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Yasmin Nascimento – 5º Período – Febre, Inflamação e Infecção


– O ponto de ajuste, ou também ponto fixo (37,1ºC) é para onde todos os mecanismos buscam
convergir para esse ponto;
 FEBRE: é uma resposta natural adaptativa e sistêmica a um evento de estresse fisiológico, que
recorre a mecanismos neuronais, endócrinos e autonômicos para realizar um acerto na
temperatura corporal.
o As causas de febre são amplas e esses estímulos conduzem a produção de substâncias
 A temperatura corporal é controlada pelo balanço entre pirógenas que podem ser exógenas ou endógenas. Os exógenos podem produzir febre
a produção e a perda de calor; se a por si mesmo ou pela indução de pirógenos endógenos, após serem fagocitados, os
intensidade/velocidade da produção é superior a perda, estímulos atuam normalmente a nível dos receptores TLR (toll-like), proteínas do
o calor se acumula e a temperatura se eleva, o inverso é sistema imune.
verdadeiro. o Os pirógenos endógenos são principalmente: IL-1 (mais potente), IF-alfa, TNF-alfa e
 A produção de calor é um dos produtos do metabolismo, o TNF-beta (aumentam e mantem alteração do ponto de ajuste hipotalâmico);
e isso inclui a intensidade metabólica, a intensidade o A IL-1 é uma citocina sinalizadora entre as
extra causada pelas atividades musculares, efeito da células do sistema imune, principalmente
tiroxina, efeito da epinefrina, norepinefrina e macrófagos e linfócitos e estimula
estimulação simpática, o aumento das atividades mutuamente a síntese de COX-2 que produz
químicas celulares e o metabolismo da digestão, prostaglandina E2 (PGE2), esta por sua vez é
absorção e armazenamento. transportada na corrente sanguínea e se liga
 A perda de calor é gerada em órgãos profundos, aos seus receptores neurohipotalâmicos: EP1
como fígado, cérebro, coração e musculatura e EP2, alterando assim o “set-point” (ponto de
esquelética; esse é transferido para órgãos e tecidos ajuste) térmico.
onde é perdido (transpiração). o Na febre infecciosa o pirógeno mais comum é
 O controle do copo é feito quase inteiramente por mecanismos de feedback neurais e operam por o lipopolissacarídeo (LPS) ou endotoxina, que estimula a produção de citocinas
meios de centros regulatórios que estão no hipotálamo, e os sinais ocorrem a partir de detectores pirógenas endógenas, que via corrente sanguínea ultrapassam a barreira
de temperatura. hematoencefálica e atingem células endoteliais especializadas hipotalâmicas, onde
 A área pré-optica-hipotalâmica anterior tem papel de termostato da temperatura corporal, sendo provocam a transformação de ácido araquidônico em PGE2, detectada pelos neurônios
capaz de produzir sudorese profusa e dilatação de vasos. pré-ópticos. A PGE2 também induz através do AMPc o aumento do “set point”
induzindo a vasoconstricção e contração muscular que fazem a produção endógena de
 Os receptores de temperatura da pele e de tecidos tem papel fundamental no controle de
calor.
temperatura corporal; existem receptores para frio e calor, sendo que existem mais para frio, o
o Existem outras vias de indução de febre, as de sinalização neuronal, que é
que significa que perifericamente há uma maior sensibilidade ao frio.
normalmente responsável pela primeira onda de febre, antes mesmo dos efeitos da LPS
 O hipotálamo posterior, próximo aos corpos mamilares, integram os sinais e controlam as reações e indução da cascata.
corporais de produção e conservação de calor o Existem mecanismos que em contrapartida evitam temperaturas corporais
 Mecanismos de diminuição da temperatura: vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos, excessivamente elevadas, que incluem glicocorticoides, neuropeptídios (vasopressina,
sudorese, diminuição da produção de calor; ACTH) e citocinas (antagonistas da IL-1, IL-10 e TNF-alfa).
