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Contabilidade de Custos

Curso para FISCAL 2015


Professor: Silvio Sande

PRODUÇÃO CONJUNTA E CUSTOS CONJUNTOS

A Produção Conjunta ocorre quando diversos produtos resultam da mesma matéria prima.
A produção conjunta é mais comum no caso da Produção Contínua, mas também pode ocorrer na
Produção por Ordem.
Quando a partir de determinada matéria-prima são produzidos mais de um produto, os custos
incidentes nas fases de produção em que ainda não existe uma separação dos produtos derivados são
chamados custos conjuntos. Tais custos serão apropriados aos produtos derivados utilizando-se
determinado critério de rateio.

A partir de determinado momento, denominado Ponto de Cisão, os produtos derivados das mesmas
Matérias Primas são individualizados.

Tais produtos derivados são denominados co-produtos ou produtos principais aqueles produzidos
simultaneamente como resultado da mesma Matéria-Prima e do mesmo processo, ocupando cada um
deles posição relevante no mercado, do ponto de vista da empresa. Como exemplo, podemos citar a
carne e o couro, co-produtos derivados do gado.

Subprodutos Os subprodutos tem como característica básica o valor de vendas e condições de


comercialização normais, relativamente tão assegurados quanto os produtos principais, surgem em
decorrência normal do processo produtivo, só que possuem pouca relevância dentro do faturamento
global da empresa. Têm um tratamento diferenciado dentro da Contabilidade de Custos, à medida que
são produzidos, têm seu valor líquido de realização considerado como redução do custo de elaboração
dos produtos principais, mediante débito aos Estoque de Subprodutos e o crédito aos Custo de
Produção. Considera-se como valor Líquido de Realização, o valor da venda menos as despesas de
vendas, os custos eventualmente necessários ao término e preparação para a venda e, eventualmente,
uma margem de lucro. Esse procedimento, facilita que se obtenha relativamente rápido a estimativa de
um valor para o estoque, considerando o custo dos subprodutos como recuperação departe do custo
de produção, fazendo com que a atenção da empresa esteja voltada para os itens de produção que são
propriamente relevantes.

sucatas (resíduos ou sobras) – As sucatas podem ou não ser decorrentes do processo produtivo e
não têm valor de venda e condições de negociação boa. Para a Contabilidade de Custos, as sucatas
não recebem nenhuma atribuição de custo, mesmo que elas sejam inerentes ao processo produtivo e
surjam como itens normais em uma produção contínua, principalmente, pela problemas relativos a

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obtenção da receita. Quando são vendidas, têm suas receitas registradas como Receitas Eventuais
dentro da rubrica de Outras Receitas Operacionais. Até que sejam comercializadas, permanecem fora
da Contabilidade.

Uma das características dos subprodutos que os diferencia das sucatas é que aqueles têm condições
de comercialização normais, isto é, as vendas são praticamente certas, no entanto, seu faturamento é
irrelevante quando comparado ao dos produtos principais (co-produtos).

01. (FCC/SEFAZ/SP/2013) Considere as seguintes assertivas:


I - Itens gerados de forma normal durante o processo de produção possuem mercado de venda
relativamente estável e representam porção ínfima do faturamento da empresa.
II - Itens cuja venda é realizada esporadicamente por valor não previsível no momento em que surgem
na produção.
III - Itens consumidos de forma anormal e involuntária durante o processo de produção.

Com base nas terminologias de custos, as assertivas I, II e III referem-se, respectivamente, a


(A) sucatas, subprodutos e custos.
(B) subprodutos, sucatas e perdas.
(C) subprodutos, perdas e gastos.
(D) sucatas, coprodutos e perdas.
(E) sucatas, perdas e subprodutos.

02. (FCC/SEFAZ/2009) No processo produtivo, as perdas normais e as sucatas devem receber o


tratamento contábil expresso em:
a) Perdas Normais - Seu custo deve ser lançado como despesas do mês. // Sucatas - Devem ser
lançadas como redução dos custos do mês.
b) Perdas Normais - Seu custo deve ser agregado ao produto de sua origem. // Sucatas - Não recebem
custos.
c) Perdas Normais - Devem ser lançadas como outras despesas não-operacionais. // Sucatas - Devem
receber custos.
d) Perdas Normais - Devem ser custeadas separadamente. // Sucatas - Devem receber custos da
mesma forma que um produto normal da empresa.
e) Perdas Normais - Devem ser lançadas como despesas não-operacionais. //Sucatas - Devem ser
lançadas como redução de custos do mês.

