Professional Documents
Culture Documents
● Normas de eficácia plena são aquelas que bastam a si mesmas e não precisam do
legislador infra-constitucional para alcançarem sua plena eficácia. Exemplos: a forma
federativa de estado, a separação de poderes, a inviolabilidade do domicílio, a duração
semanal de 44 horas, os bens da União, a competência privativa da União, a competência
concorrente, o princípio da legalidade, os remédios constitucionais, etc.
● Normas de eficácia contida ou restringível são aquelas normas que necessitam de
regulamentação estão aptas a produzir todos os seus efeitos, mas podem ter sua eficácia
restringida pela legislação infraconstitucional.
Uma norma constitucional de eficácia limitada não produz seus efeitos essenciais
com a sua simples entrada em vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu
sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade suficiente, deixando essa
tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão do Estado.
As normas de princípio institutivo são aquelas, nas palavras de José Afonso da Silva,
que contêm esquemas gerais de estruturação das instituições, órgãos ou entidades, pelo
que poderiam chamar-se normas de princípio orgânico ou organizativo. Assim, essas
normas contêm esquemas gerais que vão ganhar contorno com a lei. A lei, com base nas
diretrizes fixadas pelas normas de princípio institutivo, estruturará as instituições.
As normas de princípio programático “são normas constitucionais através das quais o
constituinte limitou-se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos
(legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), como programas das respectivas
atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado” (José Afonso da Silva).
Constituem, na verdade, verdadeiros programas de Estado (projetos políticos) a serem
cumpridos e operacionalizados pela legislação hierarquicamente inferior e pelos órgãos
públicos.
CF 67 CF 88
Não Democrático Democrático
Direitos ≠ Garantias
Enunciação do que podemos fazer ou deixar Instrumento assecuratório dos direitos
de fazer. fundamentais.
Ex. No art. 5º da CF, constam os direitos Ex. Se uma autoridade prender o José, a
individuais e coletivos dos cidadãos. autoridade estará descumprindo o direito de
José. Seu direito constitucional foi limitado.
Este poderá buscar na CF algumas das
garantias que estão à disposição de
qualquer cidadão para que ele faça valer o
seu direito fundamental, como por exemplo,
o Habeas corpus, mandato de segurança,
ação popular, acesso universal ao Poder
Judiciário, habeas data, mandato de
injunção, ação civil, duplo grau de jurisdição.
É através das garantias que os direitos dos
cidadãos são assegurados.
Em regra, todo Estado tem que ter uma Constituição que deve ser escrita e rígida,
para que eu possa assegurar ao cidadão a defesa dos seus direitos e a limitação do poder.
Caso contrário, torna-se muito mais fácil desvirtuar os caminhos.
Em 1215 já se falava em limitação do poder na Inglaterra → Carta Magna, feita por
João Sem Terra foi dirigida à proteção dos barões em relação ao clero.
Começamos a pensar fortemente em democracia a partir de 1988. A Inglaterra vive
em Estado democrático de direito há 700 anos.
O direito constitucional analisa a Constituição, sob três planos:
• Direito Constitucional Positivo → é a norma positivada. No caso brasileiro é a CF, porque é
ela que organiza o Estado.
• Direito Constitucional Comparado → comparação do Estado brasileiro a outros Estados.
Poderemos verificar que o nosso controle de constitucionalidade, por exemplo, se parece
muito com o modelo americano. Ex. O Mandado de injunção surgiu no Brasil em 1988, tem
origem americana, pelo estudo do direito americano. As sociedades mais avançadas
tendem a nos ensinar muitas coisas.
• Direito Constitucional Teórico → Teoria do Direito Constitucional. Para estudar a
Constituição temos que saber a doutrina.
Classificação das Constituições:
Quanto à forma: Escritas
Não-escritas: consuetudinária/costumeira, vem da tradição.
Quanto o modo de Histórica: é constituída pelo comportamento do povo,
elaboração: geralmente é não-escrita, por retratar o comportamento social
de um Estado.
Direito Processual Constitucional 2
Dogmática: constituída em cima de dogmas, conceitos
determinados pelo poder constituinte.
Quanto à origem: Promulgadas: é a Constituição democrática, feita pelos
representantes do povo, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte.
Outorgadas: apesar do Representante ter sido eleito pelo povo,
não é eleito para fazer uma constituição e impõe esta para o
povo.
Quanto à estabilidade Rígidas
ou Flexíveis
mutabilidade: Semi-flexíveis.
Quanto ao conteúdo: Materiais
Formais.
