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TC-009.953/2002-0 - c/ 9 volumes
Apensos: TC-004.770/2001-0 - c/ 8 volumes
TC-004.772/2001-4 - c/ 2 volumes
TC-015.906/2001-8
TC-004.815/2002-1 - c/ 6 volumes
TC-004.816/2002-9 - c/ 4 volumes
TC-010.230/2003-9
TC-001.905/2008-6
Natureza: Prestação de Contas
Entidade: Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU
Responsáveis: Alderico Jefferson da Silva Lima (CPF
046.346.241-68), Nélida Ester Zacarias Madela (CPF
004.605.831-15), Jenner Melo de Souza (CPF
000.796.184-72), César Augusto Santiago Dias (CPF
226.032.201-87), Mônica Maria Libória Feitosa de Araújo
(CPF 323.439.224-20), Luiz Otávio Ziza Mota Valadares
(CPF 110.627.386-91), Élcio Loureiro Dias Gonçalves
(CPF 143.806.091-20), Adriana Queiroz de Carvalho (CPF
565.181.296-20), Antônio Felipe Sanchez Costa (CPF
061.900.227-15), Rivaldo Pinheiro Dantas (CPF
004.078.441-04), Osvaldo Marcolino Alves Filho (CPF
686.088.618-87), Maurício Cardoso Oliva (CPF
566.252.780-68), Aguinaldo José Teixeira (CPF
058.071.328-82), Ramiro Abrantes Lopes Ribeiro (CPF
714.510.567-53), José Santana de Vasconcellos Moreira
(CPF 011.154.216-20) e José Dias da Silva Filho (CPF
720.074.867-68)
Advogados: Carlos Pinto Coelho Motta (OAB/MG
12.228), Leonardo Motta Espírito Santo (OAB/MG
81.884), Maria de Lourdes Flecha de Lima Xavier
Cançado (OAB/MG 80.050)
Sumário: PRESTAÇÃO DE
CONTAS. RELATÓRIOS DE
AUDITORIA JUNTADOS.
AUDIÊNCIA DOS
RESPONSÁVEIS. ALGUMAS
IRREGULARIDADES
DESCARACTERIZADAS.
OUTRAS CONFIGURADAS.
CONTAS DO EX-DIRETOR-
PRESIDENTE IRREGULARES.
CONTAS DOS DEMAIS
RESPONSÁVEIS REGULARES
COM RESSALVA.
1. Não é cabível a contratação, por
inexigibilidade de licitação, de
empresa para realizar manutenção de
elevadores, com base em atestado de
exclusividade de utilização da marca
do elevador.
2. Para a contratação por dispensa de
licitação com base no art. 24, inciso
XIII, da Lei nº 8.666/93, é preciso
que haja nexo entre o dispositivo
legal, o objeto a ser contratado e a
natureza da instituição.
3. A inviabilidade técnica ou
econômica do parcelamento das
obras, serviços e compras por parte
da administração deve ser
devidamente justificada, uma vez
que a regra é o parcelamento, de
forma a ampliar a competitividade
dos certames.
RELATÓRIO
1. Introdução
4. Proposta de encaminhamento
Por meio da licitação nº RE-49B foram licitadas, em lote único, as obras relativas aos
sistemas viários do entorno das estações de Joana Bezerra, Porta Larga, Monte
Guararapes, Prazeres, Cajueiro Seco, além da Região TIMBI e Cosme e Damião
(estação planejada).
Dada a natureza e localização das obras, não se justifica sua licitação em lote único,
contrariando entendimento já pacificado por esta Corte por impossibilitar uma maior
participação de licitantes e a conseqüente obtenção de melhor proposta para a
administração. ”
...
8. Em seguida, expõe os diversos grupos que deverão fazer parte do trabalho, conforme
previsto no Edital da RE-32, quais sejam:
9. Sobre a suposta invasão de competência na esfera federal quanto à matéria aqui tratada, o
responsável aduz que a CBTU recebeu da União, por delegação, para a contratação do citado
estudo para elaboração do Plano Diretor de Transportes Urbanos, à luz do Acordo de
Empréstimo firmado com o BIRD, “aprovado pela Procuradoria Geral da República e pelo
Senado Federal, e em consonância com os interesses do Governo do Estado de Pernambuco”.
10. O responsável alega que a contratação das obras do sistema viário do entorno das
estações em lote único se deu em virtude “de as principais obras se concentrarem na Linha Sul,
onde estão localizadas as Estações de Joana Bezerra, Porta Larga, Monte Guararapes,
Prazeres, Cajueiro Seco, que em conjunto totalizam cerca de 90% dos serviços previstos”.
