You are on page 1of 164

UFSM

Dissertação de Mestrado

SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM CONCRETO ARMADO E


EM ALVENARIA ESTRUTURAL: UMA ANÁLISE
COMPARATIVA DE CUSTOS

Geziel da Silva

PPGEC

Santa Maria, RS, Brasil

2003
SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM CONCRETO ARMADO E
EM ALVENARIA ESTRUTURAL: UMA ANÁLISE
COMPARATIVA DE CUSTOS

por

Geziel da Silva

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Civil, área de Construção Civil e
Preservação Ambiental, da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Civil.

PPGEC

Santa Maria, RS, Brasil

2003
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova a Dissertação de Mestrado

SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM CONCRETO ARMADO E


EM ALVENARIA ESTRUTURAL: UMA ANÁLISE
COMPARATIVA DE CUSTOS

elaborada por
Geziel da Silva

como requisito para obtenção do grau de


Mestre em Engenharia Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

_________________________________________
M.Sc. Odilon Pâncaro Cavalheiro
(Presidente/Orientador)

_________________________________________
Dr. Eduardo Rizzatti

_________________________________________
Dr. Marcus Vinicius Veleda Ramirez

Santa Maria, 12 de dezembro de 2003.


ii

Dedico este trabalho a

Deus, autor da vida;


Meus pais, Beatriz e Neemias;
Meus irmãos, Emerson, Junior e Fábio.
iii

AGRADECIMENTOS

Ao professor Odilon Pâncaro Cavalheiro, pela brilhante orientação,


sugestões, dedicação, paciência e empenho demonstrados durante a
realização deste trabalho.
Á Gamma Construções e Incorporações Ltda, na pessoa de seu
diretor, João Miguel Tolotti, que cooperou de forma fundamental para a
realização deste trabalho.
A todos os colegas do PPGEC, pela amizade e constante troca de
experiências, em especial aos colegas Eng. M.Sc. César Augusto
Arantes, Eng. Evandro Buriol, Arq. Pery Segalla, Eng. MSc. Marcus
Daniel, Eng. MSc. Marco Pozzobon, Arq. M.Sc. Cristiano Corrêa e Engª.
Adriane Nunes Araújo.
Ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e todos os seus
professores, pelo acolhimento e oportunidade de realizar o meu
aperfeiçoamento profissional.
Aos servidores Eliomar Balduíno Pappis e Marialva Cezar e toda a
equipe do LMCC.
Enfim, a todos que estiveram presentes em algum momento deste
trabalho, colaborando de alguma forma e acreditando sempre no êxito
desta iniciativa.
iv

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ........................................................................... viii


LISTA DE QUADROS ......................................................................... x
LISTA DE FIGURAS ........................................................................... xi
LISTA DE ANEXOS ............................................................................ xvi
RESUMO ............................................................................................. xvii
ABSTRACT ......................................................................................... xviii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 1
1.1 Justificativa ................................................................................... 1
1.2 Objetivos ........................................................................................ 5
1.3 Apresentação do edifício-exemplo .............................................. 5
1.4 Organização do trabalho .............................................................. 8
2. HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS ........................................... 10
2.1 Histórico ........................................................................................ 10
2.2 Conceitos básicos ........................................................................ 12
2.3 Análise comparativa preliminar ................................................... 15
3. SISTEMA CONSTRUTIVO EM CONCRETO ARMADO .................. 19
3.1 Considerações gerais ................................................................... 19
3.2 Descrição dos elementos básicos .............................................. 24
3.2.1 Lajes ............................................................................................ 24
3.2.2 Vigas ............................................................................................ 25
3.2.3 Pilares .......................................................................................... 26
3.3 Caracterização do projeto do edifício-exemplo no sistema em
concreto armado.................................................................................. 27
4. SISTEMA CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL .......... 32
4.1 Considerações preliminares ........................................................ 32
v

4.2 Conceitos básicos ........................................................................ 36


4.3 Componentes e elementos da alvenaria ..................................... 37
4.3.1 Descrição ..................................................................................... 37
4.3.2 Blocos .......................................................................................... 38
4.3.3 Junta de argamassa .................................................................... 39
4.3.4 Graute e aço ................................................................................ 42
4.4 Projeto ........................................................................................... 44
4.5 Concepção estrutural básica ....................................................... 47
4.6 Processo construtivo e detalhamento ........................................ 51
4.6.1 Coordenação modular .................................................................. 51
4.6.2 Amarrações das paredes ............................................................. 54
4.6.3 Passagem das tubulações ........................................................... 59
4.7 Caracterização do projeto do edifício-exemplo no sistema em
alvenaria estrutural ............................................................................. 61
4.8 Caracterização do projeto do edifício-exemplo em alvenaria
resistente ............................................................................................. 64
5. METODOLOGIA DO TRABALHO ................................................... 66
5.1 Considerações gerais ................................................................... 66
5.2 Tipologias construtivas adotadas ............................................... 66
5.3 Parâmetros de comparação adotados ........................................ 69
5.3.1 Critérios ........................................................................................ 69
5.3.2 Índice de concreto (Ic). ................................................................ 71
5.3.3 Índice de aço (Ia) ......................................................................... 71
5.3.4 Índice de forma (If) ....................................................................... 71
5.3.5 Índice de paredes (Ip) .................................................................. 71
5.3.6 Índice de graute (Ig) ..................................................................... 72
5.3.7 Índice de aço na alvenaria (Iap) ................................................... 72
5.3.8 Índice de rasgos (Ii) ..................................................................... 72
5.3.9 Índice de revestimento externo (Ire) ............................................ 73
5.3.10 Índice de revestimento interno (Iri) ............................................. 73
5.4 Origem dos dados ........................................................................ 73
vi

5.5 Critérios para o cálculo do custo ................................................ 74


6. RESULTADOS E ANÁLISE DE CUSTOS ....................................... 78
6.1 Análise comparativa de custos ................................................... 78
6.2 Cálculo dos consumos e índices ................................................ 84
6.2.1 Considerações iniciais ................................................................. 84
6.2.2 Situação 1: concreto armado, blocos vazados com furos na
horizontal, 9 pavimentos ....................................................................... 85
6.2.3 Situação 2: alvenaria estrutural, blocos de concreto, 9
pavimentos ............................................................................................ 86
6.2.4 Situação 3: alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre pilotis,
8 + 1 pavimentos .................................................................................. 87
6.2.5 Situação 4: concreto armado, blocos vazados com furos na
horizontal, 4 pavimentos ....................................................................... 88
6.2.6 Situação 5: alvenaria estrutural, blocos de concreto, 4
pavimentos ........................................................................................... 89
6.2.7 Situação 6: alvenaria estrutural, blocos cerâmicos, 4
pavimentos ............................................................................................ 90
6.2.8 Situação 7: alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre
pilotis, 3 + 1 pavimentos ........................................................................ 91
6.2.9 Situação 8: alvenaria resistente, tijolos maciços e blocos
vazados com furos na horizontal, 4 pavimentos ................................... 92
6.2.10 Análise comparativa dos índices calculados .............................. 93
6.2.11 Verificação de parte dos índices encontrados ........................... 98
6.3 Análise de custos ......................................................................... 99
6.3.1 Considerações iniciais ................................................................. 99
6.3.2 Situação 1: concreto armado, blocos vazados com furos na
horizontal, 9 pavimentos ....................................................................... 103
6.3.3 Situação 2: alvenaria estrutural, blocos de concreto, 9
pavimentos ............................................................................................ 105
6.3.4 Situação 3: alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre pilotis,
8 + 1 pavimentos .................................................................................. 107
vii

6.3.5 Situação 4: concreto armado, blocos vazados com furos na


horizontal, 4 pavimentos ....................................................................... 109
6.3.6 Situação 5: alvenaria estrutural, blocos de concreto, 4
pavimentos ............................................................................................ 111
6.3.7 Situação 6: alvenaria estrutural, blocos cerâmicos, 4
pavimentos ............................................................................................ 113
6.3.8 Situação 7: alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre
pilotis, 3 + 1 pavimentos ....................................................................... 115
6.3.9 Situação 8: alvenaria resistente, tijolos maciços e blocos vazados
com furos na horizontal, 4 pavimentos ................................................. 117
6.4 Considerações complementares ................................................. 119
7. CONCLUSÃO ................................................................................... 122
BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 125
ANEXOS .............................................................................................. 133
viii

LISTA DE TABELAS

TABELA 5.1 – Percentuais de custos dos subsistemas estrutura,


vedação e revestimento em relação ao custo total de uma edificação,
segundo alguns autores ........................................................................ 70
TABELA 6.1 – Comparativo de custo para as situações com 9
pavimentos ........................................................................................... 79
TABELA 6.2 – Comparativo de custo para as situações com 4
pavimentos............................................................................................ 80
TABELA 6.3 – Custo comparativo para os serviços e insumos que
compõe o custo dos subsistemas analisados, para as situações com
9 pavimentos......................................................................................... 82
TABELA 6.4 – Custo comparativo para os serviços e insumos que
compõe o custo dos subsistemas analisados, para as situações com
4 pavimentos......................................................................................... 83
TABELA 6.5 – índices encontrados para os 3 sistemas construtivos,
e todas as tipologias analisadas, para cada um dos subsistemas
estudados ............................................................................................. 93
TABELA 6.6 – Índices encontrados no trabalho do NORIE e os
encontrados neste trabalho .................................................................. 99
TABELA 6.7 – Cálculo do custo unitário total para a situação 1 ........... 103
TABELA 6.8 – Cálculo do custo unitário total para a situação 2 ........... 105
TABELA 6.9 – Cálculo do custo unitário total para a situação 3 ........... 107
TABELA 6.10 – Cálculo do custo unitário total para a situação 4 ........ 109
TABELA 6.11 – Cálculo do custo unitário total para a situação 5 ........ 111
TABELA 6.12 – Cálculo do custo unitário total para a situação 6 ........ 113
TABELA 6.13 – Cálculo do custo unitário total para a situação 7 ........ 115
ix

TABELA 6.14 – Cálculo do custo unitário total para a situação 8 ........ 117
TABELA 6.15 – Perdas médias encontradas em trabalho do NORIE
(1998) .................................................................................................. 121
x

LISTA DE QUADROS

QUADRO 2.1 – Análise comparativa preliminar entre os sistemas


construtivos em concreto armado (tradicional) e alvenaria estrutural .. 16
QUADRO 3.1 – Comparativo de custos encontrados por Albuquerque
(1999) para as opções analisadas ....................................................... 21
QUADRO 4.1 – Dimensões modulares e malha básica para modulação
a partir das dimensões dos blocos ....................................................... 52
QUADRO 5.1 – Tipologias adotadas para estudo ............................... 68
QUADRO 5.2 – Quadro resumo dos parâmetros (índices) adotados
para comparação .................................................................................. 74
xi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1 – Planta baixa do edifício-exemplo ................................... 6


FIGURA 1.2 – Fachada do edifício-exemplo ......................................... 8
FIGURA 2.1 – Manadnock Building (Acetti, 1998, p. 3) ........................ 10
FIGURA 2.2 – Aspectos gerais de obras tradicionais executadas no
Sistema Construtivo em Concreto Armado ........................................... 17
FIGURA 2.3 – Aspectos gerais de obras executadas no Sistema
Construtivo em Alvenaria Estrutural ...................................................... 18
FIGURA 3.1 – Representação esquemática dos elementos básicos do
sistema construtivo em concreto armado ............................................. 19
FIGURA 3.2 – Comparativo de custos encontrados por Albuquerque
(1999) para as opções analisadas ........................................................ 21
FIGURA 3.3 – Fluxograma de forma resumida dos profissionais
envolvidos, insumos utilizados e operações realizadas, na execução dos
subsistemas estrutura e vedação em uma edificação com estrutura
reticular em concreto armado e com laje maciça (tradicional) .............. 23
FIGURA 3.4 – Exemplo de viga calculada para o edifício-exemplo ...... 26
FIGURA 3.5 – Exemplo de rasgos e canaletas executados em paredes
de vedação de edifícios em concreto armado para a passagem de
tubulações hidráulicas e/ou eletrodutos ................................................ 28
FIGURA 3.6 – Detalhe da fôrma da estrutura convencional com laje
maciça, edifício-exemplo com 9 pavimentos ......................................... 29
FIGURA 3.7 – Detalhe da fôrma da estrutura convencional com laje
maciça, edifício-exemplo com 4 pavimentos ......................................... 30
FIGURA 3.8 – Exemplo de pilar calculado para o edifício-exemplo, em
concreto armado com 4 pavimentos ..................................................... 31
xii

FIGURA 4.1 – Representação esquemática dos elementos básicos do


sistema construtivo em alvenaria estrutural .......................................... 34
FIGURA 4.2 – Fluxograma de forma resumida dos profissionais
envolvidos, insumos utilizados e operações realizadas, na execução dos
subsistemas estrutura e vedação em uma edificação com estrutura em
alvenaria estrutural e laje maciça........................................................... 35
FIGURA 4.3 – Exemplo de blocos de concreto estruturais simples ... 38
FIGURA 4.4 – Exemplo de blocos cerâmicos estruturais (Pallotti, 2003)
................................................................................................................. 40
FIGURA 4.5 – Exemplo de blocos cerâmicos estruturais (Pauluzzi,
2003) ..................................................................................................... 41
FIGURA 4.6 – Detalhe construtivo: vazado de blocos grauteados, e
utilização de barras de aço construtivo ................................................. 43
FIGURA 4.7 – Representação esquemática do uso de graute e aço em
verga, contra-verga e encontros de paredes ((a) Tecmold, (b) Pallotti,
2003) ..................................................................................................... 43
FIGURA 4.8 – Ações para a racionalização da produção da alvenaria
(Lordsleen, 2000, p. 19) ........................................................................ 44
FIGURA 4.9 – Fluxo de informações no projeto coordenado de alvenaria
estrutural (Modler, 2000, p. 81) ............................................................. 46
FIGURA 4.10 – Espalhamento do carregamento em paredes planas e
cantos (Ramalho & Corrêa, 2003, p. 29) ............................................. 49
FIGURA 4.11 – Interação de paredes em um canto (Ramalho & Corrêa,
2003, p. 29)............................................................................................ 49
FIGURA 4.12 – Interação de paredes em região de vão de janela
(Ramalho & Corrêa, 2003, p. 29) ......................................................... 50
FIGURA 4.13 – Exemplo de projeto de elevação de parede do edifício-
exemplo ................................................................................................ 53
FIGURA 4.14 – Detalhe da planta de primeira fiada do edifício-exemplo,
para o pavimento tipo ........................................................................... 54
xiii

FIGURA 4.15 – Canto com malha modular básica e largura modular do


bloco iguais ((a) Ramalho & Corrêa, 2003, p. 19).................................. 56
FIGURA 4.16 – Borda com malha modular básica e largura modular do
bloco iguais, utilizando bloco especial de três módulos ((a) Ramalho &
Corrêa, 2003, p. 19)............................................................................... 56
FIGURA 4.17 – Canto com malha modular básica e largura modular do
bloco iguais, amarrado sem a utilização de bloco especial de três
módulos ((a) Ramalho & Corrêa, 2003, p. 19) ....................................... 57
FIGURA 4.18 – Canto com malha modular e largura modular do bloco
diferentes, utilizando bloco especial para amarração ((a) Ramalho &
Corrêa, 2003, p. 20)............................................................................... 58
FIGURA 4.19 – Borda com malha modular e largura modular do bloco
diferentes, utilizando bloco especial ((a) Ramalho & Corrêa, 2003, p.
21) ......................................................................................................... 58
FIGURA 4.20 – Borda com malha modular e largura modular do bloco
diferentes, utilizando bloco especial com três furos para amarração ((a)
Ramalho & Corrêa, 2003, p. 21) ............................................................ 59
FIGURA 4.21 – Detalhe de instalações elétricas em obras de alvenaria
estrutural ............................................................................................... 60
FIGURA 4.22 – Detalhe de instalações hidrossanitárias em obra de
alvenaria estrutural ............................................................................... 61
FIGURA 4.23 – Detalhe da fôrma primeiro pavimento (pilotis) para o
edifício-exemplo em alvenaria estrutural com 9 pavimentos ................. 63
FIGURA 4.24 – Três pavimentos executados em uma obra em alvenaria
resistente .............................................................................................. 65
FIGURA 5.1 – Os índices calculados para cada subsistema permitem o
cálculo do custo unitário do edifício-exemplo, para cada sistema
estrutural escolhido e tipologia adotada ................................................ 77
FIGURA 6.1 – Comparativo de custo para as situações com 9
pavimentos ............................................................................................ 79
xiv

FIGURA 6.2 – Comparativo de custos para as situações com 4


pavimentos ............................................................................................ 80
FIGURA 6.3 – Índice unitário de concreto para o subsistema estrutura
para cada um das oito situações analisadas ........................................ 94
FIGURA 6.4 – Índice unitário de aço para o subsistema estrutura para
cada uma das oito situações analisadas ............................................... 94
FIGURA 6.5 – Índice unitário de fôrmas para o subsistema estrutura
para cada uma das oito situações analisadas ...................................... 95
FIGURA 6.6 – Índice unitário de paredes para o subsistema vedação
para cada uma das oito situações analisadas ....................................... 95
FIGURA 6.7 – Índice unitário de aço (nas paredes) para o subsistema
vedação para cada uma das oito situações analisadas......................... 96
FIGURA 6.8 – Índice unitário de graute para o subsistema vedação
para cada uma das oito situações analisadas ....................................... 96
FIGURA 6.9 – Índice unitário de rasgos (abertura e enchimento) para
o subsistema vedação para cada uma das oito situações analisadas... 97
FIGURA 6.10 – Índice unitário de revestimento interno (subsistema
revestimento) para cada uma das oito situações analisadas................. 97
FIGURA 6.11 – Índice unitário de revestimento externo (subsistema
revestimento) para cada uma das oito situações analisadas................. 98
FIGURA 6.12 – Situação 1: custo percentual por subsistema ............... 104
FIGURA 6.13 – Situação 1: custo percentual por elemento ................. 104
FIGURA 6.14 – Situação 1: custo percentual por serviço ..................... 104
FIGURA 6.15 – Situação 2: custo percentual por subsistema ............... 106
FIGURA 6.16 – Situação 2: custo percentual por elemento .................. 106
FIGURA 6.17 – Situação 2: custo percentual por serviço...................... 106
FIGURA 6.18 – Situação 3: custo percentual por subsistema ............... 108
FIGURA 6.19 – Situação 3: custo percentual por elemento .................. 108
FIGURA 6.20 – Situação 3: custo percentual por serviço...................... 108
FIGURA 6.21 – Situação 4: custo percentual por subsistema ............... 110
FIGURA 6.22 – Situação 4: custo percentual por elemento .................. 110
xv

FIGURA 6.23 – Situação 4: custo percentual por serviço...................... 110


FIGURA 6.24 – Situação 5: custo percentual por subsistema ............... 112
FIGURA 6.25 – Situação 5: custo percentual por elemento .................. 112
FIGURA 6.26 – Situação 5: custo percentual por serviço...................... 112
FIGURA 6.27 – Situação 6: custo percentual por subsistema ............... 114
FIGURA 6.28 – Situação 6: custo percentual por elemento .................. 114
FIGURA 6.29 – Situação 6: custo percentual por serviço...................... 114
FIGURA 6.30 – Situação 7: custo percentual por subsistema .............. 116
FIGURA 6.31 – Situação 7: custo percentual por elemento ................. 116
FIGURA 6.32 – Situação 7: custo percentual por serviço ..................... 116
FIGURA 6.33 – Situação 8: custo percentual por subsistema .............. 118
FIGURA 6.34 – Situação 8: custo percentual por elemento .................. 118
FIGURA 6.34 – Situação 8: custo percentual por serviço...................... 118
xvi

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – Composições utilizados ................................................... 133


ANEXO B – Relatórios de cálculo ....................................................... 137
ANEXO C – Tabelas resumo dos resultados ....................................... 142
xvii

RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Maria

SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM CONCRETO ARMADO E EM


ALVENARIA ESTRUTURAL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DE
CUSTO
AUTOR: GEZIEL DA SILVA
ORIENTADOR: ODILON PÂNCARO CAVALHEIRO
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 12 de dezembro de 2003.

O grande déficit habitacional existente no país tem levado os


profissionais da área da construção civil a buscarem alternativas
construtivas que permitam maior economia com garantia de qualidade. O
sistema construtivo em concreto armado, a longo tempo, e a alvenaria
estrutural, adotada mais recentemente e ainda em menor escala, são
duas das opções construtivas existentes. Este trabalho apresenta um
estudo comparativo entre as características peculiares, vantagens e
desvantagens, existentes entre o sistema construtivo em concreto armado
e o sistema construtivo em alvenaria estrutural. Procura-se estabelecer
uma relação entre os índices de consumo de serviços necessários para a
execução de três importantes e diferenciadas etapas da obra nos dois
sistemas (estrutura, vedação e revestimento) e os respectivos custos,
para as várias tipologias adotadas. Para tal adota-se um edifício
residencial (edifício-exemplo) que será calculado e analisado para várias
opções: concreto armado (4 e 9 pavimentos), alvenaria estrutural (4
pavimentos com blocos cerâmicos, 4 pavimentos com blocos de concreto
e 9 pavimentos com blocos de concreto), alvenaria estrutural com pilotis
(3 pavimentos mais pilotis e 8 pavimentos mais pilotis, ambos com blocos
de concreto) e alvenaria resistente (4 pavimentos). A análise comparativa
é feita com base no custo unitário de cada item escolhido, orçado, e
calculado a partir de composições de uso corrente, considerando o
material e a mão-de-obra necessários, além das características próprias
de cada sistema.
xviii

ABSTRACT
Master Thesis
Civil Engineering Graduate Program
Universidade Federal de Santa Maria

CONSTRUCTIVE SYSTEMS IN REINFORCED CONCRETE AND


STRUCTURAL MASONRY: A COMPARATIVE ANALYSIS OF COST

Author:: GEZIEL DA SILVA


ADVISER: ODILON PÂNCARO CAVALHEIRO
Date and local of examination: Santa Maria, December, 12th, 2003.

