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VIII CURSO INTRODUTÓRIO

LIGA ACADÊMICA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Apoio
Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

Autores Organização
Prof. Dr. Roberto Zatz Ac. Amanda Viel Sanchez

Prof. Dr. José Antonio Atta Ac. Bernardo Vergara Reichert

Prof. Dr. Luiz Aparecido Bortolotto Ac. Bianca Yukary Sekiya

Dr. Christian Valle Morinaga Ac. Carolina Ribeiro Victor


Dra. Maria Helena Sampaio Favaratto
Ac. Vítor Ribeiro Paes
Dr. Leandro Costa Miranda

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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

FISIOPATOLOGIA DA HAS

Prof. Dr. Roberto Zatz

SINTOMATOLOGIA DA HAS
- Relacionada aos órgãos-alvo
- A doença em si é assintomática

EFEITOS VASCULARES DA HAS


- Lesão endotelial (permite a formação de trombos e aterosclerose)
- Proliferação da camada muscular (lesão em casca de cebola)
- Formação de aneurismas e ruptura vascular

ÓRGÃOS-ALVO
Em geral, órgãos bem vascularizados.

- Coração  hipertrofia ventricular esquerda e insuficiência cardíaca


- Rim  nefroesclerose hipertensiva benigna e insuficiência cardíaca
- Sistema nervoso central acidente vascular cerebral, encefalopatia hipertensiva
e demência vascular;
- Retina  retinopatia hipertensiva
- Agravamento de patologias pré-existentes nos órgãos-alvo (cardiopatias,
nefropatias, vasculopatias e Alzheimer)

CLASSIFICAÇÃO DA HAS
- Primária ou essencial: sem causa clínica identificável (90% do total)
- Secundária: causa clínica presente e identificável
 Hiperaldosteronismo;
 Síndrome de Cushing;
 Feocromocitoma;
 Estenose da artéria renal;
 Insuficiência renal crônica.

RELAÇÃO ENTRE PA, DC E RVP


- PA = DC x RVP
- Na HAS, o aumento da PA se deve a um aumento na RVP

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BAROCEPTORES
- Presentes no seio carotídeo e no arco da aorta;
- Evitam o efeito coluna d’água (variações bruscas de PA à mudança de decúbito)
- Controlam PA em curto prazo (defendem a PA vigente no momento).

RINS E NATRIURESE PRESSÓRICA


- Controle da PA em longo prazo;
- Pequenas variações de PA provocam aumento da excreção de Na+;
- Aumento da ingestão de sódio  aumenta a PA para eliminar o excesso de
sódio;
- Mecanismos pouco conhecidos;
- Excreção de sódio regulada por vários elementos: aldosterona, catecolaminas,
angiotensina II, fator natriurético, NO, prostaglandinas;
- Limitação da excreção de sódio  necessidade de maiores níveis pressóricos
para equilibrar a excreção.

AUTORREGULAÇÃO TECIDUAL
- Impede o aumento do débito cardíaco;
- Ação de esfíncteres pré-capilares, que se contraem e aumentam a resistência
periférica.

EVIDÊNCIAS CLÍNICAS E EXPERIMENTAIS DA RELAÇÃO ENTRE O RIM


E A HAS
- Uso eficaz de diuréticos (natriuréticos) no tratamento da HAS;
- Estudo INTERSALT;
- Índios ianomâmis ingerem pouco sal e apresentam baixos níveis pressóricos;
- Enxertos renais corrigem ou levam à HAS (hipertensão “segue” o rim).

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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL


SISTÊMICA

Dr. Christian Valle Morinaga


Dr. Leandro Costa Miranda

- O tratamento da hipertensão (tanto não-farmacológico, como farmacológico) tem


o objetivo de reduzir a morbi-mortalidade cardiovascular do paciente.
- Não existem limites precisos de qual valor deve ser atingido.
- Qualquer redução na pressão arterial é benéfica e deve ser pesado o
risco/benefício do tratamento.

PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO

O que um anti-hipertensivo deve ter


 Ser eficaz por via oral.
 Ser bem tolerado.
 Permitir a administração em menor número possível de tomadas, com
preferência para dose única diária.
 Ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação
clínica, podendo ser aumentadas gradativamente, pois quanto maior a dose,
maiores serão as probabilidades de efeitos adversos.
 Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações
adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou de interação química
dos compostos.
 Ser considerado em associação para os pacientes com hipertensão em
estágios 2 e 3 que, na maioria das vezes, não respondem à monoterapia.
 Ser utilizado por um período mínimo de 4 semanas, salvo em situações
especiais, para aumento de dose, substituição da monoterapia ou mudança das
associações em uso.

