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1ª Edição
Porto Velho
2017
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Autor:
HANSHI BENEDITO NELSON AUGUSTO DOS SANTOS
(In Memoriam)
Equipe consultiva:
Sidi Gobbi dos Santos
Maria Nayara Tavares Arnaud Augusto dos Santos
Francisco das Chagas Araújo
Rodrigo de Souza Mello
Bruno Mendonça Guimarães
Fernando Portela
ISBN: 978-85-93684-00-5
CDD 796.815 3
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SUMÁRIO
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4.4.3. Exame de Faixa Marrom para Faixa Preta ................................................................. 73
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HIEN KARATE KYOKAI
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1.1 A HISTÓRIA DO KARATE
Equipe organizadora.
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Myagui Chojun treina os Katas do que viria a ser o precursor do estilo GOJU-RYU.
Myagui Chogun ensina os Katas: Santin, Tenshu, Seyontin, Saifa, Sanseru, Kururunfa, Sepai
e outros.
Matsumura Kosaku, que já tinha aprendido com o mestre Sakugawa, volta à China
e aperfeiçoa os Katas e Lutas, na cidade de Tomari e inicia seus ensinamentos (1828–1898).
Funagoshi Guishin e Itosu Anku vão ao Japão com Motobu Choki e fizeram
várias demonstrações de Kata e defesa pessoal. Iniciando os ensinamentos nas faculdades de
Takudai e Waseda.Os alunos mais antigos de Funagoshi Guishin lutam o estilo de KARATE
SHOTOKAN em 1922 com o mestre e ensinam na Takudai, fundando a NKK (Associação
Japonesa de Karate). Entre os melhores alunos, Otsuka Hiroki não concorda com a luta Jiu-
Kumite como forma esportiva e se desliga de Funagoshi Guishin, fundando o estilo
WADORYU. Neste momento, são fundados alguns estilos de Karate e algumas escolas
importantes aparecem no Japão e no Brasil. A trajetória da história do Karate no Brasil tem
como um dos atores principais o professor Benedito Nelson Augusto dos Santos, o fundador
de nossa escola, a Hien Karate Kyokai.
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É fundado o estilo GOJU RYU pelo mestre Myagui Chogun, tem entre os melhores
alunos Yamaguchi Goguen (1928).
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1.2 A HIEN KARATE KYOKAI
A Hien Karate Kyokai é uma associação de artes marciais que tem como finalidade
o aperfeiçoamento interior e exterior do praticante de Karate, tanto na sua parte física – de
condicionamento e saúde – quanto na parte da atenção e construção de uma atitude ética e fiel
para com a justiça e a humanidade.
A história da Hien Karate Kyokai inicia em 1967 com o retorno do Hanshi Benedito
Nelson, na época 2° dan da NKK, à cidade do Rio de Janeiro.
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Mamed era dono de uma grande Academia no local chamado Cacuia (Ilha do Governador),
onde era professor de Judo e Jiu Jitsu e tinha como professor de Karate Lirton Monassa, com
o aumento dos alunos em Botafogo Monassa passou seus alunos da Ilha do Governador para
Benedito Nelson.
Joaquim Mamed foi um grande amigo que auxiliou Benedito Nelson no início de sua
carreira no RJ, adaptando o sistema de ensino que Benedito Nelson aprendera com Juichi
Sagara em São Paulo e aplicava em seus treinos.
Ainda buscando um local para morar, Benedito Nelson encontrou na rua Hadock
Lobo no bairro do Rio Comprido um local para residir e ensinar Karate, assim teve início a
Hien Kan fundada pelo sensei Benedito Nelson. O símbolo usado pela Hien Kan era a meia
lua vermelha que representa o vermelho do sol coberto pela lua. Seu significado é crescimento
e evolução do aprendiz.
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Os alunos que acompanhavam Benedito Nelson neste treino eram, aqui apresentados
em ordem por antiguidade: Eurico de Oliveira Santos (que fundou o karate no Estado do
Amazonas, Manaus e em Belém do Pará), que teve como auxiliar e aluno Antônio Carlos
Bentes (em Minas Gerais) e Hilário C. Santos, em Roraima Delcimar e Oberlan Jones e em
Mato Grosso - Cuiabá o prof. Dulcidio Vaz Campos.
Com o passar do tempo a academia na rua Hadock Lobo foi ficando pequena para o
crescente número de alunos de Judo e karate. Benedito Nelson juntamente com Teruo
Furusho encontraram um local na rua Barão de Ubá, para dar continuidade aos treinos. Após
alguns meses Furusho saiu da HIEN KAN e fundou a Botokukai, em 1979, com o professor
Yoshimassa Nagashima de Judo, um dos mais graduados dessa organização que veio do
Japão.
ACADEMIA NA GLÓRIA
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Por ser pequeno o local, os treinamentos aos sábados eram mais dirigidos na parte de
lutas combinadas e jiu-kumite. Os alunos mais assíduos nesta época eram: Benigno,
Diabinho, Valaperdi, Dragão, Melo e Edson Silveira.
O que mais se destacava nesta época era o registro das aulas em atas desde o
aquecimento até o Mokuso, foi uma safra de bons alunos que apareceram de Campo Grande,
alunos do Prof. Mauro Gomes (Dragão) como: Helio Lopes, Alemar Nunes, Ezequiel Espírito
Santo, Varella, Silva e Moacir.
Nesta época os treinamentos começaram a ter também uma parte esportiva. Entre
seus alunos, César Valaperdi foi o que mais se destacou pela técnica de kata e kumite de
competição. Seu filho Sidi Gobbi começa um treinamento voltado para competição e auxilia
seu pai nas aulas como Waka Sensei com apenas treze anos. Sidi Gobbi seguiu sua trajetória
no Karate Esportivo alcançando vitórias em competições tanto de Kata como de kumite
estaduais, nacionais e internacionais. Nesta época os alunos de Benedito Nelson que se
destacaram foram: Edson Yamaguchi, Francisco das Chagas, Abelaird, Cláudio Neto, Márcia
Yris e João Wiliam.