 Mecanismos de elevação de temperatura: vasocontrição, piloereção, aumento da termogênese;
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o Acima dos 40ºC de temperatura corporal há aumento significativo do risco de lesão


celular irreversível; a partir dos 41º a 42ºC existe lesão de células neuronais e a partir
dos 45ºC ocorre destruição celular e a termorregulação cessa.  O sistema respiratório é composto de caixa torácica, vias aéreas e interstício pulmonar.
o A febre é importante porque aumenta  O trato superior é formado de nariz, cavidade nasal,
a eficácia da resposta imune e diminui faringe, laringe e parte superior da traqueia;
a replicação de microrganismos.
 O trato inferior é formado de parte inferior da traqueia,
o A febre não é um sinal isolado, e faz
brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões;
parte de uma síndrome, síndrome
o Traqueia: tubo de aproximadamente 10cm de
febril, que pode incluir vários
comprimento, continuação direta da laringe,
sintomas e sinais que resultam da
origina os dois brônquios principais, anterior ao
resposta de fase aguda, com produção
esôfago e na sua terminação tem um desvio para
de citocinas inflamatórias, alterações
direita. É composta por cartilagens traqueais
metabólicas e circulatórias. A
(20 anéis), internamente é formada por mucosa,
apresentação típica inclui: astenia,
com glândulas e epitélio ciliado. Ela se bifurca
sonolência, cefaleias, delírio,
posteriormente a aorta ascendente, onde se
mialgias, tremores, náuseas, vômitos, desidratação, taquicardia. A cada 1ºC de
localiza a carina da traqueia. Se relaciona lateralmente com as artérias carótidas e
aumento normalmente se tem 13% de aumento de taxa metabólica.
anteriormente a ela encontra-se a tireoide.
o Os valores de febres são diferentes nas diferentes faixas etárias, sendo que os RN
o Brônquios principais: são originados da traqueia, sendo que: o esquerdo passa sob o
não podem desenvolver febres altas. Entre os primeiros meses de vida o limite superior
arco aórtico e cruza à frente do esôfago para alcançar o hilo pulmonar esquerdo e o
da temperatura retal normal é de 37,8ºC e é mantido no primeiro ano de vida. Após o
direito (mais calibroso, curto e verticalizado). Dentro dos pulmões esses se dividem
1º ano os valores de temperatura retal estão numa média de 37,6ºC a 37,8ºC. Em
constantemente, sendo que primeiramente se tornam brônquios lobares (2E/3D), em
adultos a febre ocorre com uma temperatura mínima de 2 DP acima da temperatura
seguida segmentares, bronquíolos e alvéolos.
corporal média, o que corresponde a um intervalo entre 37,5ºC a 37,7ºC. Em idosos a
o Pulmões: são órgãos respiratórios, revestidos
febre pode se definir, por temperaturas orais, iguais ou superiores a 37,2ºC.
por pleura (parietal e visceral), são situadas
uma de cada lado no tórax e nelas ocorre a
hematose; se estendem do diafragma até acima
da clavícula e são justapostas as costelas. O
volume do pulmão esquerdo é cerca de 10%
menor que o direito. Cada pulmão apresenta:
ápice, base ou face diafragmática, margens
(anterior, posterior e inferior) e 3 faces (costal,
diafragmática e mediastínica). O pulmão
direito é constituído de 3 lobos dividos por
duas fissuras, uma oblíqua (separa o inferior
do médio e superior) e uma horizontal (separa
médio e superior). O pulmão esquerdo é
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dividido em um lobo superior umidade; também cresce em solo argiloso e arenoso; isso favorece a suposição de vida
e um inferior por uma fissura saprofítica no solo rico em material orgânico e úmido, na superfície ou abaixo dela;
obliqua, anterior e  Normalmente encontram-se em regiões de clima temperado ou quente,
inferiormente apresenta a úmido, com verões chuvosos e invernos secos.
denominada língula do  Algumas culturas agrícolas se relacionam, principalmente a do café;
pulmão (resquício o Epidemiologia: é uma doença endêmica em regiões da América Latina, se estendendo
embrionário). Cada lobo se do México à Argentina.
