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Depois de uma visão geral do padrão Ethernet, na aula passada, vamos dar
sequência ao nosso aprendizado. Nessa aula, veremos os dispositivos Ethernet. A
comunicação via padrão Ethernet depende de dois tipos de dispositivos para a
criação de redes locais: os hubs e os switches.
Os hubs são dispositivos mais simples que evoluíram de um simples cabo coaxial
compartilhado por várias máquinas. Mesmo em seus modelos mais sofisticados, são
um meio físico compartilhado. Os switches são a evolução desse conceito,
oferecendo mais facilidades e mecanismos que auxiliam na obtenção de uma
comunicação mais eficiente em redes locais.
Atualmente, os hubs são dispositivos em estado de obsolescência, uma vez que os
preços e a disponibilidade dos switches permitiu que estes “novos” dispositivos
substituíssem amplamente os antigos hubs.
Ainda assim, os hubs fazem parte da história da Ethernet, e o estado atual de
tecnologia das LANs (local area networks, ou redes locais) não seria atingido sem
antes passarmos pela tecnologia dos hubs. Nos primórdios dos tempos do
desenvolvimento das redes, os hubs emergiram de cabeamentos simples
compartilhados por várias máquinas, até se tornarem dispositivos físicos separados
que concentram domínios locais de comunicação.
Ao estudá-los hoje, é fácil notar suas desvantagens em comparação à evolução
causada pelos switches.
Após completar essa seção, você será capaz de:
 Entender como funcionam os hubs;
 Entender como funcionam os switches L2 e L3.

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Antes do hub
Nos primórdios das redes locais, as conexões entre computadores eram feitas por
meio de cabos coaxiais nos quais as máquinas eram conectadas (isso nos tempos
das redes com base nos cabos padrão 10Base5).
As conexões entre as máquinas e os cabos eram feitas por meio de placas externas
conectadas às interfaces paralelas das máquinas (conectores do tipo DB-25, de 25
pinos). A Figura 1 a seguir mostra um desses conectores:
Figura 1 | Exemplo de conector DB-25 (para interface paralela)

Fonte: adaptado de Vintage King. Disponível em: <https://vintageking.com/switchcraft-db25-mult-


connector-for-dsub-patchbays>. Acesso em: 5 jan. 2018.

Por meio desses conectores, um adaptador Ethernet externo à máquina poderia ser
acoplado, com uma saída coaxial. A Figura 2 mostra um desses adaptadores

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externos já fixados ao cabo, com a saída DB-25 conectada a um cabo que leva ao
computador.
Figura 2 | Adaptador externo para redes Ethernet padrão 10Base5

Fonte: Millman (2012, p. 1).

A Figura 2 mostra exatamente que o segmento de rede é o próprio cabo coaxial


(amarelo). Várias máquinas poderiam ser ligadas ao mesmo cabo, criando, assim,
uma rede por meio do cabo coaxial 10Base5. A Figura 3 ilustra um segmento de
redes formado dessa maneira.
Figura 3 | Ilustração de um segmento de rede Ethernet padrão 10Base5

Fonte: elaborada pelo autor.

O hub
O hub (na definição literal do termo: “centro de uma roda” ou simplesmente “centro”)
é um dispositivo que facilita a criação de segmentos de rede, uma vez que agrega
em um único dispositivo várias portas por meio das quais os computadores podem
se conectar (SPURGEON, 2000). Também é conhecido como hub ativo, hub de
rede, hub de repetição (ou hub repetidor), repetidor multiportas. Trata-se de um

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dispositivo de hardware que conecta vários dispositivos que se comunicam por meio
do padrão Ethernet em um segmento único de rede.
O hub tem várias portas de entrada/saída (E/S, ou I/O em inglês: “input/output”). Um
sinal introduzido na entrada de qualquer porta aparece na saída de cada porta,
exceto na porta que originou este sinal.
O hub funciona na camada física, isto é, na camada 1 do modelo OSI. A Figura 4 a
seguir ilustra esse conceito. O hub não reconhece endereçamento de MAC, por
exemplo, nem identifica em que porta está a máquina para a qual se direciona uma
comunicação.
Figura 4 | O hub atua na camada física

Fonte: Huawei (2017, p. 1).

Uma diferença entre o hub e a conexão dos computadores diretamente no cabo


coaxial é que o hub é capaz de identificar colisões, encaminhando um sinal de aviso
para todas as portas ao detectar uma colisão. No caso da conexão direta ao cabo
coaxial, a detecção da colisão fica a cargo de cada placa, o que torna o sistema
mais ineficiente e lento. Tendo recebido um sinal de aviso do hub, cada máquina
que se comunicava no momento da colisão esperava um tempo aleatório, tornando
mais rápida a retomada da comunicação.
A Figura 5 mostra um hub 10BaseT de 4 portas:

Figura 5 | Hub padrão 10BaseT de 4 portas

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Fonte: Wikimedia.

Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/4_port_netgear_ethernet_hub.jpg>.


Acesso em: 5 jan. 2018.

Além das portas padrão RJ45, alguns hubs mais recentes também contêm
conectores BNC ou conectores AUI para permitir a conexão a segmentos de rede
10BASE2 ou 10BASE5 legados.
No que concerne à transmissão e recepção de dados, é importante frisar que os
hubs são dispositivos half-duplex, isto é, cada porta pode transmitir e receber
informações, mas a transmissão e a recepção devem ser realizadas em tempos
separados. Assim, se uma porta está transmitindo, não pode receber dados. No
momento em que uma porta está transmitindo, todas as demais portas passam a
atuar como portas de recepção de dados, caso contrário, ocorre uma colisão.
Nos dias de hoje, os hubs são considerados obsoletos e têm sido substituídos pelos
switches, a não ser em algumas redes especializadas. A partir de 2011, o IEEE
recomendou abertamente, por razões de eficiência e segurança, que os hubs não
fossem mais utilizados (IEEE 2017).

Antes do switch: a bridge


Antes de falar sobre o switch, é importante entender como funciona um tipo obsoleto
de elemento de uma rede de comunicação: a bridge (ponte, em inglês).

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No conceito de hub, visto anteriormente, percebemos que os hubs são elementos
que criam um segmento de rede, permitindo que todos os computadores se
comuniquem entre si dentro desse segmento. Um segmento de rede local pode
conter várias máquinas, obviamente. Mas se temos dois segmentos em salas
diferentes de um prédio, como fazer para que os computadores de um segmento se
comuniquem com os computadores de outro segmento?
Nos primórdios do desenvolvimento de redes locais, a resposta possível era: usando
a “bridge”.
A bridge é um dispositivo com duas placas de rede (podendo, portanto, se conectar
a dois segmentos de rede ao mesmo tempo), memória local e um mecanismo
simples de análise dos quadros trafegando na rede.
Quando uma máquina envia um quadro em um segmento, a bridge “escuta” essa
tentativa de comunicação e aguarda um desfecho possível, dentre as alternativas:
1. A máquina de destino encontra-se no segmento e a comunicação ocorre
dentro da normalidade;
2. A máquina de destino não se encontra no segmento e a comunicação efetiva
não ocorre.
Em ambos os casos, a bridge vai tomar nota do endereço de destino do quadro em
questão. Quando a comunicação cai no caso 1, a bridge anota o endereço em uma
tabela que será ignorada no futuro, pois o quadro tem como destino uma máquina
do próprio segmento: nesse caso, a bridge não faz nada. Quando a comunicação
cai no caso 2, a bridge passa o quadro para sua segunda placa de rede e, a partir
daí, faz um “broadcast” do quadro para o outro segmento ao qual está conectada.
Quando recebe a resposta, a bridge coloca o endereço de destino em uma segunda
tabela, que lhe informará, nas próximas comunicações, que a máquina se encontra
no outro segmento a que esta bridge está conectada.
A bridge tem ainda uma área de memória para armazenar temporariamente os
quadros que chegam, em caso de risco de “congestionamento” em função de muitos
quadros tentarem atravessar de um segmento a outro.
A Figura 6 ilustra uma bridge conectando dois segmentos de rede:

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Figura 6 | Ilustração de uma bridge unindo dois segmentos de rede

Fonte: elaborada pelo autor.

Como veremos no item a seguir, hoje as bridges são muito obsoletas. Contudo, três
de suas capacidades foram fundamentais para a continuidade da evolução
tecnológica de redes locais, a saber:
 capacidade de identificar a qual segmento um quadro se direciona;
 direcionamento de quadros;
 manutenção de uma memória local para evitar congestionamento de quadros
direcionados a outro segmento.

O switch L2
A evolução do hub para a criação de redes locais foi atingida com a tecnologia dos
switches por meio dos mecanismos desenvolvidos para as bridges. Agora que
entendemos como funciona um hub e uma bridge, fica fácil entender o que é e como
funciona um switch.

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Segundo Spurgeon (2000), o switch é um elemento de rede que faz a comutação
(switching, o procedimento de troca de quadros entre dois pontos de rede) de
quadros entre máquinas a ele conectadas. Se um hub é um repetidor, isto é, repete
o quadro em uma de suas portas para todas as demais portas, o mesmo mecanismo
não ocorre no switch. O switch age como comutador, ou seja, ele sabe a qual de
suas portas está conectada a máquina a que um quadro se destina e, em vez de
repetir este quadro para todas as demais portas, o envia apenas à porta na qual
está conectada a máquina de destino.
Internamente, um switch cria um segmento para cada computador que se comunica,
atuando como uma bridge múltipla e coordenando a comunicação entre todos esses
segmentos. A Figura 7 ilustra o funcionamento interno de um switch.
Figura 7 | Ilustração de um switch

Fonte: elaborada pelo autor.

