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Introdução
Para que um poço produza óleo ou gás natural, após a perfuração é necessária a
execução de algumas etapas. Dentre essas etapas, a completação se destaca, pois envolve as
operações básicas para se concluir o poço.
A completação tem por objetivo deixar o poço de forma segura e econômica durante
toda a sua vida produtiva.
Grande parte da literatura de engenharia de petróleo ensina que uma boa completação
é aquela onde são observados os seguintes aspectos: de segurança, técnico/operacional e
econômico.
Para que se tenha uma completação bastante econômica, devem ser considerados os
seguintes aspectos: técnico, operacional e de padronização. Os aspectos técnicos e operacionais
trazem benefícios econômicos, pois maximizam a produção de óleo e minimizam o tempo e a
frequência das intervenções, minimizando consequentemente o custo com sonda, que é um dos
custos mais relevantes numa intervenção. A padronização dos equipamentos utilizados nos
poços reduz os custos com estoques.
• Investimento necessário;
• Localização do poço (mar ou terra);
• Tipo de poço (pioneiro, extensão, desenvolvimento);
• Finalidade (produção, injeção);
• Fluidos produzidos (gás seco, óleo, óleo e água, etc);
• Volumes e vazões de produção esperados;
• Número de zonas produtoras atravessadas pelo poço;
• Possível mecanismo de produção do reservatório;
• Necessidade de estimulação (aumento da produtividade);
• Controle ou exclusão da produção de areia;
• Possibilidade de restauração futura do poço;
• Tipo de elevação dos fluidos (natural ou artificial);
• Necessidade de recuperação secundária.
No mar, em águas rasas, pode-se trazer a cabeça do poço até a superfície, prolongando-
se os revestimentos que se encontram ancorados nos equipamentos instalados no fundo do mar
(tie-back). Após esta operação de reconexão dos revestimentos, a completação passa a ser
similar à completação dos poços terrestres. A figura abaixo mostra um esquema típico de um
BOP.
Figura – BOP típico usado em instalações de poços
2- Condicionamento do poço
Para o condicionamento, é descida uma coluna com broca e raspador (figura abaixo) de
modo a deixar o interior do revestimento de produção gabaritado e em condição de receber os
equipamentos necessários. A broca é utilizada para cortar os tampões de cimento e tampões
mecânicos porventura existentes no interior do poço, bem como restos de cimentação. O
raspador é uma ferramenta com lâminas retráteis, que desce raspando a parte interna do
revestimento de produção, retirando o que foi deixado pela broca. Após o condicionamento do
reservatório de produção, sua estanqueidade é testada sob pressão e feitas as devidas correões,
se houver vazamentos.
O fluido de completação geralmente é uma solução salina, cuja composição deve ser
compatível com o reservatório e com os fluidos nele contidos, para evitar causar dano à
formação, ou seja, originar obstruções que possam restringir a vazão do poço. Além disso, o
fluido de completação deve ter uma densidade capaz de fornecer uma pressão hidrostática, no
fundo do poço, ligeiramente superior à pressão estática do reservatório, para impedir que haja
fluxo de fluidos da formação para o poço e assim mantê-lo amortecido.
Para se avaliar a qualidade da cimentação, são utilizados perfis acústicos, que medem a
aderência do cimento ao revestimento e do cimento à formação.
O uso de pulsos ultrassônicos na avaliação da cimentação foi investigado nos anos 70, e
os primeiros resultados de campo foram apresentados em 1981.
Diferentemente do CBL, que registra um valor médio dos 360º de poço a sua volta, o
perfil CEL proporciona boa resolução circular, uma vez que oito transdutores são dispostos de
forma helicoidal em diferentes azimutes, de tal forma que cada um avalie 45º da circunferência.
O CEL não é tão eficiente quanto o CBL/VDL para investigar a aderência cimento-
formação. O uso combinado de ambos os perfis, porém, permite a completa avaliação da
qualidade da cimentação. A principal limitação desta ferramenta é a não-cobertura de todo o
revestimento e a necessidade de um intervalo com revestimento livre para possibilitar a
calibração das leituras feitas pela ferramenta. (Thomas, 2001).
O requisito mínimo para que possa haver algum sucesso na completação de um poço é
o estabelecimento de uma comunicação limpa e efetiva entre o poço e a formação.
Embora por muitos anos o canhoneio feito por balas (gun perforation) foi usado,
atualmente na grande maioria dos poços é usado o método de shaped charge, também
conhecido como jet perforation. O shaped charge foi inicialmente desenvolvido para uso na
Segunda Guerra Mundial. Esta cria uma pressão bem alta, porém um jato altamente focado que
foi feito para penetrar o casing, o cimento e a formação. (Bellarby, 2009).
O canhão é então descido no poço, tensionado por um cabo elétrico, que por sua vez
conduz um pulso acionador das cargas. Como reflexo de constantes pesquisas e inovações na
busca por melhora de produtividade, diferentes tipos de canhoneio foram surgindo ao longo do
tempo, dentre os quais:
• Convencional;
• Through Tubing;
• TCP (Tubing-conveyed Perforation);
Convencional
Through Tubing
Desvantagens do TCP:
5- Teste de Formação
Teste realizado a poço revestido que deve estar conectado à formação para fluxo. O
teste consiste de duas etapas: um Período de Fluxo, onde há chegada de fluídos na superfície, e
outro período de fechamento de válvula, chamado de Período de Estática, ou de Crescimento
de Pressão, onde o reservatório alimenta e pressuriza os fluidos no fundo do poço.