divide em segmentos, que  Distribuição não uniforme, sendo que as áreas mais endêmicas estão no
constituem unidades Brasil (80%), seguido de Venezuela e Colômbia.
pulmonares completas; a
 No BR os estados com mais casos são: SP, RJ, MG, PR, RS, ES, GO e MS.
unidade estrutural respiratória
consiste no bronquíolo respiratório com seu ducto alveolar, saco alveolar e alvéolos.  A doença é menos comum na região nordeste
O hilo pulmonar é formado pelas estruturas que chegam e saem dele, formando a raiz  Estima-se que a incidência anual da doença é cerca de 1 a 3 casos por 100mil
do pulmão, na face mediastinal, onde tem-se os brônquios principais, artérias habitantes de áreas endêmicas da América Latina;
pulmonares, veias pulmonares, artérias e veias bronquiais e vasos linfáticos. O tecido  Não é comprovada a transmissão inter-humana;
pulmonar é nutrido por artérias bronquiais e normalmente retorna pelas veias  A exposição previa ao fungo é sugerida pelo encontro de anticorpos anti-P.
pulmonares. O nervo vago recebe fibras do tronco simpático e formam os plexos brasiliensis;
pulmonares.  Ela atinge todas as faixas etárias a partir dos 2 anos de vida, com
predominância entre os 30 e 50 anos;
 Na idade adulta mais de 80% dos pacientes são do sexo masculino,
proporção de 13 homens para 1 mulher (Cecil);
 Nos fatores comportamentais encontram-se: trabalho com solo e vegetais em
 PARACOCCIDIOIDOMICOSE (PCM): é uma infecção fúngica sistêmica de maior áreas rurais e periferia da cidades, podendo ser considerada uma doença
prevalência na América Latina; seu agente etiológico foi caracterizado morfo e biologicamente ocupacional. Alcoolismo, desnutrição e tabagismo podem favorecer o
entre 1912 e 1930: Paracoccidioides brasiliensis. surgimento da doença;
o É adquirido por via respiratória e causa uma infecção assintomática;  Pode estar associada com outras doenças granulomatosas ou neoplásicas,
o Uma pequena parcela dos infectados, principalmente adultos do sexo masculino e com sendo que a tuberculose é a mais frequente;
atividades ligadas a agricultura desenvolve a doença, processo granulomatoso-  Pacientes imunodeprimidos podem apresentar a forma da doença
piogênico, em geral com evolução crônica, que atinge pulmões, mucosa oral e vias oportunista;
respiratórias, pele e os linfonodos.  Foi no período de 1980 a 1995 a oitava causa de morte no BR; atualmente a
o A clínica pode ser aguda-subaguda ou crônica; taxa de mortalidade pela doença é maior em estados do Sul e Sudeste.
o É controlada de maneira eficiente com antifúngicos, porém é comum recidivas com  Não é doença de notificação compulsória;
sequelas (fibrose/morte);
 O fungo tem seu crescimento inibido pelo estrógeno;
o Ecologia: a P. brasiliensis foi isolada do solo e de ração canina colocada próximo ao
 TUBERCULOSE: é a doença mais comum da humanidade, segundo a OMS a estimativa é que
solo, e demonstrado em laboratório que cresce sob detritos vegetais desde que haja
1/3 da humanidade seja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis com mais de nove milhões
de casos novos e mais de um milhão de mortes por ano decorrentes da doença.