11. Nesse sentido, continua, “a CBTU visando o melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis, a ampliação da competitividade e da economicidade, sem perda de economia de
escala, realizou a licitação em um único lote”.
12. Para suportar tal assertiva, informa que 26 empresas adquiriram o edital, das quais cinco
apresentaram proposta, e que o valor contratado (R$ 5.594.793,43) foi 18,9% inferior ao valor
orçado pela CBTU (R$ 6.900.000,00), “confirmando ter sido a licitação, na forma concebida
pela CBTU, em único lote, competitiva e economicamente vantajosa para a Administração”.
...
II - ANÁLISE TÉCNICA
16. A primeira, de que essa contratação faz parte do acordo de financiamento firmado entre o
Governo Brasileiro e o Banco Mundial, que “delegou à CBTU a coordenação e Execução do
Programa de Descentralização dos Trens Metropolitanos de Recife” (v. item 6), não ocorrendo,
assim, invasão à competência da União sobre a matéria.
17. A outra premissa diz respeito à previsão de que houve, no Edital de Licitação nº RE-32,
Seção V, a garantia de que caberá ao Estado de Pernambuco, por intermédio de seus órgãos, a
responsabilidade pela coordenação técnica executiva. Para comprová-la, aponta os diversos
grupos técnicos que foram previstos nessa licitação (v. item 8). Com isso, tampouco estaria a
CBTU agredindo a competência do Estado nesse objeto.
20. O Decreto nº 89.396, de 22 de fevereiro de 1984 definiu, em seu artigo 2º, parágrafo 2º, o
objeto social da CBTU, dando-lhe a seguinte abrangência:
“
I- a execução dos planos e programas aprovados pelo Ministério dos Transportes, em
consonância com o Plano Nacional de Viação e destinada a reger os serviços de transporte
ferroviário urbano constantes do Sistema Nacional de Transportes Urbanos;
IV- o gerenciamento das participações societárias das União, RFFSA, e EBTU em empresas de
transporte ferroviário metropolitano e urbano, de pessoas;
V- a execução de atividades conexas que lhe permitam melhor atender seu objeto social ”.
(grifamos)
21. Fácil, pois, é perceber que o objeto social da CBTU está adstrito às atividades inerentes ao
serviço de transporte ferroviário urbano.
22. A Lei nº 8.693/93, que dispõe sobre a descentralização dos serviços de transporte
ferroviário coletivo de passageiros, urbano e suburbano, da União para os Estados e
Municípios, autoriza, em seu artigo 3º, “a cisão da CBTU, mediante a criação de novas
sociedades constituídas para esse fim, cujo objeto social será, em cada caso, a exploração de
serviços de transporte ferroviário coletivo de passageiros, urbano e suburbano,
respectivamente nos Estados e Municípios onde esses serviços são atualmente prestados”
(grifamos).
23. A cisão da CBTU, conforme estatuído em lei, e como seria lógico de se esperar, dar-se-á
com a transferência de seu objeto social às novas sociedades criadas. Mais uma vez se ressalta
a sua limitação ao transporte ferroviário urbano e também suburbano de passageiros, excluída
qualquer ingerência sobre políticas e estudos relativos a outras modalidades de transporte.
“Project Objectives: The broad objectives of the proposed project are: (a) the development
of na integrated urban transport system for the RMR under the existing regional
transportation coordination comission (EMTU) established to coordinate and recommend
common policies on pricing, regulation, financing, project evaluation and selection; (b) the
decentralization of the CBTU-REC subdivision from the federal to state level; (c) the
reduction of the environmental (mainly air quality and noise) impacts on the RMR due to
motor vehicles and the promotion of non-motorized transport modes; and (d) the
development of special strategies and actions to improve accessibility of the poor to
employment centers, health and education facilities.”
25. Da tradução do texto acima, em suma, temos que o referido Projeto contém os seguintes
alvos:
26. Percebe-se, então, que a ação buscada pela CBTU está inserida no primeiro dos objetivos
listados acima do referido Projeto de Descentralização. Claro também está que o próprio
Projeto reconhece que tais ações competem à esfera estadual, por meio da EMTU.
27. É verdade que coube à CBTU a função executora do citado Projeto, conforme o artigo 2º
da Resolução do Senado Federal nº 8, de 1996, que autorizou a contratação do empréstimo
fornecido pelo BIRD para financiar parcialmente essas ações (fl. 133).
28. Não vemos, contudo, a partir daí, uma prorrogação da competência da CBTU que lhe
possibilitasse agir em nome próprio, porém no interesse do Estado de Pernambuco e dos
municípios da Região Metropolitana do Recife - RMR, e contratar serviço que transborda
claramente sua competência legal.
