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UM ENFOQUE SOBRE A COISA JULGADA E SUA RELATIVIZAÇÃO

Marlon Roberth de Sales*

RESUMO

A relativização da coisa julgada no meio jurídico é tida por muitos como um assunto bastante
polêmico, e distante de um posicionamento pacifico. Desse modo, o presente trabalho é muitíssimo
relevante no campo do direito por possibilitar aos juristas e aos operadores desta área dizer se há ou
não benefícios decorrentes dessa teoria. Faz-se um estudo sobre o instituto da coisa julgada no
processo civil de tutela cognitiva e sobre sua eventual mitigação, bem como sobre sua importância
para o ordenamento jurídico pátrio. Em outros termos, o estudo objetiva analisar o instituto da coisa
julgada, e algumas propostas de relativização apresentadas pela doutrina e observar ao final se tal
teoria deve prosperar no meio jurídico ou não. Para isso, utiliza-se um referencial teórico baseado em
alguns artigos e textos mais recentes que servem para subsidiar o encaminhamento do estudo a
respeito da relativização da coisa julgada. Conclui-se por fim, que a relativização da coisa julgada, nos
moldes apresentados pela doutrina, carece de melhor justificativa e, em que pese chegar à conclusão
de que em alguns casos é necessária a relativização da coisa julgada, exige-se que tal hipótese seja
regulada por lei e não deixada ao bel prazer dos operadores do direito, sob pena de se estabelecer o
caos no ordenamento jurídico.

Palavras-chave: Coisa julgada. Relativização. Segurança jurídica. Justiça.

ABSTRACT

The relativization of res judicata in the legal community is regarded by many as a very controversial
subject, and away from peaceful position. Thus, this work is highly relevant in the field of law by
allowing for lawyers and operators in this area to tell whether or not there are benefits form this
theory. Carry out study on the institution of res judicata in civil proceedings or guardianship over their
possible cognitive and mitigation, as well analyzes the institute of res judicata e some proposals made
by the doctrine os relativism and watch the end if this theory is to prosper in the legal or not. For this,
we use a theoretical framework based on some recent articles and texts that serve to subsidize the
delivery of the study concerning the relativization of res judicata. We conclude finally that the
relativization of res judicata, along the lines presented by the doctrine, requires better justification and,
despite reaching the conclusion that in some cases it is necessary to relativize the res judicata requires
that such a hypothesis be regulated by law and not left to the whim of law enforcemente officers,
failing to create chaos in the legal system.

Keywords: Res judicata. Relativization. Legal security. Justice.

_______________
*
Acadêmico de Direito da Universidade do Norte do Paraná, aprovado no exame de ordem.
Revista Eletrônica do Direito Privado da UEL, Londrina, v. 3, n. 2, maio/ago 2010, p. 92-107
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1 INTRODUÇÃO

É de suma relevância destacar que a coisa julgada é importante para a pacificação e


imutabilidade dos conflitos de interesses. Entretanto, a doutrina vem suscitando a hipótese de
relativizar a coisa julgada, discutindo novamente a matéria acobertada pelo manto da coisa
julgada, mesmo em casos não previstos no ordenamento jurídico e fora do prazo decadencial
para propositura da ação rescisória.
Para tratar dessa questão, o presente estudo traz algumas das teses defendidas pelos
doutrinadores pró-relativização, como a ponderações de princípios, intangibilidade da coisa
julgada e a coisa julgada inconstitucional.
Ao final, serão apreciadas as principais teses doutrinárias contrárias à relativização
da coisa julgada, como também os prejuízos que essa teoria pode causar na visão de alguns
doutrinadores.
A pesquisa sobre a relativização da coisa julgada é de suma importância, uma vez
que se trata de um tema bastante polemico e está longe de um posicionamento pacifico.
Assim, o presente trabalho é necessário para que os juristas e operadores do direito possam
distinguir entre as benesses e os males trazidos por essa teoria.

2 COISA JULGADA

É sabido que o Estado é detentor da jurisdição cabendo somente a ele dizer o direito
em substituição às vontades das partes. Quando o Estado é provocado por uma das partes
através do direito de ação, ele tem o dever de se pronunciar.
O pronunciamento do Estado pode se dar através de uma sentença que segundo o
Código de Processo Civil faz lei entre as partes, sendo assim, este pronunciamento deve
acabar com um período de incerteza das partes fazendo necessário que esta decisão torna-se
imutável.
Sobre a coisa julgada a Artigo 6.°, § 3.°, Lei de Introdução ao Código Civil, lhe dá a
seguinte definição: "chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não
caiba mais recurso”.
Por sua vez, o artigo 467, do Código de Processo Civil, apresenta a seguinte
definição: "denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário”.

