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Referencial Teórico:

Segundo Judith M.Bardwick (1981), há alguns anos atrás, a idéia de que as


mulheres tinham direito de trabalhar fora de casa era considerada radical,
mas os valores se inverteram e hoje o que se pode ver é que, para as
mulheres assim como para a maioria das pessoas o trabalho significa tanto
auto-realizacão, como oportunidade para desenvolverem suas
potencialidades. Ao tentar ter uma oportunidade de sucesso a mulher da
um corajoso testemunho de individualidade.
Até os anos 70 era normal a mulher ter um emprego, mas não uma
carreira, o que pode ser provado se nos propusermos a observar que
antigamente a mulher tinha um trabalho, mas considerava o emprego do
marido mais importante que o seu e se sentia culpada porque se viesse a
se dedicar a uma verdadeira carreira poderia causar repercussões
desfavoráveis no seu lar. Esta situação veio mudando e a mulher moderna
encara o trabalho como um direito seu.
Para Bardwick (1981), ao trabalhar fora de casa à mulher deixou de basear
sua identidade no papel clássico de mãe-esposa-doadora e se depara com a
árdua missão de desaprender as velhas lições e reconhecer que tem direito
a uma dose de egoísmo, pois normalmente não penso em si como EU. Pois
as tarefas femininas tradicionais não são definidas como realizações em pé
de igualdade com o trabalho remunerado; por isso a mulher raramente se
considera competente e apta para o sucesso, sem levar em conta que há a
idéia de que só uma pessoa unilateralmente voltada para o trabalho
merece ser contratada, pois existe um pressuposto de que somente os
homens agem assim e as mulheres tendem a misturar o pessoal com o
impessoal e a procurar nas situações impessoais do trabalho sinais de ser
querida.
Bardwick (1981) acredita que os estereótipos sexistas influenciam as
expectativas das pessoas, assim o próprio estereótipo funciona no sentido
de rotular cada mulher capaz, como sendo exceção, assim o estereótipo
permanece inalterado e o que qualquer organização espera e que a mulher
se comporte conforme o estereótipo.
Ela ainda acrescenta que quando as pessoas de ambos os sexos sentem-se
vulneráveis e insignificantes sabendo que seus atos têm pouca influência
em sua posição dentro da organização, ficam hipersensíveis a palavras e a
ações dos poderosos se se tornando evasivas, manipulativas,
dissimuladamente agressivas e por motivos óbvios essas situações e
reações são mais características da mulher que do homem. Por isso
Bardwick, acredita que as atitudes das organizações não se baseiam em
pressupostos sexistas, mas provoca comportamentos estereotipados que
confirmam o pressuposto original. E que cada sexo precisa se expandir,
aprender habilidades ou desenvolver qualidades historicamente ligadas ao
sexo oposto. Mas o sexismo dá mais destaque e mais propriedade
aparentemente a necessidade de mudança no sexo feminino. Pois
enquanto as características masculinas no trabalho incluem confiança,
asserção, decisão e poder, a mulher que apresenta estes requisitos e
considerada agressiva, autoritária, didática, fria e vingativa.
Baseando-se nessas afirmações, Bardwick (1981), afirma que, a maioria dos
seres humanos ainda tende a ver como masculinas as pessoas intelectuais,
independentes e ambiciosas e como femininas as emotivas, dedicadas e
dependentes.
Para Gema Galgani quando as primeiras mulheres sindicalistas propões a
criação de uma Comissão Nacional sobre a Mulher Trabalhadora para
discutir as necessidades de uma base feminina no mundo do trabalho, isso
passou a “garantir às mulheres sindicalistas, primeiro a eliminação da idéia
de que as mulheres estão instigando a divisão da classe trabalhadora;
segundo da necessidade de se quebrar a marca masculina de fazer
movimento sindical e a visão androcêntrica da sociedade e de se introduzir
e ampliar o discurso e as lutas sindicais. (GALGANI, p.45, 2000). A
percepção de que as mulheres sofrem um processo de seletividade
diferenciada no mercado de trabalho desde o momento da seleção é, por
exemplo, um elemento importante de discriminação identificado e
denunciado pelas lideranças sindicais.
