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Acidente vascular encefálico: conceituação e fatores de risco

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Márcia Lorena Fagundes Chaves


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Acidente vascular encefálico:


conceituação e fatores de risco
Márcia L. F. Chaves

Resumo de AVE isquêmico. Mulheres migranosas que usam


ACO e fumo apresentaram razão de chance de 34,4 para
Pressão arterial e fumo são fatores de risco indepen- AVE isquêmico. Até 40% dos AVEs nas mulheres
dentes para AVE, em ambos os sexos. A associação migranosas decorrem diretamente de um episódio de
entre níveis pressóricos e risco de AVE não é linear e a enxaqueca. Mudança do tipo ou freqüência de migrânea
pressão sistólica prediz mais AVE que pressão diastólica. com uso de ACO, não prediz AVE. Manejo dos fatores
Diabetes melito confere um risco relativo para AVE em de risco (hipertensão, fumo e hiperglicemia) reduz o risco
torno de quatro a seis vezes. A incidência de primeiro de AVE. Mudanças nos fatores de risco explicam 71%
AVE é duas vezes maior e mais precoce nos negros que da queda nos homens e 54%, nas mulheres da mortalidade
brancos e não é, aparentemente, explicado por classe por AVE. Ênfase continuada na promoção de estilos de
social. Risco de AVE é maior com anticoncepcional vida mais saudáveis e no tratamento efetivo da hipertensão
hormonal (ACO) de alta dosagem que os de baixa. e demais fatores de risco, são essenciais para manter
História pessoal de migrânea associa-se com maior risco essa queda da mortalidade do AVE.

Palavras-chave: Acidente vascular encefálico; Fatores de risco.

Recebido: 20/9/00 – Aceito: 1/11/00 Rev Bras Hipertens 4: 372-82, 2000

Conceituação adequadamente o tecido cerebral de de autópsias1 indicou que mais de


oxigênio e substratos) e hemorrágicas 70% dos casos de AVE se deviam à
O acróstico AVE, acidente vascu- (resultado do extravasamento de aterosclerose e apenas 3% à embolia.
lar encefálico (ou ainda AVC, de sangue para dentro ou para o entorno Nos anos 60 e 70, estudos prospectivos,
acidente vascular cerebral) é o equi- das estruturas do sistema nervoso como o Framingham2, identificaram os
valente do termo genérico inglês central). Os subtipos isquêmicos são infartos aterotrombóticos (aterotrom-
stroke, que descreve apenas o com- lacunares, ateroscleróticos e embó- bose de grandes vasos e infarto
prometimento funcional neurológico. licos, e os hemorrágicos são intraparen- lacunar) também como a causa mais
As causas e, daí, as formas, de AVE quimatosos e subaracnóide. comum (44%), seguida de embolia
são anóxico-isquêmicas (resultado da A aterotrombose é a principal cau- cerebral (21%) e hemorragia intracra-
falência vasogênica para suprir sa de AVE. Nos anos 30, um estudo niana (12%). O Harvard Coopera-

Correspondência:
Márcia L. F. Chaves
Rua Fernandes Vieira, 181, ap. 802 – 90035-091 – Porto Alegre, RS