The great existent habitational deficit in Brazil has been taking the
professionals of civil construction area to search constructive alternatives that
allow to greater economy with quality warranty. The constructive system in
reinforced concrete, used long time, and the structural masonry, adopted
more recently and still in smaller scale, are two of the existent constructive
options. This work presents a comparative study between the reinforced
concrete constructive system and the structural masonry constructive system
comparing their singular characteristics, advantages, and disavantages. The
objective is to establish a relationship among the consumption indices of
necessary services to execute three important and differenciated stages
(structure, cladding and plastering) in a building under construction in both
constructive systems and their respective costs for some adopted typologies.
To reach the objective is adopted a residential building (building-model) that
will be analysed and calculated for several options: reinforced concrete (four
and nine floors), structural masonry (four ceramic blocks floors, four concrete
block floors and nine concrete blocks floors), structural masonry with piles
(three floors more pilotis and eight floors more piles, both with concrete
blocks) and resistant masonry (four floors). The comparative analysis is made
in the unitary cost basis of each chosen item, calculated from current use
compositions considering necessary material and labour, besides the own
characteristics of every system.
1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa

Condições mínimas de moradia e habitação digna são aspectos


essenciais para a garantia da cidadania na sociedade moderna. O papel
de produção de unidades habitacionais que correspondam à expectativa
social, qualitativa e quantitativamente, cabe ao setor da economia definido
como “indústria da construção civil”.
De acordo com Meseguer (1983), a indústria da construção civil se
destaca como uma das mais importantes em todos os países,
contribuindo com cerca de 6 a 12 % do Produto Interno Bruto mundial e
empregando cerca de 10 % da população economicamente ativa.
No Brasil, a construção propriamente dita e os demais sub-setores
envolvidos na cadeia produtiva da Construção Civil (modernamente
designados como “Construbusiness”) representam 15,6 % do PIB
nacional. Dados do IBGE indicavam que apenas o sub-setor construção
civil ocupava mais de 3,6 milhões de trabalhadores em 1998. Segundo o
SINDUSCON-RS (2003), com base em dados contidos em estudo recente
realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia – IBRE da Fundação
Getúlio Vargas – FGV, intitulado “Macrossetor da Construção 2001”,
pode-se afirmar que o macrossetor da construção representa 19,26% do
PIB do país, considerando-se os efeitos diretos, indiretos e induzidos.
A baixa produtividade, a pequena ou nenhuma existência de
controles confiáveis, a pouca previsibilidade quanto a prazos e custos e a
2

alta incidência de patologias em edificações entregues são, entre outros,


aspectos ainda corriqueiros e que contrastam com a importância que a
indústria da construção civil ocupa no cenário econômico.
Algumas peculiaridades da construção civil no Brasil têm se
caracterizado como fatores que impedem um avanço mais rápido e
substancial a melhores patamares de qualidade e produtividade deste
setor, apesar dos avanços observados nas últimas décadas. A utilização
de procedimentos tradicionais e embasados no conhecimento prático dos
canteiros de obras, a precária organização da produção e a utilização de
mão-de-obra com baixa qualificação são fatores que dificultam a melhoria
substancial do quadro atual.
Neste sentido, conforme Soibelman (1981) apud Vargas, a precária
organização da produção possui uma incipiente base teórica, que se
reflete nos desencontros das equipes de trabalho e no desperdício de
materiais. No método tradicional de construção há interferência de cada
etapa da obra em vários outros subseqüentes. O alinhamento das
alvenarias pode ser prejudicado por erros de concretagem ou
deformações nas fôrmas de madeira, causando o aumento do consumo
de argamassa de revestimento, por exemplo. A não previsão das
instalações provoca a necessidade de abertura de rasgos e canaletas na
alvenaria, gerando entulhos, perda de parte do trabalho executado e
conseqüente aumento do custo final do serviço.
Tendo em vista que, segundo Formoso et al. (1992), 96 % das
empresas de construção civil podem ser caracterizadas como micro ou
pequenas empresas, a alteração do quadro descrito acima dificilmente
poderá ser obtida simplesmente pela adoção de sistemas mais
avançados. Para a maioria das empresas de construção civil a
industrialização dos processos construtivos – o que geraria maior
produtividade e organização da produção – está fora da realidade pela
3

incapacidade de aporte dos investimentos necessários e limitações


técnicas. Para estas empresas o caminho mais viável é o da
racionalização dos processos.
A busca deste caminho torna-se imperiosa quando se observa que
o déficit habitacional brasileiro, apontado pelo IBGE em dados de 1995, é
de mais de 5,5 milhões de unidades. A necessidade da solução deste
problema aponta para alternativas construtivas tecnicamente viáveis e
“atrativas” economicamente.
A própria organização da economia mundial tem impactado de
forma irreversível a maneira como as empresas dirigem e coordenam
suas atividades, recursos e resultados. As empresas, frente à nova ordem
econômica, têm reconhecido a necessidade de mudanças e da busca e
adoção de novas perspectivas e procedimentos construtivos para se
manterem competitivas.
“A eficiência nos processos construtivos surge, então, como um
objetivo a ser alcançado pelas empresas construtoras a fim de garantir a
sua lucratividade e, por conseguinte, assegurar sua permanência no
mercado” (Araújo, 1995).
Neste contexto, a alvenaria estrutural apresenta-se como uma
alternativa eficiente e viável, na medida que permite a fácil incorporação
de conceitos de racionalização, produtividade, qualidade e possibilita a
produção de edificações com baixo custo e características técnicas
usualmente exigíveis.
“Na busca de eficiência e produtividade foram tentadas, nos
últimos anos, muitas soluções. Dentre as poucas experiências de sucesso
destacam-se os processos em alvenaria estrutural, os quais se tornaram
predominantes na construção habitacional de interesse social” (Franco,
1992).
4

“Diante das grandes vantagens encontradas, em especial aquelas


de origem econômica, é cada vez maior o interesse pelo sistema
construtivo em alvenaria estrutural” (Santos, 1998).
A importância do sistema construtivo em alvenaria estrutural no
contexto atual da construção civil, permitindo ganhos consideráveis de
eficiência, produtividade e economia motivaram a elaboração deste
trabalho.
Muitos bons trabalhos têm sido desenvolvidos no sentido de
fornecer subsídios para a correta aplicação da alvenaria estrutural e
caracterizar os materiais e técnicas empregados. Mesmo com o avanço
da alvenaria estrutural nos últimos anos, grande parte dos edifícios
continua sendo construída com estrutura reticular em concreto armado.
Isto se deve, em grande parte, ao desconhecimento das características
técnicas da alvenaria estrutural e suas vantagens intrínsecas, entre elas,
o custo. Nota-se também a carência de literatura técnica relacionada a
estudos comparativos entre os dois sistemas estruturais, principalmente
no que diz respeito ao custo.
Neste trabalho pretende-se elaborar um estudo comparativo entre
uma edificação construída em alvenaria estrutural e outra, de mesmo
projeto arquitetônico, concebida com estrutura de concreto armado,
buscando subsidiar pequenas e médias construtoras e profissionais da
área com uma referência para a fase de anteprojeto de seus prédios. Não
se busca indicar uma solução ideal e única, uma vez que cada obra
apresenta peculiaridades e características que deverão ser
minuciosamente estudadas na concepção do projeto. Este trabalho
pretende apresentar os resultados do estudo comparativo para um
determinado edifício (edifício-exemplo) e demonstrar a viabilidade e
importância deste tipo de estudo, principalmente para pequenas e médias
empresas avaliarem economicamente seus projetos e empreendimentos.
5

1.2 Objetivos

Os principais objetivos deste trabalho são:

● Fazer, para os sistemas estruturais adotados (Sistema em


Alvenaria Estrutural e Sistema em Concreto Armado) uma sucinta
revisão bibliográfica, descrevendo suas principais características,
vantagens e desvantagens;
● Desenvolver uma análise das características do Sistema
Construtivo em Alvenaria Estrutural que permitem a diminuição nos
custos construtivos e a facilidade de aplicação e contribuir para a
ampliação da utilização deste sistema construtivo;
● Estabelecer relações entre os consumos unitários de alguns
insumos e serviços, para os sistemas estruturais e tipologias
construtivas adotadas;
● Estabelecer relações entre os custos unitários de alguns insumos e
serviços, para os sistemas estruturais e tipologias construtivas
adotadas e analisar estes custos comparativamente;
● Fornecer parâmetros que possibilitem uma estimativa preliminar
do custo da estrutura, vedação (ou alvenaria estrutural) e
revestimento de um empreendimento com base no sistema
construtivo adotado.

1.3 Apresentação do edifício-exemplo

Como edifício-exemplo adotou-se uma edificação residencial


construída em Alvenaria Estrutural na cidade de Santa Cruz do Sul, RS. A
edificação possui 9 pavimentos tipo e 4 apartamentos por andar. A área
por pavimento é de 348,77 m², totalizando uma área de 3.138,93 m² para
6

os 9 pavimentos tipo. A área total foi obtida de acordo com os critérios da


NBR 12721 e será adotada como referência neste trabalho. A Figura 1.1
apresenta a planta baixa do edifício-exemplo adotado. A Figura 1.2
mostra a fachada do edifício-exemplo.

FIGURA 1.1 – Planta baixa do edifício-exemplo.


7

FIGURA 1.2 – Fachada do edifício-exemplo.

A partir do edifício-exemplo, conceberam-se algumas tipologias


construtivas. As alternativas escolhidas serão analisadas e
dimensionadas considerando lajes, vigas, pilares e fundações, para o
sistema em concreto armado, levando-se em conta todas as ações
atuantes. O sistema em alvenaria estrutural já foi dimensionado de acordo
com as normas vigentes e foram adotadas as características e
particularidades do projeto original. Para o cálculo da estrutura em
concreto armado foi utilizado o software TQS, que é adotado em vários
escritórios de projeto de estruturas do país e muito bem conceituado no
meio técnico. A partir do lançamento e dimensionamento da estrutura em
8

concreto armado, geraram-se relatórios gerais que subsidiaram o cálculo


dos consumos necessários para cada situação.
Tendo em vista que o objetivo do trabalho é uma análise
comparativa, adotaram-se algumas simplificações no projeto do edifício
exemplo. Não foram consideradas áreas e consumos relacionados à casa
de máquinas e reservatório superior, assim como foi desconsiderado um
“porão” (pé direito de 1,40 m) existente no projeto original. Estas
simplificações não prejudicam o resultado final, tendo em vista que foram
levadas em conta para todas as tipologias construtivas adotadas.

1.4 Organização do trabalho

Neste primeiro capítulo apresentou-se a justificativa e os objetivos


deste trabalho. Foi descrito o edifício-exemplo que baseou os estudos
apresentados nos demais capítulos.
O capítulo 2 apresenta um histórico e aspectos relacionados à
concepção estrutural a partir de uma abordagem comparativa entre os
Sistemas Construtivos em Concreto Armado e em Alvenaria Estrutural.
O capítulo 3 descreve as características do Sistema Construtivo
em Concreto Armado, apresenta vantagens e desvantagens e apresenta
a abordagem adotada para este sistema construtivo a partir do edifício-
exemplo.
O capítulo 4, adotando o mesmo enfoque do capítulo 3, apresenta
as principais características, vantagens e desvantagens do Sistema
Construtivo em Alvenaria Estrutural. São apresentadas características e
particularidades deste sistema no que diz respeito a: conceitos básicos,
materiais e componentes, projeto, concepção estrutural básica, processo
construtivo e detalhamento. É desenvolvida a caracterização para as
diversas abordagens estudadas para este sistema, a partir do edifício-
exemplo.
9

O capítulo 5 aborda a metodologia adotada. São descritas as


tipologias construtivas e parâmetros de comparação (Índices) adotados,
além dos critérios utilizados para o cálculo de custos.
No capítulo 6 apresenta-se um quadro comparativo entre os
consumos e custos de todas as situações analisadas e são discutidos os
resultados encontrados.
As conclusões deste trabalho são apresentadas no capítulo 7.
2 HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS

2.1 Histórico

As construções em alvenaria têm sido usadas desde os primórdios


da humanidade. Até o início do século XX, a alvenaria foi o principal
método construtivo adotado, seguindo regras empíricas e o conhecimento
adquirido pelos construtores da época.
Em 1889 é construído em Chicago o “Monadnock”, um grande
prédio em alvenaria com 16 andares e 65 metros de altura, com as
paredes inferiores de 1,80 metros de espessura. Os elementos de
alvenaria ainda eram dimensionados empiricamente. Observa-se essa
construção na Figura 2.1.

FIGURA 2.1 – Manadnock Building (Accetti, 1998, p. 3).


11

No início do século XX o concreto e o aço estrutural passam a


ocupar importante papel na construção civil mundial. O rápido avanço das
pesquisas na área e a diversidade e facilidade de aplicação das
estruturas em concreto armado fizeram com que este processo
construtivo assumisse um lugar preponderante na construção civil. Neste
novo quadro, a alvenaria foi relegada a um segundo plano e poucos
estudos foram desenvolvidos sobre o tema.
Considera-se o início da Alvenaria Estrutural, como um sistema
construtivo propriamente dito, um trabalho publicado por A. Brebner em
1923, baseado em estudos teórico-experimentais. Pode-se afirmar que a
redescoberta efetiva da alvenaria se deu em meados do século XX, a
partir de estudos experimentais e edificações construídas na Suíça,
Alemanha e Inglaterra. A partir desta época foram desenvolvidos
inúmeros estudos na Europa e Estados Unidos e a Alvenaria Estrutural se
firmou como um Sistema Construtivo tecnicamente confiável e
economicamente viável.
A construção, em 1966, do conjunto “Central Parque da Lapa”, em
São Paulo, composto por prédios de 4 pavimentos, pode ser considerada
o marco inicial da Alvenaria Estrutural no Brasil. O uso da Alvenaria
Estrutural começou a se difundir em algumas regiões do país e pesquisas
na área têm sido desenvolvidas desde então.
Mesmo com o avanço da pesquisa científica e do embasamento
técnico a utilização do Sistema Construtivo em Alvenaria Estrutural não se
difundiu de forma homogênea pelo país. São Paulo, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina são estados onde a adoção da Alvenaria Estrutural tem
crescido mais rapidamente nos últimos anos, em virtude do trabalho de
estudo e divulgação deste sistema construtivo por importantes centros de
pesquisa aí localizados.
A resistência na adoção da alvenaria estrutural por profissionais e
construtores reside, na maioria das vezes, no desconhecimento das
técnicas construtivas deste sistema e receio de abandonar as técnicas
12

relacionadas ao Concreto Armado, já plenamente dominadas e


universalmente aceitas. Apesar deste desconhecimento, considera-se a
literatura técnica referente ao cálculo, materiais, componentes e técnicas
construtivas relacionada à Alvenaria Estrutural bastante ampla,
possibilitando o acesso a informações técnicas que permitem o perfeito
conhecimento e domínio do sistema construtivo e sua aplicação. Desta
forma, como apresentado nos objetivos, este trabalho se direciona no
sentido de apresentar, comparativamente, as vantagens econômicas que
podem ser obtidas com o uso da Alvenaria Estrutural como opção a
estruturas em Concreto Armado.
No intuito de contribuir com o acervo técnico relacionado à
alvenaria estrutural, além da análise econômica, serão apresentados
aspectos técnicos relevantes relacionados à Alvenaria Estrutural, sob um
enfoque construtivo. No que diz respeito ao Concreto Armado, em virtude
da vastíssima bibliografia existente e do histórico de utilização da técnica,
serão tecidos rápidos comentários no sentido apenas de subsidiar a
caracterização da obra que será adotada como edifício-exemplo.

2.2 Conceitos Básicos

Accetti (1998) diz que “a concepção estrutural de um edifício


consiste em se definir no projeto quais os elementos que suportarão os
carregamentos provindos das ações verticais e horizontais”.
A concepção estrutural está intimamente ligada ao projeto
arquitetônico juntamente com seus condicionantes e projetos
complementares, o que exige um trabalho no sentido de compatibilização
de todos estes projetos. Não se pode desenvolver cada projeto
isoladamente, sob o risco de interferências indesejadas que serão
“solucionadas” pelo pessoal da obra, sem um planejamento prévio. Esta
13

postura era e ainda é, por vezes, a postura adotada no processo de


projeto de edificações.
O enfoque da compatibilização dos projetos é necessário para
qualquer sistema construtivo, seja ele em Alvenaria Estrutural ou em
Concreto Armado, e imprescindível para que um projeto cumpra
plenamente sua finalidade. A Alvenaria Estrutural, de certa forma,
favorece este enfoque, uma vez que o projeto arquitetônico confunde-se
com a estrutura (paredes) e as instalações complementares são
executadas simultaneamente às paredes, impedindo improvisações.
Todos os detalhes devem e precisam ser concebidos e solucionados
previamente.
Segundo Albuquerque, apud Laranjeiras (1999), a solução
estrutural adotada deve atender a determinadas exigências de qualidade,
impostas pelas condições listadas a seguir:

a) segurança e durabilidade;
b) arquitetônicas;
c) funcionais;
d) construtivas;
e) estruturais;
f) integração com os demais projetos;
g) econômicas.

São importantes algumas definições quanto à nomenclatura


relacionada aos processos construtivos de edifícios. Neste trabalho
adotam-se, com apenas uma ressalva, os seguintes conceitos,
elaborados por Sabbatini (1989):
14

● Técnica construtiva: conjunto de operações empregadas por um


particular ofício para produzir parte de uma construção;
● Método construtivo: conjunto de técnicas construtivas,
interdependentes e adequadamente organizadas, empregadas na
construção de uma parte (subsistemas ou elementos) de uma
edificação;
● Processo construtivo: organizado e bem definido modo de construir
um edifício. Um específico processo construtivo caracteriza-se pelo
seu particular conjunto de métodos utilizados na construção da
estrutura e das vedações do edifício (invólucro);
● Sistema construtivo: processo construtivo de elevados níveis de
industrialização e de organização, constituído por um conjunto de
elementos e componentes inter-relacionados e completamente
integrados pelo processo.
● Subsistema: maior parte funcional de um edifício.

Para Cavalheiro (1995), Sistema Construtivo pode ser adotado


como uma forma de macro identificar o tipo de estrutura utilizado. Desta
forma, pode-se ter o Sistema Construtivo em Alvenaria Estrutural, o
Sistema Construtivo em Aço, o Sistema Construtivo em Concreto Armado,
e assim por diante. Para este trabalho é adotada esta definição para
identificação dos Sistemas Construtivos (em Alvenaria Estrutural e
Concreto Armado) objetos de estudo.
Para Sabbatini (1989) o termo subsistema está ligado à função de
determinada parte do edifício. Modler (2000) chama esta definição de
enfoque funcional e apresenta a possibilidade de se definir um enfoque
construtivo, que está relacionado à complexidade do conjunto das
técnicas utilizadas para executar determinada parte do edifício.
15

A partir do enfoque construtivo, pode-se caracterizar os seguintes


subsistemas: estrutura, vedações, pisos e revestimentos, esquadrias,
pintura, instalações, fundações, entre outros. Os subsistemas objetos de
estudo neste trabalho são o subsistema estrutura, vedação, revestimento
(externo e interno) e a parte do subsistema instalações que interfere
diretamente no subsistema vedação (abertura de canaletas e rasgos para
a passagem de eletrodutos e tubulações). São enfocados somente estes,
na medida que apresentam diferenças consideráveis quando comparados
para diferentes sistemas construtivos. O subsistema pintura, por exemplo,
pode ser igual para diversos sistemas construtivos, apresentando custo
semelhante e não trazendo diferença significativa em termos
comparativos.

2.3 Análise comparativa preliminar

Apresenta-se a seguir uma análise comparativa entre as


características relacionadas ao Sistema Construtivo em Concreto Armado
e ao Sistema Construtivo em Alvenaria Estrutural, que são o foco principal
do trabalho. Com esta análise procura-se apresentar, de forma resumida
e direta, características, vantagens e desvantagens de cada sistema
quando comparado com o outro (Quadro 2.1). A análise baseia-se, em
linhas gerais, com adaptações, em um comparativo elaborado por
Cavalheiro (1995). Salienta-se que o Sistema Construtivo em Concreto
Armado considerado é aquele que adota procedimentos tradicionais de
execução, sem qualquer preocupação com a utilização de elementos
modulares ou adoção de conceitos de industrialização ou racionalização
da construção.
16

QUADRO 2.1 – Análise comparativa preliminar entre os sistemas


construtivos em concreto armado (tradicional) e
alvenaria estrutural

A Figura 2.2 apresenta aspectos gerais de obras tradicionais


executadas no Sistema Construtivo em Concreto Armado (tradicional), e a
Figura 2.3 apresenta aspectos gerais de obras executadas no Sistema
Construtivo em Alvenaria Estrutural.
17

FIGURA 2.2 – Aspectos gerais de obras tradicionais executadas no


Sistema Construtivo em Concreto Armado.
18

FIGURA 2.3 – Aspectos gerais de obras executadas no Sistema


Construtivo em Alvenaria Estrutural.
3 SISTEMA CONSTRUTIVO EM
CONCRETO ARMADO

3.1 Considerações gerais

O sistema construtivo em concreto armado se caracteriza pelo uso


do concreto armado como elemento estrutural. Entende-se por estrutura
convencional em concreto armado aquela em que as cargas são
transmitidas através das lajes às vigas e estas, por sua vez, apóiam-se
em pilares que levam o carregamento às fundações. O sistema em
concreto armado apresenta as lajes, vigas e pilares como elementos
constituintes. A vedação é independente da estrutura e executada
posteriormente, gerando inúmeras interfaces entre paredes e pilares e
paredes e vigas. A Figura 3.1 apresenta um esquema dos elementos
básicos desse sistema construtivo.

FIGURA 3.1 – Representação esquemática dos elementos básicos do


sistema construtivo em concreto armado.
20

Neste item são apresentadas sucintamente algumas características


inerentes ao sistema em concreto armado, apenas para um perfeito
entendimento e caracterização do edifício-exemplo, tendo em vista a
vasta literatura técnica existente sobre o assunto.
Albuquerque (1999) apresenta um estudo comparativo entre alguns
tipos de estruturas em concreto armado e descreve cada um deles. Neste
trabalho adota-se o que pode ser definido de “estrutura convencional em
concreto armado com lajes maciças”, que é atualmente o mais
comumente adotado para a edificação de prédios residenciais com as
características do edifício-exemplo.
A escolha de um tipo particular de estrutura em concreto armado,
em detrimento de tantos outros existentes, deve-se basicamente ao uso
mais comum deste em edificações, principalmente em obras de pequenas
e médias construtoras. No estudo mencionado anteriormente,
Albuquerque (1999) conclui que este não é o mais econômico entre os
sistemas em concreto armado disponíveis para a execução de estruturas,
sendo aquele que utiliza estrutura convencional com lajes nervuradas o
mais vantajoso economicamente.
Reproduz-se a seguir o resultado final encontrado por Albuquerque
(1999). As características e particularidades de cada tipo de estrutura
adotada pelo autor estão descritas no referido trabalho. O Quadro 3.1 e a
Figura 3.2 indicam, de forma comparativa, os custos totais das
alternativas consideradas. Adotou-se como unitário o custo da alternativa
que apresentou menor custo (estrutura convencional com lajes
nervuradas utilizando caixotes), e o custo das demais alternativas é
indicado comparativamente a este. As alternativas adotadas pelo autor do
referido trabalho são as seguintes:
21

OP1: estrutura convencional com lajes maciças;


OP2: estrutura convencional com lajes nervuradas (caixotes);
OP3: estrutura convencional com lajes nervuradas (tijolos);
OP4: estrutura convencional com lajes nervuradas (lajes pré-
fabricadas);
OP5: estrutura com laje lisa nervurada (caixotes);
OP6: estrutura com laje lisa nervurada (tijolos);
OP7: estrutura utilizando protensão.

