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RESUMO
Apresenta-se nesta Contribuição Técnica (CT) as medições de vibrações eólicas realizadas na LT 500 kV
Teresina II – Sobral III - Fortaleza II Circuito II equipada com uma variante da configuração do sistema
de amortecimento para o modelo Feixe Expandido (FEX) já instalado e verificado no circuito paralelo.
Os pontos monitorados incluíram as localidades próximas aos grampos armados, às fixações com varetas
pré-formadas dos espaçadores-amortecedores, às garras dos Stockbridges, aos grampos de suspensão dos
pára-raios e aos grampos de ancoragem a compressão.
A presente Contribuição Técnica tem como objetivo não somente validar o sistema de amortecimento
instalado, mas também auxiliar nas novas modelagens dos conjuntos Cabos / Sistemas de Amortecimento
na configuração FEX por meio dos resultados quantitativos obtidos com esta variante do sistema de
amortecimento.
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Desde as primeiras campanhas de monitoramento em tecnologia FEX percebeu-se a necessidade de
verificar os níveis de vibração eólica tendo o fabricante como responsável pelo fornecimento dos
equipamentos de medição (1). Esta medida administrativa permitiu que novos monitoramentos de níveis
de vibração eólica fossem verificados tais como os obtidos na LT 500 kV Presidente Dutra - Teresina II
Circuito 2 que apresentaram medições dentro dos valores adotados como seguros quando da realização da
campanha de campo (2).
Dentre os fatores motivadores para a realização de uma nova campanha de monitoramento, além do
próprio projeto em si, se destacam os escassos dados de campo sobre o comportamento mecânico dos
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cabos condutores sob esta nova configuração do tipo FEX e a variação do sistema de amortecimento com
a fase central equipada com amortecedores Stockbridges junto aos espaçadores-amortecedores.
Sempre que possível, foram realizadas medições com duplicidade de instrumentos instalados em vãos
críticos para o sistema de amortecimento. Foram realizados três sítios em locais com micro climas
próprios de cada região com condições de instalação dos equipamentos distintas.
São apresentados os resultados das micro-deformações calculadas em cada sítio conforme o ponto
monitorado com suas respectivas análises de vibração para um período de instalação de três semanas
cada.
O vibrógrafo de tipo PAVICA, que são os mais versáteis, por trabalharem com a tecnologia de micro-
flexões invertidas foram instalados no próprio cabo condutor, isto é, junto às garras dos espaçadores-
amortecedores, das garras dos amortecedores Stockbridge e dos grampos de ancoragem a compressão.
Os vibrógrafos do tipo SCOLAR III foram instalados sob os grampos armados e monitoraram os níveis
de vibração que alcançam as extremidades do vão após o amortecimento sofrido no mesmo.
Os vibrógrafos do tipo VIBREC foram instalados sob os grampos convencionais do cabo pára-raios e
serviram não só por registrar os níveis de vibrações ocorridas, mas por armazenarem o número de horas
de vento transversal a LT.
Com relação aos critérios de referência, o número de horas de vento mínimo transversal adotado para
validação do sítio monitorado foi de 150 horas. Para as micro-deformações, os valores adotados de
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aceitação foram de 300 µm/m pico a pico nas fixações aparafusadas / rígidas e 150 µm/m nos terminais
que não tenham borrachas / varetas.
4.1 Sítio 1
O primeiro sítio foi instalado no vão compreendido entre as estruturas 37/1 e 37/2 no município de Altos-
PI. Contanto com 584 metros de extensão, foram instalados seis vibrógrafos conforme descrição a seguir.
4.1.1 Cabo Condutor
Com o propósito de estabelecer um padrão de referência dos níveis de vibração neste sítio, foram
removidos os amortecedores Stockbridge e os espaçadores rígidos da fase lateral esquerda no sentido
crescente da LT. Também foi removido o sistema de amortecimento dos vãos adjacentes. A razão da
remoção teve como objetivo evitar o amortecimento das vibrações no vão sob análise pelos vãos
adjacentes. Nesta fase foi instalado o vibrógrafo SCOLAR III 1022 a barlavento no grampo de suspensão
armado localizado no subcondutor superior externo.
Na outra fase os níveis de vibração foram verificados junto à garra do espaçador amortecedor por meio de
um vibrógrafo PAVICA instalado a barlavento no subcondutor superior. Neste ponto, o sistema de
amortecimento também não foi removido.
