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POR
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FGV/ I SOP/CPGP
P rai a de Bot afogo , 190 - s a l a 11 0 8
Ri o d e J an e i ro - Bras i l
,
Ved�co a Fe4nando
AGRADEC I MENTOS
cussao e reflexão.
iv
�o Centro de Pós-Graduação em Psicologia do Institu
tos.
das.
\
tação.
v
R ES U MO
vi
No quarto capitulo analisam-se as contribuições de
-.'..
vii
SUMM A RY
I
,I
order.
viii
in the fourth chapter Michel Foucaul�s contributions
as knowledge obj ects and power e ffects con s ti tuting themse lves
Agradecimentos ------------------- iv
Resumo --------------------------- vi
Summary viii
.-
INTRODUÇÃO
·dades
.
n1
5. CONCLUSÕES --------- - -
-- -
--- -------------- --------- - -- 1 02
6. BIBLIOGRAFIA -----------------------------
-- - --------- 106
"O que ê a verdad e , portanto ? Um
bata lhão móve l de metáforas , meton ímias, an
tropomorfismo s , en fim , uma s oma de re lações
humanas , que foram enfati z adas poética e
retqricamente , transpostas , enfeitadas , e
que , após longo uso , parec em a um povo s ó
l idas , canônicas e obrigatór ias : as verda
de s são i lusõe s , das quais se e s queceu que
o s ão , metáforas que se tornaram gastas e
s em força s en s íve l , mo edas que perderamffiB
e f I qie e agora só entram em consideração�
mo metal , não mai s· corno moedas " .
Niet z s che
INTRODU CÃO
d
nes se sentido, a troca das regras de um jogo que está dado mas
seus usos .
esses instrurnen�os .
t em papel determinante ) .
cologia, assim como fora de la, na med ida em que vão falar o di�
,.
No interior da d i s c ipl ina ps icológica , um ramo e s-
-
pecifico - a Psicometria - con s tituirá o núc leo dedicado a
nalidade . �
inteligência .
aná l i se em dua s vertente s . Uma que chamamos inte rna , onde te�
tamos explorar a que s tão dos fundamentos teór icos inerente sao
� .
Cabe salientar que e s s a d iv i são tem aqui apenas ��
só podem ser pensados no inter ior de uma prática soc ial ( " u n.i
Conforme Kars� ( 1 9 7 4 )
de nossa análise.
6.
essa categor ia tem como fundamento uma noção " de scontinu í s t a "
entíf ico . Em Bachel ard a que stão do corte epi stemológico nao
científ i co .
c a . Diz Hippolyte ( 19 7 0 ) :
Para Karsz
nas entre o erro e a verdade mas e ntre "A c iê nc i a " e "A i deolo
gia " i sto é , entre uma categoria geral de ciência e i deo logia .
�
suas colocaçõe s anteriores a respe i to do " corte " ou " ruptura "
uma c.i ê nc.ia " . (op . cit . , p . 3 3 7 ) . Da mesma maneira que a ciên
ideo logia para uma c iência . E s e uma c iênc ia, como o materia
lismo his tórico , reconhece sua pré-h i s tória como errônea , ela
9.
puras ilusões ( "O erro " ) mas s im como materialidade s exi sten -
gia , que est� pos su � uma hi stór i a real , lei s própr i a s , artic�
t imo ponto :
do-o s como produtos , como fato s , c omo resultado s , "� e.m jama.i�
�e.6le.ti� o nato de. que. e.� � e.� p�o duto � não �ão p�o duto � quai� -
que.�, ma� ju� ta.me.nte. co nhe.cime.nto � ". (Althu s ser , op . cit,p. 65)
ção de. ap�o p�iação co gnitiva do o bje.to �e.al p o � me.io de. �e.u ob
ção conduz ao mecani smo de produção de seu " efe i to " espe c í f ico .
des se real . O obj eto sobre o qual se trabalha é um obj eto teó-
tica teóric a " . "A ciincia não � um t�abalho de. ab� t�ação We. e.�
�a.çãoJ ma� um t�abalho na. ab�t�a.ção � e.ndo e.la �e.u me.io como a.
- -
agua e. o me.io d o pe.ix.e.". (Kar s z , op . cit . , p . 61)
·prática teór i c a " por exemplo, a c oncepção de uma " teoria pu
�
A ideolog i a teórica, conforme observa Kar sz, também
apre senta um " obj eto " coerente à lógica própr i a da ideo-
e la s
d e � c o n h e c em a� � eg �a� d e c o n � ��u�ão d e � eu o b
j e�o e a � ��a n � 6 0 �m a� õ e � q u e aZ � ã o � n�� o d u z �
da� , n ã o 4ão c o l o c ada4 c o m o p�o b l em a4 4 e n ã o n a
m e d�da e m q u e e l a j á p� ê - 6�g u�a a � o t ução . A
��g o � , ela n ã o c o l o c a p�o b l em a4 ma� � o l uçõ e4 e
n u n c�ada4 � o b a 6o�ma d e q u e� � õ e� (L 11, 1 051�
Po d e-� e então d� z e� q u e um d o � pa� a d �g m a� � e�õ
��C04 d o � ( p4 e u d o ) p�o b t ema� � d e o l õ g �c o � , ê a
�aut o t o g �a . ( idem, p . 6 5 )
tif i c o .
zindo-o .
a 'técnica
-simuladore s " ( produção do " real " a ser ver i f icado ) e como " ins
ceituais .
camente . Não se d i s tanc iam deles para cons trui r s eu obj eto, an
pela técnica é nes se sentido uma " cópi a " , uma dup l icação do
Esses " conhec imentos " sao colocados como teór icos. Diz Altlrusser:
p. 26 ) .
INTELIGtNCIA.
mediato, sem que haj a nenhum mecani smo de abstração (no sent i -
uma trans formação, por me io do trab a lho teóri co, s obre a maté
j eto de conhec imento, as técn icas se propõem " metodo lóg i cas " ,
tanto, "a. JLepJLo dução metôd-i..c. a. do o bjet o de c.o nhec.-i..m ento lexp�
senta inte iramente explic itada por um conj unto de prodec imen -
\ .
tos estat í stico - matemáticos que produz irão e s sa normalidad�
sicos e f i s io lógicos .
tabelec ido
t o de méd i a .
afirma que Quêtelet não tinha nenhuma evidênc i a para achar que
-de s .
tão econômica . " A du..ILa.ç.ão mê.d.ia. da. v.ida. não ê. a. dUILa.ç.ão da. v.i
da" que esse homem l eva , o que não permite e s t abelecer uma
ritmo de vida .
que a faz em pas sar por um método prec i so de reg i s tro e vo ltar-
pl icativa do s fenômeno s .
dent i f ic ados
ora como devido a f raude s , ora a falta de padro-
.
nização nas condições de mensuração (medidas f e i t as a o lho nu
:ficar que :
de maneira integral .
Seus e s tudos foram real i z ados nos EEUU com uma amos tra de
te apre sentaram a forma previ sta ( O ' Brien apud Tort , op . cit ,
p . 100 ) 1 •
mando inc lus ive urna população da me sma a l tura, o que dá aos r�
mentários do autor :
lar ;
de d iferenciação e de heterogeneidade .
intervêm .
não é a leatór io
tos nem como independentes nem como micro fatore s que cheguem a
D i z Tort :
O�a , e & ta� hipõte& e& , & ão d e& m e ntida& po� todo e & t u
d o e& tatl & ti�o � ê�io � eali z ado & o b � e um a amo& t�a v á
lid a da popula ç ão 6 � a n � e& a . t o � a & o d 4 p e & q ui�a do
l N EV l �om 1 0 0 0 0 0 0 ��ian ç.a� . ( idem , p. 2 3 - 4 )
l
pe& q ui & a � eali z ada p elo l n& titute National d ' t tu d e & n emog � á p h�
q u e& � u j O & p�im ei�o& � e& ultado& 6 o�am pu b li �ado& no Cah i e� nq
6 4 d e l ' I N EV . A & ta b ela& 6 o�am � ep�od u z ida& e m T O R T . U , op . cit .
p. 2 3 - 2 4 .
l
f� � a a 6 i�ma ç ão ê 6 eita com b a h e no c á l c ulo d e p�o b a bil� d a d e
� eali z ado p elo auto� .