Quadro 3.1 – Comparativo de custos encontrados por Albuquerque


(1999) para as opções analisadas
OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7
1,179 1,000 1,070 1,051 1,086 1,149 1,159
+ 17,9% Referência + 7,0% +5,1% +8,6% +14,9% +15,9%
1,179

1,20
1,159
1,149

1,15
1,086
1,07

1,10
1,051
Custo

1,05
1,00

1,00

0,95

0,90
OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7

FIGURA 3.2 – Comparativo de custos encontrados por Albuquerque


(1999) para as opções analisadas.
22

Para Albuquerque (1999), algumas desvantagens do sistema em


concreto armado (estrutura convencional com lajes maciças, adotada
neste trabalho) são:

● A grande quantidade de vigas, devido aos limites impostos, o


que deixa a fôrma do pavimento muito recortada, diminuindo a
produtividade da construção;
● A diminuição do reaproveitamento das fôrmas devido aos
recortes;
● O grande consumo de concreto, aço e fôrmas.

O mesmo autor apresenta como principais vantagens deste


sistema construtivo os seguintes aspectos:

● A existência de muitas vigas, que, por outro lado, forma muitos


pórticos, que garantem uma boa rigidez à estrutura de
contraventamento;
● A grande contribuição das lajes na deformação das vigas;
● A mão-de-obra já é bastante treinada, pois foi durante muito
tempo o sistema estrutural mais utilizado nas construções.

Observa-se uma série de interferências e sobreposição de funções


no processo construtivo em concreto armado (tradicional). Além de um
grande número de insumos e técnicas específicas que precisam ser
adotadas (aço, fôrmas, concreto, alvenaria) há o envolvimento de diversas
especialidades profissionais (ferreiro, carpinteiro, pedreiro). O fluxograma
apresentado na Figura 3.3 apresenta de forma resumida os profissionais
envolvidos, insumos utilizados e operações realizadas nas diversas
etapas da execução dos subsistemas estrutura e vedação em uma
edificação com estrutura reticular em concreto armado e com laje maciça.
23

As setas indicam a seqüência das diversas etapas necessárias para a


execução de cada um dos subsistemas considerados.

FIGURA 3.3 – Fluxograma de forma resumida dos profissionais


envolvidos, insumos utilizados e operações realizadas na execução dos
subsistemas estrutura e vedação em uma edificação com estrutura
reticular em concreto armado e com laje maciça (tradicional).
24

3.2 Descrição dos elementos básicos

Este item foi embasado em grande parte nos Capítulos 2 e 3 do


trabalho já citado de Albuquerque (1999), dispensando assim a constante
referência a esta dissertação. Segundo o autor, uma postura adotada
modernamente pelos projetistas de estruturas é a busca da padronização
das dimensões e racionalização do processo construtivo, o que tem
gerado a definição de diretrizes de projeto que servem de parâmetros
indicativos para a elaboração dos mesmos.
Nos tópicos a seguir apresentam-se parâmetros e indicações que
permitem, quando aplicados, a geração de projetos estruturais mais
próximos da racionalização. Estes tópicos nortearam, quando possível, as
definições tomadas para o lançamento e dimensionamento da estrutura
em concreto armado do edifício-exemplo.
As considerações sobre os elementos básicos das estruturas em
concreto armado foram feitas com base na NBR 6118/1980. Uma nova
análise, sobre a alteração ou adaptações necessárias nestas
considerações, tendo em vista a revisão recente da NBR 6118/2003, não
foi objeto de estudo deste trabalho.

3.2.1 Lajes

A NBR 6118/1980 estabelece os seguintes limites mínimos para a


espessura das lajes:
a) 5cm para lajes de cobertura;
b) 7cm para lajes de piso;
c) 10cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou
igual a 30 kN;
25

d) 12cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que
30 kN.

Um bom número seria no máximo duas espessuras diferentes de


laje por pavimento, aceitando-se até três como um número razoável. O
rebaixamento de lajes não é indicado, exceto em casos excepcionais de
detalhes arquitetônicos.

3.2.2 Vigas

Recomenda-se a adoção de todas as vigas externas com a mesma


altura. A altura ideal recomendada é 60cm, por resistir a esforços
consideráveis e não causar transtornos à arquitetura, podendo ser
adotadas dimensões inferiores para algumas vigas internas. A largura
mínima para as vigas é 12cm, admitindo-se 10cm em casos especiais de
concretagem. O aumento da largura da viga, se necessário, deve se dar
de 5cm em 5cm ou em função dos tijolos ou blocos utilizados.
A uniformização das vigas por pavimento é o procedimento ideal,
considerando-se ótimo o número de duas seções por pavimento, bom o
número de três seções por pavimento e desaconselhável mais de três
seções por pavimento. A Figura 3.4 apresenta um exemplo de uma das
vigas calculadas para o edifício-exemplo (com a utilização do software
TQS).
26

FIGURA 3.4 – Exemplo de viga calculada para o edifício-exemplo.

3.2.3 Pilares

É desaconselhada a excessiva variação nas dimensões do pilar


nos diversos pavimentos, o que pode dificultar a fôrma e causar o
aumento no consumo de aço. É usual fazer uma variação no nível do
primeiro pavimento-tipo, quando se está em uma situação de subsolo,
mezaninos ou pilotis em que o pé direito é maior.
É recomendável fazer um agrupamento dos pilares com
solicitações semelhantes, evitando número excessivo de seções.
Considera-se razoável o número de cinco seções por pavimento tipo.
Quando possível, deve-se manter, nos pavimentos tipo, a menor
dimensão do pilar com 20cm, a fim de evitar que o mesmo se sobressaia
da arquitetura.
A utilização de pilares de seções L, U ou T, deve ser evitada, por
apresentarem uma fôrma de difícil execução, sendo mais indicada a
adoção de pilares com seção retangular ou quadrada.
27

3.3 Caracterização do projeto do edifício-exemplo no sistema em


concreto armado

Foram definidas duas situações para o edifício-exemplo utilizando


o sistema em concreto armado. Uma situação considera a edificação com
9 pavimentos e a outra com 4 pavimentos. Em ambas as situações o
lançamento da estrutura, considerações de carregamento e
dimensionamento basearam-se na planta baixa do edifício-exemplo.
Para as duas situações consideradas definiram-se os seguintes
parâmetros de cálculo:
● A resistência do concreto, para lajes, vigas e pilares, foi definida
como fck = 18 MPa, considerando-se o fornecimento do
concreto usinado;
● Uso de aço CA-60 e CA-50 para as armaduras;
● Uso de fôrmas convencionais de madeira, utilizando
compensado resinado de 12mm de espessura, com 3
utilizações, para lajes, vigas, pilares.
● Alvenaria de vedação executada com blocos (tijolos) cerâmicos
vazados (furos na horizontal), através de métodos tradicionais
de assentamento;
● Revestimento interno e externo executado em massa única com
argamassa industrializada.

Salienta-se que há a possibilidade de uso de outros sistemas de


fôrmas e escoramento, disponíveis no mercado atualmente, que não são
considerados neste estudo. Estes sistemas normalmente representam um
investimento inicial que precisa ser diluído ao longo de várias obras e
seria necessária uma análise que foge dos objetivos deste trabalho.
Outra consideração importante diz respeito à execução da
alvenaria de vedação. Poderia ser adotado um processo racionalizado na
28

execução das paredes. Não é feita uma abordagem neste sentido, uma
vez que esta ainda não é uma prática usual no meio em que se insere
este trabalho. A prática usual é a utilização de blocos (tijolos) cerâmicos
vazados (furos na horizontal), com a execução de rasgos e canaletas na
parede de alvenaria para colocação das instalações (eletrodutos e
tubulações hidráulicas) e posterior preenchimento destes rasgos com
argamassa. A Figura 3.5 exemplifica esta situação.

FIGURA 3.5 – Exemplo de rasgos e canaletas executadas em paredes


de vedação de edifícios em concreto armado para a
passagem de tubulações hidráulicas e/ou eletrodutos.

Os consumos considerados, índices e custos calculados, para as


duas situações em concreto armado, são apresentados no Capítulo 6. As
Figuras 3.6 a 3.8 mostram, para o sistema em concreto armado, detalhes
das plantas de fôrma para o edifício-exemplo com 9 pavimentos e com 4
pavimentos e o exemplo de um pilar calculado nesta situação.
29

FIGURA 3.6 – Detalhe da fôrma da estrutura convencional com laje maciça,


edifício-exemplo com 9 pavimentos.
30

FIGURA 3.7 – Detalhe da fôrma da estrutura convencional com laje maciça,


edifício-exemplo com 4 pavimentos.
31

FIGURA 3.8 – Exemplo de pilar calculado para o edifício-exemplo, em


concreto armado, com 4 pavimentos.
4 SISTEMA CONSTRUTIVO EM
ALVENARIA ESTRUTURAL

4.1 Considerações preliminares

As paredes resistentes e as lajes são os elementos estruturais


básicos nas edificações construídas em alvenaria estrutural. Pode-se ter
também pilares e/ou vigas de concreto na eventualidade da existência de
pilotis e/ou baldrames. A escolha das paredes resistentes está
diretamente relacionada a opções arquitetônicas e posicionamento de
instalações, opções estas que são escolhidas na fase de projeto.
Segundo Silva (1996), “os carregamentos atuantes e os esforços
resultantes nas lajes, bem como as reações destes carregamentos nas
paredes, são determinados da maneira usual adotada para estruturas em
concreto armado, conforme as normas específicas”.
No tópico 4.5 apresentar-se-ão aspectos relacionados à
distribuição e homogeneização de cargas na alvenaria estrutural.
Como citado anteriormente, o sistema construtivo em alvenaria
estrutural tem sido utilizado com mais freqüência nas últimas três
décadas. Isto se deve, em grande parte, aos estudos conduzidos por
grupos de pesquisa e empresas que vêem neste sistema construtivo uma
opção tecnicamente viável e economicamente atraente.
Para Modler (2000), o Sistema Construtivo em Alvenaria Estrutural
apresenta, atualmente, uma vasta produção bibliográfica acerca de seus
materiais, condicionantes de projeto, técnicas utilizadas, métodos de
cálculo, produtividade, patologias, entre outros aspectos importantes.
Desta forma, grande parte dos aspectos da alvenaria estrutural como
sistema construtivo pode ser facilmente acessado pelos interessados.
33

Com base nos estudos e trabalhos desenvolvidos sobre o tema


discorre-se a seguir sobre as principais características, vantagens e
limitações deste sistema construtivo. Neste capítulo busca-se apresentar,
de forma sucinta, os conceitos e aspectos mais importantes que devem
nortear a produção de projetos e a execução de obras em alvenaria
estrutural.
Cabe salientar que cada sistema construtivo apresenta
características e particularidades que o tornam mais indicado para
determinadas aplicações. Desta forma, não se pretende afirmar que a
alvenaria estrutural é a melhor opção para todas as aplicações, mas
mostrar que para aquelas em que ela é indicada tem potencial para
apresentar consideráveis vantagens técnicas e econômicas sobre os
outros sistemas construtivos disponíveis e aplicáveis.
A diferença básica entre a alvenaria estrutural e as estruturas em
concreto armado é a forma de resistência às solicitações. Enquanto no
sistema construtivo em concreto armado as cargas são resistidas pelas
vigas e pilares, no sistema construtivo em alvenaria estrutural são as
paredes que cumprem esta função, além da função de vedação.
De forma recorrente, grande parte dos trabalhos e publicações
existentes citam economia, rapidez e potencial de racionalização como as
grandes vantagens da alvenaria estrutural sobre os demais sistemas
construtivos. Entre os cuidados essenciais na utilização deste sistema
pode-se citar o treinamento da mão-de-obra, a necessidade de uma maior
rigidez na fiscalização e necessidade de perfeita interação entre os
projetistas envolvidos.
A Figura 4.1 apresenta um esquema dos elementos básicos do
sistema construtivo em alvenaria estrutural.
34

FIGURA 4.1 – Representação esquemática dos elementos básicos do


sistema construtivo em alvenaria estrutural.

A Figura 4.2 apresenta, de forma resumida, um fluxograma que


compreende os profissionais, insumos e operações necessárias para a
execução das etapas envolvidas na produção dos subsistemas estrutura
e vedação (que são sobrepostos) para a alvenaria estrutural.
Fazendo-se uma análise comparativa entre o quadro apresentado
na Figura 4.2 (relacionado à alvenaria estrutural) e aquele apresentado na
Figura 3.2 (relacionado ao concreto armado) é evidente o menor número
de etapas e, conseqüentemente, de profissionais envolvidos, insumos
utilizados e operações necessárias para a produção dos subsistemas
estrutura e vedação em uma edificação em alvenaria estrutural quando
comparada a uma edificação em concreto armado.
Desta forma, pode-se citar como um aspecto positivo do sistema
em alvenaria estrutural a considerável redução no número de operações,
insumos e profissionais envolvidos na produção dos subsistemas
estrutura/vedação, quando se faz uma comparação com as operações,
insumos e profissionais necessários para a produção dos mesmos
subsistemas no sistema construtivo em concreto armado.
35

FIGURA 4.2 – Fluxograma de forma resumida dos profissionais envolvidos,


insumos utilizados e operações realizadas na execução dos
subsistemas estrutura e vedação em uma edificação com
estrutura em alvenaria estrutural e laje maciça (tradicional).

De forma resumida, apresentam-se a seguir as características que


podem representar vantagens do sistema construtivo em alvenaria
estrutural em relação ao sistema construtivo em concreto armado,
segundo Ramalho & Côrrea (2003):
● Economia de fôrmas;
● Redução significativa nos revestimentos;
● Redução nos desperdícios de material e mão-de-obra;
● Redução do número de especialidades;
● Flexibilidade no ritmo de execução da obra.

Entre outros, como pontos negativos do sistema em alvenaria


estrutural, ou desvantagens, os autores citados apresentam:
● Dificuldade de se adaptar a arquitetura para um novo uso;
36

● Interferência entre projetos de arquitetura / estruturas /


instalações;

4.2 Conceitos básicos

Cavalheiro (1995) define alvenaria como o produto da composição


básica, em obra, de blocos ou tijolos unidos entre si por argamassa,
constituindo um conjunto resistente e estável.
A alvenaria estrutural pode ser também definida como toda a
estrutura em alvenaria, predominantemente laminar, dimensionada com
procedimentos racionais de cálculo para suportar cargas além do peso
próprio.
Para Cavalheiro (1995) na alvenaria estrutural, pela dupla função
que seus elementos básicos (paredes) desempenham na edificação
(vedação e resistência) o sistema estrutural confunde-se com o próprio
processo construtivo.
De acordo com as definições da NBR 10837/1989, a alvenaria
estrutural pode se apresentar de três formas distintas. A alvenaria
estrutural não armada é aquela, construída com blocos vazados assentes
com argamassa, e que contém armaduras com finalidade construtiva ou
de amarração, não sendo esta última considerada na absorção dos
esforços calculados. A alvenaria estrutural armada é aquela construída
com blocos assentados com argamassa, na qual certas cavidades são
preenchidas continuamente com graute, contendo armadura envolvidas o
suficiente para absorver esforços calculados, além daquelas armaduras
com finalidade construtiva ou de amarração. Por fim, estrutura de
alvenaria parcialmente armada é aquela em que algumas paredes são
construídas, segundo as recomendações da alvenaria armada, com
blocos assentados com argamassa, e que contém armaduras localizadas
em algumas cavidades preenchidas com graute, para resistir aos esforços
37

calculados, além daquelas armaduras com finalidade construtiva ou de


amarração, sendo as paredes restantes consideradas não armadas.
As definições acima se referem originalmente à alvenaria de blocos
de concreto, mas são perfeitamente aplicáveis à alvenaria estrutural
executada com blocos cerâmicos, tendo em vista que as normas relativas
aos blocos cerâmicos estão em processo de elaboração.
A utilização de paredes em alvenaria, com função resistente, mas
sem dimensionamento através de cálculo racional e modulação
dimensional, caracteriza o que será chamado neste trabalho de alvenaria
resistente, bastante utilizada para a edificação de prédios com até 4
pavimentos no estado do Rio Grande do Sul e em alguns outros estados
brasileiros. Normalmente nestas edificações são utilizados tijolos maciços
para os dois ou três primeiros pavimentos e blocos típicos de vedação
(furos na horizontal) para os dois últimos ou apenas o último, em certos
casos.

4.3 Componentes e elementos da alvenaria

4.3.1 Descrição

Podemos definir os componentes como os entes que compõem os


elementos e são constituídos pelos materiais (cimento, argila, areia, etc.),
enquanto os elementos são definidos como partes da obra,
suficientemente elaboradas, constituídas da reunião de dois ou mais
componentes.
De acordo com os conceitos apresentados, como componentes da
alvenaria pode-se listar os blocos, a junta de argamassa, a armadura de
aço e o graute. Os elementos básicos da alvenaria, que são as partes da
obra elaboradas a partir dos componentes, são os seguintes: parede, pilar
(de alvenaria), cinta, verga, contraverga, viga, enrijecedor e lajes.
38

4.3.2 Blocos

Os blocos são as unidades fundamentais da alvenaria. Segundo


Cavalheiro (1995), as unidades da alvenaria (blocos ou tijolos) são
determinantes de grande parte das características das paredes de
alvenaria, entre as quais pode-se listar: resistência à compressão e a
tração, aderência, durabilidade, precisão dimensional, resistência ao fogo
e à penetração de chuvas, isolamento térmico e acústico. São utilizados,
como unidade básica da alvenaria, blocos cerâmicos, blocos de concreto
simples, blocos de concreto celular autoclavado e blocos sílico-calcáreos.
A Figura 4.3 apresenta um exemplo de blocos de concreto
usualmente utilizados.

FIGURA 4.3 – Exemplo de blocos estruturais de concreto simples.


39

Os blocos vazados de concreto (blocos de concreto) são unidades


prismáticas, com dois ou três furos verticais dispostos ao longo da altura,
em sua seção de assentamento, com área útil (área líquida) igual ou
inferior a 75 % da área total da seção normal aos furos da peça (área
bruta). Segundo Medeiros (1993), o bloco de concreto “é a unidade
constituída pela mistura homogênea, adequadamente proporcionada, de
cimento Portland, agregado miúdo e graúdo, conformado através de
vibração e prensagem, que possui dimensões superiores a 250x120x55
mm (comprimento, largura e altura)”.
O bloco cerâmico é definido pela ABNT (NBR 7171/1992) como um
componente de alvenaria que possui furos cilíndricos e/ou prismáticos
perpendiculares às faces que os contém. O material básico de sua
fabricação é a argila e são classificados de acordo com sua resistência à
compressão. As Figuras 4.4 e 4.5 apresentam exemplos de blocos
cerâmicos usualmente utilizados.

4.3.3 Junta de argamassa

Junta de argamassa é a lâmina ou cordão de argamassa


endurecida, intercalado e aderente às unidades de alvenaria, que garante
a monoliticidade da alvenaria. Desta forma, é um componente (junta de
argamassa) responsável simultaneamente pela separação e união das
unidades.
A junta de argamassa, enquanto componente que separa as
unidades, é importante para compensar suas irregularidades geométricas
e absorver deformações (provocadas por movimentações térmicas,
higrométricas e/ou recalques), distribuindo estas deformações em uma
rede de microfissuras e impedindo o surgimento de macrofissuras.
Enquanto componente que garante a união das unidades, a junta
de argamassa deve garantir a monoliticidade, estanqueidade e
40

durabilidade do conjunto e distribuir adequadamente os esforços que


solicitarão a alvenaria (unidades + juntas de argamassa, basicamente).

FIGURA 4.4 – Exemplo de blocos cerâmicos estruturais (Pallotti, 2003).

Para que a junta de argamassa cumpra as funções descritas, é


imprescindível que o material apresente as características listadas a
seguir.

a) No estado plástico:
● Trabalhabilidade;
● Capacidade de retenção de água;
41

● Velocidade de endurecimento;

b) No estado endurecido:
● Boa aderência;
● Boa resiliência;
● Adequada resistência à compressão;
● Geometria da junta uniforme;
● Pouca retração na secagem.

Santos (1998) apresenta um amplo estudo sobre os procedimentos


de preparo e traços de argamassa utilizados em diversas obras de
alvenaria estrutural pesquisadas em alguns estados do país.

FIGURA 4.5 – Exemplo de blocos cerâmicos estruturais (Pauluzzi, 2003).


42

4.3.4 Graute e aço

O graute utilizado na alvenaria é um concreto obtido a partir de


aglomerantes e agregados de pequena dimensão, fluido, utilizado quando
há a necessidade de preenchimento dos vazados dos blocos. Tem a
finalidade de solidarizar, quando existirem, as armaduras (construtivas ou
estruturais) com as unidades ou de aumentar a resistência da alvenaria
através do aumento da área da seção transversal das unidades.
Considera-se que o conjunto bloco, graute e armadura, quando existir,
trabalha monoliticamente, o que deve ser garantido pelo envolvimento
total da armadura pelo graute e pela perfeita aderência entre os três
componentes. Usualmente utiliza-se o graute com o dobro da resistência
do bloco utilizado, na área bruta.
As barras de aço utilizadas na alvenaria, com função estrutural ou
construtiva, são as mesmas utilizadas no concreto armado. Com a
finalidade construtiva o aço é utilizado nos vazados dos blocos,
preenchidos com graute, nas amarrações de parede e laterais de
aberturas, em geral. Utiliza-se também barras de aço nas vergas,
contravergas e canaletas de cintamento.
Nas Figuras 4.6 e 4.7 observa-se um detalhe da utilização de
graute e aço em uma obra de alvenaria, no preenchimento de vazados
verticais dos blocos e canaletas de cintamento.
43

FIGURA 4.6 – Detalhe construtivo: vazados de blocos grauteados, e


utilização de barras de aço construtivo.

