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DIREITOS HUMANOS APLICADOS À ATIVIDADE POLICIAL MILITAR NO


ESTADO DO PARANÁ

Mônica Dantas Trevisan1


Elisa Stroberg Schultz2

RESUMO
A reflexão sobre a proteção dos Diretos Humanos do Policial Militar, é um dos
pontos importantes trazidos neste trabalho, como forma de demonstrar a real
necessidade de tratar este agente público como um cidadão provido de direitos.
Para tanto, foi preciso consultar legislações afetas aos direitos humanos e associá-
las ao cotidiano do policial militar, nas condições da caserna e seus pormenores, em
especial na Polícia Militar do Paraná. Em seguida, foram buscados programas
governamentais vigentes que trabalham com direitos humanos dos cidadãos e
também dos cidadãos policiais militares e sua aplicação na atividade policial, com
isso, ao final, foram traçadas algumas considerações na tentativa de se detectar o
que ainda é preciso ser implementado para que a dignidade destes profissionais
seja protegida, e consequentemente, isso venha a refletir como melhoria no próprio
cumprimento de sua missão.
Palavras-Chave: Atividade Policial. Direitos. Ações.

ABSTRACT

Reflection on the protection of human 's Military Police Direct , is one of the important
points brought this work as a way to demonstrate the real need to treat this as a
public official provided citizen rights. To that end, we need to consult laws on human
rights and associate them to the everyday life of the military police under the
conditions of barracks and their details, especially in the military police of Paraná.
Then they were searched existing government programs that work with human rights
of nationals as well as military police citizens and its application in police work with
that in the end were outlined some considerations in an attempt to detect what we
still need to be implemented so that the dignity of these professionals is protected,
and therefore , this will reflect as improvement in the very fulfillment of its mission .

Keywords: Police activity. Rights. Actions

1 Policial Militar do Paraná, Bacharel em Direito, Pós-Graduanda em Gestão Pública com


Habilitação em Direitos Humanos.
2 Professora orientadora do artigo, Especialista em Direito do Trabalho e Processo do
Trabalho e Mestre em Ciências Sociais Aplicadas pela UEPG.
2

1. INTRODUÇÃO

Os Direitos Humanos são heranças de lutas históricas que buscavam o


reconhecimento da necessidade de se proteger direitos elementares do homem, de
forma a assegurar suas garantias fundamentais, sendo estes direitos indisponíveis,
inalienáveis, inderrogáveis, irrenunciáveis, imprescritíveis e essenciais à convivência
social.3

No Brasil, por diversos motivos, sejam de má distribuição de renda, baixa


qualidade na educação, deficiente preparação para o mercado de trabalho, ou
mesmo, por inversão de valores, se percebe o aumento da violência, e todos esses
pormenores acabam também por atingir a vida dos policiais militares. Tendo como
foco a Polícia Militar do Paraná, se faz necessária uma análise dos detalhes que
afetam diretamente os policiais em suas atividades cotidianas, como são tratados
pela legislação interna da Corporação, quais os programas de governo, federal ou
estadual, para lidar com as graves perturbações causadas pela violência, quais
pontos podem ser melhorados e quais os detalhes que estão dando certo. São
assuntos estes de extrema importância para a garantia da defesa dos direitos
humanos para os policiais militares do Estado do Paraná.

A Constituição Federal define em seu artigo 144 4 os órgãos que serão


responsáveis pela preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do patrimônio, e dentre eles está a Polícia Militar, órgão que por sua característica
ostensiva, atua de forma preventiva e também repressiva, sendo esta última, tema
levantado exaustivamente por estudiosos, mídia e pela própria sociedade, por
associarem esta característica a uma afronta aos Direitos Humanos. Por detrás
deste trabalho árduo da Polícia Militar, que atua nas mais diversas formas, desde o
auxílio a um parto antecipado dentro da viatura ao confronto armado com
criminosos, está o sujeito policial militar, seja ele homem ou mulher, que carrega
consigo a difícil função de atender os anseios e patologias que acometem uma
sociedade, sendo ao mesmo tempo a mão pesada do Estado e o socorro na hora da
dificuldade. E diante de tantas adversidades que estes agentes enfrentam, será que

3 NETO, Cândido Furtado Maia. Código de direitos humanos para a justiça criminal
brasileira: Rio de Janeiro: Forense, 2003. p. 4.
4 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.
Acesso em 29 jul. 2015.
3

estes têm seus direitos também preservados? A aclamada dignidade da pessoa


humana é também inerente aos militares estaduais, ou sendo agentes públicos são
desprovidos de tal? A Constituição Cidadã leciona em seu artigo 5º que todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Este direito também cabe
ao policial no exercício de sua profissão?

O presente estudo tem por fim levantar questões que envolvem o cotidiano
de um agente policial, especificamente da Polícia Militar do Paraná, os aspectos
mais relevantes de sua atividade, políticas vigentes concernente a proteção de seus
direitos elementares, e com base neste levantamento, buscar detectar mais
ferramentas eficazes que possam ser implementadas, com o intuito único de lapidar
este agente que traz consigo a difícil tarefa de enfrentar os males que assolam a
sociedade, sem deixar de assegurar os direitos humanos dos cidadãos.