27.
neces sário que e l a exi sta para que s e pos sam medi r traços p s i
cológicos .
l
Stev en6 � e 6 e� e - 6 e a� c�Ztic a � d e 8 e� t� a n d R U�6 e l ã p 0 6 tula ç ã o
p o u c o c�it e�io�a : " o m ét o d o d e p 0 6 tula�" o q u e q u e� em o � t em
muita6 v antag e n 6 : a6 m e�ma6 q u e t em o � o u b o 6 � e nt e a o â�duo
t�a balho ho n4ado . ( Ru 6 � e l apu d S t ev e � , o p . c it . , p . 42 )
2
T�ata - � e d e um a e� c ala d e m e dida em q u e é p 0 6 6 Zv el c o n h e c e4 a
mag nitu d e d 0 6 i n t e�v a l o � ( di6 t â n c ia6 ) e nt� e 0 6 o bj et o 6 d a e6 -
c ala . C a� a c t e4i z a - 6 e p o � uma u nida d e d e m edida c o m um e c o n 6 -
tante q u e d e6 ig na um núm e4 0 � eal a t o d 0 6 0 6 pa� e6 d e o b j eto�
em um c o n j u nt o o�d e nado . S om e n t e a o nZ v el d a e 6 c ala i n t e 4 v ala4
ê po � � Zv el o p e4a� num e�icam e n t e , �a z ão p o � q u e � e b u � c a a t i n g Z
lo .
n
29 .
uma amos tra de suj ei tos que deverá ser " su f i c i en temente gran
de" para ser cons id erada repre sentativa da popul ação , a respe!
mais altos no " contínuo de d i f ic u ld ade " que aque les que erra-
ram.
à posição dos i tens , mas a pos ição dos i tens por sua vez foi dete!,
l
minada pelos e scores dos indivíduos . A pos ição dos i tens e
dos ind ivíduos somente pode determinar-se por rec iproc idade .
D i z Magnus son ( l9 7 2 } :
o c o n tI n u o � o b� e o q u al t em o � d et e�m i n a d o a p o � i ç � o
d o It em , t em � i d o d e � c�ito c o m o u m c o n tI n u o d e d i 6 i
c u l d a d e : a p o � i ç � o d o It em em � e t a ç � o � di� t�i b ui �
ç � o hip o t �tica d o � e 6 c o � e � i n d i u i d u a i � d a c a p a c id a
d e d e e x e c u ç � o , n O J d � o n I u e l d e di 6 i c u l d a d e d o I �
t e m . P o � t a n t o , t am b im � um c o ntI n u o d e c a p a c id a d e
q u a n d o 6 i x am o � a � p o � i ç � e� d o � i n d i v I d u o � ; a p o � i -
ç � o d o i n di v I d u o � a b� e o c o n t I n u o � e p� e � e n ta . � ua
c a p a c id a d e . E a n ela ç � o e nt� e a c a p a ci d a d e d o i n d i
v Id u o e o g � a u d e d i 6 i c u l d a d e d o It em o q u e d et e�m i
na � e o i n d i v I d u o p o d e o u n � o � e � o l u � - l o . S e a p o �7
ç � o d o i n div I d u o n o c o n t I n u o i m ai� alta q u e a p o �7
ç � o d o Z t em � e l e p o d e� � n e� o l v � - l o , p o � im n � o p o d e�
�� � e a � ela ç � o i i n v e� � a . ( p . 2 8 )
Para a compo s i ç ão do t e s t e s a o e sc o lh id o s i te ns
s i ana .
( S c hwebe l l , op . c i t , p . 6 7 )
1. Pa�a d i n � d e e n � i n o , d e 6 e o b�i� q ua i� O � a lu n 0 6
q u e � a o b�il h a n t e � e c a p a z e � d e � ea li z a� me
l h o � t�a b a l h o e � c o la� d o q u e e � t � o 6 a z e n d o ; e
d e � c o bhi� q u ai� 0 6 a l u n o � q u e 6 a O o b t u � o � e p o
d em e � ta� t e nt a n d o tl!.a b a.f.. ha� a l �m d e � u a 6 c a pa -
cida d e 6 .
3. Pah.. a 6 J.. n -6 a d m J.. nJ.. -6 th.. a tJ.. v o � , c l a. -6 -6 J.. 6 J.. c ah.. 0 -6 a iu. n o �
e m g h.. U. p 0 6 6 e.p ah.. a d o 6 d e n th.. o d a 6 h.. e-6 p e. c. tJ.. v a -6 ,� ê.h.. J.. e -6,
d e m o d o q u. e. o � a .t u l1 o -6 m a. L� bh.. J.. .t ft a ll t e. 6 .0 u m a ,{. � m a
dU.h.. 0 .6 I.> e. p O -6 l.> am b e. n e 6 J.. c J.. a h.. d e u m c UfLh.. l c. u .t o e nh.. J.. -
q u e c.J.. d o e d e m o d o q u e a o ,'\ a iu ll o -6 m a ..i. -6 o b t u -6 o ,'\ o u.
m e n o l.> m ad uh.. o l.> I.> e j a p e � m ..i.t..i.d o ph.. o g h.. e d ..i.h.. n u m a c. a d ê. n
c J.. a m aJ.. -6 .t e n t a
( id em , p . 8 5 )
•
cou .
f icação s oc i a l d o s i nd iv í duo s .
(p . 3 0 ) . Aqu i , a ma s s a é conhec id a p e l a v i s ão e e s tá em r e l a -
33.
pa�a um a ��ia n ç a � v ld a , o 6 � u t o m a i o � � o m e l h o � , a
q u el e q u e 6 a l a m a l � c la�am e nt e a o � e u d e � e j o , a q u el e
q u e � o o b j e t o � u b,5 ta n c ia,e. d o d e � e j o . A Il a ç ã o d e m a �
� a c o n c n eti z a o pJt õ p� i o d e ó e j o d e c o m e� . ( id em, ibidem)
c e ito , me smo quando func iona " em compo s i ç ão " não é p e n s ado em
e f i c iente s .
E 6 � c i l imag i n an q u e e � t a e x p eni � n c ia c o n � ti t u a um a
� e 6 e� � n c ia n e c e � 6 a�ia e � u 1 i c i e n t e pana l eg itima�
q u al q u en t e o n ia . P e 6 an � p e n6 a� . P e n 6 a� � p e 6 a � . . . .
Um p e n 6 am e nto em plnic o a � 6 0 c i a d o a um a e x p e � l � n c la
p e n e m ptõ�la , t ã o 6 lm pl e6 , Jt e c e b e e ntã o o n o m e d e p e-n
6 a m e n t o Jt e a .t i 6 ta . ( i d em , p • 3 6 )
s a a as sum i r um a specto " r ac iona l " na med ida em que vai se de-
s e re fere a o s t e s te s :
Ou s e j a ,
n a 6 i n a l d a m e d i d a n a o � e � a b e Q ua l é a paht e , , n a q u i
lo Q U � é m e di d o , d a i n t e��e n ç a o t é c ni c a e d a 6 ph O �
phi e d a d e � d o o b j e t o . (p . 1 2 0 - 1 )
quando observa :
N o p� o c e� � o d e e l a b o h a ç � o d e um t e� t e , a C Uh v a n O h
m a l é t�atada m ai� c o m o ph a b l em a m et o d o l ó g i c o d o Q u e
um 6 a t o em p i � i c am e nt e o b � eh v a d o . S em p� e Q u e � e ob
t em uma di� t�i b ui ç � o Q u e n � o � e j a n O hmal n o ghupo
d e p a d� a ni z a ç � o , a h e� p o � t a c o � tum eiha é p O h - � e a
tha bal h o pa�a � e v eh o t e� t e . A m ai o hia d o � t e� t e �
t em � i d o , p o i� , d eli b e� a d am e n t e a j u� t a d a p a� a a p� e
� e nta� u m a di� t�i b ui ç � o q u e � e apho x i m a a c u� v a n O h
m a l , n a p o p u la ç � o pa�a a Q u a l � e d e� t i n a ( . . . J A c h e�
c e ntam - � e o u eliminam - � e it e n� , o ut� 0 6 m u d a m d e p o �
.� i ç � o d e l1 th o d a e_� c al a , o � " p e � o � " d o � e � C O h e � da�
d i 6 e� e l1 t e � � e 6 p o � ta � � � o alt eha d o � , e 6 a z em - � e ou
th O � a j u� tam e n t o � � em e l h a l1 t e � a t é q u e b e c o n � ig a a
d e� e j a da a p� o x im a ç � o a n O hm al i d a d e . V i z eh , a � � im ,que
uma d a d a d i � t� i b u i ç ã o é l1 0 hm al p o d ehá � ig n i 6 i cah �im
pl e� m e nt e Q u e o p� o c e� � o d e p a dh o ni z a ç � o d o t e� t i
6 0 i m et i c u l o 6 am e n t e e x e c u t a d o . I l1 v eh� am e l1 t e , d i z e�
q u e uma d a d a d i � t� i b u i ç � o I1 � O é n o �m a l p o d e� á � ig n i
6 i c a.'t a. p e l1 a � q u e a ela b o h a ç aõ d o ;t e� t e ó o i g � o � b e i�
�a o u q u e 6 0 i aplic a d o a um g h u p o p a�a o q u al n�o
e1La a p� o pJtiad o . C p . 4 3 )
36 .
l
o proce s so de padron i z aç ão repr e s e n ta , p oi s , um no
c e s so s pe l o s qua i s a d i s tr i bu iç ão o r i g i n a l d o s e sc o r e s d o s i n
aI c enta� e x p e c t a ti v a � d en i v a da � d a pó i c o l o g ia di 6�
n e n c. i a f. ;
bJ a ó pn o pn i e d a d e � m at em ã t i c a � d a 6 u n ç ã o d a d i ó t n i -
b u i ç ã o n o nm a l , a c o n v e n i � n c. i a d a ó t a b e f. a ó e6 -
tat Z 6 t i c. a ó d e q u e ó e dió p o e , e t c . e
c. J pn o v a v elm e n t e , e m alg um g nau , a ó atió � a ç ã o d en i
v a d a. d e v e f. ig an - � e a um a v el ha t n a d i ç a o (p . 2 8 6 ;
.
g r i fo s no s so s ) .
