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ASPECTOS DA PREGAÇÃO

[Excertos extraídos de testemunhos enviados por Ellen White a líderes da igreja]


Compilados por Emilson dos Reis

Testemunhos Para a Igreja, 1:113


ARGUMENTOS PARA A MENTE E ARGUMENTOS PARA O CORAÇÃO

Em 20 de novembro de 1855, enquanto me achava em oração, o Espírito do Senhor veio súbita


e poderosamente sobre mim, e fui arrebatada em visão.
Vi que o Espírito do Senhor tem estado a extinguir-Se na igreja. Os servos de Deus têm
confiado demasiado na força do argumento, e não têm mantido em Deus aquela firme confiança
que deveriam ter. Vi que a mera discussão sobre a verdade não levará as pessoas a decidir colocar-
se ao lado dos remanescentes; pois a verdade é impopular. Os servos de Deus devem ter a verdade
no coração. Disse o anjo: "Eles a devem receber com o calor da glória, levá-la no próprio seio, e,
derramá-la com calor e zelo de coração para os que a ouvem". Uns poucos, que são conscienciosos
estão prontos a decidir segundo o peso da evidência; mas é impossível mover a muitos por meio
de uma simples teoria da verdade. A verdade precisa ser acompanhada de poder, um testemunho
vivo a impulsioná-los.

Testemunhos para a Igreja, 1:435


O HUMOR QUE TEM A INTENÇÃO DE PRODUZIR RISOS

Quando seu caso me foi apresentado pela primeira vez em visão, vi que havia uma falta em
você. Sua mente não é elevada. Quando no púlpito, o irmão trata das mais sagradas, santas e
elevadas verdades de maneira competente, mas quando envolvido com os mais solenes temas,
muitas vezes insere algo cômico para produzir risos, e isto destrói a força de toda a pregação.
Você lida com verdades solenes com naturalidade, mas não as pratica. E esta é a razão por que
está faltando o endosso do Céu. Muitos que o ouvem com prazer, falarão do ardente sermão, do
hábil pregador, más não estarão mais impressionados com a necessidade de obedecer à verdade
do que ouvi-la. Eles continuam a transgredir a lei de Deus como antes. Foi o pastor que os agradou
e não as verdades expressas.

Testemunhos para a Igreja, 1:437


PREGAR PARA REVELAR A CRISTO E NÃO PARA EXIBIR O PREGADOR

Vi que o irmão seria tentado a sentir que seus irmãos desejam bitolá-lo; que querem impor-lhe
muitas restrições. Mas eles desejam apenas que você viva de acordo com as instruções da Palavra
de Deus. Deus deseja conduzi-lo a esse ponto e Seus anjos estão observando-o com a mais
profunda solicitude. Você precisa conformar sua vida à Palavra de Deus para que possa ser
abençoado e fortalecido por Ele, ou cairá no caminho; e depois de pregar aos outros, você mesmo
será reprovado. Mas o irmão pode tornar-se um vencedor e conquistar a vida eterna. Você está se
recuperando das armadilhas de Satanás, mas ele está preparando outras ciladas. Deus o ajudará e
fortalecerá, se o irmão O buscar diligentemente. Examine, porém, a si mesmo. Teste cada motivo
e não seja sua meta pregar brilhantes sermões para exibir Moses Hull, mas busque revelar a Cristo.
Torne mais clara a verdade aos ouvintes, para que mesmo as mentes mais limitadas possam

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compreendê-la. Que suas pregações sejam claras, objetivas e solenes. Leve o povo à decisão. Faça
com que sintam a força vital da verdade. Se alguns lhe disserem palavras lisonjeiras, chame-lhes
severamente a atenção. Diga-lhes que Satanás tem estado a perturbá-lo por muito tempo com isso,
e que eles não precisam auxiliá-lo nesse trabalho.

Quando entre irmãs, seja reservado. Não importa se elas pensarem ser isso falta de cortesia.
Se as irmãs, sejam casadas ou solteiras, demonstrarem qualquer familiaridade, afaste-as. Seja
firme e decidido para que entendam que você não encoraja tal fraqueza. Quando perante os jovens,
e em todo o tempo, seja sério e ponderado. Vi que se o irmão Loughborough e você fizessem de
Deus sua força, realizariam um bom trabalho em favor de Seu pobre povo, pois dois juntos podem
ser um exército: Aproximem-se mais um do outro, orem juntos e separadamente, e tenham
liberdade um com o outro Irmão Hull, você deve confiar no julgamento do irmão Loughborough
e ouvir seus conselhos e advertências.

Testemunhos para a Igreja, 1:438-449


PASTORES NÃO CONSAGRADOS

Pastores que pregam a terceira mensagem deveriam trabalhar porque sentem que Deus pôs
sobre eles o fardo da obra. Nossos pastores serão poupados de necessidades se exercerem alguma
economia. Se falharem, porém, sofrerão privações, qualquer que seja a posição em que forem
colocados. Dê-se-lhes a chance mais favorável e eles gastarão tudo o que recebem. Isso aconteceu
com o Pastor Hull. Ele precisa de um fundo quase inesgotável para gastar de modo que fique
satisfeito.
Aqueles que não administram sabiamente assuntos temporais, geralmente falham nas coisas
espirituais. Fracassam em edificar a igreja. Eles podem possuir talentos naturais e serem tidos
como hábeis pregadores, todavia, ainda lhes falta valor moral. Eles podem atrair grandes
congregações e criar considerável entusiasmo, mas se buscam frutos de seu trabalho, verifica-se
que a colheita é pequena, se qualquer fruto ainda puder ser encontrado. Tais homens
freqüentemente se envaidecem por causa de seu trabalho e perdem o amor pela simplicidade do
evangelho. Não são santificados pelas verdades que pregam. Foi o que aconteceu com o Pastor
Hull. Faltou-lhe aquela graça que alicerça a mente, eleva e enobrece o caráter do homem. E bom
para o coração ser firmado na graça. Essa é a nossa firmeza.
Em lugares onde o Pastor Hull realizou uma série de conferências, as pessoas gostaram de suas
expressões espirituosas e estilo peculiar de pregação, contudo, poucas aceitaram a verdade como
resultado de seus trabalhos\Mesmo dessas, uma grande proporção logo renunciou á fé. Muitos
ficaram desapontados com os pequenos resultados de seu trabalho. Foi-me mostrada a razão.
Estavam faltando humildade, simplicidade, pureza e santidade de vida! Ele pensava que seus
esforços eram indispensáveis, e que a obra não existiria se estivesse fora dela. Mas, se ele pudesse
saber da ansiedade que os verdadeiros obreiros da causa, os quais tentaram ajudá-lo, sofreram por
causa dele, não teria em tão alta conta seus próprios esforços. Sua conduta era uma contínua carga
à causa, a qual teria prosperado mais sem a sua influência. A ansiedade de seus irmãos para salvá-
lo da queda, levou-os a fazer muito por ele com relação aos recursos. Eles estavam satisfeitos com
seu talento oratório e alguns foram até indiscretos em enaltecê-lo, mostrando decidida preferência
por ele em detrimento de outros pregadores, cuja influência diria mais em prol da divulgação da
causa. Isso o prejudicou. Ele não teve humildade suficiente ou o bastante da graça de Deus para
estar acima da lisonja de seus irmãos. Que Deus ajude esses a perceberem seu erro e a jamais se
tornarem novamente culpados de prejudicar um jovem pastor mediante lisonja.

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Todos os que desejam afastar-se do povo remanescente de Deus para seguir seu corrompido
coração, lançam-se de boa vontade nas mãos de Satanás, e devem ser livres para fazê-lo. Há outros
entre nós que estão em periga Eles têm uma elevada opinião sobre as próprias habilidades,
enquanto sua influência, em muitos respeitos, tem sido apenas um pouco melhor do que a do
Pastor Hull. A menos que se reformem completamente, a causa ficará melhor sem eles. Pastores
não consagrados prejudicam a causa, e são pesada carga a seus irmãos. Eles precisam de alguém
que os sigam para corrigir seus erros, endireitar as coisas e fortalecer aqueles que foram
debilitados e prejudicados por sua influência. Eles têm ciúmes dos que assumem as
responsabilidades da obra - dos que sacrificariam mesmo a própria vida se necessário, para o
progresso da causa da verdade. Eles acham que seus irmãos não têm motivos mais elevados do
que eles. É prejudicial e um desperdício de meios fazer tanto por pastores que estão assim sujeitos
às tentações de Satanás. Isso lhes concede influência e os coloca onde podem ferir profundamente
seus irmãos e a causa de Deus.
Foi-me revelado que as dúvidas que expressam com respeito à veracidade de nossa posição e
a inspiração da Palavra de Deus, não são causadas como muitos supõem. Essas dificuldades não
estão com a Bíblia ou as evidências de nossa fé, mas em seu coração. Os reclamos da Palavra de
Deus são muito restritos para sua natureza não santificada. "Por isso o pendor da carne é inimizade
contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar". Rom. 8:7. Se os
sentimentos do coração natural não são contidos e trazidos em sujeição à santificadora influência
da graça de Deus mediante a fé, os pensamentos não serão puros e santos. As condições de
salvação da Palavra de Deus são razoáveis, claras e positivas, não sendo nada menos que perfeita
conformidade com a vontade divina e pureza de coração e vida. Devemos crucificar o eu com
suas concupiscências. Precisamos purificar-nos "de toda imundícia da carne e do espírito,
aperfeiçoando a santificação no. temor de Deus". II Cor. 7:1.
Em quase todos os casos onde os indivíduos se tornam duvidosos com respeito à inspiração da
Palavra de Deus, isso se deve a sua vida não consagrada que essa mesma Palavra condena. Eles
não aceitam suas reprovações e ameaças, porque elas atingem diretamente sua conduta errônea.
Eles não possuem nenhum respeito por aqueles que se esforçam por convertê-los e restringi-los.
Dificuldades e dúvidas que desconcertam o coração maldoso serão solucionadas para os que
praticam os puros princípios da verdade.
Muitos possuem talentos que poderiam ser empregados na realização de muito bem, se
santificados e usados na causa de Cristo; ou muito dano se empregados a serviço da incredulidade
e de Satanás. A satisfação do próprio eu com suas concupiscências perverterá os talentos e os
tornará uma maldição em vez de bênção. Satanás, o arquienganador, possui talentos maravilhosos.
Ele foi, uma vez, um anjo exaltado, próximo a Cristo. Ele caiu por exaltar a si mesmo e levantou
uma rebelião no Céu, levando muitos em sua queda. Então seus talentos e habilidades foram
empregados contra o governo de Deus, para induzir a todos os que pudesse controlar a
desprezarem a autoridade do Céu. Os que ficam encantados com a majestade satânica podem
escolher imitar esse general caído e afinal partilhar seu destino.
Pureza de vida concede refinamento, o qual conduzirá aqueles que o possuem a se afastar
mais e mais da maldade e condescendência com o pecado. Eles não serão afastados da verdade
ou deixados a duvidar da inspiração da Palavra de Deus. Pelo contrário, ocupar-se-ão do estudo
diário da Palavra Sagrada com interesse sempre crescente, e as evidências do cristianismo e da
inspiração farão impressão em sua mente e vida Aqueles que amam o pecado desviar-se-ão da
Bíblia, apreciarão duvidar dela e se tornarão indiferentes aos seus princípios. Eles aceitarão e
defenderão falsas teorias. Esses atribuirão os pecados do homem às circunstâncias; e quando ele
comete algum grande pecado, eles o tornam objeto de piedade em vez de considerá-lo como um
criminoso a ser castigado. Essa disposição sempre acomodará o coração depravado, que com o

