You are on page 1of 11

PROTOCOLO DE

AZIA
COMO USAR ESTE PROTOCOLO

Este protocolo tem a finalidade de ser utilizado como material didático de apoio, no desenvolvimento de
conhecimentos e habilidades para o manejo de condições de saúde sensíveis ao cuidado farmacêutico.
Este material não tem o objetivo de substituir fontes mais completas de consulta, como guias de prática
ou diretrizes clínicas, que devem ser conhecidas pelos profissionais.

Os autores deste documento empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações
apresentadas estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram
atualizados pelos autores até a data de sua entrega. Entretanto, recomendamos enfaticamente que os
leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificar de que essas informações
estejam corretas e atualizadas. Recomendamos que este protocolo não seja utilizado como única fonte
de consulta.

Os autores procuraram citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos
autorais de qualquer conteúdo citado neste documento, dispondo-se a possíveis correções posteriores
caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida.

APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

A azia (acidez/ pirose) é definida como a sensação de queimação observada na área subesternal (abaixo
do peito) e irradia de forma ascendente em direção ao pescoço ou garganta, causando gosto
desagradável na boca. Trata-se de sintoma comum que se origina no trato gastrointestinal superior e
podem ser tratados com medicamentos isentos de prescrição. A azia, de forma isolada e não recorrente,
é considerada um sintoma benigno com evolução autolimitada, porém, em alguns casos, está associada
a outros problemas de saúde que requerem encaminhamento ao médico como por exemplo dispepsia
funcional, úlcera péptica, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), gastroparesia, até câncer esofágico
e gástrico, dentre outros. Dados da literatura que tratam do assunto apresentam divergência na
interpretação podendo causar confusão dos sintomas de azia, má digestão, dispepsia, entre outros, que
podem se sobrepor. Avaliando os sintomas abordados o farmacêutico deverá distinguir entre as
situações que requerem intervenção farmacêutica, daquelas que requerem encaminhamento a outros
profissionais ou serviços de saúde.

ACOLHIMENTO DA DEMANDA

No acolhimento o primeiro passo é escutar e compreender a demanda do paciente. Acolher bem inclui
um local adequado que garanta privacidade e comodidade. Nesse momento é ideal que o farmacêutico
apresente o propósito da consulta a fim de compartilhar com o paciente o que está planejado para
acontecer durante o atendimento. Na abordagem ao paciente com azia o farmacêutico deve sempre se
mostrar acessível e solidário, com linguagem prática e de fácil compreensão, transmitindo ao paciente
naturalidade e conforto quanto ao problema de saúde autolimitado.

ANAMNESE FARMACÊUTICA E VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS

No processo de anamnese, o farmacêutico deve coletar informações que auxiliem na identificação e


diferenciação entre problemas de saúde autolimitados que são passíveis de manejo pelo farmacêutico e
outras condições clínicas com maior gravidade, que necessitarão de encaminhamento a outro
profissional ou serviço de saúde.

Para a interpretação dos sintomas do paciente é importante caracterizar a sua queixa com relação ao
tempo de início, frequência e duração, localização, característica, gravidade, ambiente, fatores que
agravam ou que aliviam e sintomas associados e uso de medicamentos prévios. Além disso, nesse

1
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
momento pode ser importante a avaliação física e a aferição de parâmetros objetivos, bioquimicos e/ou
fisiológicos.

Sinais e sintomas característicos da azia:

Os sintomas de azia surgem devido ao retorno de ácido gástrico do estômago para o esôfago. Na prática
clínica, nem sempre é possível prever a causa da azia com base apenas na avaliação dos sintomas,
porque os pacientes podem não descrever adequadamente o que realmente sentem. Além disso, há uma
sobreposição considerável dos sintomas.

Pacientes podem apresentar sintomas de azia suaves, infrequentes ( menor que 3 veszes na semana),
episódicos, geralmente relacionados com a alimentação e estilo de vida. Em relação á alimentação
destaca-se a azia após a refeição que em geral acomete o paciente aproximadamente após 2 horas,
podendo intensificar com a mudança de postura, ao deitar ou curvar por exemplo. Em geral essa situação
está associada a alimentos especificos (bebidas alcoólicas, frutas cítricas, alimentos com alto teor de
gordura) ou mesmos pela ingestao de quantidades mais copiosas da refeição. Em geral os sintomas
relatados pelo paciente são:

● dor abdominal superior, queimação ou desconforto


● plenitude pós-prandial
● saciedade precoce
● enjoos
● eructação
● distensão abdominal

