Professional Documents
Culture Documents
Escritores brasileiros
na Suíça e no Brasil.
vbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnm
qwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopa
sdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbv
bnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmq
wertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopas
dfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfb
vbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnm
qwertyuiopasdfbsdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmv
vbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnm
qwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopa
sdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbv
bnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmq
wertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopas
dfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfb
vbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnm
qwertyuiopasdfbsdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmv
vbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnm
qwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopa
sdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbv
bnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfbvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmq
3
EXPEDIENTE
Revista Literária VARAL DO BRASIL
Até!
Jacqueline Aisenman
Genebra
4
Alessa B. - Versos Perturbados
Chajafreidafelkstein - Passarinhos
5
Márcio José Rodrigues - Os companheiros
Vó Fia - Desejos
Festas juninas
Cantões suíços
Vocabulário gaúcho e
… mais ainda!
6
PARTICIPAÇÃO NO VARAL
NO. 4
7
POEMINHA AMOROSO
Cora Coralina
TORNE-SE UM ASSOCIADO
8
PAULO FREIRE
9
A ESTRELA
10
DESEJOS
Por Vó Fia
11
A LUA SOBRE AS ÀRVORES
Por Vicência Jaguaribe
A lua pairando
Sobre as árvores.
A lua pairando
Sobre os prédios.
Foto de Vicência Jaguarribe
A lua mais alta do que
Meu amor e meus desejos
Vicência (Maria Freitas) Jaguari- Meus medos e minhas frustrações
be é cearense. Nasceu em Jaguarua-
Minha ansiedade e minha angústia
na, em 07/08/1948. Formada em Le-
tras, com Mestrado em Literatura Bra- Minha solidão e minhas decepções.
sileira, é professora da Universidade A lua em sua distância, bela e inacessível.
Estadual do Ceará, onde, por muitos
anos, ensinou Literatura Infanto- E eu a chamá-la, a esperá-la.
Juvenil. Escreve para criança e adultos - Ela virá?
– crônicas, contos e poemas. Publica
seus textos nos seguintes endereços - Não.
eletrônicos: A distância é grande
http://palavraengenhosa.blogspot.com
(Blog por ela administrado.) E o único ônibus da linha
www.republicadosautores.com.br Acaba de sofrer uma avaria.
http://singrandohorizontes.blogspot.co
http://www.conexaomaringa.com E pensar que, um dia,
www.varaldobrasil.ch
Eu já a tive quase à mão
E perdi-a,
Num cochilo fora de hora!
12
DULCE SCHWABACHER
A escola de teatro em tempos idos,gloriosa! Continua com a mesma fama, não mu-
dara quase nada,a escola está situada no bairro do Canela no centro de Salvador.
Apenas uma modificação na estrutura dentro do teatro e aumentaram com a cons-
trução do pavilhão de aulas ao lado do teatro.
A tarde estava agradável e morna. Eu sentei num banco do pátio da escola,olhei
para as árvores e comecei a meditar no rumo inesperado que minha vida tinha to-
mado.
Depois de dezoito anos afastada, trabalhei em belas artes e na escola de dança e
agora estava na minha escola de teatro,onde estudei, lembrei dos colegas e profes-
sores e das aulas de improvisações. Mas,jamais esquecerei das aulas da professo-
ra Dulce Schwbacher. Uma mulher de pequeníssima estatura, respeitada e reco-
nhecida pelo seu talento na sua convicção de que tudo é possível e viável. Quando
estava passando seus ensinamentos, todos alunos atentos para aprendermos,pois
suas técnicas eram transmitidas artesanalmente.Como professora de maquia-
gem,sabia fazer as tintas para transformar os alunos em vários personagens.
Fiquei de imediato encantada pelas aulas e sentava na frente do espelho e desaba-
fei.
- Professora Dulce, tenho pavor de ficar velha.
A professora lentamente aproximou e perguntou.
- Quantos anos você tem?
- Tenho 25 anos.
A professora não conteve o sorriso.
- Então vou fazer uma maquiagem e vai ficar com 80
anos.
Foto S.A.
14
REGRESSO
Por Valquíria Gesqui Malagoli
Perguntaste a mim,
que meus pés molhava
neste mar sem fim,
para o que eu olhava...
porque me chamaste,
e ao que perguntaste,
respondi: “pro mar!”
15
V alquíria Gesqui Malagoli , Jundiaiense, Presidente da Academia Femi-
nina de Letras e Artes de Jundiaí (2010-2012) e membro de diversas en-
tidades culturais.
Articulista do Jornal de Jundiaí Regional, colabora também com outros veículos.
Autora de: Versos versus Versos (2005) e Testamento (2008) – poesias; O presen-
te de grego (2009) – romance infanto-juvenil.
Em coautoria com Renata Iacovino, lançou Missivas (2006 – parceria poética), e
OLHAR DIverso – haicaimagético (2009), além dos infantis uniVerso enCantado
(2007 – livro/CD) e De grão em grão (2008 – CD).
Juntas, realizam oficinas, saraus e atividades afins; desenvolveram e mantêm des-
de 2009 a CircuitoTeca, biblioteca itinerante sem fins lucrativos. Com Josyanne Rita
de Arruda Franco, criaram o jornal literário de distribuição gratuita CAJU.
www.valquiriamalagoli.com.br
vmalagoli.blog.uol.com.br
reval.nafoto.net
vmalagoli@uol.com.br
caju.valquiriamalagoli.com.br
16
SOU LOUCO
Quero transformar:
A mentira e a traição em confiança;
Louco para fazer da fome, mesa farta;
Da indiferença, atenção;
Sou louco para fazer da roubalheira,
V
Divisão igualitária de riquezas;
Da corrupção, compaixão;
Sou louco para fazer da violência,
aldeck Almeida de Jesus,
Equilíbrio social; 43, jornalista, funcionário público, edi-
tor de livros e palestrante. Membro
Sonho em fazer do frio, abrigo;
correspondente da Academia de Le-
Do aborto, um abraço afetivo; tras de Jequié e efetivo da União Bra-
sileira de Escritores. Embaixador Uni-
Sou louco para fazer do desamor,
versal da Paz..
Carícia; Publicou os livros Memorial do Inferno:
E da ganância, solidariedade. a saga da família Almeida no Jardim
do Éden, Feitiço contra o feiticeiro, Val-
Só assim teremos paz! deck é Prosa e Vanise é Poesia, 30
Anos de Poesia, Heartache Poems,
dentre outros, e participa de mais de
60 antologias.
Organiza e patrocina o Prêmio Literário
Valdeck Almeida de Jesus de Poesia,
desde 2005, o qual já lançou mais de
600 poetas.
Site: www.galinhapulando.com
E-mail: valdeck2007@gmail.com
17
DESAFOGUE A SI MESMO
Marquei um encontro
Em um café qualquer
Sentei a frente de mim mesmo
E comecei a questionar-me
Tentei disfarçar
Mas o outro eu
Sabia tudo sobre mim
Coisas que nem mesmo eu conhecia
Ou conhecia
E não estava claro
Percebi então que muitas vezes não somos
nós
E nos escondemos de nós mesmos
18
CRÔNICA, CONTO, ROMANCE, NOVELA...
Todos nós, autores novos e não tão novos, vez por outra, sentimos imensas dúvidas
para enquadrar em um desses gêneros e sub-gêneros, nossa criação literária.
É bom não esquecer o interminável debate que remonta à República de Platão e
que deságua hoje num certo consenso sobre a existência de dois gêneros, poesia e
prosa, seguido de subdivisões, como poesia lírica, épica por um lado, e conto, nove-
la e romance por outro.
Os especialistas no assunto, e é bom esclarecer que não sou um deles, tentam ex-
plicar tudo isso. A gente lê, relê e acaba ficando com as mesmas interrogações.
Nesse artigo posso perturbar o academicismo dos especialistas, mas pretendo dar
minha visão como escritor, de forma objetiva, prática e principalmente didática, arris-
cando sofrer a crítica que me mostrará as imensas teses, tratados, ensaios sobre
cada um desses gêneros. Provavelmente dirão: "Que pretensioso esse escritorzinho,
hein?". Assim mesmo, revolvi correr o risco e me antecipar à crítica. Meu endereço
está disponível e prometo responder educadamente a todos.
Se consultarmos algum dicionário de termos literários, teremos algo assim:
Crônica, vem do Grego, krónos, que significa "tempo" e do Latim, annum, ano, ou
ânua, significando, "anais".
Poesia também do Grego, poíesis, que quer dizer, "ação de criar alguma coisa".
Conto, do Latim computum, ou seja, "cálculo, conta", ou do Grego kóntos,
"extremidade da lança", ou commentum, "invenção, ficção".
Romance, do Latim romanice, que quer dizer, "em língua românica".
Poema, do Grego, poiema, significando "o que se faz".
Novela, do Latim, novellam, ou seja:, "nova
É... por aí, não vamos poder ter grandes esclarecimentos...
Vamos aglutinar alguns termos para simplificar a variedade em três:
1. Poesia, poema
2. Crônica
3. Conto, novela, romance, poesia, poema
Poesia, poema
Se consultarmos Octavio Paz, El Arco y la Lira, 1956 p.14, encontramos sobre Poe-
ma: a afirmação, "um organismo verbal que contém, suscita ou segrega poesia"
Massaud Moises em seu fabuloso Dicionário de Termos Literários, afirma:
"Assumida ortodoxalmente, a conexão entre poema e poesia implicaria um juízo de
valor, ainda que de primeiro grau: todo poema encerraria poesia, e vice-versa." E
mais adiante: "...existem poemas sem poesia, e a poesia pode surgir no âmbito de
um romance ou de um conto". Acho mais esclarecedor o que Jean Cohen em sua
Structure du language poétique, 1966, p.207, afirma: "...precisamente uma técnica
linguística de produção dum tipo de consciência que o espetáculo do mundo não
produz ordinariamente".
Claro que essas citações ajudam muito pouco. Vamos tentar mais praticidade e ser
menos acadêmicos.
19
Em primeiro lugar devemos compreender O Conto contém apenas um único dra-
que a questão formal não caracteriza a ma, um só conflito. Esse drama único
poesia. Fazer versos não é fazer poesia. pode ser chamado de "célula dramáti-
Aristóteles já alertava que o uso do verso ca". Uma célula dramática contém uma
não torna ninguém um poeta. só ação, uma só história. Um conto é
Em segundo lugar, poemas e poesias se- um relâmpago na vida dos persona-
rão reconhecidos pelos seguintes fatores: gens. Não importa muito seu passado,
nem seu futuro, pois isso é irrelevante
1. Um poema ou poesia é carente de lógi- para o contexto do drama, objeto do
ca, pois seu conteúdo tem que ser intrin- conto. O espaço da ação é restrito. A
secamente, as emoções do "eu" ação não muda de lugar e quando e-
ventualmente muda, perde dramatici-
2. Não existe relação passado, presente, dade. O objetivo do conto é proporcio-
futuro. Existe unicamente um presente nar uma impressão única no leitor.
eterno. Daí ser possível reconhecer um Podemos, pois, resumir em quatro os
poema, poesia pelo turbilhão de metáfo- ingredientes que caracterizam o conto:
ras. Metáforas intercaladas num círculo Uma ação
vicioso, onde a palavra do final volta para Um lugar
a palavra inicial. Um tempo
Um tom.
3. Não existe narração num poema ou po- Em outras palavras, um conto contém
esia. Numa poesia não há fatos, e sim es- uma única Célula Dramática.
tados. Não há enredo. Deve conter as si- Cabe aqui ressaltar alguns tipos espe-
tuações que povoam o "eu" do poeta, um cíficos de contos como a fábula, o apó-
ser solitário e conflituoso. logo e a parábola.
Consolidando as idéias:
Jacqueline Aisenman
tendo uma única Célula Dramática.
Uma Novela é uma narrativa ficcional con-
tendo uma sucessão linear de Células
Dramáticas.
Um Romance é uma narrativa ficcional
contendo uma sucessão circular fechada
de Células Dramáticas.
(Artigo de Airo Zamoner, transcrito do site « Quem já passou por essa vida e
http://www.protexto.com.br/t) não viveu, pode ser mais, mas sabe
menos do que eu... »
Vinícius de Moraes
21
Procura-se um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter cora-
ção. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia,
de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da
brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter
esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consi-
go. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda
mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preci-
so que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um
ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo
que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser
o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos
solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando cha-
mado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes
chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlou-
quecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das
realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de
água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se
deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela,
mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos
bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a
consciência de que ainda se vive.