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correr do tempo desenvolverá os princípios da natureza decaída. Por um processo geral, os
homens abolem de uma vez o pecado para evitar a desagradável necessidade de empenho e
reforma individual. Para se livrarem da obrigação de esforçar-se, muitos estão prontos a declarar
sem importância todo o trabalho e esforço de sua vida enquanto seguindo os princípios sagrados
da Palavra de Deus. A necessidade filosófica do Pastor Hull tem sua fortaleza nas corrupções do
coração. Deus está convocando os homens para trabalhar nos campos de colheita; se forem
humildes, dedicados e piedosos, receberão as coroas que esses pastores perderam, os quais, no
que respeita à fé, estão reprovados.
Em 5 de novembro de 1862, foi-me mostrado que alguns homens enganam-se acerca de seu
chamado. Pensam que se um homem não pode trabalhar com as próprias mãos, ou se ele não
possui um caráter empresarial, deve tornar-se um pastor. Muitos cometem aqui um grande erro.
Um homem que não tem nenhum tato empresarial pode tornar-se um pastor, mas lhe faltarão as
qualificações que todo pastor precisa possuir para agir sabiamente na igreja e edificar a causa.
Mas quando um pastor é bom no púlpito, e, como o Pastor Hull, falha na administração, nunca
deveria sair só. Outro deveria ir junto para suprir-lhe as faltas e administrar por ele. E embora isso
possa ser lhe humilhante, ele deveria dar atenção ao julgamento e conselho desse companheiro,
como um homem cego segue àquele que tem visão. Fazendo assim, evitará muitos perigos que se
lhe provariam fatais fosse ele deixado só.
A prosperidade da causa de Deus depende muito dos pastores que trabalham no campo do
evangelho. Aqueles que ensinam a verdade devem ser consagrados, abnegados e piedosos, que
conheçam bem seu ofício e prossigam fazendo o bem, porque sabem que Deus os chamou para
esse trabalho. Homens que sintam o valor das pessoas e suportem cargas e assumam
responsabilidades. Um obreiro completo é conhecido pela perfeição de seu trabalho.
Há apenas uns poucos pregadores entre nós. E porque a causa de Deus parecia necessitar da
ajuda de tanto auxílio, alguns foram levados a pensar que quase qualquer um que deseje ser pastor
deve ser aceito. Certas pessoas acham que pela razão de uns poderem orar e exortar com certo
grau de liberdade nas reuniões, acham-se qualificados para ser obreiros. E antes de serem testados,
ou mesmo mostrarem algum bom fruto de seus trabalhos, foram encorajados homens a quem
Deus não enviou, e que foram animados e lisonjeados por alguns irmãos de experiência deficiente.
Mas seu trabalho exibe o próprio caráter do obreiro. Eles espalham e confundem; não ajuntam ou
edificam. É verdade que uns poucos podem aceitar a verdade como resultado de seus trabalhos,
mas esses geralmente não progridem mais do que aqueles que lhes ensinaram a verdade. A mesma
carência que marca sua conduta é vista em seus conversos.
O sucesso desta causa não depende de termos um maior número de pastores. É, contudo, da
maior importância que aqueles que trabalham ligados à causa de Deus sejam homens que
realmente sintam a responsabilidade e a santidade da obra para a qual foram chamados. Uns
poucos piedosos e abnegados homens, que se consideram pequenos aos próprios olhos, podem
realizar maior volume de bem do que um grande número de homens desqualificados para a obra,
contudo autoconfiantes e vangloriosos de seus talentos. Vários desses no campo, os quais
deveriam ficar em casa, tornam necessário que constantemente os fiéis pastores despendam tempo
em corrigir sua nociva influência. A utilidade futura de jovens pregadores depende muito da
maneira com que iniciam seu trabalho, Irmãos que têm a causa de Deus no coração ficam tão
ansiosos por ver o progresso da verdade, que se acham em perigo de fazer muito por pastores que
ainda não foram testados, ajudando-os liberalmente com recursos e concessão de autoridade.
Aqueles que adentram o campo evangélico devem ser deixados a obter por si mesmos a própria
reputação, mesmo se sob lutas e privações. Deveriam primeiro dar prova cabal de seu ministério.
Irmãos experientes deveriam ser precavidos, e em lugar de esperar que esses jovens pregadores
os auxiliem e conduzam, deve- riam sentir a responsabilidade de encarregar-se deles, instruindo-

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os, aconselhando-os e orientando-os, demonstrando paternal cuidado por eles. Os pregadores
jovens deveriam ter método, firme propósito e disposição para o trabalho, para não atraírem
problemas de modo algum. Não devem ir de lugar em lugar mostrando alguns pontos de nossa fé
que podem despertar preconceito, e deixando pela metade a apresentação da verdade presente.
Esses jovens que pensam ter uma obrigação a cumprir na obra, não devem assumir a
responsabilidade de ensinar a verdade sem antes se submeterem á influência de alguns pregadores
experientes, que são sistemáticos em seu trabalho. Devem aprender destes, como os alunos de
uma escola aprendem de seu professor. Não devem ir de um lugar para outro sem um objetivo
definido ou planos amadurecidos para levar avante seu trabalho.
Alguns que têm pouca experiência e estão menos qualificados para ensinar a verdade, são os
últimos a pedir conselho e orientação a seus irmãos mais experientes. Eles assumem o ministério
e se colocam no mesmo nível com aqueles de maior experiência não se satisfazem a menos que
possam dirigir, pensando que por serem pastores todo sabem. A tais pregadores certamente falta
um verdadeiro conhecimento de si mesmos. Não possuem a necessária modéstia e têm um
conceito muito elevado a respeito das próprias habilidades. Pastores experientes, que
compreendem a solenidade do trabalho e o peso da causa sobre si, são zelosos. Eles consideram
um privilégio aconselharem-se com seus irmãos e não ficam ofendidos se são sugeridas melhorias
em seus planos de trabalho ou na maneira de pregar.
Os pastores vindos de outras denominações para abraçar a terceira mensagem angélica,
desejam frequentemente ensinar quando deveriam ser aprendizes. Alguns precisam desaprender
grande parte de sua instrução anterior, antes que possam compreender amplamente os princípios
da verdade presente. Há pastores que prejudicam a causa de Deus por saírem a trabalhar em lugar
de outros pastores, quando há muito trabalho a ser feito em prepará-los para sua obra, assim como
gostariam de fazer pelos descrentes. Se estão desqualificados para o trabalho, requerer-se-ão os
préstimos de dois ou três fiéis pastores para acompanhá-los e corrigir sua nociva influência. Seria
menos dispendioso para a causa de Deus dar um bom apoio a esses pastores e deixá-los em casa,
prevenindo assim prejuízos no campo.
Os pregadores são vistos por alguns como especialmente inspirados, como sendo apenas
instrumentos através dos quais o Senhor fala. Se os que são idosos, experientes, veem falhas num
pastor e sugerem melhorias em suas maneiras, no tom de sua voz, em seus gestos, ele às vezes se
sente melindrado, e raciocina que Deus o chamou assim como é, que o poder era de Deus e não
de si mesmo e que o Senhor deve fazer o trabalho por ele, para que possa pregar não de acordo
com a sabedoria humana, etc. E erro pensar que um homem não pode pregar, a menos que atinja
um alto grau de entusiasmo. Homens que dependem assim de sentimentos, podem ser usados em
exortar, quando se sentem inclinados a isso, mas nunca serão bons obreiros, portadores de pesadas
responsabilidades. Quando a obra progride com dificuldade e tudo assume um aspecto
desencorajador, aqueles que dependem dos sentimentos não se acham preparados para levar sua
parte das cargas. Em tempos de desencorajamento e escuridão, quão importante é termos homens
de temperamento calmo, que não dependem das circunstâncias, mas que confiam em Deus e
trabalham tanto em trevas como na luz. Homens que servem a Deus por princípio, embora sua fé
seja severamente provada, serão vistos como se apoiando firmemente no infalível braço de Jeová.
Jovens pregadores e homens que j á foram pastores, cujas maneiras têm sido ásperas e
desagradáveis, e cuja conversação não tem sido modesta e virtuosa, não estão capacitados a
empenhar-se nesse trabalho, até que deem evidência de inteira reforma. Uma palavra dita
inadvertidamente pode causar mais dano, do que uma série de reuniões por eles realizada, faria
de bem. Eles lançam o estandarte da verdade no pó diante da comunidade, o qual deveria ser
sempre exaltado. Seus conversos geralmente não se erguem acima do padrão posto pelos pastores.
Homens que estão entre os vivos e os mortos, deveriam ser pelo direito. O pastor não pode baixar