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03. (CESGRANRIO/LIQUIG’AS/2014) Nas indústrias, em geral, é até bastante comum o


surgimento de sucatas no processo produtivo, ou fora dele, e de subprodutos, sendo que os últimos
surgem somente no processo produtivo. A maior ocorrência dessas duas situações, notadamente a
segunda, é nas indústrias com produção conjunta.

Nesse contexto, quando as indústrias negociam essas sucatas e esses subprodutos, a condição de
comercialização é
a) anormal para os dois, com os subprodutos tendo melhor preço de venda.
b) anormal para os dois, mas com as sucatas tendo melhor mercado comprador.
c) normal, tanto para as sucatas quanto para os subprodutos.
d) normal, mas somente para as sucatas.
e) normal, mas somente para os subprodutos.

04. (FCC/SEFAZ/PI/2015) Os coprodutos


(A) não são objetos de custeio pelas empresas.
(B) possuem pouquíssima relevância dentro do faturamento global da empresa.
(C) não têm valor de venda ou condições de negociabilidade boas.
(D) são assim chamados por serem oriundos de duas matérias primas similares.
(E) têm os custos apurados com o uso de critérios de apropriação de custos conjuntos.

05. (FCC/SEFAZ/SP/2009) No processo produtivo, as perdas normais e as sucatas devem receber o


tratamento contábil expresso em:

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06. Analise as afirmações abaixo quanto a sua veracidade.


1 Sucatas são itens cuja venda é esporádica e realizada por valor não previsível na data em que
surgem na fabricação. Por isso, não só não recebem custos, como também não têm sua eventual
receita considerada como diminuição dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidades
razoáveis na empresa, não aparecem como estoque na contabilidade. Quando ocorre sua venda, têm
sua receita considerada como Outras Receitas Operacionais.

2 Subprodutos são itens cuja venda é esporádica e realizada por valor não previsível na data em que
surgem na fabricação. Por isso, não só não recebem custos, como também têm sua receita
considerada como diminuição dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidades razoáveis
na empresa, não aparecem como estoque na contabilidade. Quando ocorre sua venda, têm sua receita
considerada como Outras Receitas Operacionais.

3 Sucatas são itens cuja venda é realizada por valor não previsível na data em que surgem na
fabricação. Por isso, não só não recebem custos, como também têm sua eventual receita considerada
como diminuição dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidades razoáveis na empresa,
não aparecem como estoque na contabilidade. Quando ocorre sua venda, têm sua receita considerada
como Outras Receitas Operacionais.

4 Subprodutos e Sucatas são itens cuja venda é esporádica e realizada por valor não previsível na data

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em que surgem na fabricação. Por isso, não só não recebem custos, como também têm sua eventual
receita considerada como aumento dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidades
razoáveis na empresa, não aparecem como estoque na contabilidade. Quando ocorre sua venda, têm
sua receita considerada como Outras Receitas Operacionais.

5 Sucatas são itens cuja venda é realizada por valor previsível na data em que surgem na fabricação.
Por isso, não só não recebem custos, como também não têm sua eventual receita não considerada
como diminuição dos custos de produção. Mesmo que não existam em quantidades razoáveis na
empresa, não aparecem como estoque na contabilidade. Quando ocorre sua venda, têm sua receita
considerada como Outras Receitas Não-Operacionais.

É verdadeira a afirmação:
A) I.
B) II.
C) III.
D) IV.
E) V.