22
A VIDA DE VINÍCIUS DE MORAES
Nasceu no Rio de Janeiro em uma família amante das letras e da música, e seguiu as duas
vocações. Ainda no colégio, começou a compor com os amigos Paulo e Haroldo Tapajós, e
juntos tocavam em festinhas. Nos anos 30 formou-se em Direito e fez letra para dez músi-
cas que foram gravadas, nove delas parcerias com os irmãos Tapajós. Em 1933 publicou
seu primeiro livro de poemas, "O Caminho para a Distância". Amigo de Oswald de Andra-
de, Manuel Bandeira e Mário de Andrade, publicou outros livros de poemas nessa década.
Passou algum tempo estudando inglês na Universidade de Oxford e, de volta ao Brasil em
1941, foi crítico cinematográfico do jornal "A Manhã". Dois anos depois foi aprovado para o
Itamaraty e seguiu a carreira diplomática. Como diplomata morou nos Estados Unidos,
França, Uruguai. Em 1954 inicia-se como teatrólogo, escrevendo a peça "Orfeu da Concei-
ção", que mais tarde virou o filme "Orfeu do Carnaval", dirigido pelo francês Marcel Camus.
Sua carreira como músico é impulsionada a partir das décadas de 50 e 60, quando conhe-
ce alguns de seus parceiros, como Tom Jobim, Antônio Maria, Edu Lobo, Carlos Lyra, Ba-
den Powell. Em 1958 Elizeth Cardoso lança "Canção do Amor Demais", com diversas par-
cerias Tom/ Vinicius: "Luciana", "Estrada Branca", "Chega de Saudade". O primeiro grande
show em que se apresenta, na boate Au Bon Gourmet, em 1962, ao lado Tom Jobim e Jo-
ão Gilberto, o liga permanentemente ao mundo da música popular e aos palcos. Seu elo
com a bossa nova é muito importante. Fez letras para algumas das músicas mais importan-
tes do movimento, como "Garota de Ipanema", "Chega de Saudade", "Eu Sei que Vou Te
Amar", "Amor em Paz", "Insensatez", "Se Todos Fosse Iguais a Você" (todas com Tom Jo-
bim), "Minha Namorada", "Coisa Mais Linda", "Você e Eu" (com Carlos Lyra). É também em
1962 que conhece Baden Powell, com quem comporia músicas de temática afastada da
bossa nova, como os afro-sambas ("Canto de Ossanha", "Canto de Xangô", "Samba de
Oxóssi") e outros sambas ("Samba em Prelúdio", "Samba da Bênção", "Formosa", "Apelo",
"Berimbau"). Em 1965, num show na boate Zum Zum, lançou o Quarteto em Cy, de quem
se tornou padrinho. No mesmo ano, "Arrastão", sua parceria com Edu Lobo, defendida por
Elis Regina, é a vencedora do Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, em
São Paulo. O segundo lugar também é de Vinicius: ""Valsa do Amor que Não Vem", parce-
ria com Baden interpretada por Elizeth. Após a promulgação do AI-5, em 1968, Vinicius é
aposentado compulsoriamente da carreira diplomática. A partir de então passa a se dedicar
à vida artística. Faz shows em Portugal, Argentina, Uruguai, acompanhado de Nara Leão,
Maria Creuza, Toquinho, Oscar Castro Neves, Quarteto em Cy, Baden Powell, Chico Buar-
que. Nos anos 70 incrementa a parceria com Toquinho: "Tarde em Itapuã", "Regra Três",
"Maria Vai com as Outras", "A Tonga da Mironga do Kabuletê" são algumas músicas da
dupla. Muitos discos foram lançados na década de 70 com composições ou interpretações
suas. Um dos mais importantes é "Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha", gravado ao vivo no
Canecão (Rio), em um espetáculo que ficou quase um ano em cartaz no Rio e seguiu para
outras cidades da América do Sul e Europa. Apesar do sucesso com a música popular, Vi-
nicius não abandonou a poesia, tendo inclusive gravado discos em que recita
suas obras. Depois de sua morte, em 1980, diversos shows-tributo foram a-
presentados, ao longo dos anos, assim como coletâneas e biografias.
Fonte: http://cliquemusic.uol.com.br/
23
O PAI DAS TELECOMUNICAÇÕES
É este o título e a homenagem que deve merecer o ilustre padre inventor e cientista
nascido na segunda metade do século XIX aos 21 de janeiro de 1861 nesta cidade
de Porto Alegre. No ano de 2011 completará 150 anos do nascimento daquele sa-
cerdote que foi o quarto filho de uma família de quatorze irmãos cujos pais, Inácio
José Ferreira de Moura e Sara Mariana Landell de Moura, possuiam ascendência
inglesa. Pe. Roberto Landell de Moura era antes de mais nada um livre pensador;
um profícuo inventor; um cientista nato. E as provas estão, aí, para que todos ve-
jam e constatem. Foram inúmeras contribuições e inovações. Basta citar algumas
apenas: foi o pioneiro na radioemissão e telefonia por rádio (por isso é o patrono
dos radioamadores do Brasil); precussor na transmissão de imagens (a televisão)
teletipo à distância e tantos outros trabalhos, pesquisas e estudos.
Aliás, o padre em questão era detentor de um balizado arcabouço teórico aliado a
um espantoso lado pragmático que o orientava na constru-
ção e na operacionalização de suas úteis invenções. Lan-
dell fazia acontecer a necessá- ria união entre teoria e práti-
ca. Pois o sacerdote gaúcho “teorizava a vida e vivencia-
va a teoria”. Além disso, por vo- cação ministerial e mística
era um ardoroso pastor que a- mava os seus fiéis com esti-
mada e paternal atenção. Toda- via, os grandes homens,
geralmente, não são compreen- didos por seus pares. Não
são compreendidos nem apoia- dos pelas autoridades que
pouco caso dispensam aqueles que pelo espírito, pela men-
te, pelas idéias inovadoras, en- contram-se muito à frente
do seu tempo e lugar. E com o Pe. Landell de Moura não foi diferente.
O peregrino das ciências físicas e metafísicas não recebeu nenhum suporte e aos
67 anos, em 30 de junho de 1928, faleceu, anonimamente, no Hospital da Benefici-
ência Portuguesa de Porto Alegre, acometido por uma tuberculose. Pelo pouco que
li a respeito da figura carismática do Pe. Landell, ainda que houvessem os que o
consideravam um “louco e desvairado”, (julgamento próprio das mentes pequenas
que não enxergam um palmo à frente do próprio nariz, que dirá erguerem as cabe-
ças enterradas na areia do próprio chão das suas ignorâncias para longe avistarem
o horizonte da genuína sabedoria...), ele foi um homem, um sacerdote, um pastor,
um ser humano, também, muito querido pelas pessoas que com ele conviveram ou
de alguma forma se encontraram com aquele “apóstolo do Cristo”.
E é por estas razões, por sua inteligência inventiva provada e comprovada em su-
as descobertas e invenções de muita utilidade para a humanidade, pela personali-
dade carismática e caridosa, por todo seu esforço, estudo, pesquisa e ciências, é
que com muita alegria anunciamos o início desde, ontem, do acontecimento de e-
ventos alusivos a comemoração no ano que vem do sesquicentenário do seu nasci-
mento. Convocamos, ainda, a população de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, de
todos os Estados do Brasil, a aderirem a um abaixo-assinado elaborado pelo
24
Movimento Landell de Moura (MLM), composta por radioamadores, preenchendo o
formulário na http://www.mlm.landelldemoura.qsl.br/abaixo_assinado.html e claman-
do bem alto SIM façamos justiça à memória daquele brilhante brasileiro com o reco-
nhecimento pelas autoridades nacionais e internacionais da mais que merecida, ain-
da que póstuma, atribuição da nota que de fato ele, magistralmente, o foi, a saber: o
Pai das Telecomunicações!! Façamos a nossa parte. Sintonizemos as ondas do nos-
so “rádio” interior e lhe prestemos esta justa homenagem.
BRISA
Visite o site ANJOS CAÍDOS e, entre muitos poetas talentosos, conheça Aníbal
Beça poeta que partiu no ano passado deixando saudades.
25
O SISTEMA EDUCACIONAL NA O Ensino obrigatório, assim como no
SUÍÇA Brasil, inicia-se aos seis anos de
idade e dura nove anos, entre Ensino
Fundamental I (seis anos de duração,
Uma característica marcante do ensino suíço em média) e II (três anos de
é a diversidade. A diversidade linguística do duração). Uma particularidade do
país é apenas uma das muitas ensino suíço em alguns
particularidades de seus Cantões, diferenças Cantões, é a divisão das turmas por
que se estendem também ao sistema rendimento. Há também a
educacional. possibilidade de, já nesse estágio
inicial, focar os estudos numa área do
Estruturalmente, o Cantão assume a conhecimento que mais interesse ao
responsabilidade pelas escolas, enquanto a aluno, como por exemplo línguas,
Comuna (município) cuida da administração matemática, ciências biológicas.
destas. Isso ocasiona diferenças curriculares
e administrativas entre as escolas de todo o Um outro ponto forte das escolas
país. Todas essas diferenças são, entretanto, suíças é o ensino de idiomas. Com a
regidas com muita maestria pelo governo diversidade linguística que abrange o
geral, o que proporciona ao estudante boa alemão, o francês, o italiano e o
aceitação e possibilidade de intercâmbio romanche como línguas maternas, o
dentro e fora do país. Veja a seguir como idioma em que são ministradas as
funciona o famoso sistema de educação aulas, difere conforme a região
suíço. linguística do país. Ainda durante o
ensino Fundamental, os alunos
Educação Infantil e Ensino Fundamental aprendem no mínimo dois outros
(obrigatório) idiomas além da língua materna:
A maioria dos alunos suíços (cerca de 95% ) normalmente uma segunda língua
freqüenta uma instituição pública na comuna nacional e o inglês.
onde reside e somente 5% da
população paga uma escola privada.
A escola pública cumpre um
importante papel na integração
social: crianças com diversas
origens sociais, culturais e
linguísticas frequentam a mesma
escola, promovendo o convívio com
as diferenças e a integração já
desde o início de sua formação.
Todos os Cantões oferecem uma
Educação Infantil que é gratuita e
dura em média, de um a dois anos
(Jardim de Infância). Uma exceção é o Cantão
Ticino, onde a Educação Infantil dura três Foto Tribune de Genève
anos.
26
A organização descentralizada e
federativa na área da Educação Infantil e
do Ensino Fundamental, possibilita o
respeito às diferenças culturais e
regionais. Existem, entretanto, diretrizes
superiores da Confederação para as
regras mais importantes, como a idade
de ingresso na escola obrigatória ou a
duração da mesma.
27
Para ter o direito à candidatura a uma Reconhecimento de diplomas
bolsa de estudos é imprescindível estar estrangeiros na Suíça
regularmente matriculado numa O Centro de Informação sobre questões
instituição de ensino superior ou de reconhecimento/SWISS ENIC é
técnico. Geralmente candidatos com responsável pelo reconhecimento de
diplomas e títulos reconhecidos pela diplomas universitários extrangeiros na
Confederação e provenientes de Suíça.
instituições públicas, têm maior chance As pessoas interessadas no
de serem subsidiados. reconhecimento do seu diploma devem,
A AJAS (Associação para o preferencialmente, fazer um contato por
encorajamento à formação de jovens telefone com esse serviço, para verificar
Suíços no exterior) também pode se há algum outro Ofício Federal em
ajudar financieramente os jovens Berna com competência para tratar do
Suíços no exterior. Geralmente, por dossiê em questão.
dispor de recursos financeiros muito Mais informações sobre o reconhecimento
limitados, a AJAS só concede de diplomas e as autoridades
complementos de bolsas para a competentes no site dos Diretores das
primeira formação na Suíça. universidades suíças CRUS.
