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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA

BACHARELADO EM DIREITO
DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

RGPS: Contribuições para a Seguridade Social

1
Contribuições Sociais
CF/88, Art. 195: A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:

2
Contribuições Sociais
Financiamento Indireto: Se dá mediante receitas orçamentárias
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Financiamento direto: ocorre mediante as contribuições


sociais.

3
Contribuições Sociais
Contribuições do empregador,
empresa, equiparado

Contribuições dos trabalhadores


e demais segurados do RGPS
Custeio da
Seguridade

Concurso de Prognósticos

Contribuição do importador de
bens ou serviços do exterior

4
1ª PARTE – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO
TRABALHADOR

5
Salário de Contribuição
É a base de cálculo da contribuição previdenciária dos
segurados da previdência social, configurando a tradução
numérica do fato gerador, que é a atividade remunerada.

- Também será a base cálculo da contribuição previdenciária


patronal do empregador doméstico e do microempreendedor
individual;

- Não é aplicado ao segurado especial, que possui regra própria


de custeio, sobre a produção rural, salvo quando contribui
facultativamente como contribuinte individual.

6
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:

- De acordo com o art. 28, § 3º, da Lei nº 8.212/1991: O limite


mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso
salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este,
ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo
durante o mês.

7
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:

- LC nº 103/2000, estabelece que os estados e DF poderão


instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso
salarial de que trata o inciso V, do art. 7º, da CF/88, para os
empregados que não tenham piso salarial definido em lei
federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, podendo
abarcar os empregados domésticos.

8
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:

- Antes da MP 808/2017 prevalecia o seguinte entendimento:


O segurado que não trabalhe todos os dias, ou cumpra
expediente parcial, contribuirá sobre o valor inferior ao
mínimo mensal, tendo este período de contribuição
computado, sendo-lhe, mesmo assim, assegurado o
pagamento do mínimo mensal, quando da ocorrência de
algum evento determinante;

9
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:

-Ocorre que a MP 808/2017 inseriu na CLT o art. 911-A, que


passa a estabelecer que a contribuição desse segurado deverá
ser complementada até que se atinja o valor do salário
mínimo.

- Caso não haja essa complementação, os meses recolhidos a


menor NÃO serão considerados para fins de apuração do
período de graça, nem para contagem do período de carência
para obtenção de benefícios.

10
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:
Art. 911-A. O empregador efetuará o recolhimento das
contribuições previdenciárias próprias e do trabalhador e o depósito
do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá
ao empregado comprovante do cumprimento dessas
obrigações.
§ 1º - Os segurados enquadrados como empregados que, no
somatório de remunerações auferidas de um ou mais empregadores
no período de um mês, independentemente do tipo de contrato de
trabalho, receberem remuneração inferior ao salário mínimo
mensal, poderão recolher ao Regime Geral de Previdência Social a
diferença entre a remuneração recebida e o valor do salário mínimo
mensal, em que incidirá a mesma alíquota aplicada à contribuição do
trabalhador retida pelo empregador.

11
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:
§ 2º Na hipótese de não ser feito o recolhimento complementar
previsto no § 1º, o mês em que a remuneração total recebida pelo
segurado de um ou mais empregadores for menor que o salário
mínimo mensal não será considerado para fins de aquisição e
manutenção de qualidade de segurado do Regime Geral de
Previdência Social nem para cumprimento dos períodos de carência
para concessão dos benefícios previdenciários.

12
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:

- A Receita Federal do Brasil, por meio do Ato Declaratório


Interpretativo RFB nº 6, de 24 de novembro de 2017, entendeu
que essa complementação deverá ser recolhida pelo próprio
segurado, até o dia 20 do mês subsequente à competência.

13
Salário de Contribuição - Limites
Limite Mínimo:

- Caso o segurado seja CONTRIBUINTE INDIVIDUAL,


NECESSARIAMENTE deverá contribuir, ao menos, sobre o
salário mínimo mensal, já que não é possível identificar se o
pagamento a menor do obreiro é realmente decorrente de
ausência de serviço no mês ou mera tentativa de fraudar o
sistema;

- SEGURADO FACULTATIVO TAMBÉM terá o salário mínimo


mensal como base mínima de contribuição, de modo a
manter-se a paridade entre contribuição e benefício. 14
Salário de Contribuição - Limites
Limite Máximo:

- O limite máximo do salário de contribuição é fixado em lei,


sobre o qual há incidência das mesmas atualizações dos
benefícios de prestação continuada da Previdência Social;

- Para o ano de 2018, a Portaria MF nº 15/2018, estabeleceu o


valor de R$ 5.645,80.

15
Salário de Contribuição - Delimitação
Segurado Empregado e o Trabalhador Avulso – Art. 28,I, Lei 8.212/91

- O salário de contribuição contempla a remuneração auferida em uma


ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês,
destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador
ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;

16
Salário de Contribuição - Delimitação
Segurado Empregado e o Trabalhador Avulso – Art. 28,I, Lei
8.212/91

- Sobre adicional noturno, adicional de insalubridade, adicional


de periculosidade pagos pela empresa, há incidência de
contribuição previdenciária?

R.: Sim, pois são verbas de natureza remuneratória.

17
Salário de Contribuição - Delimitação
Segurado Empregado e o Trabalhador Avulso – Art. 28,I, Lei 8.212/91

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OMISSÃO. ALEGAÇÕES


GENÉRICAS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. BASE DE CÁLCULO.
TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS, HORAS-EXTRAS E ADICIONAIS
PERMANENTES. 1. [...]. 2. Integram o conceito de remuneração,
sujeitando-se, portanto, à contribuição previdenciária o adicional de
horas-extras, adicional noturno, salário-maternidade, adicionais de
insalubridade e de periculosidade. Precedentes. 3. Agravo
regimental não provido.

