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Organização do Socorro
São abordados aqui a organização do socorro existente em Portugal, os diferentes intervenientes e suas
competências específicas.
O termo socorro utilizado em Portugal corresponde ao que na língua inglesa se designa por safety,
distinguindo-o das operações de security, reservadas para as forças de segurança.
Consideramos as acções de socorro necessárias numa situação de emergência normal, divididas nos seguintes
quatro grandes grupos, conforme o tipo de incidente / emergência que lhes deu origem:
– O combate a incêndios;
– A emergência pré-hospitalar;
– O desencarceramento;
– O salvamento em grande ângulo.
Importa ressalvar que o GIPS é uma unidade da GNR especialmente vocacionada, como já se referiu, para a
prevenção e a intervenção de primeira linha em incêndios florestais e de matérias perigosas, mas
também para intervir em inundações, sismos e outras catástrofes ou acidentes graves, onde, obviamente,
haverá necessidade de se proceder ao socorro de vítimas.
A sobreposição de competências entre esta unidade e os corpos de bombeiros obriga a uma coordenação eficaz
e o respeito pelas determinações contidas no sistema integrado de operações de protecção e socorro
(SIOPS).
A Lei de Bases de Protecção Civil, Lei n.º 27/2006, de 3 de Julho, define como agentes de protecção civil
(APC), e de acordo com as suas atribuições próprias:
– Os corpos de bombeiros;
– As forças de segurança;
– As forças armadas;
– As autoridades marítima e aeronáutica;
– O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e demais serviços de saúde;
– Os sapadores florestais.
É ainda estabelecido que a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) exerce, em cooperação com os demais agentes
e de harmonia com o seu estatuto próprio, funções de protecção civil nos domínios de:
– Intervenção;
– Apoio;
– Socorro;
– Assistência sanitária e social.
Significa isto que, para além dos agentes anteriormente referidos como tendo competências específicas na
missão de socorro em situações de emergência, também os restantes APC têm, consignado em Lei essa
responsabilidade, aquando de acidentes graves ou catástrofes.
De seguida, serão analisadas as competências no socorro de cada um dos APC, deixando fora desta análise os
sapadores florestais, cuja competência em protecção civil se resume a acções de prevenção e primeira
intervenção em incêndios florestais, sem responsabilidades específicas no socorro das populações.
Continuaremos para a próxima newsletter com informações detalhadas acerca dos Agentes de Protecção
Civil com Responsabilidades no Socorro, iniciando este tema com os Corpos de Bombeiros.
José Pedro Godinho Oliveira Lopes, Engenheiro Civil, exerceu funções de docente, Comandante do Corpo de
Bombeiros Voluntários e Inspector Nacional de Bombeiros Adjunto. Foi Vice-presidente do Serviço Nacional de
Protecção Civil que representou nos grupos de trabalho responsáveis pela definição das Regras Comuns de
Intervenção e de Preparação do Mecanismo Europeu de Protecção Civil. Nomeado como Vice-Presidente do
Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), integrou também a Comissão de Apoio da Saúde ao
EURO 2004. Neste momento desempenha funções enquanto Vogal do Conselho Directivo do Instituto Nacional
de Emergência Médica.