Mais informações podem ser obtidas Contato por telefone com:
no site (veja no final do artigo). Swiss ENIC, Rektorenkonferenz der Sch-
weizer Universitäten / Conférence des
Recteurs des Universités Suisses CRUS /
Rectors' Conference of the Swiss Univer-
sities,
Postfach 607, CH-3000 Bern 9
Tel. +41 (0)31 306 60 32
Fax +41 (0)31 302 68 11
Site: www.crus.ch
n
enma
e Ais
uelin
Jacq
Este texto sobre o sistema educacional suíço e maiores informações você encontra em
http://www.eda.admin.ch/eda/fr/home.html
28
As quatro gares
infância
O camisolão
O jarro
O passarinho
O oceano
A visita na casa que a gente sentava no sofá
adolescência
Aquele amor
nem me fale
maturidade
PRONOMINAIS
O Sr. e a Sr. Amadeu
Participam a V. Exa.
O feliz nascimento
De sua filha Dê-me um cigarro
Gilberta Diz a gramática
29
Às mães sem nome
30
S onia Alcalde é carioca, mora em Bagé/ RS desde 1975. Re-
cebeu o título de Cidadã Bageense em 1990. Membro do
www.culturasulbage.com.br . Cronista do CooJornal, edita-
do por www.riototal.com.br. Patrona da 12ª Feira do Livro de Bagé/
2009.
Entre as obras publicadas: Papos e Pontos, 1995, Poa (c/ Sarita Barros); Coleção
Conte Mais- 4 vol., 2003, Poa (Org. c/ Eloína Lopes); Estações do Eu, 2007, Poa
alcaldede@alternet.com.br
POEMA x POESIA
É bom ressaltar a diferença entre poema e poesia. Apesar de
serem tratadas por muitos como sinônimos, o uso dos dois termos
entre os estudiosos apresenta diferenças:
Poesia: Caráter do que emociona, toca a sensibilidade. Sugerir
emoções por meio de uma linguagem.1
Poema: obra em verso em que há poesia
"Se o poema é um objeto empírico e se a poesia é uma substância
imaterial, é que o primeiro tem uma existência concreta e a segun-
da não. Ou seja: o poema, depois de criado, existe per si, em si
mesmo, ao alcance de qualquer leitor, mas a poesia só existe em
outro ser: primariamente, naqueles onde ela se encrava e se mani-
festa de modo originário, oferecendo-se à percepção objetiva de
qualquer indivíduo; secundariamente, no espírito do indivíduo que
a capta desses seres e tenta (ou não) objetivá-la num poema; ter-
ciariamente, no próprio poema resultante desse trabalho objetiva-
dor do indivíduo-poeta." 2
O poema destaca-se imediatamente pelo modo como se dis-
põe na página. Cada verso tem um ritmo específico e ocupa uma
linha. O conjunto de versos forma uma estrofe e a rima pode surgir
no interior dessa estrofe. A organização do poema em ver-
sos pode ser considerada o traço distintivo mais claro en-
tre o poema e a prosa (que é escrita em linhas contínuas,
ininterruptas).
31
RISCO IMINENTE
32
R osane Magaly Martins, escritora, advogada com abordagem holística e psico-
terapeuta somática, especializada em Gerontologia (Furb-Blumenau) e em Gerenci-
a de Saúde para Idosos (OPAS-México), é mestranda em Serviço Social na UFSC.
Fundadora do movimento Poetas Independentes na década de 80, presidiu o Con-
selho Municipal de Cultura de Blumenau por duas gestões (2006/07). É autora de
diversas obras, entre elas “Martins ao Cubo: altura, largura e profundidade da exis-
tência” (Odorizzi, 2008); “Diário de uma aborrecente” (Estudio Criação, 2007) e “Clio
no Cio: escritos livres sobre o corpo” (Casa Aberta, 2010). Ocupa a cadeira 19 da
Academia Catarinense de Letras e Artes. É idealizadora e presidente do INSTITU-
TO AME SUAS RUGAS que atua com projetos sociais em prol do envelhecimento
ativo, qualidade de vida e longevidade. Organiza e é co-autora dos livros “Ame suas
rugas: viver e envelhecer com qualidade” (2006) e “Ame suas rugas: aproveite o di-
a” (2007) e “Ame suas rugas: pois há muito por viver” (2008), os dois últimos lança-
dos e editados também em Portugal.
http://www.consulados.com.br/suica/
33
METRÓPOLE
Em algum lugar que não esta em destaque no mapa e mesmo que estivesse quem
iria se preocupar em saber do nome de todas as pessoas que ali residem. Inúmeros
rostos e passos deixados nas ruas lamacentas nos dias de chuva ou fazendo poeira
nos dias de sol forte. Em cada janela uma sombra um vulto nas noites escuras com
gatos boêmios a cantar nos muros. Cada veneziana um segredo, cada cortina uma
sedução e em cada janela suada um choro. Nas ruas entre uma e outra esquina
passava alguém e seus passos ecoavam em um silêncio sepulcral, um cheiro de
medo vinha trazido com vento e nele olor de perfume barato. Ao amanhecer tudo ia
criando volume e movimento, crianças a caminho da escola, homens e mulheres a-
pressados como se estivessem sempre atrasados, carros parados e o salseiro esta-
belecido, buzinas, motos, fumaça, desordem, caos...
Este lugar morre e renasce todo o dia a cada amanhecer, transborda vida a cidade,
a metrópole, e tudo vai depois para os jornais, onde muitas vezes as noticias não
são boas, quase nunca. Trancar-se e ignorar o que se chama realidade nem sempre
é inteligente, mesmo que sua realidade seja outra, seu lugar é também o de outros.
Entre tantas coisas sempre existe uma praça e nela crianças que chegaram para es-
palhar sorrisos para quem os quer ver, pássaros a construir ninhos, mães dando a
luz, o mar quebrando na areia e alguém caminhando sobre a espuma da praia. Pa-
rado no sinal vermelho ergue os olhos e vê uma pipa lá ao alto, colorida dançando
ao bel-prazer do seu dono o vento, na calçada uma mãe de mãos dadas conversa
animada com sua pequenina filha que leva na guia um lindo cachorrinho. São estes
os verdadeiros nomes de cada um seu estado de espírito e como ele encaminha seu
dia, escondido atrás de uma janela ou caminhando despretensiosamente no lugar
que mais gosta ir e sem se importar o que irá enfrentar para chegar lá.
34
POESIA FALADA
Por Renata Iacovino
Lendo uma entrevista de Tavinho Paes, letrista e poeta, ele comenta sobre
algo que tem sido a prática em saraus da atualidade: a poesia falada.
Sim, poesia falada, pois muito pouco se diz, hoje em dia, nestas rodas lite-
rárias, que determinada poesia será declamada. É falada ou dita.
A declamação caiu em desuso? Creio que não, no entanto, novas formas
de manifestar a oralidade poética nasceram naturalmente. Parece-me que o va-
lor da transmissão da mensagem está vinculado à interpretação e não à capaci-
dade de decorar aliada à interpretação. Aquele que optar por falar o poema e
não declamá-lo, poderá fazê-lo até melhor, caso se utilize do papel à sua frente.
Mesmo que este papel funcione apenas como um instrumento que compõe a
cena.
O que dará vida ao texto é a respiração, entonação e pontuação do apre-
sentador. Se a poesia escolhida for de sua própria autoria, os ouvintes poderão
se deleitar com a intenção fiel de quem a concebeu; ao contrário, se a obra se-
lecionada é de outro escritor, provavelmente a interpretação dará um novo en-
tendimento àquilo proposto por seu primeiro autor – sim, pois sempre que nos
apossamos de algum texto para lê-lo em público, tornamo-nos de certa forma
co-autores. Processo semelhante ao que se dá com uma música, em que o in-
térprete emprestará sua leitura àquilo que o compositor tencionou dizer.
http://saraubenedito.wordpress.com/
36
R enata Iacovino. Natural de Jundiaí/SP, escritora, poetisa e cantora. Cinco livros
de poesias editados: Ilusões Amanhecidas (Literarte Editora), 1996; Poemas
de Entressafra, 2003; e Missivas (Editora In House), 2006, com Valquíria Gesqui Mala-
goli, com quem também lançou em 2007 o livro/CD infantil uniVerso enCantado; e Ouvin-
do o silêncio, 2009; ainda em 2009, com Valquíria, lançou o CD infantil De grão em grão
e o livrObjeto OLHAR DIverso (haicais e fotos). Participa de Antologias e é jurada de
concursos literários. Integra: Academia Jundiaiense de Letras, Academia Feminina de
Letras e Artes de Jundiaí (é atual Primeira Secretária), Academia Infantil de Letras e Ar-
tes de Jundiaí, Sociedade Jundiaiense de Cultura Artística, Grêmio Cultural Prof. Pedro
Fávaro e Grupo Arte em Ação. Autora do Hino da Academia Jundiaiense de Letras. Or-
ganizou o livro 1ª Olimpíada de Redação – Ano 2005/Os 35 anos da Biblioteca Pública
Municipal Prof. Nelson Foot Jundiaí-SP (Editora In House). Em 2009 organizou a Antolo-
gia – Encontros de Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo – 25 anos, lançado
pela Fundação Procon/SP. Articulista do Jornal de Jundiaí Regional. Ministra oficinas lí-
tero-musicais e realiza Saraus para públicos diversos. Premiada em concursos literários.
reiacovino.blog.uol.com.br
reval.nafoto.net
caju.valquiriamalagoli.com.br
reiacovino@uol.com.br
37
MUNDO DA LUA
Por Oswaldo Begiato
Ao meio dia
Sou noivo da estrela cadente.
De um domingo
Ouço todos os pedidos secretos Prenhe de sol
E enamorado de outubro
Dos jovens com sonhos em rebuliço Rompi espontâneo
Como um botão de rosa fêmea
E quando brincamos na Via Láctea Que nasce sem ser esperado.”
Peço a ela que uma os corações sensatos Nasci, sob o signo de escorpião,
em 26 de outubro do ano de 1.953,
Com a dobradiça das paixões dementes.
na cidade de Mombuca,
- Ela me obedece e eu amo ainda mais. um pequeno encanto
no canto interior
do Estado de São Paulo.
Menor que a cidade só eu mesmo.
E quando estou absorto no mundo da lua Ainda pequeno vim para Jundiaí,
também São Paulo, Terra da Uva,
Morro de paixão por ela, da qual experimentei o sabor do fruto
Minha pequenina estrela menina, e jamais a deixei.
Nela me fiz advogado sem banca,
Que achei cadente no meio do meu olhar, aposentado sem queixas
e onde perambulo até hoje,
No meio do meu olhar triste e solitário. buscando, perdidas nas sarjetas,
as palavras que me usam
para escrever poesias.
EMAIL
oabegiato@yahoo.com.br
BLOG
http://oabegiato-poesias.blogspot.com
38
GREVE SUSTENTÁVEL
Por Matheus Paz
Email: o_paz@pop.com.br
39
FAÇA SUA ESTA CAUSA!
ADOTAR É ANIMAL
AJUDANIMAL, GRUPO DE AJUDA E AMPARO
AOS ANIMAIS DO ABC
www.ajudanimal.org.br
40
Origem da Festa Junina
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em
função das festividades que ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que
está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em home-
nagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugue-
ses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e gover-
nado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chi-
neses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica
das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tra-
dição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a mani-
pulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a
dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.
Todos estes elementos culturais foram com o passar do tempo, misturando-se aos
aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus)
nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma de-
las.
Comidas típicas
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos
e salgados, relacionados às festividades, são feitas deste alimento. Pamonha, cural,
milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz
doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado,
broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho
quente, batata doce e muito mais.
Tradições
Carlos Magno de Almeida
41
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos
ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde
os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e be-
bidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas po-
pulares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barra-
quinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha,
geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, é comum as simpatias pa-
ra mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas
distribuem o "pãozinho de Santo Antônio". Diz à tradição que o pão bento deve ser
colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As
mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
Simpatias na Festa Junina
Proteção e Alegria: Encha uma bacia com água e adicione cravo, alecrim e manjeri-
cão. Deixe descansar. No dia de São João jogue a mistura do pescoço para baixo e
peça proteção e alegria. Enxugue levemente.
Conhecer seu amor: No dia de São Pedro, junte um pouco da comida servida no al-
moço e no jantar. Antes de dormir, prepare a mesa com uma toalha branca, o prato
com a comida e os talheres e vá dormir. Em sonhos você conhecerá seu amor.