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o No continente americano foram os navegantes espanhóis e portugueses do século XV,  No BR a doença acomete principalmente pessoas na faixa etária
e ingleses, franceses e holandeses nos séculos XVI e XVII quem introduziram e correspondentes a plenitude da capacidade produtiva e alcança os setores de
expandiram a doença que inicialmente era contaminado os animais; mais baixa renda da população.
o Com a urbanização e industrialização, impulsionadas pelas Guerras mundiais, as  Incidência: o BR tem notificação de casos obrigatória, realizadas por fichas
nações latinas tiveram o ápice da epidemia tuberculosa; padrões a partir de UBS para secretarias estaduais, sendo que essas
o Os povos que domesticavam animais e conviveram com o Mycobacterium bovis ou informações geram boletins anuais.
variantes, acabaram por ganhar algum grau de imunidade das formas primarias e mais  Na década de 80 a notificação manteve-se constante, com média
graves da M. tuberculosis; de 90 mil casos novos/ano;
o Outra condição fundamental para o desenvolvimento da micobactéria foi a associação  O MS estima anualmente para o pais uma prevalência de 34,5
a conglomerados humanos com subnutrição; essas condições presentes nas eras casos/100.000 habitantes em 2014;
escravocratas caracterizaram o caráter socioeconômico da tuberculose;
 O BR é o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do
o Tuberculose no mundo: continua sendo a maior causa de morbidade e mortalidade
total de casos de tuberculose no mundo;
entre as doenças infecciosas no mundo.
 Ainda há cerca de 30% de subnotificação ou ausência de
 Em 1993 a OMS declarou a tuberculose como uma emergência global;
diagnóstico;
 Estimativas mostram que em 2011, cerca de 100mi de pessoas são infectadas
a cada ano, com uma prevalência de quase 9mi de doentes;  Nos últimos 17 anos houve uma queda de 38,7% na incidência e
33,6% de mortalidade;
 As diferenças entre as
regiões do globo são  As formas pulmonares chegam a 85%, sendo que 52% são
aberrantes, 79% dos positivas a baciloscopia; nas extrapulmonares, 15% são pleurais e
contabilizados estão em ganglionares, seguidas de geniturinárias, ósseas e oculares. A
países em forma de meningoencefalite tuberculosa 5% e miliar de 6%;
desenvolvimento e/ou  Há uma maior concentração de casos entre 20 e 49 anos;
pobres;  Há uma queda geral, porem maior na faixa de 0 a 4 anos –
 Em países desenvolvidos, cobertura vacinal com BCG
80% da infecção está em indivíduos acima dos 50 anos e nos países em  Mortalidade: mesmo com o advento dos processos de tratamento a
desenvolvimento 80% dos infectados encontram-se entre 15 e 59 anos (faixa mortalidade por tuberculose ainda é alta;
de maior produtividade);  O BR instituiu na década de 70 o Programa Nacional de Controle da
 98,7% dos óbitos anuais estão nos países pobres; Tuberculose, que vem sendo aplicado de forma descentralizada e
 “É uma doença reemergente nos países ricos e permanecente nos países hierarquizada;
pobres”  Dados revelam que na década de 90 as ações de diagnóstico e
o Tuberculose no Brasil: como sabe-se a doença foi introduzida pelos colonizadores e tratamento estavam disponíveis em mais de 80% dos municípios;
assim deu-se a transmissão. A chegada de negros, em condições de saúde precárias e  Dados de 2017 revelam que houveram novos 72 mil casos; cerca de 4,5 mil
insalubres facilitou ainda mais a transmissão da doença no país; 1/5 dos internados em mortes por tuberculose em 2016;
1855 sofria de tuberculose e as taxas de mortalidade eram altas.  De acordo com a nova classificação da OMS (2016/2020) o BR ocupa a 20º
posição na lista dos países prioritários para tuberculose e a 19º posição na
lista dos 30 países prioritários para TB-HIV;
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 É a 4º causa de morte por doenças infecciosas e a 1º causa de morte dentre o A não resolução desse granuloma e a eliminação do
as doenças infecciosas definidas dos pacientes com AIDS; material com múltiplos bacilos é responsável pela
disseminação do bacilo para outras áreas do
parênquima pulmonar e/ou vias linfática e
hematogênica → fase primária da doença;
o Quando a progressão se dá no 1º ano da infecção:
 TUBERCULOSE: é transmitido de uma pessoa com doença ativa a outra, exclusivamente por progressão da doença primária;
via inalatória, por meio de gotículas de secreção respiratória; o O tempo que se dá entre a infecção e o aparecimento da
o A micobacteria é estável e pode doença tem relação com a imunidade do indivíduo; pessoas com
permanecer viável no escarro seco por comprometimento imune tendem a apresentar formas de
até 6 semanas; disseminação pulmonar, linfática e hematogênica de rápida
o A inalação do bacilo induz algumas evolução;
possibilidades: eliminação, infecção o Apenas 10% dos
latente, rápida progressão para doença indivíduos infectados
ou doença algum tempo após infecção; apresenta a doença ativa;
sendo o risco mais
o Após a inalação os bacilos atingem os elevado em HIV+, desnutrição, diabetes,
alvéolos pulmonares e são fagocitados pelos neutrófilos ou macrófagos alveolares, alcoolismo, neoplasias IRA e uso de drogas
podendo ser eliminados ou se multiplicarem se sobreviverem, assim imunossupressoras.