Situações que podem causar ou agravar a azia:

Alguns fatores podem desencadear a azia e precisam ser investigados e podem auxiliar anamnese:

Quadro 1: Fatores que podem causar azia

MEDICAMENTOS DIETA

Anti-inflamatórios não esteroides, incluindo inibidores da Alimentos gordurosos


COX-2 e AAS

Bifosfonados (ex: alendronato) Alimentos apimentados

Suplementos de potássio Chocolate

Digoxina Sal e substitutos do sal

Ferro Alho ou cebola

Teofilina Menta ou hortelã

Antibióticos orais (especialmente ampicilina, eritromicina Álcool


e metronidazol)

Bloqueadores de canal de cálcio Bebidas cafeinadas

Acarbose Sucos ou frutas cítricas

2
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
Nitratos Tomate ou suco de tomate

Glicocorticoides

Niacina ESTILO DE VIDA

Genfibrozila Exercícios extenuantes

Narcóticos Tabagismo

Colchicina Obesidade

Quinidina Estresse

Zidovudina Posição supinada

Anticolinérgicos Roupas apertadas

Estrógenos

Progesterona

Prostaglandinas
Fonte: DynaMed; Handbook of Nonprescription Drugs 16ed.

SITUAÇÕES DE ALERTA PARA O ENCAMINHAMENTO

Os sintomas podem ficar frequentes, ocorrendo duas ou mais vezes na semana, ou então persistente o
que é caracteristico de DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico). A azia também podem ocorrer em
associação com outras condições de saúde que não são autolimitadas, doença ulcerosa péptica, doença
do refluxo gastroessofágico, gastrites, neoplasias do trato gastrointestinal superior, doença do trato biliar
e dispepsia funcional. Assim, a avaliação do paciente é imprescindível para determinar se a condição é
autolimitada ou se o indivíduo deve ser encaminhado para avaliação de outro profissional de saúde. A
identificação de sinai e sintomas de alerta deve subsidiar o encaminhamento, assim o farmacêutico deve
seguir anamnese e raciocínio clínico atento e realizar encaminhamento a outros profissionais de saúde
no momento do acolhimento da demanda sempre que o paciente apresentar um dos seguintes sinais
e/ou sintomas de alerta:

● Idade superior a 45 anos se os sintomas se desenvolverem pela primeira vez


● Dor severa ou desconforto crônico ou recorrente na parte superior do abdômen
● Uso prolongado de inibidores da bomba de prótons, mais de seis meses, com prescrição médica
● Apresentação crônica de rouquidão, sibilância, tosse ou sensação de afogamento
(engasgamento), ou outros sintomas brônquicos recorrentes, incluindo pneumonia por aspiração
● Pacientes com diagnóstico de insuficiência renal aguda e/ou na vigência de doença renal crônica
● Azia com regurgitação noturna por mais de 3 meses
● Crianças com idade até 12 anos
● Hematêmese ou melena
● Dor que piora ao esforço
● Frequência ≥ 2 vezes na semana
● Vômito persistente
● Massa abdominal palpável
● Perda de peso inesperada
● História familiar de câncer gastrointestinal
● Cirurgia gástrica prévia
3
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
● Crianças com idade até 12 anos
● Gestante
● Sinais de sangramento gastrointestinal
● Falha terapêutica após sete dias de tratamento
● Sinais cardíacos associados ao sintoma azia
● Disfagia associada ao sintoma azia
● Odinogafia

PLANO DE CUIDADO

A partir da análise das informações coletadas, o farmacêutico, excluindo os casos de encaminhamento


identificados na anamnese farmacêutica, procederá à seleção de condutas e elaboração de seu plano de
cuidado, de forma compartilhada com o paciente, a fim de atender as suas necessidades e problemas de
saúde. O plano de cuidado do paciente envolve a seleção de condutas para promover o alívio ou
resolução da azia, proporcionando bem-estar e manutenção das atividades diárias. O plano contém as
ações pactuadas entre o paciente e o farmacêutico e deve estar embasado nas melhores evidências
disponíveis, e de forma coordenada com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado.A
abordagem terapêutica inicial inclui a discussão de intervenções não farmacológicas associadas ao
tratamento farmacológico. O tratamento farmacológico inclui antiácidos e antagonistas dos receptores H2.
Caso sejam identificados sinais e sintomas de alerta, os pacientes devem ser encaminhados a um
serviço de saúde ou a outros profissionais de saúde.

