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Materiais de Construçã o Civil e Princípios de Ci!ncia e Bn . .

Geraldo CecheUa Isaia (Organizador/Editor) &enharia de Materiais


© 201 O IBRACON . Todos direitos reservados.

Capítulo 36

Sist ema Ligh t Steel Framingt


rlrlene .Uaria Sannanl,o Freitas
Universidade Federal de Ouro Preto

Renota Cristina iUoraes de Crasto


el With 50 ksi Arquiteta

· 2006,

INJ. 2004. 36.1. Caract erística s do sistema Light Steel Framing

BCA. 2006. O t~xto. a se~uir tem como objetivo orientar engenheiros, arquitetos e
p~ofiss10nrus da ~ea na concepção de projetos de edificações com O sistema
\\· Hill. 1999.
L1ght Steel _Framm g ~SF), sendo baseado no Manual da Construção em Aço -
arco elétrico -
Steel Frammg : Arqmtetura (CBCA) (FREITAS, 2007) e em extensa pesquisa
bibliogr áfica objeto da dissertação de mestrado intitulada "Arquitetura e
2010. Tecnolo gia em Sistema s Construtivos Industrializados - Light Steel Framing"
aneiro: ABNT. (CRAS TO, 2005) do Program a de Pós-graduação em Construção Metálica da
Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto.
ABNT. 2005. O Light Steel Framing (LSF), assim conhecido mundialmente, é um sistema
construtivo de concepção racional, que tem como principal característica uma estrutura
constituída por perfis formados a frio de aço galvanizado que são utilizados para a
composição de painéis estruturais e não-estruturais, vigas secundárias, vigas de piso,
NT, 2006.
neiro: ABNT.
tesouras de telhado e demais componentes (Figura l). Por ser um sistema
industrializado, possibilita uma consttução a seco com grande rapidez de execução.
equisitos. Rio Assim devido a essas características, o sistema Light Steel Framing também é
conh~i do por Sistema Auto-po1tante de Construção a Seco .
• 2009.

~
·cte nci·a em Light Steel Framing, São Paulo. (Fonte: Construtora Seqüência)
Figura J - Estrutura de res1
0
(i F · é a designação utilizada internacionalmente para descrever sistema construtivo que uti~a
I ve,
t~ rammg u~ . al !emento estrutural. O sistema também é conhecido por Estruturas em Aço
~anrzado como pnnc1p e .
( ção LSF ou Construção com Aço Galvanizado.
:expressão Steel Framing, do inglês steel = aço e framing que
dva Jrame (estrutura, esqueleto, disposição, construção). (DICIONARio
:MíeHÁlllilS, 1987), pode ser definida por: Processo pelo qual compõe-se um
esqueleto estrutural em aço fonnado por diversos elementos individuais ligados
entre si, passando estes a funcionar em conjunto para resistir às cargas que
solicitam a edificação e dando forma a mesma. Assim, o sistema LSF não se
resume apenas a sua estrutura. Como um sistema destinado à construção de
edificações, ele é composto por vários componentes e "subsistemas". Esses
subsistemas são, além do estrutural, de fundação, de isolamento termo-acústico,
de fechamento interno e externo, e instalações elétricas e hidráulicas. (CONSUL
STEEL, 2002). Muitas publicações usam o termo Light Gauge Steel Frame onde
gauge é uma unidade de medida, agora quase em desuso, que define a espessura
das chapas de metal.
Para que o sistema cumpra com as funções para o qual foi projetado e
construído é necessário que os subsistemas estejam corretamente inter-
relacionados e que os materiais utilizados sejam adequados. Dessa forma , a
escolha dos materiais e de mão-de-obra é essencial na velocidade de
construção e no desempenho do sistema (Figura 2).