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mudando para Rua do Bispo 172, onde Benedito Nelson residia com seus filhos. O número de
alunos diminuíra devido a expansão das Academias filiais e Benedito Nelson dava aula para
poucas pessoas e supervisionava mais as Academias de seus faixas pretas dando aulões.
TREINOS NO VIDIGAL
Quando se mudou para o Vidigal parou de dar aulas para iniciantes, fazendo apenas
pequenos ajustes nos alunos de seus alunos da faixa verde a preta. Estes treinos eram aos
sábados com os alunos antigos e seus alunos das academias filiadas a HKK. Uma das
características marcantes desse treino é que alguns eram na praia em frente a sua casa e
durante a semana existiu um grupo de treinamento de kumiuchi sem kimono e um grupo de
treinamento de Judo (Jorge Hesketh, Felipe, Sidi, Marcos Paulo e Flávio Levicheviski), que
depois Felipe e Marco Paulo foram encaminhados a academia do prof. Jorge Medhi onde se
graduaram na faixa preta.
Foi também nessa época que a quantidade de exames se intensificou, foram feitos
campeonatos da HKK, unindo um grande número de Academias filiadas a Associação sendo
estes grandes momentos de interação entre os alunos antigos e seus alunos representantes.
A HKK cresceu muito, com mais de 30 academias se tornando a maior organização de Karate
do RJ. Depois de tantos anos mudando seus locais de treino, Benedito Nelson compreendeu o
momento que seus alunos estavam passando, tendo que pagar aluguéis absurdos só para ter
um local para treinar. Foi com esse pensamento que Benedito Nelson decidiu construir o Dojô
da HKK como uma sede geral para treinamentos e encontros das academias filiadas. Para
poder construir essa sede, Benedito Nelson teve que se ausentar um pouco dos aulões, treinos
e alguns exames para trabalhar como segurança da família Barata durante dois anos, no intuito
de juntar dinheiro suficiente para construção, já que seus alunos não puderam auxiliar na obra.
Foi na mesma época da ausência de Benedito Nelson que Kung, um de seus alunos
mais antigos, surgiu com um questionamento quanto ao arrecadamento das aulas ministradas
por Benedito Nelson que eram cobradas durante o exame de faixa. A separação dos dois foi
imediata, enfraquecendo de vez a HKK, pois Benedito Nelson não estava tão ativo nas aulas
devido a construção do Dojô. Por se sentirem enfraquecidos com a ausência mesmo que
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temporária de Benedito Nelson e após o afastamento de Kung, alguns alunos se isolaram,
onde cada um foi para um lado, cuidando só de sua academia e com pouca ligação com a
HKK. Em seguida o mesmo acontece em Manaus com Prof. Gilson e em Roraima com o
professor Oberlan Jones que se filiaram a outras organizações. Os exames ministrados desde
então não seguiam fielmente o regulamento da associação após a separação, sendo mantida a
tradição apenas por seu filho Sidi Gobbi dos Santos, Anderson, Jorginéia e outros.
Benedito Nelson achou que com o término de sua obra os alunos voltariam a HKK e
tudo se estabilizaria novamente, porém foram poucos os treinos realizados no local, os
exames que eram feitos por lá eram esporádicos, nenhum aluno se dispôs a dar aula no local e
nenhum se ofereceu para cuidar da Sede e organizar a união das academias.
UM RECOMEÇO
Benedito Nelson se casa com Maria Nayara Arnaud Tavares e juntos resolvem dar
mais ênfase ao Karate Budô, resgatando a etiqueta tradicional que aprendeu com Juichi
Sagara, o Kobudo e Goju-ryu do sensei Akamine e a filosofia do Caminho do guerreiro
ensinada por Jiro Takaesu, o Velho. Enquanto o mundo gira em torno do Karate esportivo,
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Benedito Nelson mergulha na profundeza da raiz de seu karate e resolve ensinar a seus novos
alunos o Karate Tradicional de seus três professores.
Benedito Nelson percebeu que toda expansão da HKK gerou a separação e que o
movimento agora é o de introspecção e isolamento do mundo karateca material e esportivo.
Benedito Nelson admira o Karate esporte e com ele conseguiu treinar seu filho, tornando-o
campeão do Pan-Americano no México, mas percebeu que as modificações ocorridas nos dias
atuais fizeram com que esse Karate de hoje não tenha características do karate que aprendeu
em 1957, como se fossem lutas completamente diferentes. Benedito Nelson fica muito feliz ao
reencontrar professores que mantém a tradição e a fidelidade no karate tradicional. Assim
Benedito Nelson continua contribuindo para o Karate brasileiro com mais de 100 alunos da
Hien Karate Kyokai graduados pela FKERJ.
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O Hanshi Benedito Nelson dedicou a vida ao aprimoramento do corpo para o
combate e do espírito do guerreiro, não hesitando em transmitir seus conhecimentos. A
proposta de unificar o Karate em âmbito nacional objetivando a formação de professores
qualificados e de atletas desta arte marcial, capazes de afigurar nos pódios das competições
nas quais ingressassem se materializou na fundação da associação de academias Hien Karate
Kyokai.
Esta associação visava aprimorar as técnicas dos professores, assim como permitir
um intercâmbio saudável entre os alunos, mantendo as tradições de nossos mestres
antepassados, ensinando a etiqueta Budo e criando condições para o desenvolvimento
desportivo. Mesmo visando a prática do Karate tradicional, a Hien Karate Kyokai participa e
incentiva os eventos esportivos do Karate, como parte do treinamento, mas não sua finalidade.
Os eventos esportivos envolvem um trabalho com a vaidade, com o respeito ao adversário que
não é de seu clube ou escola, uma série de trabalhos do karate em si.
O Shihan Sidi é filho do Hanshi Benedito Nelson e iniciou a prática do Karate aos 3
anos de idade, com seu pai, em 1975. Os exames de graduação que participou até obtenção da
faixa laranja aconteceram com o Professor Juichi Sagara, professor do nosso Hanshi BNAS.
