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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

MEDIA-LAB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO
EM MÍDIAS INTERATIVAS

A IMPORTÂNCIA DOS APLICATIVOS/SISTEMAS NO ATENDIMENTO,

NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE (UBS) E NA ESTRATÉGIA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA

Cloves Batista Silva Junior


Aline Oliveira Marques
Beatriz
Roselena Garcia de Freitas
Karine
Cleomar Rocha
RESUMO

O artigo refere-se sobre a importância de sistemas de informação/aplicativos como


ferramenta de auxílio ao processo agendamento e realização de consultas médicas.
Faz-se abordagem sobre a saúde pública no Brasil, tomando como embasamento
Unidades Básicas de Saúde (UBS). Inicialmente, faz-se uma abordagem geral sobre
saúde pública, direcionada às unidades de saúde descrevendo os princípios do
Sistema Único de Saúde seus componentes e diretrizes. Discute ainda o programa de
estratégia de saúde da família, apresentando à atenção primária a saúde com suas
características e relação com consultas médicas. Faz-se uma apresentação dos
sistemas existentes utilizados no atendimento médico, descrevendo sobre prontuário
eletrônico, assim como a meta do futuro prontuário virtual nacional. Todo o
embasamento teórico foi feito para que pudesse ser coletada e aplicada essas
informações no desenvolvimento do artigo.

Palavras-Chave: Atendimento, SUS, UBS, Tecnologia, Gestão, Sistemas, Aplicativos

1 INTRODUÇÃO

O direito à saúde é um direito garantido pela Constituição Federal e um dever


do Estado, mediante à políticas sociais e econômicas que visem à redução de
doenças e outros agravos. Ou seja, todos devem ter acesso à saúde.
A criação do Sistema Único de Saúde foi um movimento de inclusão social de efetiva
representatividade histórica no Brasil e afirma o compromisso do Estado brasileiro
com seus cidadãos. Na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de
Saúde, realizada em Alma-Ata (Cazaquistão, antiga URSS), no ano de 1978, ficou
estabelecido num plano mundial, através do documento final deste evento, a
Declaração de Alma-Ata, em que a participação efetiva dos Estados na saúde do seu
povo através da promoção de políticas de saúde que visassem o bem-estar físico,
mental e social como direitos fundamentais dos seus habitantes, priorizando
principalmente os cuidados primários. É claro que saúde é a mais importante meta
social mundial e que, para a sua realização, faz-se necessária a integração com os
diversos setores sociais e econômicos (Ventura, 2003). Concomitantemente a esse
evento histórico da saúde mundial, o Brasil passava por um momento de fervor
coletivo por mudanças políticas voltadas para a redemocratização do país, que se
intensificaram na década de 1980 por meio de manifestações populares por eleições
diretas de um presidente civil, e, no campo da saúde, voltado para uma atenção
abrangente, democrática e igualitária, tendo como principais atores sociais os
intelectuais, as lideranças políticas, os profissionais da saúde, os movimentos
estudantis universitários, os movimentos sindicais, entre outros, o que culminou com
o esgotamento do modelo médico assistencial privatista vigente (Medeiros Júnior e
Roncalli, 2004).
Infelizmente, grande maioria dos atendimentos médicos públicos, geralmente
não tem tecnologia avançada. E como consequência, os funcionários responsáveis
pelos atendimentos perdem bastante tempo preenchendo fichas e prontuários de
forma manual, com isso, o agendamento e gerenciamento das consultas passa por
algumas dificuldades devido ao grande número de de demanda de prontuários, ou
seja, há um acúmulo de cadastro e o histórico de informações desses pacientes e o
procedimento é ineficaz.
Todos esses fatores acabam gerando transtornos aos pacientes,
principalmente com relação a demora no atendimento que está relacionado processo
manual de preenchimento de fichas, e, sobretudo a estruturação dos dados
recolhidos. As fichas ficam armazenados ficam acumuladas em armários, passíveis
de serem retiradas e colocadas em ordem irregular em relação a como deveriam estar,
provocando dificuldades em relação a futuras buscas.
Diante do apresentado, esse artigo tem foco principal a exposição de
sistemas/aplicativos que podem proporcionar melhorias nas etapas de atendimento
médico para os postos de saúde. Essa informatização tem como proposta minimizar
todos esses problemas que estão relacionados a gestão dos atendimentos dos Postos
de Saúde, desde o cadastro inicial até consultas médicas das unidades de saúde.
Além disso, o uso de sistema de informação na saúde possibilitará a integração
das informações do prontuário médico de outros atendimentos já realizados em outras
unidades básicas de saúde, ou seja, livre acesso ao histórico do paciente.
Independente do médico que tenha efetuado o atendimento anterior, a base única de
dados facilitará o cadastro e a busca das informações dos pacientes dos Programa
Saúde da Família (PSF) tanto para a recepcionista que efetua, localiza e/ou
encaminha o paciente para atendimento médico ou triagem.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