Classes de medicamentos anti-hipertensivos


 Diuréticos
 Inibidores adrenérgicos
o Ação central – agonistas alfa-2 centrais
o Betabloqueadores – bloqueadores beta-adrenérgicos
o Alfabloqueadores – bloqueadores alfa-1-adrenérgicos
o Alfabloqueadores e Betabloqueadores
 Bloqueadores dos canais de cálcio
 Inibidores da ECA (IECA)
 Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II (ARA II)
 Vasodilatadores diretos

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- A escolha deve ser baseada no custo do medicamento, nos efeitos colaterais,


efeitos benéficos associados (tanto hipotensor como não hipotensor) e nas
comorbidades dos pacientes.
- São chamadas drogas de primeira linha ou escolha: diuréticos, IECA, beta-
bloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e ARA II
- Demais drogas são usadas como segunda escolha, ou seja, quando a 5 classes
anteriores não fizeram efeitos.
- Monoterapia, ou seja, a utilização de apenas uma droga ate dose máxima, hoje
em dia é reservada a pacientes com hipertensão estágio 1 sem lesão de órgão
alvo e com baixo risco cardiovascular. Nos demais casos, utilizar terapia
combinada é o mais indicado.
- As associações reconhecidas como eficazes são:
 Ação central + diurético
 IECA + diuréticos
 Bloqueador de canal de cálcio + betabloqueador
 Bloqueador de canal de cálcio + IECA
 Bloqueador de canal de cálcio + ARAII
- Apesar das recomendações acima, em pacientes com tratamento refratário, nada
impede o uso de 3 ou mais medicamentos. Lembrando sempre de interações
medicamentosas entre si. Evitando uso concomitante de:
 IECA + ARAII

MEDICAMENTOS

Diuréticos – Primeira Linha


Ação: Inicialmente efeito natriurético e diurético o volume extracelular. Após 4 a 6
semanas age reduzindo resistência vascular periférica.
Reação Adversa: Hipopotassemia, hipomagnesemia, hiperuricemia, poliúria,
hipertrigliceridemia, provocar intolerância à glicose.
Considerações especiais: São medicamentos eficazes no tratamento em baixas
doses, nas quais raramente provocam efeitos colaterais. Os diuréticos tiazídicos são
a principal escolha, utilizar diurético de alça em pacientes com insuficiência renal
(clearance <30ml/min/1,73m2) ou insuficiência cardíaca com retenção hídrica. E,
poupador de potássio em pacientes com risco ou presença de hipopotassemia.
Contra-indicação: Hiperuricemia e presença de reação adversa ao uso.
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Tiazídicos
Clortalidona 12,5 25 1
Hidroclorotiazida 12,5 25 1
(HCTZ)
Indapamida 2,5 5 1
Indapamida SR 1,5 5 1
Alça
Bumetamida 0,5 1-2
Furosemida 20 1-2
Piretanida 6 12 1
Poupadores de potássio
Amilorida 2,5 5 1
Espironolactona 50 200 1-2
Triatereno 50 100 1

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Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) – Primeira Linha


Ação: Agem bloqueando a transformação da angiotensina I em II, conseqüentemente
diminuem o crescimento vascular (hipertrofia e hiperplasia); resistência vascular
periférica (direta e através da noradrenalina); retenção salina (secreção de
aldosterona e reabsorção tubular de sódio)
Reação Adversa: Tosse seca, hiperpotassemia, alteração do paladar, reações de
hipersensibilidade (erupção cutânea e edema angioneurótico), piora da função renal
em paciente com hipertensão renovascular.
Considerações especiais: Droga bastante eficaz no tratamento de hipertensão
arterial. Hiperpotassemia como principal efeito colateral, por isso deve ser sempre
acompanhado este eletrólito. O uso inicial pode piorar a função renal em ate 30%,
devendo ser observado e suspenso em raros casos, já que apresenta um efeito
nefroprotetor importante em longo prazo.

Utilizada em pacientes com aterosclerose, insuficiência renal e cardíaca, com infarto


agudo do miocárdio e acidente vascular prévio.
Contra-indicação: Gravidez, hipertensão renovascular, efeitos colaterais,
hiperpotassemia.
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Benazepril 5 20 1
Captopril 25 150 2-3
Cilazapril 2,5 5 1
Delapril 15 30 1-2
Enalapril 5 40 1-2
Fosinopril 10 20 1
Lisinorpil 5 20 1
Perindopril 4 8 1
Quinapril 10 20 1
Ramipril 2,5 10 1
Trandolapril 2 4 1

Bloqueador do receptor AT1 da angiotensina II (ARA II) – Primeira Linha


Ação: Realizam bloqueio especifico do receptor AT1 de angiotensina, tendo na teoria
os mesmos efeitos do IECA.
Reação Adversa: Tontura, reação de hipersensibilidade, e outras semelhantes a
IECA (porem em menor magnitude ou freqüência)
Considerações especiais: Apresentam menos efeitos colaterais que os IECA, porem
são de maior custo e em geral tem efeitos hipotensores eficazes, mas estudos não
mostram os mesmo benefícios na mortalidade que os IECA. São utilizados apenas se
há contra-indicação de IECA (em geral por reação adversa).
Contra-indicação: Mesmo que IECA
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Candersatana 8 16 1
Irbesartana 150 300 1
Losartana 25 100 1
Olmesartana 20 40 1
Telmisartana 40 80 1
Valsartana 80 160 1

