuem para a construção de sua
senvolvimento da organização, possibilitando assim, reter sociedade. Entretanto os indivíduos agem sempre dentro
talentos, evitar o turnover e promover engajamento e har- de contextos que lhes são preexistentes e orientam o sen-
monia entre os stakeholders. tido de suas ações. A construção do mundo social é assim
Tem uma compreensão quanto ao comportamento or- mais a reprodução e a transformação do mundo existen-
ganizacional é extremamente importante para que as lide- te do que sua reconstrução total. Para Berger e Luckmann
ranças possam prever, e especialmente evitar problemas (1983) a vida cotidiana se apresenta para os homens como
individuais ou coletivos entre os colaboradores. realidade ordenada. Os fenômenos estão pré-arranjados
Comportamento organizacional refere-se a comporta- em padrões que parecem ser independentes da apreensão
mentos relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, rota- que cada pessoa faz deles, individualmente.
tividade no emprego, produtividade, desempenho humano Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível do
e gerenciamento. indivíduo e do grupo, mediada pelos processos cognitivos,
Refere-se ainda à motivação, liderança, poder, comuni- e interdependente do contexto, varia conforme a inserção
cação interpessoal, estrutura e processos de grupo, apren- ambiental e o tipo de organização, tanto quanto também
dizagem, desenvolvimento e percepção de atitude, proces- varia internamente em suas subunidades. É importante sa-
so de mudanças, conflitos. lientar que o universo simbólico integra um conjunto de
Considerando que, diferentemente das organizações, significados, atribuindo-lhes consistência, justificativa e le-
que possuem uma certa formalidade em sua essência, as gitimidade. Em outras palavras, o universo simbólico pos-
pessoas são mais complexas, mais influenciáveis por variá- sibilita aos membros integrantes de um grupo uma forma
veis diversas e, muitas vezes, são pouco previsíveis. consensual de apreender a realidade, integrando os signi-
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valo- ficados e viabilizando a comunicação.
res, rituais, normas, rotinas e tabus da organização, o que É por meio desse compartilhar da realidade que as
se pretende é buscar a sua identificação com os padrões a identidades dos indivíduos nas organizações são construí-
serem seguidos na empresa. Dessa forma, se fornece um das, ao se comunicar aos membros, de forma tangível, um
senso de direção para todas as pessoas que compartilham conjunto de normas, valores e concepções que são tidas
desse meio. As definições do que é desejável e indesejá- como certas no contexto organizacional. Ao definir a iden-
vel são introjetadas pelos indivíduos atuantes no sistema, tidade social dos indivíduos, o que se pretende é garan-
orientando suas ações nas diversas interações que execu- tir a produtividade, pela harmonia e manutenção do que
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tam no cotidiano. foi aprendido na convivência. É importante ressaltar que


Reconhecer os significados e a própria razão de ser da muitas vezes essas identidades precisam ser reconstruídas,
empresa, bem como se familiarizar com as percepções e quando a empresa se vê diante de situações que exigem
comportamentos mais aceitos e valorizados na organiza- mudanças.
ção, conduz os funcionários a uma uniformidade de ati-  Daí vem o papel principal da analise do comportamen-
tudes, o que é positivo no sentido de possibilitar maior to organizacional, que é o de permitir fazer uma leitura da
coesão. No entanto pode levar a uma perda de indivi- dinâmica existente na organização e como essa interfere e
dualidade, pois o comportamento dos indivíduos passa a influencia o comportamento das pessoas envolvidas.
ser uma extensão do grupo, muitas vezes se estendendo Considerando que nas relações entre indivíduo e orga-
para ambientes externos da organização, quando passam nização existe uma troca de interesses, de conteúdo, de
a adotar comportamentos padronizados nas mais diversas aporte, entre tantos outros aspectos, e gerir essa troca é
situações. papel da área de gestão de pessoa, que garante que nessa
troca, ambas as partes fiquem satisfeitas.
Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos Organi-
zacionais, destacamos: 3.1. Cultura organizacional

Nível Individual – Estuda as expectativas, motivações, A cultura organizacional  tem por finalidade conceituar
as habilidades e competências que cada colaborador de- os valores e as crenças de uma organização, gerando um
monstra individualmente através de seu trabalho. entendimento consciente e coletivo sobre a mais indicada
Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, grupos, e adequada forma de se comportar dentro da organização,
as funções desempenhadas por estes, a comunicação e in- gerando um ajuste quase que automático na interação en-
teração uns com os outros, além da influência e o poder do tre os indivíduos, ressaltando-se que, não necessariamente
líder neste contexto. essa cultura esteja formalmente instituída, pois, em alguns

60
casos, esses valores são compartilhados entre as pessoas, Culturas fortes: Seus valores são compartilhados in-

habitualmente, sem que haja um regra formal que a leve a tensamente pela maioria dos funcionários e influen-
agir dessa forma cia comportamentos e expectativas.
Entre os benefícios que a cultura organizacional pode Culturas fracas: São culturas mais facilmente muda-

trazer à organização, podemos citar: das. Como exemplo, seria uma empresa pequena e
 Vantagem competitiva derivada de inovação e servi- jovem, como está no início, é mais fácil para a ad-
ço ao cliente; ministração comunicar os novos valores, isto explica
 Maior desempenho dos empregados; a dificuldade que as grandes corporações tem para
 Coesão da equipe; mudar sua cultura.
 Alto nível de alinhamento na busca da realização de
objetivos. 3.3. Componentes da cultura

A cultura organizacional tem como base algumas carac- A cultura representa a maneira como a organização vi-
terísticas básicas que, em conjunto, capturam a essência de sualiza a si própria e seu ambiente. Seus principais compo-
uma organização:  nentes são os artefatos, valores compartilhados e pressu-
 Inovação e assunção de riscos: o grau em que os fun- posições básicas.
cionários são estimulados a inovar e assumir riscos. Vejamos os níveis dos componentes da Cultura Organi-
 Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que zacional de acordo com o nível de superficialidade, sendo
os funcionários demonstrem precisão, análise e aten- do mais superficial ao mais profundo.
ção aos detalhes.  Artefatos: o mais superficial, visível e perceptível. 
 Orientação para os resultados: o grau em que os diri-  Padrões de comportamento: as regras que criam um
gentes focam mais os resultados do que as técnicas e comportamento linear e padronizado
os processos empregados para seu alcance.  Valores compartilhados: não são visíveis, estão enrai-
 Orientação para as pessoas: o grau em que as deci- zados nas pessoas, pois, esses valores tem relevância
tal que definem as razões pelas quais as pessoas fa-
sões dos dirigentes levam em consideração o efeito
zem ou deixam de fazer algo.
dos resultados sobre as pessoas dentro da organi-
 Pressuposições básicas: trata-se de crenças incons-
zação.
cientes, sentimentos e pressuposições básicas que
 Orientação para as equipes: o grau em que as ativi-
regem o pensamento e o comportamento das pes-
dades de trabalho são mais organizadas em termos
soas. Este é o nível mais profundo da cultura orga-
de equipes do que de indivíduos.
nizacional.
 Agressividade: o grau em que as pessoas são compe-
titivas e agressivas em vez de dóceis e acomodadas.
Diante do exposto, temos que a cultura organizacional
 Estabilidade: o grau em que as atividades organiza- representa a compreensão que as pessoas envolvidas na
cionais enfatizam a manutenção do status quo em organização enxergam as características da cultura desta,
contraste com o crescimento. gerando uma sinergia que potencializa a boa convivência

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interpessoal.
3.2. Tipos de cultura
4. Clima organizacional
Culturas adaptativas: Caracterizam-se pela sua ma-

leabilidade e flexibilidade e são voltadas para a ino- Segundo Chiavenato (1994), o clima organizacional in-
vação e a mudança. São organizações que adotam fluencia a motivação, o desempenho humano e a satisfação
e fazem constantes revisões e atualizações, em suas no trabalho. Ele cria certos tipos de expectativas cujas con-
culturas adaptativas se caracterizam pela criativida- sequências se seguem em decorrência de diferentes ações.
de, inovação e mudanças. De um lado, a necessidade As pessoas esperam certas recompensas, satisfações e
de mudança e a adaptação para garantir a atualiza- frustrações na base de suas percepções do clima organiza-
ção e modernização, e de outro, a necessidade de es- cional. Essas expectativas tendem a conduzir à motivação.
tabilidade e permanência para garantir a identidade O clima organizacional pode ser visto, também, como
da organização. O Japão, por exemplo, é um país que um conjunto de fatores que interferem na satisfação ou
convive com tradições milenares ao mesmo tempo descontentamento no trabalho. Entende-se por fatores
em que cultua e incentiva a mudança e a inovação de satisfação aqueles que demonstram os sentimentos
constantes. mais positivos do colaborador em relação ao trabalho, tais
Culturas conservadoras: Se caracterizam pela ma-
 como: a realização, o reconhecimento, o trabalho em si,
nutenção de ideias, valores, costumes e tradições a responsabilidade e o progresso. Por fatores de descon-
que permanecem arraigados e que não mudam ao tentamento, temos aqueles que contribuem com uma co-
longo do tempo. São organizações conservadoras notação negativa, do ponto de vista do colaborador, tais
que se mantêm inalteradas como se nada tivesse como: as políticas e administração, a supervisão, o salário e
mudado no mundo ao seu redor. as condições de trabalho.

61
Quando existe um bom clima organizacional, a ten- radores, tais como preocupações, insatisfações, sugestões,
dência é que a satisfação das necessidades pessoais e pro- dúvidas e inseguranças. Baseado nessas informações po-
fissionais sejam realizadas, no entanto, quando o clima é de-se fazer um planejamento voltado para a melhoria das
tenso, ocorre frustração destas necessidades, provocando condições de trabalho tendo em vista, além da satisfação
insegurança, desconfiança e descontentamento entre os do colaborador, o aumento da produtividade do mesmo.
colaboradores. Avaliar o clima organizacional não compete apenas aos
Na opinião de Chiavenato (1994, p.53), “o clima orga- profissionais de recursos humanos, mas sim a todas as pes-
nizacional é favorável quando proporciona satisfação das soas engajadas no processo. Pode-se fazer essa constata-
necessidades pessoais dos participantes, produzindo eleva- ção, pois pessoas que estão diretamente ligadas às áreas
ção do moral interno. É desfavorável quando proporciona ou setores a serem avaliados podem analisar com uma
frustração daquelas necessidades.” margem mais segura como é e como pode ser melhora-
Clima organizacional pode ser definido também como do o desempenho dos colaboradores para o cumprimento
um conjunto de variáveis que busca identificar os aspec- dos objetivos da organização.
tos que precisam ser melhorados, em busca da satisfação e Muitas empresas fazem pesquisa de clima interno com
bem-estar dos colaboradores o objetivo de levantar e atuar nos aspectos mais significa-
Para Bennis (1996, p.6), “clima significa um conjunto de tivos identificados na pesquisa, onde são definidas quatro
valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pes- frentes de ação para análise, a seguir descritas:
soas se relacionam umas com as outras, tais como sincerida- Desempenho e avaliação: critérios claros de avaliação
de, padrões de autoridade, relações sociais, etc.” dos funcionários;
Clima organizacional é um conjunto de causas que in- Desenvolvimento de pessoas: recrutamento interno,
terferem no ambiente de trabalho. As causas podem variar treinamento mais alinhado às metas;
de acordo com os níveis culturais, de comunicação, econô- Integração: forma de maior integração entre as pessoas,
micos e psicológicos dos indivíduos. áreas, unidades, com o propósito de maior entrosamento e
Pode-se, ainda, definir clima organizacional como sen- fortalecimento do banco como um todo;
do uma visão fotográfica que retrata as percepções mais Processo decisório: tornar o processo decisório mais
negativas ou positivas dos indivíduos, que pode ser afetada ágil, deixando-o menos burocrático em alguns momentos,
por fatores internos ou externos. facilitando decisões e realização de negócios.
O clima é em geral influenciado pela cultura da organi- Estes itens mostram como um bom clima de trabalho
zação, embora alguns fatores como políticas organizacio- influencia diretamente nos negócios e resultados de uma
nais, formas de gerenciamento, lideranças formais e infor- organização.
mais, atuação da concorrência e influências governamen-
tais também possam alterá-lo. 4.2. Clima organizacional, motivação e comprome-
Pode-se também definir clima organizacional como timento
um conjunto de valores, ou seja, aquilo que identifica os
colaboradores como seres humanos, suas raças, culturas, De acordo com Davis & Newstrom (1998), o comporta-
crenças. Essas diferenças culturais devem ser reconhecidas mento organizacional integra quatro elementos distintos:
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como importante nas organizações, pois mostra a visão de pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente. Isso envolve
cada um em relação ao ambiente de trabalho. conceitos fundamentais sobre a natureza das pessoas e das
O conceito de clima organizacional é muito abrangente organizações, ou seja, como os colaboradores estão prepa-
e complexo, pois busca sintetizar numerosas percepções, rados para o desempenho de suas funções, seu crescimen-
atitudes e sentimentos em um número limitado de dimen- to e desenvolvimento para atingirem níveis mais altos de
sões, numa tentativa de mensuração. competência, criatividade e realização, face à importância
dos mesmos serem os recursos centrais em qualquer orga-
4.1. Avaliação do clima organizacional nização e qualquer sociedade.
Então, o comportamento organizacional deve criar pro-
A avaliação do clima organizacional é necessária a fim dutividade nas organizações. Aí se inclui conhecimento,
de que a organização tenha parâmetros para buscar me- habilidade, atitude e motivação. A motivação faz, segundo
lhorias no ambiente interno corrigindo problemas que Davis & Newstrom (1998), o colaborador adquirir capaci-
possam estar causando insatisfação dos colaboradores dade.
prejudicando a produtividade dos mesmos e os resultados É importante, para todo o esse processo ocorrer de for-
da organização. O clima organizacional reflete, também, a ma normal, que as empresas gerem condições que moti-
capacidade da empresa para atrair e reter colaboradores vem os colaboradores a um melhor desempenho, ou seja,
competentes que contribuam com os resultados desejados criem um clima organizacional que facilite o trabalho para
(Campello & Oliveira, 2004). Daí a preocupação das empre- alcançar os resultados pretendidos.
sas em avaliar o clima organizacional. Motivação, segundo Ferreira (1999, p. 1371), é o “con-
Os profissionais de recursos humanos juntamente com junto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes)
os líderes da organização devem sempre analisar o clima de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem
organizacional buscando todas as informações possíveis entre si e determinam a conduta de um indivíduo”.
que possam estar influenciando no resultado dos colabo-

62
Logo, o comportamento organizacional deve prover Os resultados de uma pesquisa de clima podem ser co-
condições para criar produtividade nas organizações, fazer locados no mercado como uma forte ferramenta para atrair
com que os fatores que atuam sobre a motivação dos co- profissionais, como mostram, por exemplo, algumas publi-
laboradores estejam presentes. cações especializadas no setor.
Mattar & Ferraz (2004) citam que as empresas sabem Se a empresa não tem uma filosofia para tratar o clima
o valor e a importância de obter e manter o comprometi- de forma corporativa e coordenada, o gestor pode fazê-lo
mento de seus colaboradores. Colaboradores comprometi- em seu grupo, prestando atenção às reações das pessoas,
dos propiciam maior eficiência e eficácia. Porém os autores ¨medindo a temperatura¨ e analisando constantemente
comentam que nem sempre é fácil conseguir esse com- os fatores de impacto do negócio com seu próprio estilo
prometimento por parte dos colaboradores. O mercado de gestão. Dentro de uma empresa que não cuida institu-
atualmente exige das empresas uma alta competitividade, cionalmente de seu ambiente interno, uma área que atue
e as mesmas desejariam o comprometimento de seus co- com esses aspectos, terá certamente índices mais altos de
laboradores para atingirem essa maior produtividade, com satisfação, menor rotatividade e obtendo melhores resul-
qualidade nos serviços e, assim, obterem um crescimento tados. Mas isso pode não ser suficiente para mudar toda
sustentável. a empresa.
Na era da informação, o maior patrimônio de uma em- Leal (2001) afirma que a empresa pode definir seu clima
presa é o seu contingente intelectual, ou seja, as pessoas, ideal se levar em consideração fatores como estratégias,
e o grande diferencial está na capacidade que ela tem de valores e processos internos. O gestor também pode fa-
atrair, motivar e manter este patrimônio para obter melho- zer de sua área um ambiente melhor ou pior para se tra-
res resultados (MATTAR & FERRAZ, 2004). balhar, se comparado com outras áreas da empresa. Para
Entretanto, considerando que as pessoas tem necessi- isso, outro conjunto de fatores que deve estar sempre em
dades específicas de auto-realização profissional e pessoal, pauta e sendo bem administrado inclui: desenvolvimento
essa tarefa torna-se cada vez mais difícil. da equipe, construção e divulgação dos objetivos da área,
A necessidade de incentivar e manter o comprometi- qualidade e rapidez de decisões, integração e comunica-
mento das pessoas levou as empresas a desenvolver pes- ção, autonomia e suporte para a realização das atividades,
quisas sobre perfil dos colaboradores, forma de gestão, administração dos conflitos, informações sobre a empresa,
liderança, motivação entre outras, analisando que ações perspectiva de crescimento profissional e imagem da sua
devem ser feitas implantadas para obtenção de maiores área para outras da empresa.
resultados, conforme Mattar & Ferraz (2004). Para Chiavenato (1994), o gerente pode criar e desen-
volver um melhor clima organizacional através de interven-
4.3 O papel do gestor no clima organizacional. ções no seu estilo gerencial, no sistema de administrar pes-
soas, na questão da reciprocidade, na escolha do seu pes-
Para Leal (2001), o ambiente organizacional é a percep- soal, no projeto de trabalho de sua equipe, no treinamento
ção que os funcionários têm da empresa. É o resultado do de sua equipe, no seu estilo de liderança, nos esquemas de
conjunto das políticas, sistemas, processos, valores e dos motivação, na avaliação da equipe e, sobretudo, nos siste-
estilos gerenciais presentes na empresa. O clima interno mas de recompensas e remuneração.

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é o combustível para a melhora ou a piora dos resultados A outra fase para a manutenção do clima organizacio-
do negócio. Hoje, as empresas querem e precisam olhar nal é um trabalho mais localizado e focado, em que o ges-
de frente para essa relevante variável e atuar na gestão do tor compõe um plano em conjunto com seus profissionais,
clima. cumprido-o com o envolvimento e a participação de todos.
A primeira etapa, após se conhecer a percepção das A gestão de clima, em síntese, é uma gerência dos fatores
pessoas, é a elaboração de uma pesquisa para se saber ambientais, de relacionamento e resultados, em que de-
onde e em quais aspectos pode-se melhorar. A partir de vem ser cuidados os aspectos de comunicação e valores
então, criam-se ações em busca de um ambiente melhor e para que a área e a empresa tenham visibilidade, atrativi-
com mais qualidade, o que naturalmente levará a melhores dade e um grande poder de retenção. A manutenção e a
resultados. atração de bons profissionais e de talentos potenciais é um
Realizar uma pesquisa de clima organizacional é traba- dos grandes prêmios das empresas que cuidam e se atêm
lhoso, além de demandar alguns cuidados fundamentais às questões ambientais do trabalho.
para o sucesso, como metodologia de pesquisa, confiden-
cialidade de informações, etc. Na opinião de Leal (2001), al- 4.4. Ambiência organizacional
guns fatores que costumam impactar de forma positiva ou
negativa são: estrutura, remuneração, imagem da empresa, A Gestão da Ambiência contempla a identificação dos
estilo gerencial, clareza de objetivos e saúde financeira da fatores que influenciam a cultura organizacional, desenvol-
empresa. vimento e implementação de planos de ação que estimu-
A área de recursos humanos costuma conduzir essas lem o comprometimento dos colaboradores, assim como a
pesquisas e, em geral, elas são validadas e ¨apadrinhadas¨ quantificação do valor percebido pela empresa.
pelo principal executivo, que tem nos resultados uma ferra- Ruy Shiosawa, presidente do Great Place to Work
menta de diagnóstico e de marketing para o planejamento (GPTW) responsável pela pesquisa “100 melhores empre-
da empresa. sas para se trabalhar” diz que: “Um melhor ambiente de

63
trabalho atrai talentos e, mais importante, retêm esses ta- De acordo com Chiavenato (2015), o clima organizacio-
lentos no longo prazo. Uma maior da preocupação com as nal varia ao longo de um continuum, que vai desde um
pessoas dentro da empresa – e a percepção desse cuidado clima favorável e saudável, até um clima desfavorável e
da empresa por parte dos funcionários – não apenas se re- negativo. Entre esses dois extremos, existe um ponto inter-
verte em um bom ambiente de trabalho, mas também em mediário: o clima neutro.
melhores indicadores de saúde econômica da empresa”. É necessário ter uma visão sistêmica dos extremos des-
Um bom ambiente de trabalho não se reflete apenas te fenômeno, e uma das mais importantes intervenções
em uma maior felicidade interna da empresa e em um para levantamento de dados destas variáveis, é a pesquisa
maior comprometimento (ou engajamento) do profissio- de Clima Organizacional, na qual podemos apontar pontos
nal. Impacta a saúde mental e física do trabalhador e os importantes para obtenção de diagnósticos mais precisos
ambientes externos ao trabalho (como no ambiente fami- de pesquisa de clima. São eles: divulgar amplamente o pú-
liar). Os resultados dos números mais “frios” também são blico-alvo que haverá pesquisa de clima; aplicar as amos-
positivos, claro. Empresas com boa ambiência laboral, ao tras em fontes confiáveis, livres de vícios de procedimento,
que tudo comprova, são mais rentáveis. ou articulações internas; utilizar consultorias externas ou
independentes, aumentando a credibilidade e confiabili-
5. O valor da qualidade dade dos dados; alinhar o processo ao nível gerencial e
executivo, imprescindível o acompanhamento destas lide-
“Empresas onde os indicadores de Clima Organiza- ranças; focar em objetivos factuais, após a identificação do
cional são superiores aos 80% de suporte organizacional público para a amostra, ter objetivos claros e segmentos;
e 70% de engajamento têm uma produtividade até 20% aplicar questionários reduzidos, concisos, ter o foco em
superior em comparação com outras empresas com indica- atributos importantes, desenvolvido no projeto principal;
dores menores. As vendas essas empresas também cami- divulgar amplamente os resultados, manter clareza nos
nham em par com os indicadores. Uma tendência positiva procedimento; desenvolver um plano de ação, planejando
no clima ambiente profissional pode quadruplicar as ven- novas etapas utilizando dados obtidos; desenvolver perio-
dicamente os estudos, fenômenos como Clima Organiza-
das de uma empresa” aponta Moraes.
cional são cíclicos.
Observando-se o ranking das “100 melhores empresas”
Os gestores contemporâneos, compreenderão, que tra-
e seus resultados na Bolsa de Valores, aponta Shiosawa,
tar do fenômeno, clima interno como estratégia de gestão,
é possível ver a mesma tendência: elas são até 3 vezes
torna-se fundamental para o alcance de grandes resulta-
mais rentáveis que empresas com piores indicadores de
dos, market share, diferencial competitivo, sobrevivência
ambiente de trabalho. O “turnover” – o comparativo en-
em cenário de retração e depressão econômica, resiliência
tre contratações e demissões – nessas empresas também é
organizacional, sinergia, alinhamento executivo e grande
menor. Levando-se em conta que toda contratação de um gerador de satisfação interna.
funcionário tem como reflexo um investimento por parte Ambientes organizacionais ruins, predomina-se a des-
da empresa com cursos e treinamentos, por exemplo, um motivação, alta rotatividade de funcionários, ausência de
menor “turnover” é garantia de maior manutenção desse integração, absenteísmo, conflitos, falta de objetivos cole-
investimento no profissional. tivos, falta de comprometimento das pessoas com negócio
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“Nós observamos 3 itens que podem explicar esse su- da empresa, ausência de transparências na gestão, comu-
cesso. nicação deficiente, custos financeiros imensuráveis e falta
de respeito ao ser Humano.
Primeiro é o sentimento de orgulho que os funcioná- A felicidade em um ambiente empresarial, resulta em
rios sentem do lugar onde trabalham. Profissionais sentem pessoas produtivas, geradores de resultados, buscando
orgulho da empresa quando são respeitados e percebem melhores posições hierárquicas, comunicando ao público
que elas não são apenas mais um número. Elas trabalham externo o lado positivo da organização. O resultado finan-
para continuar nesses ambientes e recomendam para ou- ceiro do empreendimento está totalmente conectado ao
tros profissionais conhecidos. Isso quer dizer um ‘turnover’ clima organizacional, e faz-se necessário que seus fatores
menor e a atração de mais talentos (profissionais gabarita- estejam incorporados aos princípios modernos da gestão
dos)”, explica Shiosawa. estratégica da empresa, e que todos dentro da organização
Em segundo lugar, completa o especialista, está o “nível tenham a responsabilidade de sua implementação, desde
de camaradagem” dentro da empresa. Isso é um indica- a alta administração, gerentes, líderes, supervisores, enfim,
dor de que os times formados no ambiente de trabalho se todos os integrantes deste time.
complementam (um local mais colaborativo). Além disso a
camaradagem é sinônimo de chefias e gerências equilibra- 6 - Motivação
das e respeitosas com os funcionários.
“Outro indicador é o de confiança. Ambientes confiá- Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que
veis são aqueles onde os indivíduos se sentem respeitados, a impulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual
creem nos valores da empresa e têm maior sensação de como pelo contexto em que essa pessoa se encontre. Indi-
imparcialidade dos processos implementados no ambiente víduos motivados tendem a ter um melhor desempenho, o
de trabalho”, aponta. que faz com que a organização invista em estímulos para
promover essa motivação.

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A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem dúvida, a solução inovadora para que se pudesse compreender
melhor o comportamento humano na sua variedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos que atendem a uma
necessidade, ora busca satisfazer outras. Tudo depende da sua carência naquele momento. Duas pessoas não perseguem
necessariamente o mesmo objetivo no mesmo momento. O problema das diferenças individuais assume importância
preponderante quando falamos de motivação.

6.1. Razões da Motivação

Razões empresariais 
concorrência 
produtos e preços
fidelização

Razões Pessoais
empregabilidade
motivos p/ servir
* (ordem material = cliente =lucro)
* (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
* (ordem espiritual = crescimento pessoal)

O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se e alcançar seus objetivos.

Podemos identificar os seguintes tipos de motivação:

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O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de motivação; pessoas auto motivadas atuando em grupos coesos, com
orientação clara, sólida e coerente.

Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é superar obstá-
culos, é ser persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? 
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicológicos,
conscientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de conduta em alguém.
Sendo assim Motivação está intimamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário é fato que leva uma pessoa a algum
estado ou atividade. 

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Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida , e seus motivos são pessoais ,
intransferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus motivos são abstratos e só têm significado
pra você , por isso motivação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro.
A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica
os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de
cada pessoa de forma particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo.
Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que a motivação é uma força
intrínseca, ou seja, interior e o emprego desse prefixo deve ser descartado.
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas necessidades são todas supridas de forma hierárquica.
Maslow organiza tais necessidades da seguinte forma:
- Autorrealização
- Autoestima
- Sociais
- Segurança
- Fisiológicas

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades
fisiológicas são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das que está
executando ou abaixo, o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motivação é alcançada através de dois fatores:
Fatores higiênicos que são estímulos externos que melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que não con-
segue motivá-los.

Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do reconhe-
cimento e da autorrealização gerada através de seus atos.

Já David McClelland identificou três necessidades que seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e reali-
zação.
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio, status
e outras sensações que o ser humano gosta de sentir.

Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de Pro-
cesso, onde, em cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.
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Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas: necessidades fisiológicas, necessidades de segu-
rança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de autorrealização.

Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisio-
lógicas e de segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima (social) e o
componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente externo da
estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os fa-
tores motivacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg,
eles podem causar a insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a
motivação. Exemplos: segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política
e administração da empresa. Os fatores motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem
causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso, responsabilidade, o próprio trabalho, o reconheci-
mento e a realização.

Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas
(construção conjunta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção de
igualdade e justiça existente no ambiente profissional.

Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um
determinado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la
como a preferência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento em sua direção,
valência zero é indiferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa é o grau de proba-
bilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação entre o esforço que vai ser despendido no
evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de energia que o indivíduo

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irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresen-
tava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam
de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto:
diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente
para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e neces-
sidades de auto realização.

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Quanto às implicações dessas teorias:

7. Implicações aos Administradores

As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma como motivar os subordinados:
Devem determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem ser adequadas
aos indivíduos observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas desejam;
Determinar o desempenho que você deseja - determinar qual o nível de desempenho que os subordinados têm que ter
para serem recompensados;

68
Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados acharem que
o que foi determinado é difícil ou impossível;
Ligar as recompensas ao desempenho;
Certificar se a recompensa e adequada - recompensas pequenas significam motivações fracas.

7.1. Implicações para a Organização

A expectativa da motivação também traz várias implicações para a organização:


Geralmente, as organizações recebem o equivalente a recompensa e não o que desejam - o sistema de recompensas
devem ser projetados para motivar os comportamentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção.
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensador - se forem projetados para atender as necessidades
mais elevadas dos empregados, como ex.: independência, criatividade, o trabalho pode ser motivador por si mesmo.
Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e organizações é garantir que os subordinados tenham os
recursos necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da organização.
Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional.

8. O Ciclo Motivacional

O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas:

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- Uma necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação,
desconforto e desequilíbrio.
- Esse estado de tensão leva o indivíduo a um comportamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo do
desconforto e do desequilíbrio.

69
Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará As pessoas sentem-se bem em relação às outras
a satisfação da necessidade e, satisfeita essa necessidade, pessoas;
o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior e à sua As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas
forma de ajustamento ao ambiente. da vida.

As necessidades ou motivos não são estáticos, Diante disso tudo, importante é a postura da área de
pelo contrario, são forças dinâmicas e persistentes que gestão de pessoas frente à esses aspectos, devendo estar
provocam comportamentos. sempre atenta, oferecendo ferramentas que proporcionem
Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo), a motivação constante dos colaboradores e equipes no dia
os comportamentos tornam-se gradativamente mais a dia de trabalho.
eficazes na satisfação, de certas necessidades. E quando
uma necessidade é satisfeita ela não é mais motivadora de 9. Liderança
comportamento já que não causa tensão ou desconforto.
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de Uma característica essencial das organizações é que
resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que
frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada) entra o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas
ou compensada (a satisfação é transferida para objeto). é um modelo geral de como as organizações se relacionam
Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da com as pessoas.
necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influência
sua liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas organizações. É
represada no organismo procura um meio indireto de saída, uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das relações
seja por via psicológica (agressividade, descontentamento, entre os indivíduos. Por isso, é muito importante essa atenção
tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via dada aos fundamentos da psicologia.
fisiológica (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas
Segundo Chiavenato,
ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é
Liderança é uma influência interpessoal exercida em
satisfeita nem frustrada, mas é transferida ou compensada.
uma dada situação e dirigida por meio do processo de
Isto se dá quando a satisfação de outra necessidade reduz
comunicação humana para a consecução de um ou mais
ou aplaca a intensidade de uma necessidade que não pode
objetivos específicos. Os elementos que caracterizam são,
ser satisfeita.
portanto, quatro: a influência, a situação, o processo de
A satisfação de alguma necessidade é temporal e
comunicação e os objetivos a alcançar.
passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada
A liderança não deve ser confundida com direção
pelas diferentes necessidades. O comportamento é quase nem com gerência. Um bom administrador deve ser
um processo de resolução de problemas, de satisfação de necessariamente um bom líder. Por outro lado, nem
necessidade, à medida que elas vão surgindo. sempre um líder é um administrador. Na verdade, os líderes
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz ao devem estar presentes no nível institucional, intermediário
de clima organizacional – ao nível da organização. Os seres e operacional das organizações. Todas as organizações
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humanos estão continuamente engajados no ajustamento precisam de líderes em todos os seus níveis e em todas as
a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas áreas de atuação.
suas necessidades e manter um equilíbrio emocional. A liderança envolve o uso da influência e todas as
Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. relações interpessoais podem envolver liderança. Todas as
Tal ajustamento não se refere somente à satisfação das relações dentro de uma organização envolvem líderes e
necessidades de pertencer a um grupo social de estima liderados: as comissões, os grupos de trabalho, as relações
e de auto realização. É a frustração dessas necessidades entre linha e assessoria, supervisores e subordinados etc.
que causa muitos dos problemas de ajustamento. Como a Outro elemento importante no conceito de liderança é
satisfação dessas necessidades superiores depende muito a comunicação. A clareza e a exatidão da comunicação
de outras pessoas, particularmente daquelas que estão afetam o comportamento e o desempenho dos liderados.
em posições de autoridade, torna-se importante para a A dificuldade de comunicar é uma deficiência que prejudica
administração compreender a natureza do ajustamento e a liderança. O terceiro elemento é a consecução de metas.
do desajustamento das pessoas. O líder eficaz terá de lidar com indivíduos, grupos e metas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as A eficácia do líder é geralmente considerada em termos de
aptidões – varia de uma pessoa para outra e dentro do grau de realização de uma meta ou combinação de metas.
mesmo indivíduo de um momento para outro. Varia dentro Mas, por outro lado, os indivíduos podem considerar
de um continuum e pode ser definido em vários graus. Um o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de satisfação
bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a
de se definir saúde mental é descrever as características de aceitação das diretrizes e comandos de um líder apoia-se
pessoas mentalmente sadias. As características básicas de muito nas expectativas dos liderados de que suas respostas
saúde mental são: favoráveis os levarão a bons resultados. Nesse caso, o
As pessoas sentem-se bem consigo mesmas; líder serve ao grupo como um instrumento para ajudar a
alcançar objetivos.

70
9.1. Papel do líder

Alcançar eficiência concreta e constante para a organização, através de métodos avaliativos, controle e mensuração dos
resultados.

9.2. Estilo de Liderança

Teorias sobre Liderança

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É claro que o teoria e o estilo de liderança tem sua importância no contexto, mas o que vale mesmo é que as organizações
compreendam definitivamente o papel do líder, a relevância que esse elemento tem na gestão organizacional, instigando
a equipe a ser melhor a cada dia.
Compete à organização dar o suporte que esse agente motivador precisa para potencializar o desenvolvimento
humano, através dos desafios colocados à equipe, provocando alto desempenho, estimulando-os a assumir cada vez mais
o compromisso de atingirem um nível de competência de excelência.
E ao líder compete compreender como fazer isso tudo, através de críticas construtivas que visam melhorar o desempenho,
através de decisões que resolvam os conflitos existentes, através de um olhar atento para descobrir talentos, e a esses dar
e receber feedback, estando disposto a aprender, assim como ensina.
O papel do líder é o de criar vínculos de confiança, através de relações éticas, de postura comprometida com os
liderados em harmonia com os objetivos da organização.
Quando esse papel é notado dentro das organizações, a pessoas nela envolvidas se sentem respeitadas e valorizadas, o
clima organizacional é de harmonia e sinergia e, com isso, as organizações atingem não apenas um nível de competitividade
no mercado, mas conseguem firmar seu diferencial de maturidade organizacional.

10. Gestão por competência

A lógica da Gestão por Competências tem como base a obtenção das competências organizacionais, das áreas e das
pessoas, necessárias para que a organização atinja seus objetivos estratégicos.
Os subprocessos (recrutamento e seleção, o planejamento e a alocação da força de trabalho e a capacitação de pessoal)
de gestão de recursos humanos, assim como o plano de carreira e de Remuneração serão balizados pelas necessidades de
suprimento dessas competências.

71
Por que mapear as competências?
O Sistema de Gestão por Competências, no bojo da Gestão Estratégica Organizacional e de Pessoas, permite gerenciar
as competências e propicia a inovação, a aprendizagem e o desenvolvimento individual e de grupo.
Por meio do mapeamento das competências, a organização consegue identificar a lacuna entre as competências
existentes e as necessárias. Com base nesse mapeamento, ela planeja as formas de preencher essas lacunas por meio de
contratação, capacitação, treinamento, realocação.

Principais etapas do processo de gestão por competências


A organização define suas necessidades, em termos de perfis de competências, por meio da formulação da Estratégia
Organizacional e do Mapeamento de Competências. Este último, realizado não só por levantamentos, mas por meio de
instrumentos como a Avaliação de Desempenho.
Quanto aos perfis profissionais, as necessidades da organização poderão ser satisfeitas por ações de:
• Captação - incluindo recrutamento, seleção, contratação e realocação.
• Desenvolvimento - incluindo capacitação e treinamento.

Esses processos devem ser avaliados permanentemente e serão os realimentadores da formulação da estratégia
organizacional e do mapeamento de competências.
Por fim, os resultados da aplicação desses mecanismos deverão ser traduzidos em retribuição aos servidores, por meio
do reconhecimento e da premiação pelo desempenho ou até pela remuneração por competências.
Vejamos a dinâmica desses elementos:
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Num mundo onde as decisões, os processos e as atitudes devem ser rápidas e agressivas, o diferencial de uma
organização são as pessoas que lá trabalham com seus talentos e ideias. Não importa o ramo da organização, se quiser
prosperar ela precisará de pessoas bem formadas, empreendedoras, visionárias, inovadoras e entusiasmadas. Pessoas que
possam resolver problemas, com muito talento e alto poder de realização, flexíveis e capazes de enfrentar novos desafios.
São elas que ajudarão novos negócios a atravessar os obstáculos da nova economia.
Para atrair e reter talentos em uma organização é fundamental, também, que a organização mantenha um clima
de trabalho sadio, amistoso, motivador, voltado ao progresso. A gestão por competências, ao viabilizar o contínuo
desenvolvimento das pessoas, pode contribuir para o alcance desse objetivo.