No Brasil somos um Estado laico (o Estado não tem religião e dá tratamento igual a
todas as religiões).
O Preâmbulo da Constituição pertence à Constituição como um todo, mas a força
dele é somente interpretativa, não existe como poder normativo constitucional. Tudo que
está no preâmbulo, está reproduzido no texto constitucional.
► Controle de constitucionalidade:
Existe todo um processo constitucional para a aplicação das normas constitucionais.
A Constituição está no ápice do ordenamento jurídico, devido ao fato dela ser uma
pequena parcela do ordenamento jurídico e dela são extraídos todos os princípios que vão
reger a validade do sistema infraconstitucional.
Uma lei passa por um processo legislativo. No meio desse caminho, existe o CCJ.
→ CCJ – É a chamada de Comissão de Constituição e Justiça. Serve justamente para analisar
os projetos de lei quanto à constitucionalidade – é um controle preventivo de
constitucionalidade, a fim de evitar que normas inconstitucionais sejam aprovadas. Mesmo
assim, pode acontecer de normas inconstitucionais serem aprovadas, visto que se trata de
uma comissão de deputados e senadores – é um controle político. Por esse motivo, muitas
vezes, esse controle pode se afastar do técnico-jurídico.
Uma norma inconstitucional existe e tem eficácia, visto que todas as leis aprovadas
passaram por uma análise de constitucionalidade e têm presunção relativa de
constitucionalidade.
Presunção relativa é a presunção que comporta prova em contrário. Essas normas
podem ser submetidas a análise do judiciário e podemos provar que ela não é
constitucional. Se for provado que ela não é constitucional, a norma será declarada
inconstitucional e retirada do ordenamento jurídico, mas surtirá efeitos até que seja
retirada do sistema.
O controle constitucional é feito através da jurisdição constitucional, que prevê um
processo de controle de constitucionalidade das normas.
Temos todo um sistema jurisdicional constitucional para exercer um controle de
constitucionalidade.
Direito Processual Constitucional 3
► Processo (latim “processu”): marcha, ir adiante.
Todo processo tem um objetivo a ser tratado.
O processo é intangível, visto que é a marcha que o Estado vai dar para chegar ao
objetivo final. Por ser intangível, o processo pode ser oral.
Os autos são procedimentos, manifestações concretas do processo. É a
materialização do processo.
Existe todo um processo constitucional para a aplicação das normas.
Processo é uma série de atos voltados ao atingimento de um determinado objetivo.
Processo é o meio através do qual o Estado presta a atividade jurisdicional. Existem
vários tipos de processos, conforme as suas espécies.
O processo não existe sem o procedimento.
Dupla Face do processo: O processo existe para servir como instrumento e como
garantia. Aplicar e garantir a justiça através do processo.
- Instrumental: é um instrumento do poder estatal para aplicação das normas e princípios
do direito material a um determinado caso concreto que lhe foi submetido para análise,
pois para dar início à prestação jurisdicional é preciso que haja provocação da parte
interessada.
- Garantístico (aplicar e garantir a justiça): é um instrumento, uma garantia do cidadão para
que ele possa resolver os seus conflitos interpessoais, das lides que surgirem. É um poder
do Estado e ao mesmo tempo, é uma garantia do cidadão de que ele poderá contar com o
Estado a qualquer hora para resolver seus problemas.
• Acusatório: com a saída da idade média, temos o clareamento das idéias, o que se chama
de Período de Luzes, o Período Iluminista. O foco não é mais o Estado, mas a pessoa.
A primeira coisa a ser feita é a efetiva separação das funções processuais e
igualdade das partes.
Não existe mais a superioridade no processo, o juiz é ordenatório, apenas põe ordem
no processo, ele deve respeito às partes da mesma forma que as partes devem respeito ao
juiz.
A acusação e defesa estão no mesmo nível - mesmos direitos e obrigação para
ambas as partes.
Neste processo, não se procura mais a confissão, a confissão é só mais uma prova. O
que se procura é o convencimento do juiz para que ele alcance a verdade material e a
verdade real. Juridicamente não é redundância, porque o processo penal comporta
somente a verdade real dos atos. Já no processo civil, se você está pedindo uma
indenização para alguém e este alguém é revel, o juiz decretará revelia, considerará os
fatos verdadeiros (verdade processual), mesmo que não seja verdade.
Três Características do Sistema Processual Acusatório:
→ Separação das funções e igualdade
→ Acusação pública: todos sabem o porquê da acusação daquela pessoa, inclusive o
acusado.