31. Segundo, porque não garante a efetiva participação dos diversos entes políticos e
administrativos afetados. Não podemos considerar que uma simples previsão editalícia de
criação de diversos fóruns de estudo possa significar uma concreta participação, de modo a
refletir a real vontade dos diversos entes interessados em tal estudo.
32. A Região Metropolitana de Recife – RMR foi criada por meio da Lei Complementar nº 14,
de 8 de junho de 1973, juntamente com as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza.
33. A RMR é composta pelos municípios (10) de Recife, Cabo, Igarassu, Itamaracá, Jaboatão
dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista e São Lourenço da Mata.
34. Para cada Região foi prevista a existência de um Conselho Deliberativo e de um Conselho
Consultivo (art. 2º). O Conselho Deliberativo é presidido pelo Governador do Estado, contando
com outros cinco membros. Já o Conselho Consultivo deve ser criado por lei estadual, com um
representante de cada município, tendo as seguintes atribuições, conforme estabelecido no art.
3º da LC nº 14/73:
35. Fica patente, então, que projetos que afetem a Região Metropolitana do Recife, relativos ao
seu desenvolvimento integrado, como é o caso de um Plano Diretor de Transportes Urbanos,
não pode ser promovido unilateralmente por parte de uma empresa pública federal, que possui
competência para atuar em apenas uma das diversas modalidades de transporte envolvidas.
36. Importante também aqui repisar a competência da União, Estados e Municípios sobre a
matéria.
37. O artigo 21, inciso XX, da Constituição Federal estabelece que compete à União instituir
diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento e transporte
urbanos. Já o artigo 25, § 3º, estabelece que compete aos Estados a instituição de regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microregiões, constituídas por agrupamentos de
municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.
40. O art. 41, inciso II, dessa norma, por sua vez, estabelece que o Plano Diretor é instrumento
obrigatório para cidades integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. Esse
Plano, conforme previsto no art. 40, § 4º, desse diploma, deve contar com a participação da
população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade, tanto em sua
elaboração quanto na sua fiscalização e implementação, devendo tal participação ser garantida
pelo poderes legislativo e executivo municipais.
41. Atente-se, ainda, para o fato de que, no caso de cidades com mais de quinhentos mil
habitantes (casos de Recife, e Jaboatão dos Guararapes, na RMR, segundo o IBGE), deverá ser
elaborado um Plano de Transporte Urbano Integrado, compatível com o Plano Diretor ou nele
inserido (art. 41, § 2º).
42. Por todos os elementos acima expostos, fica evidente que a elaboração de um Plano
Diretor de Transportes Urbanos (equivalente ao Plano de Transporte Urbano Integrado,
previsto pelo Estatuto da Cidade) é uma atividade que não pode ser promovida sem a garantia
da inserção política de todos os municípios que por ele serão afetados.
44. Causa espécie que a CBTU, em vez de ser apenas partícipe nesse Plano Integrado, uma
vez que é responsável por apenas uma das diversas modalidades de transportes previstas, venha
a liderar todo o processo.
45. O papel da CBTU como responsável pela condução do Projeto de Descentralização dos
Trens Metropolitanos de Recife deve ser entendido dentro das limitações que o ordenamento
jurídico lhe impõe. O papel de executor do Projeto de Descentralização é uma decorrência
natural de sua condição de atual responsável pela gestão do serviço que se pretende transferir
ao estado; até mesmo porque a imensa maioria dos componentes do projeto se enquadra
perfeita em suas atribuições e competências.
46. As atividades que porventura escapem de sua competência, como é o caso da execução do
Plano Diretor de Transportes Urbanos - PDTU da RMR, e que estejam previstas no Projeto,
não significam um obstáculo intransponível. Caberia à CBTU, na condição de executora do
Projeto, buscar junto às entidades competentes a realização dos itens que lhe refujam à
competência, provendo-lhes os meios para essa execução. Nunca, porém, assumindo de per si a
execução de tarefas que não lhe são próprias.
47. Trazemos, por oportuna, a lição do mestre Hely Lopes Meirelles (in Direito Administrativo
Brasileiro, 19ª ed.), acerca do princípio da legalidade, aqui afrontado pela CBTU:
“A legalidade, como princípio de administração (CF, art. 37, caput), significa que o
administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da
lei e às exigências do bem comum, e deles não pode se afastar ou desviar, sob pena de
praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o
caso.
