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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009
Autores Organização
Prof. Dr. Roberto Zatz Ac. Amanda Viel Sanchez
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Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica 2009
FISIOPATOLOGIA DA HAS
SINTOMATOLOGIA DA HAS
- Relacionada aos órgãos-alvo
- A doença em si é assintomática
ÓRGÃOS-ALVO
Em geral, órgãos bem vascularizados.
CLASSIFICAÇÃO DA HAS
- Primária ou essencial: sem causa clínica identificável (90% do total)
- Secundária: causa clínica presente e identificável
Hiperaldosteronismo;
Síndrome de Cushing;
Feocromocitoma;
Estenose da artéria renal;
Insuficiência renal crônica.
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BAROCEPTORES
- Presentes no seio carotídeo e no arco da aorta;
- Evitam o efeito coluna d’água (variações bruscas de PA à mudança de decúbito)
- Controlam PA em curto prazo (defendem a PA vigente no momento).
AUTORREGULAÇÃO TECIDUAL
- Impede o aumento do débito cardíaco;
- Ação de esfíncteres pré-capilares, que se contraem e aumentam a resistência
periférica.
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PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO
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MEDICAMENTOS
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Lercarnidipino 10 30 1
Manidipino 10 20 1
Vasodilatadores diretos
Ação: Atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular provocando queda
da resistência vascular.
Reação Adversa: Cefaléia, taquicardia reflexa e retenção hídrica. Minoxidil pode
promover hirsutismo e trombocitopenia.
Considerações especiais: Não devem ser usados como monoterapia, nem como
drogas de primeira escolha, apesar de eficazes causam efeitos colaterais freqüentes,
e a utilização freqüentemente é ruim (várias tomadas diárias com vários comprimidos,
lembrando que o comprimido de hidralazina tem 25mg)
Contra-indicação: Efeitos colaterais
Medicamentos: Dose mínima Dose máxima Tomadas ao dia
Hidralazina 50 200 2-3
Minoxidil 2,5 80 2-3
Alfabloqueadores
Ação:
Reação Adversa: Hipotensão postural (em geral nas primeiras doses), palpitação,
astenia
Considerações especiais: Medicamento de poder hipotensor variável, podendo com
o tempo apresentar tolerância medicamentosa e portanto aumento progressivo das
doses. Pode propiciar melhora do perfil lipídico. Lembrar que apesar de ser segunda
linha, no caso de hiperplasia prostática benigna, é a primeira escolha (porém
raramente consegue metas pressóricas em monoterapia). Entre todos os
medicamentos, em geral são os que têm menor diminuição em eventos
cardiovasculares.
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ADESAO AO TRATAMENTO
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HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA
DEFINIÇÃO
HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO
- Hiperplasia, adenoma ou carcinoma da adrenal
- Hipocalemia espontânea ou induzida por diuréticos
- Screening: relação aldosterona sérica/ atividade plasmática de renina
(>/=30ng/dl)
- Confirmação: teste de sobrecarga hidrossalina
- Diagnóstico por imagem- adenoma x hiperplasia: TC ou RNM
FEOCROMOCITOMA
- Tumores neuroendócrinos das adrenais ou paragangliomas
- Regra dos 10%
- Hipertensão paroxística ou sustentada
- Diagnóstico: catecolaminas e seus metabólitos plasmáticos e urinários. TC e
RNM, mapeamento ósseo, PET
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TIREOIDOPATIAS
- Até 15% da população geral
- TSH e T4 livre
- Correção hormonal pode levar a ausência de HAS
HIPERPARATIREOIDISMO
- HAS, litíase renal, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza muscular
- Dosagens de cálcio e PTH
HIPERTENSÃO RENOVASCULAR
- Causas de estenose- AT, fibrodisplasia, Takayasu
- Modelos de hipertensão de Goldblatt
- Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona
- 1 a 5% da população de hipertensos; em idosos, ou pacientes com HAS
acelerada ou refratária, pode chegar a 45%
- Rastreamento:
Atividade de renina periférica estimulada
Renograma com captopril
Doppler artérias renais
Angio-ressonância, angiotomografia
Arteriografia
- Tratamento e prognóstico renal
COARCTAÇÃO DE AORTA
- Crianças e adultos jovens
- Diminuição de pulsos em MMII
- Diagnóstico: ecocardiograma e RNM
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OBESIDADE
- Causa ainda “extra-oficial”
- Relações com síndrome metabólica
- Alterações hormonais e hemodinâmicas
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DIETA
- Dieta DASH: frutas, verduras, derivados de leite desnatado, pouca gordura
saturada e colesterol (B)
- Dieta do Mediterrâneo: poucos derivados de leite, gordura principalmente
proveniente de azeite de oliva extra virgem, pouca carne, proteínas
principalmente de peixes e frutos do mar. Grãos e frutas. Consumo moderado de
vinho
Indicada para doença coronariana
ATIVIDADE FÍSICA
- Todo adulto deve realizar pelo menos 30 minutos de atividade física leve a
moderada de forma contínua ou acumulada na maioria dos dias da semana,
- Freqüência: 3 a 5 vezes por semana.