Ao atingir a faixa roxa, iniciou os treinamentos com o melhor aluno do Hanshi nesta época,
César Vallaperdi, adquirindo a faixa marrom.Nesta época, o Hanshi não tinha possibilidade de
ministrar aulas regulares durante a semana, só podendo aos sábados ministrar aulas aos faixas
pretas.
Aos 13 anos de idade o Shihan Sidi Gobbi começou a ministrar aulas de karate, o que
permanece fazendo até os dias atuais, tendo se graduado em Educação Física pela
Universidade Gama Filho no ano de 1994 e pós-graduando pela Universidade Veiga de
Almeida em Psicomotricidade no ano de 2001.
O Shihan recebeu a graduação de faixa Preta (1º Dan) aos 16 anos, no ano de 1988,
pela Federação de Karate do Estado do Rio de Janeiro (FKERJ). O 2º Dan foi recebido em
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1993, pelo mesmo organismo organizativo, o 3º dan em 1996 também pela FKERJ e o 4º dan
recebido novamente pela FKERJ, 2002.
O 5º dan foi recebido por três organizações distintas de Karate, no ano de 2010: a
FKERJ, a Confederação Brasileira de Karate e a Shotokan Karate Intenational Federation pelo
mestre Kansho Kanazawa.
Desta forma, com respeito aos ensinamentos tradicionais recebidos de seu pai, o
Shihan se encontra em boas condições de continuar e divulgar o trabalho pelo
engrandecimento do Karate iniciado por seu pai, tanto na parte de conduta do guerreiro como
na formação de atletas nesta arte.
O karate tem como alguns dos seus objetivos trabalhar o condicionamento físico,
moral e da atenção dos seus praticantes. Apesar de haver uma restrição técnica no que tange
ao uso de armas e golpes, os campeonatos de karate são oportunidades importantes, para o
aluno que tiver atento, de treinar estes objetivos. O condicionamento físico é importante para
a realização de inúmeros movimentos em sequência (luta ou kata), a condição moral é
treinada quando o aluno está disposto ao trabalho, a seguir corretamente as regras e se inserir
nas federações de karate e a etiqueta é treinada quando, mesmo em uma luta esportiva,
respeitamos os professores, a integridade corporal dos adversários, a antiguidade, os locais de
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proteção e auxílio dos mais vulneráveis (como crianças e idosos) e dos mais antigos na prática
do karate.
Além destes pontos, o karate praticado de forma esportiva é uma "vitrine" onde a arte
marcial é exposta à sociedade como um todo, na mídia e nas famílias dos já praticantes, é
também um momento de confraternização onde técnicas são observadas, corrigidas,
apontadas as diferenças e onde todos, dentro de sua linhagem ou escola, podem crescer com
esta diferença.
Com o karate sendo esporte olímpico, a HKK e as entidades a que ela se filia
pretende continuar colaborando para o desenvolvimento do esporte e da arte marcial.
Que o karate budô seja praticado em todos os lugares, especialmente onde o karate
está presente, sendo ele marcial ou esportivo, estamos trabalhando pelo karate e pela
transmissão dos saberes dos nossos mestres.
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DINASTIA SHOTOKAN
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4º KOBASHIMA SHIGUERO
4º TAKAGUI MASSOTOMO
4º KOBASHIMA ROKOITIRO
7º BENEDITO NELSON A. DOS SANTOS (N.K.K. 1960 – SKI 1986 – Hien Kan 1967)
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7º AYLTON M. DE MENEZES (N.K.K. 1965 – SP)
7º AILTON DE MENEZES(SP)
8º TERUO FURUSHO (UNICAM/RJ – SKI 1986 – SKICB 1991- CBKI 1994 –FKIRJ)
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DINASTIA GOJU RYU
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5º BENEDITO NELSON AUGUSTO DOS SANTOS (GOJU RYU – SP – 1959)
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os movimentos naturais do nosso corpo que podemos chamar de
movimentos instintivos e os cinco sentidos. Existem mais dois ainda
em evolução, que são: a percepção emocional do perigo e a percepção
intelectual de algo acontecido longe, com alguém que temos
conhecimento, ou a iminência de algo ruim que pode acontecer com
nosso próprio físico. Esta é a parte instintiva do ser humano.
Outra parte é o canal que liga o mundo exterior com o mundo
interior, a parte intelectual. Inicialmente aprendemos todos os
movimentos com a parte intelectual, posteriormente é que passa para
uma outra parte que chamamos de motora, que é a parte mais
importante para a luta, no caso, o Karate
O Karate ao qual me dedico e ensino nos dias atuais
busca fazer do seu treino um processo de alquimia interior onde o
combatente aperfeiçoa sua parte instintiva, intelectual, motora e
também a emocional. Um combatente de Karate tem como inimigo
principal o seu espírito de agressão, porque apesar de ser uma Arte
Marcial, aquele que pratica o Karate não se aperfeiçoa para lutar, mas
luta para se aperfeiçoar.
Um bom combatente pode se tornar um guerreiro a medida
que vem se tornando uma boa pessoa, um bom familiar e um bom
cidadão. O Karate que procuro transmitir não tem apenas as mãos
limpas, mas principalmente o coração.
Hanshi Benedito Nelson Augusto dos Santos
Nesses últimos anos percebi que o espírito do combatente foi sumindo e junto com
ele a etiqueta e filosofia do verdadeiro guerreiro.
É necessário que seja seguido por aqueles que pretendem evoluir junto comigo no
caminho do combate e da evolução espiritual através de um treinamento intensivo e diário
durante a vida. Pois treinar apenas o corpo, não é ser guerreiro. O verdadeiro guerreiro treina
mente, corpo e espírito diariamente. Seu verdadeiro combate é contra si mesmo onde não se
deve manifestar a raiva, a inveja, o ódio e principalmente a vaidade.