72
A gestão por competências deve ser um processo contínuo e estar alinhada com as estratégias organizacionais. Sua
adoção implica em redirecionamento das ações tradicionais da área de gestão de pessoas, tais como: recrutamento e seleção,
treinamento, gestão de carreira e avaliação de desempenho. Também implica na formalização de alianças estratégicas para
capacitação e desenvolvimento das competências necessárias ao alcance de seus objetivos.
As competências técnicas são sempre mais fáceis de serem gerenciadas, uma vez que são avaliadas de forma mais
objetiva. Exemplos de competência técnica: fluência em inglês, habilidade com o Excel, técnicas de redação, matemática
financeira etc. É possível “medir” o quanto o colaborador possui dessas competências no dia-a-dia e a capacitação
técnica acaba sendo sempre uma tarefa mais fácil de ser administrada pelo RH das empresas, uma vez que o mercado de
treinamento está repleto de boas soluções para esse fim.
Competência técnica é pré-requisito de qualquer colaborador. Ele simplesmente precisa conhecer o seu negócio. Para o
exercício da sua função, ele deve carregar consigo essa capacitação e estar constantemente atualizado sobre novas técnicas
que o mercado demanda.
Então por que colaboradores altamente capacitados tecnicamente podem não apresentar bons indicadores de
performance? Porque o diferencial está na atitude, não na técnica. A gestão das ações está contemplada nas competências
comportamentais. Mais difícil de ser avaliada por ser um tanto quanto subjetiva, uma boa competência comportamental
deve ser elaborada de tal sorte que traga alto grau de objetividade. Assim, são criadas as evidências de comportamento
para cada competência, que nos dizem como ela deve ser avaliada e desenvolvida.
Exemplo de competência comportamental:
Desenvolvimento de pessoas e da organização.
Mas como medir se o colaborador entrega ou não esse comportamento? Através das evidências que são esperadas para
essa competência. Por exemplo:
 Busca feedbacks constantemente?
 Desenvolve planos de ação para seus pontos de melhoria?
 Auxilia o gestor a identificar potenciais/talentos na equipe?
 Assume responsabilidade pelo autodesenvolvimento?

Zarifian define a competência como sendo a inteligência prática, aplicada na solução dos problemas que surgem. Essa
inteligência precisa apoiar-se nos conhecimentos adquiridos, procurando constantemente revê-los e atualizá-los, de modo
a adaptá-los aos desafios cotidianos.
Uma das mais conhecidas definições é a que diz ser competência um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
que credenciam um indivíduo a exercer uma determinada função, que podemos resumir pela sigla:

C H A

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73
Agora vamos analisar as etapas que envolvem a gestão  Mapeamento e Mensuração por Competências; 
por competências, conforme figura abaixo.  Avaliação por Competências (Avaliação de
Desempenho);
 Plano de Desenvolvimento por Competências
 Seleção por Competências; 
 Remuneração por Competências;
 
10.1. Mapeamento e Mensuração por Competências

O Mapeamento e Mensuração por Competências é


a base de toda a Gestão por Competências. Através da
Descrição de Cargo, isto é, das atividades que o cargo
executa no dia-a-dia, é realizado o mapeamento das
competências técnicas e comportamentais (CHA) para cada
uma das atividades. Depois disso, é feita a mensuração do
grau ideal para o cargo, isto é, o quanto o cargo precisa de
cada uma das competências para atingir os objetivos da
Sensibilização: Devemos integrar e informar toda empresa. O resultado do Mapeamento e Mensuração é a
a empresa de uma forma clara e inequívoca, estando os identificação do perfil comportamental e técnico ideal para
responsáveis sempre abertos a questões ou sugestões. cada cargo ou função.
Somente com toda a empresa focada neste tipo de gestão Deve-se tomar muito CUIDADO com as metodologias
e reconhecendo a importância da mesma se consegue subjetivas existentes no mercado, baseadas no acho e não
alcançar os objetivos pretendidos. acho, gosto e não gosto, pode e não pode, o ideal seria,
Identificação das competências: após a definição do etc. Essas metodologias promovem grandes equívocos na
rumo que delineamos para a nossa empresa, devemos obtenção do perfil ideal do cargo.
então analisar quais as competências existentes, antes de
qualquer ação dentro da empresa devemos analisar o que 10.2. Avaliação por Competências
já existe para sabermos de que ponto partimos.
Reavaliação dos cargos: Após analisarmos quais as Através da Avaliação por Competências, também
competências existentes e necessárias para obtermos o chamada de Avaliação de Desempenho, será identificado
sucesso pretendido, devemos procurar formação para se o perfil comportamental e técnico dos colaboradores
atender as necessidades. Esta formação poderá ser de de uma corporação estão alinhados ao perfil ideal exigido
caráter comportamental ou técnico tendo sempre como pelos cargos.
objetivo permitir que os colaboradores da empresa A Avaliação por Competências é uma maneira de
alcancem as competências pretendidas. estimar o aproveitamento do potencial individual de cada
É no entanto bem provável que não se consiga colaborador dentro das organizações.
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obter todas as competências necessárias através da O resultado da Avaliação será a identificação das
formação, assim sendo, devemos procurar pessoas com as competências comportamentais e técnicas que precisam
competências necessárias, ou seja, implementar processos ser aperfeiçoadas.
de recrutamento e seleção por competências.
Treinamento: torna-se necessário implantar e realizar 10.3. Plano de Desenvolvimento por Competências
ações de capacitação e de desenvolvimento conforme as
necessidades identificadas. Baseado no resultado da Avaliação por Competências
Avaliações de qualificações: verificar a eficácia das será criado um Plano de Desenvolvimento para os
ações de capacitação e de desenvolvimento que foram colaboradores, cujo objetivo será aperfeiçoar e potencializar
implantadas. o perfil individual de cada colaborador.
Avaliações de desempenho: verificar se as lacunas de
competências e de desempenho foram superadas. 10.4. O uso de software na Gestão por Competências

Segundo Maria Odete Rabaglio, Gestão por Um projeto de implantação de gestão por competências
Competências é um conjunto de ferramentas práticas, em uma empresa, demanda grande trabalho e dedicação
consistentes e objetivas que torna possível para as da área de Recursos Humanos e gestores.
empresas instrumentalizar RH e Gestores para fazer Gestão A utilização de um sistema informatizado desde o início
e Desenvolvimento de pessoas, com foco, critério e clareza. do processo facilita grandemente o gerenciamento e as
Isso através de ferramentas mensuráveis, personalizadas e chances de sucesso do projeto.
construídas com base nas atribuições dos cargos e funções.
Alguns benefícios da Gestão por Competências
A Gestão por Competências é composta por alguns  Melhora o desempenho dos colaboradores; 
subsistemas, como:  Identifica as necessidades de treinamentos; 

74
Alinha os objetivos e metas da organização e da
 Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de
equipe;  desempenho de um colaborador inclui, dentre outras, as
Reduz a subjetividade na Seleção e Avaliação de
 expectativas desejadas e os resultados reais. Sendo divida
pessoas;  em algumas etapas:
Analisa o desenvolvimento dos colaboradores; 
 • Apreciação diária do comportamento do colaborador,
Enriquece o perfil dos colaboradores, potencializando
 seus progressos e limitações, êxitos e insucessos, com
seus resultados;  oferecimento permanente de feedback instantâneo;
Melhora o relacionamento entre gestores e liderados; 
 • Identificação e equacionamento imediato dos
Mantém a motivação e o compromisso; 
 problemas emergentes, procurando manter
Extrai o máximo de produtividade de cada
 continuamente um alto padrão de motivação e de
colaborador.  obtenção de resultados;
• Entrevistas formais periódicas de avaliação de
Vantagens na adoção do sistema de gestão por desempenho, em que avaliador e avaliado analisam
competências os resultados obtidos no período considerado
A adoção do sistema de gestão por competências e redefinem novas orientações, compromissos
apresenta diversas vantagens, entre as quais se destacam: recíprocos e ações corretivas, se for o caso.
 Clara visualização das disponibilidades e necessidades
em termos de competências. Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e
 Maior flexibilidade para alocar as pessoas conforme limitações dos funcionários, buscando identificar pontos
as competências necessárias. de melhoria, necessidade de treinamento ou até mesmo
 Desenvolvimento de competências para a agregação remanejamento do indivíduo para outras funções em que
de valor à organização e ao indivíduo, com foco em poderia render melhor.
resultados. Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é
 Sistematização do plano de desenvolvimento dos identificar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de
desempenho entre os muitos funcionários da organização.
servidores a partir das necessidades reais.
Tendo sempre como base a interação constante entre
 Atendimento às demandas organizacionais com a
avaliador e avaliado.
utilização das competências adequadas.
 Planejamento de carreira do servidor vinculado às
Formas de avaliação de desempenho – Listamos
demandas organizacionais.
abaixo os métodos mais tradicionais de avaliação:
 Melhor aproveitamento dos talentos existentes na
instituição.
• Escalas gráficas de classificação: é o método mais
 Abertura de espaço para a negociação entre os utilizado nas empresas. Avalia o desempenho por
gerentes e seus subordinados. meio de indicadores definidos, graduados através
da descrição de desempenho numa variação de
11. Gestão de desempenho ruim a excepcional. Para cada graduação pode
haver exemplos de comportamentos esperados

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A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a para facilitar a observação da existência ou não
par dos resultados apresentados por seus colaboradores é do indicador. Permite a elaboração de gráficos
acompanhando de perto as atividades que esses realizam. E que facilitarão a avaliação e acompanhamento do
o método mais eficaz de demonstrar este acompanhamento desempenho histórico do avaliado.
é através da Avaliação de Desempenho do colaborador. A • Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação
avaliação de desempenho é uma ferramenta da gestão dos indivíduos através de frases descritivas de
de pessoas que visa analisar o desempenho individual determinado tipo de desempenho em relação às
ou de um grupo de funcionários em uma determinada tarefas que lhe foram atribuídas, entre as quais
empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e o avaliador é forçado a escolher a mais adequada
análise do comportamento de um colaborador durante um para descrever os comportamentos do avaliado. Este
intervalo de tempo, analisando sua postura profissional, método busca minimizar a subjetividade do processo
seu conhecimento técnico, sua relação com os parceiros de avaliação de desempenho.
de trabalho etc. • Pesquisa de campo: baseado na realização de
Este método tem por objetivo analisar as melhores reuniões entre um especialista em avaliação de
práticas dos funcionários, proporcionando um crescimento desempenho da área de Recursos Humanos com
profissional e pessoal, visando um melhor desempenho cada líder, para avaliação do desempenho de cada
de suas funções no ambiente de trabalho. Além disso, é um dos subordinados, levantando-se os motivos
uma importante ferramenta de auxílio à administração de tal desempenho por meio de análise de fatos
de recursos humanos da empresa, alimentando-a com e situações. Este método permite um diagnóstico
informações que auxiliam a tomada de decisão sobre padronizado do desempenho, minimizando a
práticas de bonificação, aumento de salários, demissões, subjetividade da avaliação. Ainda possibilita o
necessidades de treinamento etc. planejamento, conjuntamente com o líder, do
desenvolvimento profissional de cada um.

75
• Incidentes críticos: enfoca as atitudes que •   Avaliação 360 graus: neste método o avaliado
representam desempenhos altamente positivos recebe  feedbacks  (retornos) de todas as pessoas
(sucesso), que devem ser realçados e estimulados, com quem ele tem relação, também chamados
ou altamente negativos (fracassos), que devem ser de stakeholders, como pares, superior imediato,
corrigidos através de orientação constante. O método subordinados, clientes, entre outros.
não se preocupa em avaliar as situações normais. • Avaliação de competências: trata-se da identificação de
No entanto, para haver sucesso na utilização desse competências conceituais (conhecimento teórico), técnicas
método, é necessário o registro constante dos fatos (habilidades) e interpessoais (atitudes) necessárias para
para que estes não passem despercebidos. que determinado desempenho seja obtido.
• Comparação de pares: também conhecida como • Avaliação de competências e resultados: é a
comparação binária, faz uma comparação entre conjugação das avaliações de competências e
o desempenho de dois colaboradores ou entre resultados, ou seja, é a verificação da existência ou
o desempenho de um colaborador e sua equipe, não das competências necessárias de acordo com o
podendo fazer o uso de fatores para isso. É um desempenho apresentado.
processo muito simples e pouco eficiente, mas que • Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho
se torna muito difícil de ser realizado quanto maior futuro, identifica as potencialidades do avaliado que
for o número de pessoas avaliadas. facilitarão o desenvolvimento de tarefas e atividades
• Auto avaliação: é a avaliação feita pelo próprio que lhe serão atribuídas. Possibilita a identificação
avaliado com relação a sua performance. O ideal de talentos que estejam trabalhando aquém de suas
é que esse sistema seja utilizado conjuntamente a capacidades, fornecendo base para a recolocação
outros sistemas para minimizar o forte viés e falta de dessas pessoas.
sinceridade que podem ocorrer. • Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert
• Relatório de performance: também chamada de S. Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia
avaliação por escrito ou avaliação da experiência, o desempenho sob quatro perspectivas: financeira,
do cliente, dos processos internos e do aprendizado
trata-se de uma descrição mais livre acerca das
e crescimento. São definidos objetivos estratégicos
características do avaliado, seus pontos fortes, fracos,
para cada uma das perspectivas e tarefas para o
potencialidades e dimensões de comportamento,
entre outros aspectos. Sua desvantagem está atendimento da meta em cada objetivo estratégico.
na dificuldade de se combinar ou comparar
as classificações atribuídas e por isso exige a 11.1. Vantagens da Avaliação de desempenho
suplementação de um outro método, mais formal.
• Avaliação por resultados: é um método de avaliação Por meio da  avaliação de desempenho  é possível
baseado na comparação entre os resultados previstos identificar novos talentos dentro da própria organização,
e realizados. É um método prático, mas que depende por meio da análise do comportamento e das qualidades
somente do ponto de vista do supervisor a respeito de cada indivíduo. Gerando, assim, novas possibilidades
do desempenho avaliado. para remanejamento interno de colaboradores. Além de
poder oferecer bonificações e premiações aos funcionários
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• Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação


do alcance de objetivos específicos, mensuráveis, que mais se destacarem na avaliação.
alinhados aos objetivos organizacionais e negociados Outra vantagem é a possibilidade de gerar
previamente entre cada colaborador e seu superior. um feedback mais fácil aos funcionários analisados e
É importante ressaltar que durante a avaliação gestores, uma vez que tem como resultado informações
relevantes, sólidas e tangíveis para um resultado eficiente.
não devem ser levados em consideração aspectos
Este feedback faz com que os avaliados queiram investir
que não estavam previstos nos objetivos, ou não
ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu
tivessem sido comunicados ao colaborador. E ainda,
desempenho e trazendo vantagens para a empresa.
deve-se permitir ao colaborador sua autoavaliação
Este método é importante, também, para eliminar
para discussão com seu gestor.
“achismos” e palpites quando da avaliação de um
• Padrões de desempenho: também chamada de
funcionário. É um meio de obter informações reais e avaliar
padrões de trabalho é quando há estabelecimento
de perto as implicações de uma possível mudança na
de metas somente por parte da organização, mas gestão de recursos humanos da empresa.
que devem ser comunicadas às pessoas que serão Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer
avaliadas. muitos benefícios e mudanças positivas na gestão de
• Frases descritivas: trata-se de uma avaliação pessoas de uma organização, seja qual for o seu tamanho.
através de comportamentos descritos como ideais Com ela o gestor pode avaliar melhor seus subordinados,
ou negativos. Assim, assinala-se “sim” quando melhorar o clima de trabalho, investir no treinamento
o comportamento do colaborador corresponde de seus pares, melhorar a produtividade, desenvolver os
ao comportamento descrito, e “não” quando métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma mais
não corresponde. É diferente do método da eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é avaliada
Escolha e distribuição forçada no sentido da não de forma satisfatória pelos gerentes.
obrigatoriedade na escolha das frases.

76
Aplicações distinção entre ambas. Medições de desempenho são
A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de efetuadas quando os aspectos do desempenho podem ser
diferentes funções administrativas, motivacionais e de mensurados diretamente e quantificados com facilidade.
comunicação, como citados a seguir: Exemplos: quilometragem de estradas conservadas;
• Identificação de pontos fortes e fracos dos número de alunos matriculados no 1º grau.
colaboradores e, consequentemente, da organização; Indicadores de desempenho são utilizados quando não
• Identificação de diferenças individuais; é possível efetuar tais mensurações de forma direta. Atuam
• Estímulo à comunicação interpessoal; como uma alternativa para a medição do desempenho,
• Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, embora não forneçam uma mensuração direta dos
formada por chefe e subordinado; resultados. Exemplo: a utilização do índice de repetência
• Informação ao colaborador de como o seu na 1ª série do 1º grau, como um dos fatores a serem
desempenho é percebido;
considerados na formação de um indicador de desempenho
• Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador
e do avaliado; para medir a efetividade do ensino de 1º grau.
• Indicações de promoções e de aumentos salariais O que se deseja ressaltar com essa diferenciação é que
por mérito; os indicadores de desempenho podem fornecer uma boa
• Indicações de necessidade de treinamento; visão acerca do resultado que se deseja medir, mas são
• Gestão de crises nas equipes e nos processos apenas aproximações do que realmente está ocorrendo,
operacionais (sistemas técnicos e sociais); necessitando, sempre, de interpretação no contexto em
• Auxílio na verificação de aprendizagens; que estão inseridos.
• Identificação de problemas de trabalho em geral,
no relacionamento individual, intraequipe ou 11.4. Natureza comparativa dos indicadores de
interequipes; desempenho
• Registro histórico suplementar para ações
administrativas de gestão; Informações sobre desempenho são essencialmente
• Apoio às pesquisas de clima organizacional. comparativas. Um conjunto de dados isolado mostrando
os resultados atingidos por uma instituição não diz nada
11.2. Indicadores de Desempenho a respeito do desempenho da mesma, a menos que seja
confrontado com metas ou padrões preestabelecidos, ou
O que não é medido não é gerenciado.... realizada uma comparação com os resultados atingidos em
(Robert Kaplan) períodos anteriores, obtendo-se assim uma série histórica
“Se você não mede algo, você não pode entender o
para análise.
processo.
Se você não entende o processo, você não consegue
11.5. Variáveis empregadas na construção de
aperfeiçoá-lo”.
(Peter Druker) indicadores

Os indicadores quase sempre são compostos por

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A utilização de indicadores de desempenho para
aferir os resultados alcançados pelos administradores é variáveis provenientes de um dos seguintes grupos: custo,
uma metodologia que está relacionada ao conceito de tempo, quantidade e qualidade.
gerenciamento voltado para resultados (results oriented
management – ROM). Esse conceito tem sido adotado nas 11.6. Principais usos de indicadores de desempenho
administrações públicas de diversos países, especialmente
nos de cultura anglo-saxônica (EUA, Austrália, Reino Unido). A utilização de indicadores de desempenho pela
Para alguns estudiosos/autores da literatura instituição:
especializada, o conceito de indicador de desempenho • Possibilita a avaliação qualitativa e quantitativa
pode ser definido como um instrumento de mensuração do desempenho global da instituição, por meio
quantitativa ou qualitativa de aspectos do desempenho. da avaliação de seus principais programas e/ou
Neste material vamos adotar a seguinte definição: departamentos;
Um indicador de desempenho é um número, • Permite o acompanhamento e a avaliação do
percentagem ou razão que mede um aspecto do desempenho ao longo do tempo e ainda a
desempenho, com o objetivo de comparar esta medida comparação entre:
com metas pré-estabelecidas.  desempenho anterior x desempenho corrente;
 desempenho corrente x padrão de comparação;
11.3. Medição de desempenho e indicador de  desempenho planejado x desempenho real;
desempenho • Possibilita enfocar as áreas relevantes do desempenho
e expressá-las de forma clara, induzindo um processo
A expressão indicador de desempenho é também de transformações estruturais e funcionais que
normalmente utilizada no sentido de medição de permite eliminar inconsistências entre a missão da
desempenho. Entretanto, é possível estabelecer-se uma
instituição, sua estrutura e seus objetivos prioritários;

77
• Ajuda o processo de desenvolvimento organizacional e de formulação de políticas a médio e longo prazos;
• Melhora o processo de coordenação organizacional, a partir da discussão fundamentada dos resultados e o
estabelecimento de compromissos entre os diversos setores da instituição;
• Possibilita a incorporação de sistemas de reconhecimento pelo bom desempenho, tanto institucionais como
individuais.

Qualidades desejáveis em um indicador de desempenho


Tanto na análise de indicadores de desempenho já existentes, quanto na elaboração de novos, deve-se verificar as
seguintes características:

I. Representatividade: o indicador deve ser a expressão dos produtos essenciais de uma atividade ou função; o
enfoque deve ser no produto: medir aquilo que é produzido, identificando produtos intermediários e finais, além dos
impactos desses produtos (outcomes). Este atributo merece certa atenção, pois indicadores muito representativos
tendem a ser mais difíceis de ser obtidos.
II. Homogeneidade: na construção de indicadores devem ser consideradas apenas variáveis homogêneas. Por exemplo,
ao estabelecer o custo médio por auditoria, devem-se identificar os diversos tipos de auditoria, já que para cada tipo
tem-se uma composição de custo diversa.
III. Praticidade: garantia de que o indicador realmente funciona na prática e permite a tomada de decisões gerenciais.
Para tanto, deve ser testado, modificado ou excluído quando não atender a essa condição.
IV. Validade: o indicador deve refletir o fenômeno a ser monitorado.
V. Independência: o indicador deve medir os resultados atribuíveis às ações que se quer monitorar, devendo ser
evitados indicadores que possam ser influenciados por fatores externos.
VI. Confiabilidade: a fonte de dados utilizada para o cálculo do indicador deve ser confiável, de tal forma que diferentes
avaliadores possam chegar aos mesmos resultados.
VII. Seletividade: deve-se estabelecer um número equilibrado de indicadores que enfoquem os aspectos essenciais do
que se quer monitorar.
VIII. Simplicidade: o indicador deve ser de fácil compreensão e não envolver dificuldades de cálculo ou de uso.
IX. Cobertura: os indicadores devem representar adequadamente a amplitude e a diversidade de características do
fenômeno monitorado, resguardado o princípio da seletividade e da simplicidade.
X. Economicidade: as informações necessárias ao cálculo do indicador devem ser coletadas e atualizadas a um custo
razoável, em outras palavras, a manutenção da base de dados não pode ser dispendiosa.
XI. Acessibilidade: deve haver facilidade de acesso às informações primárias bem como de registro e manutenção para
o cálculo dos indicadores.
XII. Estabilidade: a estabilidade conceitual das variáveis componentes e do próprio indicador bem como a estabilidade
dos procedimentos para sua elaboração são condições necessárias ao emprego de indicadores para avaliar o desempenho
ao longo do tempo.
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Aspectos do desempenho medidos pelos indicadores


O desempenho na obtenção de um determinado resultado pode ser medido segundo as seguintes dimensões de análise:
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade. Para cada dimensão de análise podem existir um ou mais indicadores.

78
11.7. Tipos de indicadores

11.8. Requisitos dos indicadores

DISPONIBILIDADE – Facilidade de acesso para coleta, estando disponível a tempo;



SIMPLICIDADE – Facilidade de ser compreendido;

BAIXO CUSTO DE OBTENÇÃO;

ADAPTABILIDADE - Capacidade de resposta às mudanças;

ESTABILIDADE – Permanência no tempo, permitindo a formação de série histórica;

RASTREABILIDADE – Facilidade de identificação da origem dos dados, seu registro e manutenção;

REPRESENTATIVIDADE – Atender às etapas críticas dos processos, serem importantes e abrangentes.

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Exemplo de Indicadores de Desempenho

Processos Métricas
Estratégia Corporativa • A posição competitiva na indústria
• Custo, tempo de desenvolvimento, tempo de entrega, quantidade, preço
e canais dos produtos oferecidos
• Quantidade, complexidade e tamanho dos concorrentes, clientes,
parceiros e fornecedores
• Valor dos recursos disponíveis
Estrutura Corporativa • Número de unidades estratégicas de negócio (UEN)
• Diversidade geográfica de produção e vendas
• Nível de capacitação para cada (UEN) e gerentes
Sistemas Corporativos • Índice de retenção de clientes e funcionários
• Produtos e índices de qualidade de processos
• Investimento na formação de equipes
Recursos • Recursos financeiros disponíveis para investimento no negócio
• Avaliação de competências dos funcionários existentes
• Avaliação da qualidade da tecnologia atual e dos processos

79
Ambiente externo • Avaliação dos investimentos dos concorrentes
• Avaliação das necessidades do cliente
• Avaliação das necessidades de fornecedores e recursos
Liderança • Tempo dedicado ao negócio
• Orçamento por cento atribuído às iniciativas no segmento
• Porcentagem de desempenho vinculados ao sucesso do negócio no
mercado
• Objetivos do negócio claramente comunicados aos administradores e
funcionários
• Percentagem de gerentes preparados para o negócio
Criar e executar • Número, preço de custo e a percepção dos produtos e serviços oferecidos
estratégias adequadas pela empresa
para o negócio • Disponibilidade e planejamento de recursos de segurança do segmento
• Percepção da marca
• Quantidade e qualidade das informações disponíveis sobre a empresa
• Os níveis de qualidade, opções de entrega, taxas de cumprimento e
satisfação do cliente de encomendas personalizadas
• Rentabilidade das operações para o segmento
Suporte e estrutura • Quantidade de produtos terceirizados
externa ao negócio • Qualidade das parcerias estratégicas formadas
• Variação do custo e da qualidade de contratos de fornecedores
• Integração ente unidades fornecedoras e funções internas
• Número de produtos, canais e serviços específicos
Desenvolver e • Quantidade, qualidade, habilidades e conhecimentos dos funcionários
implementar sistemas da empresa
apropriados ao negócio • Quantidade e qualidade de treinamentos específicos
• Porcentagem de medidas de desempenho e recompensas alinhados e
ligados a atividade do negócio
• Quantidade e qualidade dos dados dos clientes através de sistemas
promocionais
• Tempo necessário para atender aos pedidos do cliente e solicitações de
serviços feitas pessoalmente ou por outros meios
• Nível de integração interdepartamental por via eletrônica
• Qualidade de vendas e performance de entrega
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Otimização de canal • Valores em R$ das atividades realizadas pelo segmento concorrente


• Número de clientes atendidos pela concorrência
• Tempo de inatividade médio por unidade
• Nível de satisfação com a cadeia de fornecedores
• Melhoria de vendas juntos aos clientes já existentes
Redução de custos • R$ economizados em despesas com pessoal, aquisição de produtos e
materiais, armazenamento, etc
• R$ economizados no desenvolvimento de novos produtos e a introdução
no mercado
• Os custos trabalhistas por unidade vendida
Aquisição de novos • Novos clientes adquiridos através de promoções
clientes • Percentagem de clientes por novo produto
• Percentagem de novos clientes específicos
• Número de novos clientes por meio de outros canais
• Novos clientes que se convertem em clientes fidelizados (taxa de
conversão)

80
Fidelização e retenção • Frequência de visitas e retorno de cliente
de cliente • Vendas médias, anual por cliente
• A satisfação do cliente com o atendimento
• Compras do cliente versus a taxa de desistência
• Percentagem de atritos com clientes
• Relação de novos clientes versus aos costumeiros
Geração de valor • Custo e preço dos produtos e serviços oferecidos aos clientes
• Média dos preços pagos pelos consumidores
• Número de novos produtos e linhas de serviços introduzidos
• Rentabilidade das operações do negócio
• As receitas geradas através da iniciativa (receita total, receita por cliente)
• Rentabilidade por cliente
Rentabilidade da • Preço do estoque
empresa a longo prazo • Evolução do capital
• O crescimento das vendas

Vale reforçar que, mesmo adotando-se todos os cuidados na elaboração de indicadores de desempenho, o
aperfeiçoamento sempre será possível, à medida em que forem sendo colocados em prátical.
Criar um canal para críticas e sugestões dos usuários dos serviços públicos, organizações governamentais, entidades de
classe, entidades governamentais fiscalizadoras, enfim, de todos os que, de certa forma, estão interessados no desempenho
do serviço da entidade pública é outra forma de aperfeiçoar o uso de indicadores, buscando sempre um processo de
melhoria que traga o serviço o mais próximo possível do desejado e necessário.

12. Trabalho em equipe

Trabalho em equipe pode ser definido como os esforços conjuntos de um grupo ou sociedade visando a solução de
um problema. Ou seja, um grupo ou conjunto de pessoas que se dedicam a realizar determinada tarefa estão trabalhando
em equipe.
Essa denominação se origina da época logo após a Primeira Guerra Mundial. O trabalho em equipe, através da ação
conjunta, possibilita a troca de conhecimentos entre especialistas de diversas áreas.
Como cada pessoa é responsável por uma parte da tarefa, o trabalho em equipe oferece também maior agilidade e
dinamismo.
Para que o trabalho em equipe funcione bem, é essencial que o grupo possua metas ou objetivos compartilhados.
Também é necessário que haja comunicação eficiente e clareza na delegação de cada tarefa.
A diferença de pensamento e visão entre pessoas distintas é fundamental para uma resolução de problemas eficiente.

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Quanto mais perspectivas uma equipe tiver sobre um único problema, mais fácil é encontrar a melhor solução possível.

12.1. Diferença entre Grupo e Equipe

Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como dois ou mais indivíduos, em interação e interdependência,
que se juntam para atingir um objetivo. Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamente para compartilhar
informações e tomar decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na sua área de responsabilidade.
Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo que requeira
esforço conjunto. Assim, seu desempenho é apenas a somatória das contribuições individuais de seus membros. Não existe
uma sinergia positiva que possa criar um nível geral de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais.
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais resultam
em um nível de desempenho maior do que a soma daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo ressalta as
diferenças entre grupos de trabalho e equipes de trabalho.

#FicaDica
Distinguir equipe e grupo é um aspecto muito importante para soluções de exercícios que tratem de tra-
balho em equipe. O ponto principal é o objetivo em comum existente quando as pessoas compõem uma
equipe.

81
13. Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes Primeiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos
de Trabalho técnicos. Segundo, pessoas com habilidades para solução
de problemas e tomada de decisões que sejam capazes
Transformando indivíduos em membros de equipe de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
 Partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as
de todos os processos do grupo; equipes precisam de pessoas que saibam ouvir, deem
 Respeitam as individualidades e sabem ouvir; feedback, solucionem conflitos e possuam outras
 Comunicam-se ativamente; habilidades interpessoais.
 Desenvolvem respostas coordenadas em benefícios
dos propósitos definidos; 13. Tipos de Equipe
 Constroem respeito, confiança mútua e afetividade
nas relações; As equipes podem realizar uma grande variedade de
 Participam do estabelecimento de objetivos comuns; coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, negociar
 Desenvolvem a cooperação e a integração entre os acordos, coordenar projetos, oferecer aconselhamentos ou
membros. tomar decisões.
 Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de
Fatores que interferem no trabalho em equipe equipe, os membros trocam ideias ou oferecem
 Estrelismo; sugestões sobre os processos e métodos de trabalho
 Ausência de comunicação e de liderança; que podem ser melhorados. Raramente, entretanto,
 Posturas autoritárias; estas equipes têm autoridade para implementar
 Incapacidade de ouvir; unilateralmente suas sugestões.
 Falta de treinamento e de objetivos;  Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes
 Não saber “quem é quem” na equipe. autônomas, que podem não apenas solucionar os
problemas, mas também implementar as soluções
São características das equipes eficazes: e assumir total responsabilidade pelos resultados.
 Comprometimento dos membros com um propósito São grupos de funcionários que realizam trabalhos
comum e significativo; muito relacionados ou interdependentes e assuem
 O estabelecimento de metas específicas para a muitas das responsabilidades que antes eram de
equipe que conduzam os indivíduos a um melhor seus antigos supervisores.
desempenho e também energizam as equipes.  Normalmente, isso inclui o planejamento e o
Metas específicas ajudam a tornar a comunicação cronograma de trabalho, a delegação de tarefas
mais clara. Ajudam também a equipe a manter seu aos membros, o controle coletivo sobre o ritmo de
foco sobre o obtenção de resultados; trabalho, a tomada de decisões operacionais e a
 Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo; implementação de ações para solucionar problemas.
 Grande habilidade para ouvir; As equipes de trabalho totalmente autogerenciadas
 Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo até escolhem seus membros e avaliam o desempenho
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com o grau de maturidade da equipe; de acordo com uns dos outros.


a contingência;  Consequentemente, as posições de supervisão
 Questões comportamentais são discutidas perdem a sua importância e até podem ser
abertamente, principalmente as que podem eliminadas.
comprometer a imagem da equipe ou organização
 O nível de confiança entre os membros é elevado;  Equipes multifuncionais: São equipes formadas
 Demonstram confiança em seus líderes, tornando a por funcionários do mesmo nível hierárquico, mas
equipe disposta a aceitar e a se comprometer com as de diferentes setores da empresa, que se juntam
metas e as decisões do líder; para cumprir uma tarefa. As equipes desempenham
 Flexibilidade permitindo que os membros da equipe várias funções (multifunções), ao mesmo tempo,
possam completar as tarefas uns dos outros. Isso ou seja, não há especificação para cada membro. O
deixa a equipe menos dependente de um único sentido de equipe é exatamente esse, os membros
membro; compensam entre si as competências e as carências,
 Conflitos são analisados e resolvidos; num aprendizado contínuo.
 Há uma preocupação / ação contínua em busca do  As equipes multifuncionais representam uma forma
autodesenvolvimento. eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas
de uma empresa (ou até de diferentes empresas)
O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória possam trocar informações, desenvolver novas
das capacidades individuais de seus membros. ideias e solucionar problemas, bem como coordenar
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros projetos complexos. Evidentemente, não é fácil
do que os membros podem fazer e de quão eficientes eles administrar essas equipes. Seus primeiros estágios de
serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente, uma desenvolvimento, enquanto as pessoas aprendem a
equipe precisa de três tipos diferentes de capacidades. lidar com a diversidade e a complexidade, costumam

82
ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum individuais criam certo clima entre as pessoas e tem forte
tempo até que se desenvolva a confiança e o influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos
espírito de equipe, especialmente entre pessoas com processos de comunicação, no relacionamento interpessoal,
diferentes históricos, experiências e perspectivas. no comportamento organizacional e na produtividade.

Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até


 Valores: Representa a convicções básicas de que um
agora realizam seu trabalho face a face. As equipes modo específico de conduta ou de condição de existência
virtuais usam a tecnologia da informática para reunir é individualmente ou socialmente preferível a modo
seus membros, fisicamente dispersos, e permitir que contrário ou oposto de conduta ou de existência. Eles
eles atinjam um objetivo comum. Elas permitem contêm um elemento de julgamento, baseado naquilo
que as pessoas colaborem on-line utilizando meios que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os
de comunicação como redes internas e externas, valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
videoconferências ou correio eletrônico – quando
estão separadas apenas por uma parede ou em Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras
outro continente. São criadas para durar alguns dias – favoráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos,
para a solução de um problema ou mesmo alguns pessoas ou eventos. Refletem como um indivíduo se
meses para conclusão de um projeto. Não são muito sente em relação a alguma coisa. Quando digo “gosto
adequadas para tarefas rotineiras e cíclicas. do meu trabalho” estou expressando minha atitude em
relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas valores, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três
vamos desenvolver relações interpessoais. componentes: cognitivo, afetivo e comportamental.
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa
atividades são predeterminadas, alguns comportamentos avaliadora. Essa opinião é o componente cognitivo de
são precisam ser alinhados a outros, e isso sofre influência uma atitude. Ela estabelece a base para a parte mais
do aspecto emocional de cada envolvido tais como:
crítica de uma atitude: o seu componente afetivo. O afeto
comunicação, cooperação, respeito, amizade. À medida
é o segmento da atitude que se refere ao sentimento e
que as atividades e interações prosseguem, os sentimentos
às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto de
despertados podem ser diferentes dos indicados
João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o
inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos
sentimento pode provocar resultados no comportamento.
influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim,
O componente comportamental de uma atitude se refere
sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão
à intenção de se comportar de determinada maneira em
aumento de interação e cooperação, repercutindo
relação a alguém ou alguma coisa. Então, para continuar
favoravelmente nas atividades e ensejando maior
produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de no exemplo, posso decidir evitar a presença de João por
antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, causa dos meus sentimentos em relação a ele.
ao afastamento nas atividades, com provável queda de Encarar a atitude como composta por três componentes
– cognição, afeto e comportamento – é algo muito útil para

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produtividade.
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se compreender sua complexidade e as relações potenciais
relaciona diretamente com a competência técnica de cada entre atitudes e comportamento. Ao contrário dos valores,
pessoa. Profissionais competentes individualmente podem as atitudes são menos estáveis.
render muito abaixo de sua capacidade por influência do
grupo e da situação de trabalho. 14. Competência interpessoal
Quando uma pessoa começa a participar de um
grupo, há uma base interna de diferenças que englobam A competência interpessoal é habilidade de lidar
valores, atitudes, conhecimentos, informações, eficazmente com relações interpessoais, de lidar com
preconceitos, experiência anterior, gostos, crenças e outras pessoas de forma adequada à necessidade de cada
estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças uma delas e às exigências da situação. Segundo C. Argyris
de percepções, opiniões, sentimentos em relação a (1968) é a habilidade de lidar eficazmente com relações
cada situação compartilhada. Essas diferenças passam a interpessoais de acordo com três critérios:
constituir um repertório novo: o daquela pessoa naquele Percepção acurada da situação interpessoal, de suas
grupo. Como essas diferenças são encaradas e tratadas variáveis relevantes e respectiva inter-relação.
determina a modalidade de relacionamento entre membros Habilidade de resolver realmente os problemas de tal
do grupo, colegas de trabalho, superiores e subordinados. modo que não haja regressões.
Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do outro, Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas
se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se envolvidas continuem trabalhando juntas tão
uma modalidade de relacionamento diferente daquela em eficientemente, pelo menos, como quando começaram a
que não há respeito pela opinião do outro, quando ideias resolver seus problemas.
e sentimentos não são ouvidos, ou ignorados, quando não
há troca de informações. A maneira de lidar com diferenças

83
Dois componentes da competência interpessoal uma e as exigências da situação, observando as emoções
assumem importância capital: a percepção e a habilidade e reações evidenciadas no comportamento do outro e no
propriamente dita. O processo da percepção precisa ser seu próprio comportamento.
treinado para uma visão acurada da situação interpessoal. Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com
A percepção seletiva é um processo que aparece na o seu próprio comportamento. Exige autoconhecimento,
comunicação, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente controle emocional, automotivação e saber reconhecer os
com base em suas necessidades, experiências, formação, sentimentos quando eles ocorrem.
interesses, valores, etc. Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma eficazmente com outras pessoas de forma adequada.
impressões de uma outra na esperança de compreendê-la.
1.5.1. Elementos básicos da inteligência emocional
Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas
organizações, que reinventam sua dinâmica produtiva, Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar
desenvolvendo novas formas de trabalho e de resolução autoconfiança, conhecer pontos positivos e negativos.
de conflitos. Surgem novos paradigmas de relações das Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as
organizações com fornecedores, clientes e colaboradores. próprias emoções e impulsos.
Nesse contexto, as relações humanas no ambiente de Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias
trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para que emoções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir
sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao diante de fracassos e dificuldades.
manejo inteligente das relações interpessoais. Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão
14.1. Definição de competência social

Chamamos de competência a integração e a coordenação 15.2. Autoconhecimento


de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
(C.H.A.) que na sua manifestação produzem uma atuação De acordo com estudos psicológicos, autoconhecimento
diferenciada. significa o conhecimento que a pessoa tem de si próprio.
Ao nos conhecermos, temos condições de dominar nossas
C – conhecimento - SABER emoções, controlar nossos impulsos, estimular nossas
H – habilidade – SABER FAZER potencialidades, controlar nossas fraquezas, impedir que
A - atitude - QUERER FAZER sentimentos negativos e destrutivos como ansiedade, baixa
autoestima, instabilidade emocional entre outras sensações
A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas negativas nos afete, resultando em falta de produtividade e
técnicas específicas. um desenvolvimento pessoal prejudicado.
A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas A busca pelo equilíbrio depende de sabermos quais
relações interpessoais. são nossas necessidades e nossos interesses, por isso a
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importância que se deve dar às experiências que passamos


15. Inteligência emocional e ao que elas nos agrega, nos mostrando as situações onde
somos mais positivos, produtivos e nos sentimos com mais
Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil. potencial e também aquelas onde nos abatemos ou nos
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na sentimos mais fragilizados ou impotentes, além da busca
hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil. pelo processo de melhora interno, onde como indivíduos
conseguimos atingir um nível de evolução satisfatório.
Aristóteles
15.3. Diferenças individuais
Como trabalhar bem com os outros? Como entender
os outros e fazer-se entender? O processo de autoconhecimento acima comentado é
A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida fundamental para lidarmos com as diferenças existentes
emocional. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos entre as pessoas. Saber como sou, porque sou assim e me
recifes das paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas aceitar dessa forma facilita a compreensão e a aceitação do
com alto nível de QI pode ser pilotos incompetentes de sua próximo tal qual ele é.
vida particular. Essas diferenças existem em decorrência de nossas
características, sendo que essas podem ser inatas ou
A aptidão emocional é uma capacidade que determina adquiridas.
até onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões Entende-se por características inatas tudo aquilo que
que tenhamos, incluindo o intelecto bruto. trazemos conosco desde nosso nascimento, isto é, nossa
Inteligência emocional: É a habilidade de lidar carga hereditária, a bagagem que trazemos juntos ao
eficazmente com relações interpessoais, de lidar com nascer.
outras pessoas de forma adequada as necessidades de cada

84
Já as características adquiridas são todas aquelas que Já o caráter é o resultado moral do que agregamos de
vamos agregando no nosso processo de crescimento, princípios e valores ao longo de nosso desenvolvimento. A
amadurecimento, são as experiências pelas quais passamos base sobre a qual agimos e decidimos.
e nos deixam marcas, vão nos dando forma. No campo organizacional, o estudo da personalidade
A junção dessas duas características é responsável pela permite compreender o conjunto que se tem, as
formação de nossa personalidade, ou seja, fatores internos características presentes na equipe, o que permite o
e externos vão se moldando em nossa vivência e nos gestor aproveitar todas as potencialidades e estimular
tornando seres únicos e extremamente interessantes no o desenvolvimento das competências e a melhoria do
contexto do que podemos fazer com o que acumulamos desempenho.
de informação e experiência ao longo do tempo. Visto que grande parte dos conflitos nas organizações
No campo organizacional isso é muito válido porque se ocorrem por diferenças e discordâncias entre as
tem uma rica rede de características que somadas podem características e os interesses entre colaboradores e
atingir resultados incríveis para essas organizações, visto que também entre esses e os objetivos da organização, as
a presença de algumas características um algumas pessoas políticas de Gestão de Pessoas precisam ser flexíveis e
supre a ausência delas em outras e vice-versa, tornando adaptáveis à realidade e necessidade de cada indivíduo
essa rede mais valiosa, onde as diferenças se encaixam para assim conseguir tirar o máximo de proveito do
e se completam formando um quadro de talentos e conjunto existente no corpo de colaboradores focando nos
potencialidades administráveis quando esses indivíduos por objetivos organizacionais e no desenvolvimento individual
se conhecerem são capazes de administrar suas qualidades de cada colaborador.
e deficiências, proporcionando crescimento coletivo.
15.5. Empatia
15.4. Personalidade
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e
Ao estudar a personalidade compreendemos o situações vivenciadas.
comportamento e a atitude da pessoas. “Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao
Como vimos acima, a Personalidade é a resultante de envolvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da
um conjunto de características que integradas, estabelecem perspectiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos
a forma única como ele se comporta ou reage ao meio. A e assim leva a tolerância e a aceitação das diferenças. A
personalidade demonstra a essência da pessoa. empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto à
Temos também a persona (latim) que, em alguns apreensão do sentido das palavras contidas numa página
momentos, é como se adotássemos algum personagem, impressa.
ou seja, é como se fosse uma máscara que cada um de nós A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana:
usa conforme a circunstância ou as conveniências, e através reprimir a inclinação natural de sentir com o outro nos faz
dessas facetas causamos impressões aos outros. tratar o outro como um objeto.
Anteriormente falamos sobre as características inatas e O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a
as adquiridas, vejamos alguns desses exemplos. empatia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos apelos

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dos outros. Suprimir essa inclinação natural de sentir com
Inatas outro desencadeia a crueldade.
- a genética determina a aparência externa da pessoa; Empatia implica certo grau de compartilhamento
- a genética determina a estrutura da espécie, comum a emocional - um pré-requisito para realmente compreender
todos os indivíduos; o mundo interior do outro.
- a genética determina traços individuais e únicos de
cada indivíduo particular. A empatia nas empresas

Adquiridas Qual a relação entre empatia e produtividade?


- ambiente físico: nutrição, temperatura, altitude; “O conceito de empatia está relacionado á capacidade
- ambiente social: cultura, relações interpessoais; de ouvir o outro de tal forma a compreender o mundo a
- as experiências da vida de uma pessoa são partir de seu ponto de vista. Não pressupõe concordância
determinantes para a constituição de sua personalidade; ou discordância, mas o entendimento da forma de pensar,
sentir e agir do interlocutor. No momento em que isso
Dentre os aspectos importantes da personalidade ocorre de forma coletiva, a organização dialoga e conhece
citamos o temperamento e o caráter. saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”. (Silvia
O temperamento é uma característica inata, que Dias – Diretora de RH da Alcoa)
recebemos em nossa carga genética, determinando nossas
reações, principalmente quando se envolve emoção, por “A empatia é primordial para o desenvolvimento de
exemplo, tolerância, otimismo, paciência, agressividade, lideranças e o aperfeiçoamento da gestão de pessoas,
enfim, é a forma como vamos lidar com todas as emoções pois pressupõe o respeito ao outro; em uma dinâmica que
que podem afloram quando estamos em uma determinada favorece o aumento da produtividade”. (Olga Lofredi –
situação. Presidente da Landmark )

85
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, A seguir, os componentes do processo serão especificados
ou seja, um tipo de relacionamento onde as partes um a um:
compreendem bem os valores, deficiências e virtudes do
outro. No contexto das relações humanas, pode-se afirmar Situação:
que o sucesso dos relacionamentos interpessoais depende A situação pode ser considerada a circunstância na
do grau de compreensão entre os indivíduos. Quando há qual as mensagens são passadas do emissor ao receptor.
compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor e “Todos os processos de Comunicação acontecem em
conseguem resolver conflitos de modo saudável. determinada situação, seja ela favorável ou desfavorável.
A situação real que deve ser considerada, no processo de
16. Comunicação organizacional Comunicação, é aquela percebida e sentida pelo receptor
e não aquela vivida ou sentida pelo emissor”. Para que a
Conduzir eficientemente processos de comunicação transmissão da mensagem seja considerada eficaz, deve-
interpessoal e trocar feedback de forma motivadora têm
se procurar a situação mais favorável, pois se o emissor
sido um grande desafio na liderança de equipes e grupos
procurar comunicar-se em uma situação desfavorável
de trabalho em geral.
poderá acontecer que o receptor não lhe dará a atenção
Sendo assim, o profissional precisa aprender a
devida e, consequentemente, não entenderá a mensagem
administrar:
que lhe foi transmitida.
 A correta utilização da comunicação verbal e não
verbal Objetivos:
 A comunicação como elemento de integração e Podem ser caracterizados como os estímulos que levam
motivação na empresa o emissor a transmitir a mensagem. Como a Comunicação é
 Competências técnicas e humanas um processo de interação, na qual as pessoas integram-se
 Como o ouvinte percebe a sua comunicação umas com as outras, os objetivos podem ser considerados
 Gerenciamento de relações como “os interesses” que levaram o emissor a interagir com
 Resolução de conflitos o receptor. Alguns exemplos de objetivos: ouvir opiniões a
 Como ouvir melhor: a arte de esclarecer e confirmar respeito de algo ou dar um aviso sobre o churrasco de fim
 Como especificar méritos e sugerir mudanças do final de semana.
 A importância de argumentar para os valores do Além dos objetivos serem um interesse que o emissor
outro tem em relação ao receptor, alguns autores lançam uma
reflexão intrínseca de que os objetivos também devem
161. Processo comunicacional chamar a atenção de quem recebe a mensagem, porque
senão o receptor não se sentirá atraído e também não verá
O processo comunicacional tem como maior objetivo utilidade alguma na mensagem. Desta forma, para que o
a interação humana, buscando o estabelecimento das receptor perceba a utilidade da mensagem, o emissor deve
relações e o entendimento entre os indivíduos. conhecer as necessidades, os gostos, ações, pensamentos,
Desde os tempos antigos, Aristóteles já dizia que: crenças e valores de quem vai receber a mensagem, pois
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só assim a Comunicação valerá a pena. É imprescindível a


(...) devemos olhar para três ingredientes na comunicação: clareza dos objetivos, pois sem isso, o processo não ocorre
quem fala, o discurso e a audiência. Ele quis dizer que cada eficazmente.
um destes elementos é necessário à Comunicação e que
podemos organizar nosso estudo do processo sob estes três
Emissor:
títulos: 1) a pessoa que fala; 2) o discurso que faz; 3) a pessoa
É o agente do processo de Comunicação, ou seja, é
que ouve.
a pessoa que tem uma mensagem para comunicar. Ele é
É interessante notar que praticamente todos os modelos a fonte ou a origem do processo de Comunicação. Além
atuais de processos comunicacionais são parecidos com o disso, é quem vai tomar a iniciativa de se comunicar e
de Aristóteles, sendo que o que mudou foi a complexidade buscar a interação com as outras pessoas, a fim de alcançar
com que eles estão sendo abordados. o seu objetivo.
As primeiras abordagens da Comunicação defendiam Para alcançar a eficácia da Comunicação o emissor tem
um processo comunicacional constituído por apenas quatro que ter como requisitos fundamentais:
elementos fundamentais: emissor, receptor, mensagem e  Habilidades: para que possa falar, ler, ouvir e
meio. Já as abordagens mais recentes da Comunicação, raciocinar;
defendem que o processo é desencadeado por oito  Atitudes: por influenciar o comportamento e por
elementos, são eles: objetivos, emissor, mensagem, meio, estarem relacionadas a ideias pré-concebidas, quanto
receptor, significado, resposta e situação. a vários assuntos, as comunicações são influenciadas
Todos os elementos do processo são interdependentes por determinados tipos de atitudes que as pessoas
e devem seguir uma ordem, para que haja uma integração tomam;
lógica entre esses elementos e o próprio processo  Conhecimento: a extensão e profundidade do
comunicacional. conhecimento das pessoas sobre

86
 Um assunto pode restringir (se o assunto não é de Vale ressaltar que não existe um meio ou uma forma
conhecimento do emissor) ou ampliar (quando o melhor que o outro, existe, sim, um mais adequado,
receptor não compreende a mensagem que está de acordo com as características da mensagem a ser
sendo transmitida) o campo comunicacional; transmitida. “O requisito fundamental na escolha do meio
 Sistema sociocultural: a situação cultural em que o é que ele não provoque ruído” nas mensagens, pois o
emissor se situa, com suas ruído é uma interferência que prejudica a transmissão da
 Crenças, valores e atitudes influencia o tempo todo a mensagem, comprometendo a recepção da mesma, ou
sua função de comunicador. seja, a decodificação da mensagem pelo receptor. Para que
haja um melhor entendimento do significado de ruído, vale
Um requisito significativo no contexto organizacional a pena exemplificar: uma linha cruzada do telefone, um
é a representatividade do emissor, ou seja, a posição documento sujo ou borrado, alguém que fale muito baixo,
hierárquica exercida pelo emissor, que é de fundamental um ambiente de trabalho desconfortável, etc.
importância para a credibilidade da mensagem a ser
comunicada. Receptor:
É quem recebe a Comunicação, ou seja, é o foco da
Mensagem: comunicação. É ele quem vai reagir ao estímulo promovido
É o que vai ser comunicado pelo emissor. Deve estar pelo emissor.
adequada ao nível cultural, técnico e hierárquico do Sem o receptor, não há Comunicação, pois se o receptor
receptor. É composta por conteúdo e forma. não faz parte do processo, o emissor não tem para quem
O conteúdo representa o que será transmitido e comunicar a sua mensagem e, consequentemente, não
depende dos objetivos do processo comunicacional. terá uma resposta.
Não deve ser insuficiente ou excessivo, deve comunicar Sendo assim, pode-se dizer que todo o processo de
o essencial, frente aos objetivos a serem alcançados pelo Comunicação deve ser direcionado de acordo com as
emissor. O conteúdo também “deve ter uma sequencia características do receptor. A seguir algumas características
lógica, ou seja, um início (objetivos), um meio e um fim
que, assim como o emissor, o receptor necessita ter, para
(conclusões).” A forma é a maneira pela qual a mensagem
que a Comunicação seja eficaz:
é transmitida. As formas básicas são as verbais e as não
(...)assim como o emissor foi limitado por suas habilidades,
verbais. As verbais podem ser orais e escritas (palavras,
atitudes, conhecimento e sistema sociocultural, o receptor é
letras, símbolos). Já as não verbais, podem ser gestuais
restringido da mesma maneira. Assim como o emissor deve
(mímicas, movimentos corporais), vocais (timbre de voz e
ter habilidades de escrever ou falar, o receptor deve ser hábil
entonação) e espaciais (local físico e layout).
em ler ou ouvir, e ambos devem ser capazes de raciocinar.
(...) não há uma forma melhor do que a outra. A escolha
da forma depende de um conjunto de fatores, dentre os quais O conhecimento, atitudes e formação cultural de alguém
os mais relevantes são: rapidez requerida (na transmissão influenciam a sua capacidade de receber, assim como o
da mensagem, na obtenção das respostas); quantidade de fazem com a capacidade de enviar mensagens.
receptores; localização geográfica dos receptores; necessidade
de formalizar a mensagem; necessidade de consultas Significado:

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posteriores sobre a mensagem; complexidade do assunto É a compreensão da mensagem, no seu sentido correto.
tratado; facilidade de retenção da mensagem (lembrança) É o ‘entendimento comum’ da mensagem entre o emissor
e o receptor. Isto ocorre quando o emissor e o receptor
Além disso, também se destaca que um único processo entendem da mesma forma a mensagem.
pode utilizar mais de uma forma de Comunicação. Um Portanto, quando o receptor interpreta a mensagem
exemplo de conteúdo e formas diferentes de se transmitir da mesma forma que o emissor quis transmiti-la, pode-se
a mensagem pode ser: demissão de um colaborador da dizer que o receptor captou o significado da mensagem.
Organização (conteúdo) – comunicada por e-mail a todos Quando a mensagem é transmitida pelo emissor,
os outros colaboradores (forma não verbal) ou na reunião ela é codificada e quando é recebida pelo receptor, ela
pelo gerente (forma verbal). é decodificada. As codificações e decodificações são
compostas por um conjunto de signos, utilizados pelas
Meio: pessoas para representar seus pensamentos, a realidade
Pode ser chamado, também, de canal ou veículo em que vivem etc.
de transmissão. Como a própria denominação já diz, o Os signos devem expressar a mesma coisa para o
meio é o recurso utilizado pelo emissor para transmitir a emissor e para o receptor, ou seja, o significado que o
mensagem. O meio “é determinado pelos requisitos de objeto porta para o emissor deve ser o mesmo que o do
forma da mensagem a ser transmitida e da resposta a ser receptor. Caso isso não ocorra, a mensagem não será
obtida.” Ou seja, o meio de Comunicação está associado à transmitida eficazmente, já que a interpretação do receptor
forma verbal ou não verbal de transmissão da mensagem, não é a correta ou a esperada pelo emissor.
isso quer dizer que, dependendo das situações específicas Mas, mesmo que o significado seja o mesmo, para
de cada mensagem, o meio pode ser caracterizado de o emissor e para o receptor, não se pode dizer que as
várias formas, desde a voz humana à televisão e até pelo questões referentes ao processo de Comunicação foram
fax ou pelo e-mail. resolvidas, pois, “a compreensão, através da comunhão

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do significado, não quer dizer, necessariamente, acordo. Barreiras pessoais:
Posso compreender uma ideia, sem concordar com ela.” 1. Nível de conhecimento: está ligada à profundidade
Portanto, não é apenas o entendimento do significado, por de conhecimento que as pessoas têm e revelam, no
ambas as partes, que assegura a eficácia da Comunicação. decorrer do processo comunicacional. Pode também
Em relação a isso, podemos dizer ainda que, “ainda que ser atribuído pelas outras pessoas que fazem parte
o significado comum não assegure sozinho, a eficácia do do processo, por perceberem o conhecimento e o
processo de Comunicação como um todo, é um requisito reconhecerem. “Este aspecto pode conduzir à maior
fundamental para promover o entendimento.” ou menor credibilidade ao emissor e trazer-lhe um
estatuto que pode marcar o desempenho do seu
Resposta: papel enquanto comunicador.” Algumas pessoas,
Pode ser chamada, também, de feedback ou por conhecerem profundamente um assunto, não
comportamento esperado, pois é a reação do receptor à gostam ou se incomodam em conversar com alguém
mensagem recebida. É o último objetivo do processo, pois que não tem o mesmo domínio do assunto e vice-
é o desejado pelo emissor, ao emitir uma mensagem. versa.
A resposta pode ser considerada como a efetivação 2. Aparência: a forma de se vestir e se cuidar pode
do recebimento da mensagem, determinando, ou não, o determinar o jeito com que as pessoas se comunicarão
sucesso da mesma. umas com as outras. Dias (2001) coloca que tanto
as expectativas provocadas, como as primeiras
É por meio da comunicação oral que as pessoas impressões, são determinantes para um processo
personificam seu ser comunicacional eficaz. Por exemplo, um homem de
terno e gravata tem muito mais facilidade de receber
Comunicação é tornar algo comum, compartilhar, atenção do que um homem de bermuda e tênis.
dividir, trocar... 3. Postura corporal: deve ser estabelecida de acordo
Enfim, é o processo de transmitir uma informação a com o que se quer comunicar. Alguns teóricos da
outra pessoa, no entanto, o que caracteriza a comunicação Sociologia dizem que a postura também deve ser
é a compreensão e não o simplesmente informar. adequada, de acordo com o grupo com o qual se
Daí a diferença de comunicação (que é a informação está comunicando.
sendo transmitida) e comunicabilidade (que é o ato 4. Movimento corporal: certos movimentos podem ser
comunicativo otimizado) favoráveis ou não para um processo eficaz. Podemos
citar o livro “O corpo fala”, que aborda a questão de
Barreiras à comunicação eficaz – alguns elementos que o corpo também se comunica, as expressões
prejudicam a transmissão e a compreensão da comunicação, corporais manifestam a ansiedade, a atração, o
entre eles podemos citar: nervosismo, a tristeza, etc.
5. Contato visual: a forma como as pessoas se olham
• Ruídos demonstra como uma está se sentindo em relação
• Sobrecarga de informações à outra, além de informar o grau de atenção que
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• Tipos de informações está sendo dirigida à pessoa que está falando. O


• Fonte de informações direcionamento, o tempo, o contexto, a oportunidade,
• Localização Física a intensidade, o status de quem olha ou de quem é
• Defensidade olhado, impõem um quadro interpretativo que cada
cultura se encarrega de transmitir aos seus membros
Além desses, as barreiras são um conjunto de fatores pelo processo de socialização.”
que impedem ou dificultam a recepção da mensagem, no 6. Expressão facial: é determinante, pois é uma forma de
processo comunicacional. demonstrar o interesse das pessoas pela mensagem
A seguir, serão abordadas as teorias da Sociologia e da que está sendo transmitida.
Administração, em relação às barreiras, especificando-as: 7. Fluência: a articulação das palavras, a modulação
(intensidade dos sons), o ritmo e o timbre da voz
17. Abordagem sociológica fazem diferença, em termos da maneira como
são utilizados para a eficácia da transmissão da
As barreiras podem ser divididas em seis grupos: mensagem.

• Barreiras pessoais; Barreiras sociais:


• Barreiras sociais; 1. Educação: os princípios e valores adquiridos pelos
• Barreiras fisiológicas; indivíduos também fazem
• Barreiras da personalidade; parte do processo comunicacional.
• Barreiras da linguagem; 2. Cultura: a Comunicação, como já foi visto, muda de
• Barreiras psicológicas. cultura para cultura. Por conseguinte, se as pessoas
têm culturas muito distintas, a Comunicação ficará
prejudicada.

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3. Crenças, normas sociais e dogmas religiosos: assim as pessoas têm se envolvido, constantemente, com
como em relação à cultura, se as pessoas que estão quaisquer tipos de sugestionabilidades, tornando-
se comunicando divergem com muita intensidade se exageradamente crédulas ou pela forma como
nessas questões, os processos comunicacionais serão as pessoas vêm distorcendo a realidade, como
prejudicados ou a mensagem não será transmitida por exemplo, através dos horóscopos, das coisas
adequadamente. sobrenaturais, das profecias, etc. Essas questões,
ocasionam uma certa falta de civilização, ou seja,
Barreiras fisiológicas: falta de equilíbrio racional para lidar com os
As deficiências do aparelho fonoaudiológico e do acontecimentos e com as coisas e pessoas.
aparelho visual criam dificuldades na Comunicação. 5. Tendência à complicação: essa é uma das barreiras
mais comuns, pois está concebida no fato de que as
Barreiras da personalidade: pessoas têm o hábito de restringir e complicar coisas
1. Autossuficiência: ocorre quando a pessoa acha que e acontecimentos simples, o tempo todo, até mesmo
sabe tudo, ou seja, a pessoa acha que o que ela quando se trata de sistematização e pensamento
sabe e conhece é o suficiente. Esta barreira ocorre lógico.
de duas maneiras: ‘julgamento do todo pela parte’ –
acontece quando a pessoa julga outras pessoas e/ou 17.1. Abordagem da Administração
coisas pelo que ela conhece; intolerância, acontece
quando a pessoa não aceita o ponto de vista das As barreiras mais destacadas neste campo de estudos
outras pessoas, pois ele julga que o único ponto de são:
vista correto é o seu próprio. 1. Falta de comunicação: “é um dos problemas mais
2. Congelamento das avaliações: acontece quando frequentes nas empresas e que gera as consequências
a pessoa acredita que as pessoas e as coisas mais graves.” Pode ser causada por: interpretações
não mudam, ou seja, quando a pessoa supõe distorcidas dos fatos; falta de adesão a uma decisão
que as circunstâncias sempre serão as mesmas, e às mudanças; desmotivação das pessoas pela
independente das mudanças que surgirem com as não participação e pelo desconhecimento do que
pessoas e coisas. Fazem parte dessas avaliações os se passa na Organização; conflitos entre pessoas e
preconceitos e a insegurança que as pessoas têm departamentos, etc.
frente a algumas situações e frente às outras pessoas 2. Falta de clareza de objetivos: ocorre quando a
3. Comportamento Humano – aspectos objetivos e mensagem não tem conteúdo e forma bem definidos.
subjetivos: está no conflito personalidade subjetiva Exemplo: uma reunião em que ninguém consegue
(interior de cada pessoa ou as opiniões próprias) X entender o porquê de estar acontecendo.
personalidade objetiva (o que é exteriorizado para 3. Texto fora do contexto: quando a comunicação é feita,
as outras pessoas ou a realidade concreta). Quando apenas, sobre um determinado acontecimento, sem
se diz personalidade, toma-se como princípio a dizer o contexto no qual ele está inserido. Acontece
caracterização da personalidade por processos quando uma decisão é simplesmente comunicada,

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comportamentais, que são estabelecidos pela sem que se expliquem os porquês e motivos em
interação das reações individuais com o meio social. questão.
“A Comunicação Humana baseia-se na concepção 4. Filtragem: ocorre quando o emissor manipula a
da personalidade projetiva, na evidência de que mensagem, de acordo com os seus objetivos e
na sociedade humana, o homem precisa ‘vender’ interesses, de forma que a mensagem favoreça o seu
a sua personalidade.” Para tanto, ele precisa torná- ponto de vista ou o que ele deseja que o receptor
la socialmente aceitável, e aí está o conflito, pois decodifique.
a pessoa tem que estar o tempo todo tornando a 5. Percepção seletiva: o emissor vê e ouve, apenas,
sua personalidade vendível, para que o outro possa ou mais acuradamente aquilo que lhe interessa, ou
aceitar se comunicar com ela. Exemplificando, ocorre seja, faz uma seleção das mensagens relacionadas
quando alguém tem uma determinada opinião com suas necessidades, motivações, referências, etc.
negativa sobre o aborto, mas ao conversar com As pessoas “não veem a realidade; em vez disso,
alguém que acabou de conhecer e que é a favor do interpretam o que veem e chamam de realidade.”
aborto, deixa de expressar a sua opinião e conversa Pode ser prejudicial, à medida que a pessoa tende
com a outra pessoa como se não tivesse uma opinião a perceber só aquilo que lhe convém e isso não
bem formada a respeito do assunto. permite uma percepção neutra dos acontecimentos,
4. Geografite: está relacionada com as atitudes das coisas e pessoas.
pessoas que se comovem mais com os “mapas” do 6. Defensiva: “Quando as pessoas se sentem ameaçadas,
que com os “territórios”. Mapas são os sentimentos, geralmente respondem de forma que atrapalha a
imaginações, palpites, hipóteses, pressentimentos, Comunicação.” A partir do momento em que a pessoa
preconceitos, inferências, etc. Já os territórios são os se sente ameaçada, ela não consegue decodificar e
objetos, as pessoas, as coisas, os acontecimentos, etc. nem transmitir as mensagens com eficácia.
Isso é relevado, devido ao fato de que, atualmente,

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7. Uso inadequado dos meios: como já foi falado b. Inferências X Observações: trata-se de considerar
anteriormente, não existe um meio mais adequado as inferências como observações e vice-versa. Inferir
para ser utilizado na transmissão de diferentes tipos é deduzir e observar é prestar atenção, olhar algo
de mensagem, sendo que o que vai determinar se o que está acontecendo. “As inferências são menos
meio é o mais adequado, ou não, é a situação específica prováveis do que as observações; (...) as inferências
de cada mensagem. A Comunicação Oral tem a nos oferecem certezas relativas; as observações
tendência de aumentar a eficácia da Comunicação, nos oferecem certezas absolutas.” O tempo todo as
quando bem utilizada, pois proporciona uma pessoas fazem inferências. Quando leem um jornal,
resposta imediata, além de estimular o pensamento por exemplo, inferem o que realmente ocorreu. O
do receptor, no momento em que a mensagem está problema desta barreira está no fato das pessoas
sendo transmitida e por dar um toque mais pessoal tomarem sempre como lei as inferências e não se
à mensagem e ao processo como um todo. Deve ser utilizarem mais de observações.
mais usada, quando se quer comunicar mensagens
mais complexas e difíceis de serem transmitidas. Já 2. Descuidos nas palavras abstratas:
a comunicação escrita, tem a tendência de ser mal “Atrás de uma palavra nem sempre está uma coisa.
entendida, porque quem escreveu pode não ter sido Palavras não são coisas; são representações de coisas,
suficientemente claro ou não ter expressado o que quase sempre específicas, e por isso, difíceis de serem
queria corretamente. transmitidas, com fidelidade, de uma cabeça para outra.”
8. Linguagem: pode ser considerada uma das barreiras E como as palavras abstratas fazem parte do repertório
mais comuns, pois ocorre o tempo todo, no dia-a-dia específico de cada um, fica difícil um processo comunicativo
das pessoas, em uma Organização. Como as pessoas eficaz, sem uma pré-definição dessas palavras, já que elas
tendem a achar que os significados que as palavras possibilitam muitos equívocos.
têm para elas são os mesmos significados que outras
pessoas atribuem, uma barreira acaba surgindo no 3. Desencontros:
Esta barreira pode ser caracterizada como a diferença
processo.
de percepção de cada indivíduo, ou seja, a subjetividade
9. Efeito status: A hierarquia dentro das organizações
de cada um. Uma determinada palavra, para um indivíduo,
pode criar barreiras nas comunicações. Esta barreira
tem um significado A; já para outro indivíduo, a mesma
está ligada a outra barreira, a filtragem, que já foi
palavra tem um significado B, e isso ocorrerá com todos
citada anteriormente. Quando os colaboradores têm
os indivíduos, pois ninguém percebe as coisas da mesma
que comunicar algo aos gerentes das Organizações,
forma, cada um tem a sua forma de perceber e significar
eles tendem a filtrar a mensagem, de forma que ela
as coisas, palavras, etc. Caso não aconteça um consenso
seja transmitida e decodificada, no intuito de agradar e/ou esclarecimento das questões a serem comunicadas,
os gerentes. o processo ficará comprometido e cheio de equívocos de
10. Impertinência da mensagem: quando as mensagens compreensão.
são transmitidas em momentos inoportunos
e desagradáveis, o processo se prejudica pela 4. Indiscriminação:
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inadequação da situação escolhida. Ocorre quando há uma rotulação das coisas, pessoas
e acontecimentos, onde a percepção está focada, apenas,
Barreiras da linguagem: nas semelhanças ou em alguns padrões (ou clichês) criados
por cada indivíduo, não havendo um discernimento entre
1. Confusões entre: as diferenças. Em relação à indiscriminação, a Comunicação
Humana é prejudicada por alguns fatores, são eles: abuso
a. Fatos X Opiniões: As pessoas estão o tempo todo dos ditados populares e a crença de que “a voz do povo é
se referindo a fatos, como se estivessem emitindo a voz de Deus.”
opiniões e vice-versa. “Fato é acontecimento; é
coisa ou ação feita. Opinião é modo de ver, é 5. Polarização:
conjectura”. Pode-se dizer que uma das coisas “Há polarização quando tratamos os contrários
mais ameaçadoras do processo comunicacional é como se fossem contraditórios. Polarização é a tendência
a transformação de uma opinião em fato, pois, a a reconhecer apenas os extremos, negligenciando as
partir do momento em que a pessoa se convence de posições intermediárias.” O processo comunicacional fica
que sua suposição realmente aconteceu, ela perde bastante prejudicado, quando os pontos de vistas são
a noção dos verdadeiros acontecimentos e divulga extremistas, pois dificilmente encontra-se um meio termo,
para outras pessoas as suas opiniões sobre os fatos, sem causar grandes discussões ou fugir aos objetivos do
como sendo os próprios acontecimentos, causando processo.
distorções na realidade. Exemplificando: o gerente
de departamento chegou duas horas atrasado 6. Falsa identidade baseada em palavras:
no trabalho (fato). Patrícia diz que foi porque ele Acontece quando uma pessoa percebe coisas em
acordou atrasado; já Fabíola diz que foi por razão de comum entre duas ou mais coisas e conclui que essas
algum problema pessoal (opiniões). coisas são idênticas. Um exemplo claro disso é: os cariocas

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são flamenguistas. Camila é flamenguista. Por conseguinte, Toda a eficácia do processo depende, essencialmente,
Camila é carioca. A palavra tem uma força fora do comum, de saber ouvir e entender a mensagem que foi transmitida
podendo beneficiar ou prejudicar alguém por meio dessas inicialmente, para então começar um processo de
conclusões das semelhanças entre as coisas. comunicação.

7. Polissemia: 18. Formas de comunicação:


É a reunião de vários sentidos em apenas uma palavra.
Cada um tem um repertório de palavras e significados e A comunicação vem sofrendo evoluções ao longo do
uma mesma palavra pode ter vários significados para um tempo, assim como todo o processo que sofra influência
mesmo indivíduo. Então, já que o processo comunicacional do mundo globalizado. As formas mais tradicionais de
precisa de no mínimo duas pessoas para acontecer, pode- comunicação englobam:
se imaginar o quão complexo é a Comunicação entre - manual; 
diversas pessoas. - revista; 
- jornal; 
“A palavra é a maneira de traduzir ideias ou
- boletim; 
pensamentos.” Portanto, cada indivíduo tende a transmitir
- quadro de aviso.
as mensagens “carregadas” de palavras com suas
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação,
percepções das coisas. Essa barreira está lado a lado com figuram novos métodos efetivos para desenvolvê-la, tais
a barreira de desencontros, pois as duas abordam as como:
diferenças de percepções de cada indivíduo. - intranet; 
Tem uma palavra que serve de exemplo desta barreira, - correio eletrônico; 
qual seja: abacaxi pode ser uma fruta ou um problema, que - comunicação face a face; 
para ser resolvido, dá muito trabalho. - telão.
Em linhas gerais, torna-se necessário que o profissional
8. Barreiras verbais: exercite tanto a linguagem verbal como a linguagem
São aquelas provocadas por palavras e expressões não verbal, que forçam o tempo todo as habilidades de
causadoras de antagonismos, ou seja, são as causadoras comunicação.
de oposições de ideias. Alguns itens são vitais na linguagem não verbal e devem
ser compreendidos para a sua melhor utilização:
Como melhorar a comunicação interpessoal - gestos; 
• Habilidades de transmissão - postura; 
• Linguagem apropriada - movimentos do corpo; 
• Informações claras - tom da voz e velocidade da fala; 
• Canais múltiplos - movimentação entre receptor /emissor.
• Comunicação face a face sempre que possível
É notório que problemas de comunicação são de difícil A linguagem não verbal é considerada vital para o
intervenção e por isso demandam do emissor um enorme processo de comunicação, tendo em vista que esta não
ocorre apenas por meio de palavras, sendo um processo

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cuidado ao transmitir a mensagem necessária de forma
clara e objetiva. muito mais complexo do que se imagina.
Existem três fontes de sinais de comunicação e cada No momento da comunicação é necessário decodificar
uma representa um percentual deste processo: as mensagens não verbais, pois quando isso não ocorre
estima-se que há uma perda de 65% do que é comunicado.
- comunicação verbal: palavras expressas 7% 
No momento em que o profissional domina as
- comunicação vocal: entonação, o tom e timbre de voz
mensagens não verbais, ele passa a conduzir o processo
38% 
de comunicação de forma eficaz e consegue atingir os
- expressão facial e corporal 55% objetivos propostos.
Em suma, é necessário para o profissional aprenda a
A falta de comunicação adequada pode gerar problemas utilizar sinais não verbais no processo de comunicação,
de diversos tipos e com consequências variadas, entre as bem como dominar a linguagem verbal. Na ausência destas
quais podemos citar: habilidades, existirá um desnível significativo no processo
- confusão entre os envolvidos;  de comunicação entre emissor /receptor.
- perda na prestação do serviço ou na confecção do
produto;   Eficácia na Comunicação
- comprometer a imagem da empresa;  Comunicar-se eficazmente é proporcionar
- desmotivação;  transformação e mudança na atitude das pessoas. Se a
- retrabalho;  comunicação apenas muda as ideias das pessoas, mas não
- falta de procedimentos e ordens claras;  muda suas atitudes, então a comunicação não atingiu seu
- insatisfação de uma forma geral. resultado. Ela não foi eficaz.
Um princípio fundamental para a boa comunicação é a A clareza e a certeza de que se foi entendido,
disposição e a sabedoria em ouvir. representam um dos pilares de um projeto bem sucedido e
essa sempre foi uma das principais preocupações de todas

91
as empresas. Varias são as vezes que apenas informamos e 18.1. Autoimagem (ou autoconceito)
não formamos a ideia do que queremos que a outra parte O fator isolado mais importante que afeta a
faça. comunicação entre pessoas é a sua autoimagem: a imagem
Existem algumas ferramentas e regras que ajudam na que têm de si mesmas e das situações que vivenciam.
conscientização sobre o próprio nível de comunicação. Enquanto as situações podem variar em função do
Abaixo, o “Modelo de Quatro Elementos”, comprovado momento ou do lugar, as crenças que as pessoas possuem
e aplicado por Philip Walser, como uma das ferramentas acerca de si próprias estão sempre determinando seus
das quais podemos dispor. comportamentos na comunicação. O “eu” é a estrela em
todo ato de comunicação.
Os quatro elementos são: “Framing” – “Advocating” – Cada um tem, literalmente, milhares de conceitos a
“Inquiring” –“Illustrating”: respeito de si mesmo: quem é, o que significa, onde existe,
 Framing: é definir o tema a ser abordado durante o que faz e não faz, o que valoriza, no que acredita. Estas
uma conversa logo no começo. Pode ser necessário autopercepções variam em clareza, precisão e importância
redefinir o tema durante o andamento (“Re-framing”), de pessoa para pessoa.
mas deve-se evitar que a conversa vá para lugares
distantes que não têm nada a ver com o assunto. 18.2. A importância da Autoimagem.
 Advocating: é explicar o seu próprio ponto de vista
de forma clara e objetiva, não deixando de lado os A autoimagem de alguém é quem ele é. É o centro do
porquês deste ponto de vista, ou seja, não engolir seu universo, seu quadro referencial, sua realidade pessoal,
sapos, mas mencionar os valores que são à base o seu ponto de vista particular. É um visor através do qual
deste seu ponto de vista. ele percebe, ouve, avalie a compreende todas as coisas. É o
 Inquiring:  até mais importante do que esclarecer seu filtro individual do mundo que o cerca.
o seu, é importante entender o ponto de vista do A autoimagem de uma pessoa afeta sua maneira de se
outro. Isto se faz através de perguntas benevolentes comunicar com os outros. Um autoconceito forte, positivo, é
que não tem o objetivo de interrogar. necessário para haver interações hígidas e satisfatórias. Por
 Illustrating:  é resumir os diversos pontos de vista, outro lado, uma autoimagem fraca, inferior, frequentemente
procurar pontos em comum, colocar assuntos distorce a percepção do indivíduo relativamente a como os
polêmicos na mesa, visando uma solução sendo outros o veem, o que gera sentimentos de insegurança no
flexível e contando com a flexibilidade do outro, seu relacionamento interpessoal. Alguém que tenha a seu
diminuir complexidade para focar o que realmente próprio respeito uma impressão negativa poderá encontrar
está no centro da conversa. dificuldades em conversar com outros, em admitir que
esteja errado, em expressar seus sentimentos, em aceitar
Observar, ouvir e dar importância para o outro é críticas construtivas que lhe forem feitas ou em apresentar
determinante para a eficácia da comunicação. ideias diferentes das dos outros. Sua insegurança o leva
De qualquer forma, a comunicação começa pelos a temer que os outros deixem de apreciá-lo se discordar
sentidos (visão, audição, tato, olfação e gustação). Uma deles.
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maneira prática de identificar a forma como uma pessoa Pelo fato de sentir-se desvalorizado, inadequado e
está pensando é prestar atenção às palavras que ela inferior ele não tem confiança e pensa que suas ideias não
utiliza, pois nossa linguagem está repleta de sinais, gestos, interessam aos outros e que não vale a pena comunica-las.
posturas e palavras baseados nos sentidos. Observar, ouvir Ele pode tornar-se arredio e defensivo em sua comunicação,
e dar importância para o outro é determinante para a renegando suas próprias ideias.
eficácia da comunicação.
É preciso abandonar a ilusão de que há solução fácil ou 18.3. Formação da Autoimagem.
improvisada na construção de métricas que avaliem nosso
trabalho. Não se deve supor que a outra parte entendeu, ou Da mesma forma que o autoconceito de alguém afeta
julgar que já deveria entender a mensagem. O que deve ser sua capacidade de se comunicar, a comunicação que trava
feito para que a comunicação seja adequada, é investigar com outros modela também sua autoimagem. Uma vez
se a outra parte compreendeu a mensagem. que o homem é, antes de tudo, um animal social, ele forma
os mais relevantes conceitos acerca do seu próprio eu a
 Comunicação interpessoal eficaz: cinco partir de suas experiências com outros seres humanos.
elementos críticos Os indivíduos aprendem a se reconhecer pela maneira
 como são tratados pelas pessoas importantes de sua
Há cinco componentes que distinguem claramente vida – pessoas estas às vezes denominadas “os outros
os bons dos maus comunicadores. Tais componentes significativos”. Mediante a comunicação verbal e não
são Autoimagem, Saber Ouvir, Clareza de Expressão, verbal com esses outros significativos, cada um passa a
Capacidade para lidar com sentimentos de contrariedade reconhecer se é apreciado ou não, se é aceito ou rejeitado,
(irritação) e autoabertura. se é merecedor de respeito ou desdém, se é um sucesso
ou um fracasso.