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a guarda nem por um só momento. Ele está trabalhando para erguer outros à plataforma da
verdade. Que ele mostre aos homens o que a verdade fez por ele. Deve conscientizar-se do mal
dessas descuidadas, ásperas e vulgares expressões, e livrar-se de tudo quanto se lhes assemelhe.
A menos que faça isso, seus conversos o tomarão por padrão. E quando fiéis pastores o
substituírem e trabalharem com esses conversos para corrigir-lhes os erros, eles se desculparão
fazendo referências ao pastor que os instruíra. Se você condenar a conduta dele, eles lhe
perguntarão: Por que você apoia e emprega sua influência em favor de homens como esse,
enviando-os a pregar aos pecadores, quando eles mesmos são pecadores?
A obra na qual estamos empenhados é um trabalho responsável e elevado. Aqueles que pregam
e ensinam a doutrina deveriam eles mesmos ser modelo de boas obras, exemplo em santidade,
asseio e ordem. A aparência do servo de Deus dentro e fora do púlpito, deve ser a de um pregador
vivo. Ele pode realizar muito mais por seu piedoso exemplo do que meramente pregando do
púlpito, enquanto sua influência fora dele não for digna de imitação. Os que trabalham nessa causa
estão levando ao mundo a mais elevada verdade jamais dada a mortais.
Homens escolhidos por Deus para trabalhar nessa causa, darão prova de sua elevada vocação
e considerarão como seu mais alto dever crescer e aprimorar-se até se tornarem hábeis obreiros.
Então, enquanto manifestam determinação em melhorar os talentos que Deus lhes confiou,
deveriam ser ajudados cuidadosamente. Porém, o encorajamento a eles dado não deveria recender
a bajulação, pois o próprio Satanás fará sua parte nesse trabalho. Homens que julgam ter o dever
de pregar, não devem ser sustentados quando se lançam de uma vez, a si e suas famílias, a
expensas dos irmãos. Eles não devem ser autorizados a estar sob esse esquema até que apresentem
frutos de seu trabalho. Há agora o perigo de prejudicar os jovens pregadores e aqueles que
possuem pouca experiência, pela lisonja. e pelo alívio das responsabilidades da vida. Quando não
estão pregando, deveriam estar fazendo o possível para prover o próprio sustento. Essa é a melhor
maneira de testar a legitimidade de sua vocação para pregar. Se desejam pregar apenas para serem
mantidos como pastores, e a igreja adotar uma conduta cuidadosa, eles logo perderão o interesse
e trocarão a pregação por um negócio mais rentável. Paulo, o mais eloqüente dos pregadores,
milagrosamente convertido a Deus para fazer uma obra especial não se isentava do trabalho. Ele
diz: "Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não
temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados
e bendizemos; somos perseguidos e sofremos." I Cor. 4:11 e 12. "Nem, de graça, comemos o pão
de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a
nenhum de vós." II Tess. 3:8.
Foi-me mostrado que muitos não estimam corretamente as pessoas talentosas que estão entre
eles. Alguns irmãos não compreendem que o pregador talentoso é o melhor parado progresso da
causa da verdade. Pensam apenas na momentânea satisfação de seus sentimentos. Sem cuidadosa
reflexão, mostrarão preferência por um pregador que manifesta zelo apreciável em suas
pregações, e conta anedotas que agradam ao ouvido e estimulam a mente por um momento, mas
não deixam impressão duradoura. Ao mesmo tempo, têm em baixa estima um pregador que se
preparou com oração para poder apresentar diante do povo os argumentos de nossa crença, de
maneira calma e forma encadeada. Seu trabalho não é apreciado e ele é frequentemente tratado
com indiferença.
Um homem pode pregar animadamente e agradar ao ouvido, mas não apresentar nenhuma
ideia nova ou pensamentos inteligentes. As impressões recebidas de tais pregações não
permanecem por muito mais tempo do que enquanto a voz do pregador é ouvida. Quando são
procurados frutos desse trabalho, bem pouco pode ser encontrado. Esses dons fugazes não são
benéficos e eficazes no progresso da causa da verdade, como um dom confiável a ser exercido
em lugares difíceis e trabalhosos. Na obra de ensinar a verdade é necessário que importantes

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pontos de nossa fé sejam bem apoiados com evidências escriturísticas. Afirmações podem fazer
silenciar um descrente, mas não o convencem. Os crentes não são os únicos para cujo beneficio
os obreiros são enviados ao campo. A salvação de seres humanos é o grande objetivo.
Alguns irmãos erram a esse respeito. Eles pensavam que o irmão C era o homem certo para o
trabalho em Vermont, e que ele podia fazer naquele Estado mais do que qualquer outro pastor.
Esses irmãos não veem o assunto por um correto ponto de vista. O irmão C pode falar de maneira
a atrair o interesse da congregação, e se isso é tudo que é necessário para tornar um pregador bem-
sucedido, então os irmãos e irmãs deveriam estar certos em sua avaliação a respeito dele. Mas ele
não é um obreiro completo nem confiável. Quando, nos momentos difíceis, a igreja o necessita,
não pode contar Com ele. Ele não tem experiência, discernimento e critério para ser de algum
beneficio à igreja em dificuldades. Não é cuidadoso em assuntos temporais e, embora tenha uma
família pequena, tem necessitado de certa assistência. A mesma falha se manifesta nas coisas
espirituais. Se houvesse se adotado uma conduta correta a seu respeito quando iniciou o trabalho
de pregação, ele poderia ser agora de alguma utilidade na causa. Seus irmãos o prejudicaram ao
fazer muito por ele e deixá-lo com poucas responsabilidades na vida, até que o levaram a pensar
que seu trabalho era de grande valor. Ele desejava que os irmãos em Vermont assumissem suas
responsabilidades, enquanto ficava livre de cuidados. O irmão C não tem praticado uma
quantidade adequada de exercícios físicos para dar tono e força a seus músculos e trazer-lhe
benefícios à saúde.
Ele não é capaz de estabelecer igrejas. Quando experimentar um ai "se não anunciar o
evangelho" (1 Cor. 9:16), como os abnegados pregadores do passado experimentaram, então,
como eles, trabalhará com as próprias mãos durante uma parte do tempo para conseguir meios de
sustentar a família, a fim de não ser pesado à igreja. Aí ele sairá não meramente para pregar, mas
para salvar pessoas. Esforços feitos com esse espírito realizarão alguma coisa. O irmão C se tem
em alta conta. Julga-se no mesmo nível dos outros pregadores em Vermont e acha que deveria
figurar na mesma classe deles, e ser consultado quanto aos negócios da igreja. Na verdade, ele
nada fez por merecer tal reputação nem provou ser de valor. Que sacrifícios fez ou que dedicação
manifestou pela igreja? Que perigos e sofrimentos suportou para que os irmãos o tenham como
um obreiro digno de confiança, cuja influência seja positiva aonde quer que vá? Até que possua
um espírito inteiramente diferente e aja sob princípios de abnegação, seria melhor abandonar a
ideia de pregar.
Os irmãos de Vermont têm passado por alto o valor moral de homens como os irmãos Bordeau,
Pierce e Stone, os quais possuem larga experiência e cuja influência tem sido de molde a obter a
confiança da comunidade. Sua vida industriosa e coerente fá-los diariamente pregadores vivos, e
sua obra tem diminuído grandemente os preconceitos, estabelecido e consolidado igrejas.
Contudo, os irmãos não apreciaram o trabalho desses homens, embora se tenham mostrado
simpáticos com aqueles que não foram ainda provados e experimentados, e que podem apresentar
apenas pequenos resultados em seu trabalho.

Testemunhos para a Igreja, 1:622-623


O PREGADOR E A EXALTAÇÃO PESSOAL

... Irmão F, você é homem nervoso e age muito por impulso. A depressão mental influencia muito
em seu trabalho. Certas ocasiões você sente necessidade de liberdade e pensa que é porque outros
estejam em trevas ou env.erro, ou que existe algo que você não sabe bem o que é, e faz uma
campanha em algum lugar e contra alguém, e isto pode fazer grande mal. Se, quando nesse estado
de desassossego e nervosismo, você aquietasse e repousasse, calmamente esperando em Deus e
indagasse se o mal não está em você mesmo, deixaria de ferir o próprio coração e a preciosa causa
de Deus.

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Vi que o irmão F estava em perigo de exaltar-se se fosse capaz de, em suas pregações, mexer
com os sentimentos da congregação. Ele freqüentemente pensa ser o mais talentoso pregador.
Aqui é que ele se engana. Embora possa ser o pregador mais aceito, todavia falha em fazer maior
bem. O pregador que pode arrebatar os sentimentos em alto grau, não dá com isso evidência de
que é mais útil.
Quando o irmão F é humilde e faz de Deus a sua confiança, pode realizar muito bem. Anjos
vêm em seu auxílio e ele é abençoado com perspicácia e liberdade. Mas, após algum tempo de
sucesso, ele muitas vezes se exalta achando que é alguma coisa quando na verdade é apenas um
instrumento nas mãos de Deus. Após esses períodos, os anjos de Deus o deixam entregue à sua
fraqueza. Então, embora ele mesmo seja o único culpado, frequentemente acusa os irmãos e o
povo pelas trevas e fraqueza que sente. Enquanto nesse infeliz estado mental, muitas vezes oprime
este e aquele e, mesmo quando não fez nem metade do trabalho, acha que deve ir embora e iniciar
um trabalho em outro lugar.
Vi que o irmão F estava em perigo de sair à batalha confiando em si mesmo e descobrir que
não possui forças para combater. Enquanto confiou em Deus foi muitas vezes bem-sucedido nos
combates com os opositores de nossa fé. Mas algumas vezes se sentiu orgulhoso da vitória da
verdade sobre o erro que Deus lhe dera e tomou para si mesmo a glória do triunfo. O eu foi
exaltado a seus olhos.

Testemunhos para a Igreja, 2:670-671


DEFEITOS NA PREGAÇÃO: INTRODUÇÃO MUITO LONGA, DESCULPAS E
MINÚCIAS

...A utilidade do irmão D como obreiro não é o que teria sido se ele não fosse tão inclinado a
concentrar os esforços de sua mente sobre uma única ideia. Ele se demora sobre incidentes e
pensamentos que teve e os repete longamente, quando, na verdade, não são importantes para os
outros. Sua mente estava agitada a respeito da própria saúde. Concentrava a força de seu
pensamento nesse ponto. Ele e seus sintomas são os principais assuntos da conversação. Era
cuidadoso em seguir uma rotina preestabelecida em sua mente, e quando buscava acomodar-se,
falhou em considerar quão inconveniente isso se tornou para os outros.
Sua mente tem estado, em grande extensão, fechada ao próprio caso. Esse é o teor de seus
pensamentos e o tema de suas conversas. Seguindo essa conduta sistemática, definida, não
recebeu o benefício que poderia ter recebido, em termos de saúde, se fosse mais esquecido de si
mesmo, e cada dia fizesse exercício físico por meio do qual pudesse desviar a mente de si mesmo.
As mesmas deficiências marcaram seu trabalho no campo evangelístico. Falando ao povo ele
tem muitas desculpas a apresentar e muitos preâmbulos a repetir, e a congregação se cansa antes
que ele possa atingir seu real objetivo. Tanto quanto possível, os pastores devem evitar desculpas
e preâmbulos.
O irmão D é específico demais. Demora-se em minúcias. Ele leva tempo para explicar pontos
que não são realmente importantes e poderiam ser apenas citados, sem necessidade de provas,
pois são evidentes. Mas os pontos reais, vitais, devem ser tornados tão convincentes quanto a
linguagem e as provas possam fazê-los. Devem ser tão visíveis quanto os marcos quilométricos
de uma rodovia. Ele deve evitar multiplicar palavras sobre pequenos pormenores, que fatigarão o
ouvinte antes de serem abordados pontos importantes.
O irmão D possui alto poder de concentração. Quando fixa a mente em certa direção, é-lhe
difícil levá-la a outro ponto; ele se demora tediosamente em um só tópico. Durante uma conversa,
ele acaba cansando o interlocutor. Seus escritos carecem de um estilo livre e simples. O hábito de

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concentrar a mente em um ponto, com exclusão de outras coisas, é um desastre. Ele deve
compreender isso e esforçar-se para restringir e controlar esse poder da mente, que é tão ativo.
Intensa atividade de uma capacidade mental acaba por fortalecê-la, em detrimento de outras. Se
o irmão D quiser tornar- se bem-sucedido obreiro no campo evangelístico, deve educar a mente.
O grande desenvolvimento mental prejudica sua saúde e utilidade. Há falta de harmonia em sua
estrutura mental e em resultado o corpo sofre.
Seria de grande interesse o irmão D cultivar simplicidade e desenvoltura em seus escritos.
Precisa evitar demorar-se em pontos que não sejam de importância vital; e mesmo as mais
essenciais e evidentes verdades, as quais são claras e simples por si mesmas, podem ser revestidas
com palavras que as tornarão indistintas e confusas.