(a) (b)
FIGURA 4.7 – Representação esquemática: uso de graute e aço em
verga, contra-verga e encontros de paredes ((a)Tecmold,
(b)Pallotti, 2003).
44

4.4 Projeto

Franco (1992) apresenta que a racionalização pode ser entendida,


num enfoque mais específico, como a otimização das atividades
construtivas. Neste caso, aplicam-se os princípios de racionalização às
técnicas e métodos construtivos, como forma de se alcançar um melhor
resultado no desenvolvimento de específicos empreendimentos.
Na mesma linha, Lordsleem (2000) define racionalização
construtiva como todas aquelas ações que objetivam otimizar o uso dos
recursos disponíveis na construção em todas as suas fases. Em outras
palavras, seria a aplicação mais eficiente dos recursos em todas as
atividades que se desenvolvem para a construção do edifício.
A Figura 4.8, apresenta um quadro (elaborado por Lordsleem
(2000)) para a alvenaria de vedação racionalizada mas aplicável de forma
direta na alvenaria estrutural) que resume as ações necessárias para a
racionalização da produção da alvenaria. As obras que adotam a
alvenaria estrutural tem como característica peculiar a adoção destas
ações.

FIGURA 4.8 – Ações para a racionalização da produção da alvenaria


(Lordsleen, 2000, p. 19).
45

Para Franco (1992), a simplicidade do sistema em alvenaria


estrutural permite a imediata redução de custos. Esta simplicidade, aliada
aos conceitos de modulação e padronização confere ao sistema um
grande potencial de sucesso para a implantação da racionalização
construtiva, o que se obtém a partir da integração entre a etapa de projeto
e a fase de produção.
Modler (2000) enfoca o projeto em alvenaria estrutural como um
banco de informações que auxilia toda a organização das tarefas em
qualquer etapa que se encontre o empreendimento. Isto se torna mais
importante na medida que nas obras em alvenaria estrutural as etapas e
subsistemas da construção estão integradas e são executadas
simultaneamente.
Neste sentido, pode-se exemplificar da seguinte forma: ao mesmo
tempo que são a estrutura, as paredes de alvenaria constituem os
elementos de vedação e nelas estão embutidos os eletrodutos da
instalação elétrica. A colocação dos eletrodutos se processa de maneira
simultânea ao assentamento dos blocos de alvenaria. O processo é
diferente do convencional, onde, após a execução da estrutura e
posteriormente da vedação, são abertos rasgos na alvenaria de vedação
para a colocação dos eletrodutos, o que, além de gerar entulho, gera re-
trabalho e significativo acréscimo do custo da obra.
No trabalho já mencionado, Modler (2000) define como disciplinas
as partes constituintes do projeto de alvenaria estrutural que apresentam
as soluções adotadas para cada subsistema existente. Desta forma, o
projeto coordenado de alvenaria estrutural é o documento gráfico-
descritivo que contém as informações necessárias à execução de todos
os serviços relativos à construção de edifícios por este sistema
construtivo. A Figura 4.9 representa o fluxo de informações no Projeto
Coordenado de Alvenaria Estrutural, como concebido por Modler (2000).
46

FIGURA 4.9 – Fluxo de informações no projeto coordenado de alvenaria


estrutural (Modler, 2000, p. 81).

Nas edificações em alvenaria estrutural todos os detalhes e


interferências entre os subsistemas são definidos e resolvidos na fase de
projeto, permitindo a execução sem a necessidade de tomadas de
decisão de última hora, na obra.
47

Apresenta-se a seguir um roteiro referencial para o


desenvolvimento do projeto arquitetônico no sistema construtivo em
alvenaria estrutural, conforme apresentado por Roman (1999):
● Conhecer os condicionantes do projeto;
● Procurar o máximo de simetria entre as paredes estruturais;
● Compatibilizar os vãos com o tipo de abertura a ser utilizada;
● Dispor os shafts e considerar espaços para a passagem de
tubulações, analisando as paredes que podem ser utilizadas
somente como vedação;
● Desenhar a primeira e a segunda fiadas;
● Fazer a planta de elevação de todas as paredes, inclusive as
rebatidas;
● Apresentar detalhes de amarração;
● Detalhar vergas, contravergas, portas e janelas;
● Detalhar pontos grauteados;
● Apresentar os apoios das lajes, principalmente no último
pavimento;
● Participar da troca de informações com os demais projetistas
(estrutural, de instalações e outros).

4.5 Concepção estrutural básica

As decisões relacionadas à estrutura de uma edificação devem


buscar uma adequada disposição dos elementos resistentes,
devidamente interligados, de forma a gerar um conjunto suficientemente
resistente e rígido para suportar, sem grandes deformações, os esforços
provenientes de cargas permanentes e acidentais a que estará
submetido. No sistema construtivo em alvenaria estrutural a rigidez do
conjunto é garantida pela disposição e interligação dos elementos
resistentes básicos: paredes e lajes.
48

Para edificações residenciais em alvenaria estrutural, as principais


cargas que atuam nas paredes resistentes são as ações das lajes e o
peso próprio da parede. O peso próprio das paredes está relacionado ao
peso específico da alvenaria adotada (tipo de bloco, existência ou não de
vazados grauteados), altura e espessura da mesma.
As principais cargas que atuam nas lajes de edifícios residenciais
podem ser divididas em cargas permanentes e cargas variáveis. O tipo de
laje adotado é um fator determinante para a distribuição das cargas nas
paredes. As lajes maciças, armadas em duas direções, geram uma
distribuição de carga em todas as paredes de apoio. Para o caso de lajes
pré-moldadas ou armadas em uma só direção, a carga será distribuída
apenas nas paredes que servem de apoio.
Um aspecto importante a ser considerado diz respeito à interação
existente entre as paredes de alvenaria e ao “espalhamento”, ao longo da
altura da parede, de cargas aplicadas apenas sobre uma parte do
comprimento desta parede. A NBR 10837/1989 prescreve que este
espalhamento se dá segundo um ângulo de 45°. Segundo Ramalho &
Corrêa (2003), se este espalhamento se dá em paredes planas, é de se
supor que o mesmo ocorra também em cantos e bordas, principalmente
quando estes cantos apresentam amarração através do entrecruzamento
de blocos (juntas em amarração). O espalhamento a que se referem os
autores só é garantido quando se desenvolverem forças de interação nos
cantos e bordas.
A interação entre os cantos e bordas de paredes de alvenaria
permite a suposição de que ocorra o espalhamento das cargas e a
conseqüente uniformização das mesmas, ao longo da altura das paredes.
A uniformização das cargas ao longo da altura permite a adoção de
blocos com resistência menor sem prejuízo à segurança da edificação,
quando as condições de interação são garantidas.
Ramalho & Corrêa (2003) apresentam as providências construtivas
que contribuem para a existência de forças de interação elevadas e,
portanto, para uma maior uniformização das cargas verticais, sendo que a
primeira característica apresentada é a mais importante:
49

● Amarração das paredes em cantos e bordas sem juntas a prumo;


● Existência de cintas sob a laje do pavimento e à meia altura;
● Pavimento em laje maciça.

As Figuras 4.10 e 4.11 apresentam o espalhamento do


carregamento em paredes planas e cantos e a interação de paredes em
um canto, respectivamente.

FIGURA 4.10 – Espalhamento do carregamento em paredes planas e


cantos (Ramalho & Corrêa, 2003, p. 29).

FIGURA 4.11 – Interação de paredes em um canto (Ramalho & Corrêa,


2003, p. 29).
50

A adoção de vergas e contravergas são características construtivas


que colaboram no sentido do aumento das forças de interação e
conseqüentemente da uniformização das cargas quando existirem
aberturas. Na Figura 4.12 observa-se a interação de paredes em região
de abertura (janela).

FIGURA 4.12 – Interação de paredes em região de vão de janela


(Ramalho & Corrêa, 2003, p. 29).

Os procedimentos de distribuição de cargas verticais mais


indicados, de acordo com os autores citados anteriormente, são os
apresentados a seguir, salientando que não é objetivo deste trabalho
apresentar os procedimentos de cálculo e sim alertar para a necessidade
desta consideração:
● Paredes isoladas;
● Grupos isolados de paredes;
● Grupos de paredes com interação;
● Modelagem tridimensional com elementos finitos.
51

4.6 Processo construtivo e detalhamento

4.6.1 Coordenação modular

Franco (1992) afirma que a facilidade com que se pode


implementar a coordenação dimensional em projetos de alvenaria
estrutural torna este sistema muito favorável à implantação de medidas de
racionalização construtiva. No mesmo trabalho o autor aponta a
coordenação dimensional como diretriz básica para a racionalização dos
processos construtivos.
A modulação é uma das premissas básicas quando se concebe
uma obra em alvenaria estrutural. A modulação da alvenaria está inserida
em um conceito mais amplo, aplicável a qualquer processo construtivo,
que é o conceito de Coordenação Modular da Construção. Este conceito
propõe a solução de todas as etapas da obra, do Projeto à Execução, de
forma a evitar desperdício de materiais, mão-de-obra e tempo.
A racionalização na alvenaria estrutural parte da padronização
dimensional do componente básico, que é o bloco de concreto ou o bloco
cerâmico. A partir do componente básico padronizado pode-se partir para
a modulação das paredes, tanto em planta como em elevação. Observa-
se que a definição do elemento padronizado é o ponto de partida para a
modulação e conseqüente racionalidade da obra e esta definição está
relacionada diretamente com a capacidade de fornecimento deste
elemento na região onde a mesma será construída.
O Quadro 4.1 apresenta as características dos blocos fornecidos
no mercado onde se insere este trabalho e referencia a malha básica para
a modulação a partir destes blocos. A coluna “dimensões padronizadas”
apresenta a largura, altura e comprimento do bloco considerado, nesta
ordem.
52

QUADRO 4.1 – Dimensões modulares e malha básica para modulação


a partir das dimensões dos blocos

Modler (2000) apresenta alguns passos práticos que, de maneira


geral, devem ser seguidos para a elaboração da modulação do projeto
arquitetônico em alvenaria estrutural.
• Definição das medidas modulares “M” e “M/2” – definidas a partir
do comprimento nominal do bloco padrão utilizado.
• Elaboração de anteprojeto arquitetônico considerando as
dimensões internas dos compartimentos como múltiplas de M/2.
• Fazer o lançamento da primeira fiada de blocos sobre o
anteprojeto.
• Efetuar ajustes de dimensões e lançar a segunda fiada.

O passo seguinte é, a partir da modulação da primeira fiada, a


produção das elevações das paredes, onde serão indicadas as posições
de aberturas, vergas, contravergas, posição da armadura construtiva e
grauteamento, posição de caixas das instalações elétricas e todas as
demais informações necessárias para o perfeito entendimento, por parte
do pedreiro, do elemento que ele estará produzindo (a parede).
O que Modler (2000) chama de comprimento nominal, neste
trabalho chamaremos de comprimento modular, assim como chamaremos
de largura modular e altura modular as outras dimensão do bloco. Adota-
se esta nomenclatura para as dimensões dos blocos em virtude das
53

normas atuais de especificação de blocos de concreto e cerâmicos


apresentarem nomenclatura divergente. Exemplificando, para o bloco do
tipo 1 do Quadro 4.1, teremos:
● Dimensão modular: largura = 15cm e comprimento=30cm;
● M = 15cm e M/2 = 15cm (critério descrito por Modler (2000);
● Malha básica para a modulação = 15cm.

A Figura 4.13 exemplifica o projeto de elevação de uma parede e a


Figura 4.14 apresenta um detalhe da planta de 1° fiada do edifício-
exemplo.

FIGURA 4.13 – Exemplo de projeto de elevação de parede do edifício-


exemplo.
54

FIGURA 4.14 – Detalhe da planta de primeira fiada do edifício-exemplo,


para o pavimento tipo.

4.6.2 Amarrações das paredes

As amarrações entre as paredes são pontos essenciais para um


perfeito comportamento da estrutura em alvenaria estrutural e devem ser
55

resolvidas na fase de modulação. A interação necessária para a


uniformização das cargas, apresentada no item 4.5, só é garantida com a
eficiência das amarrações.
A amarração das paredes pode ser executada basicamente de
duas maneira, segundo Ramalho & Corrêa (2003):
● Amarração direta, que é aquela obtida através do
intertravamento dos blocos, quando 50 % deles penetram
alternadamente na parede interceptada;
● Amarração indireta, que é aquela obtida por meio da colocação
de armaduras nas juntas de argamassa, com um ângulo de 90°,
que pode ser efetuado através de barras de aço dobradas,
armadura industrializada em forma de treliças ou grampos,
chapas ou telas metálicas de resistência comprovada.

Apresenta-se a seguir alguns detalhes de amarração de cantos e


bordas, conforme sugerido por Ramalho & Corrêa (2003). Podem ocorrer
duas situações específicas. Em uma, a malha modular básica é igual à
largura modular do bloco utilizado (15cm ou 20cm). Na outra, tem-se a
largura modular do bloco utilizado menor que a malha modular básica (
largura modular do bloco igual a 15cm e malha modular básica igual a
20cm, por exemplo). No segundo caso, será necessária a utilização de
blocos especiais para a solução de cantos e bordas.
Para a primeira situação apresentada acima temos os detalhes de
amarração apresentados nas Figuras 4.15 a 4.17.
56

FIGURA 4.15 – Canto com malha modular básica e largura modular do


bloco iguais ((a) Ramalho & Corrêa, 2003, p. 19).

FIGURA 4.16 – Borda com malha modular básica e largura modular do


bloco iguais, utilizando bloco especial de três módulos
((a) Ramalho & Corrêa, 2003, p. 19).
57

FIGURA 4.17 – Canto com malha modular básica e largura modular do


bloco iguais, amarrado sem a utilização de bloco especial
de três módulos ((a) Ramalho & Côrrea, 2003, p. 19) .

Na adoção de blocos e malha modular diferentes, é necessária a


previsão de blocos especiais para a perfeita amarração dos cantos e
bordas. Para os cantos utiliza-se um bloco de comprimento igual a soma
da largura modular do bloco e uma dimensão da malha modular (M/2). No
caso de blocos de largura modular igual a 15cm e malha modular igual a
20cm, o bloco especial terá largura modular de 15cm e comprimento
modular de 35cm. Este bloco especial pode também ser utilizado para a
solução de amarração de bordas. As Figuras 4.18 e 4.19 apresentam a
situação descrita acima.
58

FIGURA 4.18 – Canto com malha modular e largura modular do bloco


diferentes, utilizando bloco especial para amarração ((a)
Ramalho & Côrrea, 2003, p. 20).

FIGURA 4.19 – Borda com malha modular e largura modular do bloco


diferentes, utilizando bloco especial ((a) Ramalho &
Côrrea, 2003, p. 21).
59

Para a amarração de bordas na situação apresentada acima, pode-


se também utilizar blocos especiais de três furos, com comprimento
nominal igual a soma da largura modular utilizada e duas vezes a malha
modular básica. Para o exemplo apresentado acima, com blocos de
largura modular de 15cm e malha modular de 20cm, teríamos um bloco
especial com comprimento modular de 55cm (=15cm + 2x20cm) e largura
de 15 cm. A Figura 4.20 apresenta o uso de bloco especial com três furos
e comprimento modular de 55cm.

FIGURA 4.20 – Borda com malha modular básica e largura modular do bloco
diferentes, utilizando bloco especial com três furos para
amarração ((a) Ramalho & Côrrea, 2003, p.21).

4.6.3 Passagem das tubulações

Nas obras no sistema construtivo em alvenaria estrutural a


passagem de tubulações ocorre pelos vazados dos blocos ou shafts, o
que possibilita a inexistência de rasgos para o embutimento destas
tubulações. Desta forma, prevê-se a posição exata de cada eletroduto ou
tubulação hidráulica na fase de projeto e esta posição é registrada na
elevação da parede.
60

A inexistência de rasgos para embutimento de tubulações


representa um importante ganho econômico, na medida em que evita o
desperdício de material e o retrabalho (decorrente da abertura de
canaletas e rasgos e posterior fechamento com argamassa), além de
possibilitar uma obra mais limpa.
A Figura 4.21 mostra um detalhe de instalações elétricas em obra
de alvenaria estrutural, onde pode-se observar a inexistência de rasgos,
uma vez que os eletrodutos estão embutidos nos vazados dos blocos . Na
Figura 4.22 observa-se detalhe de instalações hidrossanitárias em obra
de alvenaria estrutural.

FIGURA 4.21 – Detalhe de instalações elétricas em obra de alvenaria


estrutural.
61

FIGURA 4.22 – Detalhe de instalações hidrosanitárias em obra de


alvenaria estrutural.

4.7 Caracterização do projeto do edifício-exemplo no sistema em


alvenaria estrutural

Foram definidas cinco situações para o edifício-exemplo utilizando


o sistema em alvenaria estrutural. Em todas as situações as
considerações e levantamento de serviços e insumos basearam-se no
lançamento da estrutura, considerações de carregamento e
dimensionamento feitos originalmente para o edifício-exemplo, com as
simplificações e adaptações necessárias.
Escolheram-se as cinco tipologias apresentadas a seguir:
● Edifício-exemplo com 9 pavimentos tipo (edificação original),
executado com blocos de concreto;
62

● Edifício-exemplo com 8 pavimentos tipo, executados com


blocos de concreto, sobre pilotis em concreto armado;
● Edifício-exemplo com 4 pavimentos tipo, executado com blocos
de concreto;
● Edifício-exemplo com 4 pavimentos tipo, executado com blocos
cerâmicos;
● Edifício-exemplo com 3 pavimentos tipo, executados com
blocos de concreto, sobre pilotis em concreto armado.

Para as situações consideradas definiram-se os seguintes


parâmetros de cálculo:
● A resistência do concreto, para lajes e, no caso da existência de
pilotis, para lajes, vigas e pilares, foi definida como fck = 18
MPa, considerando-se o fornecimento do concreto usinado;
● Uso de aço CA-60 e CA-50 para as armaduras das lajes e para
armaduras construtivas utilizadas nas paredes;
● Uso de fôrmas convencionais de madeira, utilizando
compensado resinado de 12 mm de espessura, com 3
utilizações, para lajes e, no caso da existência de pilotis, para
lajes, vigas e pilares;
● Alvenaria estrutural executada com blocos de concreto ou
blocos cerâmicos, com a resistência característica do bloco e
argamassa definidas pelo número de pavimentos;
● Revestimentos interno e externo executados em massa única
com argamassa industrializada;

Salienta-se que há a possibilidade de uso de outros sistemas de


fôrmas e escoramento, disponíveis no mercado atualmente, que poderiam
ser utilizados para a execução das lajes neste sistema, que não serão
considerados neste estudo pelo caráter comparativo do mesmo, tendo em
vista ter sido o sistema tradicional de fôrmas e de escoramento o
considerado no caso do sistema em concreto armado.
63

Os consumos considerados, índices e custos calculados, para as


situações em alvenaria estrutural, são apresentados no Capítulo 6.
A Figura 4.23 apresenta um detalhe das características do projeto
de fôrmas para as vigas de transição (primeiro pavimento = pilotis) da
situação para alvenaria estrutural com 8 pavimentos sobre pilotis.

FIGURA 4.23 – Detalhe da fôrma do primeiro pavimento (pilotis) para o


edifício-exemplo em alvenaria estrutural com 9
pavimentos.
64

4.8 Caracterização do projeto do edifício-exemplo em alvenaria


resistente

Optou-se pela consideração desta tipologia construtiva pelo uso


comum da mesma em obras de várias regiões do país. Foi definida uma
situação do edifício-exemplo utilizando este sistema, considerando a
edificação com 4 pavimentos. Não há um procedimento de cálculo
racional adotado para este tipo de edificação, definindo-se a adoção de
três pavimentos executados com tijolos maciços e um pavimento (o
último) executado com blocos cerâmicos vazados (furos na horizontal).
As considerações básicas adotadas foram as seguintes:
● A resistência do concreto, para lajes, foi definida como fck = 18
MPa, considerando-se o fornecimento do concreto usinado;
● Uso de aço CA-60 e CA-50 para as armaduras das lajes e para
armaduras construtivas utilizadas nas paredes (vergas,
contravergas e cintas);
● Uso de fôrmas convencionais de madeira, utilizando
compensado resinado de 12mm de espessura, com 3
utilizações, para lajes;
● Revestimentos interno e externo executados em massa única
com argamassa industrializada;

Os consumos considerados, índices e custos calculados, para a


situação apresentada acima, são apresentados no Capítulo 6.
Na Figura 4.24 observa-se o exemplo de uma obra executada em
alvenaria, com os três primeiros pavimentos sendo executados com tijolos
maciços.
65

FIGURA 4.24 – Três pavimentos executados de uma obra em alvenaria


resistente.
5 METODOLOGIA DO TRABALHO

5.1 Considerações gerais

Este trabalho desenvolveu-se de acordo com as três etapas


básicas apresentadas a seguir:
● Primeira: a partir do edifício-exemplo, foram definidos os
sistemas construtivos e escolhidas as tipologias construtivas e
subsistemas que deveriam ser objeto do estudo, definindo-se
um conjunto de parâmetros (Índices), representativos do custo
total da edificação, que permitissem a avaliação do custo
unitário e a conseqüente possibilidade de comparação destes
diversos custos unitários para os sistemas e as tipologias
construtivas adotadas;
● Segunda: calculou-se, para os sistemas e as tipologias
construtivas adotadas, os quantitativos de serviços e insumos
formadores dos parâmetros (Índices) definidos para
comparação;
● Terceira: estudou-se comparativamente os custos dos
parâmetros (Índices) definidos na primeira etapa, com base nos
quantitativos encontrados na segunda, para os sistemas e as
tipologias construtivas escolhidas.

5.2 Tipologias construtivas adotadas

O sistema construtivo utilizando estrutura reticular em concreto


armado, denominado de sistema convencional em concreto armado, é o
67

mais adotado, desde o início do século XX, na construção de edifícios.


Isto se deve, em grande parte, às características técnicas e avanços
atingidos pelos materiais utilizados, como o concreto e o aço. Os prédios
utilizando o sistema construtivo em alvenaria estrutural têm sido
projetados e construídos, no Brasil, a pouco mais de três décadas,
mesmo sendo o uso racional deste sistema construtivo adotado em outros
países a partir da década de 50 do século passado.
Para a proposta deste estudo definiu-se:

a) Sistema construtivo:
Sistema convencional em concreto armado;
Sistema em alvenaria estrutural;
Sistema misto alvenaria estrutural e concreto armado
(pilotis);
Alvenaria resistente.

b) Altura da edificação:
Edificação com 9 (nove) pavimentos;
Edificação com 4 (quatro) pavimentos.

c) Etapas consideradas (subsistemas):


Estrutura;
Vedação (considera-se além da vedação propriamente dita –
paredes – o graute e o aço no caso da alvenaria estrutural e a
abertura e posterior enchimento de rasgos para a passagem
de tubulação na alvenaria de vedação);
Revestimento.

d) Serviços e Insumos:
Concreto;
Aço;
68

Fôrmas;
Alvenaria (parede, aço e graute);
Rasgo e enchimento de canaletas na alvenaria, para
instalações;
Revestimento (reboco interno e externo).