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Verifica-se que a coisa julgada representa a imutabilidade da decisão e tal instituto é


justificável com base no princípio da segurança jurídica. Assim, com o instituto da coisa
julgada, o conflito de interesse não será eterno, pois as partes interessadas necessitam de um
pronunciamento que põe fim ao litígio de forma definitiva, justificando-se assim a coisa
julgada para que as relações jurídicas possam ser estáveis.
Quanto a isso cabe recorrer às palavras de Cândido Rangel Dinamarco (2004, p.
221):

Sendo um elemento imunizador dos efeitos que a sentença projeta para fora do
processo e sobre a via exterior dos litigantes, sua utilidade consiste em assegurar
estabilidade a esses efeitos, impedindo que voltem a ser questionados depois de
definitivamente estabelecidos por sentença não mais sujeita a recurso. A garantia
constitucional e a disciplina legal da coisa julgada recebem legitimidade política e
social da capacidade, que têm de conferir segurança as relações jurídicas atingidas
pelos efeitos da sentença.

Partilhando desse magnífico entendimento Guiseppe Chiovenda (1998, p. 452)


explica:

A coisa julgada é a eficácia própria da sentença que acolhe ou rejeita a demanda, e


consiste em que, pela suprema exigência da ordem e da segurança da vida social, a
situação das partes fixadas pelo juiz com respeito ao bem da vida (res), que foi
objeto de contestação, não mais pode, daí por diante, contestar; o autor que venceu
não pode mais ver-se perturbado no gozo daquele bem; o autor que perdeu não
pode mais reclamar, ulteriormente o gozo. A eficácia ou autoridade da coisa
julgada é, portanto, por definição, destinada a agir no futuro, com relação aos
futuros processos.

Nota-se que a coisa julgada é necessária para encerrar um período de incertezas entre
as partes; a estabilidade gerada pela coisa julgada, traz às partes e à sociedade segurança.
A estabilidade dos atos judiciais somente é alcançada pela coisa julgada que, por sua
vez, pode ser definida como a imutabilidade das decisões.
A res judicata é um atributo da jurisdição que tem duas funções especificas, a
imutabilidade do ato sentencial e sua coercibilidade. Assim, a res judicata torna a decisão
absoluta, indiscutível, mesmo que tal seja injusta.

2.1 Coisa Julgada Material e Formal

A coisa julgada pode ser diferenciada em formal e material, dependendo da decisão


proferida no processo e dos seus efeitos. Em outros termos, ela vai depender do conteúdo do
pronunciamento judicial que pode ser imutável pela coisa julgada material e formal. Então,
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faz-se necessário traçar algumas diferenças (apresentadas) entre ambas.

2.1.1 Coisa julgada formal

A coisa julgada formal tem seus efeitos intraprocessuais; a imutabilidade é aplicada


somente ao processo, não se projetando para fora dele, é própria das decisões terminativas, e
impede a rediscussão dos elementos do processo no âmbito da própria ação instaurada, seja
pelo esgotamento das vias recursais, seja pelo exercício de todos os recursos possíveis.
Portanto, isso não impede que o autor, ao sanar os vícios processuais que geraram a
decisão terminativa, possa ingressar com outra ação para que o magistrado venha a adentrar
no mérito do litígio.
Expõe o doutrinador Humberto Theodoro Júnior (2000, p. 463):

A coisa julgada formal decorre simplesmente da imutabilidade da sentença dentro


do processo em que foi proferida pela impossibilidade de interposição de recursos,
quer porque a lei não mais os admite, quer porque se esgotou o prazo estipulado pela
lei sem interposição pelo vencido, quer porque o recorrente tenha desistido do
recurso interposto ou ainda tenha renunciado à sua interposição .

Desse modo, as decisões que decretam a extinção do processo por algum defeito
processual meramente formal ou instrumental, sem analisar o mérito, são acobertadas pela
coisa julgada formal.
Como preleciona Misael Montenegro Filho (2010, p. 534):

Por conta dessa circunstância, o autor pode dirigir nova pretensão contra o réu, com
idêntica causa de pedir e pedido, desde que afaste a mácula que impôs a extinção
prematura da causa. Construída a premissa, podemos em consequência concluir que
a coisa julgada formal - própria das sentenças terminativas impede a rediscussão dos
elementos do (partes, causa de pedir e pedido) e da parte dispositiva do
pronunciamento judicial no âmbito da própria ação instaurada, não impedindo,
contudo, que o autor rediscuta essas questões no curso de outro processo.