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Beta-bloqueadores – Primeira Linha


Ação: Envolve a diminuição inicial do debito cardíaco (freqüência cardíaca), seguido
da redução da secreção de renina, readaptação de barorreceptores e queda das
catecolaminas nas sinapses nervosas.
Reação Adversa: Broncoespasmo, bradicardia excessiva (inferior a 50bpm),
distúrbios de condução, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão
psíquica, astenia e disfunção sexual.
Considerações especiais: São eficazes no tratamento, existe ainda controvérsia se
a eficácia é semelhante aos outros de primeira linha, porém ainda devem ser
escolhidos como principais no tratamento da hipertensão, especialmente em
pacientes com insuficiência cardíaca, tremor essencial, cefaléia ou hipertensão portal
associados. Lembrar que paciente com coronariopatia e acidente vascular cerebral
prévio, este deve ser o medicamento de escolha (única classe de pacientes em que o
beta-bloqueador diminui evento cardiovascular melhor que os outros)
Contra-indicação: Asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica, bloqueios
atrioventriculares de 2º ou 3º grau. Usar com cautela em diabéticos e pacientes com
doença arterial periférica.
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Atenolol 25 100 1-2
Bisorpolol 2,5 10 1-2
Metoprolol 50 200 1-2
Nadolol 40 120 1
Propranolol 40 240 2-3
Pindolol 10 40 2
Carvedilol 12,5 50 1-2

Bloqueadores dos canais de cálcio – Primeira Linha


Ação: Age na concentração do cálcio nas células musculares do vaso, diminuindo
assim a resistência vascular periférica.
Reação Adversa: Cefaléia, tontura, rubor facial, edema de extremidades, hipertrofia
gengival. Não-diidropiridínicos provocam bloqueio atrioventricular, depressão
miocárdica e obstipação intestinal.
Considerações especiais: O edema de extremidades é o efeito colateral mais
comum, sendo mais comum nos primeiros meses, e portanto se não for intenso, deve
ser tolerado e observado. Reduzem taxa de hospitalização por insuficiência cardíaca
e infarto do miocárdio. Tão eficaz na mortalidade como os demais anti-hipertensivos
de primeira linha.
Contra-indicação: Efeitos colaterais
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Não-diidropiridínicos
Verapamil retard 120 480 1-2
Diltiazem 180 480 1-2
Diidropiridínicos
Anlodipino 2,5 10 1
Felodipino 5 20 1-2
Isradipino 2,5 20 2
Lacidipino 2 8 1
Nifedipino Oros 20 60 1
Nifedipino Retard 20 40 2
Nisoldipino 5 40 1-2
Nitrendipino 10 40 2-3

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Lercarnidipino 10 30 1
Manidipino 10 20 1

Vasodilatadores diretos
Ação: Atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular provocando queda
da resistência vascular.
Reação Adversa: Cefaléia, taquicardia reflexa e retenção hídrica. Minoxidil pode
promover hirsutismo e trombocitopenia.
Considerações especiais: Não devem ser usados como monoterapia, nem como
drogas de primeira escolha, apesar de eficazes causam efeitos colaterais freqüentes,
e a utilização freqüentemente é ruim (várias tomadas diárias com vários comprimidos,
lembrando que o comprimido de hidralazina tem 25mg)
Contra-indicação: Efeitos colaterais
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Hidralazina 50 200 2-3
Minoxidil 2,5 80 2-3

Ação central – agonistas alfa2-central


Ação: Atuam estimulando os receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos no
sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático
Reação Adversa: Sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e
disfunção sexual. Alfametildopa pode provocar galactorréia, lesão hepática e anemia
hemolítica.
Considerações especiais: Efeito hipotensor isolado discreto, mas pode ser bastante
útil em associação com outros. Lembrando que a clonidina tem uma grande chance
de hipertensão rebote.
Contra-indicação: Efeitos colaterais.
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Alfametildopa 500 1500 2-3
Clonidina 0,2 0,6 2-3
Guanabenzo 4 12 2-3
Moxonidina 0,2 0,6 1
Rilmenidina 1 2 1
Reserpina 0,1 0,25 1-2

Alfabloqueadores
Ação:
Reação Adversa: Hipotensão postural (em geral nas primeiras doses), palpitação,
astenia
Considerações especiais: Medicamento de poder hipotensor variável, podendo com
o tempo apresentar tolerância medicamentosa e portanto aumento progressivo das
doses. Pode propiciar melhora do perfil lipídico. Lembrar que apesar de ser segunda
linha, no caso de hiperplasia prostática benigna, é a primeira escolha (porém
raramente consegue metas pressóricas em monoterapia). Entre todos os
medicamentos, em geral são os que têm menor diminuição em eventos
cardiovasculares.

