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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03

FUNDAMENTOS BÁSICOS ............................................................................... 04


- Átomo e matéria ........................................................................................... 04

GRANDEZAS ELÉTRICAS .................................................................................. 07


- Corrente elétrica ........................................................................................... 07
- Tensão elétrica.............................................................................................. 08
- Corrente e tensão alternada ............................................................................ 10
- Resistência elétrica ........................................................................................ 13
- Lei de Ohm ................................................................................................... 15
- Potência ....................................................................................................... 16
- Exercícios ..................................................................................................... 18

CIRCUITOS ELÉTRICOS .................................................................................... 19


- Analogia entre os circuitos elétrico e hidráulico................................................. 20
- Interpretação ................................................................................................ 21
- Configuração dos circuitos elétricos ................................................................ 21
- Circuito série................................................................................................. 21
- Circuito paralelo ............................................................................................ 22
- Medição de grandezas nos circuitos elétricos ................................................... 23
- Multímetro .................................................................................................. 23
- Medição de corrente elétrica ........................................................................ 24
- Medição de tensão elétrica ........................................................................... 24
- Medição de resistência elétrica ..................................................................... 25
- Medição de frequência elétrica ..................................................................... 26

COMPONENTES ELÉTRICOS BÁSICOS ............................................................... 27


- Bateria ......................................................................................................... 27
- Baterias ligadas em série ................................................................................ 28
- Baterias ligadas em paralelo ........................................................................... 29
- Fusível ......................................................................................................... 30
- Resistor ........................................................................................................ 30
- Resistores fixos ............................................................................................. 31
- Interpretação ................................................................................................ 33
- Resistores de 5 e 6 faixas............................................................................... 34
- Resistores variáveis ....................................................................................... 35
- Associação de resistores ................................................................................ 37
- Associação em série ...................................................................................... 37
- Análise do circuito em série ............................................................................ 38
- Associação em paralelo.................................................................................. 39
- Análise do circuito em paralelo ....................................................................... 40
- Exercícios ..................................................................................................... 41
- Capacitor ...................................................................................................... 42
- Bobina .......................................................................................................... 44
- Relé ............................................................................................................. 47

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- Relé universal de 4 pinos ................................................................................ 47
- Relé universal de 5 pinos ................................................................................ 49

SIMBOLOGIA APLICADA A ESQUEMAS ELÉTRICOS ............................................ 51

INTERPRETAÇÃO DE ESQUEMAS ELÉTRICOS ..................................................... 53


- Exemplo de esquema elétrico .......................................................................... 53
- Explanação de simbologias no esquema ........................................................... 55

RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS .................................................... 61

2
INTRODUÇÃO

Este material é destinado a todos os profissionais da Rede de Concessionárias Volkswagen


Caminhões e Ônibus e tem por finalidade transmitir os principais conceitos sobre
eletricidade.

O pleno entendimento dos fundamentos, dispositivos e esquemas empregados possibilita a


elaboração adequada de diagnósticos e a solução de problemas no sistema elétrico do
veículo.

Todos os conceitos foram apresentados de forma didática, a fim de facilitar o aprendizado.

Portanto, leia atentamente o conteúdo deste material e aproveite a oportunidade para se


desenvolver profissionalmente!

As informações e dados técnicos contidos nesta apostila são de uso específico em


ações de treinamento, estando sujeitos a alterações sem prévio aviso.
Consulte sempre a literatura atualizada editada pela Volkswagen Caminhões e Ônibus.

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FUNDAMENTOS BÁSICOS

Átomo e matéria
Define-se matéria como tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço. Toda
matéria existente no universo é formada por partículas elementares denominadas átomos.

O átomo é a menor parte de um elemento (matéria) que ainda mantém as suas


características.

Conforme mostra a figura abaixo, o átomo é constituído por um núcleo, formado por
prótons e nêutrons, e uma eletrosfera, constituída por elétrons.

Núcleo
(Prótons e Nêutrons)

Elétron

Os prótons possuem carga positiva enquanto os nêutrons não possuem carga.


Os elétrons possuem carga negativa. Devido à diferença de carga entre prótons e elétrons,
surge uma força de atração entre eles; esta força faz com que os elétrons orbitem ao redor
do núcleo. Na figura, a trajetória executada pelos elétrons ao redor do núcleo é ilustrada por
círculos em perspectiva e a força de atração existente é denominada força eletromagnética.

PRINCÍPIO DA FORÇA ELETROMAGNÉTICA

Cargas com sinais diferentes


se atraem

Cargas com sinais iguais


se repelem

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Quando um átomo possui a mesma quantidade de prótons e elétrons, este se encontra em
equilíbrio. No entanto, os átomos também podem estar positivamente ou negativamente
carregados.

Positivamente carregado Negativamente carregado

Nº de prótons > Nº de elétrons Nº de elétrons > Nº de prótons

Nesta situação, a tendência natural é que ocorra uma interação entre os átomos, visando
obter novamente o equilíbrio.

Os elétrons que orbitam mais próximos ao núcleo são mais fortemente atraídos aos prótons.
Porém, conforme a distância do núcleo aumenta, os elétrons em camadas mais afastadas
são atraídos com menor intensidade ao núcleo.

Quando existem átomos com carência de elétrons próximos a átomos com elétrons livres
em sua camada distante do núcleo, os elétrons livres do átomo original tendem a se
desprender do mesmo, migrando para outro átomo.

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É importante lembrar-se que o átomo é uma entidade elementar da matéria. O agrupamento
de átomos é que forma os elementos existentes na natureza.

Tabela periódica dos elementos existentes

Portanto, quando um elemento possui átomos que facilmente cedem elétrons para outros
átomos, dizemos que este elemento é do tipo condutor (de elétrons).
Existem vários elementos químicos que possuem esta característica, tais como a prata, o
cobre e o ouro.

Todavia, quando os átomos que compõem determinado material apresentam grande


dificuldade em liberar elétrons (característica oposta aos condutores), classifica-se este
como isolante. São exemplos de materiais isolantes a borracha, o silicone, o vidro e a
cerâmica.

Borracha, silicone, vidro e cerâmica são exemplos de materiais, e não de


elementos químicos. Os materiais são obtidos pela combinação de diferentes
elementos químicos existentes.