2. REVISÃO TEÓRICO-EMPÍRICA

2.1. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS

A Constituição Federal de 1988, também denominada Constituição Cidadã,


consagra os direitos fundamentais a serem exercidos pelos indivíduos, em igualdade
de condições, e assegura ainda a cada cidadão a proteção em face de eventuais
arbitrariedades que possam vir do próprio Estado. 5 Na dicção de José Afonso da
Silva, é o símbolo maior de uma história de sucesso, pois é com seu nascimento que
ocorre a transição de um Estado intolerante e violento para um Estado democrático
de direito.6

A Carta Magna harmoniza-se com a concepção contemporânea de direitos


humanos, caracterizada pela universalidade de direitos, quando estabelece a
dignidade humana como valor fundante do Estado Democrático de direito. Uma das

5 MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos fundamentais: teoria geral,


comentários aos arts. 1º e 5º da Constituição da República Federativa do Brasil,
doutrina e jurisprudência. 8. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2007. p. 3.
6 MARTINS, Ives Gandra da Silva, MENDES, Gilmar Ferreira, NASCIMENTO, Carlos Valder
do. Tratado de Direito Constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 17.
4

principais características dos Direitos Fundamentais consiste na Universalidade,


reconhecendo que estes direitos são destinados a todos, devendo ser aplicados sem
distinção de gênero, etnia, idade, religião ou classe social. Como Kant bem define, a
dignidade da pessoa humana está no respeito que cada um tem por si mesmo, o
que deve ser exigido de todos os outros homens. 7

A Constituição Federal traz consigo princípios essenciais à manutenção de


uma sociedade harmônica e fraterna, e dentre estes princípios, ressalta-se a
dignidade da pessoa humana. A carta de 1988 é o marco jurídico da
institucionalização dos direitos humanos no país, a qual resgata os direitos
fundamentais à luz do princípio da dignidade humana. 8

Confirmando a importância trazida, afirma o Ministro Celso de Mello que


“Todos os atos estatais que repugnem à Constituição expõem-se à censura jurídica”,
ou seja, a supremacia da Constituição Federal não permite em hipótese alguma que
os direitos e as liberdades sejam ofendidos. 9

A Carta Cidadã dispõe de princípios orientadores para interpretação de


qualquer norma jurídica, os quais serão norteadores de condutas e garantias que
alimentarão todo o sistema jurídico que dela decorrem. A Constituição tem como
papel central assegurar a justiça, a dignidade da pessoa humana e a realização dos
direitos fundamentais.10

Os direitos humanos, pautados no princípio da universalidade, consistem em


um conjunto mínimo de direitos essencial a uma vida humana alicerçada na
liberdade e dignidade, bastando a condição humana, não importando a
nacionalidade, etnia, credo, grupo social 11, e por estas razões estão inseridos nas
Constituições, Declarações e Tratados.

7 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 5. Ed. São Paulo: saraiva, 2012. p.
455.
8 PIOVESAN, loc. cit.
9 Ibid., p. 431.
10 BATTOCHIO, Mariana. A Constituição Federal, princípios e valores formadores
do estado democrático de direito e dignidade da pessoa humana como
parâmetro de interpretação jurídica. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14221>. Acesso em 29 jul.
2015.
11 RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos direitos humanos na ordem
internacional. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 45.
5

Consolidando, enfim, os direitos humanos inerentes a todo homem, a


Constituição Federal assim define:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiro e aos estrangeiros residentes no país a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade [..]12

2.2. A ATIVIDADE DA POLÍCIA MILITAR

A Polícia Militar consiste no órgão da administração direta do Estado, que


tem previsão constitucional, a qual é responsável pela preservação da ordem pública
e incolumidade das pessoas e do patrimônio 13. É através da Polícia Militar que o
Estado limita as ações dos indivíduos com vistas a manter a segurança de todas as
pessoas.

Considerada como polícia administrativa, a polícia militar tem


preponderantemente a função preventiva e excepcionalmente repressiva, tendo
como objetivo maior evitar a perturbação da ordem pública nas respectivas áreas de
atuação da administração geral.14 Como qualquer outro órgão da Administração
Pública deve ser orientada pelos princípios fundamentais exaltados na Constituição
Federal, dentre eles, de suma importância, os arrolados no artigo 37 da referida
15
Carta, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Ao agente policial, em sua atividade diária recai ainda o poder discricionário


que nada mais é do que uma autorização legal para que o policial decida, dentro dos
limites da lei, acerca da conveniência e da oportunidade de praticar, ou não,
determinado ato.16 Desta forma, esta prerrogativa acaba por dar uma certa margem
de liberdade para o policial agir 17, e é neste momento que a sua conduta irá refletir
12 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.
Acesso em 30 jul. 2015.
13 BRASIL, loc. cit.
14 VALLA, Wilson Odirley. Polícia-funções, atividades e características. Disponível
em: <http://www.pmpr.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=665>.
Acesso em 30 jul. 2015.
15 ALEXANDRINO Marcelo, VICENTE Paulo. Direito Administrativo Descomplicado.
21. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2013. p. 181.
16 Ibid., p. 224.
17 DE OLIVEIRA, Edson Hartmann. A atuação da PMPR e o respeito aos Direitos
6

positiva ou negativamente sobre a sociedade, pois há uma linha tênue,


principalmente quando se age coercitivamente, entre atuar dentro dos limites legais
e agir arbitrariamente, ficando esta decisão a cargo do agente policial.

Falando sucintamente, a missão policial-militar é imprescindível, pois sua


atuação ocorre nas mais diversas formas visando assegurar integralmente a toda
sociedade. Cabe a polícia militar, dentre suas diversas atribuições, realizar o
policiamento ostensivo, nas suas inúmeras modalidades: policiamento a pé,
policiamento motorizado, policiamento montado, policiamento em embarcação,
policiamento de trânsito, polícia de choque, polícia ambiental, policiamento
rodoviário, policiamento de fronteira, patrulha escolar e policiamento aéreo. Cabe
ainda à polícia militar a guarda e segurança da sede dos poderes públicos estaduais
e das personalidades nacionais e estrangeiras e ainda, a guarda externa dos
presídios.18

Importante ressaltar que no exercício deste vasto rol apresentado de


atribuições do policial militar, deve-se considerar, concomitantemente, a necessidade
da preservação da vida e da dignidade das pessoas, levando-se em consideração
ainda a obrigatoriedade de uma postura correta e com garbo, e somado a isso, que
seja ágil no atendimento. Não é tarefa fácil, mas possível, desde que os valores e
deveres profissionais sejam os orientadores da atividade policial-militar.19

O artigo 144 da Constituição Federal define que às polícias militares cabem


a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, e serão forças auxiliares e
reserva do Exército, por esta razão, os militares estaduais estão sujeitos ao
Regulamento Disciplinar do Exército, que tem por finalidade especificar as
transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas a punições disciplinares e
comportamento militar das praças (soldados, cabos, sargentos, subtenentes e
aspirantes a oficiais). Estão sujeitos também a este Regulamento os policiais da
reserva remunerada e os reformados.20

Humanos. Um estudo do 16ºBPM. p. 62.


