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DESASTRE DE MARIANA

AULA 11 - 19 DE AGOSTO DE 2017

CRÉDITO DAS IMAGENS: EVALDO ESPÍNDOLA, USP, E JORNAL NEXO


Bento Rodrigues
Paracatu de Baixo
E as atividades continuam!
DESASTRE DE MARIANA

 Justificativa da aula
 Uma decisão do início de agosto paralisou parte das ações acatando o
pedido dos advogados de dois executivos da Samarco. Eles dizem que
provas foram obtidas ilegalmente.
DESASTRE DE MARIANA – O QUE FOI?
 Maior desastre ambiental do Brasil
 Em 5 de novembro de 2015, uma barragem que armazenava 55 bilhões de litros de
rejeitos de minério de ferro (volume equivalente ao de nove lagoas como a Rodrigo
de Freitas, no Rio de Janeiro), da empresa Samarco, de propriedade da Vale e da
anglo-australiana BHP Billiton, ruiu abruptamente na cidade de Mariana, em Minas
Gerais.
 A lama oriunda da mineração invadiu um distrito de Mariana, cidade histórica de
Minas Gerais, deixou 19 mortos e percorreu 700 km no rio Doce até desaguar no
oceano Atlântico. Cerca de 1.500 hectares de matas próximas ao rio foram
devastados, e incontáveis animais morreram.
DESASTRE DE MARIANA – O QUE FOI?

 Ao todo, 32 bilhões de litros de rejeitos (material descartado no processo


de mineração) foram lançados no meio ambiente. Grande parte ficou
depositada nos primeiros 100 km do percurso da lama, até a usina
hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, no município de
Rio Doce.
 Cerca de 5,5 bilhões de litros chegaram ao rio que leva o mesmo nome.
No curso d'água que atravessa dois Estados, o material percorreu 537 km
até desembocar, 16 dias após a tragédia, no oceano Atlântico, pelo litoral
do Espírito Santo.
 De acordo com a Defesa Civil, um desastre de nível IV: “desastre de muito
grande porte”.
 Necessidade de ação conjunta entre ao governos municipal, estadual e
federal.
DESASTRE DE MARIANA – SAMARCO

 A empresa, criada em 1973, começou a produzir em 1977 com o objetivo


de explorar minério itabirítico, que possui baixo teor de ferro. Ela trata o
material e o exporta como pelotas de minério de ferro. O produto é usado
na fabricação de carros, elevadores e talheres. O minério é constituído por
partículas de quartzo e de hematita. As de quartzo são indesejadas. Por
isso, o produto passa por um processo industrial que as remove. Nele, são
gerados o concentrado de minério de ferro, que é a parte aproveitada, e o
rejeito, sem valor econômico. Este último é dividido em lama e areia.
DESASTRE DE MARIANA – BARRAGENS DE
REJEITOS

 Grandes lixões
 A lama e a areia que surgem do tratamento do minério são jogadas pelas
mineradoras em barragens de rejeitos, espécies de lixões. A Samarco
utilizava em sua unidade de Mariana a barragem de Germano, que foi
construída em 1976, e a Cava (mina exaurida) do Germano, onde o rejeito
era armazenado apenas na forma de areia.
 Como a capacidade dos dois reservatórios estava no limite (a de Germano,
que contém 200 bilhões de litros de rejeitos, esgotou-se em 2009), e a
produção da mineradora aumentava ano a ano, ela decidiu construir no
vale do córrego de Fundão, grudado à barragem de Germano, um novo
reservatório. Achar um local é um desafio para as mineradoras devido às
exigências ambientais e proximidade de comunidades. Estudos de 2005
mostravam que o terreno onde a barragem foi erguida era a melhor
opção, pois, dali, a empresa poderia lançar a água drenada da estrutura
em outra imediatamente abaixo, chamada de Santarém.
DESASTRE DE MARIANA – BARRAGEM DE
FUNDÃO

