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O aprendizado da linguagem
audiovisual e noções de fotografia
Professor: Raul Fonseca
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
Introdução 3
A percepção do movimento 3
A luz na fotografia 8
Luminosidade fraca 9
Sumário A Luz Refletida como recurso em fotografia 10
A intensidade 18
A relação de contraste 33
Tempo de exposição 34
Conclusão 35
Introdução ao som 36
O Microfone 41
A voz 42
O Boom (VARA) 42
Reverberações e ruídos 44
Referências 48
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A percepção do movimento
Uma obra cinematográfica, também chama-
da de filme ou imagem em movimento, consiste
numa série de imagens estáticas de tal ordem
que, quando projetadas em uma tela, de acordo
com uma determinada sequência e velocidade,
elas criam a ilusão de imagens em movimento
devido ao fenômeno “phi”, enunciado nos pri-
meiros trabalhos da Gestalt (psicologia da for-
ma) – focados com particular ênfase na organi-
zação da percepção visual – e explicados como
fenômenos de ilusão de ótica.
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so, em geral vê-se o círculo surgir, imóvel, na primeira posição, depois desaparecer e ressurgir,
em seguida, imóvel, na segunda. Mas, em certas condições de duração e de distância das duas
exposições, não se verá senão um círculo que se move da primeira posição para a segunda, e esse
movimento aparente será indistinguível de um movimento real.
A variação de um desses fatores pode ser compensada por uma variação bem definida de
um dos dois. O próprio movimento aparente apresenta variedades, conforme se pode ver na
Figura 1, que representa um só objeto em movimento em todo o percurso, ou, na Figura 2, dois
objetos dos quais somente um se move inicialmente para fazer o trajeto que o outro termina.
A forma do movimento depende da posição objetiva dada às figuras; quando projetam duas retas
paralelas, vê-se uma translação; duas retas formando ângulo dão uma rotação (Figura 3). Expondo
uma primeira imagem no centro, e em seguida duas imagens simétricas da primeira, há um duplo
movimento simultâneo de sentido contrário, como se o objeto do meio se desdobrasse para cada
um dos lados (Figura 4).
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nas podem usar filmagens e armazenamen ra RED Epic para as suas filmagens. A
to totalmente digitais, como a câmera “Red diretora Jane Almeida conta que o curta
Epic” (Figuras 6 e 7), que registra diretamen -metragem foi realizado por um grupo
te para um disco rígido ou para flash cards de trabalho do Programa de Visualização
(cartão de memória). Remota de Aplicações Avançadas, pro
movido pela Rede Nacional de Ensino e
Pesquisa (RNP), o qual ela coordena, e
então surgiu a necessidade de produzir
um material com taxas de dados para
transmissão em rede de super alta velo
cidade (acima de 10 giga).
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Filmes geralmente incluem uma trilha so jeção, um fecho rotativo provoca intervalos
nora ótica, que é um registro gráfico das pa de escuridão a cada quadro, por sua vez, a
lavras faladas, músicas e outros sons que são imagem é movida para a posição a ser pro
para acompanhar as imagens. São gravadas jetada, mas o espectador não percebe as in
ao longo de uma parte do filme reservada terrupções por causa de um efeito conhecido
exclusivamente para isso que não é projeta como persistência da visão, pelo qual o olho
da. Os filmes são artefatos culturais criados mantém uma imagem visual durante uma
por culturas específicas. Eles refletem as cul fração de segundo após a fonte ter sido re
turas, e, por sua vez, as afetam. movida. A percepção do movimento é devi
da ao efeito psicológico chamado movimento
phi, já comentado e explicado no início deste
texto.
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nação, tanto quanto possível. Provavelmente usam iluminação refletida e difundida em vez
redefinir a ISO (medida de sensibilidade à luz da própria luz solar. (Figura 9)
do filme) para uma configuração mais alta
torna o obturador da câmera capaz de tirar
vantagem de qualquer luz disponível no am
biente.
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mostrar algo na imagem. É fácil perceber que tanto o olho quanto a câmera precisam de luz
e iluminação para o trabalho.
A fotografia é uma técnica de captura de luz que possibilita gravá-la, seja no papel, ou
mais frequentemente, como nos dias atuais, em um formato digital. O fotógrafo controla
quantidade, intensidade e duração da luz necessária para criar a imagem. O aparelho uti
lizado para “desenhar” com a luz é chamado de câmera, que vem de câmera escura, (do
latim camara oscura), que é um tipo de caixa com um buraco para a passagem da luz da
parte externa, que atinge um anteparo interno da caixa e reproduz nele a imagem focalizada
externamente, invertida e sem movimento (Figura 10).