Testemunhos para a Igreja, 3:10-11


PRIORIZAR A INSTRUÇÃO DA PALAVRA DE DEUS

Vou agora transcrever de um testemunho dado em 1859: "Em minha última visão foi-me
mostrado que o Senhor desejava que meu marido se entregasse mais ao estudo das Escrituras,
para que ele fosse qualificado a trabalhar mais eficientemente na palavra e doutrina, tanto no falar
como no escrever. Vi que no passado tínhamos esgotado nossas energias por causa de muita
ansiedade e cuidado para conduzir a igreja a uma posição correta. Esse trabalho cansativo em
vários lugares, assumindo as responsabilidades da igreja, não é exigido; porque a igreja devia
assumir os próprios encargos. Nosso trabalho é instruí-los na Palavra de Deus, insistir com eles
sobre a necessidade de religião prática e definir tão claramente quanto possível a posição correta
com respeito à verdade. Deus deseja que; ergamos nossa voz na grande congregação sobre pontos
da verdade presente que são de importância vital. Estes devem ser apresentados com clareza e
decisão, e devem também ser postos por escrito, para que os mensageiros silenciosos os levem ao
povo por toda parte. Uma consagração mais completa ao trabalho essencial é requerida de nossa
parte; devemos ser sinceros para viver à luz do semblante de Deus. Se nossa mente fosse menos
ocupada com problemas da igreja, seria mais livre para ser exercitada em assuntos bíblicos; e uma
maior dedicação à verdade bíblica acostumaria a mente a seguir nesta direção, e seríamos assim
melhor qualificados para a importante obra a nós confiada".

Testemunhos para a Igreja, 3:30-33


A NECESSIDADE DE ESPIRITUALIDADE

A pregação do irmão B não tem sido marcada pela sanção do Espírito de Deus. Ele pode falar
fluentemente e esclarecer um ponto, mas tem faltado espiritualidade a sua pregação. Seus apelos
não tem tocado o coração com nova ternura. Tem havido uma sucessão de palavras, mas o coração
de seus ouvintes não tem sido vivificado e enternecido com a percepção do amor de um Salvador.
Pecadores não têm sido convencidos e atraídos a Cristo pela percepção de que "Jesus, o
Nazareno, passava". Luc. 18:37. Os pecadores devem ter clara impressão da proximidade e boa
vontade de Cristo em conceder-lhes salvação. O Salvador deve ser apresentado ao povo, enquanto
o coração do orador deve ser subjugado pelo Espírito de Deus e ser dEle imbuído. O próprio tom
da voz, o olhar, as palavras, devem possuir um poder irresistível para impressionar corações e
controlar mentes. Jesus deve estar no coração do pastor. Se Jesus está nas palavras e no tom da
voz, se são suaves com Seu terno amor, demonstrar-se-ão uma bênção de maior valor do que
todas as riquezas, prazeres e glórias da Terra; pois tais bênçãos não vêm e vão sem efetuar uma

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obra. Convicções serão aprofundadas, impressões serão feitas e surgirá a pergunta: "Que devo
fazer para que seja salvo?" Atos 16:30.

Testemunhos para a Igreja, 3:419


O PREGADOR NÃO DEVE SER DEMASIADAMENTE FORMAL, NEM FRIO E
ANTIPÁTICO

Deus o colocou em contato com Seus designados ajudadores em Sua igreja para que você fosse
auxiliado por eles. Sua ligação anterior com o espiritualismo torna seu perigo maior do que seria
de outro modo, pois seu julgamento, sabedoria e discernimento têm sido pervertidos. Você nem
sempre pode por si mesmo reconhecer ou discernir os espíritos; porque Satanás é muito astuto.
Deus o colocou em contato com Sua igreja para que seus membros o ajudassem.
Algumas vezes você é demasiado formal, frio e antipático. Precisa encontrar o povo onde ele
está, e não se colocar muito acima nem exigir demais dele. Precisa ser abrandado e subjugado
pelo Espírito de Deus quando prega ao povo. Deve educar-se quanto à melhor maneira de labutar
para obter o fim desejado. Seu trabalho deve sei caracterizado pelo amor de Jesus enchendo-lhe
o coração, suavizando-lhe as palavras, moldando-lhe o temperamento e enobrecendo-lhe o
espírito.

Testemunhos para a Igreja, 3:419


NÃO PREGAR POR MUITO TEMPO NEM USAR ARGUMENTAÇÃO EXCESSIVA

Você frequentemente fala durante muito tempo quando não tem a influência vitalizadora do
Espírito do Céu. Você cansa aqueles que o ouvem. Muitos cometem erro ao pregar não parando
enquanto o interesse é alto. Continuam sua palestra até que o interesse que surgiu na mente do
ouvinte morre e o povo está realmente fatigado com palavras sem peso ou interesse especiais.
Pare antes de lá chegar. Pare quando não tiver nada de especial a dizer. Não continue com palavras
maçantes que somente despertam o preconceito e não abrandam o coração. Precisa de tal modo
estar unido com Cristo que suas palavras derreterão e abrirão o caminho ao coração. Mera
multiplicação de palavras é insuficiente para este tempo, Argumentos são bons, mas pode haver
argumentação excessiva e muito pouco do espírito e vida de Deus.
Sem o poder especial de Deus para atuar com seus esforços, seu espirito subjugado e
humilhado em Deus, seu coração abrandado, suas palavras provindo de um coração de amor, seus
trabalhos serão cansativos para você mesmo e desprovidos de resultados abençoados. Há um
ponto ao qual o ministro de Deus chega, além do qual conhecimento humano e perícia são
ineficazes! Estamos lutando com erros gigantescos, e com males que somos incapazes de
remediar ou despertar o povo para ver e compreender, porque não podemos mudar o coração. Não
podemos vivificar o coração para discernir a perversidade do pecado e sentir a necessidade de um
Salvador. Mas se nossos trabalhos levarem o timbre do Espírito de Deus, se um poder mais
elevado, divino, acompanhar nossos esforços para semear a semente do evangelho, veremos frutos
de nosso esforço para a glória de Deus. Ele somente pode regar a semente semeada.

Testemunhos para a Igreja, 3:426


CUIDADOS QUE OS PREGADORES DEVEM TER NO EVANGELISMO

Nem todos os pontos de nossa fé devem ser expostos em público e apresentados às multidões
que nutrem preconceitos. Jesus falou aos fariseus e saduceus em parábolas, escondendo a clareza

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da verdade sob símbolos e figuras porque fariam mau uso das verdades que Ele lhes apresentava;
mas a Seus discípulos Ele falou claramente. Devíamos aprender do método de ensino de Cristo,
e cuidar de não ofender os ouvidos das pessoas apresentando verdades as quais, não sendo
explicadas no todo, não estão de modo algum preparadas para receber.
As verdades que nos são comuns devem ser consideradas em primeiro lugar, e alcançada a
confiança dos ouvintes; então, à medida que o povo compreenda, podemos avançar
vagarosamente com a matéria apresentada. Necessita-se de grande sabedoria para apresentar a
verdade impopular a um povo preconceituoso, da maneira mais cautelosa, para que se ganhe
acesso a seu coração.

Testemunhos para a Igreja, 4:314 - 317


A PREGAÇÃO DEVE CONVERTER PESSOAS Á CRISTO E NÃO AO PASTOR

Necessitamos de um ministério convertido; de outro modo as igrejas levantadas mediante os


seus esforços, não tendo raiz em si mesmas, não serão capazes de se manter sozinhas. O fiel
ministro de Cristo as- sumirá a carga sobre a própria alma. Ele não ansiará por popularidade. O
cristão nunca deve assumir o púlpito sem primeiro ter particularmente buscado a Deus, mantido
íntima comunhão com Ele. Com humildade, pode elevar sua sedenta alma para Deus, e ser
refrigerado com o orvalho da graça antes de falar ao povo. Com a unção do Espírito Santo sobre
ele, incutindo-lhe preocupação pelas almas ele não despedirá a congregação sem apresentar-lhe a
Jesus Cristo único refúgio do pecador, fazendo ardorosos apelos que alcancem os corações. Ele
deve sentir que pode nunca mais encontrar esses ouvintes até o grande dia de Deus.
O Mestre que o escolheu, e que conhece o coração de todos os homens, lhe dará voz e elocução
para que possa falar com poder e no tempo certo as palavras que deve apresentar. E aqueles que
se tomam verdadeiramente convencidos do pecado, e encantados com o Caminho, a Verdade, e a
Vida, acharão o suficiente para fazer, sem elogiar e exaltar a habilidade do pastor. Cristo e Seu
amor serão enaltecidos acima de qualquer instrumento humano. O homem será perdido de vista,
porque Cristo é magnificado e é o tema de reflexão. Muitos são convertidos ao pastor e não
realmente convertidos a Cristo. Estranhamos a apatia que entorpece as percepções espirituais. Há
uma falta de poder vital. Orações sem vida são feitas e apresentados testemunhos que deixam de
edificar ou fortalecer os ouvintes. Faz-se mister que cada pastor investigue a causa disso.

Testemunhos para a igreja, 4:376-377


PASTOR MIMADO E APLAUDIDO, MAS DEFICIENTE

... Há muitos que estão sempre prontos a lisonjear e louvar o pastor que sabe falar. Para seu
próprio prejuízo um jovem pastor está sempre em perigo de ser mimado e aplaudido, enquanto ao
mesmo tempo pode ser deficiente nas coisas essenciais que Deus requer daquele que professa ser
um porta-voz Seu. Você tem meramente entrado na escola de Cristo. A adaptação para a sua obra
é uma tarefa vital, uma luta diária, penosa e renhida com hábitos estabelecidos, inclinações e
tendências hereditárias. Guardar e controlar o próprio eu, para manter Jesus preeminente e o eu
fora de vista, requer constante, diligente e vigilante esforço.