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tive Stroke Registry também iden- mais de um sítio de doença (tandem, anual de AVE nos EUA é de aproxima-
tificou infarto trombótico como a causa do latim par) ao longo do trajeto das damente 500 mil, com um total de mais
principal de AVE, com 36% atribuídos artérias que suprem a região cerebral de 3 milhões de sobreviventes na
à estenose ou trombose de grandes onde ocorreu o infarto3. O acréscimo metade da década passada7.
vasos por aterosclerose. Esta coorte dessas duas categorias reduziu a Nas últimas décadas, estudos de
foi a primeira a incluir lacuna como freqüência de AVE aterosclerótico métodos mais acurados, têm identi-
diagnóstico isolado, com incidência de para valores em torno de 6%. Esses ficado riscos não modificáveis bem
17%. Pela utilização de critérios mais achados, com ênfase no diagnóstico como modificáveis para AVE isquê-
modernos, 31% foram diagnosticados de embolia e na prevenção de recor- mico e hemorrágico. A identificação e
como embolia, 10% como hematoma rência, reforçaram a importância de o controle de fatores de risco visa à
intracraniano e 6% como hemorragia diagnosticar-se subtipos de AVE. As prevenção primária de AVE na
subaracnóide3, mas ainda não continha terapias emergentes exigem maior população8. Os fatores de risco para
uma categoria separada para infartos diferenciação de subtipo de evento primeiro AVE e recorrência estão
cujas causas permaneciam indeter- isquêmico para possibilitar interrupção apresentados na tabela 19.
minadas. Em 1968, um grupo francês efetiva e segura do AVE, na fase Além de identificar fatores de risco
relatou 28% de casos de infarto de aguda, e prevenir recorrência. para primeiro AVE, caracterizar
causa indeterminada4. Esses estudos Dados comparáveis estão apare- determinantes de recorrência e
reforçaram a visão de que embolia é cendo lentamente em outros países, mortalidade após evento isquêmico,
forma comum de AVE. As exigências mas ainda não se conhece a distribuição passou a ser base das estratégias de
tradicionais de fibrilação atrial e mundial dos subtipos de AVE. O prevenção secundária, pois a recor-
doença cardíaca valvular para esse aumento do interesse em chegar ao rência de AVE ainda é a maior ameaça
diagnóstico foram suplementadas por diagnóstico do subtipo isquêmico para qualquer sobrevivente.
dados angiográficos, mostrando decorre dessa mudança de visão, pois Um dos principais objetivos do
oclusão de ramos intracranianos em poderá orientar a escolha de terapias Serviço de Saúde Pública dos EUA
relação a exame normal realizado específicas para subtipos. Um outro para o ano 2000 foi reduzir as mortes
antes do AVE. Mais recentemente, a efeito é a substituição do conceito por AVE para menos de 20 por 100
incidência de estenose ou oclusão anterior de entidade única para o de mil, que em parte pode ser alcançado
carotídea de alto grau como causa de conjunto de transtornos, como ocorre pela redução da recorrência. A
AVE isquêmico diminui ainda mais com nosologias infecciosas e neo- freqüência e os determinantes de
plásicas. recorrência ainda são pouco enten-
pelo uso de Doppler e ressonância
didos7. As taxas de incidência variam
magnética, aumentando a freqüência
dramaticamente de uma população
relativa de embolia, especificamente
cardíaca5. Fatores de risco para outra, motivo para que se inves-
tiguem as causas em todo mundo.
Com expansão das técnicas diag-
AVE é a segunda causa de morte Muita dessa heterogeneidade de
nósticas, a categoria de causa desco-
em todo o mundo, excedida apenas incidência de AVE pode dever-se a
nhecida, o chamado infarto criptogê-
por doença cardíaca6. A incidência diferenças de prevalência de fatores
nico, foi melhor definido3. Ocorre
quando estudos convencionais de
imagem cerebral não identificam Tabela 1 – Fatores de risco estabelecidos para AVE
infarto, mas o Doppler ou a angiografia Riscos modificáveis Riscos não Outros
não descartam estenose extra ou
modificáveis
intracraniana, a avaliação cardíaca
Hipertensão Idade Álcool
não mostra fonte nesse órgão, ou a
Diabetes Sexo Anticorpo antifosfolipídeo
procura por doenças sistêmicas não
Fumo Raça Homocisteína elevada
evidencia estados pró-trombóticos. O
Fibrilação atrial Etnia Processo inflamatório
desfecho negativo da avaliação con-
Outras doenças cardíacas Hereditariedade Infecção
vencional não é incomum, e o AVE
Hiperlipidemias
criptogênico pode contribuir com 30%
Sedentarismo
ou mais dos casos. Outra categoria
Estenose carotídea assintomática
proposta é a patologia arterial tan-
dem, que se refere a infartos com Ataques isquêmicos transitórios