No princípio do século XX, esse fenômeno serviu de base para a invenção da fotografia
(MICHEL; LAURENT, 2009). O nome “câmera escura”, na verdade significa “quarto escuro”,
e, de fato, a palavra “câmera” ainda é usada em algumas línguas como o italiano, significan
do um quarto, isto é, uma dependência de uma casa.
Figura 10. Princípio da Câmera Escura, mostrando a projeção de uma imagem invertida.
Quantas vezes não tiramos fotos que parecem mais claras ou mais escuras do que a cena
que estávamos visualizando? Especialmente com uma câmera digital, podemos ver o quão
distante se torna a diferença entre o que estávamos vendo na nossa na frente e o que a
câmera gravou. Por que isso acontece?
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uma janela aberta, ele pode obter a foto do que ela é incapaz de nos mostrar a realidade
quarto com uma exposição adequada, mas o tempo todo. O que o nosso olho e a câmera
a janela estará muito clara, ou a janela apa fazem é que eles fornecem a sua interpreta
rece direito, mas o quarto fica muito escuro. ção da realidade, cada um dentro das suas
características e/ou limitações.
No entanto, com os nossos olhos não tem
esse problema: eles podem ver tudo dentro O que vemos com nossos olhos e o que
do quarto e do lado de fora da janela com vemos com a câmera são aquilo que eles são
uma exposição adequada. A razão é que os capazes de nos mostrar. Por exemplo: quan
nossos olhos podem compensar a diferença do ligamos um ventilador, as pás começam a
de toda a extensão da luz enquanto que a
girar e, logo, para nossos olhos, as lâminas se
câmera não pode (Figura 11).
tornam um borrão. Agora, se apontarmos a
câmera para o ventilador, configurando-a para
a maior velocidade do obturador, e tiramos
uma foto desse objeto em movimento, a ima
gem resultante vai mostrar as lâminas apa
rentemente imóveis. Por que é que os nossos
olhos nos mostram as lâminas borradas en
quanto a câmera as mostram ainda paradas?
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A iluminação em fotografia de cinema con de uma cena, por exemplo, a iluminação pode
siste no uso de várias luzes em conjunto no ser usada para destacar a arma durante toda
local de filmagem para dar à cena uma apa a tomada. Isto permite que o público possa
rência particular, que pode ser capturada em ver a arma antes de sua utilização, garantin
filme ou vídeo. do que os espectadores possam entender de
onde ela veio no final da cena e permitindo
que os observadores atentos possam prever a
importância que a arma terá no desfecho da
ação. A iluminação no cinema também pode
ser usada para ajudar a reforçar o conteúdo
emocional de uma cena.
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dade artística com a luz. Há muitas maneiras profissionais autônomos, como projetistas,
viáveis de se tornar um designer de ilumina pode levar anos para conseguir trabalho con
ção, apesar de que para encontrar uma colo sistente. Persistência e paixão são muitas ve
cação inicial às vezes pode ser muito difícil. zes o grande segredo quando se trabalha no
teatro ou cinema.
Para se tornar um designer de iluminação
é importante desenvolver experiência e al A tarefa de um diretor de iluminação e
cançar grande familiaridade com o equipa a extensão do seu trabalho
mento, além de dominar a teoria do design e
do mundo cênico do teatro ou cinema. Um diretor de iluminação é responsável
pelo desenho e implementação da ilumina
ção no cinema, além de realizar projetos
para o teatro e efeitos especiais para shows,
performances, televisão e eventos diversos.
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Direção
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A intensidade da luz e a distância que não importa se esta fonte esteja emi
tindo uma luz softer ou uma luz dura, o que
vale é o fato de ela não ser rebatida.
A luz direta
A luz rebatida
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de luz dura, ou seja, ele continuará a emitir tos serão sempre considerados em relação à
uma luz dura e pontual. Já, por outro lado, câmera.
ao afastarmos um refletor difusor do objeto a
ser filmado, ele passará a ser pontual na pro- A luz de ataque: poderemos adotar, a
porção direta da distância, e a uma determinada princípio, o sol como ataque. Ele será a luz
distância passará a produzir uma luz dura. que incidirá diretamente sobre o objeto ou
a personagem. Edgar Moura, em seu livro
“50 Anos luz, câmera e ação”, faz uma inte
ressante analogia entre o sol e um refletor.
Assim como quando estamos na lua cheia e
ela está sendo iluminada pelo sol, que está
exatamente a sua frente, um refletor posicio
nado atrás da câmera num eixo direto com
uma personagem virada de frente, iluminará
o rosto da personagem sem produzir sombra.