Nota-se que as diferenças entre a coisa julgada formal e material consistem em que,
enquanto a coisa julgada material se relaciona com às decisões de mérito e tem seus efeitos
além do processo, à coisa julgada formal é típica das decisões sem análise de mérito, e seus
efeitos são restritos ao processo no qual foi prolatada.

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2.1.2 Coisa julgada material

A coisa julgada material tem seus efeitos intraprocessuais e extraprocessuais. Desse


modo, a imutabilidade gerada neste caso pela coisa julgada não permite que as partes possam
propor uma nova demanda, utilizando-se dos mesmos elementos da ação acobertada pelo
manto da coisa julgada. Assim, a matéria discutida nesta relação não pode ser revista no
mesmo processo nem tampouco em um novo processo com as mesmas partes, causa de pedir
e pedidos idênticos (elementos da ação).
A espécie de coisa julgada em estudo é própria das decisões de mérito, ou seja,
aquelas que julgam a lide, como bem leciona Cândido Rangel Dinamarco (2003, p. 13):

A coisa julgada material é a imutabilidade dos efeitos substanciais da sentença de


mérito. Quer se trate de sentença meramente declaratória, constitutiva ou
condenatória, ou mesmo quando a demanda é julgada improcedente, no momento
em que já não couber recurso algum institui-se entre as partes e em relação ao litígio
que foi julgado uma situação, ou estado, de grande firmeza quanto aos direitos e
obrigações que os envolvem, ou que não os envolvem. Esse status, que transcende a
vida do processo e atinge a das pessoas, consiste na intangibilidade das situações
jurídicas criadas ou declaradas, de modo que nada poderá ser feito por elas próprias,
nem por outro juiz, nem pelo próprio legislador, que venha a contrariar o que houver
sido decidido (ainda Liebman). Não se trata de imunizar a sentença como ato do
processo, mas os efeitos que ela projeta para fora deste e atingem as pessoas em suas
relações — e daí a grande relevância social do instituto da coisa julgada material,
que a Constituição assegura (art. 5.º, inc. XXXVI) e a lei processual disciplina (arts.
467 ss.)

A coisa julgada material torna indiscutível a decisão judicial proferida no processo,


gerando, portanto seus efeitos no mesmo processo ou em qualquer outro. Segundo Aldo
Ferreira da Silva Junior (2009, p. 17), os efeitos da coisa julgada material “se projeta para fora
do processo e para a vida das pessoas”.

3 RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA

O instituto da coisa julgada é importante para garantir o principio da segurança


jurídica nas relações processuais, tornando os julgados imutáveis e estáveis.
Todavia, o ordenamento jurídico apresenta algumas hipóteses capazes de
desconstituir a coisa julgada. Por exemplo, é possível checar isso em uma ação rescisória
(conforme as hipóteses) prevista no artigo 485 do Código de Processo Civil, os embargos à
execução opostos pela Fazendo Pública e a impugnação ao cumprimento de sentença nos
termos do artigo 791 parágrafo único e artigo 475-L parágrafo primeiro respectivamente.
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A previsão desses mecanismos no ordenamento jurídico leva os doutrinadores, a


afirmarem que a coisa julgada não é absoluta e sim relativa, pois se permiti mitiga – lá.
Entretanto, a doutrina tem levantado hipóteses não previstas no ordenamento jurídico
em que, mesmo decorrido o prazo decadencial de 02 anos para ajuizamento da ação
rescisória, seria possível a rediscussão da decisão acobertada pelo manto da coisa julgada, no
trato do fundamento de injustiças e inconstitucionalidade.
Os doutrinadores pró-relativização afirmam que, a justiça está acima da segurança
jurídica e quando esses princípios estiverem em conflito, utiliza-se do princípio da
proporcionalidade, da legalidade e da instrumentalidade, para que assim, possa prevalecer a
justiça.
Ainda, de acordo com esses defensores, o instituto da coisa julgada não deveria
prevalecer em face dos conflitos com outros princípios da mesma hierarquia no ordenamento
jurídico.
Partilhando da tese de que a justiça está acima da segurança jurídica o defensor José
Augusto Delgado (2003, p. 51) afirma:

Os valores absolutos de legalidade, moralidade e justiça estão acima do valor


segurança jurídica. Aqueles são pilares, entre outros, que sustentam o regime
democrático, de natureza constitucional, enquanto esse é valor infra - constitucional
oriunda de regramento processual.