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de risco, mas algumas populações têm de AVE parece ser mais intensa que mortalidade em relação à população
incidência mais alta que a prevista entre ocidentais, talvez devido a maior geral é 4 vezes maior para homens e
pelos níveis de exposição àqueles incidência de eventos hemorrágicos, 5 vezes para mulheres, com risco
fatores10, sugerindo que outras ca- conforme demonstrou análise conjunta atribuível na população de 18% para
racterísticas, como as genéticas, de- de inúmeras coortes14. A diferença de homens e 22% para mulheres. Em
vem ser responsáveis por essas dife- incidência de AVE entre países da um estudo sueco, em torno de 50
renças. Europa Ocidental e Oriental parece AVEs por 100 mil pessoas/ano foram
ser predominantemente devida a maior diretamente atribuídos ao diabetes19.
Hipertensão arterial prevalência de hipertensão na Em um estudo finlandês, o risco
Rússia15. No Brasil, a hipertensão relativo de morte por diabetes foi
A hipertensão é o principal fator de arterial é o fator de risco mais im- diferente entre os indivíduos que já
risco para AVE10,11, estando associada portante para doença cerebrovascular, iniciaram o estudo com diabetes e
à doença de pequenas e grandes cuja estimativa de prevalência está aqueles que a desenvolveram pos-
artérias. O risco imposto pela hiper- em torno de 11% a 20% acima dos 20 teriormente20. Na China, a preva-
tensão é maior para insuficiência anos e 35% acima dos 50 anos. Em lência total de DM e de intolerância à
cardíaca e AVE, mas nos países do torno de 85% dos pacientes com AVE glicose foi de 33,5% e 21%, respecti-
hemisfério norte-ocidentais, a doença são hipertensos16. vamente, entre pacientes com AVE,
coronariana é mais comum e letal. sendo maior naqueles com infarto
Ainda não está claro se a pressão dias- Diabetes melito cerebral. Em vista da alta prevalência
tólica elevada ou hipertensão sistólica de diabetes não diagnosticada entre
isolada apresentam riscos distintos, O diabetes é um importante fator de pacientes com AVE e morbidade e
mas a excessiva valorização da pres- risco para o desenvolvimento de doença mortalidade aumentadas associadas
são diastólica para avaliar risco pode cerebrovascular, especialmente infarto com DM, recomenda-se rastrea-
ser inadequada na idade avançada. cerebral aterotromboembólico. Os mento para DM em todos os pacientes
A avaliação da relação entre hi- mecanismos etiopatogênicos de AVE com AVE isquêmico21.
pertensão sistólica isolada e outros e AIT nos diabéticos se devem a
fatores de risco com subtipos de AVE alterações da hemodinâmica cerebral, Fumo
isquêmico e hemorrágico em idosos à hiperglicemia e a outros fatores de
demonstrou associação de idade, fumo, risco associados17. O diabetes constitui Muitos estudos epidemiológicos
diabetes, pressão sistólica elevada, risco para AVE por mecanismos têm estabelecido que o fumo é um
baixo colesterol HDL e anormalidades aterogênicos diretos e por interagir com fator de risco importante para AVE,
eletrocardiográficas com incidência outros fatores de risco, como sendo sinérgico à hipertensão, ao
aumentada de AVE genérico, AIT, ou hipertensão e hiperlipidemia18. diabetes melito, à intolerância à glicose,
AVE isquêmico. A hipertensão Diversos estudos de coorte iden- à idade, à hipercolesterolemia e à
sistólica isolada, a história de diabetes tificaram hipertensão, doença doença cardiovascular preexistente22.
e o fumo constituíram os fatores de cardíaca e sintomas e sinais de AVE Aceita-se, atualmente, que o fumo por
risco para AVE lacunar, enquanto o mais freqüentemente em diabéticos. si só tem um efeito causal direto para
sopro carotídeo foi fator de risco Entre estes, AVE ocorreu nos mais AVE, cuja relação com aterosclerose
para AVE aterosclerótico e idade jovens e nos homens. Parece ser o já havia sido relatada em 1908 por
para o embólico12. Ambas pressões segundo fator de risco mais impor- Buerger23.
sanguíneas podem conferir risco tante para AVE, após a hipertensão O estudo Framingham foi um dos
significativo, mas a sistólica so- arterial, havendo potencialização de primeiros a demonstrar a associação
brepujou a diastólica. O risco, entre- risco pela combinação de diabetes, entre fumo e tipo de AVE, número de
tanto, só foi evidenciado claramente hipertensão e dislipidemia18. Entre cigarros fumados e o efeito de parar
no percentil de 40% superior da diabéticos, o risco relativo de AVE é de fumar24. Fumantes de mais que 40
pressão arterial, ou seja, até o em torno de 4 para homens e de 6 cigarros/dia apresentaram risco rela-
percentil 60% não se evidenciou risco para mulheres. Caso-fatalidade é tivo 2 vezes maior que fumantes de
(associação não-linear, vide artigo similar entre homens diabéticos e menos que 10 cigarros/dia. Parar de
de magnitude do risco)13. não diabéticos, mas mulheres fumar reduz o risco de forma já
Em orientais, a associação entre diabéticas parecem apresentar pior significativa após 2 anos, atingindo
pressão arterial diastólica e incidência evolução que as não-diabéticas. A o patamar de não-fumante em 5