Testemunhos para a Igreja, 4:394-396


UMA PARTE DO SERMÃO DEVE FOCALIZAR A CRUZ DE CRISTO

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...se uma parte do sermão põe em foco a Cristo como Salvador do mundo, a semente lançada
poderá brotar e dar fruto para a glória de Deus. Em muitas pregações, porém, não é apresentada
ao povo a cruz de Cristo. Talvez alguns estejam escutando o último sermão que lhes é dado ouvir,
e outros não terão nunca mais a oportunidade de ouvir uma exposição da cadeia da verdade, com
uma aplicação prática da mesma a seu próprio coração. Perdida essa áurea oportunidade, fica
perdida para sempre. Houvesse Cristo, com Seu amor redentor, sido exaltado em ligação com a
teoria da verdade, e isso os poderia haver feito pender para o lado dEle.
Existem mais almas anelando compreender como poderão chegar a Cristo do que nós
imaginamos. Muitas pessoas ouvem sermões proferidos do púlpito e depois não ficam sabendo
mais do que sabiam antes acerca de encontrarem a Jesus e a paz e descanso ansiados por sua alma.
Os pastores que pregam a derradeira mensagem de misericórdia ao mundo devem ter em mente
que Cristo deve ser exaltado como o refúgio do pecador. Muitos deles acham que não é necessário
pregar arrependimento e fé, com o coração totalmente subjugado pelo amor de Deus; tomam por
certo que seus ouvintes se acham perfeitamente familiarizados com o evangelho, e que, para lhes
prender a atenção, é preciso apresentar-lhes assuntos de natureza diversa. Caso seus ouvintes
mostrem interesse, tomam-no como prova de êxito. O povo é mais ignorante acerca do plano da
salvação, e necessita mais instruções sobre esse importante assunto, do que a respeito de qualquer
outro tema.
Os que se reúnem para ouvir a verdade devem esperar tirar proveito, como fez Cornélio com
seus amigos: "Agora, pois, estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto por
Deus te é mandado." Atos 10:33. São essenciais os sermões teóricos, para que todos conheçam a
forma de doutrina, e veiam a cadeia da verdade, elo por elo, unidos em um todo perfeito. Sermão
algum deve ser feito, no entanto, sem apresentar a Cristo, e Cristo crucificado, como o fundamento
do evangelho, fazendo aplicação prática das verdades apresentadas, e gravando no povo a idéia
de que a doutrina de Cristo não é sim e não, mas sim e amém em Cristo Jesus.
Depois de a teoria da verdade haver sido apresentada, vem a, parte laboriosa da obra. O povo
não deve ser deixado sem instrução no que respeita às verdades práticas relacionadas com sua
vida diária. Devem ver e sentir que são pecadores, e precisam converter-se a Deus. O que Cristo
disse, o que fez e ensinou, tem de ser posto diante deles da maneira mais impressiva possível.
A obra do pastor está simplesmente começada quando se expõe a verdade ao entendimento do
povo. Cristo é nosso mediador e oficiante sumo sacerdote diante do Pai. A João foi Ele mostrado
como um Cordeiro que fora morto, mesmo no ato de derramar Seu sangue em beneficio do
pecador. Quando a lei de Deus é posta diante do pecador, mostrando-lhe a profundidade de seus
pecados, ele deve ser encaminhado ao Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Tem-se de
ensinar-lhe arrependimento para com Deus, e fé para com nosso Senhor Jesus Cristo. Assim estará
o trabalho do representante de Cristo em harmonia com Sua obra no santuário celeste.
Os pastores alcançariam muito mais corações, caso insistissem mais na piedade prática.
Frequentemente, quando se fazem esforços para introduzir a verdade em novos campos, o trabalho
é quase inteiramente teórico. O povo está em condição instável. Veem a força da verdade, e ficam
ansiosos por obter um firme fundamento. Ao serem seus sentimentos abrandados, é o tempo por
excelência para insistir na religião de Cristo, fazendo-a penetrar na consciência; demasiadas
vezes, porém, tem-se permitido que termine o período das conferências sem haver sido feito em
favor do povo aquela obra de que eles necessitam. Esse esforço assemelha-se muito à oferta de
Caim; não contém o sangue sacrificai que o torna aceitável a Deus. Caim tinha razão em fazer
uma oferta, mas deixou fora tudo quanto lhe dava valor - o sangue da expiação.
É triste que o motivo por que muitos acentuam tanto a teoria e tão pouco a piedade prática é
não terem Cristo no coração. Não possuem viva ligação com Deus. Muitas almas decidem em
favor da verdade levadas pela força das provas, sem estarem convertidas. Não foram feitas

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pregações práticas juntamente com as doutrinas, de modo que, ao verem os ouvintes a bela cadeia
de verdades, fossem possuídos de amor para com o Autor das mesmas e santificados por meio da
obediência. O trabalho do pastor não se acha consumado enquanto ele não impressionar os
ouvintes com a necessidade de uma mudança de caráter em harmonia com os puros princípios da
verdade que receberam.
É de temer uma religião formal: pois nela não há Salvador. Jesus fazia sermões simples,
concisos, esquadrinhadores e práticos. Seus embaixadores devem seguir-Lhe o exemplo em todo
discurso. Cristo e o Pai eram um; Cristo concordava de boa vontade com todas as reivindicações
do Pai. Ele tinha a mente de Deus. O Redentor era o Modelo perfeito. NEle Se manifestava Jeová.
O Céu estava envolto na humanidade, e a humanidade abrigava-se no seio do Infinito Amor. Caso
os pastores se assentem humildemente aos pés de Jesus, alcançarão em breve visões do caráter de
Deus, sendo também habilitados a ensinar a outros. Alguns entram para o ministério sem profundo
amor para com Deus ou os semelhantes. Na vida desses, manifestar-se-ão egoísmo e
condescendência consigo mesmos; e ao passo que esses vigias não consagrados e infiéis servem
a si mesmos em vez de alimentar o rebanho e atender a seus deveres pastorais, o povo perece por
falta da devida instrução.
Em todo sermão, deve-se fazer um fervoroso apelo ao povo, para que deixem seus pecados e
se voltem para Cristo. Devem-se condenar os pecados comuns e as condescendências de nossos
dias salientando-se a piedade prática.

Testemunhos para a Igreja, 4:404-406


O CORRETO USO DA VOZ NA PREGAÇÃO

Alguns de nossos mais talentosos pastores estão causando grande dano a si mesmos por sua
maneira defeituosa de falar. Ao passo que ensinam ao povo seu dever de obedecer à lei moral de
Deus, não devem ser achados a violar as leis do Senhor com respeito à saúde e à vida. Os pastores
devem manter-se eretos, falar devagar, com firmeza e distintamente, inspirando profundamente o
ar a cada sentença, e emitindo as palavras com o auxílio dos músculos abdominais. Se observarem
esta regra simples, atendendo às leis da saúde em outros sentidos, poderão conservar a vida e a
utilidade por muito mais tempo que os homens em qualquer outra profissão.
O tórax tornar-se-á mais amplo, e ao educar a voz, o orador raramente fica rouco, mesmo
falando continuamente. Em vez de ficarem enfraquecidos, os pastores podem, mediante cuidado,
vencer qualquer tendência para o definhamento. Devo dizer a meus irmãos de ministério: A menos
que vocês se eduquem, de maneira a falarem em harmonia com a lei física, hão de sacrificar a
vida, e muitos lamentarão a perda desses "mártires da causa da verdade"; quando o caso é que,
condescendendo com hábitos errôneos, eles prejudicaram a si próprios e à verdade que
representavam, e roubaram a Deus e ao mundo do serviço que poderiam haver prestado. Seria do
agrado de Deus que vivessem, mas eles se suicidaram pouco a pouco.
A maneira em que a verdade é apresentada tem frequentemente muito que ver com o ser ela
aceita ou rejeitada. Todos os que trabalham na grande causa da reforma devem estudar a fim de
se tornarem obreiros eficientes, para que possam realizar a maior soma possível de bem, e não
subtrair da força da verdade por suas deficiências.
Os pastores e professores devem disciplinar-se para ter pronúncia clara e distinta, fazendo soar
perfeitamente cada palavra. Os que falam rapidamente pela garganta, misturando as palavras entre
si, e elevando a voz a um timbre agudo fora do normal, dentro em pouco enrouquecem, e as
palavras proferidas perdem metade da força que teriam se proferidas devagar, com clareza, e não
tão alto. A simpatia dos ouvintes se desperta em favor do orador; pois sentem que ele está se
prejudicando, e receiam que a qualquer momento fique impossibilitado de prosseguir. Não é

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nenhuma demonstração de que um homem possui zelo de Deus o subir ele a um delírio de agitação
e gestos. "O exercício corporal", diz o apóstolo, "para pouco aproveita." I Tim. 4:8.
O Salvador do mundo quer que Seus colaboradores O representem; e quanto mais de perto um
homem andar com Deus, tanto mais impecável será sua maneira de dirigir-se a outros, sua
conduta, atitude e gestos. Maneiras vulgares, sem polidez, nunca se viram em nosso modelo, Jesus
Cristo. Ele era um representante do Céu, e Seus seguidores devem ser como Ele.
Alguns raciocinam que o Senhor há de habilitar a pessoa, mediante Seu Santo Espírito, para
falar segundo a Sua vontade; Ele, porém, não Se propõe fazer a obra que deu aos homens. Deu-
nos capacidade de raciocínio e oportunidades para educar a mente e as maneiras. E depois de
havermos feito tudo que nos seja possível por nós mesmos, empregando da melhor maneira as
vantagens que se acham ao nosso alcance, então podemos volver-nos para Deus em fervorosa
oração, para que faça por meio de Seu Espírito aquilo que nós mesmos não podemos conseguir.
Grande prejuízo é frequentemente causado aos jovens por permitir-lhes começarem a pregar
quando não têm conhecimento suficiente das Escrituras para apresentar nossa fé de maneira
inteligente. Alguns que entram no campo são meros principiantes nas Escrituras. Em outras coisas
eles também são incompetentes e ineficientes. Não podem ler as Escrituras sem titubear, errando
palavras e misturando-as de tal modo que a Palavra de Deus é mal empregada. Aqueles que não
estão qualificados para apresentar a verdade de maneira apropriada não precisam ficar perplexos
com respeito ao seu dever. O lugar deles é o de aprendizes, não de professores. Os jovens que
desejam preparar-se para o ministério são grandemente beneficiados por frequentar o nosso
Colégio; mas, para que possam qualificar-se como oradores aceitáveis é necessário algo mais.
Um professor deve ser empregado para instruir os jovens a falar sem desgastar os órgãos vocais.
Os modos também devem receber atenção.