O Quadro 5.1 apresenta um resumo das situações que serão


abordadas neste estudo.

QUADRO 5.1 – Tipologias adotadas para estudo


Sistema
Identificação Vedação Pav. Obs.
Estrutural
Blocos vazados,
Situação 1 Concreto Armado 9 -
furos na horizontal
Alvenaria
Situação 2 Blocos de concreto 9 -
Estrutural
Alvenaria
Sobre
Situação 3 Estrutural / Blocos de concreto 8+1
pilotis
Concreto Armado
Blocos vazados,
Situação 4 Concreto Armado 4
furos na horizontal -
Alvenaria
Situação 5 Bloco de concreto 4
Estrutural -
Alvenaria
Situação 6 Bloco cerâmico 4
Estrutural -
Alvenaria
Sobre
Situação 7 Estrutural / Bloco de concreto 3+1
pilotis
Concreto Armado
Tijolos maciços e
Alvenaria Blocos vazados com
Situação 8 4 -
Resistente furos na horizontal
69

5.3 Parâmetros de comparação adotados

5.3.1 Critérios

Uma vez que se buscou uma análise comparativa, procurou-se


definir serviços e materiais que pudessem representar uma diferença
significativa entre os sistemas construtivos adotados.
Entre os sistemas construtivos em alvenaria estrutural e em
concreto armado, a diferença essencial encontra-se nos subsistemas
estrutura e vedação, podendo-se incluir o revestimento. Desta forma, para
o estudo comparativo definiram-se os subsistemas estrutura, vedação e
revestimento, uma vez que estas três etapas da obra (subsistemas) são
muito representativas no custo total da construção, podendo representar
percentuais que podem variar de 35% a até 50% do custo total da
mesma. A Tabela 5.1 apresenta percentuais do custo total da obra
representados pelos subsistemas estrutura, vedação e revestimento,
segundo alguns autores.
A escolha de um sistema construtivo que possibilite economia
nestas etapas representará um significativo ganho no custo total da obra.
Subsistemas como esquadrias, cobertura, pintura, impermeabilizações e
instalações (propriamente ditas) apresentam custos que não dependem
diretamente do sistema construtivo utilizado, e sim do tipo e padrão
escolhido, por isso não são abordados neste trabalho.
70

TABELA 5.1 – Percentuais de custos dos subsistemas estrutura, vedação


e revestimento em relação ao custo total de uma
edificação, segundo alguns autores

Para o sistema construtivo em concreto armado pode-se considerar


os quantitativos e custos referentes ao concreto, aço e fôrmas (para lajes,
vigas e pilares) e os referentes à alvenaria de vedação e revestimento
(reboco interno e externo). Para o sistema construtivo em alvenaria
estrutural são considerados os quantitativos referentes às paredes
estruturais (alvenaria, graute e aço), às lajes (concreto, aço e fôrmas) e
revestimento (reboco interno e externo).
Todos os quantitativos são apresentados, para cada tipologia
adotada, referenciados ao metro quadrado de construção (do edifício-
exemplo), uma vez que se pretende apresentar um estudo comparativo
com base nos custos unitários, para os itens escolhidos.
Os parâmetros adotados para o estudo, que permitem a análise
comparativa dos custos para as tipologias construtivas escolhidas, são os
descritos nos itens a seguir.
71

5.3.2 Índice de concreto (Ic)

É a razão entre o consumo total de concreto obtido no projeto


estrutural e a área real global da edificação, obtida segundo os critérios
da NBR 12721. Será calculado separadamente para lajes, vigas e pilares.

Ic = V (m³) / A (m²) (1)

5.3.3 Índice de aço (Ia)

É a razão entre o consumo total de aço utilizado na estrutura e a


área total do edifício. Será calculado separadamente para lajes, vigas e
pilares.

Ia = P (kg) / A (m²) (2)

5.3.4 Índice de fôrma (If)

É a razão entre a área de fôrmas medida no projeto estrutural e a


área total do edifício. Será calculado separadamente para lajes, vigas e
pilares.

If = AF (m²) / A (m²) (3)

5.3.5 Índice de paredes (Ip)

Corresponde ao quociente entre a área total de paredes, medida


em elevação, descontando-se os vão correspondentes a portas e janelas,
e a área total do edifício.

Ip = AP (m²) / A (m²) (4)


72

5.3.6 Índice de graute (Ig)

É a razão entre o volume de graute consumido na alvenaria e a


área total do edifício. Este índice só é calculado para as tipologias em
alvenaria estrutural.

Ig = V (m³) / A (m²) (6)

5.3.7 Índice de aço na alvenaria (Iap)

É a razão entre o consumo total de aço utilizado nas paredes de


alvenaria e a área total do edifício. Será calculado para as tipologias em
alvenaria estrutural e alvenaria resistente.

Iap = P (kg) / A (m²) (7)

5.3.8 Índice de abertura e fechamento de rasgos na alvenaria para


instalações – Índice de rasgos (Ii)

É a razão entre o comprimento total de eletrodutos e canos da


instalação hidráulica e sanitária, em seus comprimentos dentro das
paredes de alvenaria, e a área total do edifício. Será calculado para as
tipologias em concreto armado e alvenaria resistente. Nas tipologias em
alvenaria estrutural os eletrodutos e tubulação hidráulica são colocados
dentro dos vazados dos blocos (ou shafts), não sendo necessária a
abertura de canaletas ou rasgos e posterior preenchimento, que é o que
se pretende mensurar com este índice.

Ii = L (m) / A (m²) (8)


73

5.3.9 Índice de revestimento externo (Ire)

Corresponde ao quociente entre a área externa total de


revestimento, considerando-se uma espessura padrão de 2,5cm (dois
vírgula cinco centímetros), medida em elevação, descontando-se os vãos
correspondentes a portas e janelas, e a área total do edifício.

Ire = [espessura em obra(cm)/2,5 (cm)] x [Are (m²) / A (m²)] (9)

5.3.10 Índice de revestimento interno (Iri)

Corresponde ao quociente entre a área total de revestimento


interno, considerando-se uma espessura padrão de 1cm (um centímetro),
medida em elevação, descontando-se os vãos correspondentes a portas
e janelas, e a área total do edifício.

Iri = [espessura em obra(cm)/1 (cm)] x [Ari (m²) / A (m²)] (10)

5.4 Origem dos dados

Os consumos referentes aos índices apresentados em 5.3.2 a 5.3.8


foram obtidos através dos projetos desenvolvidos para o edifício-exemplo
em cada tipologia e sistema estrutural adotados.
Obtiveram-se consumos geradores dos índices apresentados em
5.3.9 e 5.3.10 da seguinte forma:

a) Para a alvenaria estrutural: espessura média de revestimento


interno e externo medida em obra (na execução do edifício-
exemplo);
74

b) Para o concreto armado: espessura média obtida a partir de


estudo desenvolvido pelo NORIE (1998).

QUADRO 5.2 – Quadro resumo dos parâmetros (Índices) adotados para


comparação
Tipologias onde o índice existe
Índice Etapa Unidade
CA AE AE sobre pilotis AR
Lajes m³/m²
Ic Vigas m³/m²
Pilares m³/m²
Lajes kg/m²
Ia Vigas kg/m²
Pilares kg/m²
Lajes m²/m²
If Vigas m²/m²
Pilares m²/m²
Ip Alvenaria m²/m²
Iap Alvenaria kg/m²
Ig Alvenaria m³/m²
Ii Alvenaria m/m²

CA: Concreto Armado/AE: Alvenaria Estrutural/AR: Alvenaria Resistente

5.5 Critérios para o cálculo do custo

Comparar custos é uma tarefa que apresenta um elevado grau de


complexidade, uma vez que o custo final de uma obra é influenciado por
inúmeras variáveis, complexas e de difícil caracterização.
Neste estudo optou-se por utilizar composições usuais para os
serviços considerados e, através do cálculo destas composições, definir-
se o custo unitário dos serviços e etapas objeto do estudo. As
composições consideram apenas os serviços propriamente dito,
75

envolvidos diretamente na produção dos subsistemas estudados. Desta


forma, não se consideram os custos relacionados ao terreno da
edificação, remuneração de corretores e construtor, custos administrativos
da empresa construtora ou quaisquer outros não relacionados
diretamente com os serviços abordados neste estudo.
As composições adotadas, com pequenas adaptações, quando
necessário, foram obtidas de uma coletânea publicada periodicamente
por uma empresa especializada em custos, gerenciamento de obras e
serviços técnicos em engenharia – a PINI Sistemas. Estas composições
são apresentadas nas “Tabelas para Composições de Preços para
Orçamentos” - TCPO 2000 (PINI, 1999).
Os valores monetários referem-se a preços médios praticados em
março de 2003, mês em que o CUB/RS (Custo Unitário Básico calculado
pelo SINDUSCON/RS) correspondia a R$ 672,98 (seiscentos e setenta e
dois reais e noventa e oito centavos). Os preços médios dos insumos e
mão-de-obra considerados nas composições utilizadas foram aqueles
praticados no mercado local no período de realização do trabalho. Para
insumos não disponíveis no mercado local, foram utilizados os preços
médios obtidos através do banco de dados (via internet) da PINI Sistemas
(2003) que faz este levantamento para as principais capitais do país.
Fatores como tipo de material (condições de fornecimento, oferta
na região da obra, padrão de acabamento), tipo da mão-de-obra utilizada
(própria ou terceirizada), custos administrativos e impostos, interferem e
determinam diretamente o custo de uma edificação, e comparar-se o
custo de edificações sem parâmetros homogêneos não traria resultado
satisfatório. Por esta razão neste trabalho optou-se pelo uso do edifício-
exemplo, que foi descrito no item 1.3, o que permite chegar a custos
unitários, para cada situação estudada, passíveis de serem comparados
entre si por terem sido produzidos sob critérios semelhantes, dentro das
condições, simplificações e considerações apresentadas no decorrer do
trabalho e idênticos para todas as situações analisadas.
76

Considerou-se que as condições do canteiro de obras, acesso e


fornecimento de materiais fossem semelhantes para todas as situações
estudadas.
Os índices apresentados neste trabalho permitem que qualquer
empresa, através de seus custos básicos, obtenha custos unitários
referentes aos sistemas estudados mais próximos de sua realidade, ou
seja, custos calculados a partir da apropriação de quantitativos de
produtividade e materiais obtidos pela empresa em obras por ela
executadas.
Os custos unitários calculados para as diversas situações criadas
neste estudo são válidos para o edifício-exemplo apresentado
anteriormente e dentro dos critérios e considerações discutidos neste
trabalho, servindo de referência inicial para a avaliação do custo de
empreendimentos com características semelhantes, observando-se as
ressalvas e simplificações necessárias, além das características próprias
de cada empresa.
O custo unitário final encontrado para cada situação estudada
corresponde a um custo orçado. Alguns fatores ou procedimentos que
podem trazer vantagem econômica para um dos sistemas construtivos
estudados, e que não foram considerados nas composições utilizadas,
serão descritos no item 6.4.
A Figura 5.1 representa graficamente a metodologia adotada para
a realização deste trabalho. Os índices calculados para os serviços
considerados, para os subsistemas escolhidos, multiplicados pelo custo
unitário de cada serviço, geram o custo total de 1,00 m² da edificação, ou
seja, o custo unitário total. Este custo unitário total calculado para o
edifício-exemplo, para cada uma das situações sugeridas, permite o
estudo comparativo a que este trabalho se propõe.
77

FIGURA 5.1 – Os índices calculados para cada subsistema permitem o


cálculo do custo unitário do edifício-exemplo, para cada
sistema estrutural escolhido e tipologia adotada.
6 RESULTADO E ANÁLISE DE CUSTOS

6.1 Análise Comparativa de Custos

O objetivo deste trabalho é a análise comparativa de custos, para


os sistemas construtivos e tipologias adotadas. O custo unitário total para
cada uma das situações propostas é obtido através da soma dos custos
unitários de cada um dos serviços considerados multiplicados pelos
respectivos índices de consumo.
Os consumos encontrados e índices calculados para cada uma das
oito tipologias estudadas são apresentados no item 6.2. O item 6.3
apresenta o cálculo do custo unitário total para cada uma das situações
analisadas.
Os resultados encontrados através da metodologia adotada são
apresentados nos quadros a seguir. Nestes quadros apresenta-se o custo
nominal encontrado, em reais (R$), para a data de realização do estudo, e
o custo referencial, que é o quociente entre o custo unitário total da
situação analisada e o custo unitário total da situação referência. Adota-se
como situação de referência aquela que apresenta o menor custo unitário
total, separadamente para as situações com nove pavimentos e para as
situações com quatro pavimentos. A Tabela 6.1 apresenta o custo unitário
total, o custo referencial e a variação do custo referencial para as
situações com nove pavimentos (Situações 1, 2 e 3). A Tabela 6.2
apresenta as mesmas informações para as situações com quatro
pavimentos (Situações 4, 5, 6, 7 e 8). Os gráficos apresentados nas
Figuras 6.1 e 6.2 foram elaborados com base nos resultados (custo
79

unitário total, para cada uma das oito situações, para os subsistemas
analisados) apresentados nas Tabelas 6.1 e 6.2.

TABELA 6.1 – Comparativo de custo para as situações com 9 pavimentos

1 2 3
Situação Concreto armado, blocos Alvenaria estrutural, Alvenaria estrutural,
vazados (furos na blocos de concreto, blocos de concreto, sobre
horizontal), 9 pavimentos 9 pavimentos pilotis, 8+1 pavimentos

Custo em R$ R$ 196,18 RS 124,14 R$ 133,24

Custo referencial 1,58 1,00 1,07

Variação + 58% Referência + 7%


1,58

200
1,07
1,00

150
196,18

100
133,24
124,14

50

0
Sit. 1 - Concreto armado
Sit. 2 - Alvenaria estrutural sem pilotis
Sit. 3 - Alvenaria estrutural com pilotis

FIGURA 6.1 – Comparativo de custo para as situações com 9 pavimentos.


80

TABELA 6.2 – Comparativo de custos para as situações com 4


pavimentos

4 5 6 7 8
Alvenaria resistente,
Concreto armado, Alvenaria Alvenaria Alvenaria estrutural,
Situação blocos vazados estrutural, blocos estrutural, blocos blocos de concreto,
tijolos maciços e
blocos vazados
(furos horizontal), de concreto, de cerâmica, 3+1 pavimentos
(furos horizontal)
4 pavimentos 4 pavimentos 4 pavimentos sobre pilotis
4 pavimentos

Custo em R$ R$ 181,20 R$ 121,69 R$ 110,14 R$ 128,46 R$ 124,17

Custo referencial 1,65 1,10 1,00 1,17 1,13

Variação + 65% + 10% Referência + 17% + 13%


1,65

200
1,17

1,13
1,10
181,20

150
1,00
121,69

124,17

100
128,46
110,14

50

Concreto armado
AE sem pilotis bloco de concreto
AE sem pilotis bloco cerâmico
Alvenaria estrutural com pilotis
Alvenaria Resistente

FIGURA 6.2 – Comparativo de custos para as situações com 4


pavimentos.
81

É importante salientar que as diferenças de custo unitário


observadas entre os sistemas construtivos e tipologias adotadas referem-
se apenas aos subsistemas estudados (estrutura, vedação e
revestimento), e não ao custo total da obra. A princípio, considera-se que
o custo dos outros subsistemas, não considerado neste estudo, será
idêntico ou muito semelhante para qualquer tipo de obra, quando adotado
o mesmo padrão de acabamento e materiais utilizados.
Pode-se exemplificar da seguinte forma, o custo unitário da
Situação 3 (alvenaria estrutura, blocos de concreto, sobre pilotis, 8+1
pavimentos) é 7% superior ao custo unitário da Situação 2 (alvenaria
estrutural, blocos de concreto, 9 pavimentos), mas isso não quer dizer que
a obra da Situação 3 será 7% mais cara do que a obra da Situação 2, e
sim que o custo unitário para os subsistemas estrutura, vedação e
revestimento será 7% maior. Assim, se estes subsistemas representarem
45% do custo total da obra, por exemplo, esta diferença de custo poderá
representar 3,15% de acréscimo da obra da Situação 3 em relação à obra
da Situação 2.
Da mesma forma, observa-se que o custo unitário total encontrado
para a Situação 4 (concreto armado, blocos vazados com furos na
horizontal, 4 pavimentos) é 58 % superior àquele encontrados para a
Situação 6 (alvenaria estrutural, blocos cerâmicos, 4 pavimentos). Isto
quer dizer que, para os subsistemas analisados (estrutura, vedação e
revestimento), o custo será 58 % superior para a Situação 6. Se estes
subsistemas representarem 45 % do custo total da obra, por exemplo,
esta diferença de custo poderá representar até 26,10 % de acréscimo no
custo total da mesma, comparando-se uma que adota alvenaria estrutural
(custo referencial 1,00) com outra que adota estrutura em concreto
armado (custo referencial = 1,58), para a situação analisada.
Nas Tabelas 6.3 e 6.4 apresentam-se, comparativamente, os
custos encontrados para os serviços e insumos que compõe o custo
unitário total do edifício-exemplo, para cada uma das situações
82

analisadas. O custo apresentado nas tabelas é referencial. Para todos os


serviços adota-se como uma unidade os custos da Situação 2 (alvenaria
estrutural com blocos de concreto) para o caso do edifício-exemplo com 9
pavimentos e da Situação 6 (alvenaria estrutural com blocos cerâmicos)
para o caso do edifício exemplo com 4 pavimentos.

TABELA 6.3 – Custo comparativo para os serviços e insumos que


compõe o custo dos subsistemas analisados, para as
situações com 9 pavimentos

Os percentuais apresentados nas Tabelas 6.3 e 6.4 indicam quanto


o custo de determinado serviço é superior ou inferior em relação ao custo
referencial.
83

TABELA 6.4 – Custo comparativo para os serviços e insumos que


compõe o custo dos subsistemas analisados, para as
situações com 4 pavimentos

Analisando a Tabela 6.3 e tomando como exemplo o custo do


subsistema Estrutura da Situação 1, observa-se que o mesmo apresenta
um custo unitário 159% superior ao custo unitário do subsistema Estrutura
encontrado para a Situação 2 (referência). O custo unitário do concreto
para a Estrutura da Situação 1 é 102% superior ao custo unitário
referencial para este serviço (custo unitário do concreto para a Estrutura
da Situação 2, que é a referência). Por outro lado, o custo unitário do
subsistema Vedação para a Situação 1 é 28% inferior ao custo unitário do
subsistema Vedação da Situação 2 (referência).
84

O raciocínio descrito no parágrafo anterior pode ser estendido para


todas as situações, subsistemas e serviços considerados, e permite a
análise dos serviços e subsistemas onde houve acréscimo ou redução do
custo unitário em relação à situação de referência.

6.2 Cálculo dos Consumos e Índices

6.2.1 Considerações iniciais

Nos itens 6.2.2 a 6.2.9 são apresentados, para cada uma das
situações estudadas, os consumos encontrados e índices calculados. Os
consumos, encontrados a partir do edifício-exemplo para cada uma das
situações analisadas, são apresentados separadamente para os
subsistemas estrutura, vedação e revestimento.
Para o subsistema estrutura apresentam-se os consumos de
concreto (m³), aço (kg) e fôrmas (m²), separadamente, para as lajes, vigas
e pilares. Para o subsistema vedação são apresentados os consumos de
alvenaria (m²), aço (kg) e graute (m²) e o comprimento total de rasgos
necessários para a colocação de eletrodutos nas paredes (m). Para o
subsistema revestimento apresenta-se, tanto para o revestimento interno
como para o revestimento externo, a espessura média considerada e a
área total de revestimento considerada (m²).
A partir dos consumos descritos acima, de acordo com os critérios
estabelecidos no Capítulo 5, calculam-se os Índices para cada uma das
oito situações analisadas. Estes Índices também são apresentados nos
itens 6.2.2 a 6.2.9.
O item 6.2.10 apresenta o quadro resumo dos Índices calculados e
gráficos que relacionam estes Índices para cada uma das situações,
subsistemas e serviços considerados. No item 6.2.11 discorre-se sobre a
verificação de parte dos índices encontrados neste trabalho.
85

6.2.2 Situação 1: Concreto armado, blocos vazados com furos na


horizontal, 9 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 1. A área total considerada é de 3138,93 m².

CONSUMO
Concreto Aço Área de Fôrmas
Estrutura
m³ Kg m²
Lajes 220,20 5551,00 2613,00
Vigas 127,00 10925,00 2088,00
Pilares 96,90 17359,00 1383,00
Total 444,10 33835,00 6084,00
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m² Kg m³
Paredes 5400,52 0,00 0,00
Instalações Comprimento de rasgos (m) 2979,00
Espessura média Área total
Revestimento
Cm m²
Interno 2,06 7681,41
Externo 2,73 2275,83

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² Kg/m² m²/m²
Lajes 0,0702 1,7684 0,8324
Vigas 0,0405 3,4805 0,6652
Pilares 0,0309 5,5302 0,4406
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² Kg/m² m³/m²
Paredes 1,7205 0,0000 0,0000
Rasgos m/m² 0,9490

Revestimento
Interno m²/m² 5,0411
Externo m²/m² 0,7917
86

6.2.3 Situação 2: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, 9 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 2. A área total considerada é de 3138,93 m².

CONSUMO
Concreto Aço Área de Fôrmas
Estrutura
m³ kg m²
Lajes 220,20 5551,00 2613,00
Vigas 0,00 0,00 0,00
Pilares 0,00 0,00 0,00
Total 220,20 5551,00 2613,00
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m² kg m³
Paredes 5791,09 6142,32 182,67
Instalações Comprimento de rasgos (m) 0,00
Espessura média Área total
Revestimento
cm m²
Interno 0,89 7681,41
Externo 2,50 2275,83

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² kg/m² m²/m²
Lajes 0,0702 1,7684 0,8324
Vigas 0,0000 0,0000 0,0000
Pilares 0,0000 0,0000 0,0000
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² kg/m² m³/m²
Paredes 1,8449 1,9568 0,0582
Rasgos m/m² 0,0000

Revestimento
Interno m²/m² 2,1780
Externo m²/m² 0,7250
87

6.2.4 Situação 3: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre pilotis,


8+1 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 3. A área total considerada é de 3138,93 m².