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anos24,25. Fumantes leves retornam Fibrilação atrial Estudos em populações negras são
a valores de não-fumantes, mas fu- difíceis de interpretar em função de
mantes pesados permanecem com o A fibrilação atrial (FA) é importante inconsistências metodológicas42,43.
dobro do risco26. O fumo contribui causa de morbidade e mortalidade na Nos EUA, a incidência de AVE entre
independentemente para a incidência população. Sua prevalência dobra a negros foi duas vezes maior44, assim
de AVE com maior risco para hemor- cada década de idade, de 0,5% aos 50 como a mortalidade do AVE também
ragia subaracnóide, seguido por a 59 anos a quase 9% aos 80 a 89 anos, foi maior nas pessoas negras tanto nos
infarto cerebral 27 . O fumantes sendo 1,5 vezes mais incidente em EUA como na Inglaterra45,46.
pesados mostram risco relativo de homens34. Hipertensão e diabetes Na Inglaterra, a associação entre
AVE 2 a 4 vezes maior que não- foram preditores independentes de FA, etnia e incidência de AVE em
fumantes22,24. Em uma coorte de mas fumo o foi somente em homens. imigrantes caribenhos42,47 e nos resi-
22.071 médicos americanos, o risco A presença de FA aumenta o dentes com menos de 75 anos48 tam-
relativo de fumantes de menos que risco de AVE em 4 a 5 vezes. O risco bém foram identificadas. A incidência
20 cigarros/dia para AVE não-fatal atribuído para AVE associado a FA de AVE, ajustada para idade-padrão
foi de 2,7 e de AVE fatal de 1,528. aumenta de 1,5% aos 50 a 59 anos da população européia, foi de 1,25 por
O que permanece inconclusivo é a para 23,5% aos 80 a 89 anos. A 1.000, sendo menor que a descrita 10
associação entre número de cigarros fibrilação atrial aumenta a mortalidade anos antes (1,6 por 1.000) 41 ,
e aumento do risco. Alguns autores em quase duas vezes em ambos os encontrando-se dentro da variabilidade
sugerem que exista uma relação linear, sexos, mesmo ajustada para con- registrada na Europa e Nova Zelân-
principalmente para fumantes de mais dições cardiovasculares e idade34. dia40,49-51. A hemorragia intracerebral
de 20 cigarros/dia e para idosos24,26,28- Cardiopatias, especialmente isquê- primária foi o subtipo cuja razão de
30. É possível que exista associação mica recente e hipertensão, são forte- incidência negro:branco é maior, mas
entre o fumar passivo e a hiperplasia mente associadas com maior risco de negros mostraram mais relação com
da íntima, aumentando poten- FA35. todos os subtipos48.
cialmente o risco de AVE26,31. Trocar Sem tratamento anticoagulante, Diferença de classe social entre
cigarro para cachimbo ou charuto pacientes com doença reumática etnias poderia contribuir para esses
confere pouco benefício, pois fu- valvular mostram risco anual de AVE achados, já que não controlou-se para
mantes secundários ainda apresentam de 4%. A presença de FA sem outros classe social na imensa maioria dos
risco aumentado similar ao de fatores de risco concomitantes ou estudos sobre incidência de AVE em
fumantes leves 22 . Ex-fumantes doença cardíaca estrutural propicia negros. Apesar de se ter tentado
mostram menor prevalência de este- menor risco. Uma metanálise de- controlar no estudo de Londres, vários
nose da artéria carótida interna que monstrou que anticoagulação oral problemas metodológicos persistiram,
fumantes ativos26. reduz em 64% o risco de AVE. O mantendo-se a associação entre etnia
A coexistência de fumo e hiperten- valor dessa terapia em pacientes com e incidência de AVE52. Embora o
são potencializa o risco de doença mais de 75 anos de idade é menos nível socioeconômico possa ter um
cerebrovascular. A redução do risco clara porque existe maior risco de papel na mortalidade por AVE entre
de AVE pelo tratamento farmacológico complicações hemorrágicas36. A var- os negros, maior parte ou todo excesso
da hipertensão é muito maior em farina em baixas doses com aspirina de risco pode dever-se a outros fatores.
hipertensos leves não-fumantes que não reproduz os efeitos da anticoa- Influência de fatores genéticos,
em fumantes com hipertensão leve, gulação plena37. A anticoagulação fisiológicos e comportamentais me-
destacando a importância do fumo32. monitorizada com doses ajustadas rece investigação. Maior prevalência
Assim, espera-se maior benefício de pelo índice normalizado internacio- de hipertensão e diabetes entre pes-
parar de fumar em fumantes pesados nal (INR) tem se mostrado muito soas negras que entre brancas tem
que são hipertensos24,29.Todo fumante segura 38,39. sido descrita, assim como diferente
reduzirá o risco de AVE isquêmico ao predisposição genética para hiper-
parar de fumar, independente do tipo Raça e fatores tensão53,54. Diferenças étnicas isola-
de exposição prévia33. socioeconômicos das nesses fatores de risco, no entanto,
No Brasil, é fator de risco muito não parecem contribuir para o risco
importante para doença cerebrovascular Taxas de incidência de primeiro elevado de AVE entre os negros42,45.
e AVE, pois o consumo de cigarros AVE têm sido determinadas em dife- Apesar das taxas de caso-fatalidade
cresceu 10 vezes entre 1935 e198516. rentes populações caucasianas40,41. serem comparáveis em estudos euro-