Um dos fatores que dificultam a permanência da mulher no mercado de
trabalho é o fato dela ser casada, ter filhos pequenos. Segundo Galgani a
idade também influência muito, porque as mulheres jovens e não
sindicalizadas são preferidas, pois possuem menor potencial crítico, assim
podem ser controladas mais facilmente.
Já nos reportando para o âmbito do lar, muitas hipóteses são levantadas
quanto a alterações na execução do papel de mãe, quando a mulher decide
trabalhar fora do mesmo.
Na sociedade atual a mulher vem aprendendo a lidar com os problemas e
aos poucos sabendo discernir as dificuldades encontradas na dupla e
algumas, na tripla jornada de trabalho, no lar e fora dele. As mulheres vêm
ao longo dos anos participando para a construção de uma sociedade mais
justa, de um mundo melhor e mais equilibrado, no qual se desenha um
novo papel para a mulher moderna. No entanto, mesmo com todos os
avanços e conquistas, as mulheres “continuam sendo as principais
responsáveis pelas atividades domésticas e cuidados com os filhos e
demais familiares”. (BRUSCHINI E LOMBARDI, p.164, 2001)
Segundo Bruschini e Lombardi (2001), o papel de mãe é um dos fatores que
mais tem interferido nas decisões tomada pela mulher, principalmente
quando os filhos ainda são pequenos, pois requer da mulher a decisão de
acionar outros arranjos com a finalidade de auxilia - lá, esses arranjos
podem ser redes de parentesco, os filhos mais velhos, redes de vizinhanças
e creches.
A saída da mulher do âmbito doméstico tem custos de várias ordens,
inclusive afetivo, pois uma vez que ela é mãe-esposa, ela não está só nas
decisões a serem tomadas, existem outras pessoas que irão ser afetadas
em função das suas escolhas.
De acordo com Araújo e Scalan (2005), no que diz respeito ao cuidado com
os filhos, a ausência feminina por escolher trabalhar fora de casa, torna a
conciliação dos papéis problemática, pois a existência de filhos exige a
presença da mãe quando estes ainda são pequenos e quando ainda se
encontram em idade escolar, pois isso requer da mulher maior
disponibilidade.
Mas em contra partida existem autores que discordam, afirmando que “a
mãe que trabalha dá carinho na mesma intensidade das que não
trabalham” (PICANÇO, p.168, 2005), no entanto o que se pode perceber é
que quando a mulher decide trabalhar fora do lar, essa é uma decisão que
deve ser tomada em conjunto com a família, a qual irá ajuda – lá com a
finalidade de amenizar o conflito de papéis. É nesse momento que a
mulher-mãe-esposa, deve manter uma ligação com as diversas redes, pois
será através do acionamento das mesmas que ela conseguirá obter êxito
na conciliação dos diversos papéis.
Segundo Selma Santa Cruz, na introdução ao tema no livro Mulher e
Trabalho de Amália Sina (2005), Cruz diz se surpresa ao deparar-se com a
maioria das mulheres da sua geração, que se comportavam como
verdadeiras malabaristas, lutando para equilibrar maternidade, casamento
e carreira. Santa Cruz ainda questiona-se sobre a existência de uma
Mulher-Maravilha, a qual conseguiria, nos dias atuais, obter cem por cento
de plenitude em tudo o que se propõe a fazer. Essa teoria dos setenta por
cento, é o que inspira muitas mulheres a não quererem ser perfeccionista,
mais realizar setenta por cento do que há de melhor em si, o que trará a
satisfação dos filhos, esposo, colegas de trabalho, etc.

Universidade Federal de Viçosa – UFV


Centro de Ciências Humanas Letras e Artes - CCH
Departamento de Economia Doméstica – DED
ECD 341 – Representação Gráfica e Estudo da
Composição
Coordenadora da disciplina
Prof. Elza Maria Vidigal Guimarães
Aluna: Nilcelia Souza dos Santos 67 156

Problema: Quais os desafios são enfrentados pela mulher ao


conciliar diferentes papéis na sociedade?

Objetivo geral: Identificar os diferentes papéis executados pela


mulher na sociedade moderna.

Objetivos específicos:
• Verificar o objetivo na escolha da mulher em trabalhar fora de
casa.
• Identificar se houve alguma alteração na execução do papel de
mãe.
• Analisar se existiu algum preconceito no seu trabalho por ser
mulher.
• Verificar qual a participação da família na execução dos diversos
papéis.

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