Apropriação dos custos conjuntos aos co-produtos

1)Método do Valor de Mercado:

Total dos custos conjuntos: $ 45.000

Distribuição dos $45.000 de Custos Conjuntos feita proporcionalmente à participação do Coproduto na


receita:

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Esse resultado daria os seguintes custos por quilo:

Apropriação dos custos conjuntos aos co-produtos

1)Método Iguadade do Lucro Bruto:

Total dos custos conjuntos: $ 45.000

Distribuição dos $45.000 de Custos Conjuntos feita proporcionalmente à participação do Coproduto na


receita:

Esse resultado daria os seguintes custos por quilo:

Distribuição dos $45.000 de Custos Conjuntos feita proporcionalmente à participação do Coproduto na


receita:

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Esse resultado daria os seguintes custos por quilo:

07. (CESGRANRIO/LIQUIGAS/2013) Uma indústria que trabalha de forma contínua e produz os


coprodutos, X; Y; Z; e W apresentou as seguintes informações relativas exclusivamente a tais
coprodutos, anotadas num determinado período produtivo.

Apropriação dos custos do período aos coprodutos: método do valor de mercado.


Considerando exclusivamente as informações recebidas e a boa técnica da apropriação dos custos
conjuntos aos coprodutos, o custo alocado ao coproduto Z, em reais, é
(A) 160.000,00
(B) 225.000,00
(C) 250.000,00
(D) 270.000,00
(E) 300.000,00

08. (CESPE/SEFAZ/ES/2012) Suponha que uma indústria produza três produtos — calças, camisas
e camisetas — e que apresente custos totais conjuntos de R$ 80.000,00. Suponha, ainda, que os
custos conjuntos sejam distribuídos aos produtos, tendo-se como base de rateio o volume de vendas
no mercado conforme a tabela a seguir.

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De acordo com a situação hipotética e a tabela apresentadas, assinale a opção em que são indicados,
respectivamente, os custos conjuntos unitários dos três produtos.
A R$ 68,57; R$ 45,71 e R$ 22,86
B R$ 45,32; R$ 32,75 e R$ 32,80
C R$ 52,47; R$ 32,75 e R$ 22,86
D R$ 68,57; R$ 45,71 e R$ 32,80
E R$ 52,47, R$ 45,71 e R$ 22,86

09. (ICMS SP – VUNESP – 1997) A empresa Pastor Rodrigues Comércio de Carnes Ltda.
Adquiriu em um determinado mês, 10 (dez) bois vivos, ao preço de R$ 340,00 cada, com
ICMS incluso de 18%. Durante o processo de abate de todos os animais, a empresa
incorreu nos seguintes custos operacionais:

Mão-de-obra direta R$ 503,00


Custos indiretos R$ 1.045,00

O produto acabado é vendido no mercado pelos seguintes preços de venda:


Filé mignon R$ 10,00/kg
Picanha R$ 11,00/kg
Alcatra R$ 6,00/kg
Demais carnes (preço médio) R$ 5,00/kg
Miúdos R$ 2,00/kg
Ossos e couros R$ 1,00/kg

A produção total foi de:


Filé mignon 30kg
Picanha 40/kg

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Alcatra 45/kg
Demais carnes (preço médio) 800/kg
Miúdos 120/kg
Ossos e couros 50/kg
A empresa atribui custos aos diferentes produtos com base no valor de venda dos mesmos.
Considerando os dados acima, pode-se afirmar que os custos de produção da picanha e da alcatra
foram, respectivamente,
A) R$ 821,00 e R$ 612,00.
B) R$ 715,00 e R$ 158,00.
C) R$ 612,00 e R$ 821,00.
D) R$ 365,00 e R$ 226,00.
E) R$ 360,00 e R$ 221,00.

10.(CESGRANRIO) A Cia. Ômicron utiliza o método do valor de mercado para apropriação dos
custos conjuntos aos três co-produtos A, B e C, produzidos da mesma matériaprima.

São os seguintes os custos de produção:


- Matéria-prima: R$ 10.000.000;
- Mão-de-obra e encargos: R$ 6.000.000;
- Outros custos industriais: R$ 2.000.000.