O Samurai não é um homem comum, no qual os interesses monetários prevalecem
acima de sua honra, pois para querermos elevar nosso nível devemos nos aperfeiçoar no
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caminho que seguimos. O que não se satisfaz com o que tem e com o que é, treinar sem cessar
para atingir uma perfeição tanto do corpo em combate, como do interior na obediência. Esse é
um verdadeiro guerreiro, um Samurai dos tempos modernos.
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2. SUISEN-DAN – grau ganho por antiguidade, dedicação ou mérito de trabalho ao
longo dos anos.
3. MEYO-DAN – grau honorário por serviços prestados ao Karate.
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SHOMEN - Mestre ancestral (venerado) TEGUMI - Luta agarrado pela faixa
SHUGUEIKO - Treino de verão TOKUI-KATA - Kata pessoal
SOKUDO - Ritmo USHIRO SAGATE - Volte atrás
SOKUTO - Sabre do pé WAZA - Técnica
SUI SEN DAN - Mérito de trabalho YABURI - Desafio por dinheiro
SUKUI - Colherada, puxada com as mãos YAME - Descansar
TAIKAI - Campeonato YASSUME - Descontrair-se
TAISO - Ginástica YOI – Atenção
TE - Mão ZAREI - Cumprimento ajoelhado
1.3.4 As aulas
a. Cerimônia de abertura
A cerimônia se inicia com o sensei comandando a todos para assumir a posição seiza.
Em seguida comanda o cumprimento ao shomen com as palavras REI! SHOMEN NI REI! Ao
ouvir este comando, todos, inclusive o sensei devem se voltar ao shomen. REI! Ao ouvir este
comando todos devem realizar o cumprimento zarei ao shomen em silêncio.
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O sensei comandará que todos se levantem um por um, começando pelo sensei e de
forma decrescente por faixa, da preta à branca. Pode-se também ler uma parte do DOJÔ kun
no começo da aula, de acordo com o professor, mas sendo uma prática dentro da H.K.K.
1. Aquecimento (calistênica)
2. Kihon parado e andando (ginástica de defesa e ataque)
3. Kata (movimentos de defesa e ataque)
4. Kumite (luta combinada ou livre)
5. Mokuso (relaxamento e desenvolvimento da atenção)
b. Cerimônia de encerramento
MUSUBI-DACHI HEIKO-DACHI
Calcanhares juntos, dedos afastados. Pés paralelos.
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SHIKO-DACHI NEKOASHI-DACHI
Com os pés para fora. Peso dividido igualmente Posição das pernas do gato (pé da frente nas
entre as duas pernas. pontas). Peso concentrado na perna de trás 90% e
10% na da frente
KO-KUTSU
Postura para trás, peso concentrado. Na perna de HANGETSU-DACHI
trás 70% e 30% na perna da frente. Com as pernas mais distantes.
Cintura virada para frente, peso dividido.
KIBA-DACHI
Posição do cavaleiro. Peso dividido nas duas KOSA-DACHI
pernas, postura ereta. Pés cruzados para frente.
SANCHIN-DACHI
Posição do arqueiro. Postura ereta.
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1.4.2 Armas do karate
I – Armas do pé (perna).
KOSHI KAKATO
Bater com a ponta do pé. Bater com o calcanhar.
HAISOKU SOKUTO
Bater com a parte superior do pé. Faca do pé.
TEISOKO HIZA
Parte interna do pé. Bater com o joelho.
II – Armas da mão
SEIKEN TETSUI
Punho frontal, bater com os dois ossos dos Punho fechado, mão em martelo.
dedos indicador e médio.
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NAKADAKA IPPON-KENOU NAKADA HIRAKEN
KEN (Punho frontal com a junta)
(Punho de uma junta do dedo médio)
NUKITE IPPON-KEN
(Mão em ponta de lança) (Punho com uma junta do dedo)
NIHON-NUKITE IPPON-NUKITE
(Mão em ponta de lança com dois dedos) (Mão em ponta de lança com um dedo)
SEIRYUTO HAISHU
(Mão de mandíbula de boi) (Costas da mão)
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TEISHÔ HAITÔ
(Base da palma) (Aresta da mão)
SHUTÔ WASHITE
(Faca da mão) (Mão de águia)
URAZUKI KAGUIZUKI
Murro na frente do peito, lateralmente. Murro em ganho, de baixo para cima
TATEZUKI MAWASHIZUKI
Mão com o dedão para cima, direção para Murro circular
frente.
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YAMAZUKI EMPIUCHI
Murro da montanha, atingindo dois lugares Ataque com o cotovelo.
ao mesmo tempo
EMPI
(Cotovelo)
IV – Hitai (Cabeça)
HITAI
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V - Pontos vitais
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1.5 A ETIQUETA DO KARATE-DO
Nas artes marciais principalmente quando se possui uma seriedade nos
treinamentos e acima de tudo o respeito, existe a etiqueta. Um guerreiro não é apenas
um lutador bom em combate, mas um cavaleiro que respeita as leis que regem sua vida
e a dos outros. Quando não existem essas leis os lutadores podem ser vândalos,
sanguinários, mercenários ou combatentes, nunca um guerreiro na concepção do
Bushido (caminho do samurai).
Um Bushi (guerreiro) deve ter algumas qualidades e sem as quais não poderia
se considerar como tal: 1ª- fidelidade, 2ª-paciência, 3ª- decisão, 4ª- controle, 5ª-
etiqueta.
FIDELIDADE
Tem a ideia de um clã ou grupo que com uma direção e uma meta traçada
procuram a evolução técnica de combate e o aumento da compreensão e da consciência.
Uma pessoa inicia como neófito um aprendizado (digamos situação Dó), após algum
tempo de esforço adquire uma capacidade e se iguala aos outros.
PACIÊNCIA
DECISÃO
Ao decidir algo não temer pela própria vida e confiar no fato e em si mesmo,
tanto para perder como para ganhar. Indiferente ao resultado.