48. O eminente doutrinador também tece comentários acerca de atos com excesso de poder,
aqui também cabível:
“O excesso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato,
vai além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede,
portanto, sua competência legal e, com isso, invalida o ato, porque ninguém pode agir em
nome da Administração fora do que a lei lhe permite. O excesso de poder torna o ato
arbitrário, ilícito e nulo.
(...)
Essa conduta abusiva, através do excesso de poder, tanto se caracteriza pelo
descumprimento frontal da lei, quando a autoridade age claramente além de sua
competência, como , também, quando ela contorna dissimuladamente as limitações da lei,
para arrogar-se poderes que não lhe são atribuídos legalmente. Em qualquer dos casos, há
excesso de poder, exercido com culpa ou dolo, mas sempre com violação da regra de
competência, o que é o bastante para invalidar o ato assim praticado.” (grifamos).
49. Concluindo, quanto ao tópico, a contratação por meio da Licitação nº RE-32 e contrato nº
015-02/DT da execução do “NOVO PLANO DIRETOR DE TRANSPORTES DA REGIÃO
METROPOLITANA DO RECIFE” representou grave infração à norma legal, por caracterizar a
contratação de objeto que refoge à competência legal da CBTU.
50. Assim, opinamos no sentido de que seja determinada à CBTU a anulação da Licitação nº
RE-32 e de seu contrato decorrente, por conter objeto inidôneo em relação à competência da
referida Companhia, com afronta ao princípio da legalidade insculpido no artigo 37, caput, da
Constituição Federal.
51. O Sr. Luiz Otávio Mota Valadares busca justificar, inicialmente, o agrupamento, na mesma
licitação, das obras do sistema viário de acesso a estações metroviárias constantes de rubricas
orçamentárias distintas (Programas de Trabalho relativo à Linha Sul e ao trecho TIP-TIMBI).
Tal junção se justificaria pelo fato de 90% das estações estarem localizadas no projeto da Linha
Sul.
52. A licitação das obras em lote único implicou, conforme o responsável, a ampliação da
competitividade e da economicidade, sem perda de economia de escala (v. item 11).
§ 1º. As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas
parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à
licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à
ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala. ( Redação dada pela Lei
nº 8.883, de 08.06.94 ) ” (grifamos).
57. O artigo 3º do Estatuto das Licitações, por sua vez, assim dispõe:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam
preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes
ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
objeto do contrato”.
58. Associando os dois dispositivos, vê-se que o parcelamento da licitação em tantas parcelas
quanto se comprovem técnica e economicamente viáveis é um imperativo ao administrador.
59. No caso em apreço, mais do que cristalina é a possibilidade da licitação das obras em lotes
distintos, posto que se trata de sistemas viários de acesso a estações distintas, obras sem
qualquer comunicação umas com as outras.
60. As estações, na Linha Sul, distam entre si, em média, cerca de 1,2 Km, conforme quadro
adiante, atentando-se, por exemplo, para a distância de cerca de 12 Km entre a estação
Cajueiro Seco e a estação Joana Bezerra, fato que comprova a autonomia dessas obras, de
caráter eminentemente pontual:
61. Isso sem considerarmos a distância existente entre a Estação Cajueiro Seco e a Estação
TIMBI, cujas obras de acesso viário foram agrupadas por argumento puramente lógico, não
econômico ou técnico, ou seja, dado o fato de que 90% das obras se localizam na Linha Sul,
foram licitadas também lá as obras de acesso do trecho TIP-TIMBI. Esse raciocínio nos parece
demasiadamente frágil para superar o imperativo legal do parcelamento.
62. A argumentação, a posteriori, com dados resultantes do procedimento em lote único levado
a cabo pela CBTU, de que houve incremento da competitividade e da economicidade também se
mostra por demais tênue.
63. Primeiro, porque qualquer resultado obtido poderia ser oposto, no tocante à quantidade de
licitantes. Afirma o responsável que 26 empresas adquiriram o edital, dando azo ao seu
argumento de aumento de competitividade. Indagamos: Comparado a quê ? Quantos teriam
adquirido o edital se a licitação fosse feita em vários lotes ? O fato de 26 empresas adquirirem
o edital e apenas 5 apresentarem proposta realmente representa uma comprovação do aumento
da competitividade, nessa forma de licitar ? Essa última questão, parece-nos, inclusive, indicar
o sentido contrário, haja vista que 81% dos licitantes adquirentes do edital fugiram do certame.
Por que razão ?
64. Segundo, porque não se pode agora contrapor o valor efetivamente contratado com aquele
que poderia advir de várias contratações, não servindo de justificativa de economicidade, posto
que a nada é comparado, exceto ao valor orçado pela própria CBTU.
