Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL KASSIO NUNES MARQUES Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA Publicação: e-DJF1 p.118 de 01/02/2013 Data da Decisão: 06/12/2012 Decisão: A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento à apelação. Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. DESAPOSENTAÇÃO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA APÓS A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. RENÚNCIA DO BENEFÍCIO ANTERIORMENTE CONCEDIDO PARA FINS DE PERCEPÇÃO DE OUTRA APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE. DIREITO PATRIMONIAL DISPONÍVEL. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. NÃO OBRIGATORIEDADE DE DEVOLUÇÃO DE VALORES RECEBIDOS. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. 1. A jurisprudência desta Corte e do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que "a aposentadoria, direito patrimonial disponível, pode ser objeto de renúncia, revelando-se possível, nesses casos, a contagem do respectivo tempo de serviço para a obtenção de nova aposentadoria, ainda que por outro regime de previdência" (REsp 557231/RS, Ministro Paulo Gallotti, Sexta Turma, DJe 16.06.2008). Precedentes desta Corte. 2. "O ato de renunciar a aposentadoria tem efeito ex nunc e não gera o dever de devolver valores, pois, enquanto perdurou a aposentadoria pelo regime geral, os pagamentos, de natureza alimentar, eram indiscutivelmente devidos" (REsp 692628/DF, Ministro Nilson Naves, Sexta Turma, DJ 05.09.2005), não havendo que se falar, portanto, em violação ao disposto no art. 96, III, da Lei 8.213/91. Precedentes deste Tribunal. 3. Consoante art. 49, II, da Lei 8.213/91, o termo inicial do novo benefício deve ser fixado na data do requerimento administrativo. Na sua ausência, considerar-se-á a data da impetração, conforme jurisprudência do STJ (AgRg no REsp-1.057.704) e desta Corte (REO-0020830-26.2007.4.01.9199), assegurada, em caso de mandado de segurança, a execução das parcelas vencidas antes da impetração, por meio de ação autônoma. 4. Os juros moratórios e a correção monetária incidentes sobre as parcelas atrasadas, vencidas a partir da impetração e devidamente compensadas, devem observar as orientações do Manual de Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução/CJF 134, de 21.12.2010. 5. Apelação a que se dá parcial provimento para, reformando a sentença, conceder a segurança, determinando ao INSS que proceda ao cancelamento da aposentadoria da parte impetrante e compute as contribuições previdenciárias efetivamente por ela recolhidas após a primeira aposentação para fins de concessão de novo benefício.
Processo: AMS 0010133-65.2012.4.01.3800/MG; APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI Convocado: JUIZ FEDERAL CLEBERSON JOSÉ ROCHA (CONV.) Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA Publicação: e-DJF1 p.736 de 11/01/2013 Data da Decisão: 05/12/2012 Decisão: A Turma, à unanimidade, deu provimento à apelação do impetrante, negou provimento à apelação do INSS e deu parcial provimento à remessa oficial. Ementa: PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. APOSENTADORIA. RENÚNCIA. CONCESSÃO DE NOVO BENEFÍCIO. CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO LABORADO APÓS A CONCESSÃO DO PRIMEIRO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE. TERMO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS. CUSTAS. 1. Insurgindo-se a parte impetrante contra o ato da autoridade impetrada que lhe negou a desaposentação, e trazendo aos autos provas que comprovem a liquidez do seu direito, rejeita-se a preliminar de inadequação da via eleita. 2. É possível a renúncia à aposentadoria para fins de aproveitamento do tempo de contribuição e concessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou em regime diverso, uma vez que a aposentadoria constitui direito patrimonial disponível. Precedentes do STJ e desta Corte (AGA 200901000657626, Desembargadora Federal Monica Sifuentes, Segunda Turma, e-DJF1 de 09/09/2011, AGA 200901000670402, Juiz Marcos Augusto De Sousa (conv.), Primeira Turma, e-DJF1 de 13/07/2010 e AGA 200901000568455, Juiz Rodrigo Navarro De Oliveira (conv.), Primeira Turma, e-DJF1 de 01/06/2010). 3. O Superior Tribunal de Justiça, ao examinar o tema, firmou o entendimento de que a renúncia à aposentadoria, para fins de concessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou em regime diverso, não implica em devolução dos valores percebidos, pois, enquanto esteve aposentado, o segurado fez jus aos seus proventos (REsp 1113682/SC, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. P/ Acórdão Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, Julgado Em 23/02/2010, DJE 26/04/2010 e AGRG NO REsp 1.107.638/PR, Quinta Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz, DJE de 25/05/2009). 4. Assim, é devida a concessão de novo benefício, cujo termo inicial deve ser fixado a partir da data do requerimento administrativo, mas com efeitos financeiros a partir da impetração, nos termos da Súmula n. 271 do STF, e os critérios de cálculo devem observar a legislação vigente à data do novo benefício, compensadas as parcelas recebidas administrativamente, desde então, em decorrência da primeira aposentadoria. 5. Consectários: correção monetária e juros de mora pelo MCJF. 6. Apelação do impetrante provida (item 2). 7. Apelação do INSS desprovida. Remessa oficial parcialmente provida (item 4).