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peus, elas não sustentam o papel de complexo e não como uma mera todos os AVEs nas mulheres com
diferenças étnicas para a sobrevida conseqüência da hipertensão, sendo o idade entre 20 e 44 anos na Europa e
de AVE40. resultado da interação entre diversos países desenvolvidos, são atribuídos
Identificou-se maior prevalência fatores genéticos e ambientais. Em ao uso de ACO62,63.
de hipertensão, hipertrofia ventricular modelos com ratos espontaneamente A terapia de reposição hormonal
esquerda, obesidade, álcool e fumo hipertensos e propensos ao AVE pós-menopausa associou-se com redu-
entre negros e hispânicos que brancos evidenciou-se ser o AVE genetica- ção da incidência de doença cardíaca
nos Estados Unidos55,56. O menor grau mente determinado e que fatores como coronariana em estudos observacio-
de controle de hipertensão nestes pressão arterial e dieta têm apenas nais, mas em relação a AVE, a maioria
grupos étnicos poderia ser uma expli- papel permissivo. Descreveu-se que dos resultados foram inconclusivos.
cação57, mas isto tem sido observado o gene de codificação do peptídeo Estudos recentes mostram, consis-
em todos os grupos socioeconômicos56. atrial natriurético, ligado à base tentemente, elevação de risco de
genética do AVE em ratos, é um tromboembolismo venoso, nas mu-
História familiar determinante de AVE em seres lheres pós-menopáusicas usando
humanos61. estrógenos orais.
Embora história familiar de AVE Poucos estudos foram realizados
seja geralmente percebida como Anticoncepcionais orais para avaliar os verdadeiros efeitos
marcador importante para risco de AVE, do regime combinado sobre coagu-
existe grande variabilidade de achados Os anticoncepcionais orais (ACOs) lação sanguínea e fibrinólise, assim
e poucos estudos epidemiológicos que são fatores de risco independentes como o impacto da rota de adminis-
avaliaram essa hipótese. História para AVE isquêmico e hemorrágico, tração do estrógeno na hemostasia.
familiar de hemorragia subaracnóide nas mulheres que fumam, que têm A reposição hormonal com estró-
foi identificada como fator de risco mais de 35 anos de idade ou que genos e progestágenos orais pode
importante para essa hemorragia, mas tenham história de hipertensão62-64, resultar em ativação da coagulação e
não para hematoma intracraniano e mas esse risco diminui nas que usam aumento de ação fibrinolítica67. A
infarto cerebral. Fatores genéticos formulações de doses mais baixas (< adição de progestágeno não parece
apresentam papel importante na pato- 50 µg estrógeno)63. atenuar os efeitos cardioprotetivos
gênese da hemorragia subaracnóide, Mulheres que usam ACO de baixa da terapia estrogênica pós-meno-
sendo a história familiar o fator de risco dose não mostram aumento do risco pausa68. Esse uso não foi associado
independente mais forte58. de AVE, mas estudos comple- com aumento ou diminuição no risco
A prevalência de AVE foi de 5% mentares ainda são cabíveis, com de AVE, o que parece ser consistente
nos indivíduos com história paterna de controle a outros fatores de risco e com a maioria da literatura69,70. A
AVE e de 4% entre os com história aferição do uso de ACO no pas- terapia de reposição hormonal mos-
materna, comparativamente a 2% sado65,66. Entre mulheres com mi- trou efeito preventivo para AVE em
naqueles sem qualquer tipo de história. grânea, o risco para uso atual de ACO mulheres mais velhas, mas os inter-
O risco foi independente de inúmeros de baixa dose foi 2,1 (IC 95%, 1,2-3,6) valos de confiança do estudo foram
fatores de risco, tais como idade, etnia para AVE isquêmico e 2,2 (IC 95%, muito amplos, havendo necessidade
e gênero, colesterol, fumo, doença 0,8-5,4) para hemorrágico. de mais investigações71. A via trans-
cardíaca coronariana, hipertensão e O risco de AVE hemorrágico asso- dérmica não parece ter efeito
diabetes59. ciado a ACO ainda está menos defi- substancial sobre a hemostasia. O
A maior ocorrência de hipertensão nido que para AVE isquêmico. Em papel para a rota de administração foi
e AVE foi observada nos pais de estudo da Organização Mundial da levantado, especialmente para mu-
probandos hipertensos comparados Saúde62, o uso atual de ACO associou- lheres com risco para doença trom-
com cônjuges, sugerindo que alguns se com risco de AVE hemorrágico bótica, já que usuárias de reposição
dos fatores genéticos predisponentes aumentado para hipertensas e oral podem ter maior risco de
a essas condições podem ser os levemente aumentado para mulheres tromboembolismo venoso67.
mesmos e que exista um componente com menos de 35 anos, sendo mais
familiar de AVE independente de significativo nos países desenvolvidos Migrânea
hipertensão60. mas não na Europa63. O uso passado
Apenas recentemente, o AVE pas- de ACO não associou-se com risco. A migrânea (enxaqueca) é um
sou a ser considerado como um traço Estima-se que em torno de 13% de fator de risco para AVE isquêmico