É interessante observar que um switch com N portas cria internamente N segmentos


de rede, além de (N*(N-1))/2 rotas internas de comutação, evitando colisões entre
os quadros.
O problema mais comumente enfrentado pelos switches é o acúmulo de quadros
destinados a máquinas específicas. Isso porque há máquinas mais requisitadas em
todas as redes locais, como no caso dos servidores de dados, as impressoras ou os
roteadores. De fato, raramente uma estação de trabalho vai se comunicar
diretamente com outra estação de trabalho, mas todas essas estações se

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comunicarão com servidores, impressoras e roteadores. Nesse sentido, os switches
têm uma responsabilidade enorme de não deixar faltar recursos para essas
comunicações, como:
 Velocidade adequada para a comutação dos quadros.
 Mecanismo eficiente de comutação de quadros.
 Memória suficiente para armazenar temporariamente os quadros no caso de
muitos envios para uma mesma porta.

No entanto, uma dúvida pode ter surgido em relação ao título desse item: Mas,
afinal, o que é o L2? O que caracteriza um switch L2?
O termo L2 se refere à camada em que o switch atua. Assim, L2 é a camada 2 (layer
2, em inglês). Diferentemente do hub, que atua exclusivamente na camada física
repetindo o quadro em todas as suas portas, o switch começa atuando na camada
2 por saber quais máquinas estão conectadas a ele e conseguir rapidamente
encaminhar o quadro à máquina de destino.
A Figura 8 ilustra o conceito de funcionamento do switch L2 na camada 2, de enlace:

Figura 8 | O switch L2 atua na camada de enlace, além da camada física

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Fonte: Huawei (2017, p. 1).

Para tanto, o switch L2 se baseia apenas nos endereços MAC das máquinas a ele
conectadas, comutando quadros entre duas máquinas diretamente legadas e nada
mais. Nesse sentido, ele faz mais do que o hub, que apenas repete quadros e atua
na camada física (layer 1), sem fazer nada além da camada 2.

São três os métodos possíveis de comutação em switches L2, a saber:


 Cut-through: não há armazenamento do quadro, que tem seu endereço de
destino identificado e imediatamente é enviado à respectiva porta. O processo
de envio tem início logo após a identificação do endereço de destino, ainda
antes da recepção total do quadro.
o Vantagens:
 Baixo atraso no envio de quadros;
 Maior agilidade e velocidade no encaminhamento.
o Desvantagens:
 Não há verificação de erros (corre-se o risco de envio de quadros
com erros, o que confere ineficiência na comunicação);
 Não há armazenamento temporário de quadros, o que pode
causar perda (descarte de quadros) em caso de
congestionamento.
 Store-and-forward: o quadro é carregado em sua totalidade e armazenado na
memória interna. Após a carga, é feita uma checagem dos bytes e o resultado
é comparado com o que está armazenado no campo de checagem. Se há
disparidade é porque houve um erro e, então, o quadro é descartado. Se os
valores são os mesmos, o quadro é encaminhado para o endereço de destino
ou enfileirado para envio.
o Vantagens:
 A verificação elimina o envio de quadros com erros;

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 O armazenamento local e o enfileiramento evitam o descarte de
quadros por congestionamento.
o Desvantagens:
 A carga completa do quadro aumenta o tempo para transmiti-lo;
 A verificação de erro aumenta o tempo para encaminhar o
quadro.
 Fragment-free: trata-se de uma pequena variação no modo cut-through. O
switch lê os primeiros 64 bytes de cada quadro antes de iniciar o envio,
impedindo que se inicie o envio de quadros com menos de 64 bytes, o que
causa um tipo de colisão chamado “late collision” (colisão tardia, só
identificada depois de boa parte da comunicação ter sido realizada, causando
ainda mais atrasos). Apenas os primeiros 64 bytes do quadro são checados
para erros.
o Vantagem:
 Evita o envio de quadros fragmentados, o que pode causar
colisões tardias.
o Desvantagem:
 A checagem de erro não é tão eficiente quanto no modo store-
and-forward.

Uma vantagem do uso de switches (L2 ou L3, como veremos mais adiante) é que
os dispositivos mais novos baseados nessa tecnologia permitem a adição de um
nível físico de segurança. Diferentemente dos hubs, que não controlam o que está
conectado às suas portas, os switches permitem que cada porta seja configurada
para receber dados de um endereço MAC específico, apenas. Isso significa que, se
um intruso tentar desconectar uma máquina autorizada e conectar a sua máquina
invasora em um switch, ele não conseguirá estabelecer uma comunicação.
Uma das principais desvantagens dos switches L2 é o fato de que antes de
completarem suas tabelas internas de endereço MAC (para o caso dos switches que
constroem dinamicamente esta tabela), eles podem gerar flooding (“inundação”, em

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inglês) de quadros, copiando o quadro para todas as portas, no intuito de descobrir
a qual delas se destina.

