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20/02/2019 Religião tradicional chinesa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Religião tradicional chinesa


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Religião tradicional chinesa ou religião popular chinesa (chinês
tradicional: 中國民間宗教 ou 中國民間信仰, chinês simplificado: 中国民间
宗教 or 中国民间信仰, pinyin: Zhōngguó mínjiān zōngjiào ou Zhōngguó
mínjiān xìnyăng) e shenismo,[1] ( 神 教 ; pinyin: Shénjiào),[2][3][4] são
termos utilizados para descrever o conjunto de tradições étnicas e
religiosas que têm sido o principal sistema de crenças da China e dos
grupos étnicos chineses han por boa parte da história desta civilização até
os dias de hoje. O shenismo abrange a mitologia chinesa, e inclui o culto
dos shens (神, shén; "divindades", "espíritos", "consciências", "arquétipos),
Estátuas vestidas de Mazu/Matsu,
que podem ser divindades naturais, Taizu ou divindades clânicas,
deusa chinesa do mar.
divindades urbanas, divindades nacionais, heróis nacionais e semideuses,
dragões e ancestrais. O termo "shenismo" foi utilizado pela primeira vez
por A. J. A Elliot, em 1955.[5]

A designação "religiões tradicionais chinesas" é muito vulgar e usada para designar um vasto conjunto sincretizado de
crenças, práticas e valores de diferentes religiões orientais com expressão na China. Este conjunto, chamado também
de crenças populares chinesas ou crenças tradicionais chinesas, foi adaptado e desenvolvido pelos chineses
ao longo de séculos e revela o carácter altamente sincrético e prático mas espiritual dos chineses, que conseguiram
criar uma unidade compatível com tanta diversidade entre religiões diferentes.

Neste conjunto chinês, pode-se encontrar vários elementos e valores do budismo, do confucionismo, do taoismo, da
mitologia chinesa e de outros costumes, crenças, superstições e práticas tradicionais chinesas, sendo o culto aos
antepassados considerado fundamental pelos chineses. Estas religiões e crenças populares são tão importantes na vida
cotidiana de muitos chineses que são até considerados por eles como uma parte integrante da tradição e da cultura
chinesa. A religião tradicional chinesa costuma ser confundida com o taoismo, já que durante séculos o taoismo
institucional vem tentando assimilar ou administrar as religiões locais. Mais especificamente, o taoísmo pode ser
definido como um ramo do shenismo, já que suas origens estão na religião popular e na filosofia chinesa. A religião
popular chinesa por vezes é vista como parte constituinte da religião tradicional chinesa, porém, com frequência,
ambas são vistas como sinônimas. Com cerca de 454 milhões de seguidores, cerca de 6,6% da população mundial,[6] a
religião tradicional chinesa é uma das principais tradições religiosas do mundo. A República Popular da China atual,
mais de 30% dos habitantes seguem ou o shenismo ou o taoísmo.[7]

Apesar de ter sido reprimida com força durante os últimos dois séculos da história da China, desde o Movimento
Taiping até a Revolução Cultural, a religião popular chinesa vem passando por um período de renascimento nos dias
de hoje, tanto na China continental quanto em Taiwan.[8][9] Diversas de suas manifestações, como o mazuismo, do sul
da China (oficialmente, 160 milhões de chineses são mazuistas),[10] o culto de Huangdi,[11][12] o culto ao dragão negro
em Shaanxi,[13][14][15] e o culto de Caishen,[16] recebem apoio do governo chinês.