18 PARANÁ. Lei Estadual 16.575 de 28 setembro 2010. Lei de Organização Básica.
Disponível em: <http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?
action=exibir&codAto=56275&indice=1&anoSpan=2010&anoSelecionado=2010&isPagin
ado=true>. Acesso em 24 ago. 2015.
19 VALLA, Wilson Odirley. Deontologia Policial Militar. 5. ed. rev. e ampl. Curitiba,
Paraná, 2013. p. 163.
20 BRASIL. Decreto nº 4.346, de 26 de agosto de 2002. Aprova o Regulamento
Disciplinar do Exército e dá outras providências. Disponível em:
7

O artigo 8º do Regulamento Disciplinar do Exército menciona sobre a


disciplina militar que consiste na rigorosa observância e o acatamento integral das
leis, regulamentos, normas e disposições, sendo manifestações essenciais de
disciplina a correção de atitudes, a obediência pronta às ordens emanadas pelos
superiores hierárquicos, a dedicação integral ao serviço e a colaboração espontânea
para a disciplina coletiva e a eficiência das forças militares. 21

Os militares estaduais também estão sujeitos a uma tríplice responsabilidade


com relação aos atos ilícitos que venham a praticar, ou seja, praticando uma
conduta irregular, poderão sofrer consequências na esfera penal, civil e
administrativa, devendo estas funcionarem de modo autônomo e harmônico.

A responsabilidade penal decorre das legislações penais, destacando-se o


Código Penal Militar, que define os crimes militares em tempo de paz e de guerra. A
responsabilidade administrativa, também podendo ser chamada de responsabilidade
disciplinar, está embasada nos regulamentos disciplinares e estatutos. E finalmente
a responsabilidade civil, que terá como alicerce o Código Civil, e que poderá resultar
em reparação do dano, seja ele material ou moral, pelo seu autor.22

Para findar, importante ressaltar que o militar estadual, após encerrar o seu
curso de formação, prestará um compromisso de honra, em caráter público e solene,
de modo a afirmar a sua aceitação aos valores e deveres militares. É este juramento
que o torna um profissional tão especial e diferenciado, por colocar a sua própria
vida em sacrifício como representante do Estado.

Alistando-me soldado na Polícia Militar do Estado, prometo regular minha


conduta pelos preceitos da moral, respeitar os meus superiores
hierárquicos, tratar com afeto os meus companheiros de armas e com
bondade os que venham a ser meus subordinados; cumprir rigorosamente
as ordens das autoridades competentes e voltar-me inteiramente ao serviço
do Estado e de minha Pátria, cuja honra, integridade e instituições,
defenderei com o sacrifício da própria vida.23

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4346.ht
ml>. Acesso em: 26 ago. 2015.
21 BRASIL. Decreto nº 4.346, de 26 de agosto de 2002. Aprova o Regulamento
Disciplinar do Exército e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4346.ht
ml>. Acesso em: 26 ago. 2015.
22 NEVES, Cícero Robson Coimbra. Direito Penal Militar Juvenil. Disponível em
<http://www.jusmilitaris.com.br
/novo/index.php?s=documentos&c=6>. Acesso em 26 ago. 2015.
23 PARANÁ. Lei Estadual 1.943 de 23 junho 1954. Código da Polícia Militar do
Paraná. Disponível em: <legislacaopmpr.wordpress.com/2012/09/13/codigo-da-pmpr-lei-
1943-23-jul-54/>. Acesso em 25 ago. 2015.
8

Nesse sentido ressalta VALLA, “que esse altruísmo somente provém de


profissionais conscientes e altamente comprometidos com a missão conferida com
intuito sacerdotal. ”. 24

2.3. A FORMAÇÃO DO POLICIAL MILITAR DO PARANÁ E OS DIREITOS


HUMANOS

A Polícia Militar do Paraná divide-se em duas classes profissionais: Oficiais e


Praças, sejam eles policiais ou bombeiros, sendo em ambas o ingresso através de
certame público, iniciando-se a carreira como Aspirante a Oficial ou Soldado. Com a
vigência da atual Constituição Federal, foi inserida no currículo das escolas de
formação a matéria Direitos Humanos. A carga horária concernente a esta matéria
no Curso de Formação de Oficiais é de 30 (trinta) horas/aulas e do Curso de
Formação de Soldados de 20 (vinte) horas.25

Com a necessidade de se instituir os Direitos Humanos, de se fazer valer


esses direitos tão almejados em todo o processo histórico, denota-se pouca carga
horária para que o policial entenda e defenda a sua importância.

Importante salientar que a Academia Policial Militar do Guatupê bem como


as Unidades Operacionais onde há escolas de formação, não utilizam treinamentos
degradantes, de forma a preservar a dignidade de cada futuro policial, treinando-o
com firmeza e não com humilhações, com qualidade, respeito, técnicas, fatores
estes imprescindíveis no exercício da profissão. Sabe-se que ainda existem
treinamentos humilhantes Brasil afora, mas que aos poucos estão sendo combatidos
em respeito a nova ótica de proteção aos direitos humanos.

2.4. A ROTINA POLICIAL-MILITAR

24 VALLA, Wilson Odirley. Deontologia Policial Militar. 5. ed. rev. e ampl. Curitiba,
Paraná, 2013. p. 30.
25 Malha curricular fornecida pela APMG (Academia policial militar do Guatupê).
9

O Policial Militar é um profissional que está exposto às mais diversas


situações no exercício diário de sua missão, é um verdadeiro mediador de conflitos
bem como é o agente que traz sensação de segurança a toda a sociedade pela sua
característica peculiar, sua vestimenta.