(STJ, AgRg no AREsp 69958, de 12/06/2012).


18
Salário de Contribuição - Delimitação
Empregado Doméstico – Art. 28,II, Lei 8.212/91

A remuneração do empregado doméstico corresponde à


remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, observadas as normas a serem estabelecidas em
regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do
valor da remuneração;

19
Salário de Contribuição - Delimitação
Contribuinte Individual – Art. 28, III, Lei 8.212/91

Para o contribuinte individual vale a remuneração auferida em


uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por
conta própria, durante o mês, observado o limite máximo
(“teto da previdência”).

20
Salário de Contribuição - Delimitação
Contribuinte Facultativo – Art. 28, IV, Lei 8.212/91

O salário de contribuição do contribuinte facultativo será o


valor por ele declarado, observado o limite máximo da
Previdência Social.

21
Salário de Contribuição - Composição
- Via de regra, o salário de contribuição é composto pelas parcelas
remuneratórias do labor, incluindo, inclusive, a gratificação natalina
(13º salário);

- § 7º, IV, do art. 28, da Lei 8.212/91 - “O décimo-terceiro


salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição,
exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em
regulamento”.

- Súmula nº 688, STF: É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DA


CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O 13º SALÁRIO.

22
Salário de Contribuição - Composição
-De acordo com o § 8º, IV, do art. 28 da Lei nº 8.212/91,
“integram o salário-de-contribuição pelo seu valor total: a) o
total das diárias pagas, quando excedente a cinqüenta por
cento da remuneração mensal”.

- De acordo com o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91 “O salário-


maternidade é considerado como salário de contribuição!

23
Salário de Contribuição - Composição
E as horas extras do empregado e doméstico, integram o
salário de contribuição?

R.: TRIBUTÁRIO. PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS. INCIDÊNCIA DE


CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. CARÁTER REMUNERATÓRIO. Nos
termos da remansosa jurisprudência desta Corte, é possível a incidência
de contribuição previdência sobre os valores pagos a título de horas
extras, haja vista o seu caráter remuneratório. Precedentes: AgRg no
REsp 1270270/RN, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira
Turma, julgado em 25/10/2011, DJe 17/11/2011; AgRg no REsp
1210517/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em
02/12/2010, DJe 04/02/2011. Agravo regimental improvido. Julgado em
06/12/2012.

24
Salário de Contribuição - Composição
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. ART. 535,
II, DO CPC. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE
AUXÍLIO-DOENÇA E TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS. APLICAÇÃO
SOBRE HORAS EXTRAS. FÉRIAS GOZADAS. 1. O Superior Tribunal de
Justiça no julgamento do REsp 1.358.281/SP, de minha relatoria, sob o
rito dos Recursos Repetitivos, art. 543-C do CPC, entendeu que incide a
contribuição previdenciária sobre horas extras, adicional noturno, de
insalubridade e periculosidade pagos pelo empregador, por possuir
natureza remuneratória. 2. Por outro lado, no julgamento do REsp
1.230.957/RS, sob o rito dos Recursos Repetitivos, Relator Min. Mauro
Campbell Marques, foi decidido que não cabe contribuição
previdenciária sobre o aviso prévio indenizado, os primeiros 15 dias do
auxílio-doença e o terço constitucional de férias. 3. Recurso Especial
parcialmente provido.
(STJ - REsp: 1517381 SC 2015/0041151-0, Relator: Ministro HERMAN
BENJAMIN, Data de Julgamento: 07/04/2015, T2 - SEGUNDA TURMA,
Data de Publicação: DJe 21/05/2015). 25
Salário de Contribuição – Composição - Resumo
- Parcelas remuneratórias, a exemplo de: salário, abonos
incorporados, 13º salário, comissão paga ao corretor de seguros;
- Diárias de viagem, quando excedam 50% da remuneração mensal;
- Salário-maternidade;
- Férias gozadas;
- Salário-paternidade;
- Horas extras;
- Adicional noturno;
- Adicional de insalubridade;
- Adicional de periculosidade;
- Hora Repouso Alimentação;
- Aviso prévio gozado;

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Salário de Contribuição – Não Integram!
De acordo com o § 9º, art. 28, da Lei 8.212/91, não integram o
salário de contribuição:

a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites


legais, salvo o salário-maternidade;

c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas


de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril
de 1976;

Ementa STJ...

27
Salário de Contribuição – Não Integram!
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO
PAGO IN NATURA. NÃO INCIDÊNCIA. PAGAMENTO EM PECÚNIA.
INCIDÊNCIA. INSCRIÇÃO NO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO
TRABALHADOR. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. 1. A
jurisprudência desta Corte Superior firmou o entendimento no sentido de
que o auxílio-alimentação pago in natura não integra a base de cálculo da
contribuição previdenciária, esteja ou não a empresa inscrita no PAT; por
outro lado, quando pago habitual e em pecúnia, incide a referida
contribuição. 2. Precedentes: REsp 1196748/RJ, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 28/09/2010; AgRg no AREsp
5810/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe
10/06/2011; AgRg no Ag 1392454/SC, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES
LIMA, PRIMEIRA TURMA, DJe 25/11/2011; AgRg no REsp 1.426.319/SC, Rel.
Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 13/5/2014. 3.
Agravo regimental a que se nega provimento.
(STJ - AgRg no REsp: 1420135 SC 2013/0387928-4, Relator: Ministro SÉRGIO
KUKINA, Data de Julgamento: 09/09/2014, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 16/09/2014) 28
Salário de Contribuição – Não Integram!
Súmula nº 67, TNU: O auxílio-alimentação recebido em
pecúnia por segurado filiado ao Regime Geral da Previdência
Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência
de contribuição previdenciária

29
Salário de Contribuição – Não Integram!
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e
respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata
o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT;

- STJ tem se posicionado no sentido de que o aviso prévio


indenizado também não integra o salário de contribuição (Resp
1.198.964-PR, Edcl no AREsp 135682).