65. A decisão sobre parcelamento deve recair sobre fundamentos técnicos e econômicos. Era
possível tecnicamente a divisão dos serviços em parcelas distintas ? Sim, pois distintos já eram
tais serviços. Era economicamente inviável realizá-los em vários
lotes ? O responsável não conseguiu demonstrar a inviabilidade econômica dessa divisão,
contra a tendência natural em sentido contrário.
66. A contratação em lote único, indubitavelmente, requer uma empresa ou consórcio com
capacidade técnico-operacional muito superior ao que seria requerido para uma empresa, por
exemplo, que fosse contratada para execução do sistema viário de acesso de uma ou poucas
estações, daí ser natural a fuga de empresas menores do certame e a perda de competitividade.
68. A divisão em lotes, conforme determina o ordenamento, deve ser feita em tantas parcelas
quanto se revelem técnica e economicamente viáveis. A determinação da quantidade dessas
parcelas em uma licitação cabe à Administração, não se constituindo, porém, em atividade
situada no campo puramente discricionário, de cuja motivação possa o administrador fugir.
Deve ser comprovada a decisão de dividir-se, ou não, o objeto, em termos de viabilidade
técnica e econômica, nos termos do art. 23, § 1º, da Lei nº 8.666/93.
69. Assim, chamado a oferecer justificativas para a realização de licitação em lote único,
caberia ao responsável demonstrar a viabilidade técnica e econômica de sua decisão, o que,
infelizmente, não logrou realizar, à luz de seus parcos argumentos.
70. Uma vez não demonstrada a viabilidade técnica e econômica da realização em único lote
da licitação nº RE-49B, que originou o contrato nº 20-01/DT, resta caracterizada a prática de
ato de gestão com grave infração à norma legal, motivo por que rejeitamos as razões de
justificativa apresentadas .”
TC 004.816/2002
“...
“
O 7º Termo Aditivo ao Contrato nº 020-98/DT importou acréscimo de 27,91% em
relação ao valor do contrato original, contrariando os limites estabelecidos no art. 65,
§§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666/93 e não se enquadrando nos casos EXCEPCIONALÍSSIMOS
admissíveis, previstos pela Decisão TCU/Plenário nº 215/99, uma vez que não se
atendeu ao disposto no item 8.1, letra b, item VI, do referido julgado, por não restar
demonstrado que o atendimento ao limite legal significaria sacrifício INSUPORTÁVEL
e GRAVÍSSIMO ao interesse público primário.
Tem-se ainda que considerar que apesar de poder ser operado em caráter experimental,
as obras da Estação Camaragibe (Timbi) sequer se encontram concluídas, uma vez que
foram suprimidos do contrato o fornecimento e instalação de escadas rolantes e
elevadores.
“
Termos Aditivos nºs 05 e 06 do Contrato 26-98/DT firmados retroativamente,
respectivamente, em 28.12.2001 e 28.03.2002, caracterizando descumprimento do item
8.2.5 da Decisão TCU/Plenário nº 978/2001,proferida na Sessão de 21.11.2001.
...
15. O responsável considera, entretanto, tal item atendido, não obstante a ausência de
parâmetros objetivos para medir o seu alcance, uma vez que a alternativa de nova licitação e
contratação seria por demais onerosa em relação ao aditamento promovido.
17. Aponta, em seguida, os benefícios que adviriam à comunidade pela entrada em operação
do trecho TIP-TIMBI:
20. O responsável finaliza suas justificativas alegando que os prejuízos acima descritos que
teriam advindo de nova licitação “seriam superiores, no mínimo, em R$ 140.000,00 ao valor
acrescido através do termo de alteração nº 07”.
21. Com isso, entende que a decisão de firmar o 7º Termo de Alteração “foi adequada à
preservação do interesse público primário, atendendo ao disposto no item 8.1b) da Decisão
TCU/Plenário 215/99”.
22. Reproduzimos, abaixo, na íntegra, as razões apresentadas pelo Sr. Luiz Otávio Mota
Valadares:
...
II - ANÁLISE TÉCNICA
25. É equivocado o entendimento demonstrado pelo responsável quanto ao valor que deveria
servir de base para o cálculo do valor máximo permitido pela legislação quando da elaboração
do 4º Termo de Alteração – 4º TA.
26. Lembremos que, por meio do 3º TA, foi excluído item de natureza provisional que constava
do contrato original, por atentar contra o artigo 7º, §4º, da Lei nº 8.666/93, que assim dispõe:
Art. 7º. As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão
ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
(...)
§ 4º. É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de
materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não
correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.” (grifamos).
