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MundiWar

2016­07­15 – CRISE ECONOMIA REAL E FINANCEIRA MUNDIAL: OS CENÁRIOS DE MUNDIWAR 
1ª edição 2016­07­15 12:00 Brasília

INTRODUÇÃO – O BALANÇO DOS CENÁRIOS E PREVISÕES MUNDIWAR

MundiWar não tem motivos para alterar seus cenários e previsões de curto, médio e longo prazos. As
tendências se confirmam no plano econômico, geoeconômico, geopolítico, social e político para as
principais economias centrais e para as periféricas.

Estes cenários envolvem os seguintes pontos de referência:

a) ECONOMIA E GEOECONOMIA – as economias centrais mergulham em suas crises próprias, causadas
pela crise mundial do capital que não é uma resultante das crises nacionais, mas ao contrário, estas são
segmentações orgânicas, particularidades daquela. Erro crasso conceber de outra forma, ou seja, numa
causação ao inverso. Por isso, as economias centrais mergulharam, também cada uma ao seu modo, na
CRISE INTERMEDIÁRIA DE 2012 e, depois de uma breve recuperação em 2013 até o início de 2014,
mergulham na 1ª FASE DA CRISE CÍCLICA DE 2014 a partir de meados, talvez um pouco antes, deste ano.
A 2ª FASE DA CRISE CÍCLICA DE 2014 inicia­se no 1º semestre de 2015 e vem se aprofundando sem
sinais sólidos de que o mergulho catastrófico estejam à vista. Se esta marcação dos ciclos elaborada com
exclusividade por MundiWar (vide posts passados) o que se seguirá como cenário é uma provável
recuperação a partir do último trimestre de 2017 ou início de 2018, para um novo mergulho na CRISE
CÍCLICA DE 2020/21. Dois cenários se apresentam no caso de uma recuperação: CRISE INTERMEDIÁRIA
DE 2º SEMESTRE 2018, início de 2019. Caso o impacto desta 2ª FASE DA CRISE DE 2014 perdure e
cause profundos danos em todo o sistema financeiro e monetário mundial, o nível da retomada será
virtualmente nulo, engolindo a CRISE INTERMEDIÁRIA desta recuparação, tornando­a imperceptível. Este
2º Cenário facilmente será nomeado como DEPRESSÃO para muitos analistas.

b) GEOPOLÍTICA – o CONFLITO TRANSATLÂNTICO, ou seja, entre a COALIZÃO ATLÂNTICA,
capitaneada pelos USA, e a COALIZÃO EURASIANA/BRICS, capitaneada pela Alemanha, terá sua
maturação acelerada, de um lado por este contexto econômico/geoeconômico, visto mais acima, e, por
outro lado, pelo contexto social e político interior às economias nacionais centrais e das economias
emergentes, que veremos a seguir. MundiWar espera que em algum momento no transcorrer da janela
2020­22, ou de modo mais alargado na janela 2019­24, o mundo se veja envolvido num conflito mundial
armado, a IIIª GUERRA MUNDIAL. MundiWar não encontra motivos para cenarizar uma “não­ocorrência”
da IIIª GUERRA MUNDIAL até este momento. As condições para tanto sequer se esboçaram, ou
sinalizaram sua ocorrência no horizonte significativo. Se podemos assim chamar, a questão da IIIª GUERRA
MUNDIAL diz respeito, de um lado, às cenarizações da arquitetura protagonista (de que lado perfilará tal ou
qual protagonista), de sua abrangência e intensidade (impacto destrutivo), assim como à sua
transcendência (realidade emergente no pós­guerra); e, de outro lado, no 'timming' de sua ocorrência,
duração, término. Então, 4 cenários emergem relativamente à transcendência da IIIª GUERRA MUNDIAL:
a) vitória da COALIZÃO TRANSATLÂNTICA, b) vitória da COALIZÃO EURASIANA/BRICS,

c) vitória de PROTAGONISTAS SOCIAIS (logo após o encerramento do conflito mundial e sua possível
conversão em uma miríade de guerras civis nacionais) d) DESTRUIÇÃO DAS CONDIÇÕES DA VIDA
HUMANA OU REALIDADES EXÓTICAS.

d) PLANO SOCIAL E POLÍTICO NACIONAL – MundiWar vem cenarizando de a muito para uma caótica e
depois sistemática polarização de forças sociais no interior de cada nação. Não haverá retorno ou
apaziguamento no curso dos eventos que se tornaram explícitos a partir desta década, tanto no centro
como na periferia do sistema. No caso em que a próxima recuperação econômica se dê com maior ou
menor força, um relativa retração pode ocorrer, mas obviamente nenhuma solução. Muito ao contrário,
pode ser uma “trégua” momentânea em que as forças contraditórias mais se polarizam e se acumulam,
apenas para ensejar explosões maiores na sequência, confirmando a tendência, especificando os cenários,
rumo a eclosão de um miríade de guerras civis, como já mencionado anteriormente.