92
Para que um indivíduo venha a ter uma sólida CLAREZA DE EXPRESSÃO
autoimagem ele precisa de amor, respeito e aceitação dos Ouvir eficazmente é uma habilidade necessária e
outros significativos de sua vida. negligenciada na comunicação, porém muitas pessoas
O autoconceito, portanto, constitui um fator crítico para consideram igualmente difícil dizer aquilo que querem dizer
que alguém seja um comunicador eficaz. Em essência, a ou expressar aquilo que sentem. É que com frequência elas
autoimagem de um indivíduo é delineada por aqueles que presumem simplesmente que o outro compreende a sua
o tiverem amado ou pelos que não o tiverem amado. mensagem, mesmo que sejam descuidadas ou confusas
em sua fala. Parecem achar que as pessoas deveriam ser
SABER OUVIR capazes de ler as mentes uns dos outros: “Se está claro para
Toda a aprendizagem relativa à comunicação tem mim, deve estar claro para você também”. Esta suposição
focalizado as habilidades de expressão oral e de persuasão; é uma das maiores barreiras ao êxito da comunicação
até a bem pouco tempo dava-se pouca atenção à humana. O comunicador deficiente deixa que o ouvinte
capacidade de ouvir. Esta ênfase exagerada dirigida para adivinhe o que ele quer dizer, partindo da premissa de que
a habilidade de expressão levou a maioria das pessoas a está, de fato, comunicando. Por sua vez, o ouvinte age de
subestimarem a importância da capacidade de ouvir em acordo com suas adivinhações. O resultado óbvio disto é
suas atividades diárias de comunicação. um mal entendido recíproco.
O ouvir, naturalmente, é algo muito mais intrincado e Para se chegar a resultados objetivos planejados – desde
complicado do que o processo físico da audição, ou de a execução da rotina diária de trabalho, até a comunhão
escutar. A audição se dá através do ouvido, enquanto que mais profunda com alguém – as pessoas precisam ter um
o ouvir implica num processo intelectual e emocional que meio de se comunicarem satisfatoriamente.
integra dados (inputs) físicos, emocionais e intelectuais na
busca de significados e de compreensão. O ouvir eficaz CAPACIDADE PARA LIDAR COM SENTIMENTOS DE
ocorre quando o “destinatário” é capaz de discernir e CONTRARIEDADE (irritação)
compreender o significado da mensagem do remetente. O A incapacidade de alguém para lidar com manifestações
objetivo da comunicação só assim é atingido.
de irritação e contrariedade resulta, com frequência em
O “Terceiro Ouvido”: Reik refere-se ao processo de ouvir
curtos-circuitos na comunicação.
eficazmente como sendo “ouvir com o terceiro ouvido”.
Expressão. A exteriorização das emoções é importante
O ouvinte eficaz escuta não só as palavras em si como
para construir bons relacionamentos com os outros.
também seus significados subjacentes. Seu terceiro ouvido,
As pessoas precisam expressar seus sentimentos de tal
diz Reik, ouve aquilo que é dito entre as sentenças e sem
modo que elas influenciem, remodelem e modifiquem
palavras, aquilo que se expressa silenciosamente, o que o
a si próprias e aos outros. Elas precisam aprender a
emissor fala e pensa.
Logicamente, o ouvir com eficácia não é um processo expressar sentimentos de ira de forma construtiva e não
passivo. Ele desempenha um papel ativo na comunicação. destrutivamente. As seguintes orientações podem ser úteis:
O ouvinte eficaz interage com o interlocutor no sentido de
desenvolver os significados e chegar à compreensão. 1. Esteja alerta para suas emoções;
Diversos princípios podem servir de auxílio para o 2. Admita suas emoções. Não as ignore ou renegue;

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aprimoramento das habilidades essenciais para saber ouvir: 3. Seja dono de suas emoções. Assuma responsabilidade
1. O ouvinte deve ter uma razão ou propósito de ouvir; por aquilo que fizer;
2. É importante que, inicialmente, o ouvinte suspenda 4. Investigue suas emoções. Não procure “vencer” uma
julgamentos; discussão na base do revide, ou de “dar o troco”;
3. O ouvinte deve resistir a distrações – barulhos, 5. Relate suas emoções. A comunicação congruente
pessoas, olhares – e focalizar o interlocutor; significa uma combinação satisfatória entre o que você
4. O ouvinte deve esperar antes de responder ao seu está dizendo e aquilo que está vivenciando;
interlocutor. As respostas imediatas reduzem a eficácia do 6. Integre suas emoções, o seu intelecto e a sua vontade.
ouvir; Dê uma oportunidade a você mesmo de aprender e crescer
5. O ouvinte deve repetir palavra por palavra aquilo que como pessoa. As emoções não podem ser reprimidas. Elas
o interlocutor está dizendo; devem ser identificadas, observadas, relatadas e integradas.
6. O ouvinte deve recolocar em suas próprias palavras Aí então as pessoas podem fazer instintivamente os
o conteúdo e o sentimento daquilo que o outro está ajustamentos necessários, à luz de seus próprios conceitos
dizendo, para que o interlocutor confirme se a mensagem de crescimento. Eles podem acompanhar a vida e mudar
que transmitiu foi realmente recebida; com ela.
7. O ouvinte deve buscar os temas, os pontos centrais
daquilo que o interlocutor está dizendo, ouvindo “através” AUTOABERTURA
das palavras para atingir sua real significação; A capacidade de falar total e francamente a respeito de
8. O ouvinte deve utilizar o tempo diferencial entre a si mesmo – é necessária à comunicação eficaz. O indivíduo
velocidade do pensamento (400 a 500 palavras por minuto) não pode se comunicar com outro ou chegar a conhecê-lo
para “refletir” sobre o conteúdo e “buscar” o seu significado; a menos que se esforce pela auto abertura.
9. O ouvinte deve estar pronto para reagir aos
comentários do interlocutor.

93
A capacidade de alguém para se auto revelar é um  Cortesia: ser cortês significa que usar de gentileza,
sintoma de personalidade sadia. educação, lidar as pessoas com amabilidade,
generosidade e delicadeza no trato.
Pode-se dizer que um indivíduo compreenderá tanto  Interesse: como dissemos acima, desenvolver
a respeito de si próprio quanto ele estiver disposto a empatia, ou seja, quando se coloca no lugar
comunicar a outra pessoa. da pessoa, demonstra interesse naquilo que é
importante para ela e, consequentemente, realiza
Obstáculos à auto revelação. Para que se conheçam um trabalho melhor.
a si próprias e para que consigam relações interpessoais  Presteza: está relacionado com a boa vontade e pré-
satisfatórias, as pessoas precisam revelar-se aos outros. disposição em servir.
Ainda assim, a auto revelação é obstruída por muitos.  Eficiência: eficiência é a capacidade de ‘fazer as
coisas direito’, um administrador é considerado
A comunicação eficaz, então, tem por base estes cinco eficiente quando minimiza o custo dos recursos
componentes: uma autoimagem adequada; capacidade usados para atingir determinado fim.
de ser bom ouvinte; habilidade de expressar claramente  Tolerância: representa a capacidade de uma pessoa
os próprios pensamentos e ideias; capacidade de lidar ou grupo de aceitar, em outra pessoa ou grupo uma
com emoções, tais como a ira, de maneira funcional e a atitude diferente das que são a norma de seu grupo.
disposição para se expor, para se revelar aos outros.  Discrição: envolve zelo, respeito, prudência,
discernimento e sensatez quando fornece uma
19. Atendimento ao público informação ao cliente. É necessário manter-se
reservado sobre o que o cliente lhe diz. Assim, estará
A qualidade do atendimento ao público apresenta-se transmitindo confiabilidade e seriedade no trabalho
como um desafio institucional e, e deve ter como meta desenvolvido.
aprimorar e uniformizar o serviço oferecido tanto ao  Conduta: espera-se que atendente conheça e
público externo como ao público interno. respeite as normas internas, afinal, ele é um canal
Vale ressaltar que, o agente responsável por realizar o de transmissão da imagem da organização e, como
atendimento, ao fazê-lo, não o faz por si mesmo, e sim, pela tal, deve manter postura profissional, e agir dentro
instituição, ou seja, ele representa a organização naquele da cultura da empresa/ instituição, e conforme os
momento, é a imagem da organização que se apresenta na interesses institucionais mas, ainda sim, atingindo
figura desse agente. o resultado desejado de atender com excelência o
Quando falamos em atendimento de qualidade, cliente resolvendo sua necessidade ou atendendo
pensamos em excelência na forma com que nossos seu desejo.
clientes (internos ou externos) são tratados, e lidar com  Objetividade, clareza e concisão: ser direto,
pessoas, que é o que ocorre em um atendimento, exige objetivo e claro em suas respostas para o cliente,
uma postura comportamental comprometida com o outro, e se ater ao foco do que esta sendo perguntado,
com suas necessidades, seus anseios, mas também com a fornecendo informações precisas e sucintas com
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organização, suas regras, ou seja, exige responsabilidade, atenção e clareza.


conhecimento de funções, uso adequado de ferramentas
para se enquadrar ao sistema de funcionamento da 19.1. Postura de atendimento
organização e, agilidade, cordialidade, eficiência e
principalmente, empatia, para realizar um atendimento de Aqui falamos em fatores pessoais que influenciam o
excelência junto ao público. atendimento: Apresentação pessoal, cortesia (personalizar
Atendimento corresponde ao ato de atender, ou seja, ao ato o atendimento), atenção, tolerância (grau de aceitação de
de prestar atenção às pessoas com as quais mantemos contato. diferente modo de pensar), discrição, conduta, objetividade.
A qualidade do atendimento prestado depende da
capacidade de se comunicar com o público e da mensagem A POSTURA pode ser entendida como a junção
transmitida. de todos esses aspectos relacionados com a nossa
expressão corporal na sua totalidade e nossa condição
O edital cita características que são imprescindíveis emocional.
quando se almeja alcançar um nível de excelência em
qualidade no atendimento. Vejamos: Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos
de POSTURA. São eles:
 Atenção: o cliente precisa ser o foco de suas ações.
É necessário fazer com que ele sinta-se realmente o  Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se
elemento de maior importância nessa relação e, isso caracteriza por um posicionamento de humildade,
será possível quando o atende dispender a atenção mostrando-se sempre disponível para atender e interagir
necessária nesse contato, criando empatia para prontamente com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA
identificar de fato qual a melhor forma de atender do atendente suscita alguns sentimentos positivos nos
esse cliente. clientes, como por exemplo:

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o postura do atendente de manter os ombros abertos O profissional do atendimento
e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento de Para conhecermos melhor a postura de atendimento,
receptividade e acolhimento; faz-se necessário falar do Verdadeiro profissional do
o deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente atendimento.
inclinado, transmite ao cliente a humildade do
atendente; Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
o o olhar nos olhos e o aperto de mão firme, traduzem
respeito e segurança; 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de
o a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de compreender e atender as necessidades dos clientes,
afetividade e calorosidade. fazer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir
importante e proporcioná-lo um ambiente agradável. Este
 Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO profissional é voltado completamente para a interação
CORPORAL: que se caracteriza pela existência de uma com o cliente, estando sempre com as suas antenas ligadas
unidade entre o que dizemos e o que expressamos no neste, para perceber constantemente as suas necessidades.
nosso corpo. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e ou serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse
confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os em relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
nossos sentimentos e eles fluem livremente. Dessa forma,
nos sentimos mais livres do stress, das doenças, dos medos. 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as
necessidades dos clientes, aguçando a capacidade de
 As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos perceber o cliente. Para entender o lado humano, é
extrair dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados necessário que este profissional tenha uma formação
emocionais que elas traduzem e a identificação destes voltada para as pessoas e goste de lidar com gente. Se
estados pelas pessoas; e a sua função social que diz em espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois
que condições ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o para este profissional, a felicidade de uma pessoa
observador e quem a expressa. começa no mesmo instante em que ela cessa a busca de
Podemos concluir, entendendo que, qualquer sua própria felicidade para buscar a felicidade do outro.
comportamento inclui posturas e é sempre fruto da
interação complexa entre o organismo e o seu meio 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO
ambiente. DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e
sentimentos positivos, para ter atitudes adequadas no
Observando estas condições principais que causam momento do atendimento. Ele sabe que é fundamental
a vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, separar os problemas particulares do dia a dia do trabalho
podemos separar a estrutura de uma empresa de serviços e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada
em dois itens: do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o
trabalho com a consciência de que o seu principal papel é

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Os serviços o de ajudar os clientes a solucionarem suas necessidades.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas A postura é de realizar serviços para o cliente.
organizações e, como tal, está diretamente relacionado ao
próprio negócio. 19.2. A fuga dos clientes
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de
serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também As pesquisas revelam que 68% dos clientes das
são tratados os aspectos gerais da organização que dão empresas fogem delas por problemas relacionados à
peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores (pintura), postura de atendimento.
os jardins. Este item, portanto, depende mais diretamente Numa escala decrescente de importância, podemos
da empresa e está mais relacionado com as condições observar os seguintes ercentuais:
sistêmicas.  68% dos clientes fogem das empresas por problemas
A postura de atendimento. de postura no atendimento;
É o tratamento dispensado às pessoas, está mais  14% fogem por não terem suas reclamações
relacionado com o funcionário em si, com as suas atitudes atendidas;
e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está ligado  9% fogem pelo preço;
às condições individuais.  9% fogem por competição, mudança de endereço,
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas morte.
políticas das empresas, o treinamento, a definição de
um padrão de atendimento e de um perfil básico para o A origem dos problemas está nos sistemas implantados
profissional de atendimento, como forma de avançar no nas organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas
próprio negócio. Dessa maneira, estes dois itens se tornam não definem uma política clara de serviços, não definem o
complementares e inter-relacionados, com dependência que é o próprio serviço e qual é o seu produto. Sem isso,
recíproca para terem peso. existe muita dificuldade em satisfazer plenamente o cliente.

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Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este
não contratam profissionais com características básicas brilho nos nossos olhos? A resposta é simples:
para atender o público, não treinam estes profissionais na Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro,
postura adequada, não criam um padrão de atendimento e gostar de ajudar o próximo.
este passa a ser realizado de acordo com as características Para atender ao público, é preciso que haja interesse e
individuais e o bom senso de cada um. gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensação
A falta de noção clara da causa primária da perda de agradável para o cliente. Gostar de atender o público
clientes faz com que as empresas demitam os funcionários significa gostar de atender as necessidades dos clientes,
“porque eles não sabem nem atender o cliente”. Parece até querer ver o cliente feliz e satisfeito.
que o atendimento é a tarefa mais simples da empresa e
que menos merece preocupação. Ao contrário, é a mais Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode
complexa e recheada de nuances que perpassam pela transmitir:
condição individual e por condições sistêmicas.
01. Interesse quando:
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
 brilha;
1. Falta de uma política clara de serviços;
 tem atenção;
2. Indefinição do conceito de serviços;  vem acompanhado de aceno de cabeça.
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de
atendimento; 02. Desinteresse quando:
4. Falta de um padrão de atendimento;  é apático;
5. Inexistência do follow up;  é imóvel, rígido;
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.  não tem expressão.

Nas condições individuais, podemos encontrar a O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o
contratação de pessoas com características opostas ao gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como
necessário para atender ao público, como: timidez, avareza, dissimular com o olhar.
rebeldia...
A aproximação - raio de ação.
Os requisitos para contratação deste profissional A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns conceito de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o
requisitos são essenciais ao atendente. São eles: público, independente deste ser cliente ou não.
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
 metros de distância do público e de um tempo imediato,
Gostar de lidar com gente.
 ou seja, prontamente.
Ser extrovertido.
 Além do mais, deve ocorrer independentemente do
Ter humildade.
 funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes
Cultivar um estado de espírito positivo.
 requisitos para a interação, a tornam mais eficaz.
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento
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Satisfazer as necessidades do cliente.



Cuidar da aparência.
 verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por
 um aceno de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente
sentir-se acolhido e certo de estar recebendo toda a
atenção necessária para satisfazer os seus anseios.
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o
atendimento.
Alguns exemplos são:
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carri-
Outros fatores importantes no atendimento nho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento.
Ela prontamente olha para ele e diz com um sorriso:
19.3. O olhar “bom dia !”
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. momento do pagamento;
Através do olhar, podemos passar para as pessoas os 3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao
nossos sentimentos mais profundos, pois ele reflete o ver o carro entrando no posto e faz uma sudação...
nosso estado de espírito.
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos 19.4. A invasão
prender somente a ele, mas a fisionomia como um todo
para entendermos o real sentido dos olhos. Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação com INVASÃO DE TERRITÓRIO.
de acolhimento, de interesse no atendimento das suas Vamos entender melhor isso.
necessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar Todo ser humano sente necessidade de definir um
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, a TERRITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos.
impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento. Este território não se configura apenas em um espaço físico

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demarcado, mas principalmente num espaço pessoal e momento de atendimento, na qual o atendente faz tudo
social, o que podemos traduzir como a necessidade de o que é possível para atender as suas necessidades, pois
privacidade, de respeito, de manter uma distância ideal ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo
entre si e os outros de acordo com cada situação. ao encontro do cliente, o atendente demonstra o seu
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes interesse para com ele.
na privacidade, o que normalmente traz consequências
negativas. Podemos exemplificar estas invasões com 19.7. A primeira impressão
algumas situações corriqueiras: uma piada muito picante
contada na presença de pessoas estranhas a um grupo Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A
social; ficar muito próximo do outro, quase se encostando PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
nele; dar um tapinha nas costas... Você concorda com ela?
Nas situações de atendimento, são bastante comuns No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil
as invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a
maioria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas impressão inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o
por eles como atitudes grosseiras e poucos sensíveis. cliente irá voltar.
Alguns são os exemplos destas atitudes e situações mais É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta
comuns: o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não
teve os seus desejos satisfeitos.
insistência para o cliente levar um item ou
 Estes clientes perdem a confiança na empresa e
adquirir um bem; normalmente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns
seguir o cliente por toda a loja;
 mecanismos que as empresas adotam são os contatos via
o motorista de taxi que não pára de falar com o
 telemarketing, mala-direta, visitas, mas nem sempre são
cliente passageiro; eficazes.
o garçom que fica de pé ao lado da mesa
 A maioria das empresas não têm noção da quantidade
sugerindo pratos sem ser solicitado; de clientes perdidos durante a sua existência, pois elas não
o funcionário que cumprimenta o cliente com
 adotam mecanismos de identificação de reclamações e/ou
dois beijinhos e tapinhas nas costas; insatisfações destes clientes. Assim, elas deixam escapar as
o funcionário que transfere a ligação ou desliga o
 armas que teriam para reforçar os seus processos internos
telefone sem avisar. e o seu sistema de trabalho.
Quando as organizações atentam para essa importância,
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro elas passam a aplicar instrumentos de medição.
profissional do atendimento. Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem
a realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas,
19.5. O sorriso subjetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem colher as informações reais.

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universal. A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos
Imagine que você tem um exame de saúde muito e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço
importante para receber e está apreensivo com o resultado. e o produto adquiridos da empresa.
Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionista
que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você 19.8. Apresentação pessoal
se sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um
pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpretado Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
como um ato de apaziguamento. quando o atendemos com unhas sujas, os cabelos
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de despenteados, as roupas mal cuidadas... ?
espírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas O atendente está na linha de frente e é responsável
sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as pelo contato, além de representar a empresa neste
não sorridentes. momento. Para transmitir confiabilidade, segurança, bons
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de serviços e cuidado, se faz necessário, também, ter uma boa
comunicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções apresentação pessoal.
e geralmente informa mais do que a linguagem falada e
a escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
sentimentos e acarretar as mais diversas emoções no outro. mais completo. São eles:
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além
19.6. Ir ao encontro do cliente da função higiênica, também é revigorante e espanta a
preguiça;
IR AO ENCONTRO DO CLIENTE é um forte sinal de 02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas,
compromisso no atendimento, por parte do atendente. cabelos cortados e penteados, dentes cuidados, hálito
Este item traduz a importância dada ao cliente no agradável, axilas

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Asseadas, barba feita; As palavras são símbolos com significados próprios.
03. Roupas limpas e conservadas; A forma como elas são utilizadas também traz o seu
04. Sapatos limpos; significado e com isso, cada palavra tem a sua vibração
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local especial.
visível pelo cliente.
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o 19.11. Saber escutar
cliente se questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da
sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me prestar Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR?
um bom serviço ? “ Se você respondeu que não, você errou.
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o
importante para criar uma relação de proximidade e verdadeiro sentido, compreendendo e interpretando a
confiança entre o cliente e o atendente. essência, o conteúdo da comunicação.
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a
19.9. Cumprimento caloroso nossa capacidade de perceber o outro. E, para percebermos
o outro, o cliente que está diante de nós, precisamos nos
O que você sente quando alguém aperta a sua mão despojar das barreiras que atrapalham e empobrecem o
sem firmeza ? processo de comunicação. São elas:
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se * os nossos PRECONCEITOS;
conhece alguém, a sua integridade moral, pela qualidade * as DISTRAÇÕES;
do seu aperto de mão. * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, * as ANTIPATIAS.
baixa energia, desinteresse, pouca interação, falta de
compromisso com o contato. Para interagirmos e nos comunicarmos a contento,
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo precisamos compreender o TODO, captando os estímulos
que machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem que vêm do outro, fazendo uma leitura completa da
positiva, causa um mal estar, traduzindo hiperatividade, situação.
agressividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de
cumprimento firme, que prenda toda a mão, mas que a receptividade e simpatia, afinal, nós temos DOIS OUVIDOS
E UMA BOCA, O QUE NOS SUGERE QUE É PRECISO
deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra
ESCUTAR MAIS DO QUE FALAR.
interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia,
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o,
atividade e compromisso com o contato.
falando mais que ele, dividindo a atenção com outras
É importante lembrar que o cumprimento deve estar
situações - tiramos dele, a oportunidade de expressar os seus
associado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros
verdadeiros anseios e necessidades e corremos o risco de
e o peito abertos, totalizando uma sintonia entre fala e
aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atendê-las.
expressão corporal.
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que
NÃO SE ESQUEÇA: APESAR DE HAVER UMA FORMA vamos conhecer mais na frente ). Ela, nos permite escutar
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ADEQUADA DE CUMPRIMENTAR, ESTA JAMAIS DEVERÁ de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito,
SER MECÂNICA E AUTOMÁTICA. mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintonizado
emocionalmente com o cliente. Esta sintonia se dá através
19.10 Tom de voz do despojamento das barreiras que já falamos antes.
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz 19.12. Agilidade
uma onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira
como dizemos as palavras, são mais importantes do que as Atender com agilidade significa ter rapidez sem
próprias palavras. perder a qualidade do serviço prestado.
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair A agilidade no atendimento transmite ao cliente a
hoje do conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará idéia de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a
pronta na próxima semana “. De acordo com a maneira necessidade do cliente em relação à utilização adequada
que dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos, do seu tempo.
vamos perceber reações diferentes do cliente. Quando há agilidade, podemos destacar:
Se dissemos isso com simpatia, naturalmente nos  o atendimento personalizado;
desculpando pela falha e assumindo uma postura de  a atenção ao assunto;
humildade, falando com calma e num tom amistoso e  o saber escutar o cliente;
agradável, percebemos que a reação do cliente será de  cuidar das solicitações e acompanhar o cliente
compreensão. durante todo o seu percurso na empresa.
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma
mecânica, estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância,
poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procurando
o gerente, gritando...

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19.13. O calor no atendimento Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona,
O atendimento caloroso evita dissabores e situações por exemplo;
constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os * receber presentes do cliente em troca de um bom
pontos estudados sobre postura. serviço;
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e * fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou
para isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se serviços na frente do cliente;
sentir importante e respeitado. Na situação de atendimento, * desmerecer ou criticar o fabricante do produto que
o cliente busca ser reconhecido e, transmitindo calorosidade vende, o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem
nas atitudes, o atendente satisfaz as necessidades do para o cliente;
cliente de estima e consideração. * falar mau das pessoas na sua ausência e na presença
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao do cliente;
cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito, * usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
além de retornar ao atendente como um bumerangue. O * reclamar na frente do cliente;
EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações * lamentar;
de atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou * colocar problemas salariais;
não, do cliente em relação ao atendente. Com este efeito, * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS
o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito.
OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.
Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e
hostil. O cliente não está na esteira da linha de produção, 19.16. Usar chavões
merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como
que façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao
vida, que é SERVIR AO PRÓXIMO. cliente. Citamos aqui, os mais comuns:
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade,
retratam bem a falta de calor do atendente. Com estas PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO
atitudes, o atendente parece estar pedindo ao cliente que A ESTE ATENDENTE ?
este se afaste, vá embora, desapareça da sua frente, pois * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER ...
ele não é bem vindo. Assim, o atendente esquece que a sua * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA
MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente FELIZ. FAZ PELO SENHOR...
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
19.14. As gafes no atendimento * AÍ VEM ELE DE NOVO...
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a
Depois de conhecermos a postura correta de liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente.
atendimento, também é importante sabermos quais Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um
círculo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente

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são as formas erradas, para jamais praticá-las. Quem as
pratica, com certeza não é um verdadeiro profissional de usa os chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente
atendimento. Podemos dividi-las em duas partes, que são: e a situação de atendimento ), o cliente se aborrece e
descarrega no atendente, ou simplesmente não volta mais.
19.15. Postura Inadequada Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança
radical no pensamento e postura do atendente.
A postura inadequada é abrangente, indo desde a
postura física ao mais sutil comentário negativo sobre a Impressões finais do cliente
Toda a postura e comportamento do atendente vai
empresa na presença do cliente.
levar o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento
Em relação à postura física, podemos destacar como
e, consequentemente, sobre a empresa.
inadequado, o atendente:
Duas são as formas de impressões finais mais comuns
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no do cliente:
seu birô por não estar com o cliente (esta atitude impede 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto
que ele interaja no raio de ação); (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
* mascar chicletes ou fumar no momento do 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos
atendimento; conhecê-las com mais detalhes.
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas
só devem ser feitas no banheiro); 19.17. Momentos da verdade
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que
oferecem lanches ou têm cantina); Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é
* gritar para pedir alguma coisa; qualquer episódio no qual o cliente entra em contato com
* se coçar na frente do cliente; qualquer aspecto da organização e obtem uma impressão
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). da qualidade do seu serviço.

99
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado.
Este é o momento que separa o grande profissional dos demais.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

100
#FicaDica
É muito comum cair questões que exigem conhecimento sobre a questão que envolva a relação percepção
e expectativa ao tratar de satisfação do cliente.

Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da verdade, considerando-o único e fundamental para definir a
satisfação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que
é composto de elementos básicos do processo de interação, que são:

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a ) A pessoa
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. Então, podemos entender que a pessoa mais importante é
o cliente que está na frente e precisa de atenção.
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamente com o cliente, tentando atender a todas as suas neces-
sidades. Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental neste
momento é o cliente.

b ) A hora
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, pois somente nele podemos atuar.
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o futuro não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente
como fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora são os únicos momentos nos quais
podemos interagir e precisamos fazer isto da melhor forma.

c ) A tarefa
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante diante desta pessoa mais importante para nós, na hora
mais importante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo as suas necessidades.
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Verdade e, para que estes sejam plenos, é necessário que
os funcionários de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham poder de decisão. É necessário que os
chefes concedam autonomia aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos da Verdade.

101
20. Teleimagem melhor, precisamos passar pelo “esvaziamento” de nós
mesmos, ficando assim, mais próximos do outro. Mas, como
Através do telefone, o atendente transmite a é isso ? Vamos ficar vazios ? É isso mesmo. Vamos ficar vazios
TELEIMAGEM da empresa e dele mesmo. dos nossos preconceitos, das nossas antipatias, dos nossos
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma medos, dos nossos bloqueios, vamos observar as situações
na sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está na sua totalidade, para entendermos melhor o que o cliente
atendendo e , consequentemente, sobre a empresa ( que é deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em
representada por este atendente). uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente 65 anos, usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e
encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que calça amarrada na cintura por um barbante. Ele entrou na
a empresa é comprometida com o cliente. No entanto, se a sala do gerente, que imediatamente se levantou pedindo
imagem é negativa, vemos normalmente o cliente fugindo para ele se retirar, pois não era permitido “pedir esmolas
da empresa. Como no atendimento telefônico, o único ali “. O senhor com muita paciência, retirou de um saco
meio de interação com o cliente, é através da palavra e plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu
sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário usá-la de quero comprar aquele carro ali”.
forma adequada para satisfazer as exigências do cliente. Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata
Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a claramente o que podemos fazer com o outro quando pré-
palavra e as atitudes, como fundamentais na formação da julgamos as situações.
TELEIMAGEM. Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo
é muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que
São eles: é e não é harmônico e com ele percebemos a essência dos
1. O TOM DE VOZ: é através dele que transmitimos fatos e situações.
interesse e atenção ao cliente. Ao usarmos um Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado
tom frio e distante, passamos ao cliente, a ideia de com a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de
desatenção e desinteresse. percepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma aquilo que nos interessa. Esta seleção age como um filtro,
decidida e atenciosamente, satisfazemos as que deixa passar apenas o que convém. Esta filtragem
necessidades do cliente de sentir-se assistido, está diretamente relacionada com a nossa condição física-
valorizado, respeitado, importante. psíquicaemocional. Como é isso ? Vamos entender:
2. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura,
o atendente passa a idéia de respeito pelo cliente. a sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois
Aqui fica expressamente PROIBIDO o uso de eu posso percebê-lo como um braço com uma faca para
termos como: amor, bem, benzinho, chuchu, me apunhalar;
mulherzinha, queridinha, colega ... b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de
3. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a um cheiro agradável de comida;
impressão de educação e respeito. São INCORRETAS c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a
as atitudes de transferir a ligação antes do cliente parte mais amena da repreensão e reprimir a mais severa.
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concluir o que iniciou a falar; passar a ligação para Em alguns casos, a percepção seletiva age como
a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que mecanismo de defesa.
não ouviu o que ele disse ); desligar sem cumprimento
ou saudação; dividir a atenção com outras conversas; 20.3. O estado interior
deixar o telefone tocar muitas vezes sem atender; dar
risadas no telefone. O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a
condição interna, o estado de espírito diante das situações.
Aspectos psicológicos do atendente
A atitude de quem atende o público está diretamente
Nós falamos sobre a importância da postura de
relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o
atendimento. Porém, a base dela está nos aspectos
atendente mantém um equilíbrio interno, sem tensões
psicológicos do atendimento. Vamos a eles.
ou preocupações excessivas, as suas atitudes serão mais
positivas frente ao cliente.
20.1. Empatia
Dessa forma, o estado interior está ligado aos
Capacidade humana de se colocar no lugar do outro. pensamentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E
Como esse é um assunto cobrado no tópico seguinte, estes, dão suporte as atitudes frente ao cliente.
vamos aborda-lo mais detalhadamente nele. Se o estado de espírito supõe sentimentos e
pensamentos negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo
20.2. Percepção e vaidade, as atitudes advindas deste estado, sofrerão as
suas influências e serão:
Percepção é a capacidade que temos de compreender * Atitudes preconceituosas;
e captar as situações, o que exige sintonia e é fundamental * Atitudes de exclusão e repulsa;
no processo de atendimento ao público. Para percebermos * Atitudes de fechamento;

102
* Atitudes de rejeição. ₋ Os empresários buscam aperfeiçoar o desempenho
É necessário haver um equilíbrio interno, uma em suas áreas de atuação (produtos ou serviços) e o
estabilidade, para que o atendente consiga manter uma relacionamento com os seus clientes.
atitude positiva com os clientes e as situações. ₋ O setor público enfrenta os desafios de melhorar (1)
a qualidade de seus serviços, (3) aumentar a satisfação dos
20.4. O envolvimento usuários e (2) instituir um atendimento de excelência ao
público.
A demonstração de interesse, prestando atenção ao Os clientes e usuários das organizações públicas e
cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o privadas também se mostram mais exigentes na escolha de
caminho para o verdadeiro sentido de atender. serviços e produtos de melhor qualidade. Assim, a relação
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço com estes clientes e usuários passa ser um novo foco de
prestado, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com preocupação e demanda esforços para sua melhoria.
o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológico
e pessoal que depende de fatores relacionados com a 20.6. Qualidade
interação com o outro. Quando o atendente tem um
envolvimento baixo com o cliente, este percebe com O conceito de qualidade é amplo e suscita várias
clareza a sua falta de compromisso. As preocupações interpretações. As mais expressivas se referem, por um
excessivas, o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, lado, à definição de qualidade como busca da satisfação
a falta de liderança, o nível de burocracia, são fatores que do cliente, e, por outro, à busca da excelência para todas as
contribuem para uma interação fraca com o cliente. Esta atividades de um processo.
fraqueza de envolvimento não permite captar a essência Na mesma vertente, a qualidade é também considerada
dos desejos do cliente, o que se traduz em insatisfação. Um como fator de transformação no modo como a organização
exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte do se relaciona com seus clientes, agregando valor aos serviços
atendente. Quando este divide a atenção no atendimento a ele destinados.
entre o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente Em face dessa diversidade de significados, cabe às
sente-se desrespeitado, diminuído e ressentido. A sua organizações identificar os atributos ou indicadores de
impressão sobre a empresa é de fraqueza e o Momento da qualidade dos seus produtos e serviços do ponto de vista
Verdade é pobre. dos seus usuários. Entre estes, podem ser destacados a
Esta ação traz consequências negativas como: eficiência, a eficácia, a ética profissional, a agilidade no
impossibilidade de escutar o cliente, falta de empatia, atendimento, entre outros.
desrespeito com o seu tempo, pouca agilidade, baixo
compromisso com o atendimento. No Brasil, a questão da qualidade na área pública vem
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura sendo abordada pelo Programa de Qualidade no Serviço
adequada para o atendimento ao público, obrigando Público que tem por objetivos elevar o padrão dos serviços
o atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento prestados e tornar o cidadão mais exigente em relação a
pessoal e telefônico, quando normalmente há um fluxo esses serviços. Para tanto, o Programa visa a transformação

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grande de ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar das organizações e entidades públicas no sentido de
os dois tipos de atendimento, evitando problemas desta valorizar a qualidade na prestação de serviços ao público,
espécie. retirando o foco dos processos burocráticos.
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: O programa estabelece que o cidadão como principal
* atender pessoalmente e interromper com o telefone foco de atenção de qualquer órgão público federal. Define
* atender o telefone e interromper com o contato direto padrões de qualidade do atendimento e prevê a avaliação
* sair para tomar café ou lanchar de satisfação do usuário por todos os órgãos e entidades da
* conversar com o colega do lado sobre o final de Administração Pública Federal direta, indireta e fundacional
semana, férias, namorado, tudo isso no momento de que atendem diretamente ao cidadão.
atendimento ao cliente Nesse sentido considera-se que o serviço público deve
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como ter as seguintes características:
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao ₋ Adequado: realizado na forma prevista em lei devendo
trabalho. O cliente deve ser poupado dele. atender ao interesse público;
₋ Eficiente: alcança o melhor resultado com menor
20.5. Atendimento e qualidade consumo de recursos;
₋ Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a
A globalização, os desafios do desenvolvimento segurança, o patrimônio ou os direitos materiais e imateriais
tecnológico e cultural e a competição entre as organizações do cidadão-usuário;
trazem como consequência o interesse pela qualidade de ₋ Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sendo
seus produtos e serviços. obrigatório o planejamento e a adoção de medidas de
Esse interesse não se restringe às empresas privadas e prevenção para evitar a descontinuidade.
se estende, também, ao setor público.
Assim, vemos que

103
20.7. Usuários/ Clientes imprimir qualidade à relação atendente/usuário;

Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma fazer uso da empatia;

organização: analisar as reclamações;

• externos - recebem serviços ou produtos na sua acatar as boas sugestões.

versão final.
• internos – fazem parte da organização, de seus setores, Essas ações estão relacionadas a indicadores que
grupos e atividades. podem ser percebidos e avaliados de forma positiva
pelos usuários, entre eles: competência, presteza, cortesia,
Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da paciência, respeito.
organização devem responder o seguinte: Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência,
₋ Com que pessoas mantenho contato enquanto desrespeito, imposição de normas ou exibição de poder
trabalho? tornam o atendente intolerável, na percepção dos usuários.
₋ Quem recebe o resultado do meu trabalho? No conjunto dessas ações deve ainda ser ressaltada
₋ Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem a empatia como um fator crucial para a excelência no
do resultado dos serviços executados por mim? atendimento ao público. A utilização adequada dessa
ferramenta no momento em que as pessoas estão
21. Princípios para o bom atendimento na gestão da interagindo é fundamental. No bom atendimento é
qualidade importante a utilização de frases como “Bom-dia”, “Boa-
tarde”, “Sente-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por
1. Foco no Cliente. Nas empresas privadas, a importância favor”, que, ditas com suavidade e cordialidade, podem levar
dada a esse princípio se deve principalmente ao o usuário a perceber o tratamento diferenciado que algumas
fato de que o sucesso da venda (lucro financeiro) organizações já conseguem oferecer ao seu público-alvo.
depende da satisfação do cliente com a qualidade
do produto e também com o tratamento recebido e Fonte e texto adaptado de:
com o resultado da própria negociação. www.portal.tcu.gov.br/www.sbcoaching.com.br/www.
No setor público, este princípio se relaciona paulorodrigues.pro.br/www.administradores.com.br/www.
sobretudo aos conceitos de cidadania, participação, gestaodepessoasmba.com.br/Mônica Larissa Pereira/ Camila Lopes
transparência e controle social. Ramos/Andreia Ribas/Marcelo Rodrigues/Gustavo Periard/Wagner
Para cumprir este princípio é necessário ter atenção Siqueira/Marcos Thadeu Rodrigues/Daniel Martins/Luis Araújos/
com dois aspectos: Ana França/Vera Souza/Inacio Stoffel/Idalberto Ciavenato/Wagner
₋ verificar se o que é estabelecido como qualidade Ap. Ramos de Oliveira/Roseane de Queiroz Santos
atende a todos os usuários, inclusive aos mais
exigentes;
₋ fazer bem feito o serviço e, depois, checar os passos EXERCÍCIOS COMENTADOS
necessários para a sua execução.
Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta tanto
1. (STM – 2018 - CESPE) Uma pesquisa de qualidade no
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o atendimento do usuário quanto as atividades e


rotinas que envolvem o serviço. atendimento em um órgão da administração pública de-
monstrou discrepância entre as avaliações, quando foram
2. O serviço ou produto deve atender a uma real comparados os atendimentos prestados por servidores
necessidade do usuário. Este princípio se relaciona mais experientes e por servidores mais novos. A análise dos
à dimensão da validade, isto é, o serviço ou produto motivos mostrou que os mais novos se consideravam au-
deve ser exatamente como o usuário espera, deseja tossuficientes e ignoravam o conhecimento dos mais expe-
ou necessita que ele seja. rientes. Por outro lado, os mais experientes consideravam
que os mais novos eram arrogantes e omitiam informações
3. Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade importantes sobre o atendimento.
mantido ao longo do tempo é que leva à conquista Nessa situação hipotética,  percebe-se que a comunicabi-
da confiabilidade. lidade no órgão em questão ocorre de maneira fluida, em
decorrência de os integrantes de um mesmo grupo pactu-
A atuação com base nesses princípios deve ser orientada arem a adoção de comportamentos similares.
por algumas ações que imprimem qualidade ao
atendimento, tais como: ( ) CERTO ( ) ERRADO
 identificar as necessidades dos usuários;
 cuidar da comunicação (verbal e escrita); Resposta: “Errado” Quando analisamos o texto observa-
 evitar informações conflitantes; mos que não existe um equilíbrio na comunicação entre
 atenuar a burocracia; os servidores, pontos de discordância entre eles, o que que
 cumprir prazos e horários; gera uma comunicação truncada, sem canal de compre-
 desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade; ensão, portanto, fluidez não é um aspecto que faça parte
 divulgar os diferenciais da organização; da comunicação no cenário apresentado.