desencadeiam uma resposta imune mediada por linfócitos TCD4 (2 o Há também uma classificação em relação a
a 10 semanas após a infecção inicial) → reação celular que tenta o doença e seu desenvolvimento, sendo que
bloqueio do bacilo, e acaba por resultar em uma reação inflamatória indivíduos podem ser:
granulomatosa;  Não infectados: tuberculino-
o A infecção inicial geralmente é silenciosa e pode ser negativos, afastando falsos-negativos com a repetição de prova;
detectada apenas por testes imunológicos;  Infectados: tuberculínicos positivos com presença ou não de alterações
o A capacidade do agente infeccioso sobreviver no pulmão radiológicas; considerar em crianças em jovens a possibilidade de teste
depende de fatores relacionados a sua virulência e a o positivo pela pega vacinal – BCG;
comprometimento imune do hospedeiro;  Doentes: sintomáticos ou assintomáticos, com teste positivo ou não, mas
o O M. tuberculosis possui mecanismos de escape e presença de lesões pulmonares compatíveis;
defesa, de maneira que possui capacidade de
romper o fagossoma, crescendo livremente dentro
do macrófago;
o No interior do granuloma a lise dos macrófagos e a
ação enzimática produzem necrose caseosa → na
resolução do processo forma-se fibrose com ou sem
calcificação (cicatriz)
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o QUADRO CLÍNICO:  Febre e sudorese: acredita-se que a


 Por ser uma doença de evolução crônica ou subaguda, os sintomas tendem a multiplicação bacilar ocorra de forma mais intensa
ser indolentes e de intensidade crescente, podendo haver períodos de no pico plasmático do cortisol (ritmo circadiano),
remissão e relativo bem-estar; por isso a característica da febre é vespertina;
 Aproximadamente 66% dos pacientes a demora por procura de auxílio como a multiplicação é lenta o processo
médico chega até 3 meses; inflamatório será pouco intenso, logo as
 Classicamente apresenta-se: tosse há mais de 2 semanas, dor torácica, temperaturas não são muito altas. A resposta
dispneia, hemoptise, febre vespertina, sudorese noturna, anorexia, orgânica é a sudorese noturna, busca da
emagrecimento; manutenção. Em disseminação hematogênica
 As formas extrapulmonares ainda apresentam: linfonodomegalia, derrame maciça a febre pode ser alta, acompanhada de calafrios e sem
e/ou espessamento pleural, rouquidão, hematúria, dor lombar, dor óssea, respeitar horário.