I
Ph O c. e 6 ó o d e tn a. n � 6 o n m a ç � o d o ó e 6 c. o n e ó b n u t o � ! n �m e h o d e n e ó
p O ó tal c. o �n eta 6 o b tid o � m u m t e6 t e l em e � c. o � e6 p a d � ã o i 6 t o �,
e b c. o � e6 q u e f. e v a m e m c. o n 6 i d e n a ç ã o o n e 6 u f. t a d o d e um � ndivZduo
e m c. o m p a n a ç ã o c. o m 0 6 n e � ult a d o 6 o b ti d o 6 p e f. o g h u p O o u am 0 6
�
tna d e pa d � o n i z a ç ã o .
37 .
mento :
�
� e a � u o � i ç a o tl e um a d i � t� i b u i ç a o n o �m a l � � a z o �
v el , e � em d � v i d a o b t em o � u m a d i � t� i b u i ç a o a � 6 im � -
t�i c a d o � e� c o � e � o � ig i na i � ,
d i z Magnus son
i 6 t o � ig n i 6 i c a q u e o i n � t� um e n t o n a o d� um � e g i � t� o
, v e� d a d e i n o d ab p o � i ç 5 e � � el a tiY a � d 0 6 i n d i v 2 d u 0 6 . E m
tai6 c a 6 0 6 , p o d em o 6 n o nm a l i z an a d i � t n i b u i ç a o a 6 6 i
m �t �i c a d o � e 6 c o � e 6 o b t i d o 6 , q u e� d i z e� , m o d i 6 i c a�
a 6 o � m a d a d i � t� i b u i ç a o p an a o b t en u m a d i � t � i b ui ç a o
n o nm a l d o � e 6 c o � e � . ( p . 2 8 l � gr i fo nos s o )
c o s que se d i str ibuem norma lme n t e . Obs erva- s e aqui uma c ircu-
me smo ' tempo que s e nega toda e qua lquer argum e ntação que de-
. • p a�a m ui t o � o b j e t i u o � � � o d e � e j � u e i � n o �m a � m u i
.
t o e� p e � Z 6 i � a � . V e � � a m a n e i � a , m e � m o q u a n d o e x i� t e�
n o �m a .ó � e p � e ,� e nt a t i v a.ó p a � a p u p u .t a ç õ e .ó a m p .t a .ó e: úti.t
t e � no�a.-� de .ó U bg�poll , � e p a � a d a 11l e l'l t e d e ,!:' � lL L t a � . l .ó t o
o � o � � e � em p� e . q u e � u bg � u p o ll i d e n ti 6 i c � u e i � a p� e .ó e n
t em � e� u .t ta d o .ó � o n ll i d e� a v e.tm e �t e d i 6 e � � n t e � , n u�
t e � t e d et e �m i l'l a d o . 0 6 .ó u b g � u p o � p o d em .ó e� 6 o �m a d o �
� o m � e.t a ç � o a i d a d e , ô e: � i e e .ó � o .e. a� , t i p o d e � u��Z � u
l o , .ó e x o , � e D i � o g e c g � � 6 i � a , a m b i e n t e u� b a n o o u � u�
�al , n Z u e.t .ó ô � i o - e. � o ll ô m i c o e m u Lt o o u ;t� o � j at o � e � .
O u .ó o d o t e. .ó t e d e. t e�m i n a o t i p o m a i .ó .ó ig H .L j i c at i v o
d e d i 6 e � e n � i a ç � o , a ô .ó im � o m o o 6 a t o d a � I'l o �m a .ó m a i .ó
a d e q ua d a � � e � em g e� a i � o u e .!:' p e c .J_ 6 i � a � . ( p . 1 2 3 )
c) e n f im , o q u e d e termina q u e s e d i g a q u e o Q I ( qu�
lênc i a ?
l
São M�im deYlom;.nada� a� amo�� .ó o bJte M quai.6 M. e 6 etua o p�O c.eM o d e.
pad�ovu.zaç�o . C omo eúg ê.n�ia 6undameJl.t:a.C. � amo�� d ev em .ó � "�ep�e
.6 enta.üua.õ " da populaç�o paJi.a a q ua..t .óe d e.óuna o te.óte .
39 .
0 0 a � p o p u la ç � e� n O h m a t i v a � d e v em � eh c ui d a d o � am e n
0
t e d e 6 i ni d a � o A � c a h a c t eh I � t i c a,� d e ,� � a � p o p u l a ç � e,�
d e v em ' � eh l e v a d a 6 em c o n ta , a o i n t eh ph e t a h 0 6 h e� u l
ta d o � d e t e 6 t e � o A l �m d i 6 6 o , em m u it o 6 c a 6 0 � , a � n o i
m a � e � p c c. Z n i c a ,�. , b a � e o, d a .s em p o p u l a ç. õ e 6 n O hm a ti v a 6 -
m ai � lim ita d a 6 , .s � o m ai .s � t e i � d o q u e a � n O h m a 6 g e -
haL� o ( idem , p . 1 2 5 )
construção do te s t e • . .
l
Etapa i n i c ial n a c o n 6 th u ç � O d e um t e � � � ex pehim ental e que
t em p O h 6 i n a l i da d e ph o c e d eh a u m a a n �li� e e 6 t a t I 6 t i c a d06
i t e n 6 v i 6 a n d o � el e c i o n a h o � m e l ho h e � paha a c o m p o � i ç � o d a.
6 0 hma d e 6 i n i ti v a d o t e 6 t e .
40.
. .�. .
em d e f i c i ente s ou g ê n i o s gener i c amente f a l ando . Me smo porque
co : à s e l eção e c l a s s i f i c a ç ão . D i z Magnu s s on ,
. . . � e d e� e j am o � e m p� e g a� a um i n d i v I d u o c o m o o p e��
� i o , d e v e�lam o � b a � ea� a a v a l i a ç a o d e � u a c a p a c i d a
d e em u m a c o m pa�a ç a o c o m o q u e a l ca n ç am o � b o n � o p e
� ã� i o � em uma b a t e�ia d e t e � t e� , e n a o em u m a c o m pa
� a Ç a o c o m o q u e a l c a n ç am o p e �ã� i o � q ua l i 6 i c a d o � . -
( op . c i t . , p . 2 9 1 )
l
" E v i d e l1 t em e l1 t e , t o d o -!J o � o p e.�ã� i o � n a o � a o d e. b ei-!J m a � u m a
g �a n d e p.'t o p o Jt ç a o d e d ê b e i ó e. o p eJt ã Jt i o � l1 . R . Z a z z o c i t a d o
p o � T o � t , M . o p . c it . , p . 3 4
2 So b�e ��a qUe.6�O V eJt pag"tna. 2 6 ( nota. d e. Jtodapê. J do pJt� ente �tudo .
41 .
pr ime iro c a s o .
mal idade nem produ z i r " o gêni o " e " o d e f i c i e n te " j á que nao
... ",
t a s s e c arac ter i s t i c a s d i f e r e n te s .
pro l i feração da " inte l i gente s " , de s tru i ndo - s e a idé i a de que
so .
43 .
