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O PAPEL LEGAL

DO GESTOR
IMOBILIÁRIO

Professora Esp. Claudete Cristina Iwata

GRADUAÇÃO

Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Gerência de Produção de Conteúdo
Juliano de Souza
Supervisão do Núcleo de Produção de
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de conteúdo
Paulo Pardo
Design Educacional
Rossana Costa Giani
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Editoração
Distância; IWATA, Claudete Cristina
Fernando Henrique Mendes
O Papel Legal do Gestor Imobiliário. Claudete Cristina Revisão Textual
Iwata. Keren Pardini
(Reimpressão revista e atualizada)
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016.
Nayara Valenciano
199 p. Ilustração
“Graduação - EaD”. Fernando Henrique Mendes

1. Gestão Imobiliária 4. EaD. I. Título.

ISBN 978-85-8084-920-2
CDD - 22 ed. 333.33
CIP - NBR 12899 - AACR/2

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário


João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar –
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
Diretoria de
mente, transformamos também a sociedade na qual
Planejamento de Ensino
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Diretoria Operacional
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
de Ensino
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo
competências e habilidades, e aplicando conceitos
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de
professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES

Professora Esp. Claudete Cristina Iwata


Especialização em Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Empresarial pelo
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sócio-Econômicas, Brasil(2000)
APRESENTAÇÃO

O PAPEL LEGAL DO GESTOR IMOBILIÁRIO

SEJA BEM-VINDO(A)!
Querido(a) aluno(a), seja muito bem-vindo(a) ao mercado imobiliário. É com muita satis-
fação que abro as portas desse nobre caminho ao Universo do Conhecimento para que
juntos possamos alcançar lugares ainda desconhecidos, descobrir novas possibilidades,
conquistar nossos objetivos e realizar nossos sonhos.
Basta observar ao nosso redor para ver que muitos corretores de imóveis exercem a profis-
são sem ter preparo, conhecimento ou qualificação. Eles não sabem quais são as leis apli-
cáveis em cada caso, não sabem diferenciar um conselho de um sindicato, não conhecem
o alcance das leis, muito menos sabem interpretar documentos e que, acima de tudo, po-
derão ser responsabilizados por seus atos ou omissões se vierem a prejudicar seu cliente.
Essa situação é compreensível, uma vez que a legalização da nossa profissão se deu há
pouco mais de 50 anos, com a legislação COFECI – Conselho Federal de Corretores de Imó-
veis, quando foram instituídos nossos deveres e direitos, complementados, em 2002, com
o Código Civil Brasileiro, em seu Capítulo XIII, por 8 artigos relacionados à corretagem.
Nesta disciplina, aprenderemos que a profissão deve ser exercida com preparo, conheci-
mento e qualificação, apresentarei a você quais são as leis diretamente relacionadas ao nos-
so dia a dia, à forma correta dos procedimentos e, claro, quais são nossos direitos e deveres.
Você saberá o que significa COFECI Conselho Federal de Corretores de Imóveis, CRECI
– Conselho Regional de Corretores de Imóveis, SECOVI – Sindicato da Habitação e Con-
domínios, SINDIMÓVEIS – Sindicato dos Corretores de Imóveis, para que servem e qual
é a importância da sua participação nos conselhos e nos sindicatos.
O Papel Legal do Gestor Imobiliário transpassa a esfera legal, atingindo o universo da so-
ciedade como lugar onde nós vivemos, nos desenvolvemos, formamos família, criamos
nossos filhos e realizamos nossos sonhos.
Nossa profissão tem um grau de nobreza na dimensão da responsabilidade, em que
devemos conhecer e cumprir com nosso Papel Legal.
Para que você possa vislumbrar o que consideraremos nesta obra, passarei a seguir os
redundância principais tópicos a serem tratados:
Na unidade I, veremos a história da profissão de corretor de imóveis, a história da lega-
lização desta profissão, organismos fundamentais para o corretor de imóveis, que são o
COFECI e o CRECI, e outros, como o SINDIMÓVEIS e o SECOVI.
Na unidade II, veremos que a legislação se divide em RESOLUÇÕES, LEIS, DECRETOS e
PORTARIAS. Estudaremos os aspectos mais relevantes da parte legal, apresentando para
os artigos mais importantes comentários úteis ao desempenho da profissão.
A primeira é a Lei nº 4.116, de 27 de agosto de 1962, a primeira a ser devidamente apro-
vada. Por meio dela, o poder legislativo nacional reconheceu a profissão de CORRETOR
DE IMÓVEIS.
Em seguida, vem a Lei 6.530, de 12 de maio de 1978, que substitui a anterior com al-
APRESENTAÇÃO

gumas inovações, regulamentada pelo Decreto nº 81.871, de 29 de junho de 1978.


O estudo e compreensão da legislação específica são fundamentais para o bom profis-
sional. Assim, ficarão muito claros os direitos e deveres quanto ao exercício da profissão.
Na unidade III, veremos que o Código Civil que entrou em vigor em 2002 destinou
um capítulo especialmente para o Corretor de Imóveis. Os direitos e deveres estão
bem explicitados, inclusive a obrigação de atender o cliente com lisura sob pena de
responder legalmente por ações ou omissões.
Encerrando a parte legal, estudaremos a Lei de Locação. Mediante esta, o corretor
saberá agir na locação, administração e na venda. A leitura é obrigatória e o enten-
dimento tornará o desenvolvimento do trabalho muito mais fácil.
Na unidade IV, no intuito de despertar o bom profissional que existe dentro de cada
um, o capítulo intitulado RESPONSABILIDADE DO GESTOR trata do profissional en-
quanto pessoa. Na maioria das vezes, sabemos o que devemos fazer, o que não sa-
bemos é por que não fazemos.
A ATITUDE está diretamente ligada à NECESSIDADE; enquanto a segunda não surge,
a primeira não é acionada. Todavia, nem sempre temos tempo hábil para tomar ati-
tude, por isso, a palavra DESPERTAR vem como provocador da ATITUDE, antes que
surja emergencialmente a NECESSIDADE.
O Corretor compreenderá o que está fazendo e deixará de agir automaticamente e
de forma empírica. O trabalho se tornará muito mais agradável ao percebermos o
que estamos fazendo, para que e como faremos.
Trabalhando corretamente, a REMUNERAÇÃO, um dos objetivos do trabalho do
Corretor, será merecida. Existe uma tabela de honorários às quais o corretor deverá
obrigatoriamente obedecer. Muitos não conhecem nem sabem como obtê-la.
A cada OPERAÇÃO IMOBILIÁRIA corresponderá um honorário diferente. A tabela,
que é elaborada pelo sindicato e homologada pelos CRECIs de cada região, apre-
senta uma por uma.
Na unidade V, aprenderemos quais são as principais OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS e os
aspectos mais relevantes sobre cada uma delas: VENDA, COMPRA, PERMUTA, LOCA-
ÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, LOTEAMENTOS, INCORPORAÇÕES, ASSESSORIA, CONSUL-
TORIA e PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA.
Diferenciaremos GESTOR de CORRETOR e, assim, saberemos que, quando qualificados,
os profissionais fazem questão de propagar os conhecimentos adquiridos, como for-
ma de mostrar ao cliente que estão atualizados e, assim, obter vantagem competitiva.
Encerraremos nossa jornada de estudos abordando nosso foco principal, o CLIENTE;
é para ele todo nosso empenho de sempre melhorar.
Desejo que aprecie a obra e venha a fazer parte dos profissionais que têm orgulho
de dizer que são CORRETORES DE IMÓVEIS.
09
SUMÁRIO

UNIDADE I

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS

15 Introdução

16 História da Profissão

19 História da Legalização

24 COFECI - Conselho Federal de Corretores de Imóveis

26 CRECI - Conselho Regional de Corretores de Imóveis

27 Como me Tornar um Corretor de Imóveis?

40 Corretor X Gestor

41 Sindicatos

42 Secovi

43 Sindimóveis

44 SINCIL

46 Considerações Finais

UNIDADE II

O PAPEL LEGAL DO GESTOR

51 Introdução

52 Código De Ética

58 Autorização de Venda com Exclusividade

79 Considerações Finais
SUMÁRIO

UNIDADE III

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO

85 Introdução

86 Exercício Legal da Profissão

88 Lei de Locação

125 Considerações Finais

UNIDADE IV

RESPONSABILIDADE DO GESTOR

131 Introdução

132 Código Civil Brasileiro – da Corretagem

138 O Corretor de Imóveis

149 Remuneração

153 Modelo de Tabela

159 Considerações Finais


11
SUMÁRIO

UNIDADE V

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO

165 Introdução

166 Operações Imobiliárias

177 O Cliente

184 Qualificação

186 Considerações Finais

189 CONCLUSÃO
191 REFERÊNCIAS
193 GABARITO
Professora Esp. Claudete Cristina Iwata

PROFISSÃO: CORRETOR DE

I
UNIDADE
IMÓVEIS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer o histórico da profissão de Corretor de Imóveis.
■■ Saber qual é o caminho para se tornar corretor.
■■ Identificar os conselhos e órgãos da nossa categoria.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ História da profissão
■■ História da legalização
■■ COFECI
■■ CRECI
■■ Como me tornar um corretor de imóveis?
■■ Corretor x Gestor
■■ Sindicatos
■■ SECOVI
■■ SINDIMÓVEIS
■■ SINCIL
15

INTRODUÇÃO

Em 2008, o Brasil assistiu a um verdadeiro “boom” imobiliário, ou seja, uma


explosão repentina no mercado imobiliário com a lei da oferta e da procura em
pleno vapor.
Muitas negociações sendo feitas, transações imobiliárias realizadas a cada
momento, muitos investimentos, empreendimentos e, claro, muitos corretores
de imóveis aproveitando essa boa fase.
O “boom” imobiliário foi impulsionado por vários fatores, como a estabi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

lidade da economia brasileira, queda do índice de desemprego, aumento das


linhas de crédito com juros menores. O mercado imobiliário saiu do período
de estagnação que vinha passando há algum tempo e junto com este período
reaqueceu os preços.
Com toda essa evolução, percebeu-se que além de faltar corretores no mer-
cado, estão em falta profissionais competentes e qualificados.
A profissão não é mais opção de pessoas que não sabem em que trabalhar
e decidem ser corretores de imóveis, é a profissão escolhida para nortear a vida
da pessoa, ou seja, com a qual pretende trabalhar, se desenvolver e atingir seus
objetivos.
Atualmente, podemos observar cada vez mais jovens escolhendo como pro-
fissão, como meio de vida, de subsistência, a de Corretor de Imóveis, porém,
não mais aquela em nível de ensino técnico, mas de ensino superior tecnológo.
As pessoas têm compreendido a necessidade da qualificação, do preparo e
de uma nova roupagem para o mercado imobiliário como um todo.
Há um consenso nacional de que para atuar em qualquer segmento, é pre-
ciso ter conhecimentos técnicos.
A denominação GESTOR IMOBILIÁRIO surge como forma de diferenciar
o profissional habilitado por meio de um curso superior tecnológo.
Conhecer O PAPEL LEGAL DO GESTOR IMOBILIÁRIO é como possuir
um ingresso sem o qual não se pode iniciar na profissão.
Ser um CORRETOR DE IMÓVEIS ou um GESTOR IMOBILIÁRIO vai
muito além de uma credencial, depende de estudo, de conhecimento, de von-
tade e, acima de tudo, de atitude.

Introdução
I

Nesta obra, abordaremos os principais itens que darão suporte para o bom
desempenho na profissão. Obterá sucesso aquele que se conscientizar de que o
conteúdo estudado é apenas o primeiro degrau a ser galgado no infinito cami-
nho em busca do saber. Não é exagero usar a palavra que representa o que não
tem fim, pois o conhecimento não tem limites, e quanto mais aprendermos, mais
teremos a certeza da necessidade de aprender mais e mais.
Para ingressar no mercado imobiliário com altivez e honra, é preciso conhecer
a HISTÓRIA DO CORRETOR. Como surgiu a profissão, em que lugar, quando
e quais foram as pessoas protagonistas, por meio das quais, tudo se tornou pos-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sível, real e legalizado.
O conhecimento da história torna o profissional orgulhoso da luta e da per-
severança de quem o antecedeu.

HISTÓRIA DA PROFISSÃO

Conhecer a história da profissão que escolhemos é ficar sabendo de que forma


tudo começou, quem começou, quais dificuldades existiam e como chegamos
até onde estamos hoje.
O site do COFECI traz um histórico sobre a profissão de corretor de imóveis
que merece nossa atenção. Diz a história que a profissão de Corretor de Imóveis
no Brasil vem desde o tempo da colonização, onde as pessoas que trabalhavam
no comércio em geral ou que ficavam nas ruas conversando e observando ganha-
vam a vida arrumando pousadas para os corajosos desbravadores das novas
terras deste país.
Não é demais dizer de maneira figurada que tudo começou no descobrimento
do Brasil, quando Pero Vaz de Caminha escreveu a carta para Portugal descre-
vendo o Novo Mundo recém-descoberto. As maravilhas por ele escritas fizeram
com que outros portugueses se aventurassem em vir desbravar novas terras.
Tendo por base o descobrimento do Brasil, vamos lembrar que Pedro Álvares
Cabral descobriu o Brasil em 22 de abril de 1.500, logo, se tivermos que estabelecer

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


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um marco, com certeza poderia ser abril de 1.500.


Nos filmes épicos aos quais assistimos, as guerras sangrentas se davam por
nada mais nada menos que conquista e domínio de terras. Até hoje a situação
não mudou. São países brigando por territórios e aumento de domínio. As ter-
ras e a propriedade sempre tiveram muito valor.
Continuando com nossa história, não é difícil imaginar que cada um que
via esse Brasil encantador queria de alguma forma demarcar a extensão da sua
propriedade.
Por esse motivo, desde os primeiros anos da colonização do Brasil já existia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

uma preocupação com a comercialização e com o registro dos imóveis.


O primeiro documento que fala sobre o registro de imóveis encontra-se no
livro IV, Título VII, das Ordenações do Reino, que era uma coletânea de leis
vindas como ordem do Reino e que deviam ser cumpridas, pois, estabeleciam
também as punições a serem aplicadas em casos de desobediência. No caso desse
registro, a recompilação foi feita por mandato do Rei Felipe I, no ano de 1.575,
com o seguinte teor:
se for senhor de alguma causa? e vender duas vezes a desvairadas pes-
soas, o que primeiro houver a entrega della será della feito verdadeiro
senhor, se della pagou o preço por que lhe foi vendida ou se houve o
vendedor por pago della, porque concorrendo assim na dicta venda
entrega a cousa e paga do preço, o fazem senhor della (COFECI, 2010a,
online).

É claro que, uma vez pago o preço, o comprador queria segurança sobre seu
direito à propriedade, mas como pode se observar no texto, por não haver legis-
lação específica, acontecia de ser vendido o mesmo imóvel para mais de uma
pessoa, porém, naquela época, não havia registro ainda da intermediação de um
corretor de imóveis.
Quando a Família Real veio morar no Brasil, nosso país deixou de ser Colônia
para ser Reino Unido a Portugal e Algarves, assim, naturalmente, houve uma
progressiva e completa reorganização na forma de administrar, a começar pela
transferência de todas as Secretarias de Estado, repartições públicas e Tribunais,
que até então funcionavam em Lisboa, para o Brasil.
Essa mudança provocou uma verdadeira revolução, pois houve a instala-
ção definitiva da vida administrativa para a cidade do Rio de Janeiro, mudando

História da Profissão
I

completamente a cidade. Durante o período que D. João VI ficou no Brasil, o


número de habitantes da capital dobrou de cerca de 50 mil pessoas para 100 mil.
Era a verdadeira urbanização da colônia provocada pela presença da corte.
Imagine a situação naquela época, uma cidade ver sua população dobrar; onde
foram morar todas essas pessoas? Quem eram os donos dos imóveis? Existiam
imóveis para vender e para alugar, mas quem tinha essas informações?
Com certeza, nesse período, já existiam muitos profissionais que atuavam
como agentes de negócios imobiliários, fazendo nascer assim a nova profissão.
As cidades começaram a tomar forma urbana com infraestrutura, e os agen-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tes imobiliários, com um caderno de apontamentos na mão, muita disposição,
o mesmo sonho que temos até hoje de vencer na vida, passaram a intermediar
negócios imobiliários utilizando, para isso, os anúncios nos jornais para divul-
gar suas ofertas.
O profissional da época contava com duas ferramentas muito poderosas: a
sola dos sapatos e os jornais de circulação diária. Para que tivesse conhecimento
das ofertas e dos negócios que estavam à disposição, o agente precisava andar
muito, conversar com muita gente e, claro, convencer o cliente a assinar a auto-
rização de venda.
Desde aquela época, existia a preocupação em obter a autorização de venda,
senão não faria sentido caminhar e trabalhar tanto para publicar no jornal uma
oferta que outro agente publicaria também.
A partir de 1.821, surgiram os primeiros registros de anúncios nos jornais
que se deu no mesmo período da introdução da imprensa no país e do início
da legalização. Os primeiros jornais publicados no Brasil foram: o Sentinela e
o Tamoio, ambos do Rio de Janeiro, e nos dois já haviam anúncios de imóveis.
No início do século XX, a sociedade ainda era formada por grandes lati-
fundiários e a maior parte da população vivia na zona rural. Quando surgiu a
pequena burguesia ligada ao funcionalismo público e às pequenas atividades de
especulação financeira, o desenvolvimento da cidade fez com que aumentasse a
comercialização de imóveis por intermédio dos anúncios feitos em jornais e os
agentes passaram a usar a atividade como profissão.
Não existiam cursos de formação, tudo que os agentes sabiam aprendiam
na prática, nas atividades do dia a dia e observando a atuação uns dos outros.

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


19

HISTÓRIA DA LEGALIZAÇÃO

O primeiro Sindicato de Corretores de Imóveis a ser reconhecido como repre-


sentante da profissão no Brasil foi o do Rio de Janeiro. O dia histórico foi 7 de
janeiro de 1.937, quando o Ministro de Estado dos Negócios do Trabalho, Indústria
e Comércio, em nome do Presidente da República do Brasil, assinou a Carta
Sindical, reconhecendo oficialmente o “Syndicato dos Corretores de Immóveis
do Rio de Janeiro” como “syndicato profissional de trabalhadores por conta pró-
pria”, por despacho de 29 de outubro de 1.936, no Processo nº 22.431/1936, nos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

termos da legislação em vigor da época.


A conquista pelos direitos foi lenta e mediante muito esforço. Os primeiros
sinais dos direitos do corretor foram conquistados por meio de sindicatos, que
pelo Decreto nº 5.493/1.940 asseguravam ao corretor de imóveis aposentadoria
e pensões para quem pagasse o seguro anual obrigatório. Também nessa época,
o poder público reconheceu a capacidade técnica do corretor de imóveis para
executar uma avaliação oficial.
Ainda nos anos 40, os corretores de imóveis faziam parte de uma categoria
organizada e reconhecida por toda a sociedade. Os sindicatos tinham estreita
ligação com as associações comerciais, conseguindo estender aos seus associa-
dos todas as garantias conquistadas pelos trabalhadores brasileiros, ou seja, não
tinham legislação específica, mas estavam sob a égide do Código Comercial. Por
meio do Decreto n.º 5.493, de 9 de abril de 1.940, os Corretores de Imóveis eram
segurados no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários, pagando
seguro anual obrigatório.
Também faz parte da história, mais particularmente da avaliação imobiliá-
ria, outra conquista importante que foi o reconhecimento da capacidade técnica,
dos profissionais da época por parte do poder público, que passou a considerar
como avaliação oficial a que era feita pelo Sindicato de Corretores de Imóveis,
repartição arrecadadora ou por via judicial. Graças a este convênio, os corretores
sindicalizados passaram a utilizar nos seus anúncios, depois do nome do escri-
tório, a expressão “Sindicato dos Corretores de Imóveis”, ou “filiado ao Sindicato
dos Corretores de Imóveis”.
Essa relação sindical chancelava o reconhecimento do poder público quanto

História da Legalização
I

à capacidade técnica do profissional em avaliar um imóvel em preço de mercado.


Os profissionais da época sentiram a necessidade de selecionar as pessoas
que desempenhariam a profissão e, para isso, criaram um projeto para admis-
são de novos associados. Como não poderia deixar de ser, a maior preocupação
era quanto à idoneidade moral e profissional. Fato interessante e que poderia ser
copiado atualmente era a necessidade de indicação por no mínimo dois associados.
Não era qualquer pessoa que podia se filiar ao sindicato, além de ter
conhecimentos práticos, precisava ser garantido por duas pessoas que já eram
sindicalizadas, em uma tentativa de impedir o mau profissional de manchar a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
honra do agente.
Será que atualmente alguém nos indicaria ou teríamos tranquilidade em
indicar, como se estivéssemos avalizando o ingresso no mercado imobiliário de
uma pessoa?
No início de 1.942, a Associação de Corretores de Imóveis regulamentou a
profissão, por meio de um projeto rigoroso na admissão de novos associados,
visto que somente eram aceitos os profissionais que estivessem exercendo a pro-
fissão efetiva e seguidamente, por no mínimo dois anos comprovadamente, além
de preencherem todos os requisitos de absoluta idoneidade moral e profissional.
Eram recusadas inscrições de pessoas que estivessem cumprindo penas
durante o tempo de condenação, para isso, eram exigidos atestados de antece-
dentes criminais e atestados político-sociais, sempre com a indicação de dois
associados.
Na falta de legislação específica, os sindicatos dos corretores de São Paulo e
do Rio de Janeiro elaboraram regulamentos que foram adotados por inúmeras
cidades brasileiras. Por intermédio de um convênio firmado entre os sindica-
tos dos Corretores de Imóveis de São Paulo e do Rio de Janeiro, no dia 10 de
outubro de 1.942, os dois sindicatos passaram a adotar as mesmas medidas de
interesse para classe e para o aperfeiçoamento das transações imobiliárias no
Brasil. Muitos dos documentos firmados nesse convênio, estabelecendo usos e
costumes, constituíam na época uma verdadeira legislação adotada também por
inúmeras cidades brasileiras.
O regulamento estabelecia que a obrigação do Corretor iria até o ajuste
das partes interessadas, quando somente então lhe seria devida a remuneração

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


21

conveniada. Esta remuneração deveria ser mantida se, antes de esgotado o prazo
da autorização concedida ao Corretor, o cliente revogasse ou desistisse da tran-
sação, ou mesmo se ele dispensasse os serviços ou embaraçasse a atuação do
corretor. A remuneração deveria ser paga pelo vendedor no ato do recebimento
do sinal ou princípio de pagamento ou no ato da assinatura da promessa de
venda. O regulamento estabelecia o que deveria ser feito em cada caso em que
a venda se realizasse, seja por meio de empréstimo, financiamento ou outro. O
sinal deveria corresponder entre 10% e 20% do preço ajustado na transação.
Muitas das normas que seguimos hoje, já eram praticadas na década de 40.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

No registro do COFECI (BRASIL, 2010, online), consta o DECÁLOGO DO


CORRETOR, que descreve como deveria ser a conduta do corretor perante
clientes, colegas de profissão e com os próprios sindicatos. Era um verdadeiro
código de ética:
1. O Corretor vive o valor e seriedade de sua palavra, de sua ação e de
seu espírito de iniciativa.

2. É o espírito de cooperação, e nunca o de competição ou concor-


rência, que deve presidir as relações entre os Corretores. Não há
necessidade de perturbar o negócio entregue a outro Corretor,
pois todo dia fica sempre aberta a porta da colaboração.

3. Não deve o Corretor aceitar a incumbência de venda ou de compra


de um imóvel que seja entregue a outro, cumprindo-lhe, portanto,
indagar sempre do cliente a respeito.

4. Nenhum Corretor deve oferecer um imóvel sem estar devidamen-


te autorizado pelo cliente ou por outro Corretor autorizado.

5. Não cabe ao Corretor o direito de prender em suas mãos um negó-


cio, se não tiver a probabilidade de realizá-lo.

6. Ao oferecer um negócio, cabe ao Corretor apresentar dados rigo-


rosamente certos, nunca omitindo detalhes que o depreciem.

7. Diante de cliente e estranhos, nunca deve o Corretor atacar, mas


ao contrário, defender e justificar seus colegas. Só com esse âni-
mo conseguirá elevar o nível da classe, com proveito geral para si
próprio.

8. As queixas devem ser levadas por escrito ao conhecimento do Sin-


dicato, e nunca expostas ao público. O desprestígio de um Corre-
tor reflete o conceito de todos os seus colegas.

História da Legalização
I

9. Da camaradagem, respeito e amizade entre os Corretores resultará


inevitavelmente a elevação moral da classe e um campo mais vasto
de negócios e oportunidades para todos.

10. O Corretor deve colocar estes preceitos da ética profissional acima


de seus interesses materiais, respeitando-os incondicionalmente.

Mesmo contando com normas de conduta para os profissionais, nossa profissão


ainda não era reconhecida legalmente. Essa conquista foi fruto do trabalho de
muitos profissionais que dedicaram anos de suas vidas, entre emendas, idas, vin-
das e inúmeras visitas ao Congresso Nacional, porém, dois personagens merecem

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
destaque, reconhecimento e gratidão de todos os corretores de imóveis do Brasil:

Ulysses Guimarães e Arnaldo Prieto


Representando toda categoria, em 26 de setembro de 1951, Ulysses Guimarães
apresentou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 1.185. O empenho
foi tanto que no dia seguinte o projeto já estava nas mãos das comissões de
Constituição e Justiça de Legislação Social e de Finanças, sendo publicado em
seguida no Diário Oficial.
Em 7 de agosto de 1962, o projeto é encaminhado à presidência da República
por meio do ofício n.º 1265, tendo chegado às mãos do então Presidente João
Goulart, em 23 de agosto de 1962. O Sindicato dos Advogados da Guanabara
pressionou até que o projeto fosse encaminhado para arquivamento. Graças
à intervenção do Deputado Adílio Martins Viana, o projeto foi devolvido ao
Senado para não ser vetado e foi transformado na Lei nº 4.116/62 e publicada
no Diário Oficial da União n.º 161, de 27 de agosto de 1962, sendo assinada por
Auro Moura Andrade.
Já na forma de lei e devidamente assinada, finalmente, estava regulamen-
tada a profissão do Corretor de Imóveis.
Tendo sido feita a publicação no dia 27 de agosto de 1962, esta data ficou
marcada em comemoração ao DIA DO CORRETOR DE IMÓVEIS. Três anos
depois, a imprensa foi informada de que os corretores teriam um curso básico
profissional indispensável para a obtenção de credenciais de sindicalização.
Nas comemorações do dia 27 de agosto de 1965, o Sr. Rubens Coelho,
Secretário Geral da 7ª Diretoria do Sindicato dos Corretores de Imóveis do

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


23

Estado de São Paulo, fez publicar uma mensagem que traduz o espírito de nossa
profissão que dizia:
Corretor de Imóveis [...] sempre o primeiro a chegar e a descobrir as
possibilidades ocultas de uma região; dotado de uma segunda nature-
za, sabe para que lado caminha o progresso, e adiantando-se a ele, é o
primeiro a transformar matas em cidades, e cidades em metrópoles, é
o mago que transmuda esperanças em realidade, proporcionando um
teto ao pobre e ao rico uma satisfação (BRASIL, 2010b, online).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Sr. Rubens Coelho

Fonte: Brasil (2010c, online)


http://www.cofeci.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=100%3Apersonagens-de-
destaque-decada-de-60&catid=50&Itemid=89

Rubens Coelho foi figura muito importante para o mercado imobiliário de São
Paulo, lançou mais de duzentos edifícios na capital, sendo o maior destaque o
Edifício Itália, um dos cartões postais da cidade, situado ao lado do Copan com
1.143 apartamentos, lojas e garagens. O empreendimento inteiro foi vendido
pela empresa de Rubens Coelho em menos de um mês. Performance como essa
é invejada até hoje por todos os profissionais da área.
Muito caminho foi percorrido até atingirmos o patamar em que nos encontramos

História da Legalização
I

O Edifício Itália foi inaugurado em 1965. Naquela época, era o prédio mais
alto da América do Sul, medindo 150 metros a partir do nível da rua, tinha
uma das estruturas mais altas do mundo em concreto armado. A obra teve
o projeto assinado pelo arquiteto Franz Heep e foi construída pela Constru-
tora R. Cecchi & Cia. Ltda., de propriedade do Sr. Rubens Coelho. Pela impo-
nência e importância da obra, a representatividade que teve como secre-
tário na Diretoria do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São
Paulo teve tanta importância. Além de atuar significativamente em prol da

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
categoria, foi profissional muito bem-sucedido e visionário.
Em 1967, no alto da construção, nos andares 41º e 42º, foi inaugurado o
famoso Restaurante Terraço Itália, que permitia aos visitantes uma vista exu-
berante de 180º da cidade. Atualmente a edificação é protegida pelo Con-
selho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico
(Condephaat). 
Fonte: Respirando Imóveis (2014, online)

hoje. Personagens de nossa história deixam claro que pessoas com ATITUDE
ajudaram a escrever capítulos importantes para regulamentar a profissão e garan-
tir DIREITOS e DEVERES.
A história se faz dia após dia e agora os personagens somos nós. Cabe a cada
profissional corretor de imóveis atuar no cenário imobiliário desempenhando
seu papel com responsabilidade e ética, honrando todos aqueles que saíram de
cena por já terem cumprido sua missão.

COFECI - CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE


IMÓVEIS

O COFECI - Conselho Federal de Corretores de Imóveis é o órgão de disciplina


e fiscalização do exercício da profissão de Corretor de Imóveis, constituído em

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


25

autarquia, dotado de personalidade jurídica de direito público, vinculado ao


Ministério do Trabalho, com autonomia administrativa, operacional e financeira.
O Conselho Federal de Corretores de Imóveis tem por finalidade orientar,
supervisionar e disciplinar o exercício da profissão de Corretor de Imóveis em
todo o território nacional.
MISSÃO: supervisionar a ética dos Corretores de Imóveis em todo o terri-
tório nacional, cabendo-nos zelar e trabalhar pelo bom conceito da profissão e
dos que a exercem legalmente, visando à defesa da sociedade.
VISÃO: buscar aprimoramento contínuo e inovando sempre.
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VALORES: ética, transparência, efetividade e competência.


O Conselho Federal tem sede e foro na Capital da República e jurisdição em
todo o território nacional.
O Sistema COFECI-CRECI é composto por um Conselho Federal e 26
Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis em todo o Brasil.
Os CRECIs normatizam e fiscalizam uma profissão de grande relevância para
o desenvolvimento da nação. Congrega com base na lei 6.530, de 12 de maio
de 1978, cerca de 280 mil profissionais e 40 mil empresas de intermediação de
negócios imobiliários, proporcionando uma movimentação nesse mercado, que
viabiliza a cadeia produtiva da construção civil, a qual representa cerca de 18%
do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, além de representar a profissão que
proporciona mediante seu trabalho a realização do sonho maior de cada brasi-
leiro: o sonho da casa própria. Estas dados datam de 2010.

As informações foram colhidas no site do COFECI: <www.cofeci.gov.br>.


Acesse o endereço para que você saiba tudo sobre a profissão que escolheu,
o que significa o COFECI, o que é o CRECI, os SINDICATOS e, dessa forma,
possa instruir a sociedade e eventuais colegas que ainda não sabem. Procu-
re sempre aprender e buscar informações do nosso interesse, assim como o
site do CRECI da sua região e mantenha-se informado.

COFECI - Conselho Federal de Corretores de Imóveis


I

CRECI - CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE


IMÓVEIS

Os CRECIs - Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis têm por finalidade


fiscalizar o exercício profissional na área de sua jurisdição, sob supervisão do
Conselho Federal, o COFECI.
Os Conselhos Regionais terão sede e foro na Capital do Estado, ou de um
dos Estados ou Territórios, a critério do Conselho Federal.
Compete ao Conselho Regional:

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I - eleger sua Diretoria;

II - aprovar seu Regimento, de acordo com o Regimento padrão ela-


borado pelo Conselho Federal;

III - fiscalizar o exercício profissional na área de sua jurisdição;

IV - cumprir e fazer cumprir as Resoluções do Conselho Federal;

V - arrecadar anuidades, multas e emolumentos e adotar todas as


medidas destinadas à efetivação da sua receita e a do Conselho Federal;

VI - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua Diretoria,


bem como a previsão orçamentária para o exercício seguinte, subme-
tendo essa matéria à consideração do Conselho Federal;

VII - propor a criação de Sub-regiões, em divisões territoriais que te-


nham um número mínimo de Corretores de Imóveis, fixado pelo Con-
selho Federal;

VIII - homologar, obedecidas às peculiaridades locais, tabelas de


preços de serviços de corretagem para uso dos inscritos, elaboradas e
aprovadas pelos Sindicatos respectivos;

IX - decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretores de Imóveis e


de pessoas jurídicas;

X - organizar e manter o registro profissional das pessoas físicas e jurí-


dicas inscritas;

XI - expedir Carteiras de Identidade Profissional e Certificados de


Inscrição;

XII - impor as sanções previstas neste regulamento;

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


27

XIII - baixar Resoluções, no âmbito de sua competência;

XIV - representar em juízo ou fora dele, na área de sua jurisdição, os


legítimos interesses da categoria profissional;

XV - eleger, dentre seus membros, representantes, efetivos e suplentes,


que comporão o Conselho Federal;

XVI - promover, perante o juízo competente, a cobrança das impor-


tâncias correspondentes a anuidade, multas e emolumentos, esgotados
os meios de cobrança amigável (BRASIL, 1978, grifos da autora).

Grifei algumas atribuições dos CRECIs para destacar que cabe a esse conselho
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

fiscalizar, aplicar multas, homologar nossos honorários, expedir nossas Carteiras


de Identidade Profissional, dentre outras.

COMO ME TORNAR UM CORRETOR DE IMÓVEIS?

De acordo com a RESOLUÇÃO-COFECI nº 327/92, o exercício da atividade de


intermediação imobiliária, inclusive o de atos privativos da profissão de Corretor
de Imóveis, somente é permitido às pessoas físicas e jurídicas detentoras de ins-
crição nos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis e que satisfaçam as
condições para o exercício profissional.
É assegurada a inscrição aos Técnicos em Transações Imobiliárias forma-
dos por estabelecimentos de ensino reconhecidos pelos órgãos educacionais
competentes.
Equipara-se ao título de Técnico em Transações Imobiliárias, para fins de ins-
crição nos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis, os Diplomas conferidos
a concluintes de Cursos de Graduação de Bacharel em Ciências Imobiliárias e de
Cursos Superiores Sequenciais de Ciências Imobiliárias ou de Gestão de negócios
Imobiliários, expedidos em consonância com o que determinam o Decreto nº
2.208, de 17 de abril de 1997, e a Portaria – MEC nº 612, de 12 de abril de 1999,
por Instituições de Ensino Superior devidamente autorizadas e reconhecidas pelas
autoridades educacionais competentes. Veja abaixo a RESOLUÇÃO-COFECI nº

Como me Tornar um Corretor de Imóveis?


I

327/92 (BRASIL, 1992, online):


RESOLUÇÃO-COFECI N.º 327/92
Revê, consolida e estabelece normas para inscrição de
pessoas físicas e jurídicas nos Conselhos Regionais de
Corretores de Imóveis.
“Ad referendum”

O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE


IMÓVEIS-COFECI, no uso das atribuições que lhe são conferidas pe-
los artigos 4º e 16, XVI e XVII, da Lei N.º 6.530, de 12 de maio de 1978
e artigo 10, III, do Decreto N.º 81.871, de 29 de junho de 1978,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERANDO que para atender ao seu objetivo institucional de
disciplinar o exercício da profissão de Corretor de Imóveis, cabe adotar
as medidas necessárias ao funcionamento regular e eficiente dos Con-
selhos Regionais;

CONSIDERANDO que a inscrição de pessoas físicas e jurídicas nos


Conselhos Regionais constitui condição essencial para o exercício da
profissão do Corretor de Imóveis;

R E S O L V E:

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA INSCRIÇÃO

Art. 1º - Constituem atos privativos da profissão de Corretor de Imó-


veis os de intermediação nas transações em geral sobre imóveis, in-
clusive, na compra e venda, promessa de venda, cessão, promessa de
cessão, permuta, incorporação, loteamento e locação.

Art. 2º - O exercício da atividade de intermediação imobiliária, inclu-


sive o de atos privativos da profissão de Corretor de Imóveis, somente
é permitido às pessoas físicas e jurídicas detentoras de inscrição nos
Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis e que satisfaçam as con-
dições para o exercício profissional.

Art. 3º - Atendidos os requisitos legais e regulamentares, é assegurada


a inscrição:

I - aos técnicos em Transações Imobiliárias, formados por estabeleci-


mentos de ensino reconhecidos pelos órgãos educacionais competen-
tes;

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


29

II - às pessoas jurídicas legalmente constituídas para os objetivos de


intermediação imobiliária, inclusive para os fins previstos no artigo 1º
desta Resolução.

Parágrafo Único - As empresas colonizadoras que loteiam, constroem


e incorporam imóveis, nos termos dos artigos 3º e seu parágrafo único,
4º e 6º e seu parágrafo único da Lei N.º 6.530/78, estão obrigadas a
se inscreverem nos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis, na
forma desta Resolução.

Art. 4º - A inscrição no Conselho Regional de Corretores de Imóveis


será:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

I - originária ou principal;

II - secundária ou suplementar.