São os seguintes os valores de venda, por quilograma, e as quantidades produzidas:


Co-produtos ..Valor de venda por kg Quantidade produzida .Valor total de
venda R$
A.......................R$ 480..................10.000 kg............. 4.800.000
B ......................R$ 160..................60.000 kg..............9.600.000
C.......................R$ 240..................40.000 kg..............9.600.000
Total -............................................... ....................24.000.000

Considerados os dados fornecidos, pode-se afirmar que os custos conjuntos, por quilo, a serem
apropriados aos co-produtos A, B e C são, respectivamente, de
A) R$ 163,64; R$ 163,64; R$ 163,64.
B) R$ 218,18; R$ 218,18; R$ 218,18.
C) R$ 360,00; R$ 120,00; R$ 180,00.
D) R$ 480,00; R$ 160,00; R$ 240,00.

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E) R$ 981,90; R$ 54,57; R$ 122,74.

11.(CESGRANRIO/TRANSPETRO/2011) A indústria ZE que utiliza a mesma matéria-prima na sua


linha de produtos, ao final de um período produtivo, apresentou o seguinte quadro de dados:
Linha de Produtos Preço de Venda por kg Produção em Kg
ZA 62,50 20.000
ZB 39,00 50.000
ZC 60,00 30.000
Custos conjuntos da produção 2.800.000,00

Considerando-se exclusivamente os dados informados, a boa técnica da contabilidade de custos e


sabendo que a indústria ZE aloca os custos conjuntos aos produtos pelo método da igualdade do lucro
bruto, o custo alocado ao produto ZB, em reais, é de
(A) 550.000,00
(B) 850.000,00
(C) 1.092.000,00
(D) 1.100.000,00
(E) 1.400.000,00

12) (Petrobrás 2006 – Contador Jr. Cesgranrio) A Indústria de Alimentos Alterosa S/A
produz queijo e manteiga no mesmo processo produtivo, a respeito do qual apresentou as
informações a seguir.
• Em março de 2005, consumiu 4.000.000 litros de leite na produção dos co-produtos.
• No processo produtivo, normalmente, há uma perda de 25% do total do leite.
• O preço pago aos produtores foi, em média, R$ 2,00 por litro.
• O total da produção do mês foi de 2.000.000 kg de queijo e 1.000.000 kg de manteiga.
• Além da matéria-prima, os demais custos conjuntos do período foram de R$ 4.000.000,00.
• Os dois produtos são vendidos por R$ 12,00 e R$ 8,00 / kg,respectivamente.

Com base nos dados acima, o valor do custo conjunto atribuído ao queijo, pelo método de apropriação
do valor de mercado, em reais, é:
(A) 4.000.000,00
(B) 6.666.666,00
(C) 8.000.000,00
(D) 8.333.333,00

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(E) 9.000.000,00

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS


PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 16(R1)
Estoques

Objetivo

O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para os estoques.


A questão fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a ser reconhecido
como ativo e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. Este
Pronunciamento proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre
o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo qualquer redução ao valor
realizável líquido. Também proporciona orientação sobre o método e os critérios usados para atribuir
custos aos estoques.

Definições
Estoques são ativos:
(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios;
(b) em processo de produção para venda; ou
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de
produção ou na prestação de serviços.

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos
estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda.

Valor justo é aquele pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado entre partes
interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que
pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.

O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com a venda do
estoque no curso normal dos negócios. O valor justo reflete a quantia pela qual o mesmo estoque pode
ser trocado entre compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor
específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, o valor realizável líquido dos
estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva

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venda.

Mensuração de estoque
Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor
realizável líquido, dos dois o menor.

Custos do estoque
O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como
outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais.

Custos de aquisição
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e
outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro,
manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços.
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação
do custo de aquisição.

Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades


produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. Também
incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos
para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são
aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais
como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os
custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles que variam
diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos
tipos de mão-de-obra indireta.

Capacidade normal de produção


A capacidade normal é a produção média que se espera atingir ao longo de vários períodos em
circunstâncias normais; com isso, leva-se em consideração, para a determinação dessa capacidade
normal, a parcela da capacidade total não-utilizada por causa de manutenção preventiva, de férias
coletivas e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade.