→ Processo público, contraditório/ampla defesa e presunção de inocência – o processo é
cercado de todas as garantias constitucionais.
Presunção de inocência: o acusador tem que provar que o réu é culpado, se não
provar, ele é inocente. Parte-se do princípio de que o réu é inocente até que se prove o
contrário (“in dubio pro reu”)
• Sistema Processual Misto
→ França
→ Bifásica (inquisitivo, acusatório)
→ Juizado de instrução (juiz) investiga e colhe provas/escrita, secreta e sem contraditório
No sistema bifásico, temos uma fase inquisitória e uma fase acusatória.
O sistema processual misto pode existir no Estado democrático de direito, como por
exemplo, a França, que é o berço da democracia moderna.
Juiz de instrução: qualquer fato criminoso é levado para o juiz de instrução. Ele
instaura um procedimento inquisitório - sem as garantias processuais, vai apurar elementos
de autoria e materialidade, apenas para preparar para que possa ser oferecida uma
possível acusação. A partir desse momento, o juiz (juiz do judiciário - com poder de
instrução) determinará o que precisa ser feito.
Recebida a denúncia pelo juiz, inicia-se o processo. O acusado se torna acusado e o
processo se torna acusatório, com direito a todas as possibilidades de defesa, com todas as
garantias processuais.
No Brasil, o juiz não participa da instrução do processo.
Controle de constitucionalidade
Controle de Constitucionalidade
• Conceito: Verificação da compatibilidade da norma frente à CF, nos aspectos formais e
materiais.
Quando falamos do controle de constitucionalidade, não existe a figura da
revogação, é sempre questão de nulidade: ou a norma é constitucional ou não é
constitucional. Não existe ab-inicio, ou seja, desde o inicio.
A CF tenta preservar a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido,
logo, a norma que seria nula, surte efeito a partir da decisão para que os efeitos anteriores
não sejam anulados.
Norma inconstitucional não se revoga, esta se anula e nem sempre o efeito é ex
nunc.
A norma deverá ser revogada pelo Poder que a fez, ocorre quando não é mais
conveniente e nem oportuno.
O controle de constitucionalidade pode ser feito:
- Das normas constitucionais (ex. no caso de emenda que viola os limites impostos ao
poder derivado; intervenção do DF, durante esse período não se altera a constituição - se
for feita uma emenda durante a intervenção, ela será inconstitucional),
- Das normas infraconstitucionais,
- Das normas que estão passando pelo processo legislativo (normas em abstrato, norma
em elaboração).
Controle Difuso
- EUA (1803) – Madison X Marbury
- Chief of JusticeMarshall
O poder repressivo difuso foi inaugurado em 1803, nos EUA, no Caso Madison X
Marbury. Marbury foi indicado para ser juiz de paz. Quando mudou o governo, não
deixaram que ele tomasse posse. Então, ele ingressou com uma ação na Suprema Corte
para que fosse determinada a sua posse. O que realmente importa é que na época, o juiz
decidiu que o controle de constitucionalidade não é feito somente pela corte, mas por todos
os juízes - todos os juízes podem fazer o controle de constitucionalidade.
O poder de decidir sobre a constitucionalidade de uma norma é inerente a qualquer
juiz ou juízo.
O controle difuso – poderá ser acionado através de qualquer órgão do judiciário,
depende da competência. Vou ao Judiciário para solucionar um caso concreto, uma lide,
mas às vezes para solucionar este conflito, incidentalmente, preciso analisar a
constitucionalidade de uma lei para poder solucionar o conflito.
Características do controle difuso:
- Aplicação no caso concreto subjudice (em juízo).
- Qualquer juízo poderá declarar a inconstitucionalidade no litígio.
- Solução para o caso concreto e não da lei em tese.
- A declaração não é o objeto pretendido, mas a solução da lide. Busca solucionar uma lide
através da declaração de inconstitucionalidade.
- Cabe em ambas as parte da lide. Qualquer das partes pode pedir a análise da norma
inconstitucional.
A decisão recursal do STF no controle difuso é enviada ao Senado Federal que
poderá suspender a eficácia da norma no todo ou em parte (art. 52, X, CF).
O controle difuso, não quer dizer que ele chegará sempre ao STF. As ações só
chegarão ao STF, se for considerado e provar que há repercussão geral, com caráter
coletivo e não individual, pois interessa a uma expressiva parcela da sociedade.
► Súmulas:
- Ordinárias
- Uniformização de jurisprudência: Incidente de Uniformização de Jurisprudência.