Art. 5º - Inscrição originária ou principal é aquela feita no CRECI da


Região onde o Corretor de Imóveis tenha o seu domicílio e exerça a
sua atividade permanente ou esteja sediada a matriz da pessoa jurídica.

§ 1º - Se o Corretor de Imóveis tiver mais de um domicílio, apenas no


Conselho Regional de um deles poderá possuir a inscrição principal.
§ 2º - A inscrição principal faculta o exercício permanente da inter-
mediação imobiliária da pessoa física ou jurídica na Região do CRECI
onde estiver inscrita e o exercício eventual em qualquer parte do Ter-
ritório Nacional.

§ 3º - O exercício eventual da intermediação imobiliária em região


distinta da principal será permitido mediante comunicação prévia ao
CRECI da Região do exercício eventual da profissão, após o pagamento
de anuidade proporcional a 120 (cento e vinte) dias e a conseqüente
anotação na Carteira Profissional do interessado. A continuidade do
exercício eventual por período superior a esse tempo só será possível
mediante inscrição secundária nos termos desta Resolução.

§ 4º - Para o exercício eventual, a pessoa física ou jurídica comunicará


ao Presidente do CRECI da Região onde irá exercer a atividade profis-
sional a transação imobiliária, bem como a sua qualificação completa e
o número da sua inscrição no Conselho Regional de origem.

§ 5º - O Presidente do CRECI, recebendo a comunicação, anotará, de


imediato, na carteira de identidade profissional do Corretor de Imóveis
ou do representante legal da pessoa jurídica, a autorização para o exer-
cício eventual da intermediação imobiliária e a data do início do prazo
a que se refere o § 3º deste artigo.

Como me Tornar um Corretor de Imóveis?


I

Art. 6º - Inscrição secundária ou suplementar é a efetuada no Conselho


Regional diverso daquele em que a pessoa física ou jurídica possuir a
inscrição principal, para permitir o exercício da atividade profissional
além dos limites fixados no § 3º do artigo 5°.

Parágrafo Único - É obrigatória a inscrição secundária de filial da pes-


soa jurídica que exerça atividade imobiliária em Região diversa daquela
em que estiver inscrita a matriz.

Art. 7º - O cancelamento da inscrição principal da pessoa física ou ju-


rídica acarretará, automaticamente, a da inscrição secundária, mas a
perda desta não determinará a daquela.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Parágrafo Único - Aplica-se à suspensão da inscrição o disposto neste
artigo.

CAPÍTULO II

DA INSCRIÇÃO PRINCIPAL DA PESSOA FÍSICA

Art. 8° - A inscrição principal de Corretor de Imóveis se fará mediante


requerimento dirigido ao Presidente do CRECI, com menção:

I - do nome do requerente por extenso e do nome profissional abrevia-


do que pretende usar;

II - da nacionalidade, estado civil e filiação;

III - da data e local de nascimento;

IV - da residência profissional;

V - do número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);

§ 1° - O requerimento que se refere este artigo será instruído com os


seguintes documentos:

a) - cópia da carteira de identidade;

b) - cópia do certificado que comprove a quitação com o serviço mi-


litar;

c) - cópia do título de Técnico em Transações Imobiliárias fornecido


por estabelecimento de ensino reconhecido pelos órgãos educacionais
competentes;

d) - cópia do título de eleitor;

e) - declaração do requerente, sob as penas da lei, de que não responde


nem respondeu a inquérito criminal ou administrativo, execução civil,

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


31

processo falimentar e que não tenha títulos protestados no último qüi-


nqüênio, bem como os locais de residências no mesmo período.

§ 2º - A efetiva entrega da Carteira Profissional de Corretor de Imóveis,


somente será feita mediante a apresentação, pelo interessado, do com-
provante do pagamento da contribuição sindical obrigatória.

Art. 9º - O estrangeiro, além dos documentos enumerados no parágra-


fo 1º do artigo 8º, excetuados os das alíneas b e d, deverão comprovar
a permanência legal e ininterrupta no País durante o último triênio.

Parágrafo Único - O documento referido na alínea c do parágrafo 1º do


artigo 8º poderá ser suprido por título equivalente ou superior, devida-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

mente reconhecido pelo órgão educacional competente.

Art. 10 - A juntada de documentos referidos nas alíneas a, b, c e d do


§1º do artigo 8º, poderá ser feita por cópia autenticada, dispensada a
conferência com o documento original.

Parágrafo Único - A autenticação poderá ser feita mediante cotejo da


cópia com o original, por servidor do CRECI a quem for conferida essa
atribuição, caso não tenha sido efetuada, anteriormente, por tabelião.

Art. 11 - O pedido de inscrição formará processo que será apreciado,


previamente, por Comissão do CRECI que poderá solicitar diligência
ou encaminhá-lo, se devidamente instruído, com parecer conclusivo à
Diretoria.

§ 1º - Qualquer exigência da Comissão do CRECI será comunicada


por ofício ao requerente, pelo Secretário, a fim de ser atendida.

§ 2º - O não atendimento da exigência, no prazo de 30 (trinta) dias


contados da data do recebimento do ofício a que se refere o parágrafo
anterior, acarretará o arquivamento do processo de inscrição, o qual
somente será desarquivado mediante o cumprimento da exigência for-
mulada.

Art. 12 - Com o parecer conclusivo da Comissão, o Presidente do CRE-


CI encaminhará o processo de inscrição ao Plenário para decisão.

Art. 13 - Qualquer pessoa poderá impugnar, documentadamente, o


pedido de inscrição do requerente, objetivando o seu indeferimento.

Parágrafo Único - A autoridade a que estiver submetido o processo,


desde que reconheça na impugnação indícios que possam comprome-
ter a concessão da inscrição, deverá baixar o processo em diligência
para elucidar os fatos apontados.

Como me Tornar um Corretor de Imóveis?


I

Art. 14 - Instruído o processo, inclusive se for o caso, com o esclare-


cimento da impugnação a que se refere o artigo anterior, o Plenário
decidirá sobre a inscrição requerida.

Art. 15 - A decisão do Plenário será transcrita no processo e comunica-


da ao requerente por ofício do Secretário do CRECI.

Art. 16 - O requerente, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados da


data da ciência da decisão, poderá dela recorrer para o COFECI, atra-
vés de petição dirigida ao Presidente do CRECI.

Art. 17 - O Presidente do CRECI poderá atribuir ao recurso, acom-


panhado ou não de documentos, efeito de pedido de reconsideração,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
submetendo-o ao reexame do Plenário.

§ 1° - Caso não reconheça efeito de pedido de reconsideração ao re-


curso, o Presidente do CRECI encaminhá-lo-á ao COFECI, para deci-
são em última e definitiva instância.

§ 2° - Se o Plenário do CRECI negar provimento ao pedido de reconsi-


deração remeterá o processo ao COFECI para decisão final.

Art. 18 - O julgamento do recurso no COFECI obedecerá ao disposto


no seu Regimento Interno.

Art. 19 - Deferida a inscrição, originariamente ou em grau de recurso,


o requerente, perante o Plenário do CRECI, no ato do recebimento da
carteira de identidade profissional, prestará o compromisso de fielmen-
te observar as regras a que está sujeito, atinentes ao exercício da profis-
são de Corretor de Imóveis.

Parágrafo Único - A inscrição do Corretor de Imóveis somente será


considerada completa após ter o requerente prestado o compromisso a
que se refere este artigo e receber a sua carteira de identidade profissio-
nal.

Art. 20 - O Conselho Regional fornecerá ao Corretor de Imóveis ins-


crito carteira e cédula de identidade profissional contendo os seguintes
elementos:

I - nome, por extenso, do profissional;

II - filiação;

III - nacionalidade e naturalidade;

IV - data do nascimento;

V - número e data da inscrição;

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


33

VI - denominação do Conselho Regional que efetuou a inscrição;

VII - fotografia e impressão datiloscópica;

VIII - data de sua expedição e assinaturas do profissional inscrito, do


Presidente e do Diretor 1° Secretário do Conselho Regional.

Parágrafo Único - O fornecimento da carteira e da cédula de identidade


profissional está sujeito ao pagamento de emolumentos.

Art. 21 - O exercício da profissão de Corretor de Imóveis somente po-


derá ser iniciado após o atendimento das formalidades da inscrição e
do pagamento da primeira anuidade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Parágrafo Único - O pagamento da primeira anuidade, a ser recolhido


concomitantemente com os emolumentos referentes à expedição da
carteira de identidade profissional, será proporcional ao período não
vencido do exercício.

Art. 22 - Expedida a carteira de identidade profissional, o portador de-


verá, dentro de 60 (sessenta) dias, satisfazer a legislação fiscal e previ-
denciária para estabelecer-se, sob pena de cancelamento automático da
inscrição e de apreensão da citada carteira.
Art. 23 - Se a carteira de identidade profissional for extraviada, danifi-
cada ou se tornar imprestável para o fim a que se destina, o Conselho
Regional expedirá segunda via, com essa designação expressa, median-
te o pagamento dos emolumentos devidos.

CAPÍTULO III

DA INSCRIÇÃO PRINCIPAL DA PESSOA JURÍDICA

Art. 24 - A inscrição principal da pessoa jurídica se fará mediante re-


querimento dirigido ao Presidente do CRECI, com menção:

I - do nome ou razão social do requerente, bem como o seu nome de


fantasia ou marca de serviço, se possuir;

II - endereço completo da matriz e, se houver, de suas filiais;

III - do número de inscrição da requerente no INSS, ISS, CGC e a do


registro na Junta Comercial (livro, folha e data) ou do Cartório do Re-
gistro de Pessoas Jurídicas (livro, folha e data).

IV - da qualificação completa do seu sócio-gerente ou diretor (nome,


nacionalidade, estado civil, profissão, inscrição no CPF, no CRECI e o
número, órgão e data da expedição, do documento de identidade).

Como me Tornar um Corretor de Imóveis?


I

Parágrafo Único - O requerimento citado neste artigo deverá ser firma-


do pelo sócio-gerente ou diretor da pessoa jurídica requerente, Corre-
tor de Imóveis inscrito e quite com suas obrigações financeiras perante
o Conselho Regional.

Art. 25 - Com o requerimento a que alude o artigo anterior deverão ser


anexados:

a) - cópia do ato constitutivo da pessoa jurídica;

b) - declaração, sob as penas da lei, firmada pelo sócio-gerente ou dire-


tor, de que a requerente não responde nem respondeu à execução civil
ou a processo falimentar e que não tem títulos protestados no último

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
qüinqüênio.

Art. 26 - Aplica-se ao processo de inscrição da pessoa jurídica, no que


couber, o disposto nos artigos 10 a 18.

Art. 27 - Deferida a inscrição, originariamente ou em grau de recurso,


o Conselho Regional fornecerá à requerente certificado de inscrição,
contendo:

I - nome ou razão social da pessoa jurídica;


II - número da inscrição precedido da letra “J”;

III - data da inscrição;

IV - denominação do Conselho Regional que efetuou a inscrição;

V - nome do sócio-gerente ou diretor da pessoa jurídica, inscrito como


Corretor de Imóveis e o número de sua inscrição no CRECI da Região;

VI - assinatura do responsável pela pessoa jurídica, do Presidente e do


Diretor 1° Secretário do Conselho Regional.

Parágrafo Único - O fornecimento do certificado de inscrição está su-


jeito ao pagamento de emolumentos.

Art. 28 - O exercício da atividade de intermediação imobiliária pela


pessoa jurídica somente poderá ser iniciado após o atendimento das
formalidades da inscrição e do pagamento da primeira anuidade.

Parágrafo Único - O pagamento da primeira anuidade, a ser recolhido


concomitantemente com os emolumentos referentes à expedição do
certificado de inscrição, será proporcional ao período não vencido do
exercício.
Art. 29 - Se o certificado de inscrição for extraviado ou danificado, o

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


35

Conselho Regional expedirá a segunda via, com essa designação ex-


pressa, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.

CAPÍTULO IV

DA INSCRIÇÃO SECUNDÁRIA

Art. 30 - A inscrição secundária será requerida perante o Conselho Re-


gional onde a pessoa física ou jurídica possuir a inscrição principal com
a indicação da Região e da localidade em que pretender se estabelecer.

Art. 31 - O Conselho Regional onde a pessoa física ou jurídica possuir a


inscrição principal fornecerá à requerente certidão ou cópia dos reque-
rimentos e documentos a que se referem, respectivamente, os artigos 8º
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e 9º e 24 e 25, bem como cópia da sua folha de inscrição, com todas as


anotações e de certidão de quitação das obrigações financeiras, acom-
panhados de ofício dirigido ao Presidente do Conselho da Região onde
a requerente pretender a inscrição secundária.

Art. 32 - Aplicar-se-á ao processamento da decisão do pedido de ins-


crição secundária no Conselho Regional onde a requerente pretender
exercer a atividade da intermediação imobiliária, no que couber, o dis-
posto nos artigos 10 a 18.

Art. 33 - Deferido o requerimento, o Conselho Regional promoverá a


anotação do número da inscrição secundária seguida da letra “S” na
carteira de identidade profissional da pessoa física ou no certificado de
inscrição da pessoa jurídica.

Art. 34 - O exercício da atividade da intermediação imobiliária na Re-


gião da inscrição secundária somente poderá ser iniciado após a anota-
ção a que se refere o artigo anterior e o pagamento da primeira anuida-
de, que será proporcional ao período não vencido do exercício.

CAPÍTULO V

DAS OBRIGAÇÕES VINCULADAS À INSCRIÇÃO

Art. 35 - A anuidade será paga até o último dia útil do trimestre de cada
ano, salvo a primeira que será devida no ato da inscrição.

Parágrafo Único - O valor das anuidades da inscrição principal e se-


cundária, bem como a forma de sua cobrança, será estabelecido por
Resolução do COFECI.

Art. 36 - A pessoa física deverá comunicar ao CRECI em que possuir


inscrição principal ou secundária qualquer alteração em seus dados ca-
dastrais aludidos no artigo 8º, no prazo de 30 (trinta) dias contados da

Como me Tornar um Corretor de Imóveis?


I

ocorrência da modificação.

Art. 37 - O Corretor de Imóveis que deixar de ser responsável por pes-


soa jurídica deverá comunicar o fato ao CRECI, no prazo de 15 (quin-
ze) dias contados da data da desvinculação.

Art. 38 - A pessoa jurídica deverá comunicar ao CRECI em que possuir


inscrição principal:

I - no prazo de 30 (trinta) dias:

a) a substituição do Corretor de Imóveis, sócio-gerente ou diretor;

b) a alteração de seus dados cadastrais a que alude o artigo 24.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II - no prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer alteração contratual que
vier a sofrer.

Art. 39 - As pessoas jurídicas que instalarem filiais, com capital desta-


cado do capital social da matriz, na mesma região do CRECI em que
estiver inscrita, deverão providenciar, no prazo de 15 (quinze) dias do
arquivamento do ato constitutivo da filial, a averbação da mesma junto
ao CRECI, instruindo o requerimento com:

a) cópia do ato constitutivo da filial;

b) comprovante do recolhimento da contribuição sindical;

c) prova de que a filial se encontra sob responsabilidade de sócio-ge-


rente ou diretor, Corretor de Imóveis;

d) comprovante do recolhimento da taxa de averbação correspondente


a 20% (vinte por cento) da taxa de inscrição da matriz.

Art. 40 - O não atendimento das obrigações previstas neste Capítulo


nos prazos fixados sujeitará a pessoa física ou jurídica infratora a pro-
cesso disciplinar, por infringência do artigo 20, VIII, da Lei N.º 6.530,
de 12 de maio de 1978.

CAPÍTULO VI

DA TRANSFERÊNCIA E DA TRANSFORMAÇÃO DA INSCRI-


ÇÃO

Art. 41 - A pessoa física ou jurídica, mediante requerimento dirigido


ao Presidente do CRECI em que possuir inscrição principal, poderá
transferi-la para outro Conselho Regional, desde que se encontre quite
com o pagamento de anuidades, multas e emolumentos devidos e não
esteja respondendo a processo disciplinar.

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


37

§ 1º - Instruído o processo no órgão original deverá ser emitida certi-


dão a ser apresentada, ou encaminhada ao CRECI para onde preten-
de o interessado se transferir, a qual conterá o seu nome, número de
inscrição, filiação, naturalidade, data de nascimento, CPF, declaração
de quitação de anuidade, bem como qualquer anotação de elogio ou
penalidade porventura existente em sua ficha.

§ 2º - Aplica-se ao processo de transferência de inscrição principal, no


que couber, o disposto nos artigos 10 a 18.

§ 3º - Deferida a transferência da inscrição, será fornecida ao requeren-


te, conforme o caso, nova carteira e cédula de identidade profissional
ou certificado de inscrição, desde que pagos os emolumentos devidos e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

restituídos, no ato, os documentos acima mencionados expedidos pelo


CRECI de origem.

§ 4º - O Presidente do CRECI para onde for transferida a inscrição


principal do requerente comunicará, por ofício, ao CRECI de origem a
efetivação da transferência, acompanhado da carteira e cédula de iden-
tidade profissional ou do certificado de inscrição, para serem inutili-
zados nesse Órgão e tomadas as demais providências, objetivando a
desvinculação da pessoa física ou jurídica.

§ 5º - A inscrição principal no CRECI de origem será considerada can-


celada, na data da efetivação da transferência.

Art. 42 - A pessoa física ou jurídica, mediante requerimento dirigido


ao Presidente do CRECI em que possuir a inscrição secundária, po-
derá transformá-la em principal, desde que se encontre quite com o
pagamento das anuidades, multas e emolumentos devidos e não esteja
respondendo a processo disciplinar em ambos os Conselhos Regionais.

§ 1º - O requerente instruirá o pedido de transferência com certidão


fornecida pelo CRECI de origem atestando a quitação quanto ao pa-
gamento de anuidades, multas e emolumentos e que não responde a
processo disciplinar.

§ 2º - O requerimento, anexado ao processo de inscrição secundária,


será decidido pelo Plenário do Conselho Regional.

§ 3º - Aplica-se ao processo de transferência de inscrição secundária


em principal o disposto nos §§ 2º a 5º do artigo 41.

CAPÍTULO VII

DA SUSPENSÃO E DO CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

Art. 43 - Os efeitos da inscrição principal ou secundária podem ser

Como me Tornar um Corretor de Imóveis?


I

suspensos a critério do Plenário do Conselho Regional:

I - a pedido da pessoa física, no caso de doença grave ou exercício de


mandato, cargo ou função públicos incompatíveis com a atividade pro-
fissional, por período determinado;

II - “ex-officio”, no caso de sentença judicial em ação penal que impo-


nha pena acessória da interdição de direitos ao Corretor de Imóveis;

III - em decorrência da aplicação da penalidade do artigo 21, IV, da Lei


N.º 6.530, de 12 de maio de 1978, à pessoa física ou jurídica.

§ 1° - No caso dos incisos I e II deste artigo o Corretor de Imóveis fi-


cará dispensado de votar nas eleições do Conselho Regional e de pagar

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
anuidade, no período da suspensão da inscrição.

§ 2° - No caso do inciso III deste artigo, o Corretor de Imóveis ficará


impedido de votar nas eleições do Conselho Regional, mas obrigado,
da mesma forma que a pessoa jurídica, ao pagamento da anuidade.

Art. 44 - O Presidente do CRECI, tendo em vista a decisão do Plená-


rio, determinará a anotação na carteira de identidade profissional do
Corretor de Imóveis da suspensão da sua inscrição, com indicação do
respectivo período de duração.

Parágrafo Único - No caso do inciso III do artigo 43, o Presidente do


CRECI determinará a anotação da penalidade de suspensão da inscri-
ção imposta à pessoa jurídica, na carteira de identidade profissional do
sócio-gerente ou diretor por ela responsável.

Art. 45 - Se a pessoa física ou jurídica, cuja inscrição tiver sido sus-


pensa, praticar ato de intermediação imobiliária responderá a processo
disciplinar por infringência ao artigo 20, VIII da Lei N.º 6.530, de 12
de maio de 1978, e artigo 38, III, do Decreto N.º 81.871, de 29 de junho
de 1978.

Art. 46 - A qualquer tempo o Corretor de Imóveis que tiver obtido a


suspensão dos efeitos da inscrição, no caso do inciso I do artigo 43,
poderá requerer a suspensão da interrupção, a fim de restabelecer o
exercício de sua atividade profissional.

Parágrafo Único - O Presidente do CRECI determinará a anotação da


interrupção da suspensão na carteira de identidade profissional do re-
querente.

Art. 47 - O cancelamento da inscrição principal ou secundária poderá

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


39

ser determinado a critério do Plenário do Regional:

I - a pedido da pessoa física ou jurídica, juntando ao requerimento,


respectivamente, carteira e cédula de identidade profissional ou certi-
ficado de inscrição;

II - “ex-officio”, no caso de morte da pessoa física ou extinção da pessoa


jurídica;

III - em decorrência de aplicação da penalidade do artigo 21, V, da Lei


N.º 6.530, de 12 de maio de 1978, à pessoa física ou jurídica.

§ 1° - No caso do inciso I, o Conselho Regional, para conceder o can-


celamento, verificará se a pessoa física ou jurídica está quite com anui-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

dades e multas que lhe tenham sido aplicadas e com a contribuição


sindical obrigatória e, no caso específico de pessoa jurídica, se foi su-
primido de seu contrato social o objetivo de intermediação imobiliária,
inclusive os atos referidos no artigo 1º desta Resolução.

§ 2° - A pessoa física ou jurídica que tiver sua inscrição cancelada a


pedido, poderá se reinscrever no Conselho Regional desde que atenda
as exigências da época do novo pedido.

§ 3º - A pessoa física ou jurídica que tiver sua inscrição cancelada em


decorrência de falta de pagamento de anuidade, emolumentos ou mul-
tas, terá restaurada a inscrição automaticamente, desde que satisfaça o
débito devidamente corrigido.

Art. 48 - No caso de cancelamento da inscrição principal, o Conselho


Regional deverá recolher a carteira e cédula de identidade profissional
do Corretor de Imóveis ou o Certificado de Inscrição da pessoa jurí-
dica.

Parágrafo Único - Não ocorrendo entrega espontânea dos documentos,


o Conselho Regional deverá requerer a sua busca e apreensão.

Art. 49 - O Presidente do Conselho Regional onde a pessoa física ou


jurídica tiver inscrição secundária anotará na carteira de identidade
profissional ou no certificado o cancelamento da referida inscrição, co-
municando esse fato ao CRECI de origem.

CAPÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 50 - Os Conselhos Regionais manterão atualizado o Cadastro de


pessoas físicas ou jurídicas que possuam ou tenham possuído inscri-

Como me Tornar um Corretor de Imóveis?


I

ção principal ou secundária, anotando todos os atos a que alude esta


Resolução.

Art. 51 - O número de inscrição, principal ou secundária, identificador


da pessoa física ou jurídica, é imutável e será concedido em ordem cro-
nológica a cada inscrição.

§ 1º - No caso de cancelamento da inscrição, pelas hipóteses do artigo


47, o número que a identifica não poderá ser atribuído a outra pessoa
física ou jurídica.

§ 2º - À pessoa física ou jurídica que tiver sua inscrição principal ou


secundária cancelada a pedido ou por falta de pagamento de anuidades

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e voltar a se inscrever no mesmo Conselho Regional será atribuído o
mesmo número de inscrição.

Art. 52 - Aplicam-se as disposições desta Resolução aos processos ori-


ginados dos pedidos de inscrição em tramitação.

Art. 53 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação no


Diário Oficial da União, revogadas as Resoluções-COFECI nºs 148/82,
160/83, 165/83, 235/88 e 251/89.

Brasília-DF, 25 de junho de 1992


WALDYR FRANCISCO LUCIANO
Presidente
RUBEM RIBAS
Diretor 1º Secretário
Homologada em Sessão Plenária de 07/08/92

CORRETOR X GESTOR

Afinal, qual é a diferença entre um corretor de imóveis que se inscreve no CRECI


com um certificado de conclusão de Curso Técnico em Transações Imobiliárias
- TTI e outro com o certificado de Curso Superior de Gestão de Negócios
Imobiliários?

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


41
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O Curso técnico é classificado pelo Ministério de Educação e Cultura em nível


de ensino médio, ou seja, o antigo segundo grau. O corretor de imóveis munido
desse certificado continuará tendo como escolaridade o ensino médio completo.
No caso, o curso de gestão de negócios imobiliários é classificado como curso
superior tecnológico. O corretor com esse certificado tem como escolaridade
ensino superior e por isso poderá prestar um concurso em nível de ensino supe-
rior, cursar uma pós-graduação, mestrado etc.
Outra diferença diz respeito à RESOLUÇÃO 1.066/07, quanto à inscrição
no CNAI – Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários. Os corretores forma-
dos no curso TTI somente poderão pleitear a inscrição no CNAI se possuírem
o certificado de conclusão de curso de avaliação imobiliária devidamente reco-
nhecido pelo COFECI, ao passo que os profissionais possuidores de diploma de
curso superior em gestão imobiliária poderão se inscrever sem necessidade de
fazer o curso.

SINDICATOS

Sindicatos são associações que têm por objetivo defender interesses comuns de
uma categoria ou classe de profissionais. No caso do mercado imobiliário, existe
o SECOVI – Sindicato da Habitação e Condomínios, que defende os interesses

Sindicatos
I

das empresas imobiliárias, ou seja, pessoas jurídicas e o Sindimóveis-Síncil:


Sindicato dos Corretores de Imóveis que defendem os interesses dos correto-
res de imóveis pessoas físicas.

SECOVI

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos tomar o SECOVI-PR como parâmetro apenas para conhecer a natureza
deste sindicato e a importância para o nosso mercado.
É o Sindicato da Habitação e Condomínios e representa todas as empre-
sas de compra, venda, locação, administração, incorporação e loteamentos
de imóveis, e dos edifícios em condomínios residenciais e comerciais em todo
o Estado do Paraná.
MISSÃO DO SECOVI-PR

‘Atuar como representante de classe, integrador de empresas do ramo


imobiliário e condomínios, fomentar negócios de interesse de seus re-
presentados, oportunizar capacitação, conhecimentos e agir como fó-
rum de discussões e análise junto ao mercado e à sociedade’.

VISÃO DO SECOVI-PR

‘Ser uma entidade sindical, representativa, necessária e formadora de


opinião, reconhecida pela excelência no atendimento e prestação de
serviços, sendo referência nacional por ações eficazes e inovadoras’
(PARANÁ, 2013, online).

O SECOVI-PR - Sindicato da Habitação e Condomínios é uma Entidade Patronal


reconhecida por meio de carta sindical expedida pelo Ministério do Trabalho,
que representa todas as empresas de compra, venda, locação, administração,
incorporação e loteamentos de imóveis, e dos edifícios em condomínios resi-
denciais e comerciais em todo o estado do Paraná.
Atualmente, muitas empresas são filiadas ao SECOVI por ser uma entidade
representativa e atuante. Foi constituído para fins de estudo, coordenação, pro-
teção e representação legal das categorias econômicas representadas, conforme

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


43

estabelece seu estatuto e a legislação sindical em vigor.


Tem como principal objetivo a colaboração com os poderes públicos muni-
cipais, estaduais, federais e as demais associações, no sentido da solidariedade
social e da subordinação aos interesses nacionais, sendo que entre as funções
já elencadas, estão as de orientar, informar, esclarecer e promover cursos para
funcionários (condomínios e empresas do mercado imobiliário), gerentes, empre-
sários, síndicos e condôminos.
As delegacias regionais promovem calendários anuais de cursos com pro-
gramas abordando temas interessantes, não somente na área imobiliária, mas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

também de condomínios.
O Secovi-PR está há 31 anos em 2015 defendendo os interesses do mercado
imobiliário e condominial.
Sua atuação junto a órgãos do poder público tem por objetivo principal
coordenar, esclarecer e orientar as pessoas que gerenciam e trabalham em condo-
mínios (síndicos e funcionários), além de empresários e profissionais do mercado
imobiliário que estão diretamente ligados a este Sindicato, o qual, por meio da
infraestrutura de sua nova sede, disponibiliza toda uma gama de serviços; não
apenas no âmbito do próprio Sindicato, mas também mediante seus agentes de ser-
viços, como: Universidade Livre do Mercado Imobiliário e Condominial (Unihab),
que coordena os cursos; Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do
Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), importante órgão que fornece
às empresas dados estatísticos do mercado; Câmara de Mediação e Arbitragem
(CMA); além dos diversos serviços, como a assessoria jurídica, serviços de saúde
por meio do Serviço Social da Habitação (SecoviMed), entre outros.

SINDIMÓVEIS

Da mesma forma, falaremos do SINDIMÓVEIS do Paraná, e por ser uma enti-


dade da nossa região, temos mais propriedade para falar a respeito.
De abrangência estadual, objetiva zelar pelos interesses dos corretores

Sindimóveis
I

de imóveis, pessoas físicas, quanto aos seus direitos, formação e qualificação.


Infelizmente, o corretor ainda não tem consciência do poder que tem, da força
resultante da união de profissionais lutando pela mesma causa, mas com o tempo
esse quadro vai mudar.
Precisamos nos unir, promover maior integração entre nossa classe, não
somente no âmbito profissional, no que diz respeito à qualificação, mas também
no social, com jantares e almoços festivos, torneios de futebol, truco e outras
ações que promovam convívio agradável entre os corretores e as famílias.
Para isso, é preciso iniciativa em participar e chamar nossos colegas para

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
participar também.

Fonte: <https://twitter.com/sindimoveispr/ www.sindimoveis.org.br>

SINCIL

O SINCIL foi criado de forma bem peculiar, sendo que a ideia nasceu em uma fes-
tiva comemoração pelo dia do corretor, em 26 de agosto de 1988, mediante uma
conversa entre o prefeito da cidade de Londrina-PR, na época, Wilson Rodrigues
Moreira e o jornalista Francisco das Chagas Marinho, quando indagado pelo pre-
feito do porquê de Londrina, com tantos corretores, estes ainda ficavam filiados
ao sindicato da capital, respondeu que faltava incentivo. Assim, apoiado pelo pre-
feito e mesmo sem atuar no ramo imobiliário, mas detentor da carteira do CRECI,
Francisco das Chagas convocou os colegas a criarem o seu próprio sindicato e,

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


45

muito aplaudido, foi apoiado, nascendo assim o SINCIL, que tem área de atua-
ção em alguns municípios, como Abatiá, Alvorada do Sul, Andirá, Apucarana,
Arapongas, Assaí, Bandeirantes, Barra do Jacaré, Bela Vista do Paraíso, Califórnia,
Cambará, Cambé, Carlópolis, Congonhinhas, Conselheiro Mayrink, Cornélio
Procópio, Florestópolis, Guapirama, Ibiporã, Itambaracá, Jacarezinho, Jaguapitã,
Jataizinho, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul, Leópolis, Londrina, Marilândia do
Sul, Miraselva, Nova América da Colina, Nova Fátima, Porecatu, Primeiro de
Maio, Rancho Alegre, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Rio Bom, Rolândia,
Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Santo Antônio da Platina,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Santo Antônio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São Sebastião da Amoreira,


Sertaneja, Sertanópolis e Uraí, com intuito de colaboração com os poderes públi-
cos, no sentido de solidariedade profissional e de sua subordinação aos interesses
nacionais, como parte integrante do sistema confederativo da representação sin-
dical das profissões liberais.
Querido(a) aluno(a), a sua participação no CRECI, nos sindicatos e em
qualquer atividade relacionada à nossa profissão é muito importante. Nossa cola-
boração é que fará nossa profissão evoluir e ser mais respeitada.

A atitude que o corretor tem como cidadão perante seu país ele tem como
membro de um conselho perante o CRECI. Quer dizer que se para ele é in-
diferente a sorte de quem vai governar nosso município, nosso estado ou
nossa nação, por que ele estaria interessado em quem vai dirigir nosso
conselho? Essa omissão é muito perigosa, pois o corretor é um elemento
participativo em todas essas esferas que citamos e delas depende para o
desenvolvimento de sua vida, quer seja ela social, profissional ou familiar.
Reflita sobre isso.

SINCIL
I

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda história é feita por pessoas destemidas, corajosas e preocupadas com o bem
comum. O início da legalização da nossa profissão é muito bonito, pois dependeu
da garra de pessoas firmes que não desistiram, mesmo diante de muitos desafios.
É só acessar o site do COFECI para ver em quantos capítulos tudo aconteceu.
Foram muitas batalhas, muitas reuniões, horas dedicadas sem remuneração, sim-
plesmente doadas voluntariamente na esperança de ter nossos direitos garantidos.
Por isso o orgulho que temos por nossa profissão aumenta na medida em

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que conhecemos o passado, nos situamos dentro do mercado presente e assu-
mimos nosso papel na sociedade visando ao futuro.
Você pode perceber que sempre fomos muito importantes para a história de
nosso país. Por meio dos agentes imobiliários, pessoas iam e vinham, compra-
vam, vendiam, investiam e faziam as cidades crescerem. Os agentes imobiliários
eram e são até hoje os detentores das informações a cerca dos imóveis que estão
disponíveis para compra, venda, locação etc.
Mesmo antes de conseguirmos a legalização da nossa profissão, a classe já era
unida por meio do sindicato e lutava para o bem comum. Essa primeira unidade
ficará como um chamamento, um despertar para a sua participação nos movi-
mentos de nossa classe. Não precisa se candidatar a delegado do CRECI, basta
você prestar mais atenção no que acontece ao seu redor e iniciar sua participa-
ção, mesmo que timidamente, assim, com certeza cresceremos fortes.
De que forma queremos ser respeitados se muitos de nossos colegas sequer
conhecem a legislação que norteia seu trabalho, garante seus direitos e delimita
seus deveres? Não sabem a função do CRECI, muito menos a dos sindicatos!
Terá destaque o profissional que estiver preparado e for detentor de conhe-
cimentos. A base da construção da profissão de um Corretor de Imóveis e,
principalmente, de um Gestor Imobiliário é conhecer qual é o seu papel legal.

PROFISSÃO: CORRETOR DE IMÓVEIS


47

1. Quando foi regulamentada a profissão de Corretor de Imóveis?


2. O que significa inscrição secundária?
3. Uma pessoa que se cadastra junto ao CRECI, mas não exerce a profissão é obri-
gada a pagar anuidade?
MATERIAL COMPLEMENTAR

Investimentos: Como Administrar Melhor seu


Dinheiro
Mauro Halfeld
Editora: Fundamento
Sinopse: Ganhar dinheiro não é uma tarefa fácil. Mais
complicado ainda é administrá-lo bem e fazer com que se
multiplique ao longo dos anos. Investimentos discutem
exatamente isso. De maneira clara e didática, o autor aborda
questões importantíssimas como a compra de imóveis, o orçamento pessoal e os investimentos
financeiros. Dá recomendações práticas e usa casos reais. Apresenta análises inéditas sobre os
mercados financeiros e ensina um método com o qual você descobrirá para onde está indo o seu
dinheiro. Sempre pagar aluguel é jogar dinheiro fora. Segundo o consultor financeiro e professor
Mauro Halfeld, se você é solteiro ou não sabe qual será o perfil de sua futura família, alugue um imóvel
compacto.

SITE DO SINCIL
http://www.sincil.com.br/
Professora Esp. Claudete Cristina Iwata

II
UNIDADE
O PAPEL LEGAL DO GESTOR

Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar o Código de Ética e demais legislações aplicáveis à
profissão.
■■ Comentar artigos com temas importantes.
■■ Ressaltar a importância do conhecimento da legislação.
■■ Conscientizar sobre a necessidade do cumprimento das normas.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Código de Ética
■■ Lei nº 6.530/78
■■ Decreto nº 81.871/78
■■ Resolução nº 458/95
51

INTRODUÇÃO

Estudar qualquer tipo de legislação é muito intrigante, pois não conseguimos


desvincular a LEI da ÉTICA e da MORAL.
Nesta unidade, você será apresentado(a) às leis específicas da nossa profis-
são, ou seja, às regras de conduta que se não forem obedecidas, são passíveis de
sanção. Não significa que as normas que não forem puníveis possam ser pratica-
das. Viu como é intrigante? O que sua ética diz sobre obedecer ou não às normas
objetivando o bem comum a partir do momento em que vive em sociedade?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O correto seria que nenhum gestor imobiliário praticasse um ato que fosse
contrário à legislação, independente ou não da punição, dependente apenas do
bem comum; isso seria ético. Seguindo essa linha de raciocínio: onde entra a
moral nesse assunto? É moral colocar duas placas de imobiliárias diferentes no
mesmo imóvel, embora a lei seja clara a esse respeito proibindo esse ato, mas os
usos e costumes da região o aceitam?
A máxima “faço o que todos fazem” serve de argumento até que ponto?
Agindo dessa forma, para que caminho está indo nossa profissão?
Vamos observar quais são as normas aplicáveis à nossa profissão e no final
desta unidade, refletiremos sobre qual deve ser nossa conduta.