30
Salário de Contribuição – Não Integram!
e) Também as importâncias relacionadas a:

- Multa indenizatória sobre o saldo do FGTS, abono de férias,


licença-prêmio indenizada, parcela recebida a título de vale-
transporte, ajuda de custo para mudança de local de trabalho,
diárias para viagens que não ultrapassem 50% da remuneração
mensal, abono do PIS, além de outras parcelas indenizatórias.

31
Salário de Contribuição – Aposentado
Antônio é aposentado desde 2010. Todavia, em janeiro de
2015 conseguiu um emprego na empresa “JJ Confecções”.
Nessa condição, Antônio deverá contribuir com a Previdência
Social?

R.: Sim! Art. 12, § 4º, Lei 8.212/91: O aposentado pelo Regime
Geral de Previdência Social-RGPS que estiver exercendo ou que
voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é
segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando
sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para fins de
custeio da Seguridade Social. 32
Salário de Contribuição – Alíquotas
Empregado, trabalhador avulso e doméstico:

- De acordo com o art. 20, Lei 8.212/91, a contribuição


previdenciária desses segurados terá alíquotas progressivas, de
acordo com o salário de contribuição, de forma não
cumulativa:
A. Salário de contribuição até R$ 1.693,72 -> 8%;

B. “ “ de R$ 1.693,73 até R$ 2.822,90 -> 9%;

C. “ “ de R$ 2.7822.90 até R$ 5.645,80 -> 11%;

33
Salário de Contribuição – Alíquotas
Empregado, trabalhador avulso e doméstico:

- Nesses casos a responsabilidade pelo recolhimento da


contribuição é das empresas, empregadores e equiparados!
- De acordo com o Enunciado nº 18, do Conselho de Recursos da
Previdência Social: “Não se indefere benefício sob fundamento
de falta de recolhimento de contribuição previdenciária
quando esta obrigação for devida pelo empregador.”

34
Salário de Contribuição – Alíquotas
Empregado, trabalhador avulso e doméstico:

- É importante registrar que a presunção de desconto das


contribuições previdenciárias só ocorre em relação aos
trabalhadores empregados e avulsos (art. 33, § 5º, Lei
8.212/91; e empregados domésticos!! (art. 30, V).

- A TNU e no STJ já tinham firmado entendimento de que o


empregado doméstico também deve ser alcançado por essa
presunção!

35
Salário de Contribuição – Alíquotas
Empregado, trabalhador avulso e doméstico:
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. AUXÍLIO-DOENÇA. CARÊNCIA.
RECOLHIMENTO EM ATRASO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
EMPREGADO DOMÉSTICO. ÔNUS DOEMPREGADOR. PEDIDO CONHECIDO E
PROVIDO. 1. Acórdão reformou a sentença de primeiro grau sob o fundamento
de que a parte autora não teria cumprido o requisito da carência, para fins de
concessão de auxílio-doença, uma vez que o recolhimento das contribuições
previdenciárias foram feitos em atraso. 2. Incidente de uniformização em que
se pretende o reconhecimento deste requisito, tendo em vista tratar-se de
empregado doméstico, cujo ônus pelo recolhimento da contribuição é do
empregador. 3. Jurisprudência do STJ e desta TNU no sentido de que a
responsabilidade do recolhimento da contribuição é do empregador doméstico,
razão pela qual o pagamento em atraso não implica o não atendimento da
carência por parte do segurado. 4. Pedido conhecido e provido. (TNU - PEDILEF:
200870500072980 PR , Relator: JUIZ FEDERAL PAULO RICARDO ARENA FILHO,
Data de Julgamento: 24/11/2011, Data de Publicação: DOU 19/12/2011).

36
Salário de Contribuição – Alíquotas
Empregado, trabalhador avulso e doméstico:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. EMPREGADA DOMÉSTICA.
CARÊNCIA. COMPROVAÇÃO. I - A legislação atribuiu exclusivamente
ao empregador doméstico, e não ao empregado, a responsabilidade
quanto ao recolhimento das contribuições previdenciárias (ex vi do
art. 30, inciso V, da Lei nº 8.212/91). II - A alegada falta de
comprovação do efetivo recolhimento não permite, como
conseqüência lógica, a inferência de não cumprimento da carência
exigida. Agravo regimental desprovido

(STJ - AgRg no REsp: 331748 SP 2001/0093876-8, Relator: Ministro


FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 28/10/2003, T5 - QUINTA
TURMA, Data de Publicação: DJ 09.12.2003 p. 310)
37
Salário de Contribuição – Alíquotas
Empregado, trabalhador avulso e doméstico:
- De acordo com o art. 30, I, b, da Lei 8.212/91, o recolhimento das
contribuições previdenciárias dos empregados e avulsos deverá
ocorrer até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
competência.
- Já em relação aos trabalhadores domésticos, o empregador
doméstico é obrigado a arrecadar e a recolher a contribuição do
segurado empregado a seu serviço, assim como a parcela a seu
cargo, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência (art. 30, V, da
Lei 8.212/91).
38
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
- Via de regra a alíquota de contribuição dos segurados contribuinte
individual e facultativo será de vinte por cento sobre o respectivo
salário de contribuição (art. 21, Lei 8.212/91);

- Cabe ao próprio segurado promover diretamente o recolhimento


tempestivo da Contribuição Previdenciária;

- Prazo para recolhimento é até o dia 15 do mês subsequente;

39
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
- Do art. 30, § 4º, da Lei 8.212/91, incluído pela Lei 9.876/99, extrai-
se que o contribuinte individual que prestar serviço para empresa
poderá deduzir de sua contribuição mensal 45% da contribuição
paga pela empresa, a fim de reduzir a contribuição do segurado para
11% do salário de contribuição, uma vez que a empresa paga 20%
sobre as remunerações dos contribuintes individuais prestadores de
serviço;

- Assim, desde 2003 (Lei 10.666/03), a responsabilidade pelo


recolhimento dos 11% sobre o salário de contribuição passou para o
empregador (tomador de serviços!). 40
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
- Desta forma, apenas nesse caso (contribuinte individual que presta
serviço para empresa), também haverá presunção absoluta de
recolhimento da contribuição previdenciária.