 A Samarco levou adiante a construção da barragem mesmo com a


existência de uma população imediatamente abaixo da estrutura.
 Para armazenar os rejeitos, a mineradora optou pelo modelo de
barragem a montante. Esse tipo de estrutura utiliza o próprio rejeito
compactado na construção de sua parede de contenção. Primeiro,
constrói-se um dique inicial, chamado de dique de partida. Em cima dele,
vão sendo erguidos outros diques (como se fossem degraus que
compõem uma escada) à medida que o reservatório vai sendo preenchido
com rejeitos. A elevação, ou alteamento (nome técnico), acontece para
dentro do reservatório.
 Esse modelo, entre todos os existentes, é considerado o menos seguro,
pois a água presente nos rejeitos fica muito próxima da parede externa.
De um lado, é o mais barato e rápido; de outro, é mais suscetível a
rupturas e a tremores de terra.
DESASTRE DE MARIANA – BARRAGEM DE
FUNDÃO

 Foram projetados dois diques para Fundão. O dique 1, abaixo do vale,


recebeu rejeitos arenosos. Numa região logo acima dele, foi erguido o
dique 2, para represar lama. A separação era fundamental para a
segurança da barragem, pois a água (presente na lama) representa um
risco para a estrutura: quanto mais distante, portanto, ela estiver da
parede frontal do reservatório, mais seguro ele está.
DESASTRE DE MARIANA – BARRAGEM A
JUSANTE

 É o modelo mais seguro porque os alteamentos (elevações de sua parede)


são feitos para fora da barragem (o barramento que segura o material
armazenado é mais resistente). Mas alguns fatores dificultam sua adoção:
como ele utiliza mais material na construção dos diques, é muito mais
caro. Também demora mais para ser erguido e precisa de mais espaço.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 O projeto de Fundão previa que
o dique 1 encobrisse o 2. As
barragens de rejeitos estão
permanentemente em obras,
porque são feitas em etapas, à
medida em que recebem as
areias e lamas. Com o tempo, o
dique 1, de areia, iria crescer
tanto que acabaria passando por
cima do dique 2, de lama. A ideia
era que o banco de areia que iria
se formar no dique 1 de Fundão,
na parte da frente da estrutura,
seria suficiente para barrar a
lama no fundo do reservatório.
 Sendo assim, iria se formar uma
praia, com a água ao fundo.
Segundo o projeto, a praia
mínima exigida deveria ter 200
metros, ou seja, a água ficaria a
200 metros de distância da frente
da barragem. Se respeitada essa
distância, a barragem estaria
segura. Não seguir essa regra era
considerada uma falha
operacional grave, segundo o
Manual de Operação do
reservatório.
DESASTRE DE MARIANA – BARRAGEM DE
FUNDÃO

 A barragem começou a ser construída em julho de 2007 na cota 790


metros (altura em relação ao nível do mar). O projeto original previa que
ela fosse elevada até 920 metros, mas a Samarco já estudava aumentá-la
mais ainda, até 940 metros, quando seria unificada com o reservatório
vizinho, de Germano.
 Ao se romper, em 5 de novembro de 2015, Fundão estava na cota 898
metros. A parte frontal da estrutura, ou seja, sua parede visível, tinha,
portanto, 108 metros de altura, quase o tamanho do edifício Copan, em
São Paulo, com seus 115 metros de altura, ou quase quatro vezes a
estátua do Cristo Redentor, no Rio.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Sistema de drenagem
interna
 A segurança da barragem
dependia do controle da
água dentro dela. Para
captar o líquido presente
nos rejeitos e escoá-lo para
fora de Fundão, diminuindo
assim os riscos da estrutura,
foram projetados dois
drenos no fundo da
barragem, chamados de
principal e secundário. Os
drenos eram basicamente
"caminhos" de pedras em
camadas de diferentes
tamanhos dentro do
reservatório. A água que
caía neles escorria para fora.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Sistema de drenagem
interna
 Mas Fundão também
correria riscos com a água
que se acumulava
superficialmente na
barragem, por causa das
chuvas. Por isso, foram
desenhadas duas galerias
de concreto, que seriam
instaladas no terreno
inclinado, com bocas de
captação de água para
funcionar como ralos. À
medida que o nível da
barragem ia subindo, as
entradas das galerias eram
tampadas e substituídas
pelas de cima. Toda a água
captada pelos drenos e
galerias eram jogadas para
fora da barragem pela parte
da frente.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Drenos entupidos e erosão
interna
 A barragem de Fundão
começou oficialmente a operar
em dezembro de 2008. Apenas
quatro meses depois, em 13 de
abril de 2009, quando o
reservatório do dique 1 estava
na fase inicial de preenchimento
com rejeitos, ocorreu um
vazamento, próximo da saída
do dreno principal. A Samarco
interrompeu emergencialmente
o lançamento, esvaziou o
reservatório com bombeamento
e construiu um aterro de blocos
de pedra na frente do dique
para controlar a infiltração.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO

 Os problemas
 Pilha do Vale
 Ao lado de Fundão, existia uma
estrutura chamada pilha de
estéril (um amontoado de
minerais sem uso ou valor
econômico) da Vale. As águas
das chuvas que caíam sobre ela
escorriam para a lateral
esquerda da barragem da
Samarco, o que interferia em
sua estabilidade. Um lago
chegou a se formar no pé da
pilha. Houve vários vazamentos
de água na lateral da barragem.
Esse problema foi identificado
ainda em 2012.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO

 Os problemas
 Pilha do Vale
 Desde 2005, o Estudo de
Impacto Ambiental já
reconhecia que isso iria ocorrer.
"Nas cotas mais superiores, a
partir da elevação 880 m,
poderá haver interferência com
o pé de uma pilha de estéril já
implantada", afirma trecho do
documento. O relatório
propunha que, quando a
interferência de uma estrutura
na outra fosse observada, a
Samarco e a Vale teriam de
pensar juntas numa solução.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Pilha do Vale
 Para resolver o problema da
água que vinha da pilha da
Vale, a empresa precisava de
espaço para as obras. Por isso,
modificou a geometria da
barragem. Ela recuou a parede
de Fundão para dentro do
reservatório, a fim de ter espaço
suficiente para realizar as
intervenções. Em abril de 2013,
foi feita uma drenagem da água
no pé da estrutura da Vale: um
dreno conduziria o líquido para
fora do reservatório da
Samarco. Em agosto de 2014, a
mineradora tirou toda a água
do pé da estrutura da Vale e
preencheu o local com rejeito
arenoso.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO

 Os problemas
 Recuo
 Além de estar ligado à pilha da
Vale, o recuo também foi aberto
por causa da drenagem
deficiente na lateral do
reservatório. As duas coisas
foram percebidas na mesma
época. Em setembro de 2012, a
mineradora considerou que a
galeria secundária, no lado
esquerdo de Fundão, não
estava suficientemente
dimensionada para o volume de
rejeitos que a barragem
receberia.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Recuo
 Para resolver os problemas de
drenagem no local, agravados
pela água oriunda da pilha da
Vale, a Samarco recuou em
outubro daquele ano a parede
da barragem no canto
esquerdo, em 80 metros. A
parede do reservatório, então
em linhas retas (como era
previsto em seu projeto
original), formou um desenho
parecido com um "S". O recuo
servia para abrir espaço para
obras na galeria secundária e
para a drenagem do pé da pilha
vizinha. O platô do recuo era
como uma praça, um canteiro
de obras. Durante as
investigações, os diretores da
Samarco afirmaram que o recuo
foi feito sem projeto.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 Recuo
 Em novembro de 2012, houve a
abertura de um buraco em cima
da galeria secundária,
vazamentos e carregamento de
rejeitos de dentro para fora da
estrutura. Fundão estava com
860 metros (em relação ao nível
do mar). No mês seguinte, o
recuo avançou mais 70 metros
para dentro do reservatório,
totalizando 150 metros sobre a
lama. A medida desrespeitava
novamente a exigência do
projeto para que a praia mínima
tivesse 200 metros (a distância
era necessária para manter a
água presente na lama distante
da frente de Fundão).
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 As trincas
 As investigações da Polícia
Federal descobriram um
momento chave na história da
barragem: setembro de 2014.
Naquele mês, o engenheiro
Joaquim Pimenta de Ávila,
projetista da barragem de
Fundão até 2012, vistoriou a
estrutura, já na condição de
consultor da Samarco, e
identificou trincas no recuo do
reservatório. Seu depoimento
mostrou à PF que indícios de
rupturas já existiam um ano
antes da tragédia e que a
Samarco tinha ciência dos riscos
de a barragem ruir.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 As trincas
 As trincas transversais
tinham surgido em agosto
de 2014, segundo a
empresa informou ao
engenheiro. Em
depoimento à PF, Ávila
afirmou ter interpretado as
trincas como um "princípio
de ruptura" por liquefação
(quando o material da
barragem, por estar muito
encharcado de água, passa
do estado sólido para o
líquido, o que pode fazê-la
se romper).
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 As trincas
 Ele recomendou
redimensionar um reforço
que já existia no local,
instalar no recuo ao menos
nove piezômetros
(equipamentos para medir
a pressão da água no solo)
e acompanhar diariamente
a posição da água na
barragem. Caso a pressão
subisse naquele ponto, a
Samarco deveria bombear
a água para fora,
rebaixando o nível 20
metros abaixo do solo.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 As trincas
 Até então, não havia
nenhum instrumento de
monitoramento no recuo,
segundo depoimento do
engenheiro. A Samarco
alega que Ávila nunca
alertou a empresa em um
tom que sugerisse que algo
grave estivesse ocorrendo,
afirma que instalou 12
piezômetros no local (mais
do que o solicitado) e que
cumpriu todas as
recomendações feitas pelo
engenheiro.
DESASTRE DE
MARIANA –
BARRAGEM DE
FUNDÃO
 Os problemas
 As trincas
 O problema das trincas foi
tratado internamente numa
troca de mensagens de
diretores da Samarco. As
conversas foram
encontradas pela Polícia
Federal durante operação
de busca e apreensão na
empresa.
 Em 29 de agosto de 2014, o
então presidente da
Samarco, Ricardo Vescovi, é
avisado pelo diretor de
operações, Kleber Terra, da
existência das trincas.
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA

 Crescimento acelerado
 Segundo engenheiros que estudam barragens de rejeitos, é recomendável
que uma estrutura como Fundão cresça, de forma segura, de 4,57 a 9,14
metros por ano. A conclusão é feita com base em empreendimentos bem-
sucedidos. A elevação da parede do reservatório da Samarco que ruiu em
2015 foi elevado, em média, em 13 metros por ano.
 Apenas na região do recuo, onde houve a ruptura, a barragem cresceu da
cota 875 m para 898 m (ou seja, aumentou 23 metros) em três meses, de
setembro a novembro de 2015.
 Para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, a estrutura, que
apresentava um histórico grande de problemas, cresceu muito rápido,
tendo a empresa assumido o risco de que ela pudesse se romper.
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA
 Monitoramento falho
 Para controlar a água na barragem, a Samarco instalava medidores de
nível d'água e piezômetros (equipamentos que medem a pressão da água
no solo). Fundão possuía cerca de 70 aparelhos, entre manuais e
eletrônicos, que transmitiam os dados por uma rede sem fio. Em
depoimentos à Polícia Federal, os responsáveis pelo monitoramento da
estrutura não souberam sequer esclarecer qual era a proporção de
manuais e eletrônicos.
 Mesmo os equipamentos eletrônicos eram lidos manualmente, porque os
dados transmitidos por rede sem fio possuíam inconsistência. Nos dez
dias que antecederam a tragédia, nenhuma leitura manual foi feita por
funcionários da Samarco. À PF eles não explicaram os motivos. Nos dias 3,
4 e 5 do mês da tragédia (Fundão ruiu em 5 de novembro), os
equipamentos eletrônicos estavam desligados, passando por manutenção,
devido a uma interferência no sistema de transmissão de uma obra que
estava sendo realizada na barragem.
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA
 Os tremores
 Investigações das Polícia Civil e Federal e do Ministério Público do Estado de
Minas descartaram os tremores de terra na região como causa da tragédia. Uma
apuração feita por um escritório internacional contratado pela Samarco e por
suas controladoras considera, entretanto, que os sismos podem ter sido o gatilho
para o desastre.
 Seis tremores de terra foram registrados na região da barragem entre as 13h e as
16h do dia da tragédia, pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira, segundo
dados do Centro de Sismologia da USP. Os mais significativos ocorreram na
sequência, às 14h12 e às 14h13, de 2,4 e 2,6 pontos na escala Richter,
respectivamente. Eles foram sentidos por funcionários da Samarco, cerca de uma
hora e meia antes do desastre. Vistorias foram feitas na barragem pela empresa,
logo após os sismos, mas nenhuma anomalia foi identificada.
 Segundo o Centro de Sismologia da USP, tremores iguais ou menores do que 3
pontos não causam danos em construções e são sentidos apenas levemente. Eles
ocorrem praticamente todos os dias no Brasil, segundo relatório feito pelo órgão.
 Mas a Samarco, em suas próprias apurações, admite que Fundão não se
encontrava em boas condições de segurança e que, numa estrutura com tantos
problemas, os sismos poderiam ter desencadeado a ruptura.
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA

 Os tremores
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA

 Evolução da lama e falha da drenagem


 A Vale, dona da Samarco, possui atividades no mesmo complexo em
Mariana, e também lançava lama em Fundão, embora isso não fosse
informado às autoridades fiscalizadoras.
 Desde 1989, existia um contrato em que a Samarco dava permissão para que
suas controladoras utilizassem suas barragens. Em maio de 2010, mais de um
ano após o início de operação de Fundão, um Termo de Acordo para
Disposição de Rejeitos, com o mesmo teor do documento anterior, foi
assinado pelas duas empresas, estendendo a vigência do primeiro contrato.
Nesse termo, a Samarco autorizava a Vale a jogar lama em suas barragens
(Germano e Fundão).
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA

 Evolução da lama e falha da drenagem


 O excesso de lama na barragem, porém, não foi controlado, como mostraram
as investigações da PF. Devido aos problemas nos sistemas de drenagem
projetados originalmente (como os drenos de fundo e as galerias, que
tiveram de ser abandonados devido ao mau funcionamento), uma mancha de
lama evoluiu dentro do reservatório sem que a água presente nos rejeitos
fosse adequadamente controlada. O líquido se aproximou excessivamente da
parede de contenção da estrutura.
 O recuo, que fez Fundão crescer sobre a lama, pressionou então a lama que
estava embaixo, fazendo-a ser expelida para fora. A ruptura ocorreu em
quatro fases.
DESASTRE DE MARIANA – O QUE CONTRIBUIU
PARA A RUPTURA
DESASTRE DE MARIANA – AS ETAPAS DA
RUPTURA

 Em 5 de novembro de 2015, Fundão ruiu abruptamente, segundo os


trabalhadores que viram a tragédia. Os engenheiros contratados pela
Samarco para investigar o caso afirmam que a ruptura ocorreu em quatro
etapas, de forma rápida.
 A água suja foi o primeiro sinal de que algo estava errado. No recuo, foi
observado no dia da tragédia um acúmulo de água suja, o que demonstrava
que o líquido estava saindo do interior da barragem levando consigo, para
fora, o material do reservatório. Era um indício de rompimento. Vazamentos
são corriqueiros em barragens, mas causam menos preocupação quando a
água é limpa (o que demonstra que sua estrutura está preservada).
 Segundo as testemunhas que estavam na barragem no momento da
tragédia, o primeiro movimento foi um deslocamento do platô do recuo
(área livre que servia como canteiro de obras) para a frente, num primeiro
sinal de que a barragem estava caindo.
DESASTRE DE MARIANA – AS ETAPAS DA
RUPTURA

 O terceiro movimento, ainda segundo as testemunhas, foi o surgimento de


uma onda, de baixo para cima, de material saído de dentro da barragem.
Como a região estava muito encharcada, ela perdeu resistência, e o material
sólido transformou-se em líquido.
 A barragem quebra na cota 875 m (altura em relação ao nível o mar) e todo o
material vaza da estrutura. A explicação é que houve uma carga sobre a lama
na região do recuo e o material foi jogado para fora da barragem da mesma
forma como acontece, por exemplo, com uma pasta de dente no momento
em que se pressiona a bisnaga onde ela está armazenada: o creme dental é
expelido para fora.
DESASTRE DE MARIANA – AS ETAPAS DA
RUPTURA
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS

 Impactos podem ser sumarizados em três eixos:

Econômico
Social Ambiental
Político
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS

 Patrimônio histórico foi destruído, povos indígenas foram afetados,


municípios ficaram sem abastecimento de água e pescadores afirmam
que mais de um ano e meio depois, ainda não têm como trabalhar no rio,
que não se recuperou daquele que é considerado o maior desastre
ambiental da história brasileira.
 Quando Fundão se rompeu em Mariana, moradores distantes da
barragem não imaginaram que a onda de lama liberada pudesse atingi-
los horas ou dias depois. Em Barra Longa, cidade com 5.710 habitantes a
cerca de 40 km em linha reta da barragem, os rejeitos invadiram as casas
até o teto às 4h da madrugada do dia seguinte ao desastre.
 O avanço da mancha começou a preocupar os municípios cortados pelo
rio Doce. Antes mesmo de ser afetado, o Estado do Espírito Santo pediu
doações de água mineral para cidades como Baixo Guandu, Colatina e
Linhares.
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS
 mortes de trabalhadores da empresa e moradores das comunidades afetadas
 desalojamento de populações
 devastação de localidades e a consequente desagregação dos vínculos sociais das comunidades
 sensação de perigo e desamparo na população
 Saúde da população (suicídios, depressão, alcoolismo, exposição a lama, etc)
 preconceito

 destruição de estruturas públicas e privadas (edificações, pontes, ruas etc.)