Introdução
II

CÓDIGO DE ÉTICA

A palavra ÉTICA vem do grego ethos e diz respeito ao modo de ser e de agir da
pessoa, com base em seu caráter, comportamento e pensamentos em relação ao
seu convívio social.
Ser ético significa agir sem prejuízo às pessoas que nos cercam; é exercer a
atividade profissional tendo como norteadora das ações a própria consciência.
O Conselho Federal, com o intuito de salvaguardar o bom relacionamento
entre os profissionais, empresas, conselhos, sindicatos e entidades relacionadas à

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
profissão, achou por bem aprovar o Código de Ética Profissional dos Corretores
de Imóveis.
O ponto alto da legislação é o CÓDIGO DE ÉTICA, também apresentado
em sua íntegra, tem os principais artigos comentados. Quando o profissional
tem como forma de vida os princípios éticos, guiará a sua carreira zelando pelo
bem-estar das pessoas, da comunidade e da sociedade, tendo como objetivo prin-
cipal não causar dano a ninguém.
A ética deve servir de base para todas as pessoas, não somente aos corretores
de imóveis. Sobre ela, alicerçado por comportamentos e atitudes irrefutavelmente
corretas, o profissional com certeza obterá o merecido sucesso.
A RESOLUÇÃO-COFECI Nº 326/1992 (BRASIL, 1992), aprova o Código
de Ética Profissional dos Corretores de Imóveis e descreve-o em dez artigos:
“Art. 1º - Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela
qual deve se conduzir o Corretor de Imóveis, quando no exercício profissional”.
Todo Corretor de Imóveis, devidamente habilitado junto ao CRECI, deve
exercer sua profissão, com base no Código de Ética Profissional. Isso quer dizer
que todas as ações contrárias, estarão de alguma forma prejudicando o inte-
resse de terceiros.
“Art. 2°- Os deveres do Corretor de Imóveis compreendem, além da defesa
do interesse que lhe é confiado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoa-
mento da técnica das transações imobiliárias”.
É dever do Corretor de Imóveis:
a. Defender os interesses que lhe forem confiados para o desempenho de
toda e qualquer operação imobiliária (venda, compra, locação, administra-

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


53

ção, permuta, Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, loteamentos,


incorporações, administração de condomínios, assessoria e consultoria);
b. Zelar pelo prestígio de sua classe, para isso deve estar atento à conduta
ilibada, auxiliando no respeito à profissão;

Esse é o ponto mais interessante do artigo. Demonstra a preocupação do legisla-


dor com a qualificação do Corretor de Imóveis. O mercado imobiliário é muito
dinâmico e pujante, então, para desempenhar o papel de Bom Profissional, é
preciso estar sempre se aperfeiçoando em relação às técnicas, bem como adqui-
rindo novos conhecimentos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Art. 3° - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação ao exercício da


profissão, à classe e aos colegas:

I - considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem


permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade.

Uma vez escolhida a profissão, é mister que o profissional zele pelo respeito à
classe, assim ele terá, acima de tudo, orgulho de ser um Corretor de Imóveis.
“II - prestigiar as entidades de classe, contribuindo sempre que solicitado,
para o sucesso de suas iniciativas em proveito da profissão, dos profissionais e
da coletividade”.
Todo corretor de imóveis deveria atender a esse inciso. A participação de
profissionais em iniciativas da classe, como cursos, congressos, seminários, confra-
ternizações, comemorações e solenidades de entregas de Carteiras de Identidade
Profissional, por exemplo, estimula as iniciativas e chama a atenção da sociedade
para a evolução e progresso da profissão.
“III - manter constante contato com o Conselho Regional respectivo, pro-
curando aprimorar o trabalho desse órgão”.
O contato com os Conselhos, tanto Regional como Federal, atualmente está
mais fácil, em função da tecnologia da informática. Os sites estão sempre atu-
alizados e apresentam artigos importantes e bem diversificados relacionados à
profissão, além de divulgar cursos e congressos.
“IV - zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos Federal e Regionais,
aceitando mandatos e encargos que lhes forem confiados e cooperar com os que
forem investidos em tais mandatos e encargos”.
A participação nos Conselhos proporciona conhecimento do funcionamento

Código De Ética
II

interno de cada entidade, leva ao aumento do círculo de amizades profissionais,


mantém o corretor atualizado de todas as novidades e possibilita a cooperação
no aprimoramento das funções.
V - observar os postulados impostos por este Código, exercendo seu
mister com dignidade;

VI - exercer a profissão com zelo, discrição, lealdade e probidade, ob-


servando as prescrições legais e regulamentares;

VII - defender os direitos e prerrogativas profissionais e a reputação da


classe;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VIII - zelar pela própria reputação mesmo fora do exercício profissio-
nal.

Ainda, a profissão de Corretor de Imóveis sofre certo estigma pela conduta


desonrosa de algumas pessoas. Ao observarmos o estudo da regulamentação que
fizemos no capítulo anterior, podemos constatar que a legalização da profissão é
relativamente recente, datando da década de 60, ou seja, a partir daquela data, é
que houve o reconhecimento legal. Até então, não existiam códigos de conduta.
“IX - auxiliar a fiscalização do exercício profissional, cuidando do cumpri-
mento deste Código, comunicando, com discrição e fundamentalmente, aos
órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência”.
A possibilidade de denúncias anônimas é condição fundamental para que
esse inciso seja um sucesso.
X - não se referir desairosamente sobre seus colegas;

XI - relacionar-se com os colegas, dentro dos princípios de conside-


ração, respeito e solidariedade, em consonância com os preceitos de
harmonia da classe;

XII - colocar-se a par da legislação vigente e procurar difundi-la a fim


de que seja prestigiado e definido o legítimo exercício da profissão.

Esse inciso vem coroar a presente obra. Não há sentido em tratar do PAPEL
LEGAL DO GESTOR IMOBILIÁRIO sem elencar de forma inequívoca todos
os seus preceitos legais, tendo como objetivo além do estudo, a divulgação.
“Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes:
I - inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo”.
O bom profissional deve conhecer o produto que está sob sua responsabilidade.

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


55

Isso quer dizer que ele deve analisar o imóvel por meio de vistoria criteriosa,
estudo da documentação, preço, condições de pagamento, bem como documen-
tação do proprietário.
“II - apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca
omitindo detalhes que o depreciem, informando o cliente dos riscos e demais
circunstâncias que possam comprometer o negócio”.
Esse inciso vem reforçado pelo artigo 723 do Código Civil Brasileiro.
“III - recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral;
IV - comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores ou docu-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

mentos a ele destinados”.


Sob pena de apropriação indébita, o Corretor de Imóveis não pode e não
deve, de forma alguma, reter valores ou documentos pertencentes ao cliente.
V - prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo que concluído o
negócio, contas pormenorizadas;

VI - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica do ne-


gócio, reservando ao cliente a decisão do que lhe interessar pessoal-
mente;

VII - restituir ao cliente os papéis de que não mais necessite;

VIII - dar recibo das quantias que o cliente lhe pague ou entregue a
qualquer título;

IX - contratar, por escrito e previamente, a prestação dos serviços pro-


fissionais.

O cliente tem todo o direito de receber cópia de todos os documentos e con-


tratos celebrados. O Corretor de Imóveis deve contratar todos os serviços com
cópia e oferecer ao cliente mesmo que ele não peça.
X - receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações
pelo mesmo serviço prestado, salvo se, para proceder de modo diverso,
tiver havido consentimento de todos os interessados, ou for praxe usual
na jurisdição.

Art. 5° - O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos


profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia,
imprudência, negligência ou infrações éticas.

Art. 6º - É vedado ao Corretor de Imóveis:

Código De Ética
II

I - aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajus-
tem às disposições vigentes, ou ainda, que possam prestar-se a fraude;

II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabele-


cidos em lei e em Resoluções;

III - promover a intermediação com cobrança de “over-price”.

Entende-se intermediação com cobrança de over-price, quando o corretor con-


trata com o vendedor um valor e realiza a transação recebendo do comprador
valor superior ao combinado, porém, retendo para si a diferença, sem repassar
para o proprietário.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“IV - locupletar-se, por qualquer forma, a custa do cliente;
V - receber comissões em desacordo com a Tabela aprovada ou vantagens
que não correspondam a serviços efetiva e licitamente prestados”.
O recebimento de comissões em desacordo com a tabela caracteriza infra-
ção legal. Como o que mais ocorre é o recebimento inferior ao previsto, além
de não cumprir a lei, o profissional está descumprindo a regra mais importante;
falta de respeito próprio.
Todo bom profissional merece receber o que lhe é de direito, caso ele concorde
em receber valor menor, talvez seja porque ele não tem certeza do merecimento
por serviços prestados com qualidade, segurança e domínio de conhecimen-
tos técnicos.
“VI - angariar, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com
prejuízo moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a
classe”.
A angariação direta ou indireta, em desrespeito ao colega, é atitude desleal
que pode prosperar algumas vezes, mas que com o passar do tempo e conhe-
cimento do mercado vai colocar o profissional à margem da profissão e, com
certeza, o levará à exclusão.
A modernização da profissão, a busca de qualificação e a exigência dos clien-
tes se encarregarão de separar os bons dos maus profissionais.
VII - desviar, por qualquer modo, cliente de outro Corretor de Imóveis;

VIII - deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscaliza-


ção ou intimações para instrução de processos;

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


57

IX - acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que exercem ilegal-


mente atividades de transações imobiliárias;

X - praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos colegas;

XI - promover transações imobiliárias contra disposição literal da lei;

XII - abandonar os negócios confiados a seus cuidados, sem motivo


justo e prévia ciência do cliente;

XIII - solicitar ou receber do cliente qualquer favor em troca de con-


cessões ilícitas;

XIV - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emana-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

da do órgão ou autoridade dos Conselhos, em matéria de competência


destes;

XV - aceitar incumbência de transação que esteja entregue a outro Cor-


retor de Imóveis, sem dar-lhe prévio conhecimento, por escrito;

XVI - aceitar incumbência de transação sem contratar com o Corretor


de Imóveis, com que tenha de colaborar ou substituir;

XVII - anunciar capciosamente;

XVIII - reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade


de realizá-lo;

XIX - utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando


no exercício de cargo ou função em órgão ou entidades de classe;

XX - receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja
expressamente autorizado para tanto.

Nas autorizações por escrito e com exclusividade, para que possa receber sinal
nos negócios, o Corretor de Imóveis deve estar expressamente autorizado por
meio de cláusula específica.

Código De Ética
II

AUTORIZAÇÃO DE VENDA COM EXCLUSIVIDADE

CLÁUSULA QUINTA: O PROPRIETÁRIO autoriza expressamente o Corretor de


Imóveis contratado para promover a venda a também receber o valor pago
como sinal e princípio de pagamento, emitir recibo e dar quitação.

Art. 7º - Compete ao CRECI, em cuja jurisdição se encontrar inscrito


o Corretor de Imóveis, a apuração das faltas que cometer contra este
Código, e a aplicação das penalidades previstas na legislação em vigor.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 8º - Comete grave transgressão ética o Corretor de Imóveis que
desatender os preceitos dos artigos 3º, I, V, VI e IX; 4º, II, III, IV, V, VII,
VIII, IX e X; 6º, I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIX e XX,
e transgressão de natureza leve o que desatender os demais preceitos
deste Código.

Art. 9º - As regras deste Código obrigam aos profissionais inscritos nos


Conselhos Regionais.

Art. 10 - As Diretorias dos Conselhos Federal e Regionais promoverão


a ampla divulgação deste Código de Ética.

O acesso ao Universo do Conhecimento, no curso de Gestão Imobiliária,


despertou em você um olhar diferente do mercado imobiliário comparado
com que tinha antes de iniciar seus estudos? Qual seria o seu Papel Legal
como Gestor Imobiliário?

LEI Nº 6.530/78

Em 12 de maio de 1978, a Lei 6.530 aboliu a Lei nº 4.116, de 27 de agosto de


1962, que atualmente já está devidamente alterada pela Lei nº 10.795, de 5 de
dezembro de 2003.
Art. 1º - O exercício da profissão de Corretor de Imóveis, no Território

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


59

Nacional, é regido pelo disposto na presente Lei.

Art. 2º - O exercício da profissão de Corretor de Imóveis será permitido


ao possuidor de título de Técnico em Transações Imobiliárias (BRASIL,
1978).

A partir desta Lei, o Conselho Federal passa a exigir como condição obrigatória
a conclusão do curso técnico, que implica também na necessidade de compro-
vação de grau de escolaridade média, ou seja, somente pode obter o título de
Técnico em Transações Imobiliárias quem tiver concluído o ensino médio.
Art. 3º - Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar


quanto à comercialização imobiliária.

Parágrafo Único - As atribuições constantes deste artigo poderão ser


exercidas, também, por Pessoa Jurídica inscrita nos termos desta Lei
(BRASIL, 1978).

Esse artigo enumera as atividades a serem exercidas pelo Corretor de Imóveis


que na época eram: INTERMEDIAÇÃO na COMPRA, VENDA, PERMUTA,
LOCAÇÃO DE IMÓVEIS e o que atualmente denominamos de PARECER
TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA – PTAM, porém, além des-
sas operações imobiliárias, hoje, o profissional está habilitado para também
intermediar LOTEAMENTOS, INCORPORAÇÕES, ADMINISTRAÇÃO DE
CONDOMÍNIOS e prestar ASSESSORIA e CONSULTORIA IMOBILIÁRIA.
“Art. 4º - A inscrição do Corretor de Imóveis e de Pessoa Jurídica será objeto
de Resolução do Conselho Federal de Corretores de Imóveis” (BRASIL, 1978).
Todas as inscrições requeridas deverão seguir resolução específica, que tra-
taremos mais à frente.
Art. 5º - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos de
disciplina e fiscalização do exercício da profissão de Corretor de Imó-
veis, constituída em autarquia, dotada de personalidade jurídica de
direito público, vinculada ao Ministério do Trabalho, com autonomia
administrativa, operacional e financeira (BRASIL, 1978).

Dispõe sobre a natureza jurídica e incumbências dos Conselhos Federal e Regional.


Poucos profissionais sabem que se trata de entidade pública federal, com
autonomia relativa. A sede do COFECI está estabelecida em Brasília – DF.

Autorização de Venda com Exclusividade


II

Art. 6º - As Pessoas Jurídicas inscritas no Conselho Regional de Cor-


retores de Imóveis sujeitam-se aos mesmos deveres e têm os mesmos
direitos das Pessoas Físicas nele inscritas.

Parágrafo Único - As Pessoas Jurídicas a que se refere este artigo deve-


rão ter como sócio-gerente ou diretor um Corretor de Imóveis indivi-
dualmente inscrito (BRASIL, 1978).

Mesma redação do artigo 4º da lei abolida.


“Art. 7º - Compete ao Conselho Federal e aos Conselhos Regionais repre-
sentar, em juízo ou fora dele, os legítimos interesses da Categoria Profissional,
respeitadas as respectivas áreas de competência” (BRASIL, 1978).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aufere poder de representatividade da categoria aos Conselhos Federal e
Regional, em conformidade com suas respectivas áreas de competência.
Art. 8º - O Conselho Federal terá sede e foro na Capital da República e
jurisdição em todo o Território Nacional.

Art. 9º - Cada Conselho Regional terá sede e foro na Capital do Estado,


ou de um dos Estados ou Territórios da jurisdição, a critério do Con-
selho Federal.

Art.10 - O Conselho Federal será composto por dois representantes,


Efetivos e Suplentes, de cada Conselho Regional, eleitos dentre os seus
membros.

Art. 11 - Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete


membros efetivos e igual número de suplentes, eleitos em chapa pelo
sistema de voto pessoal indelegável, secreto e obrigatório, dos profissio-
nais inscritos, sendo aplicável ao profissional que deixar de votar, sem
causa justificada, multa em valor máximo equivalente ao da anuidade.
(redação dada pela Lei nº 10.795/2003)

Parágrafo Único – (revogado pela Lei nº 10.795/2003).

Art. 12 - Somente poderão ser membros de Conselho Regional os Cor-


retores de Imóveis com inscrição principal na jurisdição há mais de
dois anos e que não tenham sido condenados por infração disciplinar
(BRASIL, 1978).

É muito importante que tenha essa ressalva impedindo a participação de infra-


tores disciplinares, como forma de garantir a moralidade da instituição.
Art. 13 - Os Conselhos Federal e Regionais serão administrados por
uma diretoria, eleita dentre os seus membros.

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


61

§ 1º - A Diretoria será composta de um Presidente, dois Vice-Presiden-


tes, dois Secretários e dois Tesoureiros.

§ 2º - Junto aos Conselhos Federal e Regionais funcionará um Con-


selho Fiscal, composto de três membros, Efetivos e Suplentes, eleitos
dentre os seus membros.

Art. 14 - Os membros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais


terão mandato de três anos (BRASIL, 1978).

O prazo do mandato aumenta de dois para três anos.


Art. 15 - A extinção ou perda de mandato de membro do Conselho
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Federal e dos Conselhos Regionais ocorrerá:

I - por renúncia;

II - por superveniência de causa de que resulte o cancelamento da ins-


crição;

III - por condenação a pena superior a dois anos, em virtude de senten-


ça transitada em julgado;

IV - por destituição de cargo, função ou emprego, relacionada à prática


de ato de improbidade na administração pública ou privada, em virtu-
de de sentença transitada em julgado;

V - por ausência, sem motivo justificado, a três Sessões consecutivas ou


seis intercaladas em cada ano.

Art. 16 - Compete ao Conselho Federal:

I - eleger sua Diretoria;

II - elaborar e alterar seu regimento;

III - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua Diretoria,


bem como a previsão orçamentária para o exercício seguinte;

IV - criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-regiões, fixando-lhes a


sede e jurisdição; V - baixar normas de Ética Profissional;

VI - elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem de imó-


veis, de observância obrigatória pelos inscritos;

VII - fixar as multas, anuidades e emolumentos devidos aos Conselhos


Regionais;

VIII - decidir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais;

Autorização de Venda com Exclusividade


II

IX - julgar os recursos das decisões dos Conselhos Regionais;

X - elaborar o regimento padrão dos Conselhos Regionais;

XI - homologar o regimento dos Conselhos Regionais;

XII - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos


Regionais;

XIII - credenciar representante junto aos Conselhos Regionais, para ve-


rificação de irregularidades e pendências acaso existentes;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
XIV - intervir temporariamente nos Conselhos Regionais, nomeando
Diretoria provisória, até que seja regularizada a situação ou, se isso não
ocorrer, até o término do mandato:

a)se comprovada irregularidade na administração;

b) se tiver havido atraso injustificado no recolhimento da contribuição.

XV - destituir Diretor de Conselho Regional, por ato de improbidade


no exercício de suas funções;

XVI - promover diligências, inquéritos ou verificações sobre o funcio-


namento dos Conselhos Regionais e adotar medidas para sua eficiência
e regularidade;

XVII - baixar Resoluções e deliberar sobre casos omissos.

§ 1º - Na fixação do valor das anuidades referidas no inciso VII deste


artigo, serão observados os seguintes limites máximos:

I – pessoa física ou firma individual: R$ 285,00 (duzentos e oitenta e


cinco reais);
II – pessoa jurídica, segundo o capital social:

a) até R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais): R$ 570,00 (quinhentos e


setenta reais);

b) de R$ 25.001,00 (vinte e cinco mil e um reais) até R$ 50.000,00 (cin-


qüenta mil reais): R$ 712,50 (setecentos e doze reais e cinqüenta cen-
tavos);

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


63

c) de R$ 50.001,00 (cinqüenta mil e um reais) até R$ 75.000,00 (setenta


e cinco mil reais): R$ 855,00 (oitocentos e cinqüenta e cinco reais);

d) de R$ 75.001,00 (setenta e cinco mil e um reais) até R$ 100.000,00


(cem mil reais): R$ 997,50 (novecentos e noventa e sete reais e cinqüen-
ta centavos);

e) acima de R$ 100.000,00 (cem mil reais): R$ 1.140,00 (mil, cento e


quarenta reais).

§ 2º - Os valores correspondentes aos limites máximos estabelecidos


no § 1º deste artigo serão corrigidos anualmente pelo índice oficial de
preços ao consumidor. (§§ 1º e 2º do Art. 16, com redação dada pela Lei
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nº 10.795, de 05.12.2003) (BRASIL, 1978).

As competências do Conselho Federal que antes eram oito passam a dezessete,


como demonstração clara da evolução da profissão.
Art. 17 - Compete aos Conselhos Regionais:

I - eleger sua Diretoria;

II - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua Diretoria,


bem como a previsão orçamentária para o exercício seguinte, subme-
tendo essa matéria à consideração do Conselho Federal;

III - propor a criação de Sub-regiões, em divisões Territoriais que te-


nham um número mínimo de Corretores de Imóveis inscritos, fixado
pelo Conselho Federal;

IV - homologar, obedecidas às peculiaridades locais, tabelas de preços


de serviços de corretagem para uso dos inscritos, elaboradas e aprova-
das pelos sindicatos respectivos;
V - decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretores de Imóveis e de
Pessoas Jurídicas;

VI - organizar e manter o registro profissional das Pessoas Físicas e


Jurídicas inscritas;

VII - expedir Carteiras Profissionais e Certificados de Inscrição;

VIII - impor as sanções previstas nesta Lei;

IX - baixar Resoluções, no âmbito de sua competência (BRASIL, 1978).

Autorização de Venda com Exclusividade


II

Da mesma forma, as competências dos Conselhos Regionais que eram cinco,


passam a nove.
Art. 18 - Constituem receitas do Conselho Federal:

I - a percentagem de vinte por cento sobre as anuidades e emolumentos


arrecadados pelos Conselhos Regionais;

II - a renda patrimonial;

III - as contribuições voluntárias;

IV - as subvenções e dotações orçamentárias.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 19 - Constituem receitas de cada Conselho Regional:

I - as anuidades, emolumentos e multas;

II - a renda patrimonial;

III - as contribuições voluntárias;

IV - as subvenções e dotações orçamentárias.

Art. 20 - Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica inscrita nos órgãos


de que trata a presente Lei é vedado:

I - prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados;

II - auxiliar, ou por qualquer meio facilitar, o exercício da profissão aos


não inscritos;

III - anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja au-


torizado através de documento escrito;

IV - fazer anúncio ou impresso relativo à atividade profissional sem


mencionar o número da inscrição;

V - anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o nú-


mero do registro do loteamento ou da incorporação no Registro de
Imóveis;

VI - violar o sigilo profissional;

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


65

VII - negar aos interessados prestações de contas ou recibo de quantias


ou documentos que lhe tenham sido entregues a qualquer título;

VIII - violar obrigação legal concernente ao exercício da profissão;

IX - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a Lei defina


como crime ou contravenção;

X - deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional (BRASIL, 1978).

Na lei anterior se falava em constituição de falta, agora a lei apresenta dez


proibições.
Art. 21 - Compete ao Conselho Regional aplicar aos Corretores de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Imóveis e Pessoas Jurídicas as seguintes sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - censura;

III - multa;

IV - suspensão da inscrição, até noventa dias;

V - cancelamento da inscrição, com apreensão da Carteira Profissional.

§ 1º - Na determinação da sanção aplicável, orientar-se-á o Conselho


pelas circunstâncias de cada caso, de modo a considerar leve ou grave
a falta. (ver enquadramento no Art. 28, §§ 1º e 2º, da Resolução-Cofeci
nº 146/82 c/c o do Art. 8º da Resolução-Cofeci nº 326/92)

§ 2º - A reincidência na mesma falta determinará a agravação da pe-


nalidade.

§ 3º - A multa poderá ser acumulada com outra penalidade e, na hipó-


tese de reincidência na mesma falta, aplicar-se-á em dobro.

§ 4º - A pena de suspensão será anotada na Carteira Profissional do


Corretor de Imóveis ou responsável pela pessoa jurídica e se este não a
apresentar para que seja consignada a penalidade, o Conselho Regional
poderá convertê-la em cancelamento da inscrição.

Art. 22 - Aos servidores dos Conselhos Federal e Regionais de Corre-


tores de Imóveis aplica-se o regimento jurídico das Leis do Trabalho.

Autorização de Venda com Exclusividade


II

Art. 23 - Fica assegurado aos Corretores de Imóveis, inscritos nos ter-


mos da Lei n.º 4.116, de 27 de agosto de 1962, o exercício da profissão,
desde que o requeiram conforme o que for estabelecido na regulamen-
tação desta lei (BRASIL, 1978).

Mais uma vez, aplica-se o bom senso, sendo permitida a atuação dos profissio-
nais já habilitados pela lei anterior.
Art. 24 - Esta Lei será regulamentada no prazo de trinta dias a partir
de sua vigência.

Art. 25 - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 26 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei
n.º 4.116, de 27 de agosto de 1962 (BRASIL, 1978).

DECRETO Nº 81.871/78
O Decreto nº 81.871 de 29 de junho de 1978, entrou em vigor para regulamen-
tar a Lei 6.530 e dar novas providências à profissão de Corretor de Imóveis, bem
como disciplinar o funcionamento de seus órgãos e dar outras providências.
Tendo entrado em vigor apenas pouco mais de um mês após a Lei 6.530,
demonstra o cuidado em complementar a legislação. Constituído de 48 artigos,
muitos deles já foram abordados nas leis anteriores.
Art. 1º - O exercício da profissão de Corretor de Imóveis, em todo o
território nacional somente será permitido:

I - ao possuidor do título de Técnico em Transações Imobiliárias, ins-


crito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis da jurisdição; ou,

II - ao Corretor de Imóveis inscrito nos termos da Lei N.º 4.116, de 27


de agosto de 1962, desde que requeira a revalidação da sua inscrição.

Art. 2º - Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na


compra, venda, permuta e locação de imóveis e opinar quanto à comer-
cialização imobiliária.

Art. 3º - As atribuições constantes do artigo anterior poderão, também,


ser exercidas por pessoa jurídica, devidamente inscrita no Conselho
Regional de Corretores de Imóveis da jurisdição.

Parágrafo Único - O atendimento ao público interessado na compra,


venda, permuta ou locação de imóvel, cuja transação esteja sendo pa-
trocinada por pessoa jurídica, somente poderá ser feito por Corretor de

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


67

Imóveis inscrito no Conselho Regional da jurisdição (BRASIL, 1978).

O parágrafo único desse artigo deixa claro que o atendimento ao público deve
ser feito por profissionais habilitados também. Entende-se por atendimento ao
público:
a. atender clientes para locação, LOCADOR/LOCATÁRIO/FIADOR;
b. mostrar imóveis para locação;
c. angariar imóveis para locação ou venda, e todas as ações feitas direta-
mente ao cliente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atualmente, as empresas estão sentindo necessidade de cumprir essa exigência,


não somente por questão legal, mas por perceber a qualidade do serviço pres-
tado por profissionais devidamente preparados.
Aos poucos, o mercado vai naturalmente valorizando o conhecimento, o
domínio da profissão e abrindo espaço para o bom profissional.
Art. 4º - O número da inscrição do Corretor de Imóveis ou da pessoa
jurídica constará obrigatoriamente de toda propaganda, bem como de
qualquer impresso relativo à atividade profissional.

Art. 5º - Somente poderá anunciar publicamente o Corretor de Imó-


veis, pessoa física ou jurídica, que tiver contrato escrito de mediação ou
autorização escrita para alienação do imóvel anunciado.

Art. 6º - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos de


disciplina e fiscalização do exercício da profissão de Corretor de Imó-
veis, constituída em autarquia dotada de personalidade jurídica de
direito público, vinculada ao Ministério do Trabalho, com autonomia
administrativa, operacional e financeira.

Art. 7º - O Conselho Federal de Corretores de Imóveis tem por fina-


lidade orientar, supervisionar e disciplinar o exercício da profissão de
Corretor de Imóveis em todo o território nacional.

Art. 8º - O Conselho Federal terá sede e foro na Capital da República e


jurisdição em todo o território nacional.

Art. 9º - O Conselho Federal será composto por 2 (dois) representan-


tes, efetivos e suplentes, de cada Conselho Regional, eleitos dentre os
seus membros.

Parágrafo Único - O mandato dos membros a que se refere este artigo


será de 3 (três) anos.

Autorização de Venda com Exclusividade


II

Art. 10 - Compete ao Conselho Federal:

I - eleger sua Diretoria;

II - elaborar e alterar seu Regimento;

III - exercer função normativa, baixar Resoluções e adotar providências


indispensáveis à realização dos objetivos institucionais;

IV - instituir o modelo das Carteiras de Identidade Profissional e dos


Certificados de Inscrição;

V - autorizar a sua Diretoria a adquirir e onerar bens imóveis;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VI - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua Diretoria,
bem como elaborar a previsão orçamentária para o exercício seguinte;

VII - criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-regionais, fixando-


lhes a sede e jurisdição;

VIII - baixar normas de ética profissional;

IX - elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem de imó-


veis de observância obrigatória pelos inscritos;
X - fixar as multas, anuidades e emolumentos devidos aos Conselhos
Regionais;

XI - decidir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais;

XII - julgar os recursos das decisões dos Conselhos Regionais;

XIII - elaborar o Regimento padrão dos Conselhos Regionais;

XIV - homologar o Regimento dos Conselhos Regionais;

XV - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos


Regionais;

XVI - credenciar representante junto aos Conselhos Regionais, para ve-


rificação de irregularidades e pendências acaso existentes;

XVII - intervir, temporariamente nos Conselhos Regionais, nomeando


Diretoria provisória, até que seja regularizada a situação ou, se isso não
ocorrer, até o término do mandato:

se comprovada irregularidade na administração;

b) se tiver havido atraso injustificado no recolhimento das contribui-


ções.

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


69

XVIII - destituir Diretor do Conselho Regional, por ato de improbida-


de no exercício de suas funções;

XIX - promover diligências, inquéritos ou verificações sobre o funcio-


namento dos Conselhos Regionais e adotar medidas para sua eficiência
e regularidade;

XX - deliberar sobre os casos omissos;

XXI - representar em juízo ou fora dele, em todo Território Nacional,


os legítimos interesses da categoria profissional.

Art. 11 - O Conselho Federal se reunirá com a presença mínima de


metade mais um de seus membros.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Art. 12 - Constituem receitas do Conselho Federal:

I - a percentagem de 20% (vinte por cento) sobre as anuidades e emo-


lumentos arrecadados pelos Conselhos Regionais;

II - a renda patrimonial;

III - as contribuições voluntárias;

IV - as subvenções e dotações orçamentárias.

Art. 13 - Os Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis têm por


finalidade fiscalizar o exercício profissional na área de sua jurisdição,
sob supervisão do Conselho Federal.

Art. 14 - Os Conselhos Regionais terão sede e foro na Capital do Estado,


ou de um dos Estados ou Territórios, a critério do Conselho Federal.

Art. 15 - (DERROGADO em face do disposto no Art. 1º da Lei nº


10.795, de 05.12.03, que alterou o Art. 11 da Lei nº 6.530/78)

Art. 16 - Compete ao Conselho Regional:

I - eleger sua Diretoria;

II - aprovar seu Regimento, de acordo com o Regimento padrão elabo-


rado pelo Conselho Federal;

III - fiscalizar o exercício profissional na área de sua jurisdição;

IV - cumprir e fazer cumprir as Resoluções do Conselho Federal;

V - arrecadar anuidades, multas e emolumentos e adotar todas as me-


didas destinadas à efetivação da sua receita e a do Conselho Federal;

Autorização de Venda com Exclusividade


II

VI - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua Diretoria,


bem como a previsão orçamentária para o exercício seguinte, subme-
tendo essa matéria à consideração do Conselho Federal;

VII - propor a criação de Sub-regiões, em divisões territoriais que te-


nham um número mínimo de Corretores de Imóveis, fixado pelo Con-
selho Federal;

VIII - homologar, obedecidas às peculiaridades locais, tabelas de pre-


ços de serviços de corretagem para uso dos inscritos, elaboradas e apro-
vadas pelos Sindicatos respectivos;

IX - decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretores de Imóveis e

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de pessoas jurídicas;

X - organizar e manter o registro profissional das pessoas físicas e jurí-


dicas inscritas;

XI - expedir Carteiras de Identidade Profissional e Certificados de Ins-


crição;

XII - impor as sanções previstas neste regulamento;

XIII - baixar Resoluções, no âmbito de sua competência;

XIV - representar em juízo ou fora dele, na área de sua jurisdição, os


legítimos interesses da categoria profissional;

XV - eleger, dentre seus membros, representantes, efetivos e suplentes,


que comporão o Conselho Federal;

XVI - promover, perante o juízo competente, a cobrança das importân-


cias correspondentes a anuidade, multas e emolumentos, esgotados os
meios de cobrança amigável.

Art. 17 - O Conselho Regional se reunirá com a presença mínima de


metade mais um de seus membros.

Art. 18 - Constituem receitas de cada Conselho Regional:


I - 80% (oitenta por cento) das anuidades e emolumentos;

II - as multas;

III - a renda patrimonial;

IV - as contribuições voluntárias;

V - as subvenções e dotações orçamentárias.

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


71

Art. 19 - (DERROGADO em face do disposto no Art. 1º da Lei nº


10.795, de 05.12.03, que alterou o art. 11 da Lei nº 6.530/78)

Art. 20 - (DERROGADO em face do disposto no Art. 1º da Lei nº


10.795, de 05.12.03, que alterou o art. 11 da Lei nº 6.530/78)

Art. 21 - O exercício do mandato de membro do Conselho Federal e


dos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis, assim como a res-
pectiva eleição, mesmo na condição de suplente, ficarão subordinados
ao preenchimento dos seguintes requisitos mínimos:

I - inscrição na jurisdição do Conselho Regional respectivo há mais de


2 (dois) anos;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

II - pleno gozo dos direitos profissionais, civis e políticos;

III - inexistência de condenação a pena superior a 2 (dois) anos, em


virtude de sentença transitada em julgado.

Art. 22 - A extinção ou perda de mandato de membro do Conselho


Federal e dos Conselhos Regionais ocorrerá:

I - por renúncia;

II - por superveniência de causa de que resulte o cancelamento da ins-


crição;

III - por condenação a pena superior a 2 (dois) anos, em virtude de


sentença transitada em julgado;

IV - por destituição de cargo, função ou emprego, relacionada à prática


de ato de improbidade na administração pública ou privada, em virtu-
de de sentença transitada em julgado;

V - por ausência, sem motivo justificado, a 3 (três) sessões consecutivas


ou 6 (seis) intercaladas em cada ano.

Art. 23 - Os membros dos Conselhos Federal e Regionais poderão ser


licenciados, por deliberação do Plenário.
Parágrafo Único - Concedida a licença de que trata este artigo caberá
ao Presidente do Conselho convocar o respectivo suplente.

Art. 24 - Os Conselhos Federal e Regionais terão cada um, como órgão


deliberativo o Plenário, constituído pelos seus membros, e como órgão
administrativo a Diretoria e os que forem criados para a execução dos
serviços técnicos ou especializados indispensáveis ao cumprimento de
suas atribuições.

Autorização de Venda com Exclusividade


II

Art. 25 - As Diretorias dos Conselhos Federal e Regionais serão com-


postas de um Presidente, dois Vice-Presidentes, dois Secretários e dois
Tesoureiros, eleitos pelo Plenário, dentre seus membros, na primeira
reunião ordinária.

Art. 26 - A estrutura dos Conselhos Federal e Regionais e as atribuições


da Diretoria e dos demais órgãos, serão fixados no Regimento de cada
Conselho.

Art. 27 - Junto aos Conselhos Federal e Regionais funcionará um Con-


selho Fiscal composto de três membros, efetivos e suplentes, eleitos
dentre os seus membros.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 28 - A inscrição do Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica será
efetuada no Conselho Regional da jurisdição, de acordo com Resolu-
ção do Conselho Federal de Corretores de Imóveis.

Art. 29 - As pessoas jurídicas inscritas no Conselho Regional de Cor-


retores de Imóveis sujeitam-se aos mesmos deveres e têm os mesmos
direitos das pessoas físicas nele inscritas.

Parágrafo Único - As pessoas jurídicas a que se refere este artigo deve-


rão ter como sócio-gerente ou diretor um Corretor de Imóveis indivi-
dualmente inscrito.

Art. 30 - O exercício simultâneo, temporário ou definitivo da profissão


em área de jurisdição diversa da do Conselho Regional onde foi efetua-
da a inscrição originária do Corretor de Imóveis ou da pessoa jurídica,
fica condicionado à inscrição e averbação profissional nos Conselhos
Regionais que jurisdicionam as áreas em que exercerem as atividades
(BRASIL, 1978).

O corretor de imóveis que se inscreveu no CRECI de uma região, que queira atuar
em outra região simultaneamente ou exercer temporária ou definitivamente a
profissão em área de jurisdição diversa da originária, deverá se inscrever e aver-
bar novamente no CRECI em que pretende atuar.

Art. 31 - Ao Corretor de Imóveis inscrito será fornecida Carteira de


Identidade Profissional, numerada em cada Conselho Regional, con-
tendo, no mínimo, os seguintes elementos:

I - nome por extenso do profissional;

II - filiação;

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


73

III - nacionalidade e naturalidade;

IV - data do nascimento;

V - número e data de inscrição;

VI - natureza da habilitação;

VII - natureza da inscrição;

VIII - denominação do Conselho Regional que efetuou a inscrição;

IX - fotografia e impressão datiloscópica;

X - assinatura do profissional inscrito, do Presidente e do Secretário do


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Conselho Regional (BRASIL, 1978).

A Carteira de Identidade Profissional é de grande importância para o profissio-


nal. Por meio dela, se legitima a habilitação para o exercício da profissão, além
de garantir a identificação do portador em repartições públicas, eleições, via-
gens e todas as atividades em que se fizer obrigatória a identificação, visto que
contém além dos dados profissionais, a fotografia.

Art. 32 - À pessoa jurídica inscrita será fornecido Certificado de Inscri-


ção, numerado em cada Conselho Regional, contendo no mínimo, os
seguintes elementos:

I - denominação da pessoa jurídica;

II - número e data da inscrição;

III - natureza da inscrição;

IV - nome do sócio-gerente ou diretor, inscrito no Conselho Regional;

V - número e data da inscrição do sócio-gerente ou diretor, no Conse-


lho Regional;

VI - denominação do Conselho Regional que efetuou a inscrição;

VII - assinatura do sócio-gerente ou diretor, do Presidente e do Secre-


tário do Conselho Regional (BRASIL, 1978).