so e l e a f i rma :
E � t� b em c l a � o l o g o d e � a 1 d a q u e e l a � � e 6 p o n d em a
uma d em a n da 6 0 c i a l ; u m p 6 i c � l o g o � o c i a l , 6 a l a n d o d e
t�a barTio".6 c. 3 e t uad o ,!l na p � -t. c o l o g ia 6 0 c i a l , e � c � e v e u :
" pu b ..t i c a - � e n u.m d et eJt m úw d o m o m e n t o u m a q u a n t i d a d e
d e o b � a 6 c u j o c o n t e � d o � d e t e� m i n a d o p e l o 6 1ato�e6
m a i 6 d i v e � 6 0 6 ; m a 6 d o p o n t o d e v i6 t a d a u t i ..t i z a ç � o
� o c i a l q u e ê 6 e -t t a , e � .t e 6 ptr.im e i� o � n at o � e6 .�ao mai6
OU:-m e n o ó ,ó em im p o �tâ n c i a . O q u e c o n ta , ê a ad eq ua
ç ã o d e6 ta ,ó o b � a 6 ã. .ó " n e c e � � id a d e 6 i d e o ..t � g i c a 6 " d e um
g �u p o 6 0 c ia l o u de um a � o c i e d a d e n u m m o m e n t o dado ;
a6 o b � a 6 m a i 6 a pt a 6 a 6 at i 6 6 a z e� e 6 t a � n e c e � 6 i d a d e 6 1
� � o � e t i d a 6 , a 6 o ut�a é c a em n o e 6 q u e c im e n t o . ( p . 2 3 )
ç ao - trans formaç ão da ordem soc i a l " , termo s emp reg ado num se�
o � u j e i t o c o m o 0 � ig em e. 6 im a b 6 o lu t o d e � i m e � m o , ê
� em p� e l i \} � e p a�a tr. e o tr. g a ni z atr. a o tr. d em , mM a c o e x. ,ü t � H
c ia d e o u t� a 6 l i b e� d a d e 6 a b � o l u t a 6 6 i x a. a o tr. d em n uma
i n êtr. c ia q ua � e i n 6 ú 1 i t a . ( id em , p . 2 0 - 1 )
u t i l i z ados ne s s as c i ênc i a s ,
t em p o � 6 u n ç � o c o l o c a � a q u e� t� o � e p e titi v a d a a d e
q u a ç � o c o n� eg u i d a . o � iit�um e nt o � � � o , e m � i m e� m 0 6,
� e6 p o 6 ta 6 6 im u l a d a 6 , q u e c o l o c a m o � e al p � i c o - � o ci o
l ó g i c o ã: p � o v a , d e uma 6 o �l1J a a i n d a a n éi � � u. i c. a ã: ,� v e-=
z e � ( t�a b a l h o p o � e n 6 a i o e e�� o , c. o m Da� a v e l ã: m a n e i
�a c o m o E d i 6 0 n i n v e n t o u a j'. �m pa d a e .e é ,t�ic a , p o � e n-=-
6 ai o d e tud o o q u e l h e c a ia n a .6 m � o 6 . ) .( idem , i bidem )
do s :
1 ) A 6 � (l a ç 5 e 6 6 o c i a i 6 , c o n6 t i t u l d a 6 p e l a i n t e� - � e
l a ç � o d 0 6 p O l1 t o � 6 u b j eti v o 6 , 6 � O , n a o � i g em , a
da pta d a 6 a e l a6 m e 6 m a � : é a I da d e d e o u� o m l t i c. a
da o � d em 6 0 c i a l n o 6 eu é t e� � el a c i o l1 al tha n � pa -
� e n t e , d a R a z a o 6 e ita N at u� e z a .
2 ) A l g um a c o i6 a c o m o um a a l i e na ç � o o u u m a q u ed a v em
e nt � o o b 6 c u� e c e� a 6 h ela ç 5 e 6 6 o c i a i 6 , a c � dem 6 e
ó a z o b�ig a ç � o , a Natu� e z a 6 0 c i a l 6 e t o � n a i��a -
c i o n a l , a � a z � o 6 e e v ad e n a N a t u� e z a .
re a l i z á- l a .
a tual ,
n a a p L L c a ç � o d e u m a t é c ni c a a um a i d e o l o g ia d a 6 � e.
l a ç 5 e 6 6 o c i a i 6 , o c o n j u nt o c o m pl e x o em a pl i c a ç a o
t e n d o p o � 6 im � e 6 p o n d eh ã: d em a n d a 6 0 c i a l � ea l i z a n
d o o � ea l p 6 i c o - � o c i o l ó 9 i c o c o m v i 6 ta 6 a u m a a d a�
45 .
t a ç � o o u uma � e a d a p t a ç a o d a 5 � e la ç � e s � o c i a i s a p � �
t i c a s o ci a l g l o b a l , c o n 5 i d e � a d a c o m o o i n u a�i a " t e �
s is t em a . ( idem , i b idem )
d i am a uma det e rminação exte rna , a uma " demanda e x terna " . Os
la de s e l e c ionar , c l as s i f i c ar , h ierarqu i z ar e d i f er e nc i a r os
como uma " -tJta l1-6 6 o /tm a ç.ã o .ideo t ô g .i c. a d o " /t e at " Jt e e n c. o n-t /ta d o p e t a
p. 14 ) .
ment a i s . ( pa s s i m )
a q u e l e 6 q u e ela d e 6 p� e z a p o � t e� em um e m p � eg o p a 6 -
6 am a e x e�c. e� um d o m 2 n i o c.Jt e 6 c. e n t e 6 0 b� e a. n atu� e
z a : i n v e ntam a m á q u i n a ã: v a p o � , d e6 c. o bJt em a el et�i
c. i d a d e , e x p.t o �am a .� m i n a 6 d e. A n z im e d e C � e u 6 0 t, me
c. a n i z a m a pJt o d u ç � c t � x t i l e m et a l ��9 ic. a , p� o m o v em
a c.Jtia ç � o da6 pJtim c.i�a 6 g Jta n d eó e6 c. o la 6 : P o n t .ó et
C ha uJ.. J.. e. e J.. e M i. n e .6 . ( idem , p . 3 4 )
da nature z a .
pe s s oal .
D i z Bi s seret ( 1979 ) :
48 .
N o m o m e n t o da ' R eu o l u ç � o , O � 5 at o � pa� e c em m e � m o c o n
6 i�ma� a id �ia d e q u e o � h o m e n � , e n � o V e u � o u a ni
tu� e z a , 6 � O m e � m o o � � e n h o � e 6 d a ta� e 6 a d e o �g a ni z �
ç i o � o c ial , P O i6 a o � d em ' e � ta b e l e c ida p e l a n o b � e z a
em p�o u e i t o p� 6 p� i o p 5 d e 6 e� a l t e � a d a . A L e i t e m o
p o d e� d e 6 u nda� um a n o v a o � d em 6 o c ia l , o 6 e� e c e n d o a
t o d o 6 , 6 em di6 ti n ç � o , a p 0 6 6 i b i li d a d e t e o � i c a d e 6 e
d e 6 e n u o l v e� 6 2 6 i c a , i n t e l e c tu a l e m o � a lm e nt e , pa�a
m ai o � p� o v e i t o d e u m Á 6 0 c i e d a d e q u e , l i v � e d e � ua 6
d e6 ig u a l da d e6 , p o d e�� � eali z a� im e n 6 0 6 p� o g � e6 6 0 6 .
(p . 3 7 )
c i ai s .
D e um l a d o , a ra� e c e um a e6 p e c i 6 ic a ç i o d o 6 e nt i d o d e 6
6 a p a .e. a v � a d i z e n d o � e l.l p ei t o ã l.l atiú -i.. d a d e 6 p � �tic a6 áo6
h o m e n .6 ; " di z - 6 e. t �jL u m a g � (U't d e a ptidã o o u n ã o t e� n e
n hu m a a p t i d ã o p a�a a m a t e.m �t i c a , p a�a a p o e 6 ia , p a�i
49 .
2
A doutrina l i ber a 1 surge portanto em me i o a s lutas
tuiçõe s soc i a i s por um mec ani smo que tende a man ter e reprod�
1975 , p . 2 8 ) -.
I
A c. ita ç ã o t e x tu at d a a u t o lt a 6 a z lt e 6 e /t ê. n c.i a 6 a o d i c. i � n�ltio A
b a d e F e/t a u d { V i c. ti o n n ai/t e c.ltiti q u � d e t a t a n g u e & /t a n ça i 6 e
1 987 1 .
2
u titi z a/t em 0 6 , a t Itu l o plt e c. �/t i o , O � t e � m o 6 d o u t /t i n a l i b e/ta l ,
i d e o l o g ia li b e/t a l o u l i b e� a l i 6 m o palta i n d i c. a/t u m c. o n j u nt o d e
id e o l o g ia 6 , c. i e n t e6 d e q u e 6 u a6 d i & e /t e n ç a .6 e6 c. a p am a g e n elta
lida d e e a btt a ng ê. n c. i a d e t a l t ett m i n c l o g ia .
50 .
c iona l , re l i g io s a , po l ít i c a .
a l i b eh da d e � e lm p � e c o rn o c o n � e q u � n c i a d e u m a hahrn o
n i a e � po n t a n ea e nth e o l n t eh e� � e i n d iv id u a l e o � o
clal e c o m o a e c o hh � n c l a d e � eh o i n d i v I d u o o � ni c o
a p t o paha d l � c eh n�h e � ati� n a z eh � e u� � nt eh e � � e�
( id em , _ p . 2 1 - gr i fo n o s s o ) .