È fácil perceber que, para essa corrente, a coisa julgada deve ser relativizada quando
se sobrepuser a outros princípios do direito, tão ou mais importantes que o princípio da
segurança jurídica, como por exemplo, a dignidade da pessoa humana, a moralidade, a justiça
entre outros.
Entende-se por relativização da coisa julgada a possibilidade de rediscutir a matéria
já transitada e julgada. Tal encaminhamento pode ocorrer mesmo fora das possibilidades
permitidas pelo ordenamento jurídico, assim como após o prazo decadencial de 02 anos da
ação rescisória, ou seja, essa teoria visa criar a relativização da coisa julgada atípica.
Desse modo, a relativização da coisa julgada caracteriza-se por em considerar que
questões já julgadas outrora e que não mais admitem recursos possam voltar a ser
representadas em juízo.
Em suma, relativizar a coisa julgada significa dar um valor relativo a uma decisão de
mérito já transitada em julgado.

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4 FUNDAMENTOS DA RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA

No campo do direito têm surgido ferrenhas discussões sobre a teoria da relativização


da coisa julgada; entretanto, tal teoria apresenta obsta ao principio da segurança jurídica,
promovendo uma tensão entre a justiça e a segurança jurídica.
É importante destacar aqui algumas teses levantadas pelos defensores da
relativização da coisa julgada.

4.1 Ponderações de Princípios

Como já dito, existem doutrinadores que defendem a relativização da coisa julgada e


fundamentam sua tese de defesa na justiça, dizendo que não se deve proteger a coisa julgada
viciada.
Assim, uma das correntes defensora da relativização da coisa julgada argumenta que
se deve fazer uma ponderação de princípios. Em outras palavras, os defensores dessa corrente
afirmam que a segurança jurídica deve ficar no mesmo patamar ou abaixo de outros
princípios. Assim, a segurança jurídica por algumas vezes deve ceder diante de outros
princípios, tais como justiça, legalidade, moralidade e dignidade da pessoa humana.
Outrossim, ao depararem-se com um conflito de princípios, os doutrinadores pró-
relativização defendem que a coisa julgada não é absoluta; não existe no ordenamento
jurídico brasileiro uma hierarquia entre os princípios. Diante disso, recorre-se ao uso dos
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Tal procedimento permite que seja
aplicada ao caso concreto uma decisão justa.
Ainda assim, o fato de a sociedade estar em constante mudança, alterações e
diferentes necessidades justificam tal teoria. Então se a ciência, a tecnologia e o direito devem
acompanhar estas mudanças, não pode um instituto permanecer estático por muito tempo, ou
seja, ele deve evoluir de maneira sincronizada com a sociedade.
Neste sentido, a relativização da coisa julgada deve ser usada em raras hipóteses, isto
é o operador do direito deve usar este mecanismo excepcionalmente em casos de absurdos,
injustiças flagrantes, fraudes e decisões inconstitucionais, e os meios utilizados para alcançar
a relativização da coisa julgada devem ser motivados, para não se criar um estado de
insegurança jurídica.

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A relativização da coisa julgada seria um método que não afronta a segurança


jurídica, pois, para essa corrente, a segurança jurídica também deve pautar-se pela justiça.
O direito anglo saxônio é nesse aspecto mais evoluído do que o direito baseado no
romano – germânico, pois permite a rescisão de decisões transitadas em julgado para
homenagear outros princípios, segundo eles maiores.
Para Dinamarco que é um dos defensores da tese da ponderação de princípios, não é
toda injustiça ou ofensa a direito expresso que justificaria a flexibilização da coisa julgada, e
sim somente aqueles casos de grave ofensa a valores constitucionais sensíveis.
Ainda para ele, não cabe falar em flexibilização da coisa julgada em todo e qualquer
caso; deve-se permitir-se isso somente em casos excepcionais.