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GRANDEZAS ELÉTRICAS

Corrente elétrica

Num fio condutor, por exemplo, a quantidade de elétrons transferida de um átomo para
outro, por unidade de tempo, é extraordinariamente grande. Desta forma, ao fluxo que
atravessa a secção transversal de um condutor dá-se o nome de corrente elétrica.

A unidade padrão do sistema internacional de unidades utilizada para expressar a


intensidade de corrente elétrica é o Ampére (A).

1 Ampére = 6.280.000.000.000.000.000 elétrons por segundo

O instrumento utilizado para efetuar a medição da corrente elétrica é o Amperímetro.

Atualmente, modernos aparelhos multifuncionais agregam a função Amperímetro às várias


outras funções disponíveis. Após o correto posicionamento do botão seletor de funções, a
medição de corrente pode ser realizada.

O termo “condutor”, além de se aplicar a materiais que possuem a propriedade


de conduzir com facilidade a corrente elétrica, também é utilizado para designar
qualquer objeto, como, por exemplo, um fio que sirva como meio de propagação
da corrente.

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Tensão elétrica
Fio condutor
Conforme mencionado anteriormente, para
que ocorra a transferência de elétrons entre
átomos, é necessário haver uma condição de
desequilíbrio entre eles. Tomando como
exemplo um fio condutor, somente haverá um A B
fluxo ordenado de elétrons (corrente elétrica)
do ponto A ao ponto B se algo provocar um
desequilíbrio elétrico entre estes pontos.

Em eletricidade, a “quantidade” deste desequilíbrio denomina-se diferença de potencial.

Portanto, define-se como tensão a diferença de potencial elétrica existente entre dois
pontos de um condutor.

No sistema internacional de unidades, a unidade padrão utilizada para expressar a tensão é


o Volt (V).

A medição da diferença de potencial pode ser realizada pelo aparelho multiteste, que
incorpora a função voltímetro quando o botão seletor está posicionado corretamente.

Somente haverá corrente elétrica fluindo entre dois pontos de um condutor se


existir uma determinada diferença de potencial entre eles. Para um mesmo
condutor, quanto maior for a tensão aplicada em suas extremidades, maior será a
corrente elétrica que atravessará o mesmo.

8
Os conceitos de corrente e tensão podem facilmente ser ilustrados por meio do
funcionamento de um componente amplamente utilizado em veículos automotores: a
bateria.

Em condições normais, a bateria é um dispositivo que possui excesso de elétrons em seu


polo negativo e falta de elétrons em seu polo positivo. Devido à diferença de potencial entre
os polos, uma corrente elétrica flui pelo caminho (circuito) que os une.

Consumidor

Fio condutor

Polo negativo Polo positivo

Bateria

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Corrente e tensão alternada

Até o momento, os conceitos considerados referem-se à corrente e tensão contínuas (CC e


VC, respectivamente). Neste caso, a diferença de potencial e o fluxo ordenado de elétrons
permanecem sempre constantes, ou seja, no decorrer do tempo a corrente mantém a mesma
magnitude e se desloca na mesma direção. Os polos positivo e negativo do circuito não se
alteram.

I (A)

Tempo

Corrente contínua

V (A)

Tempo

Tensão contínua

A corrente contínua é gerada, por exemplo, em baterias automotivas, pequenas baterias e


pilhas, dínamos e fontes de alimentação. Em geral, é empregada na alimentação de
aparelhos eletrônicos e circuitos digitais.

Ao contrário do que ocorre com a corrente contínua, a corrente alternada é uma corrente
cuja magnitude e sentido de deslocamento variam constantemente no decorrer do tempo.
Ou seja, os polos positivo e negativo do circuito se alteram constantemente.

10
A forma de onda mais comum em que se apresenta a corrente alternada é a de aspecto
senoidal, embora seja possível também haver ondas triangulares ou quadradas, para
aplicações específicas.

I (A)

+ +
Tempo
_

Corrente alternada

V (A)

+ +
Tempo
_

Tensão alternada

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A corrente alternada atende de forma mais eficaz à necessidade de se transmitir corrente
elétrica por longas distâncias, devido a ter seu valor de tensão mais facilmente alterado com
o uso de transformadores.

Um exemplo clássico do emprego deste tipo de corrente são as extensas linhas de


transmissão de energia elétrica, desde suas fontes geradoras.

Neste material serão abordados apenas os aspectos relacionados à corrente


contínua.

12
Resistência elétrica

Quando a corrente elétrica é estabelecida, os elétrons passam a se deslocar através do


condutor. No entanto, este deslocamento não ocorre livremente. Os elétrons colidem entre
si e também com os átomos do condutor, retardando, em certa medida, o deslocamento.

À dificuldade oferecida aos elétrons para atravessar determinado condutor dá-se o nome de
resistência elétrica.

Segundo o sistema internacional de unidades, a unidade que expressa a resistência elétrica


Ω).
é o Ohm (Ω

A medição da resistência elétrica pode ser realizada pelo aparelho multiteste, com o botão
seletor posicionado corretamente.

Primariamente, os valores de resistência elétrica variam de acordo com o tipo de material


empregado na construção do condutor. No que se refere à natureza do material, quanto
maior for o número de elétrons livres presentes nele, tanto menor será a resistência
oferecida à passagem de corrente elétrica.

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Porém, além do tipo de material, outros fatores podem influenciar na resistência de um
condutor. Estes fatores são:

Comprimento do material
Quanto maior o comprimento do condutor, maior é a resistência à passagem de corrente.

Área da secção transversal do material


Quanto menor for esta área, maior é a resistência à passagem de corrente.

Temperatura do material
Quanto maior for a temperatura do condutor, maior é a resistência à passagem de corrente.

14
Lei de Ohm

Se os valores de corrente e tensão num dado condutor forem conhecidos, é possível


calcular o valor da resistência elétrica por meio da expressão conhecida por Lei de Ohm.

Conforme esta lei, o valor da resistência elétrica é igual ao quociente da divisão entre os
valores de tensão e corrente num condutor.

Tensão
U
Resistência = Ou seja, R=
I
Corrente

De forma prática, qualquer um dos fatores pode ser obtido tendo como base dois outros
conhecidos.

U = Tensão

R = Resistência

I = Corrente

U U
U=R x I R= I=
I R

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 15


Potência

Em termos gerais, potência é a capacidade de determinado equipamento ou dispositivo


realizar trabalho por unidade de tempo.