Objetivos e metas terapêuticas

O objetivo do tratamento da azia é reduzir o desconforto causado pela mesma, possibilitar a prática de
exercícios físicos e refeições sem manifestação dos sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir
complicações; e evitar a utilização desnecessária de medicamentos, promovendo o uso seguro e efetivo
de tratamento específico.

Tratamento não farmacológico

Condutas para a redução da frequência e gravidade da azia incluem ações que aumentem a pressão
realizada pelo esfíncter esofágico inferior, diminuam a pressão intragástrica e auxiliem a movimentação
do conteúdo gástrico.

● Evitar alimentos, bebidas e atividades associadas ao aumento da frequência e gravidade dos


sintomas.
● Evitar gatilhos, como: excesso de lactose, compostos cítricos, picantes, ou alimentos com alto
teor de gordura, bebidas com cafeína ou gaseificadas, sorbitol (encontrado em doces sem
açúcar e goma)
● Se possível, evitar o uso de medicamentos que possam agravar a azia (ver quadro acima)
● Realizar refeições com porções menores e mais frequentes durante o dia
● Parar ou reduzir o hábito de fumar
● Perder peso, se ecxesso
● Manejar o estresse
● Usar roupas soltas.
● Se estiverem presentes sintomas noturnos:
▪ Evitar deitar-se dentro de 3 horas de uma refeição.
▪ Elevar a cabeça da cama usando travesseiro de espuma.

Tratamento farmacológico

4
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
A decisão do emprego da farmacoterapia pelo farmacêutico deve estar apoiada na Resolução do CFF nº
585, de 29 de agosto de 2013 e nº 586, de agosto de 2013, nos limites da Lista de Medicamentos Isentos
de Prescrição (LMIP) e nas apresentações disponíveis no mercado brasileiro, assim como suas
subsequentes alterações. Para o tratamento farmacológico da azia, os principais medicamentos isentos
de prescrição são os antiácidos isolados e em combinações. Na LMIP é clara a restrição aos inibidores
da bomba de prótons, que são tarjados independentemente da dose ou da indicação. Já em relação aos
antagonistas dos receptores H2, sua prescrição não é restrita, porém existem apresentações deles
tarjadas no mercado brasileiro. No Quadro 2 abaixo são apresentados os medicamentos utilizados no
tratamento da azia, suas respectivas posologias, orientações importantes aos pacientes, situações
especiais de uso e contraindicações.

QUADRO 2: Informações sobre os medicamentos utilizados no tratamento da azia


Fármaco Dose e administração Considerações
Contraindicações:
Hidróxido de Alumínio Comprimido 230 mg: 460-920 Pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente
mg VO, 1h após as refeições e da formulação;
ao deitar Pacientes com doença renal;
Pacientes com obstrução intestinal;
Pacientes com doença de Alzheimer ou idosos com
Suspensão 61,5 mg/ml – 300- problemas ósseos. O alumínio pode causar a piora da
600 mg, 4-7 x/dia condição.
Pacientes com deficiência de fosfato, pois o hidróxido de
alumínio aumenta a excreção dessa substância
A capacidade de absorção de hidróxido de alumínio e a
sua permanência no trato gastrointestinal pode retardar a
absorção de vitaminas e alguns medicamentos (Ex.,
tetraciclinas)
Antiácidos devem ser utilizados com cautela em pacientes
com doença renal, histórico de úlcera gastrointestinal,
gestantes e suspeita de apendicite.
Situações especiais: Categoria de Risco A - Pode ser
usado na gestação, no entanto, avaliar a necessidade,
pois tem como reação adversa a constipação. É
compatível com a amamentação.
Eventos adversos: Risco de hipofosfatemia com uso
prolongado ou de altas doses.
Risco de constipação;
O uso de antiácidos pode mascarar sangramento
gastrointestinal causado pelo uso de AINEs.
Doses altas e o uso prolongado podem causar
hipersecreção gástrica e efeito rebote.