- Vale lembrar que isso só ocorre em relação a empresas. Quando,


por exemplo, uma entidade filantrópica, que não recolhe a
Contribuição Previdenciária sobre a folha de pagamento dos
prestadores de serviços individuais (imunidade!), for a tomadora dos
serviços, o empregado individual não irá se beneficiar.

41
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:

Segurado Alíquota Base de Responsabilida Presunção Prazo


Cálculo de pelo de
recolhimento recolhimen
to
Regra geral - 20% Salário O próprio Não Até dia 15 do
Contribuinte de mês
Individual contribui subsequente
ção
Contribuinte 11% Salário Empresa Sim Até o dia 20
Individual de do mês
que presta contribui subsequente
serviço a ção
empresa

42
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
De acordo com o § 28, do art. 216, do RPS (Decr. 3.048/99), “cabe ao
próprio contribuinte individual que prestar serviços, no mesmo mês,
a mais de uma empresa, cuja soma das remunerações superar o
limite mensal do salário-de-contribuição, comprovar às que
sucederem à primeira o valor ou valores sobre os quais já tenha
incidido o desconto da contribuição, de forma a se observar o limite
máximo do salário-de-contribuição.”

43
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
Já o § 29, do mesmo art. 216, aponta que “Na hipótese do § 28, o Instituto
Nacional do Seguro Social poderá facultar ao contribuinte individual que
prestar, regularmente, serviços a uma ou mais empresas, cuja soma das
remunerações seja igual ou superior ao limite mensal do salário-de-
contribuição, indicar qual ou quais empresas e sobre qual valor deverá
proceder o desconto da contribuição, de forma a respeitar o limite máximo,
e dispensar as demais dessa providência, bem como atribuir ao próprio
contribuinte individual a responsabilidade de complementar a respectiva
contribuição até o limite máximo, na hipótese de, por qualquer razão,
deixar de receber remuneração ou receber remuneração inferior às
indicadas para o desconto.” 44
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
- O art. 21, § 2º, da Lei nº 8.212/91, traz a possibilidade de que o
contribuinte individual que trabalhe por conta própria sem relação
de trabalho com empresa ou equiparado e também o segurado
facultativo contribuam com apenas 11% do salário de contribuição
no valor de um salário mínimo;

- Nesse caso não terá direito apenas à aposentadoria por tempo de


contribuição!

45
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
E se esse segurado precisar mudar para o Regime Próprio ou queira
se aposentar por tempo de contribuição?

R.: Nesse caso poderá providenciar o recolhimento retroativo dos 9%


faltantes para integralizar os 20% sobre o salário de contribuição,
com a incidência dos juros legais (impede a contagem recíproca).

** Vale lembrar que a mesma possibilidade, de recolher sobre 11%


do salário mínimo existe para o segurado facultativo, com as
mesmas consequências.

46
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:

Outra importante inovação foi promovida pela Lei Complementar nº


123/2006 em relação à contribuição previdenciária dos trabalhadores de
baixa renda.

Quem são os trabalhadores de baixa renda?

R.: A família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo


Federal (CadÚnico), cuja renda familiar mensal seja de até 3 salários
mínimos ou aquela com renda familiar mensal per capita de até meio
salário mínimo (art. 4º, II, Decr. 6.135/2007).
** Todavia, § 4º, art. 21, L. 8212/91: Considera-se de baixa renda, para os
fins do disposto na alínea b do inciso II do § 2o deste artigo, a família
inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal -
CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos. 47
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
O art. 21, § 2º, II, da Lei 8.212/91, estabelece que a contribuição
previdenciária do microempreendedor individual (não enquadrado
no SIMEI), de que trata o art. 18-A da LC nº 123/2006 (receita bruta
de até R$ 81.000,00 no ano-calendário anterior), além do segurado
facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao
trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que
pertencente a família de baixa renda, será de 5% sobre o salário de
contribuição no valor de um salário mínimo.

48
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
Quais vantagens esses contribuintes de baixa renda possuem?

R.: Poderá contribuir com 5% sobre o salário mínimo.

Isso gera diferença em relação aos demais contribuintes?

R.: Apenas não terá direito a aposentadoria por tempo de


contribuição, nem direito à contagem recíproca.

49
Salário de Contribuição – Alíquotas
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo:
Segurado Alíquo Base de Responsab Presunção de Prazo
ta Cálculo ilidade recolhimento
pelo
recolhime
nto
Contribuinte individual 11% Salário de O próprio Não. Até dia 15 do
que trabalhe por conta contribuiç Não terá direito mês
própria e segurado ão no a aposentadoria subsequente
facultativo valor de 1 por tempo de
SM contribuição
MEI ou segurado 5% Salário de O próprio Não. Até o dia 20
facultativo de baixa contribuiç Não terá direito do mês
renda que se dedique ão no a aposentadoria subsequente
a trabalho doméstico valor de 1 por tempo de (MEI) e dia
em sua residência SM contribuição 15
(facultativo).
50
Salário de Contribuição – Alíquotas
Segurado Especial:
De acordo com o art. 195, § 8º, CF/88 “O produtor, o parceiro, o
meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para
a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios
nos termos da lei”.