No âmbito da eletricidade, portanto, potência é a capacidade que um aparelho ou


componente elétrico possui em transformar a energia elétrica numa outra forma de energia,
dentro de determinado espaço de tempo.

Podemos citar, como exemplo de transformação de energia, energia elétrica para energia
térmica (lâmpada).

Em termos práticos, a potência é o produto da tensão aplicada aos terminais do


componente pela corrente elétrica que o percorre.

Potência = Tensão x Corrente Ou seja, P=UxI

Desta forma, qualquer um dos fatores pode ser obtido tendo como base dois outros
conhecidos.

P = Potência

U = Tensão

I = Corrente

P P
P =U x I U= I=
I U

16
De acordo com o sistema internacional de unidades, a unidade que expressa potência
elétrica é o Watt (W).

A medição de potência num componente ou aparelho elétrico é realizada por um aparelho


denominado Wattimetro.

Exemplo de Wattimetro

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 17


Exercícios

1. Qual é a potência elétrica de um chuveiro que consome 20 A e cuja tensão é de 220 V?

2. Calcule o consumo da corrente elétrica nas seguintes situações:

24 V 24 V

48 W 100 W

3. Qual é a potência deste circuito?

12 V

20 Ω

18
CIRCUITOS ELÉTRICOS

Denomina-se circuito elétrico o caminho percorrido pela corrente elétrica.

Quando este caminho está completo, o circuito elétrico é denominado circuito fechado.
Porém, se a trajetória estiver interrompida (incompleta) o circuito elétrico estará em aberto.

Um circuito elétrico básico é formado por uma bateria, condutores, fusível, interruptor
e consumidor.
Fusível

Interruptor

Lâmpada
(consumidor)
Bateria

Esquema ou diagrama elétrico é a representação gráfica do circuito elétrico.

Fusível

Bateria Interruptor

Lâmpada
(consumidor)

O curto-circuito ocorre quando uma corrente elétrica passa por um caminho de


baixíssima resistência que não conduz a um consumidor. Neste caso, a corrente
elétrica pode ser tão alta que ocorrem superaquecimento nos condutores,
derretimento nos isolamentos e até mesmo incêndios, devido à dissipação
brusca de energia elétrica na forma de calor.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 19


Analogia entre os circuitos elétrico e hidráulico
Visando melhor entender os conceitos básicos apresentados, é oportuno fazer uma
comparação entre os circuitos elétrico e hidráulico. Embora sejam de naturezas diferentes,
ambos são compostos por elementos que desempenham funções bem similares.

Circuito hidráulico

Manômetro Hidrômetro

Bomba Registro

Turbina

Circuito elétrico

Voltímetro

Interruptor

Amperímetro

Bateria

Lâmpada

20
Interpretação
Assim como a bomba, no circuito hidráulico, gera a pressão necessária para mover a água, a
bateria produz a tensão elétrica necessária para que ocorra o movimento de elétrons pelo
circuito (corrente elétrica).

O manômetro é um instrumento utilizado para medir a pressão fornecida a um circuito


hidráulico. Da mesma forma, o voltímetro mede a tensão existente no circuito elétrico. O
medidor de fluxo hidráulico, denominado hidrômetro, corresponde ao medidor do fluxo de
elétrons, cujo nome é amperímetro.

O registro, cuja função é abrir ou fechar determinada passagem no circuito hidráulico, é


análogo ao interruptor, que tem a função de interromper ou permitir a passagem do fluxo de
corrente num circuito elétrico.

Finalmente, assim como o fluxo hidráulico executa trabalho, no caso, movimentar a turbina
de determinado dispositivo, o fluxo de elétrons possibilita o acendimento da lâmpada
elétrica.

Configuração dos circuitos elétricos


Basicamente, um circuito elétrico pode ser configurado de duas formas amplamente
utilizadas: em série e em paralelo.

Circuito série
O circuito série caracteriza-se por apresentar à corrente elétrica apenas um único caminho a
ser percorrido. Assim, a corrente é obrigada a passar por todos os componentes presentes
no circuito.

Interruptor
(posição fechada)

Rádio

Lâmpada

Bateria

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 21


No circuito em série, se a corrente for interrompida em um dos pontos, todas as unidades
serão desenergizadas, pois o circuito estará em aberto.

Uma importante característica deste circuito é que a tensão sempre é dividida para cada um
dos consumidores, mas a corrente é a mesma em todos eles.

Circuito paralelo
Neste circuito a corrente elétrica possui mais de um caminho a percorrer. Desta forma, a
corrente se dividirá por tantos caminhos quantos existirem.

Interruptor
(posição fechada)

Rádio

B A

Lâmpada

Bateria

No ponto A da figura existe um desvio no fluxo da corrente. Parte desta corrente irá para o
rádio e parte para a lâmpada. Mesmo se a lâmpada "queimar", o rádio permanecerá
funcionando, pois ainda existe uma diferença de potencial entre os pontos A e B.

Neste circuito, a tensão nos ramos paralelos é sempre a mesma, porém a corrente é dividida
para cada um dos ramos.

EM RESUMO CORRENTE TENSÃO

Circuito É a mesma em todos É dividida entre


série os consumidores os consumidores

Circuito É dividida entre É a mesma entre


paralelo os ramos os ramos

22
Medição de grandezas nos circuitos elétricos

Multímetro
Também conhecido como aparelho multiteste, o multímetro realiza medições das principais
grandezas elétricas.

Um dos tipos mais conhecidos é o multímetro digital, munido com um circuito mais
complexo que proporciona maior precisão. As medições realizadas com este tipo de
instrumento são indicadas em um display digital.

Display digital AC DC
mV
Mk Hz
RPM 1 2
0 MAX 1 MIN 2 3 AUTO 4000
V

OFF ~V
V Hz

Botão seletor
de funções

RPM 2 1

Terminal de entrada
A
°C°F para as medições
PRESS
MIN / MAX 1 SEC

Hz 1 2 SEC
Terminais de
entrada RPM
+
V

10A
30V
300V 30V
CAT °C°F COM Terminal de retorno das
medições (comum)
FUSED

Com o multímetro digital, a medição de grandezas elétricas de um circuito pode ser realizada
facilmente. No entanto, para cada medição específica existe a necessidade de ajustar a
função correspondente e conectar o multímetro ao circuito ou componente de forma
adequada.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 23


Medição de corrente elétrica
Com a função e pontas de prova corretamente selecionadas, posicione-as sempre em série
com o circuito, pois a corrente deve passar por dentro do aparelho para realizar a medida.
Antes de efetuar a medição, observe a corrente máxima que o aparelho é capaz de medir.

