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Ana Salema

O TEMPO
• A definição de TEMPO • Segundo a teoria da
oferece grandes relatividade, o TEMPO
dificuldades teóricas... depende do
observador, de tal
• Na Física, considerou-se forma que,
observadores distintos
até aos princípios do
em estado de
séc.XX, como ...
movimentos diferentes
qualquer coisa de absoluto, podem atribuir valores
um fluir contínuo diferentes para o tempo
independente de em que se dá o mesmo
observadores e medidas. acontecimento.

Ana Salema
O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo
respondeu ao tempo que não tem tempo para dizer ao tempo que o tempo do
tempo é o tempo que o tempo tem.

Ana Salema
O TEMPO
• A unidade básica de tempo é o • O cálculo do tempo faz-
dia = revolução completa da se através da divisão em
Terra em torno do seu eixo. 3 unidades naturais:
• Além do dia, temos outras • o dia
unidades naturais de tempo: • o mês
۞ o mês (tempo que a lua leva • o ano
na sua revolução em torno da Como nem o mês natural tem um nº
Terra). inteiro de dias, nem o ano natural
tem um nº inteiro de meses, têm
۞ o ano (tempo que a Terra leva sempre existido problemas de
na sua revolução em torno do ajustamento resolvidos de várias
Sol ). formas em diferentes sistemas
cronológicos.

Ana Salema
"Eu sei o que é o tempo, se não mo
perguntarem …“ Sto Agostinho

Ana Salema
O TEMPO
O último dia do ano
Não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
E novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis, farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e
coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.
O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus.../.../

Carlos Drummond de Andrade

Ana Salema
O CALENDÁRIO
O termo "calendário" resulta da palavra • No calendário lunar- solar -
"calendae", nome dado ao primeiro caso do calendário judeu -
dia de cada mês romano. tentou resolver-se este
problema inserindo nalguns
A principal função de um calendário é a anos um 13º mês.
de estabelecer datas e medir
intervalos de tempo iguais. • Um calendário semelhante foi
Antigamente o mês era a unidade mais também adoptado na antiga
importante. Roma até que, Júlio César em
46 a.C., introduziu um
calendário solar puro, o
No calendário mensal puro - caso do calendário juliano.Supôs-se que
calendário muçulmano – o ano tem o ano natural tinha 365 dias e
12 meses certos, não se tomando deu-se ao ano do calendário
em consideração a maior duração uma duração de 365 dias,
do ano solar, e, assim, o dia de Ano sendo a diferença compensada
Novo, vem cada vez mais cedo e cai de 4 em 4 anos, com um dia a
nas diversas estações do ano. mais no ano.
Ana Salema
O CALENDÁRIO GREGORIANO
Em 1582, o Papa Gregório XIII Papa Gregório XIII
introduziu o calendário
Gregoriano,com 365 dias,
sendo bissextos, com 366
dias, os anos cujos nºs são
divisíveis por quatro.
Este calendário tornou-se
progressivamente universal,
tendo sido introduzido na
China em 1912 e na Rússia
em 1918.

Ana Salema
Agarra o tempo...
“O Papalagui é uma compilação dos
discursos de Tuiavii, chefe da tribo
“O Papalagui* nunca está contente Tiavea, em Samoa, na Polinésia,
com o tempo que lhe coube e recolhidos pelo escritor holandês Erich
censura ao Grande Espírito por Scheurmann.”
não lhe ter dado mais. Chega
mesmo a blasfemar contra Deus e da No
ta Introd
a sua grande sabedoria, dividindo utória d
o l i vr o
e subdividindo cada novo dia que
nasce, segundo um plano
bastante preciso. Corta-o como se
cortaria em pedaços uma noz de
coco mole com um cutelo. As
várias partes têm todas elas um
nome: segundos, minutos, horas.”
* Homem branco, o estrangeiro

Ana Salema
“Somos nossa memória, somos esse quimérico museu de
formas inconstantes, esse montão de espelhos quebrados”
Jorge Luís Borges
São os rios
Somos o tempo. Somos a famosa
parábola de Heráclito, o Obscuro.
Somos a água, não o diamante bruto,
a que se perde, não a que repousa.
Somos o rio e somos aquele grego
que se vê no rio. Seu reflexo
muda na água do cambiante espelho,
no cristal que muda como o fogo.
Somos o vão rio prefixado,
rumo a seu mar. A sombra o cercou.
Tudo nos diz adeus, tudo se
distancia.
A memória não cunha sua moeda.
E todavia há algo que se queda
E todavia há algo que se queixa. A persistência da memória, Salvador Dali
Jorge Luís Borges