edema...  Perda ponderal: fenômeno frequente (69% dos casos), é
 Sintomas respiratórios: proporcional ao tempo de existência e extensão da doença,
frequentemente acompanhado de adinamia;
 Tosse: presente em quase todos os pacientes e resulta do estimulo
causado pelo processo inflamatório alveolar ou pelo  Exame físico: os sinais são proporcionais a extensão do processo, ao tempo
comprometimento as VAs; no início é seca, podendo se tornar de duração da doença e sua forma de apresentação, logo quanto maior a
produtiva (muco/pus) e apresentar sangue. duração mais evidentes. Nos sinais específicos, a extensão e a forma da
doença no parênquima pulmonar serão os determinantes dos achados,
 Hemoptise: volume variável, sendo desde estrias misturada ao
estertores na região das lesões (geralmente apicais e posteriores), sibilos e
escarro ou maciça (raro). As volumosas aparecem geralmente na
roncos no comprometimento brônquico, diminuição de murmúrio e
presença de cavidades decorrentes da existência de aneurismas de
broncofonia (quando há derrame pleural) e sopro anafórico nas cavidades.
Rasmussen (terminações livres arteriais). Pode ser a primeira
o DIAGNÓSTICO: a presença de bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) no escarro ou
manifestação da doença;
nos tecidos é sugestivo de tuberculose; no entanto o padrão referência é a cultura
 Dispneia: ocorre em virtude da destruição do parênquima pelo com identificação da micobactéria M. tuberculosis.
processo inflamatório, envolvendo alvéolos e vasos. Não há
 Considera-se alta probabilidade da doença, justificando o início do
grandes alterações na ventilação/perfusão, exceto grandes
tratamento, baciloscopia positiva associada a quadro clínico sugestivo.
cavidades. É um sintoma pouco comum, aparecendo nas lesões
 Nas fases iniciais da doença pulmonar, nas formas de disseminação linfática
avançadas como consequência de fibrose ou presença de derrame
e hematogênica (ganglionar e miliar) é mais difícil a confirmação
pleural ou pneumotórax. Na forma miliar a dispneia é comum.
bacteriológica;
 Dor torácica: surge por comprometimento pleural, é um sintoma
 Para diagnostico de tuberculose com baciloscopia negativa e/ou
precoce, frequente, de pequena intensidade e desaparece com
tratamento; extrapulmonar deve-se usar exames de imagem (↑ sensibilidade e ↓
especificidade);
 Rouquidão: ocorre nas formas onde há comprometimento da
 O tratamento está indicado quando:
laringe, frequentemente associada a forma pulmonar, quase
sempre despercebida e pouco relatada;  Duas pesquisas de BAAR positivas no escarro;
 Sintomas gerais:  Uma cultura positiva;
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 Imagem radiológica sugestiva ou outros exames complementares,


que associado a clínica e epidemiologia sugiram a doença;
 Exame histopatológico apresentando processo crônico
granulomatoso, com ou sem necrose;
 Baciloscopia: fundamental para diagnostico e controle do tratamento, além
de permitir a identificação do caso transmissor da doença e sensibilidade as
drogas. De 50 a 80% dos pacientes com TB apresentam baciloscopia
positiva, sendo que para isso o escarro deve conter no mínimo 5.000 bacilos;
as diretrizes recomendam a realização de 2 amostras de escarro na rotina de
investigação diagnóstica e 1 amostra mensal durante o tratamento até o 6º
mês.