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CONTROLE
Mesmo diante da morte não perder o controle da ação externa procurando a
impecabilidade da postura e da ação.
ETIQUETA
É o respeito pelo que nos cerca com o trato impessoal as pessoas na sociedade
em que vive.
2º Posto – Ao se treinar e ser examinado se ganha graus. Dan de acordo com seu
desenvolvimento técnico e é separado da antiguidade que deve ser sempre respeitado.
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POSTURAS
1º Ao cumprimentar alguém que lute ou que seja japonês, deve-se abaixar a cabeça
olhando para o chão com as mãos coladas ao lado do corpo da pessoa e mulher pode
colocá-la na frente do joelho, se não for lutar com quem cumprimenta.
4º Na medida do possível não demonstrar euforia por vencer, pois a luta não é jogo de
sorte, mas técnica contínua.
9º Toda a criança abaixo de 7 anos é considerada aprendiz e não deve ser advertida e
sim ensinada.
10º Se alguém mais antigo ou graduado estiver em algum local e a pessoa quiser se
aproximar, ficar a distância de no mínimo 3 passos, olhando fixamente para o grupo até
ser vista e chamada a se aproximar. Se passar de 3 minutos, tentar em outra
oportunidade.
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12º Ao passar por algum conhecido, antigo ou não, fazer um ligeiro cumprimento com a
cabeça sem parar de andar, só se o outro parar ou se quiser falar algo para a pessoa.
13º Quando estiver sentado em algum ambiente aberto ou fechado deve se levantar e
cumprimentar o conhecido praticante de karate, sendo de sua escola ou não, mais antigo
ou não.
14º Se o mais antigo chegar a uma mesa, oferecer a ele o próprio lugar e escalar um
mais moderno para ceder a cadeira a si próprio.
15º Somente se inicia a comer ou beber depois que mais antigo o fizer a mesa.
17º A esposa ou mãe do mais antigo deve ser tratada com a mesma reverência da
antiguidade.
18º Se um mais antigo for dirigir a um mais moderno, o chamará pela faixa, caso não
souber o nome.
19º Ao se dirigir a alguém e este for professor, dizer primeiro o seu nome e depois a
palavra sensei. Exemplo: Chagas Sensei, e se for seu professor direto primeiro sensei.
Exemplo: Sensei Chagas, mesmo que for pronunciado longe da pessoa falado com
alguém.
20º Entre os graduados o mais antigo é sempre senpai. Se estiverem treinando com o
mesmo professor.
21º Quando se estiver corrigindo ou ensinando um kata durante uma aula todos devem
se sentar independente do grau.
22º Ao se chegar atrasado a uma aula e se for menos graduado, deve ficar de joelhos de
frente para o professor, até receber a ordem de poder treinar, antes deve se agrupar fora
da aula atrás do dojô ou em outro lugar.
23º Ao ter vontade de sair durante a aula espere um intervalo, levantar-se, olhar para o
professor e o cumprimente, sem ter a necessidade de falar para onde está indo. E se não
for voltar cumprimentar shomen a frente.
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24º Se tiver impedido de fazer algum movimento, cumprimente o professor e espere ele
perguntar o motivo e se explique
25º Se estiver passando mal, não há necessidade de cumprimentar, apenas saia, se deite
ou sente, ficando no local que não atrapalhe a aula.
26º É necessário pedir licença para beber água ao sensei dirigente da aula. Em um
kangeiko, treino intensivo, não é permitido.
DUELO E COMBATE
1º Ao ser atingido não mostrar dor e não olhar o sangue escorrendo e não desviar o
olhar de quem o atingiu, ao atingir alguém não olhar nos olhos e nem ferimentos do
oponente e se tiver alguém para ajudar o ferido, ficar sentado de frente para o ferido,
olhando para o solo.
2º Num duelo ao ser atingido nunca parar enquanto puder se locomover e caso
contrário, continuar o ataque enquanto a pessoa mantiver o olhar para você.
4º Se o vencido pedir ajuda jamais negar e demonstrar zelo e afeição por ele.
5º Se alguém entrar no local de treino sem mostrar respeito ao dojô, todos podem atacar
simultaneamente e até usar o kobudo, técnicas de boken, nunchako, bô e etc.
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KATA ESTILO SHOTOKAN E GOJU-RYU
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A palavra Kata pode ser traduzida literalmente como “forma”, como um
modelo de desenvolvimento de certos movimentos que, por sua vez, podem ter
inúmeros objetivos: a competição, o desenvolvimento da capacidade respiratória, a
transmissão de uma técnica, dentre outros. Mas o Kata é o espírito do Karate,
responsável pela continuação de técnicas criadas nos primeiros momentos desta arte
marcial que buscamos aprender continuamente.
Neste capítulo, temos a honra de ler definições dos Kata das mãos do nosso
Grão Mestre e fundador da Hien Karate Kyokai, Benedito Nelson, que deixou todos os
katas do estilo Shotokan descritos com maestria e paciência de uma vida dedicada às
artes marciais. Os Kata de Goju-ryu foram descritos pelos faixa preta Fernando Portela
e Bruno Guimarães, praticantes deste estilo e alunos do Hanshi Benedito Nelson. Então,
veremos uma diferença da escrita e forma de descrição dos três professores. Nós, os
autores, adicionamos informações de livros, apostilas e ensinamentos adquiridos dentro
da Hien Karate Kyokai para colaborar.
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No total são cinco Heians, correspondendo a cinco passos, que tem seus nomes
associados à sua posição: de shodan (primeiro passo) a godan (quinto passo). Estes
cinco passos serão explicados abaixo.
Heian Shodan
Heian Nidan
Além das técnicas do Heian Shodan inclui outras básicas como haiwam-jodan-
uke, ura-zuki, mae-geri, yoko-geri, uraken-uchi e shihon-nukite. E mais shuto-uke e
kokutsu-dachi para aperfeiçoar o estilo destas e de outras técnicas.