51
Salário de Contribuição – Alíquotas
Segurado Especial:

Assim, o art. 25, I, da Lei 8.212/91, estabelece que a contribuição


previdenciária do segurado especial será de 1,2% da receita
bruta proveniente da comercialização da sua produção;

- Além dessa contribuição, há a incidência de mais 0,1% para


custeio dos benefícios decorrentes dos acidentes de trabalho,
conforme inciso II do mesmo artigo.

52
Salário de Contribuição – Alíquotas
Segurado Especial:
Quem será responsável pelo recolhimento da contribuição
previdenciária do segurado especial?

R.: Via de regra será o adquirente da produção, até o dia 20 do mês


subsequente, salvo se a produção for comercializada no exterior,
diretamente no varejo a pessoa física, a produtor rural pessoa física
ou a outro segurado especial.

- Quando no ano, o grupo familiar não tiver obtido renda decorrente


da comercialização de seus produtos e serviços, deverá comunicar tal
fato à Previdência Social;
53
Salário de Contribuição – Alíquotas
Segurado Especial:
- Caso deseje obter um benefício superior ao salário mínimo ou
ainda uma aposentadoria por tempo de contribuição, poderá o
segurado especial, sem perder seu enquadramento, contribuir como
contribuinte individual, além da contribuição incidente sobre o valor
bruto da comercialização da produção.

54
2ª PARTE – CONTRIBUIÇÕES PATRONAIS

55
Contribuições: empregador, empresa, equip.
A contribuição patronal recai sobre:

A) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;

• É a Contribuição Previdenciária Patronal para ao custeio do RGPS!

• 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a


qualquer título, durante o mês + 1, 2 ou 3% para financiar ao auxílio-
acidente, ou 20% sobre pagamento do contribuinte individual.

*** Bancos e instituições financeiras: acréscimo de 2,5%.

**** Do empregador doméstico: 8% + 0,8%.

56
Contribuição da Empresa/Equiparado
Quem é equiparado à empresa?

R.: O contribuinte individual em relação a segurado que lhe


presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou
entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão
diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras
(art. 15, § único, Lei 8.212/91).

- Também o Órgão Gestor de mão de obra, o proprietário de


imóvel, o incorporador ou dono de obra de construção civil,
quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta
serviço (art. 3º, IN RFB 971/2009). 57
Contribuição da Empresa/Equiparado
-A contribuição previdenciária incide sobre a folha de salários,
e demais rendimentos do trabalho, pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício (art. 195, I, “a”, CF/88).

-Excluem-se as parcelas de cunho indenizatório.

58
Contribuição empregador equiparado
-Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os
efeitos desta Lei, os valores despendidos pelas entidades religiosas e
instituições de ensino vocacional como ministro de confissão
religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação
ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua
subsistência desde que fornecidos em condições que independam
da natureza e da quantidade do trabalho executado (Art. 22, § 13º,
Lei nº 8.212/91).

- Ex.: A quantia paga por entidade religiosa a Padre / Pastor não será
considerada remuneração e, por conseguinte, não incidirá a
contribuição previdenciária patronal sobre essa quantia. 59
Contribuição empregador equiparado
- Acerca das contribuições patronais sobre os rendimentos dos
ministros de confissão religiosa e membros de ordem religiosa,
vale ressaltar que, caso a quantia (que não é considerada
remuneração) sofrer variação de acordo com a natureza ou
quantidade de trabalho (disparidade entre valores pagos
mensalmente), então essa quantia recebida poderá ser
considerada como remuneração!

60
Contribuição empregador equiparado
- Cabe destacar que junto à Receita Federal e ao INSS as
empresas são identificadas por um número de matrícula,
sendo utilizada a numeração do Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas;

- Todavia, para os equiparados a empresa que não possuam


CNPJ, deverá ser providenciado um número junto ao Cadastro
Específico do INSS – CEI.

61
Contribuição empregador equiparado
- Em relação à requisição de mão de obra de trabalhadores
avulsos, via de regra, caberá a cada operador portuário ou
titular da instalação de uso privativo repassar a quantia
referente à contribuição previdenciária patronal ao Órgão
Gestor de mão de obra até 24 horas após a realização dos
serviços, cabendo a este efetuar a recolhimento do referido
tributo.

62
Contribuição da Empresa/Equiparado
Contribuição SAT

- Sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas


aos segurados empregados e trabalhadores avulsos,
adicionalmente à Contribuição Previdenciária Patronal de 20%
incidirá um percentual de 1%, 2% ou 3% para custeio de
auxílio-acidente e aposentadoria especial.

** Tradicionalmente esse adicional previdenciário é conhecido


como contribuição SAT (Seguro de Acidentes do Trabalho).

63
Contribuição da Empresa/Equiparado
Contribuição SAT

-Entendimento do STJ, que diverge do STF no RE 343.446, a


contribuição do SAT deve ser calculada em cada
estabelecimento da pessoa jurídica (por cada CNPJ), caso
possua mais de uma unidade.
Súmula nº 351, STJ: A alíquota de contribuição para o Seguro de
Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido
em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de
risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.

64
Contribuição da Empresa/Equiparado
Contribuição SAT

- A Receita Federal do Brasil, em 2014, por meio da Instrução


Normativa nº 1.453, aderiu ao posicionamento do STJ, no
sentido de que a empresa com mais de um estabelecimento e
com mais de uma atividade econômica deverá apurar a
atividade preponderante em cada estabelecimento.

** No Decreto nº 3.048/99, anexo V, é possível verificar


exemplos de relação de atividades preponderantes e
correspondentes graus de risco.

