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PSICOLOGIA
Tomo III
Material Específico – Psicologia – Tomo III – CQA/UNIP
Questão 3
Questão 31
Paulo, bancário, 21 anos, procura um serviço de saúde mental, encaminhado pelo
médico do banco. Na entrevista de triagem, relata que, em seu trabalho, os
colegas estão sempre olhando para ele, fazendo comentários jocosos a seu
respeito, o que ele percebe pelo jeito como eles olham e dão risadas às vezes.
Não sabe o porquê desta atitude deles, pois antes eram amigos e até costumavam
sair todos juntos. Suspeita que, talvez, tenha sido pelas mensagens que andou
recebendo pelos jornais e pelo rádio. Eram mensagens cifradas a respeito de sua
pessoa que só ele conseguia entender. Outro dia, no banco, estava tentando ouvir
a notícia no rádio, mas ninguém conseguia ouvir nada. Aí foi levado ao médico do
banco que achou que ele estaria estressado e o encaminhou para este hospital.
Se você estivesse fazendo essa entrevista de triagem, qual seria a hipótese
diagnóstica e o encaminhamento mais coerente, de acordo com os critérios
propostos pelo DSM−IV?
1. Introdução teórica
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Questão 22 – Enade 2006.
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Transtorno Obsessivo-Compulsivo
As principais características desse transtorno são obsessões e compulsões
suficientemente severas para causar sofrimento e prejuízos: a pessoa reconhece
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Transtorno Psicótico
Trata-se de um transtorno com sintomas psicóticos que, no entanto, não
satisfaz os critérios de diagnóstico de um transtorno psicótico específico. Em
outras palavras, essa categoria inclui uma sintomatologia psicótica - delírios,
alucinações, discurso e comportamento desorganizados, catatonia, sem, no
entanto, reunir informações suficientes para a realização de um diagnóstico
específico. Por exemplo, o paciente pode estar sofrendo, na ausência de quaisquer
outros sinais de psicose, alucinações auditivas persistentes ou delírios não-bizarros
persistentes com períodos de episódios de humor sobrepostos.
2. Indicações bibliográficas
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A. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A característica essencial do Transtorno da Personalidade
Borderline é um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos
interpessoais, da autoimagem e dos afetos, além de acentuada impulsividade. Os
indivíduos portadores desse transtorno fazem esforços frenéticos para evitar um
abandono real ou imaginado. Paulo não está realizando um movimento para evitar
o abandono dos colegas, nem tampouco se sente abandonado. Ao contrário:
considera a si mesmo como alvo da atenção dos amigos, quando eles riem e
fazem comentários jocosos a seu respeito.
B. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A característica essencial de um Episódio Depressivo Maior é um
período mínimo de duas semanas, durante as quais se observa humor deprimido e
perda de interesse por quase todas as atividades. Tal transtorno inclui outros
sintomas: delírios, alucinações, catatonia, discurso e comportamento
desorganizados. Não é o que ocorre com Paulo.
C. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As características essenciais do Transtorno Obsessivo-Compulsivo
são as obsessões e compulsões recorrentes. As obsessões são ideias,
pensamentos, impulsos ou imagens persistentes, vivenciados como intrusivos e
inadequados, causadores de ansiedade e sofrimento e as compulsões manifestam-
se através de comportamentos repetitivos. Nenhuma destas características se
aplica à situação de Paulo, de acordo com seu relato.
D. Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Essa categoria inclui uma sintomatologia psicótica: delírios,
alucinações, discurso e comportamento desorganizados. Quando Paulo relata ouvir
no rádio mensagens cifradas dirigidas a ele e perceber nos colegas sorrisos de
escárnio e comentários jocosos, ele está provavelmente sofrendo uma
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E. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A característica essencial do Transtorno da Personalidade
Narcisista é o estabelecimento de um padrão de grandiosidade, que gera a
necessidade de admiração e a dificuldade para estabelecer empatia. Os indivíduos
com esse transtorno experimentam um sentimento grandioso a respeito da
própria importância: superestimam as próprias capacidades e exageram as
próprias realizações. Paulo não se coloca dessa forma: refere-se a si mesmo como
objeto de escárnio dos colegas, ou seja, coloca-se em posição de inferioridade em
relação aos demais.
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Questão 4
Questão 42
Uma paciente de 20 anos de idade, em uma entrevista inicial, relata um quadro
diagnosticado como Transtorno de Pânico Sem Agorafobia (DSM IV 300.01):
“Doutora, não sei o que eu tenho... estava na minha casa sozinha. Quando fui à
cozinha, comecei a sentir mal! Senti como se algo horrível fosse acontecer. Senti
como se estivesse morrendo... Minhas mãos começaram a formigar. Meu coração
disparou, mal conseguia respirar. Nada estava acontecendo e eu não sabia o que
me acontecia. Achei que meu coração ia parar! Comecei a chorar! O médico me
disse que eu não tinha nada. Me receitou um ansiolítico e me mandou para casa.
