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Nando Barros
20 de Fevereiro de 2019
Conteúdo
1 Calorimetria 3
1.1 Conceito de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Calor sensı́vel e calor latente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Leis das mudanças de estado de agregação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
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1 Calorimetria
1.1 Conceito de calor
Quando dois corpos A e B em temperaturas diferentes θA e θB são colocados em presença,
isolados da influência de qualquer outro (Figura ??a.), verifica-se, após algum tempo, que
ambos assumem a mesma temperatura θ de modo que θA > θ > θB , isto é, estabelece-se o
equilı́brio térmico (Figura ??b).
calor
a)
A B
θA > θ B
b)
A B
θA = θB
Figura 1: O corpo mais quente perde calor e o mais frio recebe calor até se estabelecer o
equilı́brio térmico.
Logicamente, houve uma interação entre os corpos que determinou esse tipo de comporta-
mento. Podemos interpretar essa ação mútua como correspondendo à troca, entre os corpos,
de ”alguma coisa”que chamaremos de calor, sem discutir nessa altura do curso qual seja sua
natureza. Entendemos assim que calor é a entidade fı́sica mediante a qual dois sistemas
exercem ação um sobre o outro, em virtude apenas de uma diferença de temperatura entre
eles. Portanto, calor é transferido do sistema em maior temperatura para o sistema em menor
temperatura, até ser atingido o equilı́brio térmico.
Para avaliar quantitativamente o calor trocado entre os sistemas, adotamos a grandeza
quantidade de calor, geralmente representada por Q.
As unidades utilizadas em Calorimetria para medir a quantidade de calor torcada entre
os sistemas, por razões históricas, são principalmente duas: a caloria (sı́mbolo: cal) e a quilo-
caloria (sı́mbolo: kcal), que podem ser definidas, provisoriamente, do seguinte modo:
Caloria é a quantidade de calor que, recebida por um grama de água, acarreta nesta uma variação de temperatura
de 1° C (rigorosamente de 14,5°C a 15,5° C), sob pressão normal.
Quilocaloria é a quantidade de calor que, recebida por um quilograma de água, acarreta nesta uma variação de
temperatura de 1° C (rigorosamente de 14,5°C a 15,5°C), sob pressão normal.
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Valem as relações:
1, 000 cal = 4, 186 J
1, 000 J = 0, 2388 cal
• Por razões que serão apresentadas posteriormente, não tem significado fı́sico falar-se em ”calor contido”em
um corpo. Portanto, só se deve falar em calor, quando houver a ideia de transferência: calor perdido, calor
ganho, calor trocado etc.
• A quantidade de calor é uma grandeza algébrica (escalar), apresentando sinal positivo quando recebido
pelo sistema e sinal negativo quando perdido. Assim, por exemplo, se um corpo ganha 20 calorias: Q = 20
cal. Se outro corpo perde 20 calorias: Q = -20 cal.
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θ(◦ C)
100
30
10
t (tempo)
LV = 540cal/g
Se ocorresse a mudança inversa, isto é, a passagem de água no estado de vapor para água
lı́quida (condensação ou liquefação), a quantidade de calor envolvida no processo teria o
mesmo módulo, mas seria negativa uma vez que teria sido perdida pela substância. Assim, o
valor latente de condensação da água vale:
LC = −540cal/g
Para uma mesma substância, o valor do calor latente depende da transição que está ocorrendo.
quando o gelo (água no estado sólido) se derrete, convertendo-se em água no estado lı́quido
(fusão), o calor latente é: LF = 80cal/g. Para a transformação inversa (solidificação da água
ou congelamento), o calor latente é: LS = −80cal/g.
Como o calor latente L é expresso para a unidade de massa, se tivermos que calcular a
quantidade de calor Q envolvida na mudança de estado de certa massa m da substância,
deveremos usar a fórmula:
Q = mL
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Fusão Vaporização
Solidificação Liquefação ou
Condensação
A tabela abaixo nos fornece, a tı́tulo de exemplo, a temperatura de fusão (ou de solidificação)
e a temperatura de vaporização (ou de liquefação) de algumas substâncias, sob pressão normal
(1 atm).
Água 0◦ C 100◦ C
Alumı́nio 660◦ C 2330◦ C
Chumbo 327◦ C 1750◦ C
Cobre 1083◦ C 2582◦ C
Éter −116◦ C 35◦ C
Zinco 420◦ C 907◦ C
Tomemos como exemplo o caso do chumbo: um pedaço dele, sob pressão normal e à
temperatura ambiente, estará no estado sólido. Se ele for aquecido até a temperatura de 327◦ C,
continuando a receber calor, começará a fundir-se. Enquanto durar a fusão, isto é, enquanto
houver um fragmento sólido de chumbo, a temperatura se mantém em 327◦ C (mantida
constante a pressão). Terminada a fusão, estando o chumbo lı́quido a 327◦ C, continuando a
receber calor, sua temperatura novamente subirá até 1750◦ C, quando novamente inicia-se
outra mudança de estado de agregação: a vaporização. Durante ela, sua temperatura se
mantém em 1750◦ C, mantida constante a pressão. Somente quando termina a vaporização a
temperatura volta a subir.
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θ(◦ C)
V
1750 Vaporização
L V
327 Fusão
S L
20
0 t1 t2 t3 t4 t(tempo)
1.4 Exercı́cios
1. Determine a quantidade de calor para fundir um bloco de gelo de massa 500g, que se
encontra a 0◦ C. É dado o calor latente de fusão do gelo 80cal/g. A pressão é normal.
- Resolução:
O gelo já se encontra na temperatura de fusão e, portanto, ao receber calor, funde-se.
A quantidade de calor latente é dada por:
Q = mL