Autorização de Venda com Exclusividade


II

Trata da legitimação da pessoa jurídica no exercício da profissão. A exigência


do nome do sócio-gerente e o número de sua inscrição de pessoa física o torna-
rão responsável legal pela empresa.
Nesse sentido, é preciso que o sócio-gerente responsável tenha critério ao
contratar Corretores para fazer parte de sua equipe. Ele será responsável por
todas as ações realizadas dentro da empresa.
Art. 33 - As inscrições do Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica, o
fornecimento de Carteira de Identidade Profissional e de Certificado
de Inscrição e certidões, bem como o recebimento de petições, estão

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sujeitos ao pagamento de anuidade e emolumentos fixados pelo Con-
selho Federal.

Art. 34 - O pagamento da anuidade ao Conselho Regional constitui


condição para o exercício da profissão de Corretor de Imóveis e da pes-
soa jurídica.

Art. 35 - A anuidade será paga até o último dia útil do primeiro trimes-
tre de cada ano, salvo a primeira, que será devida no ato da inscrição do
Corretor de Imóveis ou da pessoa jurídica.

Art. 36 - O pagamento da anuidade fora do prazo sujeitará o devedor à


multa fixada pelo Conselho Federal.

Art. 37 - A multa aplicada ao Corretor de Imóveis ou pessoa jurídica,


como sanção disciplinar, será igualmente fixada pelo Conselho Federal.

Art. 38 - Constitui infração disciplinar da parte do Corretor de Imóveis:

I - transgredir normas de ética profissional;


II - prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados;

III - exercer a profissão quando impedido de fazê-lo ou facilitar, por


qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;
IV - anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja au-
torizado através de documento escrito;

V - fazer anúncio ou impresso relativo à atividade profissional sem


mencionar o número de inscrição;

VI - anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o


número do registro do loteamento ou da incorporação no Registro de
Imóveis;

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


75

VII - violar o sigilo profissional;

VIII - negar aos interessados prestações de contas ou recibo de quantia


ou documento que lhe tenham sido entregues a qualquer título;

IX - violar obrigação legal concernente ao exercício da profissão;

X - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a Lei defina


como crime ou contravenção;

XI - deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional;

XII - promover ou facilitar a terceiros transações ilícitas ou que por


qualquer forma prejudiquem interesses de terceiros;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

XIII - recusar a apresentação de Carteira de Identidade Profissional,


quando couber (BRASIL, 1978).

Na lei 4.116/1962, foram elencadas sete faltas, na Lei 6.530/1978 foram dez proi-
bições e, agora, treze infrações disciplinares.
Art. 39 - As sanções disciplinares consistem em:

I - advertência verbal;

II - censura;

III - multa;

IV - suspensão da inscrição, até 90 (noventa) dias;

V - cancelamento da inscrição, com apreensão da carteira profissional.

§ 1º - Na determinação da sanção aplicável, orientar-se-á o Conselho


pelas circunstâncias de cada caso, de modo a considerar leve ou grave
a falta. (quanto à natureza da infração, se grave ou leve, ver enquadra-
mento no Art. 28, §§ 1º e 2º, da Resolução-Cofeci nº 146/82 c/c o do
Art. 8º da Resolução-Cofeci nº 326/92)

§ 2º - A reincidência na mesma falta determinará a agravação da pe-


nalidade.

§ 3º - A multa poderá ser acumulada com outra penalidade e, na hipó-


tese de reincidência, aplicar-se-á em dobro.

§ 4º - A pena de suspensão será anotada na Carteira de Identidade Pro-


fissional do Corretor de Imóveis ou responsável pela pessoa jurídica e
se este não a apresentar para que seja consignada a penalidade, o Con-
selho Regional poderá convertê-la em cancelamento da inscrição.

Autorização de Venda com Exclusividade


II

§ 5º - As penas de advertência, censura e multa serão comunicadas pelo


Conselho Regional em ofício reservado, não se fazendo constar dos as-
sentamentos do profissional punido, senão em caso de reincidência.

Art. 40 - Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso, com


efeito suspensivo, ao Conselho Federal:

I - voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência da deci-


são;

II - “ex officio”, nas hipóteses dos itens IV e V do artigo anterior.

Art. 41 - As denúncias somente serão recebidas quando assinadas, de-


clinada a qualificação do denunciante e acompanhada da indicação dos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
elementos comprobatórios do alegado (BRASIL, 1978).

No decorrer do exercício da profissão, conhecemos muitos Corretores de Imóveis


bem como empresas que exercem atividades imobiliárias e nem todas, infeliz-
mente, trabalham atendendo às exigências legais.
A imposição desse artigo, de alguma forma, desestimula a denúncia, vin-
culando o recebimento à assinatura, qualificação e, portanto, identificação do
denunciante acompanhada da prova dos fatos alegados.
Muitas vezes, para não causar mal-estar no mercado imobiliário, os corre-
tores tomam conhecimento de infrações, mas não denunciam.
Os CRECIs de algumas regiões, conscientes do problema, disponibilizam a
denúncia anônima tanto online, por meio dos sites na internet, quanto por tele-
fone, sendo que nos dois casos se faz imprescindível a comprovação do alegado.
Essa atitude facilitou muito a ação do corretor que deseja contribuir com os
conselhos, ao mesmo tempo em que ele presta a informação, continua com sua
identidade resguardada.
“Art. 42 - A suspensão por falta de pagamento de anuidades, emolumentos ou
multas só cessará com a satisfação da dívida, podendo ser cancelada a inscrição,
de acordo com critérios a serem fixados pelo Conselho Federal” (BRASIL, 1978).
Assim como em todos os conselhos de categorias profissionais, é preciso que
seja efetuado o pagamento das anuidades, sob pena de cancelamento da inscrição.

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


77

Art. 43 - As instâncias recorridas poderão reconsiderar suas próprias


decisões.

Art. 44 - O Conselho Federal será última e definitiva instância nos as-


suntos relacionados com a profissão e seu exercício.

Art. 45 - Aos servidores dos Conselhos Federal e Regionais de Corre-


tores de Imóveis aplica-se o regime jurídico da Consolidação das Leis
do Trabalho.

Art. 46 - Em caso de intervenção em Conselho Regional, cabe ao Con-


selho Federal baixar instruções sobre cessação da intervenção ou reali-
zação de eleições, na hipótese de término de mandato.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Art. 47 - O disposto no artigo 15 somente será observado nas eleições


para constituição dos Conselhos Regionais após o término dos manda-
tos vigentes em 15 de maio de 1978.

Art. 48 - Este Decreto entrará em vigor na data da sua publicação, revo-


gadas as disposições em contrário (BRASIL, 1978).

RESOLUÇÃO Nº 458/95
A RESOLUÇÃO-COFECI N° 458/95 dispõe sobre a obrigatoriedade do desta-
que do registro profissional em documentos e anúncios publicitários, sobre o
número do registro ou da incorporação imobiliária e também sobre a necessi-
dade da autorização com exclusividade para anunciar imóvel.
Segue dispositivo legal:
O CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS- COFE-
CI, no uso das atribuições que lhe confere o Artigo 16, Inciso XVII, da
Lei n° 6.530, de 12 de maio de 1978,

CONSIDERANDO a necessidade de se oferecer aos pretendentes a


ofertas imobiliárias anunciadas a segurança de que, ao procurarem o
anunciante, este realmente disponha de autorização exclusiva para in-
termediar as transações anunciadas;

CONSIDERANDO que a divulgação pública das mesmas ofertas imo-


biliárias por diversos Corretores de Imóveis gera confusão no mercado,
causando insegurança e desconfiança aos seus pretendentes;

CONSIDERANDO a decisão adotada pelo Egrégio Plenário, na Sessão


realizada dias 17 e 18 de novembro de 1995;

Autorização de Venda com Exclusividade


II

R E S O L V E:

Art. 1° - Somente poderá anunciar publicamente o Corretor de Imó-


veis, pessoa física ou jurídica, que tiver, com exclusividade, contrato
escrito de intermediação imobiliária (BRASIL, 1995).

O objetivo máximo desse artigo é a defesa dos clientes, comprador e vendedor.


Somente poderá anunciar publicamente o imóvel o profissional que detiver auto-
rização com exclusividade.
O próprio COFECI fala em evitar confusão no mercado, causando insegu-
rança e desconfiança aos seus pretendentes.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com a tecnologia avançada, o uso da internet tem sido uma excelente forma
de comunicação e divulgação de produtos e serviços, porém, ainda nos depara-
mos com várias empresas anunciando o mesmo imóvel, e por falta de autorização,
desconhecem as informações verdadeiras, chegando a anunciar por valores dife-
rentes e com dados de metragem também em desacordo com os reais.
O cliente, detectando essa situação, com certeza ficará inseguro e descon-
fiado. A melhor forma de conquistar o cliente e espaço de respeito no mercado
imobiliário é estudando, se qualificando, agindo de acordo com princípios éti-
cos e, acima de tudo, com honestidade.
Art. 2° - Dos anúncios e impressos constará o número da inscrição
de que fala o Artigo 4° da Lei n° 6.530/78, precedido da sigla CRECI,
acrescido da letra “J” quando se tratar de pessoa jurídica.

Art. 3° - Nos anúncios de loteamentos e imóveis em condomínios colo-


car-se-á em destaque, também, o número do registro ou da incorpora-
ção no respectivo cartório imobiliário.

Art. 4° - Revogam-se expressamente as disposições contrárias, espe-


cialmente a Resolução-COFECI n° 216/86, entrando em vigor esta Re-
solução nesta data (BRASIL, 1995).

O PAPEL LEGAL DO GESTOR


79

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O autor Mario Sérgio Cortella explica muito bem essa questão ética e moral,
quando cita o apóstolo Paulo na I Carta aos Coríntios 6.12, onde diz: “Tudo me
é lícito, mas nem tudo me convém”.
A questão ética para o mercado imobiliário surge como uma questão mer-
cadológica no mesmo nível que a economia, a política, lei da oferta e procura,
planos de financiamentos e crises, ou seja, um grande desafio. Ainda é muito forte
em nossa profissão o chamado jeitinho brasileiro, a esperteza, a lei da vantagem.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Chegou-se a um ponto em que as pessoas acham normal ludibriarem umas


as outras, atingindo também os clientes, tanto é que muitos esperam as opções
de venda vencerem para realizarem a negociação diretamente com o interessado
simplesmente para se livrarem de pagar a comissão do corretor. Houve um caso
que me chamou muito a atenção, porque a pessoa, ao realizar uma negociação
por mais de uma vez, se autointitulou corretora de imóveis e pleiteou comissão,
sob pena de não realizar a compra.
Entenda como tudo aconteceu: uma corretora colaboradora em nossa empresa
atendeu uma senhora cuja filha se encontrava trabalhando no exterior e com
o fruto do trabalho estava fazendo investimentos em imóveis no Brasil, mais
especificamente em Maringá. Enviou dinheiro para a mãe e esta comprou um
imóvel por meio de um corretor e, claro, pagou a comissão. Quando foi adqui-
rir o segundo imóvel, concluiu que esse era um valor substancial e de ganho
muito fácil para o corretor, logo, injusto. Veio então a brilhante ideia de cobrar
metade da comissão, afinal, uma pessoa que simplesmente mostra um imóvel
não merece a remuneração.
Bem, quando a corretora foi mostrar um imóvel para a senhora, estacionou
o carro e, antes mesmo de descer, a mãe da compradora disse: Olha, o dinheiro é
da minha filha e quem compra para ela aqui no Brasil sou eu. Se você não me der
metade da comissão, eu nem vou descer para ver o imóvel. É claro que nenhuma
das duas desceu do carro e não houve venda.
A moralização da profissão começa com a nossa atitude!

Considerações Finais
1. José deixa um imóvel para o corretor de imóveis Leonardo vender por R$200
mil. Muito bom profissional, Leonardo vende o imóvel por R$250 mil, mas fala
para José que vendeu por R$200 mil. José paga a comissão para Leonardo de
R$12 mil e fica com R$188 mil. Que infração ética Leonardo cometeu?
2. Os funcionários que atendem clientes no setor de locação devem ser creden-
ciados junto ao CRECI?
3. Qual é a sua opinião sobre o artigo abaixo?
“Art. 1° - Somente poderá anunciar publicamente o Corretor de Imóveis, pessoa
física ou jurídica, que tiver, com exclusividade, contrato escrito de intermedia-
ção imobiliária” (BRASIL, 1995).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Pensar Bem nos Faz Bem! Filosofia, Religião,


Ciência, Educação - Vol. 1
Mario Sergio Cortella
Editora: VOZES
Sinopse: Religião, educação, família, carreira e ética são
temas bastante discutidos e relevantes na sociedade
atual, e pode não parecer, mas eles têm ligação entre
si. Tendo como inspiração esses temas, o autor Mario
Sergio Cortella elaborou seu mais novo trabalho, “Pensar
bem nos faz bem! - Pequenas reflexões sobre grandes temas”. Os livros são baseados nas falas diárias
do autor na rádio CBN e trazem o olhar da Filosofia sobre temas do quotidiano.

O QUE É ÉTICA – Entrevista de Jô Soares com Mário Cortella


<http://youtu.be/XNpfJwuh0Es>

Material Complementar
Professora Esp. Claudete Cristina Iwata

CONHECIMENTO DA LEI DE

III
UNIDADE
LOCAÇÃO

Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a importância da habilitação do profissional no
Conselho Regional.
■■ Destacar os pontos mais importantes da Lei de locação.
■■ Comentar temas da Lei de Locação pertinentes a outras operações
imobiliárias.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Exercício legal da profissão
■■ Lei de Locação
85

INTRODUÇÃO

O exercício de qualquer profissão requer no mínimo domínio da forma de fazer,


mesmo que o conhecimento tenha sido adquirido de forma empírica. Algumas
profissões, entretanto, exigem um pouco mais de preparo técnico e têm implica-
ções jurídicas quanto aos direitos e deveres de quem as executa. Neste caso, há
a necessidade da comprovação do certificado de conclusão em curso de conhe-
cimento por meio de escolas preparatórias, bem como a inscrição no órgão
específico competente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Antes de dar início às atividades profissionais, o Corretor de Imóveis deve


conhecer quais são as regras a serem seguidas. Saber quais são os seus DIREITOS
e seus DEVERES.
Sabemos que o corretor de imóveis é muito ágil e quer velocidade nos negó-
cios, então, muitas vezes, torna-se profissional mediante um curso técnico a
distância e estuda somente para ser aprovado e obter o certificado.
Munido da Carteira de Identidade Profissional, passa a atuar no mercado
imobiliário e conclui seu aprendizado básico na prática. Começa a exercer as
funções profissionais contando, acima de tudo, com a sorte. Pode ser que quando
foi legalizada a profissão, era possível que esse profissional sobrevivesse, hoje,
porém, além da evolução do próprio mercado imobiliário, o mundo mudou e os
clientes estão mais exigentes, conhecedores dos seus direitos e, acima de tudo,
conscientes do seu valor.
O cliente do mercado imobiliário sabe que existem muitos profissionais no
mercado, que na lei da oferta e procura, ele é artigo raro e desejado, e para con-
quistá-lo, o profissional precisará oferecer muito mais que o direito de exercer
legalmente a profissão, deverá estar qualificado e saber fazer a diferença.

Introdução
III

EXERCÍCIO LEGAL DA PROFISSÃO

Decreto nº 81.871/78 – Lei que regulamenta a profissão de corretor de Imóveis


Art. 1º - O exercício da profissão de Corretor de Imóveis, em todo o
território nacional somente será permitido:

I - ao possuidor do título de Técnico em Transações Imobiliárias, ins-


crito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis da jurisdição; ou,

II - ao Corretor de Imóveis inscrito nos termos da Lei N.º 4.116, de 27


de agosto de 1962, desde que requeira a revalidação da sua inscrição

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(BRASIL, 1978).

Decreto-Lei nº 3.688/41 – Lei de Contravenções Penais


Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a
exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o
seu exercício:

Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de qui-


nhentos mil réis a cinco contos de réis (BRASIL, 1941).

Exercer a profissão legalmente significa estar devidamente habilitado junto ao


CRECI – Conselho Regional de Corretores de Imóveis, mas não somente isso, a
profissão de corretor de imóveis vai muito além de fazer anúncios, colocar pla-
cas, acompanhar o cliente no tabelionato e receber as comissões.
O exercício legal da profissão de corretor de imóveis requer muito preparo,
muito tempo dedicado aos estudos, qualificação e, acima de tudo, muita ética.
Muitas pessoas se aventuram no nosso mercado, achando que sairão ile-
sas e que não existem consequências para quem atua como corretor sem estar
habilitado para tal.
Iniciamos nosso assunto apresentando embasamento legal. Primeiro, a Lei
Federal específica da profissão seguida pela Lei de Contravenções Penais. Sendo
assim provado que a pessoa infringiu a lei, esta, estará sujeita às penas da lei,
entretanto, precisamos entender que a legislação COFECI fiscaliza as pessoas
que estão inscritas em seu conselho, logo, não pode aplicar pena por exercício
ilegal da profissão a pessoas que não são credenciadas, por extrapolar sua esfera
de atuação.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


87

A nossa lei maior, a Constituição Federal, reza o que segue:


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:

  XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,


atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. (BRASIL,
1988).

Se colocarmos em ordem hierárquica, primeiro vem a Constituição Federal,


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

depois o Código Penal e, em seguida, nossa legislação específica, então, o pro-


cedimento correto é fazer a queixa por meio de um Boletim de Ocorrência na
Delegacia de Polícia por Contravenção Penal, em desobediência à exigência da
lei específica, COFECI.
Existem muitas jurisprudências sobre processos sofridos por pessoas que
incorreram nesse crime.

A Câmara analisa projeto (PL 3608/12) que aumenta a pena para detenção
de dois a três anos, além de multa, para quem exercer ilegalmente qualquer
profissão ou atividade econômica. A pena atual é de prisão simples, de 15
dias a três meses, ou multa. Para o autor da proposta, o projeto se justifica
pelo dano causado à sociedade pelos leigos que praticam ações como se
fossem profissionais habilitados.
Disponível em: <http://www.oab.org.br/noticia/24410/camara-estuda-pe-
na-maior-para-quem-exercer-profissao-ilegalmente>. Acesso em: 20 Nov
2015. 2014.

Exercício Legal da Profissão


III

LEI DE LOCAÇÃO

A lei 8.245, de 18 de outubro de 1991, é a LEI DE LOCAÇÃO. Muito importante


para o desenvolvimento de todas as operações imobiliárias, deve servir como o
“manual” do corretor de imóveis. Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos
e os procedimentos a elas pertinentes, aborda também assuntos muito impor-
tantes para a venda. Também conhecida como LEI DO INQUILINATO, deve
ser matéria de estudo do Corretor de Imóveis.
Ao estudarmos a lei de locação, estaremos de alguma forma encerrando o

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
estudo das principais normas legais que norteiam o PAPEL LEGAL DO GESTOR.
Aproveite as observações feitas em alguns artigos e faça as anotações que achar
pertinente para facilitar a consulta quando for necessário, assim seus estudos
ficarão mais práticos e agradáveis.

LEI Nº 8.245/1991
Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta lei:

Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis


especiais:

a) as locações:

1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios,


de suas autarquias e fundações públicas;

2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento


de veículos;

3. de espaços destinados à publicidade;

4. em apart-hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim conside-


rados aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como
tais sejam autorizados a funcionar;

b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.

Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende-


se que são solidários se o contrário não se estipulou.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


89

Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares


presumem-se locatários ou sublocatários.

Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo,


dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos.

Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obri-


gado a observar o prazo excedente (BRASIL, 1991).

Diferente do que se acredita, os contratos podem ser ajustados por qualquer


prazo. Exemplo: 7 meses, 10 meses, 12 meses, 24 meses etc. Nestes casos, o con-
trato pode ser assinado por apenas um dos cônjuges. Apenas nos contratos iguais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ou superiores a dez anos é que se faz necessária a vênia conjugal, quer dizer, a
concordância do cônjuge.
Art. 4o Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não
poderá o locador reaver o imóvel alugado. O locatário, todavia, poderá
devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcionalmente ao período
de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente
estipulada. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) (BRASIL, 1991).

Esse dispositivo assegura ao LOCATÁRIO o direito de ter garantida a sua posse


pacífica durante o prazo contratual.
Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução
do imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador, privado ou
público, para prestar serviços em localidades diversas daquela do início
do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mí-
nimo, trinta dias de antecedência (BRASIL, 1991).

No decorrer dos estudos dos artigos da lei de locação, ficará clara a recorrência
da necessidade do prazo de 30 dias para a maior parte das desocupações.
Neste caso, a isenção da multa ficará vinculada à notificação por escrito com
antecedência mínima de 30 dias.
Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do
locador para reaver o imóvel é a de despejo.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica se a locação ter-


mina em decorrência de desapropriação, com a imissão do exproprian-
te na posse do imóvel (BRASIL, 1991).

Os Contratos de Locação devem ser muitos bem elaborados, preenchidos de

Lei de Locação
III

forma correta e completa. Nem sempre o LOCADOR é o PROPRIETÁRIO, e


para ingressar com ação, é necessária a comprovação da propriedade, a juntada
do Contrato de Locação e todos os documentos acessórios.
Art. 6º O locatário poderá denunciar a locação por prazo indetermi-
nado mediante aviso por escrito ao locador, com antecedência mínima
de trinta dias.

Parágrafo único. Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia


correspondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes quando da
resilição (BRASIL, 1991).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O contrato é firmado por um prazo, exemplo: doze meses. Terminado esse prazo,
se as partes não se manifestarem, o contrato se prorroga por tempo indetermi-
nado. Todas as cláusulas e condições são automaticamente prorrogadas, com
exceção do valor do aluguel que sofre reajuste anual.
Querendo, o LOCATÁRIO pode desocupar o imóvel a qualquer momento,
porém deverá avisar por escrito o LOCADOR com antecedência mínima de
trinta dias. Caso ele não avise, o LOCADOR poderá exigir o equivalente a um
mês de aluguel.
Art. 7º Nos casos de extinção de usufruto ou de fideicomisso, a locação
celebrada pelo usufrutuário ou fiduciário poderá ser denunciada, com
o prazo de trinta dias para a desocupação, salvo se tiver havido aquies-
cência escrita do nu proprietário ou do fideicomissário, ou se a proprie-
dade estiver consolidada em mãos do usufrutuário ou do fiduciário.

Parágrafo único. A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa


dias contados da extinção do fideicomisso ou da averbação da extinção
do usufruto, presumindo-se, após esse prazo, a concordância na manu-
tenção da locação.

Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá


denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação,
salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver
cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à
matrícula do imóvel.

§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário


cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e
título registrado junto à matrícula do mesmo.

§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias con-

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


91

tados do registro da venda ou do compromisso, presumindo-se, após


esse prazo, a concordância na manutenção da locação (BRASIL, 1991).

A compreensão desse artigo auxiliará muito o Corretor de Imóveis tanto na


COMPRA quanto na LOCAÇÃO.
Com o intuito de facilitar a compreensão, vamos observar o exemplo: o
LOCADOR firma com LOCATÁRIO o Contrato de Locação Residencial pelo
prazo de trinta meses. No décimo mês de locação, o LOCADOR decide vender o
imóvel. Oferece ao LOCATÁRIO o Direito de Preferência (estudaremos adiante
no Art. 27), este, não tendo interesse, declina de seu direito. O LOCADOR coloca
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

o imóvel à venda e obtém sucesso no décimo terceiro mês de locação.


O ADQUIRENTE, ou seja, o COMPRADOR do imóvel, querendo, pode
pedir que o LOCATÁRIO desocupe o imóvel, dando a ele o prazo máximo de
noventa dias, mesmo faltando ainda dezessete meses para terminar o contrato.
Ao contrário do que muitos leigos e corretores pensam, o pedido de desocu-
pação é legal. O contrato de locação propriamente dito não garante a permanência
do LOCATÁRIO até o final do contrato.
Existe apenas uma hipótese em que a lei garante a permanência do
LOCATÁRIO até o cumprimento total do contrato, que vem na segunda parte
do caput do artigo:
“[...] salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver
cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula
do imóvel” (BRASIL, 1991).
A lei exige o cumprimento dos três itens citados acima de forma cumulativa:
-- CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO;
-- CONTRATO CONTENDO CLÁUSULA DE VIGÊNCIA EM CASO DE
ALIENAÇÃO;
-- CONTRATO DE LOCAÇÃO DEVIDAMENTE AVERBADO JUNTO À
MATRÍCULA DO IMÓVEL.

Lei de Locação
III

MODELO DE CLAÚSULA CONTRATUAL DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS

CLÁUSULA DÉCIMA: Em caso de alienação do imóvel objeto do presente


contrato, o prazo contratual vigerá até o seu término.

Art. 9º A locação também poderá ser desfeita:

I - por mútuo acordo;

II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encar-
gos;

IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder


Público, que não possam ser normalmente executadas com a perma-
nência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-las
(BRASIL, 1991).

O artigo enumera algumas hipóteses em que há a dissolução do Contrato de


Locação:
a. Durante a vigência do contrato, o LOCADOR não pode solicitar ao LOCA-
TÁRIO a desocupação do imóvel, porém, nada impede que as partes
entrem em acordo e rescindam.
b. A prática de infrações legais ou contratuais também dá ensejo ao término
do contrato, e não somente a falta de pagamento.
c. Não somente a falta de pagamento do aluguel, mas também dos encargos
são motivo para o desfazimento do Contrato de Locação.
d. A realização dos reparos urgentes de que trata o inciso é de responsabili-
dade do LOCADOR, sendo assim, caso não seja possível a permanência
do LOCATÁRIO durante a execução, ou sendo possível, ele se recuse a
permiti-las, não há outra saída senão o encerramento do contrato, visto
que quem sofrerá as penalidades da lei por desrespeito às exigências do
Poder Público é o LOCADOR.

“Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite-se aos herdeiros” (BRASIL,


1991).

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


93

Com a morte do LOCADOR, os herdeiros se sub-rogam no lugar dele assu-


mindo todos os direitos e deveres, prosseguindo a locação normalmente.
Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub-rogados nos seus direitos e
obrigações:

I - nas locações com finalidade residencial, o cônjuge sobrevivente ou


o companheiro e, sucessivamente, os herdeiros necessários e as pessoas
que viviam na dependência econômica do de cujus, desde que residen-
tes no imóvel;

II - nas locações com finalidade não residencial, o espólio e, se for o


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

caso, seu sucessor no negócio (BRASIL, 1991).

No caso de morte do LOCATÁRIO, seria muito injusta a resilição contratual,


portanto, a lei ampara o cônjuge sobrevivente ou companheiro, ou na falta des-
ses, os herdeiros necessários, favorecendo até pessoas que não parentes, mas
dependentes financeiramente do LOCATÁRIO, desde que residentes no imóvel.
É interessante esse artigo, porque se não fosse assim, seria necessária a con-
fecção de novo contrato com novas cláusulas, nova garantia e possibilitando
novo valor de aluguel.
Art. 12. Em casos de separação de fato, separação judicial, divórcio ou
dissolução da união estável, a locação residencial prosseguirá automa-
ticamente com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel.
(Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

§ 1o Nas hipóteses previstas neste artigo e no art. 11, a sub-rogação será


comunicada por escrito ao locador e ao fiador, se esta for a modalidade
de garantia locatícia. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)

§ 2o O fiador poderá exonerar-se das suas responsabilidades no prazo


de 30 (trinta) dias contado do recebimento da comunicação oferecida
pelo sub-rogado, ficando responsável pelos efeitos da fiança durante
120 (cento e vinte) dias após a notificação ao locador. (Incluído pela Lei
nº 12.112, de 2009) (BRASIL, 1991).

No caso de separação, a locação prosseguirá normalmente com o cônjuge ou


companheiro que permanecer no imóvel, mesmo que o contrato não tenha sido
celebrado em seu nome.
A lei prevê, entretanto, que tanto no caso de separação quanto no de morte
abordado no artigo anterior, não basta o fato em si para que esses direitos sejam

Lei de Locação
III

usufruídos, é imprescindível a COMUNICAÇÃO POR ESCRITO que deverá


ser feita ao LOCADOR e ao FIADOR, se for o caso.
O parágrafo segundo é uma inovação da lei que altera a lei de locação, pos-
sibilitando ao fiador a EXONERAÇÃO de sua obrigação contratual, desde que,
para isso, ele manifeste seu interesse no prazo de trinta dias contados do recebi-
mento da comunicação e tenha ciência de que sua responsabilidade de fiador ainda
persistirá durante os próximos cento e vinte dias após a notificação do locador.
Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel,
total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
locador.

§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador


em manifestar formalmente a sua oposição.

§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de


uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias
para manifestar formalmente a sua oposição (BRASIL, 1991).

O LOCATÁRIO é o único responsável pela locação, caso queira ceder, sublo-


car ou emprestar o imóvel, somente poderá fazê-lo com o consentimento por
escrito do LOCADOR, caso contrário, estará incorrendo em infração contratual.
Art. 14. Aplicam-se às sublocações, no que couber, as disposições rela-
tivas às locações.

Art. 15. Rescindida ou finda a locação, qualquer que seja sua causa,
resolvem-se as sublocações, assegurado o direito de indenização do su-
blocatário contra o sublocador.

Art. 16. O sublocatário responde subsidiariamente ao locador pela im-


portância que dever ao sublocador, quando este for demandado e, ain-
da, pelos aluguéis que se vencerem durante a lide.

Art. 17. É livre a convenção do aluguel, vedada a sua estipulação em


moeda estrangeira e a sua vinculação à variação cambial ou ao salário
mínimo.

Parágrafo único. Nas locações residenciais serão observados os cri-


térios de reajustes previstos na legislação específica (BRASIL, 1991)
(BRASIL, 1991).

A convenção do valor do aluguel assim como do prazo contratual são livres, o


LOCADOR pode alugar seu imóvel pelo prazo e preço que desejar. A lei exige

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


95

apenas a fixação do pagamento em moeda corrente nacional.


“Art. 18. É lícito às partes fixar, de comum acordo, novo valor para o aluguel,
bem como inserir ou modificar cláusula de reajuste” (BRASIL, 1991).
Independente da existência da cláusula de reajuste, as partes são livres para
convencionarem novo valor para o aluguel.
O bom senso deve reinar sempre. Existem casos em que o LOCATÁRIO tem
conhecimento da necessidade de reajuste acima do aplicado legalmente e con-
corda com o valor superior, da mesma forma o LOCADOR, percebendo ser de
grande monta o reajuste a ser aplicado, pode permitir o reajuste inferior.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Todas as ações devem ser feitas visando ao bem comum, nesse momento, é
fundamental a perspicácia e destreza em conduzir o processo de reajuste por parte
do Corretor de Imóveis. Grande parte do sucesso de um Contrato de Locação
depende da qualificação e bom profissionalismo que intermedia a relação.
“Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de
vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revi-
são judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de mercado” (BRASIL, 1991).
O uso do bom senso e a realização de um acordo são sempre a melhor saída,
porém, quando os interesses das partes continuam conflitantes, após o decurso
de três anos contratuais, a parte que se sentir prejudicada poderá pedir revisão
judicial do aluguel.
O reajuste do aluguel terá como norteador o preço de mercado. Conforme
explicitado no artigo anterior, os valores dos aluguéis podem ficar muito altos
ou muito baixos em relação aos imóveis similares.
Ninguém melhor que o Corretor de Imóveis para saber analisar o mercado
imobiliário, por essa razão, no caso de uma Ação Judicial de Revisão de Aluguel,
é imprescindível que os advogados recorram a ele. A operação imobiliária a ser
desenvolvida será o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica – PTAM.
Deverão ser apresentados ao Juiz, em média, três PTAMs junto com os argu-
mentos jurídicos e demais provas, e assim, adequar o valor do aluguel.
No caso de continuar a locação, tal revisão somente poderá ser feita após
três anos novamente.
“Art. 20. Salvo as hipóteses do art. 42 e da locação para temporada, o loca-
dor não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel” (BRASIL, 1991).

Lei de Locação
III

No mercado imobiliário, utilizamos a seguinte explicação: quando o imóvel é


alugado por meio de Corretor de Imóveis ou empresa imobiliária, o LOCATÁRIO
primeiro mora e depois paga, ou seja, não existe pagamento adiantado.
A hipótese do art. 42 mencionada no artigo acima diz respeito à falta de
garantia, ou seja, se o Contrato de Locação não estiver garantido por nenhuma
das modalidades previstas em lei e também na locação para temporada, que se
dá nos litorais ou locais turísticos em que a estada é breve, em que a lei permite
a exigência do pagamento antecipado do aluguel.
Art. 21. O aluguel da sublocação não poderá exceder o da locação; nas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
habitações coletivas multifamiliares, a soma dos aluguéis não poderá
ser superior ao dobro do valor da locação.

Parágrafo único. O descumprimento deste artigo autoriza o sublocatá-


rio a reduzir o aluguel até os limites nele estabelecidos (BRASIL, 1991).

Vale lembrar que a sublocação depende de autorização por escrito do LOCADOR.


Considerando que a sublocação seja permitida, o aluguel da sublocação não
poderá exceder o da locação.
Esse dispositivo impede que pessoas oportunistas, façam dessa prática uma
rentável fonte de renda. Imóveis de grande procura seriam alugados e, em seguida,
sublocados por valor superior, ficando a diferença para o LOCATÁRIO.
A lei permite a vantagem apenas no caso de habitações coletivas multifami-
liares, mesmo assim, não podendo a soma de todos os aluguéis ultrapassar ao
dobro do valor da locação.
Art. 22. O locador é obrigado a:

I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a


que se destina;

II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel lo-


cado;

III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel;

IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação;

V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do es-


tado do imóvel, quando de sua entrega, com expressa referência aos
eventuais defeitos existentes;

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


97

VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por


este pagas, vedada a quitação genérica;

VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de inter-


mediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da
idoneidade do pretendente ou de seu fiador;

VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro comple-


mentar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel,
salvo disposição expressa em contrário no contrato;

 IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos


às parcelas que estejam sendo exigidas;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio.

Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se en-


tendem aquelas que não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção
do edifício, especialmente:

a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral


do imóvel;

b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem


como das esquadrias externas;

c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício;

d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empre-


gados, ocorridas em data anterior ao início da locação;

e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia,


de intercomunicação, de esporte e de lazer;

f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum;

g) constituição de fundo de reserva (BRASIL, 1991).

O artigo trata dos DEVERES do LOCADOR, dentre eles:


-- Entregar o imóvel em condições a ser utilizado ao fim a que se destina,
locação residencial, comercial ou não residencial;
-- Garantir durante a locação o uso pacífico do imóvel, pois quando dá o
imóvel em locação, o LOCADOR mantém a propriedade do imóvel, mas
a posse passa a ser do LOCATÁRIO;

Lei de Locação
III

-- O inciso V trata da vistoria, que deve ser realizada pelo LOCADOR e for-
necida no final da locação, para que se façam os consertos necessários;
-- O fornecimento do recibo detalhado e NÃO genérico dos valores pagos
é obrigação do LOCADOR, assim o LOCATÁRIO pode conferir valores
e saber o que está sendo cobrado;
-- As taxas devidas ao Corretor de Imóveis ou Empresa Imobiliária em rela-
ção à administração, intermediação e análise de cadastro são de obrigação
do LOCADOR, afinal de contas, foi ele que contratou a intermediação;
-- Os IMPOSTOS, TAXAS e SEGUROS COMPLEMENTARES CONTRA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FOGO devem ser pagos pelo LOCADOR, entretanto, a lei permite que
sejam cobrados do LOCATÁRIO, sendo necessário para tal, que o con-
trato apresente cláusula expressa em contrário. Normalmente acontece do
LOCADOR incluir essa cláusula e cobrar IPTU e seguro contra incêndio;
-- As despesas extraordinárias de condomínio também são obrigação do
LOCADOR. Elas dizem respeito a melhorias que valorizam o imóvel
num todo e não à locação propriamente dita. A atenção maior desse
artigo deve ser dada ao FUNDO DE RESERVA. Ele deve ser descontado
do LOCATÁRIO ante à apresentação da quitação do pagamento, porém
o Corretor de Imóveis deve estar atento a não deixar acumular valores.
Art. 23. O locatário é obrigado a:

I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou con-


tratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto
dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro
local não tiver sido indicado no contrato;

II - servir-se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, com-


patível com a natureza deste e com o fim a que se destina, devendo
tratá-lo com o mesmo cuidado como se fosse seu;

III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu,


salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal;

IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de


qualquer dano ou defeito cuja reparação a este incumba, bem como as
eventuais turbações de terceiros;

V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou


nas suas instalações, provocadas por si, seus dependentes, familiares,

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


99

visitantes ou prepostos;

VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consen-


timento prévio e por escrito do locador;

VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança


de tributos e encargos condominiais, bem como qualquer intimação,
multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, lo-
catário;

VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás,


água e esgoto;

IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário,


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

mediante combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja
o mesmo visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no
art. 27;

X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regula-


mentos internos;

XI - pagar o prêmio do seguro de fiança;

XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio.