A saúde pública no Brasil desde os seus primórdios foi limitada à população


com menor poder aquisitivo, principalmente aquela referente base científica de
atendimento na medicina, com isso foi bastante restrita, devido às milhões de pessoas
que precisam ser atendidas, serem desproporcionais a quantidade de locais de
atendimento e de profissionais de saúde existentes, dentre outros fatores. Segundo
Indriumas (sp, sd) “no início, não havia nada. A saúde no Brasil praticamente inexistiu
nos tempos de colônia, o pajé, com suas ervas e cantos, e os boticários, que viajavam
pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde”.
Com isso pode-se considerar que havia muitos profissionais devidamente
qualificados, do ponto de vista científico. Até mesmo os boticários que eram os
farmacêuticos da época, eram bastante reduzidos e restritos a determinada parcela
da população, os mais ricos.
Ainda, segundo Indriunas (sp, sd), somente com a chegada da realeza de
Portugal em 1808 no Brasil foram criadas as duas primeiras instituições de ensino de
medicina, localizadas nas cidades de Salvador e do Rio de Janeiro. Tais instituições
foram criadas, devido a inúmeras exigências e necessidades da família real.
Segundo Pustai (2004), a grande maioria da população que vivia na zona
rural a partir da década de 60, migrou para as grandes cidades industriais, e
consequentemente passou a dominar grande parte da economia. Surgiu, então
milhões de assalariados e, com eles, a necessidade de um atendimento médico mais
eficiente e de melhor qualidade, facilitando o controle social da saúde pública.
A saúde pública, portanto, já foi bastante limitada e de difícil acesso, porém
com o passar dos anos passou por inúmeras melhorias, que minimizaram alguns
problemas e que foram fundamentais para que a sociedade fosse atendida de forma
padrão.
Segundo a Constituição Federal, no seu Art. 196, (1988), definiu em lei que:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de
doença e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

A saúde pública no Brasil com o auxílio do Sistema Único de Saúde (SUS), que
foi criado durante a Constituição Federal de 1988, assegurou, posteriormente a
criação de uma Política de Saúde através da lei n°8080/90, que propiciou a inclusão
social, e a disposição universal à população, diversas ações e serviços de saúde,
deixando assim o atendimento mais eficiente (AGENOR, 2006).
Os governantes, portanto decidiram definir um padrão de saúde pública que
foi definida em lei, que apresentou posteriormente diversas vantagens e melhorias
para a população brasileira, pois a nova Política de Saúde atingia diretamente um
maior número de pessoas, e consequentemente minimizou as dificuldades.
Com isso, foi criada ainda uma estratégia que foi o maior marco para uma
Política de Saúde mais completa, de acordo com Pustai (2004. p.70):

Em 1994, como na nova estratégia de desenvolvimento do SUS e como eixo


central para promover a extensão de cobertura, foi criado o Programa de
Saúde da Família (PSF). Em novembro de 2002 já havia 16192 equipes de
PSF implantada em 4114 Municípios. Perfazendo uma cobertura de 53
milhões de habitantes.