 Cultura: o mais utilizado é o LJ, um meio sólido a base de ovo, que após 6
a 8 semanas observa-se o crescimento de colônias esbranquiçadas e rugosas
e irregulares com aspecto de couve-flor, permite testes de sensibilidade;
 Teste de amplificação de ácidos nucleicos
 PARACOCCIDIOIDOMICOSE: é um processo granulomatoso sistêmico de evolução
 Adenosina deaminase (ADA)
crônica, afetando principalmente os pulmões, além de orofaringe, VAS, linfonodos, pele;
 Imagem:
o Não possui patogênese completamente esclarecida;
 RX tórax: exame de escolha na avaliação o Acredita-se que viva bioticamente no solo, onde produz propágulos capazes de infectar
inicial e no acompanhamento; humanos e outros animais;
 TC: mais sensível para alterações estruturais o A infecção humana ocorre pela inalação de conídios, que atingem o alvéolo pulmonar,
ou anatômicas dos órgãos e tecidos comprometidos; transformando-se em células leveduriformes;
o Os hábitos de mascar gramíneas ou realizar higiene com produtos vegetais não são
fatores de risco;
o A transformação dimórfica é necessária para que o fungo sobreviva no organismo,
sendo que a temperatura é o principal gatinho para a mudança;
o A transformação em levedura é rápida e já se inicia a propagação por brotamento
múltiplo;
o A presença do patógeno gera uma alveolite, inicialmente com resposta inflamatória
neutrofílica e posteriormente substituída por infiltrado linfomononuclear composto de
células linfomonucleares e macrófagos;
o Os granulomas epitelioides só se formam a partir da 6º semana de infecção e a
disseminação ainda mais tardiamente;
o Os principais mecanismos de defesa do corpo são imunidade mediada por células e
fagocitose;
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o A infecção e sobrevivência do fungo no pulmão pode levar a três situações: infecção grandes esforços até se manifestar em repouso); tosse em 57% dos casos em
assintomática (PCM infecção), paracoccidioidomicose-doença e aspecto mucoso, sangue tem baixa manifestação; não se refere dor torácica;
paracoccidioidomicose residual (sequelar); semiologia pulmonar normalmente pobre; a função pulmonar é
 PCM infecção: na maioria dos casos o complexo involui espontaneamente, comprometida, sendo que em primeiro lugar o padrão é obstrutivo, seguido
usualmente a alveolite pulmonar bloqueia o crescimento e a disseminação do misto e por último restritivo. Predominância de perfusão sobre
em um nódulo fibrótico ou complexo primário pulmonar. Pode ser ventilação. A regressão das lesões radiológicas não é acompanhada da
assintomática ou oligossintomática, que tem sinais e sintomas transitórios, melhora da função pulmonar.
inespecíficos e indistinguíveis de infecções virais;  Linfonodos: a adenopatia subclínica se caracteriza por lesões em linfonodos
 PCM-doença: as formas clinicas são mais observadas em indivíduos do sexo normais ao exame físico. A adenopatia pode constituir a principal queixa nas
masculino, e isso não é relacionado a exposição e sim com a capacidade de formas aguda/subaguda. Na região cefálica os linfonodos mais atingidos são
bloqueio de hormônios estrogênicos do dimorfismo; pode apresentar-se de os submandibulares e cervicais anteriores e posteriores. O
forma latente ou quiescente em granulomas e nódulos fibróticos pulmonares comprometimento linfático abdominal pode originar quadros clínicos
ou extra. A latência traduz-se por diminuição das atividades metabólicas, variados incluindo simulação de abdome agudo, o mesentérico pode levar a
sendo que fatores comportamentais podem contribuir como gatilho, como o síndrome de má absorção com ascite quilosa. O estudo dos linfonodos
tabagismo e alcoolismo, além desses déficits nutricionais, imunossuperação normalmente é feito por TC; o comprometimento de vários linfonodos gerou
e outros favorecem o desenvolvimento da doença. O tempo entre a infecção uma classificação:
primaria pelo fungo e o desenvolvimento de sinais e sintomas de forma  Inflamatório não supurativo: maior diâmetro com menos de 2cm
crônica, pode superar 40 anos; o P. brasiliensis pode se disseminar por via  Tumoral: maior ou igual a 2cm
linfática, hematogênica, caniculares e por contiguidade. Com menos
 Supurativo: pelo menos um linfonodo apresentar flutuação ou
frequência o quadro clinico pode ser desencadeado após infecção primária,
fístula;
forma aguda;
 Mucosas das vias aerodigestivas superiores: as lesões de fossas nasais,
o Classificação clinica:
cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe constituem o
 PCM – infecção comprometimento das vias aerodigestivas superiores, são importantes por
 PCM – doença serem extremamente frequentes e pela facilidade de acesso para coleta de
 Forma aguda/subaguda (juvenil) : moderada ou grave material; rouquidão, odinofagia, disfagia, ardor na garganta e dispneia são
 Forma crônica (adulta): unifocal (leve/moderada/grave) ou manifestações clínicas frequentes. Há também queixa de amolecimento dos
multifocal; dentes. A lesão tem aspecto de amora.