1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à


administração respectiva, especialmente:

a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e so-


ciais dos empregados do condomínio;

b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum;

c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de


uso comum;

d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráuli-


cos, elétricos, mecânicos e de segurança, de uso comum;

e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso


comum destinados à prática de esportes e lazer;

f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e an-


tenas coletivas;

g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráu-


licas de uso comum;

h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao

Lei de Locação
III

início da locação;

i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no


custeio ou complementação das despesas referidas nas alíneas anterio-
res, salvo se referentes a período anterior ao início da locação.

2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas referidas no


parágrafo anterior, desde que comprovadas a previsão orçamentária e
o rateio mensal, podendo exigir a qualquer tempo a comprovação das
mesmas.

3º No edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de


propriedade da mesma pessoa, os locatários ficam obrigados ao paga-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mento das despesas referidas no § 1º deste artigo, desde que compro-
vadas (BRASIL, 1991).

O principal DEVER do LOCATÁRIO é, sem dúvida, o pagamento pontual do


aluguel, é muito importante também que ele tenha consciência de que deve tratar
o imóvel como se fosse seu, visto que no término do contrato deverá restituí-lo
da mesma forma que recebeu.
Art. 24. Nos imóveis utilizados como habitação coletiva multifamiliar,
os locatários ou sublocatários poderão depositar judicialmente o alu-
guel e encargos se a construção for considerada em condições precárias
pelo Poder Público.

1º O levantamento dos depósitos somente será deferido com a comuni-


cação, pela autoridade pública, da regularização do imóvel.

2º Os locatários ou sublocatários que deixarem o imóvel estarão deso-


brigados do aluguel durante a execução das obras necessárias à regu-
larização.

3º Os depósitos efetuados em juízo pelos locatários e sublocatários


poderão ser levantados, mediante ordem judicial, para realização das
obras ou serviços necessários à regularização do imóvel.

Art. 25. Atribuída ao locatário a responsabilidade pelo pagamento dos


tributos, encargos e despesas ordinárias de condomínio, o locador po-
derá cobrar tais verbas juntamente com o aluguel do mês a que se re-
firam.

Parágrafo único. Se o locador antecipar os pagamentos, a ele pertence-


rão as vantagens daí advindas, salvo se o locatário reembolsá-lo inte-
gralmente.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


101

Art. 26. Necessitando o imóvel de reparos urgentes, cuja realização in-


cumba ao locador, o locatário é obrigado a consenti-los.

Parágrafo único. Se os reparos durarem mais de dez dias, o locatário


terá direito ao abatimento do aluguel, proporcional ao período exce-
dente; se mais de trinta dias, poderá resilir o contrato.

Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de


cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência
para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com tercei-
ros, devendo o locador dar-lhe conhecimento do negócio mediante
notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Parágrafo único. A comunicação deverá conter todas as condições do


negócio e, em especial, o preço, a forma de pagamento, a existência de
ônus reais, bem como o local e horário em que pode ser examinada a
documentação pertinente (BRASIL, 1991).

É muito importante saber que o presente artigo trata do DIREITO DE


PREFERÊNCIA, ou seja, no caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa
de cessão de direitos ou dação em pagamento, o LOCATÁRIO tem preferência
em adquirir o imóvel locado em igualdade de condições com terceiros.
O proprietário, tendo interesse em vender o imóvel locado, deverá fazer a
comunicação por escrito, discriminando as condições do negócio, o preço, forma
de pagamento, a existência de ônus reais e local para o exame da documentação.
“Art. 28. O direito de preferência do locatário caducará se não manifestada,
de maneira inequívoca, sua aceitação integral à proposta, no prazo de trinta
dias” (BRASIL, 1991).
Tendo recebido a comunicação de que trata o artigo anterior, o LOCATÁRIO
terá o prazo máximo de trinta dias para se manifestar. A falta de comunicação
será entendida como renúncia.
“Art. 29. Ocorrendo aceitação da proposta, pelo locatário, a posterior desis-
tência do negócio pelo locador acarreta, a este, responsabilidade pelos prejuízos
ocasionados, inclusive lucros cessantes” (BRASIL, 1991).
Por prejuízos, se entende todas as ações feitas pelo locatário tendo em vista
a aquisição do imóvel como, por exemplo, deslocamentos de carro, ou outro
meio de transporte, ligações telefônicas, taxas de empréstimos, se for o caso, etc.
Lucros cessantes são os valores que o LOCATÁRIO deixará de ganhar com
a desistência da venda.

Lei de Locação
III

Art. 30. Estando o imóvel sublocado em sua totalidade, caberá a pre-


ferência ao sublocatário e, em seguida, ao locatário. Se forem vários os
sublocatários, a preferência caberá a todos, em comum, ou a qualquer
deles, se um só for o interessado.

Parágrafo único. Havendo pluralidade de pretendentes, caberá a pre-


ferência ao locatário mais antigo, e, se da mesma data, ao mais idoso.

Art. 31. Em se tratando de alienação de mais de uma unidade imobili-


ária, o direito de preferência incidirá sobre a totalidade dos bens objeto
da alienação.

Art. 32. O direito de preferência não alcança os casos de perda da pro-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
priedade ou venda por decisão judicial, permuta, doação, integraliza-
ção de capital, cisão, fusão e incorporação.

Parágrafo único. Nos contratos firmados a partir de 1o de outubro de


2001, o direito de preferência de que trata este artigo não alcançará
também os casos de constituição da propriedade fiduciária e de perda
da propriedade ou venda por quaisquer formas de realização de ga-
rantia, inclusive mediante leilão extrajudicial, devendo essa condição
constar expressamente em cláusula contratual específica, destacan-
do-se das demais por sua apresentação gráfica. (Incluído pela Lei nº
10.931, de 2004)

Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá re-


clamar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais
despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, se o re-
querer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no cartório de
imóveis, desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos
trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel.

Parágrafo único. A averbação far-se-á à vista de qualquer das vias do


contrato de locação desde que subscrito também por duas testemunhas
(BRASIL, 1991).

O Corretor deve prestar muita atenção ao conteúdo desse artigo. O LOCATÁRIO


a quem não foi dado o Direito de Preferência, caso tenha interesse e, principal-
mente, condições financeiras, poderá haver para si o imóvel, porém, para isso,
deverá depositar o preço e demais despesas do ato de transferência no prazo de
seis meses a contar do registro do ato no cartório de imóveis, entretanto, esse
direito somente poderá ser exercido se o contrato de locação estiver averbado
pelo menos trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel.
Já comentamos que não é costume a averbação do Contrato de Locação no

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


103

Cartório de registro de Imóveis para garantir o cumprimento do prazo contra-


tual tampouco em outros casos, porém, em se tratando do presente artigo, a
averbação se torna completamente possível pelo prazo relativamente pequeno
de trinta dias.
Art. 34. Havendo condomínio no imóvel, a preferência do condômino
terá prioridade sobre a do locatário.

Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeito-


rias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas
pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indeni-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

záveis e permitem o exercício do direito de retenção (BRASIL, 1991).

São BENFEITORIAS todas as obras executadas no imóvel pelo LOCATÁRIO


para preservação, melhoria ou bem-estar. Existem três espécies de benfeitorias:
Necessárias, Úteis ou Voluptuárias.
As Necessárias são aquelas feitas para preservar o imóvel, a execução é
imprescindível para a conservação. São reparos, como: troca de telhas, reforma
e desentupimento de calhas, infiltração, vazamentos, danos na parte elétrica etc.
Em função da emergência, a lei permite que sejam realizadas ainda que não
autorizadas pelo locador.
São benfeitorias Úteis as obras que oferecem melhorias e maior conforto
ao imóvel, como, por exemplo, instalação de portão eletrônico e cerca elétrica,
cobertura na garagem, instalação de grades protetoras nas janelas etc.
No caso das benfeitorias úteis, se forem autorizadas pelo LOCADOR,
serão indenizáveis e permitirão o exercício do direito de retenção, ou seja, o
LOCATÁRIO pode não devolver o imóvel até que sejam ressarcidos os valo-
res pagos.
Finalmente, as benfeitorias Voluptuárias, diferente das outras, elas não ser-
vem para preservar o imóvel nem oferecer melhorias funcionais, mas para torná-lo
mais bonito ou mais agradável. Consistem em obras de decoração, como troca
dos pisos atuais por um mais moderno, paisagismo, jardinagem etc. Com cer-
teza, essas benfeitorias não são indenizáveis.
“Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser
levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a
estrutura e a substância do imóvel” (BRASIL, 1991).

Lei de Locação
III

Caso a retirada das benfeitorias afete a estrutura do imóvel, o LOCATÁRIO


deverá deixá-las no imóvel sem custo para o LOCADOR. Sendo possível a reti-
rada, o imóvel deverá ser entregue nas mesmas condições em que foi locado.
Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as
seguintes modalidades de garantia:

I - caução;

II - fiança;

III - seguro de fiança locatícia;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)

Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das mo-
dalidades de garantia num mesmo contrato de locação (BRASIL, 1991).

O LOCADOR tem o direito de exigir uma modalidade de garantia, mas ape-


nas uma, sendo expressamente vedada, sob pena de nulidade, mais de uma no
mesmo contrato.
Sobre a caução, trataremos no próximo artigo, vamos discorrer sobre a
fiança, que é a modalidade de garantia mais utilizada nos contratos de locação.
A Fiança é uma forma jurídica de garantia contratual. No contrato de loca-
ção, o fiador se responsabiliza perante o LOCADOR pelo cumprimento de todas
as cláusulas contratuais assumidas pelo LOCATÁRIO.
O instituto da fiança é muito sério e deve ser tratado com muito cuidado,
pois ao assinar o contrato, o fiador estará assumindo as obrigações como prin-
cipal pagador.
O LOCADOR, se quiser, pode executar primeiro e tão somente o fiador para
cumprir as obrigações contratuais, sem contar que, ao prestar a fiança, o fiador
abre mão do direito de impenhorabilidade e inalienabilidade do bem de famí-
lia, por essa razão a lei exige a assinatura do cônjuge.
Mais uma vez o papel legal do gestor será imprescindível para o bom anda-
mento do contrato. Caberá a ele confeccionar e solicitar a assinatura dos fiadores
junto com os LOCATÁRIOS a cada aditivo contratual realizado para reajustar
o valor dos aluguéis ou modificar alguma cláusula ou condições contratuais.
O seguro de fiança locatícia é um recurso para o LOCATÁRIO que não possui

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


105

fiador ou que, possuindo, não deseja incomodar ou ficar moralmente obrigado.


Por não ter que comprometer terceiros, é uma modalidade bem interessante. O
locatário terá muitos benefícios, mas, para isso, irá comprometer certa quantia
em dinheiro, normalmente os seguros de fiança locatícia perfazem mensalmente
quinze por cento do valor do aluguel.
A cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento ou título de capi-
talização são aplicações financeiras contratadas pelo LOCATÁRIO e dadas em
garantia ao LOCADOR. Caso não pague os valores devidos, as aplicações pas-
sam para o LOCADOR.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Art. 38. A caução poderá ser em bens móveis ou imóveis.

§ 1º A caução em bens móveis deverá ser registrada em cartório de


títulos e documentos; a em bens imóveis deverá ser averbada à margem
da respectiva matrícula.

 § 2º A caução em dinheiro, que não poderá exceder o equivalente a


três meses de aluguel, será depositada em caderneta de poupança, au-
torizada, pelo Poder Público e por ele regulamentada, revertendo em
benefício do locatário todas as vantagens dela decorrentes por ocasião
do levantamento da soma respectiva.

§ 3º A caução em títulos e ações deverá ser substituída, no prazo de


trinta dias, em caso de concordata, falência ou liquidação das socieda-
des emissoras (BRASIL, 1991).

A caução é uma modalidade de garantia contratual em que o LOCATÁRIO ofe-


rece bens, dinheiro ou títulos e ações.
Em todos os casos de caução, havendo o inadimplemento, o LOCADOR
poderá levantar imediatamente o objeto da caução.
Art. 39. Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garan-
tias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que
prorrogada a locação por prazo indeterminado, por força desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) (BRASIL, 1991).

A observação neste artigo deve ser feita em relação à fiança. O artigo é claro ao
ressaltar que salvo disposição em contrário, o fiador é responsável pelo contrato
de locação até a efetiva devolução do imóvel, mesmo que o contrato tenha sido
prorrogado por prazo indeterminado.
Art. 40. O locador poderá exigir novo fiador ou a substituição da mo-

Lei de Locação
III

dalidade de garantia, nos seguintes casos:

 I - morte do fiador;

II – ausência, interdição, recuperação judicial, falência ou insolvência


do fiador, declaradas judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.112,
de 2009)

III - alienação ou gravação de todos os bens imóveis do fiador ou sua


mudança de residência sem comunicação ao locador;

IV - exoneração do fiador;

V - prorrogação da locação por prazo indeterminado, sendo a fiança

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ajustada por prazo certo;

VI - desaparecimento dos bens móveis;

VII - desapropriação ou alienação do imóvel.

VIII - exoneração de garantia constituída por quotas de fundo de inves-


timento; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IX - liquidação ou encerramento do fundo de investimento de que trata


o inciso IV do art. 37 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

X – prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez noti-


ficado o locador pelo fiador de sua intenção de desoneração, ficando
obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 120 (cento e vinte) dias
após a notificação ao locador. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)

 Parágrafo único. O locador poderá notificar o locatário para apresen-


tar nova garantia locatícia no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de
desfazimento da locação. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) (BRA-
SIL, 1991).

Nas hipóteses citadas acima, a lei permite a exigência de novo fiador, mas per-
mite também que na falta deste, pode haver a substituição por outra modalidade
de garantia.
Art. 41. O seguro de fiança locatícia abrangerá a totalidade das obriga-
ções do locatário.

Art. 42. Não estando a locação garantida por qualquer das modalida-
des, o locador poderá exigir do locatário o pagamento do aluguel e en-
cargos até o sexto dia útil do mês vincendo (BRASIL, 1991).

Fora o aluguel por temporada, esse é o único caso em que a lei permite a cobrança

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


107

antecipada do aluguel.
Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de
cinco dias a seis meses ou multa de três a doze meses do valor do últi-
mo aluguel atualizado, revertida em favor do locatário:

I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além


do aluguel e encargos permitidos;

II - exigir, por motivo de locação ou sublocação, mais de uma modali-


dade de garantia num mesmo contrato de locação;

III - cobrar antecipadamente o aluguel, salvo a hipótese do art. 42 e da


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

locação para temporada (BRASIL, 1991).

O LOCADOR que incorrer nas infrações acima poderá ser condenado por con-
travenção penal e sofrer pena pecuniária ou de prisão.
Na verdade, a lei quer coibir que o LOCADOR abuse da sua situação e exerça
qualquer tipo de coação contra o LOCATÁRIO.
Art. 44. Constitui crime de ação pública, punível com detenção de três
meses a um ano, que poderá ser substituída pela prestação de serviços
à comunidade:

 I - recusar - se o locador ou sublocador, nas habitações coletivas multi-


familiares, a fornecer recibo discriminado do aluguel e encargos;

II - deixar o retomante, dentro de cento e oitenta dias após a entrega do


imóvel, no caso do inciso III do art. 47, de usá - lo para o fim declarado
ou, usando - o , não o fizer pelo prazo mínimo de um ano;

III - não iniciar o proprietário, promissário comprador ou promissário


cessionário, nos casos do inciso IV do art. 9º, inciso IV do art. 47, inciso
I do art. 52 e inciso II do art. 53, a demolição ou a reparação do imóvel,
dentro de sessenta dias contados de sua entrega;

IV - executar o despejo com inobservância do disposto no § 2º do art.


65.

Parágrafo único. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas neste ar-


tigo, poderá o prejudicado reclamar, em processo próprio, multa equi-
valente a um mínimo de doze e um máximo de vinte e quatro meses do
valor do último aluguel atualizado ou do que esteja sendo cobrado do
novo locatário, se realugado o imóvel (BRASIL, 1991).

Esse artigo visa coibir ações de má-fé do LOCADOR. Por estar na condição de

Lei de Locação
III

denúncia cheia, alguns LOCADORES alegam alguns dos itens acima no pedido
de rescisão contratual, quando, na verdade, o que querem é a desocupação do
imóvel por outro motivo.
Para evitar prejuízo ao LOCATÁRIO de boa-fé, a lei imputa punições que
chegam até a detenção do culpado.
Art. 45. São nulas de pleno direito as cláusulas do contrato de locação
que visem a elidir os objetivos da presente lei, notadamente as que pro-
íbam a prorrogação prevista no art. 47, ou que afastem o direito à reno-
vação, na hipótese do art. 51, ou que imponham obrigações pecuniárias
para tanto (BRASIL, 1991).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando o legislador fala em nulidade de cláusulas, ele quer dizer que mesmo
constantes no contrato, elas não possuem nenhum valor jurídico, é como se não
existissem.
Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior
a trinta meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipula-
do, independentemente de notificação ou aviso.

§ 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel


alugado por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se
- á prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantidas as demais
cláusulas e condições do contrato.

§ 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato


a qualquer tempo, concedido o prazo de trinta dias para desocupação
(BRASIL, 1991).

O artigo trata da denúncia vazia, ou seja, dá aos contratos residenciais a carac-


terística dos contratos comerciais.
Nos contratos de locação comerciais, findo o prazo contratual, querendo, o
LOCADOR poderá pedir a desocupação do imóvel, ao contrário do que ocorre
nas locações residenciais, em que retomada por parte do LOCADOR somente
se dará pelos motivos permitidos em lei.
Todavia, se o contrato de locação residencial for ajustado por escrito e por
prazo igual ou superior a 30 meses, ele será considerado encerrado, findo o
decorrer do prazo estipulado.
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo in-
ferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


109

- se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser


retomado o imóvel:

I - Nos casos do art. 9º;

II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação


do imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego;

III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro,


ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não dispo-
nha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial
próprio;

IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a re-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

alização de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área


construída, em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destina-
do a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;

V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.

§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente


demonstrada, se:

a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocu-


pando, com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado nas
mesma localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver
retomado o imóvel anteriormente;

b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em


imóvel próprio.

§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar


ser proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário,
em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título regis-
trado junto à matrícula do mesmo (BRASIL, 1991).

O artigo elenca os casos em que a lei permite ao LOCADOR a retomada do


imóvel findo o prazo contratual.
Muitas vezes, o LOCADOR deseja reaver o imóvel e solicita ao corretor de
imóveis que o faça, forjando algum dos motivos legais. Cumpre ao bom pro-
fissional alertá-lo de que ele incorrerá nas penas do art. 44, caso reste provado
sua má intenção.
A lei de locação, acima de tudo, cumpre sua obrigação social e tenta, de todas
as formas, proteger o direito à moradia do cidadão, razão pela qual permite ao
LOCATÁRIO a resilição contratual durante o contrato e ao LOCADOR, apenas

Lei de Locação
III

após o término do prazo desde que cumpridas as formalidades legais.


Art. 48. Considera-se locação para temporada aquela destinada à resi-
dência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cur-
sos, tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos
que decorrem tão-somente de determinado tempo, e contratada por
prazo não superior a noventa dias, esteja ou não mobiliado o imóvel.

Parágrafo único. No caso de a locação envolver imóvel mobiliado, cons-


tará do contrato, obrigatoriamente, a descrição dos móveis e utensílios
que o guarnecem, bem como o estado em que se encontram (BRASIL,
1991).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No caso da locação por temporada, a lei permite a cobrança antecipada dos alu-
guéis. (vide artigo 20)
“Art. 49. O locador poderá receber de uma só vez e antecipadamente os
aluguéis e encargos, bem como exigir qualquer das modalidades de garantia pre-
vistas no art. 37 para atender as demais obrigações do contrato” (BRASIL, 1991).
Quando a lei usa a palavra PODERÁ, significa que ela dá ao LOCADOR a
faculdade de optar ou não pela aplicação da lei.
Normalmente, o aluguel nas locações por temporada é cobrado antecipada-
mente, não se pede garantias, nem é feita vistoria. Essa situação caracteriza os usos
e costumes. No momento em que o LOCADOR sentir necessidade de outra pro-
vidência diferente da que está habituado, está legalmente autorizado a tomá-la.

Art. 50. Findo o prazo ajustado, se o locatário permanecer no imóvel


sem oposição do locador por mais de trinta dias, presumir - se - á pror-
rogada a locação por tempo indeterminado, não mais sendo exigível o
pagamento antecipado do aluguel e dos encargos.

Parágrafo único. Ocorrendo a prorrogação, o locador somente poderá


denunciar o contrato após trinta meses de seu início ou nas hipóteses
do art. 47.

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário


terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumu-
lativamente:

I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo


determinado;

II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos inin-

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


111

terruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;

III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo


prazo mínimo e ininterrupto de três anos.

§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessio-


nários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel,
o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.

§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para


as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a perten-
cer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo
locatário ou pela sociedade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o


sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que
continue no mesmo ramo.

§ 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebra-


das por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente
constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste ar-
tigo.

§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no


interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anterio-
res à data da finalização do prazo do contrato em vigor (BRASIL, 1991).

Para os corretores de imóveis, o conhecimento da lei de locação é fundamental


para que ele possa prestar ASSESSORIA e CONSULTORIA imobiliária.
Ao intermediar interesses do LOCADOR e LOCATÁRIO, obterá êxito o
profissional que conseguir atender a contento às necessidades de todas as par-
tes, inclusive dele.
Nas locações comerciais, muitas vezes, o LOCATÁRIO inicia suas atividades
de maneira tímida e incerta quanto ao futuro, e temendo não conseguir se esta-
belecer, firma contrato de locação por prazo curto de um ou dois anos.
Com o passar do tempo, seu negócio cresce e ganha estabilidade, nesse perí-
odo, o contrato de locação está prestes a vencer, e o LOCADOR, vislumbrando
ganho maior, ameaça retomar o imóvel, caso não seja pago o valor maior por
ele pretendido.
É recomendável que os contratos de locação comercial sejam firmados por
tempo superior a dois ou três anos, visto que o pedido de retomada do imóvel
pode ser inevitável.

Lei de Locação
III

Para tentar oferecer certa garantia de permanência ao LOCATÁRIO, o pre-


sente artigo trata da RENOVATÓRIA de aluguel. Terá direito a renovar o contrato
de locação, mesmo à revelia do LOCADOR, aquele que cumprir às exigências
relacionadas no artigo.
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:

I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel


obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer mo-
dificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da pro-
priedade;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
 II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência
de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da
maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.

 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso
do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o
fundo de comércio, com as instalações e pertences.

 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá


recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste
artigo.

 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos preju-


ízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do
lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocor-
rer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o
locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino
alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou
que declarou pretender realizar.

Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sa-


nitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autoriza-
dos e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religio-
sas devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido.
(Redação dada pela Lei nº 9.256, de 9.1.1996)

I - nas hipóteses do art. 9º;

II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessio-


nário, em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado,
que haja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja
autorizado pelo proprietário, pedir o imóvel para demolição, edifica-
ção, licenciada ou reforma que venha a resultar em aumento mínimo
de cinqüenta por cento da área útil.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


113

Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping cen-


ter, prevalecerão as condições livremente pactuadas nos contratos de
locação respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei.

1º O empreendedor não poderá cobrar do locatário em shopping center:

a) as despesas referidas nas alíneas a, b e d do parágrafo único do art.


22; e

b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impli-


quem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite
- se e obras de paisagismo nas partes de uso comum.

2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamen-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

to, salvo casos de urgência ou força maior, devidamente demonstradas,


podendo o locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe
exigir a comprovação das mesmas.

Art. 55. Considera - se locação não residencial quando o locatário for


pessoa jurídica e o imóvel, destinar - se ao uso de seus titulares, direto-
res, sócios, gerentes, executivos ou empregados.

Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por
prazo determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.

Parágrafo único. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer


no imóvel por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir
- se - á prorrogada a locação nas condições ajustadas, mas sem prazo
determinado (BRASIL, 1991).

Essa é a típica situação de denúncia vazia. Findo o prazo contratual, a locação


é tida como encerrada, não precisa ter nenhum motivo, independente de noti-
ficação ou aviso.
“Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado
por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupa-
ção” (BRASIL, 1991).
O prazo de trinta dias é solicitado para que o LOCATÁRIO possa providen-
ciar a desocupação.
Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º,
nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessó-
rio da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, obser-
var-se-á o seguinte:

Lei de Locação
III

I - os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem


pela superveniência delas;

II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da


situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato;

III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na


hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do
ajuizamento;

IV - desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notifica-


ção far-se-á mediante correspondência com aviso de recebimento, ou,
tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, também mediante

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
telex ou fac-símile , ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas
previstas no Código de Processo Civil;

V - os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente


devolutivo.

Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de


despejo terão o rito ordinário.

§ 1º Conceder-se-á liminar para desocupação em quinze dias, inde-


pendentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada
a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que
tiverem por fundamento exclusivo:

I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por


escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha
sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado
da assinatura do instrumento;

II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da resci-


são do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência
prévia;

III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido propos-


ta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato;
IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de
acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel
pessoas não autorizadas por lei;

V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, cele-


brada com o locatário.

VI – o disposto no inciso IV do art. 9o, havendo a necessidade de se


produzir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder pú-

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


115

blico, que não possam ser normalmente executadas com a permanên-


cia do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti-las; (Incluído
pela Lei nº 12.112, de 2009)

VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do


art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança
inaugural do contrato; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)

VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido pro-


posta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de
notificação comunicando o intento de retomada; (Incluído pela Lei nº
12.112, de 2009)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no ven-


cimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias pre-
vistas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou
pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído
pela Lei nº 12.112, de 2009)

2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar-se-á ciência do pedido


aos sublocatários, que poderão intervir no processo como assistentes.

§ 3o No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário evitar


a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos
15 (quinze) dias concedidos para a desocupação do imóvel e indepen-
dentemente de cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a to-
talidade dos valores devidos, na forma prevista no inciso II do art. 62.
(Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)

Art. 60. Nas ações de despejo fundadas no inciso IV do art. 9º, inciso
IV do art. 47 e inciso II do art. 53, a petição inicial deverá ser instruída
com prova da propriedade do imóvel ou do compromisso registrado
(BRASIL, 1991).

Ao corretor de imóveis, cabe zelar pelo bom andamento da locação, para tanto,
ele deverá certificar-se da propriedade do imóvel e legitimidade do LOCADOR
em locar o imóvel, caso não seja ele o proprietário.
Art. 61 Nas ações fundadas no § 2º do art. 46 e nos incisos III e IV do
art. 47, se o locatário, no prazo da contestação, manifestar sua concor-
dância com a desocupação do imóvel, o juiz acolherá o pedido fixando
prazo de seis meses para a desocupação, contados da citação, impondo
ao vencido a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios
de vinte por cento sobre o valor dado à causa. Se a desocupação ocorrer
dentro do prazo fixado, o réu ficará isento dessa responsabilidade; caso

Lei de Locação
III

contrário, será expedido mandado de despejo.

Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de alu-


guel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de
aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-
se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido


de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, ci-
tar-se-á o locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário
e os fiadores para responderem ao pedido de cobrança, devendo ser
apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do débito;
(Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuan-
do, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do
débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito
judicial, incluídos: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação;

b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis;

c) os juros de mora;

d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez


por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar dispo-
sição diversa;

III – efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é


integral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o
depósito no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação, que poderá
ser dirigida ao locatário ou diretamente ao patrono deste, por carta ou
publicação no órgão oficial, a requerimento do locador; (Redação dada
pela Lei nº 12.112, de 2009)

IV – não sendo integralmente complementado o depósito, o pedido


de rescisão prosseguirá pela diferença, podendo o locador levantar a
quantia depositada; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

V - os aluguéis que forem vencendo até a sentença deverão ser depo-


sitados à disposição do juízo, nos respectivos vencimentos, podendo o
locador levantá-los desde que incontroversos;

VI - havendo cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança


dos aluguéis, a execução desta pode ter início antes da desocupação do
imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


117

Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já


houver utilizado essa faculdade nos 24 (vinte e quatro) meses imedia-
tamente anteriores à propositura da ação. (Redação dada pela Lei nº
12.112, de 2009) (BRASIL, 1991).

Esse artigo, com nova redação, trouxe duas novidades para as ações de despejo que valem
a pena ser observadas pelo corretor de imóveis:
a. O LOCATÁRIO e o fiador têm o prazo de 15 dias a contar do recebi-
mento da citação, para efetuar os pagamentos em atraso, caso queiram
evitar a rescisão contratual;
b. Somente se admitirá a emenda da mora, ou seja, o pagamento do débito,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

uma vez a cada dois meses.

EXEMPLO:

Citado da ação de despejo por falta de pagamento, o LOCATÁRIO emenda


a mora pagando o valor devido. A ação é encerrada e o contrato prossegue
normalmente. Se no decorrer dos próximos 24 (vinte e quatro) meses ocor-
rer novo atraso, a lei não permite o pagamento, ocorrendo então, o despejo.

Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a ex-


pedição de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias
para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos
seguintes. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

§ 1º O prazo será de quinze dias se:

a) entre a citação e a sentença de primeira instância houverem decorri-


do mais de quatro meses; ou

b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9o ou no §


2o do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

§ 2° Tratando-se de estabelecimento de ensino autorizado e fiscalizado


pelo Poder Público, respeitado o prazo mínimo de seis meses e o má-
ximo de um ano, o juiz disporá de modo que a desocupação coincida
com o período de férias escolares.

§ 3º Tratando-se de hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias


oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fis-
calizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas de-

Lei de Locação
III

vidamente registradas, e o despejo for decretado com fundamento no


inciso IV do art. 9º ou no inciso II do art. 53, o prazo será de um ano,
exceto no caso em que entre a citação e a sentença de primeira instância
houver decorrido mais de um ano, hipótese em que o prazo será de seis
meses. (Redação dada pela Lei nº 9.256, de 9.1.1996)

§ 4° A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o


caso de ser executada provisoriamente (BRASIL, 1991).

Outra novidade da nova redação dada é a celeridade processual. Julgada pro-


cedente a ação de despejo, o prazo para desocupação será de, no máximo, 30
(trinta) dias.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9o, a execução
provisória do despejo dependerá de caução não inferior a 6 (seis) meses
nem superior a 12 (doze) meses do aluguel, atualizado até a data da
prestação da caução. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

§ 1° A caução poderá ser real ou fidejussória e será prestada nos autos


da execução provisória.

§ 2° Ocorrendo a reforma da sentença ou da decisão que concedeu li-


minarmente o despejo, o valor da caução reverterá em favor do réu,
como indenização mínima das perdas e danos, podendo este reclamar,
em ação própria, a diferença pelo que a exceder.

Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data


da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de
força, inclusive arrombamento.

§ 1° Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se


não os quiser retirar o despejado.

§ 2° O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte


ao do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de
qualquer das pessoas que habitem o imóvel (BRASIL, 1991).

Essa é a hipótese do despejo propriamente dito, em que, ante a recusa da deso-


cupação, é necessária a intervenção de força e, se preciso, com arrombamento.
O parágrafo segundo faz alusão ao respeito e preocupação que teve o legis-
lador no caso de luto.
“Art. 66. Quando o imóvel for abandonado após ajuizada a ação, o locador
poderá imitir-se na posse do imóvel” (BRASIL, 1991).
Eventualmente, por ocasião da ação e na iminência de ser despejado, o

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


119

LOCATÁRIO faz a desocupação voluntária, mas sem comunicação, deixando


o imóvel abandonado.
Nesse caso, não se fala em despejo em razão do imóvel já estar desocupado,
mas sim em imissão de posse.
Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da
locação mediante consignação, será observado o seguinte:

I - a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Có-
digo de Processo Civil, deverá especificar os aluguéis e acessórios da
locação com indicação dos respectivos valores;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

II - determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo de


vinte e quatro horas, efetuar o depósito judicial da importância indica-
da na petição inicial, sob pena de ser extinto o processo;

III - o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem du-


rante a tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira
instância, devendo o autor promover os depósitos nos respectivos ven-
cimentos;

IV - não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valo-


res depositados, o juiz acolherá o pedido, declarando quitadas as obri-
gações, condenando o réu ao pagamento das custas e honorários de
vinte por cento do valor dos depósitos;

V - a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber,


ficará adstrita, quanto à matéria de fato, a:

a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida;

b) ter sido justa a recusa;

c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento;


d) não ter sido o depósito integral;

VI - além de contestar, o réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo


e a cobrança dos valores objeto da consignatória ou da diferença do de-
pósito inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser o mesmo integral;

VII - o autor poderá complementar o depósito inicial, no prazo de cin-


co dias contados da ciência do oferecimento da resposta, com acrésci-
mo de dez por cento sobre o valor da diferença. Se tal ocorrer, o juiz
declarará quitadas as obrigações, elidindo a rescisão da locação, mas
imporá ao autor-reconvindo a responsabilidade pelas custas e honorá-
rios advocatícios de vinte por cento sobre o valor dos depósitos;

Lei de Locação
III

VIII - havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão


da locação e cobrança dos valores objeto da consignatória, a execução
desta somente poderá ter início após obtida a desocupação do imóvel,
caso ambos tenham sido acolhidos.

Parágrafo único. O réu poderá levantar a qualquer momento as impor-


tâncias depositadas sobre as quais não penda controvérsia.

Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, obser-
var-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

I - além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Pro-
cesso Civil, a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel cuja fixa-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção é pretendida;

II – ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e


com base nos elementos fornecidos tanto pelo locador como pelo loca-
tário, ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, que será devido des-
de a citação, nos seguintes moldes: (Redação dada pela Lei nº 12.112,
de 2009)

a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser


excedente a 80% (oitenta por cento) do pedido; (Incluída pela Lei nº
12.112, de 2009)

b) em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser


inferior a 80% (oitenta por cento) do aluguel vigente; (Incluída pela Lei
nº 12.112, de 2009)

III - sem prejuízo da contestação e até a audiência, o réu poderá pedir


seja revisto o aluguel provisório, fornecendo os elementos para tanto;

IV – na audiência de conciliação, apresentada a contestação, que deverá


conter contraproposta se houver discordância quanto ao valor preten-
dido, o juiz tentará a conciliação e, não sendo esta possível, determinará
a realização de perícia, se necessária, designando, desde logo, audiência
de instrução e julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)
V – o pedido de revisão previsto no inciso III deste artigo interrompe o
prazo para interposição de recurso contra a decisão que fixar o aluguel
provisório. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)

1° Não caberá ação revisional na pendência de prazo para desocupação


do imóvel (arts. 46, parágrafo 2° e 57), ou quando tenha sido este esti-
pulado amigável ou judicialmente.

 2° No curso da ação de revisão, o aluguel provisório será reajustado na


periodicidade pactuada ou na fixada em lei.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


121

Art. 69. O aluguel fixado na sentença retroage à citação, e as diferenças


devidas durante a ação de revisão, descontados os alugueres provisó-
rios satisfeitos, serão pagas corrigidas, exigíveis a partir do trânsito em
julgado da decisão que fixar o novo aluguel.

1° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer


periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no
contrato revisando, bem como adotar outro indexador para reajusta-
mento do aluguel.

2° A execução das diferenças será feita nos autos da ação de revisão.

Art. 70. Na ação de revisão do aluguel, o juiz poderá homologar acordo


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de desocupação, que será executado mediante expedição de mandado


de despejo.

Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de
Processo Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser instru-
ída com:

I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art.


51;

II - prova do exato cumprimento do contrato em curso;

III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imó-
vel e cujo pagamento lhe incumbia;

IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação


da locação;

V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quan-


do não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação com-
pleta, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e,
tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profis-
são e o número da carteira de identidade, comprovando, desde logo,
mesmo que não haja alteração do fiador, a atual idoneidade financeira;
(Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renova-


ção aceita os encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado
for;

VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em vir-


tude de título oponível ao proprietário.

Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de


parte dele, serão citados o sublocador e o locador, como litisconsortes,

Lei de Locação
III

salvo se, em virtude de locação originária ou renovada, o sublocador


dispuser de prazo que admita renovar a sublocação; na primeira hipó-
tese, procedente a ação, o proprietário ficará diretamente obrigado à
renovação.

Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa


caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte:

I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei;

II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel


na época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao
ponto ou lugar;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores;

IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52).

1° No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contrapropos-


ta, as condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo
real e atual do imóvel.

2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da


proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com
clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo
do locatário. Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais
condições para obter a renovação pretendida.

3° No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da


determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das obras
a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel,
assinado por engenheiro devidamente habilitado.

4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fi-


xação de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês do
prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por cento
do pedido, desde que apresentados elementos hábeis para aferição do
justo valor do aluguel.

5° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer


periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no
contrato renovando, bem como adotar outro indexador para reajusta-
mento do aluguel.

Art. 73. Renovada a locação, as diferenças dos aluguéis vencidos serão


executadas nos próprios autos da ação e pagas de uma só vez.

Art. 74. Não sendo renovada a locação, o juiz determinará a expedição

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


123

de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para


a desocupação voluntária, se houver pedido na contestação. (Redação
dada pela Lei nº 12.112, de 2009)

Art. 75. Na hipótese do inciso III do art. 72, a sentença fixará desde logo
a indenização devida ao locatário em conseqüência da não prorrogação
da locação, solidariamente devida pelo locador e o proponente.

Art. 76. Não se aplicam as disposições desta lei aos processos em curso.