Ana Salema
MEDIR O TEMPO...
• A gnomónica, cujo nome
deriva de "gnómon" (ponteiro
solar em grego), é a medição
do tempo a partir da evolução
da sombra de uma vara
vertical ao solo, durante o dia
e ao longo do ano, segundo a
posição do sol.
• Esta é a técnica mais antiga
de medição do tempo,
situando-se, provavelmente,
cerca de 3000 a.C.

Ana Salema
Medir o tempo...
• As civilizações antigas mediam o tempo
através do sol, da areia e da água...

Ampulheta
16
00A
.C 330 d.C primeiras
referências à
ampulheta

Relógio de sol, usado pelas civlizações caldaico-


babilónica,egípcia e chinesa
créditos das imagens para www.britannica.com

Ana Salema
A Clepsidra ou relógio de água

• A palavra vem do grego, “ladrão


de água”, pois servia para limitar o
tempo de fala dos advogados,
aquando dos processos . Tratava-
se de um instrumento que media o
tempo através do
fluxo/escoamento de uma certa
quantidade de água que escorria
de um recipiente para outro.
• Pensa-se que foi inventada pelos
babilónios no século XVI a.C e
melhorada, depois, pelos gregos.
• A Clépsidra era pouco fiável, pois
a rapidez do fluxo variava em
função da temperatura e da
pressão da água, difíceis de
graduar.

Foto de uma clépsidra chinesa


Ana Salema
Em 429 a.C a Clepsidra
também já é utilizada na Grécia
CRONOS
Na mitologia grega, Cronos era vaticínio, Reia, mulher de
filho de Úrano (o Céu) e da Geia Cronos, entregava-lhe os
(a Terra). Incitado pela mãe e seus filhos para que este os
ajudado pelos irmãos, os titãs, devorasse mal nasciam. No
castrou o pai, tornando-se o entanto, Reia conseguiu
primeiro rei dos deuses. Cronos salvar o seu filho Zeus. Este
reinou durante um período de depois de crescer destronou
prosperidade, conhecido como o pai, expulsando-o do
a Idade Dourada. Era, porém, Olimpo e libertou todos os
ameaçado por uma profecia seus irmãos. Segundo a
segundo a qual seria vencido tradição clássica, Cronos
por um dos seus filhos. Para simbolizava o tempo e, por
que não se cumprisse este isso, Zeus, ao derrotá-lo,
conferira a imortalidade aos
deuses.
Adaptado do Dicionário de
Ana Salema Mitologia Grega e Romana, de
Pierre Grimal
À fragilidade da vida

Esse baixel nas praias derrotado


Foi nas ondas Narciso presumido;
Esse farol nos céus escurecido
Foi do monte libré, gala do prado.

Esse nácar em cinzas desatado


Foi vistoso pavão de Abril florido;
Esse Estio em Vesúvios encendido
Foi Zéfiro suave, em doce agrado.

Se a nau, o Sol, a rosa, a Primavera


Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Sentem nos auges de um alento vago,

Olha, cego mortal, e considera


Que és rosa, Primavera, Sol, baixel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.

Francisco de Vasconcelos (1665-1723),


FÉNIX RENASCIDA III

Ana Salema
Antes de Nós

Antes de nós nos mesmos arvoredos


Passou o vento, quando havia vento,
E as folhas não falavam
De outro modo do que hoje.

Passamos e agitamo-nos debalde.


Não fazemos mais ruído no que existe
Do que as folhas das árvores
Ou os passos do vento.

Tentemos pois com abandono assíduo


Entregar nosso esforço à Natureza
E não querer mais vida
Que a das árvores verdes.

Inutilmente parecemos grandes.


Salvo nós nada pelo mundo fora
Nos saúda a grandeza
Nem sem querer nos serve.

Se aqui, à beira-mar, o meu indício


Na areia o mar com ondas três o apaga,
Ana Salema Que fará na alta praia
Ana Salema Em que o mar é o Tempo?
RIcardo Reis

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