O que cabe a MundiWar apresentar aqui é a foma mais resumida dos resultados das investigações e
acompanhamento das conjunturas sucessivas, processando o quadro empírico dinâmico com os
referencias teóricos. Portanto, claro, não se trata de uma exposição exaustiva, de um lado, assim como
sempre trata­se de uma elaboração em andamento – tudo provisório.

I) MOMENTO ATUAL – 2ª FASE DA CRISE CÍCLICA DE 2014 SE APROFUNDA NA ECONOMIA REAL DA
ECONOMIA LÍDER (USA)

A economia líder da ordem mundial que emergiu do pós­guerra (IIª Guerra Mundial), os USA, é sempre um
bom indicador da saúde da acumulação mundial. Sem que qualquer relação possa ser tirada
mecanicamente, os dados referentes aos USA é uma “proxy” (síntese) da acumulação global ­ desde que
se supere a escravidão e estreiteza dos “dados oficiais”, com o respectivo falseamento de suas análises e
resultados. Desejar ilustrar qualquer concepção com os dados oficiais norte­americanos está fadada ao
insucesso – isto, como MundiWar já esclareceu ‘ad nauseum’ ao longo dos posts anteriores, é
especialmente procedente a partir da CRISE CÍCLICA DE 2007. Ater­se aos dados oficiais das manchetes
pos­2007 dos serviços de estatística norte­americanos é caminho para o fracasso da análise. Para que as
estatísticas oficiais possam ser utilizadas é necessário uma abordagem crítica, não comodista.
Isto posto, MundiWar traz alguns elementos do momento atual da economia real dos USA.

1.1. Nível de estoques – o gráfico 02 mostra que a economia norte­americana está funcionando hoje com
estoques no patamar muito recessivo. Este é um indicador cíclico que impressiona, pois mostra a
vulnerabilidade financeira fundamental no interior da produção e distribuição. A origem orgânica da liquidez
do sistema, o CRÉDITO ENDÓGENO na cadeia produtiva e de distribuição, está crescentemente
insuficiente.
1.2. Vendas Varejo – o gráfico 03 mostra a contraparte dos estoques crescentes, as vendas de varejo em
queda ou estagnadas.

1.3. Produção Industrial ­ o gráfico 04 mostra inequivocamente, embora seja extremamente não confiável
quanto ao dimensionamento quantitativo, que a produção industrial cai a 10 meses seguidos – taxas
negativas de evolução. Este é um indicador também já conhecido dos leitores de MundiWar. Sabemos que
o nível recessivo para MundiWar, à luz de suas datações das crises anteriores e da abordagem crítica
destes dados, é ainda no patamar positivo. O indicador é utilíssimo, mas somente tendo em vista estas
considerações.

A economia industrial norte­americana está em crise desde o 2º Semestre de 2014, considerando não só a
queda em termos absoluto, mas também a desaceleração firme, aliás como podemos ver claramente no
gráfico 05.

II – CHINA: “RETOMADA” SEM PERSPECTIVA NO INTERIOR DE UMA CRISE EM CURSO

O gráfico 06 mostra que os dados oficiais da economia chinesa atestam recessão profunda. MundiWar tem
como tese de trabalho que os dados oficiais chineses estão inflacionados – como vimos em matérias
passadas. De qualquer modo, mantida a referência das datações das crises cíclicas anteriores, as de
2000/1 e a de 2007, o gráfico mostra claramente a vigência plena da recessão ou crise cíclica na China em
2014 em diante.

O mergulho se dá nos investimentos, nas vendas e no PIB. A China tem um alinhamento pró­cíclico em
relação à CRISE DE 2014 e na entrada da sua 2ª FASE – sem sinais de recuperação.