(1976) :
C o m e 6 e lt o a c l � u � u l a 6 u n dam e n ta l d o c o n t� a t o � o c l a l
i , c o m o � e � a b e , a m e� m a p a � a t o d o � . T o d o � 0 6 c l da -
d éi o .6 6 e. c o m p� o m et c.m 11 6 0 b a � riH)_ 6 nl CI..6 c o n d l ç. Õ Q. 6 - e de
v em g o z a tL t o d o � o � m e. !.> m o � · dltL elt 0 6 " . Em c o n � e q u ê }1 c l a
n u n c a t em o 6 o b etL a n o o d l� elto d e � o btL e C atLfL eg a� m a l 6
um � � dl t o q u e o uttL o . L o ng e d e d e 6 ttLultL a 19 u a l d a d e l�
tutLa l , o p a c t o & u n d am e n t a l 6 u b6 tltu l , p O tL u m a l Q u a l
d a d e m o � a l e l e q Z t lm a , o q u e a n a t utL e z a p u d e tL a � " t� o
du zltL d e d e 6 lg u aldad e � Z6 l c a e "t�e 0 6 h o m e n !.> : e , p o �
d e n d o e l e !.> � etL d e6 ig u al6 e m 6 0 tL ç a o u em g ê n i o , t O fl. -
n am - 6 e t o d 0 6 19 u a l 6 p o .'!. c o n v e n ç ã o e d lfL elt o . ( p . 1 6 5 )
A d em o c�a c ia l i b e� a l ê o m ét o d o d e 9 0 v e� n o q u e �e
p� o p 5 e a a� � e9 u�a� � c o m u n i d a d e n a c i o n a l q u e todo�
o � i n d i v l d u o � J e a t e n ham � � � e9 �a � d o j o g o d a c o m p e
ti ç ã o p o l ltic a , a � � im c o m o c o m p e t em p e la Jti q u e. z a cL[j,
-
p o n l v el da n a ç ã o . ( C unha , op . c i t o p . 3 3 )
l o exerc í c io do voto .
e s t abe l e c i a . Em s e u s fundamentos tr a z ia po i s a i d é i a e m v i r t u .
s a doutr ina .
e n c o nt� a - � e o p Jt ed o m l n i o d a a ç ã o i n d i v i d u al q u e � em
pJt e d e 6 e n d e u a� d o Jt o � a m e n t e ; n a ig uald a d e e � t � a
i n t eJt v e n ç ã o a u t o Jtit��ia q u e c o n d u z em ú ltim a a n áli
� e , � Jt e� t� i ç ã o d a p eJt � o n a l i d a d e i n di v i d u a l . ( Laski )
1939 , p . 9)
d ade . D i z La s k i :
Nu n c a p u d e e n t e n d e� - o u n u n c a 6 0 i c a p a z d e a dm i tZ
l o pl e nam e nt e - q u e a l i b e� d a d e c o n t� a t u a l j am a i � �
li v � e a t � q u e a� p a� t e � c o n t� a t a n t e� p o � � uam 1 o � ç a �
ig u a i � p a � a n eg o c ia� . E e � t a ig u a l d a d e , p o � Il e c e� � i
d a d e , � um a 6 u n ç a o d e c o n di ç � e � m a t e�ia i � i g u a i � . Õ
i n d i v Z d u o a q u em o li b e�ali� m o t em p� o t eg i d o � a q u e
l e q u e , d e nt� o d e � eu q u ad � o � o c ial , � 6 em p� e ti v ��
pa�a c o m p�a� � ua li b e � d a d e ; p o � �m t em � id o � em p � e u
m a m i n o �ia d a h um a n i d a d e o n ú m eJt o d o � q u e t em 0 6 � e-::
cu�� o � pa�a á a z e� e � � a c o m p�a . P o d e - � e d i z en , e m � u
m a , q u e a id ei� d e li b e�ali� m o e � t� hi � t 5 � i c a m e n t e
t�a v a d a , e i � t o d e m o d o i n e l u dZ v el , c o m a q u e� ta o da
p� o p�i e da d e . o � 6 i n � a o � q ua i6 6 e � v e , 6 � O 6 em p� e O �
6 i n6 d 0 6 h o m e n 6 q u e 6 e e n c o ntnam n e� 6 a p o � i ç � o .
( idem , p . 1 1 )
f lexos d e inter e s s e s de c l a s se .
mica , deve s er mant ido corno v a l o r máx imo porem é f ao me smo te.'Tl
I
A c. i-ta ç � o -t e x t u a.t d a a u t o na 6 a z n e. 6 en ê n c i a a o d i c i o n â.n i o d e.
L a v e. a u x ( V i c ti o n n ain e .6 lj n o n ym i q u e. d e l a .t a n g u e 6 n a n ç ai.6 e
Pa't .i..6 � 1 8 2 6 I
.
55 .
educ aç ão .
tera ( idem , pa s s im )
n ha .ó g e Jt a i .ó , a .ó d a pn 5 .ó p e na b uJt g u e .ó i a . Qu e n i a l i b eJt
d a d e , m a l.> tam b êm q u en i a u m a l i b eJt d a d e c. o m pa t-Z v e l c.onl
a I.> m a i l.> c. o m p l e t a l.> o p o Jt t u H -<.. d a d e. 1.> d e pJt o g fl. e -b .ó o p a.'ta O .ó
h o m e n .ó d e b e n .ó e pn o pn i e d a d e .ó ( . . . 1 S e u .t i b en a l i l.> m o
c o m o p Jt i n c. Z p i o a ti v o e .ó i.ó t �m i c o n ã o 6 0 i a l � m d a .ó
n ec. e ó l.> i da d e. .ó d e .ó .ó a c. .e. a ,� .6 e
• • •( idem , p . 1 5 5 )
56 .
S ua e d u c a ç � o em a n c i p a d o � a c o n 6 i 6 t e , e m p�im e i � o l u
g a� , em o �g a n i z a � a c ultu�a da� 5 a c u l d a d e 6 i n t el e c
tuai6 e m o � ai 6 e a 6 6 eg u�� - l a a t o d 0 6 � a o m e n o � at �
o g � a u em q u e ela � n e c e6 6 5�ia p a�a a i n d e p e n d � n c ia.
S e� i n d e p e n d e n t e � n�o 6 6 , no 6 e ntid o 6 26 i c o , p� o
v e� p o � 6 i p� 6 p� i o 6 ua 6 n e c e 6 6 i d a d e6 , m a � t a m b �m 6 e
b a 6 ta� p o lit i c a m e nt e e p o d e� e x e�c e� , p o � 6 i m e 6 m o
[ e 6 em 6 e 6 (t bm e t e� c eg am e n t e li � a z ã o d o � o ut� 0 6 1, 0 6
di� e it o 6 g a� a n ti d 0 6 p o � l e i . A e d u c a ç ã o 6 6 � em a n e i
e a d o �a e dig n a d e u m p o v o l i v h e n a m e d i d a e m q � e dã
a 6 c�ia n ça 6 0 6 c o n h e c im e n t o 6 q u e l h e6 p e�miti� a o 6 e
b a6 ta� em t o d a 6 a � ci�c u n � tã n c ia6 r m at e� i a i 6 , p o l 2 -
t i c a 6 e m O Jt a i 6 1 . ( op . c i t . , p . 4 0 )
Pa/ta C o n d o ,'L c.. e.t , q u.at/to g /ta u. .6 d e i n .6 t/t u. ç ã o pa/t e. c.. e.m .6 u.
6 i c.. i e. nt e..6 pa/ta a .6 .6 e g u. /t a /t C .6 ta c.. u.ltu./ta g e. /t a l d e. t o :
d o .6 0 .6 ta l e. n t o .6 e. a p t i d � e. .6 , d O h m a i.6 m o d e..6 t o .6 a o .6
m ai.6 e x c.. e. p c.. i o nai.6 . ( id em , i b i d e m )
ques tão da educaç ão , obs erva- s e que a lguns d e f endem uma pos i -
ç ão ma i s e l i t i s t a para a e s c o l a c o n s iderando q u e as d e s i gu a l
c e s sár i a à r eproduç ão d a s r e l a ç õ e s s oc i a i s . A l t hu s s er co l o c a
p� 62) .
trução c ív i c a , f i l o s of i a ) .
59 .
O�a , d i z A l t h u 6 6 e� , � a t� a u � 6 dd a p� e n d i z a g em d e a I
g u n 6 6 a b e.Jt e6 p� â. t i C. 0 6 l �auo� - 6a.úLe J e n u o l u i d o 6 na
i n c. uI c. a ç a o ma6 6 i u a da i d e o l o g ia da c. l a 6 � e d o m i n a nt e,
q u e 6 �O em g Aa n d e p a� t e � e p � o d u z i da6 a6 � eI a ç 5 e� d e
p � o d u ç � o d e uma 6 o �m a ç a o 6 o c. i a l c. a pi t a l i 6 t a , i 6 t o �,
a 6 A el a ç 5 e6 de e x pl o Aa d o 6 c o m e x p l o � a d o � e 6 e de e x
p l o �a d o � e6 c. o m e x pl o �ad o 6 . ( idem , p . 6 6 )
duos ao p leno go z o de s e u s d i r e i to s .
çoe s de s sa hereditariedade .
com gêmeos , com f i l ho s l e g í t imo s ver sus f i l hos adot ivos etc
o que t emos procurado des e nvo lver até o mome n tó i através dos
c i a sobre e l a .
do e s s e s autor e s , f o i um do s pr ime i r o s a se �n te re s s ar pe l a
Que t e l ê t (ver c ap i tu l o I ) , .
i n f e r iu a que s tão d a .
norma l i dade
. .. . .
de f atore s de inte l ig ê n c i a regendo e s se s c ompo r t amentos . Na
;<. , ",
2} E6 t e 6 at o � g e�al n a o � 6 u 6 i c i e nt e pa�a e x pl i c a�
t o d a 6 u p e � p 0 6 i ç a o n a � ea l i z a ç a o . E n c o nt�am - 6 e a l
g u n 6 6 at o � e 6 c o m u n ll c o m pl em e H t a� e 6 , i n d e p e n d e n �
t e 6 d e i n t elig � n cia g e� a l , e tai6 6 a t o � e 6 p o d em
6 e� i n t e�p�eta d 0 6 c o m o a l g um a 6 c a p a c id a d e6 - p o �
e x em pl o , c a p a c i d a d e v e� b al e c a pa rii d a d e e 6 p a cial .