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entre homens72 e mulheres72-75. A mico82. Apesar dos conceitos de sujeitos que desenvolvem AVE, é
migrânea clássica (com aura) pode Bickerstaff sobre a mudança do tipo necessário considerar dados dos
apresentar mais risco que a migrânea de migrânea precedendo o evento ensaios de prevenção coronariana e
simples (sem aura)74,76. Parece ser vascular, nenhuma evidência impe- de regressão de ateroma. Grandes
um fator de risco de base para AVE, riosa foi encontrada79, e taxas de ensaios clínicos demonstraram a
que também age como precipitante conversão de migrânea simples para capacidade de estatinas exercerem a
agudo, porque alguns pacientes têm clássica observadas em casos de prevenção primária e secundária de
AVE durante uma crise de migrânea AVE e seus controles foram as mes- doença coronariana84-87. Os ensaios
(AVE migranoso)77-79. A ocorrência mas80. Uma grande proporção de de prevenção secundária mostraram
relativa desses dois tipos de AVE na mulheres que usa ACO também redução da incidência de doença
migrânea não é bem conhecida. fuma62,81 e a razão de chance de 34,4 coronariana e AVE não fatal84,85,88.
A interação entre ACO e pre- para AVE isquêmico entre mulheres A redução do risco de eventos cere-
disposição de AVE foi proposta por migranosas que usam ACO e fumo é brovasculares semelhante à redução
Bickerstaff, pois observou-se aumento preocupação considerável80. Mulhe- dos eventos coronários também já foi
de risco de AVE isquêmico em res européias com migrânea apre- observada, mas o benefício ocorreu
mulheres com migrânea que usavam sentam risco 3 vezes maior para AVE apenas para AVE não embólico e
ACO74. Um dos pressupostos de isquêmico, nas quais até 40% dos para AIT84, enfatizando maior proba-
Bickerstaff era de mudança de padrão AVEs parecem se desenvolver bilidade de redução dos eventos
de migrânea antecedendo AVE diretamente da crise de migrânea vasculares causados por ateroma de
naquelas que iniciavam ACO. (AVE migranoso). Com base nesses grandes vasos.
Recomendou-se que mulheres deve- dados, os autores sugerem que mu- Metanálises dos ensaios de pre-
riam parar de tomar ACO se suas lheres com migrânea devem ser venção coronariana, inclusive para re-
cefaléias mudassem de simples (sem fortemente aconselhadas a não fumar gressão de pequenos ateromas,
aura) para clássica (com aura)69,79. e a manter a pressão arterial contro- indicam que a redução do LDL co-
A história pessoal de migrânea foi lada. lesterol reduz o risco global de AVE
associada ao aumento da razão de em torno de 30%, sem reduzir a mor-
chance ajustada para AVE isquêmico, Hipercolesterolemia talidade do AVE89,90. Ensaios clínicos
mas não para hemorrágico. As chan- em indivíduos assintomáticos e com
ces para AVE isquêmico associado Ao contrário da doença coro- doença coronariana mostraram que a
com migrânea clássica não foram nariana, relações diretas entre risco redução do LDL colesterol, com um
maiores que com migrânea simples. de AVE e colesterol sérico total ou pequeno aumento do HDL, preveniu
Em relação à interação com ACO, LDL elevados, ou inversas com HDL progresso detectável de espessamento
alguns estudos mostram efeitos colesterol não estão ainda bem da parede da carótida e reduziu o
multiplicativos da chance de AVE estabelecidas. Parece existir relação desenvolvimento de lesões novas91.
isquêmico puramente associado à inversa entre a concentração de
enxaqueca80, ou para AVE isquêmico colesterol total e hemorragia cere- Sedentarismo
associado com migrânea e ACO de bral83. A razão mais convincente para
alta dose ou fumo74. Outros, ainda, a associação mais fraca é que a doença A hipótese de que o sedentarismo
não observam risco diferenciado para coronariana é atribuída a ateroma e está associado ao risco aumentado de
AVE isquêmico (trombótico) ou menos da metade dos AVE é devido AVE em homens e mulheres foi
hemorrágico para a interação migrâ- a ateroma de grandes artérias. As avaliada em diferentes estudos. Uma
nea/ACO81. mortes por doença coronariana investigação epidemiológica realizada
Quanto ao tipo de migrânea, uma ocorrem em geral mais cedo que AVE, nos EUA mostrou associação de baixa
avaliação de AVE indiferenciado em assim menos indivíduos com lipo- atividade física recreativa e não
homens e mulheres com menos de 45 proteínas elevadas e ateroma de recreativa nas mulheres brancas com
anos identificou apenas migrânea grandes vasos, como da artéria ca- idade entre 65 e 74 anos com maior
clássica como risco provável75. Em rótida, chegam à idade de desenvolver risco de AVE, ajustado para os demais
uma coorte de homens médicos, AVE. fatores de risco92. Outro estudo foi
enxaqueca, indiferente de tipo Como não existem estudos para realizado em uma amostra de base
(simples ou clássica), associou-se avaliar adequadamente o efeito espe- populacional maior e a atividade física
com AVE indiferenciado e isquê- cífico da redução do colesterol em (esporte, lazer e trabalho), classificada