27. Desse modo, a retirada desse item, por meio do 3º TA, nada mais representou que a
extirpação da planilha de itens do contrato originalmente firmado de um elemento que não
possuía embasamento legal para lá constar. Assim, a correção do valor contratual efetuada pelo
3º Termo de Alteração teve efeito ex tunc.
28. O contrato em questão já estava viciado em sua origem por conter item ilegal em sua
planilha, não devendo ser admitido que um item com vício insanável possa integrar o valor
contratual para fins de cálculo do limite legal de majoração a que o referido contrato estaria
adstrito, como entende a CBTU.
29. Houve, portanto, de fato, a celebração de Termo Aditivo que elevou o valor do contrato
para montante superior ao permissivo legal. Contudo, não houve a efetiva realização de
serviços que importassem desembolso da Administração em montante superior àquele limite,
descaracterizando, portanto a irregularidade, vez que o artigo 65, § 1º, da Lei nº 8.666/93 deixa
claro que a vedação é no sentido prático, efetivo:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
(...)
§ 1º. O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte
e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os
seus acréscimos. ” (grifamos).
30. Pelo exposto, em que pese as justificativas trazidas pelo responsável apontarem em sentido
equivocado quanto ao valor base de cálculo dos acréscimos de serviços, não se lhe pode
imputar responsabilidade pelo fato de que não se efetivou o acréscimo de serviços previsto no 4º
Termo de Alteração ao Contrato nº 03-99/DT.
32. O contrato nº 20-98/DT foi firmado no valor original de R$ 20.995.800,00. Por meio do 1º
Termo de Alteração, teve o seu valor majorado em 24,07%, devido a alterações de escopo,
representando uma elevação de R$ 5.053.056,96 no valor contratual, que passou a ser de R$
26.048.856,96.
33. Posteriormente, por intermédio do 2º Termo de Alteração, tal contrato sofreu novo
acréscimo de quantitativos, com uma majoração de R$ 186.495,93 em seu valor total, passando
a somar R$ 26.235.352,89, o que significa um montante 24,96% acima do originalmente
celebrado.
34. Por meio do 7º Termo de Alteração Contratual, firmado em 27.12.2001 (fls. 02/14, Vol. I),
foram novamente alterados quantitativos de itens da Planilha de Serviços do Contrato nº 20-
98/DT, importando um acréscimo de R$ 621.052,74 (seiscentos e vinte e um mil e cinqüenta e
dois reais e setenta e quatro centavos) no montante do referido contrato, que foi modificado
para R$ 26.856.405,87, significando um incremento de 27,91% em relação à soma inicialmente
pactuada.
8.1. com fundamento no art. 1º , inciso XVII, § 2º , da Lei nº 8.443/92, e no art. 216, inciso II, do
Regimento Interno deste Tribunal, responder à Consulta formulada pelo ex-Ministro de Estado
do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, Gustavo Krause Gonçalves
Sobrinho, nos seguintes termos:
39. Reproduzimos, também, trecho do item VI, do Relatório que embasou o Voto do Ministro-
Relator na Decisão em tela, para maior esclarecimento sobre o sentido e alcance desse
decisum:
“VI
(...)
Além de bilaterais e qualitativas, sustentamos que tais alterações sejam
excepcionalíssimas, no sentido de que sejam realizadas quando a outra alternativa – a
rescisão do contrato, seguida de nova licitação e contratação – significar sacrifício
insuportável do interesse coletivo primário a ser atendido pela obra ou serviço. Caso
contrário, poder-se-ia estar abrindo precedente para, de modo astucioso, contornar-se a
exigência constitucional do procedimento licitatório e a obediência ao princípio da
isonomia.
Ora, se o interesse coletivo primário exigir a revisão contratual, esta deve ser
implementada pela Administração, porque aquele é seu objetivo, ademais indisponível.
Sabe-se que a rescisão contratual, por interesse público, com vistas a nova licitação e
contratação, a que já se fez referência, traz uma série de conseqüências: a indenização de
prejuízos causados ao ex-contratado, como, por exemplo, os custos com a dispensa dos
empregados específicos para aquela obra; o pagamento ao ex-contratado do custo da
desmobilização; os pagamentos devidos pela execução do contrato anterior até a data da
rescisão; a diluição da responsabilidade pela execução da obra; e a paralisação da obra
por tempo relativamente longo – até a conclusão do novo processo de contratação e a
mobilização do novo contratado –, atrasando o atendimento da coletividade beneficiada.