4.2 Coisa Julgada Inconstitucional

Outra parte da corrente pró-relativização defende a mitigação da coisa julgada


somente nos casos de decisões contrarias a preceitos constitucionais ou que foram prolatadas
com base em lei declarada inconstitucional pelo STF, defendo nestes casos, o dever de
prevalecer a Carta Magna. Uma decisão que viola a Carta Magna deve ser revisada a qualquer
tempo.
Os doutrinadores que defendem a relativização da coisa julgada inconstitucional
partem da premissa de que, se a lei pode ser declarada inconstitucional a qualquer tempo, as
decisões judiciárias também devem ser declaradas inconstitucionais sem restrição do tempo.
Com o advento do artigo 741, parágrafo único do Código de Processo Civil, essa
corrente da flexibilização da coisa julgada ganhou força, uma vez que tal artigo traz em seu
bojo a hipótese de que a Fazenda Pública, em matéria de embargos à execução, possa alegar
que o título que dá azo à execução é inexigível, pois é baseado em lei declarada
inconstitucional pelo STF. Após um período de tempo esta possibilidade foi ampliado pelo
artigo 475-L, parágrafo 1°, para qualquer execução, até mesmo para o cumprimento de
sentença.
Com isso, a parte executada pode, mesmo após o transcurso do prazo decadencial
para ajuizamento da ação rescisória, arguir a inexigibilidade do título executivo. Tais
dispositivos trouxeram insegurança muito grande no meio jurídico, ao ponto de sentenças
transitadas e julgadas havia anos, inclusive com precatórios expedidos e não pagos, serem
desconstituídas por conta de uma eventual inconstitucionalidade.

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Assim sendo, a OAB por intermédio de seu Conselho Federal, impugnou tais
dispositivos movendo a Adin. 3.740 que tem como ministro relator Gilmar Mendes, e está
dependendo de julgamento pelo STF, Mas vale frisar que o argumento usado pela OAB para
que seja declarada a inconstitucionalidade dos dispositivos fundamenta-se no princípio da
segurança jurídica e também que o único meio para se desconstituir a coisa julgada é a ação
rescisória.
Porém, o maior argumento utilizado por esta corrente consiste em que uma decisão
que viola a constituição é nula. Outros defendem que a sentença inconstitucional é inexistente
e, sendo assim, deve ser relativizada. Entretanto, tal assunto, por ser muito debatido, será
explanado com mais profundidade adiante.

4.3 Intangibilidade da Coisa Julgada

Uma das teses levantada pela corrente pró-relativização é a da intangibilidade da


coisa julgada. Os doutrinadores favoráveis à relativização defendem a tese segundo a qual não
foi dado ao instituto da coisa julgada status constitucional, mesmo que a Constituição
apresente, em seu texto, o artigo 5°, inciso XXXVI determina “a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Na visão de alguns doutrinadores, como Humberto Theodoro Junior e Juliana
Cordeiro de Faria, a Constituição está somente impedindo a lei de prejudicar a coisa julgada
Em outros termos, a norma constitucional somente é aplicada ao Poder Legislativo e não ao
Poder Judiciário. Para esses doutrinadores, a coisa julgada e seu status de intangibilidade
resultam de norma contida no Código de Processo Civil.
Tal entendimento é compartilhado por Carlos Valder Nascimento (2003, p. 13) como
se pode observar:

Sendo a coisa julgada matéria estritamente de índole jurídico-processual, portanto


inserta no ordenamento infraconstitucional, sua intangibilidade pode ser questionada
desde que ofensiva aos parâmetros da Constituição. Neste caso, estar-se-ia operando
no campo da nulidade. Nula é a sentença desconforme com os cânones
constitucionais, o que desmistifica a imutabilidade da ‘res judicata’.

Sendo um instituto infraconstitucional, este poderia ser moldado e revisado quando


ocorresse decisão injusta.
Porém de acordo com a grande maioria dos doutrinadores, a coisa julgada tem status
constitucional, ou seja, eles consideram a coisa julgada como elemento de existência do
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Estado democrático de direito.


Assim também expõe Cândido Rangel Dinamarco (2003, p. 23):

Na formula constitucional da garantia da coisa julgada está dito apenas que a lei não
prejudicará (art. 5°. XXXVI), mas é notório que o constituinte ‘minus dixit quem
voluit’, tendo essa garantia uma amplitude, mais ampla do que as palavras poderiam
fazer pensar. Por força da coisa julgada, não só o legislador carece de poderes para
dar nova disciplina a uma situação concreta já definitivamente regrada em sentença
irrecorrível, como também os juizes são proibidos de exercer jurisdição outra vez
sobre o caso e as partes já não dispõem do direito de ação ou de defesa como meios
de voltar a veicular em juízo matéria já decidida.

Os defensores da relativização da coisa julgada, baseados na ideia de que a coisa


julgada não tem status constitucional, argumentam não existir conflito de princípios, pois o
principio da constitucionalidade é absoluto devendo prevalecer sobre o principio da coisa
julgada que é infraconstitucional.
Em suma há nesta corrente duas ideias: que somente a lei tutela a coisa julgada, seja
qual for o seu conteúdo e, a constituição protege a coisa julgada apenas se estiver em
conformidade com o seu conteúdo.