Essas unidades básicas de saúde são importantes para a sociedade, pois


prestam diversos serviços à população, desde trabalhos de conscientização sobre a
importância da prevenção de doenças como a dengue e outras, além de realização
de vacinação, aferição de pressão, atendimentos de enfermagem, consultas médicas
e odontológicas que são oferecidos à população.
A estratégia de saúde da família, e consequentemente as Unidades
Básicas de Saúde (UBS), foi um marco para a saúde pública brasileira uma vez que
se expandiu para todo o país, propiciando assim, uma melhor qualidade de vida e
saúde, pois o objetivo dos postos de saúde não é somente o tratamento corretivo, mas
também o preventivo.
2.1 Atenção Primária à Saúde

A atenção primária à saúde é considerada um método para divisão e


organização dos serviços de saúde, além de integrar esses serviços de acordo com
os anseios da população. Pode-se considerar que, a atenção primária é o primeiro
passo para que a população possa ingressar nos níveis de atendimento de saúde.
O papel principal desse tipo de atenção é segundo Takeda (2004, p.79):

A atenção primária responde às necessidades de saúde da população,


realizando serviços preventivos, curativos, reabilitadores e de promoção da
saúde, integra os cuidados quando há mais de um problema, lida com o
contexto no qual existe a enfermidade, e influencia as respostas das pessoas
a seus problemas de saúde.

Takeda (2004) ainda destaca que a atenção primária se refere às diferentes


situações, que podem ocorrer, em relação à saúde das pessoas sejam simples ou
complexos, e esse atendimento está presente principalmente, nas unidades de saúde
como PSF, consultórios comunitários, e escolas, quando se referir a tratamentos
iniciais.

2.1.1 Características da Atenção Primária

A atenção primária possui algumas características ou componentes que


devem ser seguidos como um padrão para que seja bastante eficiente. Nos itens a
seguir são apresentadas suas principais características com uma breve descrição:

2.1.2 Primeiro Contato ou Porta de Entrada

O primeiro contato é definido como a acessibilidade e a usabilidade das


formas de acesso a saúde, ele é entendido pela população como o primeiro passo
para se ter um atendimento básico de saúde. “Para isso, deve ser de fácil acesso e
disponível; se não o for, a procura será adiada, talvez a ponto de afetar negativamente
o diagnóstico e o manejo do problema” afirma Takeda(2004, p.79).
Portanto, a porta de entrada para os serviços de saúde é a etapa inicial
para que seja realizado um bom atendimento. Para que isso ocorra, é necessário que
a localidade não impeça nem desmotive o paciente passar por cuidados médicos, ou
seja, tem que ser de fácil locomoção e acesso, para que assim os pacientes não
desistam ou atrasem suas idas até as unidades de saúde, o que poderia ocasionar
um agravamento no caso do paciente, descreve Takeda (2004).

2.1.3 Continuidade do Atendimento

Realizar atendimentos iniciais é fundamental para que o paciente tenha


alguma melhora significativa, no entanto para que esse paciente tenha um
atendimento de qualidade e satisfatório, conforme sua necessidade o mesmo pode ter
que dar continuidade nesse atendimento, e esse serviço é primordial, e muito
importante como o atendimento primário.
A continuidade do atendimento conforme definida a seguir pode ser
também considerada longitudinalidade:

A longitudinalidade se refere à relação duradoura estabelecida entre


profissional de saúde e usuário, e constitui um atributo importante e exclusivo
da Atenção Primária à Saúde (APS). A literatura sobre o tema é escassa,
porém aponta benefícios como: melhor reconhecimento das necessidades
dos usuários, diagnóstico mais preciso, redução de custos e de
hospitalizações, melhor prevenção e promoção da saúde, e maior satisfação
do usuário BARATIERI (2010.sp).

De acordo com Takeda (2004) a continuidade no atendimento ou


longitudinalidade, está relacionada com as pessoas envolvidas no decorrer do
processo, as equipas de saúde, e o tempo de atendimentos. Tais fatores
independem do problema de saúde da pessoa, ou seja, é a relação médico paciente
no decorrer de seu tratamento ou e acompanhamento que podem proporcionar
vantagens como: a menor reincidência e uso de serviços de saúde, atendimento
preventivo, maior satisfação da população e custo menor para os cofres públicos.
Portanto, essa continuidade é fundamental para que as pessoas e os
profissionais de saúde tenham relação mais próxima, e assim conheçam a fundo seus
pacientes, proporcionando assim, melhorias nas formas de atendimento de saúde e
consequentemente a satisfação do paciente.