Arranjar namorado: Pegue uma fita branca e uma vermelha e amarre em Santo An-
tônio. Enquanto dá os nós faça o pedido. Reze um pai nosso e coloque o santo de
cabeça para baixo pendurado sob a cama. Só retire o santo quando alcançar a graça.
Decidir com quem namorar: Na noite de São João, escreva o nome dos pretenden-
tes em pequenos pedaços de papel e enrole. Jogue dentro de uma bacia com água.
O que primeiro desenrolar será seu futuro namorado.
http://www.portalvaledesconto.com.br/
42
ARROZ DOCE
Ingredientes
1 litro e meio de leite
2 xícaras de arroz (já lavado)
3 xícaras de açúcar
Canela (quantidade a gosto)
1 lata de leite condensado
Uma panela bem grande para que o leite ferva e não derrame
Modo de Fazer:
QUENTÃO
1 1/2 xícaras de açúcar refinado
1 1/2 xícara de água
50 g de gengibre cortado em fatias finas (1/4 de xícara)
3 limões cortados em rodelas
4 xícaras de pinga (aguardente de cana)
3 cravos da índia
2 pedaços pequenos de canela em pau
Modo de Fazer:
Aqueça o açúcar refinado em fogo alto, mexendo de vez em quando até cara-
melizar.
Junte todos os ingredientes menos a pinga e ferva mexendo até dissolver o
açúcar.
Junte a pinga, com cuidado, de preferência fora do fogo para não incendiar,
misture e deixe ferver em fogo baixo por 3 minutos.
Sirva em caneca de barro ou louça, pois as de metal tiram um pouco o sabor
do quentão.
43
A TERRA PROMETIDA
44
OS COMPANHEIROS
45
M árcio José Rodrigues é um escritor ocasional
de contos, crônicas e poesias.
Foto: http://www.farolimagem.com.br
46
A UM ARTISTA
47
ESCRITO NAS ESTRELAS
Todos sabemos como é difícil educar um filho, principalmente nos tempos de ho-
je, com a televisão, o advento da internet, redes de relacionamentos, comunicado-
res e tudo que possa vir para deseducar e afastar os membros da família de uma
boa conduta.
Muitos pais se perdem em meio à obrigação de cuidar dos seus rebentos contem-
porizando com uma vida social e produtiva.
Nessa difícil relação ainda tempos que abordar a briga entre casais que poderá
até culminar em uma separação; alcoolismo e outros vícios piores; traumas e ou-
tros tantos fatores que são abordados rotineiramente em alguns programas de tv.
Da mesma forma que a televisão deseduca, tem muitas outras programações que
podemos utilizar em nosso crescimento próprio e até como forma de nortear os
nossos entes queridos, absorvendo o que há de melhor na grade televisiva.
Um grande exemplo é “A grande Família”, todos têm problemas de relacionamen-
to, contudo percebemos uma interação muito bonita, o filho “Tuco” com todas as
suas imperfeições de um desempregado, vida mansa, ainda clama atenção ao
pai, querendo que o seu genitor ainda se orgulhe de todos os seus defeitos, uma
relação difícil mas que é suplantada com muita confusão e amor.
A nova novela das seis horas na Rede Globo, “Escrito na Estrelas” é mais um
grande exemplo de relacionamento entre pai e filho, onde um promissor médico
tinha um relacionamento muito difícil com o seu viúvo pai, eles possuíam idéias
díspares e diante disso o filho resolveu sair de casa a fim de que possa seguir o
que achava correto.
Independente de quem está certo ou não, o importante é que percebamos que o
relacionamento entre as pessoas está cada vez mais difícil, principalmente entre
pais e filhos, muitos deles pensam que irão morrer primeiro que os seus antigos
pimpolhos, seguindo a lei da natureza, contudo não é bem assim, Deus têm mui-
tos planos e muitas lições a nos ensinar, não é à toa que estamos aqui e que não
escolhemos os nossos parentes, há muita coisa além disso e a maior lição é a do
amor incondicional, entre pais e filhos, a relação mais singela.
Esse aprendizado é muito difícil, a cada dia temos uma nova lição, contudo a mai-
or dela é não nos esquecermos de amar os “nossos”, valorizando-os, auxiliando-
os, independentemente de tudo, pois as convenções muitas vezes servem para
afastar e um afago não utilizado na hora certa, pode gerar muito arrependimento
no futuro e não haverá inseminação artificial, espiritismo nem nada nesse mundo
que possa dirimir o sentimento de perda e de culpa que poderemos carregar.
48
CHÃO
O pão da vida
Temperado com o sal da terra
O que será do nosso amanhã?
Se já não conseguimos mais colher nossos frutos
49
ROSAS AZUIS
Por Lariel Frota
E-mail: marlidifreitas@msn.com
50
E O AMOR ACONTECE
Por Ju Virginiana
J
Nosso olhar ao se cruzar
Meu corpo todo estremece
u Virginiana. Professora, licenciada Palavras ficando no ar
em Letras Português e Espanhol, Minha face enrubesce
especialista em Leitura e Produção
Textual. Pensamentos a rodar
Ilusão que floresce
É associada à AGES - Associação Gaú- Silêncios a sufocar
cha de Escritores, filiada à UBT - União Alma que padece
Brasileira de Trovadores de Caxias do
Sul, Se pudesse te falar
Membro Efetivo da Academia Virtual Sala Mas meu ser todo emudece
de Poetas e Escritores - AVSPE, Cônsul Como é bom te amar
do Movimento Poetas del Mundo de Caxi- Melhor se tu soubesse
as do Sul
Participa em inúmeros sites, blogs, jor-
nais. Já integrou várias comissões julga-
doras em concursos literários
Participa em mais de cinquenta Antologi-
as Poéticas. Conta com várias classifica-
ções e premiações em Concursos Literá-
rios
E-MAIL: Jussara.c.godinho@gmail.com
51
60% de sua doação será destinada ao atendimento emergencial aos animais de rua em
situação de emergência, no pagamento de despesas médico-veterinárias e de medicamen-
tos, os 40% restantes serão utilizados para outras despesas, como para a confecção de
material educativo, despesas administrativas, bancárias (inclusive as tarifas de emissão dos
boletos) etc. Caso você queira contribuir com valores menores, sua ajuda será bem vinda,
mas devido ao valor da tarifa de emissão de boletos cobrada pelo banco, pedimos que faça
isso através de depósito direto em nossa conta.
Instituto É O BICHO!
Banco Itaú (Nº 341)
Agência - 0289
Conta Corrente - 61018-0
CNPJ do Instituto: 06.006.434/0001-85 (solicitado no caso de transferências entre
contas)
52
A FUGA DO CARANGUEJO
Por J. Machado
Ajoelhou-se e rezou! Rezava com fé, enquanto chorava. Não havia mais
lágrimas, apenas o soluço que lhe cortava as palavras. Só as palavras, não a
intenção. Sabia o que queria!
- Julieta não pode ficar sozinha! O senhor pode ajudar! Não pode?
Julieta sabe que pode. - E assim prosseguia com seus clamores em terceira
pessoa, acreditando estar sendo ouvida. E continuou: -
Julieta não quer ficar sem o caranguejo!
- Era assim que chamava seu companheiro, o qual amea-
çava em deixá-la. Não era a primeira vez, mas Edgar ago-
ra estava decidido e ela sabia que não era como das ou-
tras vezes.
Sentindo que sua fé estava um tanto desgastada e
com o vai e vem do caranguejo, enquanto arrumava as
coisas dele, Julieta entrou em desespero. Alguém tinha
que impedir este abandono!
Então passou a rogar a Buda, mas ele nada lhe fa-
lava, pediu a Che Guevara, que passava em sua frente
por várias vezes, estampado na camisa de Edgar. Que nada! Nem Buda, Nem
Che Guevara, nem Iemanjá que há anos habitava aquele cantinho. Nem mesmo
Santo Antonio que já estava de cabeça pra baixo há dias.
Por fim numa tentativa ainda desesperada, passou a rogar pelos ídolos
mais próximos, Barak Obama, Silvio Santos, Agnaldo Timóteo, Galvão Bueno,
Ana Maria Braga, o próprio Loro José...
Nada! Ninguém fez nada para impedir e Edgar se foi.
53
A LÍNGUA PORTUGUESA Com a independência de Portu-
gal, por Dom Afonso Henriques, em
Luciano Maia 1147, o português se propagou a
partir do norte e se mesclou com os
É comum aceitar-se que ao final do falares neolatinos do sul da Lusitâ-
século VIII a língua portuguesa (ou ga- nia, os chamados romanços moça-
lego-portuguesa) já estava constituída, rábicos, passando, aos poucos, a
diferente do latim vulgar, que a engen- formar o idioma português propria-
drou e dos demais romances peninsu- mente dito (cerca de 1350), que di-
lares ibéricos. Esse é o protoportuguês, fere algo do galego original, que,
que se pode observar nas documenta- por assim dizer, fossilizou velhas
ções em latim bárbaro, ou seja, após a formas arcaicas e regionalismos da
queda do Império Romano do Ociden- língua, ainda hoje em uso pelos es-
te. critores galegos.
Num documento em latim bárbaro, A Língua Portuguesa, no auge
datado de 1161, o escrivão introduziu das conquistas marítimas, se pro-
uma frase inteira cujos componentes pagou pelos cinco continentes. Até
são já galego-portugueses: deslo rivoll mesmo na longínqua Oceania, na
até no rego que vai porla vila. Ilha de Timor, até recentemente sob
As invasões germânicas (século V) e domínio da Indonésia, a língua de
a invasão moura (século VIII) marca- Camões é escrita e falada. (...)
ram profundamente a futura feição da Atualmente o idioma português
língua galego-portuguesa. desfruta de grande prestígio inter-
A língua portuguesa teve seu berço nacional, tendo sido recentemente
na Galiza, território ao norte de Portu- adotado pela Organização das Na-
gal, a partir da Reconquista, ou seja, ções Unidas como língua de traba-
com a emancipação das terras que se lho, a par do chinês, inglês, russo,
encontravam em poder dos árabes, que francês, árabe e espanhol.
invadiram a península no ano de 711 e O Brasil é o maior país de língua
dali só foram definitivamente expulsos portuguesa, responsável por mais
em 1492, com a queda do califado de de 3/4 dos falantes da nossa língua.
Granada, na Andaluzia. Some-se a isso o fato de não con-
É comum, portanto, o emprego de tarmos com dialetos em nosso vas-
galego-português para designar esta to território, sendo perfeitamente
língua, mesmo porque, tratando-se de inteligível a fala de um cearense do
textos antigos, não há como separar os Vale do Jaguaribe a um gaúcho de
dois idiomas. Na realidade, foi em gale- Bajé ou a um carioca de Ipanema, e
go-português que se redigiram os pri- vice-versa.
meiros documentos e os primeiros tex- O português do Brasil é, isto sim,
tos literários no oeste da península ibé- um idioma extremamente enriqueci-
rica, inclusive na corte de Madrid, o que do com os aportes indígenas e afri-
atesta o enorme prestígio de que des- canos, que modelaram, deram um
frutava a nossa língua na Idade Média. retoque final à nossa língua, en-
Dom Afonso X, o Sábio, rei de Caste- chendo-a de graça e suavidade.
la, usou a língua galego-portuguesa pa- Vários dialetos subsistem, porém,
ra os seus escritos, poemas líricos, pro- no português continental, ou seja,
fanos e religiosos de grande beleza. europeu. Em Portugal, cumpre citar
Ademais, foi em galego português que os dialetos do Minho, de Trás-os-
poetaram muitos outros escritores me- Montes, da Beira, da Extremadura,
dievais da Espanha e mesmo de outras do Alentejo e do Algarve.
nações, como a Itália!
54
A língua portuguesa é ainda utilizada Regionalismos
por núcleos de imigrantes, principal-
mente nos Estados Unidos, onde pos- São registros de língua próprios da
suem um jornal (há também jornais diri- população de diferentes povoações
gidos a brasileiros), no Canadá, na Ve- ou regiões. Distinguem-se pela pro-
nezuela, além de aproximadamente 1 núncia, pelos diferentes significados
milhão de portugueses hoje residentes e diferente construção de palavras e
na França, principalmente em Paris. frases.