Figura 2 - Montagem de residência em Light Steel Framing, São Paulo- SP (Fonte: Construtora Seqüência)

Apesar de ser considerada uma tecnologia nova, a ori~em .do Light _S~e~l
Framino-
0
remonta ao início do século XIX. Na verdade, h1stoncamente m1cia
com as habitações em madeira construídas pelos colonizadores no territóri~
americano naquela época. Para atender ao crescimento da população, foi
necessário empregar métodos mais rápidos e produtivos na construção_ de
habitações, utilizando os materiais disponíveis na região, no caso a made1:ª·
Esse método consistia em uma estrutura composta de peças em madeira
serrada de pequena seção transversal conhecido por Balloon Framing
(CONSUL STEEL, 2002) (Figura 3).
Figura 3 - Ba/10011 framing

A partir daí. as construções em madeira, conhecidas por Wood Frame,


tornaram- e a tipologia residencial mais comum nos Estados Unidos.
Aproximadam ente um século mais tarde, em 1933. com o grande
de en\'ohimento da indústria do aço nos Estados Unidos, foi lançado na Feira
1'Iundial de Chicago. o protótipo de uma residência em Light Steel Framing
(Figura 41 que utilizava perfis de aço substituindo a estrutura de madeira
(FRECHE 1'1 E. 1999J.
1cin)

tcel
icia
rio
foi
de
fé).
·ra
,g

f Pro • ro ae- res1déneta


. • . em L.igbt Steel Framing na Exposição Mundial, de Chicago
h em 1933 (Fonte:
- :disp<mÍ\-el em; http: webpages.marshal1.edu/-brooks/S1RAN stran 1. tm)
to da economia americana e a abundância na produção de aço no
~lSegwida Guerra possibilitou a evolução nos processos de fabricação
1ietfi.s formados a frio, e uso dos perfis de aço substituindo os de madeira
passou -a ser vantajoso devido a maior resistência e eficiência estrutural do aço e
a capacidade da estrutura de resistir a catástrofes naturais como terremotos e
furacões (Figura 5). Na década de 90, as flutuações no preço e na qualidade da
madeira para a construção civil, estimularam o uso dos perfis de aço nas
construções residenciais. Estimou-se que até o final da década de 90, 25% das
residências construídas nos Estados Unidos foram em LSF (BATEMAN,1998).

Figura 5 - Perfis estruturais de madeira e aço galvanizado. (Fonte: Robert Scharft).

No Japão, as primeiras construções em LSF começaram a aparecer após a


Segunda Guerra Mundial quando foi necessária a reconstrução de quatro milhões
de casas destruídas por bombardeios. A madeira, material usado na estrutura das
casas, havia sido um fator agravante nos incêndios que se alastravam durante os
ataques. Assim, o governo japonês restringiu o uso da madeira em construções
auto-portantes a fim de proteger os recursos florestais que poderiam ser exauridos
e também para promover construções não-inflamáveis. A indústria do aço
japonesa, vendo nessas restrições um nicho de mercado, começou a produzir
perfis leves de aço para a construção como um substituto para os produtos
estruturais de madeira. Como conseqüência, o Japão apresenta um mercado e uma
indústria altamente desenvolvidos na área de construções em perfis leves de aço
(Figura 6).

Figura 6- Linha de montagem de módulos residenciais no Japão. (Fonte SCI


Apesar do LSF ser um si tema con lrutiVo bastante empregado em paísesôidílii
a construção civil é predominantemente indu lrializada, no Brasil onde prevateee
o método artesanal, ainda é pouco conhecido. A im, em um primejro momento,
para ajudar a visualizar o LSF, podemo l'ecOJrer ao /Jrywa// que é amplamente
utilizado em vedações internas no Bra il, que ape ar de não ter função estrutum),
utiliza perfis galvanizados para compor um e queleto onde ão fixadas as placas
para fechamento. Porém, a semelhança acaba nesse ponto.já que o LSF como já
foi definido anteriormente, é um sistema muito mais amplo, capaz de integrar
todos os componentes necessários a construção de uma edificação, tendo como o
fundamental a estrutura. Na ilustração é possível vi ualil.81' e quematicamente, a
e trutura e os subsistemas de uma casa em LSF (Figura 7). Basicamente a
e !rutura em LSF é composta de paredes, piso e cobertura. Reunidos, eles
po ibilitarn a integridade estrutural da edificação, re i lindo ao e forços que
:olicitam a estrutura.