Testemunhos para a Igreja, 4:526-527


O PREGADOR BUSCA VIVER A VERDADE QUE PREGA

Há perigo de que os pastores que professam crer na verdade presente se satisfaçam em


apresentar a teoria somente, enquanto a própria alma não sente o seu poder santificador. Alguns
não têm o amor de Deus no coração suavizando, moldando e enobrecendo a existência. O salmista
declara o seguinte sobre o homem bom: "Tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita
de dia e de noite." Sal. 1:2. Ele se refere a sua própria experiência, e exclama: "Oh! Quanto amo
a Tua lei! É a minha meditação em todo o dia!" Sal. 119:97. "Os meus olhos anteciparam-me às
vigílias da noite, para meditar na Tua palavra." Sal. 119:148. Nenhum homem está qualificado a
permanecer púlpito sagrado, a menos que sinta a influência transformadora da verdade de Deus
sobre a própria alma. Então, e só então, pode por preceito e exemplo representar corretamente a
vida de Cristo. Muitos, porém, em seus esforços, exaltam a si mesmos em vez de ao Mestre; e as
pessoas são convertidas ao pastor, em vez de sê-lo a Cristo.
Estou triste por saber que alguns que atualmente pregam a verdade presente são na realidade
homens não convertidos. Não estão ligados a Deus. Têm uma religião racional, mas não têm
coração convertido; e esses são os mesmos que têm mais confiança em si mesmos e suficiência
própria; e esta autossuficiência se colocará no caminho de obterem aquela experiência que é
essencial para torná-los eficientes obreiros na vinha do Senhor. Gostaria de poder despertar
aqueles que alegam serem atalaias sobre os muros de Sião, para perceberem sua responsabilidade.

Testemunhos para a Igreja, 5:132-133

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A TENTAÇÃO DE SER CONSIDERADO UM GRANDE ORADOR

Companheiros de trabalho na grande seara, temos pouco tempo para trabalhar. É agora a mais
favorável oportunidade que havemos de ter, e quão cuidadosamente deve ser empregado cada
momento! Tão devotado Se achava nosso Redentor à obra de salvar, que Ele mesmo ansiava por
Seu batismo de sangue. Os apóstolos apanharam o zelo de seu Mestre, e firme, constante e
zelosamente saíram a consumar sua grande obra, lutando contra os principados e potestades e
contra a maldade espiritual nas regiões celestes.
Vivemos em um tempo em que é necessário mesmo maior fervor do que nos dias dos apóstolos.
Mas entre muitos dos pastores há uma sensação de desassossego, um desejo de imitar o estilo
romântico dos reavivaiistas, um desejo de fazer algo de grande, de criar sensação, a fim de serem
considerados oradores hábeis, e ganharem honra e distinção para si mesmos. Se esses pudessem
ir ao encontro do perigo para receber a honra prestada aos heróis, empenhar-se-iam na obra com
energia inquebrantável. Mas viver e labutar quase anonimamente, gastar-se e sacrificar-se por
Jesus na obscuridade, sem receber dos homens louvores especiais - isso requer uma integridade
de princípios e uma firmeza de propósitos que bem poucos possuem. Houvesse maior empenho
por andar humildemente com Deus, desviando os olhos dos homens e trabalhando unicamente
por amor de Cristo, e muito mais seria realizado.
Meus irmãos no ministério, busquem a Jesus com toda a humildade e mansidão. Não procurem
atrair a atenção do povo para vocês. Percam eles de vista o instrumento, enquanto exaltam a Jesus.
Falem em Jesus; percam nEle o próprio eu. Há por demais ruído e comoção acerca de nossa
religião, ao passo que permanecem esquecidos o Calvário e a cruz.
Estamos no maior dos perigos quando recebemos louvor uns dos outros, quando nos unimos
para exaltar-nos mutuamente. A grande preocupação dos fariseus era assegurar o louvor dos
homens; e disse-lhes Cristo que era essa toda a recompensa que iriam acabar recebendo.
Empenhemo-nos no trabalho que nos é designado, e cumpramo-lo como para Cristo; se sofrermos
privações, seja por amor dEle. Nosso divino Senhor Se aperfeiçoou através do sofrimento. Oh!
Quando veremos pessoas trabalhando como Ele trabalhou!

Testemunhos para a Igreja, 5:158-160


O PREGADOR DEVE DEPENDER DO PODER DE DEUS

Em seus sermões, boa parte de nossos pastores demoram-se muito na teoria e não o suficiente
na piedade prática. Eles possuem um conhecimento intelectual da verdade, mas seu coração ainda
não foi tocado com o genuíno fervor do amor de Cristo, Muitos, pelo estudo de nossas
publicações, têm obtido conhecimento dos argumentos que sustentam a verdade, mas não se
tornaram estudantes da Bíblia por si mesmos. Não estão constantemente buscando um maior e
mais completo conhecimento do plano da salvação, como revelado nas Escrituras. Conquanto
pregando a outros, tornaram-se anões no crescimento espiritual. Não vão constantemente a Deus
para rogar por Seu Espírito e graça, a fim de poderem apresentar corretamente Cristo ao mundo.
A força humana é fraqueza; a sabedoria humana é loucura. Nosso sucesso não depende de
nossos talentos ou cultura, mas de uma viva ligação com Deus. A verdade é privada de seu poder
quando pregada por homens que procuram ostentar sua cultura e capacidade. Esses também
demonstram que conhecem bem pouco sobre religião experimental; que não são santificados de
coração e vida, mas cheios de vaidade. Não aprendem de Cristo. E não têm condições de
apresentar aos outros um Salvador com o qual não estão familiarizados. Seu coração não foi
abrandado e subjugado pelo vivido senso do grande sacrifício que Jesus fez para salvar o homem
decaído. Não percebem que é um privilégio negarem a si mesmos e sofrer por Sua amada causa.

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Alguns exaltam a si mesmos e falam de si. Preparam sermões e escrevem artigos para chamar a
atenção do povo ao pastor, temendo não receber a devida honra. Houvessem eles exaltado mais a
Jesus e enaltecido menos o pastor, mais louvor seria dado ao Autor da verdade e menos a seus
mensageiros. Ocuparíamos diante de Deus uma posição mais favorável do que hoje temos.
O plano da salvação não é apresentado em sua simplicidade porque poucos pastores conhecem
o que seja uma fé simples. Um conhecimento intelectual da verdade não é suficiente; precisamos
conhecer seu poder sobre nosso coração e vida. Os pastores precisam ir a Cristo como crianças
pequenas. Busquem a Jesus, irmãos, confessem seus pecados, lutem com Deus dia e noite, até
que saibam que, por causa de Cristo, vocês foram perdoados e aceitos. Então, os irmãos muito
amarão porque muito foram perdoados; então, poderão apontar Cristo aos outros como um
Redentor que aprecia perdoar; então, poderão apresentar a verdade com inteireza de um coração
que sente seu poder santificador. Temo por vocês, meus irmãos. Aconselho-os a permanecer em
Jerusalém como os primeiros discípulos, até que, semelhantemente a eles, recebam o batismo do
Espírito Santo. Nunca se sintam em liberdade de ir para o púlpito, até que tenham pela fé agarrado
o braço do Todo-poderoso.
Se tivermos o espírito de Cristo, trabalharemos como Ele trabalhou; captaremos as ideias do
Homem de Nazaré e as apresentaremos ao povo. Se, em lugar de pastores formais e não
convertidos, formos realmente discípulos de Cristo, pregaremos a verdade com tal mansidão e
fervor e a exemplificaremos em nossa vida, que o mundo não mais estará continuamente
questionando se cremos na- quilo que professamos. Com a mensagem nascida no amor de Cristo
e tendo o valor das pessoas constantemente diante de nós, ouviremos até dos mundanos a
afirmação: "Eles são como Jesus."
Se desejarmos reformar outros, devemos nós mesmos praticar os princípios que queremos
ensinar-lhes. Palavras, embora boas, serão de nenhum poder se contrariadas pela vida diária.
Ministro de Cris- to, eu o admoesto: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina..." I Tim. 4:16. Não
tolere em si mesmo pecado que reprova em outros. Se você pregar sobre mansidão e amor, permita
que essas graças sejam exemplificadas na própria vida. Se estiver tentando persuadir outros a
serem bondosos, corteses e atenciosos em casa, que o seu exemplo transmita força às
admoestações. Como você tem recebido maior luz do que os outros, assim sua responsabilidade
é aumentada. Você será severamente castigado se negligenciar fazer a vontade do seu Mestre.

Testemunhos para a Igreja, 5:166-167


O PREGADOR NECESSITA PREPARAR SEU CORAÇÃO

...Os pastores deveriam procurar obter preparo de coração antes de assumir a obra de ajudar
os outros, pois o povo está muito mais adiantado do que muitos dos pastores. Deveriam eles
incansavelmente lutar em oração até que o Senhor os abençoasse. Quando o amor de Deus estiver
queimando no altar do coração, eles não pregarão para exibir sua inteligência, mas apresentarão
a Cristo que tira os pecados do mundo.
Na igreja primitiva o cristianismo era ensinado em sua pureza; seus preceitos eram
transmitidos mediante inspiração; suas ordenanças não eram corrompidas pelos artifícios
humanos. Ela revelava o espírito de Cristo e se mostrava bela em sua simplicidade. Seus adornos
eram os santos princípios e vidas exemplares dos membros. Multidões eram ganhas para Cristo,
não através da ostentação ou cultura, mas pelo poder de Deus que assistia à correta pregação da
Palavra. Mas, a igreja se corrompeu e agora há mais necessidade do que nunca de que os pastores
sejam condutos de luz.

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Há muitos faladores loquazes da verdade bíblica, cujo coração está destituído do Espírito de
Deus assim como os montes de Gilboa o estão de orvalho e chuva. O que necessitamos são
homens que sejam completamente convertidos e que possam ensinar outros a como entregar seu
coração a Deus.