- Duração: 30 a 60 minutos contínuos (indivíduos com pressão normal limítrofe ou
obesidade - 50 a 60 minutos)
- Intensidade moderada estabelecida de forma:
Simples: conseguir falar durante o exercício
Precisa: controlar a freqüência cardíaca (FC) durante o exercício
Condicionados: 60 a 80%
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ESTRATÉGIAS
- O tratamento é individualizado
- Mais do que tratar a pressão, a ênfase está em diminuir o risco de doença
cardiovascular
- Equipe multidisciplinar amplia o entendimento do paciente e multiplica as
possibilidades de sucesso
- Além da classificação da pressão, observar lesões em órgãos-alvo e outros
fatores de risco cardiovascular
- Para todos os pacientes, ênfase especial nas medidas não-farmacológicas (são
as que têm maior potencial de reduzir pressão)
CÁLCULO DE RISCO
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ESCOLHA DE TRATAMENTO
Categorias Estratégia
Sem risco adicional Tratamento não medicamentoso
isolado
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ESCOLHA TERAPÊUTICA
- Qual classe de drogas como primeira escolha?
Eficácia
Poucos efeitos colaterais
Comodidade posológica
Custo
- 5 classes de drogas mostraram redução da mortalidade
Diuréticos tiazídicos
Beta-bloqueadores
Inibidores da enzima conversora
Antagonistas de canais de cálcio
Antagonistas de receptores de angiotensina II
- Uma droga ou duas?
Em hipertensos leves e limítrofes, monoterapia
Em hipertensos moderados, pode-se optar por monoterapia ou terapia
combinada
- Qual (ou quais)?
- Qual a segunda droga a introduzir?
Combinações mais benéficas
Levar em consideração efeitos (in)desejados
- Na terapia combinada, o que fazer se não melhorou?
Aumentar dose
Associar outro
Trocar
- Monoterapia X Terapia Associada
Resposta inadequada ou efeitos adversos → aumentar dose →
substituir → Adicionar 2º → aumentar dose da associação → trocar →
Adicionar 3º → adicionar outros anti-hipertensivos
HIPERTENSÃO REFRATÁRIA
- Casos em que não há controle, apesar de três ou mais drogas em doses
máximas
- Causas:
Má adesão (farmacológica ou estilo de vida)
Hipertensão secundária
Gravidade intrínseca
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Estresse
biomecânico
Fatores de crescimento
Hormônios Citocinas
Matriz extracelular
Recptores
Citoesqueleto Manuseio de
Ca+2
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Sobrecarga pressórica
Aldosterona
Aumento expressão ECA cardíaca/vascular
Insuficiência
Disfunção diastólica Cardíaca
Idade, sexo, PA, FC, obesidade,
Congestiva
estresse (atividade SNS), hipóxia
noturna, tabagismo, insulina,
viscosidade sanguínea, fatores Hipertrofia do VE
de crescimento, SRAA, fatores
genéticos, lípides
↓ Reserva ↑ Consumo
Progresão
fluxo oxigênio
lesões
coronário miocárdio Disfunção
arterosclerose Impacto sistólica
prognóstico
Isquemia miocárdica
Lesão da placa e
trombose
Arritmias Angina
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HAS
↑ Demanda O2
miocárdico
Mastócitos
↓ PO2 tecidual
Inflamação
NFkβ
Angiogênese
Insuficiência Angiogênese mal adaptativa
cardíaca adaptativa
Hipertrofia
cardíaca
Angiotensina II
Resposta Ação
inflamatória pressórica:
↑ Contração
Disfunção
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Rigidez
Enfraquecimento da
parede
Degeneração progressiva da
Dilatação arterial parede
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Lesão renal
Fator de
HAS
crescimento renal
e citocinas ↓ Massa néfron
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Mecanismos:
Angiotensina II Lipohialinose da
Isquemia da
arteríola cerebral
parede vascular
Ruptura do vaso
Hemorragia cerebral
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AVALIAÇÃO DE EXAMES
- Repercussão cardíaca da HAS
Eletrocardiograma:
o Hipertrofia ventricular esquerda – índice de Sokolow e Lyon
o Sobrecarga átrio esquerdo – aumento duração onda P
o Alteração repolarização ventricular – inversão onda T, padrão
strain
Ecocardiograma:
o Aumento de espessura do septo interventricular e parede
posterior VE > 10mm
o Massa VE indexada >125g/m2(homem) e 110g/m2(mulher)
o Alterações de relaxamento de VE – disfunção diastólica
o Diminuição da fração de ejeção – disfunção sistólica
o Aumento do átrio esquerdo
- Avaliação laboratorial da função renal:
Uréia
Creatinina
Sedimento urinário
Microalbuminúria
Proteinúria de 24 horas
RFG moderadamente
3 30 a 39
diminuído
RFG gravemente
4 15 a 29
diminuído
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