Hidróxido de Suspensão 400 mg/ 5 ml: 5-15 Contraindicações: Hipersensibilidade a qualquer


Magnésio ml VO, conforme necessário, 1h componente da formulação. O uso excessivo,
após as refeições, até 4 x/dia. particularmente na presença de insuficiência renal, pode
levar para hipermagnesemia, com consequências
cardiovasculares e neurológicas.
Age como laxantes osmóticos; superado por co-
formulação com hidróxido de alumínio.
Antiácidos devem ser utilizados com cautela em pacientes
com doença renal, histórico de úlcera gastrointestinal,
gestantes e suspeita de apendicite.
Situações especiais: Categoria de risco D - Deve ser
evitado durante a gravidez.
Compatível com amamentação
Eventos adversos:

5
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
O uso de antiácidos pode mascarar sangramento
gastrointestinal causado pelo uso de AINEs.
Doses altas e o uso prolongado podem causar
hipersecreção gástrica e efeito rebote.
Hidróxido de Alumínio Comprimido mastigável Contraindicações:
+ Hidróxido de (hidróxido de alumínio 153 mg + Contraindicações específicas não foram bem
Magnésio + hidróxido de alumínio 200 mg + determinadas.
simeticona / simeticona 25mg) (Maalox®) – 2- Antiácidos devem ser utilizados com cautela em pacientes
dimeticona 4 cp 4 x/dia com doença renal, histórico de úlcera gastrointestinal,
gestantes e suspeita de apendicite.
Situações especiais:
Hidróxido de alumínio 37 mg/mL Deve ser evitado na gravidez e amamentação
+ hidróxido de magnésio 40 Eventos adversos:
mg/mL + simeticona 5 mg/mL O uso de antiácidos pode mascarar sangramento
(Maalox®) - 1-2 colheres de gastrointestinal causado pelo uso de AINEs.
sobremesa, 4 x/dia. Cada colher Doses altas e o uso prolongado podem causar
de chá corresponde a 5 mL, hipersecreção gástrica e efeito rebote.
enquanto que de sobremesa
corresponde a 10 mL.
Hidróxido de Pastilha (hidróxido de magnésio Contraindicações:
magnésio + 185 mg + carbonato de cálcio Estados edematosos, nas nefrites, na alcalose, na
carbonato de cálcio + 231,5 mg + hidróxido de albuminúria e nas anemias. A terapia com carbonato de
hidróxido de alumínio alumínio 178 mg) – 1-2 cálcio é contraindicada em pacientes com hipercalcemia
pastilhas/dia. pré-existente, hipercalciúria, em pacientes com dieta
pobre em fósforo, inclusive por hiperparatireoidismo o que
causa aumento do hormônio da paratireoide
Hidróxido de magnésio 125 mg + (PTH) e leva a sinais e sintomas decorrentes do aumento
carbonato de cálcio 50 mg + de cálcio no sangue, na urina e da retirada de cálcio dos
hidróxido de alumínio 180 mg - ossos, em neoplasias ou sarcoidose, em pacientes com
Uma a duas colheres das de doença renal ou desidratação, pelo risco de
sobremesa (10 a 20 mL) 30-60 desenvolverem calcinose.
min após às refeições e à noite, O hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio são
ao deitar-se. A dosagem poderá contraindicados em pacientes com doença renal, incluindo
ser aumentada ou reduzida, de insuficiência renal e insuficiência renal grave. Deve ser
acordo com as necessidades do usado com cautela em pacientes com insuficiência renal
paciente. leve a moderada, devido o aumento do risco de
hipermagnesemia e em pacientes idosos. O hidróxido de
alumínio/hidróxido de magnésio não são recomendados
para pacientes com colite, que pode ser agravada pelo
efeito laxante do magnésio contido nos antiácidos.
Hidróxido de alumínio/hidróxido de magnésio não são
recomendados para pacientes que serão ou foram
submetidos à colostomia, ileostomia, ou que apresentam
diverticulite, uma vez que aumentam o risco de
desenvolver um desequilíbrio eletrolítico.
Situações especiais: Deve ser evitado na gravidez e
amamentação
Eventos adversos: retenção de líquidos ou diurese e
desidratação, retenção de sódio, hipersecreção gástrica,
rebote ácido, flatulência, distensão gástrica, dor
abdominal, náuseas, vômitos, constipação, obstrução do
trato gastrintestinal ou diarreia, agravamento de
hemorroidas ou fissuras anais, compactação fecal,
eructação; hipercalcemia, cálculo renal e/ou alcalose
metabólica em pacientes pré-dispostos; hipofosfatemia.
Quando utilizados, por períodos prolongados, antiácidos
constituídos por magnésio e alumínio, podem causar:
- Magnésio: desenvolvimento de hipermagnesemia,
resultando em depressão do Sistema Nervoso Central
(anorexia e náuseas) e do sistema neuromuscular