 interrupção do abastecimento de água
 interrupção da geração de energia elétrica pelas hidrelétricas (Candonga, Aimorés e
Mascarenhas)
 destruição de áreas agropastoris, com perdas de receitas econômicas
 interrupção da pesca por tempo indeterminado
 interrupção do turismo

 destruição de áreas de preservação permanente e vegetação nativa de Mata Atlântica


 perda da biodiversidade aquática e terrestre
 assoreamento de cursos d´água
 perda e fragmentação de habitats
 alteração dos padrões de qualidade da água doce, salobra e salgada
 restrição ou enfraquecimento dos serviços ambientais dos ecossistemas;
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS

 A Samarco está construindo diques próximos do vilarejo de Bento


Rodrigues para tentar conter os rejeitos que ainda podem escoar de
Fundão e chegar aos rios.
 Fundão tinha 55 bilhões de litros de rejeitos de minério quando ruiu. Mas
nem todo o volume que era armazenado na estrutura vazou no desastre:
23 bilhões de litros continuaram dentro da barragem. O problema,
atualmente, é que o material pode ser levado para fora com as chuvas.
 A mineradora, inicialmente, projetou quatro diques e construiu os três
primeiros. O terceiro, mais distante da barragem e perto de Bento
Rodrigues, era o único que conseguia segurar com mais eficácia parte da
lama. Mas o material ainda vazava. A Samarco havia projetado um quarto,
depois do vilarejo, só que sua construção tinha sido impedida porque a
obra encobriria muros com valor histórico reconhecido pelo Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Moradores se
opõem à obra porque ela irá alagar o que sobrou de Bento Rodrigues.
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS

 No dia 21 de setembro de 2016, o governador de Minas Gerais, Fernando


Pimentel (PT), assinou um decreto autorizando o uso da área para a
construção do quarto dique.
 Até julho de 2016, a Samarco havia realizado apenas metade das ações
para conter o avanço dos rejeitos, segundo o Ibama. Por não cumprir a
exigência de conter a lama até o terceiro dique, no prazo do dia 15 de
setembro, o instituto aplicou, segundo decisão publicada no dia 4 de
novembro, multa de R$ 500 mil por dia à mineradora. A Samarco afirma
que está ampliando a estrutura, para que ela seja mais eficiente.
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS

 Lama tóxica?
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS

 Lama tóxica?
DESASTRE DE MARIANA – CONSEQUÊNCIAS
 Criação de grupos independentes para trabalhar com o desastre.

Site: http://giaia.eco.br1/2015
DESASTRE DE MARIANA – POR QUE OS
PROCESSOS ESTÃO PARALISADOS

•Todas as 21 também foram denunciadas


pelos mesmos crimes ambientais imputados
 A•Asdefesa
21 pessoasdos executivos
são acusadas alega
pelos crimes de que parte dos registros de escutas
a Samarco, Vale e BHP Billiton Brasil. Eles
telefônicas utilizadase lesões
inundação, desabamento pelo corporais
Ministério Público Federal e pela Polícia Federal
envolvem crimes contra fauna, flora, crime de
nas acusações
graves, todosfoi
comobtida após o fim do prazo
dolo eventual autorizado pela Justiça.
poluição, contra ordenamento urbano e
 O juiz decidiu pela suspensão porque, caso sepatrimônio
comprove que evidências
cultural
foram coletadas de forma ilegal, todo o processo pode vir a ser anulado.
 Para que a situação seja esclarecida, o juiz determinou que as companhias
telefônicas informem o período em que•Uma as quarta
ligações foram
empresa, interceptadas.
a Vogbr Recursos
O julgamento das outras
•Por terem supostamente acusações
dificultado a criminais
Hídricos e também
Geotecnia, eestá suspenso.
o engenheiro sênior Elas
são:
fiscalização pelo poder público, Samarco e da companhia, Samuel Santana Paes Loures,
Vale são acusadas de crimes contra a estão sendo acusados de apresentarem um
administração ambiental laudo ambiental falso sobre a estabilidade da
barragem de Fundão, que ruiu
DESASTRE DE MARIANA – O QUE DIZ O MPF