Heian Sandan
Heian Yondan
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Heian Godan
Pode chamar-se Karate-Ka aquele que pratica Tekki diariamente, pela manhã e
à tarde. Os instrutores podem conhecer o nível dos alunos ao vê-los praticando este kata.
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Tekki Nidan, Sandan
Funakoshi trocou o nome de Naihanchi por Tekki. Junto com Heian, é o mais
representativo dos katas básicos do Shuri-te, influenciados por Itosu.
Sensei Itosu deixou incluí-los no treinamento do curso ginásio, pois não tem
técnicas perigosas. Funakoshi escreveu que se pratica em haihanchi-dachi (os pés para o
exterior), fazendo força nas pernas para o interior em hachiji-dachi para tekki-sandan.
Atualmente realiza-se em kiba-dachi.
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Em Shotokan é tão representativo do estilo como Kanku, sendo necessário sua
prática depois de ter dominado os katas básicos (heian).
Bassai-Sho
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KANKU – OLHAR O CÉU
Kanji: MIRU-KUN
Kanku Dai (grande)
O sensei Itosu dividiu o kata nos cinco Heian para seu aprendizado na escola
secundária. Se aprendermos corretamente os Heian, o domínio de Kanku será fácil.
Kanku-Sho (pequeno)
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O primeiro movimento de Dai, donde vem o seu nome, não aparece em Sho,
porém o embusen é muito parecido em ambos. A série de morote-uke em três direções
do início do kata não é tão vistoso nem espetacular por ser superior.
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No princípio acreditou-se que era de origem chinesa por coincidir com a
palavra budista Jion, encontrada nos antigos livros chineses. Se não me engano, sua
verdadeira origem foi seguramente o templo Jion, onde se praticavam as artes marciais
por tradição. Posteriormente passou a Tomari.
Em outros estilos não tem defesa contra “Bo”, daí as diferentes interpretações
dos mestres.
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JI’IN – DISSIMULAR O AFETO
Kanji: MAGEMU-KAKUSU
Não sabemos com exatidão porque existe a crença de que Jitte, Jion e Ji’in são
do mesmo grupo. São katas intermediários que tem de ser praticados antes de começar o
estudo dos mais avançados.
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Wankan pertence ao grupo de Matsumura, tendo sido adotada pelas escolas
shotokan e shito-ryu, porém existe uma grande diferença entre ambas versões. Em
shotokan caracteriza-se pelo grande número de ataque as articulações: Hasami-uke com
ambos os braços levantando um joelho. Jodan soto-uke, tetsui-uchi e koko-uke ao
joelho parando keri, etc.
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Diz-se que foi introduzido por Sappushi Nanshu, praticando-se na região de
Tomari. Acredita-se também que é resultado da colaboração do Kempo chinês e das
artes marciais do Okinawa. Mais tarde seria ensinado por Sanaeda, seguido por
Matsumura, caindo atualmente das versões das mesmas, as quais foram modificadas por
Itosu e por Matsumura.
São katas que o mestre Kiyatake do estilo Shorin-Ryu incluiu entre outros
importantes como Wanshu e Nanko em sua obra “Sete Katas Originais do Estilo
Antigo”, reedição do Shuri-Te e do Naha-Te.
Empi em nossa associação é um dos mais antigos, por isso sua transmissão é
muito complicada, acreditando-se que seu nome foi trocado de um mestre para o outro.
GANKAKU – EM EQUILÍBRIO
Kanji: KAN-TSURU
É um kata muito antigo, não se conhecendo o nome de seu criador, sabe-se que
foi demonstrado e ensinado pelo mestre K. Matsumura, praticando-se nas escolas
Shotokan e Shito-Ryu.
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Seu embusen pertence ao grupo de katas em linha horizontal e perpendicular;
A de Kiyatake é em diagonal e se caracteriza pela posição Sagui-Ashi-Dachi.
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sentido vertical e horizontal, como se fixassem raízes na terra. É essencial flexionar bem
os joelhos e fazer força com as pernas para o exterior, desprezando o centro de
gravidade para a perna da frente para poder bloquear o ataque inimigo e contra atacar
com grande potência. É, por conseguinte, um kata muito peculiar.
NIJUSHIHO – 24 PASSOS
Kanji: NIJUSHI-BU
Dado que em vários pontos é parecido a Unsu, seria apropriado dizer que é da
escola de Aragaki, tal qual Sochin e outros.
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O mestre Funakoshi Gichin, em seu livro “Karate-Do Ichoro” (O Caminho do
Karate-do), trocou os nomes dos katas, por não ter menção de Unsu.
O movimento denominado mãos das nuvens (Unsu) aparece duas vezes neste
kata. Seu significado é separar os braços do inimigo de trás hasami-uke ou bloquear em
tate-shuto a ambos os lados.
Mãos (te ou shu) também implica o sentido da técnica ou habilidade, quer
dizer o movimento das mãos ao unir-se, assemelha-se as nuvens de uma tormenta dando
lugar ao furioso tornado.
GOJUSHIHO – 54 PASSOS
Kanji: GOJUSHI-BU
Gojushiho-Dai
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Cremos que houve alguma confusão entre dai e sho, segundo foram
originariamente criados. Em nossa associação, Dai começa com zenkutsu-dachi à
direita, continuando com chudan kakiwake.
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GEKISAI – VENCER RASGANDO
Kanji: GUEKI–YABURERU
Kata de iniciação ao aprendizado que Miyagi Chojun utilizava, foi o kata que
ele mais ensinou. Têm como características bem marcantes são os movimentos de
projeção do início, seguidos de empi e uraken. Se usa ataques repetidos de morote-
hiraken na linha diafragmática e ataques de curta distância de Urazuki-chudan.
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com captura, com ápice num contra-ataque a uma cintura com técnica para desarticular
cervical. Não possui chutes, mas movimentos repetidos de Mawashi Empi. Pode ser
pronunciado Seienchin, Seiunchin ou Seionchin, sendo que o professor Akamine usava
a última pronúncia.