Um processo de produção pode resultar em mais de um produto fabricado simultaneamente. Este é,


por exemplo, o caso quando se fabricam produtos em conjunto ou quando há um produto principal e
um ou mais subprodutos. Quando os custos de transformação de cada produto não são

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separadamente identificáveis, eles devem ser atribuídos aos produtos em base racional e consistente.
Essa alocação pode ser baseada, por exemplo, no valor relativo da receita de venda de cada produto,
seja na fase do processo de produção em que os produtos se tornam separadamente identificáveis,
seja no final da produção, conforme o caso.

Exemplos de itens não-incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa do período em
que são incorridos:

(a) valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos de produção;


(b) gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e
outra fase de produção;
(c) despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição atuais;
e
(d) despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes.

Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de
varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem do custo. O custo-padrão
leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de consumo, da mão-de-
obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente revisto à luz das
condições correntes. As variações relevantes do custo-padrão em relação ao custo devem ser alocadas
nas contas e nos períodos adequados de forma a se ter os estoques de volta a seu custo.

Critérios de valoração de estoque


O custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de bens ou serviços
produzidos e segregados para projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação
específica dos seus custos individuais.

O custo dos estoques, que não seja o tratado acima, deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a
Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. A entidade deve usar o
mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a
entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios
de valoração.

Valor realizável líquido

O custo dos estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiverem danificados, se se
tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiverem diminuído. O custo

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dos estoques pode também não ser recuperável se os custos estimados de acabamento ou os custos
estimados a serem incorridos para realizar a venda tiverem aumentado. A prática de reduzir o valor de
custo dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de
que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam
realizadas com a sua venda ou uso.

Reconhecimento como despesa no resultado

Quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens deve ser reconhecido como
despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. A quantia de qualquer redução dos
estoques para o valor realizável líquido e todas as perdas de estoques devem ser reconhecidas como
despesa do período em que a redução ou a perda ocorrerem. A quantia de toda reversão de redução
de estoques, proveniente de aumento no valor realizável líquido, deve ser registrada como redução do
item em que for reconhecida a despesa ou a perda, no período em que a reversão ocorrer.

13. (FCC/2010) De acordo com a Resolução CFC no 1.170/09, que aprovou a NBC T 19.20 –
Estoques, os estoques devem ser mensurados pelo:
a. ( ) valor de custo ou valor de mercado, dos dois o menor.
b. ( ) valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.
c. ( ) valor de custo ou valor de mercado, dos dois o maior.
d. ( ) valor de custo ou valor justo, dos dois o menor.
e. ( ) valor de custo ou valor realizável líquido, dos dois o maior.

14. Todos os gastos a seguir compõem os custos de produção e devem compor os estoques de
produtos acabados, exceto:
a) aluguel da fábrica;
b) ajuste dos estoques ao valor realizável líquido;
c) frete sobre compra de matéria-­‐prima;
d) custos fixos alocados com base na capacidade normal;
e) salários do pessoal da administração.

15. Os custos de estoques não incluem:


a) juros de financiamento de compras a prazo de estoques;
b) preço de compra;
c) impostos e taxas de importação;

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d) perdas normais de materiais;


e) gastos de fabricação fixos e variáveis.

16.(ESAF/CVM/2010) Assinale a opção que não corresponde à verdade.


O Conselho Federal de Contabilidade - CFC aprovou a Resolução NBC T 19.20, relativa a Estoques,
para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2010. Referida resolução leciona que:
a) o valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem
como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais.
b) os estoques, objeto desta Norma, devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor
realizável líquido, dos dois o menor.
c) o custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e
outros tributos, os custos de transporte, seguro, manuseio e outros, deduzido de descontos comerciais,
abatimentos e outros itens semelhantes.
d) o custo dos estoques que não possa ser avaliado pelo valor específico, deve ser atribuído pelo uso
do critério primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS), último a entrar, primeiro a sair (UEPS) ou pelo
critério do custo médio ponderado.
e) Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as
unidades produzidas e a alocação sistemática de custos indiretos de produção, que sejam incorridos
para transformar os materiais em produtos acabados.