< s; Placa Estrutural

ªJXk a Perfil de cumeeira


nilhõe-
ura dru
Caibro
4.Ulte O,
tn1çõe- Perfil U de acabamento
de beiral
Sanefa
mrido· Montante Perfl Ue
io a :-o V,ga de piso

uduzir Placa de fechamento Gula superior


do painel
odmo: interno
Laje seca (OSB) Contraventamento
e uma
de aço Ombreiras
(montantes)
Placa de fechamento
Painel interno externo
estrutural Verga

Gula Inferior Fita metáUca


do painel
Bloqu~

. de uma residência em L.ig11t teel Framing.


Figura 7 - Desenho esquemát,co .

. . d , d
. t ira são denon1ma a e .painéis e
d trutura1s
erfis
\s paredes que const1tu:~ ~~!;o~tos por grande q~_ant~a!:do: e~tre si
auto-portantes e sa d minados montantes. que sao d p ordo com o
anizados muito lev~s en~) Esta dimensão é def1n1da e ac
00 ou 600 mm (Figura .

e ãetermina a modulação do proj to. m dula ão otimiza
d~obra na medida que se padronizam o ompon nt s struturnis,
;OS d~ fécbamento e de revestimento. Os painéi t m a fun ão d distribuir
uniformemente as cargas e encaminha-las até o olo. O fi chnmento deNsci4
painéis pode ser feito por vários materiais, ma , normalm nt , utilizam -se
placas cimentícias ou placas de OSB (oriented strand board)l t mamente, e
chapas de gesso acartonado internamente.

Figura 8 - Painéis do pavimento térreo de casa residenciul Belo l lori/Ontc - MO {Ftllll ·: nrquiv(l tln outor)

Os pisos, partind o do mesmo princípio dos paincis, utiliznm perfis


galvanizados, dispostos na horizontal e obedecem à mesma modulação dos
montantes. Esses perfis compõem as vigas de piso, servindo d' estrutura de apoio
aos materiais que formam a superfície do contrapiso. As vigas de piso estão
apoiadas nos montantes de forma a permitir que suas nlmus estejam cm
coincidência com as almas dos montantes, dando origen1 ao c.:onc ito de o~trutura
alinhada ou "in-line framing". Essa disposição permite gnnmtir quu predomine
esforços axiais nos elementos da estrutura (Figura 9).

Figura 9 - Vista da estrutura do piso com vigus em purfis 1•11lvnnl1ml11\ 1• 1·11111t"111~111111 < ,li
(Fonte: nrquivo do 11111or)

1
Mais informações sobre OSB ver Capítulo 39 . Madeiras purn m:11h,1111l' t1h1'
. A.!_lJalmente, com a pluralidade de . _ .
dtspoe de várias soluções para c o b e ~ ~w~tõni • o
escolha do telhado pode remeter a wn ~ seus editic1os. Muitas v a
Independente da tipologia adotada, desde :1º
ou uma tendencia d época.
elaborados, a versatilidade do LSF possibilita aOcobe~ pl~a até telhado mai
Quando se trata de coberturas inclinadas
cons~ção convencional com O uso d: :°
~~teto liberdade de pre lo.
uçao se as emelha muito à da
madeiramento por perfis galvanizados (Fi~ 1~ ) porém _uh tituindo o
cobertura podem ser cerâmicas, de aço. de c. · As telhas utilizadas para a
ou de concreto. Também são usadas as telh:S~~~~o ~f~~ado ~r fio intéticos
material asfáltico. mg es , que ao compotas de

r)

erfis
dos
L'
Figura 1O - Estrutura do telhado de residência em Light Steel Framing. tFonte: Arquivo do autor)