Testemunhos para a Igreja, 5:251-252


O ESPÍRITO DEVE TER LIBERDADE PARA ATUAR NA PREGAÇÃO

Alguns desses pastores cometem erros no preparo de seus sermões. Exploram cada minúcia
com tal exatidão, que não dão espaço ao Senhor para conduzir e impressionar sua mente. Cada
ponto é estabelecido, estereotipado, por assim dizer, e eles não conseguem sair dessa linha
planejada. A continuar assim, produzirão para si mesmos estreiteza de mente, limitados pontos
de vista, e em breve ficarão destituídos de vida e energia como os montes de Gilboa de orvalho e
chuva. Eles devem abrir seu coração e permitir que o Espírito Santo tome posse para impressionar
a mente. Quando tudo é assentado de antemão, e eles sentem que não podem alterar essa linha de
sermões, o efeito é pouco melhor do que aquele produzido pela leitura de um sermão.
Deus gostaria que esses pastores fossem totalmente dependentes dEle, mas, ao mesmo tempo,
deveriam eles estar integralmente providos para toda boa obra. Nenhum assunto pode ser tratado
diante de todas as congregações da mesma maneira. O Espírito de Deus, se Lhe permitirem fazer
Sua obra, impressionará a mente com as ideias adequadas para atender os casos daqueles que
estão em necessidade. Mas os sermões formais, insípidos, de muitos que usam o púlpito, têm
muito pouco do vitalizante poder do Espírito Santo. O hábito de fazer esse tipo de sermão destrói
efetivamente a utilidade e a capacidade do pastor. Essa é a única razão por que os esforços dos
obreiros em e não têm sido melhor sucedidos. Deus tem sido impedido de fazer mais para
impressionar lhes a ment
e no púlpito.
Outra causa do fracasso nessas associações é que o povo a quem o mensageiro é enviado,
deseja moldar-lhe as ideias e colocar-lhe na boca as palavras que deve falar. Os vigias de Deus
não devem estudar meios de agradar ao povo, nem ouvir suas palavras, nem as expressar; devem
antes ouvir o que diz o Senhor, e qual é Sua mensagem para o povo. Se se basearem em sermões
preparados anos atrás, poderão deixar de atender às necessidades do momento. Seu coração deve
estar aberto para que o Senhor possa impressionar a mentalidade, e então terão condições de
transmitir ao povo a preciosa verdade acolhedora do Céu. Deus não Se agrada com esses pastores
de mentalidade estreita, que dedicam a capacidade dada pelo Senhor a assuntos de pouca
importância e falham em crescer no divino conhecimento, até a estatura completa de homens em
Cristo Jesus. Ele deseja que Seus pastores possuam amplitude mental e verdadeira coragem moral.
Tais homens estarão preparados para enfrentar oposição, sobrepujar dificuldades e conduzir o
rebanho de. Deus, em lugar de serem guiados por ele.

Testemunhos para a igreja, 5:255


SER PASTOR É MAIS DO QUE PREGAR

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O pastor pode gostar de pregar; pois essa é a parte aprazível da obra, e é relativamente fácil;
nenhum pastor, porém, deve ser julgado por sua capacidade de falar. A parte mais difícil vem ao
deixar ele o púlpito, no regar a semente lançada. O interesse despertado deve ser apoiado por
trabalho pessoal - visitar, dar estudos bíblicos, ensinar a pesquisar as Escrituras, orar com as
famílias e pessoas interessadas, aprofundar a impressão causada no coração e na consciência.

Testemunhos para a Igreja, 5:298


O SERMÃO E A PALAVRA DE DEUS DIRIGIDA AOS OUVINTES

Muitos não consideram a pregação como um meio apontado por Cristo para instruir Seu povo,
e que, portanto, deve sempre ser, altamente prezado. Não sentem que o sermão é a palavra do
Senhor a eles dirigida e que precisa ser avaliado pelo valor das verdades apresentadas, mas
julgam-no como se fosse a fala de um advogado diante do tribunal - pela habilidade argumentativa
apresentada e o poder e a beleza da oratória. O pastor não é infalível, mas Deus o dignificou por
torná-lo Seu mensageiro. Se vocês o ouvirem como se ele não fosse comissionado pelo alto, não
respeitarão suas palavras nem as receberão como mensagem de Deus. Sua alma não poderá ser
alimentada pelo maná celestial; surgirão dúvidas concernentes a algumas coisas que não são
agradáveis ao coração natural, e vocês se porão a julgar o sermão como se ele fosse observações
de um conferencista ou um orador político.

Testemunhos para a Igreja, 5:300


A PREGAÇÃO É O MÉTODO DESIGNADO POR DEUS PARA SALVAR

Nunca devemos nos esquecer de que Cristo ensina através de Seus servos. Pode haver
conversões sem a ajuda da pregação. Onde quer que as pessoas estejam situadas de forma a
estarem privadas de todos os meios da graça, são impressionadas pelo Espírito de Deus e
convencidas da verdade através da leitura da Palavra. Porém, o meio designado por Deus para
salvar pessoas é pela "loucura da pregação" I Cor. 1:21. Embora humanos e circundados por toda
a fragilidade do mundo, os homens são os mensageiros de Deus. O querido Salvador é ofendido
quando tão pouco é realizado pelos esforços de Seus servos. Cada pastor que sai para a grande
colheita deveria exaltar seu cargo e buscar não apenas levar os homens ao conhecimento da
verdade, mas trabalhar, como Paulo, "admoestando todo homem e ensinando a todo homem em
toda a sabedoria, para. que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo" Col. 1:28.

Testemunhos para a Igreja, 5:301


O PERIGO DO SERMÃO MERAMENTO EMOCIONAL

Se o sermão for de caráter emocional afetará os sentimentos, mas não o coração e a


consciência. Tais pregações não resultam em bem permanente, mas com frequência conquistam
o coração do povo e atraem sua afeição para o homem que lhes agrada.

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Testemunhos para a Igreja, 5:412
REPREENSÃO A UM LÍDER QUE NÃO VIVIA O QUE PREGAVA

O sucesso do irmão P no ministério e também seu cargo de confiança no escritório, dependia


do caráter que possuísse. (...) Os testemunhos do Espírito de Deus foram-lhe enviados vez após
vez, mostrando-lhe em que pontos estava divergindo da elevada rota traçada para os resgatados
do Senhor, advertindo-o e rogando-lhe que mudasse sua conduta. Mas seus meandros pareciam
retos aos olhos e ele seguiu a própria inclinação, não fazendo caso da luz que lhe fora dada. Ele
não foi um sábio supervisor, um homem prudente no, escritório, nem tampouco um pastor digno
de confiança, pois desviava as ovelhas. Pronunciava excelentes sermões, mas fora do púlpito não
vivia os princípios que pregava. Suas palavras eram uma ofensa a Deus.
A união do irmão P com o mundo provou-se uma armadilha a si mesmo e a outros. Oh, quantos
tropeços há em vidas como a sua!

Testemunhos para a Igreja, 5:528-529


PASTORES INSTRUÍDOS

O comerciante, o carpinteiro, o fazendeiro e o advogado, todos precisam aprender seu negócio


ou profissão. De início, por falta de conhecimento, eles fazem um trabalho imperfeito, mas à
medida que prosseguem pacientemente em sua vocação, tornam-se mestres em suas múltiplas
ocupações. Sem rigorosa aplicação de mente e coração, e de todas as energias do ser, o pastor
será um fracasso. Ele pode ser um pregador, mas também precisa ser talhado para atuar como
pastor. O estudo nunca deve cessar, mas continuar durante todo o tempo de seu trabalho, não
importa quão bem qualificado para sua ocupação ele possa pensar estar.
Os tempos exigem pastores inteligentes e preparados, e não noviços. As falsas doutrinas estão
se multiplicando. O mundo está se tornando instruído segundo um alto padrão literário. Pecado,
incredulidade e infidelidade estão se tornando mais audaciosos e desafiadores, à medida que o
conhecimento intelectual e sagacidade são adquiridos. Esse estado de coisas demanda o uso de
cada faculdade do intelecto. O pastor deverá enfrentar mentes aguçadas que se acham sob o
controle de Satanás. Ele deve ser bem ponderado consoante princípios religiosos, crescendo na
graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Muito trabalho acidental tem sido feito e
as mentes não são exercitadas segundo sua plena capacidade. Nossos pastores terão de defender
a verdade contra fundamentos apóstatas, bem como apresentar evidências escriturísticas àqueles
que advogam erros capciosos. A verdade precisa ser posta em contraste com argumentos
audaciosos. Nossos pastores devem ser homens inteiramente consagrados a Deus e cultos, mas
sua mente precisa estar repleta de fervor espiritual, juntando os divinos raios procedentes do Céu
e espargindo-os em meio à escuridão que cobre a Terra, e a pesada negridão que envolve o povo.
Vício, crime e iniquidade de toda espécie estão crescendo constantemente. O penetrante poder
da verdade bíblica precisa mostrar o contraste entre a verdade e o erro. Um mais alto grau de
preparo é requerido visando à prestação de bons serviços ao Mestre. Porém, se o pastor se
acomoda ao conhecimento já adquirido, e não sente a grande necessidade de diária iluminação
divina, a educação obtida se toma apenas uma pedra de tropeço aos pecadores. Queremos que o
Deus de toda sabedoria esteja envolvido em todos os nossos trabalhos e experiências, e cada jota
de conhecimento obtido será um poder para o bem, e ajudará no desenvolvimento da capacidade
e zelo cristão. Isso é religião.

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Nota: As declarações que seguem estão no contexto de um programa da igreja conhecido como
"reuniões campais", realizadas em pontos estratégicos e assistidas por membros da igreja e
muitos interessados. Este programa tinha a duração de vários dias, nos quais havia muitos
sermões pregados por diferentes oradores.

Testemunhos para a Igreja, 6:54-55


CRISTO É 0 CENTRO DE TODA DOUTRINA

A primeira e mais importante coisa a fazer é abrandar e subjugar a alma, apresentando o nosso
Senhor Jesus Cristo como o Salvador que perdoa pecados. Jamais deveria ser pregado um sermão,
ou apresentada instrução bíblica sobre qualquer assunto, sem que os ouvintes fossem
encaminhados ao "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" João 1:29. Toda verdadeira
doutrina torna a Cristo o centro, todo preceito recebe força de Suas palavras.
Mantenham diante do povo a cruz do Calvário. Mostrem o que causou a morte de Cristo - a
transgressão da lei. Não seja encoberto o pecado, ou tratado como coisa de pouca importância.
Deve ele ser apresentado como agressão contra o Filho de Deus. Então indiquem Cristo às
pessoas, contando-lhes que a imortalidade advirá tão-somente ao O receberem como seu Salvador
pessoal.
Façam o povo perceber quão longe tem estado das ordenanças do Senhor, ao adotar condutas
mundanas e se conformar com princípios mundanos. Isso o tem feito transgredir a lei de Deus.
Muitos no mundo fixam suas afeições em coisas que, em si mesmas, não são más; contentam-
se, entretanto, com essas coisas, e não buscam o maior e mais elevado bem que Cristo lhes deseja
conceder. Não devemos procurar rudemente privar as pessoas das coisas que lhes são preciosas.
Revelem a elas a beleza e preciosidade da verdade. Conduzam-nas a contemplarem a Cristo em
amabilidade; então elas deixarão tudo aquilo que afastaria dEle as suas afeições. Esse é o princípio
pelo qual o Salvador Se relaciona com os homens; é o princípio que deve ser trazido para dentro
da igreja.