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Contra-indicação: Efeitos colaterais.


Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Doxazosina 1 16 1
Prazosina 1 20 2-3
Prazosina XL 4 8 1
Terazosina 1 20 1-2

ADESAO AO TRATAMENTO

- Adesão ao tratamento, tanto não-farmacológico quanto farmacológico é


essencial.

Principais determinantes da Principais sugestões para melhor


não-adesão ao tratamento adesão ao tratamento
anti-hipertensivo anti-hipertensivo
1. Falta de conhecimento do 1. Educação em saúde, com
paciente sobre a doença ou de especial enfoque nos conceitos
motivação para tratar uma de hipertensão e suas
doença assintomática e crônica. características.
2. Baixo nível socioeconômico, 2. Orientações sobre os benefícios
aspectos culturais e crenças dos tratamentos, incluindo
erradas adquiridas em mudanças de estilo de vida.
experiências com a doença no 3. Informações detalhadas e
contexto familiar e baixa auto- compreensíveis pelos pacientes
estima. sobre os eventuais efeitos
3. Relacionamento inadequado com adversos dos medicamentos
a equipe de saúde. prescritos e necessidades de
4. Tempo de atendimento ajustes posológicos com o
prolongado, dificuldade na passar do tempo.
marcação de consultas, falta de 4. Cuidados e atenções
contato com os faltosos e com particularizadas de conformidade
aqueles que deixam o serviço. com as necessidades
5. Custo elevado dos 5. Atendimento médico facilitado,
medicamentos e ocorrência de sobretudo no que se refere ao
efeitos indesejáveis. agendamento de consultas.
6. Interferência na qualidade de
vida após o início do tratamento.

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HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA

Dra. Maria Helena Sampaio Favaratto

DEFINIÇÃO

- Apresenta causa identificável, passível ou não de correção

- Prevalência entre 3 e 10% dos casos de hipertensão

- Deve ser considerada em hipertensão de difícil controle, considerando-se também:


hipertensão do jaleco branco, tratamento inadequado, má adesão ao tratamento, interação
medicamentosa.

- Aumento da probabilidade de hipertensão secundária, devendo-se realizar


investigação em:

 Início da hipertensão antes dos 30 ou após os 50 anos


 Hipertensão grave e/ou refratária ao tratamento
 Tríade do feocromocitoma: palpitações, cefaléia e sudorese em
crises
 Uso de fármacos que possam elevar a PA
 Fáscies típica de doença que leva a HAS secundária: estigmas de
Cushing, doença renal, tireoidopatias, acromegalia
 Massas ou sopros abdominais
 Assimetria de pulsos
 Insuficiência renal
 Hipocalemia
 Sedimento urinário ativo, proteinúria

HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO
- Hiperplasia, adenoma ou carcinoma da adrenal
- Hipocalemia espontânea ou induzida por diuréticos
- Screening: relação aldosterona sérica/ atividade plasmática de renina
(>/=30ng/dl)
- Confirmação: teste de sobrecarga hidrossalina
- Diagnóstico por imagem- adenoma x hiperplasia: TC ou RNM

FEOCROMOCITOMA
- Tumores neuroendócrinos das adrenais ou paragangliomas
- Regra dos 10%
- Hipertensão paroxística ou sustentada
- Diagnóstico: catecolaminas e seus metabólitos plasmáticos e urinários. TC e
RNM, mapeamento ósseo, PET

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TIREOIDOPATIAS
- Até 15% da população geral
- TSH e T4 livre
- Correção hormonal pode levar a ausência de HAS

HIPERPARATIREOIDISMO
- HAS, litíase renal, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza muscular
- Dosagens de cálcio e PTH

HIPERTENSÃO RENOVASCULAR
- Causas de estenose- AT, fibrodisplasia, Takayasu
- Modelos de hipertensão de Goldblatt
- Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona
- 1 a 5% da população de hipertensos; em idosos, ou pacientes com HAS
acelerada ou refratária, pode chegar a 45%
- Rastreamento:
 Atividade de renina periférica estimulada
 Renograma com captopril
 Doppler artérias renais
 Angio-ressonância, angiotomografia
 Arteriografia
- Tratamento e prognóstico renal

HIPERTENSÃO E DOENÇA RENAL


- Causa e conseqüência
- Nefroesclerose benigna e maligna
- 2a causa de hemodiálise no Brasil

COARCTAÇÃO DE AORTA
- Crianças e adultos jovens
- Diminuição de pulsos em MMII
- Diagnóstico: ecocardiograma e RNM

SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO


- Ativação simpática, respostas humorais
- Polissonografia e tratamento

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HIPERTENSÃO INDUZIDA POR MEDICAMENTOS E DROGAS


- AINH, corticosteróides, imunossupressores, hormônios
- Anfetaminas, cocaína, crack, ecstasy, álcool

OBESIDADE
- Causa ainda “extra-oficial”
- Relações com síndrome metabólica
- Alterações hormonais e hemodinâmicas

OUTRAS CAUSAS ENDÓCRINAS


- Síndrome de Cushing:
 Obesidade central, “moonface”, acne, estrias violáceas, fragilidade
capilar. Gefeavf
 Rastreamento: teste de supressão com dexametasona
 Diagnóstico: Cortisol urinário, ACTH plasmático, TC abdome
- Acromegalia
 Crescimento de extremidades; Fáscies característico
 50% têm hipertensão
 Diagnóstico: GH, somatomedina (IGF-1)

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TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO DA PRESSÃO ARTERIAL

Dr. José Antonio Atta

FATORES AMBIENTAIS E PSICOSSOCIAIS


- Excesso de peso
- Excesso de sal
- Inatividade física
- Estresse
- Excesso de consumo de álcool
- Dieta pobre em potássio?
- Tabagismo?

Modificações Recomendação Redução aprox. na PAS


Controle do peso Manter o peso corporal na 5 a 20 mm Hg para cada
faixa normal (IMC entre 18,5 10kg de peso reduzido
e 24,9 kg/m2)
Padrão alimentar Consumir dieta rica em frutas e 8 a 14 mm Hg
vegetais e alimentos com baixa
densidade calórica e baixo teor
de gorduras saturadas. Adotar
dieta DASH
Redução do Reduzir a ingestão de sódio 2 a 8 mm Hg
consumo de sal para não mais de 6g sal/dia*
Moderação no Reduzir consumo a 30g/dia 2 a 4 mm Hg
consumo de (homens), 15g/dia (mulheres)
álcool
Exercício físico Habituar-se à prática regular de 4 a 9 mm Hg
atividade física aeróbica:
caminhadas 30 min/dia, 3-5x/sem
* 6g de sal/dia = 4 colheres de café rasas de sal = 4g + 2g de sal próprio dos alimentos

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO


- Perder peso
 Reduzir ingesta calórica
 Aumentar atividade física
 Tratamento farmacológico (?)
- Redução do consume de álcool
- Cessação do tabagismo
- Dieta
 Hipossódica (evitar alimentos industrializados, evitar condimentos
preparados, tirar saleiro da mesa)
 Hipogordurosa (reduzir consumo de produtos animais, usar azeite de
oliva, evitar frituras, usar produtos lácteos desnatados)
- Atividade física

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DIETA
- Dieta DASH: frutas, verduras, derivados de leite desnatado, pouca gordura
saturada e colesterol (B)
- Dieta do Mediterrâneo: poucos derivados de leite, gordura principalmente
proveniente de azeite de oliva extra virgem, pouca carne, proteínas
principalmente de peixes e frutos do mar. Grãos e frutas. Consumo moderado de
vinho
 Indicada para doença coronariana

ATIVIDADE FÍSICA
- Todo adulto deve realizar pelo menos 30 minutos de atividade física leve a
moderada de forma contínua ou acumulada na maioria dos dias da semana,
- Freqüência: 3 a 5 vezes por semana.
- Duração: 30 a 60 minutos contínuos (indivíduos com pressão normal limítrofe ou
obesidade - 50 a 60 minutos)
- Intensidade moderada estabelecida de forma:
 Simples: conseguir falar durante o exercício
 Precisa: controlar a freqüência cardíaca (FC) durante o exercício

FCtr = (FCmax – FCrep) x % recomendada + FCrep

FCmax (FC máxima) = medida no teste ergométrico ou calculada por 220-idade

FCrep (FC de repouso) = medida após 5 min de repouso, deitado

% recomendada – Sedentários: 50 a 70%

Condicionados: 60 a 80%

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ESTRATÉGIAS PARA TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL


SISTÊMICA

Dr. José Antonio Atta

ESTRATÉGIAS
- O tratamento é individualizado
- Mais do que tratar a pressão, a ênfase está em diminuir o risco de doença
cardiovascular
- Equipe multidisciplinar amplia o entendimento do paciente e multiplica as
possibilidades de sucesso
- Além da classificação da pressão, observar lesões em órgãos-alvo e outros
fatores de risco cardiovascular
- Para todos os pacientes, ênfase especial nas medidas não-farmacológicas (são
as que têm maior potencial de reduzir pressão)