CONSUMO
Concreto Aço Área de Fôrmas
Estrutura
m³ Kg m²
Lajes 220,20 5551,00 2613,00
Vigas 35,60 5632,00 417,00
Pilares 15,90 3634,00 208,00
Total 271,70 14817,00 3238,00
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m² Kg m³
Paredes 5147,63 5459,84 166,44
Instalações Comprimento de rasgos (m) 0,00
Espessura média Área total
Revestimento
cm m²
Interno 0,89 6827,92
Externo 2,50 2022,96

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² kg/m² m²/m²
Lajes 0,0702 1,7684 0,8324
Vigas 0,0113 1,7942 0,1328
Pilares 0,0051 1,1577 0,0663
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² kg/m² m³/m²
Paredes 1,6399 1,7394 0,0530
Rasgos m/m² 0,0000

Revestimento
Interno m²/m² 1,9360
Externo m²/m² 0,6445
88

6.2.5 Situação 4: Concreto armado, blocos vazados com furos na


horizontal, 4 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 4. A área total considerada é de 1395,08 m².

CONSUMO
Concreto Aço Área de Fôrmas
Estrutura
m³ kg m²
Lajes 97,30 2474,00 1164,00
Vigas 56,30 4076,00 921,00
Pilares 27,90 3604,00 472,00
Total 181,50 10154,00 2557,00
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m² kg m³
Paredes 2400,23 0,00 0,00
Instalações Comprimento de rasgos (m) 1324,00
Espessura média Área total
Revestimento
cm m²
Interno 2,06 3413,96
Externo 2,73 1011,48

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² Kg/m² m²/m²
Lajes 0,0697 1,7734 0,8344
Vigas 0,0404 2,9217 0,6602
Pilares 0,0200 2,5834 0,3383
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² kg/m² m³/m²
Paredes 1,7205 0,0000 0,0000
Rasgos m/m² 0,9490

Revestimento
Interno m²/m² 5,0411
Externo m²/m² 0,7917
89

6.2.6 Situação 5: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, 4 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 5. A área total considerada é de 1395,08 m².

CONSUMO
Concreto Aço Área de Fôrmas
Estrutura
m³ Kg m²
Lajes 97,30 2474,00 1164,00
Vigas 0,00 0,00 0,00
Pilares 0,00 0,00 0,00
Total 97,30 2474,00 1164,00
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m² Kg m³
Paredes 2573,82 2729,84 64,92
Instalações Comprimento de rasgos (m) 0,00
Espessura média Área total
Revestimento
cm m²
Interno 0,89 3413,96
Externo 2,50 1011,48

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² Kg/m² m²/m²
Lajes 0,0697 1,7734 0,8344
Vigas 0,0000 0,0000 0,0000
Pilares 0,0000 0,0000 0,0000
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² kg/m² m³/m²
Paredes 1,8449 1,9568 0,0465
Rasgos m/m² 0,0000

Revestimento
Interno m²/m² 2,1780
Externo m²/m² 0,7250
90

6.2.7 Situação 6: Alvenaria estrutural, blocos cerâmicos, 4 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 6. A área total considerada é de 1395,08 m².

CONSUMO
Estrutura Concreto Aço Área de Fôrmas
m³ kg m²
Lajes 97,30 2474,00 1164,00
Vigas 0,00 0,00 0,00
Pilares 0,00 0,00 0,00
Total 97,30 2474,00 1164,00
Vedação Alvenaria Aço Graute
m² Kg m³
Paredes 2573,82 2729,84 64,92
Instalações Comprimento de rasgos (m) 0,00
Revestimento Espessura média Área total
cm m²
Interno 0,89 3413,96
Externo 2,50 1011,48

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² kg/m² m²/m²
Lajes 0,0697 1,7734 0,8344
Vigas 0,0000 0,0000 0,0000
Pilares 0,0000 0,0000 0,0000
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² kg/m² m³/m²
Paredes 1,8449 1,9568 0,0465
Rasgos m/m² 0,0000

Revestimento
Interno m²/m² 2,1780
Externo m²/m² 0,7250
91

6.2.8 Situação 7: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre pilotis,


3+1 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 7. A área total considerada é de 1395,08 m².

CONSUMO
Concreto Aço Área de Fôrmas
Estrutura
m³ kg m²
Lajes 96,87 2473,00 1155,00
Vigas 25,00 3627,00 316,00
Pilares 9,20 1839,00 149,00
Total 131,07 7939,00 1620,00
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m² kg m³
Paredes 1930,36 2047,38 48,69
Instalações Comprimento de rasgos (m) 0,00
Espessura média Área total
Revestimento
cm m²
Interno 0,89 2560,47
Externo 2,50 758,61

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² Kg/m² m²/m²
Lajes 0,0694 1,7727 0,8279
Vigas 0,0179 2,5999 0,2265
Pilares 0,0066 1,3182 0,1068
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² kg/m² m³/m²
Paredes 1,3837 1,4676 0,0349
Rasgos m/m² 0,0000

Revestimento
Interno m²/m² 1,6335
Externo m²/m² 0,5438
92

6.2.9 Situação 8: Alvenaria resistente, tijolos maciços e blocos vazados


com furos na horizontal, 4 pavimentos

Apresenta-se neste item o levantamento de consumo e cálculo dos


índices para a Situação 8. A área total considerada é de 1395,08 m².

CONSUMO
Concreto Aço Área de Fôrmas
Estrutura
m³ kg m²
Lajes 97,30 2474,00 1164,00
Vigas 0,00 0,00 0,00
Pilares 0,00 0,00 0,00
Total 97,30 2474,00 1164,00
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m² kg m³
Paredes 2573,82 0,00 0,00
Instalações Comprimento de rasgos (m) 1324,00
Espessura média Área total
Revestimento
cm m²
Interno 2,06 3413,96
Externo 2,73 1011,48

ÍNDICES
Concreto Aço Formas
Estrutura
m³/m² Kg/m² m²/m²
Lajes 0,0697 1,7734 0,8344
Vigas 0,0000 0,0000 0,0000
Pilares 0,0000 0,0000 0,0000
Alvenaria Aço Graute
Vedação
m²/m² kg/m² m³/m²
Paredes 1,8449 0,0000 0,0000
Rasgos m/m² 0,9490

Revestimento
Interno m²/m² 5,0411
Externo m²/m² 0,7917
93

6.2.10 Análise comparativa dos índices calculados

A Tabela 6.5 relaciona os índices encontrados para os dois


sistemas construtivos e todas as tipologias analisadas, considerando cada
um dos subsistemas estudados (estrutura, vedação e revestimento).

TABELA 6.5 – Índices encontrados para os dois sistemas construtivos e


todas as tipologias analisadas, para cada um dos
subsistemas estudados.

As Figuras 6.3 a 6.11 apresentam gráficos comparativos do


consumo (índice calculado) para cada um dos subsistemas e cada uma
das situações analisadas. Estes gráficos permitem a análise da variação
de cada índice, comparativamente, para cada um dos subsistemas
estudados e tipologias adotadas.
94

Concreto - Ic

8 0,0697

7 0,0940

6 0,0697
Situações

5 0,0697

4 0,1301

3 0,0866

2 0,0702

1 0,1415

0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16


1 2 3 4 5 6 7 8
Ip 0,1415 0,0702 0,0866 0,1301 0,0697 0,0697 0,0940 0,0697

FIGURA 6.3 – Índice unitário de concreto para o subsistema estrutura para


cada uma das oito situações analisadas
.

Aço - Ia

8 0,8344

7 1,1612

6 0,8344
Situações

5 0,8344

4 1,8329

3 1,0316

2 0,8324

1 1,9382

-0,20 0,10 0,40 0,70 1,00 1,30 1,60 1,90 2,20


1 2 3 4 5 6 7 8
Ip 1,9382 0,8324 1,0316 1,8329 0,8344 0,8344 1,1612 0,8344

FIGURA 6.4 – Índice unitário de aço para o subsistema estrutura para cada
uma das oito situações analisadas.
95

Fôrmas - If

8 0,8344

7 1,1612

6 0,8344
Situações

5 0,8344

4 1,8329

3 1,0316

2 0,8324

1 1,9382

-0,20 0,10 0,40 0,70 1,00 1,30 1,60 1,90 2,20


1 2 3 4 5 6 7 8
Ip 1,9382 0,8324 1,0316 1,8329 0,8344 0,8344 1,1612 0,8344

FIGURA 6.5 – Índice unitário de fôrmas para o subsistema estrutura para


cada uma das oito situações analisadas.

Paredes - Ip

8 1,8449

7 1,3837

6 1,8449
Situações

5 1,8449

4 1,7205

3 1,6399

2 1,8449

1 1,7205

0,00 0,30 0,60 0,90 1,20 1,50 1,80 2,10


1 2 3 4 5 6 7 8
Ip 1,7205 1,8449 1,6399 1,7205 1,8449 1,8449 1,3837 1,8449

FIGURA 6.6 – Índice unitário de paredes para o subsistema vedação


para cada uma das oito situações analisadas.
96

Aço - Iap

8 0,9947

7 1,4676

6 1,9568
Situações

5 1,9568

4 0,0000

3 1,7394

2 1,9568

1 0,0000

0,00 0,30 0,60 0,90 1,20 1,50 1,80 2,10


1 2 3 4 5 6 7 8
Iap 0,0000 1,9568 1,7394 0,0000 1,9568 1,9568 1,4676 0,9947

FIGURA 6.7 – Índice unitário de aço (nas paredes) para o subsistema


vedação para cada uma das oito situações analisadas.

Graute - Ig

8 0,0000

7 0,0349

6 0,0465
Situações

5 0,0465

4 0,0000

3 0,0530

2 0,0582

1 0,0000

0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07


1 2 3 4 5 6 7 8
Ig 0,0000 0,0582 0,0530 0,0000 0,0465 0,0465 0,0349 0,0000

FIGURA 6.8 – Índice unitário de graute para o subsistema vedação para


cada uma das oito situações analisadas.
97

Rasgos - Ii
8 0,9490

7 0,0000

6 0,0000
Situações

5 0,0000

4 0,9490

3 0,0000

2 0,0000

1 0,9490

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20


1 2 3 4 5 6 7 8
Ii 0,9490 0,0000 0,0000 0,9490 0,0000 0,0000 0,0000 0,9490

FIGURA 6.9 – Índice unitário de rasgos (abertura e enchimento) para o


subsistema vedação para cada uma das oito situações
analisadas.

Revestimento Interno - Iri

8 5,0411

7 1,6335

6 2,1780
Situações

5 2,1780

4 5,0411

3 1,9360

2 2,1780

1 5,0411

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00


1 2 3 4 5 6 7 8
Iri 5,0411 2,1780 1,9360 5,0411 2,1780 2,1780 1,6335 5,0411

FIGURA 6.10 – Índice unitário de revestimento interno (subsistema


revestimento) para cada uma das oito situações
analisadas.
98

Revestimento Externo - Ire

8 0,7917

7 0,5438

6 0,7250
Situações

5 0,7250

4 0,7917

3 0,6445

2 0,7250

1 0,7917

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00


1 2 3 4 5 6 7 8
Ire 0,7917 0,7250 0,6445 0,7917 0,7250 0,7250 0,5438 0,7917

FIGURA 6.11 – Índice unitário de revestimento externo (subsistema


revestimento) para cada uma das oito situações
analisadas.

6.2.11 Verificação de parte dos índices encontrados

O Sistema de Indicadores de Qualidade e Produtividade para a


Construção Civil, desenvolvido pelo NORIE-UFRGS (1998), apresenta
alguns índices que permitem a verificação de parte dos índices
encontrados neste trabalho, para o edifício-exemplo.
A Tabela 6.6 apresenta os índices encontrados no trabalho do
NORIE (1998) e aqueles encontrados neste trabalho, para as situações
em que é válida a comparação.
99

TABELA 6.6 – Índices encontrados no trabalho do NORIE e os


encontrados neste trabalho

Verifica-se que os índices relacionados à estrutura de concreto


armado, encontrados no cálculo do edifício-exemplo, são muito
semelhantes aos índices médios encontrados no levantamento do NORIE
(1998) para o caso do edifício-exemplo com nove pavimentos. Estes
mesmos índices, para o edifício-exemplo com quatro pavimentos, são
inferiores àqueles encontrados no referido levantamento.

6.3 Análise de custos

6.3.1 Considerações iniciais

O procedimento adotado para o cálculo dos custos unitário


considerado em todas as situações foi descrito no Capítulo 5.
De acordo com a metodologia adotada, o serviço de concretagem
(concreto usinado, lançamento, adensamento e cura) pode ser
considerado com o custo idêntico para os diversos elementos estruturais
(lajes, vigas e pilares), em ambos os sistemas estruturais e em todas as
tipologias escolhidas. O custo do serviço é calculado por m³ de concreto.
100

Para o serviço de armação de aço (corte, dobramento e colocação


na fôrma) foi considerado um custo ligeiramente inferior para o aço
utilizado nas lajes. A literatura indica uma maior produtividade da mão-de-
obra, por kg de aço, na produção da armadura da laje em relação a vigas
e pilares por tratar-se normalmente de aço de menor diâmetro. O custo do
serviço é calculado por kg de aço.
Para as fôrmas adotou-se um custo uniforme para a produção
(corte, montagem e desfôrma) para os diversos elementos estruturais
(lajes, vigas e pilares). O custo do serviço é calculado por m² de fôrma.
A alvenaria (estrutural com blocos de concreto, estrutural com
blocos cerâmicos, com tijolos maciços ou de vedação) apresenta um
custo diferenciado para cada situação analisada. Além da variação no
custo e quantidade de insumos, há uma grande variabilidade com relação
à mão-de-obra para a execução de cada tipo de alvenaria. Para o custo
unitário consideram-se as peculiaridades de cada caso. O custo do
serviço é calculado por m² de parede.
O custo do aço construtivo utilizado na alvenaria é inferior ao custo
do aço utilizado na estrutura de concreto, por não exigir dobras e
montagem, apenas a colocação, nos vazados dos blocos ou em
canaletas, de barras geralmente retas. O custo do serviço é calculado por
kg de aço.
O custo adotado para o graute leva em conta a produção e a
colocação nos vazados da alvenaria, onde houver a necessidade. O custo
do serviço refere-se ao m³ de graute.
No custo unitário considerado para as instalações (canaletas e
rasgos) contemplam-se a mão-de-obra para a abertura de rasgos nas
paredes de alvenaria e o material e mão-de-obra necessários para o
posterior enchimento destes rasgos com argamassa, após a colocação de
caixas elétricas, eletrodutos e canos hidráulicos. O custo do serviço é
101

calculado por metro linear de rasgo na parede de alvenaria. O custo dos


eletrodutos, canos, e mão-de-obra para colocação específica dos mesmos
não é considerado. O custo destes materiais e mão-de-obra é
semelhante, independentemente do sistema estrutural adotado.
Para o revestimento considera-se um custo unitário para a
execução do serviço interno (espessura básica considerada de 1cm) e um
custo unitário para a execução do serviço externo (espessura básica
considerada de 2,5cm). A diferença do custo para cada sistema e
tipologia construtiva adotada é levada em conta a partir da espessura
média do revestimento, adotada para determinado sistema e tipologia. O
custo do serviço é tomado com base no m² de revestimento, considerando
uma espessura de 1cm para o revestimento interno e 2,5 cm para o
revestimento externo.
O cálculo do custo unitário do edifício exemplo, para os sistemas
estruturais e tipologias escolhidas, é apresentado nos itens 6.3.2 a 6.3.9,
a seguir. As tabelas apresentam, para as oito situações estudadas, o
índice e o custo unitário considerado para cada um dos serviços que
forma o custo unitário total do edifício-exemplo. Indica-se o custo unitário
total encontrado, em reais, na data da realização deste trabalho
(março/2003) e este mesmo custo referido ao CUB/RS, que correspondia
a R$ 672,98, nesta data.
Além das informações referentes ao cálculo do custo unitário,
apresentam-se três gráficos, para cada uma das oito situações, para a
perfeita avaliação do percentual de cada influência no custo final,
considerando-se os seguintes fatores:

● Custo percentual por subsistema considerado:


o Estrutura;
o Vedação;
102

o Revestimento;

● Custo percentual por elemento considerado:


o Lajes;
o Vigas;
o Pilares;
o Paredes;
o Revestimentos;

● Custo percentual por serviço considerado:


o Concreto;
o Aço;
o Fôrmas;
o Alvenaria;
o Aço paredes;
o Graute;
o Reboco interno;
o Reboco externo;
o Rasgos (abertura e enchimento) para instalações.
103

6.3.2 Situação 1: Concreto armado, blocos vazados com furos na


horizontal, 9 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.7 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 1. As Figuras 6.12 a 6.14 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 1.

TABELA 6.7 – Cálculo do custo unitário total para a Situação 1


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0702 R$ 239,59 R$ 16,82
Vigas m³/m² 0,0405 R$ 239,59 R$ 9,70
Pilares m³/m² 0,0309 R$ 239,59 R$ 7,40
Sub-total R$ 33,93
AÇO
Lajes kg/m² 1,7684 R$ 2,58 R$ 4,56
Vigas kg/m² 3,4805 R$ 2,60 R$ 9,05
Pilares kg/m² 5,5302 R$ 2,60 R$ 14,38
Sub-total R$ 27,99
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8324 R$ 29,67 R$ 24,70
Vigas m²/m² 0,6652 R$ 29,67 R$ 19,74
Pilares m²/m² 0,4406 R$ 29,67 R$ 13,07
Sub-total R$ 57,51
TOTAL ESTRUTURA R$ 119,42
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,7205 R$ 23,54 R$ 40,50
Aço kg/m² 0,0000 R$ 2,30 R$ -
Graute m³/m² 0,0000 R$ 205,70 R$ -
Rasgos m/m² 0,9490 R$ 3,08 R$ 2,92
TOTAL VEDAÇÃO R$ 43,42
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 5,0411 R$ 5,07 R$ 25,56
Externo m²/m² 0,7917 R$ 9,82 R$ 7,77
TOTAL REVESTIMENTO R$ 33,33
CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 196,18
CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIADO AO CUB 0,2915
104

Revestimento
17%

Vedação
Estrutura
22%
61%

FIGURA 6.12 - Situação 1: custo percentual por subsistema.

Revestimento Laje
17% 23%

Parede
22% Viga
20%
Pilar
18%

FIGURA 6.13 – Situação 1: custo percentual por elemento.

Instalações
1% Reb externo
Reb interno Concreto
Graute 4%
13% 17%
0%

Aço paredes Aço


0% 14%

Alv blocos
21%

Fôrmas
30%

FIGURA 6.14 – Situação 1: custo percentual por serviço.


105

6.3.3 Situação 2: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, 9 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.8 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 2. As Figuras 6.15 a 6.17 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 2.

TABELA 6.8 – Cálculo do custo unitário total para a Situação 2.


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0702 R$ 239,59 R$ 16,82
Vigas m³/m² 0,0000 R$ 239,59 R$ -
Pilares m³/m² 0,0000 R$ 239,59 R$ -
Sub-total R$ 16,82
AÇO
Lajes kg/m² 1,7684 R$ 2,58 R$ 4,56
Vigas kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Pilares kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Sub-total R$ 4,56
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8324 R$ 29,67 R$ 24,70
Vigas m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Pilares m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Sub-total R$ 24,70
TOTAL ESTRUTURA R$ 46,08
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,8449 R$ 23,54 R$ 43,43
Aço kg/m² 1,9568 R$ 2,30 R$ 4,50
Graute m³/m² 0,0582 R$ 205,70 R$ 11,97
Instalações m/m² 0,0000 R$ 3,08 R$ -
TOTAL VEDAÇÃO R$ 59,90
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 2,1780 R$ 5,07 R$ 11,04
Externo m²/m² 0,7250 R$ 9,82 R$ 7,12
TOTAL REVESTIMENTO R$ 18,16

CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 124,14


CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIADO AO CUB 0,1844
106

Revestimento
15%
Estrutura
37%

Vedação
48%

FIGURA 6.15 - Situação 2: custo percentual por subsistema.

Revestimento
15% Laje
37%

Parede
48%

FIGURA 6.16 – Situação 2: custo percentual por elemento.

Reb interno Reb externo Concreto


9% 6% 14% Aço
Graute 4%
10%

Aço paredes
Fôrmas
4%
19%

Alv blocos
34%

FIGURA 6.17 – Situação 2: custo percentual por serviço.


107

6.3.4 Situação 3: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre pilotis,


8+1 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.9 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 3. As Figuras 6.18 a 6.20 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 3.

TABELA 6.9 – Cálculo do custo unitário total para a Situação 3.


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0702 R$ 239,59 R$ 16,82
Vigas m³/m² 0,0113 R$ 239,59 R$ 2,71
Pilares m³/m² 0,0051 R$ 239,59 R$ 1,22
Sub-total R$ 20,75
AÇO
Lajes kg/m² 1,7684 R$ 2,58 R$ 4,56
Vigas kg/m² 1,7942 R$ 2,60 R$ 4,66
Pilares kg/m² 1,1577 R$ 2,60 R$ 3,01
Sub-total R$ 12,24
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8324 R$ 29,67 R$ 24,70
Vigas m²/m² 0,1328 R$ 29,67 R$ 3,94
Pilares m²/m² 0,0663 R$ 29,67 R$ 1,97
Sub-total R$ 30,60
TOTAL ESTRUTURA R$ 63,59
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,6399 R$ 23,54 R$ 38,60
Aço kg/m² 1,7394 R$ 2,30 R$ 4,00
Graute m³/m² 0,0530 R$ 205,70 R$ 10,90
Instalações m/m² 0,0000 R$ 3,08 R$ -
TOTAL VEDAÇÃO R$ 53,51
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 1,936 R$ 5,07 R$ 9,82
Externo m²/m² 0,6445 R$ 9,82 R$ 6,33
TOTAL REVESTIMENTO R$ 16,14

CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 133,24


CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIADO AO CUB 0,1979
108

Revestimento
12%

Estrutura
48%

Vedação
40%

FIGURA 6.18 - Situação 3: custo percentual por subsistema.

Revestimento
12% Laje
35%

Parede
Viga
40% Pilar 8%
5%

FIGURA 6.19 – Situação 3: custo percentual por elemento.

Reb interno
7%
Instalações Reb externo Concreto
0% 5% 16%
Graute
Aço
8%
9%
Aço paredes
3%

Alv blocos Fôrmas


29% 23%

FIGURA 6.20 – Situação 3: custo percentual por serviço.


109

6.3.5 Situação 4: Concreto armado, blocos vazados com furos na


horizontal, 4 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.10 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 4. As Figuras 6.21 a 6.23 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 4.