Somente quando tais conseqüências forem gravíssimas ao interesse coletivo primário é que
se justificaria a revisão contratual, qualitativa e consensual, que importe em superação dos
limites econômico-financeiros previstos nos §§ 1º e 2º da Lei 8.666/93. (...) ” (grifamos)
40. A questão aqui debatida não se refere ao aspecto qualitativo ou quantitativo das
modificações promovidas no projeto, posto que já superada tal discussão no curso da própria
execução do Levantamento de Auditoria, mas se tais modificações se enquadrariam nos casos
excepcionalíssimos em que as conseqüências advindas de uma nova contratação implicassem
sacrifício insuportável para o interesse público primário.
41. Da simples leitura da Decisão TCU/Plenário nº 215/99 se sobressai o caráter mais que
excepcional da possibilidade de que alterações qualitativas no objeto contratual possam
implicar majoração do valor contratual além do limite permitido pela Lei nº 8.666/93.
44. Se assim o fosse, bastaria a ocorrência de alterações qualitativas no objeto para ver
permitida a desconsideração do limite estabelecido no art. 65, §1º, da Lei nº 8.666/93, posto
que os efeitos de uma nova contratação normalmente refletem algum tipo de prejuízo, como os
já mostrados.
45. A Decisão TCU/Plenário nº 215/99 não indica tal complacência mas aponta no sentido
inverso, como demonstram as próprias expressões nela utilizadas: “hipóteses ...
excepcionalíssimas”, “satisfeitos cumulativamente os seguintes pressupostos”, “sacrifício
insuportável ao interesse público primário”, “gravíssimas a esse interesse”, “urgência e
emergência”.
46. As justificativas trazidas pelo responsável demonstram o atendimento de alguns, mas não
de todos os incisos do item 8.1, “b” da referida Decisão, em especial, do seu inciso VI.
47. Destaca, inicialmente, o Sr. Luiz Otávio Mota Valadares que uma nova contratação
acarretaria atraso no cronograma de entrega das obras sem, contudo, demonstrar o sacrifício
insuportável que tal atraso traria ao interesse público primário.
48. Lembremos que metas a cumprir com o BIRD, Governo Estadual são relativas ao interesse
da própria Administração e, portanto, atendem ao interesse público secundário.
49. Além disso, destacamos que a obra em questão vem sendo executada desde 1993
(considerando o primeiro ano de aporte de recursos), ou seja há quase dez anos, com inúmeras
postergações dos prazos previstos de conclusão, o que afasta o caráter de emergência em sua
conclusão, considerando o interesse coletivo primário.
50. O responsável aponta também como justificativa a antecipação dos benefícios trazidos pelo
projeto tais como a redução no número de linhas de ônibus, a diminuição da poluição ambiental
e a arrecadação tarifária. Aqui também se misturam interesses primários e secundários (o
aumento da arrecadação da CBTU, por exemplo), sendo que não restou demonstrado que o não
alcance desses benefícios significa prejuízo insuportável ou conseqüências gravíssimas à
coletividade, que importasse o caráter urgente e emergencial dessa alteração contratual, capaz
de caracterizar o caso como excepcionalíssimo.
51. Deve-se ainda considerar que o pleno alcance dos benefícios citados pelo responsável
requerem a finalização do projeto como um todo, incluído aí vários serviços constantes do
Programa de Trabalho da Linha Sul, como a sinalização viária, os sistemas de comunicação,
etc.
52. No trabalho de campo realizado, nos foi informado que a operação do Trecho TIP-Timbi
prevista para setembro/2002, se dará a título precário, conforme comentado no próprio
Relatório de Levantamento de Auditoria, uma vez que não haverá possibilidade de trafegar
trens nos dois sentidos, simultaneamente, enquanto não se concluir os sistemas necessários de
sinalização e comunicação.
53. A opção adotada pela CBTU representou uma economia de, no mínimo, R$ 140 mil,
conforme afirma o responsável. Ocorre que, além de não ser demonstrado tal cálculo, essa
“economia” já se encontra prevista no primeiro inciso do item 8.1.”b” da Decisão
TCU/Plenário nº 215/99. Ou seja, o mínimo que se poderia esperar de uma alteração contratual
efetivada às custas de uma nova licitação seria a economicidade do ato. Daí ser a condição de
número um a que devem ser seguidas, cumulativamente, as demais.
54. Não vemos, portanto, a alteração contratual realizada pelo 7º TA ao contrato nº 020-
98/DT, como enquadrada nas hipóteses excepcionalíssimas previstas na Decisão TCU/Plenário
nº 215/99, posto que não restou comprovado que a decisão por uma nova contratação
acarretaria prejuízo insuportável, gravíssimo, ao interesse coletivo primário, considerando a
urgência e emergência de tais serviços, que o distingam dos casos corriqueiros de alteração
qualitativa de objeto, posto que comuns, e não excepcionais, os seus resultados.