Índice
Síntese
Confucionismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_tradicional_chinesa 1/4
20/02/2019 Religião tradicional chinesa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Budismo
Taoismo
Deuses e deusas
Ver também
Referências
Ligações externas

Síntese
O professor W. E. Soothil fez uma síntese da religião popular chinesa, que era a religião oficial da China até ao fim da
monarquia chinesa (1911):

“ Qual é, ou qual era a religião oficial? Seu centro era o culto de Shang Ti (ou Tian), o
ser supremo, o coordenador universal. Na circunferência, situava-se o culto e o
império dos demónios. Entre o centro e a circunferência, ficavam, em círculos
concêntricos, as diversas divindades, os sábios, os antepassados e os homens
deificados. O acto supremo do culto nacional era o sacrifício imperial a Shang Ti.
Só o Imperador, o grão sacerdote do mundo, o filho do Céu, podia oferecer esse
sacrifício que remontava à maior antiguidade, e que permaneceu até à queda do
Império.[17] ”
O católico chinês John Wu Ching Hsiung, citando e desenvolvendo esta síntese, explicou que esta religião popular não
permite os chineses de prestarem directamente culto a Shang Ti, o Deus supremo chinês, porque os próprios crentes
achavam-se demasiado pequenos e humildes diante de Shang Ti. Só o Imperador podia prestar culto a Shang Ti, que é
demasiado grande, desconhecido e distante dos homens. Por isso, os crentes comuns prestavam culto e homenagem
aos antepassados, às divindades menores e aos homens deificados (como Confúcio, Lao Zi e Buda), para que estes
possam ajudá-los na sua vida quotidiana e transmitir a sua mensagem e fervor religioso a Shang Ti. Eles encaravam as
suas inúmeras divindades como seres superiores encarregados por Shang Ti de velar e cuidá-los. No fundo, com todas
estas estratificações, os crentes chineses acreditavam que o reino do Céu era uma sociedade feudal, tal e qual como a
sociedade humana que eles pertenciam até à queda da monarquia.[17]

Confucionismo

Budismo

Taoismo

Deuses e deusas
Cheng Huang (城隍)
Guan Yu (關羽), o Deus-Supremo
Sun Wukong (孫悟空)
Fu Shen (福神)
Tu Di Gong (土地公)
Hu Ye (虎爺)
Wenchangdi (文昌帝)
Jiu Wang Ye (九皇爺), o 9o imperador divino
Xi Wangmu (西王母)
Mazu (媽祖)
Yuexia Laoren (月下老人)
Qiye (七爺) e Baye (八爺)
Zao Shen (灶君|灶神)
Shangdi Shangdi (上帝) (lit. Supremo Imperador)
Zhusheng Niangniang (註生娘娘)

Ver também
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_tradicional_chinesa 2/4
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Mitologia chinesa
Religião na China
Religião em Macau