6
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
(fraqueza da musculatura);
- Alumínio: aumento da reabsorção óssea e da absorção
intestinal do cálcio, podendo levar à hipercalcemia
(excesso de cálcio no sangue).
Contraindicações: Hipertensos, pessoas com problemas
Bicarbonato de sódio Bicarbonato de sódio + no fígado, coração e rins, dietas com restrição de sódio ou
+ carbonato de sódio carbonato de sódio + ácido alergia a qualquer componente da fórmula.
+ ácido cítrico cítrico (2,3g + 0,5g + 2,25g / 5g) Situações especiais: Não é recomendado o uso em
– 1-2 envelopes dissolvidos em gestantes e lactantes.
2/3 de um copo com água. Tempo máximo de uso – 14 dias
Repetir uso após 2 horas se Eventos Adversos: Retenção de líquidos, ou diurese e
necessário desidratação, retenção de sódio, distensão gástrica, cólica
abdominal, náusea, vomito, flatulência, eructação, cálculo
renal.
Doses altas e o uso prolongado podem causar
hipersecreção gástrica e efeito rebote.
Bicarbonato de sódio Contraindicações: Pacientes com alcalose respiratória e
+ citrato de potássio Bicarbonato de sódio + citrato de metabólica, hipocloridria, e hipocalcemia. Deve ser
+ citrato de sódio + potássio + citrato de sódio + administrado com cuidado em pacientes com doenças
ácido cítrico + ácido cítrico + carbonato de caríacas, edema, insuficiência renal, pressão alta, ou
carbonato de sódio sódio /5 g - 1-2 envelopes aldosteronismo.
dissolvidos em 2/3 de um copo Situações especiais: Não é recomendado o uso em
com água. gestantes e lactantes
Aguardar pelo menos duas horas antes de administrar um
dos seguintes medicamentos: Lactulose, sotalol, glipizida
e gliburida, compostos com ferro.
Eventos adversos:
Retenção de líquidos, ou diurese e desidratação, retenção
de sódio, distensão gástrica, cólica abdominal, náusea,
vomito, flatulência, eructação, cálculo renal.
Doses altas e o uso prolongado podem causar
hipersecreção gástrica e efeito rebote.
Carbonato de sódio + Contraindicações:
ácido acetilsalicílico + Carbonato de sódio 0,4 g + ácido Hipertensos, pessoas com problemas no fígado, coração
ácido cítrico + acetilsalicílico 0,325 g + ácido e rins, dietas com restrição de sódio ou alergia a qualquer
bicarbonato de sódio cítico 1,5 g + bicarbonato de componente da fórmula. Se suspeita de dengue; se já
sódio 1,7 g / comprimido ou teve asma ou dificuldade de respirar após o uso de ácido
envelope – 1-2 cp ou envelopes acetilsalicílico; se tiver histórico de úlcera estomacal,
quando necessário. perfuração ou sangramento no estômago; se tiver
histórico de gota e se já teve algum problema de
coagulação sanguínea ou tem hemofilia esse
medicamento é contraindicado.
Situações especiais: Não é recomendado o uso em
gestantes e lactantes
Eventos adversos: indigestão, eructação (arroto),
flatulência (gases), distensão abdominal, náusea e vômito.
Doses altas e o uso prolongado podem causar
hipersecreção gástrica e efeito rebote.
LuftaGastroPro ® Alginato de sódio 1000 mg + Contraindicações:
bicarbonato de potássio 200 mg Hipersensibilidade ao alginato de sódio ou a qualquer
5 a 10 mL após as três principais componente da fórmula, incluindo os ésteres. Pacientes
refeições do dia e antes de com insuficiência renal e cardíaca. Hipercalcemia,
dormir nefrocalcinose e cálculo renal.
Situações especiais:
Não é recomendado o uso em gestantes e lactantes
Reações adversas: ainda desconhecidas.
Bloqueadores H2 Apresentação e posologia Comentário
usual
Ranitidina Profilaxia, 75-150 mg 30 a 60 Contraindicações:
min antes das refeições ou Intolerância ou alergia a componentes da formula.

7
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
bebidas; máx 300 mg/dia. Situações especiais:
Tratamento, 75-150 mg 1 ou Categoria de risco B. distribuído pelo leite materno, não
2x/dia; máx 300 mg/dia. recomendado para lactantes.
Eventos adversos:
Risco de dor abdominal, constipação, diarreia e dor de
cabeça.