5 ARGUMENTOS CONTRÁRIOS À RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA

Antes de terminar este estudo é importante destacar os argumentos contrários à


relativização da coisa julgada no intuito de verificar qual a melhor tese a ser adotada, qual
dessas teses apresentadas por ambas as correntes trará mais benefícios processuais e sociais.
Os que são contra a relativização da coisa julgada usam o princípio da segurança
jurídica para combater a teoria da relativização da coisa julgada. Segundo esses autores o
risco de existir uma sentença injusta ou inconstitucional em um caso concreto é menos grave
do que a insegurança jurídica trazida com a relativização.
Eles ainda argumentam que o acesso à justiça é garantido ao individuo e junto com
essa garantia o cidadão deve ter a segurança que seu conflito será resolvido definitivamente.
Entendem ainda que a relativização poderia gerar caos ao poder judiciário.
Neste sentido pondera Vicente Greco Filho (1997, p. 86):

O fundamento da coisa julgada material é a necessidade de estabilidade nas relações


jurídicas. Após todos os recursos, em que se objetiva alcançar a sentença mais justa
possível, há necessidade teórica e pratica de cessação definitiva, e estabilidade nas
relações jurídicas, tornando-se a decisão imutável não mais se poderá discutir,
mesmo em outro processo, a justiça ou injustiça da decisão, porque é preferível uma
decisão eventualmente injusta do que a repetição dos litígios

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Nota-se pelo exposto que, havendo qualquer conflito de princípios, deve-se optar
pela segurança jurídica, não importando se até mesmo a justiça seja sacrificada.
Isso porque, na visão dos doutrinadores contrários à relativização a coisa julgada e a
segurança jurídica formam um casamento perfeito. A coisa julgada foi instituída para garantir
a segurança dos julgados e não a justiça. Logo, não há que se falar da flexibilização da coisa
julgada por injustiça ou inconstitucionalidade, pois estaria havendo confronto com o principio
da segurança jurídica.
A segurança jurídica vem para trazer às partes sossego em seu direito, visto que, a
partir do pronunciamento do Poder Judiciário a parte necessita da certeza de que não veria
incomodado o bem da vida ora tutelado.
Os defensores contrários à relativização da coisa julgada usam o princípio da
segurança jurídica para atacá-la, ou seja, para eles uma vez permitida a relativização da coisa
julgada, pode implantar-se grande insegurança na sociedade.
Em razão disso surge a seguinte indagação: A relativização da coisa julgada ofende o
principio da segurança jurídica?

5.1 Constitucionalidade da Coisa Julgada

Quanto à intangibilidade da coisa julgada, os opositores da corrente pró-relativização


partilham da ideia de que a coisa julgada tem status constitucional para o Poder Judiciário,
ressaltam que o artigo 5°, inciso XXXVI da CF/88 vem para homenagear o principio da
segurança jurídica.
Neste sentido pondera Eduardo Talamini (2005, p. 51):

Por um lado, a coisa julgada constitui uma garantia individual: na perspectiva do


jurisdicionado, ela se presta a conferir estabilidade à tutela jurisdicional obtida. Por
outro, a coisa julgada tem também o caráter de garantia institucional, objetiva:
prestigia a eficiência e a racionalidade da atuação estatal, que desaconselham, em
regra, a repetição de atividade sobre um mesmo objeto. Assim, discorda-se de
recente doutrina que pretende negar caráter constitucional ao instituto na ordem
jurídica brasileira.

Sergio Gilberto Porto (2006, p. 115) não obstante favorável à relativização, pondera:

Como anteriormente destacado [item 6.5] o instituto da coisa julgada goza de


prestigio constitucional, eis que insculpido na Carta Magna como garantia (5°,
XXXVI, CF), ou seja, como cláusula assecurativa de estabilidade das relações
sociais normadas por sentenças de mérito transitadas em julgado, integrando, pois, o

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conceito de cidadania processual reconhecida pela Carta Magna. O contrato existe


entre o cidadão e o Estado está assim definido e, portanto, induvidosamente, há uma
garantia de ordem constitucional – processual que, por opção política, determina que
a partir de certo momento não se pode mais no Estado civilizado, prosseguir em
determinado debate. Encera-se verdadeiramente, o conflito, declarando-se a
estabilidade definitiva da relação jurídica controvertida como ato de soberania do
Estado. Havendo, naquele caso, por ato legitimo do império, segurança jurídica
constitucionalmente reconhecida.