2.1.4 Coordenação

A coordenação ou organização, exige que o profissional de saúde esteja ciente


de todos os problemas de saúde encontrados no paciente. A base da coordenação é
a disponibilização de informação a respeito de problemas e ações realizadas, portanto
a coordenação é referência para uma organização dos ambientes para que eles
funcionem de forma adequada de acordo com os padrões estabelecidos, descreve
Takeda (2004).
A descrição a seguir, apresenta o papel do profissional de atenção primária
em relação às pessoas que são atendidas por esse profissional. De acordo com
Pereira (2006, sp), “a coordenação é a disponibilidade de informações a respeito de
problemas e serviços anteriores e o reconhecimento daquela informação, na medida
em que está relacionada às necessidades para o presente atendimento”.

2.1.5 A Estratégia de Saúde da Família

O termo Programa de Saúde da Família (PSF) nasceu em 1994, e deixou


de ser utilizado do ponto de vista formal na saúde em 2005, no entanto é comumente
conhecido como PSF, pela população, até mesmo pelos profissionais de saúde, no
entanto atualmente é definido como Estratégia de Saúde da Família (ESF)
(ODORICO, Et al.).
Desta forma, é possível perceber que houve uma substituição do termo
utilizada para definir a saúde direcionada a família, porém seus princípios e objetivos
foram mantidos, e já possui doze anos desde sua criação.
Segundo (COSTA; TRINDADE; PEREIRA, 2010, sp), esse é um programa
governamental para diminuir alguns dos problemas sociais referente a saúde, é
considerado:

O projeto criado no Brasil pelo Ministério da Saúde em 1994, intitulado


Programa da Saúde da Família (PSF), tem como principal propósito
reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o
modelo tradicional, que se configurava. Para isso, prioriza ações de
prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral
e contínua. Esse atendimento é prestado por profissionais da área de saúde:
médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, entre outros.

Com isso, pode-se considerar que o projeto teve como objetivo principal
aproximar a saúde da sociedade, pois passaram a possuir locais de atendimento e
acompanhamento mais próximo de suas residências e através desse contato mais
regionalizado, foi possível ter controle maior sobre a real necessidade e situação da
saúde das famílias.

3 UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA SAÚDE

Nas últimas décadas, ocorreu a grande evolução e expansão da


informática, foi possível então o uso da tecnologia da informação em ambientes que
pudessem proporcionar satisfação a população em relação aos serviços públicos,
pois a utilização desses recursos proporcionaram melhorias no processo de
funcionamento das organizações, devido tais melhorias essa inovação foi incluída em
diversos setores, até chegar na saúde pública podendo então auxiliar principalmente
nos atendimentos realizados nas unidades de saúde, informatizando assim esse
setor.
De acordo com (VIEIRA 2010, p.107)

Vive-se uma época em que observa uma grande quantidade de informações


nas mais variadas áreas do conhecimento, sendo árdua a missão de torná-
las úteis no processo de tomada de decisão. A tecnologia da informação
aliou-se à saúde, fazendo surgir a informática médica e trazendo-lhe
instrumentos e abordagens que facilitam o processo de gerenciamento dos
dados médicos.

Portanto, o uso da tecnologia da informação é muito importante, e é


fundamental para que se tenha algumas melhorias nas atividades cotidianas desses
locais, e com isso atinja diretamente e positivamente a população que utiliza esses
serviços.

3.1 Sistemas na Saúde

Novos tratamentos, técnicas e descobertas na saúde trazem melhoria na


qualidade de vida das pessoas. Essas melhorias na medicina não se reduzem às
inovações científicas e à qualificação dos profissionais.
A tecnologia pode transformar a gestão da saúde, diminuindo o número de
erros e liberando diagnósticos mais corretos, além de otimizar e tornar mais eficiente
as consultas nos consultórios e nas emergências.
Para propiciar um atendimento de excelência aos pacientes, é necessário
profissional qualificado, serviço de qualidade é a junção de fatores, como celeridade,
exatidão, conectividade e acesso instantâneo a informações, além de delicadeza e
pró atividade.

O sistema de atendimento na saúde, pode envolver tarefas simples como


agendamento de consultas, encaminhamento de uma consulta até as atividades mais
complexas como a transmissão de informações de faturamento de procedimentos,
modelos de relatórios e principalmente recebimento de recursos do Ministério da
Saúde. Esses sistemas possuem como característica principal, trazer melhorias nas
atividades diárias dos profissionais envolvidos e também para a população que utiliza
o serviço.
De acordo com Shortliffe e Perrault, citado por Vieira (2004, p.107), propõe
a definição de informatização médica como: “campo científico que trata do
armazenamento, recuperação e uso otimizado da informação biomédica, dados e
conhecimento para resolução rápida de problemas e tomada de decisões”.

