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da Folha de S. Paulo
A língua portuguesa é a sétima mais falada no mundo, ficando atrás apenas dos
idiomas chinês, hindi, inglês, espanhol, bengali e árabe. Ao todo, são oito os países
que têm o português como idioma oficial --Portugal, Brasil, Cabo Verde, São Tomé
e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste--, e mais de 230
milhões de falantes no planeta.
Para pôr fim às várias grafias e dar maior visibilidade ao idioma, os países
membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) elaboraram em
1990 o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O acordo entra em vigor neste dia
1º de janeiro de 2009 e apesar de trazer mudanças em apenas 0,5% das palavras
no Brasil, deve causar confusão.
Arte/Folha
HÍFEN
Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser
duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom".
Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja,
"hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e
"super-revista"
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma
vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"
TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados
ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")
4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da
preposição com o artigo)
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera"
(preposição arcaica)
ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"
ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos
verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem",
"deem", "leem" e "veem"
2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam
"enjoo" e "voo"
ACENTO AGUDO
Não se usará mais:
1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia",
"idéia", "heróica" e "jibóia"
2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo.
Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de
"g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos,
como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a
ser grafadas averigue, apazigue, arguem
GRAFIA
No português lusitano:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas,
como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e
"ótimo".
Arte/Folha
Da acentuação gráfica das palavras oxítonas
O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ró (letra do alfabeto grego) e
rô. São igualmente admitidas formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de
metro.
b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos lo(s)
ou la(s), ficam a terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a
assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) (de
adorar-lo(s)), á-la(s) (de ar-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-lo(s) (de faz-lo(s)), fá-lo(s)-ás
(de far-lo(s)-ás), habitá-la(s) iam (de habitar-la(s)- iam), trá-la(s)-á (de trar-la(s)-
á);
d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados -éi, -éu ou -ói, podendo
estes dois últimos ser seguidos ou não de -s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s),
chapéu(s), ilhéu(s), véu(s); corrói (de corroer), herói(s), remói (de remoer), sóis.
Obs.: Muito poucas palavras deste tipo, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e
o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam
oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de
acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fémur e
fêmur, vómer e vômer; Fénix e Fênix, ónix e ônix.
Obs.: Muito poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tónicas/ tônicas grafadas
e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam
oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento
agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e
pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus.
Obs.: Também neste caso são preteridas as antigas grafias detêem, intervêem,
mantêem, provêem etc.
7º-) Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm
um e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3ª- pessoa do
plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: creem, deem
(conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem,
reveem, tresleem, veem.
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