104
2. (TRF/1ª REGIÃO – 2017 - CESPE) Acerca da qualidade de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a
no atendimento ao público, julgue o item seguinte. importância do fator humano em plena Era da Informa-
Eficácia no atendimento ao público significa atender às ne- ção e do Conhecimento.
cessidades do cliente, fazendo o melhor uso dos recursos As pessoas deixar de ser vistas como recursos (valoriza-
disponíveis na organização. ção da mão de obra) e passam a ser vistos como parcei-
ros (valorização do intelecto).
( ) CERTO ( ) ERRADO
5. (ABIN – 2018 - CESPE) Julgue o próximo item, referente
Resposta: “Errado” Mais uma questão que exige conhe- ao conceito de gestão de pessoas e à função do órgão res-
cimento de conceitos. Vejamos: ponsável pela gestão de pessoas nas organizações.
Eficácia: fazer o que foi proposto, atingir a meta. Está É recomendado que os órgãos responsáveis pela gestão de
relacionado ao resultado. pessoas implementem políticas para aumentar a qualidade
Eficiência: atingir a meta considerando os recursos, os de vida no trabalho e garantir que as condições de trabalho
custos, ou seja, fazer o proposto com baixo custo. Está sejam excelentes para os empregados.
relacionado ao recurso.
Efetividade: aquilo que causa impacto, ou seja, o resulta- ( ) CERTO ( ) ERRADO
do tem que ser relevante, fazer diferença, positivamente,
para quem receber a ação. Está relacionado ao impacto Resposta: “Certo” Como vimos no conteúdo acima, é
provocado. primordial que as organizações estabeleçam alguns cri-
térios para que a gestão de pessoas tenha importância
3. (TRF/1ª REGIÃO – 2017- CESPE) Acerca da qualidade significativa, sendo que esses critérios foram organizados
no atendimento ao público, julgue o item seguinte. em seis processos de gestão de pessoas (vide quadro de-
Atendente que compartilha informações de um cliente monstrativo acima).
com um colega atendente na frente de outras pessoas não A afirmativa dessa questão se enquadra no processo de
atende aos parâmetros conduta e discrição e, por conse- manter pessoas, que são os processos utilizados para criar
guinte, compromete a qualidade do atendimento. condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as
atividades das pessoas. Incluem administração da disci-
( ) CERTO ( ) ERRADO plina, higiene, segurança e qualidade de vida e manuten-
ção de relações sindicais.
Resposta: “Errado Entre os Atributos da Qualidade no
Atendimento temos: 6. (DPU – 2016 - CESPE) Acerca da gestão de pessoas,
Discrição: envolve zelo, respeito, prudência, discerni- função da área de gestão de pessoas, políticas e sistemas
mento e sensatez quando fornece uma informação ao de informações gerenciais, gestão de pessoas baseada em
cliente. É necessário manter-se reservado sobre o que o competências e aprendizagem organizacional, julgue o
cliente lhe diz. Assim, estará transmitindo confiabilidade item a seguir.
e seriedade no trabalho desenvolvido. Os processos, as políticas e as práticas de gestão de pes-

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Conduta: espera-se que atendente conheça e respeite soas alicerçam as decisões de organizações contemporâ-
as normas internas, afinal, ele é um canal de transmis- neas no desenvolvimento da aprendizagem contínua das
são da imagem da organização e, como tal, deve manter pessoas a fim de contribuir para o alcance da estratégia
postura profissional, e agir dentro da cultura da empre- organizacional.
sa/ instituição, e conforme os interesses institucionais
mas, ainda sim, atingindo o resultado desejado de aten- ( ) CERTO ( ) ERRADO
der com excelência o cliente resolvendo sua necessida-
de ou atendendo seu desejo. Resposta: “Certo”. Para obter bons resultados, a orga-
Conforme os conceitos acima, temos que a assertiva não nização precisa abrir mão de alguns paradigmas e criar
confere com os conceitos. um cenário onde o colaborador possa por em prática toda
uma experiência profissional já vivenciada ou praticada
4. (ABIN – 2018 - CESPE) Julgue o próximo item, referente em outras ocasiões e, nesse momento, o gestor de pesso-
ao conceito de gestão de pessoas e à função do órgão res- as (liderança), precisa atuar no sentido de capacitar, esti-
ponsável pela gestão de pessoas nas organizações. mular e principalmente motivar as pessoas a adquirirem
Do ponto de vista de gestão de pessoas, os empregados cada vez mais habilidades e atitudes vencedoras para que
vinculados à organização compõem o patrimônio físico da toda a proposta de negócios atinja grandes resultados e
organização. com isso tudo que ficou determinado pelas organizações
sejam cumpridos.
( ) CERTO ( ) ERRADO Aliado à essa liderança e politica de valorização, também
temos, como ferramenta utilizada pela área de gestão
Resposta: “Errado” Como vimos em nosso conteúdo de pessoas para facilitar a administração das informa-
acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela ções pertinentes às pessoas envolvidas nos processos
excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte organizacionais, o Sistema de Informação Gerencial,

105
onde, através de um banco de dados, é possível se fazer 9. (TRT/7ª Região/ CE – 2017 - CESPE) A motivação de-
o registro de informações que possam auxiliar o gestor pende do esforço despendido pelo empregado para atingir
e os lideres nos processos decisórios. um resultado e do valor atribuído por ele a esse resultado.
Como podemos ver, a gestão de pessoas e demais se- Essa premissa se refere à teoria motivacional denominada
tores das organizações representam um elo entre metas teoria
organizacionais e individuais, permitindo a colaboração
e participação eficaz de todas as pessoas envolvidas no a) das necessidades de Maslow.
alcance do objetivo da organização. b) da expectativa. 
c) da equidade.
7. (SEDF – 2017 - CESPE) Com relação a equilíbrio organizacio- d) behaviorista.
nal, liderança, motivação e objetivos da gestão de pessoas, julgue
o seguinte item. Resposta: “ Letra B” O que vemos aqui é a relação en-
A área de recursos humanos (RH) deve articular-se com as demais tre o quanto o empregado se esforça para realizar algo
áreas da organização para a elaboração de planos estratégicos. e como ele é valorizado por tal esforço, aumentando ou
diminuindo sua motivação, de acordo como essa valori-
( ) CERTO ( ) ERRADO zação.
Essa relação já descarta a alternativa A, que defende que
Resposta: “Certo” Algumas pessoas consideram que a a cada nível de necessidade suprida o individuo se dedica
área de recursos humanos faça parte no nível tático de ao nível seguinte, sem nenhuma correlação com ser valo-
planejamento, por se tratar de um departamento, no en- rizado pelo que fez.
tanto, com a leitura do conteúdo acima percebemos que A teoria da equidade defende que as recompensas devem
a evolução da área de RH trouxe algumas características ser proporcionais ao esforço e iguais para todos.
menos setorizadas quanto ao papel das pessoas na or- Já de acordo com a teoria behaviorista, a motivação tem
ganização, consequentemente, da área que trabalha com caráter apenas impulsivo, já que as respostas aos estímu-
essas pessoas, passando a ter um papel mais dinâmico e los seriam automáticas e motivadas pelo ambiente.
integrado às outras áreas. Visto isso, temos como assertiva a alternativa B, que trata da
Quando falamos em RH com o função mais ligada à de- teoria da expectativa, onde, a crença do funcionário está no
partamento pessoal, até podemos considerar ali um papel fato de que seu esforço gerará o desempenho esperado e
tático, mas quando o RH assume, dentro da nova postura que esse resultado será percebido pela organização em
de Gestão de Pessoa, uma função de apoio, de staff, ela sua avaliação de desempenho;
passa a se relacionar com os outros departamentos a fim
de alinhar os objetivos organizacionais com os objetivos 10. (Prefeitura de São Luís/MA – 2017 - CESPE) O fato de
pessoais, potencializando assim os recursos existentes, in- os indivíduos estabelecerem conexões humanas uns com
clusive o recurso intelectual agora visto nas pessoas. os outros favorece o trabalho coletivo, o que, por sua vez,
Isso tudo traz a área de gestão de pessoas, junto com to- implica maior desempenho na execução das atividades das
dos os demais setores organizacionais, para um impor- organizações. Considerando-se essas informações, é cor-
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tante papel estratégico, tanto para despertar e desen- reto afirmar que a unidade de trabalho fundamentada na
volver talentos organizacionais, como para potencializar sinergia denomina-se
a elaboração e a execução de planos estratégicos que a
organização adote para alcançar seus objetivos. a) repartição.
b) equipe. 
8. (STM – 2018 - CESPE) Julgue o item seguinte, relativo a c) grupo.
gestão e estrutura de organizações. d) setor.
Líderes liberais são aqueles que adotam postura consultiva, e) diretoria.
compartilhando com suas equipes a tomada de decisão. 
Resposta: “ Letra B” Quando falamos em repartição,
( ) CERTO ( ) ERRADO setores ou diretoria, estamos falando em divisões da
estrutura organizacional, sendo que seus membros fa-
Resposta: “Errado O enunciado se refere ao líder de- zem parte da equipe, onde, essa sim, através da sinergia,
mocrático. consegue obter melhor desempenho da execução das
Como características do líder liberal temos: Ocupa o atividades propostas.
papel de passividade, permitindo total liberdade para a Destaca-se que o diferencial entre equipe e grupo é o
tomada de decisões individuais ou grupais, participan- objetivo final de ambas, o grupo, a grosso modo, repre-
do delas apenas quando solicitado pelo grupo; São os senta um reunião de pessoas, mas, não quer dizer, ne-
membros do grupo que treinam a si mesmos e promo- cessariamente, que todos nesse grupo tenham o mesmo
vem suas próprias motivações. O líder tem apenas um objetivo, fato que já é característico da equipe.
papel secundário. A decisão parte da equipe e não do
líder.

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11. (STM - 2018 – CESPE) Uma pesquisa de qualidade no Aquisição / Compra de Material: esse subsistema é res-
atendimento em um órgão da administração pública de- ponsável pela aquisição dos materiais, logo, suas principais
monstrou discrepância entre as avaliações, quando foram ações são a gestão, negociação e contratação de compras
comparados os atendimentos prestados por servidores de material. Tal subsistema deve assegurar que os mate-
mais experientes e por servidores mais novos. A análise dos riais adquiridos estejam na quantidade certa, na qualidade
motivos mostrou que os mais novos se consideravam au- requerida e a entrega seja realizada no prazo estabelecido.
tossuficientes e ignoravam o conhecimento dos mais expe- Além disso, deve preocupar-se com o preço dos materiais
rientes. Por outro lado, os mais experientes consideravam adquiridos negociando-o com o fornecedor.
que os mais novos eram arrogantes e omitiam informações Inspeção de Recebimento: subsistema que tem por res-
importantes sobre o atendimento. ponsabilidade realizar a verificação física e documental do
Nessa situação hipotética,  percebe-se que a comunicabi- recebimento de material, ou seja, deve inspecionar se o
lidade no órgão em questão ocorre de maneira fluida, em material recebido está de acordo com as normas e exigên-
decorrência de os integrantes de um mesmo grupo pactu- cias solicitadas e estabelecidas quando da sua aquisição.
arem a adoção de comportamentos similares. Classificação de Material: cabe a esse sistema identificar
(especificar), classificar, codificar, cadastrar e catalogar os
( ) CERTO ( ) ERRADO materiais.
Armazenagem/Almoxarifado: tem por objetivo encarre-
Resposta: “Errado Quando analisamos o texto observa- gar-se pela gestão física dos estoques. Dentre suas ativi-
mos que não existe um equilíbrio na comunicação en- dades estão: recepção de material, expedição de material,
tre os servidores, pontos de discordância entre eles, o guarda, preservação, embalagem.
que que gera uma comunicação truncada, sem canal de Controle e Distribuição de Materiais: esse subsistema
compreensão, portanto, fluidez não é um aspecto que controla os materiais e sua distribuição aos diversos seto-
faça parte da comunicação no cenário apresentado. res da empresa, ou seja, após classificados os materiais de-
vem seguir para as áreas que os solicitaram.
Movimentação de Material: controla e normaliza as
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE MATE- movimentações dos materiais: recebimento, fornecimen-
to, devoluções, transferências entre outras ações de movi-
RIAIS;
mentação dos materiais.
Cadastro: cabe a esse subsistema o cadastramento de
fornecedores, pesquisa de mercado e compras.
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
1.2. Subsistemas Específicos
“A Administração de Materiais consiste em ter os ma-
teriais necessários na quantidade certa, no local certo e Segundo Razzonili Filho (2012) os materiais podem ser
no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem o classificados nos seguintes subsistemas: Normalização,
processo produtivo da empresa” (CHIAVENATO, 2005, p. 36 Controle, Aquisição e Armazenamento.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


- 37). Subsistema Normalização: tem como função selecionar,
A administração de materiais tem como foco atuar no padronizar e especificar os materiais. Classifica e codifica os
controle e planejamento de materiais e na relação entre materiais garantindo a uniformidade dos materiais que en-
as necessidades de suprimentos de uma organização e os tram no processo produtivo para que o produto final aten-
recursos financeiros e operacionais da mesma, gerando da às especificações da produção e a qualidade exigida.
dessa forma condições cada vez mais favoráveis para seu “Entende-se por normalização a forma como são or-
desenvolvimento. ganizadas as atividades, como definem as normas e a uti-
“A Administração de Materiais envolve a totalidade dos lização de regras; bem como a elaboração, publicação e
fluxos de materiais da empresa, desde a programação de disseminação do uso das normas e regras, como o objetivo
materiais, compras, recepção, armazenamento no almoxa- de selecionar, avaliar e certificar os fornecedores da orga-
rifado, movimentação de materiais, transporte interno e ar- nização” (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 32).
mazenamento no depósito de produtos acabados” (CHIA- As principais atividades do Subsistema Normalização:
VENATO, 2005, p. 38). Normalização e padronização de materiais; Classificação
de materiais.
1. Subsistemas da administração de materiais Subsistema Controle: responsável pela gestão e valo-
ração dos estoques da organização, ou seja, determina
1. 1. Subsistemas típicos quando e como comprar, busca garantir que os materiais
estejam em quantidade necessária, no tempo preciso, com
Controle de Estoque: esse subsistema é responsável a qualidade requerida e tenham sido adquiridos pelo me-
pela gestão do estoque, logo cabe a ele o planejamento e lhor preço.
a programação de material por meio de análise, previsão,
controle e ressuprimento.

107
#FicaDica
Valoração pode ser conceituado como a determinação de qualidade ou valor a algo.

Subsistema Aquisição: responsável pela realização de compras dos materiais de acordo com as informações e espe-
cificações apontadas pelo Subsistema Controle (por meio de requisições), para que as compras realizadas respondam às
necessidades da organização, evitando-se assim desperdícios por aquisição de materiais fora do padrão exigido ou em
quantidades desnecessárias.
O Subsistema aquisição “também é responsável pela venda (alienação) dos materiais inutilizáveis ou inservíveis, e mes-
mo do patrimônio da organização que esteja obsoleto ou já completamente depreciado” (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 33
e 34).
Também atua em sintonia com o Subsistema Normalização na busca de fornecedores aprovados pela normalização e o
Subsistema de Armazenamento na verificação da estocagem dos materiais.
Subsistema Armazenamento: recepciona os materiais, armazena e os distribuem para os departamentos. Além disso,
inspeciona e controla a qualidade dos materiais, especialmente a qualidade da guarda e movimentação dos materiais, para
que entrem nos processos produtivos com qualidade garantida. Também é responsável pela movimentação interna e seu
transporte. Além do controle qualitativo, exerce o controle quantitativo que dentre suas ações estão: conferência, conta-
gem, registro e documentação.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – FAU – 2016) As funções da Administração de Materiais são, EXCETO:

a) Compras.
b) Vendas.
c) Transporte.
d) Armazenagem.
e) Manuseio.

Resposta: Letra B. A função de vendas compete a Área de Vendas, não sendo função de responsabilidade da Adminis-
tração de Materiais. Segundo Chiavenato (2005, p. 36-37) “A Administração de Materiais consiste em ter os materiais
necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem o processo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

produtivo da empresa”, logo, dentre suas funções podem ser consideradas compras (aquisição), transporte (movimen-
tação), armazenagem e manuseio.

QUALIDADE NO ATENDIMENTO: COMUNICAÇÃO TELEFÔNICA E FORMAS DE ATENDIMENTO; 8.


NOÇÕES DE LIDERANÇA, MOTIVAÇÃO E COMUNICAÇÃO;

Prezado candidato, você vai encontrar os tópicos já abordados em Noções de administração de pessoas.

NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA;

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA

Para iniciar nosso estudo, vamos, primeiramente, fazer uma distinção entre três conceitos que frequentemente se
confundem.

108
1.Arquivística: princípios e conceitos

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados
durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser
registradas em documentos de arquivos.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências)
nos dá sobre arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos,
instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por
pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


para fins de prova ou informação”, CONARQ.

“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de
suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por
PAES, Marilena Leite, 1986).

“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de
sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES,
Marilena Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para
conservar o acervo.

A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes. Vejamos:

109
O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se
caracteriza como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte,
modo de produção, utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo
natural que decorre da própria atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física,
jurídica ou por uma família no exercício das suas atividades ou das suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e
por outros, como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são
relevantes no estudo da arquivologia. São eles:

Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou

sua produção.
Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua

imparcialidade explica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos
aos quais os documentos se referem não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com
fidelidade os fatos e atos que atestam.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto,

apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada,
guardada e preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação,
que são a Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém,
frisa-se que trata-se de conceitos distintos.
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

110
2. Arquivos Públicos

Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:


“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas,
legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação
à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.”

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público –
mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

3. Arquivos Privados

De acordo com a mesma Lei citada acima:


“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou
jurídicas, em decorrência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz
respeito à pessoa jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público,
pois os órgãos que compõe a administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas
jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.

A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com formação em arquivologia ou experiência reconhecida
pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou
públicos, instituições culturais etc.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da gestão documental, conservação, preservação e disseminação
da informação contida nos documentos, assim como pela preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou
jurídica), institução e, em última instância, da sociedade como um todo.

111
Também é função do arquivista recuperar informações e comissão permanente de avaliação. Desta forma é
ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas. assegurado o acesso rápido à informação e preservação
dos documentos.
4. Gestão da informação e documentos
5. Diagnóstico
Um documento (do latim documentum, derivado de
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo Como diagnóstico entendemos a análise das
gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão informações básicas (quantidade, localização, estado
ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, físico, condições de armazenamento, grau de crescimento,
documentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas frequência de consulta e outros) sobre os arquivos, a
ou escritos que carregam um valor probatório. fim de implantar sistemas e estabelecer programas de
Documento arquivístico: Informação registrada, transferência, recolhimento, microfilmagem, conservação e
independente da forma ou do suporte, produzida ou demais atividades”.
É uma etapa que antecede a aplicação de um programa
recebida no decorrer da atividade de uma instituição
de gestão de documentos, representando uma ferramenta
ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura
que é capaz de retratar determinado contexto da situação
suficientes para servir de prova dessa atividade.
em que se encontra um conjunto de documentos,
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma
considerando volume, gênero, natureza dos documentos,
tarefa de considerável importância para as organizações suporte, espécie, tipologia, nível de conservação e período
atuais, sejam essas privadas ou públicas, tarefa essa cronológico.
que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de
Documentos, importante ferramenta que auxilia na gestão É preciso ter critérios que ajudem a selecionar o método
e no processo decisório. mais apropriado à realidade pretendida, reconhecer o
A gestão de documentos representa um melhor momento para sua aplicação, enfim, é preciso
conjunto de procedimentos e operações técnicas estudar os diferentes métodos a ponto de sentir-se seguro
referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e para fazer a escolha, pois “o talento do pesquisador
arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a consiste em adequar os métodos às necessidades dos
sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente. objetos” (LOPES, 1997, p. 45).

Através da Gestão Documental é possível definir qual a É o instrumento norteador da implantação da política
politica arquivistica adotada, através da qual, se constitui arquivística institucional
o patrimônio arquivistico. Outro aspecto importante da
gestão documental é definir os responsáveis pelo processo O diagnóstico nos permite dois tipos de levantamento,
arquivistico. sendo o institucional e o documental.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela
implantação do programa de gestão, que envolve ações Institucional
como as de acesso, preservação, conservação de arquivo,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

entre outras atividades. Tempo histórico de existência



Por assegurar que a informação produzida terá Tamanho e diversidade dos acervos acumulados

gestão adequada, sua confidencialidade garantida e com Variação e abrangência das atividades presentes

possibilidade de ser rastreada, a Gestão de Documentos e passadas
Número de pessoas vinculadas e as características

favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO,
estruturais
processos esses que para determinadas organizações são
Uso de tecnologia da informação variadas,

de extrema importância ser adquirido.
de redes de computadores, digitalização,
Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos
microfilmagem, etc.
é a racionalização de espaço para guarda de documentos e
o controle deste a produção até arquivamento final dessas Documental
informações.  Quantidades dos documentos, expressas de acordo
A implantação da Gestão de Documentos associada com regras aceitas universalmente (metragem
ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias linear, em unidades ou bits)
do Gerenciamento Eletrônico de Documentos deve ser  Características diplomáticas – tipologias
efetiva visando à garantia no processo de atualização da documentais – que os individualizam
documentação, interrupção no processo de deterioração  Conteúdos informacionais genéricos, expressos de
dos documentos e na eliminação do risco de perda do modo sintético e hierárquico
acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas  Unidades físicas de arquivamento, isto é, a
que permitam acesso à informação pela internet e intranet. movelaria e embalagens utilizadas
A Gestão de Documentos no âmbito da administração  Modo original de arquivamento – classificação,
pública atua na elaboração dos planos de classificação avaliação e descrição – mesmo que empírico e
dos documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) baseado no senso comum

112
Existência e modo de uso de tecnologias da informação

Características das instalações e situação dos acervos no que se refere à preservação

Para realizar o diagnóstico respeita-se cinco ETAPAS essenciais:

1. Pesquisa da legislação e histórico do órgão;


2. Elaboração de roteiros de entrevistas/questionários;
3. Visitas para aplicação de entrevistas/questionários;
4. Análise dos dados coletados;
5. Elaboração de diretrizes.

De uma forma geral, realizar um diagnóstico de arquivo significa fazer uso de informações gerais sobre quem o produziu,
informações essas que são conseguidas por meio de questionários, entrevistas e relatos fornecidos pelo arquivista.

O Diagnóstico pode ser de três tipos, como veremos a seguir.

5.1. Diagnóstico Estratégico

Também denominado de análise do ambiente, tem por objetivo mapear o maior número possível de variáveis que de
alguma forma afetam direta ou indiretamente uma organização.
De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004) o diagnóstico estratégico se subdivide em duas modalidades:
a) diagnóstico estratégico interno: situação frente ás dinâmicas ambientais, relacionando as suas forças e fraquezas,
criando as condições para a formulação de estratégias que representam o melhor ajustamento do elemento no ambiente
em que se situa;
b) Diagnóstico estratégico externo: procura antecipar oportunidades e ameaças para a concretização da visão, da missão
e dos objetivos.

5.2. Diagnótico Físico Ambiental

Deve ser feito com base no relatório do estado de conservação e no mapeamento de danos no ambiente, buscando
identificar as causas da degradação neles registrados.

5.3. Diagnóstico Organizacional

É voltado para conhecer os Recursos humanos, físicos e materiais do arquivo, sem aprofundar em questões físico-
ambiental de conservação, nem apegar-se as questões de fluxo.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


O diagnóstico se apresenta, portanto, como uma necessária ferramenta para a gestão documental, pois, fornece
informações estruturadas para o provimento das ações no decorrer do processo de gerenciamento arquivístico, tendo como
principais dados a serem coletados a estrutura, as funções, as atividades e, por conseguinte, ao fluxo de informações que
permeiam a organização, absorvendo assim, a complexidade e a diversidade de documentos e de informações existentes
dentro destas.

6. Arquivos correntes, intermediários e permanentes

O arquivo também pode ser classificado quanto à sua evolução ou frequência de uso, onde temos aqui três tipos
arquivisticos que correspondem cada um a uma fase/idade do arquivo, conforme a Teoria das Três Idades:

Arquivo Corrente - Valor Primário - Representa Fase Obrigatória


Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda destino
Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação definitiva

113
Vejamos:

7. Protocolo

Composto por: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.


Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado de
forma eficaz, é o que chamamos de protocolo.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro,
distribuição e movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coordenadas
de forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento de
produção de documentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são registrados
assim que chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou
problemas decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

114
Após cumprirem suas respectivas funções, os conteúdos registrados nos documentos. A definição de
documentos devem ter seu destino decidido, seja este a qual método é o mais adequado, por consenso, torna-se
sua eliminação ou recolhimento. uma definição do arquivista, que deve analisar o contexto
de produção documental em que atua, partindo da
8. Avaliação de documentos premissa de conseguir adequar o instrumento no ambiente
organizacional, como elemento associado às atividades
As funções de classificação e avaliação são essenciais administrativas, como acrescenta Gonçalves (1998, p. 23),
para a gestão dos documentos, pois permitem que as “a elaboração do plano não pode estar desconectada da
informações sejam organizadas racionalmente – facilitando preocupação com sua aplicação”.
a sua recuperação – e, quando não investidas de valor Enquanto isso, a tabela de temporalidade de documentos
administrativo, histórico ou cultural, sejam adequadamente é definida por Bernardes e Delatorre (1998) como um
eliminadas. instrumento aprovado por autoridade competente, que
De acordo com Lopes (1997), a classificação pode ser regula a destinação final dos documentos, definindo prazos
descrita como a sequência de operações que, de acordo para a guarda dos documentos em função de seus valores
com as estruturas organizacionais, funções e atividades administrativos, legais e fiscais, determinando os prazos
de uma organização, visam a distribuir os documentos em para sua transferência, recolhimento ou eliminação. A
classes e subclasses. Bernandes e Delatorre (2008) descreve tabela de temporalidade pode ser considerada o principal
que entre os objetivos e benefícios da classificação, instrumento do processo de avaliação de documentos,
destacam-se: a recuperação do contexto original de proporcionando, como resultados práticos, a inexistência
produção de documentos, visibilidade às funções, de massas documentais acumuladas e o descarte de
subfunções e atividades do organismo produtor, controle informações supérfluas.
de trâmites, atribuição de códigos numéricos, além de Por ser um processo que requer procedimentos legais
fornecer subsídios para a avaliação dos documentos. (inclusive atendendo prazos definidos em lei para execução
A avaliação de documentos, fase posterior à classificação, de determinadas tarefas do processo), a avaliação de
cumpre a função de descartar o que não seja de interesse documentos requer atenção redobrada pelos arquivistas,
para as atividades das organizações, como, também, para a para que sua efetivação não seja comprometida.
sociedade em geral, que busca informações para conhecer Os instrumentos que servem de referência são o
seu meio, seu passado e constituir uma identidade. Frente Código de Classificação, Temporalidade e Destinação de
a isso, os critérios de avaliação devem ser pautados na Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-Meio
visão crítica dos possíveis usos da informação arquivística. da Administração Pública e a Tabela de Temporalidade
Bernardes e Delatorre (2008) explicam que existem e Destinação de Documentos de Arquivo Relativos às
documentos que jamais podem ser eliminados, pois Atividades-Fim das Instituições Federais de Ensino Superior
comprovam fatos e atos fundamentais para nossa existência (IFES).
civil e para nossa vida pessoal. Ao mesmo tempo, não é Segundo o Arquivo Nacional (2001), a adoção desses
possível e nem desejável que todos os documentos sejam instrumentos, além de possibilitar o controle e a rápida
preservados, afinal, documentos que cumprem uma função recuperação de informações, orienta as atividades de

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


importante durante determinado tempo, posteriormente, racionalização da produção e fluxo documentais, avaliação
perdem o seu valor original, devendo ser eliminados, para e destinação dos documentos, aumentando a eficácia dos
que não dificultem o acesso a outros documentos com serviços arquivísticos da administração pública em todas
valor informativo e probatório relevantes. as esferas.
Os principais instrumentos que possibilitam Portanto, o desenvolvimento da gestão de documentos
a classificação e avaliação de documentos são, e informações interfere na qualidade das informações
respectivamente, o plano de classificação e a tabela utilizadas pelas organizações e, para atingir esse objetivo,
de temporalidade. Ambos devem ser constituídos com as adoções de instrumentos voltados à classificação e
referência aos preceitos arquivísticos (de organicidade, avaliação tornam-se indispensáveis.
coerência, adaptabilidade, etc.), adequando-se ao contexto
de produção informacional. A construção de um plano de Resumidamente, a avaliação documental, que tem
classificação é observada por Gonçalves (1998), na qual: base na teoria das Três Idades, é uma atividade essencial
Definir atividades-fim e atividades-meio e relacioná-las a do ciclo de vida documental arquivístico, na medida em
funções mais abrangentes já significa reunir elementos para que define quais documentos serão preservados para
a classificação dos documentos. A reunião lógica de funções fins administrativos ou de pesquisa e em que momento
e atividades, com a percepção de sua maior ou menor poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos
autonomia ou subordinação interna, permitirá a elaboração intermediário e permanente, segundo o valor e o potencial
do plano de classificação(GONÇALVES, 1998, p. 22). de uso que apresentam para a administração que os gerou
O estabelecimento das classes e subclasses de um plano e para a sociedade.
de classificação pode ser por três critérios: funcional, no
qual as classes correspondem à função dos documentos;
estrutural, de acordo com a estrutura organizacional de
determinada instituição; e, por assunto, referente aos

115
Suas principais vantagens são: De acordo com a entidade criadora
 Redução da massa documental. • PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito
 Agilidade na recuperação de documentos e federal ou estadual ou municipal.
informações. • INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou
 A conservação dos documentos de guarda relacionados à instituições educacionais, igrejas,
permanente. corporações não-lucrativas, sociedades e associações.
 A racionalização da produção e do fluxo dos • COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e
documentos de arquivo. companhias.
 A eliminação dos documentos desprovidos de valor, • FAMILIAR ou PESSOAL- arquivo organizado por
gerando ganho de espaço físico. grupos familiares ou pessoas individualmente.
 A otimização dos gastos com recursos humanos, .
materiais e financeiros. De acordo com o estágio de evolução (considera-se o
 Incremento à pesquisa. tempo de vida de um arquivo)
 Garantia da constituição do patrimônio arquivístico. • ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE -
guarda a documentação mais atual e frequentemente
8.1. Sistemas de classificação de documentos de consultada. Pode ser mantido em local de fácil acesso
arquivo para facilitar a consulta.
• ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO
O conceito de classificação e o respectivo  sistema - inclui documentos que vieram do arquivo corrente,
classificativo a ser adotado, são de uma importância porque deixaram de ser usados com frequência. Mas
decisiva na elaboração de um plano de classificação que eles ainda podem ser consultados pelos órgãos que os
permita um bom funcionamento do arquivo. produziram e os receberam, se surgir uma situação
Um bom plano de classificação deve possuir as idêntica àquela que os gerou.
seguintes características: • ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE -
 Satisfazer as necessidades práticas do serviço, nele se encontram os documentos que perderam o
adotando critérios que potenciem a resolução dos valor administrativo e cujo uso deixou de ser frequente,
problemas. Quanto mais simples forem as regras de é esporádico. Eles são conservados somente por causa
classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a de seu valor histórico, informativo para comprovar
ordenação da documentação; algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se
 A sua construção deve estar de acordo com as conheça como os fatos evoluíram.
atribuições do organismo (divisão de competências)
ou em última análise, focando a estrutura das De acordo com a extensão da atenção
entidades de onde provém a correspondência; Os arquivos se dividem em:
 Deverá ter em conta a evolução futura das • ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos
atribuições do serviço deixando espaço livre para operacionais, cumprindo as funções de um arquivo
novas inclusões;
corrente.
Ser revista periodicamente, corrigindo os erros
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


• ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber
ou classificações mal efetuadas, e promover a sua
os documentos correntes provenientes dos diversos
atualização sempre que se entender conveniente.
órgãos que integram a estrutura de uma instituição.
A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de
De acordo com a natureza de seus documentos
agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma
• ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas
de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas
formas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias,
relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação,
microformas (fichas microfilmadas), slides, filmes,
transferência, recolhimento e acesso a esses documentos,
entre outros. Eles merecem tratamento adequado
uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base
não apenas quanto ao armazenamento das peças,
no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que
mas também quanto ao registro, acondicionamento,
o gerou e determina o uso da informação nele contida.
controle e conservação.
A classificação define, portanto, a organização física dos
• ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido
documentos arquivados, constituindo-se em referencial
como arquivo técnico, é responsável pela guarda os
básico para sua recuperação.
documentos de um determinado assunto ou setor/
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos
departamento específico.
documentais distribuídos de acordo com as funções e
atividades desempenhadas pelo órgão.
De acordo com a natureza do assunto
A classificação deve ser realizada de acordo com as
• OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não
seguintes características:
prejudicam a administração
• SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é
limitado, com divulgação restrita

116
De acordo com a espécie
• ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente ad­ministrativas;
• JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais;
• CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orienta­ ção jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca
alternativas para evitar a esfera judicial.

De acordo com o grau de sigilo


• RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-autorizada possa comprometer planos, operações ou ob­
jetivos neles previstos;
• SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, instalações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a
assuntos diplomáticos e de inteligência e a pla­nos ou detalhes, programas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento
não autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado;
• ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à so­berania e à integridade territorial nacionais, a plano ou ope­
rações militares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico e tec­nológico
de interesse da defesa nacional e a programas eco­nômicos, cujo conhecimento não autorizado possa acar­retar dano
excepcionalmente grave à segurança da so­ciedade e do Estado.