Legenda: VO: via oral

Fonte:Berardi et al., 2009; Melo et al., 2018;

No Quadro 3 abaixo é apresentado o perfil de cada classe de medicamentos utilizados no tratamento da


azia.

Quadro 3: Perfil de ação dos medicamentos utilizados no tratamento da azia


Medicamento Início de ação Duração de ação Alívio dos sintomas

Antiácidos <5 minutos 20-30 minutos Excelente

BH2 30-45 minutos 4-10 horas Excelente


BH2 + antiácidos <5 minutos 8- 10 horas Excelente
Legenda: BH2: Bloqueador de H2.

Fonte: adaptado Handbook of Nonprescription Drugs -16th Ed.2009

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Para avaliação dos resultados, o farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos:

● A avaliação dos resultados pode constatar quatro diferentes resultados: melhora parcial, piora,
ausência de melhora e resolução;
● A meta terapêutica a ser alcançada é o alívio dos sinais/sintomas associados, possibilidade de
exercícios físicos e refeições sem causar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar
complicações ao paciente;
● Reavaliação dos sinais/sintomas da paciente, sendo importante a investigação daqueles
considerados de alerta para encaminhamento;
● Antes de considerar falha no tratamento, avaliar a adesão ao tratamento proposto e condições
do paciente em seguir o plano;
● Identificação precoce de problemas relacionados à segurança. Pacientes que apresentam
eventos adversos devem ser encaminhadas a outro profissional de saúde para uma possível
suspensão do medicamento.

8
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
DECISÃO TERAPÊUTICA

9
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
REFERÊNCIAS

Berardi R, Ferreri S, Hume A, Kroon L, Newton G, Popovich N et al. Handbook of


Nonprescription Drugs: An Interactive Approach to Self-Care. American Pharmacists
Association: Washington, 2009.

Melo AC de, Mendes AM, Serra CP, Correr CJ, Maniero HK, Frade JCQP et al. Guia de
Prática Clínica: Sinais e Sintomas do Trato Gastrointestinal Azia (Acidez/ Pirose). 2018.

Guia de prática clínica: sinais e sintomas não específicos: Azia (Acidez/Pirose)


Conselho Federal de Farmácia. – Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2017. No
prelo.

Conselho Federal de Farmácia. Resolução no 585 de 29 de agosto de 2013. 2013.

Conselho Federal de Farmácia. Resolução no 586 de 29 de agosto de 2013. 2013.

Mitiko N, Celso MI, Maia C. Dispepsia funcional: revisão de diagnóstico e fisiopatologia.


Diagn Trat 2010; 15: 114–6.

Jackson CS, Shaughnessy A, Ehrlich A. Functional Dyspepsia. DynaMed. 2016.


Disponível em: http://web.a.ebscohost.com/dynamed/detail?vid=4&sid=896753da-1685-
4f9b-88e7-
5088498d3d37%40sessionmgr4010&bdata=Jmxhbmc9cHQtYnImc2l0ZT1keW5hbWVkL
WxpdmUmc2NvcGU9c2l0ZQ%3D%3D#AN=114754&db=dme. (acessado 16 Mar 2018).

(UK) ICGT. Dyspepsia and Gastro-Oesophageal Reflux Disease. National Institute for
Health and Care Excellence (UK), 2014. Disponível
em:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25340236 (acessado 16 Mar 2018).

Silva FM. Dispepsia: caracterização e abordagem Dyspepsia: clinical aspects and


current approach. Rev Med Av Dr Enéas Carvalho Aguiar; 87: 213–23.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA :: Bulário Eletrônico :: 2013.


Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/index.asp (acessado 16 Mar
2018).

10
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
PROTOCOLO DE

AZIA
Realização:

Organização
Grupo de Trabalho sobre Saúde Pública

Coordenação Geral
Valmir de Santi

Concepção Pedagógica
Cassyano Januário Correr
Thais Teles de Souza
Walleri Christini Torelli Reis

Coordenação Pedagógica
Walleri Christini Torelli Reis

Autores
Alcindo de Souza Reis Junior
Aline de Fátima Bonetti
Bruna Aline de Queirós Bagatim
Cínthia Caldas Rios Soares
Fernanda Coelho Vilela
Fernando Henrique Oliveira de Almeida
Inajara Rotta
Livia Amaral Alonso Lopes
Natália Fracaro Lombardi
Valmir de Santi
Wallace Entringer Bottacin
Walleri Christini Torelli Reis

Revisão
Cassyano Januário Correr
Wellington Barros da Silva

11
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço

You might also like