Este agente, quando nas suas diversas modalidades de patrulhamento, deve


estar pronto a dar a resposta que as pessoas precisam, desde a uma simples
informação de endereço, até a proteção de suas vidas diante de eventuais crimes
que possam vir a ocorrer. Exige-se deste profissional da segurança pública a
manutenção do mesmo equilíbrio psicológico dispensado nas mais diversas formas
de ocorrência. Mas será mesmo que o policial consegue se manter no mesmo
patamar de equilíbrio diante de fatos tão diferentes. Será que por baixo daquela
farda não há um homem ou mulher que carrega consigo medos, dificuldades,
intolerâncias, angústias, estresse, como qualquer outro cidadão comum?

No tocante a imagem do policial militar, há atualmente outra profissão que


mais expõe o trabalhador como esta? No advento de tantas tecnologias, com o
tempero do sensacionalismo, o policial, por sua exposição intensa, fruto do seu
trabalho, é demasiadamente execrado, sendo sua imagem constantemente exibida
na mídia e internet, sem cautelas, sem ética, sem, enfim, preocupação com o ser
humano que está atuando naquele momento.

Em virtude de sua profissão desgastante, muitos policiais militares são


acometidos pela Síndrome de Burnout, que é uma expressão inglesa que define um
estado de esgotamento físico, emocional e mental, caracterizado por um abatimento
físico, sentimentos de desespero e fragilidade, perda dos recursos emocionais,
desenvolvimento de atitudes negativas para com o trabalho, para a vida e para as
outras pessoas.26 Decorrente disso vem o mau exercício do trabalho e também a
ausência no trabalho. Policiais poderão transferir para a sociedade todos os males
que o angustiam.

A conduta de um policial em sua atividade-fim poderá trazer consequências


muitas vezes irreversíveis, as quais poderão manchar o nome da Corporação, como
é o caso do notório confronto ocorrido entre professores e policiais militares em
Curitiba no fatídico dia 29 de abril de 2015. Nesta data ocorreram protestos contra a
26 BONDARUK, Roberson Luiz. SOUZA, César Alberto. Polícia comunitária, polícia
cidadã para um povo cidadão. Curitiba: Comunicare, 2004. p. 106.
10

votação da Assembleia Legislativa do Paraná acerca de mudanças nas regras de


aposentadoria do funcionalismo estadual, que ocasionou o confronto entre policiais
militares e os protestantes, dentre eles, inúmeros professores, resultando em mais
de 200 feridos por balas de borrachas e bombas de efeito moral. 27 Este fato maculou
a imagem da Polícia militar do Paraná, porque, infelizmente, foi a linha de frente
para conter possíveis excessos no protesto. A missão policial neste caso foi
demasiadamente difícil, pois, embora, os protestos fossem legítimos, a Polícia militar
tinha o dever de proteger aqueles que estavam no interior da Assembleia Legislativa,
e como a animosidade predominava entre os protestantes, ordens vieram para
impedir a entrada, o que motivou a eclosão do confronto. E em todo este contexto,
como ficaram os policiais militares em meio a “guerra” instaurada no Centro Cívico
de Curitiba? Foram eles os principais responsáveis por todo aquele excesso de
violência? E como ficaram as famílias dos agentes policiais ao ver a imagem dos
mesmos exposta por todos os lados como verdadeiros algozes dos professores?
Como ficou o policial militar, que tem a missão de preservar a ordem pública, não
tendo outra escolha a não ser estar lá em prontidão?

Preconiza o Regulamento Disciplinar do Exército que as ordens devem ser


prontamente cumpridas e ainda, o Código Penal Militar em seu artigo 301, institui
como crime a desobediência de ordem legal de autoridade militar, ambos carregam
em seu texto sanções que são prejudiciais ao policial, teria ele outra opção a não ser
cumprir a ordem emanada? Está aí uma das justificativas do porquê a profissão
policial-militar é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como
28
a segunda mais estressante do mundo.

2.5. A DISCIPLINA E HIERARQUIA

Define o Regulamento Disciplinar do Exército:

27 MAGELA, Geraldo. CDH realizará audiência sobre confronto entre policiais militares e
professores no Paraná. Agência Senado. Disponível em:
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/05/04/cdh-realizara-audiencia-sobre-
confronto-entre-policiais-militares-e-professores-noparana. Acesso em: 29 ago. 2015.
28 BRASIL. Projeto de Lei Complementar nº 275-a de 2001. Disponível em:
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=A6F782556
A240E3E0FBF5B1996454B0E.node2?codteor=1123582&filename=Avulso+-
PLP+275/2001>. Acesso em: 29 ago. 2015.
11

Art. 7º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis


diferentes, por postos e graduações.
Art. 8º A disciplina militar é a rigorosa observância e o acatamento integral
das leis, regulamentos, normas e disposições, traduzindo-se pelo perfeito
cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes
do organismo militar.

É possível concluir que a hierarquia e disciplina são valores tradicionais da


vida miliciana, que mesmo com o advento da Constituição de 1988, os deveres de
subordinação e obediência, não se tornaram menos exigentes. Na fala de Wilson
Odirley Valla, “ o seguimento da disciplina e da hierarquia exige rigorismo no dever,
pois só assim se é capaz de assumir os desafios da missão com eficiência e como
um verdadeiro sacerdócio.29

Na concepção de Leirner, a hierarquia é a exteriorização cotidiana de sinais


de respeito, honras, cerimonial, continência, ordens e comandos e que essas
manifestações refletem as relações sociais do mundo militar.30

Ocorre que a disciplina rigorosa condiciona o militar a não contestar ordens,


todavia, toda ordem emanada deve ser manifestamente legal, caso contrário, o
subordinado pode negá-la, ou cumprindo-a, responderá por seus atos. Portanto o
superior hierárquico deve sempre estar pautado nos limites da lei para que seu ato
seja válido. Na vivência dentro da caserna, como ocorre também em empresas
privadas, há superiores hierárquicos que se prevalecem da sua condição, agindo
abusivamente sobre seus subordinados, constrangendo-os com determinações que
vão além dos limites legais, reduzindo seu subordinado a humilhação e sentimento
de impotência. Esse tipo de comportamento é muito comum em face dos policiais
militares com pouco tempo de serviço, denominados recrutas, com a justificativa que
devem se moldar à vida militar, o que é um grande engano, pois hierarquia e
disciplina não se confundem com assédio moral. Um policial assediado moralmente
tem a grande probabilidade de carregar consigo todos os males sofridos e estendê-
los aos cidadãos, em sua atividade-fim. 31