Inicia-se com técnicas de mão aberta, Nukite com Uchi Uke. Os movimentos
mais característicos do kata são as defesas e ataques de “TE” segurando e contra-
atacando em articulação.
É o kata mais Jiu (suave) do estilo. Existem algumas formas e com aplicações
diferentes de se realizar. Respiração forte e técnicas de ataque de defesa e ataque de
mão aberta.
SANSERU – 36 MÃOS
Kanji: SANJUROKU TÊ
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mais um kata incompleto, que o final foi introduzido depois da morte de Myagui
Shogun.
SEPAI – 18 MÃOS
Kanji: JIHACHI TÊ
Ensinado pelo Shomen Akamine como um kata superior. O seu inicio é
marcante com técnicas de defesa de agarrada. Também possui movimentos de contra-
ataque a cinturada com desarticulação de cervical.
KURURUNFA – LONGO/PARAR/RASGAR
Kanji: HISA/ TOMERU/YABURERU
Mais um kata incompleto do estilo. O final foi criado após a morte de Myagui
Shogun. Possui movimentos marcantes no início de saída de agarrada de pernas com
seguido ataque de empi em cervical. Possui também uma projeção no final, bastante
usada em demonstrações, embusen.
É o kata mais longo do estilo Goju Ryu, mesmo assim, parece ser um terço da
parte do original, sendo que resgate também foi perdido e o seu final introduzido depois
da morte de Myagui Shogun.
Série de movimentos nas quatros direções. Mawashi ukes seguidos com defesa
de cintura atacando com a cervical e desarticulando. Três saídas em Nekkoashi em
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movimento da língua do dragão. Possui mais duas sequencias de movimentos nas
quatros direções e o ápice de força no kata é um ataque de nidan gueri com yoko empi,
uraken e defesa cinturada atacando cervical.
Defesa de agarrada por trás chute em períneo seguido de hitai para trás.
Também tem técnicas de saída de imobilização de braço com contra-ataque de ippon
ken em traqueia. Kansetsu-geri em articulação também são repetidos.
Kata Heian Shodan – Realizado por um aluno do Shihan Sidi Gobbi, Gustavo.
Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=QXY8Xat-8WE
Kata Heian Nidan – Realizado por alunos do Shihan Sidi Gobbi, Gustavo e Pedro.
Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=GPvq67yVHZs
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Kata Tenshu – realizado pelo Hanshi Benedito Nelson na academia de seu professor
Juichi Sagara.
Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=NnCDSR_uwT8
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AULA DE FAIXA BRANCA A LARANJA
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A aula de Karate para aqueles que estão entre a graduação branca e a laranja
tem como objetivo ensinar noções básicas. Quando o aluno alcança o 4º KYU (faixa
laranja), deverá realizar os movimentos com mais impacto (kime) e movimentos de
cintura.
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3.2 KIHON ANDANDO
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8. SANBON-GUERI com início na base ZENKUTSU
Sequência dos três chutes executados durante o kihon parado, feitos em
movimento e na seguinte ordem: mae gueri (base zenkutso), yoko-gueri (base
kibadashi) e ushiro-gueri (base zenkutso).
3.3 IPPON-KUMITE
O IPPON-KUMITE é uma luta combinada onde o atacante realiza um único
ataque e o companheiro defende e contra-ataca. Antes de realizar o ataque, o atacante
deve anunciar ao companheiro a região que ele pretende atingir, dizendo JODAN
(quando o alvo é o rosto do companheiro) ou CHUDAN (quando o alvo é a região do
tórax do companheiro).
O Treino de IPPON-KUMITE de branca a laranja deve ser executado da
seguinte forma:
A carência mínima para que o faixa branca possa realizar o exame para faixa
amarela não é temporal, fica a critério do sensei.
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Shodan. Ao se tornar faixa amarela (6º Kyu) de Karate, indica que o praticante já
consegue acompanhar a aula, entendendo os comandos.
A carência mínima para que o faixa amarela possa realizar o exame para faixa
vermelha é de 04 meses de aulas.
A carência mínima para que o faixa vermelha possa realizar o exame para faixa
Laranja é de 05 meses de aulas.
A carência mínima para que o faixa laranja possa realizar o exame para faixa
verde é de 06 meses de aulas.
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AULAS DE FAIXA VERDE A MARROM
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Este capítulo é destinado a apresentar informações essenciais a respeito das
aulas de Karate para karatecas da faixa verde até a faixa marrom.
Ao chegar na faixa verde, o karateca inicia os treinos do estilo Goju Ryu. Ele
deve, de imediato aprender os Katas Guekisai Shodan, Guekisai Nidan e Saifa. Pois, o
Kata Saifa será cobrado no exame para faixa roxa. A partir de então o karateca deverá
praticar com igual afinco os estilos Shotokan e Goju Ryu.
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4. CHUDAN-UCHI-UKE / KIZAMI-ZUKI / MAWASHI-GUERI / OIZUKI
4.3 KUMITE
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PARA FAIXA MARROM:
Contra ataque dois murros e um chute MAWASHI-GUERI ou MAE-
GUERI (mão e perna no contra-ataque).
Defesa com desequilíbrio nos pés (ASHI BARAI)
SHIAI KUMITE:
Trata-se de combate de natureza esportiva, o qual envolve sistema de pontuação,
e regras específicas de arbitragem.
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4.4 OS EXAMES DE FAIXA DE ROXA A MARROM
Os exames de faixa da faixa verde até a marrom serão realizados uma vez ao
ano, no segundo semestre do ano. Todos os exames serão comandados pelo Shihan Sidi
Gobbi dos Santos.
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4.4.2. Exame de Faixa Roxa para Faixa Marrom
A carência mínima para que o faixa Roxa possa realizar o exame para faixa Marrom
é de 12 meses de aulas.
A carência mínima para que o faixa Marrom possa realizar o exame para faixa Preta
é de 18 meses de aulas.