Isso foi há um ano. Isso ocorreu mais de uma vez e sempre de repente! Às vezes,
quando menos espero. Eu estou apavorada! Não sei o que acontece, nem quando
vai acontecer! Tenho medo de enlouquecer ou de ter um ataque cardíaco! E eu
sou atleta! Sei que não tem nada a ver! Nunca tive nada disso! Nunca usei
drogas! E o médico me disse que minha saúde está bem. Meus pais estão bem!
Minha relação com eles é boa! Tenho namorado! Agora não consigo nem ir à aula
na faculdade sem ter medo! Mesmo em casa fico preocupada! O que é que eu
tenho? Tem tratamento?” Considerando-se a diversidade de abordagens em
psicologia para compreender os quadros psicopatológicos e seu diagnóstico, são
feitas as seguintes afirmativas:
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Questão 22 – Enade 2009.
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A. I e II.
B. I e III.
C. II e III.
D. II e IV.
E. III e IV.
1. Introdução teórica
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2. Indicações bibliográficas
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010181082005000
300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 de jun. 2011.
• LOPES, E. J.; LOPES, R. F. F.; LOBATO, G. R. Algumas considerações sobre o
uso do diagnóstico classificatório nas abordagens comportamental, cognitiva e
sistêmica. Psicol. estud., Maringá, v. 11, n. 1, abr. 2006. Disponível em: <http:
//www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722006000100006
&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 de jun. 2011.
• SIEBERT, G. Transtorno de pânico: investigação sobre alterações de relato em
terapia analítico comportamental. 2006. Dissertação (Mestrado). PUC-CAMP,
Campinas, SP, 2006.
• TENÓRIO, C. M. D. A psicopatologia e o diagnóstico numa abordagem
fenomenológico-existencial. Universitas ciências da saúde, Brasília, v. 1, n. 1,
p. 31-44, 2003. Disponível em: http://www.publicacoesacademicas.uniceub.
br/index.php/cienciasaude/article/view/493/315. Acesso em: 20 de jun. 2011.
I. Afirmativa incorreta
JUSTIFICATIVA. A afirmativa I é, de fato, constituída de três afirmativas: (1) para
a Psicanálise os sintomas relatados revelam complexos inconscientes relacionados
à repressão cultural do corpo e do gênero; (2) esses complexos inconscientes
produzem um estado regressivo, cujo principal mecanismo de defesa é a projeção;
com base nessas duas afirmativas, chega-se à uma conclusão: (3) a Psicanálise,
portanto, tem validada sua descrição da psicopatologia no DSM IV. Os sintomas
descritos no enunciado não caracterizam repressão cultural do corpo ou do gênero
(a paciente é atleta e tem namorado). O encaminhamento descrito não caracteriza
um processo de projeção. A terceira afirmativa, por sua vez, é incorreta, entre
outras razões, por sua falha lógica: trata-se de uma conclusão indevida, pois não
há relação lógica entre essa afirmativa e as outras duas que a antecedem.
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Questão 5
Questão 53
Uma das dimensões atuais da realidade brasileira é a questão da inclusão no
mercado de trabalho de pessoas com deficiência, segundo a lei no 8.213/91
(Decreto Lei no 3298/99) que tem trazido à tona situações de convívio com a
diferença, bem como episódios de violência e segregação contra aqueles
percebidos como diferentes.
PORQUE
1. Introdução teórica
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Questão 24 – Enade 2006. Esta questão foi anulada devido ao fato de haver erro em seu enunciado.
Embora não faça sentido identificarmos a alternativa correta, temos aqui um bom exercício de
reflexão.
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A legislação brasileira determina que uma parcela dos cargos das empresas
com cem (100) ou mais empregados deve ser preenchida por pessoas com
deficiência. A reserva legal de cargos é também conhecida como Lei de Cotas (art.
93 da Lei nº 8.213/91).
Para efeitos da lei, adotando-se a perspectiva do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), entende-se por deficiência
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2. Indicações bibliográficas
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Questão 6
Questão 64
Leia as afirmativas:
PORQUE
1. Introdução teórica
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Questão 24 – Enade 2009.
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2. Indicações bibliográficas
A. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Ver justificativa da alternativa E.
B. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Ver justificativa da alternativa E.
C. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Ver justificativa da alternativa E.
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D. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Ver justificativa da alternativa E.
E. Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA: A primeira afirmativa propõe que sejam revistos posicionamentos
anteriormente assumidos, à luz do cenário atual e das novas ocorrências. Como as
transformações sociais impelem à adoção de novas posturas e os modelos
tradicionais de compreensão da realidade são abalados, dada a introdução de
novos elementos, é preciso adotar novas perspectivas, distintas das tradicionais,
em relação inclusive à homossexualidade e à homofobia. A segunda afirmativa
ressalta o interesse de autores atuais por essa temática e seu desejo de
compreender como novas formas de compreensão e posicionamentos subjetivos
resultam das transformações sociais, tomando como exemplo os estudos de
Bauman (1998) e Jameson (1997).
As duas afirmativas podem ser consideradas verdadeiras, mas a segunda não
justifica a primeira. Bauman e Jameson tratam das transformações sociais de
forma ampla, sem referirem-se à contemporaneidade e, nela, à
homossexualidade. As duas afirmativas são complementares.
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Questão 7
Questão 75
A psicanálise não tem nenhum motivo para ter medo do formidável avanço atual
da neurociência. Ela o espera com impaciência, na medida em que esses novos
dados nos servirão como novas portas de entrada em nosso modelo −
necessariamente multifatorial − de qualquer situação psicopatológica.
(LEBOVICI, S.).
A. I e II.
B. I e IV.
C. III.
D. IV.
E. III e IV.
1. Introdução teórica
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Questão 26 – Enade 2006.
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Psicanálise e Neurociência
Silva Filho (2003) identifica motivos pelos quais a Psicanálise não teme o
avanço da Neurociência e procura mostrar que é falso o suposto antagonismo
entre a teoria psicanalítica e os conhecimentos sobre o cérebro. Considera que
esses conhecimentos se complementam na medida em que o conceito
neurocientífico de plasticidade cerebral oferece base orgânica para a teoria
psicanalítica. Pesquisas sobre funções cerebrais ampliaram as possibilidades de
compreensão do psiquismo e vêm subsidiando alguns postulados da Psicanálise,
como por exemplo o reconhecimento de que a liberação de sinapses se faz
necessária para a ocorrência de lapsos de linguagem e para o sonhar. Essa
evidência não elimina a função da Psicanálise de compreender os significados da
dinâmica intrapsíquica, como por exemplo, o significado dos lapsos e dos sonhos.
Soussumi (2004) publicou no site da Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência um trabalho cujo objetivo foi tratar da Neuropsicanálise, um novo
método científico que consiste em combinar dois métodos já existentes – o da
Psicanálise e o da Neurociência – evidenciando articulações entre esses dois
campos do saber. Considerando as diferenças entre os pressupostos teórico-
metodológicos dessas duas áreas, o diálogo interdisciplinar estabelecido apresenta
convergências e divergências.
As principais concepções contemporâneas da Psicopatologia a consideram
multifatorial, e não determinada exclusivamente pela Biologia. As instâncias
psicológicas e sociais são consideradas fundamentais para a compreensão, o
diagnóstico e o tratamento de distúrbios psicopatológicos, por conceberem o
homem como um ser biopsicossocial. A Neurociência também admite que fatores
biológicos, psicológicos e sociais interagem na determinação de fenômenos
psicopatológicos.
2. Indicações bibliográficas
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652006000
100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 5 de mai. 2010.
• MATURANA, H. R.; VARELA, F. Autopoiesis and cognition. Dordrecht: D. Reidel,
1980.
• MATURANA, H. R.; VARELA, F. El arbol del conocimiento. Santiago:
Universitaria, 1990.
• SILVA FILHO, A. C. P. Psicanálise e Neurociências. Revista de Psiquiatria
Clínica, São Paulo, v. 3, n. 30, p. 1-1, 1 de jan. 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010160832003000300010&script=sci_
arttext>. Acesso em: 5 de mai. 2010.
• SOUSSUMI, Y. O que é Neuro-Psicanálise. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 4, n.
56, p. 1-1, 2006. Disponível em:<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid
=S0009-67252004000400019&script=sci_arttext.>. Acesso em: 5 de mai.
2010.
I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA.
Conforme afirma Lebovici, a Psicanálise acompanha os avanços da Neurociência e
considera que os conhecimentos dela advindos contribuem para a compreensão
de quadros psicopatológicos, dado o seu caráter multifatorial. Sendo a
Psicopatologia multifatorial, e não determinada exclusivamente pela Biologia, é
incorreto afirmar que do ponto de vista da Neurociência a frase de Lebovici não é
verdadeira.
II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O avanço da Neurociência “vem confirmando inúmeros
postulados psicanalíticos modernos, no estudo das funções cerebrais mais
diferenciadas” e, por outro lado, também “contribui cada vez mais para
compreensão da mente humana, seus distúrbios e seu tratamento” (SILVA FILHO,
2003, p. 1). Assim, a Psicanálise é beneficiada pelo desenvolvimento das
Neurociências.