Assim, de acordo com o descrito anteriormente. poden1os definir os


fundamentos do sistema LSF como:
• Estrutura "painelizada"
• Modulação - tanto dos elementos estruturais. como do demais componentes
de fechamento e de revestimento, etc.
• Estrutura alinhada (in-line framing)
O uso da estrutura de aço não impõe ao projeto que a mesma esteja aparente.
Muitos usuários e projetistas descartam a construção em aço por achar que
resultará em uma arquitetura muito peculiar ou ·'high-tech". E se receio é maior
quando se trata da arquitetura residencial. Porém, a construção em aço é muito
versátil e viabiliza qualquer projeto arquitetônico, desde que ele seja concebido e
planejado considerando o comportamen to do si tema. A racionali,.ação.
industrialização e rapidez de execução. caracterí tica tão aprcda<las na
construção em aço, só são possíveis quando há um planejamento integral <la obra.
que implica em um projeto amplamente detalhado. Com o Light Stccl Framing
não é diferente, o detalhamento dos projetos tanto de arquitetura, como estrutural
o omplementares são essenciais para o melhor desempenho do sistc1na e para
s ·i ar patologias. Porém, nesse sistema a estrutura nunca se apresenta apat\.'nh:.
Figura 11 - Residências construídas com o sistema Light Steel Framing em Cotia - São Paulo.
(Fonte: Arquivo do autor)

A estrutura de perfis de aço galvanizado é a parte principal do sistema LSF.


Para compor um conjunto auto-portante capaz de resistir aos esforços solicitados
pela edificação, é necessário que o dimensionamento dos perfis e o projeto
estrutural sejam executados por profissional especializado. O pré-
dimensionamento estrutural para edificações residenciais de até dois pavimentos
pode ser realizado através do Manual "Light Steel Framing - Engenharia"
(RODRIGUES, 2007) disponibilizado pelo Centro Brasileiro da Construção em
Aço (CBCA). O projeto estrutural de edificações em Light Steel Framing deve
atender as especificações das normas brasileiras para perfis formados a frio.

36.2. Vantagens no Uso do Sistema Light Steel Framing

Os principais benefícios e vantagens no uso do sistema Light Steel Framing


(LSF) em edificações são os seguintes:
• Os produtos que constituem o sistema são padronizados de tecnologia
avançada, em que os elementos construtivos são produzidos industrialmente ,
onde a matéria prima utilizada, os processos de fabricação, suas
características técnicas e acabamento passam por rigorosos controles de
qualidade;
• O aço é um material de comprovada resistência e o alto controle de qualidade
tanto na produção da matéria-prima quanto de seus produtos, permite maior
precisão dimensional e melhor desempenho da estrutura;
• Facilidade de obtenção dos perfis formados a frio j á que são largamente
utilizados pela industria;
• Durabilidade e longevidade da estrutura, proporcionada pelo processo de
Sistema Ught Steel From/ng

galvanização das chapas de fabricação dos perfis;


• elementos;
Facilidade de montagem, manuseio e transporte devido a leveza do

• Construção a seco, o que minora o uso de recursos naturais e o de perdício;


• Os perfis perfurados previamente e a utilização do painéis de ges o
acartonado facilitam as instalações elétricas e hidráulicas;
• Melhores níveis de desempenho termo-acústico, que podem ser alcançados
através da combinação de materiais de fechamento e isolamento;
• Facilidade na execução das ligações;
• Rapidez de construção, uma vez que o canteiro se tran fonna em local de
montagem;
• O aço é um material incombustível;
• O aço é reciclável, podendo ser reciclado diversas vezes sem perder suas
propriedades; . . " . _ . . . . .
• Grande flexibilidade no proJcto arqu1tcto111co. nao hm1tando a cnat1v1dade do
arquiteto.

36.3. Aplicações
LSF.
tados As aplicações do sistc':1a ~ight Stccl Framing são variadas confonne os
exemplos ilustrados a seguir (Figuras 12 a 16).
ojeto
pré-
ntos
.a"

Figura J2 _ Residência em Cotia SP Figurn 11 Ri:sid~ndu i:m Süt, Panlt, ..