8.2 Arquivamento e ordenação de documentos

O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que visa ao acondicionamento e armazenamento dos


documentos no arquivo.
Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades competentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu
destino para arquivamento, após receber despacho final.
O arquivamento é a guarda dos documentos no local estabelecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa
toda a atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente poderá ficar perdido quando solicitado
posteriormente.
O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua
eliminação.
As operações para arquivamento são:

1) Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;


2) Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir um código conforme o assunto;
3) Ordenar os documentos na ordem sequencial;
4) Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que
tratam do mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;
5) Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar uma pasta para cada código, evitando a classificação

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


“diversos”;
6) Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de acordo com a ordem estabelecida – cronológica,
alfabética, geográfica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não exista o original manter uma
única cópia;
7) Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em caixa ou pasta apropriada, identificando externamente o
seu conteúdo e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.
8) Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os documentos/processos estão armazenados.

Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizontal e a vertical.


 Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É
indicado para arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras nos
mesmos.

 Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para
arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos documentos.

Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo, devemos considerar tantos os métodos quanto os
sistemas.
Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade ou não de recuperação da informação sem o uso
de instrumentos.
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante)
para localizar um documento em um arquivo.

117
Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo,
os métodos alfabético e geográfico.
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como são os métodos
numéricos.

A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classificados dentre de um mesmo assunto.
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e categorizada previamente para posterior arquivamento.

Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos documentos, podendo ser:

9. Tabela de temporalidade
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Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento,
descarte de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores (primário/
administrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos
documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na
instituição. 
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma
instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final –
eliminação ou guarda permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de


acordo com as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente
para agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e
intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação da aposentadoria;
e até quitação da dívida.

118
Os prazos são preferencialmente em ANOS
Os prazos são determinados pelas:
Normas
Precaução
Informações recaptulativas
Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos
quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.
A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

10. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivos

Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos
específicos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de
guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação.

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119
Os índices muito elevados de temperatura e umidade
FIQUE ATENTO! relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação
Não podemos nos esquecer dos documen- promovem a ocorrência de infestações de insetos e o
tos eletrônicos, que hoje em dia está cada desenvolvimento de microorganismos, que aumentam as
vez mais presente. As alternativas são diver- proporções dos danos.
sas, como dispositivos externos de gravação, Com base nessas constatações, recomenda-se:
porém, o mais indicado hoje, é armazenar os  - armazenar todos os documentos em condições
dados em nuvem, que oferece além da segu- ambientais que assegurem sua preservação, pelo
rança, a facilidade de acesso. prazo de guarda estabelecido, isto é, em temperatura
e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte
documental;
 - monitorar as condições de temperatura e umidade
relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de
ARMAZENAMENTO metodologia previamente definida;
 - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo
1. Áreas de armazenamento direcionadas à obtenção de níveis de temperatura e
umidade relativa estabilizados na média, evitando
1.1. Áreas Externas variações súbitas;
 - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos
A localização de um depósito de arquivo deve prever quando os equipamentos de climatização não
facilidades de acesso e de segurança contra perigos puderem ser mantidos em funcionamento sem
iminentes, evitando-se, por exemplo: interrupção;
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de  - proteger os documentos e suas embalagens da
inundações, como margens de rios e subsolos; incidência direta de luz solar, por meio de filtros,
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de persianas ou cortinas;
combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e  - monitorar os níveis de luminosidade, em especial
construções irregulares; das radiações ultravioleta;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices  - reduzir ao máximo a radiação UV emitida
de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo; por lâmpadas fluorescentes, aplicando filtros
- áreas próximas a instalações estratégicas, como bloqueadores aos tubos ou às luminárias;
indústrias e depósitos de munições, de material bélico e  - promover regularmente a limpeza e o controle de
aeroportos. insetos rasteiros nas áreas de armazenamento;
 - manter um programa integrado de higienização do
1.2. Áreas Internas acervo e de prevenção de insetos;
 - monitorar as condições do ar quanto à presença de
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo os
atender às necessidades de funcionalidade e conforto,
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contaminantes, utilizando cortinas, filtros, bem como


enquanto as de armazenamento de documentos devem realizando o fechamento e a abertura controlada de
ser totalmente independentes das demais. janelas;
 - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios
2. Condições Ambientais magnéticos e ópticos em condições climáticas
especiais, de baixa temperatura e umidade relativa,
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa obtidas por meio de equipamentos mecânicos bem
e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das dimensionados, sobretudo para a manutenção da
áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também devem estabilidade dessas condições, a saber: fotografias
se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades em preto e branco T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5%
específicas de preservação para cada tipo de suporte. fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% filmes
e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%.
A deterioração natural dos suportes dos documentos,
ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são 2.1. Acondicionamento
aceleradas por flutuações e extremos de temperatura e umidade
relativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às Os documentos devem ser acondicionados em
radiações luminosas, especialmente dos raios ultravioleta. mobiliário e invólucros apropriados, que assegurem sua
A adoção dos parâmetros recomendados por preservação.
diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e A escolha deverá ser feita observando-se as
de umidade relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas características físicas e a natureza de cada suporte. A
quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos confecção e a disposição do mobiliário deverão acatar as
sofisticados, resultando em altos custos de investimento normas existentes sobre qualidade e resistência e sobre
em equipamentos, manutenção e energia. segurança no trabalho.

120
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos.
Os documentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados a cada suporte e formato.
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser
armazenados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou enrolados sobre tubos confeccionados em cartão
alcalino e acondicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser armazenado diretamente sobre o chão.
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de computador, devem ser armazenadas longe de campos
magnéticos que possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento será preferencialmente em mobiliário
de aço tratado com pintura sintética, de efeito antiestático.
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas de
temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em casos de desastre.
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser
empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpeza, de forma a proteger os documentos.
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos
documentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser preenchidos para proteger o documento.
Todos os materiais usados para o armazenamento de documentos permanentes devem manter-se quimicamente
estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afetem a preservação dos documentos.
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas
de preservação dos documentos.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino,
para evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO

A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na tabela de temporalidade dependem de três aspectos:

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FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE ARQUIVOS

Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais
estão expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de conservação para minimizá-los.
A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos impressos, e o papel é basicamente composto por fibras
de celulose, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e descobrir soluções para evita-los é um grande
passo na preservação e na conservação documental.

121
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se colônia de fungos. Além da umidade e nutrientes,
limita a um único fator, pelo contrário, são várias as formas outras condições contribuem para o crescimento das
dessa degradação ocorrer, como veremos a seguir: colônias: temperatura elevada, falta de circulação de
ar e falta de higiene.
1. Fatores ambientais As medidas para proteger o acervo de infestação de
fungos são:
São os agentes encontrados no ambiente físico do - estabelecer política de controle ambiental,
acervo, como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa principalmente temperatura, umidade relativa e ar
do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. circulante
 Temperatura e umidade relativa - praticar a higienização tanto do local quanto dos
O calor e a umidade contribuem significativamente documentos, com metodologia e técnicas adequadas;
para a destruição dos documentos, principalmente - instruir o usuário e os funcionários com relação ao
quando em suporte-papel. O desequilíbrio de um manuseio dos documentos e regras de higiene do
interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera local;
a deterioração. A velocidade de muitas reações - manter vigilância constante dos documentos contra
químicas, é dobrada a cada aumento de 10°C. acidentes com água, secando-os imediatamente
A alteração da umidade relativa proporciona as caso ocorram.
condições necessárias para desencadear intensas
reações químicas nos materiais.  Roedores
A circulação do ar ambiente representa um fator A presença de roedores em recintos de bibliotecas e
bastante importante para amenizar os efeitos da arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados
temperatura e umidade relativa elevada. acima. Tentar obstruir as possíveis entradas para
os ambientes dos acervos é um começo. As iscas
 Radiação da luz são válidas, mas para que surtam efeito devem ser
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais definidas por especialistas em zoonose. O produto
de acervos, provocando consideráveis danos através deve ser eficiente, desde que não provoque a
da oxidação. morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção nos mesmos moldes citados acima: temperatura
dos acervos: e umidade relativa controladas, além de higiene
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou periódica.
persianas que bloqueiem totalmente o sol;
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no  Ataques de insetos
controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto
quanto em lâmpadas fluorescentes. revestimentos, provocam perdas de superfície e
manchas de excrementos. As baratas se reproduzem
 Qualidades do ar no próprio local e se tornam infestação muito
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O controle da qualidade é muito importante porque os rapidamente, caso não sejam combatidas.
gases e as partículas sólidas contribuem muito para Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
a deterioração de materiais de bibliotecas e arquivos, imensos em acervos, principalmente em livros. A
destacando que esses poluentes podem tanto vir fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto
do ambiente externo como podem ser gerando no se reproduz por acasalamento, que ocorre no
próprio ambiente. próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o
papel e seus derivados, como também a madeira do
2. Agentes biológicos mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à base
de celulose.
Os agentes biológicos de deterioração de acervos O ataque causa perda de suporte. A larva digere os
são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta,
roedores e os fungos, cuja presença depende quase que acasala e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se
exclusivamente das condições ambientais reinantes nas repete.
dependências onde se encontram os documentos. Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só
para as coleções como para o prédio em si. Os cupins
 Fungos percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações,
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de conduítes de instalações elétricas, rodapés, batentes
alimento e umidade para sobreviver e proliferar. de portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance
O alimento provém dos papéis, amidos (colas), dos nossos olhos.
couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator Chegam aos acervos em ataques massivos, através de
indispensável para o metabolismo dos nutrientes e estantes coladas às paredes, caixas de interruptores
para sua proliferação. Essa umidade é encontrada na de luz, assoalhos etc.
atmosfera local, nos materiais atacados e na própria

122
3. Intervenções inadequadas nos acervos papéis orientais, borrachas plásticas etc., usados tanto para
pequenas intervenções sobre os documentos como para
Trata-se de procedimentos de conservação que acondicionamento.
realizamos em um conjunto de documentos com o objetivo
de interromper ou melhorar seu estado de degradação e 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais
que as vezes, resultam em danos ainda maiores. para a conservação de acervos
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar
exige um conhecimento das características individuais Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante
dos documentos e dos materiais a serem empregados no ter conhecimentos básicos sobre os materiais que integram
processo de conservação. nossos acervos para que não corramos o risco de lhes
causar mais danos.
4. Problemas no manuseio de livros e documentos Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
são de grande importância para a estabilização dos
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de documentos.
degradação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
O manuseio abrange todas as ações de tocar no 8. Higienização
documento, sejam elas durante a higienização pelos
funcionários da instituição, na remoção das estantes ou A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os
arquivos para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada
na pesquisa pelo usuário etc. a condições ambientais inadequadas, provoca reações de
destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a
5. Fatores de deterioração higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na
manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos considerada a conservação preventiva por excelência.
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos
custos de uma política de conservação, existem medidas
 Processos de higienização
que podemos tomar sem despender grandes somas de
 Limpeza de superfície - o processo de limpeza de
dinheiro, minimizando drasticamente os efeitos desses
acervos de bibliotecas e arquivos se restringe à
agentes.
limpeza de superfície e, portanto, é mecânica, feita
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos,
a seco, com o objetivo de reduzir poeira, partículas
a começar por:
sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de
• treinamento dos profissionais na área da conservação
insetos ou outros depósitos de superfície.
e preservação;
• atualização desses profissionais (a conservação é  Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve
uma ciência em desenvolvimento constante e a ser avaliado individualmente para determinar se a
cada dia novas técnicas, materiais e equipamentos higienização é necessária e se pode ser realizada com
surgem para facilitar e melhorar a conservação dos segurança. No caso de termos as condições abaixo,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


documentos); provavelmente o tratamento não será possível:
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade • Fragilidade física do suporte
relativa em níveis aceitáveis; • Papéis de textura muito porosa
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos  Materiais usados para limpeza de superfície - a
documentos; remoção da sujidade superficial (que está solta sobre
• adoção de política de higienização do ambiente e dos o documento) é feita através de pincéis, flanela
acervos; macia, aspirador e inúmeras outras ferramentas que
• contato com profissionais experientes que possam se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, espátula,
assessorar em caso de necessidade. agulha, cotonete;

6. Características gerais dos materiais empregados Limpeza de livros



em conservação Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,

pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o
Nos projetos de conservação/preservação de acervos estado da encadernação;
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela

uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daqueles lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou
materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente pincel, limpar os cortes, começando pela cabeça do
estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em livro, que é a área que está mais exposta à sujidade.
relação aos documentos onde são aplicados, distinguem- Quando a sujeira está muito incrustada e intensa,
se pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa
Dentro das especificações positivas, encontramos potência ou ainda um pedaço de carpete sem uso;
vários materiais: os papéis e cartões alcalinos, os O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha,

poliésteres inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os numa primeira higienização;

123
Oxigenar as folhas várias vezes.

FIQUE ATENTO!
Higienização de documentos de arquivo - materiais
 Toda e qualquer procedimento acima citada
arquivísticos têm os seus suportes geralmente obrigatoriamente deve ser feito com o uso
quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. dos EPIs – Equipamentos de Proteção In-
Isso se deve principalmente ao alto índice de acidez dividual – tais como avental, luva, máscara,
resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As toucas, óculos de proteção e pró-pé/bota, a
más condições de armazenamento e o excesso de fim de evitar diversas manifestações alérgi-
manuseio também contribuem para a degradação cas, como rinite, irritação ocular, problemas
dos materiais. Tais documentos têm que ser respiratórios, protegendo assim a saúde do
higienizados com muito critério e cuidado. profissional.

Documentos manuscritos - os mesmos cuidados



para com os livros devem ser tomados em relação
aos manuscritos. O exame dos documentos, testes TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS:
de estabilidade de seus componentes para o uso MICROFILMAGEM; AUTOMAÇÃO; PRESERVAÇÃO,
dos materiais de limpeza mecânica e critérios de CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS.
intervenção devem ser cuidadosamente realizados.
Segundo Bellotto (1989), a Tipologia Documental
 Documentos em grande formato é a ampliação da Diplomática (ocupa-se da estrutura
• Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura formal dos atos escritos de origem governamental e/ou
(no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó notarial) em direção à gênese documental, perseguindo a
de borracha, após testes. Pode-se também usar um contextualização nas atribuições, competências, funções
cotonete - bem enxuto e embebido em álcool. Muito e atividades da entidade geradora/acumuladora. Assim,
sensíveis à água, esses papéis podem ter distorções o objeto da Diplomática é a configuração interna do
causadas pela umidade que são irreversíveis ou de documento, o estudo jurídico de suas partes e dos seus
difícil remoção. caracteres para atingir sua autenticidade, enquanto o
• Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters objeto da Tipologia, além disso, é estudá-lo enquanto
são muito frágeis. Não se recomenda limpar a área componente de conjuntos orgânicos, isto é, como
pictórica. Todo cuidado é pouco, até mesmo na integrante da mesma série documental, advinda da junção
escolha de seu acondicionamento. de documentos correspondentes à mesma atividade.
• Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma Nesse sentido, o conjunto homogêneo de atos está
atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, expresso em um conjunto homogêneo de documentos,
desde que em boas condições, o pó de borracha com uniformidade de vigência.
pode ser aplicado para tratar grandes áreas. A Tipologia Documental como parte integrante
da identificação Arquivística é etapa do tratamento
dos documentos, informações e conhecimento e se
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

9. Pequenos reparos
fundamenta na metodologia da Diplomática para identificar
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que o documento contido nos arquivos (Digitalizado, digital,
podemos executar visando interromper um processo de papel, microfilme etc.).
deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções Nessa configuração interna do documento, pontua-se
devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e alguns aspectos como, espécie (Designação do documento
têm a função de melhorar o estado de conservação dos segundo seu aspecto formal), o tipo (espécie e mais a sua
documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o finalidade – Ex. Especie = atestado / tipo = médico).
risco de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes O tipo documental agrega à espécie documental uma
de caráter irreversível. atividade/função/finalidade.
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos Já o SUPORTE é o material sobre o qual as informações
devem ser tratados por especialistas da área. Os demais são registradas. Ex: Fita magnética, filme de nitrato, papel,
documentos permitem algumas intervenções, de simples HD, CD, DVD, pendrive, nuvem.
a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim devem
ser de qualidade arquivística e de caráter reversível. Da 1. Microfilmagem
mesma forma, toda a intervenção deve obedecer a técnicas
e procedimentos reversíveis. Isso significa que, caso seja É o serviço de armazenamento e preservação de
necessário reverter o processo, não pode existir nenhum informações, através da captação das imagens dos
obstáculo na técnica e nos materiais utilizados. documentos por processo fotográfico.
A microfilmagem é uma técnica que propicia uma
maneira prática fácil e econômica de registrar, distribuir
e localizar dados manuscritos, registros impressos ou
ilustrados.

124
Seus principais benefícios são:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Outros aspectos relevantes quanto à microfilmagem, conforme a Lei nº 5.433/68, que Regula a microfilmagem de
documentos oficiais e dá outras providências

Os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu arquivamento;

Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, poderão excepcionalmente ser microfilmados documentos

ainda não arquivados, desde que autorizados por autoridade competente;
Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repartição

detentora dos mesmos;
É dispensável o reconhecimento da firma da autoridade que autenticar os documentos oficiais arquivados, para

efeito de microfilmagem e os traslados e certidões originais de microfilmes;

125
 Entende-se por microfilme o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, por
meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução;
 O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia;
 A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua inutilização, sendo a
mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme cópia;
 Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em filme de documentos microfilmados, para produzirem efeitos
legais em juízo ou fora dele, deverão estar autenticados pela autoridade competente detentora do filme original;
 Os microfilmes e filmes cópias, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando:
• autenticados por autoridade estrangeira competente;
• tiverem reconhecida, pela autoridade consular brasileira, a firma da autoridade estrangeira que os houver autenticado;
• forem acompanhados de tradução oficial. 

Tipos: microfilmagem de substituição (aplicada nos arquivos correntes e intermediários) e microfilmagem de



preservação (aplicada nos arquivos permanentes).

2. Automação. 
 
É o gerenciamento eletrônico dos documentos que funciona com softwares e hardwares específicos e usa as mídias
ópticas para armazenamento.
Tem por finalidade otimizar e racionalizar a gestão documental.
Permite, através de sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos, gerenciar a produção, uso e
destinação dos documentos arquivísticos produzidos em uma organização.

3. Preservação, conservação e restauração de documentos.



Conforme já visto acima, esses procedimentos podem ser conceituados como:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Preservar e conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é defendê-los da ação dos agentes físicos,
químicos e biológicos que os atacam.
Através desses procedimentos mantemos protegido o patrimônio documental e cultural, preservando assim a história,
seja de fatos ocorridos em uma organização como se preserva e, consequentemente, passa-se a diante toda a história
percorrida e vivida por uma sociedade.

126
Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e 4. (ABIN – 2018 - CESPE) A respeito da gestão de docu-
destruição causados pelas mais diversas ameaças conforme mentos, julgue o item a seguir.
vimos acima, mantendo assim, o registro das informações A gestão de documentos compreende a definição da po-
originais, para que essas auxiliem na construção de uma lítica arquivística, a designação de responsabilidades, o
futura geração, através da memória institucional que estará planejamento do programa de gestão e a implantação do
resguardada. programa de gestão.

Fonte e texto adaptado de: www.agu.gov.br/CONARQ ( ) CERTO ( ) ERRADO


- Conselho Nacional de Arquivos/Murilo Billig Schäfer/
Dijeison Tiago/Rayssa Macedo/ Simone Francisco da Silva/ Resposta: “Certo” Por Gestão de Documento compreen-
George Melo Rodrigues/Norma Cianflone Cassares de-se o conjunto de procedimentos e operações técnicas
referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e ar-
quivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua
eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.
EXERCÍCIO COMENTADO Politicas arquivisticas, definição de responsáveis, pro-
grama de gestão, entre outras atividades, são decorren-
1. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de concei- tes da implantação da Gestão de Documentos.
tos arquivísticos, julgue o item que se segue.
O princípio da proveniência e o resultado de sua aplicação 5. (ABIN – 2018 - CESPE) No que se refere a protocolo,
— o fundo de arquivo — impõem-se à arquivologia, pois julgue o item subsequente.
esta tem como objetivo administrar documentos de pesso- O protocolo providencia a tramitação dos documentos de
as físicas ou jurídicas. arquivo e toma decisões sobre as demandas contidas neles.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Certo” O principio em questão fixa a identi- Resposta: “Errado” A finalidade principal do protocolo
dade do documento (seja de pessoa física ou jurídica) a é permitir que as informações e documentos sejam ad-
quem o produziu, organizando-os de forma a obedecer ministradas e coordenadas de forma concisa, otimizada,
a competência e às atividades de sua origem produtora. evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que
mesmo havendo um aumento de produção de documen-
2. (ABIN - 2018 CESPE) Acerca de princípios e de concei- tos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organi-
tos arquivísticos, julgue o item que se segue. zação.
Os arquivos de um órgão público existente há mais de cem Não inclui-se nesse processo, nenhuma tomada de de-
anos fazem parte de um fundo aberto. cisão.

( ) CERTO ( ) ERRADO 6. (SEDF – 2017 - CESPE) Com relação às funções arquivís-

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ticas de criação, classificação e avaliação de documentos,
Resposta: “Certo” Se a instituição ainda está em ativi- julgue o item seguinte. 
dade, como no caso, e continua gerando arquivo, trata-se Documentos de um acervo que podem ser amplamente di-
de fundo aberto. vulgados à sociedade são considerados ostensivos quanto
à natureza do assunto.
3. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de concei-
tos arquivísticos, julgue o item que se segue. ( ) CERTO ( ) ERRADO
A imparcialidade, como característica do documento de ar-
quivo, diz respeito à criação, à manutenção e à custódia de Resposta: “Certo” Em se tratando de classificação de do-
arquivos.  cumentos, quando falamos da natureza do assunto, fala-
mos de assunto que pode ser divulgado ou de assunto que
( ) CERTO ( ) ERRADO requer restrição no acesso.
Ostensivo se refere ao se se revela, que se mostra, por-
Resposta: “Errado” Imparcialidade: refere-se ao fato de tanto está correto, trata-se de assunto que tem livre
que os documentos arquivísticos são inerentemente ver- acesso.
dadeiros. Os documentos arquivísticos retratam com fide-
lidade os fatos e atos que atestam. Deve-se ressaltar que o 7. (FUB – 2014 - CESPE) Acerca da tabela de tem-
contexto de produção dos documentos deve ser levado em poralidade de documentos, julgue o próximo item.
consideração para se extrair a verdade dos fatos contidos A tabela de temporalidade de documentos de arquivo é o
nos registros documentais instrumento de gestão arquivística responsável pela orga-
O enunciado se refere à autenticidade do arquivo. nização dos documentos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

127
Resposta: “Errado” A tabela de temporalidade é um ins- defendida por autores como Hely Lopes Meirelles, tende
trumento de destinação que determina prazos e condi- a atribuir aos atos administrativos cinco requisitos para a
ções de guarda, não sendo responsável pela organização sua formação, utilizando como inspiração o preceito legal
desses documentos, sendo que essa, é um tarefa do plano disposto no art. 2º da Lei nº 4.717/1965. São eles: a) com-
de classificação. petência, b) objeto, c) forma, d) motivo, e e) finalidade.

8. (SEDF - 2017 – CESPE) Em relação aos conceitos e prin- 2. Competência


cípios da arquivística, julgue o item a seguir.
De acordo com a teoria das três idades, arquivos podem Competência diz respeito à capacidade do agente pú-
ser correntes, intermediários ou permanentes. blico para o exercício dos atos administrativos. É requisito
de validade, haja vista que, no Direito Administrativo, a lei é
( ) CERTO ( ) ERRADO quem estabelece as competências atribuídas a seus agen-
tes para o desempenho de suas funções. Quando o agente
Resposta: “Certo” Arquivo Corrente - Valor Primário - atua fora dos limites da lei, diz-se que cometeu ato nulo
Representa Fase Obrigatória por excesso de poder. É, por isso, sempre um ato vinculado.
Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda destino A competência possui certas características próprias, a
Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação saber: obrigatória, intransferível, irrenunciável, imodificável,
definitiva imprescritível e improrrogável. Obrigatória porque repre-
senta um dever do agente público. Irrenunciável porque o
agente público não pode abrir mão de sua competência.
Imprescritível, porque a competência perdura ao longo do
DIREITO ADMINISTRATIVO: ATO ADMINIS- tempo, ela não caduca. Improrrogável significa dizer que se
TRATIVO: CONCEITO, ELEMENTOS/REQUI- é competente hoje, continuará sendo sempre, exceto por
SITOS, ATRIBUTOS, CONVALIDAÇÃO, DIS- previsão legal expressa em sentido contrário. Intransferível,
CRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO; ou inderrogável, é a impossibilidade de se transferir a com-
petência de um para outro, por interesse das partes.
No entanto, essas características não vedam a possibili-
dade de delegação ou avocação, quando prevista em lei. Por
isso, pode-se dizer também que a delegabilidade é outra ca-
racterística da competência. Porém, atente-se ao disposto no
CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO art. 13 da Lei nº 9.784/1999: “Não podem ser objeto de dele-
gação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão
Tudo que praticamos nas nossas vidas podem ser con- de recursos administrativos; III - as matérias de competência
siderados atos. Mas, para o Direito, os atos são aqueles exclusiva do órgão ou autoridade”. Alguns atos, então, não
capazes de produzir efeitos jurídicos. E, assim como as podem ser delegados a outras autoridades, principalmente
pessoas na vida privada, a Administração Pública também se tais atos são de competência exclusiva do agente público.
pratica atos, que são capazes de produzir efeitos jurídicos
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diversos. 2.1. Objeto


Os atos administrativos são as manifestações de von-
tade da Administração Pública que objetivam adquirir, res- Objeto é o conteúdo do ato, ou o resultado que pre-
guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos tende ser almejado pela prática do ato administrativo. Todo
ou impor obrigações aos particulares ou a si própria. Isso ato administrativo tem por objeto a criação, modificação,
significa que a Administração, antes mesmo de iniciar sua ou comprovação de situações jurídicas concernentes a
atuação, deve expedir uma declaração que exprime a sua pessoas, bens, ou atividades sujeitas ao exercício do Poder
vontade de realizar o referido ato. Público. É através dele que a Administração exerce seu po-
Importante frisar o caráter infra legal dos atos adminis- der, concede um benefício, aplica uma sanção, declara sua
trativos, pois imprescindível é a submissão da Administra- vontade, estabelece um direito do administrado, etc.
ção Pública, seus agentes e órgãos à soberania popular. O O objeto pode não estar previsto expressamente na le-
ato administrativo, dessa forma, deve estar previsto em lei, gislação, cabendo ao agente competente a opção que seja
e seu conteúdo não pode ser contrário à lei (contra legem), mais oportuna e conveniente ao interesse público. A defi-
mas complementar a ela, isso é, deve estar conforme a lei nição de objeto do ato administrativo trata-se, por isso, de
(secundum legem). ato discricionário.

1. Requisitos dos atos administrativos 2.2. Forma

Os requisitos ou elementos dos atos administrativos é A forma é o modo através do qual se exterioriza o ato
matéria com grande divergência doutrinária. A maioria dos administrativo, é seu revestimento. O desrespeito à forma
concursos públicos ainda adota a concepção mais clássica do ato acarreta na sua nulidade. Trata-se de ato vinculado,
dos requisitos dos atos administrativos e, por isso, daremos quando exigida por Lei, e discricionário quando a sua esco-
maior destaque a ela. De modo geral, a corrente clássica, lha couber ao próprio agente público.

128
Em regra, os atos administrativos são sempre exteriori- características traduzem em prerrogativas concedidas à
zados por escrito, mas podem também ser orais, gestuais, Administração Pública para que ela possa atender de ma-
ou até mesmo expedidos por máquinas. O art. 22 da Lei nº neira adequada às necessidades da população.
9.784/1999 determina que “os atos do processo adminis- A doutrina mais moderna faz referência a cinco atribu-
trativo não dependem de forma determinada senão quan- tos distintos:
do a lei expressamente a exigir”. a) presunção de legitimidade e veracidade;
b) imperatividade;
2.3. Motivo c) exigibilidade;
d) autoexecutoriedade; e
O motivo é a circunstância de fato ou de direito que e) tipicidade.
determina ou autoriza a prática do ato, isso é, a situação
fática que justifica a realização do ato. Situação de fato é 3.1 Presunção de legitimidade e veracidade
o conjunto de circunstâncias que motivam a realização do
ato; questões de direito é a previsão legal que leva à reali- Também pode ser denominado presunção de legali-
zação do ato. dade, significa que todo ato administrativo é considerado
O motivo pode ser tanto requisito vinculado como dis- válido no âmbito jurídico, até surgir prova em contrário.
cricionário, dependendo do comando legal imposto aos Se, pelo princípio da legalidade, ao Administrador só cabe
agentes. O motivo será vinculado quando a lei expressa- fazer o que a lei permite, então presume-se que o fez res-
mente obrigar o agente a agir de um certo modo, como na peitando a lei.
hipótese de lançamento tributário (o fiscal da Receita não Nosso Direito admite duas formas de presunção: pre-
tem direito de escolha, se deve ou não fazer o lançamento). sunção juris et de jure que significa “de direito e por di-
Situação diversa é a do pedido de demissão de servidor reito”, é presunção absoluta, que não admite prova em
público no caso de incontinência pública (art. 132, V, da Lei contrário. Temos também a presunção juris tantum, resul-
nº 8.112/1990), hipótese em que a autoridade competente tante do próprio direito e, embora por ele estabelecida com
tem maior liberdade para avaliar se a demissão é realmente verdadeira, admite prova em contrário. A presunção dos atos
ato necessário ou não, dependendo do caso concreto.
administrativos é juris tantum. Trata-se, então, de presunção
Não se confunde motivo com motivação. Esta é a jus-
relativa. Cabe ao particular que alegou a ilegalidade do ato
tificativa para a realização de determinado ato. O motivo
administrativo provar a carência de legitimidade do mesmo.
ocorre em momento anterior a prática do ato, enquanto
A presunção atinge todos os atos, inclusive aqueles pra-
que a motivação, por ser uma série de explicações que
ticados pela Administração com base no direito privado.
justificam a expedição do ato, ocorre sempre em momen-
Qualquer que seja o ato, se praticado pela Administração
to posterior. Assim, todo o ato tem seu motivo, mas nem
Pública, será presumidamente legítimo e verdadeiro.
sempre é expedido adjunto com a motivação, que nada
mais é do que a exteriorização dos motivos.
3.2 Imperatividade
2.4. Finalidade
Compreendida também como coercibilidade, os atos

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Finalidade é o objetivo a ser almejado pela prática da- administrativos se impõem aos destinatários, independen-
quele ato administrativo. Em muitos casos, o objetivo al- temente de sua concordância, outorgando-lhes deveres e
mejado é a proteção do interesse público. Sempre que o obrigações. A imperatividade garante ao Poder Público a
ato for praticado tendo em vista o interesse alheio, será capacidade de produzir atos que geram consequências pe-
nulo por desvio de finalidade. rante terceiros.
Além dessa concepção clássica, há também uma classi- A justificativa da criação unilateral, ainda que contra a
ficação mais moderna dos requisitos dos atos administra- vontade dos administrados, dos atos administrativos é o
tivos, elaborada por autores como Celso Antônio Bandeira Poder coercitivo do Estado, também denominado Poder
de Mello. Por ser pouco utilizada em concursos públicos, Extroverso. Esse não é um atributo comum a todos os atos,
observaremos apenas os pontos essenciais e didáticos da mas tão somente aos que impõem obrigações aos adminis-
referida classificação. trados. Assim, não têm essa característica os atos que ou-
Para essa concepção moderna, são requisitos dos atos torgam direitos (autorização, permissão, licença), bem como
administrativos: a) sujeito; b) motivo; c) requisitos proce- aqueles meramente administrativos (certidão, parecer).
dimentais; d) finalidade; e) causa e f) formalização. Sujeito,
requisitos procedimentais e causa são os requisitos vincu- 3.3 Exigibilidade
lados, enquanto que o motivo, a finalidade e a formaliza-
ção são requisitos discricionários. Consiste no atributo que permite à Administração Pú-
blica aplicar sanções aos particulares por violação da or-
3. Atributos dos atos administrativos dem jurídica, sem a necessidade de recorrer ao processo
judicial, que é demasiado longo e repleto de solenidades. A
Atributos são as características dos atos administra- exigibilidade permite ao Administrador aplicar as sanções
tivos, que os distinguem dos demais atos jurídicos, pois administrativas, como multas, advertências, e interdição de
estão submetidos ao regime jurídico administrativo. Essas estabelecimentos comerciais.

129
3.4 Autoexecutoriedade 4. Classificação dos atos administrativos

A autoexecutoriedade permite que a Administração Atos administrativos existem dos mais variados tipos.
Pública possa realizar a execução material de seus atos. A Para efeitos didáticos, costuma-se dividir e agrupá-los, for-
expressão “auto” advém do fato de que o Poder Público mando-se uma verdadeira classificação desses atos. Por-
não necessita de autorização judicial para desconstituir a tanto, passemos a analisar as diversas modalidades de atos
situação irregular e violadora da ordem jurídica, o que a administrativos, observando os seguintes critérios:
difere da exigibilidade, que não tem o condão de, por si
só, desconstituir a irregularidade do ato, apenas pune o in- 4.1 Quanto ao grau de liberdade
frator. Para tanto, necessita da presença de dois requisitos:
a previsão legal, como nos casos de Poder de Polícia; e o A) Atos vinculados: são aqueles praticados pela Admi-
caráter de urgência, a fim de preservar o interesse coletivo. nistração Pública sem nenhuma liberdade de atua-
ção. A lei define todas as margens de sua conduta.
Assim, não há necessidade de intervenção judicial nas hi- Havendo vício no ato vinculado, pode-se pleitear
póteses de: apreensão de mercadorias contrabandeadas, na a sua anulação e não a revogação, pois trata-se de
demolição de construção irregular, na interdição de estabe- vício de legalidade. É o caso, por exemplo, da con-
lecimento comercial irregular, entre outros. Todavia, afirmar cessão de aposentadoria para o contribuinte bene-
que a execução independe de manifestação do Judiciário ficiário.
não significa dizer que escapa do controle judicial. Poderá B) Atos discricionários: a lei também estabelece uma
ser levado ao crivo, mas somente a posteriori, depois de seu série de regras para a prática de um ato, mas deixa
cumprimento, se houver provocação da parte interessada. certo grau de liberdade ao agente público, que po-
As medidas judiciais mais adequadas para contestar a força derá optar por um entre vários caminhos igualmente
coercitiva administrativa são o mandado de segurança e o válidos. Há uma avaliação subjetiva prévia à edição
habeas data (art. 5º, LXIX e LXVIII, da CF/1988). do ato. É o caso das permissões para o uso de bem
público.
Importante ressaltar ainda que os princípios da razoa-
bilidade e proporcionalidade impõem limites na atuação
4.2 Quanto à formação de vontade
coercitiva dos agentes públicos. A autoexecutoriedade
(leia-se o uso de força física) deve ser utilizada com bom
A) Atos simples: são aqueles que nascem da manifes-
senso e moderação.
tação de vontade de apenas um órgão, seja ele uni-
pessoal (formado só por uma pessoa) ou colegiado
3.5 Tipicidade
(composto por várias pessoas). O ato que altera o ho-
rário de atendimento da repartição pública, emitido
A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar as por uma única pessoa, bem como a decisão adminis-
finalidades específicas delimitadas pela lei, para cada espé- trativa do Conselho de Contribuintes do Ministério
cie de ato administrativo. Dependendo da finalidade que da Fazenda, que expressa vontade única apesar de
o Poder Público almeja, existe um ato definido em lei. A ser órgão colegiado, são exemplos de atos simples.
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lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas con- B) Atos complexos: são aqueles que se formam pela
sequências, promovendo ao particular a garantia de que união de várias vontades, isso é, que necessitam da
a Administração Pública não fará uso de atos inominados, manifestação de vontade de dois ou mais órgãos
sem tipificação, que impõe obrigações cuja previsão legal diferentes para a sua formação. Enquanto todos os
não existe. É um atributo que deriva do próprio princípio órgãos competentes não se manifestarem da forma
da legalidade. devida, o ato não estará perfeito.
C) Atos compostos: é aquele que advém de manifesta-
ção de apenas um órgão. Porém, para que produza
#FicaDica efeitos, depende da aprovação, visto, ou anuência de
A tipicidade é característica marcante da expro- outro ato, que o homologa, como condição para a
priação de bens particulares pelo Poder Público. executoriedade daquele ato. Costuma-se afirmar que
É o caso de desapropriação administrativa, hipó- o ato posterior é acessório do anterior, pois a mani-
tese em que o Poder Público tem a prerrogativa festação do segundo ato não possui a mesma maté-
de tirar da esfera de alguma pessoa física a titu- ria do primeiro: ele apenas complementa a aplicação
laridade sobre bem imóvel, transformando-o em deste. Exemplo: a nomeação de servidor público, que
bem público. Para tanto, deve realizar um proce- deve sempre anteceder a sua aprovação em concur-
dimento envolvendo aspectos mais complexos,
so público.
como a declaração de utilidade ou necessidade
pública (art. 5º, XXIV, da CF/1998), bem como a
necessidade de prévia indenização ao particular 4.3 Quanto aos destinatários
que teve seu bem expropriado, em pecúnia (art.
182, § 3º, da CF/1988). A) Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter
abstrato e impessoal. Seus destinatários são mui-
tos, mas unidos por características em comum, que

130
os faz destinatários do mesmo ato. Para produzirem B) Atos imperfeitos: são os que ainda não completaram
seus efeitos, já que externos, devem ser publicados seu processo de formação, e por isso mesmo, não
na imprensa oficial. Exemplos: os editais de concurso estão aptos a produzirem efeitos. Atos imperfeitos
público, as instruções normativas. geralmente necessitam de outro ato que o homo-
B) Atos coletivos: são aqueles expedidos a um grupo de- logue.
finido de destinatários. É o caso, por exemplo, de alte- C) Atos pendentes: são aqueles que se sujeitam a con-
ração de horário de funcionamento de uma repartição dição ou termo para começar a produzir efeitos. Seu
pública. Tal ato, evidentemente, somente é do inte- ciclo de formação está concluído, porém depende
resse daqueles funcionários. A publicidade é atendida ainda de um evento para tornar-se apto a produzir
apenas com a comunicação dos interessados, visto efeitos.
que é um ato interno da Administração Pública.
C) Atos individuais: são aqueles destinados a apenas Os critérios apresentados não são exaustivos: há outras
um único destinatário. Exemplo: a promoção de formas de classificação dos atos administrativos adotadas por
um determinado servidor público. A exigência da diversos autores. Escolhemos apresentar aqueles que têm mais
publicidade depende somente da comunicação do chances de aparecer em uma questão de concurso público.
interessado, não há necessidade de publicação pelo
Diário Oficial.
5. Espécies de atos administrativos
4.4 Quanto aos efeitos
Os atos administrativos tipificados pela legislação bra-
sileira são diversos. Por isso, também é utilizado, para fins
A) Atos constitutivos: são aqueles que geram uma nova
didáticos, uma sistematização dos atos administrativos. A
situação jurídica aos destinatários. Pode ser pela ou-
doutrina divide os atos administrativos previstos da legis-
torga de um novo direito, como permissão de uso
lação em cinco espécies distintas:
de bem público, ou a imposição de uma obrigação,
como estabelecer um período de suspensão. A) Atos normativos: são aqueles que apresentam co-
B) Atos declaratórios: são aqueles que afirmam uma si- mandos gerais e abstratos para o cumprimento da
tuação já existente, seja de fato ou de direito. Não lei. Alguns autores, inclusive, chegam a considerar
cria, transfere ou extingue situação jurídica, apenas tais atos “leis em sentido material”. São atos nor-
a reconhece. É o caso da expedição de uma certidão mativos: os decretos e regulamentos; as instruções
de tempo de serviço. normativas; os regimentos; as resoluções; e as deli-
C) Atos modificativos: são os que tem capacidade de berações.
alterar a situação já existente, sem que seja extinta. B) Atos ordinatórios: correspondem a manifestações
Todavia, não tem o condão de criar direitos e obriga- internas da Administração Pública decorrentes do
ções. Exemplo: a alteração do horário de atendimen- poder hierárquico, estabelecendo regras de funcio-
to da repartição namento de seus órgãos internos e regras de con-
D) Atos extintivos: também denominados atos descons- duta de seus agentes. Tais atos não podem disciplinar
titutivos, são aqueles que põem termo a um direito as condutas dos particulares. São atos ordinatórios: as

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ou dever pré-existentes. Exemplo: a demissão de ser- instruções; as circulares; os avisos; as portarias; os ofí-
vidor público. cios; as ordens de serviço; os despachos; entre outros.
C) Atos negociais: são aqueles que manifestam a vonta-
4.5 Quanto ao objeto de da Administração em consonância com o interes-
se dos particulares. Exemplos: a licença, a autorização,
A) Atos de império: são aqueles praticados pela Admi- a permissão, a concessão, a aprovação, a homolo-
nistração em posição de superioridade perante os gação, a renúncia, etc. Os atos negociais podem ser
particulares, como na imposição de multa por infra- vinculados (licença) ou discricionários (autorização),
ção administrativa. definitivos ou precários, sendo passíveis de revogação
B) Atos de gestão: são expedidos pela Administração, pelo Poder Público a qualquer tempo. A característica
em posição de igualdade em relação aos administra- especial desses atos é que eles não disciplinam direi-
dos. É o caso da alienação de bem público. tos, e sim interesses dos particulares.
C) Atos de expediente: são atos internos, elaborados por D) Atos enunciativos: também denominados “atos de
autoridade subalterna, que não tem capacidade decisó- pronúncia”, são aqueles que certificam, ou atestam a
ria. Exemplo: numeração dos autos no processo judicial. existência de uma situação jurídica peculiar. Tais atos
possuem caráter predominantemente declaratório.
4.6 Quanto à exequibilidade São atos enunciativos: as certidões; os atestados; os
pareceres; etc.
A) Atos perfeitos: são aqueles que completaram seu E) Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são os
processo de formação, e estão prestes a produzir atos que aplicam sanções aos particulares, ou aos
seus efeitos. Perfeição não se confunde com valida- servidores que pratiquem condutas irregulares, nos
de, pois um ato válido pode não ser obrigatoriamen- termos da lei. São atos punitivos: as multas, as inter-
te perfeito. dições; e a destruição de coisas.