Portanto, um refletor difusor deverá ser usa- Da mesma forma quando temos a meia
do sempre a uma pequena distância da área fil- lua crescente, o sol estará posicionado a sua
mada. Já o refletor pontual, de luz dura, deverá direita, assim como um refletor que estiver
ser usado levando em consideração apenas a à direita do personagem ou à esquerda da
intensidade de luz com a qual queremos atingir câmera. Já na meia minguante, o sol estará
a área filmada. Logo, podemos deduzir que esta à esquerda, assim como nosso refletor à es
intensidade, seja qual for a natureza da luz, de- querda de nossa personagem e à direita da
pende diretamente da distância. câmera e, do mesmo modo que só vemos a
parte iluminada da lua, sendo a outra com
O controle da intensidade da luz sobre o obje-
pletamente escura, assim também faria um
to é fundamental para o resultado da iluminação.
refletor com nossa personagem se estivésse
Com as diferentes intensidades desenharemos
mos filmando num lugar escuro onde a única
a luz de cada plano. Criando os cantos mais
fonte de luz fosse a de nosso refletor.
sombrios e os mais iluminados, daremos relevo
ao que, na verdade, é uma tela plana. Agora que
No universo não temos outra fonte de luz
já falamos da natureza da luz e de sua intensida-
que atinja a lua na mesma intensidade que
de. Falaremos sobre a iluminação básica de três
o sol, isto provoca esse forte contraste entre
pontos. Voltaremos ao ataque, a compensação
a parte iluminada e a parte escura. No en
e ao contraluz,
tanto, neste caso, em que estamos iluminan
A iluminação de três pontos do uma personagem, esta diferença entre o
lado iluminado e a sombra só é interessante
Teremos três direções a estudar, o ataque, em casos muito especiais, quando a drama
sua compensação, e o contraluz. Estes pon ticidade do plano exige. Então se temos ape
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nas um ponto de luz provocando esse forte A sombra produzida por uma árvore não é
contraste, o que fazer para amenizá-lo? da mesma intensidade da sombra que vemos
na lua, porque ao contrário do céu onde o
O ataque única luz relevante é o sol, aqui na terra esta
luz é difundida e rebatida pelos elementos
A luz de compensação: seria natural se
que compõem a natureza de nosso planeta.
acendêssemos um outro refletor, mas onde
O próprio solo é um rebatedor, as névoas são
posicioná-lo? Se o posicionarmos do lado
difusores e assim é que a luz de nossa estre
oposto ao que posicionamos o ataque e se
la, ao ingressar na atmosfera, passa por um
ele fosse de mesma potência, teríamos na
processo de dispersão que acaba por sua
verdade dois ataques que acabariam por ge
vizar as sombras, ou seja, existe luz nestas
rar duas sombras ao fundo, além de duas ou
sombras.
tras sombras, cada uma de um lado do nariz
da personagem, isto é conhecido como asa
de barata. Como não desejamos nada disto,
o que fazer?
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tamos mais uma vez ao processo decisório linha direta à câmera produzindo uma silhue
que cabe ao diretor. ta.
Entretanto, para que possamos refletir, fa Agora que aprendemos as três direções
rei algumas considerações. Seria estranho, básicas da iluminação, vamos aprender um
por exemplo, que ao gravar um procedimen pouco sobre a natureza da luz.
to cirúrgico, para uma vídeo aula, você usas
se uma forte relação de contraste. Ou ainda Para entendermos a melhor maneira de
ao fazer uma matéria especial sobre o pan posicioná-los.
tanal você enchesse sua fotografia de som
bras muito escuras. Ou então, ao entrevistar
um especialista num documentário sobre as
tartarugas marinhas, você dividisse o rosto
do entrevistado em dois lados; um normal
(iluminado) e outro sombrio.
O contraluz
Esta é a luz que toca o objeto ou a per
sonagem, vindo por trás, ela ilumina a parte
posterior.
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tanhas que esteja direcionada de leste para to, atente também para a luz em seus olhos,
oeste. este brilho é importante, portanto, você terá
um ponto ideal de iluminação colocando seu
Observem como pela manhã as formas refletor de ataque na direção de um ponto
são mais acentuadas pela luz que vem do entre o nariz e o olho que está no lado do
leste, as sombras se alongam dando volume rosto a ser atacado. Veja que o posiciona
aos vales e fendas, desenhando a geografia
mento se dá em relação ao personagem e
exuberante. No entanto, por volta do meio
não em relação à câmera, se por acaso ela
-dia estas formas praticamente desaparecem
estiver virada para a direita, o refletor deverá
e vocês verão uma massa definida apenas
estar em qualquer ponto escolhido, entre a
pelo contorno dos cumes. Mais tarde você
ponta de seu nariz e seu olho.