CÁLCULO DE RISCO

•Normal •Limítrofe •Estágio 1 •Estágio 2 •Estágio 3


•Sem FR •Sem risco • Risco •Risco •Risco alto
adicional baixo médio

• Risco baixo •Risco médio •Risco


•1 a 2 FR muito alto

•3+ FR ou lesão de •Risco •Risco alto •Risco


órgão-alvo ou DM médio muito alto

•Risco •Risco muito alto


•DCV alto

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ESCOLHA DE TRATAMENTO

Categorias Estratégia
Sem risco adicional Tratamento não medicamentoso
isolado

Risco adicional baixo Tratamento não medicamentoso isolado


por até 6 meses. Se não atingir a meta,
associar tratamento medicamentoso
Risco adicional médio Tratamento não medicamentoso +
medicamentoso
Risco adicional alto Tratamento não medicamentoso +
medicamentoso
Risco adicional muito alto Tratamento não medicamentoso +
medicamentoso

Categorias Meta (mínimo)

Hipertensos estágios I e II com RCV baixo <140/90 mm Hg


e médio

Hipertensos e limítrofes com RCV <130/85 mm Hg


alto

Hipertensos e limítrofes com RCV <130/80 mm Hg


muito alto

Hipertensos nefropatas com <125/75 mm Hg


proteinúria >1,0g/l

Se o paciente tolerar, recomenda-se atingir com o tratamento valores de pressão arterial


menores que os indicados como metas mínimas, alcançando, se possível, os níveis de pressão
considerada ótima (≤ 120/80 mm Hg).
Apesar das recomendações, trabalhos recentes não mostram benefício em aumentar o
tratamento

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ESCOLHA TERAPÊUTICA
- Qual classe de drogas como primeira escolha?
 Eficácia
 Poucos efeitos colaterais
 Comodidade posológica
 Custo
- 5 classes de drogas mostraram redução da mortalidade
 Diuréticos tiazídicos
 Beta-bloqueadores
 Inibidores da enzima conversora
 Antagonistas de canais de cálcio
 Antagonistas de receptores de angiotensina II
- Uma droga ou duas?
 Em hipertensos leves e limítrofes, monoterapia
 Em hipertensos moderados, pode-se optar por monoterapia ou terapia
combinada
- Qual (ou quais)?
- Qual a segunda droga a introduzir?
 Combinações mais benéficas
 Levar em consideração efeitos (in)desejados
- Na terapia combinada, o que fazer se não melhorou?
 Aumentar dose
 Associar outro
 Trocar
- Monoterapia X Terapia Associada
 Resposta inadequada ou efeitos adversos → aumentar dose →
substituir → Adicionar 2º → aumentar dose da associação → trocar →
Adicionar 3º → adicionar outros anti-hipertensivos

COMO MARCAR OS RETORNOS?


- Máxima eficácia em torno de um mês. Retornos antes desse período não
permitem avaliação de todo o potencial da droga.
- Em pacientes já controlados, o retorno pode ser semestral. Solicitar
monitoramento

HIPERTENSÃO REFRATÁRIA
- Casos em que não há controle, apesar de três ou mais drogas em doses
máximas
- Causas:
 Má adesão (farmacológica ou estilo de vida)
 Hipertensão secundária
 Gravidade intrínseca

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LESÃO DE ÓRGÃOS ALVO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Prof. Dr. Luiz Aparecido Bortolotto

REMODELAMENTO CARDIOVASCULAR NA HIPERTENSÃO


- Mudar a estrutura sem alterar o volume
- Processo adaptativo crônico em resposta a alterações do meio ou
hemodinâmicas
- Fatores determinantes do remodelamento:
 Hemodinâmicos: pressão e volume
 Neurohumorais: angiotensina, aldosterona, catecolaminas, endotelina,
insulina
 Ambientais: sal, sexo, envelhecimento, obesidade, stress, apnéia do sono
 Genéticos: polimorfismo, oncogenes
- Alterações estruturais e funcionais do remodelamento:
 Hipertrofia do miócito
 Aumento de deposição de colágeno e matriz extracelular
 Rarefação capilar
 Modificação das proteínas contráteis
 Diminuição da reserva coronária
 Alteração do relaxamento ventricular
 Alteração da função sistólica
 Arritmias

- Mecanismos da hipertrofia ventricular na HAS:

Estresse
biomecânico
Fatores de crescimento
Hormônios Citocinas

Matriz extracelular
Recptores

Canais inônicos ativados


Sarcômero
por estiramento Integrinas

Citoesqueleto Manuseio de
Ca+2

Expressão gênica hipertrófica (núcleo)

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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

- Papel do sistema renina angiotensina aldosterona no remodelamento:

Sobrecarga pressórica

Aumento tensão parede global ou segmentar

Aldosterona
Aumento expressão ECA cardíaca/vascular

Aumento da produção de angiotensina


Fibroblasto
cardíaco/vaso Endotelina e
Hipertrofia Epinefrina
miócito/célula
muscular lisa
Proliferação matriz Adesão
extra celular osteopontinas e
integrinas

- Remodelamento microvascular na hipertrofia ventricular por HAS:


 Redução da densidade capilar
 Estreitamento lúmen capilar
 Compressão extra vascular ou aumento do tônus miogênico

- Repercussões cardíacas relacionadas à HAS e suas implicações prognosticas:

Insuficiência
Disfunção diastólica Cardíaca
Idade, sexo, PA, FC, obesidade,
Congestiva
estresse (atividade SNS), hipóxia
noturna, tabagismo, insulina,
viscosidade sanguínea, fatores Hipertrofia do VE
de crescimento, SRAA, fatores
genéticos, lípides

↓ Reserva ↑ Consumo
Progresão
fluxo oxigênio
lesões
coronário miocárdio Disfunção
arterosclerose Impacto sistólica
prognóstico

Isquemia miocárdica
Lesão da placa e
trombose

Arritmias Angina

AVC Morte súbita cardíaca Infarto


miocárdico

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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

- HAS e mecanismos da progressão para insuficiência cardíaca:

HAS

↑ Demanda O2
miocárdico
Mastócitos

↓ PO2 tecidual
Inflamação
NFkβ

Angiotensina II VEGF VEGF


Citocinas bloqueado aumentado

Angiogênese
Insuficiência Angiogênese mal adaptativa
cardíaca adaptativa

Hipertrofia
cardíaca

ALTERAÇÕES ESTRURURAIS E FUNCIONAIS DAS ARTÉRIAS


- Artérias de condutância – Grandes e médias:
 Estrutura: hipertrofia e dilatação
 Função: diminuição da complacência e distensibilidade e aumento da
rigidez
- Arteríolas de resistência:
 Estrutura: hipertrofia e remodelagem
 Função: aumento da resistência e disfunção endotelial
- Fatores de risco: Tabagismo, colesterol, idade, aterosclerose, diabetes.
- Remodelamento pode ser:
 Interno
 Externo
 Eutrófico
 Hipertrófico
 Hipotrófico

- Angiotensina II e o remodelamento arterial:

Desbalanço entre crescimento e apoptose


Migração
↑ Hipertrofia, Hiperplasia
↓Apoptose
Fibrose

Angiotensina II
Resposta Ação
inflamatória pressórica:
↑ Contração
Disfunção
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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

- Conseqüência das alterações na microcirculação:


 Aumenta a resistência do fluxo sanguíneo
 Aumenta a resposta a agentes vasopressores
 Diminui a vasodilatação máxima isquêmica-dependente
 Prejuízo da auto-regulação do fluxo sanguíneo
- Causas e locais das alterações vasculares:
 Endotélio: disfunção endotelial e aumento da permeabilidade
 Íntima: aumento de colágeno, PFGA, leucócitos, I-CAM, MMP, TGF-β,
CMLV, diminuição da elastina
 Média: aumento do colágeno, CMLV, PFGA, MMP e diminuição da
elastina
 Adventícia: aumento do colágeno e fibroblastos
 Influências extrínsecas: NaCl, lípides, angiotensina, neurohormônios
simpáticos, estresse de cisalhamento, aumento do diâmetro luminal

- Relação entre HAS e rigidez arterial:

Disfunção endotelial SRAA/Catecolaminas/DM/DLP/Tabagismo


Fragmentação de elastina /Obesidade/Genética
Proliferação de colágeno HAS
Deposição de cálcio

Rigidez
Enfraquecimento da
parede

Degeneração progressiva da
Dilatação arterial parede

- Aneurisma de aorta torácica e abdominal:


 HAS – importante para desenvolvimento e ruptura do aneurisma
 Mecanismos: degradação proteolítica de proteínas da matriz extracelular,
aumento do estresse na parede, estresse oxidativo
- Dissecção de aorta:
 80% têm HAS
 mecanismos: alta sobrecarga de onda pulsátil e aterosclerose acelerada

ALTERAÇÕES ESTRURURAIS E FUNCIONAIS DO RIM


- Alterações estruturais microvasculares no rim:
 Espessamento da média com redução do lúmen
 Rarefação capilar
- Hemodinâmica renal na HAS:
 Vasoconstrição pré e pós-glomerular
 Aumento da resistência vascular
 Redução do fluxo sanguíneo renal
 Aumento da fração de filtração
 Filtração glomerular normal
- Nefrosclerose benigna:
 Alterações vasculares: hialinose arteriolar e arterial, espessamento da
média por hiperplasia e hipertrofia das CLMV e fibrose intimal.