Processo: AC 0005629-50.2011.4.01.3800/MG; APELAÇÃO CIVEL
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA Publicação: e-DJF1 p.90 de 10/12/2012 Data da Decisão: 08/11/2012 Decisão: A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento à apelação. Ementa: PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. RENÚNCIA. CONCESSÃO DE NOVO BENEFÍCIO. DESAPOSENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. DIREITO PATRIMONIAL DISPONÍVEL. LEI Nº 8.213/1991, ART. 18, § 2º. DECADÊNCIA. ART. 103 DA LEI Nº 8.213/1991. INAPLICABILIDADE.
1. A respeito da preliminar de decadência do direito de pedir a revisão da renda mensal inicial da
aposentadoria recebida, é de se rejeitá-la, pois, o que se pretende é a renúncia ao benefício e não a sua revisão e o aproveitamento dos períodos posteriores à jubilação em que foram vertidas contribuições do RGPS, para a concessão de novo benefício mais vantajoso. 2. Consoante jurisprudência firmada pelas duas Turmas que compõem a Primeira Seção deste Tribunal, ressalvado o ponto de vista contrário do próprio relator, é possível a renúncia à aposentadoria por tempo de contribuição anteriormente concedida e a obtenção de uma nova aposentadoria, no mesmo regime ou em regime diverso, com a majoração da renda mensal inicial, considerando o tempo de serviço trabalhado após a aposentação e as novas contribuições vertidas para o sistema previdenciário. 3. Fundamenta-se a figura da desaposentação em duas premissas: a possibilidade do aposentado de renunciar à aposentadoria, por se tratar de direito patrimonial, portanto, disponível, e a natureza sinalagmática da relação contributiva, vertida ao sistema previdenciário no período em que o aposentado continuou em atividade após a aposentação, sendo descabida a devolução pelo segurado de qualquer parcela obtida em decorrência da aposentadoria já concedida administrativamente, por consistir em direito regularmente admitido. Precedentes do STJ. 4. Tratando-se, no caso, de mandado de segurança, são devidas apenas as parcelas vencidas após o ajuizamento da ação, que devem ser compensadas com aquelas percebidas pela parte autora com a aposentadoria anterior (Súmula 271/STF), acrescidas de correção monetária e de juros de mora, na forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução/CJF 134, de 21.12.2010. 5. Recurso de apelação a que se dá parcial provimento, para determinar o pagamento apenas das parcelas vencidas após o ajuizamento da ação (Súmula 271/STF), atualizadas de acordo com o Manual de Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução/CJF 134, de 21.12.2010.