4.1.2 Cabo Pára-raios
Com o intuito de adotar o mesmo princípio adotado cabo condutor, também foi removido o sistema de
amortecimento no cabo EHS 3/8” no vão sob análise e nos vãos adjacentes para fins de referência
situados a barlavento. Este ponto foi monitorado por meio do vibrógrafo VIBREC 077. O outro cabo
pára-raios também foi monitorado pelo VIBREC 088 com o sistema de amortecimento instalado. A
velocidade do vento neste sítio foi medida por sensores de vento instalados nos próprios VIBRECs.
4.2 Sítio 2
O segundo sítio foi instalado no vão compreendido entre as estruturas 154/2 e 155/1 no município de
Piripiri-PI. Contanto com 543 metros de extensão, foram instalados cinco vibrógrafos conforme descrição
a seguir. Diferentemente do vão monitorado no primeiro sítio, não existiram amortecedores do tipo
Stockbridge junto aos espaçadores-amortecedores. Foram instalados 5 vibrógrafos neste sítio.
4.2.1 Cabo Condutor
Com o mesmo propósito de referência adotado no sítio 1, foram removidos os amortecedores Stockbridge
e os espaçadores rígidos da fase lateral esquerda no sentido crescente da LT. Também foi removido o
sistema de amortecimento dos vãos adjacentes. Nesta fase foi instalado o vibrógrafo SCOLAR III 1022 a
barlavento no grampo de suspensão armado localizado no subcondutor superior externo.
Na fase central, com o sistema de amortecimento instalado, tal como no primeiro sítio, escolheu-se por
monitorar os níveis de vibração no subcondutor superior a barlavento por meio do vibrógrafo SCOLAR
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III 1024. Nesta mesma fase, com o uso de um PAVICA, foram monitoradas as vibrações na garra do
amortecedor Stockbridge situado próximo ao grampo armado.
4.3 Sítio 3
O terceiro sítio foi instalado no vão compreendido entre as estruturas 3/2 e 3/3 no município de Sobral-
CE. Contanto com 279 metros de extensão, este vão de ancoragem foi monitorado por cinco vibrógrafos
conforme descrição a seguir. O sítio foi monitorado com cinco vibrógrafos.
4.3.1 Cabo Condutor
O mesmo princípio de utilizar uma fase como referência para o cabo condutor foi usado neste sítio.
Foram removidos os amortecedores Stockbridge e os espaçadores rígidos da fase lateral esquerda no
sentido crescente da LT, bem como o sistema de amortecimento dos vãos adjacentes. Nesta fase foi
instalado o vibrógrafo SCOLAR III 1022 a barlavento no grampo de suspensão armado localizado no
subcondutor superior externo.
Na fase central, com o sistema de amortecimento instalado, instalou-se o vibrógrafo SCOLAR III 1024
para monitorar os níveis de vibração no subcondutor superior a barlavento. Nesta mesma fase, com o uso
de um PAVICA, foram monitoradas as vibrações no grampo de ancoragem prensado.
5.1 Sítio 1
Neste ponto a máxima micro-deformação calculada no cabo condutor desprovido de amortecimento foi de
180 µm/m no máximo (figura 1). Para o cabo condutor amortecido, a deformação não ultrapassou o valor
dos 40 µm/m (figura 2).
O vibrógrafo PAVICA instalado junto a garra do Stockbridge apresentou falhas e não foram obtidos seus
dados de medição. Quanto às medições junto às varetas pré-formadas do espaçador-amortecedor, o
máximo valor encontrado foi de 64 µm/m (figura 5).
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Os vibrógrafos VIBREC instalados apresentaram níveis de micro-deformação bem distintos. Para o cabo
pára-raios desprotegido, a máxima micro-deformação calculada foi de 522 µm/m (figura 3). Para o cabo
amortecido o valor foi de 155 µm/m (figura 4).
0,045
0,900
0,040
0,800
Megaciclos Acumulados/Dia
Megaciclos acumulados/ Dia
0,035
0,700
0,030
0,600
0,025
0,500
0,020
0,400
0,015
0,300
0,200 0,010
0,100 0,005
0,000 0,000
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Micro-deformação Micro-deformação
Mínima Deformação Máxima Deformação Mínima Deformação Máxima Deformação
0,0600 0,0025
Megaciclos Acumulados/Dia
Megaciclos Acumulados/Dia
0,0500
0,0020
0,0400
0,0015
0,0300
0,0010
0,0200
0,0005
0,0100
0,0000 0,0000
0 100 200 300 400 500 600 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Micro-deformação Micro-deformação
Máxima Deformação Mínima Deformação Máxima Deformação Mínima Deformação
Espaçador-Amortecedor Pavica
0,0160
0,0140
Megaciclos Acumulados/Dia
0,0120
0,0100
0,0080
0,0060
0,0040
0,0020
0,0000
0 10 20 30 40 50 60 70
Micro-deformação
Máxima Deformação Mínima Deformação
Figura 5 – Espaçador-Amortecedor
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5.2 Sítio 2
Neste sítio um dos vibrógrafos SCOLAR III apresentou falhas de funcionamento e os dados de medição
não puderam ser recuperados. O vibrógrafo com falhas de leitura estava instalado no cabo desprotegido,
de forma que não se pôde avaliar os níveis máximos de vibração induzida. Para o cabo protegido, a
máxima micro-deformação calculado foi de 56 µm/m
Os vibrógrafos VIBREC instalados apresentaram níveis de micro-deformação de 179 µm/m para o cabo
desprotegido (figura 6) e aproximadamente 80 µm/m para o cabo amortecido (figura 7).