terá novamente as formas realçadas pela luz
que vem do oeste, novos desenhos surgirão. Mas temos de tomar cuidado, pois quanto
mais alto e mais lateral estiver nosso refletor,
maiores serão as sombras projetadas sobre
o rosto. A proximidade do refletor também
influenciará, com uma maior ou menor in
tensidade de luz. A posição do ataque de
terminará o desenho das sombras no rosto,
não se esqueça, portanto, o primeiro refle
tor a ser colocado deverá ser o de ataque, e
veja bem, só poderemos ter um ataque do
O mesmo ocorrerá ao posicionarmos nosso contrário faremos na área fotografada mais
ataque, pois se o afastarmos da posição atrás sombras do que o desejado, ou seja, o que
da câmera, para uma posição mais oblíqua queremos é uma só sombra para cada parte
à personagem, teremos mais sombreamen iluminada.
tos em seu rosto. Se quisermos realçar seus
lábios, teremos de posicionar nosso ataque Um nariz produzirá uma só sombra. Aí
de maneira que essa parte do rosto produza entra outra questão, se queremos produzir
uma fina sombra sobre o queixo, portanto a sombras precisaremos de um refletor que te
luz deverá vir também de cima. nha uma luz pontual, se usarmos um difusor
não produziremos sombra alguma. Contudo,
Então teremos o ataque lateral à persona temos as sombras, mas queremos que elas
gem e vindo de cima. Na verdade, o refletor apareçam com que intensidade? É preciso
de ataque, se quisermos produzir sombras ter isto em mente antes que preparemos a
com ele, poderá estar posicionado em qual nossa luz de compensação.
quer ponto entre a câmera e a personagem,
e a medida que nos aproximamos de sua la Veja que estamos novamente enfrentan
teral, maiores ficarão as sombras em seu ros do uma questão de concepção. Esta muitas
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vezes além de ser definida pelo momento a nossa ideia aqui é trabalhar sobre as som
dramático do plano, pode também ser de bras do ataque.
terminada pela locação. Se o plano se passa
num lugar que pede uma luz sem sombras,
por exemplo, um banheiro de aeroporto que é
naturalmente iluminado por lâmpadas de luz
fria, cabe ao fotógrafo procurar este efeito em
sua iluminação.
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Poderemos também usar uma luz dura mos o ataque desenhando suas sombras, a
que, por meio de um rebatedor fará o pa compensação trabalhando na intensidade do
pel do refletor difusor. Existem vários reba contraste e o contraluz tocando os cabelos
tedores no mercado, porém, da mesma for da personagem, realçando o contorno de seu
ma que o papel vegetal, é possível adaptar corpo, afastando-o do fundo de quadro. Esta
usando uma placa de isopor. Você direciona é a principal função do contraluz além da es
a sua luz dura para o rebatedor que estará tética.
atrás da câmera fazendo o papel do refletor
difusor. Portanto, a luz dura que estará de As temperaturas da cor
costas para a personagem, não interferirá no
plano a ser filmado. Todavia, a luz rebatida O engenheiro e físico irlandês William
tem pouca penetração e não tem a mesma Thomson, mais tarde recebedor do título de
potência de redução da intensidade das som Lorde Kelvin, criou uma unidade de tempera
bras, quanto um refletor difusor. Já falamos tura chamada Kelvin, que tem como símbolo
do ataque e da compensação, agora é hora o K. Esta forma de medição acabou por ser
de falarmos do contraluz. adotada como parâmetro para uma escala
de cores. Estas cores são as encontradas na
O posicionamento do contraluz chama do fogo, e, cada uma, emite uma de
terminada temperatura.
O contraluz é o refletor que esta posicio
nado para lá do eixo de 180º. Ele está por Quando olhamos a chama de um isqueiro
trás dos personagens, iluminando suas cos percebemos que ela apresenta uma gama de
tas. Da mesma forma que o ataque, ele pode cores que vai do vermelho ao azul, passando
ser posicionado em várias pontos, entre o que pelo branco. A temperatura da chama encon
está imediatamente atrás da orelha direita do trada no azul profundo, por exemplo, é de
personagem até o início de sua orelha direita.16.000 K, já a encontrada no vermelho é de
1800k. Estas cores encontram-se também na
O ápice do contraluz é o ponto que faz uma natureza, elas são, como já vimos, o resulta
linha imaginária entre o refletor, o persona do da reflexão da luz em diferentes corpos.
gem e a câmera. Neste ponto o contraluz irá
produzir uma silueta. Ou seja, uma sombra Cada um refletindo uma determinada cor.