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por escores, mostrou correlação fatores de risco – pressão arterial, fumar99,106. Entre os homens, pressão
inversa com incidência de AVE. concentração sérica de colesterol e arterial, concentração de colesterol e
Ajustes adicionais para variáveis fumo – podem explicar essa queda. fumo contribuem para a queda
intermediárias reduziram a associação Altos níveis pressóricos são os observada na mortalidade do AVE
e maior atividade física mostrou fatores de risco mais importantes para em 52%, 16% e 13%, respectiva-
apenas fraca associação com redução o desenvolvimento de AVE97,98. En- mente, explicando 71% da redução da
do risco de AVE isquêmico de forma saios randomizados de tratamentos mortalidade por AVE.
independente93. para hipertensão mostraram que a Embora o colesterol sérico não
queda de 5 mmHg a 6 mmHg da seja um preditor potente de AVE107, é
Homocisteína pressão diastólica média está relacio- o segundo risco em importância para
nada com redução de 35% a 40% na explicar a queda na mortalidade de
No estudo Framingham, obser- mortalidade do AVE99,100. Homens e mu- AVE nos homens. A maioria dos
vou-se tendência linear significativa lheres fumantes apresentam exces- AVEs observados que ocorreram nos
entre níveis basais de homocisteína e so de risco de AVE, que é crescente homens de meia-idade foram infartos
incidência de AVE, ajustada para os com o número de cigarros fumados27. cerebrais. Nas mulheres, o colesterol
demais fatores de risco. Os níveis Baixa concentração sérica de co- não predisse mortalidade por AVE. O
totais de homocisteína mais elevados lesterol é um risco para hemorragia cere- tratamento com anti-hipertensivos em
parecem ser risco independente para bral, mas não para hemorragia suba- larga escala poderia explicar apenas
a ocorrência de AVE em pessoas racnóide101,102, por outro lado, altos parte da diminuição no valor médio de
idosas94. Homozigose para a variante níveis de colesterol predizem infarto pressão arterial, já que a distribuição
termolábil imperfeita da redutase cerebral102-104. A existência de um total de pressão foi desviada para
metileno-tetraidrofolato, polimor- efeito divergente em relação aos valores mais baixos.
fismo genético comum que leva à subtipos de AVE poderia explicar A queda abrupta na mortalidade
hiper-homocisteinemia, tem sido porque uma mesma concentração do AVE, observada nos anos 70,
ligado a AVE ou outras doenças sérica de colesterol total não parece abrandou-se durante o início dos 80
vasculares95. Em conclusão, o papel ser preditor para todos os AVEs97,98. nos Estados Unidos. Nesse período, o
causal para níveis elevados de As modificações nos fatores de risco tratamento da hipertensão foi menos
homocisteína na doença vascular, explicaram 71% da diminuição obser- efetivo108 e a mudança nos níveis de
incluindo AVE, irá depender de dados vada na mortalidade do AVE nos pressão arterial, fumo e colesterol
de ensaios randomizados para a homens e 54% nas mulheres, segundo sérico foram, então, pequenos. De
redução de níveis de homocisteína. estudo finlandês105. Em torno da 1987 a 1992, os níveis desses fatores
Dada a alta prevalência da hiper- metade dessa diminuição foi associada de risco diminuíram mais rapidamente,
homocisteinemia, em populações com a queda da pressão diastólica. exceto para o fumo entre as mulheres.
aparentemente bem nutridas, e a Após correção para o viés de diluição A diminuição da mortalidade do AVE
tendência das concentrações de sobre a pressão diastólica, pois as ajustou-se às alterações de prevalência
homocisteína elevarem-se com a estimativas foram baseadas em uma desses fatores de risco. Um aspecto
idade, efeitos modestos da homo- única medida, a amplitude da queda extremamente importante levantado
cisteína no AVE poderão ter profun- observada de AVE foi de 86% nos pelos estudos que avaliam o impacto
das implicações de saúde pública. homens e 84% nas mulheres100. O da intervenção sobre fatores de risco
aumento do hábito de fumar ocorreu é que não se pode garantir que a
na grande maioria nos grupos etários tendência de diminuição da mortali-
Impacto da intervenção mais jovens e em mulheres, o que dade do AVE irá continuar indefini-
sobre fatores de risco pode ainda não ter afetado a morta- damente. A queda apenas continuará
lidade por AVE. se as medidas preventivas direcionadas
A mortalidade devida ao AVE vem Os resultados dos estudos de para os fatores de risco primários,
caindo na maioria dos países indus- intervenção sobre pressão arterial principalmente pressão arterial, forem
trializados, nos últimos 20 a 30 anos96. sugerem que os benefícios do trata- efetivos105.
Embora exista um universo de estudos mento para baixar a pressão sobre a A prevenção do AVE é uma obri-
sobre fatores de risco para AVE, ainda mortalidade do AVE ocorrem rapida- gação que desafia todos os envolvidos
se sabe pouco sobre como e em que mente e que o mesmo é visto dois anos com cuidados de saúde. Sua incidência
extensão as modificações nos principais após a interrupção do hábito de está diminuindo dramaticamente nos