(Fonte: arquivo do autor) (\:(mti:: dis1xmiwl c1n:http://www1.·ú11su,1ton\.."'-'l.lll1.'IK'ta.1.\,111.br)

F,µum I" 1h1td nn lng.lnt~na .


igura 14 - hliflc.:io nu Inglaterra. (11onh,;: SCI) {F(11tll·:displllltWI t·111: http: \\\\\\ sll\.'I sl.'l.\ll~' hg.htsll,·I)
. N L" MG (Fonte· arquivo do autor)
Figura 16 - Clínica de Pneumologia Anglo Gold - ova una - ·

36.3.1 Unidades modulares.


No caso de unidades modulares tem-se módulos individ~ais pron~o~ _de
banheiros, cozinhas e outras dependências para construçao de edifícios As e
residenciais, comerciais, hotéis, etc (Figuras 17 e 18). estrUtuf
a outra
a frio
perfilag ·
dechap
2003).
Por ess
termo '

Figura 17 - 1.425 módulos em LSF formam Figura 18 - Módulos de banheiros prontos e


esse edifício na Inglaterra. (Fonte disponível em posicionados no Airport Mondial Business Hotel
http://www.corusconstruction.com/page_9088.htm) em São Paulo (Fonte: Zigurate Editora3)

363.2 "Retrofit''' de edificações


No caso de "retrofit'' de edificações tem-se a utilização do Light Steel Framing
no revestimento de fachadas, construção de mezaninos e coberturas, substituição
de telhados, etc (Figuras 19 e 20).

e
3 Imagem originalmente publicada em Dias, Luís Andrade de Mattos. Aço e Arquitetura: Estudo de Edificações no Brasil. Sií
eco11
Paulo: Zígurate Editora, 200 l . pg. 169. des
4 l<ctrofit consiste em conservar a estrutura original do edifício, acrescentando a ela materiais e equipamentos modernos. ?
' Ver
l(clrofit difere da simples restauração, que consiste na restituição do imóvel à sua condição original 1u da reforma, que v,sii à
i11tmduçifo de melhorias, sem compromisso com suas características anteriores. Também é denominado 1k Rev11ali111ção.
Figura 19 - Reforma de fachada usando
Light Steel Framing(Fonte: disponível em: Figura 20 - Reforma de telhados substituindo por
http://www.steel-sci.org/lightsteel ) tesouras fabricadas com perfis formados a frio. (Fonte: SCI)

: d
f1 io 36.4. Perfis Formados a Frio e sua Utilização na Construção Civil5

As estruturas de aço são compostas por duas "fanu1ias" de elementos


e truturais. Uma composta pelos perfis laminados e soldados ou eletrofundidos e
a outra composta por perfis formados a frio. Os perfis estruturais de aço formados
a frio são obtidos a partir do dobramento, em prensa dobradeira, ou por
perfilagem em conjunto de matrizes rotativas (Figura 21), de tiras de aço cortadas
de chapas ou bobinas laminadas a frio ou à quente, revestidas ou não (NBR 6355,

I 2003). Possibilitam a formação de seções variadas na sua forma e/ou dimensão.


Por essas operações ocorrerem com o aço na temperatura ambiente, advém o
termo "formado a frio".
I
l

Figura 21 - Fabricação por perfüagem de perfis seção Ue. (Fonte: SCI)

Com o desenvolvimento da engenharia civil, estruturas ~1ais }eve~ de


" . . d industrialização do processo construtivo, tem s1 o
onmrucas associa as a . l" · N t sentido os
nvolvidas de modo a atender as expectativas tecno og1cas. es e ,
::mbém o Capítulo 35 - Produtos metálicos estruturais.
o se enquaâfattí pe~ei(âjijente. A utilização na
AS dê aço compostas por pei:fis fonnados ~ frio tem
il a u ~ o em fase de rápido cresc1D1ento, em vírtUde das
f4ens que o emprego destes perfis oferece. . _
·..:,r-u:».Jr.QL&fit~)ís fundamentais são a grande versatilidade, tanto na fabncaçao de
s~s ele formas bastante variadas e que podem ser adaptadas a um gran?e
nún:íero de aplicações, quanto na construção e montagem das estruturas, p01s,
trata-se de elementos extremamente leves se comparados a outros perfis. Estas
vantagens resultam em praticidade na construção de di_versos tipos d~ ~s1n:turas
e custo relativamente baixo. Assim, está cada vez mrus comum a utihzaçao de
perfis formados a frio na construção de estruturas de edifícios residenciais e
comerciais, coberturas, galpões, passarelas, residências, estantes industriais de
armazenamento, entre outras.