Com isso, pode-se perceber que a coisa julgada é um instituto que visa garantir
estabilidade aos julgados, tendo sua previsão na constituição, de modo que não se permite
repetir uma atividade jurisdicional visando refazer um julgamento sobre a mesma questão.
Contrários ao entendimento de que a coisa julgada é instituto processual e
infraconstitucional, essa corrente defende a tese de que a coisa julgada é garantia
constitucional, e tem sua base no princípio da segurança jurídica.

5.2 Ausência de Lei Autorizadora no Ordenamento Jurídico e Problemas da


Relativização

Contudo, os juristas pró–relativização argumentam que não se deve dar à coisa


julgada e nem ao princípio da segurança jurídica um status absoluto a qualquer preço,
havendo conflito entre o princípio da segurança jurídica e outros, alegam que, se deve
ponderar os princípios usando-se o principio da proporcionalidade e da razoabilidade. Com
isso, outros princípios seriam escolhidos ao invés do princípio da segurança jurídica.
Não obstante se assumir a coexistência de pluralidade de princípios constitucionais,
muitas vezes conflitantes e, também se reconhecer que se deve ponderar sobre tais princípios.
A doutrina contrária à relativização da coisa julgada alega que apenas a lei pode fazer tal juízo
de valor.
Pode-se somente relativizar a coisa julgada se houver previsão legal no ordenamento
jurídico. A relativização da coisa julgada atípica não trará certeza de que a decisão nova será
mais justa.
Assim sendo, não se pode permitir a desconstituição da coisa julgada de forma
atípica. Neste sentido pondera Aldo Ferreira da Silva Junior (2009, p. 159 ) “somente com a
modificação da lei, nela incluindo a hipótese de exceção, é que poderão ser abrandados ainda
mais os rigores da coisa julgada”. Assim, sem permissão da lei, não se pode desconstituir a
coisa julgada. O doutrinador ainda conclui “A sinalização de êxito na desconstituição de
sentença transitada em julgada sem a devida previsão legal significará que os litígios se

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tornarão intermináveis”.
Ao se permitir a mitigação da coisa julgada, a justiça se tornará mais morosa, a
máquina judiciária sobrecarregar-se-á mais ainda, a segurança jurídica será abalada, e
processos tramitaram ad eternum, pois é difícil definir de o que é justo ou injusto, podendo a
nova sentença também ser considerada injusta, e assim por diante.
Para Nelson Nery Júnior (2004, p. 49) não há que se falar em ponderação de
princípios, de acordo com ele, sempre se deve optar pela segurança jurídica, assim ele se
expressa:

A sentença justa é o ideal – utópico - - maior do processo. Outro valor não menos
importante para essa busca é a segurança das relações sociais e jurídicas. Havendo
choque entre esses dois valores (justiça da sentença e segurança das relações sociais
e jurídicas), o sistema constitucional brasileiro resolve o choque, optando pelo valor
segurança (coisa julgada), que deve prevalecer em relação à justiça, que será
sacrificada (Veropferungstheorie). Essa é a razão pela qual, por exemplo, não se
admite ação rescisória para corrigir injustiça da sentença. A opção é política: O
Estado brasileiro é democrático de direito fundado no respeito à segurança jurídica
pela observância da coisa julgada.

Assim, admitir a mitigação da coisa julgada é aceitar mais um recurso no


ordenamento jurídico, ou seja, ao se permitir a flexibilização da coisa julgada por decisão
injusta ou inconstitucional, estão sendo admitidos pressupostos novos para utilização do
Poder Judiciário.
Há em trâmite um anteprojeto para um novo Código de Processo Civil que visa
reduzir as hipóteses de cabimento de recursos, objetivando promover mais celeridade ao
judiciário. Assim a relativização da coisa julgada ao trará morosidade ao invés de celeridade
Possibilitar novas demandas para revisão de julgados pode conduzir a eternização
dos conflitos. Então, surge a seguinte indagação: “A decisão que anulou a anterior pode ser
anulada”?
É importante ressaltar que o simples fato de se permitir uma nova discussão de uma
ação transitada em julgada não garante um decisão mais justa à parte.
Já, em relação à mitigação da coisa julgada inconstitucional, tal argumento não deve
prosperar, testifica-se a não relativização da coisa julgada, pela existência de meios
disponíveis ao ordenamento jurídico pátrio que sejam próprios a atacar tal decisão, por
exemplo, o próprio recurso ordinário e extraordinário. Caso se permitisse, ao permitir a
mitigação dar-se-ia razão à desídia do autor e com isso se estaria consagrando sua inépcia. O
direito não socorre aos que dormem.