3.1.1 Sistemas de Gestão e Atendimento Médico Existentes

Existem diversos sistemas de informação cada um com suas peculiaridades,


no entanto alguns são bastante complexos e podem não atender as necessidades de
uma pequena clínica ou até mesmo município, pois muitas das funcionalidades não
correspondem aos objetivos que as unidades de saúde, e a secretaria de saúde
desejam nesses sistemas. Ou seja, não são sistemas personalizados a determinado
local de saúde, são considerados genéricos por possuir múltiplas funções.
Nas unidades de saúde atualmente são comumente utilizados o e-SUS,
fornecido pelo Ministério da Saúde, sendo o e-SUS Pec o mais comumente utilizado
nos atendimentos em geral. Utilizados no âmbito da estratégia de Saúde da Família,
proporcionados através das UBS, é usado em alguns locais ainda Prodata módulo
Saúde, Betha módulo saúde. Existem sistemas também para atendimentos
particulares como clínicas hospitais como o Hidoctor, Online Doctor, Data Health,
Mdmed dentre outros que podem ser encontrados na internet.

3.1.2 Sistema e-SUS

O sistema e-SUS é fornecido gratuitamente e é uma estratégica que o Governo


Federal criou para atender os pacientes. O programa que está informatizado e busca
auxiliar o atendimento aos pacientes, facilitando o controle de atendimento e
gerenciamento dessas unidades de saúde, proporcionam meios para financiamento,
faturamento de procedimentos realizados, ou seja, dos atendimentos feitos pelos
profissionais de saúde nas unidades básicas de saúde, proporciona também uma
visão mais real da saúde dos municípios e consequentemente aos seus gestores, e
principalmente possibilitam uma maior agilidade no atendimento dos pacientes,
evitando a duplicidade de prontuários dentre outros erros já citados no uso dos
prontuários físicos.
O E-sus é dividido em dois módulos dentre eles está o SISAB, que é voltado
para ser feito o levantamento de recursos em programas do ministério da saúde. O
segundo módulo temos o e-SUS AB, que tem outra subdivisão a coleta de dados
simplificada (CDS) que é interligado com todo sistema e é alimentado e transmitida as
informações das fichas convencionais para o sistema, naqueles locais onde ainda está
em processo de informatização, já aqueles que já são informatizados os dados são
preenchidos diretamente no sistema. E por fim temos módulo o prontuário eletrônico
do cidadão (PEC), onde é preenchida todas as informações do paciente para um
atendimento na unidade básica de saúde, desde seu cadastro, agendamento e
atendimento no consultório médico, enfermaria, ou outro.

3.1.3 Prontuário Eletrônico

O prontuário médico é a soma de todas as informações a respeito do paciente,


consta exame clínico do paciente, as fichas de ocorrência e de prescrição
terapêutica, os relatórios de enfermagem, ficha de registro dos resultados de
exame, constituem um verdadeiro dossiê.
De acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina n°
1638/2002, define prontuário como:

Definir prontuário médico como o documento único constituído de um conjunto de


informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos
e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal,
sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe
multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo.

Tornando-se, desta forma, um item obrigatório para todos os pacientes que


entram no consultório, além de ser indispensável para um atendimento contínuo
de qualidade, visto que serve para análise de evolução de doenças. Por se tratar
de um registo tão importante, Em 2007, o Conselho Federal de Medicina (CFM)
autorizou o uso de sistemas informatizados para a guarda e registro deste tipo
de informação, ou seja,os prontuários mais tradicionais, em formatado em
papel, passaram para o meio eletrônico.

3.1.4 Prontuário Eletrônico

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (2012), o Prontuário


Eletrônico do Paciente (PEP), foi possível graças a evolução e o crescimento da
tecnologia, que inclui principalmente a criação do computador e a internet, isso foi um
marco muito grande para a saúde, pois surgiram inúmeros sistemas que
proporcionaram melhorias no cotidiano desse setor, e esses sistemas que utilizam o
prontuário eletrônico, promoveram maior agilidade no atendimento, podendo assim, o
médico dedicar mais tempo aos pacientes. Além disso, o compartilhamento das
informações internas entre as unidades de saúde, possibilita um melhor
acompanhamento do paciente.

