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(Tom Sherrington)
Pedro Damião
Twitter: @geofactualidade | Blogger: geofactualidades.blogspot.com
Algumas ideias importantes baseadas em evidências, suportadas por investigação no domínio da psicologia
cognitiva, com implicações na sala de aula, e que qualquer professor deve saber:
Implicação: Ensine a longo prazo; faça a sua intenção explícita de que, seja qual for o conhecimento e as
habilidades que está a ensinar, os alunos devem demonstrar, em algum momento no futuro, que aprenderam, e
não apenas no imediato. Isso significa que o professor deverá voltar mais tarde a proporcionar oportunidades para
relembrar.
Implicação: Aprender não acontece por milagre. É essencial usar e ensinar métodos de recuperação da memória
(“retrieval practice”) de forma rotineira: questionários de baixo risco, rotinas práticas básicas, métodos de ensaio
mental, regimes de avaliação bem elaborados que suportam a acumulação de conhecimento ao longo do tempo -
e estratégias de revisão que substituem ideias pouco eficazes (reler ou sublinhar apontamentos) por práticas de
autoquestionamento (quiz).
Implicações: Em primeiro lugar – não se pode adquirir muito conhecimento. Em segundo lugar, precisamos investir
fortemente na construção de fundações seguras, verificando os conhecimentos prévios dos alunos e ativando-os
antes de lhes dar mais informação. Esquemas fracos geralmente explicam equívocos comuns - portanto, antecipe-
os e enfrente-os de frente, em vez de esperar para ver se eles se formam. Finalmente, é preciso voltar ao básico se
é aí que estão os seus alunos.
A instrução direta é mais importante para os alunos com poucos conhecimentos prévios e
baixa confiança.
Implicação: Deverá haver cuidado ao planificar sequências de aprendizagem para que as ideias-chave sejam
exploradas de maneira muito direta, deliberada e cuidadosa, evitando sobrecarga ou aprendizagens que resultem
em equívocos. A modelagem deve ser feita para que os alunos tenham a referência do que se lhes exige. Verificar
a compreensão de um conceito antes de passar para uma fase de prática guiada. Dê apoio à aprendizagem. Os
problemas complexos precisam de cuidados - é improvável que os alunos elaborem ideias complexas a menos que
tenham conhecimento prévio seguro.
Implicação: Planifique aulas de modo que os alunos gastem o máximo de tempo pensando sobre o que estão a
aprender. Não gaste tempo com informação supérflua ou demasiado complexa, desviando os alunos das
atividades essenciais.
Implicação: Como a aprendizagem não se vê, o professor deve estar constantemente a dar e a procurar feedback
dos alunos sobre o grau de compreensão. Significa fazer muitas perguntas a vários alunos, para estabelecer a
relação entre o que eles aprenderam e como foram ensinados. A resposta de um aluno nunca será suficiente -
pelo menos, essa é uma suposição enorme e arriscada. Evite a armadilha clássica de perguntas retóricas como
"Perceberam todos?".
A taxa de sucesso ideal para a aprendizagem é alta, mas não de 100%: a aprendizagem bem-
sucedida decorre do sucesso inicial e é reforçada pelo sucesso através do esforço, não pelo
fracasso constante ou por uma falsa confiança permanente.
Implicação: Apontar para uma taxa de sucesso de 80%. É necessário ajustar a instrução para aumentar a
confiança dos alunos se a taxa de sucesso for muito baixa, ou aumentar o desafio se a taxa de sucesso for
demasiado elevada. Se um aluno está a esforçar-se para conseguir, volte a levá-los a praticar coisas que já
conseguem realizar e, em seguida, tente seguir em frente com base na confiança, e não simplesmente em realizar
tarefas que não conseguem fazer.
Implicação: Planifique as sequências de aprendizagem para que os conceitos fluam bem e sejam construídos de
forma cumulativa e constante. É importante ajudar que os alunos ganhem confiança através da modelagem
(exemplos) e da prática de cada etapa, em vez de uma sequência inteira, para evitar a carga cognitiva.
É importante assegurar que, quando os alunos começam a desenvolver alguma fluência para que você não os
sobrecarregue com suporte irrelevante ou elementos desnecessárias de distração - ruído visual, ruído, material
irrelevante.
Implicação: Nunca devemos ensinar por forma a ajudar aprendentes visuais ou equivalente para alunos
cinestésicos ou auditivos. Esta é uma premissa falsa. É importante ensinar todos de acordo com as necessidades
dos alunos e não em função das preferências expressas dos alunos. É um mito educativo, falso, errado.
Batalha de Ideia para a Sala de Aula 2
A Taxonomia de Bloom nunca foi uma pirâmide com "conhecimento para regurgitar" na base e
"criatividade” no topo.
Implicação: Nunca ensinar de forma a relegar o conhecimento para o fundo, colocando a criatividade e a síntese
no topo, ou ficar excessivamente atolado em ideias sobre 'habilidades de pensamento de ordem superior' como se
elas estivessem separadas do conhecimento. É importante rever a taxonomia de Bloom para ver que o
conhecimento é a base de tudo o mais. O conhecimento não sufoca a criatividade: alimentam-se mutuamente.
Implicação: Não deve ser promovido o trabalho em grupo, sem considerar as condições em que é eficaz; o
trabalho em grupo não é nem uma boa ideia nem uma má ideia: depende do que se pretende que os alunos
aprendam e de como os grupos são organizados. Em geral, os alunos só alcançam bons resultados em grupo, se
o sucesso coletivo exigir que cada indivíduo seja bem-sucedido (precisam de se ajudar e desafiar uns aos outros) e
que todos tenham um papel bem definido. Sem essas condições estabelecidas, os resultados serão piores do que
se trabalhassem individualmente. Os grupos devem ser de pequena dimensão (2 a 3 alunos) para garantir que
todos assumam e cumpram as responsabilidades e as funções do grupo. Quanto mais alunos fizerem parte do
grupo, menos essa premissa consegue ser alcançada.
Fonte: Teacherhead.com