17. (FCC/TCE/AP/2012) Compõe o custo dos estoques:


(A) valor de perdas de materiais decorrentes de desajuste de máquinas por faltas de peças de
manutenção.
(B) gastos de armazenagem de produtos acabados, em decorrência de parada de exportações por
greve nos portos.
(C) gastos com hospedagem de desenvolvedor de fornecedor e controlador de qualidade.
(D) valor das amostras para avaliação entregues pelos vendedores para os clientes.
(E) gastos com seguros das matérias-primas do fornecedor até a fábrica.

18. (FCC/TRF1ª/2011).. Em relação ao tratamento dos estoques, é correto afirmar que


(A) todos os tipos de estoques, independentemente da forma ou uso, quando evidenciados no balanço,
devem estar mensurados pelo valor realizável líquido.

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(B) aos custos dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de bens ou serviços,
produzidos e segregados para projetos específicos, devem ser atribuídos valores pelo método Primeiro
a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS).
(C) a prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é
consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores
àquelas que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso.
(D) o custo dos estoques de prestador de serviços deve incluir as margens de lucro e os gastos gerais
não atribuíveis que são frequentemente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.
(E) o custo de aquisição dos estoques, em conformidade com o estabelecido nas normas contábeis
atuais, compreende o preço de compra, os impostos de importação, os tributos, recuperáveis ou não,
demais gastos atribuíveis à aquisição de produtos acabados, os materiais e serviços, os descontos
comerciais, os abatimentos e outros itens semelhantes inerentes ao processo de realização.

19. (FCC/TCE/AP/2012) Considera-se capacidade normal de produção a


(A) capacidade total instalada da entidade para produzir, sem considerar as necessidades de
manutenção preventiva e de férias coletivas que podem ser aplicadas ou não.
(B) média que se espera atingir ao longo de vários períodos em condições normais, considerando as
necessidades de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes
considerados normais para a entidade.
(C) menor produção obtida no último ano de produção, estabelecendo-se assim um padrão de
referência para a entidade.
(D) maior produção obtida nos últimos doze meses desconsiderando, caso haja, os meses que a
entidade atinja a capacidade instalada total, considerando as necessidades de manutenção preventiva,
de férias coletivas e de outros eventos semelhantes.
(E) capacidade total instalada da entidade para produzir considerando as necessidades de manutenção
preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade.

ENCOMENDAS DE LONGO PRAZO DE EXECUÇÃO


A regra geral é a de acumulação dos custos para sua transferência ao resultado apenas por ocasião da
entrega, quando há o reconhecimento também da receita. E esse deve ser o procedimento, sempre
que possível.
Se, entretanto, uma empresa trabalha pouquíssimas ordens ou encomendas por vez ou mesmo apenas
uma, e elas são de longa duração (mais de um ano), pode ser necessária uma alteração.

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Critério da Proporcionalidade do Custo Total: A empresa verifica quanto foi incorrido em cada período
como parte do custo total previsto para o contrato, apropriando também a mesma porcentagem da
receita total. Exemplo: a empresa tem uma estimativa de custo total de $10.000.000 para uma
encomenda, e a contrata por $15.000.000; no primeiro ano, incorre num custo total de $4.000.000, o
que a faz apropriar $6.000.000 de receita. Se tiver recebido mais do que os $6.000.000 de seu cliente,
terá o excedente contabilizado como Passivo Circulante (Adiantamentos, Serviços a Executar); se tiver
recebido menos, a diferença aparecerá no Ativo Circulante (na forma de Contas a Receber, Serviços
Executados a Faturar etc

20(CESGRANRIO/PETROBRAS/2015) Uma indústria fechou uma encomenda de longo prazo de


execução, com a produção por ordem, firmando a estimativa de preço de R$ 2.800.000,00 com uma
estimativa de custos de R$ 1.820.000,00.
No primeiro ano, os custos da produção, anotados na ordem, alcançaram R$ 455.000,00, e a empresa
recebeu do contratante o valor de R$ 750.000,00.
Considerando somente as informações recebidas e adotando o método da proporcionalidade do custo,
a receita dessa ordem contabilizada pela empresa, em reais, é
(A) 50.000,00
(B) 455.000,00
(C) 487.500,00
(D) 700.000,00
(E) 750.000,00

21. (FGV 2008) Um estaleiro assina um contrato de longo prazo para a construção de um navio. O
preço total é $ 520.000 e o custo estimado da obra é de $ 380.000. No primeiro ano, o estaleiro
incorre em custos de $ 90.000 diretamente vinculados à produção do navio. O valor do lucro bruto a
ser apresentado pelo estaleiro no primeiro ano, considerando as Normas Brasileiras de Contabilidade, é
de:
a) $ 430.000.
b) $ 140.000.
c) zero.
d) $ 283.800.
e) $ 33.158.