 Em nota à imprensa, o Ministério Público Federal afirma que concorda em


esclarecer a questão dos registros telefônicos “respeitando o direito de
defesa”, mas diz que as interceptações foram feitas dentro do prazo legal.
 Além disso, “as interceptações indicadas pela defesa como supostamente
ilegais sequer foram utilizadas na denúncia, por isso, não teriam o condão
de causar nulidade na ação penal”.
 Apenas o processo criminal, que tramita na comarca de Ponte Nova, em
Minas Gerais, é afetado pela decisão. Isso significa que as ações cíveis, que
tramitam na 12ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, continuam a
correr normalmente.
DESASTRE DE MARIANA – AÇÃO CIVIL PÚBLICA
DA UNIÃO

 Em novembro de 2015, a AGU (Advocacia-Geral da União) ajuizou em


conjunto com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, uma ação civil
pública contra a mineradora Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP
Billiton, com pedido de indenização de pelo menos R$ 20 bilhões por
danos ambientais.
 O valor de R$ 20 bilhões foi estimado com base em laudos técnicos do
Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade) e ANA (Agência Nacional de Águas).
 A proposta da ação era que os recursos do fundo fossem depositados
gradualmente, com a retenção de uma parte do lucro ou do faturamento
das empresas para que se garantisse o financiamento de ações de
revitalização da bacia do rio Doce.
DESASTRE DE MARIANA – AÇÃO CIVIL PÚBLICA
DA UNIÃO

 Em maio de 2016, a Justiça Federal homologou um acordo entre


Samarco, Vale e BHP Billiton, e os governos federal, de Minas Gerais e do
Espírito Santo para a criação do fundo de R$ 20 bilhões.
 Mas o MPF julgou que o acordo, na prática, suspenderia a ação civil
pública da AGU, apesar de não ter autoridade para fazê-lo. Na avaliação
do MPF, ele havia sido costurado sem participação das populações
atingidas e sem um diagnóstico conclusivo sobre os impactos do desastre.
Por este motivo, os R$ 20 bilhões poderiam não ser o suficiente para
cobrir os danos.
 Por isso, o MPF ingressou com uma outra ação civil pública que questiona
o acordo e pede uma indenização mais de sete vezes maior.
DESASTRE DE MARIANA – A AÇÃO CIVIL
PÚBLICA DO MPF

 O MPF exige que a indenização paga pelas empresas seja de R$ 155


bilhões. Esse seria, em sua avaliação, o valor necessário para reparar
integralmente danos sociais, econômicos e ambientais causados pelo
rompimento da barragem de Fundão.
 Para chegar a esse valor, o MPF usa outro grande desastre como
parâmetro: a explosão em 2010 da plataforma de petróleo Deepwater
Horizon, operada pela empresa BP, no Golfo Do México. O evento poluiu
25,75 mil quilômetros da costa americana, resultou em 11 mortes e
reparações calculadas em US$ 43,8 bilhões. Convertido em reais pela
cotação no momento do pedido do MPF, o valor equivale a R$ 155
bilhões.
 Além de sanar os danos ao meio ambiente e ao patrimônio e indenizar as
comunidades atingidas, o dinheiro serviria para criar linhas de crédito e
apoio técnico para fomentar alternativas econômicas à mineração.
DESASTRE DE MARIANA – EXISTIA RISCO?
DESASTRE DE MARIANA – EXISTIA RISCO?
DESASTRE DE MARIANA – ALGUMAS REFLEXÕES

 A sirene que não tocou e a simulação que nunca foi feita!


DESASTRE DE MARIANA – ALGUMAS REFLEXÕES

 Histórias perdidas
DESASTRE DE MARIANA – ALGUMAS REFLEXÕES

 Comunidades ribeirinhas e suas tradições


DESASTRE DE MARIANA – ALGUMAS REFLEXÕES

 E os problemas continuam
DESASTRE DE MARIANA – ALGUMAS REFLEXÕES

 E os problemas continuam
DESASTRE DE MARIANA – ALGUMAS REFLEXÕES

 50 barragens são consideradas problemáticas!

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