29 VALLA, Wilson Odirley. Deontologia Policial Militar. 5. ed. rev. e ampl. Curitiba,
Paraná, 2013. p.131.
30 LEINER, Piero de Camargo. Meia volta, volver: um estudo antropológico sobre
hierarquia militar. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997. p. 53.
31 . GUIMARÃES, Yuri da Silva. Assédio Moral à Luz do Direito Militar: Forças
Armadas. Disponível em:
<http://www.jusmilitaris.com.br/novo/uploads/docs/tcc_direito_militar-yuri.pdf>. Acesso
em: 30 ago. 2015.
12

Portanto, dentro da estrutura verticalizada do ambiente militar, deve-se ter


muito cuidado no convívio entre superiores hierárquicos e subordinados, pois, em
virtude do binômio constitucional hierarquia e disciplina, a ocorrência de assédio
moral pode se tornar constante.32

2.6. A VIOLÊNCIA POLICIAL.

Uma característica evidente da atividade policial é o uso da força legítima


diante das demandas da sociedade, o que não denota que esta possibilidade confira
às polícias total liberdade para decidirem quando cabe o recurso à violência ou não.
Como bem menciona Ricardo BALESTRERI, “A permissão para o uso da força, das
armas, do direito a decidir sobre a vida e a morte, exercem irresistível atração a
perversidade, o delírio onipotente, à loucura articulada”. 33

Num Estado Democrático de Direito, requer-se que a atividade policial


respeite os direitos individuais, mesmo que a ela, recaia o uso da força legal para o
controle social.34 É perceptível que de uns anos para cá, a violência, num contexto
geral, aumentou demasiadamente. No estado do Paraná, por exemplo, a
mortalidade por arma de fogo, segundo o Mapa da Violência de 2015, aumentou
35
55,3%, deixando o Estado no ranking nacional em 12ª posição.
Consequentemente, em meio a estas tristes estatísticas, a violência policial tornou-
se notória, e que causa muita preocupação à sociedade e à própria Instituição
policial. Por esta razão, que se tem tentado substituir as estratégias de conflito, por
políticas preventivas, como é o caso do policiamento comunitário, que é uma
filosofia que enfatiza a necessidade de envolver a sociedade nas políticas de

32 SILVA, Jorge Luiz de Oliveira. Assédio moral no ambiente de trabalho militar.


Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2436>. Acesso em: 30 ago. 2015.
33 BALESTRERI, Ricardo. Direitos Humanos: Coisas de polícia. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/educar/balestreri/php/dh4.html>. Acesso em 19 set. 2015.
34 BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Condutas
policiais e códigos de deontologia. Um estudo comparativo sobre as relações
entre polícia e sociedade. Disponível em. <http://www.justica.gov.br/sua-
seguranca/seguranca-publica/copy_of_estudos-e-estatisticas/condutas-policiais-e-codigos-
de-deontologia-um-estudo-comparativo-sobre-as-relacoes-entre-pol.pdf/view>. Acesso
em 19 set. 2015.
35 Mapa da Violência: Mortes Matadas por Arma de Fogo. Disponível em:
<http://juventude.gov.br/juventudeviva#.VhxErlRVikp>. Acesso em: 19 set. 2015.
13

segurança pública, a fim de realizar um controle social que se identifique mais com o
Estado Democrático, e desta forma também devolver a credibilidade às instituições
policiais.

A violência constante a que está sujeito o policial militar em sua atividade-


fim, pode trazer sequelas, muitas vezes irreversíveis ao agente estatal. Em virtude
da singularidade de sua profissão, em que há responsabilidade sobre vidas
humanas, ocasionam a estes servidores um grau alto de desenvolver o Transtorno
de Estresse Pós-Traumático – TEPT, e doenças secundárias, desdobrando-se ainda
em problemas familiares e sociais. Incidentes críticos são eventos cotidianos dos
agentes de segurança pública, principalmente ao policiamento ostensivo, o que os
deixam vulneráveis à aquisição de patologias que irão refletir no exercício de sua
profissão. 36

Numa recente pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas Aplicadas da


Escola de Direito da FGV de São Paulo, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, em parceria com a SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública),
num universo 21.101 policiais que se manifestaram voluntariamente, muitos
informaram ter sido vítimas de violência em suas diversas formas. Segundo a
pesquisa, 47,7% desses policiais, disseram já ter sido ameaçados de morte ou de
sofrer violência física por pessoa condenada ou suspeita de atividade ilícita, 26,9%,
disseram sofrer violência física durante o serviço, por pessoa condenada ou suspeita
de atividade ilícita, e nesta última, 36,9% eram policiais militares. Houve aqueles que
disseram ter sido baleados em serviço, num total de 3,3%. São dados informados
por agentes de segurança pública, que não podem retratar a exata opinião de todos
os policiais brasileiros, mas que são opiniões relevantes daqueles que são
responsáveis em garantir a ordem pública, e que sofrem na pele as consequências
desta difícil missão.37

O contato constante com a violência, com as drogas e álcool, com a


corrupção, com o rigor arbitrário dentro da corporação, com sensações que uma
pessoa comum não está rotineiramente acostumada a ter, tornam, indubitavelmente,

36 BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. GUIA DE


AÇÕES. Valorizando o profissional de segurança Pública.
37 LIMA, Renato Sérgio. FGV. Opinião dos Policiais Brasileiros Sobre Reformas e
Modernização da Segurança Pública. Disponível em:
<http://www.forumseguranca.org.br/storage/download/Apresenta
caoFinal.pdf>. Acesso em: 20 set. 2015.
14

o agente policial tendente a buscar sua fuga, na própria violência, drogas,


alcoolismo, e o tornam ainda, intolerante a qualquer situação que o desagrade,
acarretando, destarte, severas consequências à sua profissão.