3} E im p o �t a n t e o e 6 e i t o d a i n t elig � n c i a g e � a l , t a l
c o m o � a v alia d o a pa�ti� d a 6 u p e� p 0 6 i ç a o e nt � e
� ea l i z a ç � e6 , e p o � e l a e x pl i c a da . M uito 6 � e q u e n
t em e nt e , a q ua n tid a d e d e v a�ia ç a o em � e a li z a ç a o
q u e p o d e 6 e� at�i b u Z da a i n t e lig � n c ia t em 6 id o
m a i o � d o q u e a q u e � o d e 6 e� at�i b uZda a t o d o � 0 6
o ut� o 6 6 at o � e6 � eu n i d 0 6 .
4} E p 0 6 6 Z v el a nali6 a� um c o n j u n t o � e p � e 6 e nt ati v o de
� e a l i z aç� e 6 m e ntai6 de -6 o �m a q u e 'nao 6 e e n c o nt� e
q u a l q u e� 6 at o � d e i n t e lig � n c ia g e �al , m a 6 i6 6 0
g e�alm e n t e e xig e o em p� eg o d e -6 at o � e/.) q u e , em 6 i
m e 6 m 0 6 , e6 ta o a t � c e�t o p o n t o c o � � e l a c i o n a d 0 6 , e
di6 6 0 � e6 ulta q u e uma a n �li6 e p 0 6 t e� i o � � ev e l a um
6 at o � g e�al o cu l t o .
6) Em � i m e� m a , a a "�li� e 6 at c ni a l n a o . p o d e i n d i c a n
a m el h o n im ag e m d a e � tnut una d e c a p a c i da d e a . U m a
e� c o l ha e n tn e imag e n� a t t en ll at ,- v a ·fI d e v e � e n 6 e i
t a c om b a .!l e pa i c o l ó g ic al, e H ã o e � tatZ� ti c a ( . . . )
(p. 7 0-1)
med i a . D i z e l e :
um n �m efLo i n 6 i t1 i t o d e fL e .ó p O .6 t a� m a t em a ti e am e. n t e e.
q u� v a l e t1 t e.� . PafLa .ó e .t e. e i on afL um a d e .ta.ó e d� z efL que
" e.6 4 a � a e"� tfL ut ufL a " qy e a i H t e .t i g ê. n e i a g e.fL a .t p O fL e,
x em p.t o , e x pl i e a , em m e d i a 5 0 % d e ê. x i t o e m d et efLm i l1a.
da t a fL e 6 a , e. q u e a e a pa e i d a d e. e� p a e ia.t e x p.t i e a o u.tW.6
2 0 % p fL e e i J am o .6 d e o utfLa.ó .ó u po .ó i ç 5 e .ó , m a t em ãti e a .ó o u
p.ó i e o l 5 g i ea .ó . ( idem , i b idem)
dênc i a .
65 .
soc i a i s .
provas " cu l tur a lmente equ iva l e n te s " , " demo c r át i pa s " como diz
servadas .
66 .
'
Cer trunente que mu i t a s exp l i c aç õ e s poder i am s e r d a -
'-: ; ':'
mai s con s e gue s e i s entar de s e u s própr i o s pad r õ e s cul tura i s quer
N � o � p o � � l v el , n e� 6 a p e 6 q ui J a , a d o �a� a � e 6 e 6 eg un
d o a q ua l a l i g a ç� o c o n 6 �a�ada e n �� e 0 6 6 a t o � e� � 5 -
c i o - e c o n a m � c 0 6 tai6 c o m o a p � o 6 i � 6 � 0 d 0 6 p a i 6 o u o
n l v e l d e c u ltu�a e a i n l elig � n c i a d a 6 c � i a n ç a 6 e 6 ti
m a d a p e l o t e� � e , p o d e 6 e� at�i b ul d o a u m a e 6 c o l h a v i
e� ada d a 6 q u e 6 t õ e!> c o l o c a d a 6 11 e f.> 6 ef.> t e6 t e f.> . O n at o áe
q u e e f.> ta l ig a ç� o 6 u b 6 if.> t e , em g � a u 6 di v e�f.> o � , pa4a t o
. d a 6 a .ó p lt O v a6 imag i l1 a da-6 a t é. ag a lta [ al g u m a 6 o S o n an)
p e l o 6 pantid�n i 0 6 c o n v i ct 0 6 1 e6 ta t e6 e J j U6 t i S i c a
pa� e c e , e. 6 ta p O f.. i ç � o . ( Reuch l i n apud Tor . t , op . c i t ,
p. 32) .
val i ada .
I
S ã o· a.6 6 im d e l1 a m ,t l1a d a 6 0 6 t e 6 t e6 11 ú1 á e, p e l1 d e nt e.6 d e.. 6 at o n e6 cul
. tunal.!J " tam b �m c ham a d o !> d e " i nt e. n c u l t u n aL!J " .
67 .
Z a z z o também a f i rmar á :
P o d e - � e � U p O ft e o m � eg u� a n ç a Q u e uma 6 � a n j a i n 6 e4io �
d e � t e m ei o ( o p e ���io l , a q u el a e o n � tituZ da d o � t�a b a
l ha d o � e� � em q uali 6 i e a ç � o e d a m a � 6 a d e o p e���i o � �
.6 e ea�a e t e�i z a p o � i n � u 6 i e i ê l1 ei a � 6 Z� i ea .6 o u m e n:taió
de o �ig em bi o l 5 g i e a , q u e � e� ta o �ig e m 6 e j a h e� e d it�
t.ia o u I1 � O . E v i d e n t em e n t e , t. o d o .6 O é> o p e ltá.lti o é> n �o
.6 �0 d � b ei� , m a � uma g �a n d e p � o po � ç � o d e d � b e i� � 0 -
p e��ltia . N 5 6 n 0 6 p e�g u n tam o 6 � e em e e�t.a6 e.6 t.at.Z6 ti
ea.6 , a i n 6 e�io �ida d e d e n o p elt��i o � n n � o � d e vi da �
p� e.6 e n ça d eé> t.a p o p u l a ç � o ' eo n g e n lta o u h e� e dita ltia -
m e n t e d e 6 ie l e nt. e . ( Z a z zo apud 'l'o r t , op . c i t . , p . 3 5 )
. Apes ar d i s s o há , do ponto d e v i s ta da P s i c o l o g i a D i f e r e nc i a l � ,
A o n eg a � � o da a b a b e g e n et i � a a o � o m p o �tam e nt o h um a
n o , e x ..tb t e um g �a nd e �..t!;, � o d e t o � n ã - l o a ..t n da m e n o .6
liv � e q u e a n t eb , b u b m et e n d o - o a um d o ut�i n a m e nt o d e.6
t ..t n a d o a ��..tã- l o a imag em d o m ei o - am b i e nt e , t a l � o m�
o d eb e j am a q u el e !;, q u e d et e�m..t n am e b t e m ei o - am bi e nt e .
(Chr i s te n ., 2 3/ 3 /8 0 , p . 1 0 ) .
� h..tld� e n " .
que :
E.6 t e � e6 u l ta d o é ca pital : q u a n d o , n � m g �u p � d e c em
c.!Lia n ç a ó , 3 / 4 c u j o 6 pai6 n atuJLai.6 6 a o o p eJLaJLi o .6 e
o p e�ã�i o .6 n ã o q ua l i 6 i c. a d o 6 , ó ã o c. o l o c a d o .6 em 6 am l -
lia.6 em q u e. 8 7 % d 0 6 paia p' e.�t en c em a o .6 q ua d� o ó .6 u p�
JLi o � e.ó o u m éd io 6 , p.'Lo 1 i6 6 i o n ai.6 li b e�ai.6 , 6 a z e n d ei
JL 0 6 ou tna b a l h a d o � e. ó Q ua l i 6 i ca d o .6 , c. o n.6 t a t a - ó e , t!L e
z e a n o .6 a p 5.6 .6 ua a d o ç � o , um a di 6 e!L e n ça � e v i n t e po�
t O .6 entfL e o Ql m e d i a d a .!J m ã e.6 n a t unai.6 e o Ql m é dio
daó c.�ia n ça � a d o t a da� . O b ó e� v a - .6 e p o � o ut fL O lado
q u e a .ó c.�ia n ça .6 a d o ta da6 n a .6 c at eg o �i a ó .6 5 c i o p� o -
6i6 6 i o n ai.6 .6 u p efL i oJL e6 d a am o .6 tna , t e n d em a o b t eJL e .6
c O JL e 6 6 u p e�i o JL e .6 em t o d a.ó a 6 i da d e6 . ( id em , ibidemT
argumentos ?
prime iros enquanto e s tes corroboram , " cienti f i c u.mente " , àque l a.
de disc ipl inas p s i cológ icas que percorrem os me s mos c ami nhos de
lações de produção bem corno de r eprodução ide ? lóg ica tem s ido
apontado por d iver sos autore s des tacando- se Bourd ieu e Pass eron,
mente em descrevê- lo .
ces de des envo lv imento das "capacidades " para todos os ind ivi
defas agem entre o capital cul tural das c las s es� popu lares e o
:':.'; �;
da , corre sponde ao da c l as s e burgues a .