65
Contribuição da Empresa/Equiparado
Contribuição SAT

- A partir do art. 10, Lei 10.666/2003, tornou-se possível que


essa alíquota da contribuição do SAT sofra redução de até 50%
ou majoração de até 100%, a depender do desempenho da
empresa em relação à respectiva atividade econômica,
apurado em conformidade com os índices apurados
periodicamente de frequência, gravidade e custo, calculados
segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de
Previdência Social (FAP - Fator Acidentário de Prevenção – art.
202-A, do RPS). 66
Contribuição da Empresa/Equiparado
Contribuição SAT

- Por força do Princípio da Anterioridade Nonagesimal, o FAP


produzirá efeitos tributários somente a partir do primeiro dia
do quarto mês subsequente ao de sua divulgação.

67
Contribuição da Empresa/Equiparado
Contribuição SAT e Aposentadoria Especial

- As alíquotas do SAT poderão ainda ser acrescidas de 6%, 9%


ou 12% (RAT - Risco Ambiental do Trabalho) caso o segurado
empregado ou trabalhador avulso desenvolver atividade
enquadrada como especial, que leva a uma aposentadoria com
25, 20 ou 15 anos de contribuição, respectivamente.

68
Contribuição da Empresa/Equiparado
Microempreendedor Individual

- Se o empregador se trata de microempreendedor individual


(MEI), equiparado às empresas para fins previdenciários, a sua
cota patronal será de 3% sobre o salário de contribuição do seu
empregado;

- Vale lembrar que poderá ter apenas um empregado, que


inclusive deve receber um salário mínimo ou o piso da
categoria.

69
Contribuição da Empresa/Equiparado
Contribuintes Alíquota Base de Cálculo Prazo
Empresas ou 20% + 1, 2 ou 3% Total das remunerações Até dia 20 do
Equiparados (possíveis acréscimos pagas, devidas ou mês
6, 9 ou 12%) creditadas mensalmente subsequente ou
imediatamente
anterior se não
for útil
Idem 20% Total das remunerações idem
pagas ou creditadas a qq
título, no decorrer do mês,
aos segurados
contribuintes individuais
que lhes prestem serviços.
MEI 3% Salário de contribuição do Até dia 20 do
empregado único (1 SM). mês
subsequente ou
imediatamente
POSTERIOR se
não for útil
70
Contribuição do Empregador Doméstico
De acordo com o art. 34, da LC nº 150/2015, o Simples Doméstico
assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de
arrecadação, de diversos valores, dentre eles as seguintes
contribuições previdenciárias patronais:

- II - 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenciária para


a seguridade social, a cargo do empregador doméstico, nos termos
do art. 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991;

III - 0,8% (oito décimos por cento) de contribuição social para


financiamento do seguro contra acidentes do trabalho.

71
Contribuição do Empregador Doméstico
De acordo com o art. 35, da LC nº 150/2015, a arrecadação e o
recolhimento dessas contribuições por meio do Simples
Nacional deverá ocorrer até o dia 7 do mês seguinte ao da
competência.

72
Contribuições Patronais Substitutivas
Clubes de futebol profissional – Lei 9.615/1998

A contribuição empresarial da associação desportiva que


mantém equipe de futebol profissional se constitui na
aplicação da alíquota de 5% sobre a receita bruta, decorrente
da renda dos espetáculos desportivos dos quais participe, de
contratos de patrocínio, de licenciamento do uso de marcas e
símbolos, de publicidade ou propaganda e de transmissão dos
espetáculos desportivos.

- Substitui a alíquota de 20% sobre a remuneração dos


empregados e a contribuição do SAT; 73
Contribuições Patronais Substitutivas
Clubes de futebol profissional – Lei 9.615/1998

-Não substitui a contribuição incidente sobre a remuneração


do contribuinte individual ou do cooperado contratado pelo
clube;

- Pagam normalmente COFINS e CSLL;

- As demais entidades desportivas contribuem como as


empresas em geral.

74
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Física - PRPF
-Este segurado contribui, em relação à sua própria filiação
(contribuinte individual). Todavia, em relação a seus empregados,
ainda é obrigado ao recolhimento da contribuição patronal,
substitutiva da relativa à folha de salários, por meio da aplicação
da alíquota de 2% (1,2% - Lei 13.606/2018) sobre a receita bruta
da comercialização da produção rural (FUNRURAL);

-Para o financiamento do SAT de seus empregados, há adicional


de 0,1% sobre a mesma base de cálculo.

75
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Física – PRPF

- Fica desobrigado da COFINS e da CSLL.

-Em regra, a responsabilidade tributária pelo recolhimento


desta contribuição será do adquirente da produção (ver
exceções art. 30, Lei 8.212/91 – exterior, varejo, PF segurado
especial), até dia 20 do mês subsequente;

76
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Física - PRPF

-Em decorrência da contratação de trabalhadores temporários


pelos produtores rurais PF (inclusive segurado especial) há a
obrigação para arrecadar as contribuições previdenciárias
(previstas nos incisos X, XII e XIII do caput do art. 30 da Lei
8.212) até o dia 20 do mês subsequente, e os valores
referentes ao FGTS e os encargos trabalhistas sob sua
responsabilidade, até o dia 7 (sete) do mês seguinte ao da
competência.

77
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Física - PRPF

-STF (RE 363.852-MG), por unanimidade, se manifestou no


sentido de que o art. 25, da Lei 8.212/91 (inserido pela Lei
8.540/92 – trata justamente dessa contribuição substitutiva) é
inconstitucional em relação ao produtor rural pessoa física, por
se caracterizar como nova fonte de custeio, o que demandaria
a edição de lei complementar.