completa no rosto e no corpo da persona Assim é que elementos sensíveis como o ne
gem, poderemos compensá-la com um refle gativo e os sensores das câmeras de vídeo,
tor mais potente por trás da câmera, agindo digitais ou não, recebem a luz impregnada
contra o contraluz. Será um efeito meio de de cores. Acontece que, diferentemente de
ficção científica. nossos olhos, que têm um sistema extrema
mente eficiente de recepção e equilíbrio des
Do mesmo modo que este contraluz, por tas cores, os elementos sensíveis desenvolvi
assim dizer, mais radical pode ser compen dos pelos nossos cientistas e pesquisadores
sado, os mais comuns também o serão. Te não atingiram esse grau de eficiência.
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Portanto, o que nossos olhos regulam natural- utilização de refletores que tenham lâmpadas
mente; o branco é branco, o vermelho é verme- de tungstênio, a temperatura de cor que estará
lho, o azul é azul, o verde é verde, no caso dos agindo a área é de 3200ºk, uma cor próxima do
elementos sensíveis não é assim. Eles têm de ser amarelo.
preparados para absorverem as cores de forma
correta. Nas câmeras de vídeo esta regulagem Então, regulamos nossa câmera para a utili-
se faz por meio de uma cartela branca – qualquer zação do filtro 1 que trabalha com aquela tem-
folha branca serve. peratura de cor, se estamos trabalhando numa
locação exterior dia quando a incidência de luz
E para que a regulagem através da cor bran-
predominante é o azul, regularemos a câmera
ca?
para o filtro 2, que trabalha com a temperatura
Porque ela é a união, em iguais proporções, de 5600ºk.
das três cores primárias RGB em inglês – ver-
Atentemos para o fato de que o equilíbrio está
melho, verde e azul e de suas complementares
na precisão das cores captadas, desta forma,
– magenta, ciano (azul esverdeado) e amarelo.
Ou seja, ela pode ser considerada uma regula- quando dizemos que um refletor emite uma luz
dora natural da proporcionalidade correta das co- amarelada, não significada que nossos olhos ve-
res. Quando estamos numa locação com deter- jam o resultado desta iluminação amarelada, o
minada luz, que pode ser mais azulada, ou mais mesmo se dá com a luz do exterior dia, quando
amarelada e etc. Quando colocamos a cartela na dizemos que nela há o predomínio do azul, não
frente da câmera para bater o branco – é assim significa que vemos as coisas iluminadas por ela,
que chamamos este procedimento – estaremos azuis, porque nossos olhos regulam esta predo-
regulando-a para que possa depois receber todas minância, procurando um equilíbrio que não afe-
as cores presentes no plano no padrão correto. tará o resultado das cores.
Existem câmeras que fazem esta regulagem Da mesma forma farão os elementos sensíveis
automaticamente, em termos profissionais este que utilizamos para apreender a luz, após serem
procedimento é tão inaceitável quanto você, dei- regulados. Se não regulássemos a câmera para
xar seu foco e seu diafragma no dispositivo auto- receber a luz proveniente da lâmpada tungstênio,
mático, mas antes de bater o branco é necessário
teríamos uma luz vermelho esverdeado que é o
que você informe à câmera qual a cor predomi-
amarelo. O mesmo ocorreria com a luz azul do dia
nante que incide sobre a área a ser filmada. Logo,
que tenderia para o azul esverdeado que é o cia-
entra a questão da temperatura Kelvin da cor.
no. Esta regulagem se dá através dos filtros. Aqui
Existe uma escala que especifica a tempera- é preciso estudar um pouco das cores primárias
tura de cada tipo de lâmpada e de luz natural. e suas complementares. A cor complementar do
Para nós que estamos tratando de procedimen- vermelho é o ciano, a cor complementar do ver-
tos padrão, só nos interessa saber que quando de é o magenta, a cor complementar do azul é o
estamos numa locação em que decidimos pela amarelo.
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A cor complementar não existe na cor que são preparados para trabalhar em dayligth
a complementa. Portanto, o amarelo não – 5500ºK (AZUL) e outros que são próprios
existe no azul, o ciano não existe no verme para o trabalho com lâmpadas tungstênio
lho e o magenta não existe no verde. Assim 3200ºk (amarela). Mas pode acontecer de
é que o amarelo é vermelho+verde, o ciano você ter de trabalhar com um negativo pre
é verde mais azul e o magenta é vermelho parado para tungstênio no exterior de dia
mais azul. com a predominância da cor azul. O que fa
zer então?