Por fim, lembremos que o papiamento
(do português papear), provavelmente
uma das mais novas línguas literárias
do mundo, tem um fundo lexical portu-
guês-espanhol, com cerca de 45%, con-
tra cerca de 25% holandês e o restante
de línguas africanas, do francês e do
inglês. Sua estrutura gramatical é, en-
tretanto, predominantemente africana.
Até hoje, nas Antilhas Holandesas
(Curaçao, Bonaire e Aruba)um movi- TANGERINA
mento visando à normatização do papi-
amento, por intermédio do Instituto Ling- fruto da tangerineira; bergamota,
wistiko Antiano, com sede em Willems- laranja-cravo, laranja-mimosa,
tad, capital das Antilhas Holandesas. mandarina, mexerica, mimosa,
Ressalte-se ainda que, ao contrário tangerina-cravo, tangerina-do-rio,
do que ocorre com outros falares criou- vergamota.
los do Caribe, o papiamento conta com
uma expressiva literatura já desde o
século XIX.
A figura canônica da literatura em lín-
gua portuguesa é Luís Vaz de Camões
e a obra "Os Lusíadas", mas os nomes
que dignificam uma e outra (a língua e
a literatura) são incontáveis. Citemos
um nome apenas: José Saramago, Prê-
mio Nobel de Literatura de 1998.
MOUSSE DE TANGERINA
http://www.viegasdacosta.hpg.ig.com.br/
amigos/lucianomaia.htm Modo de fazer:
55
PENSANDO COM NÉLIDA PIÑON
Se ao ler você não entende o que alguém está dizendo e se não exer-
ce a crítica diante do que lhe está sendo dado, não apreende e passa
a ser apenas um escravo da informação
56
CONTUBÉRNIO
Por José Carlos Paiva Bruno
http://cid-bab27cce4ad326da.spaces.live.com/blog/
57
FALANDO DE AMOR
58
J ania Souza, potiguar de Natal/RN, Brasil, artista plástica,
poeta, escritora, sócia fundadora da SPVA/RN - Sociedade
dos Poetas Vivos e Afins do RN. Pertence a AJEB/RN e a UBE/
RN. APPERJ. Clube dos Escritores de Piracicaba. Participação em
coletâneas nacionais e internacionais. Publicou em 2007, Rua
Descalça (poemas) pelas Edições Bagaço/PE; em 2009, Fórum
Íntimo (poemas) e Magnólia, a besourinha perfumada (infantil) pela Editora Alcance/
RS. Contato: www.janiasouzaspvarncultural.blogspot.com; janiasouza@uol.com.br
Todos as pessoas possuem uma maneira diferente de ver a vida e de expressar es-
ta visão.
Que tal mostrar pra gente? Que tal enviar para o site do VARAL DO BRASIL o que
você faz e dar uma chance para que possamos conhecer melhor você?
E-mail: varaldobrasil@bluewin.ch
59
Se você deseja ajudar os animais que
todos os dias são abandonados, atrope-
lados, maltratados e não sabe como,
vai aqui uma dica:
60
GOSTO
J
de nascimento...
São sublimes
e às alegrias etéreas.
61
SIGNOS
Por Jaci Santana
J
Que tanto admiro e amo,
Deixando-lhe minha marca, meu brasão de
múltiplos signos.
Enquanto vou inserindo-me nestes traçados, aci Santana- Nasceu em
Aracaju. Mora no Rio de
Uma indescritível onda de prazer brotou-me,
Janeiro. Cursou Direito
subitamente. e,atualmente, dedica-se a poesia.
Tamanho o regozijo de vê-lo materializando-se Participa de Concursos Literários.
Em formosura Osiriana... Altivo! Imponente!... Recebeu vários convites para par-
Um mito a acorrentar-me os pensamentos. ticipar de Antologias. Recebeu
Ah! Que sabor de glória tem o amor que sinto, Menção Honrosa no I Concurso de
Poemas Delfos com o 5º lugar, e a
Por este ser mitológico,
divulgação do mesmo no Jornal Le
Que se veste de anjo, e aborda-me na cama, Ville com a poesia “Oásis Tropi-
Arrastando-me em suas armadilhas de doces cal”. Em 2007 teve seu primeiro
encantos. Livro de Poesia “Amor, Sexo e Po-
esia” editado pela Litteris Editora e
participação no Diário do Escritor
de 2006 a 2010, também pela Lit-
teris Editora.
62
B@RRE@DO
Receita original: Pesquisa realizada por Mara Salles referente a autêntica receita do
Barreado Morretes -PR. Data do registro: 1997
Rendimento: 20 pessoas
Precisa: 1 caldeirão grande de barro
Faz Assim: Forre o fundo do caldeirão de barro com o bacon. Coloque uma camada
da carne em cubos, um punhado de cebola, um de salsinha e um de cebolinha. Pol-
vilhe o cominho e um pouco de alho. Vá fazendo as camadas, carne, cebola, cebo-
linha, salsinha, cominho e alho. Dá umas 3 a 4 camadas de cada dependendo do
diâmetro da panela. Bata no liquidificador o tomate com a água e coe. Misture o vi-
nagre, o óleo e o sal e jogue por cima das camadas no caldeirão. coloque por cima
as folhas de louro e tampe a panela. Faça uma pasta grossa com farinha de mandi-
oca e água e vá vedando a tampa com cuidado. Vá alisando bem com a mão úmida
para que fique bem vedada a tampa para garantir que não saia vapor. Cozinhe em
cima de uma chapa ou em fogão a lenha (nunca na chama direta), por, no mínimo,
12 horas em fogo baixo. Após cozido, use uma faca de ponta fina para ir abrindo a
massa que veda a tampa e tente não destruir a crosta de farinha. Se durante o co-
zimento houver escape de ar, vá vedando os buraquinhos com a pasta de farinha
que sobrou.
Montagem do prato: Coloque num prato fundo farinha de mandioca de boa qualida-
de, o barreado por cima e uma fatia de banana da terra grelhada em manteiga de
garrafa por cima de tudo. É MARAVILHOSO!!! Vale a pena!!
http://pt.petitchef.com/
63
Perguntas e respostas sobre o Barreado?
O que é Barreado? Onde posso comer?
Um prato típico da culinária brasileira de Você encontra o Barreado em qualquer
sabor indescritível e altamente revigorante. restaurante das cidades de Morretes e An-
Foi criado há mais de 200 anos por cabo- tonina (PR), onde anualmente acontece a
clos do litoral paranaense. Começou a ser Festa do Barreado. Também pode ser en-
servido por ocasião da festa do "entrudo", contrado nas boas casas do ramo de Curiti-
que hoje em dia conhecemos pelo nome de ba e grandes cidades do País. Sabe-se que
"Carnaval". Depois, foi incorporado às até nos Estados Unidos já existem restau-
festas religiosas de Morretes e Antonina e rantes especializados em comida típica
hoje é considerado o prático típico oficial brasileira servindo o Barreado. Mas tenha
do Paraná. cuidado, poucos restaurantes oferecem o
autêntico Barreado.
64
SIMPLES ASSIM
Por Infeto
Ossos do ofício.
Ossos precipício.
Vida descontínua.
Vida que termina.
INFETO
Sebo nas canelas.
Sebo de vela.
Pensando!
65
ACEITO A NOITE LENTA
66
ESPERANÇA Gilberto Nogueira de Oliveira
67
ALMA ESCURA
F abrício Couto Martins. Moro em Fronteira, Minas Gerais, onde sempre vi-
vi,escrevo desde adolescente, e já publiquei alguns poemas numa antologia da edi-
tora Scortecci que foi lançada na XVIII bienal internacional do livro de São Paulo,
porém minha obra é bem vasta e diversificada e inclui poesias, crônicas, contos,
textos e até letras para canções, a maioria de minha obra ainda não foi publicada.
Mantenho alguns endereços na internet onde coloco quase que diariamente obras
de minha autoria, a saber, os dois mais acessados são:
http://blogdosblogs.spaceblog.com.br
http://artespontaneaart.blogspot.com
68
MUSA IMPASSÍVEL I
Mármores (1895)
69
http://www.sougaucho.com.br/
O Raimundo barbeiro estava quase indo à falência. A machaiada de Tabuí fizera da sua
barbearia ponto de encontro predileto, onde se ficava sabendo de tudo. Quem tava ficando
rico ou pobre, quem gostava de quem, quem apanhou de quem, quem tava saindo com
quem... E o Raimundo brabo com a falta da freguesia que refugava de tanto falatório. Fre-
guês que se aventurasse ali, mal saía, a ficha tava completa e era assunto por uma semana.
Até que um dia o barbeiro resolve espantar o azar. Zequinha Bembem, o açougueiro simpló-
rio, o mais conversador de todos, contador de papo, inventor de histórias, metido a brabo e a
paquerador, era quem mais divertia a turma da barbearia. Raimundo acha de aprontar com o
Bembem para ver se espalhava aquela homaiada da sua barbearia e a freguesia voltava. Es-
creveu bilhete com letrinha delicada, caprichando na língua pátria. "Zequinha, tô pachonada
por ocê. Sou sua fãn ocurta. Quero marcá incontro. Guarda segredo." E colocou o bilhete
debaixo da porta do açougue, já tarde da noite, para não correr o risco de ser visto.
No dia seguinte, mal o Raimundo abre a barbearia,
lá vem o Zequinha Bembem correndo, eufórico.
- Remundo, óia só! Ela tá paixonada por mim, sô!
E Raimundo leu o bilhete que ele mesmo escreve-
ra, mostrando espanto.
- Mas ocê não tá guardano o segredo que ela
pediu, ô Bembem!
- Só tô contano procê, Remundo!
- Óia, é bom ocê não contá para mais nin-
guém não, sô! Cê num conhece aquele ditado que diz
que quem tiver segredo, não conte pra mulher casada,
pois ela conta pro marido e ele pro seu camarada? Se-
gredo tem perna curta, home! Ainda bem, Bembem,
que sou homem de pouca fala! E quem será ela?
- Sei não... Pode sê a...
E Bembem teceu uma longa lista das possíveis pretendentes. De solteiras donzelas a casa-
das que jogavam água fora da bacia, até beatas convictas e juramentadas.
- Ah, Remundo! É dessa vez que eu disincravo, sô! Vai s'imbora, solidão!...
Bembem passou o dia inquieto, rindo a toa, doido para enfronhar conversa de amor. Co-
mo ninguém deu trela, ele se calou. E Raimundo, só de butuca, querendo ver até quando o
homem guardava segredo. Antes de ir para casa, comecinho da noite, escreve outro bilhete,
novamente com letrinha delicada "Beimbeim, meu amor. Quero mim revelá procê amanhã
de noite ao beco do Mijo 9 in ponto. Se eu demorá um poco, mim espera. Vái sozinho. De
camisa branca pra mode eu vê ocê no iscuro. Nem paletó, nem blusa e nem xapéu. Oia o
segredo viu? Sua amada". Deixa-o debaixo da porta do açougue e vai pra casa esconder-se
do frio entre as colchas e coxas da patroa.
De manhãzinha, lá vem o Bembem correndo de novo, emocionado e sem fala, esconden-
do papelzinho rosa no bolso.
- Remundo, ela me escreveu de novo, sô!
- Ih, é? Dexovê!
- Na-na-ni-na-não! Desta veiz não! Vô guardá segredo. É pedido dela.
- Deixa de sê bobo, sô! Cumpoco cê tá pensando que eu quero passá ocê pra trás?
- Né isso não, Remundo! Amanhã eu conto procê, tudo, no seu tintim, viu? Ah!...
Esta noite vai acontecê coisas!... - suspirou ele, revirando o zoinho.
71
Raimundo viu o amigo pra lá de emocionado. Os olhos brilhando, a respiração ofegante e
ele não parava um instante sequer, saltitante feito tiziu.
Bembem, naquele dia, não abriu o açougue e nem matou vaca. Ficou zanzando pela rua,
ruminando seu segredo, vendo passarinho verde, doido pra contar para alguém, mas se segu-
rando nos trancos, em respeito ao pedido da amada desconhecida.
À noite, a barbearia funcionou até bem mais tarde. O Raimundo, pedindo boca de siri, con-
tou pra mais de uns quinze a história do Bembem. E todo mundo ficou sabendo o que iria a-
contecer.