Art. 77. Todas as locações residenciais que tenham sido celebradas an-
teriormente à vigência desta lei serão automaticamente prorrogadas
por tempo indeterminado, ao término do prazo ajustado no contrato.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Art. 78. As locações residenciais que tenham sido celebradas anterior-


mente à vigência desta lei e que já vigorem ou venham a vigorar por
prazo indeterminado, poderão ser denunciadas pelo locador, concedi-
do o prazo de doze meses para a desocupação.

Parágrafo único. Na hipótese de ter havido revisão judicial ou amigável


do aluguel, atingindo o preço do mercado, a denúncia somente pode-
rá ser exercitada após vinte e quatro meses da data da revisão, se esta
ocorreu nos doze meses anteriores à data da vigência desta lei.

Art. 79. No que for omissa esta lei aplicam-se as normas do Código
Civil e do Código de Processo Civil.

Art. 80. Para os fins do inciso I do art. 98 da Constituição Federal, as


ações de despejo poderão ser consideradas como causas cíveis de me-
nor complexidade.

Art. 81. O inciso II do art. 167 e o art. 169 da Lei n° 6.015, de 31 de de-
zembro de 1973, passam a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 167. ..........................................................

II - .....................................................................

16) do contrato de locação, para os fins de exercício de direito de pre-


ferência.”

“Art. 169. .............................................................

..............................................................................

III - o registro previsto no n° 3 do inciso I do art. 167, e a averbação


prevista no n° 16 do inciso II do art. 167 serão efetuados no cartório
onde o imóvel esteja matriculado mediante apresentação de qualquer
das vias do contrato, assinado pelas partes e subscrito por duas teste-

Lei de Locação
III

munhas, bastando a coincidência entre o nome de um dos proprietá-


rios e o locador.”

Art. 82. O art. 3° da Lei n° 8.009, de 29 de março de 1990, passa a vigo-


rar acrescido do seguinte inciso VII:

“Art. 3° .................................................................

.............................................................................

VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de lo-


cação.”

Art. 83. Ao art. 24 da Lei n° 4.591, de 16 de dezembro de 1964 fica

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
acrescido o seguinte § 4°:

“Art. 24. ...............................................................

.............................................................................

4° Nas decisões da assembléia que envolvam despesas ordinárias do


condomínio, o locatário poderá votar, caso o condômino locador a ela
não compareça.”

Art. 84. Reputam-se válidos os registros dos contratos de locação de


imóveis, realizados até a data da vigência desta lei.

Art. 85. Nas locações residenciais, é livre a convenção do aluguel quan-


to a preço, periodicidade e indexador de reajustamento, vedada a vin-
culação à variação do salário mínimo, variação cambial e moeda es-
trangeira:

I dos imóveis novos, com habite-se concedido a partir da entrada em


vigor desta lei;

II - dos demais imóveis não enquadrados no inciso anterior, em relação


aos contratos celebrados, após cinco anos de entrada em vigor desta lei.

Art. 86. O art. 8° da Lei n° 4.380, de 21 de agosto de 1964 passa a vigorar


com a seguinte redação:

“Art. 8° O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar e pro-


mover a construção e a aquisição da casa própria ou moradia, espe-
cialmente pelas classes de menor renda da população, será integrado.”

Art. 87. (Vetado).

Art. 88. (Vetado).

Art. 89. Esta lei entrará em vigor sessenta dias após a sua publicação.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


125

Art. 90. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente:

I - o Decreto n° 24.150, de 20 de abril de 1934;

II - a Lei n° 6.239, de 19 de setembro de 1975;

III - a Lei n° 6.649, de 16 de maio de 1979;

IV - a Lei n° 6.698, de 15 de outubro de 1979;

V - a Lei n° 7.355, de 31 de agosto de 1985;

VI - a Lei n° 7.538, de 24 de setembro de 1986;

VII - a Lei n° 7.612, de 9 de julho de 1987; e


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VIII - a Lei n° 8.157, de 3 de janeiro de 1991 (BRASIL, 1991).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por julgar que o desempenho da profissão de corretor de imóveis é fácil, rentá-


vel e somente tem bônus, sem ônus e obrigações nenhuma, muitos aventureiros
mergulham no mercado imobiliário e começam a trabalhar intermediando nego-
ciações. Esse pensamento é compartilhado até mesmo por pessoas com instrução
escolar suficiente para compreender o que significa exercício ilegal da profissão,
o que é facilmente explicado, por acreditarem na impunidade.
Existem muitos julgados que entendem não haver a tipificação da contraven-
ção penal quando o fato ocorre apenas uma vez. Normalmente, quando o caso
vai parar na esfera judicial, é porque houve muitas outras anteriores em que o
infrator conseguiu se esquivar, logo, valeu muito a pena o risco.
Muitos CRECIs aceitam denúncias anônimas, elas auxiliam muito para reti-
rar do mercado essas pessoas que atrapalham a atuação dos bons profissionais e
prejudicam a sociedade, trazendo prejuízos financeiros e morais.
Faça a sua parte, denuncie! Não aceite dividir sua comissão com quem não é
credenciado, com quem não tem preparo, com quem não tem qualificação, com
quem não paga anuidade e, principalmente, com quem não merece.

Considerações Finais
III

Claro que ficamos impactados ao constatar esses fatos, porém, não é somente
em nossa profissão que isso ocorre, pessoas que trabalham ilegalmente existem
aos montes, o que falta são pessoas que trabalham bem.
Este é o nosso filão de mercado, é exatamente nesse ponto que devemos
investir, na nossa qualificação pessoal. Os clientes estão exigentes e o mundo
muito moderno e diferente.
Para acompanhar a evolução do mercado imobiliário, o bom profissional
precisa se dedicar à qualificação e aos estudos. Nesta unidade, pudemos ver que
a Lei de Locação é de fácil compreensão e interpretação, e o que não for tão sim-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ples para entender, contamos com os recursos tecnológicos, que nos possibilitam
acesso rápido a informações em qualquer lugar em que estivermos, por isso jus-
tificativas não cabem mais para o amadorismo.
Todo corretor de imóveis deve conhecer, no mínimo, a legislação COFECI,
a Lei de Locação e o capítulo do Código Civil que se refere à nossa profissão.

CONHECIMENTO DA LEI DE LOCAÇÃO


127

1. Cecília é casada com Nelson e resolveu alugar um imóvel comercial para Júlio
pelo prazo de 12 anos. O Contrato de Locação saiu somente em nome da Ce-
cília, mas Júlio pediu que o Nelson assinasse também. Por que Júlio fez essa
solicitação, sendo que Cecília já aluga outro imóvel comercial para Júlio pelo
prazo de 5 anos e, nesse Contrato de Locação o Nelson não teve que assinar?
2. Um imóvel alugado pode ser colocado à venda?
3. Cite três obrigações do LOCADOR e três obrigações do LOCATÁRIO.
MATERIAL COMPLEMENTAR

LEI DE LOCAÇÕES DE IMÓVEIS URBANOS


COMENTADA
Autor(a): Maria Helena Diniz
Editora: SARAIVA
Sinopse: Neste trabalho, a autora analisa a lei inquilinária em
detalhes. Não se retém apenas no texto legal, mas aponta
também os problemas socioeconômicos decorrentes das
principais alterações ocorridas na lei. A obra apresenta modelos de contratos de locação e peças
processuais, além da moderna jurisprudência e de posições doutrinárias da autora e de outros juristas
da área. Trata-se de obra indispensável ao conhecimento da Lei n. 8.245/91.

Reportagem de autuação por exercício ilegal da profissão


<http://youtu.be/bAQT33B-fRs>.
Professora Esp. Claudete Cristina Iwata

RESPONSABILIDADE DO

IV
UNIDADE
GESTOR

Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar o capítulo do Novo Código Civil Brasileiro que trata da
corretagem.
■■ Proporcionar uma visão dos aspectos jurídicos da atuação do
profissional.
■■ Destacar a importância do conhecimento da responsabilidade do
gestor.
■■ Caracterizar a figura do corretor de imóveis.
■■ Apresentar a Tabela de Honorários.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Código Civil Brasileiro: da Corretagem
■■ O Corretor de Imóveis
■■ Remuneração
131

INTRODUÇÃO

Chamamos de Novo Código Civil brasileiro, mas a lei data de 2002. Entretanto,
o caráter de ser novo não se refere apenas ao ano de sua criação, mas também
ao fato de ser a primeira vez que é dado espaço exclusivo dentro do Código Civil
para a nossa profissão.
O capítulo intitulado “Da corretagem” trata exclusivamente da atividade do
corretor de imóveis, instituindo direitos e deveres. Um dos assuntos de maior
interesse para nossa profissão foi abordado de forma bem clara; trata-se daquele
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

típico caso do cliente que deixa o imóvel para que trabalhemos na venda por um
tempo determinado com opção de venda, e após investirmos em propaganda,
jornal, internet, placas, telefonemas e visitas, ele aguarda o término do prazo do
contrato e concretiza o negócio com a pessoa que você apresentou para evitar
ter que pagar a comissão. Sobre esse assunto, a lei é bem clara em proteger nos-
sos direitos.
A lei fala também sobre a responsabilidade que o corretor tem na atuação
enquanto profissional, dispondo sobre os honorários e sobre a parceria, assun-
tos importantíssimos para o desenvolvimento de nosso trabalho.
Abordaremos também o perfil do novo profissional, discorrendo desde a for-
mação até a forma de se vestir, de falar, de se comportar, de se comunicar, para
atingir todos os seus objetivos.
Nossa unidade terminará de forma bem prazerosa, pois falaremos da remune-
ração do corretor, ou seja, dos honorários pelos quais trabalhamos e merecemos.

Introdução
IV

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – DA CORRETAGEM

Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a ou-
tra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer
relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais
negócios, conforme as instruções recebidas (BRASIL, 2002).

O documento que deve ser considerado como elemento principal ao exercício


das funções de um Corretor de Imóveis é o CONTRATO DE CORRETAGEM.
A maior parte das Operações Imobiliárias já é contratada por meio de docu-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mento específico escrito:
a. VENDA:

Contrato de Opção para Venda de Imóvel com exclusividade: comumente conhe-


cido apenas como OPÇÃO é o documento que possibilita ao Corretor de Imóveis
anunciar publicamente e intermediar a venda. Ele contém a qualificação das par-
tes, proprietário e Corretor de Imóveis (pessoa física ou jurídica), a descrição
detalhada e especificada do imóvel, valor, prazo de vigência, autorização para
recebimento de sinal, comissão de venda, condições para a realização do negó-
cio e complementos necessários.
b. COMPRA:

Contrato de Opção para Compra de Imóvel com exclusividade: esse contrato


vem da necessidade que eu, autora da presente obra, sinto dentro do mercado
imobiliário.
A situação acima descrita é mais corriqueira: OPÇÃO DE VENDA. Entretanto,
não são raras as vezes em que o cliente procura o corretor, passa as instruções com
o intuito de COMPRAR um imóvel, porém não concorda em firmar contrato.
Não existe a cultura de reduzir essa relação a termo, por isso, mesmo que
o Corretor explique e insista, o cliente não quer se comprometer. No fundo, de
alguma forma, ele é consciente de que ao contratar o profissional e passar ins-
truções para a realização de compra, ele está firmando contrato, porém verbal.
O Corretor de Imóvel, instruído sobre as condições do negócio, passa a
desempenhar seu papel, para isso, consulta seu banco de dados pessoal ou banco

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
133

de dados da empresa em busca do imóvel desejado.


Não encontrando, irá aos lugares indicados e fará um rastreamento, per-
correndo as ruas, uma a uma, perguntando, se informado, e anotando dados.
Fará contatos usando telefone fixo, telefone móvel, e-mails e contatará parceiros
Corretores para, eventualmente, firmarem parceria; visitará imóveis, fará uma
triagem e estará pronto para mostrar os imóveis.
Depois de realizado todo o processo, o Corretor procura o cliente para apre-
sentar os produtos localizados, e qual não é a surpresa? O cliente “agradece” pelo
empenho e dedicação e comunica que acabou de realizar a compra.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

De alguma forma, o contrato firmado por escrito evitaria essa situação.


Atualmente, os corretores qualificados não se prestam ao trabalho de procu-
rar imóvel para COMPRA sem terem sido devidamente contratados por escrito
para tal.
c. LOCAÇÃO e ADMINISTRAÇÃO:

Contrato de Locação e Administração de imóveis: por meio desse documento,


proprietário e Corretor de Imóveis (pessoa física ou jurídica) estabelecerão cláu-
sulas determinando o objeto do contrato, prazo de vigência, valores, direitos,
deveres e complementos.
d. LOTEAMENTOS e INCORPORAÇÕES:

Nesses casos, pelo volume das transações, os contratos são redigidos por advoga-
dos em que se estabelecem honorários para implantação, venda e administração
de LOTEAMENTOS, e para permuta ou venda do imóvel a ser incorporado e
venda dos imóveis.
e. ASSESSORIA:

Normalmente nos casos de ASSESSORIA não se firma contrato, em função da


entrega do documento estar vinculada ao pagamento.
São funções de assessoria, execução de Contratos de Locação, Contratos
de Venda e Compra, recibos, Aditamentos Contratuais, Vistorias, Notificações,
Comunicados, Avisos, Direito de Preferência na Compra, Análise de Cadastros etc.

Código Civil Brasileiro – da Corretagem


IV

f. CONSULTORIA:

O Corretor de Imóveis não cobra para desempenhar essa operação imobiliária


e nem deveria cobrar, visto que a consultoria bem realizada frutificará em bons
negócios, portanto, não há de se falar em CONTRATO.
g. PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA:

Assim como a ASSESSORIA, o PTAM não necessita de contrato garantindo


recebimento, visto que também tem a entrega vinculada ao pagamento devido.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência
e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informa-
ções sobre o andamento do negócio. (Redação dada pela Lei nº 12.236,
de 2010)

Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corre-


tor prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou
do risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que
possam influir nos resultados da incumbência. (Incluído pela Lei nº
12.236, de 2010) (BRASIL, 2002).

Esse é um dos artigos mais importantes desse capítulo. O caput é claro em rela-
cionar os DEVERES do Corretor de Imóveis. Ele deve obrigatoriamente executar
a mediação com diligência e prudência. A palavra MEDIAÇÃO deixa claro que
mesmo tendo sido contratado por apenas uma das partes, o cuidado deve ser
dispensado a ambos.
A obrigação de prestar ao cliente todas as informações sobre o andamento
do negócio deve ser feita espontaneamente.
Caso o profissional deixe de executar as obrigações acima, ele poderá ser res-
ponsabilizado pela parte que se sentir prejudicada civil e criminalmente.
O corretor deverá também prestar todos os esclarecimentos acerca da segu-
rança ou do risco do negócio, alteração dos valores e de outros fatores que possam
influir nos resultados da incumbência sob pena de responder por perdas e danos.
Infelizmente, o mercado ainda é ocupado por pessoas sem ética, sem pre-
paro e desconhecedoras da presente lei, por isso continuam acreditando na lei
da vantagem e correndo o risco. Esses maus profissionais apresentam imóveis
tentando enganar os clientes, omitindo fatos ou dados, deixando de levar ao

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
135

conhecimento das partes fatores como: planejamento urbano, lei de uso e ocu-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

pação do solo, ou mesmo, prestando consultorias enganosas.


Estamos destacando com veemência a evolução do cliente. Atualmente, o
cliente tem conhecimento de que, se sentir-se lesado por um Corretor de Imóveis,
além de contar com esse artigo, ele poderá prestar a denúncia ao CRECI da região
e o profissional será punido também pelo conselho de sua categoria.
“Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem
ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos
locais” (BRASIL, 2002).
O recebimento da remuneração do corretor está garantido por esse artigo.
“Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conse-
guido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se
efetive em virtude de arrependimento das partes” (BRASIL, 2002).
A atenção que o legislador deu ao Corretor é motivo de comemoração,
valendo lembrar, entretanto, que tudo que se alegar em juízo carecerá de prova,
para tanto, é DEVER também do corretor munir-se de documentos comproba-
tórios da realização de seu trabalho.
Esses documentos podem ser:
■■ ficha de visitação de imóvel para locação ou venda;
■■ e-mails trocados entre as partes;
■■ propostas de compra devidamente preenchidas, assinadas pelo propo-
nente e aceitas pelo proprietário;
■■ contratos de locação, administração e venda;

Código Civil Brasileiro – da Corretagem


IV

■■ cadastros;
■■ processos bancários para financiamentos;
■■ contatos com tabelionatos e registros de imóveis etc.
Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes,
nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for
ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à re-
muneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação,
salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade (BRASIL, 2002).

O Contrato de Opção de Venda com exclusividade é fundamental para fazer valer

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
esse artigo. Pessoas sem ética podem atuar em qualquer função ou segmento.
Existem proprietários que “usam” o conhecimento e habilidade do Corretor de
Imóveis para avaliar, publicar e mostrar seu produto, depois, na iminência de
pagar a remuneração devida, tentam excluir o corretor do negócio, e muitas
vezes conseguem.
Por questão de justiça, somente não terá direito ao recebimento da comissão,
o profissional que demonstrar inércia e ociosidade devidamente comprovadas.
Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dis-
pensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da
sua mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se
o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por
efeito dos trabalhos do corretor (BRASIL, 2002).

Muitas vezes, o corretor apresenta um cliente ao proprietário e eles, CLIENTE


COMPRADOR e PROPRIETÁRIO, combinam entre si esperar o vencimento do
prazo contratual para concluir o negócio, mais uma vez com o intuito de excluir
o corretor do negócio.
Nesse caso, a intenção é que o primeiro pague valor menor e o segundo
receba valor maior. Esse ardil será facilmente combatido se o corretor estiver
munido dos documentos citados nos comentários do Art. 725.
“Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um
corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em con-
trário” (BRASIL, 2002).
Pela primeira vez é tratada a comissão em caso de parceria. Essa prática, já
habitual no mercado imobiliário, veio ao encontro das necessidade de trabalho

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
137

em conjunto do profissional que detinha o cliente em consonância com o outro


que possuía o produto.
Em uma atitude inteligente, o corretor percebeu que vale a pena trabalhar
em parceria e que os profissionais estão se qualificando, ficando cada vez mais
fácil separar os bons dos maus.
“Art. 729. Os preceitos sobre corretagem constantes deste Código não excluem
a aplicação de outras normas da legislação especial” (BRASIL, 2002).
A legislação COFECI, o Código Civil, a Lei de Locação e outras pertinentes
à atividade de Corretor de Imóveis são complementares.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Código Civil Brasileiro – da Corretagem


IV

O CORRETOR DE IMÓVEIS

Quem sou eu?


Escolhi a profissão que condiz com meu perfil?
Qual retorno imagino ter do meu trabalho?
Quais são minhas metas?
O que desejo para meu futuro?

Essas são algumas perguntas que quase todo ser humano faz ou pelo menos já
fez uma vez na vida. São reflexões que norteiam nossos caminhos e nos ajudam

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a fazer escolhas e tomar decisões.
Vamos imaginar que essas dúvidas sejam de caráter pessoal e subjetivo, e as
que seguem são de caráter profissional e objetivo.
Tenho credenciais para atuar como Corretor de Imóveis, mas tenho
qualificação para desempenhar a função?
Como fiz para me tornar um Corretor de Imóveis?
O que faz de mim um Corretor de Imóveis?
Que nota atribuo ao meu desempenho como Corretor de Imóveis?
Eu me considero um bom profissional?

Ao analisarmos as perguntas, vamos perceber que estamos fazendo muito pouco


por nós e por nossa profissão. A conscientização da necessidade de investir em
nós mesmos será determinante para o nosso futuro profissional e, principal-
mente, para a evolução, desenvolvimento, respeito e honra de nossa categoria.
Dado esse grande passo para o progresso, sabendo quem sou eu, que pre-
tendo prosperar e ter garantia de sustento e dignidade para mim e para a minha
família, que tenho o apoio dos entes queridos que acreditam e apostam na minha
carreira, que pretendo ter rentabilidade, conquistas materiais e que desejo um
futuro seguro, que me tornei um Corretor de Imóveis por entender ser uma car-
reira promissora, que para me tornar corretor cumpri tão somente as exigências
legais, que sou um corretor igual a todos os outros que estão no mercado, chega-
mos à conclusão de que podemos melhorar, que precisamos nos qualificar, que
o mercado imobiliário é carente de profissionais competentes e que as duas últi-
mas perguntas serão respondidas apenas no final dessa obra.
Que nota atribuo ao meu desempenho como Corretor de Imóveis?
Eu me considero um bom profissional?

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
139

Lançado e aceito o desafio, agora nos resta dar início aos nossos trabalhos na
pessoa do corretor de imóveis.
Quando falamos do PAPEL LEGAL DO GESTOR IMOBILIÁRIO, estamos
nos referindo às atribuições, ao desempenho e funções de um profissional na
ordem moral, jurídica e técnica.
O desafio desta unidade será respondermos juntos, uma a uma, às ques-
tões abaixo:
1. Quais são as atribuições de um Gestor imobiliário?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2. De que forma deve desempenhar suas atividades?


3. Que tipo de funções deve exercer?
4. O que é moral ou imoral na profissão?
5. Quais são os direitos e deveres?
6. Existem técnicas aplicáveis à profissão?

1. Quais são as atribuições de um gestor imobiliário?


São atribuições do Gestor Imobiliário ou Corretor de Imóveis: exercer a
intermediação dos negócios a ele confiados oferecendo ao cliente segurança e
satisfação com os resultados.
Parece simples, mas não é. Para cumprir essas atribuições, ele precisa conhecer
seus direitos e seus deveres, deve conhecer a história de sua profissão e munir-
se de todas as informações possíveis.
Não faz parte da cultura do corretor de imóveis a qualificação, a busca de cur-
sos, treinamentos e aperfeiçoamentos, mas todos os caminhos nos levam a crer
que perecerão os profissionais que não acreditam e não investem em qualificação.
Vimos no tópico acima que:
Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência
e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informa-
ções sobre o andamento do negócio. (Redação dada pela Lei nº 12.236,
de 2010)

Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corre-

O Corretor de Imóveis
IV

tor prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou


do risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que
possam influir nos resultados da incumbência. (Incluído pela Lei nº
12.236, de 2010) (BRASIL, 2002).

Estamos preparados para tudo isso?

2. De que forma deve desempenhar suas atividades?


Os clientes vivem no mesmo mundo que nós, ou seja, em um mundo globali-
zado, cheio de tecnologia e de informações, quando nos procuram, na maior
parte das vezes, já sabem a maior parte das informações sobre o negócio, por

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
isso precisamos surpreender.
Precisamos demonstrar que o profissional mudou. A nomenclatura “gestor”
não existe apenas por questão de grafia, mas porque surgiu um novo perfil de
agente imobiliário, diferente desde a forma de falar, de escrever, de se relacionar
com as pessoas e, principalmente, ético.

Forma de falar
A linguagem é utilizada como uma forma de comunicação. Por meio dela, o cor-
retor de imóveis encanta seu cliente conquistando-o e realizando bons negócios.
Entretanto, é preciso cuidado ao utilizar a forma correta de linguagem, sendo
assim, a melhor forma de falar é aquela de acordo com as regras gramaticais e,
acima de tudo, com profissionalismo.
Não fica bem para um Gestor Imobiliário atender seu cliente falando alto,
usando gírias, palavras de baixo calão ou sendo excessivamente artificial.
O cliente quer e merece ser tratado com respeito, para tanto, nada melhor do
que saber falar. É preciso investir em leitura, qualificação e estar sempre atuali-
zado quanto às notícias de sua região, do país e do mundo, assim, entre a visita
de um imóvel e outro, o percurso se torna agradável e o encantamento do cliente
é feito naturalmente.

Forma de escrever
O mundo dos negócios imobiliários gira em torno de papéis e documentos. A
maioria deles é padronizada, feita por tabeliães ou segue modelos, porém, com

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
141

a evolução da informática, não raras as vezes, a comunicação se dá por meio de


mensagens por telefone móvel ou internet.
Erros comuns como PRESADO, ATRAZO, ATENSIOSAMENTE, CASA
“GERMINADA” podem ser facilmente evitados com a ajuda de um dicioná-
rio impresso ou virtual e também com as ferramentas de correção do próprio
computador.
Cabe ao profissional tomar esse cuidado sempre e, por meio da escrita, refor-
çar a boa impressão que causa como Corretor de Imóveis preparado e culto.
Meios de comunicação modernos como e-mails, mensagens por meio de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

redes sociais, celulares, aplicativos, por serem realizados, muitas vezes, mediante
dispositivos móveis de pequeno porte, dificultam a digitação, sendo assim, abre-
viações são recursos muitas vezes utilizados, assim como figuras, ilustrações,
desenhos, símbolos, repetições de letras etc.
Realmente não fica bem enviar uma mensagem para o seu cliente dessa forma:
“Sr. Carlos ass. Contrat. Hj a tarde no Cart. Frederico Blz? T+”
Traduzindo: “Sr. Carlos, a assinatura do contrato será hoje à tarde no Cartório
Frederico. Grato até mais”.

O Corretor de Imóveis
IV

Vale a pena lembrar que não se deve utilizar o “internetês”.


Aki - Aqui
Blz - Beleza
Cmg - Comigo
Eh - É
Hj - Hoje
Kd - Cadê

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Naum - Não
Nd - Nada
Pq - Porque
Q - que
Qdo - Quando
Qq - Qualquer
Rs - Risos
T+ - Até mais
Tb - Também
Tc - Teclar
Td - Tudo
Vc - Você
Vlw - Valeu!
:) - Feliz
:* - Beijo
:T - Mascando chicletes
kkk - Risos
Disponível em: <http://www.revistaliteraria.com.br/internetes.htm>. Aces-
so em: 25 nov. 2014.

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
143

Relacionamento com as pessoas de forma autêntica e verdadeira


Tendo a intenção de evoluir também como ser humano, vale a pena cuidar com
o respeito que temos com os outros e, principalmente, com nossos clientes, por
exemplo, evitar comentários e discussões sobre pontos de vista políticos, religiosos,
comportamentais, gosto por comidas etc., porque além de evitar constrangi-
mentos, é sinal de educação. Fora isso, existem outros fatores comportamentais
a serem considerados.
Cada pessoa tem o direito de pensar livremente e, assim, ter opinião diversa
sobre a mesma coisa, ter paladar para essa ou aquela comida é completamente
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

normal, por isso deve-se evitar comentários impróprios e inoportunos.


A cordialidade é um passaporte para o bom atendimento. Qualquer pessoa
gosta de ser bem tratada. Nada como um cumprimento sincero, como dar pas-
sagem para mulheres e idosos, prestar pequenos favores e gentilezas. Essas ações
fazem parte do cotidiano do Corretor de Imóveis.
Saber fazer bom uso da tecnologia à nossa disposição também está sendo
um verdadeiro desafio. A internet e os aparelhos de telefonia móvel são ótimos,
mas devem ser utilizados com parcimônia.
O Corretor de Imóveis, que tem hoje a tecnologia como instrumento impres-
cindível para a sobrevivência profissional, deve, mesmo com a evolução dos
tempos, lembrar-se de que algumas coisas mudam e outras são imutáveis, como
a EDUCAÇÃO.
O celular, aparelho que atualmente não serve apenas para fazer ligações,
mas para múltiplas funções, deve ter seu uso otimizado e moderado. O Corretor
deve se lembrar de manter desligado ou deixar no “modo silencioso” ao aten-
der um cliente.
Deve selecionar um toque para aviso de ligações discreto e não com músi-
cas ou outro tipo de som, evitar conversas particulares na presença de clientes e
não falar em tom de voz alto.
A pontualidade é uma virtude, é questão de educação e respeito ao próximo
e, por não ser hábito da maior parte das pessoas, é hoje, acima de tudo, diferen-
cial competitivo.
É importante que o Corretor de Imóveis seja mais atento e use sua pon-
tualidade como ponto positivo para conquistar clientes.

O Corretor de Imóveis
IV

Ter hombridade significa ter caráter, dignidade, enfim ter palavra. Todas as
vezes em que for se comprometer, é preciso pensar bem sobre o cumprimento.
Muitos corretores prometem que vão prestar informações, enviar documentos,
fazer ligações, visitar imóveis e simplesmente não o fazem.
Muitas vezes, nossa profissão fica estigmatizada pelo mau comportamento
de algumas pessoas.

Postura Profissional
As palavras PROFISSIONAL e AMADOR servem para diferenciar a pessoa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que tem habilidade para exercer uma função daquela que tem conhecimentos
superficiais.
O bom profissional tem sempre DISPONIBILIDADE para executar a sua
função, está sempre disposto a trabalhar e não vê nas dificuldades uma barreira,
e sim uma oportunidade de crescimento.
Deve ter COMPETÊNCIA para lidar com problemas e adversidades, para
encontrar soluções e compreender que nem sempre os negócios realizados são
excelentes. O bom, o regular e o satisfatório também podem ser considerados
sucesso.
Um corretor com QUALIFICAÇÃO é aquele que desenvolve suas habilida-
des, que aprimora seus conhecimentos para ser respeitado e competitivo, por
isso a ATITUDE diferencia quem prefere ficar parado se lamentando das intem-
péries daquele que decide mudar.
PERSISTÊNCIA e PERSEVERANÇA são, sem dúvida, as características mais
louváveis e admiráveis do Corretor de Imóveis.
Ele trabalha incansavelmente, vai à busca do imóvel, tenta conquistar o cliente,
não tem horário definido para almoçar, domingos e feriados são dias úteis, lida
com maus profissionais, lida com maus clientes, e quando acredita estar próximo
de conseguir a realização do negócio, acontece um infortúnio e todo o esforço
foi em vão. O Corretor, austero e altivo, ergue a cabeça e começa todo o traba-
lho novamente. Não é por acaso que o colibri é o símbolo do gestor. O colibri é
a única ave que voa em marcha ré e fica parado no ar.
O bom profissional tem também NOÇÃO DE HIERARQUIA, sabe respei-
tar os colegas que ocupam cargos superiores da mesma forma que respeita os

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
145

de cargos inferiores. O posicionamento de cada um dentro da empresa é dinâ-


mico e devemos saber qual é o nosso lugar, reconhecer o espaço alheio para que
o nosso seja reconhecido também. O respeito à hierarquia faz com que o traba-
lho em equipe tenha mais harmonia e as metas sejam atingidas.
É AUTOCRÍTICO, que consiste na análise do indivíduo em relação às
suas atitudes, principalmente em relação aos erros, para que eles sejam ava-
liados e corrigidos.
■■ Ética
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O bom gestor deve saber avaliar o bem e o mal e agir de forma correta, não
prejudicando ninguém. Nesta oportunidade, pensaremos na ética como atitudes
que não são passíveis de punições pecuniárias ou legais, mas sim condenáveis
pela própria consciência.
Conhecedor das normas de convivência aplicáveis ao relacionamento humano
e também em conformidade com o código de ética profissional, cada pessoa
deve escolher os caminhos pelos quais deseja conduzir sua vida e sua carreira.

Postura Pessoal
Sabemos que somos nosso próprio cartão de visitas, por esse motivo, o Corretor
de Imóveis deve prezar pela sua postura pessoal. Ao lidar com pessoas, os itens
abaixo são vitais para a sobrevivência no mercado imobiliário.
■■ ASSEIO
É muito bom ser atendido por profissional sempre limpo e bem cuidado.
■■ CABELO
Os cabelos devem ser mantidos sempre bem cortados e igualmente limpos.
■■ UNHAS
Não há necessidade de recorrer a profissionais para cuidar das unhas,
basta mantê-las limpas e higienizadas.
■■ HÁLITO
Uma boa escovação e o uso de enxaguantes bucais evitam o mau hálito.
O atendimento ao cliente é dado com muita aproximação física, portanto,
não tem como o mau hálito passar despercebido.

O Corretor de Imóveis
IV

■■ DESODORANTES
O desodorante deve ser utilizado na medida correta e na oportunidade
adequada. Talvez a aplicação de desodorante seja inútil, quando a provi-
dência a ser tomada é um bom banho.
■■ PERFUMES
Da mesma forma que o desodorante, pode acontecer do cliente ser alérgico,
então se deve tomar muito cuidado com o uso de perfumes, principal-
mente em excesso.
■■ ROUPAS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O mais aconselhável para o exercício das atividades profissionais seria,
sem dúvida, o uniforme. Além de padronizar as vestimentas de todos os
colaboradores, evitaria excessos.
Para os homens, sem dúvida, calça, camisa e sapatos, não há necessi-
dade do uso da gravata, porém as roupas devem ser adequadas, limpas
e bem passadas.
Para as mulheres, roupas discretas e comedidas, não é aconselhável, sob
pena de perder o cliente ou ser mal interpretada, o uso de decotes, trans-
parências, roupas curtas ou demasiadamente chamativas.
■■ CALÇADOS
Para os homens, deve-se evitar o uso de tênis, por ser calçado esportivo
e causar impressão de descaso ou falta de comprometimento.
Uso de chinelos nem pensar. Uma boa alternativa seria o chamado sapa-
tênis, esse calçado alia a elegância de um sapato com o conforto de um
tênis, mas em todas as alternativas, o asseio é fundamental. Os calçados
devem estar sempre limpos e higienizados.
Para as mulheres, a melhor opção é aquela que permita que a Corretora
de Imóveis se locomova com facilidade, sem proporcionar dor ou descon-
forto para ela e a impressão, ao cliente, de que está indo para uma festa.
A mulher deve ter sempre em mente que está se preparando para o exer-
cício de seu trabalho.

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
147
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3. Que tipo de funções deve exercer?


O Corretor de Imóveis deve estar preparado para exercer todas as funções
das OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS:
■■ Compra
■■ Venda
■■ Permuta
■■ Locação
■■ Administração
■■ Loteamentos
■■ Incorporações
■■ Administração de condomínios
■■ Assessoria
■■ Consultoria
■■ Parecer técnico de avaliação mercadológica

O Corretor de Imóveis
IV

4. O que é moral ou imoral na profissão?


Quando falamos em ética, no item acima, abordamos atitudes puníveis apenas
pela consciência do corretor.
Todo profissional que pretende obter êxito no exercício da corretagem deve,
obrigatoriamente, conhecer o código de ética, difundi-lo e, lógico, praticá-lo,
porém, é cultural da nossa profissão a atribuição ao corretor de imóveis da figura
do picareta, daquela pessoa que sempre se dá bem sem ter que estudar, sem ter
que seguir regras.
Como diria o professor Mario Sergio Cortella, é o jeitinho brasileiro não em

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tom da expressão do saber-fazer, mas do saber driblar as normas como forma
de obter vantagens ou velocidade no resultado.
Querido(a) aluno(a), vamos nos esforçar para convencer nossos colegas da
importância de não deixar contaminar nem comprometer nossa carreira e nossa
identidade. Atitudes contra a moral depõem contra nossa carreira e nosso futuro.

5. Existem técnicas aplicáveis à profissão?


O exercício da profissão de corretor de imóveis implica na habilidade em reco-
nhecer a evolução do mundo, saber interpretar as mudanças e desenvolver
técnicas de trabalho.
SIM, existem técnicas aplicáveis à profissão:
■■ Técnicas de Vendas;
■■ Técnicas de Marketing;
■■ Técnicas de Atendimento ao Cliente;
■■ Técnicas do Uso de Ferramentas Eletrônicas;
■■ Técnicas de Comunicação;
■■ Técnicas de Pós-Venda;
■■ Técnicas de Fidelização, e tantas outras.

Nem todas elas se apresentam adaptadas ao mercado imobiliário, por isso está
lançado o desafio ao corretor, de desenvolver as técnicas na medida em que forem
se fazendo necessárias e conquistar assim um bom desempenho profissional.

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
149

REMUNERAÇÃO

Remuneração é a recompensa, a ser paga por serviços prestados. Ao Corretor


de Imóveis é garantido o recebimento pelo seu trabalho de intermediação, desde
que atingido o resultado conforme as instruções recebidas.
Uma vez satisfeito com o produto ou serviço prestado, o cliente reconhece
ser justa a contrapartida em forma de pagamento.
A remuneração devida pelos trabalhos do Corretor de Imóveis é normati-
zada pelo COFECI e obedecem a uma tabela.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

De acordo com o art. 17, IV da lei nº 6.530/78, as tabelas de honorários


serão elaboradas e aprovadas pelos sindicatos respectivos e homologadas pelos
Conselhos Regionais.
Art. 17 - Compete aos Conselhos Regionais:

IV - homologar, obedecidas às peculiaridades locais, tabelas de preços


de serviços de corretagem para uso dos inscritos, elaboradas e aprova-
das pelos sindicatos respectivos (BRASIL, 1978).

RESOLUÇÃO-COFECI N.º 334/92

A RESOLUÇÃO – COFECI Nº 334/92 regulamenta a cobrança da “Taxa de


Intermediação” na locação de imóveis e dá outras providências.
O CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS-COFE-
CI, no uso das atribuições que lhe conferem o artigo 16, inciso XVII,
da Lei n° 6.530/78 e o artigo 10, inciso III, do Decreto N.º 81.871/78; e,

CONSIDERANDO que a Resolução-COFECI N.º 205/85 deve ser ade-


quada às novas disposições da Lei N.º 8.245/91;

CONSIDERANDO que o noviciado da Lei N.º 8.245/91 vem gerando


dúvidas sobre sua interpretação e seu alcance, inclusive abusos;

CONSIDERANDO que a citada Lei tem como princípio a liberdade


contratual, sendo omissa no que refere à cobrança quanto à denomina-
da “taxa de contrato”, prática usual no mercado imobiliário;

CONSIDERANDO a decisão adotada pelo Egrégio Plenário, em Sessão


realizada dia 07 de agosto de 1992,

Remuneração
IV

R E S O L V E:

Art. 1º - Os Conselhos Regionais, ao homologarem as Tabelas de Ho-


norários apresentadas pelos Sindicatos, obedecerão aos seguintes limi-
tes máximos:

I - Para a intermediação de locação, o valor correspondente a 01 (um)


aluguel mensal, sem prejuízo da cobrança dos honorários devidos pe-
los serviços de administração (BRASIL, 1992).