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Os exames para faixa preta serão realizados pela Confederação Brasileira de Karate -
CBK, e poderão seguir as especificações abaixo, ou outras, a critério da banca.
Quanto aos kata exigidos, o aluno deverá realizar um os 5 heians, a escolha da banca,
o Tekki-Shodan, e um kata entre os shitei kata - bassai-dai, jion e kanku-dai (a escolha do
aluno)
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TREINO DE FAIXAS PRETAS
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As aulas deverão acontecer pelo menos uma vez por mês para manutenção do padrão
da linhagem Hien Kan, do aprimoramento das técnicas e fortalecimento do corpo. Devendo
ter kihon, kata, kumite, ginástica especifica de luta, alongamento, kobudo, tameshiwari e
kumiuchi sendo aulas objetivas de cada item descrito anteriormente, podendo a ginástica
especifica de Karate e kihon serem dadas em todas as aulas.
5.3 KUMITE
São praticados os tipos de kumite na aula de faixa preta:
a. Ippon Kumite
b. Sanbom kumite
c. Gohon kumite
d. Kaeshi Ippon kumite
e. Jyu ippon kumite
f. Jyu kumite
5.4 KATA
O faixa preta 1º grau deve saber no mínimo 15 kata shotokan e 3 kata de goju-ryu, o
2º dan, 21 de shotokan e 5 de goju-ryu e o 3º dan 26 katas de shotokan e 7 de goju-ryu e a
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partir de 4º dan todos os kata de shotokan, isto não impede do shodan saber todos os kata, mas
os faixas pretas que são professores tem saber o máximo de kata para que possam ensinar aos
seus alunos.
Quando a aula é somente de faixa preta, poderá ser treinada por serie de kata, ou
todos os kata, priorizando o aperfeiçoamento da técnica, o bunkai, a quantidade de katas para
treinamento da musculatura do corpo, manutenção dos kata das formas aprendidas pelo
Hanshi.
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CARTA AOS ALUNOS
Até os dias de hoje muitos me acompanharam, chegaram a um ponto que pode ser o
final de sua evolução técnica e interior. Pois o que busco e faço está além das possibilidades
de muitos que surgiram em meu caminho.
Hoje sei que temos um limite que não aceitamos e todos os que me acompanharam e
se dispersaram chegaram comigo ao ponto máximo daquilo que ensinei como técnica de
combate e esforço para uma evolução e equilíbrio interior. Pergunto qual dos meus alunos
conseguiu isso? Qual dos meus alunos chegou perto da perfeição técnica que durante esses
anos sempre procurei transmitir. Não que eu a tenha de forma perfeita, mas a perfeição dentro
dos meus limites. Eu quis os seguintes itens neste caminho:
Sem paciência não conseguirá me suportar pois muitos dos treinamentos e práticas
que conheço não sei ensinar sem isto, pois não são aprendizados que em um dia, mês ou
mesmo em poucos anos se conseguirá. Pois nesses 40 anos que pratico e treino ainda sei que
falta muito para eu conseguir chegar onde quero comigo mesmo e, que meus alunos, para
minha tristeza, não aprenderam 30% do que quero ensinar e daquilo que hoje sei. A
obediência não é aquela de vaquinha de presépio que abaixa a cabeça na minha frente
respeitosamente dizendo OSS, fingindo que me reconhece como mestre de Karate,
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satisfazendo-se na vaidade de ser discípulo. A obediência é aquela que segue os preceitos de
espera evolutiva física e espiritual fazendo todos os dias esforço físico dirigido por mim para
eu poder saber o que estou conseguindo com aquilo que estou transmitindo.
A perseverança é fazer sempre os exercícios tanto na hora do treino, como em casa,
tanto físico como psicológico, isto é durante anos a fio. Não parar nunca. Cumprir as
obrigações e aquilo que se propôs ser um guerreiro, para poder aguentar o que está para vir
depois.
Hanshi Benedito Nelson Augusto dos Santos
1. O cachorro é aquele que faz tudo para comer o máximo engolindo tudo sem
mastigar e aparentemente é o mais comilão e interessado e depois como não
mastigou vomita tudo fora e depois come o próprio vômito e às vezes nem o
vômito come.
2. O porco é aquele que come, come e não usa o que comeu, então engorda, fica
acomodado no seu chiqueiro se achando um grande personagem por ser grande e
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ter peso e olhando o deu chiqueiro acha que o mundo é tudo o que ele vê então
fica até que alguém o use como alimento, sem que ele saiba de seu destino.
3. A tartaruga é aquele aluno que sempre está presente mas anda com sua
velocidade, isto é, devagar. Anda para todos os lados sem ter objetivo nenhum e
com sua lerdeza não consegue acompanhar os passos de outro animal. Ela até
pode chegar a algum lugar, mas é difícil chegar no tempo certo, se chegar vai ser
atrasado.
Aqueles que durante os anos continuam treinando e ensinando também tem três
categorias:
No entanto, todos esses tipos de aluno na verdade chegaram ao máximo daquilo que
quero ensinar, uns até faixa-preta, outros ganharam graduações e ficaram satisfeitos com o
que são, por este motivo, não se pode exigir nada além do que já fizeram dentro da
Organização que tem os seguintes objetivos que iniciaram em 1967:
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Na academia ou sede central formam os professores ou mestres de combate para
a divulgação dos ensinos, além do treinamento interior individual de cada um.
Nas academias filiadas preparar os alunos para seus professores ou atletas e a
partir da faixa verde pertencer a organização.
No âmbito esportivo preparar atletas para serem escolhidos dentro do Estado a
formarem um único grupo de crianças, mulheres, homens para competição
estadual. No âmbito nacional escolher os melhores atletas para formarem uma
única equipe.
Cada professor procurar ter sua própria academia em clubes ou locais para este
fim e finais de semana treinar juntos com aulas de professores e veteranos. Os
atletas terem um local para ficarem concentrados e poderem treinar sem
interferência externa, na Sede Central, onde será executado o Kagueigo-
Shugueiko e treinamentos especializados.
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