Um pouquinho antes das nove, tá a turma toda abafada, dentro da barbearia, tiritando de
frio, cada um mais encapotado que o outro, esperando Bembem passar. Para chegar ao beco
do Mijo, aquele era o único caminho. Cinco pras nove, um avisa lá vem o home! Bembem
vem, em manga de camisa branca, banho tomado, perfumado e barba feita, olhando desconfi-
ado para a porta da barbearia, de onde saia luz e bafo de macho. Assim que vai passando, en-
colhido pelo frio e para não ser visto, alguém grita lá de dentro ô Bembem, ondé cocê vai, sô?
Vamo chegá, home! O açougueiro, pego de surpresa, treme nas bases, sente batedeira, perde o
tesão incontido e começa a suar frio.
- Tá com frio não, Bembem?
- Vô ali! Tô não! - responde o moço às duas perguntas de uma vez.
- Vem cá, Bembem! Vamo tomá uma pra esquentar o peito, home! - insiste o outro.
- Depois em venho, tá? Larga deu! Dexeu em paz!
E isala no mundo, ganhando a escuridão do beco do Mijo. Nessa hora, o Raimundo barbei-
ro entra em ação. Pega sua bicicleta velha, de nome magricela, bastante escangalhada, e sai
também em direção ao beco do Mijo. Passa pelo Bembem e finge não conhecê-lo. Dá uns cin-
co minutos de prazo e volta. Repete a ida e a vinda mais umas duas vezes, enquanto o Bem-
bem se espreme entre um muro e um poste de luz sem luz, imaginando que não seria visto e
nem reconhecido pelo barbeiro. Praguejava pros seus botões, querendo saber o que o Raimun-
do fazia por ali, àquela hora da noite. E, emocionado, espera, espera, espera... Tremendo de
frio. Até que, da emoção, após mais de uma hora, passa
à raiva e resolve ir embora. O povo, estranhamente, -
Bembem achou -, naquele frio, continuava na barbearia.
Puto da vida, resolve pular dois muros do quintal do Al-
fredão, correndo risco de mordida de cachorro, para não
ser mais visto por aquele bando de vagabundos. Passa
no seu açougue, já quase 11 da noite para procurar sinal
da amada. E acha. Papelzinho cheiroso, cor de rosa,
com letrinha delicada, dizia:
"Meu bem. Me perdoa gostozão. Num deu pra mim
falá cocê. Si ocê num sabe, sou muié casada e o tarado
do Remundo barbero tá disconfiado e aresorveu dá em
riba deu e a siguieu fazeno preposta obissena de sequisso. Como num quero ficá malafama-
da, adeus".
Bembem não esperou pelo dia seguinte. Saiu de si e deixou, no coração, lugar para homem
brabo. Pegou faca de sangrar vaca e foi pra barbearia. A turma, incentivada pelo Raimundo,
esperava.
- Cadê aquele disgraçado do Remundo? Remundo!... Traidô! Vem cá fora procê vê o
quequié bão pa tosse! Cê tá dano inriba dela, né, fedaputa?!...
Entrou em campo a turma do deixa disso e foram segurar o Zequinha Bembem. Começa-
ram os empurra-empurras e os sopapos. E uns passaram a descontar nos outros as mágoas de
antigamente, as fofocas mal ditas e as falas bem ditas, dando e levando
72
bordoada. Cada um por si e Deus por todos. O fuzuê foi feio, em plena rua, beirando a
meia-noite. Na refrega, alguém sumiu com a faca do açougueiro, desapareceram a peruca do
alfaiate Cirilo e a dentadura do Laerte. Quando chegou o Divino soldado, o Toim Zaroio pro-
curava, tateando o chão, os seus óculos fundo de garrafa e ninguém entendeu porque o Mané
Falafina, o qualira da cidade, mais conhecido como arame liso, perdeu a calça e tava sentado
no colo do Xinco Mangüara num cantinho mais escuro. Com o Divino, tudo acalmou quando,
franzino e baixinho, ele teve que gritar, dando pulinhos e tiros pro alto para impor sua vonta-
de.
- Cês num tão veno a otoridade aqui não, ô? Pára cuisso, cambada de fedaputa!
Ao ouvir os tiros e sentir cheiro de autoridade, cada um foi saindo de fininho pra caçar seu
canto, fugindo de ver o sol nascer quadrado. E Raimundo, o único que não tomou parte da
confusão no meio da rua, fechou sua barbearia em paz, enquanto os da turma, alguns de olho
inchado, boca sangrando e cuspindo dente, ficaram de nariz torcido e de mal uns com os ou-
tros. Era o que queria Raimundo, para atrair de novo a freguesia.
Eurico Andrade.
Um menino que nasceu e começou a crescer lá no interior do
interior pescando piabas, traíras e chorões no anzol e no puçá...
Pegando juritis e saracuras na arapuca... Chupando ingá, gabi-
roba, peidorreira, baco-pari, araçá, mangaba e cagaita... Mon-
tando cavalo em pêlo... Bebendo leite direto dos peitos de va-
cas, éguas, cabras e ovelhas... Comendo pururuca, angu com
couve e torresmo... Morrendo de medo de assombração, evitan-
do mato para não virar comida de onça... Fazendo promessas
pra São Sebastião, São Jorge e Santa Bárbara... Garrando com
o chefe de tudo quanto é santo para não deixar nenhum insatis-
feito... Acreditando no coisa ruim, em mal-olhado, em assombração e no saci pere-
rê... Curando cobreiro e inflamação de aroeira com a Maria Geroma, à custa de mui-
ta Ave-Maria e fio frio da faca afiada... Educado sob a batuta do chicote e ameaças
de castigo de Deus, nosso Senhor... Trabalhando como candieiro guiando carro de
boi... Trabalhando como meeiro e tarefeiro no cabo da enxada... Ajudando vaca na
hora do parto... Vendo a Joaninha apanhando do Zé da Ponte do Bode enquanto ele
cobria de mimos e beijos a mocinha Julieta... Bebendo chá de mané turé, carqueja,
fedegoso, chapéu de couro, congonha... Comendo beldroega, broto de aboboreira,
miolo de gueroba, frango com pequi, angu com quiabo, quibebe, inhame com leite...
Assistindo a boiada passar... Vendo o trem de ferro apontar na boca de um corte e
sumir na outra carregando boi, muquiça e gente... Vendo a enchente destruir as ro-
ças de arroz e milho do pai... Arrancando mandioca no muque pra farinha e o polvi-
lho do ano... Fazendo paçoca de carne seca e socando arroz e café no monjolo de
pé... Indo pra escola a uma légua de distância no cavalinho da orelha murcha... Con-
vivendo e conversando com João Pelota, Zé Rosa, João Garrote, João Geada, Zé
Ficiano, Zé Pelotin ha, João Garrotinho, João do Zé Ficiano, Zeca do Zé Ficiano, Zé
Albino, João Miguel, Zé do Orico, Zé Taviano, João Vergina, Zé Cota, Zé Ramo, Jo-
ão do João Vergina, Severo... Só podia dar no que deu, no meio de tantos zés e jo-
ães : um escrevedor de coisas da roça.
Email: eurico2005c@gmail.com)
73
CANTÕES PEQUENOS E desfecho em 1798 com a “Revolução
Helvética”, baseada na Revolução
AUTÔNOMOS Francesa, que vai dar na criação da
http://www.swissinfo.ch República Helvética. No seio desta,
os cantões não passarão de simples
circunscrições administrativas. A
ocupação do território suíço pelas
Se a Suíça como Estado surgiu em 1848,
tropas napoleônicas acabava
a maioria dos cantões tem uma história
definitivamente com o Antigo Regime.
bem antiga.
Após a queda de Napoleão e o
Quando se fala em origem da Suíça,
Congresso de Viena, a Suíça retoma
evoca-se freqüentemente a data de 1291.
o modelo de Confederação cujo
Isto não é nem totalmente errado, nem
símbolo é a assinatura do Pacto
realmente certo. É verdade, no entanto,
Federal de 1815.
que no fim do século XIII, os três cantões
Entre 1803 e 1815, os novos cantões
da denominada ‘Suíça primitiva’ – os
– St.Gallen, Grisões (Graubünden),
Waldstäten Uri, Schwyz e Unterwald –
Aarau, Thurgóvia, Ticino, Vaud,
formalizaram uma aliança de ajuda
Valais, Neuchâtel e Genebra –
mútua.
aderem à Suíça, preservando, porém,
Lançaram assim os alicerces de uma
parcialmente, a própria
confederação de Estados que perdurou
independência. Assim, vários cantões
até 1798. Os outros cantões aderiram a
da Suíça Romanda (de expressão
esse pacto, paulatinamente, embora
francesa) – Genebra, Neuchâtel, Jura
permanecendo entidades quase
– conservam o nome de república e
independentes.
do cantão. Genebra, por exemplo,
denominam-se “República e Cantão
Uma expansão progressiva
de Genebra”.
Entre 1353 e 1481, a antiga
Isto surpreendeu a todos, porque
Confederação cresceria ao ponto de, desde a fundação da Suíça como
finalmente reunir oito cantões. Nesse Estado Federal, os cantões não
espaço de tempo, os cantões de Zurique, gozavam de soberania como estado.
Berna, Lucerna, Glarus e Zug decidiram, As leis e os regulamentos cantonais
de fato, unir-se a Uri, Schwyz e estão subordinados ao direito federal.
Unterwald. A Suíça foi, então, tomando
forma no âmbito do Sacro Império
Romano-Germânico.
A etapa seguinte ocorreu após o
Convênio de Stans que permitiu aos
diferentes membros da antiga
Confederação acertar um novo
compromisso. A adesão de Solothurn e
Friburgo como membros de plenos
direitos será seguida em 1513 por
Basiléia, Schaffhausen e Appenzell. A
Confederação dos 13 antigos cantões
estava formada.
A conclusão desta confederação terá
74
Vastas competências
Foto: Harshil-Shahb
Territórios idênticos
75
A maioria dos cantões está enraizada na
antiga Confederação. Durante séculos,
seus territórios permaneceram
inalterados. As últimas modificações de
fronteira aconteceram em 1979, quando
foi criado o cantão do Jura, resultado da
separação de três distritos berneses. E,
em 1993, a região de Laufental deixou o
cantão de Berna para unir-se ao Cantão
FONDUE SUISSE
de Basiléia-Campo.
Ingredientes (para 4 pessoas):
Com 37 km2, Basiléia-Cidade é o menor
cantão em superfície. Já os Grisões
(Graubünden) com 7.105 km2 é o maior - 200 g de queijo gruyère suíço meio
do país. Zurique é o mais populoso salgado
(quase 1.3 milhão de habitantes, segundo
- 300 g de queijo Swiss Vacherin le-
dados de 2005). Appenzell Rhodes
Interiores é o cantão com menor ve (adocicado)
densidade demográfica, pois conta com - 2,25 dl de vinho branco (Valais)
somente 15.171 habitantes, de acordo - 3 colheres de chá de maisena
com estatísticas de 2004. - 2 dentes de alho
- Noz-moscada
http://www.swissinfo.ch - Pimenta do reino
- 1 pitada de bicarbonato de sódio
- 1 / 3 de uma colher de kirsch
- 500 g de pão branco
Preparação:
76
MEU BRASIL BRASILEIRO
Por Dimythryus
Dimythryus@hotmail.com
eucaliptos.jequitibas@gmail.com
Essas festas tão brasileiras têm na verdade uma origem remota. Antes do nasci-
mento de Jesus Cristo, os povos pagãos do Hemisfério Norte celebravam o solstí-
cio de verão, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que lá acontece em ju-
nho e marca o início da estação quente. Nessas festas, a fim de promover a fertili-
dade da terra e garantir boas colheitas futuras, havia danças e fogueiras (acesas
para afugentar os espíritos maus).
78
Rotina
N
confirmando que a felicidade
o bem estar de um coração apaixonado
sustenta o depois
que o simples toque do perfeito
desvenda mistérios elci Cristiane Stanco-
desmistifica o impossível vik nasceu em Novo Hamburgo,
concretiza o desejo Rio Grande do Sul no ano de
da sensação dolente
1980, mas vive em Capivari de
de um sentimento indescritível
envolvendo-te na dimensão exata Baixo, Santa Catarina desde os
que é exatamente permanecer comigo no dois anos de idade. É filha de
além Nelson Stancovik (artista circen-
tendo a certeza de que quando fechas se) e Clair Salete Pandolfi
teus olhos (descendente de imigrantes itali-
sentes o mesmo prazer
anos).
que eu estou sentindo também.