78
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Física - PRPF

-Todavia, a Lei 13.606/2018, alterou o texto do art. 25, § 13º, da


seguinte forma (vigência a partir de janeiro de 2019):

“§ 13. O produtor rural pessoa física poderá optar por contribuir na


forma prevista no caput deste artigo (1,2% sobre receita bruta da
produção) ou na forma dos incisos I e II do caput do art. 22 desta Lei
(20% sobre a remuneração, mais SAT), manifestando sua opção
mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a folha de
salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência
subsequente ao início da atividade rural, e será irretratável para todo
o ano-calendário.” 79
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Jurídica - PRPJ

-Sua contribuição patronal substitutiva é de 2,5% sobre a


receita bruta proveniente da comercialização da produção
rural, mais 0,1% a título de SAT;

-Deve recolher normalmente COFINS E CSLL;

-A responsabilidade pelo recolhimento será do próprio


produtor rural, até o dia 20 do mês subsequente ao da
operação de venda;

80
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Jurídica - PRPJ

-A partir do art. 22-A, da Lei 8.212/91, também é possível


verificar que esse regime de substituição contributiva também
se aplica à agroindústria, pessoa jurídica que industrializa
produtos rurais de sua própria produção, explorando duas
atividades, uma agrária e outra industrial, em um mesmo
empreendimento econômico.

-A validade dessa contribuição substitutiva também está sendo


contestada no STF – RE 611.601.

81
Contribuições Patronais Substitutivas
Produtor Rural Pessoa Jurídica - PRPJ

-Todavia, a Lei 13.606/2018, alterou o texto do art. 25, § 13º, da


seguinte forma (vigência a partir de janeiro de 2019):

“§ 7º - O empregador pessoa jurídica poderá optar por contribuir na


forma prevista no caput deste artigo (2,5% sobre receita bruta da
produção) ou na forma dos incisos I e II do caput do art. 22 da Lei no
8.212, de 24 de julho de 1991 (20% sobre remunerações, mais o SAT),
manifestando sua opção mediante o pagamento da contribuição
incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à
primeira competência subsequente ao início da atividade rural, e será
irretratável para todo o ano- calendário.”
82
Contribuições Patronais
- Atraso no Pagamento!

- Sobre os débitos vencidos e não pagos incidirão juros de


mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais,
acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao
do pagamento, e de 1% no mês de pagamento (art. 30, Lei
10.522/02) + multa 0,33% por dia de atraso, limitada a 20%.

83
Contribuições Patronais
- Responsabilidade solidária da Administração Pública

-De acordo com o art. 71, Lei 8.666/93, a Administração


Pública responde solidariamente com o contratado pelos
encargos previdenciários resultantes da execução do contrato;

- Todavia, essa responsabilidade solidária ficará afastada se a


Administração tiver efetuado retenção de 11% sobre o valor
bruto da nota ou fatura de prestação de serviços, conforme
determina o art. 31, Lei 8.212/91.

84
Contribuições Patronais
- Art. 31, Lei 8.212/91: A empresa contratante de serviços
executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em
regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por
cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de
obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês
subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura,
ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver
expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5o
do art. 33 desta Lei.
85
Contribuições Patronais
- Adicional para aposentadoria especial, além da retenção dos 11%
(onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços:

O art. 6º, L. 10666/2003 aponta que, a essa alíquota de 11% deverá ser
acrescida de 4, 3 ou 2%: “O percentual de retenção do valor bruto da
nota fiscal ou fatura de prestação de serviços relativa a serviços
prestados mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de
trabalho temporário, a cargo da empresa contratante, é acrescido de
quatro, três ou dois pontos percentuais, relativamente aos serviços
prestados pelo segurado empregado cuja atividade permita a concessão
de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de
contribuição, respectivamente”. 86
Contribuições Patronais
Acerca dessa retenção, súmula 425, STJ:

“A retenção da contribuição para a seguridade social pelo


tomador do serviço não se aplica às empresas optantes pelo
Simples”.

87
Contribuições: empregador, empresa, equip.
A contribuição recai sobre:

B) a receita ou o faturamento;

* Trata-se da Contribuição para Financiamento da Seguridade


Social (COFINS).

-Fato gerador: Auferir faturamento mensal / renda bruta;

- Via de regra, a alíquota será de 7,6%, salvo nos casos de


incidência sobre a importação de bens ou serviços, havendo
variação das alíquotas nesses casos.

88
Contribuições: empregador, empresa, equip.
A contribuição recai sobre:

C) o lucro;

* Trata-se da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

-Fato gerador: Auferir lucro;

-A alíquota será de 9%, sobre o lucro;

-Para as pessoas jurídicas de seguros privados, de capitalização


e para determinadas instituições financeiras, a alíquota será de
20% até 2018 e depois 15%. Para cooperativas de crédito, 17%.

-Lei de instituição nº 7.689/88.


89
Contribuições: Concurso Prognósticos
D - sobre a receita de concursos de prognósticos.

- Tecnicamente não se trata de um tributo, mas sim de


repasses de recursos financeiros arrecadados pelo Poder
Público em decorrência das apostas oficiais;

- Art. 26, Lei nº 8.212/91: Constitui receita da Seguridade


Social a renda líquida (o total da arrecadação, deduzidos os
valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e
de despesas com a administração) dos concursos de
prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao
Programa de Crédito Educativo (Estado é o organizador). 90
Contribuições: Receita de Prognósticos
D - sobre a receita de concursos de prognósticos.

-Timemania (3% da renda líquida para Fundo Nacional de


Saúde e 1% para seguridade social);

- Quando particular organizar as apostas, 5% do movimento


global para a seguridade social;

- Exemplos: concursos de sorteios de números, loterias,


apostas, inclusive as realizadas em eventos hípicos, no âmbito
federal, estadual, distrital e municipal.

91
Contribuições: Importador de bens e serviços
E - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem
a lei a ele equiparar.

- Esse dispositivo é fruto da EC nº 42/2003, fundamento para a


Lei nº 10.865/2004, que instituiu o PIS e a COFINS Importação;

92
Outras Contribuições
O que é o PIS/PASEP?

-Programa de Integração Social (PIS);

-Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP);

CF/88 - Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o


Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7,
de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8,
de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa
do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo.
93
Outras Contribuições
O que é o PIS/PASEP?