Medição de tensão elétrica


Com a função e pontas de prova corretamente selecionadas, posicione-as sempre em
paralelo com o circuito a ser verificado.

24
Medição de resistência elétrica
Com a função e pontas de prova corretamente selecionadas, posicione-as diretamente nas
polaridades do componente a ser verificado.

• Para realizar a medição, o circuito deve estar desenergizado ou o componente


deve estar fora do circuito;
• Para todo teste de continuidade, o circuito estará “OK” quando o valor de
resistência estiver abaixo de 1 Ω;
• Para testes de curto a massa, curto a positivo e curto entre fios, o circuito
estará “OK” quando o valor de resistência estiver acima de 10000 kΩ (infinito).

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 25


Medição de frequência elétrica
Com a função e pontas de prova corretamente selecionadas, posicione-as sempre em
paralelo em relação ao componente a ser verificado. Além disso, o componente deve ser
excitado durante a medição (geração de pulsos).

26
COMPONENTES ELÉTRICOS BÁSICOS

Bateria
A bateria é um dispositivo que armazena energia química e a torna disponível para utilização
na forma de energia elétrica.

Quando determinado circuito é ligado a uma bateria, a diferença de potencial existente entre
os polos permite que uma corrente elétrica alimente o circuito.

Embora, na prática, a corrente elétrica flua do polo negativo para o polo positivo, no estudo
da eletricidade é por convenção adotar-se o sentido contrário de deslocamento, ou seja,
corrente elétrica fluindo do polo positivo para o negativo. Isto se deve ao fato de que, no
início, os cientistas desconheciam o sentido real de deslocamento dos elétrons. Por estar há
muito tempo em uso, portanto, o sentido positivo para negativo foi mantido.

Sentido real Sentido convencional

A capacidade de uma bateria em armazenar carga é expressa em Ampére-hora (Ah).

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 27


Baterias ligadas em série

Voltímetro

12 Volts 12 Volts 12 Volts

100 Ah 100 Ah 100 Ah

A figura acima mostra uma configuração de baterias ligadas em série. Neste caso, a tensão
total fornecida ao circuito pelas três baterias é igual à soma de tensão de cada bateria, e a
carga entre elas é conservada.

Se cada bateria disponibiliza 12 V de tensão e 100 Ah de carga, a tensão total é igual a


36 V e a carga final será 100 Ah.

Em associações em série, devem ser utilizadas baterias com a mesma carga


nominal.

28
Baterias ligadas em paralelo

12 Volts 12 Volts 12 Volts

100 Ah 100 Ah 100 Ah

Na configuração em paralelo, a tensão total fornecida pelas baterias é igual à tensão da


bateria de maior valor. Neste caso, como todas as baterias possuem o mesmo valor, 12 V
é a tensão total no circuito.

Este tipo de configuração possibilita aumento na vida útil das baterias, pois a corrente
retirada de cada uma delas é menor, disponibilizando a tensão total de 12 V e uma carga
nominal de 300 Ah.

Em um veículo, para associações em paralelo devem ser utilizadas baterias com a


mesma tensão.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 29


Fusível
O fusível é um dispositivo colocado num
ponto estratégico do circuito, cuja finalidade
é proteger condutores e componentes
elétricos contra eventuais sobrecargas e
curto-circuitos.

Um fusível recebe em sua construção um


filamento ou uma lâmina metálica, que
possui baixo ponto de fusão.

Quando a corrente elétrica que atravessa a lâmina estiver acima do valor máximo
especificado em projeto, a temperatura gerada pela mesma fundirá a lâmina, interrompendo
a passagem de sobrecorrente para os outros componentes do circuito.

Existem vários tipos de fusíveis, que podem ser classificados segundo seu tamanho e
tempo de atuação, ou ainda de acordo com o tipo de equipamento que deverão proteger.

Os fusíveis são componentes essenciais em circuitos elétricos e sistemas de distribuição de


energia, pois tratam-se de dispositivos simples, de custo reduzido, que protegem, em geral,
componentes elétricos cujos custos são comparativamente mais elevados.

Resistor
O resistor é um componente que tem a finalidade básica de oferecer oposição (resistência) à
passagem de corrente elétrica.

30
Embora existam variações em suas características, os resistores são formados por um
material isolante que, à medida que impedem a passagem de corrente, transformam parte da
energia elétrica em energia térmica. Este fenômeno é conhecido por “Efeito Joule”.

Cobertura

Terminal

Filme de carvão Material cerâmico

Resistor de filme de carbono

Existem duas classes básicas de resistores: resistores de valores fixos e valores variáveis.

Resistores fixos
Os resistores cujos valores são fixos são fabricados com um valor predeterminado de
resistência, que não pode ser alterado. Este valor, na maioria das vezes, pode ser
identificado por meio de faixas coloridas pintadas no corpo do resistor.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 31


Comercialmente, os resistores possuem valores de resistência padronizados que seguem
uma progressão geométrica.

A tabela abaixo mostra a equivalência numérica para cada uma das faixas do resistor.

Exemplo:

22 Ω 5%
Resistor de 4 faixas

2200 Ω 1%
Resistor de 5 faixas

Ω 0,1% 15 ppm
100 kΩ
Resistor de 6 faixas

Prata
Ouro
Preto
Marrom
Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Violeta
Cinza
Branco
Tolerância

Multiplicador
Coeficiente de
temperatura

32
Interpretação

1a Faixa
A primeira faixa, da esquerda para a direita, refere-se ao primeiro dígito do valor de
resistência. Tomando como base o exemplo do resistor de 4 faixas, a primeira faixa é
vermelha. Logo, o primeiro dígito do valor de resistência é “2”, conforme mostra a tabela.

R=2... Ω

2a Faixa
A segunda faixa, refere-se ao segundo dígito do valor de resistência. No exemplo, a cor da
segunda faixa é vermelho, correspondendo ao número “2”.