2.7. PNDH-3-TERCEIRA VERSÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS


HUMANOS

O Programa Nacional de Direitos humanos, em sua terceira versão, dá


continuidade ao processo histórico de consolidação da promoção e defesa do
Direitos Humanos no Brasil. O PNDH-3 estrutura-se em seis eixos orientadores, que
deverão se estender para além da atual gestão, conforme entendimento do Governo
Federal, devendo o PNDH3 se transformar numa agenda do Estado Brasileiro.
Voltando-se ao tema do presente trabalho, vale ressaltar que o IV eixo orientador do
PNDH3 é relativo a Segurança Pública, tendo como um de seus objetivos
estratégicos a promoção dos Direitos Humanos dos profissionais do sistema de
segurança pública. As ações programáticas são 38:

a) Proporcionar equipamentos para proteção individual efetiva para os


profissionais do sistema federal de segurança pública. Para os Estados, Distrito
Federal e Municípios há uma recomendação para a aquisição;
b) Condicionar o repasse das verbas federais aos Estados, ao Distrito
Federal e Municípios, à garantia da efetiva disponibilização de equipamentos de
proteção individual aos profissionais do sistema nacional de segurança pública.
c) Fomentar o acompanhamento permanente da saúde mental dos
profissionais do sistema de segurança pública, mediante serviços especializados do
sistema de saúde pública.
d) Propor projeto de lei instituindo seguro para casos de acidentes
incapacitantes ou morte em serviço para os profissionais do Sistema de Segurança
Pública.

38 BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos. Programa Nacional de Direitos


Humanos. Disponível em: <http://www.sdh.gov.br/assuntos/direito-para-
todos/programas/pdfs/programa-nacional-de-direitos-humanos-pndh-3>. Acesso em 21
set. 2015.
15

e) Garantir a reabilitação e reintegração ao trabalho dos profissionais do


Sistema de Segurança Pública Federal, nos casos de deficiência adquirida no
exercício da função. Há recomendação desta garantia aos Estados, Distrito Federal
e Municípios.

2.8. PROJETO QUALIDADE DE VIDA

A Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão federal responsável por


contribuir para a qualificação, padronização e integração das ações executadas
pelas instituições de Segurança Pública de todo o país, iniciou no ano de 2008 o
Projeto Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança Pública, de modo a
atender aos anseios do Governo Federal em promover a defesa dos Direitos
Humanos destes profissionais, em virtude da natureza do trabalho que expõe o
agente a riscos diários nas mais adversas condições . A Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República e o Ministério da Justiça estabeleceram as
Diretrizes Nacionais através da Portaria interministerial nº 2 no ano de 2010 39 e a
Secretaria Nacional de Segurança Pública instituiu o Projeto Qualidade de Vida.

Um grupo de trabalho foi formado, o qual se tornou responsável pela


elaboração das diretrizes gerais das ações biopsicossocial na área. Foram
participantes, gestores de saúde de todos os Estados da Federação e do Distrito
Federal, bem como representantes do Departamento da Polícia Federal e Secretaria
Especial de Direitos Humanos. O Ministro de Estado da Justiça, com base nos
resultados dos debates do grupo, instituiu o Projeto Qualidade de vida dos
profissionais de Segurança Pública e Agentes penitenciários, através de instrução
normativa no ano de 2010, com o objetivo de implementar políticas de qualidade de
vida, bem-estar, saúde, desenvolvimento pessoal, exercício da cidadania e
valorização dos profissionais de segurança Pública. Este projeto faz parte dos
princípios e metas do Sistema único de Segurança Pública – SUSP, que tem por

39 BRASIL. Portaria Interministerial Nº 2, DE 15 dez. 10. Estabelece as Diretrizes


Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de
Segurança Pública. Disponível em:
<http://download.rj.gov.br/documentos/10112/1188889/DLFE-
54511.pdf/portariainterministerial.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015.
16

primazia fomentar ações que reconheçam também aos agentes de segurança


pública a titularidade dos direitos humanos.40

Para implementação do programa foi realizada uma pesquisa nacional de


mapeamento dos Programas de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida nas
Instituições Estaduais de Segurança Pública, sendo coletados dados em 18
(dezoito) Estados e no Distrito Federal, concluindo-se que 96,2% das instituições
possuíam algum tipo de programa de Atenção à Saúde do Servidor, porém,
qualitativamente, os relatos indicaram inúmeras necessidades para a real efetividade
desses projetos, havendo carência de recursos humanos e infraestrutura, ou seja,
boas ideias existem, é preciso saber qual o impedimento para implementá-las
efetivamente.

De forma a nortear as Unidades federativas que aderirem voluntariamente a


ações sugeridas pelo Projeto Qualidade de Vida, foi editado um Guia voltado para a
implementação de ações de atenção biopsicossocial, o qual tem por fim ser uma
fonte de referência para os gestores das instituições de segurança pública para a
elaboração das ações e medidas a serem aplicadas em sua instituição. O Guia
preconiza como objetivos principais: Apontar novos caminhos; sugerir ações
preventivas e de intervenção; indicar ações referenciais; contribuir para um ambiente
em que a qualidade de vida de todos os envolvidos com o sistema de segurança
pública seja privilegiada.41

O Guia contém 28 ações, conforme seguem, que servirão como base para
as instituições implementarem, se assim quiserem, aos seus profissionais,
oportunizando assim a melhoria na qualidade de vida de seus agentes:

1) Definir o perfil profissiográfico dos postos de trabalho: Analisar


pormenorizadamente as características de cada cargo e suas necessidades;
2) Avaliar periodicamente o desempenho dos profissionais, baseando-se
em critérios objetivos, focalizando resultados e desempenho.
3) As instituições devem assegurar a todos os seus profissionais o fácil
acesso as informações necessárias para o cumprimento de suas missões, através