Testemunhos para a Igreja, 6:55


O TEMA FAVORITO DE CRISTO

O tema favorito de Cristo era o caráter paternal e o abundante amor de Deus. Esse
conhecimento de Deus foi o próprio dom de Cristo aos homens, e esse dom, entregou-o a Seu
povo, para que seja comunicado ao mundo.

Testemunhos para a Igreja, 6:55


A PREGAÇÃO DEVE SER APROPRIADA À AUDIÊNCIA

Ao apresentarmos ao povo as várias lições e advertências da mensagem especial para o tempo


presente, devemos ter em mente que nem todas são igualmente apropriadas para as congregações
que formam as nossas reuniões campais. Mesmo Jesus disse aos discípulos, com os quais estivera
durante três anos: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora". João
16:12. Temos de esforçar-nos por apresentar a verdade de um modo que as pessoas estejam
preparadas para ouvir e apreciar seu valor. O Espírito de Deus está operando na mente e coração
dos homens, e temos de agir em harmonia com isso.

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Algumas verdades já são do conhecimento das pessoas. Em algumas estão elas interessadas e
prontas a aprender mais. Mostrem-lhes o valor dessas verdades, e a relação das mesmas com
outras que ainda não são compreendidas. Assim se despertará o desejo de maior luz. Quem assim
procede, "maneja bem a palavra da verdade" II Tim. 2:15.

Testemunhos para a Igreja, 6:56


A PREGAÇÃO DEVE SER BREVE, DIRETA E SIMPLES

Seja a verdade para esse tempo apresentada não em longos e elaborados discursos, mas em
pequenas apresentações, diretamente ao ponto. Não pensem que, havendo apresentado uma vez
certo ponto, é possível passar logo a outros mais, e que os ouvintes reterão tudo aquilo que foi
apresentado. Existe perigo em se passar muito rápido de um ponto a outro. Apresentem lições
breves, em linguagem direta e simples, e repitam-nas com frequência.
Não apresentem um sermão logo em seguida ao anterior, mas concedam um período de
repouso, para que a verdade seja fixada na mente, e para que tanto os ministros quanto o povo
tenham a oportunidade de meditar e orar. Assim as pessoas crescerão no conhecimento e na
experiência religiosa. Mantenham a mente concentrada nalguns poucos pontos vitais. Não
apresentem idéias sem importância em seus sermões. Deus não quer que vocês imaginem estar
sendo impressionados pelo Seu Espírito, se sua mente se afasta do assunto, introduzindo matérias
estranhas, que não possuem conexão com o texto em estudo. Ao divagar para longe de linhas
retas, apresentando aquilo que desvia a mente do assunto, vocês perdem o ponto de apoio e
enfraquecem todo o que disseram previamente. Ofereçam a seus ouvintes trigo puro, totalmente
peneirado.
Sejam cuidadosos para nunca perderem o senso da presença do divino Vigia. Lembrem-se de
que estão falando não apenas diante de uma assembleia de homens, como também diante de
Alguém a quem devem sempre reconhecer. Falem como se todo o universo celestial estivesse
diante de vocês.

Testemunhos para a Igreja, 6:58-60


O CONTEÚDO DA PREGAÇÃO

"É necessário aprender a ir ao encontro das pessoas onde elas estão. Não apresentar assuntos
que suscitem controvérsia. Não dar instruções que possam confundir a mente. Não levem as
pessoas a se preocuparem com coisas que vocês entendem, mas que elas não são capazes de ver,
a menos que sejam assuntos de consequências vitais para a salvação. Não apresentem as Escrituras
de modo a exaltar o eu e a estimular a vangloria daquele que abre a Palavra. A obra para o tempo
presente é treinar estudantes e obreiros a lidarem com os assuntos de modo claro, sério e solene.
Nessa grande obra nenhum tempo deve ser usado sem utilidade. Não podemos perder o objetivo.
O tempo é demasiado curto para pretendermos revelar tudo aquilo que pode ser exposto à
compreensão. Precisaremos da eternidade para conhecer toda a extensão, largura, profundidade e
altura das Escrituras. Existem pessoas para as quais certos pontos da verdade são mais importantes
do que outros. Vocês necessitam de mais habilidade com as verdades bíblicas. Leiam e estudem
o Salmo 40:7 e 8; João 1:14; I Timóteo 3:16; Filipenses 2:5-11; Colossenses 1:14-17; Apocalipse
5:11-14.
"Ao apóstolo João, na ilha de Patmos, foram reveladas as coisas que Deus desejava fossem
comunicadas ao povo. Estudem essas revelações. Aí encontram-se temas dignos de nossa

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contemplação, grandes e abrangentes lições que toda a hoste angélica está agora procurando
comunicar. Contemplem a vida e caráter de Cristo e estudem Sua obra mediadora. Encontram-se
aí infinita sabedoria, infinito amor e infinita misericórdia. Aí estão as profundezas e alturas,
extensões e larguras, para a nossa consideração. Inumeráveis textos têm sido usados para a
apresentação ao mundo da vida, caráter e obra intercessória de Cristo, e ainda assim cada pessoa
através da qual o Espírito Santo tem trabalhado, vem apresentando esses temas sob um novo
enfoque".
Desejamos levar o povo a compreender o que Cristo significa, e quais as responsabilidades a
que são chamados a aceitar em favor dEle. Como Seus representantes e testemunhas,
necessitamos chegar à plena compreensão das salvadoras verdades, através de um conhecimento
experimental.
Ensinem as grandes verdades práticas que necessitam ser estampadas no coração. Ensinem
sobre o salvador poder de Jesus, "em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão
dos pecados" Col. 1:14. Foi na cruz que a misericórdia e a verdade se encontraram, que a justiça
e a verdade se beijaram. Que todo aluno e todo obreiro estude isso vez após outra, e assim possam,
ao levantar o Senhor crucificado entre nós, torná-lo um assunto sempre novo para as pessoas.
Mostrem que a vida de Cristo revela um caráter infinitamente perfeito. Ensinem que "a todos
quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu
nome". João 1:12. Digam isso mais e mais vezes. Temos de tornar- nos filhos de Deus, membros
da real família, filhos do Rei celestial. Seja tornado conhecido que todos os que aceitam a Jesus
Cristo e mantêm firme a sua confiança do início ao fim, serão herdeiros de Deus e coerdeiros com
Cristo de "uma herança incorruptível, in- contaminável e que se não pode murchar, guardada nos
céus para vós que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes
para se revelar no último tempo". I Ped. 1:4 e 5.

Testemunhos para a Igreja, 6:61-62


O PRINCIPAL ASSUNTO DE NOSSA PREGAÇÃO

... A verdade presente tem que ser o nosso principal assunto. Deve a mensagem do terceiro
anjo realizar a sua obra de separar das igrejas um povo que se decidirá em prol dos princípios da
verdade eterna.
Nossa mensagem é de vida ou morte, e devemos permitir que ela apareça como realmente é, o
grande poder de Deus. Devemos apresentá-la em toda a sua força. O Senhor então a tornará eficaz.
E nosso privilégio esperar grandes coisas, até mesmo a demonstração do Espírito de Deus. E esse
o poder que convencerá e converterá a alma.
... Deixem que falem os livros de Daniel e Apocalipse, dizendo o que é a verdade. Seja, porém,
qual for o assunto apresentado, exaltem a Jesus como o centro de toda esperança, "a Raiz e a
Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã". Apoc.22:16.

Testemunhos para a Igreja, 6:87


DEVE HAVER MENOS PREGAÇÃO E MAIS ENSINO

Não se deve exigir, em nossas reuniões campais, que um ou dois obreiros dirijam todas as
pregações e ensinos dos temas bíblicos. Haverá, geralmente, mais benefício, dividindo a grande
congregação em grupos. Assim pode o educador em matéria bíblica chegar em mais estreito
contato com o povo, do que numa grande assembleia.

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Há muito mais pregação do que deveria haver em nossas reuniões campais. Isso impõe aos
pastores um pesado encargo e consequentemente fica negligenciado muito do que merece atenção.
Muitas pequeninas coisas que abrem a porta a males sérios, passam despercebidas. O pastor é
prejudicado em sua resistência física, e privado do tempo de que necessita para meditação e
oração, a fim de manter sua própria alma no amor de Deus. E quando se amontoam tantos
discursos, um após outro, o povo não tem tempo de assimilar o que ouve. A mente fica confusa,
e os cultos se tornam, para eles, enfadonhos e cansativos.
Deve haver menos pregação e mais ensino. Há pessoas que desejam uma luz mais definida do
que a que recebe ouvindo os sermões. Alguns requerem mais tempo do que outros para
compreender os pontos apresentados. Se se pudesse esclarecer um pouco mais a verdade
apresentada, vê-la-iam e dela se haveriam de apoderar; ela seria como um prego colocado em
lugar firme.
Foi-me mostrado que nossas reuniões campais hão de crescer em interesse e êxito. Ao
aproximarmo-nos do fim, tenho visto que deve haver, nessas reuniões menos pregação, e mais
estudos bíblicos. Haverá por todo o acampamento pequenos grupos, de Bíblia na mão, e várias
pessoas dirigindo um estudo escriturístico de maneira franca, em forma de conversação.

Testemunhos para a Igreja, 6:123


O SERMÃO NÃO DEVE CONTER NEM UMA GOTA DE FEL

Todo sermão que pregamos, todo artigo que escrevemos, pode ser inteiramente verdadeiro;
mas se contiver uma gota de fel será veneno para o ouvinte ou o leitor. Por causa dessa gota de
veneno, alguém irá rejeitar todas as nossas boas e aceitáveis palavras. Outro pode acolher o
veneno; pois gosta de palavras duras. Seguramente vai seguir o nosso exemplo e falar da mesma
maneira. E assim o mal é multiplicado.
Aqueles que apresentam os eternos princípios da verdade necessitam do santo óleo que escorre
dos ramos das duas oliveiras para o coração. Esse óleo exalará em palavras que transformarão,
sem exasperar. A verdade deve ser dita com amor. Então, o Senhor Jesus, por Seu Espírito,
proporcionará a força e o poder. Essa é a Sua obra.
Coloque-se na divina corrente, onde você irá receber inspirarão celestial, o que é um privilégio.
Aponte então Jesus, a fonte de toda força espiritual, ao cansado, ao sobrecarregado, ao de coração
partido, à alma perplexa. Seja um fiel obreiro para exaltar os louvores dAquele que o chamou das
trevas para a Sua maravilhosa luz. Conte, usando a pena e a voz, que Jesus vive para interceder
por todos nós.

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