R=22... Ω

3a Faixa
A terceira faixa é denominada multiplicador e difere das anteriores. O multiplicador indica o
número pelo qual o valor formado até o momento deve ser multiplicado. No exemplo, a cor
da terceira faixa é preto. Portanto, o número pelo qual “22” deve ser multiplicado é “1”.

22 x 1 R=22 Ω

4a Faixa
A quarta faixa, que se encontra um pouco mais afastada das demais, informa a precisão do
valor real de resistência em relação ao valor expresso pelas faixas coloridas (tolerância de
variação). No exemplo, a quarta faixa é ouro, indicando que o valor da resistência pode
variar em 5 %, para mais e para menos.

R=22 Ω +- 5 %

Na prática, a resistência real que o resistor oferece à passagem de corrente elétrica


corresponde a algum valor entre 20,9 e 23,1 Ω.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 33


Resistores de 5 e 6 faixas
Conforme demonstra a tabela da página 32, é possível encontrar também resistores de 5 e 6
faixas.

Quando o resistor apresenta 5 ou 6 faixas, a três primeiras faixas correspondem aos dígitos
que formam o valor de resistência a ser multiplicado (diferentemente do resistor de 4 faixas,
que reserva apenas duas delas para a formação do número). A quarta faixa refere-se ao
multiplicador e a quinta faixa, um pouco mais à direita, corresponde à tolerância do resistor.

Se o resistor apresenta uma sexta faixa, esta corresponde ao coeficiente de temperatura do


resistor, o qual indica a variação da resistência em função de alterações na temperatura.

Esta variação é expressa em ppm, que quer dizer “partes por milhão”.

34
Resistores variáveis
Resistores variáveis, como o nome sugere, são aqueles que permitem variar seus valores de
resistência mediante a realização de ajustes.

Uma aplicação de resistência variável é a utilizada em sensores de posição, como por


exemplo, sensor de posição do pedal do acelerador do veículo. Nele, um contato metálico
desloca-se ao longo de uma pista de contato. Conforme a posição do pedal varia, o
comprimento de condução de energia na pista também varia, oferecendo maior ou menor
resistência à passagem de corrente. De acordo com a variação da corrente, o sistema de
gerenciamento do veículo interpreta qual é a posição do pedal.

Pistas de contato

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 35


Os resistores variáveis recebem denominações específicas, de acordo com suas
características:

Reostato - Resistor com um terminal fixo e outro variável, geralmente utilizado para altas
correntes.

Potenciômetro - Resistor variável utilizado para aplicações com baixas correntes.

Termistor - Resistor cujo valor de resistência é afetado pela variação na temperatura.

Nesta categoria, dividem-se em:

• PTC (Positive Temperature Coefficient) - Quanto maior a temperatura, maior é a


resistência oferecida;

• NTC (Negative Temperature Coefficient) - Quanto maior a temperatura, menor é a


resistência oferecida.

Além da temperatura, outros fatores podem influenciar o valor de resistência de um


termistor. Neste caso, os termistores dividem-se em:

• LDR (Light Dependent Resistor) - Em geral, quanto maior a intensidade luminosa,


menor é a resistência oferecida;

• VDR (Voltage Dependent Resistor) - Conforme varia a tensão a que está submetido,
varia também sua resistência. Esta aplicação é conhecida como Varistor
(alta resistência para baixos valores de tensão e baixa resistência para altos
valores de tensão).

36
Associação de resistores
De acordo com a configuração de um circuito, os resistores podem estar ligados em série ou
em paralelo.

No entanto, qualquer que seja o tipo de ligação entre os resistores, é possível determinar a
Resistência Equivalente (Req) de um circuito utilizando as regras de associação de resistores.

Associação em série

R1 R2 R3

A resistência total (equivalente) da


associação dos resistores em série é igual à
Req = R1 + R2 + R3
soma do valor de cada uma das resistências
do circuito.

Por exemplo:

Se R1=10 Ω, R2=15 Ω e R3=5 Ω,


R eq
qual é a resistência equivalente do circuito?

Req = 10 + 15 + 5 Req = 30 Ω

Nos esquemas elétricos, os resistores fixos são representados por este símbolo:

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 37


Análise do circuito em série
Conforme já apresentado, no circuito em série a corrente elétrica é a mesma em todos os
componentes. Este conceito básico pode ser comprovado pela aplicação da Lei de Ohm.

Tomando como base o exemplo do circuito anterior e considerando uma bateria cuja tensão
é de 6 V, temos a seguinte configuração:

R1=10 Ω R2=15 Ω R3=5 Ω

U=6 V

Conforme calculado, a resistência equivalente do circuito, também chamada de resistência


total, corresponde a 30 Ω.

UTotal
Pela Lei de Ohm, temos: U ou I= U Assim, I=
R=
I R RTotal

Aplicando a expressão ao circuito, temos: I= 6


I=0,2 A
30

Ou seja, a corrente que percorre todos os componentes do circuito é de 0,2 A. Como a


corrente é comum, será representada apenas por I.

Conhecendo o valor comum de corrente, pela aplicação da lei de Ohm é possível determinar
a tensão em cada um dos componentes, que, no circuito em série, se divide.

U1 U1
I= 0,2= U1=2 V
R1 10

38
I=

I=
U2
R2

U3
R3
0,2=

0,2=
U2
15

U3
5
U2=3 V

U3=1 V { Somando todas as parcelas de tensão,


obtemos 6 V, que é exatamente o
valor de tensão fornecida pela bateria
ao circuito.
Associação em paralelo

R1 R2 R3

Quando os resistores estiverem ligados em paralelo, o inverso da resistência equivalente do


circuito é igual à soma dos inversos de cada uma das resistências do circuito.

1 1 1 1
= + +
Req R1 R2 R3

R eq

Por exemplo, se R1=10 Ω, R2=15 Ω e R3=5 Ω,


qual é a resistência equivalente do circuito?

1 1 1 1
= + +
Req 10 15 5

1 11
=
Req 30

11 x Req = 1 x 30

Req 30
=
11

Req = 2,73 Ω

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 39


Análise do circuito em paralelo
No circuito em paralelo, a corrente elétrica é dividida entre os ramos do circuito e a tensão é
mantida a mesma em todos eles. Este conceito básico também pode ser comprovado pela
aplicação da Lei de Ohm.