O switch L3
A principal diferença do switch L3 para o switch L2 é o que o switch L3, além de
todas as características do L2, também atua na camada 3 de redes (ou layer 3, em
inglês). O switch L3 permite a criação e a manutenção de um conceito inovador: a
LAN virtual.
Segundo Spurgeon (2000), uma LAN virtual (ou VLAN, como é comumente
conhecida), é uma LAN criada logicamente em um ou mais switches, por meio da
manipulação dos endereços MAC que os switches L3 podem realizar.
Para todos os efeitos, uma VLAN é um conjunto de portas (de um mesmo switch ou
de um grupo de switches) que são designadas como um domínio de broadcast, isto
é, um domínio em que todas as portas recebem um broadcast realizado por uma
porta que faz parte da VLAN. Em termos lógicos, uma VLAN em nada difere de uma
LAN, ou seja, atua exatamente como um domínio de broadcast comum.
A Figura 9 a seguir ilustra o conceito de VLAN:

Figura 9 | Ilustração do conceito de VLAN

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Fonte: elaborada pelo autor.

No exemplo da Figura 9, duas máquinas conectadas ao switch 1 e mais uma


máquina conectada ao switch 2 formam a VLAN 1. As demais máquinas formam a
VLAN 2. Ambas as VLANs contêm máquinas conectadas a switches diferentes.
Quando um quadro sai da máquina de uma VLAN e vai para outra máquina da
mesma VLAN, o encaminhamento ocorre apenas por meio de mecanismos de
camada 2, ou seja, o encaminhamento tradicional dos switches L2.
Porém, quando o quadro se destina a uma máquina presente em uma VLAN
diferente daquela que origina a comunicação, o switch L3 deve recorrer aos seus
mecanismos internos de roteamento de quadros, identificando uma rota entre as
VLANs de forma que o quadro atinja seu destino.

Questão 1
Enunciado: O hub é um dispositivo que atua em qual das camadas de comunicação
no modelo de referência OSI?
a) Camada física
b) Camada de enlace
c) Camada de rede

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d) Camada de transporte
e) Camada física e de enlace

Alternativa correta: A
Resposta comentada: O hub funciona na camada física, isto é, na camada 1 do
modelo OSI. A Figura 4 ilustra esse conceito. O hub não reconhece endereçamento
de MAC, por exemplo, nem identifica em que porta está a máquina para a qual se
direciona uma comunicação.

Figura 4 | O hub atua na camada física

Fonte: Huawei (2017, p. 1).

Questão 2
Enunciado: O mecanismo de funcionamento dos switches, caracterizado por não
estabelecer armazenamento do quadro (que tem seu endereço de destino
identificado e imediatamente enviado à respectiva porta), tem como vantagem e
desvantagem, respectivamente:
a) Vantagem: alto atraso no envio dos quadros; desvantagem: não há verificação de
erros.

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b) Vantagem: maior segurança; desvantagem: alto atraso no envio dos quadros.
c) Vantagem: baixo atraso no envio de quadros; desvantagem: menor velocidade.
d) Vantagem: baixo atraso no envio de quadros; desvantagem: evita envio de
quadros fragmentados.
e) Vantagem: alto atraso no envio dos quadros; desvantagem: evita envio de
quadros fragmentados.

Alternativa correta: D
 Resposta comentada: cut-through: não há armazenamento do quadro, que
tem seu endereço de destino identificado e imediatamente é enviado à porta
respectiva. O processo de envio tem início logo após a identificação do
endereço de destino, ainda antes da recepção total do quadro.
o Vantagens:
 Baixo atraso no envio de quadros;
 Maior agilidade e velocidade no encaminhamento.
o Desvantagens:
 Não há verificação de erros (corre-se o risco de envio de quadros
com erros, o que confere ineficiência na comunicação);
 Não há armazenamento temporário de quadros, o que pode
acarretar em perda (descarte de quadros) no caso de
congestionamento.

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IEEE/INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONIC ENGINEERS. Ethernet
working group: Ethernet standard 802.3. 2017. Disponível em:
<http://www.ieee802.org/3/>. Acesso em: 27 dez. 2017.

MILLMAN, M. Building a 10Base5 “thick ethernet” network. 2012. Disponível em


<http://tech.mattmillman.com/projects/10base5/>. Acesso em: 5 jan. 2018.

SPURGEON, C., Ethernet: the definitive guide. New York: O’Reilly, 2000.

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