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possibilidade é necessário que usemos uma que regula a entrada de luz na câmera. O
gelatina laranja (85) na sua frente. refletor Fresnel
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um avulso, meça a incidência de luz, estabe Agora que aprendemos um pouco sobre
leça a relação de contraste desejada. os códigos da fotografia na linguagem audio
visual, chegou a hora de tratar do som.
Se estiver numa externa e contar com um
pano difusor, um butterfly por exemplo, use Introdução ao som
a luz filtrada do sol como compensação e um
*Nota: Decidimos acrescentar este peque
refletor como ataque. Se ele for de tungs no capítulo introdutório ao estudo do som,
tênio use uma gelatina azul, se for um que por acreditar que as informações que serão
produza uma luz de temperatura 5500, tipo abordadas servirão como um complemento
um HMI, deixe assim. na formação do aluno.
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ao mesmo tempo que as imagens eram óculo dentro de um caixote de madeira. Esse se
exibidas, isto é, o quinetofone de Edison é gundo dispositivo era o denominado cinetoscó
pio ou cinescópio (Kinetoscope). A patente para
um fonógrafo com imagens.
esse dispositivo também foi solicitada por Tho
mas Edison em 24 de agosto de 1891, tendo sido
Segundo (KINODINÂMICO, 2011): formalizada em 14 de março de 1983. O termo
cinescópio é hoje frequentemente usado para
Ainda zonzo com o imenso sucesso do designar uma tela (português brasileiro) ou écran
fonógrafo, Thomas Edison recebeu em sua (português europeu) de televisão. Fonte:http://
casa, a visita ilustre do Professor Muybrid pt.wikipedia.org/wiki/Cinet%C3%B3grafo (Acesso em
ge. Dentro de quatro paredes, esses gênios 21 mai. 2014).
conversaram sobre um assunto muito espe
cífico: “o futuro tecnológico no processo de
Em 1902 na França, Leon Gaumont criou
geração de imagens”. Admirado com a capa
o cronofone, que tentava conseguir um sin
cidade de registro sonoro criado por Edison,
Muybridge veio trazer-lhe uma proposta de cronismo entre a imagem e o som previa
sociedade, para a elaboração e desenvolvi mente gravado. Eram filmes que exibiam
mento de um aparelho que pudesse fazer trechos de óperas e canções populares. Este
com as imagens o que o fonógrafo fazia com equipamento chegou ao Brasil em 1904 e as
o som.
exibições eram chamadas de cinematógrafos
(...) falantes.
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Nos Estados Unidos, também fizeram-se e evitam que o som do filme rodando na câ
experiências com ruídos e tentativas de du mera prejudique a gravação do som) é que o
blagem, ou um comentador que fazia uma som passou a ser gravado direto, surge en
espécie de narração. No entanto, mais tarde, tão o som direto.
por volta de 1911, adota-se o piano como
acompanhamento ideal para exibições. No entanto, com o surgimento do som
no cinema narrativo clássico, algumas nor
mas foram estabelecidas. O objetivo é que
os sons sejam naturais para acompanhar as
convenções do realismo dramático. O som
deve seguir as imagens na composição da
potência mimética do cinema. Além do fato
de ter a função de suavizar a descontinuida
de dos cortes, a importância dos ruídos não
deve ser relegada para segundo plano.
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sos de uma personagem criados nessas sa cinema que precisavam ser blimpadas. Mas
las podem ficar, sonoramente, muito mais a gravação do som direto tem suas implica
interessantes que os gravados em som di ções, uma delas é a qualidade e a pureza
reto durante a ação. No entanto, sempre do som. Muitas produções se utilizam dos
emprestam uma sensação de artificialidade. sistemas internos das câmeras, no entanto
Já a música é composta especialmente para muitos operadores (diretores) de áudio, pre
realçar as ações e completar as sensações. ferem a gravação em sistemas isolados, se
Aos poucos também foram se estabelecendo parados, para poder ter mais mobilidade e
alguns padrões para serem seguidos por de independência em relação aos movimentos
terminados temas e gêneros, desta maneira, de câmera.
existem alguns padrões para as músicas nos
Além do que podem se utilizar gravado
momentos de suspense, de confronto, de
res de última geração, de mesas de som e
melancolia , de tensão etc.
mixers, gravando em vários canais, usando
softwares de supressão de ruídos etc.