Pelos serviços prestados para LOCAÇÃO, ou seja, operação imobiliária que


consiste em angariar o imóvel, vistoriar, avaliar, anunciar, selecionar locatário,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
analisar cadastro, confeccionar vistoria e Contrato de Locação, é devido o valor
correspondente a 01 (um) aluguel mensal.
O cliente deve ser muito bem informado pelo Corretor de Imóveis sobre a
diferença entre LOCAÇÃO e ADMINISTRAÇÃO, razão pela qual a lei fala em
recebimento pelos serviços prestados para a locação, sem prejuízo da cobrança
de honorários devidos pelos serviços de administração, por se tratar de situa-
ções diversas.
“II - Para a administração de imóveis, um percentual de até 12% (doze por
cento) do montante dos recebimentos mensais, salvo a hipótese de aluguel garan-
tido, por todo o tempo de duração da locação” (BRASIL, 1992).
ALUGUEL GARANTIDO é um serviço que algumas empresas ou até mesmo
corretores de imóveis, pessoa física, oferecem ao cliente, que consiste em interme-
diar a locação, comprometendo-se a repassar mensalmente os aluguéis devidos
pelo locatário, mesmo que ele se atrase ou deixe de pagar.
Essa prática foi muito utilizada anos atrás, pois era uma forma de conquis-
tar e manter o cliente. Consistia em fazer uma análise criteriosa do cadastro do
locatário e do fiador, que era a garantia mais utilizada e arriscar contando ape-
nas com a honestidade e adimplemento do locatário.
A população aumentou, da mesma forma o número de imóveis e dos deve-
dores, assim, a empresa que detinha uma carteira de locação grande sofria um
desencaixe financeiro proporcional quando tinha que honrar com a palavra,
repassando ao locador o aluguel que ainda nem havia recebido.
Arrebatados por diversas crises financeiras, econômicas e políticas, e per-
cebendo a inviabilidade dessa modalidade de administração, a cada dia, menos

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
151

empresas oferecem esse serviço. Ao invés do aluguel garantido, fidelizam o cliente


com qualificação, bom atendimento e profissionalismo.

III - Para a elaboração de contrato de locação de imóveis, um percen-


tual de até 5% (cinco por cento) sobre o valor de um ano de contrato,
cobrados quando da elaboração do mesmo.

Parágrafo Único - Nas regiões onde inexistam Sindicatos da categoria,


ou deixando o Sindicato de apresentar a Tabela de Honorários para
a necessária homologação, os CRECIs, obedecidas as peculiaridades,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

fixarão a Tabela Regional, observados os limites deste artigo (BRASIL,


1992).

A elaboração de Contrato de Locação é um serviço de ASSESSORIA, não só


podendo, mas devendo ser mais uma fonte de renda para a empresa ou para o
Corretor de Imóveis, entretanto, para isso, é preciso conhecimento técnico, por
essa razão, é importante conhecer e dominar o conteúdo da Lei de Locação.
Art. 2° - Os honorários pela intermediação de locação, nestes compre-
endidas as despesas com a aferição da idoneidade do pretendente à lo-
cação e/ou do seu fiador, serão devidos pelo locador, como também a
ele caberá o pagamento dos honorários pela administração do imóvel
(BRASIL, 1992).

Assim como na Lei de Locação, o presente artigo é claro quando imputa ao


locador o dever sobre o pagamento dos honorários pela intermediação, que com-
preende também a aferição da idoneidade do pretendente à locação e/ou fiador,
que nada mais é do que análise do cadastro, bem como sobre o pagamento pela
administração.
Art. 3° - Se a elaboração do contrato de locação for atribuída a corre-
tor ou empresa administradora de imóveis, devidamente inscritos no
CRECI de sua jurisdição, os honorários serão cobrados da parte que a
contratar, devendo essa contratação ser necessariamente escrita, com
os destaques exigidos pelo Código de Defesa do Consumidor e conter
as assinaturas de 2 (duas) testemunhas (BRASIL, 1992).

Neste caso, caberá ao Corretor de Imóveis tão somente a elaboração do Contrato


de Locação, sendo assim, fica bem claro que o dever sobre o pagamento recairá
àquele que contratou.

Remuneração
IV

Parágrafo Único - Inexistindo contratação prévia ou ajuste escrito entre


as partes, os honorários pela elaboração do contrato de locação somen-
te poderão ser cobrados do locador.

Art. 4º - As Pessoas Físicas ou Jurídicas, devidamente inscritas no CRE-


CI, e que habitualmente administrem e/ou aluguem imóveis, ficam
obrigadas a afixar em lugar visível ao Publico, no seu estabelecimento,
o inteiro teor dos Artigos 20, 22, 42 e 43, inciso III, da Lei N.º 8.245, de
18 de outubro de 1991.

Art. 5° - O não cumprimento da presente Resolução, inclusive dos li-


mites fixados nas Tabelas homologadas ou baixadas pelos CRECIs, ou,
na sua falta, os limites fixados por esta Resolução, sujeitará o infrator às

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penalidades legais previstas para faltas graves.

Art. 6° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revo-


gadas as disposições em contrário, especialmente a Resolução-COFE-
CI N.º 205/85 (BRASIL, 1992).

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
153

MODELO DE TABELA

As tabelas de honorários normalmente estão disponíveis nos Conselhos Regionais


ou por meio dos sites de cada um.
Segue o Quadro do CRECI-PR - Conselho Regional de Corretores de Imóveis
– 6ª REGIÃO para análise.

HONORÁRIOS - SINDIMÓVEIS
Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1. VENDA DE IMÓVEIS
1.1 - Municípios Urbanos e Rurais: sobre o valor total da venda: 6% (seis por
cento).
1.2 - Nos imóveis financiados o percentual acima incidirá sobre a soma do valor
da cessão de direitos mais o saldo devedor apurado junto ao agente financeiro.
2. LOTEAMENTOS
2.1 - IMPLANTAÇÃO
2.1.1 - Organização, aprovação, plano de vendas sobre o valor original do lote:
8% (oito por cento).
2.2 – VENDAS
2.2.1 – Loteamento Urbano: 6% (seis por cento).
2.2.2 – Loteamento Rural: 6% (seis por cento).
2.2.3 – Loteamento no Litoral: 6% (seis por cento).
2.3 – ADMINISTRAÇÃO
2.3.1 – Loteamento Urbano, Rural e Litoral: 10% (dez por cento).
3. PERMUTA
Nas permutas os honorários serão pagos sobre todas as propriedades nego-
ciadas, pelos respectivos proprietários, de acordo com os itens 1.1 e 1.2 desta
Tabela, incidindo os percentuais acima sobre os valores de cada propriedade.
3.1 – Nos casos de permuta em que houver torna, em espécie e/ou bens móveis
aplica-se o previsto no item 1.1 desta tabela.
4. COMPRA
Incumbência expressa para compra de imóvel, com honorários pagos pelo solici-
tante de acordo com os itens 1.1 e 1.2 desta Tabela.
Fonte: www.sindimoveis.org.br/conteudo.php?iD=117

Modelo de Tabela
IV

5. LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS


5.1 - Taxa de Intermediação: Valor mínimo equivalente a um mês de aluguel,
paga pelo locador.
5.2 - Taxa de Renovação de Contrato: Valor equivalente a 10% (dez por cento) do
aluguel renovado, pago pelo locador.
5.2.1 - A taxa de renovação somente será cobrada se a renovação for por escrito
e será devida pelo proprietário/locador.
5.3 - Taxa de Atualização de Aluguel: Valor da diferença entre o aluguel reajus-
tado pelos índices oficiais e o valor obtido no acordo, pago pelo locador, por
ocasião do recebimento do primeiro aluguel atualizado.
5.4 - Taxa de Administração de Imóvel Urbano e fora do município sede: Valor

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
equivalente a 10% (dez por cento) dos valores mensais recebidos (aluguéis e
todas as taxas como IPTU, condomínio etc.), sem garantia dos valores.
5.5 - Taxa de Administração de Imóvel com Aluguel Garantido: 12% (doze por
cento) do montante dos recebimentos mensais, com garantia mínima de dois
alugueres.
5.5.1 - Ficam ressalvados nos itens 5.4 e 5.5 os contratos anteriormente a
13/11/1992, que previam taxas inferiores e a sua incidência apenas sobre o
aluguel líquido.
6. PARECER SOBRE O VALOR DE MERCADO
6.1 - Valor de Venda: taxa mínima de R$ 300,00 - (trezentos reais), corrigidos
pelo CUB.
6.2 - Valor Locatício: taxa mínima de 50% (cinquenta por cento) do valor do
aluguel.
6.2.1 - O parecer sobre o valor de mercado compreende os trabalhos desenvolvi-
dos pela fixação do valor de venda e/ou aluguel inicial e somente será cobrado
quando não houver outorga de contrato de administração ou autorização de
venda.
Fonte: www.sindimoveis.org.br/conteudo.php?iD=117

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
155

7. PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA – PTAM

VALOR DA LOCAÇÃO HONORÁRIOS


até R$ 2.500,00 100%
de R$ 2.501,00 até R$ 4.000,00 95%
de R$ 4.001,00 até R$ 5.500,00 90%
de R$ 5.501,00 até R$ 7.000,00 85%
de R$ 7.001,00 até R$ 8.500,00 80%
de R$ 8.501,00 até R$ 10.000,00 75%
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de R$ 10.001,00 até R$ 11.500,00 70%


de R$ 11.501,00 até R$ 12.500,00 65%
de R$ 12.501,00 até R$ 15.000,00 60%
de R$ 15.001,00 até R$ 20.000,00 55%
de R$ 20.001,00 até R$ 25.000,00 50%

O percentual para cálculo dos honorários deverá ser aplicado sobre o valor en-
contrado para a locação.
Para locações de valor superior a R$ 25.001,00, justificar o percentual de acordo
com a complexidade do trabalho.
Fonte: www.sindimoveis.org.br/conteudo.php?iD=117

Modelo de Tabela
IV

7.2 - AVALIAÇÕES DE IMÓVEIS

VALOR DO IMÓVEL HONORÁRIOS


até R$ 35.000,00 R$ 706,08
de R$ 35.001,00 até R$ 45.000,00 R$ 776,71
de R$ 45.001,00 até R$ 55.000,00 R$ 854,38
de R$ 55.001,00 até R$ 65.000,00 R$ 939,82
de R$ 65.001,00 até R$ 75.000,00 R$ 1.033,80
de R$ 75.001,00 até R$ 85.000,00 R$ 1.137,18

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de R$ 85.001,00 até R$ 105.000,00 R$ 1.302,00
de R$ 105.001,00 até R$ 110.000,00 R$ 1.375,73
de R$ 110.001,00 até R$ 120.000,00 R$ 1.470,07
de R$ 120.001,00 até R$ 130.000,00 R$ 1.548,54
de R$ 130.001,00 até R$ 140.000,00 R$ 1.619,30
de R$ 140.001,00 até R$ 150.000,00 R$ 1.685,12
de R$ 150.001,00 até R$ 200.000,00 R$ 1.972,98
de R$ 200.001,00 até R$ 250.000,00 R$ 2.223,40
de R$ 250.001,00 até R$ 300.000,00 R$ 2.425,66
de R$ 300.001,00 até R$ 400.000,00 R$ 2.871,60
de R$ 400.001,00 até R$ 500.000,00 R$ 3.255,75
de R$ 500.001,00 até R$ 600.000,00 R$ 3.616,06
de R$ 600.001,00 até R$ 700.000,00 R$ 3.958,50
de R$ 700.001,00 até R$ 800.000,00 R$ 4.286,77
de R$ 800.001,00 até R$ 900.000,00 R$ 4.603,39
de R$ 900.001,00 até R$ 1.000.000,00 R$ 4.910,18
de R$ 1.000.001,00 até R$ 1.500.000,00 R$ 6.335,30
de R$ 1.500.001,00 até R$ 2.000.000,00 R$ 7.635,28
de R$ 2.000.001,00 até R$ 3.000.000,00 R$ 10.004,78
de R$ 3.000.001,00 até R$ 4.000.000,00 R$ 12.173,82
de R$ 4.000.001,00 até R$ 5.000.000,00 R$ 14.206,35
de R$ 5.000.001,00 até R$ 10.000.000,00 R$ 23.178,78

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
157

Valores diferentes dos acima previstos poderão ser obtidos mediante aplicação
de simples regra de três.
IMPORTANTE
I - Constituem, entre outras, infrações graves ao código de ética instituído pela
Resolução-COFECI nº 326/1992:
a) a cobrança de honorários inferiores a esta Tabela;
b) a cobrança de qualquer valor ou percentual além do convencionado na auto-
rização ou no contrato de prestação de serviços.
c) a cobrança de sobre - preço (over-price).
II - Esta Tabela substitui e revoga todas as anteriores e deve ser colocada em local
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

visível ao público.
III - A presente Tabela de Honorários foi homologada em Reunião Plenária do
CRECI – PR. Em 27/11/2008.
Quadro 1: Honorários - Sindimóveis
Fonte: Brasil (2014, online) http://www.crecipr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3
71:honorarios-sindimoveis&catid=38:honorarios&Itemid=34

A tabela é completa e muito clara. Trata de honorários para VENDA de imó-


veis, com pagamento à vista ou por meio de financiamento; LOTEAMENTOS,
especificados os processos de implantação, venda e administração; PERMUTA;
COMPRA; LOCAÇÃO e ADMINISTRAÇÃO, especificadas as taxas de interme-
diação, renovação de contrato por escrito, atualização de aluguel e administração
com e sem aluguel garantido.
O Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica que deve ser elaborado em
obediência à legislação específica da RESOLUÇÃO 1.066/2002; tem honorários
diferentes para VENDA e LOCAÇÃO.

Honorários, Comissão ou Corretagem?


Por HONORÁRIOS, se entende a retribuição pecuniária por serviços prestados
por profissionais liberais. COMISSÃO é o pagamento ou gratificação proporcio-
nal devida pelo desempenho de funções, e CORRETAGEM é o pagamento feito
ao CORRETOR pelo serviço de intermediação imobiliária.
Qual é o termo correto a ser utilizado pelo Corretor de Imóveis? Ao estu-
darmos os aspectos legais do exercício da profissão, podemos destacar alguns
dispositivos legais:
Resolução-Cofeci nº 326/1992:

Modelo de Tabela
IV

Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes:

X - receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações


pelo mesmo serviço prestado, salvo se, para proceder de modo diverso,
tiver havido consentimento de todos os interessados, ou for praxe usual
na jurisdição (BRASIL, 1992).
Código Civil Brasileiro:
Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dis-
pensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da
sua mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se
o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por
efeito dos trabalhos do corretor (BRASIL, 2002).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolução–Cofeci nº 334/92:
Art. 3° - Se a elaboração do contrato de locação for atribuída a corre-
tor ou empresa administradora de imóveis, devidamente inscritos no
CRECI de sua jurisdição, os honorários serão cobrados da parte que a
contratar, devendo essa contratação ser necessariamente escrita, com
os destaques exigidos pelo Código de Defesa do Consumidor e conter
as assinaturas de 2 (duas) testemunhas (BRASIL, 1992).
A própria tabela que estabelece os valores a serem cobrados tem como denomi-
nação TABELA DE HONORÁRIOS.
Restou provado pelas citações acima, que não há consenso sobre a nomencla-
tura a ser adotada, mas é notória a evolução da classe e a qualidade dos serviços
prestados pelos bons profissionais que têm buscado se qualificar e dominar téc-
nicas específicas.
O ser humano sabe reconhecer facilmente o que é bom e sabe principalmente
detectar o que é ruim. Aos poucos, o próprio mercado tem se encarregado de
deixar à margem os profissionais que insistem em levar vantagem, em aplicar
apenas conhecimentos empíricos, ignorando a evolução científica e tecnológica.
A discussão sobre qual o melhor termo a ser utilizado: HONORÁRIOS,
COMISSÃO OU CORRETAGEM pode demorar um pouco para ter fim, mas
a participação de pessoas oportunistas, desonestas e desqualificas no mercado
imobiliários deve encerrar imediatamente.

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
159

O fato do corretor aceitar comissão abaixo da tabela não seria o valor que
ele mesmo dá ao seu trabalho, ou seja, menor do que o estabelecido por lei?
Qual relação teria o profissionalismo, o direito à justa remuneração e o reco-
nhecimento ao trabalho com o fato de trabalhar sempre dando um jeitinho
para tudo? Qual é o seu objetivo ao estudar na Unicesumar?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É muito importante a autorreflexão exatamente neste ponto do livro, quando


conhecemos a história da nossa profissão, a legislação pertinente, nossos direi-
tos e deveres, nosso código de ética, o conhecimento específico que devemos
ter, a qualificação que devemos sempre procurar e estarmos finalmente prontos
para atuar como profissionais.
Quando nos apresentamos como PROFISSIONAIS, o que essa expressão
representa para quem nos ouve? Com certeza, que temos domínio do assunto,
que conhecemos o que estamos falando e, principalmente, que iremos zelar pelo
bem-estar, pelos direitos e pelo patrimônio que nos foi confiado.
É esse sentimento que temos? Estamos seguros de nossa capacidade? Somos
nosso melhor e mais valioso investimento.
A satisfação pelo desempenho da profissão de corretor de imóveis é impagá-
vel. É a realização, acima de tudo, de um dever para com a sociedade, de auxiliar
na aquisição da casa própria, na realização de um sonho, na segurança de um
bom negócio, e na gratidão e satisfação do cliente, por isso, enquanto o seu sen-
timento não for este, de se sentir um PROFISSIONAL, um BOM profissional,
continue estudando e se qualificando.
Atualmente, o caminho para o conhecimento é muito fácil. Não precisamos
mais ir ao encontro do conhecimento, ele vem até nós. Precisamos apenas estar
abertos e prontos para receber, captar e fazer bom uso dele. Sabe aquele desper-
tar para o SEGUNDO passo? Isso mesmo, porque o primeiro você já deu, vindo
para a Unicesumar.

Considerações Finais
IV

Aproveite bem todas as aulas, nosso material didático e nossos professores.


O caminho é esse, e o personagem é você!
Não deixe o seu futuro nas mãos do destino, decida ler mais sobre um assunto;
se aprofundar em temas específicos; compreender o momento econômico, polí-
tico e financeiro do país; vislumbrar oportunidades e procurar superar as crises
e estar preparado(a) para os bons momentos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

RESPONSABILIDADE DO GESTOR
161

1. De que forma o corretor consegue provar que desempenhou seu trabalho a


contento?
2. Alfredo é corretor de imóveis e foi procurado por Heloisa, que deseja vender
um apartamento e quer contratar seus préstimos. Que tipo de contrato Alfredo
deve firmar com Heloisa para garantir o recebimento da comissão caso consiga
negociar o imóvel, visto que ela não quer assinar Opção de Venda com Exclusi-
vidade?
3. “Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor,
a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário”
(BRASIL, 2002). Esse artigo trata da PARCERIA. No caso do ajuste em contrário
citado pela lei, como ocorre e de que forma deve ser firmado?
MATERIAL COMPLEMENTAR

ÉTICA E VERGONHA NA CARA!


Autor(a): Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho
Editora: Papirus 7 Mares
Sinopse: Jogar lixo no chão, colar na prova, oferecer
dinheiro em troca de algum benefício – todos esses são
comportamentos que podem ser facilmente percebidos
em nosso dia a dia, quase como se fossem situações
corriqueiras e típicas da cultura brasileira. Mas de que maneira isso se reflete na formação de crianças
e jovens? A corrupção estaria mais próxima de nossa vida cotidiana do que gostaríamos de supor?
Professora Esp. Claudete Cristina Iwata

DESENVOLVIMENTO DA

V
UNIDADE
PROFISSÃO

Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar as Operações Imobiliárias.
■■ Conhecer o perfil do cliente.
■■ Compreender formas de atender, conquistar e fidelizar clientes.
■■ Importância da qualificação.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Operações Imobiliárias
■■ O Cliente
■■ Qualificação
165

INTRODUÇÃO

É muito gratificante trabalhar como corretor de imóveis, principalmente quando


percebemos que as operações imobiliárias se complementam, e todas elas, ao
serem desenvolvidas, participam do desenvolvimento de nossa cidade.
Uma cidade desenvolvida cresce, prospera, cria empregos, traz benefícios
para toda a população, e bons profissionais do mercado imobiliário consolidam
suas empresas e tornam-se respeitados. Em muitos lugares, é essa a realidade.
O mercado imobiliário mudou muito e o campo de trabalho para bons
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

profissionais é vasto. Grandes empresas estão à procura de profissionais espe-


cializados e qualificados.
Toda empresa quer ter um bom profissional, que atenda bem no setor de
locação, que saiba trabalhar com incorporações, que entenda tudo sobre ven-
das, e assim por diante.
Tem um pouco do trabalho do corretor de imóveis em tudo: em um lotea-
mento, em um novo estabelecimento comercial, no restaurante recém-inaugurado,
na casa que está sendo procurada para alugar, no prédio que será erguido e assim
por diante.
Todas as operações imobiliárias têm uma forma específica de trabalhar e
uma legislação aplicável. Estudar todas e cada um delas é essencial para ter uma
boa base e depois ter como limite a sua vontade de crescer e sempre melhorar.

Introdução
V

OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS

As principais modalidades de operações imobiliárias são: compra, venda, per-


muta, locação, administração, loteamentos, incorporações, administração de
condomínios, assessoria, consultoria imobiliária e parecer técnico de avaliação
mercadológica.
Procurado pelo cliente para desenvolver uma dessas modalidades, o corre-
tor de imóveis deve estar preparado para prestar um bom serviço.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Compra
Quando decide comprar um imóvel, o cliente bem informado sabe que é fun-
damental poder contar com o profissional que ele já conhece e em quem confia.
Em todas as situações em que a realização do negócio imobiliário contar com a
participação de um corretor, a comissão será devida, então, o melhor a ser feito
é contratar o corretor para auxiliar na compra.
O cliente expõe suas necessidades, interesses, preferências, valor pretendido,
forma de pagamento e demais detalhes, e o corretor, com base nos dados, preenche
o Contrato de Prestação de Serviços para Compra de Imóvel e dá início à busca.
Essa prática é reconhecida pelo Código Civil Brasileiro, no Art. 722, porém
não é muito utilizada por falta de cautela do corretor.
Muitas vezes, o profissional é procurado e solicitado para obter negócios
conforme as instruções dadas pelo cliente, mas não tem o hábito de firmar con-
trato por escrito, então, ele procura em jornais, entra em contato com parceiros
por meio de telefone, desloca-se até os locais indicados e, depois de todo tra-
balho desenvolvido, recebe a notícia de que o cliente já comprou o imóvel por
meio de outro profissional.
Todo o tempo, dedicação e despesas feitas com a procura terão sido em vão.
Esse é o retrato da falta de profissionalismo.
Cabe ao corretor explicar para o cliente de que forma se dá a busca e as vanta-
gens que ele terá em contar com seus préstimos e convencê-lo a assinar o contrato.
Sem essa prática, o mercado continuará na mesma e o trabalho de um bom
profissional nunca será devidamente reconhecido.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
167

Venda
É a modalidade na qual o cliente procura o corretor de imóveis para auxiliar na
promoção da venda de um imóvel. Ao contrário do que possa parecer, essa, assim
como as outras modalidades de operações imobiliárias, requer alguns cuidados.
É preciso conhecer dados do imóvel, do vendedor e também a situação do mer-
cado imobiliário. O domínio de todas as informações dará segurança ao cliente
comprador e credibilidade sobre a competência do corretor.
Tanto para a COMPRA quanto para a VENDA é muito importante o
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA VENDA DE IMÓVEL
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ou OPÇÃO DE VENDA DE IMÓVEL. O contrato deve ser preenchido por


completo e devem ser esclarecidas todas as cláusulas e condições para o cliente.

Permuta
A permuta é uma operação imobiliária não muito frequente, em função da sua
própria natureza. Por meio dela, os contratantes permutam imóveis de igual
valor mediante a transferência de título de propriedade.
Partindo-se do princípio de que a escolha de um imóvel para compra não
é tarefa fácil, imagine então a probabilidade de duas pessoas gostarem uma do
imóvel da outra simultaneamente e ambos terem o mesmo valor de venda?
Por meio da permuta, acontece uma troca de propriedade de imóveis. Em
tese, a permuta deve ser feita entre imóveis de valores equivalentes. Quando a
permuta não for perfeita (situação em que os valores são próximos, mas não
iguais) e a diferença for de pouca monta, é possível que o complemento se faça
por meio de pagamento em espécie: móveis e eletrodomésticos instalados nos
imóveis ou mesmo com a transferência de automóveis.
Uma vez realizada a permuta, os procedimentos são iguais aos expostos nos
casos de compra e venda, ou seja, procede-se a visitação e a troca de títulos de
propriedade, tudo em conformidade com a lei, contando com os serviços do
tabelião e os documentos devidamente registrados.
No que diz respeito à comissão devida, o assunto é polêmico e motivo de
discussões judiciais. Algumas tabelas estabelecem que o valor devido ao corre-
tor é 6% (seis por cento) e deverá ser pago por cada uma das partes, e outras,
que o valor é de 3% (três por cento) para cada uma das partes.

Operações Imobiliárias
V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Lembrando que cada CRECI tem autonomia para aprovar a Tabela de
Honorários apresentada pelos sindicatos, logo, nem sempre os valores são os
mesmos, eles variam conforme a região.
Existe uma corrente de corretores, juristas e advogados que entendem ser
justo o pagamento de 6% (seis por cento), e deve ser feito por cada uma das par-
tes em função do trabalho ser literalmente dobrado.
Outra linha segue o raciocínio de que caso venha a ser cobrado 6% (seis por
cento) de cada parte, o corretor estaria recebendo em duplicidade, logo, o mais justo
seria receber metade de cada lado, ou seja, 3% (três por cento) de cada permutante.
Cabe ao corretor analisar o grau de complexidade de cada caso e ajustar o
valor obedecendo à tabela (aprovada pelo CRECI em que está registrado) por
meio de contrato escrito de forma inequívoca, a fim de evitar constrangimen-
tos e ações judiciais futuras.

Locação
Existem situações em que o corretor de imóveis ou a empresa imobiliária são
contratados somente para promover a LOCAÇÃO do imóvel. O valor da remune-
ração será o da Tabela homologada pelo CRECI da região, e o trabalho constitui
na avaliação do imóvel, visita e registro fotográfico, anúncio, busca e triagem de
interessados locatários, análise de cadastros, confecção de vistoria, Contrato de
Locação e demais documentos.
Quando o imóvel estiver na posse do locatário, encerra-se a locação, o
profissional devolve ao locador todos os documentos utilizados e ele passa a
administrar o próprio imóvel.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
169

Administração
A falta de conhecimento das normas aplicáveis à locação e também a como-
didade em ter um intermediário para resolver problemas oriundos do contrato
levam muitos proprietários a optar pelos serviços de uma administradora ou
corretor de imóveis autônomo.
Todas as questões referentes ao Contrato de Locação deverão ser interme-
diadas pelo profissional, evitando que as partes entrem em contato.
São atividades exercidas na administração:
-- Recebimento dos aluguéis do LOCATÁRIO;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

-- Efetuação de descontos em taxas de condomínio, que são de obrigação


do LOCADOR;
-- Repasse do valor para o LOCADOR retendo o valor da administração,
que é definido por meio de tabela emitida pelo sindicato e referendada
pelo COFECI;
-- Renovação do Contrato de Locação, cálculo e aplicação do índice de rea-
juste mediante ADITAMENTO CONTRATUAL;
-- Execução do Termo de Vistoria de Saída do imóvel;
-- Comparação entre as Vistorias de entrada e saída;
-- Indicação dos reparos a serem feitos pelo LOCATÁRIO;
-- Conferência do trabalho executado;
-- Cálculo dos pagamentos finais como: saldo do aluguel (diferença de dias),
certidão negativa de débitos condominiais (emitido pelo síndico ou admi-
nistrador de condomínios), recebimento dos comprovantes de quitação
das taxas de água, energia elétrica e outros;
-- Recebimento das chaves após confirmação de que o LOCATÁRIO resti-
tuiu o imóvel nas mesmas condições que o recebeu, salvo as deteriorações
do uso normal.

As Operações Imobiliárias de LOCAÇÃO e ADMINISTRAÇÃO foram aborda-


das uma após a outra para que fique clara a possibilidade delas serem executadas
individualmente.

Operações Imobiliárias
V

Pode ocorrer do profissional ser contratado apenas para realizar a LOCAÇÃO,


como também é possível que o LOCADOR já possua LOCATÁRIO e queira
somente a administração.
É mais corriqueira a prática das duas modalidades de Operações: a LOCAÇÃO
e a AMINISTRAÇÃO.

Loteamentos
Conforme a cidade vai crescendo, aumenta a demanda por moradia. Assim, as
áreas no entorno começam a ser ocupadas. Em função das áreas serem muito

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
extensas, há a necessidade de parcelamento. O parcelamento do solo para fins
urbanos poderá ser feito mediante LOTEAMENTO ou DESMEMBRAMENTO,
tudo em conformidade com a Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
Ao Corretor de Imóveis cabe, nos loteamentos, a função de IMPLANTAÇÃO,
VENDA e ADMINISTRAÇÃO.

Incorporações
Assim como no caso dos loteamentos, as incorporações acontecem quando a
cidade cresce e aumenta a necessidade de moradia, entretanto, nesse caso,
de acordo com a Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, considera-se
incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de promover e
realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou
conjunto de edificações compostas de unidades autônomas.
Atualmente, o número de incorporações tem crescido muito, em função do
aumento da demanda e incentivos por parte do governo, quer seja em
liberação de fundos, quer seja na redução de impostos.
As incorporações são compostas de várias fases, dentre as quais, a
participação do corretor é importante em algumas e fundamental em outras.
É o corretor o profissional que está em contato direto com o cliente e
conhece suas necessidades e interesses. Da mesma forma, ele está atento às
novas tendências de mercado e poderá auxiliar engenheiros e arquitetos na
busca de um modelo de imóvel altamente vendável.
Muitas incorporações são fadadas ao insucesso porque os profissionais
envolvidos projetam obras com produtos de acordo com o que eles julgam

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
171

bons e deixam de ouvir o cliente para saber o que realmente esperam de um


empreendimento.
O acompanhamento do corretor é indispensável. Caberá a ele vender os
imóveis e coroar de sucesso o empreendimento. Uma incorporação é
considerada a contento quando consegue ser interessante economicamente
para o incorporador, quando satisfaz os interesses do cliente e quando é um pro-
duto de venda garantida para o corretor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Administração de condomínios
Com o aumento do número de imóveis em condomínio, surgiu um novo
tipo de empresa: a ADMINISTRADORA DE CONDOMÍNIOS.
São empresas que tratam de executar todos os serviços pertinentes ao condo-
mínio: recebimentos, pagamentos, assistência jurídica, cobranças, administração
de pessoal, manutenção, conservação etc.
O contato com condomínios já faz parte do dia a dia do corretor; adminis-
trar imóveis também é função que ele domina, portanto, essa passa a ser mais
uma operação imobiliária passível de ser exercida.

Operações Imobiliárias
V

Assessoria
A Assessoria Imobiliária consiste em uma operação imobiliária que requer
do profissional conhecimentos técnicos e o domínio de todas as outras opera-
ções. Por assessoria, entende-se o conhecimento especializado dos trâmites e
documentos. É a forma correta de fazer.
■■ O profissional será solicitado para tarefas e informações, como:
■■ Confecção de Contrato de Locação;
■■ Auxílio em consultas e análise de cadastros;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Termo de Vistoria de entrada e saída de imóvel;
■■ Recibos de pagamento e recebimento de aluguel;
■■ Solicitações;
■■ Avisos;
■■ Notificações;
■■ Comunicados;
■■ Notificação do Direito de Preferência do locatário na compra do imóvel;
■■ Termo de recebimento de Imóvel em Compra e Venda;
■■ Contrato de Compra e Venda;
■■ Proposta de Compra e Venda;
■■ Auxílio no preparo de documentos do comprador, vendedor e imóvel
para financiamentos;
■■ Auxílio para a regularização de documentos de imóveis;
■■ Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica;
■■ Análise de Taxas de Condomínio;
■■ Verificação sobre IPTU, dentre outras.

Assessorar significa assistir, auxiliar o cliente em questões técnicas que são do


domínio de conhecimento específico do corretor de imóveis. Citamos acima

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
173

algumas tarefas que fazem parte da assessoria, razão pela qual o profissional deve
estar sempre atualizado sobre os assuntos pertinentes a um mercado tão dinâmico.

Consultoria imobiliária
Ao contrário do que pensam muitos corretores insensatos, consultoria é uma
modalidade de operação imobiliária completamente diferente da assessoria.
Enquanto uma fundamenta-se em opinião, parecer e aconselhamento, ou seja,
de caráter subjetivo e pessoal, dependendo apenas e tão somente do conhe-
cimento até então adquirido, a outra tem por sustentáculo ações de natureza
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

técnica e objetiva.
Por se tratar de operação imobiliária de caráter subjetivo, requer muito pre-
paro, ética, consciência profissional e prudência.
Partindo do pressuposto de que quando se procura uma opinião, um pare-
cer ou aconselhamento, a pessoa escolhida precisa ser de confiança, assim, ao
ser consultado, o corretor deve estar muito seguro do que irá falar e mais seguro
ainda para deixar de falar, caso não tenha domínio completo sobre o assunto ou
falta de conhecimento e dados para exarar sua opinião.
Normalmente, o termômetro do mercado imobiliário é o próprio corretor,
pois no desenvolvimento do trabalho no dia a dia, ele sabe qual tipo de imó-
vel está sendo mais rentável para locação, mais fácil para compra e venda, qual
melhor área para comércio, residência, investimentos. Sabe também para qual
direção a cidade tem possibilidade de se expandir; quais os melhores investimen-
tos a curto, médio ou longo prazo; quais terão mais valorização; quais possuem
melhor liquidez; enfim, trata-se pura e simplesmente de opinião.
Nem por isso é correto afirmar que a consultoria imobiliária pode ser feita
de forma descompromissada, sem base técnica alguma. Muito pelo contrário,
porque ao requerer a consultoria imobiliária, imediatamente o cliente pergunta
qual razão levou o corretor a pensar dessa forma, ou seja, automaticamente ele
solicita embasamento para a opinião dada.
Por ser o seu campo de trabalho, o corretor detém um número muito grande
de informações, e algumas até privilegiadas, sobre o mercado imobiliário. O
número de informações será ainda bem maior se ele for atuante nos órgãos

Operações Imobiliárias
V

representativos da classe, pois ele será um dos primeiros, a saber, por exemplo:
da implantação de uma nova rede de supermercados na cidade, da instalação
de centros educacionais, hospitais, shoppings centers, feiras livres, calçadões,
enfim, acontecimentos que irão influenciar na valorização ou depreciação de
alguns imóveis existentes no entorno dessas notícias.
Munido dessas informações, conhecedor da situação política, social e eco-
nômica do país e município, conhecimentos técnicos e experiência profissional,
ele estará capacitado para indicar outro imóvel para compra, aconselhar o cliente
a não comprar no momento, a esperar um pouco para vender, enfim, prestar

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
uma boa consultoria.
Lembrando que o profissional incauto poderá responder judicialmente por
danos causados para o cliente com base no Código de Defesa do Consumidor.
Sendo assim, caso o corretor não se sinta preparado para prestar consultoria
imobiliária, não ofereça o serviço, tampouco o execute. Acima de tudo, deve vir
o respeito ao próximo.

PTAM – Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica


O assunto é muito polêmico, tendo, inclusive, desencadeado muitas discussões
a cerca da competência para efetuar a avaliação dos engenheiros ou dos corre-
tores de imóveis de forma excludente um do outro.
É inegável, até pelas atividades operacionais que exerce, que o corretor está
mais próximo das práticas imobiliárias, logo, tem noção exata dos valores que
estão sendo praticados. Para a engenharia de avaliações, o valor do negócio
recém-efetivado é a amostra que oferece mais segurança para a realização de
laudos do que o valor pretendido ou anunciado.
Todavia, existem situações em que se faz necessário o domínio de técnicas
que são específicas de um engenheiro. Como se vê, cada qual exerce as funções
inerentes à sua formação.
No intuito de minimizar essa contenda, o COFECI editou normas para a
confecção do que achou mais apropriado denominar de PTAM – Parecer Técnico
de Avaliação Mercadológica.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
175

O domínio que o corretor de imóveis possui sobre as questões do mercado


imobiliário deve ser devidamente valorizado. Não se concebe mais que o pare-
cer sobre o valor de um imóvel seja feito verbalmente e sem justa remuneração.
Desde 2007, quando do advento da RESOLUÇÃO COFECI 1.066/2007,
nenhum corretor deveria emitir parecer em desacato às normas, muito menos
sem contrapartida dos honorários devidos. O PTAM também deve obedecer à
tabela de honorários.