40 BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. GUIA DE


AÇÕES. Valorizando o profissional de segurança Pública.
41 BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. GUIA DE
AÇÕES. Valorizando o profissional de segurança Pública.
17

de normas, estatísticas, legislações, banco de dados, etc, garantindo assim maior


segurança na tomada de decisões.
4) As instituições devem ter uma estrutura de ensino adequada para
atender aos anseios de seu contingente, estimulando a busca pelo conhecimento.
5) Adquirir e normatizar o uso de EPI (Equipamento de proteção
individual), devido a peculiaridade do profissional de segurança pública.
6) Implantar um programa de prevenção de acidentes, em virtude da
exposição constante a riscos na atividade.
7) Prover acesso a saúde aos profissionais de segurança pública.
8) Instituir a realização de exames periódicos de saúde
9) Criar Unidades Básicas de Saúde;
10) Prover acesso à reabilitação e à readaptação de servidores
incapacitados para a sua atividade habitual, reintegrando-os a atividade laboral
dentro de suas possibilidades;
11) Assegurar acesso à vacinação
12) Instituir a avaliação periódica da aptidão física;
13) Instituir um programa mínimo de condicionamento físico para que o
servidor tenha uma condição mínima para executar suas missões com destreza.
14) Instituir a análise ergonômica do trabalho e ginástica laboral;
15) Promover campeonatos desportivos e profissionais de modo a
promover uma maior integração dos servidores, ampliando o relacionamento entre
os mesmos e as próprias instituições.
16) Criar grupos de apoio para dar suporte, visibilidade, orientação e
tratamento às demandas pessoais e institucionais existentes, visando diminuir
eventual sofrimento que o servidor enfrente diante das dificuldades peculiares da
profissão.
17) Instituir a prevenção ao TEPT (Transtorno de Estresse Pós-
Traumático), que é ocasionado por eventual incidente crítico, o qual torna o servidor
vulnerável a uma condição clínica crônica e recorrente.
18) Instituir a avaliação psicológica para o porte de arma de inativo.
19) Promover apoio jurídico nas questões profissionais, disponibilizando
convênios, parcerias ou serviço de assessoria jurídica em todas as questões
relativas à atividade profissional.
20) Oferecer orientação financeira familiar, capacitando profissionais
internos, promovendo palestras ou parcerias com outras instituições financeiras.
21) Preparar o profissional para a inatividade, orientando o profissional da
segurança pública de modo a planejar esta experiência, direcionando-o a uma
efetiva realização pessoal;
18

22) Propiciar assistência à família na morte do profissional, informando


sobre os direitos e procedimentos no campo jurídico, bem como apoio psicológico
aos familiares.
23) Fomentar a criação de associações para atender as necessidades
específicas de grupos organizados de profissionais.
24) Contratar seguro em virtude dos riscos da profissão.
25) Buscar parcerias em programas habitacionais, visando a melhoria no
acesso aos financiamentos, créditos e taxas.
26) Fortalecer a comunicação com vistas à valorização profissional, seja
ela interna ou externa;
27) Realizar campanhas institucionais de forma a desmitificar,
conscientizar, prevenir e promover políticas voltadas para a conscientização do
servidor e para a qualidade de vida no trabalho.
28) Desenvolver o marketing profissional.42

O último edital de chamada pública realizada pela Secretaria Nacional de


Segurança pública do Ministério da Justiça (SENASP) foi realizado em 22 julho de
2014, para processo de seleção de propostas referentes a projetos sobre valorização
profissional e a saúde dos profissionais de segurança pública, a fim de que se possa
celebrar convênios entre o Governo Federal e as instituições proponentes. 43

2.9 SERVIÇO DE AÇÃO SOCIAL DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ

O Serviço de Ação Social da Polícia Militar do Paraná, órgão subordinado à


Diretoria de Pessoal, tem suas atribuições definidas no artigo 69 do Regulamento
Interno e dos Serviços Gerais da Polícia Militar do Estado do Paraná, e atualmente,
atua em plena sintonia com objetivos da Secretaria Nacional de Segurança Pública,
tendo como seu foco central a qualidade de vida dos seus agentes de segurança.
Segundo dados obtidos junto ao SAS, somente no ano de 2015, foram realizados
13.800 atendimentos em todo o Estado do Paraná, e dentre os serviços prestados
estão inclusos atendimento Biopsicossocial do agente e seus familiares, avaliação

42 BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. GUIA DE


AÇÕES. Valorizando o profissional de segurança Pública.
43 BRASIL. Ministério da justiça. Edital de chamada pública nº 02 de 22 julho de
2014 da SENASP/MJ. Disponível em:
<http://www.justica.gov.br/Acesso/convenios/editais-de-chamadas>. Acesso em: 21 set.
2015.
19

psicológica para porte de arma, visitas hospitalares, transportes de pacientes,


serviço terapêutico de multi-artes, fornecimento de cestas básicas, hospedagem aos
policiais em tratamento na Capital, e o programa Recomeçar, que prepara o policial
para a reserva. A grande preocupação dos integrantes do SAS e da própria
Instituição é o elevado índice de suicídios cometidos por policiais militares nos
últimos anos, somente no ano corrente foram o total de 8 (oito) suicídios, segundo
fontes obtidas junto ao SAS.44

2.10 CENTRO TERAPÊUTICO DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ

Complementando o trabalho do SAS, a Polícia Militar do Paraná criou no


ano de 2008 o Centro Terapêutico com o objetivo de prestar atendimento
multiprofissional ao policiais e bombeiros militares com problemas de dependência
química e transtorno de estresse pós-traumático, promovendo a reabilitação
psicossocial, visando a reinserção familiar, social e ocupacional do paciente. O
tratamento dispensado aos pacientes promove a prevenção da saúde mental, sendo
intensivo, todavia, sem afastar o indivíduo do convívio familiar, buscando melhorar
suas relações interpessoais. Hodiernamente, os serviços prestados são 45:

- Clínica-dia para dependência química: o paciente é submetido diariamente


a atividades terapêuticas;

- PRESMEN (programa de prevenção à saúde mental): serviço que realiza


abordagem psicossocial, na residência do paciente onde exista queixa de transtorno
mental, inclusive dos familiares do paciente.