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Do ponto de vista de Nery Junior (2004, p. 47):

À sentença transitada em julgado, que eventualmente padeça de vicio de


inconstitucionalidade, não pode ser dado o mesmo tratamento da lei ou ato
normativo inconstitucional este último é norma de caráter editado de forma objetiva
e no interesse geral, a sentença é lei (norma) de caráter privado, editada de forma
subjetiva e no interesse do particular.

Para Nelson Nery Junior (2004, p. 48) não há nos casos de sentença um controle de
constitucionalidade como ocorre com as leis.
O autor conclui:

De nada adianta a doutrina que defende essa tese pregar que seria de aplicação
excepcional, pois uma vez aceita, a cultura jurídica brasileira vai, seguramente,
alargar seus espectros [...] de sorte que amanhã poderemos ter como regra a não
existência da coisa julgada e como exceção, para os pobres e não poderosos a
intangibilidade da coisa julgada.

Partilha do mesmo ponto de vista Aldo Ferreira Silva Junior (2009, p. 137):

[...] não nos parece aconselhável partir da premissa de que a coisa julgada
inconstitucional pode ser questionada perpetuamente, pois mesmo observando a
supremacia da constituição sobre todos os atos estatais, inclusive jurisdicionais, há
em contrapartida limites e freios que o próprio sistema dispõe para a sua distinta
aplicação como é o prazo decadencial da ação rescisória, ou mesmo o artigo 27 da
Lei 9.868/99 [...].

Assim, mesmo transcorrido o prazo para a ação rescisória, nas ações de


conhecimento de cunho condenatório, o devedor poderá suscitar a inexigibilidade do titulo
executivo judicial, caso o Supremo Tribunal Federal não use da prerrogativa do artigo 27 da
Lei 9868/99.
Por sua vez, quanto à declaração de inconstitucionalidade de lei, pelo Supremo
Tribunal Federal, e à inexigibilidade do título fundado nesta lei, em que pesem os efeitos ex
tunc, ao retroagir a lei encontra impedimento na coisa julgada. Neste sentido foram sábias as
palavras do Melo (on line):

[...] Não se revela processualmente ortodoxo nem juridicamente adequado, muito


menos constitucionalmente lícito, pretender-se o reconhecimento da inexigibilidade
de título judicial, sob pretexto de que a sentença transitada em julgado fundamentou-
se em lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal [...]

O ordenamento pátrio tem previsão legal de meios processuais típicos para mitigação
da coisa julgada em excepcionais casos. Não seria razoável permitir meios atípicos e em casos

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não previstos em lei, sob pena de tornar-se perpetuo um litígio.

6 CONCLUSÃO

Diante dos diversos posicionamentos apresentados pela doutrina sobre a relativização


da coisa julgada, é certo que o direito deve acompanhar a evolução científica e os anseios da
sociedade. Entretanto, não se deve permitir que o instituto da coisa julgada perca seu valor
tornando-se tal instituto relativo ao ponto de ser banalizado.
Entende-se ser necessário que os legisladores regularizem a relativização da coisa
julgada em algumas hipóteses excepcionais e propugnem pelo aumento do prazo para
propositura da ação rescisória, como é o caso da ação de investigação de paternidade, visto
não ser aceitável que o direito obrigue pessoas a exercerem direitos e obrigações como se
fossem pais e filhos, ou que impeça alguém de ter a chance de conhecer seu verdadeiro pai.
A teoria da relativização da coisa julgada se aplica de maneira excepcional e em
casos pontuais, se vier a existir previsão legal, com isso segurança jurídica não será
prejudicada e a verdade, bem como as decisões mais próximas da justiça serão alcançadas.

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REFERÊNCIAS

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Min. Celso de Mello. União e Nina Beatriz Jardim Mylius e Outro(a/s). Brasília, 11 de junho
de 2010. Disponível em: <http://www.stf.com.br>. Acesso em 17 de jan 2011.

CHIOVENDA, Guiseppe. Instituições de direito processual civil. Trad. de Paolo Capitanio,


com anotações de Enrico Túlio Liebman. São Paulo: Bookseller, 1998.

DINAMARCO, Cândido Rangel. Relativizar a coisa julgada material. Revista de Processo,


São Paulo, n. 109, jan./mar. 2003.

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Paulo, n. 2, 2003, p. 7-45.

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NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do processo civil na constituição federal. 8. ed. São
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SILVA JUNIOR, Aldo Ferreira. Novas linhas da coisa julgada civil. Campo Grande MS:
Futura, 2009.

TALAMINI, Eduardo. Coisa julgada e sua revisão. São Paulo: Editora: Revista dos
Tribunais. 2005.

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