TABELA 6.10 - Cálculo do custo total unitário para a Situação 4


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0697 R$ 239,59 R$ 16,70
Vigas m³/m² 0,0404 R$ 239,59 R$ 9,68
Pilares m³/m² 0,0200 R$ 239,59 R$ 4,79
Sub-total R$ 31,17
AÇO
Lajes kg/m² 1,7734 R$ 2,58 R$ 4,58
Vigas kg/m² 2,9217 R$ 2,60 R$ 7,60
Pilares kg/m² 2,5834 R$ 2,60 R$ 6,72
Sub-total R$ 18,89
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8344 R$ 29,67 R$ 24,76
Vigas m²/m² 0,6602 R$ 29,67 R$ 19,59
Pilares m²/m² 0,3383 R$ 29,67 R$ 10,04
Sub-total R$ 54,38
TOTAL ESTRUTURA R$ 104,44
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,7205 R$ 23,54 R$ 40,50
Aço kg/m² 0,0000 R$ 2,30 R$ -
Graute m³/m² 0,0000 R$ 205,70 R$ -
Instalações m/m² 0,9490 R$ 3,08 R$ 2,92
TOTAL VEDAÇÃO R$ 43,42
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 5,0411 R$ 5,07 R$ 25,56
Externo m²/m² 0,7917 R$ 9,82 R$ 7,77
TOTAL REVESTIMENTO R$ 33,33

CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 181,20


CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIADO AO CUB 0,2692
110

Revestimento
18%

Vedação Estrutura
24% 58%

FIGURA 6.21 – Situação 4: custo percentual por subsistema.

Revestimento Laje
18% 26%

Parede
24% Viga
Pilar 20%
12%

FIGURA 6.22 – Situação 4: custo percentual por elemento.

Instalações Reb externo


2% Reb interno Concreto
4% 17%
14%
Aço paredes
Aço
0%
10%

Graute
0%

Alv blocos
22%
Fôrmas
31%

FIGURA 6.23 – Situação 4: custo percentual por serviço.


111

6.3.6 Situação 5: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, 4 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.11 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 5. As Figuras 6.24 a 6.26 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 5.

TABELA 6.11 - Cálculo do custo unitário total para a Situação 5.


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0697 R$ 239,59 R$ 16,70
Vigas m³/m² 0 R$ 239,59 R$ -
Pilares m³/m² 0 R$ 239,59 R$ -
Sub-total R$ 16,70
AÇO
Lajes kg/m² 1,7734 R$ 2,58 R$ 4,58
Vigas kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Pilares kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Sub-total R$ 4,58
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8344 R$ 29,67 R$ 24,76
Vigas m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Pilares m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Sub-total R$ 24,76
TOTAL ESTRUTURA R$ 46,03
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,8449 R$ 23,54 R$ 43,43
Aço kg/m² 1,9568 R$ 2,30 R$ 4,50
Graute m³/m² 0,0465 R$ 205,70 R$ 9,57
Instalações m/m² 0,0000 R$ 3,08 R$ -
TOTAL VEDAÇÃO R$ 57,49
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 2,178 R$ 5,07 R$ 11,04
Externo m²/m² 0,725 R$ 9,82 R$ 7,12
TOTAL REVESTIMENTO R$ 18,16

CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 121,69


CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIADO AO CUB 0,1808
112

Revestimento
15%
Estrutura
38%

Vedação
47%

FIGURA 6.24 – Situação 5: custo percentual por subsistema.

Revestimento
15%
Laje
38%

Parede Viga
Pilar 0%
47%
0%

FIGURA 6.25 – Situação 5: custo percentual por elemento.

Instalações Reb externo


0% Concreto
Reb interno 6% 14%
9% Aço
Graute 4%
8%

Aço paredes
Fôrmas
4%
20%

Alv blocos
35%

FIGURA 6.26 – Situação 5: custo percentual por serviço.


113

6.3.7 Situação 6: Alvenaria estrutural, blocos cerâmicos, 4 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.12 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 6. As Figuras 6.27 a 6.29 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 6.

TABELA 6.12 - Cálculo do custo unitário total para a Situação 6


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0697 R$ 239,59 R$ 16,70
Vigas m³/m² 0,0000 R$ 239,59 R$ -
Pilares m³/m² 0,0000 R$ 239,59 R$ -
Sub-total R$ 16,70
AÇO
Lajes kg/m² 1,7734 R$ 2,58 R$ 4,58
Vigas kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Pilares kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Sub-total R$ 4,58
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8344 R$ 29,67 R$ 24,76
Vigas m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Pilares m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Sub-total R$ 24,76
TOTAL ESTRUTURA R$ 46,03
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,8449 R$ 17,28 R$ 31,88
Aço kg/m² 1,9568 R$ 2,30 R$ 4,50
Graute m³/m² 0,0465 R$ 205,70 R$ 9,57
Instalações m/m² 0,0000 R$ 3,08 R$ -
TOTAL VEDAÇÃO R$ 45,95
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 2,178 R$ 5,07 R$ 11,04
Externo m²/m² 0,725 R$ 9,82 R$ 7,12
TOTAL REVESTIMENTO R$ 18,16

CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 110,14


CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIADO AO CUB 0,1636
114

Revestimento
16%

Estrutura
42%

Vedação
42%

FIGURA 6.27 – Situação 6: custo percentual por subsistema.

Revestimento
16% Laje
42%

Pilar
Parede Viga
0%
42% 0%

FIGURA 6.28 – Situação 6: custo percentual por elemento.

Instalações Reb interno Reb externo Concreto


0% 6%
10% 15%
Aço
Graute 4%
9%

Aço paredes
4%
Fôrmas
22%
Alv blocos
30%

FIGURA 6.29 – Situação 6: custo percentual por serviço.


115

6.3.8 Situação 7: Alvenaria estrutural, blocos de concreto, sobre pilotis,


3+1 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.13 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 7. As Figuras 6.30 a 6.32 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 7.

TABELA 6.13 – Cálculo do custo unitário total para a Situação 7.


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0694 R$ 239,59 R$ 16,63
Vigas m³/m² 0,0179 R$ 239,59 R$ 4,29
Pilares m³/m² 0,0066 R$ 239,59 R$ 1,58
Sub-total R$ 22,50
AÇO
Lajes Kg/m² 1,7727 R$ 2,58 R$ 4,57
Vigas Kg/m² 2,5999 R$ 2,60 R$ 6,76
Pilares Kg/m² 1,3182 R$ 2,60 R$ 3,43
Sub-total R$ 14,76
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8279 R$ 29,67 R$ 24,56
Vigas m²/m² 0,2265 R$ 29,67 R$ 6,72
Pilares m²/m² 0,1068 R$ 29,67 R$ 3,17
Sub-total R$ 34,45
TOTAL ESTRUTURA R$ 71,71
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,3837 R$ 23,54 R$ 32,57
Aço kg/m² 1,4676 R$ 2,30 R$ 3,38
Graute m³/m² 0,0349 R$ 205,70 R$ 7,18
Instalações m/m² 0,0000 R$ 3,08 R$ -
TOTAL VEDAÇÃO R$ 43,13
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 1,6335 R$ 5,07 R$ 8,28
Externo m²/m² 0,5438 R$ 9,82 R$ 5,34
TOTAL REVESTIMENTO R$ 13,62

CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 128,46


CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIDO AO CUB 0,1908
116

Revestimento
11%

Vedação
34% Estrutura
55%

FIGURA 6. 30 - Situação 7: custo percentual por subsistema.

Revestimento
11%
Laje
35%

Parede
34%

Pilar Viga
6% 14%

FIGURA 6.31 – Situação 7: custo percentual por elemento.

Instalações
0%
Reb interno Reb externo Concreto
Graute
6% 4% 18%
6%

Aço paredes
Aço
3%
11%

Alv blocos
25%
Fôrmas
27%

FIGURA 6.32 - Situação 7: custo percentual por serviço.


117

6.3.9 Situação 8: Alvenaria resistente, tijolos maciços e blocos vazados


com furos na horizontal, 4 pavimentos

Apresenta-se na Tabela 6.14 o cálculo do custo unitário total para a


Situação 8. As Figuras 6.33 a 6.35 apresentam gráficos relativos aos
custos percentuais calculados para Situação 8.

TABELA 6.14 - Cálculo do custo unitário total para a Situação 8


C. Total
Unidade Índice C. Unitário
R$/m²
CONCRETO
Lajes m³/m² 0,0697 R$ 239,59 R$ 16,70
Vigas m³/m² 0,0000 R$ 239,59 R$ -
Pilares m³/m² 0,0000 R$ 239,59 R$ -
Sub-total R$ 16,70
AÇO
Lajes kg/m² 1,7734 R$ 2,58 R$ 4,58
Vigas kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Pilares kg/m² 0,0000 R$ 2,60 R$ -
Sub-total R$ 4,58
FÔRMA
Lajes m²/m² 0,8344 R$ 29,67 R$ 24,76
Vigas m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Pilares m²/m² 0,0000 R$ 29,67 R$ -
Sub-total R$ 24,76
TOTAL ESTRUTURA R$ 46,03
VEDAÇÃO
Alvenaria m²/m² 1,8449 R$ 21,46 R$ 39,59
Aço kg/m² 0,9947 R$ 2,30 R$ 2,29
Graute m³/m² 0,0000 R$ 205,70 R$ -
Instalações m/m² 0,9490 R$ 3,08 R$ 2,92
TOTAL VEDAÇÃO R$ 44,80
REVESTIMENTO
Interno m²/m² 5,0411 R$ 5,07 R$ 25,56
Externo m²/m² 0,7917 R$ 9,82 R$ 7,77
TOTAL REVESTIMENTO R$ 33,33

CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 124,17


CUSTO UNITÁRIO TOTAL REFERENCIADO AO CUB 0,1845
118

Revestimento
Estrutura
27%
37%

Vedação
36%

FIGURA 6.33 – Situação 8: custo percentual por subsistema.

Revestimento
27% Laje
37%

Pilar
0%
Parede Viga
36% 0%

FIGURA 6.34 – Situação 8: custo percentual por elemento.

Reb externo Concreto


Reb interno 6% 13% Aço
21% 4%
Instalações
2%

Graute Fôrmas
0% 20%

Aço paredes Alv blocos


2% 32%

FIGURA 6.35 – Situação 8: custo percentual por serviço.


119

6.4 Considerações complementares

Este trabalho buscou uma análise comparativa do aspecto custo


entre os sistemas construtivos e tipologias escolhidas. Aspectos
semelhantes nas situações específicas não foram considerados no custo
unitário de cada um dos sistemas, o que possibilita uma análise no
sentido de se definir pontos ou aspectos que poderiam gerar economia ou
acréscimo de custo para determinado sistema e tipologia. Faz-se a seguir
algumas considerações sobre estes aspectos.
As edificações no sistema em concreto armado normalmente
apresentam revestimento com maior número de cantos e recortes, em
comparação àquelas executadas no sistema em alvenaria estrutural, em
função da existência de pilares muitas vezes com largura maior do que a
largura das paredes. Usualmente a execução destes cantos é cobrada
utilizando-se uma medição linear. Neste trabalho considerou-se apenas a
área de elevação das paredes e a consideração destes cantos e recortes
acarretaria um acréscimo no custo unitário do item revestimento no
sistema construtivo em concreto armado.
A execução de rasgos e canaletas nas paredes de alvenaria gera
entulhos e a conseqüente necessidade de remoção dos mesmos. Neste
trabalho considerou-se apenas o custo de abertura dos rasgos e
preenchimento posterior com argamassa, nos casos onde isso ocorre. O
custo da remoção do entulho não foi considerado. A inexistência deste
entulho nas obras no sistema em alvenaria estrutural possibilita um ganho
econômico e permite maior facilidade na manutenção da limpeza da obra.
As situações consideradas com pilotis (no sistema em alvenaria
estrutural) apresentam um pequeno acréscimo no custo unitário frente às
opções ocupadas com pavimentos tipo até o solo, mas é importante
salientar que a área sob os pilotis (normalmente ocupada para garagens
ou vagas de estacionamento) tem um valor comercial inferior àquela dos
apartamentos. Esta opção torna-se importante quando não se tem espaço
120

fora da projeção da edificação para a colocação das garagens, em


terrenos pequenos, por exemplo. Analisando-se o custo e pelas
características do sistema construtivo em alvenaria estrutural a adoção de
pavimento tipo desde o térreo seria a opção mais adequada.
Um aspecto importante a ser observado diz respeito á quantidade
de insumos envolvidos na produção dos subsistemas analisados.
Considerando-se o uso de mão-de-obra semelhante e adotando-se
índices de perda de materiais apresentadas na bibliografia existente,
pode-se concluir que, uma menor quantidade de insumos acarretará em
uma menor quantidade de material perdido e, conseqüentemente, o custo
relacionado à perdas será menor.
A quantidade de insumos necessários para a produção de
edificações no sistema em alvenaria estrutural é inferior àquela
necessária para edificações em concreto armado. Isto pode ser
claramente observado nos consumos e índices encontrados (Ver item 6.2
e Tabela 6.5). Assim sendo, pode-se concluir que obras em alvenaria
estrutural apresentarão uma economia quando comparadas a obras em
concreto armado, quando a análise for feita no sentido de mensurar o
custo da perda de insumos. A Tabela 6.15 apresenta a perda média de
materiais medida em trabalho do NORIE (1998), para alguns materiais
básicos.
Um aspecto que não também foi analisado neste trabalho diz
respeito ao subsistema fundações (infraestrutura), uma vez ser ele
diretamente afetado pelo sistema construtivo adotado. Enquanto o
sistema construtivo em concreto armado transmite cargas pontuais
(através dos pilares), no sistema construtivo em alvenaria estrutural as
cargas chegam distribuídas ao solo (através das paredes), o que acarreta
diferenças consideráveis nas fundações. Outro aspecto importante diz
respeito ao alívio de carga quando adotado o sistema em alvenaria
estrutural em relação ao concreto armado.
121

TABELA 6.15 – Perdas médias encontradas em trabalho do NORIE


(1998)

Perda (%)
Material Percentual sobre o total
previsto inicialmente
Cimento 93,00
Concreto 9,00
Blocos cerâmicos 17,00
Areia 46,00
Argamassa 85,00
Tijolos maciços 23,00
Aço 17,00

Um aspecto que não também foi analisado neste trabalho diz


respeito ao subsistema fundações (infraestrutura), uma vez ser ele
diretamente afetado pelo sistema construtivo adotado. Enquanto o
sistema construtivo em concreto armado transmite cargas pontuais
(através dos pilares), no sistema construtivo em alvenaria estrutural as
cargas chegam distribuídas ao solo (através das paredes), o que acarreta
diferenças consideráveis nas fundações. Outro aspecto importante diz
respeito ao alívio de carga quando adotado o sistema em alvenaria
estrutural em relação ao concreto armado.
7 CONCLUSÃO

Ao se avaliar custos de uma alternativa construtiva, além de


considerar aqueles referentes a consumos de serviços, materiais e mão
de obra, deve-se levar em conta todos os aspectos inerentes ao sistema
construtivo e à tipologia analisada, no que diz respeito a: tempo de
execução, disponibilidade de recursos e materiais na região e
disponibilidade de mão de obra.
O empreendedor ou projetista deve fazer uma análise completa de
todas as características e particularidades do empreendimento e, a partir
daí, juntamente com a análise do aspecto custo, decidir pelo sistema e
tipologia construtiva que melhor se adapta à situação.
As conclusões a que se chega neste trabalho dizem respeito aos
subsistemas analisados (estrutura, vedação e revestimento) para os
sistemas construtivos escolhidos (concreto armado e alvenaria estrutural)
e tipologias (9 pavimentos, 8 pavimentos mais pilotis, 4 pavimentos, 3
pavimentos mais pilotis) adotadas.
Para as tipologias construtivas com 4 pavimentos ou 3 pavimentos
mais pilotis conclui-se o que é apresentado a seguir.
A Situação 6 (sistema em alvenaria estrutural, 4 pavimentos, sem
pilotis, blocos cerâmicos) é aquela que apresenta o menor custo unitário
para os itens analisados.
A Situação 5 (sistema em alvenaria estrutural, 4 pavimentos, sem
pilotis, bloco de concreto) apresenta um custo unitário muito próximo ao
da Situação 8 (alvenaria resistente) e inferior aos das demais opções.
Tem custo 10% superior ao da Situação 6, que apresenta as mesmas
características e mesmos índices, apenas porque o bloco cerâmico tem
custo inferior ao de concreto.
O custo unitário encontrado para a Situação 8 (alvenaria resistente,
4 pavimentos) foi superior ao encontrado para as tipologias em alvenaria
estrutural com o mesmo número de pavimentos (custo unitário 13%
superior ao custo unitário da Situação 6 e 2% ao da Situação 5). Isto se
deve basicamente ao maior custo unitário do revestimento, uma vez que o
custo da vedação é inferior.
A Situação 7 (sistema em alvenaria estrutural, 3 pavimentos sobre
pilotis, bloco de concreto) apresenta um custo unitário 5,5% superior ao
encontrado para a mesma tipologia construtiva sem pilotis (Situação 5). A
opção da utilização de pilotis é importante quando há a necessidade de
vagas de estacionamento e o terreno não permite a colocação das
mesmas fora da projeção da edificação.
A Situação 4 (sistema em concreto armado, 4 pavimentos)
apresenta o maior custo unitário para as opções com 4 pavimentos,
considerando-se os itens analisados. O custo unitário dos subsistemas
analisados, para a Situação 4 é 65% superior ao custo unitário da
Situação 6, que é a mais econômica. Isto está diretamente relacionado à
complexidade das fôrmas e ao consumo de aço e concreto, além do custo
do revestimento, uma vez que o custo unitário da alvenaria de vedação
para este sistema construtivo é inferior ao encontrado para as situações
que adotam a alvenaria estrutural. Sob o ponto de vista econômico, esta
tipologia construtiva deve ser evitada para prédios baixos e seu uso
restringido a casos específicos.
Para as tipologias com 9 pavimentos, a Situação 1 (sistema em
concreto armado) é aquela que apresentou o maior custo unitário para os
itens analisados. Esta Situação apresenta um custo unitário 58% superior
à situação similar executada em alvenaria estrutural (Situação 2),
enquanto a Situação 3 (sistema em alvenaria estrutural com pilotis) fica
em uma situação intermediária, com custo unitário 7% superior ao da
Situação 2 e 32% inferior ao da Situação 1.
Para finalizar é importante enfatizar que a escolha do sistema
construtivo e a tipologia a ser adotada para uma edificação estão
relacionados a muitas variáveis, que devem ser avaliadas em conjunto.
Como proposto inicialmente, este trabalho não tem a intenção de
apresentar resultados válidos para todas as obras, mas fornecer uma
metodologia e resultados que, se bem extrapolados e aplicados, podem
auxiliar na avaliação do custo unitário de edificações com características
semelhantes.
Como tema de estudo para trabalhos futuros, na linha desenvolvida
neste trabalho, recomenda-se:
● Ampliar o estudo, incluindo outras tipologias construtivas;
● Estudo do impacto das perdas de insumos, no custo unitário,
para as tipologias analisadas;
● Estudo comparativo do custo das fundações, para cada uma
das situações analisadas;
● Influência do tempo de execução da obra no custo unitário final,
para cada uma das tipologias analisadas.
BIBLIOGRAFIA

ACCETTI, K. M. Contribuição ao projeto estrutural de edifícios em


alvenaria. 1998, 247f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)-
Universidade de São Carlos, São Carlos, 1998.

ALBUQUERQUE, A. T. Análise de alternativas estruturais para


edifícios em concreto armado. 1999. 100f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Estruturas) – Universidade de São Carlos, São Carlos/SP,
1999.

ARAÚJO, H.N. Intervenção em obra para implantação do processo


construtivo em alvenaria estrutural: Um estudo de caso. 1995. 117f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA.


Manual Técnico de alvenaria. São Paulo, ABCI/Projeto. 1990.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMA TÉCNICAS. Execução e


controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de
concreto. Procedimentos: NBR 8798. Rio de Janeiro, 1985. 29p.

_____. Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de


concreto: NBR 10837. Rio de Janeiro, 1989. 22p.

_____. Bloco cerâmico para alvenaria: NBR 7171. Rio de Janeiro, 1992.
8p.
_____. Bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural.
Especificação: NBR 6136. Rio de janeiro, 1994. 6p.

_____. Projeto e execução de obras de concreto armado: NBR 6118.


Rio de janeiro, 1978.

BARROS, M. M. B. de. Metodologia para implantação de tecnologias


construtivas racionalizadas na produção de edifícios. 1996. 422f.
Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola Politécnica – Universidade de
São Paulo, São Paulo, 1996.

BELL, C. “Masonry design and detailing for architects, engineers and


builders”. McGraw-Hill, New York, 1987.

BERNARDES, C. et. al. Qualidade e o custo das não conformidades


em obras de construção civil. São Paulo: PINI. 1998.

CAMACHO, J. S. Alvenaria estrutural não armada – parâmetros


básicos a serem considerados no projeto dos elementos resistentes.
1986. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1986.

CAVALHEIRO, O. P. E SANTOS, M. D. F. dos. Desenvolvimento e


desempenho de bloco cerâmico para alvenaria estrutural. In:
JORNADA SUL-AMERICANA DE ENGENHARIA ESTRUTURAL, 28.,
1997, São Carlos. Anais ... São Carlos: EESC/USP, 1997. v.5. p. 1995-
2004.

CAVALHEIRO, O. P. Manifestações patológicas nas alvenarias. Santa


Maria: UFSM, 1995. Não paginado. Apostila.
_____. Exemplo de cálculo segundo a norma Brasileira. In:
INTERNATIONAL SEMINAR ON STRUCTURAL MASONRY FOR
DEVELOPING COUNTRIES, 5th., 1994, Florianópolis. Anais …
Florianópolis: 1994. p.

_____. Fundamentos da alvenaria estrutural. Santa Maria: UFSM,


1995. Não paginado. Apostila.

ESCRIVÃO FILHO, E. (Editor). Gerenciamento na Construção Civil.


São Carlos. EESC-USP – Projeto Reenge, 1998.

EXACTOMM. Catálogo Técnico. São Paulo.

FORMOSO, C. T. et. al. Perfil da construção civil: diagnósticos e


perspectivas das empresas do Sinduscon no estado do Rio Grande
do Sul. Porto Alegre: CPGEC-UFRGS, 1992.

Fórum de Competitividade. Pessoal ocupado no setor da construção


civil. IBGE, 1998. Disponível em: <http://desenvolvimento.gov.br/
tecnologia/prospectiva/pti.html>. Acesso em: julho, 2002.

FRANCO, L. S. Parâmetros utilizados nos projetos de alvenaria


estrutural. BT/PCC-98. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP,
São Paulo, 1998. 17p.