► Vinculante → vincula o poder público. Esta súmula não existia na CF/88, passou a
existir em 2004 com a EC 45. O Tribunal emitia súmulas que eram sistematicamente
descumpridas, então, foi criada a súmula com efeito vinculante, que vincula todo o poder
judiciário, todos devem cumprir os preceitos de uma súmula vinculante.
→ Todo o poder público está vinculado à súmula vinculante. Já os particulares não
estão vinculados.
Para sumular são necessárias reiteradas decisões.
• Competência → STF
Só o STF pode editar súmulas vinculantes, por decisão própria dos membros, com a
aprovação da maioria absoluta – 2/3 dos votos (8 votos).
- De ofício → STF
- Por provocação → somente os legitimados que podem propor a ADI.
► Pertinência temática necessária: significa ter interesse de agir, visto que nem todos
podem propor todas as súmulas que quiserem ou que desejarem. Somente poderão propor
súmulas que forem de interesse temático da classe que representam. Tem que demonstrar
que tem interesse naquela matéria, que tem interesse de agir.
→ Alguns têm capacidade universal e outros têm capacidade limitada.
Ex. Governo do Estado de SP - O governador não pode propor qualquer súmula, ele só
poderá propor as que forem de interesse do Estado.
REPERCUSSÃO GERAL
Antigamente, qualquer causa que contrariasse a constituição ou que estivesse em
fase de discussão condicional poderia chegar ao STF. Tínhamos pequenos delitos sendo
analisados pelo STF, o que gerava uma sobrecarga de trabalho ao STF e desviava a
atenção do STF. O STF não pode estar vinculado a decisão de causas individuais, ínfimas,
causas que só interessam a duas pessoas. O STF tem que decidir causas de interesse
coletivo.
• Interventiva (art. 36, III): Ex. Intervenção do DF - foi proposta uma ADI interventiva. A
intervenção no DF está sendo solicitada, em virtude do próprio sistema do governo estar
corrompido.
• Legitimados para propositura (art. 103, I a IX, CF): trata dos legitimados para propor a ADI
genérica e para a ADECON.
Nem todos os legitimados têm legitimidade para propor qualquer tipo de ação tanto
direta (ADI) como declaratória (ADECON), porque a legitimidade ativa também importa, em
alguns casos, na pertinência temática, ou seja, na pertinência da matéria tratada naquela
ADI ou ADECON. Ver quadro abaixo.
Legitimidade restrita e concorrente.
• Legitimidade ativa
Pertinência temática - Art. 103 - Universal - I a III, VI a VIII: os legitimados não
É o interesse de agir, há necessidade tem que demonstrar a pertinência temática, pois
de demonstrar para o STF, porque há têm capacidade, competência universal. Há
interesse de agir naquela ação presunção que eles têm interesse naquela ação.
proposta, portanto, alguns têm Legitimados: Presidente da República, mesa da
pertinência temática e outros não. Câmara e do Senado, Procurador Geral da
República - é o chefe do MP Federal, Conselho
Os legitimados do art. 103, I a VI: Federal da OAB, partido político com
• Legitimidade passiva
- Autoridades ou órgãos responsáveis pela edição do ato impugnado
- Entidades privadas não figuram no pólo passivo
→ Prazo: para propor estas ações – ADI ou ADECON - não há prazo prescricional ou
decadencial (súmula 360, STF): Existindo uma lei ou ato normativo que possa ser
impugnado, os legitimados podem agir a qualquer momento, sendo necessário apenas que
o ato a ser impugnado esteja em vigor.
• Cláusula de Reserva de Plenário: o julgamento é feito pelo Plenário do STF (11 juízes),
com aprovação pela maioria absoluta dos votos. Neste caso é necessário pelo menos 6
votos para aprovação. Toda ação de inconstitucionalidade tem que ser julgada pelo
Plenário do STF.
• Pertinência temática : Nem todos os legitimados têm competência universal, alguns têm
competência relativa, ou seja, tem que demonstrar pertinência temática.
A inconstitucionalidade tem duas formas - pode ser por ação ou por omissão.
• Inconstitucionalidade por ação ocorre quando foi feito um ato normativo ou uma
norma que fere a Constituição.
• Inconstitucionalidade por omissão ocorre quando a Constituição determina que eu
faça algo e não faço. Em razão dessa omissão, alguém está sendo lesionado. Neste caso, é
cabível a → ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão.
• Competência: STF
São duas funções em relação ao poder:
→ O STF irá declarar a omissão do poder.