Processo: AMS 2010.38.00.006385-3/MG; APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA
Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL NEUZA MARIA ALVES DA SILVA Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA Publicação: e-DJF1 p.602 de 11/01/2013 Data da Decisão: 26/10/2012 Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação do INSS e deu parcial provimento à apelação do impetrante e à remessa oficial. Ementa: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. RENÚNCIA. CONCESSÃO DE NOVO BENEFÍCIO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. CUSTAS. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. APELAÇÃO DO AUTOR E REMESSA OFICIAL PARCIALMENTE PROVIDAS. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA E DECADENCIA AFASTADAS. 1. O mandado de segurança é a via adequada quando se insurge o impetrante contra ato de autoridade coatora, que lhe negou a desaposentação e os fatos alegados estão devidamente comprovados nos autos, como é o caso. 2. Deve também ser afastada eventual argüição de decadência do direito de revisão da renda mensal inicial da aposentadoria recebida pelo impetrante-beneficiário, porque o que se pretende é a renúncia ao referido benefício, com a utilização das contribuições recolhidas posteriormente a sua concessão para a concessão de nova aposentadoria. 3. Admissível a renúncia à aposentadoria para fins de aproveitamento do tempo de contribuição e concessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou em regime diverso, uma vez que a aposentadoria constitui direito patrimonial disponível. Tal situação não implica em devolução dos valores percebidos durante a aposentadoria, haja vista que enquanto o segurado esteve nesta condição fazia jus ao benefício. 4. Correção Monetária com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça Federal, até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/09, a partir de quando se aplica o IPCA-E. 5. Juros de mora de 1% ao mês, observados os respectivos vencimentos, reduzindo-se a taxa para 0,5% ao mês a partir da Lei nº 11.960/09. 6. Justifica-se a determinação de implantação imediata do benefício perseguido (art. 461 do CPC), já que eventuais recursos interpostos contra o presente julgado são desprovidos de efeito suspensivo. Precedentes do STJ. 7. Apelação do INSS desprovida. 8. Apelação do impetrante e remessa oficial parcialmente provida.
Processo: AC 2009.33.00.011571-7/BA; APELAÇÃO CIVEL
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA Publicação: e-DJF1 p.615 de 23/11/2012 Data da Decisão: 17/10/2012 Decisão: A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento à apelação. Ementa: PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. RENÚNCIA. CONCESSÃO DE NOVO BENEFÍCIO. DESAPOSENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. DIREITO PATRIMONIAL DISPONÍVEL. LEI Nº 8.213/1991, ART. 18, § 2º. 1. Consoante jurisprudência firmada pelas duas Turmas que compõem a Primeira Seção deste Tribunal, ressalvado o ponto de vista contrário do próprio relator, é possível a renúncia à aposentadoria por tempo de contribuição anteriormente concedida e a obtenção de uma nova aposentadoria, no mesmo regime ou em regime diverso, com a majoração da renda mensal inicial, considerando o tempo de serviço trabalhado após a aposentação e as novas contribuições vertidas para o sistema previdenciário. 2. Fundamenta-se a figura da desaposentação em duas premissas: a possibilidade do aposentado de renunciar à aposentadoria, por se tratar de direito patrimonial, portanto, disponível, e a natureza sinalagmática da relação contributiva, vertida ao sistema previdenciário no período em que o aposentado continuou em atividade após a aposentação, sendo descabida a devolução pelo segurado de qualquer parcela obtida em decorrência da aposentadoria já concedida administrativamente, por consistir em direito regularmente admitido. Precedentes do STJ. 3. Implantação do novo benefício, na ausência de requerimento administrativo, a partir da data do ajuizamento da ação. 4. As parcelas vencidas deverão ser compensadas com aquelas percebidas pela parte autora com a aposentadoria anterior desde a data de início do novo benefício e pagas acrescidas de correção monetária e juros de mora, na forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução/CJF 134, de 21.12.2010. 5. Fixação dos honorários advocatícios no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação até a prolação da sentença, nos termos da Súmula n. 111/STJ. 6. O INSS é isento do pagamento das custas processuais, por força do disposto no art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96, exceto as em reembolso. 7. Indeferida a antecipação da tutela postulada, por não estarem presentes os pressupostos legais para a sua concessão, previstos no art. 273, incisos I e II, do CPC. 8. Apelação a que se dá parcial provimento.