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IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Conforme afirma Faveret (2006), ainda que os pressupostos
teórico-epistemológicos da Psicanálise e das Neurociências sejam distintos, a
articulação entre esses dois campos do saber é possível, desde que se promova
um trabalho interdisciplinar que, além dos conhecimentos próprios desses campos
do saber, possa ser enriquecido por contribuições advindas da Filosofia, da
Sociologia e das Ciências Naturais.
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Questão 9
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Questão 9
O trânsito é um fenômeno coletivo que explicita o conflito entre desejos
individuais e prescrições sociais de condutas. O resultado das ações dos indivíduos
tem sido considerado pela Organização Mundial da Saúde como um problema de
saúde pública. Há mortos parcialmente contabilizados, mutilados desconhecidos e
sofrimento numa dimensão gigantesca. Constitui-se em fenômenos evitáveis, a
partir das ações do indivíduo que toma as decisões. Para a tomada de decisões,
concorrem diversos fatores conhecidos da psicologia, entre eles, a percepção de
risco, que se constitui a partir de fatores sociais, grupais e ideológicos, de fatores
intrapessoais e de fatores interpessoais.
Qual das afirmativas articula a tensão entre o indivíduo e a sociedade expressa no
trânsito?
A. As perspectivas individualistas devem incorporar a dimensão coletiva do
comportamento individual, e as perspectivas sociais devem considerar o indivíduo
como ator.
B. As práticas sociais no trânsito interferem nas relações entre classes,
demarcando grupos expostos a riscos.
C. O aspecto da desigualdade social da relação de gênero determina a interação
dos fatores individuais e sociais que se expressam em conflitos no trânsito.
D. O estudo do papel social do motorista revela a interação característica do
principal ator do trânsito, permitindo intervir na regulação do sistema, a partir do
acordo social.
E. Perspectivas individualistas focalizam características pessoais que seriam
determinantes na harmonia do sistema, subsidiando novos instrumentos de
avaliação psicológica.
1. Introdução teórica
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2. Indicações bibliográficas
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A. Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O enunciado refere-se à articulação entre fatores individuais e
coletivos, tensionados no fenômeno do trânsito. Para compreender essa
articulação é preciso que as concepções que privilegiam aspectos individuais
sejam complementadas por algumas outras, que conferem relevância a aspectos
sociais.
B. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Uma concepção que privilegia os determinantes e os efeitos
socioculturais relacionados às práticas sociais no trânsito, em detrimento de
aspectos individuais, contraria o enunciado da questão, que contempla tanto a
dimensão social quanto a individual.
C. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Como em outros fenômenos sociais, o trânsito é permeado por
questões mais abrangentes, referentes às representações e pré-concepções a
respeito da conduta própria de distintos segmentos sociais. Isso é verdadeiro
particularmente no caso dos grupos “marginais”, particularmente sujeitos a
preconceitos e estigmas. As questões de gênero, presentes em nossas relações
interpessoais, acham-se presentes também no trânsito. Porém, o enunciado da
questão não faz referência a essa variável: apenas afirma a necessidade de que
também sejam considerados aspectos individuais e culturais na avaliação da
conduta de motoristas.
D. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Pesquisas que objetivam investigar o comportamento do
motorista considerando-o como ator principal do trânsito, reúnem informações
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que apontam para a existência de uma certa “lógica privada”, que rege a ação do
motorista, em detrimento de uma concepção de corresponsabilidade pela
preservação do bem coletivo e na obediência às leis. Os resultados indicam que,
de modo geral, o motorista reinterpreta os limites estabelecidos pelas leis e age,
no trânsito, a partir de uma definição pessoal do que seja admissível – ou não –
na condução segura do veículo. Apesar da relevância dos resultados dessas
pesquisas relativas ao papel social do motorista, eles não são suficientes para
subsidiar a definição de estratégias de regulação do sistema de trânsito.
E. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A inserção da Psicologia no âmbito do Trânsito ocorreu na
década de 1950, em função da proposta de avaliar e selecionar pessoas aptas a
receberem a Carteira Nacional de Habilitação. Partia-se da ideia de ser possível
estabelecer um perfil de “bom motorista”, que poderia ser contraposto a
características individuais obtidas por meio de testes psicométricos. Assim, traços
como impulsividade e agressividade estariam indicando a tendência a uma direção
imprudente e não receberiam a Carteira Nacional de Habilitação os indivíduos
cujos testes evidenciassem níveis elevados dessas características. Apesar da
importância dos fatores de ordem pessoal, que contribuem para a harmonia do
trânsito enquanto sistema, poderem subsidiar a construção de novos instrumentos
de avaliação psicológica, as perspectivas individuais são insuficientes para articular
a tensão entre o indivíduo e a sociedade expressa no trânsito. Portanto, a
afirmativa realizada nessa alternativa não responde à questão proposta no
enunciado.
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