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Tratamento do custo de empréstimos destinados a financiar estoque na produção por


ordem.

Trata-se de uma alteração na contabilidade que afeta Custos. Este assunto é tratado no
Pronunciamento CPC 20 – Custo de Empréstimos:

Custos de empréstimos são juros e outros custos em que a entidade incorre em conexão com o
empréstimo de recursos.

Ativo qualificável é um ativo que, necessariamente, demanda um período de tempo substancial para
ficar pronto para seu uso ou venda pretendidos.

Dependendo das circunstâncias, um ou mais dos seguintes ativos podem ser considerados ativos
qualificáveis:
(a) estoque;
(b) planta para manufatura;
(c) usina de geração de energia;
(d) ativo intangível; e
(e) propriedade para investimento

A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente atribuíveis à aquisição,
à construção ou à produção de ativo qualificável como parte do custo do ativo. A entidade deve
reconhecer os outros custos de empréstimos como despesa no período em que são incorridos.

22. (CESGRANRIO/BNDES/2013) De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 20(R1),


aprovado pela Deliberação CVM no 672, de 20 de outubro de 2011, que trata de custos de
empréstimos, um ativo qualificável é aquele que
a) é utilizado de imediato, mas somente como ativo de renda.
b) é financiado integralmente por capitais de terceiros de longo prazo.
c) demora um período substancial para ficar pronto para uso ou venda.
d) fica pronto em curto prazo, sendo financiado por capital de terceiros de longo prazo.
e) tem prazo curto para ficar pronto, desde que financiado a curto prazo.

TRATAMENTO FISCAL DA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

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A Secretaria da Receita Federal estabeleceu critérios para a avaliação de estoques, estabelecendo o


conceito de Sistema de Custos Integrado e Coordenado com o restante da escrituração contábil como
aquele que:
I – Seja apoiado em valores originados da escrituração contábil (MP, MOD e CIF);
II – permita a determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos Estoques de Matérias-Primas e
outros materiais, Produtos em Elaboração e Produtos Acabados;
III – seja apoiado em livros auxiliares, ou fichas, ou formulários contínuos, ou mapas e apropriação ou
rateio, tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da escrituração
principal;
IV – permita avaliar os Estoques existentes na data de encerramento do período-base de apropriação
de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.

Caso a sociedade não possua o sistema de custos integrado e coordenado com o restante da
escrituração, o Regulamento do Imposto de Renda estabelece os seguintes critérios para avaliação dos
estoques para produtos em elaboração e acabados.
I- para os materiais em processamento (produtos em elaboração), uma vez e meia o maior custo das
Matérias-Primas adquiridas no período-base ou 80% do valor dos Produtos Acabados, determinado de
acordo com o item seguinte;
II – para os Produtos Acabados, 70% do maior preço de venda no período-base. Cabe observar que o
Custo da Matéria-Prima deve ser considerado excluindo-se a parcela do ICMS e o preço de venda do
Produto Acabado deve ser considerado incluindo-se o valor do ICMS.

23. (AFTE/RS/2014) Uma empresa deverá avaliar seus estoques de mercadoria de revenda ao custo
das últimas entradas quando n ão mantém um sistema de custos integrados. Para o caso de estoques
vinculados à sua própria fabricação, a indústria deverá avaliar os estoques de produtos em processo
por:
A) 80% do valor dos produtos acabado.
B) 70% do custo do produto acabado.
C)60% do menor preço de venda.
D) 60% do maior preço de venda.
E) 50% do maior preço de venda.

GABARITO
Dez/Und 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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0 X B B E E B A E A E
1 C B E B E A D E C B
2 D E C A

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