55. No tocante ao contrato em questão, dada sua expiração em 31.12.2001, fica prejudicada
qualquer proposta no sentido de anulação do Termo Aditivo firmado e nova contratação,
restando apenas a apuração de responsabilidade pela irregularidade.
56. Nesse sentido, rejeitamos as razões de justificativa oferecidas pelo Diretor-Presidente da
CBTU, quanto ao presente item de audiência.
58. Ocorre que os Termos de Alteração nºs 5 e 6, relativos ao Contrato nº 26-98/DT, foram
firmados retroativamente, respectivamente, em 28.12.2001 e em 28.03.2002.
59. O responsável justifica-se afirmando que a CBTU vem desenvolvendo esforços no sentido
de aprimorar os seus procedimentos internos e evitar tais práticas.
59. O resultado desse esforço, como noticia, é visto nesse próprio caso, uma vez que apenas
dois aditivos relativos a um mesmo contrato foram firmados retroativamente, contra a situação
anterior em que eram freqüentes os aditamentos feitos de forma retroativa.
62. É fato que alterações contratuais retroativas era a prática usual da CBTU em relação ao
presente projeto. É fato também que no Levantamento de Auditoria realizado apenas foram
identificados os casos acima descritos.
63. Tais fatos devem ser tidos como atenuantes na conduta irregular praticada, porém, não são
suficientes para elidir objetivamente a conduta irregular.”
É o relatório.
VOTO
UBIRATAN AGUIAR
Ministro-Relator
ACÓRDÃO Nº 336/2008 - TCU - PLENÁRIO
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam da Prestação de Contas da
Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU referente ao exercício de 2001.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão
Plenária, em:
9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea "b" da Lei nº 8.443,
de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 19, parágrafo único, e 23, inciso III, da mesma Lei e
com os arts. 1º, inciso I, 209, inciso II, 210, § 2º e 214, inciso III do Regimento Interno,
julgar irregulares as contas do Sr. Luiz Otávio Ziza Mota Valadares e aplicar-lhe a multa
prevista no art. 58, inciso I, da citada Lei, c/c o art. 268, inciso I do Regimento Interno, no
valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a" do
Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional.
9.2. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a
cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação, na forma da legislação em
vigor;
9.3. autorizar desde logo o pagamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas
mensais e consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443/92, c/c art. 217 do Regimento
Interno, caso solicitado pelo responsável, fixando-se o vencimento da primeira parcela em
quinze dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada trinta dias,
devendo incidir sobre cada parcela, atualizada monetariamente, os juros de mora devidos,
na forma prevista na legislação em vigor;
9.3.1. alertar o responsável de que a falta de comprovação do recolhimento de
qualquer parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º
do art. 217 do Regimento Interno deste Tribunal;
9.4. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II da Lei n.º
8.443, de 16 de julho de 1992 c/c os arts. 1º, inciso I, 208 e 214, inciso II, do Regimento
Interno, julgar regulares com ressalva as contas dos Srs. Alderico Jefferson da Silva Lima,
Nélida Ester Zacarias Madela, Jenner Melo de Souza, César Augusto Santiago Dias,
Mônica Maria Libória Feitosa de Araújo, Élcio Loureiro Dias Gonçalves, Adriana Queiroz
de Carvalho, Antônio Felipe Sanchez Costa, Rivaldo Pinheiro Dantas,
Osvaldo Marcolino Alves Filho, Maurício Cardoso Oliva, Aguinaldo José Teixeira, Ramiro
Abrantes Lopes Ribeiro, José Santana de Vasconcellos Moreira e José Dias da Silva Filho,
dando-se-lhes quitação.
9.5. determinar à Direção da CBTU que advirta seu Departamento Jurídico de que a
emissão de pareceres jurídicos, que não estejam fundamentados em razoável interpretação
das normas ou com grave ofensa à ordem jurídica, ou que deixem de considerar
jurisprudência consolidada desta Corte ou, ainda, que ignorem determinações proferidas à
entidade, podem resultar na apenação dos consultores jurídicos que concorreram para a
irregularidade praticada;
9.6. determinar à CBTU que restrinja as contratações por dispensa de licitação com
fulcro no art. 24, inciso XIII, da Lei nº 8.666/93, aos casos em que esteja comprovado o
nexo entre o mencionado dispositivo, a natureza da instituição e o objeto a ser contratado,
observando sempre a razoabilidade do preço praticado;
9.7. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o
fundamentam, à Procuradoria da República em Pernambuco, em atenção aos Ofícios
MPF/PRPE/1º OTC nº 39/2006, 169/2004-4º OTC/PRPE/MPF e 228/2004/MPF/3º OTC.