Como vimos, hoje em dia o som da gran Para isto, muitas vezes são necessárias
de maioria dos filmes, ou qualquer obra au filtragens, ou mesmo a criação de barreiras
diovisual, é capitado direto. Ainda mais ago sonoras, ou ainda o abafamento acústico de
ra com as câmeras digitais, que são leves, elementos que possam provocar reverbera
e diferentemente das pesadas câmeras de ções, ecos, como por exemplo, os azulejos
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
dos banheiros. No entanto, tem de haver Para diminuir esta diferença é aconselhável
bom senso. Um plano rodado num banhei que após rodar o plano A, você peça alguns
ro, pede um pouco de reverberação, pois minutos de silêncio para gravar uma base de
do contrário, o áudio soaria falso. O cuidado áudio, com o som ambiente. Esta base será
com a gravação dos ruídos presentes no am usada, na edição, como fundo na montagem
biente, e que deverão ser aproveitados no dos planos. No entanto, é necessário o cui
filme também é muito importante. dado para que sons muito altos e identifi
cáveis como buzinas de carro, serras, canto
de pássaros etc., não estejam presentes no
fundo de um plano A e desapareçam no seu
subsequente plano B e depois voltem em C,
durante uma sequência, pois isto quebraria a
continuidade sonora.
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
Microfone unidirecional
Ele apresenta uma entrada secundária de
som, que pode ser traseira ou lateral.
Microfones supercardioides
Os microfones variam de acordo com sua
diretividade, ou seja, sua capacidade de cap O sistema de bloqueio existente nos car
tação dos sons, em relação aos emissores. dioides, propiciado pela ação do som sobre a
Se temos um emissor bem à frente do micro membrana é mais abrangente, tornando este
fone, numa condição ideal, não teremos pro microfone mais direcional ainda.
blema em captar este som, no entanto, pode
ser que não encontremos esta condição, que Microfone bidirecional
é quando teremos de utilizar microfones que
serão escolhidos de acordo com sua diretivi Se o sistema de captação frontal for igual
dade. ao posterior, o microfone terá duas frentes.
Cada uma com as mesmas características
A grosso modo, e de maneira bem simpli da outra. A captação será tão boa de fren
ficada, diremos aqui que os microfones pos te quanto de costas. Se colocado entre duas
suem uma membrana que ao ser atingida personagens que mantém um diálogo, uma
pelas ondas sonoras é empurrada para den de frente para outra, esse microfone pode
tro, produzindo uma saída elétrica positiva. ser uma solução.
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
O Boom (VARA)
Este equipamento consiste numa vara que
na ponta conta com um dispositivo em que
é encaixado o microfone que pode ser um
shotgun. O operador de boom é geralmente
o assistente de áudio que é orientado pelo
operador de áudio. Em produções menores
o próprio operador de áudio conduz o boom.
Como dissemos, nem sempre você encon
trará a situação ideal para a captação da voz O seu posicionamento correto é funda
dos personagens. No entanto, consideramos mental, uma vez que deve estar acima do
uma situação ideal quando estamos numa ator, num ângulo de captação de 45º. É pre
locação que não apresenta ruídos e tenha ciso que o operador estude com o câmera e
uma boa acústica. Isto geralmente só ocor o diretor a movimentação das personagens
re quando gravamos em estúdios blimpados e o enquadramento, para que seu microfo
que apresentem uma perfeita proteção so ne não “vaze” no plano, o que acontece com
nora. mais frequência do que se pensa.
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
Às vezes um excelente plano é descartado esteja no fundo (2º plano). Chama-se a isto
na edição, devido o vazamento do boom. Por de “divisão por planos sonoros”. Estes planos
isso, a operação deste microfone exige muita não têm nada a ver com os planos que de
prática e atenção, porque além da questão finimos como unidades fílmicas: Plano geral,
apontada, ainda existe uma mais importante Plano médio.
que é o posicionamento correto em relação à
personagem que fala. Esta questão do plano, enquanto 1º e 2º
planos, tem a ver com a distribuição dos ob
jetos e dos personagens dentro do quadro,
em relação a sua profundidade.
Imagine esta tarefa sendo realizada num Haverá situações em que será impraticável
PLANO SEQUÊNCIA, em que há uma inten o uso do microfone acima da personagem.
sa movimentação de câmera e elenco. Uma Neste caso poderemos posicioná-los abaixo
questão também importante é o posiciona do ator, desde que seja respeitado o ângu
mento em relação ao distanciamento das lo de 45º. Qualquer ângulo maior ou menor
personagens em relação à frente e ao fundo que este, seja por cima ou por baixo, afetará
do quadro. a qualidade do som, deixando-o abafado.