Quando a coluna desce, a Válvula de Fundo (VF) está fechada, de modo que nenhum
fluido sobe pela coluna acima desta válvula. O Registrado Externo (RE) vai indicando a pressão
hidrostática do fluido que se encontra dentro do poço à medida que a coluna desce (trecho A),
e o gráfico mostra esse crescimento gradual.
Após um certo intervalo de tempo - onde são coletados os fluidos na superfície e a vazão
é medida corretamente, a VF é fechada e há um aumento abrupto da pressão no fundo do poço
devido a parada no escoamento e o término do contato com a pressão baixa da superfície (D-1,
no gráfico). O aumento de pressão prossegue de forma mais lenta à medida que a energia do
reservatório vai comprimindo os fluidos no fundo do poço, abaixo do packer (D-2). O trecho D
onde não há fluxo é chamado de Período de Estática ou de Crescimento de Pressão.
1- Tubos de Produção
Os tubos de produção são os componentes básicos da coluna e representam o maior
custo dentre os equipamentos de subsuperfície. A seleção da tubulação a ser empregada em
um determinado poço leva em conta 4 fatores:
2- Shear-Out
É um equipamento instalado na extremidade inferior da cauda de produção, que
permite o tamponamento temporário da mesma. Também conhecido por sub de pressurização.
Possui três sedes, sendo a inferior tamponada. Atualmente tem sido descida sem a sede
inferior tamponada, apenas com duas sedes. Antes da descida, é dimensionada a pressão de
rompimento da sede e, de acordo com o cálculo, são colocados tantos parafusos de
cisalhamento quanto necessário. Ao se pressurizar a coluna, a força atuante na sede faz com
que os parafusos cisalhem, caindo a sede no fundo do poço e liberando a passagem pela coluna.
4- Nipples de Assentamento
Os nipples (ou perfis) de assentamento são subs que possuem uma área polida para
vedação e uma sede para travamento. Servem para alojar tampões mecânicos, válvulas de
retenção e registradores de pressão. Normalmente são instalados na cauda da coluna de
produção, abaixo de todas as outras ferramentas, mas podem também ser instalados, tantos
quantos necessários, em qualquer ponto da coluna.
Seu uso está restrito, atualmente, para completação seletiva, onde permite a produção
da zona superior. Alguns poços antigos ainda possuem esta válvula na composição da cauda,
porém, este uso foi abolido nas novas colunas devido pouca confiabilidade na vedação dos o-
rings da camisa. Os principais fornecedores estão tentando resolver este problema.
6- Check Valve
É uma válvula que serve para impedir o fluxo no sentido descendente. É composta de
uma sede, com uma válvula de retenção que se abre quando pressurizada de baixo para cima e
veda quando pressurizada de cima para baixo.
7- Packer de Produção
O packer tem a função básica de promover a vedação do espaço anular entre o
revestimento e a coluna de produção, numa determinada profundidade, com os seguintes
objetivos:
Recuperável
O packer recuperável pode ser assentado e recuperado muitas vezes. É descido na
própria coluna de produção. O assentamento pode ser mecânico, hidrostático ou hidráulico,
dependendo do modelo de packer utilizado. Os modelos de assentamento mecânico são
assentados por rotação da coluna, seguida de aplicação de peso ou tração, dependendo do
mecanismo de assentamento (compressão ou tração). Os packers hidrostáticos são assentados
por pressurização da coluna e o desassentamento é realizado tracionando-se a coluna.
Permanente
O packer permanente, após o assentamento, não pode mais ser recuperado. Pode
apenas ser cortado e deslocado para o fundo do poço. Geralmente é descido a cabo, conectado
a uma ferramenta de assentamento. Após ser posicionado na profundidade desejada, aciona-se
eletricamente a ferramenta de assentamento e ocorre a detonação de um explosivo que cria
um movimento da camisa superior para baixo, comprimindo todo o conjunto até a camisa
retentora. Este movimento expande o elemento de vedação e as cunhas contra o revestimento.
8- Unidade Selante
É o equipamento descido na extremidade da coluna, que pode ser apoiado ou travado
no packer permanente, promovendo a vedação da coluna com o packer. Divide-se em três tipos
principais: âncora, trava e batente.
A vedação entre os dois conjuntos (camisa externa e mandril) é feita pelo conjunto de
unidades selantes sobre o mandril polido. O travamento entre os dois conjuntos, para descida
ou retirada, é feito através da sapata guia que se encaixa no mandril e por parafusos de
cisalhamento, que tanto podem ser instalados para ruptura por tração ou compressão.
Intervenção de Limpeza.
É um conjunto de operações executadas nos poços que podem produzir em mais de uma
formação de interesse. Assim, quando cessa o interesse em se produzir e/ou injetar em uma
destas formações, esta é abandonada, e o poço é recompletado para produzir e/ou injetar em
outra zona. Também é executada quando se deseja converter um poço produtor em injetor de
água, gás, vapor ou vice-versa.
Intervenção de Estimulação.
Intervenção de Restauração