2.1.3 Prontuário Virtual Eletrônico Nacional

O prontuário manual comumente armazenado em armários e gavetas sempre


foi peça fundamental para o uso e acesso das informações contidas nele. No entanto,
possui grandes desvantagens, pois sua ordem pode ser alterada com facilidade, pode
ter duplicação de prontuários. Porém, com a informatização já e possível integrar
essas informações, entre um município e todas as unidades de saúde. Isso só é
possível através da base de dados do e-SUS, que oferece acesso aos dados até
mesmo de outros estados. A atualização dos bancos de dados facilitaria as consultas,
pois possibilita que o médico conheça o real histórico do paciente.
O prontuário virtual é um dos grandes sonhos da informática médica no
Brasil, esse sistema integraria todas as informações, referente a atendimentos já
realizados da população brasileira, ou seja, o histórico minucioso do paciente que foi
atendido independente do local que ele vive ou foi atendimento.
Mas, independente do conceito, o Prontuário Virtual deve ser um sistema
que cumpra regras de sigilo, dispor de um caráter assistencial, ético, legal e científico,
e que possibilite a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e a
continuidade da assistência prestada ao paciente.
São inúmeros os benefícios que essa inovação poderia proporcionar na
Saúde Pública, como por exemplo, um paciente que passou por um atendimento em
Minas Gerais, e foi constatado que esse paciente é alérgico a um determinado tipo de
medicamento, onde essa reação adversa foi anotada em prontuário manual,
posteriormente em uma viagem para o Estado de Goiás, foi necessário que essa
pessoa passasse por uma nova consulta médica, porém como o médico desconhecia
tal alergia e também não foi informado pelo paciente, possivelmente ele poderia
indicar uma medicação que fosse alérgica ao paciente. Ou seja, há um acesso mais
veloz ao histórico de saúde e às intervenções às quais o paciente foi submetido. Além
da eliminação da redundância de dados e de pedidos de exames complementares;
fim da redigitação das informações; integração com outros sistemas de informação;
processamento contínuo dos dados, deixando-os imediatamente disponíveis para
todos os atores envolvidos no cuidado ao paciente; informações organizadas de forma
mais sistemática; facilidade na coleta dos dados para emissão de relatórios; acesso
ao conhecimento atualizado com consequente melhoria do processo de tomada de
decisão e da efetividade do cuidado.
Alguns autores, como, Perondi et al., apontam outras vantagens como:
inexistência da possibilidade de extravio das fichas; possibilidade de priorização do
atendimento para os casos graves. Todos esses fatores contribuem para o aumento
da qualidade no preenchimento dos prontuários; pode evitar deterioração, perda e
alteração das informações; há melhor controle de medicações podendo minimizar
erros. No âmbito da saúde pública, os registros atualizados tanto em nível municipal
até nacional poderiam apoiar a definição de políticas públicas e regular as demandas.
No entanto algumas dificuldades impedem este projeto de Prontuário
Virtual, segundo LIMA (2006, p.113):

Existem vários obstáculos para a realização desse sonho. Sendo um dos


mais importantes a questão da segurança das informações. Apesar de toda
a tecnologia em segurança de dados, existem hackers capazes de invadir
sistemas considerados seguros, como o do Pentagóno nos Estados Unidos.
Esse risco de invasão compromete o sigilo médico, tornando-se um fator
limitante para a implantação desse projeto.

Referências bibliográficas apontam as desvantagens em relação ao uso do


prontuário eletrônico, como: necessidade de grandes investimentos em hardwares,
softwares e treinamentos dos usuários; o sistema pode ficar inoperante por horas ou
dias, tornando as informações indisponíveis; dificuldade para coleta de todos os dados
obrigatórios; seu uso e acesso indevidos podem colocar a questão da confiabilidade
e segurança das informações do paciente em risco. E principalmente, o impacto na
relação médico-paciente, uma vez que o sistema pode reduzir o contato “olho no olho”.
Com isso pode-se considerar que tal padronização nacional nos prontuários de
forma digital seria um marco para a Saúde Pública brasileira e para os profissionais
de saúde e a população.
4. INFORMATIZAÇÃO