Tomando como base o exemplo do circuito anterior e considerando uma bateria cuja tensão
é de 6 V, temos a seguinte configuração:

R1=10 Ω R2=15 Ω R3=5 Ω U=6 V

Conforme calculado, a resistência equivalente do circuito corresponde a 2,73 Ω.

UTotal
R= U
Pela Lei de Ohm, temos: ou I= U Assim, I=
I R RTotal

Aplicando a expressão ao circuito equivalente, temos: I= 6


I=2,2 A
2,73

Este valor corresponde à corrente total no circuito equivalente. No entanto, os valores de


corrente nos ramos não correspondem a 2,2 A!

Como a tensão é comum em todos os ramos do circuito, podemos determinar as correntes


nos ramos pela aplicação da lei de Ohm.

U 6
I 1= I 1= I1=0,6 A
R1 10

I 2=

I 3=

40
U
R2

U
R3
I 2=

I 3=
6
15

6
5
I2=0,4 A

I3=1,2 A { Somando todas as parcelas de corrente,


obtemos 2,2 A, que é exatamente o
valor da corrente total presente no
circuito equivalente.
Exercícios

1. Determine a resistência equivalente do circuito elétrico misto abaixo.

R1=6 Ω

R3=4 Ω

R2=12 Ω

R4=3 Ω R5=5 Ω

U=12 V

2. Indique os valores de tensão e corrente em cada um dos resistores acima.

3. Determine a resistência equivalente e indique os valores de tensão e corrente em cada um


dos resistores do circuito.
R1
R1=100 Ω

R2=42 Ω
R3 R2 U=12 V
R3=79 Ω
R4
R4=75 Ω

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 41


Capacitor
O capacitor é um dispositivo que tem como função armazenar energia elétrica na forma de
um campo eletrostático.

6.8
20V

Embora possam variar em relação à


aparência externa, os capacitores são
formados por duas placas condutoras
chamadas de armaduras.
Armadura
O espaço entre as armaduras é preenchido
com uma camada de material isolante,
conhecido como material dielétrico.

Quando o capacitor é ligado ao circuito,


Material dielétrico
as armaduras começam a acumular cargas
elétricas de mesma intensidade e sinais
opostos. Este fenômeno é chamado de
polarização do dielétrico. Não ocorre
nenhuma passagem de corrente elétrica
entre as armaduras.

Se a tensão aplicada ao capacitor for interrompida, a carga acumulada nas armaduras é


preservada devido ao campo eletrostático que se forma entre elas.

No entanto, se houver contato entre os terminais, uma descarga elétrica devolverá ao


circuito toda a energia acumulada, fazendo com que o capacitor retorne à sua condição
inicial de recarga.

Enquanto uma bateria normalmente levaria “muito” tempo para disponibilizar energia a um
circuito, ou seja, vários segundos, o capacitor pode disponibilizar a energia armazenada em
apenas poucos milissegundos. Desta forma, os capacitores são utilizados quando um pulso
rápido de energia é requerido para o funcionamento de algum dispositivo específico.

Além dessa aplicação, os capacitores são empregados na produção de campos elétricos e


também em circuitos de corrente e tensão alternada.

42
O armazenamento de energia num capacitor pode ser comparado ao armazenamento de ar
pressurizado num reservatório. Enquanto as paredes do reservatório suportarem, quanto
maior a pressão para comprimir o ar, maior será a quantidade de massa de ar existente no
reservatório. Da mesma forma, enquanto o limite de ruptura do material dielétrico não for
atingido, quanto maior a tensão existente entre as armaduras, maior será a quantidade de
carga armazenada no capacitor.

À capacidade de armazenamanto de energia em um capacitor dá-se o nome de capacitância.


A unidade normalmente utilizada para expressar capacitância é o Farad (F).

Na prática, as unidades mais convenientes são submúltiplos do Farad: microfarad (μF),


nanofarad (ηF) e picofarad (ρF). Normalmente, os capacitores utilizados nos circuitos
elétricos estão nestas faixas.

A capacitância é diretamente proporcional ao tamanho das armaduras e inversamente


proporcional à distância entre elas.

Capacitores eletrolíticos e cerâmicos são os mais empregados no campo da eletrônica.


Porém, é possível encontrar também aplicações que utilizam capacitores fabricados em
tântalo e alumínio.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 43


Bobina
A bobina, também chamada de enrolamento, é um componente que tem como função
produzir um campo magnético a partir de uma corrente elétrica de alimentação.

O fenômeno que explica o funcionamento de uma bobina é chamado de eletromagnetismo.

Quando um fio condutor é percorrido por uma corrente elétrica, um campo magnético
induzido por esta corrente surge automaticamente ao redor de todo o condutor.

1 - Corrente elétrica 1
2 - Campo magnético

Por se tratar de um campo magnético produzido pela eletricidade, dá-se ao mesmo o nome
de campo eletromagnético.

Se o condutor for curvado no formato de espiras, observa-se um aumento na intensidade do


campo eletromagnético. Desta forma, as bobinas são construídas na forma espiralada
visando maximizar o campo gerado.

44
Existem alguns fatores que podem influenciar significativamente a intensidade do campo
eletromagnético produzido por uma bobina:

• A intensidade do campo eletromagnético aumenta se mais espiras são introduzidas


na bobina.

3 espiras 6 espiras

6 Volts 6 Volts

• A intensidade do campo eletromagnético aumenta se houver aumento na corrente que


atravessa a bobina.

3 espiras 3 espiras

6 Volts 12 Volts

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 45


• A intensidade do campo aumenta se um núcleo metálico é inserido na bobina.

A configuração de núcleo metálico inserido na bobina é denominada eletroímã. Podem ser


também empregados núcleos cerâmicos para propiciar aumento na intensidade do campo.
A ausência de núcleo é denominada núcleo de ar.

O fio condutor empregado nos enrolamentos é de cobre, por se tratar de material condutor.
Em geral, estes fios recebem uma camada de verniz que os torna eletricamente isolados.
Desta forma, mesmo que uma espira encoste em outra, não haverá passagem de corrente
elétrica entre elas.

46
Relé
O relé é um dispositivo eletromecânico que tem como função realizar a comutação de
contatos elétricos, visando ligar ou desligar dispositivos.