Referências
9. «The Upsurge of Religion in China» (http://www.journ
1. Almeida e Carmo, António Duarte de, A igreja alofdemocracy.org/articles/gratis/Madsen-21-4.pdf)
católica na China e em Macau no contexto do (PDF). Consultado em 20 de novembro de 2011
sudeste asiático: que futuro?, p. 407 (http://books.goo
gle.com.br/books?id=yc8RAQAAIAAJ&q=%22o+shen 10. «China's Leaders Harness Folk Religion For Their
ismo%22&dq=%22o+shenismo%22&hl=en&sa=X&ei Aims» (http://www.npr.org/templates/story/story.php?s
=rmrdT7jdN4O88ATzqK2GCw&ved=0CDIQ6AEwAA). toryId=128672542&sc=tw). Npr.org. 23 de julho de
Fundação Macau, 1 de janeiro de 1997. 2010. Consultado em 20 de novembro de 2011
2. «Reinventing Chinese Syncretic Religion: Shenism» 11. «Over 10,000 Chinese Worship Huangdi in Henan»
(http://books.google.it/books?id=GBdX2ELnkXQC&pg (http://www.china.org.cn/english/2006/Apr/164216.ht
=PA21&lpg=PA21&dq=shenism&source=bl&ots=qka8 m). China.org.cn. 1 de abril de 2006. Consultado em
h6eumX&sig=yDpuMWDV4RZsuUlMRGR3NIfPQ2s& 20 de novembro de 2011
hl=it&ei=R0YATO3eDYmqnAOW3IyUAQ&sa=X&oi=b 12. «Compatriots across the strait honor their ancestry»
ook_result&ct=result&resnum=4&ved=0CCgQ6AEwA (https://web.archive.org/web/20100720151059/http://c
w#v=onepage&q=shenism&f=false). 23 de fevereiro hina.chinaa2z.com/china/html/tourism/2008/2008102
de 2007. Consultado em 20 de novembro de 2011 1/20081021150925852894/20081021151018945161.
3. «How we came to 'pai shen' » (https://web.archive.or html). Consultado em 17 de Junho de 2012.
g/web/20111207225051/http://blogs.straitstimes.com/ Arquivado do original (http://china.chinaa2z.com/chin
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Blogs.straitstimes.com. 7 de setembro de 2009. 94/20081021151018945161.html) em 20 de Julho de
Consultado em 20 de novembro de 2011. Arquivado 2010
do original (http://blogs.straitstimes.com/2009/9/7/ho 13. «Return to folk religions brings about renewal in rural
w-we-came-to-pai-shen) em 7 de dezembro de 2011 China» (http://wwrn.org/articles/13093/?&place=chin
4. «Religious Diversity in Singapore» (http://books.googl a/taiwan&section=native-religions). Wwrn.org. 14 de
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98&dq=shenism&source=bl&ots=RLmEXv8QPy&sig= de 2011
V1HzACgtvIHMI3nOENP2Oy5DiAM&hl=it&ei=2EYAT 14. The Policy of Legitimation and the Revival of Popular
POJDYn-mQP97-2vDA&sa=X&oi=book_result&ct=re Religion in Shaanbei, North-Central China (http://ww
sult&resnum=8&ved=0CDUQ6AEwBzgK#v=onepage w.jstor.org/pss/20062608)
&q=shenism&f=false). 11 de setembro de 2001 Texto 15. «Miraculous response: doing popular religion in
"acessodata 20-11-2011" ignorado (ajuda) contemporary China» (http://books.google.it/books?id
5. «Cópia arquivada» (https://web.archive.org/web/2012 =KSpDTsSkuVoC&pg=PA77&lpg=PA77&dq=%22blac
1105195636/http://www.highbeam.com/doc/1G1-1261 k+dragon%22+temple+shaanxi&source=bl&ots=uPhx
63460.html). Consultado em 17 de Junho de 2012. PBoNvN&sig=dlv_oYpHi2YiNH18DgDzLyX--iQ&hl=it&
Arquivado do original (http://www.highbeam.com/doc/ ei=3Dl6TJ2hCo6ROMGY8eQG&sa=X&oi=book_resul
1G1-126163460.html) em 5 de Novembro de 2012 t&ct=result&resnum=9&ved=0CD0Q6AEwCDgU#v=o
6. Religion. (2011). In Encyclopædia Britannica. nepage&q=%22black%20dragon%22%20temple%20
shaanxi&f=false). Consultado em 20 de novembro de
7. ChartsBin (16 de junho de 2009). «Chinese Folk 2011
Religion Adherents by Country» (http://chartsbin.com/
view/sgx). Chartsbin.com. Consultado em 20 de 16. «苍南金乡玄坛庙成华夏第八财神庙» (http://blog.voc.c
novembro de 2011 om.cn/blog.php?do=showone&type=blog&cid=104&it
emid=624736). Blog.voc.com.cn. Consultado em 20
8. «Roundtable before the Congressional-Executive de novembro de 2011
Commission on China» (http://bulk.resource.org/gpo.
gov/hearings/109h/21814.pdf) (PDF). Consultado em 17. JOHN WU (1956). Para além do Oriente e do
20 de novembro de 2011 Ocidente. São Paulo: Flamboyant. pp. 155–156

Ligações externas
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