131
6. Invalidação dos atos administrativos O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da Lei
nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus próprios
Os atos administrativos possuem um ciclo de vida. Eles atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revo-
são criados, começam a produzir efeitos, e depois de um gá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, res-
tempo, desaparecem. Vamos analisar com mais detalhes peitados os direitos adquiridos”. Sobre o mesmo assunto, a
justamente o desaparecimento dos atos administrativos, Súmula nº 473, do STF: “A administração pode anular seus
embora seja preferível utilizar o termo “extinção” (ou “inva- próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ile-
lidação”) dos atos administrativos. gais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
Para melhor compreensão do tema, a doutrina utiliza- por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
-se de uma sistematização das formas de extinção dos atos os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
administrativos. A principal divisão que deve ser feita é em apreciação judicial”.
relação a produção de efeitos: existem atos administrativos Por tratar-se de questão de mérito, a revogação somen-
eficazes, e atos ineficazes. Quando ineficaz, o ato pode ser te pode ser decretada pela própria Administração Pública.
extinto pela retirada, ou pela sua recusa pelo beneficiário. É, também, decorrência do princípio da autotutela: a Ad-
Tratando-se de atos eficazes, há quatro formas de distinção ministração Pública tem competência para anular e revo-
dos atos administrativos: gar seus atos, sendo descabido a manifestação do Poder
A) Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efeitos: é a Judiciário nos atos administrativos discricionários. A revo-
extinção que ocorre pelo cumprimento integral dos gação é elaborada pela mesma autoridade que praticou o
efeitos do ato administrativo. É a extinção natural ato principal.
esperada por todo ato administrativo. Pode ocorrer O ato revocatório é sempre secundário, constitutivo e
mediante: a.1) esgotamento do conteúdo, como a discricionário. Seu objeto será sempre o ato administrativo
vacinação de enfermos após expedição de ordem de ou a relação jurídica anterior perfeita e eficaz, destituído de
entrega das vacinas; a.2) execução da ordem, como o qualquer vício. A revogação atinge somente os atos dis-
guinchamento de veículo; a.3) implemento de condi- cricionários: para os atos vinculados, a medida cabível é a
ção resolutiva ou termo final, como o prazo final para
anulação.
renovação da CNH.
Por fim, em relação a seus efeitos, a revogação não
B) Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da pessoa
pode atingir as situações jurídicas do passado. Isso signifi-
ou objeto: os atos administrativos podem dizer res-
ca que a revogação produz efeitos futuros, não retroativos,
peito a pessoas, ou coisas. Desaparecendo um des-
ou ex nunc. Há a possibilidade do particular, que se sentiu
ses elementos, o ato extingue-se automaticamente,
prejudicado com a referida medida, ingressar em juízo com
pois perdeu a sua utilidade. As pessoas “desapare-
pedido de indenização contra a Administração.
cem” com seu falecimento, como a morte de servi-
dor público que receberia promoção; e as coisas com
a sua ruína ou destruição, como o desabamento de 6.2 Anulação
prédio que recebeu licença para a sua reforma.
C) Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio be- É a extinção de ato administrativo defeituoso, pois
carece de legalidade, podendo ser expedido pela Admi-
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neficiário abre mão da situação proporcionada pelo


ato administrativo. É o caso da exoneração de cargo nistração Pública, ou até mesmo pelo Poder Judiciário. A
público a pedido do seu ocupante. anulação deriva do próprio princípio da legalidade e au-
D) Retirada do ato: é a forma mais importante de extin- totutela. Também possui fundamento no art. 53 da Lei nº
ção dos atos administrativos, para os concursos pú- 9.784/1999, bem como na Súmula nº 473, do STF.
blicos. É a extinção que se dá pela expedição de um A anulação realizada pela própria Administração ocorre
segundo ato, elaborado para extinguir ato adminis- mediante a expedição de ato anulatório. Suas característi-
trativo anterior a ele. Comporta cinco modalidades, cas principais são: é ato secundário, constitutivo, e vincula-
que serão vistas com maiores detalhes: revogação, do. Tanto a Administração como o Poder Judiciário podem
anulação, cassação, caducidade, e contraposição. decretar a anulação de ato administrativo. Outra caracte-
rística importante é o prazo definido pelo caput do art. 54
6.1 Revogação da Lei nº 9.784/1999: “O direito da Administração de anular
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
Revogação é a extinção de ato administrativo que en- para os destinatários decai em cinco anos, contados da
contra-se perfeito e apto a produzir seus efeitos, praticado data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.
pela própria Administração Pública, fundada em razões de O prazo decadencial de cinco anos é atributo exclusivo da
conveniência e oportunidade, sempre almejando a prote- anulação.
ção do interesse público. Nessa hipótese, ocorre uma causa Por fim, em relação a seus efeitos, importante frisar
superveniente, que altera o juízo de conveniência e opor- que o ato defeituoso (aquele que carece de legalidade),
tunidade sobre a permanência de ato discricionário, obri- encontra-se com o referido defeito desde sua concepção.
gando a Administração a expedir um segundo ato capaz de Por isso, a anulação deve desconstituir os efeitos desde a
revogar esse ato anterior. data da prática do ato administrativo. Podemos afirmar,
então, que a anulação possui efeito retroativo, ou ex tunc.

132
Em regra, não gera ao particular direito à indenização pela logo, jamais poderia ser a licença. A autorização é ato
anulação de ato ilegal, salvo se comprovar ter sofrido dano administrativo discricionário e precário pelo qual a Ad-
anormal para ocorrência, do qual não tenha participado. ministração autoriza o particular a exercer determinada
atividade que seja de seu interesse.
6.3 Cassação

São hipóteses em que o administrado deixa de preen- PODERES DA ADMINISTRAÇÃO;


cher condição necessária para a permanência da referida
vantagem. Exemplo: habilitação da CNH cassada por pes-
soa enferma. A Administração Pública deve cumprir suas atribuições
constitucionais, por imposição legal. Para tanto, o exercício
6.4 Caducidade de suas funções depende de certas prerrogativas, ou Pode-
res, conferidos pela legislação. Esses poderes são conside-
Também denominada decaimento, consiste na moda- rados instrumentos de trabalho. Significa dizer que esses
lidade de extinção de ato administrativo em consequência poderes-deveres são instrumentais, utilizados pela Admi-
de norma jurídica superveniente, a qual impede a perma- nistração com o objetivo maior de promover a supremacia
nência da situação anteriormente consentida. Como não do interesse público.
pode produzir efeitos automaticamente, é necessária a Quando o agente público exerce adequadamente suas
prática de um ato secundário, determinando a extinção do competências, atuando em conformidade com a legislação,
ato decaído. Exemplo: perda do direito de comercializar em sem excessos ou desvios, diz-se que ele faz uso regular do
área que passa a ser considerada exclusivamente residen- poder. Entretanto, havendo hipóteses de exercício de com-
cial. petências fora dos limites legais, visando apenas interes-
ses alheios, trata-se de clara hipótese de uso irregular do
6.5 Contraposição poder, também denominado abuso de poder. O abuso de
poder, além de causar a invalidade do ato, constitui em
É o modo de extinção que ocorre com a expedição de ilícito ensejador de responsabilidade pela autoridade com-
um segundo ato, fundado em competência diversa, cujos petente que causou danos com seu uso irregular.
efeitos são contrapostos aos do ato inicial. É uma espécie Abuso de poder pode se manifestar no exercício das
de revogação praticada por autoridade distinta da que ex- funções administrativas sob duas formas: pelo excesso de
pediu o ato inicial. Exemplo: nomeação de uma funcionária poder, e pelo desvio de finalidade. Excesso de poder é a
anteriormente exonerada de seu cargo. hipótese de uso irregular dos poderes administrativos pelo
qual a autoridade competente ou não, pratica algum ato
desrespeitando os limites impostos, exorbitando o uso
EXERCÍCIO COMENTADO de suas faculdades administrativas. Ao exceder sua com-
petência legal, o agente responsável age com exageros e
1. (TRT-PE – Técnico Judiciário – FCC – 2018) Um parti- desproporcionalidade, o que torna o ato praticado por ele

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cular interessado em obter porte de arma solicitou à Admi- absolutamente inválido. Mas o excesso de poder admite
nistração consentimento para tanto. Nesta hipótese, a ma- convalidação, ou seja, há hipóteses em que se pode corrigir
nifestação positiva da Administração, que demanda análise vício cometido no ato preservando sua eficácia, dependen-
de aspectos subjetivos do requerente, consistirá em um ato do do caso concreto.
administrativo: Desvio de finalidade, por sua vez, é vício do ato admi-
nistrativo, praticado sempre por autoridade competente,
a) unilateral e vinculado, que faculta o uso, sem restrições, que tem por fim diverso daquele previsto, explícita ou im-
quando o particular preencher as condições objetivas plicitamente, nas regras de competência da legislação (art.
necessárias e previstas em lei. 2º, par. único, e, da Lei nº 4.717/1965). A finalidade diversa
b) vinculado, de natureza bilateral, que se denomina licen- não macula os requisitos essenciais dos atos administra-
ça. tivos (competência, objeto, forma, motivo), mas tende a
c) discricionário e precário, que se denomina licença e se macular o ato, tornando-o nulo. O único caminho possível
fundamenta no poder disciplinar. para esse ato é a anulação, ou seja, não há possibilidade
d) discricionário, mas não precário, bilateral, podendo de- de convalidação. O desvio de finalidade pode ocorrer tanto
nominar-se licença ou autorização, indistintamente. nas condutas comissivas, em seu campo de atuação, quan-
e) unilateral, discricionário e precário, que se denomina au- to nas condutas omissivas, isso é, quando o agente público
torização. se abstém de realizar tarefa legalmente imposta.
Exemplos de desvio de finalidade são bastante comuns
Resposta: Letra E - No caso mencionado, é evidente que na Administração Pública brasileira: a construção de estra-
o interesse pelo porte de arma é somente do particular. da cujo trajeto foi elaborado com objetivo de valorizar a
A análise das condições, nesse caso, estão submetidas propriedade rural de um governador; a transferência de
aos requisitos de conveniência e oportunidade (“aspectos servidor público para outro Estado apenas para ficar longe
subjetivos do requerente”). Não se trata de ato vinculado, da filha do delegado de polícia da cidade, a nomeação de

133
réu em ação penal a cargo público para obter foro privile- administrativo que introduz o regulamento em si. Decreto
giado e transferir seu processo para o STF, etc. Percebe-se representa a forma do ato administrativo, enquanto o re-
que, em todos os casos, há a sobreposição de um interes- gulamento representa seu conteúdo.
se particular sobre o interesse da coletividade: os agentes Ambos os decretos e regulamentos são atos em posi-
estatais, dessa forma, praticam atos visando obter alguma ção de inferioridade em relação as leis e, por isso, não são
vantagem pessoal, para eles mesmos ou para outrem, con- capazes de criar direitos e obrigações aos particulares sem
cretizando, assim, o desvio de finalidade. fundamento legal. Suas funções primordiais, no entanto,
O estudo dos poderes da Administração Pública, assim, são a redução da margem de interpretação das normas,
é de extrema importância para verificar quais são os seus pois se um decreto dispõe qual é a forma mais correta de
limites de atuação. Para tanto, a doutrina costuma dividir aplicação da lei, esta perde um pouco de seu caráter geral
esse poder conferido à Administração em seis vertentes: e abstrato, seu campo de discricionariedade é reduzido a
poder vinculado; poder discricionário; poder disciplinar; uma única forma válida de aplicação no âmbito jurídico.
poder hierárquico; poder de polícia; e poder regulamentar. Por isso, o poder regulamentar apresenta natureza vincu-
Poder vinculado é aquele em que a lei atribui determi- lada.
nada competência ao administrador, delimitando todos os Existem diversas espécies de regulamentos administra-
aspectos de sua conduta, o qual deve compulsoriamente tivo:
seguir a forma prevista na lei, não havendo qualquer mar- A) Regulamentos administrativos ou de organização:
gem de liberdade para que o agente público escolha a me- são aqueles que disciplinam questões internas de
lhor forma de cumprir suas funções. Os atos praticados no estruturação e funcionamento da Administração
exercício do poder vinculado são denominados atos vin- Pública, bem como as relações jurídicas de sujei-
culados. ção especial do Poder Público perante particulares.
Poder discricionário é o poder que o legislador, ao de- Exemplo: regulamento que disciplina organização e
limitar a competência da Administração Pública, confere funcionamento da administração federal (art. 84, VI,
também uma margem de liberdade para que o agente pú- a, da CF/1988).
blico possa escolher, diante da situação jurídica, qual o ca- B) Regulamentos habilitados ou delegados: em alguns
minho mais adequado, ou qual a melhor forma de solução países, há a possibilidade do Poder Legislativo dele-
daquela desavença. A lei não impõe um único comporta- gar ao Executivo a disciplina de matérias reservadas
mento como no poder vinculado: ela delega ao administra- privativamente à lei, havendo uma transferência de
dor a faculdade de avaliar a melhor solução para cada caso. competência legislativa. Tais regulamentos não são
Garantir margem de liberdade não significa que o adminis- admitidos no direito administrativo brasileiro.
trador deve agir fora da lei, pois a discricionariedade não C) Regulamentos executivos: são os regulamentos co-
o permite estar acima da legislação. Além disso, o poder muns, expedidos sobre matéria disciplinada pela le-
discricionário também pode sofrer controle pelo Poder Ju- gislação, permitindo a fiel execução da norma legal.
diciário, exceto quando a questão for referente ao mérito É a hipótese do art. 84, IV, da CF/1988.
dos atos discricionários, cuja competência é exclusiva da D) Regulamentos autônomos: são os que dispõem so-
própria Administração. bre tema não disciplinado pela legislação. Há um
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conjunto de temas que a norma constitucional reti-


1. Poder regulamentar rou da competência do Poder Legislativo e atribuiu
sua disciplina ao Poder Executivo. A EC nº 32/2001
O poder regulamentar consiste na possibilidade do elenca dois temas que só podem ser disciplinados
Chefe do Poder Executivo de cada entidade da Federa- por decreto expedido pelo Presidente da República:
ção de editar atos administrativos gerais, abstratos ou a organização da administração federal; e a extinção
concretos, expedidos para dar fiel cumprimento à lei. Seu de funções e cargos vagos e não ocupados.
fundamento legal encontra-se disposto no art. 84, IV, da
CF/1988: “Compete privativamente ao Presidente da Repú- 1.1. Poder hierárquico
blica: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execu- Poder hierárquico é o poder que dispõe o Executivo
ção”. Por ser de competência exclusiva do Chefe do Poder para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, bem
Executivo, é indelegável a qualquer subordinado. Embora como ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabe-
o texto constitucional faça menção somente ao Presidente lecendo uma relação de subordinação entre os servidores
da República, o referido poder pode ser exercido, por sime- do seu quadro de pessoas. As relações de hierarquia são
tria, pelos Governadores e Prefeitos. características únicas, existem somente no âmbito do Po-
Uma das palavras chave do poder regulamentar é “re- der Executivo, isso é, não existe hierarquia entre órgãos do
gulamento”. Trata-se de ato administrativo que tem por Poder Legislativo e do Judiciário. Além disso, importante
escopo estabelecer detalhes e diretrizes quanto ao modo frisar que não existe poder hierárquico entre membros da
de aplicação dos dispositivos legais, dando maior concre- Administração Indireta, pois estes são entidades autôno-
tude aos comandos gerais e abstratos presentes na legis- mas, que não se subordinam aos entes que o criaram. Pela
lação. Não se confunde com o decreto, que é outro ato hierarquia, há a imposição ao subalterno da estrita obe-

134
diência às ordens e instruções legais superiores, além de porária, e somente pode ser realizada dentro da mesma
definir a responsabilidade de cada um de seus agentes e linha hierárquica, o que significa que a avocação só pode
órgãos públicos. ser vertical, não se admite a avocação horizontal.
Quanto às suas características, diz-se que o poder hie- Por fim, a revisão é a capacidade de rever os atos dos
rárquico é interno e permanente. Interno é o poder que inferiores hierárquicos, apreciando todos os seus aspectos
atinge apenas os próprios membros da Administração, para a análise de sua manutenção ou invalidação. É somen-
não tem o condão de atingir as relações dos particulares. te possível a revisão de atos praticados pelos órgãos públi-
É também um poder permanente, porque não é exercido cos e agentes subordinados hierarquicamente.
de modo esporádico e episódico, como o que acontece no Para as entidades da Administração Indireta, existe ape-
poder disciplinar. nas uma forma de controle fiscalizatório e finalístico de
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades seus atos, o qual denomina-se supervisão ministerial, que
implícitas ao superior, tais como dar ordens e fiscalizar o não tem relação com o poder hierárquico. A supervisão
seu cumprimento, delegar e avocar atribuições, bem como ministerial não admite a revisão dos atos praticados pelas
rever atos de seus inferiores. autarquias, fundações, e demais entidades da Administra-
ção Indireta.
#FicaDica
1.3 Poder disciplinar
A Lei nº 9.784/1999 dispõe sobre a delegação e
a avocação. A delegação traduz-se numa dis-
tribuição temporária de competências para O poder disciplinar consiste na faculdade da Adminis-
um subalterno, representando um movimento tração de punir seus agentes, nas hipóteses em que estes
centrífugo. As delegações devem ser feitas nos tenham cometido alguma infração de ordem funcional.
casos em que as atribuições forem genéricas e Correlato com o poder hierárquico, mas não se confunde
não fixadas como privativas de certo executor. com o mesmo. No poder hierárquico, a Administração Pú-
A avocação, por sua vez, concentra (absorve) as blica distribui e escalona as suas funções executivas. Já no
competências em um único agente, caracteri- uso do poder disciplinar, a Administração simplesmente
zando um movimento centrípeto. Para melhor controla o desempenho de funções e a conduta de seus
recordação: servidores, responsabilizando-os pelas faltas porventura
Delegação = Distribuição de competências cometidas.
Em relação as suas características, o poder disciplinar é
Avocação = Absorção de competências
interno, não-permanente ou temporário, e discricionário.
Assim como o poder hierárquico, a imposição de sanções
pela Administração não se aplica aos particulares, somente
A delegação é a transferência temporária de competên- a seus próprios servidores, salvo as hipóteses destes serem
cia administrativa de seu titular, a outro órgão ou agente contratados pela Administração Pública. Todavia, distin-
público subordinado à autoridade outorgante (delegação gue-se do poder hierárquico na medida em que é não-per-
vertical), ou fora da sua linha hierárquica (delegação ho- manente, isso é, só será aplicado apenas se e quando o ser-

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rizontal). O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 dispõe do mesmo vidor cometer infração funcional. Percebe-se, então, que o
modo: “Um órgão administrativo e seu titular poderão, se poder disciplinar apresenta caráter punitivo e sancionador,
não houver impedimento legal, delegar parte da sua com- enquanto o poder hierárquico advém da simples obediên-
petência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não cia dos subalternos para com a entidade detentora deste
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for poder. A discricionariedade do poder disciplinar traduz-se
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, na possibilidade da Administração em poder escolher qual
social, econômica, jurídica ou territorial”. Essa transferência a punição mais apropriada para cada caso, isso é, ela possui
de competência é sempre provisória, o que significa que certa margem de liberdade para o seu exercício.
pode ser revogada a qualquer tempo. Os servidores públicos que cometerem qualquer infra-
A regra geral é sempre a delegabilidade das com- ção no exercício de suas funções estão sujeitos às seguin-
petências. Todavia, a própria legislação (art. 13 da Lei nº tes penalidades, dispostas no art. 127 da Lei nº 8.112/1990:
9.784/1999) assevera três matérias que não podem ser de- advertência; suspensão; demissão; cassação de aposenta-
legadas. Assim, são indelegáveis: a edição de ato de caráter doria ou disponibilidade; destituição de cargo em comis-
normativo, pois constituem-se em regras gerais aplicáveis são; e destituição de função comissionada. A aplicação de
a todos os órgãos, incompatível com a delegação; a deci- qualquer uma dessas penalidades depende de prévio pro-
são em recursos administrativos, para evitar que a mesma cesso administrativo, respeitada a garantia de contraditório
autoridade possa julgar o mesmo processo mais de uma e ampla defesa, sob pena de nulidade da sanção.
vez pela delegação; e as matérias que forem consideradas
de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 1.4 Poder de polícia
A avocação encontra-se disposta no art. 15 da Lei nº
9.784/1999. Consiste na possibilidade da autoridade com- A expressão “poder de polícia” pode ser interpretada
petente de chamar para si a competência de um agente ou de duas maneiras: em um sentido amplo, corresponde a
órgão subordinado. Trata-se de medida excepcional e tem- qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade pri-

135
vada, de origem administrativa ou legislativa. Há também também manifestar-se mediante obrigações positivas ou
o poder de polícia em sentido restrito, mais utilizado pela de fazer, como é o caso da imposição da função social da
doutrina, que engloba apenas as restrições impostas pelas propriedade ao dono do imóvel, disposta no art. 5º, XXII,
limitações administrativas, excluindo as limitações de or- da CF/1988.
dem legal. Em sentido restrito, envolve atividades adminis- O poder de polícia se manifesta pela expedição de atos
trativas de fiscalização e condicionamento da esfera priva- normativos, como é o caso das regras sobre o direito de
da de interesses, em prol da coletividade. construir, ou por meio de atos concretos, como a obtenção
O poder de polícia tem grande destaque no exercício de licença para a reforma de um imóvel, cujo interesse é
das funções da Administração moderna, junto com a pres- exclusivo do particular (proprietário do imóvel, no caso).
tação de serviços públicos e o fomento à iniciativa privada. Por fim, convém ressaltar a finalidade do poder de polí-
Porém, essas duas funções representam uma atuação esta- cia, qual seja, agir em prol do interesse público. Por isso, o
tal ampliativa, enquanto que o poder de polícia representa Estado deve conciliar os direitos individuais, com o interes-
uma atuação restritiva do Estado, limitando a liberdade e a se da coletividade. Tal finalidade é típica da Administração
propriedade individual em favor do interesse público. Pública, pois tem como fundamento o princípio sistêmico
O art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN) tem seu da primazia do interesse público sobre o privado.
conceito legal de poder de polícia:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da ad- 1.4.1 Natureza jurídica do poder de polícia
ministração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou absten- Quanto a sua natureza jurídica, é entendimento ma-
ção de fato, em razão de interesse público concernente à joritário que o poder de polícia é discricionário. Na dou-
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina trina, muitos autores costumam definir poder de polícia,
da produção e do mercado, ao exercício de atividades eco- utilizando-se a expressão “faculdade que o Estado possui
nômicas dependentes de concessão ou autorização do Po- de impor limites...”. Isso quer dizer que não apresenta ca-
der Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à pro- racterísticas de obrigação legal, mas de uma permissão.
priedade e aos direitos individuais ou coletivos. A escolha sobre qual método utilizar para o exercício do
Diante de tudo que foi exposto, podemos conceituar referido poder, e quando, compete somente à própria Ad-
poder de polícia como a atividade da Administração Pú- ministração Pública.
blica, com fundamento na lei e na supremacia geral, que Porém, vale ressaltar as hipóteses de obtenção de licen-
consiste na imposição de limites à liberdade e à proprieda- ça. A licença é ato administrativo relacionado ao poder de
de dos particulares, regulando a prática desses atos, ou a polícia, que apresenta previsão legal para a sua obtenção,
abstenção dos mesmos, manifestando-se por meio de atos tratando-se por isso, de ato vinculado. Com isso, podemos
normativos ou concretos, tudo isso em benefício do inte- afirmar que a manifestação do poder de polícia pode ocor-
resse público. rer mediante a expedição de atos no exercício da compe-
Ao dizer que trata-se de atividade da Administração Pú- tência discricionária da Administração, ou por meio de atos
blica, procuramos enfatizar a concepção stricto sensu do vinculados, com a devida previsão legal. O poder de polí-
poder de polícia, que não se confunde com as limitações cia também é indelegável, uma vez que pressupõe a posi-
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à liberdade e ao direito de propriedade impostas pelo le- ção de superioridade de quem o exerce, não podendo ser
gislador. Por ser atividade da Administração, deve ser exer- transferido a particulares (art. 4º, III, da Lei nº 11.079/2004).
cido, respeitando os princípios da razoabilidade e propor-
cionalidade. 1.4.2 Polícia administrativa e polícia judiciária
A fundamentação legal é outro aspecto importante do
poder de polícia, uma vez que a lei condiciona o exercício A concepção do poder de polícia abrange muito mais
de determinadas atividades à obtenção de licenças ou con- do que a simples promoção de segurança pública. Toda-
cessões pelo Poder Público. O legislador deve, então, ela- via, imprescindível destacar as atividades estatais de pre-
borar os requisitos necessários para o exercício do poder venção e repressão da criminalidade sob a ótica do poder
de polícia pelo Estado. de polícia. Assim, costuma-se dividir a atuação do Estado
O poder de polícia tem por objeto a imposição de li- para promoção da segurança pública em duas categorias
mitações à liberdade e propriedade dos particulares, ins- de “polícias” distintas: a polícia administrativa, e a polícia
tituindo condições capazes de compatibilizar seu exercício judicial.
às necessidades de interesse público. Tais imposições tam- A polícia administrativa tem um caráter preventivo. Isso
bém podem ser aplicadas ao Estado. Isso significa que até significa que a sua atuação deve ocorrer antes da práti-
mesmo o Poder Público pode ter suas liberdades e pro- ca do crime, tendo por finalidade evitar a sua ocorrência.
priedades sofrerem limitações em face das necessidades Submete-se às regras de Direito Administrativo. No Bra-
do interesse público. sil, a polícia administrativa é exercida pela Polícia Militar
Para o seu exercício, a Administração Pública deve re- e os vários órgãos de fiscalização de diversas áreas, como
gular a prática dos atos ou a abstenção de fatos. Em regra, saúde, educação, trabalho, previdência e assistência social.
o poder de polícia manifesta-se em obrigações negativas, A polícia administrativa protege os interesses primordiais
ou de não fazer, impostas aos particulares, limitando a es- da sociedade ao impedir comportamentos individuais que
fera de atuação dos seus direitos. Excepcionalmente, pode possam causar prejuízos maiores à coletividade.

136
A polícia judiciária, por sua vez, apresenta caráter repressivo. Sua atuação ocorre após a constatação do crime. Após
a ocorrência do crime, deve a polícia judiciária abrir um processo de investigação em busca da autoria e materialidade
do crime. Sua razão de ser é a punição dos infratores. Rege-se pelas regras de Direito Processual Penal. Ela incide sobre
pessoas, ao contrário da polícia administrativa, que age sobre a atividade das pessoas. A polícia judiciária é exercida pelas
corporações especializadas, denominadas Polícia Civil e Polícia Federal.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (TJ-AL – Analista Judiciário – FGV – 2018) Poder de polícia pode ser conceituado como uma atividade da Adminis-
tração Pública que se expressa por meio de seus atos normativos ou concretos, com fundamento na supremacia geral do
interesse público para, na forma da lei, condicionar a liberdade e a propriedade individual, mediante ações fiscalizadoras
preventivas e repressivas.
De acordo com ensinamentos da doutrina de Direito Administrativo, são características ou atributos do poder de polícia:

a) a hierarquia, a disciplina e a legalidade.


b) a imperatividade, a delegabilidade e a imprescritibilidade.
c) a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.
d) a indelegabilidade, a hierarquia e o respeito às forças de segurança pública.
e) a imposição da força policial, a voluntariedade e a disciplina.

Resposta: Letra C - Lembre-se que, como regra geral, o poder de polícia é função da Administração que atinge os particu-
lares, o que a diferencia do poder hierárquico e disciplinar. O poder de polícia não precisa de prévia autorização do Poder
Judiciário (autoexecutoriedade). Não há relação de hierarquia, embora o Poder Público utilize-se de força física (coercibili-
dade) para impor limitações aos direitos e liberdades dos particulares. A Administração possui margem de liberdade para
escolher a melhor forma de impor tais limites (discricionariedade).

NOÇÕES DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: COMUNICAÇÃO, LIDERANÇA, MOTIVA-


ÇÃO, GRUPOS, EQUIPES E CULTURA ORGANIZACIONAL.

Prezado candidato, você vai encontrar os tópicos em Noções de administração de pessoas;

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NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS: FERRAMENTAS E CONCEITOS.

Processos são sequências de ações ou eventos que levam a um determinado fim, resultado ou objetivo.

A relação fundamental entre os processos é que há uma entrada de alguma coisa, uma etapa de transformação ou
processamento e uma saída.

137
Exemplo:

Para acompanhar as novas tendências a área de gestão de processos ocupa cada vez mais espaço na gestão adminis-
trativa.

Os principais fatores que tem contribuído para essa tendência são:

Aumento da demanda de mercado exige desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços de forma mais

ágil e rápida.
A implantação dos ERPs gera a necessidade prévia de mapeamento dos processos.

As regras e procedimentos organizacionais se mostram cada vez mais desatualizados devido ao ambiente de cons-

tante mudança, provocando ocorrência de erros ou decisões postergadas por falta de uma orientação clara.
Maior frequência de entrada e saída de profissionais (turnover), dificultando a gestão de conhecimento e a docu-

mentação das regras de negócio e, além disso, gera maior dificuldade na integração e treinamento de novos cola-
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boradores. 

Diante disso tudo, as organizações tem buscado cada vez mais novas formas de gerenciar seus processos e, iniciam essa
ação através da revisão e pelo desenvolvimento das normas organizacionais, criando assim um mapeamento do processo
que irá orientar as ações posteriormente.
Nesse momento, identificar os processos relevantes à organização e a forma como estes devem ser operacionalizados
com eficiência, requer que os administradores saibam:
 Qual o dimensionamento de equipe ideal para a execução e o controle dos processos;
 Qual o suporte adequado de ferramentas tecnológicas;
 Quais os métodos de monitoramento e controle do desempenho a serem utilizados e
 Qual é o nível de integração e interdependência entre processos.

A identificação desses aspectos permitem à organização ter uma visão panorâmica e abrangente (BPM) sobre os pro-
cessos a serem implantados, sendo que, essa visão, para ser implantada deve considerar:

1) Tradução do negócio em processos: É importante definir quais são os processos mais relevantes para a organização
e aqueles que os suportam. Isso é possível a partir do entendimento da Visão Estratégica, como se pretende atuar e
quais os diferenciais atuais e desejados para o futuro. Com isso, é possível construir o Mapa Geral de Processos da
Organização.
2) Mapeamento e detalhando os processos: A partir da definição do Mapa Geral de Processos inicia-se a priorização
dos processos que serão detalhados. O mapeamento estruturado com a definição de padrões de documentação
permite uma análise de todo o potencial de integração e automação possível. De forma complementar são identifi-

138
cados os atributos dos processos, o que permite, por Através da departamentalização cada área cuida de
exemplo, realizar estudos de custeio das atividades forma individual da aquisição de suas matérias primas, do
que compõe o processo, ou ainda dimensionar o ta- desenvolvimento do produto, do contas a pagar e a rece-
manho da equipe que deverá realizá-lo. ber, perde-se o contato com o cliente, e muitas vezes, os
3) Definição de indicadores de desempenho: O ob- processos correm o risco de serem “quebrados”, “interrom-
jetivo do BPM é permitir a gestão dos processos, pidos” e, iniciam-se os problemas de retrabalhos, de perda
o que significa medir, atuar e melhorar! Assim, tão de tempo, de desperdícios, acumulo e desvio de funções,
importante quanto mapear os processos é definir os entre outros problemas possíveis de ocorrem quando se
indicadores de desempenho, além dos modelos de perde a visão por processos.
controle a serem utilizados.
4) Gerando oportunidades de melhoria: A intenção Exatamente, existe uma diferença entre gestão de pro-
é garantir um modelo de operação que não leve a cesso e gestão por processo, como veremos a seguir.
retrabalho, perda de esforço e de eficiência, ou que Portanto, através da Gestão POR processos, alcança-se:
gere altos custos ou ofereça riscos ao negócio. Para  
tal é necessário identificar as oportunidades de me- - Gerenciamento alinhado à estratégia da organização;
lhoria, que por sua vez seguem quatro alternativas - Foco no desenvolvimento do produto/serviço para o
básicas: incrementar, simplificar, automatizar ou eli- cliente;
minar. Enquanto que na primeira busca-se o ganho - Aplicação e análise permanente do desempenho dos
de escala, na última busca-se a simples exclusão da processos por meio de indicadores;
atividade ou transferência da mesma para terceiros. - Direcionamento e capacitação das equipes de traba-
5) Implantando um novo modelo de gestão: O BPM lho;
não deve ser entendido como uma revisão de pro- - Fortalecimento da comunicação em todos os níveis da
cessos. A preocupação maior é assegurar melhores organização.
resultados e nesse caminho trata-se de uma mudan-
ça cultural. É necessária maior percepção das rela- Assim, conclui-se que com a gestão por processos há
ções entre processos. Nesse sentido, não basta con- maior sinergia entre as áreas, com processos otimizados,
trolar os resultados dos processos, é preciso treinar e padronizados e controlados, fortalecendo o relacionamento
integrar as pessoas visando gerar fluxo de atividades interdepartamental, possibilitando a visão do “todo” e pro-
mais equilibrado e de controles mais robustos. duzindo resultados voltados para o negócio.

É por causa desse último passo que a implantação de 1.Tipos de processos


BPM deve ser tratada de forma planejada e orientada em
resultados de curto, médio e longo prazo. Na gestão de processos observamos a ocorrência de
Como já dissemos, o BPM representa uma visão bem atividades inter-relacionadas, que interagem entre si, cada
mais abrangente, onde a busca por ganhos está vinculada uma dentro de um contexto de processo, porem, relacio-
a um novo modelo de gestão. Colocar tal modelo em prá- nando-se umas coma as outras.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO


tica requer uma nova forma de analisar e decidir como será
o dia-a-dia da organização de hoje, amanhã, na semana 1.1. Mapeamento de processos
que vem, no próximo ano e assim por diante.
Mapeamento de processos – tem por finalidade:
A gestão de processos envolve dois componentes es- Proporcionar conhecimento e a análise dos processos
senciais: e seu relacionamento com os dados, estruturados em uma
visão top down, até um nível que permita sua perfeita com-
• Recursos: tudo aquilo que é necessário para a exe- preensão e obtenção satisfatória dos produtos e serviços,
cução do processo – recursos humanos, financeiro e objetivos e resultados dos processos.
infraestrutura. Permitir que sejam conhecidas com detalhes e profun-
• Regras: representa o aspecto documental que irá didade todas as operações que ocorrem durante a fabrica-
nortear as ações – procedimentos, regras, regimen- ção de um produto ou a produção de um serviço.
tos, regulamentos, entre outros. Permitir descobrir a “organização oculta”.