Nos circuitos elétricos são empregados basicamente dois tipos de relés: os de 4 ou 5 pinos.

Relé universal de 4 pinos


O relé universal de 4 pinos comanda um circuito de alta potência por meio de um circuito de
baixa potência, evitando sobrecarregar interruptores e chaves de comando.

O relé recebe numerações padronizadas que têm a finalidade de identificar cada um de seus
terminais.

85 30
86

30

87

85

86 87

Numeração no relé Representação no esquema

Ao passar entre os pinos 85 e 86, pertencentes ao circuito de baixa potência, a corrente


elétrica atinge uma bobina que produz um campo magnético. Pela ação deste campo, o
contato de trabalho é atraído, interligando os pinos 30 e 87. Desta forma, a corrente elétrica
passa a fluir no circuito de alta potência.

A corrente aplicada à bobina do relé é chamada de corrente de comando, enquanto a


corrente que flui pelo circuito de alta potência é denominada corrente de trabalho.

Quando a corrente de comando é interrompida, o campo magnético produzido pela bobina


deixa de existir. Nesta condição, pela ação mecânica de uma mola, o contato de trabalho
volta à sua posição inicial, interrompendo a corrente de trabalho.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 47


As figuras abaixo demonstram o comportamento do relé universal de 4 pinos nos diferentes
contextos de energização de um circuito.

Circuito desligado

85 30

86 87

Circuito ligado

85 30

86 87

I = corrente de trabalho
(alta potência).

i = corrente de comando
(baixa potência).

48
Relé universal de 5 Pinos
Este relé possui a mesma função do relé universal de 4 pinos, com a exceção de que possui
um pino adicional denominado 87a (5º pino).

Na ausência da corrente de comando, o contato de trabalho mantém interligados os pinos


30 e 87a, permitindo a passagem da corrente de trabalho por este circuito. Nesta condição,
não existe contato entre os pinos 30 e 87.

A partir do momento em que a corrente de comando passa a fluir entre os pinos 85 e 86,
energizando a bobina produtora do campo magnético, o contato de trabalho é atraído,
interrompendo a ligação entre os pinos 30 e 87a e estabelecendo contato entre os pinos
30 e 87. Desta forma, a corrente de trabalho passa a fluir por outro circuito de alta potência.

Quando a corrente de comando é interrompida, o contato de trabalho volta à posição inicial,


interligando novamente os pinos 30 e 87a.

85 30

86

87 87a

30
85
86 87 87a

Numeração no relé Representação no esquema

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 49


As figuras abaixo demonstram o comportamento do relé universal de 5 pinos nos diferentes
contextos de energização de um circuito.

Circuito desligado

85 30

86 87 87a

Circuito ligado

85 30

86 87 87a

I = corrente de trabalho
(alta potência).

i = corrente de comando
(baixa potência).

50
SIMBOLOGIA APLICADA A ESQUEMAS ELÉTRICOS

Símbolo Descrição Símbolo Descrição


Regulador de resistência
Fusível do aquecimento interno
da cabine

Fusível de temperatura
Válvula eletromagnética

Cabo fusível

Motor elétrico

Bateria

Motor do Limpador de
para-brisas - 2 velocidades

Motor de partida

Motor de regulagem do
alcance do farol

Alternador Comutador de
acionamento manual

Comutador de
Termocontato temporizado acionamento por
temperatura

Comutador de tecla
de acionamento manual Relé

Comutador de Resistência variável


acionamento mecânico

Resistência variável em
Comutador de função da temperatura
acionamento por pressão

Comutador multipolar de Indicador de multifunções


acionamento manual

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 51


Símbolo Descrição Símbolo Descrição

Relé de comando
eletrônico
Acendedor de cigarros

Diodo

Diodo Zener
Buzina

Diodo luminoso

Conector

Instrumento indicador

Conector múltiplo

Unidade de comando
eletrônico
União de cabos
desconectáveis
Relógio analógico
União de cabos não
desconectáveis

Relógio digital
União no interior de um
componente
Indicador de consumo
(econômetro) União de múltiplos cabos
não desconectáveis

Sensor de velocidade
Conta de fricção

Lâmpada
Distribuidor de cabos

Lâmpada de duplo
filamento Válvula solenóide de corte
de combustível

Luz da cabine
Alarme sonoro

52
INTERPRETAÇÃO DE ESQUEMAS ELÉTRICOS

Exemplo de esquema elétrico

Lanterna de posição - Lado esquerdo 1

31 58
J25 4
S9
85 30 3 4A 2

2,5
cz/pt
AB4
1,0 1,5 6,0
ma cz/az vm
1,0
cz/pt
135
161

4
200

4,0 1,0
br/pt cz/pt

58 56 58L

E1 M1
Xz 31

1,5 1,0
pt/vm ma

A80 80

6,0
ma

5 44
6

169 170 171 172 173 174 175 176

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 53


1) Denominação dos circuitos elétricos

2) Área reticulada representando a caixa de relés e fusíveis

3) Posicionamento do relé na caixa central de relés e fusíveis (no caso, posição “4”)

4) Circuitos de corrente elétrica conduzidos através de cabos


Todos os interruptores de contato estão ilustrados em posição de repouso (desligados)

Legendas
Nos diagramas de circuitos elétricos, a representação dos componentes segue sempre
a mesma nomenclatura.
Exemplo: o interruptor de luzes é representado pela sigla E1.

E1 Interruptor de luzes
J25 Relé de lanternas
M1 Lanterna combinada com farol (L.E.)
T42 Conector de 42 vias (localizado atrás da grade frontal)
A4 Conexão à massa
80 Ligação à massa (olhal) (lado direito veículo)
135 Ligação à massa - 3 (no chicote/jogo de cabos do painel)
A80 Ligação (x) (no chicote/jogo de cabos do painel)

Designação de componentes

5) Massa do veículo
Os números nos circuitos indicam as localizações das conexões de massas no veículo.

6) Número guia das ligações


Tem como função facilitar a localização das ligações e componentes no veículo.

Código de cores dos cabos

br=branco li=lilás cz=cinza


am=amarelo az=azul pt=preto
vm=vermelho vd=verde ma=marrom

As informações deste tópico foram extraídas da Literatura Técnica e são


padronizadas para todos os demais modelos produzidos pela Volkswagen
Caminhões e Ônibus.