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
e queremos evitar o “vazamento” de fios no ainda é mais óbvia quando escutamos pas
chão. sos, ou o som de um trem, pois não precisa
mos “ver” para entender do que se trata. En
Fizemos uma introdução nas questões téc tão, se temos o plano de A mostrando Paulo
nicas do som no cinema por meio de uma em PLANO PRÓXIMO, e inserimos sobre sua
análise superficial das propriedades e pro imagem o som de um carro que se aproxima,
cedimentos para determinados microfones e o espectador saberá que este fato está ocor
situações de gravação. Agora teremos de en rendo, mesmo sem ver o carro.
tender um pouco da teoria que envolve estas
aplicações. No entanto há um filme de Gregory Ma
rkopoulos, “Twice a Man”, em que os cinco
A utilização estrutural do som minutos iniciais apresentam apenas uma tela
preta, nada se vê além disto, mas ouve-se o
Como já vimos, existe uma dialética na som de uma chuva torrencial caindo, contu
montagem entre os planos, mas também po do, para uma boa parte dos espectadores,
demos dizer que ela se estende para a rela não trata-se de chuva, mas sim de aplausos.
ção entre o som e a imagem. Ela os opõe e
os une. Trata-se de uma dicotomia, que está Neste caso não há certeza sobre o que o
presente, desde o primeiro cinema. som nos traz, e assim, ele é tão impreciso
quanto o PLANO DETALHE (meio desfocado)
A verdade é que já nas exibições de Méliès da vibração das cordas de um violão. Qual
percebeu-se que o silêncio nas projeções era quer desenhista de som sabe da dificuldade
insuportável. Não era a questão do som dos de ser atingir a verossimilhança de alguns
projetores que incomodava, mas sim o silên sons, ainda mais quando estão em off – sem
cio das imagens. que a imagem que o sirva de suporte, este
ja em quadro. Mas esta condição se por um
Uma simples análise nos leva a perceber lado dificulta o trabalho do técnico, por ou
que o som é muito mais realista que as ima tro, ajuda o diretor a criar o suspense.
gens, pois é, de fato, primordial em sua con
dição de ser produzido de modo direto, nem Se temos uma personagem sentada em
que seja com o bater das mãos contra um sua cama e olhando assustada para algum
pedaço de madeira. E por isto mesmo é o ponto que está fora de quadro – portanto
som que nos remete à imagem e não o con invisível para o espectador – poderemos au
trário. mentar a tensão com o som de passos ar
rastados, ou ainda com uma música tensa,
Podemos criar uma melodia ao observar ou ainda com o silêncio, que neste caso será
uma árvore, mas temos de ser tocados pelo sonoro, pela ausência.
momento de inspiração. Já por outro lado,
ao ouvirmos música, imediatamente nos sur Se, no entanto, o que nos aparecer en
gem imagens no pensamento. Esta situação trando em quadro for um gato pulando na
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
cama de A, o filme nos terá pregado uma lhor opção. O distanciamento dos microfones
peça. Esta condição de utilização do off é fun- em relação às personagens. Ou ainda, se gra
damental na composição dialética entre som e vamos numa locação interior onde há poucos
imagem. Mas temos também uma questão ruídos de chuva e temos um raccord direto
que influencia diretamente na reprodução para um plano externo na calçada de uma
sonora, a sua bidimensionalidade. avenida movimentada e tomamos a crueza da
realidade como parâmetro para a reprodução
Da mesma maneira que a imagem fílmica
do som, teremos problemas.
não consegue separar o reflexo da rua, da
imagem do mostruário numa vitrine de loja É preciso que esta passagem seja feita atra
– coisa que nossos olhos fazem naturalmen vés de uma mixagem, se fizermos um corte
te por meio da mudança do foco de nossas seco no áudio entre os dois planos, a elevação
atenções – o som no cinema também tem dos ruídos de fundo de um plano para o outro,
dificuldades em separar o diálogo entre duas a ruptura incomodará. Isto se deve por conta
personagens, numa arquibancada, do som
da diferença gritante entre o som em off dos
da torcida.
dois planos.
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
reprodução sonora da realidade. Neste caso a bu. Outro exemplo, está no filme de Abrahan
harmonia sonoro imagética está presente. Polonsky, “Force of evil”. Neste o diálogo e as
vozes compõem sons dissonantes e percus
sivos que se unem a batidas nas portas que
têm o mesmo ritmo dos diálogos e ruídos.
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O aprendizado da linguagem audiovisual e noções de fotografia
entre imagem e som. Por mais simples que venha a ser sua obra audiovisual, seja ela de
ficção, documental, institucional ou educativa etc. É preciso que você não negligencie a im
portância do áudio.
Referências
GUILLAUME, P. Psicologia da Forma. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1966.
HACKING, J.; CAMPANY, D. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Sextante, 2012.
MICHEL, M.; LAURENT, J. Lendo as Imagens do Cinema. São Paulo: Senac, 2009.
MOURA, E. 50 anos Luz, Câmera e Ação. 5. ed. São Paulo: Senac, 2000.
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