_____. Desempenho estrutural do elemento parede de alvenaria


empregado na alvenaria estrutural não armada, quando submetidas a
esforços de compressão. 1987. 136f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1987.
_____. Aplicação de diretrizes de racionalização construtiva para a
evolução tecnológica dos processos construtivos em alvenaria
estrutural não armada. 1992. 426 p. Tese (Doutorado em Engenharia) -
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.

______. O projeto das vedações verticais: características e a


importância para a racionalização do processo de produção. In:
SEMINÁRIO TECNOLOGIA E GESTÃO NA PRODUÇÃO DE EDIFÍCIOS:
VEDAÇÕES VERTICAIS. 1998, São Paulo. Anais... São Paulo: F. H.
Sabbatini, M. M. S. B. de Barros, J. S. Medeiros. São Paulo, EPUSP/PCC,
1998.

GIAMMUSSO, S. E. Orçamentos e custos na construção civil. 2° ed.


São Paulo: PINI, 1991.

GOLDMAN, P. Introdução ao planejamento e controle de custos na


construção civil brasileira. 3° ed. São Paulo: PINI, 1997.

GOMES, N. dos S. Resistência das paredes de alvenaria. 1983. 190f.


Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola politécnica da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1983.

HENDRY, A. W. Structural masonry. MacMillan Education Ltd., London,


1990.

LORDSLEEM JÚNIOR, A. C. Execução e inspeção de alvenaria


racionalizada. 2000. São Paulo: O Nome da Rosa.

MACIEL, L. L. & MELHADO, S. B. Qualidade na construção civil:


Fundamentos. Boletim Técnico PCC 15. São Paulo: USP, 1995, 23p.
MEDEIROS, J. S. Alvenaria estrutural não armada de blocos de
concreto: produção de componentes e parâmetros de projeto. São
Paulo: EPUSP, 1993. V1 e 2, 449 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
1993.

MESEGUER, A. G. Controle e garantia da Qualidade na Construção.


Tradução Antônio Carmona Filho, Paulo Roberto Lago Helene, Roberto
José Falcão Bauer. São Paulo, SINDUSCON-SP, PROJETO/PW, 1991,
179p.

_____. Para uma teoria de la calidad em construcción. Madrid.


Informes de la construcción. n° 348, p. 5-22. 1983.

MODLER, L. E. A. A qualidade de projeto em edifícios de alvenaria


estrutural. 2000. 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2000.

MUTTI, C. do N. Treinamento de mão de obra na construção civil: Um


estudo de caso. 1995. 132f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)
– Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1995.

NORIE. Sistema de Indicadores de Qualidade e Produtividade para a


Construção Civil. 5° Relatório Setorial. Porto Alegre: NORIE-UFRGS,
1998.

OLIVEIRA JÚNIOR, V. de Recomendações para projeto de edifícios


em alvenaria estrutural. 1992. 265f. Dissertação (Mestre em
Engenharia) - Escola de Engenharia de São Carlos – USP, São
Carlos/SP. 1992.
OLIVEIRA, M. et al. Sistema de indicadores de qualidade e
produtividade para a construção civil: Manual de Utilização. Porto
Alegre: SEBRAE/RS Série SEBRAE na Construção Civil, vol. 3. 1995.

PALLOTTI. Catálogo Técnico. Santa Maria, 2003.

PAULUZZI. Catálogo Técnico. Porto Alegre, 2003.

RAMALHO M. A. & CORRÊA M. R. S. Projeto de edifícios de alvenaria


estrutural. São Paulo: PINI. 2003.

Revista Construção Mercado. São Paulo: PINI, n° 9, ano 55, abril 2002.

ROMAN, H. R. et al. Sistema Construtivo Tecmold: Diretrizes básicas


para projeto arquitetônico, hidráulico e estrutural. Porto Alegre:
Manual Técnico. 37p. 1997.

_____. et al. Alvenaria Estrutural: Conceitos Básicos. Florianópolis:


Manual Técnico Blocaus. 51p.

_____. Sistema Construtivo Tecmold: Guia Tecmold de alvenaria


estrutural para o construtor. Porto Alegre: Manual Técnico. 15 p. 1997.

SABBATINI, F.H. Possibilidade de desenvolvimento da alvenaria


estrutural como estrutura de edificações: novos processos e novos
usos. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO,
6., 1987, São Paulo. Anais ... São Paulo:EPUSP. 1987. 9p.

_____. Desenvolvimento de Métodos, Processos e Sistemas


construtivos – Formulação e Aplicação de uma Metodologia. 1989.
321f. Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola Politécnica -
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989.

SÁNCHEZ, E. (organizador). Alvenaria Estrutural: Novas Tendências


Técnicas e de Mercado. Rio de Janeiro: Interciência, 2002.

SANTOS, M. D. F. dos. Técnicas Construtivas em Alvenaria Estrutural


– Contribuição ao Uso. 1998. 133f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,
1998.

SANTOS, A. dos et al. Método de intervenção para redução de perdas


na construção civil: Manual de utilização. Porto Alegre: SEBRAE/RS
Série SEBRAE na construção civil, vol. 4. 1996.

SCARDOELLI, L. S. et al. Melhorias de qualidade e produtividade.


Porto Alegre: SEBRAE/RS Série SEBRAE construção civil. 1994.

SILVA, I. M. Análise de edifícios de alvenaria estrutural sujeitos a


ações do vento. 1996. 90f. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1996.

SINDUSCON-RS. A Cadeia Produtiva da Indústria da Construção e


seus impactos sócio econômicos. In: Análise Econômica. Porto Alegre:
Sinduscon-RS, 2003. Disponível em: <http://www.sinduscon-rs.com.br>.
Acesso: junho, 2003.

SOLÓRZANO, M. G. P. Características e desempenho de juntas de


argamassa na alvenaria estrutural de blocos de concreto. 1994.
Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Escola Politécnica da USP, São
Paulo, 1994.
SOIBELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações:
sua incidência e seu controle. 1993. 126f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
1993.

SOUZA, A. L. R. de; BARROS, M. M. B.; MELHADO, S. B. Projeto e


Inovação Tecnológica na Construção de edifícios: implantação no
processo tradicional e em processos inovadores. Boletim Técnico PCC
145. São Paulo; USP, 1995, 49p.

TCPO 2000: Tabelas de composições de preços para orçamentos. 1°


ed. 1999. São Paulo: PINI. 284 p. (E CD ROM).

PAULUZZI. Catálogo Técnico. Porto Alegre, 2003.

PALLOTTI. Catálogo Técnico. Santa Maria, 2003.

VILATÓ, R. R. Estudo da metodologia do projeto para edifícios em


alvenaria estrutural não armada. 1998. 175f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1998.
ANEXO A – Composições utilizadas

Custo Custo
Composição / insumos unidade consumo Unitário Total

Fôrma
Chapa compensada resinada e = 12 mm m² 0,43 R$ 12,19 R$ 5,24
Tábua cedrinho 3° 1 x 12" (ref e estr laje) m 1,60 R$ 4,35 R$ 6,96
Sarrafo de pinho 10 x 2,5 cm (gravatas) m 1,53 R$ 1,80 R$ 2,75
Pontalete de pinho 3 x 3" (escoramento) m 2,00 R$ 2,56 R$ 5,12
Prego 18 x 27, 13 x 18, 17 x 21 kg 0,25 R$ 3,93 R$ 0,98
Desmoldante l 0,10 R$ 4,26 R$ 0,43
Carpinteiro h 1,35 R$ 3,53 R$ 4,77
Ajudante h 1,35 R$ 2,53 R$ 3,42

Custo unitário do serviço


R$ 29,67

Armadura de aço CA-50 (até 10mm) – para alvenaria


Aço CA 50 kg 1,00 R$ 1,89 R$ 1,89
Arame recozido n° 18 kg 0,02 R$ 5,40 R$ 0,11
Ferreiro h 0,05 R$ 3,53 R$ 0,18
Ajudante h 0,05 R$ 2,53 R$ 0,13

Custo unitário do serviço


R$ 2,30

Armadura de aço CA-50 (até 10 mm) – para estrutura


Aço CA 50 kg 1,00 R$ 1,89 R$ 1,89
Arame recozido n° 18 kg 0,02 R$ 5,40 R$ 0,11
Ferreiro h 0,08 R$ 3,53 R$ 0,28
Ajudante h 0,08 R$ 2,53 R$ 0,20

Custo unitário do serviço


R$ 2,48

Armadura de aço CA-50 (12,5 a 25mm) - para estrutura


Aço CA 50 kg 1,00 R$ 1,83 R$ 1,83
Arame recozido n° 18 kg 0,03 R$ 5,40 R$ 0,16
Ferreiro h 0,10 R$ 3,53 R$ 0,35
Ajudante h 0,10 R$ 2,53 R$ 0,25

Custo unitário do serviço


R$ 2,60
Custo Custo
Composição / insumos unidade consumo Unitário Total

Armadura de aço CA-60 - (até 6,3 mm) - para estrutura


Aço CA 60 kg 1,00 R$ 2,05 R$ 2,05
Arame recozido n° 18 kg 0,02 R$ 5,40 R$ 0,11
Ferreiro h 0,07 R$ 3,53 R$ 0,25
Ajudante h 0,07 R$ 2,53 R$ 0,18

Custo unitário do serviço R$ 2,58

Concreto fck 180 MPa - concreto e lançameto


Concreto dosado em central fck 180 MPa m³ 1,00 R$ 201,02 R$ 201,02
Servente - ref bombeamento h 0,27 R$ 2,53 R$ 0,68
Pedreiro h 5,00 R$ 3,53 R$ 17,65
Servente h 8,00 R$ 2,53 R$ 20,24

Custo unitário do serviço R$ 239,59

Alvenaria blocos vazados (tijolos 6 furos)


Cimento kg 2,18 R$ 0,37 R$ 0,81
Cal kg 2,18 R$ 0,18 R$ 0,38
Areia média m³ 0,015 R$ 27,00 R$ 0,41
Tijolo furado um 25,00 R$ 0,17 R$ 4,25
Pedreiro h 1,00 R$ 3,53 R$ 3,53
Servente h 1,12 R$ 2,53 R$ 2,83

Custo unitário do serviço


R$ 12,21

Alvenaria estrutural com blocos de concreto


Cimento kg 5,20 R$ 0,37 R$ 1,92
Cal kg 0,65 R$ 0,18 R$ 0,12
Areia média m³ 0,013 R$ 27,00 R$ 0,35
Bloco de concreto un 13,13 R$ 1,22 R$ 16,02
Pedreiro h 0,80 R$ 3,53 R$ 2,82
Servente h 0,91 R$ 2,53 R$ 2,30

Custo unitário do serviço


R$ 23,54
Custo Custo
Composição / insumos unidade consumo Unitário Total

Alvenaria estrutural com blocos cerâmicos


Cimento kg 2,86 R$ 0,37 R$ 1,06
Cal kg 0,29 R$ 0,18 R$ 0,05
Areia média m³ 0,013 R$ 27,00 R$ 0,35
Bloco cerâmico un 16,70 R$ 0,80 R$ 13,36
Pedreiro h 0,36 R$ 3,53 R$ 1,27
Servente h 0,47 R$ 2,53 R$ 1,19

Custo unitário do serviço


R$ 17,28

Graute – preparo e lançamento


Cimento kg 297,00 R$ 0,37 R$ 109,89
Cal kg 15,00 R$ 0,18 R$ 2,70
Areia média m³ 0,685 R$ 27,00 R$ 18,50
Pedrisco m³ 0,46 R$ 25,00 R$ 11,43
Pedreiro h 5,00 R$ 3,53 R$ 17,65
Servente h 18,00 R$ 2,53 R$ 45,54

Custo unitário do serviço


R$ 205,70

Rasgo para passagem tubulação


Pedreiro h 0,15 R$ 3,53 R$ 0,53
Servente h 0,40 R$ 2,53 R$ 1,01

Custo unitário do serviço


R$ 1,54

Enchimento de rasgo
Cimento kg 0,06 R$ 0,37 R$ 0,02
Cal kg 0,073 R$ 0,18 R$ 0,01
Areia média m³ 0,0005 R$ 27,00 R$ 0,01
Pedreiro h 0,15 R$ 3,53 R$ 0,53
Servente h 0,40 R$ 2,53 R$ 1,01

Custo unitário do serviço


R$ 1,54

Revestimento interno (e = 1 cm)


Argamassa industrializada kg 14,50 R$ 0,13 R$ 1,89
Pedreiro h 0,50 R$ 3,53 R$ 1,77
Servente h 0,56 R$ 2,53 R$ 1,42
Custo unitário do serviço
R$ 5,07
Custo Custo
Composição / insumos unidade consumo Unitário Total

Revestimento externo e = 2,5 cm


Argamassa industrializada kg 36,25 R$ 0,14 R$ 5,08
Pedreiro h 0,72 R$ 3,53 R$ 2,54
Servente h 0,87 R$ 2,53 R$ 2,20

Custo unitário do serviço R$ 9,82

Alvenaria tijolos maciços


Cimento kg 4,55 R$ 0,37 R$ 1,68
Cal kg 4,55 R$ 0,18 R$ 0,80
Areia média m³ 0,030 R$ 27,00 R$ 0,82
Tijolo maciço um 84,00 R$ 0,13 R$ 10,92
Pedreiro h 1,60 R$ 3,53 R$ 5,65
Servente h 1,85 R$ 2,53 R$ 4,68

Custo unitário do serviço R$ 24,55


ANEXO B – Relatórios de cálculo
-------------------------------------------------------------------------------
Indices da edificacao
T Q S N G E V9.2 26/05/03 17:06:52
C:\TQS\GEZIEL-1\ESPACIAL
------------------------------------------------------------------------------
Obra : Edificação Residencial 9 pavimentos
Cod. Edif: Situação 1
-----------------------------------------------------------------------------

Parametros Qualitativos
-----------------------
Esbeltez da torre Torre Tipo Total
-----------------------------
Numero de pavimentos 11 12
Indice de Esbeltez 1.44 1.57

Concepcao do sistema estrutural Torre tipo Embasamento


--------------------------------------
Numero de pilares 44 44
Densidade de pilares (m2/pilar) 7.36 .92
Vao medio de lajes (m) 2.07 1.73
Vao medio das vigas (m) 2.83 2.73

Padronizacao por pavimento Torre tipo Embasamento


---------------------------------------
Transicoes 0 0
Numero de espessuras de lajes 3 1
Numero de secoes de vigas 4 6
Numero de secoes de pilares 10 10

Parametros Quantitativos
----------------------------------
Torre tipo Transicao Embasamento Total Fundac
-----------------------------------------------------------------------------
Concreto (m3) 462.2 16.6 478.7
Aco (kgf) 35179 917 36096
Madeira (m2) 6319 302 6621

Torre tipo Embasamento Total


-------------------------------------------------
Carga total (tf) 3358 211 3569
Carga media (tf/m2) 1.1 5.2 1.2
Area de construcao 3006 40 3046

Espessura media ......................... .16 m


Indice de forma ......................... 2.17 m2/m2
Taxa de armadura ........................ 75.40 kgf/m3

Consumo de materiais por pavimento


--------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Planta Area Consumo de concreto Consumo de aco Area de formas
(m2) (m3) (kgf) (m2)
Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Sap/Bloc
Fundação 40 .5 16.1 16 901 5 297
TIPO1 972 73.9 42.0 39.2 1848 3652 5786 871 691 517
TIPO4 973 73.9 42.4 33.1 1848 3682 5786 871 697 476
TIPO7 650 49.2 28.8 16.7 1232 2569 3858 581 473 263
COBER 325 23.2 13.8 7.9 623 1022 1929 290 227 127
CASAMAQ44 4.6 3.2 2.4 136 510 223 36 51 33
RESERV 44 2.9 2.9 2.1 96 181 198 37 49 29
----- ------ ------ ------ ------ ------ ------ ----- ----- -----
Totais 3048 228.3 149.1 101.4 5799 12517 17780 2691 2485 1445
------------------------------------------------------------------------------
Indices da edificacao
T Q S N G E V9.2 19/05/03 10:26:47
C:\TQS\GEZIEL-3\ESPACIAL
------------------------------------------------------------------------------
Obra : Edificação residencial - pilotis + 8 pavimentos
Cod. Edif: Situação 3
-----------------------------------------------------------------------------

Parametros Qualitativos
---------------------------------

Esbeltez da torre Torre Tipo Total


-----------------------------------
Numero de pavimentos 1 2
Indice de Esbeltez .16 .32

Concepcao do sistema estrutural Torre tipo Embasamento


-----------------------------------------------
Numero de pilares 44 44
Densidade de pilares (m2/pilar) 7.41 .45
Vao medio de lajes (m) 2.07 1.70
Vao medio das vigas (m) 2.79 2.90

Padronizacao por pavimento Torre tipo Embasamento


-----------------------------------------------
Transicoes 0 0
Numero de espessuras de lajes 3 1
Numero de secoes de vigas 9 4
Numero de secoes de pilares 11 11

Parametros Quantitativos
-----------------------------------
Torre tipo Transicao Embasamento Total Fundac
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Concreto (m3) 75.2 8.2 83.4
Aco (kgf) 9886 452 10338
Madeira (m2) 904 146 1050

Torre tipo Embasamento Total


----------------------------------------------
Carga total (tf) 2804 71 2875
Carga media (tf/m2) 8.6 3.6 8.3
Area de construcao 326 20 346

Espessura media ......................... .24 m


Indice de forma ......................... 3.04 m2/m2
Taxa de armadura ........................ 123.95 kgf/m3

Consumo de materiais por pavimento


----------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Planta Area Consumo de concreto Consumo de aco Area de formas
(m2) (m3) (kgf) (m2)
Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Sap/Bloc
Fundação 20 .5 7.7 16 436 5 141
SUPERIOR 326 23.7 35.6 15.9 620 5632 3634 279 417 208
----- ------ ------ ------ ------ ------ ------ ----- ----- -----
Totais 346 24.2 43.3 15.9 636 6068 3634 284 558 208
------------------------------------------------------------------------------
Indices da edificacao
T Q S N G E V9.2 19/05/03 10:56:33
C:\TQS\GEZIEL-2\ESPACIAL
------------------------------------------------------------------------------
Obra : Edificação Residencial 4 pavimentos
Cod. Edif: Situação 4
-----------------------------------------------------------------------------

Parametros Qualitativos
---------------------------------

Esbeltez da torre Torre Tipo Total


-----------------------------------
Numero de pavimentos 6 7
Indice de Esbeltez .78 .91

Concepcao do sistema estrutural Torre tipo Embasamento


------------------------------------------------
Numero de pilares 44 44
Densidade de pilares (m2/pilar) 7.41 .95
Vao medio de lajes (m) 2.07 1.73
Vao medio das vigas (m) 2.97 2.85

Padronizacao por pavimento Torre tipo Embasamento


-----------------------------------------------
Transicoes 0 0
Numero de espessuras de lajes 3 1
Numero de secoes de vigas 5 5
Numero de secoes de pilares 7 7

Parametros Quantitativos
-----------------------------------
Torre tipo Transicao Embasamento Total Fundac
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Concreto (m3) 199.1 16.8 216.0
Aco (kgf) 11564 950 12514
Madeira (m2) 2787 307 3094

Torre tipo Embasamento Total


----------------------------------------------
Carga total (tf) 1392 216 1608
Carga media (tf/m2) 1.0 5.2 1.1
Area de construcao 1392 42 1434

Espessura media ......................... .15 m


Indice de forma ......................... 2.16 m2/m2
Taxa de armadura ........................ 57.95 kgf/m3

Consumo de materiais por pavimento


--------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Planta Area Consumo de concreto Consumo de aco Area de formas
(m2) (m3) (kgf) (m2)
Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Sap/Bloc
TERREO42 .5 16.3 16 934 5 302
TIPO 978 74.0 42.3 20.9 1849 3255 2703 873 691 354
FORRO 326 23.3 14.0 7.0 625 821 901 291 230 118
CASAMAQ44 4.7 3.2 2.0 138 468 285 36 52 29
RESERV 44 3.0 2.9 1.8 104 147 268 37 50 26
----- ------ ------ ------ ------ ------ ------ ----- ----- -----
Totais 1434 105.6 78.7 31.7 2732 5625 4157 1242 1325 527
------------------------------------------------------------------------------
Indices da edificacao
T Q S N G E V9.2 19/05/03 10:27:45
C:\TQS\GEZIEL-4\ESPACIAL
------------------------------------------------------------------------------
Obra : Edificação Residencial - pilotis + 3 pavimentos
Cod. Edif: Situação 7
-----------------------------------------------------------------------------

Parametros Qualitativos
---------------------------------

Parametros Quantitativos
----------------------------------

Espessura media ......................... .19 m


Indice de forma ......................... 2.59 m2/m2
Taxa de armadura ........................ 97.92 kgf/m3

Consumo de materiais por pavimento


---------------------------------------------------

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Planta Area Consumo de concreto Consumo de aco Area de formas
(m2) (m3) (kgf) (m2)
Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar Laje Viga Pilar
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Sap/Bloc
Fundação 20 .5 8.0 16 427 5 148
SUPERIOR327 23.9 25.0 9.2 618 3627 1839 282 316 149
----- ------ ------ ------ ------ ------ ------ ----- ----- -----
Totais 347 24.4 33.0 9.2 634 4054 1839 287 464 149
ANEXO C – Tabelas Resumo

As tabelas C1 e C2 apresentam um comparativo entre os custos


unitários (referenciais) para as diversas situações analisadas. Os
percentuais apresentados em uma linha indicam o acréscimo ou
decréscimo do custo unitário (referencial) encontrado para a situação
desta linha com relação à situação de cada coluna. Exemplificando, o
custo unitário referencial para a Situação 7 é 29% inferior ao custo unitário
da Situação 4 e 17 % superior ao custo unitário encontrado para a
Situação 6.

As Tabelas C3 e C4 apresentam uma simulação, oferecendo uma


indicação do acréscimo do valor total da obra, para a situação escolhida,
com relação à situação de referência. A primeira coluna apresenta um
percentual hipotético que os subsistemas estrutura, vedação e
revestimentos podem representar no custo total de uma obra para as
diversas situações analisadas. Exemplificando, a Situação 1 apresentará
um custo total 17,4% superior ao custo da Situação 2 (Referencia) se os
subsistemas estrutura, vedação e revestimento representarem 30% do
custo total de uma obra, e um custo 23,2% superior ao da Situação 2 se
os subsistemas analisados representarem 40% do custo total da obra.
Tabela C1 - Situações com 9 pavimentos

Tabela C2 - Situações com 4 pavimentos


Tabela C3 - Situações com 9 pavimentos

Tabela C4 - Situações com 4 pavimentos

You might also like