III – COLAPSO FINANCEIRO GLOBAL COMO CENÁRIO MUITO PROVÁVEL PARA ESTA 2ª FASE DA
CRISE DE 2014

Passemos a um hipersucinto sumário do estado das finanças mundiais – cujo pessimismo está
contaminando todo o mercado a partir dos prognósticos cada vez mais pessimistas do BIS, FMI, Banco
Mundial, agências de rating e analistas econômico­financeiros da economia global.

3.1. Os bancos norte­americanos estão com comprometimento econômico irreversível. O grau de
inadimplência crescente na economia tanto no segmento de consumidores como no corporativo, o aumento
dos prêmios no mercado interbancário, a estratosférica exposição aos derivativos dos maiores bancos, leva
a uma percepção cada vez mais “nervosa” do risco sistêmico. Ao governo norte­americano não resta outra
alternativa a não ser ativar, e cada vez mais, seu “helicopter” soterrando o território nacional e os dutos
internacionais de forte liquidez.

3.2. Com o Brexit, mas na verdade bem antes deste evento, a economia inglesa e seus bancos estavam já
numa tendência recessiva. As ações do segmento bancário estão perdendo chão dia após dia, com
estalidos altistas que duram momentos e que confirmam a tendência à desvalorização do setor.

3.3. Zona do Euro, com desempenho absolutamente alarmante.

3.3.1. Itália – a “Banca Italiana” está em condição pré­falimentar,  
com crise de insolvência. Condição dificílima para a gestão do Banco Central Europeu.
3.3.2. Espanha – bancos de atuação europeia em estado crítico, e os de atuação mundial mergulhando
agora na mesma condição.

3.3.3. França – com comprometimento forte de seus principais bancos.

3.3.4. Alemanha – de longe o caso mais preocupante. Com seus maiores bancos ostentando altíssimas
exposições aos derivativos, a alta volatilidade cambial no mundo, a crise na esfera produtiva, comercial
mundial aprofundando seu mergulho na 2ª FASE DA CRISE, o Deutsche Bank detém a maior exposição aos
derivativos do mundo, exposição esta que monta a múltiplos do PIB da Alemanha. Não são poucos os
analistas que estão se alinhando mais e mais à tese de que o candidato mais cotado a próximo “Lehmann
Brothers” é o Deutsche Bank. Uma excelente aposta ao lado de toda a “Banca Italiana”.

3.4. Japão – a condição da economia japonesa é desesperadora. A política anticíclica mais extremada está
prestes a ser deflagrada, não propriamente visando a recuperação econômica, mas tentando salvar o
sistema bancário e das grandes corporações. As principais estrelas da “opção keynesiana” dos USA estão
realizando sessões de “aconselhamento” às autoridades econômicas japonesas quanto aos riscos e
proveitos de uma radicalização sem igual das políticas monetárias expansionistas. O mercado já está tendo
como certo o advento e segue precificando o forte estimulo que tal política monetária do Banco do Japão
irá implicar a partir das operações “carry trade” (arbitragem de divisas). No entanto, os mesmos
conselheiros tentam “minimizar” os fortes riscos hiperinflacionários que este perfil de política monetária
implica.

3.5. O governo chinês está inundando a economia chinesa de liquidez com 3 objetivos: socorrer seu
sistema bancário regional e nacional; tentar rolar a condição de crescente insolvência da economia
corporativa; desvalorizar o Yuan para obter vantagem competitiva no comércio exterior. O impacto destas
medidas na economia mundial põe a China na condição de exportadora de DEFLAÇÃO, agravando a
condição geral da retomada cíclica.

CONCLUSÃO

Com todo esse quadro financeiro propriamente europeu, japonês e norte­americano, somado ao quadro
econômico e financeiro mundial envolvendo as principais economias emergentes, não há como MundiWar
alterar seu cenário de que o pior ainda está por vir, e este ciclo econômico ainda não tem sinais consistente
de que esteja para se encerrar. A 2ª FASE DA CRISE DE 2014, o mergulho na queima de capitais
envolvendo todas as esferas da reprodução econômica ainda não foi concluída, muito ao contrário, tudo
indica ainda ter um longo caminho pela frente.

A conjuntura relativa ao curto prazo, de que o “pior ainda está por vir” e a 2ª FASE DA CRISE não cumpriu
sua missão, a queima de capitais em escala global, está perfeitamente alinhada com os cenários de médio
prazo e longo prazo de MundiWar.
Nenhum dado encontrado

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