- PROAAR (programa de avaliação e acompanhamento em ocorrência de


alto risco): direcionado aos pacientes que se envolveram em ocorrência de alto
risco, com ou sem óbito, visando a prevenção do estresse pós-traumático;

44 Dados fornecidos pelo Chefe do SAS.


45 Projeto apresentado pelo Centro Terapêutico.
20

- Avaliação para internamento: avalia os militares e seus dependentes com


transtorno mental ou dependência química para as diversas modalidades de
tratamento em hospitais ou clínicas especializadas.

- Medida de Segurança: promove o tratamento estipulado em sentença


judicial (clínica-dia ou internamento) aplicada ao militar inimputável, em virtude da
prática de crimes.

A alta do paciente é programada de forma individualizada, podendo ocorrer


períodos de readaptação ao trabalho. Este programa de alta terá a participação
conjunta da Junta Médica do Hospital da Polícia militar e também da Unidade Militar
onde o paciente labora.

3. METODOLOGIA

No presente estudo a forma de abordar o assunto foi fundamentada em


análises qualitativas, baseando-se em conhecimentos teóricos-empíricos. Foram
realizadas pesquisas nas principais doutrinas que abordam o tema de Direitos
Humanos e a atividade policial. Foram pesquisados artigos nos sítios da rede
mundial de computadores bem como em sítios governamentais que tem como
temática a segurança pública.

No decorrer deste trabalho, tentou-se descrever uma realidade profissional


de modo a identificar causas e efeitos consequentes dessa profissão,
caracterizando, desta forma a pesquisa descritiva e explicativa.

Como já mencionado no início deste tópico, a coleta de dados foi realizada


através de pesquisa bibliográfica e ainda, pesquisa documental, sendo os dados
adquiridos através de pesquisas em sítios eletrônicos bem como pesquisa de
campo.
21

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho trouxe a lume não os Direitos Humanos versus atividade


policial-militar, mas sim, os Direitos humanos do policial militar, ressaltando-se o
militar estadual do Paraná. Foi realizado um breve relato sobre os Direitos Humanos
e a atividade policial, buscando-se demonstrar que o primeiro é inerente ao
segundo, ou seja, não são antagônicos. Nesse entendimento preconiza Dalmo
DALLARI sobre o valor dos direitos humanos, definindo-os como sendo os direitos
imprescindíveis à existência e desenvolvimento de todo ser humano, sem
distinção.46

O Pacto de San José da Costa Rica, fundado no respeito aos direitos


humanos essenciais, confere em seu artigo 24 a igualdade de direitos, a todos, sem
discriminação alguma, reafirmando o que a Declaração Universal dos Direitos
Humanos carrega em seu preâmbulo, quando reconhece a dignidade e os direitos
inalienáveis, a todos os membros da família humana.

Onde se quer chegar é demonstrar que o grande algoz da sociedade, no


atual contexto histórico que vivemos, o policial, é antes de tudo, um ser humano que
anseia por ter seus direitos protegidos, para que assim possa proteger o de
terceiros. Ricardo BALESTRERI traz consigo reflexões que conseguem transmitir o
quão importante é a atividade policial e o ser humano que a exerce, afirmando que
este agente de segurança pública é antes de tudo um cidadão provido de deveres e
direitos, devendo ser descartada qualquer reflexão que torne antagônica a
47
“sociedade civil” da “sociedade policial”.

Em busca de instruir o presente trabalho foram realizadas pesquisas as


quais constataram que há sim uma grande preocupação com os agentes de
segurança pública pelas Instituições governamentais. O PNDH-3 (Terceiro Programa
Nacional de Direitos Humanos), centrado na dignidade da pessoa humana,
estruturado em eixos orientadores, dentre os quais está a Segurança Pública,
propõe a promoção dos Direitos Humanos dos profissionais do sistema de

46 RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos direitos humanos na ordem


internacional. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 13.
47 BALESTRERI, Ricardo. Direitos Humanos: Coisas de polícia. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/educar/balestreri/php/dh4.html>. Acesso em 19 set. 2015.
22

segurança pública. Outrossim, a Secretaria Nacional de Segurança Pública


(SENASP) instituiu várias diretrizes que fomentam a qualidade de vida desses
profissionais.

Nesse mesmo viés, estão os programas instituídos pela Secretaria Estadual


de Segurança Pública do Paraná, enfatizando-se a Polícia Militar, com sua política
de atuar em plena sintonia com as propostas e programas nacionais, como se pôde
constar pela atividade do Serviço de Ação Social e o Centro Terapêutico. A
disponibilização de academias no âmbito da Corporação bem como promoção de
eventos que estimulem a atividade física, como corridas e campeonatos, também
estão disponíveis aos militares estaduais.

Nas pesquisas realizadas, todavia, não foi constatada a assessoria jurídica


ao militar estadual nas situações correlatas a sua atividade. Atualmente os militares
devem recorrer à Defensoria Pública, às associações existentes ou aos seus
próprios meios para sua defesa jurídica nas demandas judiciais que fizerem parte.

Treinamentos e instruções contínuos também não são dispensados a todos


os policiais militares do Paraná, de modo a atualizar o profissional sobre questões
que envolvem sua atividade, principalmente no tocante à matéria de Direitos
Humanos. Vale ressaltar que a última capacitação que foi realizada na Corporação,
foi entre o ano de 2009 e 2010, conhecido como o Programa avançado de
Treinamento Policial e cidadania (Proavante). 48 De bom alvitre lembrar que o
profissional de segurança pública deveria passar por constantes reciclagens, tendo
em vista a peculiaridade de sua missão.

As metas previstas no plano de segurança pública, estão, num contexto


geral, sendo atendidas por programas e ações instituídos pelos órgãos de
segurança pública, inclusive a Polícia Militar do Paraná, porém, o que se pode
concluir nas pesquisas, muitas delas realizadas diretamente nos órgãos
mencionados neste trabalho, é a carência de recursos para uma efetiva atuação de
modo a cumprir com excelência todos os planos desejados no tocante aos Direitos
Humanos dos profissionais de segurança pública.

48 PARANÁ. Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária.


Administrativo. Disponível em: <http://www.pmpr.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?
storyid=121>. Acesso em 22 set. 2015.
23

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