0,1400 0,0007
0,1200 0,0006
Megaciclos Acumulados/Dia
Megaciclos Acumulados/Dia
0,1000 0,0005
0,0800 0,0004
0,0600 0,0003
0,0400 0,0002
0,0200 0,0001
0,0000 0,0000
0 50 100 150 200 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Micro-deformação Micro-deformação
Máxima Deformação Mínima Deformação
MAX MICROSTRAIN MIN MICROSTRAIN
Amortecedor Pavica
0,0030
Megaciclos Acumulados/Dia
0,0025
0,0020
0,0015
0,0010
0,0005
0,0000
0 10 20 30 40 50 60 70
Micro-deformação
Máxima Deformação Mínima Deformação
Figura 8 – Amortecedor
5.3 Sítio 3
Os vibrógrafos SCOLAR III apresentaram níveis de micro-deformação de 100 µm/m (figura 9) para o
cabo desprotegido e aproximadamente 62 µm/m para o cabo amortecido (figura 10).
Para o vibrógrafo PAVICA instalado junto ao grampo de ancoragem prensado, a máxima micro-
deformação calculada foi de 69 µm/m (figura 13).
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Quanto aos vibrógrafos VIBREC obteve-se para o cabo desprotegido 330 µm/m de micro-deformação
(figura 11). Com o sistema amortecido foram encontradas micro-deformações de 156 µm/m (figura 12).
0,400 0,012
0,350
Megaciclos Acumulados/Dia
Megaciclos Acumulados/Dia
0,010
0,300
0,008
0,250
0,006
0,200
0,150 0,004
0,100
0,002
0,050
0,000
0,000 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0
Micro-deformação
Micro-deformação
Mínima Deformação Máxima Deformação Mínima Deformação Máxima Deformação
0,7000 0,2500
0,6000
Megaciclos Acumulados /Dia
Megaciclos Acumulados/Dia
0,2000
0,5000
0,1500
0,4000
0,3000
0,1000
0,2000
0,0500
0,1000
0,0000 0,0000
0 50 100 150 200 250 300 350 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Micro-deformação
Micro-deformação
Máxima Deformação Mínima Deformação
Máxima Deformação Mínima Deformação
0,0007
Megaciclos Acumulados/Dia
0,0006
0,0005
0,0004
0,0003
0,0002
0,0001
0,0000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Micro-deformação
Máxima Deformação Mínima Deformação
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µm/m)
Máximas micro-deformações (µ
Posição monitorada
Sítio 1 Sítio 2 Sítio 3
Amortecedor Stockbridge - 57 -
“Grampo armado” 40 56
Grampo de ancoragem prensado - - 69
Espaçador-amortecedor 64 - -
Pára-Raios 155 80 156
6. CONCLUSÃO
Os valores das micro-deformações encontradas na configuração FEX com a variante do sistema de
amortecimento demonstram que os níveis das vibrações eólicas foram amortecidos a níveis seguros.
Apenas no cabo pára-raios ocorreram micro-deformações acima de 150 µm/m. Todavia, com eventos
bem reduzidos.
Nos demais pontos terminais monitorados, as micro-deformações ficaram dentro dos valores de referência
adotados. Mesmo não se tratando de um engaste rígido, as micro-deformações no grampo prensado
ficaram superiores às encontradas nos grampos armados. Todavia, os valores não ultrapassaram 69 µm/m.
BIBLIOGRAFIA
[1] Cavalcanti, S. G. et alii. IT GLT 24. Monitoramentos Elétricos e Dinâmicos de Condutores em
Linha de Feixe Expandido – Experiência, Dificuldades e Resultados – Validação Tecnológica e
Confiabilidade Operacional; XVII SNPTEE (2003), Brasil
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Expandido com Espaçadores mais Amortecedores. XVIII SNPTEE (2005), Brasil.
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