çao se proce s sa por uma ação pedagÓg ica (AP ) que " ê o bj etiv a -
çao pedagógica , não apenas pela pos iç ão dos parce iros , mas so-
uma classe como " o " s is t ema s imbó l ico , e s ta e s colha é totalmen
trutura e funçõe s
tua poi s dupl amente , reproduz i ndo o s i stema dos arbi trários cul
das " idé ias verdadeiras " (a virtude das c i ências ) que , aqui, s e
rio que lhes fac i l i tará a manutenção d� sua pos i9 ão soci a l. Tal
mitidos .
rem . Esse fato é reforç ado t anto mai s porque alguns membros i-
l o ng e d e � e4 i n c o m patZ v el c om a 4 e p4 o d u ç ã o d a e � t4 u
tU4a d a � 4 ela ç � e� d e claa � e , a m o bili da d e d o � i n d i v Z
d u o a p o d e c o n C 0 4 4 e4 pa4a a c o n � e 4 v a ç ã o d e4 � a� 4 ela �
ç � e� , g a4anti n d o a e 4 t a bilidad e a o cial p ela � el e çã o
c o nt40 lada d e u m n�m e40 limit a d o d e i n d i v Z d u o � , a d e
mai� m o di 6 i c a d o � p 0 4 e p e l a a 4 c en4 ã o i n di v id u a l , e
d a n d o 4 ua c 4 e di bilidad e 4 0 cial q u e e n c o nt4a � ua 6 0 4 -
m a 4 eali z ada na i d e o l o g ia e � c o la4 da E� c o la li b e4ta
d04a . ( i dem , p . 1 7 6 )
uma determinada c la s s e .
do trabalho " precoc e " por parte das cr ianças das " c lasses ma i s
A distribuição e s tá r e l ac i onada à d iv i s ão s o c i a l do
também com toda urna rede de mecani smos sele tivos que vao da co
tali stas .
re lação ao " ethos " da escola , nos a lunos de "cla,s s e s b aixas " , de
gia dominante . Esta d ivisão no i nter ior do apare lho esco lar re
casso .
H aver á a idade " normal " ,· o tempo " norma l " para a a-
prendizagem , as aprend i z agens " normais " , a irite l igên c i a " nor -
mai s " enf im , uma psicopedagogia da " norma l idade " para quem o
" desvi o " cons tituirá o " Çlnorma l " . Sus tentada pe las técni cas de
social .
76 .
DE SABER E PODER .
em que o real ideo l6gico i " rea l i z ado " pela at ividade técnica .
forço e a re sponsabi l idade p e s soa l , nada ma i s' " natura l " que, no
tras , serao uma das formas " ci enti ficas " de cumprir e s s a fun-
ç ao .
' de certa mane ira , inc ontrolávei s por indivíduos ou grupos e spe
cíficos .
do que a G.ominação , '0 poder , não dependem imedi a t ament e nem são
r
79 .
Foucault ,
lei , o suj e ito , pelo efe ito de " as suj e itamento " , i o que obede
ce .
çao dos mecani smo s de poder para alim da repre sentação do di
r
I
80 .
o poder , segundo o refer ido autor , deve ser pens ado pela de s -
.
continuidade , p e l a mult i p l i c i dade de corre lações de forças que
medir sao , dentro des s e quadro , não propr i amente nece s s idades
Nes se sentido é que a d i s c ipl ina é um " contradir e ito " pois que
81 .
O i n di v Z d u o é � em d ú v i d a o ã�o m o 6 i c�Z c i o d e um a � e
p�e� en�a ç. â: o " id e o lóg i c a " d a � o c.i e dad e ; ma.6 é tam b ém
uma � eali d a d e 6 a b�i c a da p o � e� .6 a � e c n o l o g ia e.6 p e c I 6 i
ca d e p o d e� q u e .s e c hama a " di .s cipli na " . T em o .6 q u·e.
d eixa� d e d e.6 c� e v e� .6 em p� e 0 .6 e 6 ei�o .6 d e p o d e� em
� e�m o .6 n eg a�iv o .6 : e l e " e x c l ui " , " � ep�im e " , " � e c a l c. a " ,
" c e n .6 u�a " , " a b .6 ��a i " , " m a� ca�a " , " e � c o n d e " . N a v e�da
de o p o d e� p�o du z ; e l e p� o d u z �ealida d e , p� o d u z · cam�
p O .6 d e o b j e� o .6 e �i�uai.6 da v e� d a d e , O i n di v I d u o e o
c o n h e c im e n� o q u e d el e .s e p o d e . � e� .6 e o �ig i n am d e.6 .6 a
p� o du ç.â: o . (i dem , p . 1 7 2 )
( i dem , p . 2 8 )
Sobre a ' que s tão do " o lhar hierárquico " Fouc au l t vai
demons trar sua man i fe s tação no inte � ior das e s c o la s , dos quar
.
'
téi s , das fábr icas , dos hospita i s , das prisões pe los proced i -
mento dos espaços , disposição das mesas até à obs ervação pro -
detalhada .
uma vez o autor vai investir nao sobre a s penalid ades ampl as ,
-
suti l , dos proces sos de aprendiz agem , dos nívei s de apti dão re
queridos para uma atividade , do tempo para exer c itar . Sua fun-
84 .
.
discipl inar atua por c inco operações di.tintas :
I
� ela ci o n a� 0 4 ato 4 , 0 4 d e 4 em p e n ho 4 , 0 4 c o mp o� t am e nt 0 4
4 ing ula� e4 a um c o n j u nt o , q u e i a o m e4 m o t em p o cam p o
d e c o m pa�aç � o , e4 pa ç o d e di 6 e� e n ci a ç � 0 e p�in c Z p i 0 4 d e
uma � eg�a a 4 eg ui� . Vi 6 e � e n cia� 0 4 i n d i vZ d u 0 4 e m � ei a
ç � o u n 4 a 0 4 o ut�0 4 e e m 6 u n ç � 0 d e 4 4 a � e g �a d e c o n j u n�
t o - q ue 6 e d e v e n a z e� n un c i o na� c o m o b a4 e m Z n ima , c o
m o m idia a n e4 peita� o u · c o m o o ótim o d e q ue 6 e d e ve
c h ega� p e�t o . M e di� em t e�m o � q ua ntitati v o � e hi e�a�-
ui z a� em t enm o � d e valo� aJ ca a cidade6 , o niv el , a
natun e z a o � �n �v� uo� . a z e� u n c� o na� , at�a v eJ u
4 a m edida " v alo niz a do na " , ti c o a ç � o d e uma c o n 6 o nmi d a -
d e a � eali z a� . E n 6 im tna ç a� o lim i t e q u e d e 6 i n i�â a
di 6 e� e n ç a em n el a ç � o a t o da� a4 di 6 e � e n ç a� , a 6 � o n t e i
�a e xt e�na do a n o �mal . ( idem , p . 1 6 3 , gri fo n o s so ) -
diferenças .
C om p� e e n d e - � e q u e o p o d e� da n o �ma 6 u n ci o n e 6 a cilm e n
t e d e nt� o d e um � i� t em a d e ig ualda d e 6 o �ma� p o i � d en
t�o d e uma ho m o g e n eida. d'e q u e ê. a. � eg �a , e l e i n:t� o d uz,
c o m o um im ena.:ti v o útil e n e4 ulta.do d e um a. m e dida t o
� e n e n ça.� ( idem , p . 1 6 4 ,
é co loc ado por Foucau1 t como um ins trumento que j us tamente as-
tual que o lha , que vig i a , que ava l i a , d iagno stica e pune o u r e
85 .
• .lo. (
são as técnicas examinatór ias por exemp l o , que per
;'.:'- ; �:
mitem , segundo Fouc au l t , a con stitu i ç ão do s aber méd i co no s é
tra que a escola enquanto aparelho de " examinar " vai s e c ons t i
exame queremos des tacar aqu i l o que Jfouc au l t chama " inversão da
,
vis ibil idade do poder " i s to é , o fato de que e le atua pelo an�
p . 16 7 ) .
s eus " traço s " s ingular e s , apt idões , t ipo de per sona l i dade ; de
outro , a
86 .
co .
poder . O caso
c ipl inares que �on sti tuem um determinado tipó de poder onde a s
-
O exame as sumiu gradat ivamente nas d i s c ipl inas , as
nas fábri cas , nas pri s õ e s e " nos hos p i tais . D e s s a forma reprodu
pas s im ) •
( idem , pas s im ) .