A princípio pedimos ao juiz que declare que o poder público está sendo omisso.
Neste caso, poderia até mesmo ensejar processo de impeachment, crime de
responsabilidade, que enseja perda do cargo e inelegibilidade por 8 anos.
Exemplificando: A responsabilidade de fazer o ato era do executivo, ele não fez. O
objeto desta ação é declarar que o executivo foi omisso. Da mesma forma pode ocorrer
com o legislativo. O entendimento majoritário é que nada pode ser feito para suprir essa
omissão. Na verdade, isso é um atestado de incompetência, afirma que o poder está sendo
omisso e que pessoas estão sendo lesadas, gera responsabilidade civil do órgão que está
sendo omisso. As pessoas que foram lesadas podem ingressar em juízo para pleitear danos.
Se o poder está sendo omisso e há pessoas lesionadas, essas pessoas lesionadas
podem entrar com ação de perdas e danos, mediante o atestado de incompetência.
→ O judiciário só pode declarar omissão dos poderes legislativo e executivo. Se for outro
órgão, por exemplo, o Ministério da saúde que deixou de editar uma portaria que era
determinada pela CF, não se trata de poder e sim de órgão da administração pública. Neste
caso, o STF, quando declarar a omissão irá determinar que o órgão faça em 30 dias a
portaria necessária para gerar direitos às pessoas.
→ Quando se trata de agentes políticos ou dos poderes, além de declarar a emissão, o STF
pode determinar a edição no prazo de 30 dias do ato normativo que deveria ter sido
editado para gerar direitos às pessoas.
• Efeitos:
- Comunicação à autoridade interessada, bem como ao Presidente da República para
decretar a intervenção (art. 84, X) (oportunidade e conveniência).
► ADPF é cabível:
• Evitar lesão a preceito fundamental, aqui terá caráter preventivo.
• Reparar lesão a preceito fundamental, neste caso terá caráter repressivo.
• Controvérsia relevante sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal,
incluídos os anteriores à CF. Esta situação cabe somente na ADPF → nestes casos, há
ampliação do controle concentrado.
Direito Processual Constitucional 20
► Inovações da ADPF:
• Atos do Poder Público: qualquer ato do poder público pode ser atacada pela ADPF, desde
que trate de preceitos fundamentais. Somente os entes públicos podem ser alvos de ADPF.
• Lei ou atos normativos municipais.
• Leis ou atos normativos anteriores à CF.
•Os atos inacabados do Poder Público, ou seja, aqueles que não estão com seu processo
legislativo inteiramente concluído. A ADPF pode ser proposta contra esses atos.
• Competência: STF
• Legitimidade:
- Passiva: Qualquer órgão do Poder Público
- Ativa: art. 103
A única exceção das ações diretas, cujos legitimados do art. 103, não o são, é na ADI
interventiva.
Na ADI interventiva, o único legitimado é:
Se for intervenção federal: é o Chefe do Ministério Público Federal
Se for intervenção estadual: é o Chefe do Ministério Público Estadual
- Erga omnes
- Ex tunc: que pode ser mudado por decisão da maioria absoluta do plenário para
•
outro momento qualquer, mas o efeito geral é sempre retroativo, a não ser que
Efeitos:
seja dado outro efeito específico para aquele caso. Pode ser até ex nunc. A
decisão é do plenário do STF.
• Decisão irrecorrível e não se admite ação rescisória (é uma exceção dento do nosso
ordenamento jurídico, é proposta depois do trânsito em julgado, que é permitida somente
em alguns casos).
Na ADPF cabe embargos de declaração, porque este não é um recurso modificativo.
Ele seve simplesmente para esclarecer a sentença que foi proferida.
• Legitimidade
- Gratuidade art. 5°, LXXVIII, CF
• Partes do HC:
- Impetrante: qualquer pessoa do povo
- Paciente: aquele que está na iminência do abuso ou sofrendo o abuso
- Impetrado: autoridade coatora
O impetrante e o paciente podem ser a mesma pessoa, pois há capacidade
postulatória.
O MP pode propor HC.
O juiz pode propor HC, desde que ele não seja o juiz do processo. Se o juiz for o juiz
do processo, ele não propõe, mas pode conceder o HC de ofício.
• Exceções
Art. 142, §2°, CF: não cabe HC em caso de punições administrativas, infrações dentro do
corpo militar. Ao militar não cabe HC por vedação constitucional, ele utiliza mandado de
segurança. Na esfera penal militar cabe HC. Cabe para todos os militares (Art. 142, §1°,
CF).