Como vimos acima, gestão de processo é um conjunto Vale ressaltar que o mapeamento de processos tem
de atividades realizadas por indivíduos ou equipamentos, como pressuposto a visão sistêmica, segundo a qual a or-
com auxilio de recursos, com a finalidade de atingir uma ganização deve ser entendida como um todo, com com-
transformação de insumos/informações em produtos ou ponentes que estabelecem relações complexas entre si,
serviços. dentro de um contexto.
Com a departamentalização, o processo não é mais vis-
to como um todo, o que exige uma atenção maior para a
execução em cada fase, de forma que não se comprometa
o resultado final.

139
1.2. Análise e melhoria de processos

A análise permite um aperfeiçoado de forma constante, de forma que o processo agregue cada vez mais valor à orga-
nização e consuma menos recursos (menos insumos, ser executado mais rapidamente, exigir menos esforços das pessoas,
necessitar de menos pessoas).
A melhoria é a “mudança discreta de um processo, no qual os parâmetros de saída (especificações do produto, pro-
dutividade, regularidade etc.) apresentam melhorias mensuráveis, de forma estável e consistente, em relação a uma fase
anterior”.
Ao considerarmos a melhoria, percebemos a relação próxima da gestão de processos com a gestão da qualidade. O
aperfeiçoamento de processos, inclusive, é frequentemente inserido, nas organizações, dentro de programas de qualidade
total.
Unir tempo, lucratividade e redução de custos, tornou-se um objetivo das organizações, onde, o foco é conseguir ser-
viços e produtos com qualidade, não somente como uma forma de estratégia de diferenciação do seu produto/serviço
no mercado, mas como condição de preexistência.
A gestão da qualidade e a gestão de processos complementam-se e, se bem conduzidas, podem levar a organização
à alcançar elevados patamares de produtividade e eficácia.
Ambas têm como objetivo: a melhoria do desempenho organizacional a partir da melhoria de seus processos, tornan-
do a administração dos negócios mais transparente e auxiliando na tomada de decisão e gestão corporativa.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (TRT/7ª Região/CE – 20107 - CESPE) Nas organizações, a gestão de processos deve considerar tanto os processos cen-
trais quanto os de apoio e os periféricos. Na gestão de processos, os processos considerados centrais incluem 

a) a aquisição de insumos para a produção.


b) o processamento de pedidos de produtos.
c) a elaboração do balanço patrimonial e financeiro.
d) o recrutamento e a seleção de empregados. 
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Resposta: “ Letra B” Processos centrais são aqueles alinhados à finalidade da organização, ou seja, são os responsáveis
por fazer com que a organização atinja seu objetivo, resultando em produtos ou serviços. Processos centrais são aqueles
alinhados à finalidade da organização, ou seja, são os responsáveis por fazer com que a organização atinja seu objetivo,
resultando em produtos ou serviços.
Dentre as alternativas, a única que podemos considerar central é a B, afinal, processamento de pedido está diretamente
relacionado à finalidade, pois, as alternativas A e C estão relacionadas aos processos que viabilizam o funcionamento,
enquanto que a alternativa D trata-se de aspecto organizacional.

2. (TRT/7ª Região/CE – 20107 - CESPE) Nas organizações, a gestão de processos deve considerar tanto os processos cen-
trais quanto os de apoio e os periféricos. Na gestão de processos, os processos considerados centrais incluem 

a) a aquisição de insumos para a produção.


b) o processamento de pedidos de produtos.
c) a elaboração do balanço patrimonial e financeiro.
d) o recrutamento e a seleção de empregados. 

Resposta: “ Letra B” Conforme vimos no conteúdo acima, na gestão de processo temos três aspectos diferentes, cada um
com uma importância dentro do contexto geral, porem, todos inter-relacionados. Analisemos as alternativas:
Alternativa A – ERRADA – trata-se de processo suporte (representa suprimento, viabiliza o funcionamento)
Alternativa B – CERTA
Alternativa C – ERRADA – trata-se de processo gerencial (ação de direção, relacionado à gestão)
Alternativa D – ERRADA – trata-se de processo suporte (viabiliza o funcionamento da empresa)

140
3. (TCE/PE – 2017 - CESPE) Acerca da gestão de proces- mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
sos, julgue o item a seguir. da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualifi-
Processos de suporte são aqueles que têm o objetivo de cação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
medir, monitorar, controlar atividades e administrar o pre- cumprimento das obrigações”.
sente e o futuro do negócio, não agregando valor direta-
mente para o cliente. 1. Compras no setor público

O Setor de Compras ocupa papel de destaque na Ca-


( ) CERTO ( ) ERRADO
deia de Suprimentos das organizações.
Segundo Martins et al. (2006, p. 81):
Resposta: “Errado” A função de compras assume papel verdadeiramente
As funções descritas no enunciado referem-se às ativida- estratégico nos negócios de hoje em face do volume de
des gerenciais da organização, caracterizando portanto, recursos, principalmente financeiros envolvidos, deixando
processo gerencial. cada vez mais a visão preconceituosa de que era uma ativi-
O processo de suporte representa as ações necessárias dade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não
para o funcionamento da empresa, ou seja, através delas um centro de lucros.
o processo primário (ou central) se torna executável.
Nas empresas estatais e autárquicas, como também no
serviço público em geral, o processo de compras obede-
LICITAÇÃO - LEI 8.666 – 93 15. DECRETO ce uma série de requisitos, conforme estabelece a Lei nº.
7.892 - 2013 - SISTEMA DE REGISTRO DE 8.666, de 21-6-1993, alterada pela Lei nº. 8.883, de 8-6-
PREÇO. 1994, motivo pelo qual se tornam totalmente transparen-
tes.

Nota-se nos dias atuais a necessidade extrema e cons- OBSERVEM:


tante da aquisição de bens e serviços para a manutenção Sabemos que há várias diferenças entre o processo de
tanto das necessidades essenciais, quanto das supérfluas. compra no sistema privado e no sistema público, mas des-
Dentro dessa realidade de consumo, abordar-se-á neste tacamos como principal:
trabalho as formas disponíveis para que a gestão pública - Compras na Administração Pública – FORMALIDADE
aplique de maneira consciente o orçamento disponível - Compras na Administração Privada – INFORMALIDA-
para manutenção de bens e serviços. DE
Nesse contexto, os gastos de verbas públicas devem
seguir uma série de trâmites e regras para que sejam apli- De acordo com o Art. 14 da Lei da Licitação, dois princí-
cados da forma mais vantajosa, com o menor gasto e a pios preliminares devem ser seguidos:
melhor qualidade. Trata-se de uma tarefa complexa, devido 1 - A definição precisa do seu objeto;
às influências que pode provocar do ponto de vista econô- 2 - A existência de recursos orçamentários que garan-

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mico, social e político no município ou região de atuação, tam o pagamento resultante.
devendo, portanto, ser realizada com atenção e cuidado,
de forma a satisfazer os direitos e garantias do cidadão e A seguir, as condições necessárias para validar o pro-
cuidar para que não haja desperdício. cesso de compras públicas:
O legislador brasileiro elaborou uma série de normas a 1.Avaliar a necessidade (planejamento);
serem seguidas com o intuito de padronizar as aquisições e 2.Definir o quanto adquirir;
alienações. Dentre elas, destacam-se a Lei nº 8.666/93, que 3.Verificar as condições de guarda e armazenamento;
regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, 4.Buscar atender o princípio da padronização;
instituindo normas para licitações e contratos da Adminis- 5.Obter as informações técnicas quando necessárias;
tração Pública e, ainda, a Lei nº 10.520/02 (Lei do Pregão). 6.Proceder a pesquisas de mercado;
A licitação é obrigatória para toda Administração Públi- 7.Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua dis-
ca e deve seguir vários princípios, conforme preconizado pensa / inexigibilidade;
no art. 37 caput e inciso XXI da Constituição Federal: 8.Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
“Art. 37 A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri- O principal elemento que justifica o processo licitatório
to Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de para realização de compras no setor público é a TRANSPA-
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e RÊNCIA que este representa.
eficiência e, também, ao seguinte:[...] Portanto, conceituando temos que:
XXI- Ressalvados os casos específicos na legislação, as Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
obras, serviços, compras e alienações serão contratados uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir
mediante processo de licitação pública que assegure ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo condi-
igualdade de condições a todos os concorrentes, com ções por ela estipuladas previamente, convoca interessa-
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, dos na apresentação de propostas, a fim de selecionar a

141
que se revele mais conveniente em função de parâmetros
antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este proce- #FicaDica
dimento visa garantir duplo objetivo: de um, lado propor-
cionar às entidades governamentais possibilidade de rea- A diferença básica entre as duas hipóteses
lizarem o negócio mais vantajoso; de outro, assegurar aos está no fato de que, na dispensa, há possibili-
administrados ensejo de disputarem entre si a participação dade de competição que justifique a licitação;
nos negócios que as pessoas administrativas entendam de de modo que a lei faculta a dispensa, que fica
realizar com os particulares. inserida na competência discricionária da Ad-
ministração. Nos casos de inexigibilidade, não
1.1. Dispensa e inexibilidade há possibilidade de competição, porque só
existe um objeto ou uma pessoa que atenda
Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municí- às necessidades da Administração; a licitação
pios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obriga- é, portanto, inviável”. (DI PIETRO, Maria Sylvia
dos a licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, Zanella.)
o que é ponto incontroverso.
Inexigibilidade de Licitação: A obrigatoriedade somente
não se aplica em determinados casos descritos a seguir, 1.2 Princípios da licitação
conforme art. 25 da Lei 8666/93:
I - nos casos de haver um fornecedor exclusivo de de- O processo de licitatório também se baseia em princí-
terminado material, equipamento ou gênero, vedada a pios, como vemos a seguir:
preferência de marca, devendo haver a comprovação de
exclusividade por meio de atestado fornecido por órgão O art. 3º da Lei nº 8.666/93, prevê a observância dos
competente; PRINCÍPIOS da isonomia, legalidade, impessoalidade, mo-
II - para a contratação de serviços técnicos, dentro do ralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa,
conceito de serviços técnicos previsto pela própria Lei vinculação ao instrumento convocatório, julgamento obje-
8666/93 em seu artigo 13 e tivo e demais correlatos.
III - para a contratação de profissional de qualquer setor
artístico, desde que consagrado pela crítica especializa- O Princípio da Legalidade
da ou pela opinião pública. Vincula o administrador a fazer apenas o que a lei auto-
riza, sendo que, na licitação, o procedimento deverá desen-
Dispensa da licitação só ocorrerá nos casos previstos volver-se não apenas com observância estrita às legislações
no artigo 24 da Lei 8666/93, que seguem descritos abaixo: a ele aplicáveis, mas também ao regulamento, caderno de
É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, grave obrigações e ao próprio edital ou convite, segundo Hely
perturbação da ordem ou calamidade pública; Quando sua Lopes Meirelles.
realização comprometer a segurança nacional, a juízo do A não observação desse princípio impregnará o pro-
Presidente da República; Quando não acudirem interessa- cesso licitatório de vício, trazendo nulidade como conse-
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dos à licitação anterior, mantidas, neste caso, as condições quência.


preestabelecidas; Na aquisição de materiais, equipamen-
tos ou gêneros que só podem ser fornecidos por produtor, O Princípio da Isonomia ou Igualdade
empresa ou representante comercial exclusivo, bem como Consiste na ideia de que todos devem receber trata-
na contratação de serviços com profissionais ou firmas mento paritário, em situações uniformes, não sendo admi-
de notória especialização; Na aquisição de obras de arte tidos privilégios ou discriminações arbitrárias.
e objetos históricos; Quando a operação envolver conces-
sionário de serviço público ou, exclusivamente, pessoas de Princípio da igualdade
direito público interno ou entidades sujeitas ao seu contro- Além de consistir na obrigação de tratar isonomica-
le majoritário; Na aquisição ou arrendamento de imóveis mente todos os licitantes, também significa ensejar a qual-
destinados ao Serviço Público; Nos casos de emergência, quer interessado que atender às condições indispensáveis
caracterizada a urgência de atendimento de situação que de garantia, a oportunidade de disputar o certame.
possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança de
pessoas, obras, bens ou equipamentos; Nas compras ou Princípio da Impessoalidade
execução de obras e serviços de pequeno vulto, enten- Para evitar a preferência por alguma empresa especifi-
didos como tal os que envolverem importância inferior a camente, cuja não observação implicaria prejuízo para a li-
cinco vezes, no caso de compras e serviços, e a cinquenta sura do processo licitatório, e como consequência a decre-
vezes, no caso de obras, o valor do maior salário mínimo tação da nulidade do processo, ou seja, estabelece que “a
mensal. atividade administrativa deve ser destinada a todos os ad-
ministrados, dirigida aos cidadãos em geral, sem determi-
nação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza”.

142
Princípio da Moralidade 1.3. Modalidades de licitação
O Princípio da Moralidade significa que a Administra-
ção Pública, além de obedecer à Lei, deve respeitar a moral, A licitação, como espécie de processo administrativo, é
adotar condutas honestas. dividida em seis modalidades distintas:
Destaca-se como diz Marcio Cammarosano, o princípio Concorrência - é a modalidade de licitação própria para
da moralidade não é a moral comum, mas sim a moralida- contratos de grande valor, em que se admite a participação
de juridicizada. de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que satis-
façam as condições do edital, convocados com a antece-
Princípio da Publicidade dência mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo
Visa tornar a futura licitação conhecida dos interessados órgão oficial e pela imprensa particular;
e dar conhecimento aos licitantes bem como à sociedade Tomada de preços - é a licitação realizada entre inte-
em geral, sobre seus atos. Outra função desse princípio é ressados previamente registrados, observada a necessária
garantir aos cidadãos o acesso à documentação referente habilitação, convocados com a antecedência mínima pre-
à licitação, bem como sua participação em audiências pú- vista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em
blicas jornal particular, contendo as informações essenciais da
licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei
Princípio da Probidade Administrativa aproximou a tomada de preços da concorrência, exigindo
Atos de improbidade (são aqueles que apresentam a publicação do aviso e permitindo o cadastramento até o
imoralidade administrativa especialmente qualificada, pelo terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas;
atuar de forma desonesta, corrupta, dolosa), além de ser Convite - é a modalidade de licitação mais simples, des-
inválidos, ensejam a aplicação de sanções severas a seus tinada às contratações de pequeno valor, consistindo na
autores. solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo,
registrados ou não, para que apresentem suas propostas
Princípio da Eficiência no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige
Consiste no dever da Administração realizar a função
publicação, porque é feito diretamente aos escolhidos pela
administrativa com rapidez, perfeição e rendimento.
Administração através de carta-convite. A lei nova, porém,
determina que cópia do instrumento convocatório seja afi-
Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade
xada em local apropriado, estendendo-se automaticamen-
Pela Razoabilidade, as decisões administrativas devem
te aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que
ser amparadas e pautadas em justificativas racionais, com
manifestem seu interesse até vinte e quatro horas antes da
fulcro no bom senso
apresentação das propostas;
Princípio da Competitividade Concurso - é a modalidade de licitação destinada à escolha
Competitividade garante a livre participação a todos, de trabalho técnico ou artístico predominantemente de criação
porém, essa liberdade de participação é relativa, não signi- intelectual. Normalmente, há atribuição de prêmio aos classifica-
ficando que qualquer empresa será admitida no processo dos, mas a lei admite também a oferta de remuneração;
licitatório. Por exemplo, não faz sentido uma empresa fa- Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de bens mó-

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bricante de automóveis tencionar participar de um proces- veis e semoventes e, em casos especiais, também de imóveis.
so de licitação, quando o objeto do certame seja compra Pregão - É a modalidade de licitação destinada à con-
de alimentos. tratação de bens e serviços comuns, independentemente
É pelo Princípio da Competitividade que o edital não de seu valor, estando disciplinada na Lei nº 10.520/02. Con-
pode conter exigências descabidas, cláusulas ou condições sideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões
que restrinjam indevidamente o possível universo de lici- de desempenho e qualidade possam ser objetivamente de-
tantes para aquele certame. finidos pelo edital, sem grande necessidade de avaliações
detalhadas, visto que a relação dos bens ou serviços co-
Princípio da Vinculação muns encontra-se disposta em anexo do Decreto Federal
Administração e licitantes vinculam-se ao estabelecido nº 3.555/00, posteriormente alterado pelo Decreto Federal
no edital ou carta-convite. nº 7.174/10.

Princípio do Julgamento Objetivo #FicaDica


A Administração está obrigada a efetuar o julgamento
das propostas com base nos critérios já definidos no instru- ATENÇÃO, NÃO CONFUNDIR MODALIDADES
mento convocatório DE LICITAÇÃO COM TIPOS DE LICITAÇÃO.
Por modalidade compreendemos o procedi-
Princípio da Motivação mento por meio do qual o agente público sele-
Todas as decisões administrativas devem ser sempre cionará a melhor proposta para a Administra-
justificadas por escrito no processo da licitação, motiva- ção Pública.
das, ou seja, o agente responsável pela tomada da decisão Já tipo de licitação é o que determina os crité-
enunciar expressamente os motivos de fato e de direito rios para a escolha da melhor proposta.
que justificam determinada decisão.

143
Existem três tipos básicos de licitação: A classificação se divide em duas fases:
Menor preço - Nesse caso, o que vale é o menor pre- - Abertura de envelopes “proposta” – a abertura é feita
ço. Teoricamente, esse menor preço pode chegar a zero em ato público, previamente designado, lavrando-se ata
(ou até mesmo preço negativo).Muitas empresas acabam circunstanciada ao final.
aceitando preços menores que o viável economicamente - Julgamento das propostas – objetivo e conforme os
porque interessa a elas outros fatores como a vinculação tipos de licitação
da imagem a determinado projeto ou a conquista de um
novo cliente; As propostas que estiverem de acordo com o edital
Melhor técnica - Em alguns casos, principalmente quan- serão classificadas na ordem de preferência, na escolha
do o trabalho é complexo, o órgão público pode basear-se conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apre-
nos parâmetros técnicos para determinar o vencedor; sentarem em conformidade com o instrumento convoca-
Menor preço e melhor técnica - Nesse caso, os dois tório serão desclassificadas. Não se pode aceitar proposta
parâmetros são importantes. Assim, no próprio edital de que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de
licitação deve estar claro o peso que cada um dos parâme- valor zero, ainda que o instrumento convocatório não te-
tros (preço e qualidade técnica) deve ter para que se possa nha estabelecido limites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei
fazer uma média ponderada. 8.666/93).

Enfim, ao passo que os tipos de licitação estão rela- 1.6 Fases do processo de licitação
cionados à recepção de propostas, as modalidades estão
relacionadas aos demais procedimentos administrativos O processo de licitação é dividido em duas fases: fase
adotados na gestão do processo licitatório. interna e fase externa, as quais, por sua vez, subdividem-se
em fases específicas.
1.5. Edital de licitação
“É o instrumento pelo qual a Administração leva ao co- 1.6.1. Fase interna
nhecimento público a abertura de concorrência, de tomada
de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua Fase preliminar da licitação que compreende os seguin-
realização e convoca os interessados para a apresentação tes atos: definição do objeto a ser contratado, estimativa
de suas propostas”. do custo do contrato, reserva da receita orçamentária, ela-
Como lei interna, vincula a Administração e os partici- boração do instrumento convocatório, exame do edital ou
pantes. carta-convite pela assessoria jurídica, autorização para lici-
Funções do edital: tar e publicação do edital.
- Dá publicidade à licitação;
- Identifica o objeto licitado e delimita o universo das 1.6.1.1. Fase de Abertura
propostas;
- Circunscreve o universo dos proponentes; Assim sendo, o procedimento de licitação é iniciado
- Estabelece os critérios para análise e avaliação dos com a abertura de processo administrativo, devidamente
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proponentes e das propostas; autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização


- Regula atos e termos processuais do procedimento; respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
- Fixa cláusulas do futuro contrato. para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamen-
te: o edital ou convite e respectivos anexos; comprovante
Quanto à sua HABILITAÇÃO, por vezes denominada das publicações do edital ou da entrega do convite; ato de
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se analisa designação da comissão de licitação, do leiloeiro adminis-
a aptidão dos licitantes. trativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; original
das propostas e dos documentos que as instruem; atas,
DETALHE IMPORTANTE: APTIDÃO - qualificação indis- relatórios e deliberações da Comissão de Licitação; pare-
pensável para que a proposta possa ser objeto de consi- ceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dis-
deração. pensa ou inexigibilidade; atos de adjudicação do objeto da
SEM APTIDÃO – o órgão competente não habilita. licitação e da sua homologação; recursos eventualmente
OBSERVA-SE: MODALIDADE de licitação chamada apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e
“CONVITE” inexiste a fase de habilitação - aqui a aptidão decisões; despacho de anulação ou de revogação da licita-
é presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante ção, quando for o caso, fundamentado circunstancialmen-
que escolhe e convoca aqueles que julgam capacitados a te; termo de contrato ou instrumento equivalente; outros
participar do certame, admitindo, também, eventual inte- comprovantes de publicações e demais documentos rela-
ressado, não convidado, mas cadastrado. tivos à licitação.
CLASSIFICAÇÃO – momento em que as propostas ad-
mitidas são ordenadas em função das vantagens que ofe-
recem, na conformidade dos critérios de avaliação estabe-
lecidos no edital.

144
1.6.2. Fase externa 1.6.2.3. Fase de Homologação e Adjudicação

1.6.2.1. Fase de Habilitação Uma vez concluída a fase de classificação e julgamen-


Após a publicação do edital, tem início a fase externa to, a autoridade superior à Comissão de Licitação, com
da licitação, que é caracterizada pela habilitação e pela fundamento no poder-dever que lhe é atribuído, poderá,
seleção do melhor licitante, dentre os habilitados. Para a alternativamente: homologar os atos administrativos pra-
habilitação nas licitações, será exigido dos interessados: ticados, confirmando o resultado da licitação; revogar os
documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação atos administrativos praticados ou mesmo a licitação toda,
técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade motivada por razões de interesse público, que decorram de
fiscal e prova de que o interessado não empregue em tra- fato superveniente devidamente comprovado, pertinente
balho noturno, perigoso ou insalubre menores de dezoito e hábil para justificar tal conduta ou anular os atos admi-
anos, bem como não empregue em qualquer trabalho me- nistrativos praticados ou mesmo a licitação toda, motivada
nores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a por ilegalidade relacionada ao processo licitatório, median-
partir de quatorze anos. A inabilitação do licitante importa te parecer escrito e devidamente fundamentado.
preclusão do seu direito de participar das fases subseqüen- Com o resultado homologado, o licitante cuja proposta
tes do processo licitatório. tiver sido selecionada terá o direito à adjudicação do ob-
jeto da licitação. A adjudicação consiste na atribuição do
1.6.2.2. Fase de Classificação e Julgamento objeto da licitação àquele cuja proposta tenha sido selecio-
nada, para imediata execução do contrato.
O julgamento das propostas será objetivo, devendo a
Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite reali- 1.6.2.4. Inversão de fases no procedimento licitatório
zá-lo em conformidade com os tipos de licitação e os cri-
térios previamente estabelecidos no ato convocatório. No Convém ressaltar uma exceção trazida pela Lei nº
caso de empate entre duas ou mais propostas, deverá ser 11.196/05 e pela Lei nº 10.520/02, prevendo que o edital
observado o disposto no artigo 3º, § 2º, da Lei de Licita- de licitação estabelecerá a inversão da ordem das fases
ções. de habilitação e julgamento nas modalidades de pregão e
Nota-se nesta fase que, com o advento da Lei Comple- concorrência para outorga de concessões e permissões de
mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que estabele- serviços públicos. Nesses casos, uma vez encerrada a fase
ceu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de de classificação das propostas, será aberto o envelope com
Pequeno Porte, ocorreu a adoção de novas regras de licita- os documentos de habilitação do licitante mais bem clas-
ções públicas, dando tratamento diferenciado e favorecido sificado. Uma vez constatado o atendimento às exigências
às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbi- editalícias, o licitante será declarado vencedor. Por outro
to dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal lado, caso o licitante melhor classificado seja inabilitado,
e dos Municípios, com relação à preferência nas aquisições serão analisados os documentos do licitante classificado
de bens e serviços pelos Poderes Públicos. Na prática, os em segundo lugar, e assim sucessivamente.
direitos são: deverão apresentar toda a documentação exi-

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gida para efeito de comprovação de regularidade fiscal, 1.7 Contratos administrativos
mesmo que com restrições. Porém, havendo alguma restri-
ção, será assegurado o prazo de dois dias úteis, prorrogá- Contrato Administrativo é o contrato celebrado pela Ad-
veis por igual período, cujo termo inicial corresponderá ao ministração Pública, com o propósito de satisfazer as neces-
momento em que o proponente for declarado o vencedor sidades de interesse público. De acordo com Bellote Gomes:
do certame, para a regularização da documentação. Ou- “Contrato administrativo é um acordo de vontades ce-
tro privilégio é o direito de preferência nas situações de lebrado entre a Administração Pública e o particular ou ou-
empate, ou seja, quando as propostas apresentadas pelas tro ente administrativo (órgão ou pessoa jurídica de direito
microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais público ou privado) para a realização de objetivos de inte-
ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. resse público, nas condições estabelecidas pela própria Ad-
No caso do pregão, aplica-se às propostas que não sejam ministração Pública, sendo disciplinado preferencialmente
superiores a 5% da proposta com o menor valor. Dessa for- pela Lei de Licitações”.
ma, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais
bem classificada poderá apresentar proposta de preço in- 1.7.1. Principais características
ferior àquela considerada vencedora do certame, situação
em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Por Os contratos administrativos devem estabelecer com
fim, o legislador ainda permitiu a promoção de licitação clareza e precisão as condições para a sua execução, ex-
pública, desde que os valores envolvidos não superem R$ pressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações
80.000,00 (oitenta mil reais), restrita às microempresas e e responsabilidades das partes, em conformidade com os
empresas de pequeno porte. termos da licitação e da proposta a que se vinculam. Sendo
assim, conforme o disposto no artigo 55 da Lei nº 8.666/93,
são consideradas cláusulas necessárias em todo contrato
administrativo:

145
“Art. 55 São cláusulas necessárias em todo contrato as 1.7.4. Cláusulas Exorbitantes
que estabeleçam:
I- o objeto e seus elementos característicos; São cláusulas existentes apenas nos contratos admi-
II- o regime de execução ou a forma de fornecimento; nistrativos e que conferem determinadas prerrogativas à
III- o preço e as condições de pagamento, os critérios, Administração Pública, colocando-a em posição de supe-
data-base e periodicidade do reajustamento de preços, rioridade em relação aos contratados. Estão previstas no
os critérios de atualização monetária entre a data do artigo 58 da Lei de Licitações.
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV- os prazos de início de etapas de execução, de conclu- 1.7.5. Prazo Determinado
são, de entrega, de observação e de recebimento defini-
tivo, conforme o caso; Como regra, os contratos administrativos devem ter iní-
V- o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indica- cio e término predeterminados, sendo vedados os contra-
ção da classificação funcional programática e da cate- tos administrativos com prazo indeterminado.
goria econômica;
VI- as garantias oferecidas para assegurar sua plena 1.7.6. Prestação de Garantias
execução, quando exigidas;
VII- os direitos e as responsabilidades das partes, as pe- A critério da autoridade competente, em cada caso, e
nalidades cabíveis e os valores das multas; desde que prevista no instrumento convocatório, pode-
VIII- os casos de rescisão; rá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
IX- o reconhecimento dos direitos da Administração, em obras, serviços e compras, não excedendo 5% do valor do
caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta contrato, podendo o contratado optar por uma das seguin-
Lei; tes modalidades de garantia: seguro-garantia, fiança ban-
X- as condições de importação, a data e a taxa de câm- cária ou caução em dinheiro ou em títulos da dívida públi-
bio para conversão, quando for o caso; ca, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
XI- a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que
mediante registro em sistema centralizado de liquidação e
a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do
de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e ava-
licitante vencedor;
liados pelos seus valores econômicos, conforme definido
XII- a legislação aplicável à execução do contrato e es-
pelo Ministério da Fazenda.
pecialmente aos casos omissos;
Ressalta-se que, para obras, serviços e fornecimentos
XIII- a obrigação do contratado de manter, durante toda
de grande vulto, envolvendo alta complexidade técnica e
a execução do contrato, em compatibilidade com as
riscos financeiros consideráveis, demonstrados por meio
obrigações por ele assumidas, todas as condições de ha-
bilitação e qualificação exigidas na licitação”. de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade com-
petente, o limite de garantia de 5% poderá ser elevado
Além das cláusulas necessárias, os contratos adminis- para até 10% do valor do contrato.
trativos possuem determinadas características especiais A garantia prestada pelo contratado será liberada ou
que os diferenciam dos contratos submetidos a outros re- restituída após a execução do contrato, e, quando em di-
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gimes jurídicos. São elas: nheiro, atualizada monetariamente.

1.7.2. Formalidade 1.7.7. Publicidade

A formalidade caracteriza, em regra, os contratos adminis- Depois de celebrado o contrato, este é publicado na
trativos. Assim, é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal imprensa oficial, até o quinto dia útil do mês seguinte ao
com a Administração Pública, exceto o que tenha por objeto de sua assinatura, como condição de sua eficácia, uma vez
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas que a Lei de Licitações define a imprensa oficial como o
aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais). veículo oficial de divulgação da Administração Pública,
Todo contrato administrativo deve trazer o nome das sendo para a União o Diário Oficial da União e, para os Es-
partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que tados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido
autoriza a sua lavratura, o número do processo de licitação, nas respectivas leis.
da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contra-
tantes às normas previstas na Lei de Licitações e às cláusu- 1.7.8. Hipóteses de alteração dos contratos adminis-
las contratuais. trativos

1.7.3. Licitação Prévia Os contratos administrativos podem ser alterados, des-


de que haja motivação legal, de forma unilateral pela Ad-
Ressalvadas as hipóteses legais de dispensa e inexigibi- ministração Púbica ou por acordo entre as partes.
lidade de licitação, a celebração dos contratos administra-
tivos deve ser precedida de licitação, sob pena de nulidade,
devendo ainda a minuta do futuro contrato administrativo
constar do edital ou do ato convocatório da licitação.

146
1.7.9. Responsabilidade contratual

O contratado é responsável pelos danos causados dire- EXERCÍCIO COMENTADO


tamente à Administração Pública ou a terceiros, decorren-
tes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, sendo 1. (TRE/PE – 2017 - CESPE) O edital de licitação terá de
de sua responsabilidade, ainda, os encargos trabalhistas, conter, obrigatoriamente,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execu-
ção do contrato. A inadimplência de sua parte com relação a) indicação das sanções para o caso de inadimplemento.
a tais obrigações não transfere à Administração Pública a b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exauriente do
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá one- objeto da licitação.
rar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o c) a indicação de que os critérios para julgamento serão
uso das obras e edificações, inclusive perante o registro de informados após a fase de habilitação.
imóveis. d) condições de pagamento que estabeleçam preferência
para empresas brasileiras.
1.7.10. Principais modalidades de contratos admi- e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da comissão
nistrativos de licitação.

Os contratos administrativos são usualmente classifica- Resposta: “ Letra A”


dos nas seguintes modalidades, conforme seu objeto: con- Alternativa A – Certo – Conforme art. 40, III
tratos de obra, contratos de serviço, contratos de compra, Alternativa B – Errado – a descrição deve ser sucinta e
contratos de alienação, parcerias público-privadas, contra- clara
tos de gestão, contratos de concessão de uso de bem pú- Alternativa C – Errado - os critérios para julgamento de-
blico, contratos de concessão de serviço público precedida verão constar no edital
da execução de obra pública, contratos de empréstimo pú- Alternativa D – Errado – o edital estabelecerá condições
blico, consórcios e convênios. de pagamento para empresas brasileiras e estrangeiras
Alternativa E – Errado – o edital não preverá esse tipo
1.7.11. Hipóteses de extinção dos contratos admi- de previsão
nistrativos
2. (STJ – 2018 -CESPE) Em relação aos princípios aplicáveis
Os contratos administrativos podem ser extintos pela à administração pública, julgue o próximo item.
conclusão do objeto, pelo término do prazo ou por resci- A indicação dos fundamentos jurídicos que determinaram
são contratual. a decisão administrativa de realizar contratação por dis-
pensa de licitação é suficiente para satisfazer o princípio
Nota-se, de forma clara e precisa, a importância da da motivação.
Administração Publica, como responsável pela gestão do
dinheiro público. Assim, diante da necessidade de regu-
( ) CERTO ( ) ERRADO

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lamentar e padronizar os procedimentos, o legislador pá-
trio instituiu a Lei n°8.666/93, para controlar de forma mais
estrita as atividades do administrador público, relaciona- Resposta: “Errado” Os atos administrativos que dispen-
dos à contratação de obras, serviços, inclusive publicidade, sem ou declarem a inexigibilidade de processo licitató-
compras, alienações e locações no âmbito da Administra- rio deverão ser motivados com indicação dos fatos e dos
ção Pública, aperfeiçoando as regras contidas em normas fundamentos jurídicos
já existentes.
O controle imposto pela Lei de Licitações visa propor-
cionar que o administrador atue em harmonia com os prin-
cípios que norteiam a sua atividade e busque, na contra-
tação de bens de serviços, a proposta mais vantajosa, de REDAÇÃO OFICIAL.
modo a evidenciar o interesse público.
Ademais, pode-se concluir que a licitação é a regra im-
posta pela Constituição da República e pode ser definida Prezado candidato, você vai encontrar os tópicos já
como o conjunto de regras destinadas à seleção da melhor abordados anteriormente em DOCUMENTAÇÃO; CON-
proposta, dentre as apresentadas, por aqueles que dese- CEITUAÇÃO
jam controlar com a Administração Pública.
Por fim, cabe a sociedade e administradores, exercer
uma fiscalização habitual, capaz de proporcionar altera-
ções no quadro de gestão do dinheiro público, de forma a
impulsionar os administradores a utilizarem à licitação de
forma contida na legislação.

147
6. (STJ - Analista Judiciário - Administrativa – CES-
PE/2018) Em relação aos princípios aplicáveis à adminis-
HORA DE PRATICAR tração pública, julgue o próximo item.
Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibi-
1. (STJ - Analista Judiciário - Administrativa – CES- do que nova interpretação de norma administrativa tenha
PE/2018). Tendo em vista as convergências e divergências efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender
entre a gestão pública e a gestão privada, julgue o item o interesse público.
que se segue.
Na gestão pública, o foco das ações é o cliente, indivíduo
que manifesta seus interesses no mercado; na gestão pri- ( ) CERTO ( ) ERRADO
vada, é o cidadão, membro da sociedade, que possui direi-
tos e deveres. 7. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Conheci-
mentos Gerais - CESPE/2018) Julgue o item que se segue,
( ) CERTO ( ) ERRADO a respeito de aspectos diversos relacionados ao direito ad-
ministrativo.
São considerados princípios informativos da atividade ad-
2. (STM - Analista Judiciário - Área Administrativa - ministrativa a legalidade e a supremacia do interesse públi-
CESPE/2018) Acerca da administração pública no Brasil, co, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente,
julgue o item a seguir. e o segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado
Na administração pública, ao contrário da gestão privada, em favor da defesa, da segurança e do desenvolvimento
a otimização de recursos é prioridade secundária com re- da sociedade.
lação à execução de políticas governamentais voltadas ao
atendimento do interesse público.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
8. (CGM de João Pessoa/PB - Conhecimentos Básicos
- Cargos: 1, 2 e 3 - CESPE/2018) Com relação ao controle
3. (TCE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargos 1 e 2 – CES- no âmbito da administração pública, julgue o item seguinte.
PE/2017) Acerca das agências reguladoras e da construção O controle administrativo deriva do poder-dever de auto-
de agendas de políticas públicas, julgue o item a seguir. tutela que a administração pública tem sobre seus próprios
No processo de construção da agenda de políticas públi- atos e agentes.
cas, define-se a lista dos problemas ou dos assuntos que
chamam a atenção de atores governamentais e cidadãos
em geral. ( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CGM de João Pessoa/PB - Técnico Municipal de Con-


( ) CERTO ( ) ERRADO
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trole Interno - Geral - CESPE/2018) Acerca da adminis-


tração pública e da organização dos poderes, julgue o item
4. (TRT - 10ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Administra- subsequente à luz da CF.
tivo - CESPE/2013) Julgue os itens a seguir, relativos à ad- O princípio da eficiência determina que a administração
ministração pública. pública direta e indireta adote critérios necessários para a
A administração pública é una, sendo descentralizadas as melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando
suas funções, para melhor atender ao bem comum desperdícios e garantindo a maior rentabilidade social.

.( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
5. (TRE-ES - Técnico Judiciário - Área Administrativa -
CESPE/2011) Julgue os itens a seguir, com relação à exce- 10. (TRF 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judici-
lência nos serviços públicos e ao paradigma do cliente na ária - CESPE/2018) No que se refere à teoria do direito
gestão pública. administrativo, julgue o item a seguir, considerando o po-
O Estado do bem-estar, ao buscar o atendimento ao ci- sicionamento majoritário da doutrina.
dadão-cliente pela gestão pública, preconiza a intervenção A autotutela é entendida como a possibilidade de a admi-
estatal como mecanismo de mercado válido para proteger nistração pública revogar atos ilegais e anular atos incon-
determinados grupos. venientes e inoportunos sem a necessidade de intervenção
do Poder Judiciário.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO

148
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 Errado __________________________________________________
2 Certo ___________________________________________________
3 Certo ___________________________________________________
4 Certo
___________________________________________________
5 Certo
6 Errado ___________________________________________________

7 Certo ___________________________________________________
8 Certo ___________________________________________________
9 Certo
___________________________________________________
10 Errado
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149
ANOTAÇÕES

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