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379

países desenvolvidos o que coincide de AVE, doença coronariana e AVE ao abandonar o cigarro111. O
com a emergência das estratégias de fibrilação atrial aumentam o risco de controle do diabetes dependente de
prevenção. Pode-se dizer que a AVE e fármacos que reduzem insulina não tem mostrado reduzir o
hipertensão, o fumo, o diabetes e a colesterol, as estatinas, diminuem o AVE, mas evento isquêmico na
dislipidemia são as bandeiras dos risco de infarto do miocárdio e AVE110. presença de hiperglicemia é mais
“Quatro Cavaleiros do Apocalipse” Em nenhuma idade e em nenhum sexo incapacitante112. Anormalidades de
do acidente vascular encefálico109 e a pressão sistólica acima de 160 mmHg coagulação e homocisteína se somam
todos são responsáveis por arterios- e a diastólica acima de 90 mmHg são à probabilidade de AVE precoce, mas
clerose cerebral. Eventos isquêmicos aceitáveis. Mesmo indivíduos idosos e são fatores de risco potencialmente
transitórios são poderosos preditores fumantes pesados reduzem o risco de manejáveis113.

Abstract absolute risk for stroke for modern oral contraceptives is


small. A personal history of migraine is associated with
Stroke: definition and risk factors increased risk of ischaemic stroke. The odds ratio for
Blood pressure and smoking are independent risk factors ischaemic stroke among migraineous women who smoke
for stroke for both genders. The association between blood and take oral contraceptives was 34.4. Up to 40% of
pressure and stroke is not linear, and systolic blood pressure strokes in migraineous women develop directly from a
was a stronger predictor than diastolic blood pressure. The migraine attack. Managing the risk factors for stroke, as
relative risk for stroke is around 4 for male patients with hypertension, tobacco use, and hyperglycemia, reduces
diabetes 6 for women. Incidence rates of first ever stroke the risk of stroke. Changes in risk factors explained 71%
adjusted for age and sex are twice as high in blacks than of the fall in mortality among men and 54% in women.
in whites, despite controlling for social class. High-dosage Continuous emphasis on promotion of healthier lifestyles
oral contraceptives carry a higher risk than the low dose and effective treatment for hypertension are essential to
formulations, irrespective of the type of progestin, but the maintain the fall in deaths attributable to stroke.

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Chaves MLF Rev Bras Hipertens vol 7(4): outubro/dezembro de 2000

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