De acordo com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, em entrevista


sobre o DATASUS (Departamento de Informática do SUS):
Precisamos usar a tecnologia para integrar os dados da saúde,
promover a correta aplicação dos recursos públicos, aprimorar o planejamento
das ações e, principalmente, ampliar o acesso e a qualidade da assistência
prestada à população, tornando o atendimento mais eficiente. (2018)
METODOLOGIA

Para que esse trabalho seja desenvolvido será necessário uma série de
levantamentos e entrevistas com profissionais de saúde, assim como a experiência
de parte dos autores deste artigo com a prestação serviços de tecnologia da
informação, inclusive realizando a informatização de Unidades Básicas de Saúde,
com realização de visitas em UBS e Secretária de Saúde para entender a importância
desses sistemas/aplicativos, onde se inicia na criação do prontuário, onde é
necessário os documentos e informações pessoais do paciente para efetuar o
cadastro inicial, ou seja, desde a marcação dessas consultas até quando os pacientes
são encaminhados para atendimento médico.
A fim de conhecer a realidade e o funcionamento das Unidades de Saúde,
também foram realizadas pesquisas científicas em periódicos conceituados para que
assim se tivesse uma visão genérica sobre a importância de um sistema de
informação na área de saúde.
O estudo foi conduzido também através de pesquisas em livros, internet,:
para o entendimento de como funciona uma Unidade Básica de Saúde. O trabalho
utilizará de revisão literária em obras que abordam os temas sobre saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Por meio de pesquisas bibliográficas e de campo foi possível apresentar


distintos sistemas para gestão em saúde que poderiam ser utilizados como sistema
das Unidades de Saúde.
Podemos dizer que os sistemas e ferramentas utilizados pelo SUS no
decorrer dos anos foram evoluindo.
CONCLUSÃO

O acesso à Internet trouxe mudanças significativas na vida das pessoas, à


medida que os computadores (desktops e notebooks) foram sendo substituídos pelas
suas versões móveis, como tablets e smartphones. Numa pesquisa exposta pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional
Por Amostra de Domicílios (Pnad), foi constatado que 80,4% das famílias brasileiras
entrevistadas utilizam o smartphone como meio fundamental de entrada à Internet,
substituindo computadores, tablets, TVs inteligentes e outros equipamentos. Além dos
benefícios práticos, os dispositivos móveis possuem um custo mais baixo para a
maioria da população, sendo mais simples de manusear, multitarefas e portáteis. Hoje
em dia, os celulares, que antes tinham a funcionalidade de enviar e receber ligações
e/ou mensagens, auferiram inovação e ampliaram suas funções ao juntar
conveniência com serviços que permitem a seus usuários assistir vídeos, ler livros
eletrônicos, acessar mapas, navegar nas redes sociais, compartilhar informações, e
outros. Á margem da versatilidade que um aparelho móvel possibilita, aliado às
ferramentas da internet cujo traço principal é a colaboração e interatividade, surgiram
os aplicativos (apps) desenvolvidos principalmente para estes aparelhos.

Com todo esse bombardeio tecnológico, conclui-se que está cada vez mais
forte a tecnologia na saúde, a tecnologia na saúde está fazendo com que os modelos
de negócio deste setor tenham que se adaptar. Criam-se sistemas/aplicativos, que
são vantajosos e de suma importância para os profissionais envolvidos no processo
de atendimento médico, e principalmente para a gestão das unidades de saúde, uma
vez que proporcionará vantagens e melhorias nas etapas de atendimento, ou seja,
aumentando a facilidade do atendimento sob demanda. Com isso, o processo de
atendimento será menos desgastante e demorado, tanto para os pacientes quanto
para os funcionários das Unidades Básicas de Saúde. Lembrando que não trata-se
de uma eliminação entre médico e paciente, apenas uma melhoria na qualidade dos
serviços prestados.
O resultado é uma melhor comunicação entre médicos e pacientes,
revolucionando os modelos de negócio de saúde. A importância para implantação dos
aplicativos facilita e proporciona agilidade, qualidade, rapidez no atendimento, melhor
comunicação com pacientes, manutenção de dados do paciente e
Ainda assim, se faz necessário avaliar toda a gestão da saúde pública, traçar
planos de ação e, desta forma, aperfeiçoar e integrar tecnologicamente todo o
sistema.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS,

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