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FICHAMENTO

MELLO, L.M.1

Uma das principais dificuldades encontradas pelos alunos de graduação


reside no fato de não saberem o que fazer com os textos que lêem para
desenvolver os futuros trabalhos.
Podemos afirmar o procedimento mais simples que resolve grande parte
destas dificuldades, se encontra na elaboração do fichamento, ou seja, recurso
de armazenagem de informações, imprescindível, na elaboração de trabalhos
acadêmicos e monografias.
Apesar de existirem vários modelos de fichamentos, o objetivo deste é
sinalizar a importância e procedimentos metodológicos. Entretanto, pela
experiência acadêmica acumulada nos anos de trabalho com a disciplina
Metodologia da Pesquisa Científica, acreditamos ser o modelo esboçado,
abaixo, mais utilizado e completo, para a produção científica para quem está
inciando.
Os procedimentos descritos garantem a prática eficaz do fichamento,
porém o estudante ao se deparar, pela primeira vez com tal metodologia, se
assusta.
Entretanto, a prática contínua poderá levá-lo a alterar o ponto de vista e
julgamento, fazendo-o perceber que o pequeno trabalho inicial reverte-se em
ganho para o futuro, quando precisar escrever sobre determinado assunto.
Um fichamento, do conteúdo escolhido, possibilita não só a prática de
uma redação eficaz, como também proporciona ao autor enriquecimento
cultural. Contudo, não se recomenda, porém, o armazenamento de assuntos
pelos quais não se tem nenhum interesse.

ETAPAS DO FICHAMENTO.

1. REFERÊNCIAS:

a) de livro e artigos: Nome do autor. Titulo da obra, Cidade ,Editora e ano


de Lançamento.
Ex: DIZARD JR, Wilson. A nova mídia: a comunicação de massa na era da
informação. 2ª edição. São Paulo: Moderna, 2000.
b) Via Internet: Nome do autor. Titulo da obra. Dispónível no site. Acesso
em data.
Ex: AGUIAR, Leonel Azevedo de. O jornalismo investigativo e seus critérios de noticiabilidade:
notas introdutórias. http://publique.rdc.puc-rio.br/revistaalceu/media/alceu_n13_Aguiar.pdf. Acesso em 25
de set. de 2008.

1
Professora da Universidade Castelo Branco e da Rede Pública Municipal do Rio de Janeiro.
2. RESUMO:
Registro das idéias principais do autor do texto, entretanto o registro é
realizado com suas próprias palavras, mas garantindo a integridade da idéia do
autor. Podemos dizer que é uma redução do texto original.
Não cabem no resumo comentários ou julgamentos pessoais a
respeito do que está sendo resumido. Muitas pessoas fazem o resumo de
maneira errada porque reproduzem partes ou frases do texto original,
elaborando-o à medida que lêem.
Para elaborar um bom resumo é necessário compreender antes todo o
conteúdo do texto, Não é possível resumir um texto à medida que se faz a
primeira leitura.
Assim sendo, quem resume apresenta: um discurso próprio, os pontos
relevantes de um texto, expressa as idéias essenciais na progressão e no
encadeamento em que aparecem, ou seja, ao fazer um resumo é importante
não perder de vista três elementos: as partes essenciais do texto; a progressão
em que elas se sucedem e a correlação entre cada uma dessas partes.

É uma analise crítica do conteúdo,


3. CITAÇÕES

Aplica-se para partes de obras ou capítulos, na transcrição fiel de


trechos fundamentais da obra estudada. Obedecem algumas normas:

a) toda citação deve vir entre aspas, quando a cópia tiver menos de três
linhas;
Ex: Acreditamos que a partir desse prisma, o jornalismo investigativo é uma
das mais importantes contribuições prestadas pela imprensa à democracia.
“Ele está relacionado com a lógica de responsabilidade mútua em sistemas
democráticos, fornecendo mecanismos valiosos para monitorar o desempenho
das instituições democráticas, em sua definição mais ampla que inclui
organismos governamentais, organizações cívicas e empresas públicas”
(WAISBORD, 2008, p.1).

b) Caso a cópia tiver mais de três linhas, a citação precisa ser formatada
da seguinte forma: 4 cm à esquerda, espaço simples e letra 10cm.
Ex:

Nas palavras de Aguiar (2008, p. 50)

A pauta dos assuntos tratados pelo jornalismo investigativo não fica,


porém, restrita aos temas políticos, estando presente em todas as
editorias de um jornal: seu foco é apurar e divulgar informações sobre
atos desviantes que afetem o interesse público e que sejam
prejudiciais à sociedade. Assim, escolhemos o jornalismo
investigativo para objeto de pesquisa exatamente por permitir uma
vasta amplitude de assuntos abordados pelos jornais: o trabalho dos
repórteres investigativos está presente nos mais diverso editorias –
desde a editoria de política, passando pela de esportes e de
economia, até a editoria de noticiário local ou internacional.
c) a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se no
local da omissão, três pontos, entre colchetes [...].

Exemplos:

a) “[...] fornecendo mecanismos valiosos para monitorar o desempenho das


instituições democráticas, em sua definição mais ampla que inclui organismos
governamentais, organizações cívicas e empresas públicas” (WAISBORD,
2008, p.1).

b)
Nas palavras de Aguiar (2008, p. 50)

A pauta dos assuntos tratados pelo jornalismo investigativo não fica,


porém, restrita aos temas políticos, estando presente em todas as
editorias de um jornal: seu foco é apurar e divulgar informações sobre
atos desviantes que afetem o interesse público e que sejam
prejudiciais à sociedade. [...] o trabalho dos repórteres investigativos
está presente nos mais diverso editorias – desde a editoria de
política, passando pela de esportes e de economia, até a editoria de
noticiário local ou internacional.

4. COMENTÁRIOS:

É a elaboração pessoal sobre a leitura, devendo conter o parecer e


crítica do leitor. Lembrem-se: crítica tanto é positiva como negativa.
Quando o leitor esta lendo com objetivo determinado, por exemplo,
para fazer um trabalho acadêmico ou monografia, o comentário já pode ser
direcionado especificamente para o trabalho em questão.
Quando terminar a leitura de um texto, as possibilidades de traçar
análises, comparações e críticas são bastante maiores do que dias depois.
Assim aos poucos o trabalho científico vai sendo construído. No final cabe
organizar as idéias nas subdivisões previstas nos trabalhos científicos.

5. IDEAÇÃO

Apresentar o que o texto auxiliou em relação às novas perspectivas.


_______________________________________________________
REFERÊNCIAS:

ARAÚJO, A. Elaboração e apresentação de comunicação científica. Acesso em http://www.metodologia.org/.


Acesso em 15 de out. de 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-14724: Informação e documentação: trabalhos


acadêmicos. Rio de Janeiro: 2001.

CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Papirus, 2002.

DMITRUK, Hilda Beatriz (Org). Cadernos metodológicos: diretrizes de metodologia científica. 5. São Paulo: Moderna,
2001.

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