- Pode ser calculado sobre o faturamento das empresas: 0,65% para


regime de cumulatividade e 1,65% para regime de tributação não
cumulativo;

- Pode ser calculado sobre a folha de pagamento: 1% para entidades


sem fins lucrativos que tenham empregados estão enquadradas na
modalidade sobre a Folha de Pagamento;

- Importação: 2,1% sobre a entrada de bens estrangeiros no


território nacional e 1,65% para remessas ao exterior como
contraprestação por serviços prestados;
94
Outras Contribuições
Para ter direito ao abono do PIS?

-Estar cadastrado no PIS há pelo menos cinco anos;

-Ter recebido remuneração mensal média de até dois salários mínimos


durante o ano-base;

-Ter exercido atividade remunerada para Pessoa Jurídica, durante pelo


menos 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base considerado para
apuração;

-Ter seus dados informados pelo empregador (Pessoa


Jurídica) corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

95
Contribuições: Outras Considerações
Art. 195, § 4º, CF/88 - A lei poderá instituir outras fontes destinadas
a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I (Art. 154. A União poderá
instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no
artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição).

** Vale destacar ainda que o STF já se posicionou no sentido de que


“é plenamente válida a instituição de novas contribuições sociais
cumulativas e com o mesmo fato gerador ou base de cálculo dos
impostos” – RE 258.470, de 21/03/2.000. 96
Contribuições: Outras Considerações
Competência da Justiça do Trabalho na execução de
contribuições previdenciárias!

- Art. 114, CF/88 - Compete à Justiça do Trabalho processar e


julgar: VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais
previstas no art. 195, I, a (Contribuição Previdenciária
Patronal), e II (Contribuição Previdenciária do
empregado/segurado), e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir;

97
Contribuições: Outras Considerações
Súmula vinculante nº 53, STF: A competência da Justiça do
Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal
alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias
relativas ao objeto da condenação constante das sentenças
que proferir e acordos por ela homologados.

* Caso a justiça do trabalho apenas reconheça o vínculo


laboral, sem impor condenação, não cabe à Justiça do
Trabalho a execução dessas contribuições sociais!!

98
Imunidade
-Art. 195, § 7º, CF/88 - São isentas de contribuição para a
seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

- Que exigências são estas?

R.: O tema é objeto de questionamento no STF (ADI 2.028,


2.036, 2.621, 2.228).

- Ver Lei 12.101/2009: Dispõe sobre a certificação das


entidades beneficentes de assistência social; regula os
procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade
social e dá outras providências. 99
Princípio da Anterioridade Nonagesimal
- Art. 195, § 6º, CF/88 - As contribuições sociais de que trata
este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa
dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III,
"b“ (vedação para cobrar impostos no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou).

- Evita a cobrança imediata de uma nova contribuição para a


seguridade social ou a majoração de uma já existente.

100
Princípio da Anterioridade Nonagesimal
STF, Informativo nº 735, 2014 - PIS e anterioridade
nonagesimal

A contribuição social para o PIS submete-se ao princípio da


anterioridade nonagesimal (CF, art. 195, § 6º), e, nos casos em que a
majoração de alíquota tenha sido estabelecida somente na lei de
conversão, o termo inicial da contagem é a data da conversão da
medida provisória em lei. Com base nessa orientação, o Plenário
negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a não
sujeição dessa contribuição ao referido postulado constitucional. No
caso, o projeto de lei de conversão da Medida Provisória 164/2004,
que resultara na promulgação da Lei 10.865, em 30 de abril de 2004,
introduzira dispositivo que teria majorado a alíquota da aludida
contribuição para água mineral. Ocorre que tal majoração não havia
sido prevista, originariamente, pela Medida Provisória, adotada em
janeiro de 2004. ... 101
Princípio da Anterioridade Nonagesimal
PIS e anterioridade nonagesimal

... Entretanto, as alterações inseridas pela referida lei teriam


produzido efeitos a partir de 1º de maio de 2004 (Lei 10.865, art.
50). O Plenário reputou que a jurisprudência seria pacífica no
sentido de que se aplicaria o princípio da anterioridade nonagesimal
às contribuições sociais. O Ministro Luiz Fux destacou que, em regra,
o termo inicial para a contagem do prazo nonagesimal seria a data
da publicação da medida provisória e não a da lei na qual fosse
convertida. Todavia, se houvesse agravamento da carga tributária
pela lei de conversão, a contagem do termo iniciar-se-ia da
publicação desta.

RE 568503/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 12.2.2014.(RE-568503)

102
Decadência e Prescrição
A decadência e a prescrição são causas de extinção do crédito
tributário, que decorrem da inércia do Poder Público em
constituí-lo mediante o procedimento do lançamento
(decadência) e de cobrá-lo após a sua constituição definitiva
(prescrição).

- De acordo com os artigos 173 e 174, CTN, decadência e


prescrição ocorre em cinco anos.

103
Simples Nacional
A Lei Complementar nº 123/2006, instituiu o Estatuto Nacional
da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte;

- No âmbito da seguridade social são contempladas pelo


regime simplificado facultativo a Contribuição Previdenciária
Patronal, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
(COFINS).

- Também é contemplado o pagamento do PIS, salvo o relativo


à importação de bens e serviços.

104
Simples Nacional
Microempresa?

R.: Até R$ 360.000,00;

Empresa de pequeno porte?

R.: > R$ 360.000,00 até R$ 4.800.000,00.

Microempreendedor individual – MEI?

Empresário individual que tenha auferido renda bruta de até


R$ 81.000,00 no ano-calendário anterior.

* LC 155/2016 - vigência a partir de janeiro de 2018!

105
Pela atenção, obrigado!

106

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