54
Explanação de simbologias no esquema

30
15
x
31
K9 K8
G5 7
1 S15 1
10A
K10 K11
8

9
1,0 0,35
2 az/vm ma/br
10
C/w
3 A20 36 81
0,35
ma/br

T42/25 T12/10 11
0,1 0,35 0,35 0,35 0,35
Li vd ma vd ma
6 12
4 T32/3 T32/17 T32/6 T32/7
G W
13
G1 G5
31 15a 15a 31
15a
31 14
0,5
ma
G X

5 G N71 15
31 31

0,5 16
6 ma

86 17
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 55


1) Denominação de um fusível

Indica que o fusível pertencente a esse K9


circuito (S15) é o de nº 15 na central de S15 G5
relés e fusíveis e tem capacidade de 10 A. 10A
K10

1,0 0,35

10A
2) Secção transversal (em mm²) e cor do K10
cabo

O número inserido na linha representativa do


cabo especifica a sua secção transversal 1,0 0,35
az/vm ma/br
(área) em mm2, enquanto as letras indicam a
cor da capa isolante do cabo.
C/w
A20 36
Em função da grande diversidade de 0,35
circuitos, são usadas capas com cores
únicas ou com combinações de cores,
facilitando a identificação dos cabos
correspondentes a cada ligação.

As cores dos cabos são representadas por Código de cores dos cabos
abreviações. A tabela com essas abreviações
encontra-se no lado esquerdo inferior do
esquema. br=branco li=lilás cz=cinza
am=amarelo az=azul pt=preto
vm=vermelho vd=verde ma=marrom
Ex.: 2,5 pt/am = cabo com secção
transversal de 2,5 mm² e capa isolante na
cor preta com listras amarelas.

3) Denominação da conexão de cabos


1,0 0
múltiplos az/vm m

Indica a localização da conexão de múltiplos C/w


cabos, de ligações não separáveis. A20
0,35
ma/br

T42/25 T12/10

56
4) Ponto de medição para o programa de T42/25
localização
0,1 0,35 0,35 0
Li vd ma v
O número dentro do círculo preto é
6
encontrado nos diagramas de circuitos T32/3 T32/17
elétricos, com marcação de acordo com o G
programa de localização de falhas.
G1
31 15a 15

5) Simbologia de representação dos


componentes
0,5
ma
Cada componente elétrico é representado G X
por um símbolo padrão, universal, que G N7
traduz graficamente sua função e
31 31
configuração interna. Os símbolos aplicados
aos circuitos elétricos dos caminhões 0,5
ma
Volkswagen estão registrados nas páginas a
seguir.

6) Conexões internas com linhas finas


G N71
31 31
Estas linhas representam as ligações
realizadas, não por cabos, mas pelos 0,5
condutores dos próprios componentes ma
(terminais de alimentação e saída).
86

15 16 17 18 19 20 21 2

7 e 13) Continuidade

Sempre que o espaço na página for insuficiente para mostrar a representação de um


circuito elétrico completo ou circuitos internos de um componente, sua continuação em
outra página ou local será indicada por uma seta.

0,35 0,35
vd ma
15
31
7 T32/6 T32/7
W
K9 K8
G5 1 G5
15a 31
K10 K11 15a
31

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 57


8) Número de posição de relé
15
Indica a posição do relé na caixa central de
31
relés e fusíveis. Sempre que o relé estiver
K9 K8
localizado na barra adicional, esse número
S15 G5 1
será acompanhado de um sufixo. (ex.: 1b) 10A
K10 K11

9) Denominação da conexão do relé na


central de relés
15
31
Indica a posição individual de cada contato,
K9 K8
referente aos terminais de um conector
S15 G5 1
múltiplo. 10A
K10 K11
Ex.: K11 conectado no pino 85 do relé 1 na
caixa central de relés.

10) Indicação de continuidade do cabo


1,0 0,35
az/vm ma/br
O número dentro do retângulo indica que o
cabo tem continuidade na barra de massa do
C/w
veículo, na posição indicada (numeração na 36 81
parte inferior da barra). 0,35
ma/br

T12/10

11) Conexão de um cabo a um


componente 1,0 0,35
az/vm ma/br

Indica que o cabo tem continuidade e está


C/w
conectado ao componente cujo código é A20 36
mencionado no diagrama. 0,35
ma/br
Exemplo: C/w
C = Alternador T12/10
w = terminal de contato do componente

58
12) Denominação de uma conexão 0,35 0,35 0,35
ma vd ma
Exemplo: T32/7
T32/17 T32/6 T32/7
W
Indica a ligação com determinado terminal
de um conector. No exemplo, a ligação é 1 G5
feita ao terminal de posição 7 de um 15a 31
15a
conector de 32 vias (T32) (localizado no
31
conjunto do painel de instrumentos).

14) Indicação de continuação de conexão T32/17 T32/6 T32/7


interna no componente W

A letra ou código da ligação indica que há G5


continuidade dessa conexão no próximo 15a 31
15a
esquema do circuito elétrico. 31

Exemplo: Linha 31, linha 15a.

15) Denominação de componentes

A descrição dos componentes encontra-se nas legendas do lado direito do esquema


elétrico, como demonstrado no exemplo abaixo.

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 59


16) Denominação de um borne de
conexão 0,5
ma
G X
As denominações dos bornes encontram-se
gravadas nos componentes e nos terminais G N71
dos conectores. 31 31

0,5
ma

17) Denominação de um ponto de massa 31 31


ou de uma conexão de massa na
0,5
junção com um cabo ma

Na legenda encontram-se os dados da união 86


do ponto de massa no veículo com o cabo
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 2
conectado.

60
RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Potência - página 18:

1) P=4400 W 2) I=2 A

3) I=0,6 A

Associação de resistores - página 40:

1) Req =4 Ω 2) Resistor R1 R2 R3 R4 R5
Tensão 6V 6V 6V 4,5 V 7,5 V
Corrente 1 A 0,5 A 1,5 A 1,5 A 1,5 A

3) Req =120 Ω

Resistor R1 R2 R3 R4
Tensão 10 V 2V 2V 2V
Corrente 0,1 A 0,05 A 0,02 A 0,03 A

Desenvolvimento da Rede - Treinamento 61


ANOTAÇÕES

62

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