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Deus é auto existente, isto é, ele tem sem Si mesmo a base da Sua existência. Às
vezes esta ideias é expressa dizendo-se que Ele é a causa sui (a Sua própria causa), mas
não se pode considerar exata esta expressão, desde que Deus é o não acusado, que existe
pela necessidade do Seu próprio Ser e, portanto, necessariamente. O homem, por outro
lado, não existe necessariamente, e tem a causa da sua existência fora dele próprio.
A idéia da auto existência de Deus era geralmente expressa pelo termo aseitas
(asseidade), significando auto originado, mas os teólogos reformados em geral o
substituíram pela palavra indenpendentia (independência), expressando com ela não
somente que Deus é independente em Seu Ser, mas também que é independente em
tudo mais: em Suas virtudes, decretos, obras, e assim por diante.
Pode-se dizer que há um tênue vestígio desta perfeição na criatura, mas isto só
pode significar que a criatura, conquanto absolutamente dependente, tem sua existência
própria e distinta. Mas, naturalmente, longe está de ser auto existente.
A Imutabilidade de Deus
Em virtude deste atributo, Ele é exaltado acima de tudo quanto há, e é imune de
todo acréscimo ou diminuição e de todo desenvolvimento ou decadência em Seu Ser e
em Suas perfeições. Seu conhecimento e Seus planos, Seus princípios morais e Suas
Volições permanecem sempre os mesmos.
Até a razão nos ensina que não é possível nenhuma mudança em Deus, visto que
qualquer mudança é para melhor ou para pior. Mas em Deus, a perfeição absoluta,
melhoramento e deterioração são igualmente impossíveis.
A Eternidade de Deus
Deus é um Deus infinito e esta infinidade pode ser melhor compreendida quando
a observamos sob três aspectos: Sua perfeição absoluta (em relação aos Seus atributos),
Sua eternidade (em relação ao tempo) e Sua imensidade (em relação ao espaço).
Sua Eternidade. A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada
eternidade – Sua eternidade. A forma em que a Bíblia apresenta a eternidade de Deus é
simplesmente a de duração pelos séculos sem fim, Sl 90.2; 102.12; Ef 3.21.
Devemos lembrar, porém, que ao falar como fala, a Bíblia emprega linguagem
popular, e não a linguagem da filosofia. Geralmente pensamos na eternidade de Deus da
mesma maneira, a saber, como duração infinitamente prolongada, para trás e para
diante. Mas este é apenas um modo popular e simbólico de representar aquilo que, na
realidade, transcende o tempo e dele difere essencialmente.
Nossa existência é assinalada por dias, semanas, meses e anos; não é assim a
existência de Deus. A nossa vida se divide em passado, presente e futuro, mas não há
essa divisão na vida de Deus. Ele é o eterno “Eu Sou”.
A sua eternidade pode ser definida como a perfeição de Deus pela qual Ele é
elevado. Acima de todos os limites temporais e de toda sucessão de momentos, e tem a
totalidade da Sua existência num único presente indivisível. A relação da eternidade
com o tempo constitui um dos mais difíceis problemas da filosofia e da teologia, talvez
de impossível solução em nossa condição atual.