Gestor x Corretor
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Qual é a diferença entre um GESTOR IMOBILIÁRIO e um CORRETOR


DE IMÓVEIS?
Atualmente, a formação de ambos se dá por meio da modalidade de ensino
a distância. O COFECI reconhece os dois a título de documento hábil para a ins-
crição junto ao CRECI, porém, a primeira diferença está na formação de cada
um deles.
Um Corretor de Imóveis teve como formação o curso técnico com a seguinte
base curricular:
■■ Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa;
■■ Noções de Relações Humanas e Ética;
■■ Matemática Financeira;
■■ Direito e Legislação;
■■ Organização e Técnica Comercial;
■■ Operações Imobiliárias;
■■ Economia e Mercados;
■■ Marketing Imobiliário;
■■ Desenho arquitetônico.

O Gestor Imobiliário teve como formação curso superior de tecnologia com matri-
zes curriculares que cumprem o exigido por lei, complementadas por várias outras
disciplinas, que variam de acordo com a proposta de cada instituição de ensino.

Operações Imobiliárias
V

Observe um exemplo:
■■ Estatística e Pesquisa Imobiliária;
■■ O Papel Legal do Gestor Imobiliário;
■■ Planejamento Urbano e Meio Ambiente;
■■ Incorporações imobiliárias e loteamentos;
■■ Sistema Registral e Notarial;
■■ Operações Imobiliárias;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Conceitos da Administração e Ética Empresarial;
■■ Economia e Sociedade;
■■ Matemática Financeira e Plano de Negócios;
■■ Sistema de Investimentos Imobiliários;
■■ Direito e Legislação Imobiliária;
■■ Comunicação Empresarial e Negociação;
■■ Sustentabilidade e Responsabilidade Social;
■■ Administração de Conflitos e Relacionamentos;
■■ Avaliação Imobiliária;
■■ Administração de Locação e de Condomínios.
Embora a resolução que exige a matriz curricular mínima para a formação de
um corretor tenha sido aprovada em 30 de outubro de 2001, já se tornou insu-
ficiente para as exigências do mercado.
As disciplinas abordadas nos cursos de Gestão estão cada vez mais volta-
das a auxiliar o profissional a obter o melhor desempenho possível de seu papel.
O profissional está cada vez mais sentindo necessidade de ter um diferencial
para que ele se destaque e esse diferencial diz respeito diretamente à formação
educacional.
Quando a pessoa opta por um curso superior de tecnologia percebe a dife-
rença. O profissional passa a enxergar o mercado com outros olhos, além de

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
177

obter as ferramentas corretas para o exercício da profissão e aprender a utilizá-


-las, por isso, não quer ser tratado como um técnico, e sim como um tecnólogo,
que atento às modernidades tomou atitude e foi à busca de qualificação.
Perguntado sobre qual profissão exerce, o profissional imediatamente se
apresenta como gestor, detentor de título de escolaridade superior.
Não se trata apenas de nomenclaturas, mas da necessidade do profissional
se conscientizar de que a Carteira Profissional de Corretor de Imóveis não é o
suficiente, ele precisa aprimorar suas habilidades.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O CLIENTE

Considerando o fato de que a sociedade está em constante processo de movimento


e as transformações ocorrem rapidamente e provocam mudanças, observa-se
que novas tendências do mercado vão se firmando.
A evolução deve ocorrer simultaneamente em todas as esferas. Quando a
sociedade muda, tudo ao seu redor deve adaptar-se a essa mudança.
No mercado imobiliário, as novas tendências podem ser percebidas facil-
mente. O cliente contemporâneo está muito mais exigente e consciente, acima de
tudo, do seu valor. Ele sabe que é cobiçado e disputado pelos corretores. Obterá
êxito quem estiver melhor preparado e conseguir fazer uma boa leitura dessa
evolução traduzindo-a em atitude vanguardista.
O cliente deve ser respeitado, mas nem sempre tem razão.
“O cliente sempre tem razão” era uma frase muito utilizada antigamente
pelos comerciantes, prestadores de serviço e profissionais em geral.
Atualmente, percebemos que o cliente deve ser bem tratado sempre, o que
não significa que ele sempre tenha razão.
Por ainda existirem no mercado imobiliário profissionais com má conduta,
os clientes se acham no direito de não respeitar, de não honrar com a palavra
dada e, principalmente, de não pagar a comissão devida.
É papel do gestor imobiliário levar o cliente ao entendimento de que a

O Cliente
V

classe evoluiu, que os profissionais estão cada vez mais qualificados e são mere-
cedores da remuneração devida.
O que parece ser missão impossível deve ser encarado de forma técnica. Como
fazer o cliente entender que não tem razão, mas será bem atendido e esforços serão
empreendidos para satisfazer seus desejos e necessidades? TRANSPARÊNCIA!
Os princípios e valores do profissional devem estar bem claros e definidos,
assim como os interesses de todas as partes envolvidas. O corretor explicará ao
cliente todos os aspectos do negócio, quem pagará a quem, quanto, quando, por
que, as vantagens, os interesses de cada um e, conhecendo bem o seu cliente, dei-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
xará bem claro que a situação ideal é aquela que é favorável a todos, o que não
significa satisfação em 100%.
Atualmente, o melhor a ser feito no mundo dos negócios é a relação em que
todos ganham, porém, não existe solução matemática de equilíbrio em que não
existam concessões, assim, um profissional bem preparado, qualificado e munido
de informações facilmente conseguirá levar o cliente à compreensão de que ao
ceder um pouco, todos sairão ganhando.

“Um profissional bem preparado com certeza saberá lidar com situações di-
fíceis, afinal, nenhuma intransigência resiste a uma boa argumentação com
bases técnicas, lógicas e feitas de forma honesta”.

Treinamento para atender o cliente


Sim! Definitivamente vale a pena investir em treinamento. Ele consiste em mudar
a mentalidade do Corretor de Imóveis, no sentido de melhorar a percepção que
tem do mercado, aprender a conhecer o cliente, identificar suas necessidades,
saber prestar as informações com precisão e clareza, e assim, satisfazer a todos.
O treinamento deve ter como base os seguintes aspectos:
a. CONHECIMENTO DO PRODUTO

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
179

Ao oferecer um imóvel ao cliente, o corretor deve conhecer muito bem pro-


duto. Isso inclui preço, condições de pagamento possíveis, medidas das áreas
do terreno, da área útil, área da edícula, tempo de construção, padrão constru-
tivo, fatores de valorização e depreciação, situação documental do proprietário,
do imóvel, impostos, taxas etc.
O cliente contemporâneo, antes de procurar um Corretor de Imóveis ou
Empresa Imobiliária, já pesquisou, já percorreu bairros, ruas e já sabe o que quer.
Normalmente ele já tem também as perguntas que quer fazer para o corretor.
Quando o profissional demonstra insegurança, incerteza ou mesmo desconhe-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

cimento, o cliente passa a ficar desconfiado, e quando questionado sobre algum


dado, o profissional não deve titubear, porque inevitavelmente criará descon-
fiança e insegurança.
Deve-se ter sempre em mente que a nossa profissão é nosso meio de sub-
sistência, e conhecer o produto é no mínimo demonstração de conhecimento e
profissionalismo.
b. CONHECIMENTO DO CLIENTE

Os clientes que mais requerem conhecimento do Corretor de Imóveis são os


de COMPRA e VENDA, não que as outras operações imobiliárias não mere-
çam dedicação, é que a procura é maior e mais direcionada, ou seja, o cliente de
locação, de avaliação, assessoria consultoria etc. já sabe o que está procurando,
onde e por quê.
Os clientes de COMPRA e VENDA são disputados no mercado, pois ense-
jarão negociações com taxas superiores e têm à sua disposição uma gama de
ofertas e muitos profissionais disputando a exclusividade na intermediação.
Para conhecer o cliente, é preciso identificar suas características, seus desejos,
suas possibilidades financeiras, suas preocupações, seus receios, suas insegu-
ranças etc.
Uma das formas de fazer isso é saber ouvir o cliente e, assim, entendê-lo. Já
ouvi muitos colegas comentando que não se deve dar muitas opções de esco-
lha para o cliente. O bom corretor deve apresentar, no máximo, três imóveis e
depois usar seu poder de convencimento para forçar o fechamento do negócio.
Pode ser que essa técnica tenha sido muito eficaz em tempos passados,

O Cliente
V

quando o cliente não conhecia seus direitos, ou mesmo, não os tinha resguar-
dados e também desconhecia seu valor no mercado.
Sabemos que o imóvel é um bem durável e pode trazer ao cliente grande
satisfação com a boa escolha ou enorme frustração, tristeza e sensação de ter
sido enganado, caso realize um mau negócio.
O cliente é a nossa maior propaganda, ele irá comentar com as pessoas o
resultado do nosso atendimento e despertará nelas interesse por nossos prés-
timos, ou reação totalmente contrária, alertando sobre o descontentamento e
desaconselhando sobre a contratação dos serviços.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Por essa razão, não é aconselhável forçar o cliente a fazer o que ele não deseja.
O bom atendimento consiste em, conhecendo o cliente, o Corretor localizar exa-
tamente o negócio que ele procura.
Quando a lei fala em intermediar o negócio, conforme as instruções recebi-
das, já salienta a necessidade de saber entender o cliente.
c. IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE

Quando o Corretor já conseguiu fazer uma leitura das necessidades do cliente,


pode, com seus conhecimentos, prestar uma boa consultoria, apresentando
opções que nem sempre foram as sugeridas pelo cliente, mas em razão do pro-
fissional conhecer a cidade e o mercado podem vir a satisfazê-lo.
Para prestar consultoria com segurança, é preciso estar no completo domí-
nio das funções de um bom corretor de imóveis.
d. COMUNICAÇÃO EFICAZ

Um grande mal dos tempos modernos é a dificuldade de comunicação. As pes-


soas conversam menos, leem pouco e quase não escrevem.
As escritas feitas por meio de celulares e internet são caracterizadas pela
velocidade e, devido a isso, as palavras são na maior parte das vezes abreviadas.
Quando se faz necessária uma comunicação escrita mais elaborada ou a
explanação oral de algum acontecimento surge a dificuldade.
A comunicação com o cliente deve ser eficaz. Significa que o corretor pre-
cisa ter clareza na forma de se comunicar, deve escolher o meio de comunicação
mais apropriado à ocasião e, acima de tudo, se fazer entender.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
181

É fundamental que o cliente compreenda de forma inequívoca a mensagem


e oportunamente reste provada a capacidade profissional do Corretor.
Todo esforço e dedicação com o treinamento terá êxito se for abrangente e
continuado, de tal forma a estimular o Corretor de Imóveis a estar sempre bus-
cando qualificação.

Atendimento online
As empresas imobiliárias entraram definitivamente na era da informática. Imagine
o trabalho que tinham os corretores quando da legalização da profissão; todos os
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

contratos, autorizações de venda e locação, cadastros, vistorias, recibos, enfim,


tudo tinha que ser datilografado.
Além dos erros terem que ser evitados ao máximo, sob pena de ter que dati-
lografar todo o texto novamente, ao serem necessárias cópias, era preciso fazer
uso de carbonos.
Esse foi o primeiro passo em direção ao progresso. Existem programas espe-
cíficos para atender às necessidades do Corretor de Imóveis, no que diz respeito
à parte administrativa e operacional.
Em relação ao atendimento online, contamos com técnicos que proporcio-
nam sites muito bem elaborados que permitem ao cliente o autoatendimento.
Sem precisar se deslocar até a imobiliária e independente do horário, o cliente
pode manter contato virtual, fazer reserva de chaves, propostas de compra e loca-
ção, esclarecimentos de dúvidas, simular financiamentos, tomar conhecimento
dos documentos necessários, valores de taxas a serem recolhidas etc.
Assim como todo tipo de atendimento ao cliente, é importante prezar pela
boa execução do serviço.
O aspecto mais valorizado na comunicação virtual é a velocidade e veraci-
dade das informações. A tecnologia tornou-se uma ferramenta muito útil para
o corretor de imóveis, tendo como principais vantagens a economia de tempo,
a praticidade de estabelecimento de contato sem necessidade de deslocamento,
custo baixo e agilidade.
Como o site fará o trabalho do corretor, é preciso atenção com a parte escrita,
visualização agradável, informações de fácil compreensão e autoexplicativas e
fotos bem tiradas.

O Cliente
V

Pós-venda
O pós-venda se inicia logo após realizado o negócio imobiliário. Nessa oportu-
nidade, é muito importante o profissional se colocar à disposição do cliente para
que a satisfação seja completa e ele possa, enfim, usufruir de todos os benefícios
da operação imobiliária realizada.
Para cada operação será necessária uma ação pós-venda diferente, em fun-
ção da natureza da transação: COMPRA, VENDA, PERMUTA, LOCAÇÃO,
ADMINISTRAÇÃO, LOTEAMENTOS, INCORPORAÇÕES, ADMINISTRAÇÃO
DE CONDOMÍNIOS, ASSESSORIA, CONSULTORIA e PTAM.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Muitas vezes, o profissional, ao invés de procurar o cliente para avaliar o grau
de satisfação, evita encontrá-lo, pois sabe que ele está insatisfeito.
Para evitar essa situação, o trabalho preventivo deve ser realizado de maneira
séria e eficaz. No decorrer da negociação, tudo deve ser dito às claras. Nem sem-
pre existe 100% de satisfação de todas as partes envolvidas, mas os clientes devem
ter 100% de certeza de que o profissional se empenhou o máximo que pôde para
que tudo ocorresse dentro das expectativas.
No Mercado Imobiliário, não é comum a ação no pós-venda. Ao adotar
uma postura diferenciada, o bom profissional irá surpreender o cliente ao ques-
tioná-lo sobre a satisfação no negócio realizado. E causará maior perplexidade
ainda ao se empenhar na solução de algum problema que tenha sido detectado.
Mais uma vez, a melhor ótica será por meio da empatia. Assim, você saberá
como o cliente gostaria de ser tratado e tomará as atitudes necessárias.

Fidelização do cliente
A fidelização do cliente, depois da remuneração, é a maior realização do pro-
fissional; é a coroação de toda dedicação e profissionalismo. Ao ser procurado
novamente pelo mesmo cliente, o Corretor de Imóveis terá a certeza de que houve
o reconhecimento pelo trabalho.
No mercado imobiliário, conquistar a fidelização do cliente é muito mais fácil

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
183

do que no comércio, por exemplo. Não existe a oferta de produtos por preços mais
baixos ou melhores condições de pagamento, porque essa decisão normalmente
não cabe ao corretor. O que existe é o melhor atendimento, é a segurança na rea-
lização dos negócios, a satisfação dos objetivos alcançados e a ética demonstrada.
Os negócios imobiliários não acontecem com frequência, por isso é pre-
ciso ser sempre lembrado pelo cliente; para isso, ações como: envio de cartões
de aniversário, datas comemorativas, notícias do mercado, lançamentos, opor-
tunidades de negócios devem ser sempre realizadas.
A internet é um excelente meio de comunicação e muitas das ações sugeri-
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das acima podem ser feitas por meio dela, por outro lado, algumas, se feitas do
modo tradicional, causarão mais impacto, como, por exemplo, o envio de cartões
pelo correio e com, pelo menos, o nome do remetente e destinatário manuscri-
tos, para dar mais pessoalidade.

Com tanta fragilidade nos sentimentos das pessoas na sociedade contem-


porânea, é muito interessante que as empresas invistam em treinamentos
feitos também com o apoio, supervisão e colaboração de profissionais da
área da psicologia para que os corretores de imóveis saibam identificar os
tipos de cliente e possam atendê-los melhor.

O Cliente
V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
QUALIFICAÇÃO

Muitos profissionais de diversas áreas ainda resistem a se qualificarem. Acreditam


que um curso de graduação ou um curso técnico são ou foram suficientes para
que ingressem no mercado de trabalho e lá permaneçam, porém não é assim
que acontece. Não basta ser bom, precisa ser o melhor. O clínico geral não faz
mais sucesso, é preciso ser especialista.
A tecnologia avançou e com velocidade superior a que o corretor pode acom-
panhar, por isso é muito comum o cliente estar bem mais informado do que o
próprio profissional, pois tem acesso às informações de forma rápida, o tempo
todo e de várias fontes ao mesmo tempo.
Da mesma forma, existem técnicas aplicáveis a várias operações imobiliárias,
programas específicos desenvolvidos especialmente para atender às necessidades
das imobiliárias, meios de comunicação mais rápidos, formas de atendimento
online, consulta a órgãos públicos para obtenção de certidões negativas de débi-
tos, dentre outros, mas de nada serve tanta tecnologia se não sabemos como
fazer uso dela.
Podemos entender a QUALIFICAÇÃO como sendo a preparação do corre-
tor de imóveis mediante uma formação profissional para que ele aprimore suas
habilidades para executar funções específicas demandadas pelo mercado de
trabalho, como um curso de Direito aplicado à locação de imóveis, em que o cor-
retor irá aprimorar seus conhecimentos sobre a lei de locação e suas aplicações.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
185

A qualificação é utilizada como complemento da educação formal podendo


ser aplicada em todos os níveis, dependendo apenas da necessidade. Temos que
estar sempre prontos para buscar todo tipo de treinamento e de cursos para
desenvolver melhor nossa profissão.
Existem muitos sites que oferecem cursos ótimos. Muitas escolas técnicas,
faculdades e universidades que disponibilizam cursos livres com temas especí-
ficos para a nossa profissão.
No Paraná, o SECOVI, mediante a UNIHAB – Universidade Livre do Mercado
Imobiliário de Condominial, oferece o Programa Excelência da Qualidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Imobiliária (PEQI), que oferece, todo início do ano, um cronograma de cursos


a serem realizados na capital e nas regionais. A participação é aberta não somente
aos filiados, mas a todos os interessados.
Observe alguns cursos já oferecidos:

VENDAS: ONTEM, HOJE E AMANHÃ


GARANTIAS LOCATÍCIAS
AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS PARA LOCAÇÃO
MATEMÁTICA FINANCEIRA HP 12 C
LIDERANDO EQUIPES
AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS PARA VENDA
ANGARIAÇÃO PARA VENDA DE IMÓVEIS –
A IMPORTÂNCIA DA EXCLUSIVIDADE
ASPECTOS JURÍDICOS DE CONTRATOS –
COMPRA E VENDA
ASPECTOS JURÍDICOS NA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
TÉCNICAS DE VENDAS PARA CORRETORES
ÉTICA NA COMPRA E VENDA DE IMÓVEIS

Qualificação
V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um corretor de Imóveis se constrói um pouco a cada dia. Na Unicesumar, você


obterá o certificado de conclusão do Curso Superior de Gestão em Negócios
Imobiliários e com ele em mãos, vai se dirigir ao CRECI de sua região e plei-
tear a sua inscrição.
A Carteira Profissional de Corretor de Imóveis é a porta de entrada legal
para o exercício da profissão, sem a qual, a pessoa que atuar no mercado imo-
biliário estará, como estudamos nesta disciplina, cometendo uma contravenção

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
penal, porém o Papel Legal do Gestor Imobiliário vai muito além da carteira.
É preciso que ele tenha conhecimento de toda legislação aplicável, que res-
peite o código de ética, que saiba exatamente o que almeja, que conheça todas as
operações imobiliárias, seu produto, o cliente, e nunca pare de estudar.
A qualificação é a palavra-chave desta unidade. Quem congelar seu conhe-
cimento, acreditando que o que conhece é o suficiente, assistirá ao mercado
fluindo na sua frente como se fosse um espetáculo, em que o papel da plateia é
apenas observar e aplaudir.
Tenha iniciativa, aposte e invista em você e em seu conhecimento, não tenha
preguiça, toda forma de aprender vale a pena.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
187

1. Muitas pessoas confundem CONSULTORIA IMOBILIÁRIA com ASSESSORIA. Ob-


serve esse caso: Melissa trabalha na Imobiliária LAR AZUL e foi contratada por
Theodoro para fazer um Contrato de Locação de imóvel que fica em outra cida-
de, porque na cidade onde Theodoro mora não tem imobiliária. Melissa prestou
CONSULTORIA ou ASSESSORIA?
2. Quais conhecimentos o corretor de imóveis deve ter se quiser prestar uma boa
CONSULTORIA IMOBILIÁRIA?
3. Quais são os quatro itens mais importantes no atendimento ao cliente?
MATERIAL COMPLEMENTAR

A Qualificação Profissional Vista pelo Presidente João Teodoro”


Assista ao vídeo “A Qualificação Profissional Vista pelo Presidente João Teodoro”:
<http://youtu.be/6DKLr9bXzoc>.

O site do COFECI oferece também na TV COFECI vários vídeos bem interessantes. O


Presidente João Teodoro é bem comprometido com a classe e por meio da TV COFECI
proporciona o acesso a informações bem interessantes, com temas variados, de fácil
compreensão e com qualidade de imagem e som muito boa. <http://www.cofeci.gov.br/index.
php?option=com_newsfeeds&view=newsfeed&id=15&Itemid=304>.

A qualificação ajuda no mercado de trabalho


Leia o artigo A qualificação ajuda no mercado de trabalho, por Lumara Ximenes Diniz:
<http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/34288/a-importancia-de-se-qualificar>.

Ah Se Eu Soubesse – O que Pessoas Bem-


sucedidas Gostariam de Ter Sabido 25 Anos
Atrás
Richard Edler e Marcio Moreira
Editora: Negócio Editora
Sinopse: A pergunta base para a elaboração deste livro
foi: “O que você sabe hoje que gostaria de ter sabido 25
anos atrás?”. As respostas, de presidentes e diretores de
grandes empresas americanas das mais diversas áreas,
resultam numa leitura atrativa e intrigante, que analisa a vida e experiência destas pessoas de sucesso,
sob aspectos profissionais e pessoais. Grande sucesso em todo o mundo e best-seller no Brasil desde
seu lançamento, “Ah, se eu soubesse...” é um livro que diverte, faz pensar, além de facilitar os passos
daqueles que também pretendem alcançar o sucesso.
189
CONCLUSÃO

Será um sonho, uma utopia, um mercado imobiliário em que os profissionais são


conscientes de suas responsabilidades e de seu papel social? Em que todos conhe-
cem seus direitos e deveres e, acima de tudo, os respeitam? Em que não precisam
coerções nem sanções impostas por nenhum órgão fiscalizador, pois a própria cons-
ciência se encarrega disso? Em que os clientes são respeitados e tratados com digni-
dade e empatia? Em que todos os corretores sabem por que escolheram a profissão,
sabem que precisam estar em constante evolução e também como farão para obter
qualificação?
SIM! Essa situação ideal é irrealizável, porém é possível que a própria sociedade, aos
poucos, perceba a evolução de nossa classe e EXCLUA, de uma vez por todas, os
maus profissionais, deixando-os à margem das transações imobiliárias.
Pudemos observar o quanto nossa profissão evoluiu e o tanto mais que pode e pre-
cisa avançar.
O título O PAPEL LEGAL DO GESTOR IMOBILIÁRIO é o primeiro degrau rumo ao su-
cesso, por meio dele, as informações básicas ficaram claras. O segundo degrau con-
sistirá na consolidação dos valores e busca de novos conhecimentos.
A cada etapa conquistada outra se apresentará, e da mesma forma deverá ser su-
perada.
Acredito que muitos corretores trabalham como se estivessem no escuro e sobrevi-
vem contando com a sorte; não conhecem nossa legislação, não sabem o que signi-
fica COFECI, CRECI e sindicatos etc. O aprendizado se dá na prática e por tentativas.
Não é justo culpá-los por isso, visto que a legalização da profissão é relativamente
nova e até então não foi NECESSÁRIO tomar nenhuma ATITUDE. Atualmente, sabe-
mos que subsistirá aquele que for vanguardista e se destacar.
É pretensão dizer que a presente obra iluminará o caminho do bom profissional,
mas considerá-la um feixe de luz não seria exagero.
Em muitos momentos de minha carreira como corretora de imóveis e como profes-
sora, minhas ATITUDES foram ocasionadas por pura NECESSIDADE.
Após vencidos alguns desafios, percebi que o maior deles era AGIR pela CONSCIÊN-
CIA e não pela NECESSIDADE.
Comecei a estudar, a pesquisar e, ao mesmo tempo, aplicar no meu trabalho, na
prática, toda teoria adquirida.
Certamente meu dia a dia se tornou muito mais agradável, rentável e produtivo.
Os clientes passaram a procurar meus préstimos por se sentirem seguros. Por outro
lado, fui percebendo que esse era um caminho sem volta.
Quem começa a se empenhar para melhorar seu perfil profissional sente que o re-
flexo atinge sua vida em todas as esferas e nunca mais vai querer parar.
CONCLUSÃO

Caro(a) colega, é com muito prazer que compartilho algumas de minhas ideias com
você. Desejo que, juntos, consigamos fazer com que nossos clientes e a sociedade
vejam no Corretor de Imóveis um profissional nobre, distinto e honrado.
191
REFERÊNCIAS

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cofeci.gov.br>. Acesso em: 24 nov. 2014c.
BRASIL. COFECI. O Primeiro Corretor. 19 jul. 2010a. Disponível em: <http://www.co-
feci.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=90:o-primeiro-cor-
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BRASIL. COFECI. Década de 60. 20 jul. 2010b. Disponível em: <http://www.cofeci.
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Brasil. COFECI. Década de 60. 2010c. Disponível em: <http://www.cofeci.gov.br/
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BRASIL. COFECI. Resolução n. 1.066, de 22 de novembro de 2007. Disponível em:
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de maio de 1978, que dá nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis,
disciplina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D81871.
htm>. Acesso em: 24 nov. 2014a.
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BRASIL. Lei n. 4.116, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre a regulamentação do
exercício da Profissão de Corretor de Imóveis. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L4116.htm>. Acesso em: 24 nov. 2014.
BRASIL. Lei n. 6.530, de 12 de maio de 1978. Dá nova regulamentação à profissão
de Corretor de Imóveis, disciplina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização e
dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6530.htm>. Acesso em: 24 nov. 2014b.
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REFERÊNCIAS

urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. Disponível em: <www.planalto.gov.


br/ccivil_03/leis/l8245.htm>. Acesso em: 24 nov. 2014.
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de 12 de maio de 1978, para dispor sobre a eleição dos conselheiros nos Conselhos
Regionais de Corretores de Imóveis e fixar valores máximos para as anuidades devidas
pelos corretores a essas entidades e dá outras providências. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.795.htm>. Acesso em: 24 nov. 2014.
BRASIL. Lei n. 12.744, de 19 de dezembro de 2012. Altera o art. 4o e acrescenta art.
54-A à Lei no 8.245, de 18 de outubro de 1991,que “dispõe sobre as locações dos
imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes”, para dispor sobre a locação
nos contratos de construção ajustada. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
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em:<http://www.respirandoimoveis.com.br/2012/10/curiosidades-veja-anuncios-i-
mobiliarios.html>. Acesso em: 22 nov. 2014.
GABARITO

UNIDADE I
1) Foi regulamentada no dia 27 de agosto de 1962.
2) Inscrição secundária ou suplementar é a efetuada no Conselho Regional diverso
daquele em que a pessoa física ou jurídica possuir a inscrição principal, para permi-
tir o exercício da atividade profissional além dos limites fixados no § 3º do artigo 5°
da RESOLUÇÃO-COFECI Nº 327/92.
Art. 5º - Inscrição originária ou principal é aquela feita no CRECI da
Região onde o Corretor de Imóveis tenha o seu domicílio e exerça a
sua atividade permanente ou esteja sediada a matriz da pessoa jurídica.

......................................................................................................

§ 3º - O exercício eventual da intermediação imobiliária em região


distinta da principal será permitido mediante comunicação prévia ao
CRECI da Região do exercício eventual da profissão, após o pagamento
de anuidade proporcional a 120 (cento e vinte) dias e a conseqüente
anotação na Carteira Profissional do interessado. A continuidade do
exercício eventual por período superior a esse tempo só será possível
mediante inscrição secundária nos termos desta Resolução (BRASIL,
1992).

3) Não, ela pode solicitar a suspensão da inscrição conforme Art. 43 da RESOLUÇÃO-


COFECI Nº 327/92.
UNIDADE II
1) Leonardo cometeu “OVER PRICE”.
2) Sim, devem, de acordo com o
Art. 3º - As atribuições constantes do artigo anterior poderão, também,
ser exercidas por pessoa jurídica, devidamente inscrita no Conselho
Regional de Corretores de Imóveis da jurisdição.

Parágrafo Único - O atendimento ao público interessado na compra,


venda, permuta ou locação de imóvel, cuja transação esteja sendo pa-
trocinada por pessoa jurídica, somente poderá ser feito por Corretor de
Imóveis inscrito no Conselho Regional da jurisdição (BRASIL, 1978).

Do decreto nº 81.871/78
3) A resposta é pessoal, mas os Conselhos Federal e Estadual defendem ser essa a
forma mais segura de atender o cliente, visto que apenas um profissional ficará res-
ponsável por promover a intermediação e por ela responderá civil e criminalmente.
UNIDADE III
1) Júlio pediu que Nelson assinasse porque, de acordo com o artigo 3ª da lei de
GABARITO

locação, o contrato com prazo igual ou superior a dez anos deve ter a assinatura do
cônjuge, porque sem a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o
prazo excedente.
2) Sim, de acordo com a lei de locação artigo 8º.
3) São obrigações do LOCADOR:
I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a
que se destina;

II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel lo-


cado;

III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel;

IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação;

V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do es-


tado do imóvel, quando de sua entrega, com expressa referência aos
eventuais defeitos existentes;

VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por


este pagas, vedada a quitação genérica;

VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de inter-


mediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da
idoneidade do pretendente ou de seu fiador;

VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro comple-


mentar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel,
salvo disposição expressa em contrário no contrato;

IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às


parcelas que estejam sendo exigidas;

X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio.

Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se enten-


dem aquelas que não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção do
edifício, especialmente:

a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral


do imóvel;

b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem


como das esquadrias externas;

c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício;


GABARITO

d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empre-


gados, ocorridas em data anterior ao início da locação;

e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia,


de intercomunicação, de esporte e de lazer;

f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum;

g) constituição de fundo de reserva (BRASIL, 1991).

São obrigações do LOCATÁRIO:


I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou con-
tratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto
dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro
local não tiver sido indicado no contrato;

II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, com-


patível com a natureza deste e com o fim a que se destina, devendo
tratá-lo com o mesmo cuidado como se fosse seu;

III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu,


salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal;

IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de


qualquer dano ou defeito cuja reparação a este incumba, bem como as
eventuais turbações de terceiros;

V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou


nas suas instalações, provocadas por si, seus dependentes, familiares,
visitantes ou prepostos;

VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consen-


timento prévio e por escrito do locador;

VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança


de tributos e encargos condominiais, bem como qualquer intimação,
multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, lo-
catário;

VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás,


água e esgoto;

IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário,


mediante combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja
o mesmo visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no
art. 27;

X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regula-


GABARITO

mentos internos;

XI - pagar o prêmio do seguro de fiança;

XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio.

1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à


administração respectiva, especialmente:

a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e so-


ciais dos empregados do condomínio;

b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum;

c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de


uso comum;

d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráuli-


cos, elétricos, mecânicos e de segurança, de uso comum;

e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso


comum destinados à prática de esportes e lazer;

f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e an-


tenas coletivas;

g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráu-


licas de uso comum;

h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao


início da locação;

i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no


custeio ou complementação das despesas referidas nas alíneas anterio-
res, salvo se referentes a período anterior ao início da locação.

2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas referidas no


parágrafo anterior, desde que comprovadas a previsão orçamentária e
o rateio mensal, podendo exigir a qualquer tempo a comprovação das
mesmas.

3º No edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de


propriedade da mesma pessoa, os locatários ficam obrigados ao paga-
mento das despesas referidas no § 1º deste artigo, desde que compro-
vadas (BRASIL, 1991).

UNIDADE IV
1) Ele consegue provar por meio de documentos comprobatórios que podem ser:
GABARITO

- Ficha de visitação de imóvel para locação ou venda;


- E-mails trocados entre as partes;
- Propostas de compra devidamente preenchidas assinadas pelo proponente e acei-
tas pelo proprietário;
- Contratos de locação, administração e venda;
- Cadastros;
- Processos bancários para financiamentos;
- Contatos com tabelionatos e registros de imóveis etc.
2) Alfredo deve firmar com Heloisa Opção de Venda sem Exclusividade, assim He-
loisa pode contratar mais corretores, claro que nesse caso nenhum deles poderá
anunciar, mas quem vender terá direito ao recebimento da comissão.
3) Existem situações em que os corretores parceiros por motivos, como um deles
ficar responsável por providenciar toda documentação enquanto o outro não fará
nada por estar impossibilitado, farão jus à maior parte da comissão, nesse caso, de-
verá ser firmado por meio de Termo de Acordo de Parceria, ou seja, documentado
para que posteriormente não venha a causar dissabor e inimizade entre os colegas
de profissão.
UNIDADE V
1) Melissa prestou ASSESSORIA.
2) Deve ter conhecimento da realidade do mercado imobiliário, conhecer o plano
diretor, quais são os melhores investimentos, quais são as perspectivas para o fu-
turo, ter conhecimento da estatística das negociações realizadas e, acima de tudo,
credibilidade e responsabilidade.
3) a) CONHECIMENTO DO PRODUTO
Ao oferecer um imóvel ao cliente, o corretor deve conhecer muito bem o
produto, isso inclui preço, condições de pagamento possíveis, medidas
das áreas do terreno, da área útil, área da edícula, tempo de construção,
padrão construtivo, fatores de valorização e depreciação, situação docu-
mental do proprietário, do imóvel, impostos, taxas etc.
O cliente contemporâneo, antes de procurar um Corretor de Imóveis ou
Empresa Imobiliária, já pesquisou, já percorreu bairros, ruas e já sabe o
que quer. Normalmente, ele também já tem as perguntas que quer fazer
para o corretor. Quando o profissional demonstra insegurança, incerteza
ou mesmo desconhecimento, o cliente passa a ficar desconfiado e quan-
do questionado sobre algum dado, o profissional não deve titubear, por-
que inevitavelmente criará desconfiança e insegurança.
GABARITO

Deve-se ter sempre em mente que a nossa profissão é nosso meio de sub-
sistência e conhecer o produto é no mínimo demonstração de conheci-
mento e profissionalismo.
b) CONHECIMENTO DO CLIENTE
Os clientes que mais requerem conhecimento do Corretor de Imóveis são
os de COMPRA e VENDA, não que as outras operações imobiliárias não
mereçam dedicação, é que a procura é maior e mais direcionada, ou seja,
o cliente de locação, de avaliação, assessoria consultoria etc., já sabe o
que está procurando, onde e por quê.
Os clientes de COMPRA e VENDA são disputados no mercado, pois enseja-
rão negociações com taxas superiores e têm à sua disposição uma gama
de ofertas e muitos profissionais disputando a exclusividade na interme-
diação.
Para conhecer o cliente, é preciso identificar suas características, seus de-
sejos, suas possibilidades financeiras, suas preocupações, seus receios,
suas inseguranças etc.
Uma das formas de fazer isso é saber ouvir o cliente e, assim, entendê-lo.
Já ouvi muitos colegas comentando que não se deve dar muitas opções
de escolha para o cliente. O bom corretor deve apresentar, no máximo,
três imóveis e depois usar seu poder de convencimento para forçar o fe-
chamento do negócio.
Pode ser que essa técnica tenha sido muito eficaz em tempos passados,
quando o cliente não conhecia seus direitos, ou mesmo não os tinham
resguardados e também desconhecia seu valor no mercado.
Sabemos que o imóvel é um bem durável e pode trazer ao cliente grande
satisfação com a boa escolha ou enorme frustração, tristeza e sensação de
ter sido enganado, caso realize um mau negócio.
O cliente é nossa maior propaganda, ele irá comentar com as pessoas o
resultado do nosso atendimento e despertará nelas interesse nos nossos
préstimos ou reação totalmente contrária, alertando sobre o desconten-
tamento e desaconselhando sobre a contratação dos serviços.
Por essa razão, não é aconselhável forçar o cliente a fazer o que ele não
deseja. O bom atendimento consiste em, conhecendo o cliente, o Corre-
tor localizar exatamente o negócio que ele procura.
Quando a lei fala em intermediar o negócio conforme as instruções rece-
bidas, já salienta a necessidade de saber entender o cliente.
c) IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE
Quando o Corretor já conseguiu fazer uma leitura das necessidades do
GABARITO

cliente, pode, com seus conhecimentos, prestar uma boa consultoria,


apresentando opções que nem sempre foram as sugeridas pelo cliente,
mas que, em razão do profissional conhecer a cidade e o mercado, podem
vir a satisfazê-lo.
Para prestar consultoria com segurança, é preciso estar no completo do-
mínio das funções de um bom corretor de imóveis.
d) COMUNICAÇÃO EFICAZ
Um grande mal dos tempos modernos é a dificuldade de comunicação.
As pessoas conversam menos, leem pouco e quase não escrevem.
As escritas feitas por meio de celulares e internet são caracterizadas pela
velocidade e, para isso, as palavras são, na maior parte das vezes, abre-
viadas.
Quando se faz necessária uma comunicação escrita mais elaborada ou a
explanação oral de algum acontecimento, surge a dificuldade.
A comunicação com o cliente deve ser eficaz. Significa que o corretor pre-
cisa ter clareza na forma de se comunicar, deve escolher o meio de comu-
nicação mais apropriado à ocasião e, acima de tudo, se fazer entender.
É fundamental que o cliente compreenda de forma inequívoca a mensa-
gem e oportunamente reste provada a capacidade profissional do Cor-
retor.
Todo esforço e dedicação com o treinamento terá êxito se for abrangente
e continuado, de tal forma a estimular o Corretor de Imóveis a estar sem-
pre buscando qualificação.

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