36.5. Tipos de Perfis Utilizados em LSF


Os perfis típicos para o uso em Light Steel Framing são obtidos por perfilagem
a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco pelo
processo contínuo de imersão a quente ou por eletrodeposição , conhecido como
SEÇÃO
aço galvanizado. As massas mínimas de revestimento são apresentadas na tabela
1. A espessura da chapa varia entre 0,80 até 3,0 mm conforme NBR 15253
(ABNT, 2005). As seções mais comuns nas edificações em Light Steel Framing
são as com formato em "C" ou "U" enrijecido (Ue) para montantes e vigas e o
"U'' que é usado como guia na base e no topo dos painéis.

Quadro l - Revestimento mínimo dos perfis estruturais e não-estruturais. Fonte: NBR 15253: 2005

Perfis estruturais Perfis não-estruturais


Massa mínima Designação do Massa mínima Designação do
Tipo de revestimento do revestimento do revestimento
revestimento 1 conforme revestime nto1 conforme
a/m 2 normas a/m2 normas
2180 Z 100
Zincado por imersão a quente 180 (NBR 7008) 100
(NBR 7008)
90/90 50/50
Zincado por eletrodeposição 180 100
<NBR 14964) (NBR 14964)
Alumínio-zinco por imersão a AZ150 AZ100
150 (NBR 15578) 100
quente (NBR 15578)
1) A massa mínima refere-se ao total nas duas faces (média do ensaio triplo) e sua determinação
deve ser conforme a NBR NM 278 (ABNT, 2002)

<? ~ adro 2 apresenta as seções transversais dos perfis utilizados e suas


aphcaçoes. A seção do perfil U (guia) possui alma Cbw) e mesa (br) que também
pode ser cha~ad o de fl~nge ouª?ª, mas não po~sui a borda (D) que está presente
no montante, isto pemute o encaixe deste na gma. As guias não devem transmi tir
nem absorver os esforços, sendo isto feito pelos montantes, vigas e eventua lmente
pilares presentes na e trutura.
As dimensões da alma do perfis Ue vartam geralmente de 90 a 300 llDit
(medidas externas), apesar de ser pos fvel utilizar outras dimensões (Quadro 3).
Os perfis U apresentam a largura da alma maior que o do perfil Ue, a fim de
pennitir o encaixe deste no perfil guia ou U (Quadro 3). No Brasil as dimensões
comercializada s são 90. 140 e 2~ mm. E as mesas podem variar de 35 a 40 mm,
dependendo do fabricante e do tipo de perfil. Os outros perfis que podem ser
necessários para estruturas de LSF são tiras planas, cantoneiras e cartolas
(Quadros 2 e 3). Tiras ou fitas •. 9ue vêm em uma variedade de larguras, são
tipicamente utilizadas para estab1hzação dos painéis e formação de ligações. As
cantoneiras são normalmente usadas em conexões de elementos onde um perfil
Ue não é adequado. e o cartola é comumente empregado como ripas de telhado
(Garner. 1996). Além da espessura (tn). a resistência de um perfil de aço depende
da dimensão. fonna e limite de elasticidade do aço. O limite de escoamento dos
perfis de aço zincado. determinado de acordo com a norma NBR 6673 (ABNT,
1Iagelll I 981). não deve ser inferior a 230 MPa (NBR 15253: 2005).
co Jlelo
0 corno Quadro ::!- Designações dos pt!rlis de: n,;o fom1ados a frio para uso em Light Steel Framing e suas respectivas
aplicações. (Fonte: NBR 15253: 2005).
a tabela
SERIE Designação Utilização
15253 SEÇÃO TRANSVERSAL NBR 6355:2003
rarning ,,.
l
gas e o
U simples Guia
Ripa
Bloqueador
5 Sanefa

f
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1,. bf .J
jo U enrijecido

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Enrijecedor de alma
Montante
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1- bf -1