 Formas residuais ou sequelas;  Pele: normalmente se alcança a pele por disseminação hematogênica ou
o QUADRO CLÍNICO: A doença pode comprometer qualquer órgão e tem tendência contiguidade. Podem estar em qualquer parte do corpo, mas é mais frequente
a disseminação, porém há predomínio do comprometimento pulmonar, linfonodos e na face e raramente afetam genitais, palmas das mãos e planta dos pés.
mucosas das vias aerodigestivas superiores; Variam em cor, tamanho e aspecto; podem apresentar pápulas ou nódulos,
 Pacientes normalmente apresentam indisposição, mal-estar, perda da que ulceram e se tornam crostas.
disposição para o trabalho, anorexia, emagrecimento, febre não se encontra  Suprarrenais: seu acometimento gera indisposição, cansaço fácil, anorexia,
presente na maioria das vezes; emagrecimento, diminuição de PA e hipotensão postural, hiperpigmentação
de pele e mucosas, náuseas e vômitos.
 Pulmões: normalmente é a porta de entrada e sofre com sequelas fibroticas;
dispneia é a queixa mais frequente, de caráter progressivo (primeiro aos
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 Aparelho digestivo: as queixas incluem sialorreia, disfagia, halitose, dor  Alta proporção de mutantes resistentes:
abdominal, empachamento, queimação.
o DIAGNÓSTICO: baseado em suspeita clinica, associada a alterações em exames de
imagem e achados laboratoriais;
 No RX de tórax é típico achado de lesões bilaterais em “asa de borboleta” –
fisiopatologia explica pela disseminação da doença que sai dos linfonodos
mediastinais por via linfática até a periferia dos pulmões;
 A TC de tórax mostra alterações que são compatíveis com a disseminação
do fungo, a espessamento do interstício axial com opacidades lineares e
micronódulos centrolobulares, vidro despolido, cavitações, bronquiectasias
e enfisema são possíveis achados; é comum a distribuição bilateral e
simétrica; achato típico sinal do halo invertido.
 O diagnóstico etiológico é feito pela visualização do fungo em exame
micológico direto, cultura e exame anatomopatológico;
 A pesquisa do fungo deve ser feita no local de mais fácil acesso, podendo
ser analisado escarro, lavado broncoalveolar, secreções de mucosa e LCR.

Contemplado no objetivo anterior.

 TUBERCULOSE: é uma doença de notificação compulsória, e todo caso diagnosticado, e a


evolução do tratamento devem ser notificados ao Serviço de Vigilância Epidemiológica. No BR
os esquemas de tratamento são padronizados pelo MS. O tratamento deve ser ambulatorial e
diretamente observado;
o Em todos os pacientes que iniciam tratamento é preconizada a realização da sorologia
para o vírus HIV.
o Os fármacos antituberculose considerados de primeira linha (rifampicina, isoniazida,
etambutol e pirazinamida) são geralmente bem toleradas;
o Reações adversas requerem suspenção e avaliação clínica;
o No tratamento as três características do m. tuberculosis são importantes:
 Aerobiose estrita
 Multiplicação lenta: quanto mais lento o metabolismo mais demorada a
atividade medicamentosa pois eles só agem durante o metabolismo ativo,
leia-se divisão;
Yasmin Nascimento – 5º Período – Febre, Inflamação e Infecção

TERMOS DESCONHECIDOS:
- PPD: exame de triagem padrão para identificar a presença de infecção pela tuberculose; é um teste
tuberculínico que revela através de uma injeção intradérmica se o paciente já teve contato com tuberculose
e/ou esta latente. Não é teste diagnóstico.
 PCM: o tratamento é prolongado e são três classes de medicamentos utilizadas: sulfamídicos,
nas formas mais graves deve-se utilizar medicações EV, sulfametoxazol/trimetoprim e
anfotericina B.

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