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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

 Alterações glomerulares: nem sempre estão presentes, colapso das alças


capilares, enrugamento da membrana basal glomerular, aumento da
matriz mesangial, esclerose segmentar ou global do tufo glomerular
 Raro ter nefrite intersticial
- Nefrosclerose maligna:
 Necrose fibrinóide (necrose celular com depósito de fibrina e outras
substâncias amorfas)
 Endarterite obliterante (processo inflamatório, proliferação miointimal,
microtrombos)
- Mecanismos da lesão renal na HAS:
 Hipertensão glomerular
 Hiperfiltração
 Disfunção da barreira glomerular
 Proteinúria
 Hiperplasia célula mesangial
 Processos inflamatórios intra-renais
 Aumento atividade simpática
 Disfunção endotelial
 Proliferação CMLV

- Mecanismos formação de insuficiência renal na HAS:

Lesão renal
Fator de
HAS
crescimento renal
e citocinas ↓ Massa néfron

Hipertensão glomerular ↑ Filtração de proteínas


plasmáticas (proteinúria)
Transdiferenciação
de células renais Perda progressiva
para fenótipo de área de filtração
fibroblastos ↑ Captação proteína
Influxo de Hiperlipidemia
túbulo proximal
macrófagos
e monócitos ↓ RFG
Fibrogenese Agressão
microvascular renal
Cicatriz renal

ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO CÉREBRO


- Alterações estruturais das arteríolas cerebrais na HAS:
 Aumento da espessura não é por hipertrofia medial
 Lipohialinose arteriolar
 Aumento do depósito de colágeno hialinizado
 Degeneração do tecido elástico e do tecido muscular da arteríola
- HAS e hemorragia intracerebral:
 Aneurismas de Charcot-Bouchard
 Micro-aneurismas de paredes finas de ramos penetrantes intracerebrais
da artéria cerebral média, com possível inflamação precedente

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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

 Mecanismos:

HAS Espasmo arteriolar

Angiotensina II Lipohialinose da
Isquemia da
arteríola cerebral
parede vascular

Microaneurismas Necrose da parede


Inflamação miliares vascular

Ruptura do vaso

Hemorragia cerebral

- HAS e infartos cerebrais:


 Infartos lacunares: formação de pequenas cavidades pós-isquêmicas,
resultam da oclusão de pequenas artérias e arteríolas geralmente pelas
alterações lipohialinolíticas
 Causas:
o Estreitamento ou oclusão ateromatosa de artérias cerebrais
maiores
o Espessamento de arteríolas cerebrais por lipohialinose
o Aumento da coagulabilidade sanguínea
o Predisposição a fibrilação atrial paroxística

IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS LESÕES DE ÓRGÃOS ALVO DA


HIPERTENSÃO ARTERIAL
- Principais sintomas e achados das lesões de órgãos-alvo:
 Retinopatia hipertensiva: embaçamento visual, fosfenas, escotomas,
diminuição da acuidade visual, amaurose. Fundo de olho – aumento de
reflexo arteriolar, estreitamento arteriolar, exsudatos, hemorragia,
papiledema
 Repercussão cardíaca: Insuficiência cardíaca – dispnéia aos esforços,
ortopnéia, palpitações, edema de membros inferiores vespertino. Exame
físico: quarta bulha (disfunção diastólica), hiperfonese de segunda bulha
foco aórtico, sopro sistólico ejetivo em foco aórtico (hiperfluxo via de
saída); estertores pulmonares. Insuficiência coronariana – dor precordial
aos esforços ou na crise hipertensiva.
 Repercussão renal: Insuficiência renal – edema matutino (face), palidez
(pele cor de palha), perda de peso, náuseas e vômitos, nictúria,
diminuição do volume urinário, hálito urêmico
 Repercussão cerebral: diminuição da função cognitiva e da atividade
motora, paresia, plegia, parestesias
 Repercussão vascular: claudicação intermitente, dor torácica, pulsação
abdominal, diminuição dos pulsos periféricos, alteração do índice
tornozelo-braquial

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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009

- Classificação da retinopatia hipertensiva:


 Grau 1
 Grau 2
 Grau 3
 Grau 4

AVALIAÇÃO DE EXAMES
- Repercussão cardíaca da HAS
 Eletrocardiograma:
o Hipertrofia ventricular esquerda – índice de Sokolow e Lyon
o Sobrecarga átrio esquerdo – aumento duração onda P
o Alteração repolarização ventricular – inversão onda T, padrão
strain
 Ecocardiograma:
o Aumento de espessura do septo interventricular e parede
posterior VE > 10mm
o Massa VE indexada >125g/m2(homem) e 110g/m2(mulher)
o Alterações de relaxamento de VE – disfunção diastólica
o Diminuição da fração de ejeção – disfunção sistólica
o Aumento do átrio esquerdo
- Avaliação laboratorial da função renal:
 Uréia
 Creatinina
 Sedimento urinário
 Microalbuminúria
 Proteinúria de 24 horas

ESTÁGIOS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA

Estágio Descrição RFG

Lesão renal com RFG


1 ≥ 90
normal ou aumentado

Lesão renal com RFG


2 60 a 89
discretamente diminuído

RFG moderadamente
3 30 a 39
diminuído

RFG gravemente
4 15 a 29
diminuído

5 Insuficiência Renal < 15 ou diálise

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