Estudante de letras na Universi-
dade do Sul de Santa Catarina,
lugar o qual foi incentivada por
sua professora de literatura
"Jussara Bittencout de
Sá" (escritora) a escrever e ins-
crever-se para um concurso na-
cional literário no ano de 2008,
conquistando o primeiro lugar na
categoria crônica.
79
Um dos festivais de verão mais conhecidos do mundo, o
Festival de Jazz de Montreux reúne a cada ano uma di-
versidade de artistas que chegam do mundo todo.
Ao contrário do título, o festival não se resume ao jazz,
mas traz muitos tipos de música.
Há o programa pago e o programa livre. Neste segundo,
artistas das mais variadas localidades e com performan-
ces que nos levam a passeios por vários ritmos, fazem o
show em diversos locais externos (parques e palcos) do
festival e também no já famoso Montreux Jazz Café.
Uma experiência musical única, o Festival traz nomes
consagrados e revela talentos a cada ano.
De 02 a 17 de julho de 2010
Para conhecer a programação visite o site:
http://www.montreuxjazz.com/2010/
Ele fez sua primeira exposição com 14 anos. Em sua juventude, visitou muitos
países da Europa. Sediado em Miami, ele montou seu estúdio
no bairro de Coconut Grove, onde expôs suas obras nas ruas.
Britto foi nomeado embaixador das Artes pela Flórida. Em 2007, ele fez uma
escultura para o quadragésimo aniversário do Festival de Jazz de Montreux e
figurinos para o quadragésimo primeiro Super Bowl.
http://www.britto.com/
http://www.britto.com.br/
80
CALENDÁRIO
Finzinho de abril –
conhecedoras do tempo
as flores-de-maio
penduradas na varanda
81
Ingredientes
Modo de preparo:
82
Por CHAJAFREIDAFINKELSZTAIN
84
Voltaram das férias com o canarinho vivo, mas sem cantar, o vô nunca
se conformara com o sucedido, achava que o clima da montanha fora incompatível
com a ave, jamais lhe contaram sobre a queda. Devolveram o bichinho ao dono,
com um peso enorme na alma.
Meses depois... o vô que morava no apartamento ao lado, entrara de
manhãzinha bem cedo, antes de ir para o trabalho, no quarto dos meninos e os avi-
sara que antes de se prepararem para irem à escola, dessem uma olhadinha na ca-
sa dele: o passarinho amanhecera cantando e parecia não querer parar
maisssssssssssssssss!
ChajaFreidaFinkelsztain
Professora, Pedagoga, Escritora, Poetisa, Contista e Cronista, Chaja nasceu na Alemanha
em 1947. Seus pais foram sobreviventes de campos de concentração. Atualmente somente
sua mãe (Eva) está viva. A família chegou ao Brasil em 1950, puxados por um tio materno
que aqui vivia. O início de vida foi muito difícil e trabalharam arduamente pela manutenção
digna de uma família. Aos dezoito anos naturalizou-se brasileira.
Casada com Isaac Manoel, médico pediatra, mãe de dois filhos: Cláudio e Gilson, ambos
casados, têm dois netinhos lindos – Marcel e Mariana e um a caminho (do Gilson).
Chaja graduou-se inicialmente, em 1968 em Filosofia pela UERJ, tendo registro MEC em
História, Filosofia e Psicologia. Lecionou por dez anos História, Moral e Cívica e OSPB no
Colégio A. Liessin, (particular). Paralelamente fez concursos e foi aprovada para o Município.
Começou como profa. de Estudos Sociais na Escola Estados Unidos. Em 1980 foi convidada
a ingressar para equipe do 5º DEC, STAE, onde chegou a coordenar a equipe de Supervisão
Escolar.
85
SILÊNCIO
Cilicia
O silêncio
Que silencia
A música
Que necessita
Encontrar
Para ritmar
O mundo.
Mas
O silêncio
Éo
Cio
Do som.
86
OS SAPATOS DO VALDEMAR
Valdemar era um paulistano da gema, uma pessoa muito educada e bem vivida, se
trajava muito bem, mantinha sempre a barba e cabelos aparados e unhas cortadas,
calçados engraxados e lustrosos. Nas suas viagens como caixeiro-viajante, antes de
visitar um cliente, utilizava uma loção, mantendo uma postura de uma pessoa bem as-
seada. Muito gentil, utilizava um vocabulário impecável, devido ao seu bom grau de
escolaridade.
Sabia como ninguém demonstrar os produtos que representava, colocando argumen-
tos convincentes, que resultavam em um belo pedido para a empresa que trabalhava.
Tinha uma ótima clientela que se espalhava pelo interior do Estado, e uma boa parte
do sul de Minas Gerais.
Em uma segunda-feira veio almoçar em sua casa, e falou para a esposa que lhe a-
guardava sempre com um sorriso nos lábios e uma palavra de conforto pelo seu árduo
trabalho de viajar a serviço.
- Olha, hoje à noite, tenho que viajar para o sul de Minas, para fazer toda aquela regi-
ão e volto na quinta-feira, prepare um bom jantar, que vou sentir falta de sua comidi-
nha gostosa. La pelas vinte horas chegou apressado, querendo jantar logo, pois logo
mais tinha jogo que seria transmitido pela televisão do Corinthians, e não queria per-
der, porque o Ronaldão jogaria aquele jogo.
Terminou o jantar, beijou Alzira e começou arrumar a mala de viagem, nesse momen-
to, lembrou do jogo, ligou a TV que ficava em sua bela sala, toda cercada de cortinas,
e a tela abriu com o timão entrando em campo, foi uma alegria, quando ouviu o repór-
ter entrevistando o Ronaldão, que prometeu marcar dois gols.
Deu um sorriso e falou para Alzira:
- Quero ver se ele vai fazer mesmo, está muito mascarado!
Enquanto o jogo se desenrolava, nos momentos de marasmo, corria para o quarto,
apanhava as roupas e ia arrumando na mala, na sala, para não perder as jogadas. No
momento em que estava no quarto, Ronaldão marcou um gol, ele veio correndo para
a sala e soltou um palavrão.
- Filha da mãe, perdi o gol, mas acho que vão repetir a jogada!
Na repetição, se deleitou com o gol e falou para Alzira.
- Não é que o gordo está cumprindo com a palavra! Só falta mais um.
Num daqueles momentos de monotonia do jogo, pensou: “vou buscar o meu par de
sapatos sobressalentes”
Abriu a sapateira e apanhou um par, quando ouviu a voz do locutor se encher de emo-
ção, porque Ronaldão fez mais um. Veio correndo para a sala, com o par de sapatos
na mão e ficou pulando que nem um moleque na sala. Abraçou Alzira, deu uma tapa
na bunda e disse:
-Sempre que faço isso da sorte, êta bunda boa!
Foi então colocar os sapatos na mala e começou a embrulhá-los com um pano, para
não sujar a roupa. Percebeu então que estavam sujos, teve a iniciativa de ir trocá-los,
mas a jogo estava bom e ficou com aquele par na mão. Pensou então: “Vou deixá-los
aqui perto da cortina, pego outro e depois eu limpo esse aqui e deixo na sapateira”.
Só que o jogo estava emocionante e ele colocou na mala o calçado limpo, e esqueceu
-se de guardar aquele sujo, que ficou junto à parede com a biqueira voltada para a sa-
la, com a cortina sobre o mesmo.
87
Valdemar exclamou! Vou embora, me dá aqui um beijo, vou assistir o restante do jo-
go no radio do carro, o Ronaldão já fez dois e agora é só alegria. Foi embora para
chegar logo pela manhã no local de destino.
Alzira que já estava meio sonolenta foi deitar em seu quarto, sem desligar a televi-
são. Acordou no meio da noite e ouviu vozes... O que seria? Será algum ladrão? En-
tão foi na ponta dos pés para a sala, de onde vinham as vozes. “Então pensou”, A-
quele maluco foi embora e não desligou a televisão. Foi mais perto para desligar,
quando viu de baixo da cortina, aqueles calçados esquecidos por Valdemar. Pensou
rapidamente: “É um ladrão, e está escondido atrás da cortina, se ele avançar para
cima de mim? É melhor chamar a policia”.
Ligou para o 190 e pediu urgência, fornecendo o endereço e tudo o mais. Depois de
uns quinze minutos, bateram a porta. Foi correndo abrir e deu de cara com um ho-
mem corpulento que logo se identificou como o sargento Nepomuceno.
- Pois não minha senhora, o bandido está ainda aí?
- É eu desliguei a TV e vi que aqueles sapatos ainda estão lá em baixo da cortina, vá
logo para prender o ladrão.
Nepomuceno sacou de seu revólver trinta e oito e foi em direção a cortina na ponta
dos pés, removeu-a com um golpe rapidíssimo, e o que estava lá atrás? Ninguém!
Foi tudo uma ilusão de ótica da sonolenta e medrosa Alzira.
Ela parou de tremer, ficou calma e começou a agradecer ao sargento que não
“tirava” os olhos de seu corpo, uma vez que estava com roupas intimas e nem tinha
se apercebido. Começou uma conversa mole do sargento etc., pedindo um copo de
água, que ela foi buscar, quando ele viu aquele corpo bonito, coberto apenas por u-
ma roupa transparente, de onde via todo o contorno de uma pequena calcinha bran-
ca, contrastando com o pano preto da capa rendada.
Percebeu então a burrada que tinha feito em atender a um estranho com aqueles tra-
jes. Quando voltou, o sargento pediu se tinha café e estava prolongando a conversa
que ela não respondia, ficando um monólogo.
Ela então agradeceu e pediu que retirasse porque já era tarde e estava com sono.
Voltou para a cama e dormiu profundamente até à tarde do dia seguinte. Passado
mais um dia, escutou batidas na porta da sala. Ficou temerosa e olhou para o corpo
para ver se estava trajada decentemente.
Perguntou então:
- Quem é?
- Do outro lado respondeu:
- É o sargento Nepomuceno, vim trazer os sapatos de seu marido, posso entrar? Ela
então percebeu que ele tinha levado os sapatos naquela noite, com o objetivo de re-
tornar para ver se conseguia algum sucesso em conquistá-la.
Foi quando Alzira falou:
- Pode deixar aí fora que depois eu pego.
- Mas eu limpei e engraxei os sapatos, estão brilhando, abra a porta e a senhora vai
ver que beleza que ficou.
Apavorada, foi ao telefone, ligou para a Delegacia e denunciou o sargentão conquis-
tador. Quando voltou para falar com ele sem abrir a porta, percebeu que não havia
resposta. Virou a chave da porta com cuidado abriu a porta e notou que os sapatos
estavam na soleira.
88
A ntonio Vendramini Neto. Sou aposentado,
casado, dois filhos e dois netos. Vivi minha vida
profissional intensamente nas áreas de Recursos
Humanos e Gestão da Qualidade, (Normas ISO
9001), como Auditor do Sistema.
Comecei a escrever recentemente, de forma des-
pretensiosa, mas com muito respeito aos leitores.
Não tenho formação literária, julgo-me um autodida-
ta, colocando nos textos, à emoção e o coração, caminhando nesse mundo mágico e
esplendoroso de tantos intelectuais. Espero que o tempo permita aprender os segre-
dos e a magia das palavras.
Meus temas favoritos são as crônicas e os contos, onde solto a minha imaginação,
descrevendo situações acontecidas e virtuais. Dou minhas pinceladas nos poemas,
poesias, poetrix e prosas.
Estou escrevendo um livro, sobre a saga de meu avô Italiano em terras Brasileiras,
que um dia espero terminar e publicar. A internet com os maravilhosos portais para
quais escrevo, estão deixando-me quase que sem tempo, e o projeto está momenta-
neamente na gaveta.
Email: toninhovendramini@gmail.com Site: www.favascontadas.com.br
Jacqueline Aisenman
Montreux
89
OS AMANTES DO CÍRCULO-POLAR
Deve ser a parte tóxica do meu sangue que faz isso comigo, o meu louco gos-
to pelas segundas intenções. Amorardente, sempre buscando sangrar pelo
umbigo.Nos conhecemos na escola, ainda na infância.E os anos nos juntam e
nos separam com tanta freqüência, como se tudo isso estivesse acontecendo
ao sabor do vento.