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1-j

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j~~
l b,. Cartola
Cr bw X brX D X tn Ripa

b1
c antoneira de
~
~ ' abas desiguais Cantoneira
,. b1 ' ..
L br1 X br2 X tn
90 40
140 40
200 40
ontante 250 40
Montante 300 40
Gula 92 38
Ox40 Gula 142 38
U200x40 Gula 202 38
U 250x40 Gula 252 38
U 300x40 Gula 302 38
Cantoneira de
L 150x40 150 40
abas desl uais
Cantoneira de
L 200x40 200 40
abas desl uais
Cantoneira de
L 250x40 250 40
abas desi uais
Cr 20x30 Cartola 30 20 12
b)Mét
Painéis
36.6. Métodos de Construção telhado p
23).Alg
Há essencialmente três métodos de construção utilizando o Light Steel diminuir
Framing: usando
a) Método Stick: atarrachan
Neste método de construção os perfis são cortados no canteiro da obra, e • Veloc 1
painéis, lajes, colunas, contraventamentos e tesouras de telhados são montados no • Alto c
local (Figura 22). Os perfis podem vir perfurados para a passagem das instalações • Minº
elétricas e hidráulicas e os demais sub-sistemas são instalados posteriormente a •Aui:i
montagem da estrutura. Essa técruca pode ser usada em locais onde a pré-
fabricação não é viável. As vantagens desse método construtivo são:
monJ
• Não há a necessidade do construtor possuir um local para a pré-fabricação do
sistema;
• Facilidade de transporte das peças até o canteiro;
• As ligações dos elementos são de fácil execução, apesar do aumento de
atividades na obra.
Figura 22-Light Steel framing montado pelo método stick (Fonte: Robert Scharff).

b) Método por Painéis:


Painéis estruturais ou não estruturais, contraventamentos, lajes e tesouras de
telhado podem ser pré-fabricados fora do canteiro e montados no local (Figura
23). Alguns materiais de fechamento podem também ser aplicados na fábrica para
I diminuir o tempo da construção. Os painéis e subsistemas são conectados no local
usando as técnicas convencionai s. (parafusos auto-brocantes e auto-
atarrachantes). As principais vantagens são:
e • Velocidade de montagem;
• Alto controle de qualidade na produção dos sistemas;
• Minimização do trabalho na obra;
• Aumento da precisão dimensional devido às condições mais propícias de
montagem dos sistemas na fábrica.

· como tesouras e painéis são pré-fabricados


23- Elementos estruturrus . em .oficinas e levado a obra pam
montagem da e Strutura . (Fonte·· http://www.aeg1smetalfranung.com)
Figura 24 - Unidades modulares empilhadas na forma da construção final, o vazio que se vê ao centro formará a
circulação de acesso as unidades. (Fonte: SCI)

Figura 25 - Módul o de banheiro. (Fonte: SCI)

d) Balloon Framing e Platform Framing


Construção tipo Stick ou por painéis podem ser montadas na forma Balloon ou
Platform. Na construção Balloon a estrutura do piso é fixada nas laterais dos
montantes e os painéis são geralmente muito grandes e vão além de um pavimento
(Figura 26).
Na construção Platform, pisos e paredes são construídos seqüencialmente um
pavimento a cada vez, e os painéis não são estruturalmente contínuos. As cargas
de piso são descarregadas axialmente aos montarttes (Figura 27). Por ser bastante
utilizado nas construções atuais, é o método que será abordado nesse- tta

ará a
, ...

Figura 26 . Esqucmu de conlllntçiin tipo halloo11 !f'ontc:: SCI).

uJ1l
gas 17 l·o,qu,•11111 , ll · con ...1rn~·110 ltpn p/atfor,11 lhmll· SCll
l 11•111a
te
/lbiCAS. f1iBR 1S253: Perfis de ap, fonnados a frio, com revestimento
.Ulk:aç&w: lleqalsllm Gerais.Rio de Janc:uo, 2005.
6355: per11sí~iÕtiíifà&,de11ÇQformàdos afrlo-Padranbaçio.R iodeJaneiro, 2005.
!'706: C o o ~ modulár c1a coiastruç1o. Rio c1e Janeiro, 1m.
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