(
culo XVI I I tem corno f inal idade uma nova economia e urna nova tec
quel e que faz falar aos deuse s " ) expr e s s ará o ans e i o de todo
culo XIX .
h o m o c.lLiminali� , do " anorma l " propr i amente dito " mas de um es
'
boço de s s a f igura , por tantq , h'i s tor i c amente c ons t i tuída . Essa
à ''- alma '' i a " índole " para recon s t i tui ção do suj e i to de dire i to .
te , submi s s o .
89 .
Em resumo d i z Foucault :
permi tirão sua suj e iç ão , sua doc i l i dade , sua obe d iênci � ao mes
mo t empo que seu tre inamento , ampl iação de forças e capa cida -
sem dúvida, estão arti culadas com ess a lIlOdalidade de poder dis
ambienta is . Para se ter uma i déia " Allport especi:fica €In On2e
6 . Cia� � i 6 i c a ç 5 e� - n e� t e c a� o , um o b� e � v a d o � , u � u ai
m e n t e alg u ê. � q ue c o n h e c e b em o � uj ei t o , a v alia - o
n um c e�t o n um e �o d e e � c a.la� , m uita� v e z e� em c o t e
j o c o m um a p o p ui a ç i o c o n h e cida l dig am o � , o ut� o � e� -
t u da n t e� pa�a q u em ° cia� � i 6 i c a d o � i e c i o n a l .
8. A niii� e d e p�0 6 u n d i d a d e - a� t é c ni c a� d e� e n v o i v i
d a � pa�a 6 i n 5 t e� a p � u ti c o � , c o m o a i i v � e a� � o cla -
ç ª o , tam b ém p o d em � e� u5 ada� pa4a 6 i n � d e a v aiia -
çao .
92.
ticos , uma das modalidades do poder di s.c �;p li nar de que nos f a l a
I
Foucault . Como d i z e le (1 9 7 7 1 , modalidade importante poi s " aut�
rialidade que se ins c reve nos corpos , nos o lhares , nos ges tos .
mos subdivi sõe s : os ma i s bem dotados ( " intel igente s " ) e os nor
timular o cre s c imento , desenvo lver a s " poten c i a l i dade s " m a s tam
dos " indivíduo s em função de suas c apac idades não é apena s uma
mo de suas forças _
c iona l " ( tare fas e exer c í c ios especia i s , prát icas de aceleração
::: . �,
com que seu ob j eto se amp l i e , s ubdivida-se e penetre no real .
fabetização ou se " imatur a " devendo aguardar na " f i l a " sua en-
criança . ( idem , p . 54 )
" olhar " que c la s s i fica o faz em torno de critér i o s sub j e t ivos :
aval i aç ão da inte l i gênc i a mas t ambém da cond�ta -< " agre s s iva
di sper s iva ; apática ; agitada ; t imida ; imp l i c ante ; "vi scos a "
preguiçosa " , etc " ) ; da aparênc i a f I s i c a ( " apre s enta boa nutr i-
95.
Çê;lO , é pál ida , aparenta ter bons háb itos de higiene e tc . " ) ; da
origem fam i l i ar ( " pobre z a ; famí l i a des organi z ada ; i rmãos des a-
bém supor a exis tênc i a do excepc iona l "verdade iro " ou a exi s
tànc ia cap i tal na determinação da " excepc iona lidade " . Sabendo
prática , pela art iculação cr iança pobre-a luno excepc ional . Es
que , nas e s c o las de níve l mais alto não há excepc iona i s , pref�
' .;: :
Aqui go s tar í amos de evidenc i ar poi s , uma outra arti
culação que nos parece , s empre es téve pre sente da que s tão da
ç a ) é a seguinte :
lho . QI entre 0 , 6 5 e 0 , 8 0 .
traba lho .
são os " imbec i s " . No níve l dos " re tardados pro fundos " ( Q I infe
rior a 0 , 3 0 ) , os " id io tas " podem adapt ar- se a urna vida coleti-
res etiológico s , que conduz irão a urna s érie de t ipos b em defi- '
( idem , pas s im )
maior clareza a ação dos mecani smo s de poder- s aber que , dedi -
cando- lhes ma ior " atenção " tentarão , por um proce s s o de repar-
remos o s " débe is harmôni co s " ( " d õ c. e.i.. lJ , tJLa b al h a d o JL elJ , apl.i.. c.a -
d O lJ , m et õ d.i.. c. o � , d �� e j o � o � d e t u d o � a z eJL b em , p a JL v o lJ e o b e d� e n -
a) " instáve is " , carac ter i z ados por sua ''d istra i b i l idad e '' , inca--
gabundagens " i
b) " emotivos " que " s e parecem com o s ins távei s mas tem um nível
inte lectual superior , sao explos ivos , " temperamentai s " , " e-
bição ;
c) " tontos " também chamados " débe is c amufa ldos " que " tem uma
99 ..
� eta�do e� c o ia � d e 2 a n o h , h e t em m e n O h d e 9 a n O h ;
d e 3 a n O h � e t em mai� d e q a n O h , c om a c o n d i ç ã o d e
q u e e h h e � eta�d o nã o h e j a d e v i d o a uma i nh U n iciê n
cia d e eh c o ia:z.ida. d e ( Ki n et e S im o n 1 . ( i dem , p .. 62 6 ) ..
r
100 .
ma determinada idade .
em seu aspecto " re l ac iona l " . O débi l é cons iderado " imaturo " a
" pré-mora l " , o que o l eva ou a uma r e j e i ção to tal do s imper ati
ingênua e cega ;
ficamente " . O homem de l inquente , " un idade bi ográ f i c a " , · núc leo
de " per i culos idade " , representante de um t ipo de " anoma l i a ", de
(Foucaul t , 1 7 7 , pas s im ) .
B I B L I OTE CA
fUj�D;'ÇAo , - J _ I O VARGAS
1
101 .
�:'.;�.
guras s a o fabri cadas como obj etos d e s aber para q u e s obre e las
CONCLUSÕES
ber por ela produz ido , com as concepçoes ideo lógicas dominan -
pec i a lmente 'Vi g i ar e Pun il:"' e " Hi s tória da S exua l idade" , sent imos
necess idade de amp l iar nos s o e squema inic i a l e t raba lhar os te�
cou que o f im ú l t imo do conhe c imento i deo lógico " não é o conhe-
um resul tado com as suas cond ições corno urna relação de " produ-
lóg ica das cond ições de produção dos saberes nem s empre c laras
o transformar- se
d e� a a 6 0 nm a ç � 0 c ultunal c o m p l e x a q u e n eu n e em t o n n o
d e um t enmo a o bn e d et enmi n a d o - " lo u c una " - n o � a é c u
lo a X V I I e X V I I I , um 6 em n �m en o d a pn�tic a� e i d eo�
l o g iaa ' m édi caa , j unZdica� , n elig i o � a� , m o nai6 e p o
liti ca� n um a c o m bina ç� o , c u j a� di� p o � i ç 5 e� i n t enna�
e 6 e nti d � v aniam · em 5 un ç� 0 d a m ud a n ç a d e l ug a n e d o
papel d e � 6 e6 t enm 0 6 , n o c o nt ex t o m ai6 g enal da� ea
tnut una� e c o n ô m i ca� , p o l It i c a� , j unZdica� e i d e o l ô
g i c aa , d a é p o c a ; c o m o a q u e d. e v em 0 6 tam b ém a F o u cault,
ao d em o n 6 tnan q u e c o n j un t o d e c o n di ç 5 e� apan e n t em e n
t e h e t en o g ê n ea� c o n .� pin o u d e �at o , a p c a b o d e um tã:
b o ni0 6 0 " tn a b al h o p o ,� itiv o " , pana a pno d u ç ã o di� � o
q u e n o � pan e e e � pn ô pnia e v i d ê n eia : a o ba e n v a ç � o d o
do ent e p elo " o l han " d a m e di c i na clZ n i c a . ( p . 4 7 )
tuídos por um pro c e s s o d e " s imul ação - ver i f i cação " d o real
entanto queremos d � ixar c laro que i sto não nos l eva a conc luir
r ,
104 .
justif icar uma " certa ideologia que co loca a ques tão da inte l i
bre o indivíduo , sua " pers ona l idade " , sua " con s c iênc i a " , sua
" intel igênc i a " sua " a lma " . Em todos os lugares a inte l i gência
las , nos hospitais , nas f áb r i cas , nas pri sões , mas também no
i s s o é neces sário para expl icar inúmeros pontos que nos pare -
tel igênc ia não em termos Uni camente da opos ição c iênc i a - ide�
a forma da "mentira " , do " erro " , da " i lusão " é o me smo ob j e to
, -
106 .
BIBLIOGRAFIA
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P r o fe s so r Or i e nt ador
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Lu i}F e l i e Baêta Neves F l ore s
Hembro da Com i s são Examinadora
I S P enna
s s ão Exami nadora