Amordormente. Deve ser a parte doce do meu sangue que faz isso com a
gente. Naquela época mal nos falávamos; apenas nos olhávamos, enamora-
dos, mas sem coragem de se aproximar. Duas crianças que se apaixonaram
uma pela outra, sem que um saiba do sentimento do outro.
Amorlouco, deve ser a parte venenosa do meu sangue que faz isso comi-
go.Quando alguém mente não nos olha nos olhos, pra te confundir eu fa-
ço exatamente ao contrário.Uma história de amor que atravessa duas déca-
das repletas de altos e baixos, cheias de idas e vindas.
Amorencontrado, deve ser a parte suave do meu sangue que faz isso com a
gente.Medos, amores, ciúmes, tudo isso vai e vem, regido pelo destino, por
uma lei aleatória de encontros e desencontros.
Amorperdido pela parte do meu sangue malvado. “Eu poderia contar toda a
minha vida como um trem de coincidências”. Direção é o meu sexto sentido.
Amoreterno é a parte sólida do meu sangue carinhoso.“A vida tem muitos ci-
clos”.
Há coisas que nunca acabam e o amor é uma delas.
http://ww2.ccebrasil.org.br/system/project_images/35/final/los-amantes-del-circulo-polar.jpg
90
Por Ana Anaissi
91
Quis fazer pega com o carro Nesse ponto até dei sorte,
Mas eu disse: Agora não! Só fiquei sem meu dentinho.
Pisou no acelerador Talvez tenha sido bom,
E saiu comendo chão. Ele era mesmo sozinho.
92
-Só torcida, como assim?
-Você não viu nossas fotos?
E tentei fazer um sinal Somos famosas no mundo
Que já estava tudo bem, Pilotando nossas motos.
Tive medo que essa doida
Chutasse meus rins também. -Ô Emília, não exagera.
Temos fãs só no Brasil.
Debilmente abri meus olhos E na próxima cidade
E dei de cara com ela. Com certeza mais de mil!
Se eu não tivesse acabada,
Eu matava essa banguela. -Peraí minhas senhoras,
Eu não posso acreditar!
Minha queda foi horrível, As duas correm de moto?
Eu fiquei toda quebrada, -Vai precisar desenhar?
Mas o que traumatizou
Foi aquela botinada. -Caramba, não pode ser!
-Só porque somos velhinhas?
-Ah, Aurora que exagero! Já demos alguns troféus
Eu salvei você, querida. Pra nossa cidadezinha.
Mas um dia vai entender
E vai ficar comovida. -Mas vocês dirigem bem?
-Você viu que Aurora não.
Quando dei a tal botinada, Mas eu, sou super veloz
Minha única intenção, Quando pego a direção.
Era de abrir um canal
Pra sua respiração. -Hum Emília, vai pensando,
Quem tem mais troféus sou eu.
-Essa dúvida eu vou ter -Mas na última corrida
Pro resto da minha vida. Acabou roubando o meu.
Se queria me salvar
Ou me deixar estendida. Jogou tão sujo comigo
Moço, ela quer que eu desista!
-Mas dá pra ver direitinho Deu um jeito no meu freio
Que estão se recuperando. E jogou óleo na pista.
Vamos esquecer o tombo
Que a cidade está chegando.
93
Pode arregalar o olho, -Está bem vocês ganharam.
O juiz arregalou. Quanto é que eu pago pra ver?
Tudo isso é tão nojento -Nada assim tão extravagante,
Que até ele duvidou. Algo que dê pra comer.
94
-Chega, está quase na hora,
A corrida é na outra ponta.
Nós vamos indo pro carro,
Você vai pagando a conta.
95
Ainda alterou a idade dela, Vou lá inscrever nossa moto,
De cem pra noventa e sete, Colocar na posição.
E vai chamar a torcida -E eu vou sabotando algumas
Do tempo que era vedete. Pra fazer uma seleção.
-É mas, com ar ou sem ar, Mas tem uma coisa bem chata,
Ela é nossa concorrente. A da titia não deu...
Seria muito humilhante Eu ia chegando pertinho
Perder pra tia da gente. E ela me reconheceu.
96
Ainda falei, mas seu Zé, -Você, Emília, top model?
É dentadura e não casa Tendo essa cara de ameixa?
Por que é que deixou essa porta? Você só não come mais
Agora o que eu como, vaza! Porque a prótese não deixa.
97
-Você viu o que você fez? Viva, viva, conseguimos!
A moça ainda estava lá; Nós ganhamos a corrida!
Passou nos dedinhos dela; Corre, corre que os bombeiros
Não ouviu ela gritar? Vão salvar a nossa vida!
-Pensei que fosse você -Vão salvar nos dois sentidos.
Gritando um viva por nós. Queimei metade da bunda!
Ultrapassamos titia, -Capitão, aqui tem tina?
Nossa moto é mais veloz! E rasa? Que Emília afunda!
- Eu nem precisei bater? Viva, vitória, vitória!
Ufa, assim mamãe não briga. Esse carro não é lindo?
E, não sei, bater em tia... -Se eu não tivesse na tina
Sei lá se Deus me castiga. Também estaria curtindo.
-Por falar em nossa moto, -Não vai reclamar agora.
Você desacelerou, Nós ganhamos a corrida!
Pude ver na arquibancada -Mas titia vem aí,
Os dois que a gente roubou. Se juntou com os homicidas!
Estavam lá, os dois juntinhos. -Também não são tão homicidas...
-Tavam torcendo pra gente? Roubamos eles na estrada!
-Pra gente se espatifar, -Mas tão vindo nos matar,
Vieram ver pessoalmente! Vai ver deram uma surtada.
-Se ganharmos a corrida, E vão nos denunciar,
Corre logo pros bombeiros. Confiscar nosso troféu.
Assim temos proteção -Se chegarem muito perto,
Contra esses dois pistoleiros! Nós fazemos um escarcéu.
Não estou vendo mais titia -Bombeiros, vamos mais rápido,
Pelo meu retrovisor. Ela está passando mal!
-Porque nos ultrapassaram, Dá pra ligar a sirene
Deram um jeito no motor! Pra afastar o pessoal?
Também vou usar o meu truque -Vamos sair da cidade,
Que faz você correr mais. Precisamos respirar.
-Aurora, não estou gostando, Esses fãs são sufocantes,
Não faz besteira aí atrás! Sei lá se vão nos rasgar.
Uau, estou pegando fogo!
-Então acelera abestada!
Quando cruzarmos a faixa,
A tocha vai ser tirada.
98
Estão vendo aquela moto
Que está caída no posto?
Podem pegá-la pra nós?
Nos dariam tanto gosto...
99
Po_m[ Etíli]o
Sobre o álcool, sei que é uma alquímica mistura de carbono, água e símbolos.
Sei que é algo quimicamente transmutável em comportamento.
Causa e consequência de nascimentos e mortes.
http://www.angelacosta.recantodasletras.com.br/
100
AMAR COMO A PRIMEIRA VEZ
Eu quero amar
Como a primeira vez
Na descoberta inocente
Que ele dure eternamente.
101
VERSOS PERTURBADOS
Por Alessa B
(Florbela Espanca)
102
CONHECENDO: ALESSA B.
Apaixonada pela Literatura desde sempre, descobriu a Poesia aos 14 anos, quan-
do então passou a exercitar a arte dos versos por conta própria. Tem como seus
ícones e espelhos na poesia mundial, poetas como: Camões, Vinicius de Moraes,
Álvares de Azevedo, Bocage, Gonçalves Dias, entre outros. Vem acumulando
menções honrosas e posições de destaque em concursos literários pelo país. Po-
de ser encontrada nos seguintes endereços:
E-mail:
ale-bertazzo@hotmail.com
103
A origem da iguaria é incerta. Especula-se que
surgiu, no século 18, nas fazendas de Minas
Gerais e Goiás, quando as cozinheiras a pre-
paravam para servir aos senhores, mas se tor-
nou popular no Brasil a partir da década de 50.
Naquela época, não se imaginava que o pão
de queijo fosse ultrapassar as fronteiras “das
4 copos(americanos)de polvilho Minas Gerais”, muito menos que ganharia o
doce (500g) mundo, tornam-se marca de empresas famo-
1 colher de (sopa) fondor maggi sas.
ou sal a gosto
2 copos de (americano)de leite Feito em casa, em quitandarias ou em escala
(300ml) industrial, não importa. A receita tradicional é
1 copo (americano) de óleo (150 única. Leva leite, óleo, ovos, sal, queijo-de-
ml) minas ralado e polvilho. Mas cada um tem lá o
2 ovos grandes ou 3 pequenos seu segredinho de sucesso.
4 copos (americano) de queijo mi-
nas meia cura ralado Combinação cai bem com diversas bebidas
óleo para untar e acompanhamentos
Se mineiro come quieto, pão de queijo come-
se quente porque é impossível deixá-lo esfriar
e parar no primeiro. Eles vão bem no inverno e
Modo de Preparo: no verão, com café preto, como manda a tradi-
ção mineira, com chocolate quente, refrigeran-
1. ar o polvilho em uma tigela gran-
de tes, sucos, chá e para alguns até com cerveja.
2. à parte, aquecer o fondor, o leite Qualquer bebida é boa companhia e qualquer
e o óleo lugar é lugar para saborear um bom pão de
3. Quando ferver escaldar o polvilho queijo simples ou com recheio.
com essa mistura, mexer muito
bem para desfazer pelotinhas Entre pães de queijo clássicos, nos quais a
4. Deixe esfriar massa é escaldada, amassada com as mãos e
5. Acrescentar os ovos um a um, moldada em forma de bolinhas, existem outras
alternando com o queijo e sovan- opções para quem deseja variar o sabor. Lêda
do bem após cada adição sugere os temperados com salsinha, cebolinha
6. Untar as mãos com óleo, se ne- e até mesmo presunto picadinho. “Esses com
cessário sabores diferentes têm grande aceitação”, (...)
7. Enrolar bolinhos de 2 (cm) de diâ- Eles também vêm recheados com requeijão,
metro e colocá-los em uma assa- frango, cheddar e viram sobremesa quando
deira untada acompanhados de doce de leite. (...)
8. Levar ao forno médio (180º), pré-
quecido
Assar até ficarem douradinhos
Texto: http://www.correiodeuberlandia.com.br
http://tudogostoso.uol.com.br
104
Todos os textos publicados no
Varal do Brasil receberam a apro- Se você não leu os
vação dos autores. números anteriores,
É proibida qualquer reprodução peça através do nosso
dos mesmos sem os devidos e-mail ou faça downlo-
créditos autorais, assim o como a ad na página do VA-
citação da fonte.
RAL. É gratuito!
Se desejar receber quaisquer
autorizações para reprodução
das obras, por favor entre em
contato com o Varal do Brasil por Acompanhe o VARAL DO BRASIL!
email ou pelos sites para obter os
dados dos autores.
105
Editar um livro depende muito da forma que você deseja que ele seja editado. Se
deseja que seja feito por uma Editora já conhecida ou mesmo pequena ou por con-
ta própria.
Procurar uma editora nem sempre é uma tarefa simples. Você deverá verificar, pri-
meiramente, o tipo de editora que poderia se encaixar melhor no seu estilo. De-
pois, vem o envio de manuscritos ou arquivos para que sejam examinados pelos
responsáveis das mesmas e que decidirão se você é um candidato que eles vão
“bancar” ou não. No caso de resposta afirmativa prepare-se para ceder boa parte
dos seus direitos autorais, decisão quanto à impressão, capa e etc..
É muito importante, seja qual for a forma que você decidir editar, de registrar o seu
livro (ISBN). Este registro pode ser feito no Brasil através da Biblioteca Nacional
(http://www.bn.br) e na Suíça nas Agências ISBN vinculadas à Biblioteca Nacional
Suíça (http://www.nb.admin.ch/nb_professionnel/issn/00660/index.html?lang=fr) .
Este registro é o que lhe garante os direitos autorais.
Procure conversar com que já editou, discuta com pessoas que desejam editar, tro-
que idéias. A melhor maneira para um nem sempre é para o outro mas o a experi-
ência com certeza será o que há de mais valioso no caminho de sua edição ou auto
-edição.
Boa sorte!
106
107
108