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Artigo Original DOI: http://dx.doi.

org/105902/2179460X

Ciência e Natura, Santa Maria, v. 36 n. 2 jun. 2014, p. XX−XX


Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas – UFSM
ISSN impressa: 0100-8307 ISSN on-line: 2179-460X

Impactos ambientas associados com a silvicultura do Eucalyptus no Brasil


Ambientas impacts associated with forestry of Eucalyptus in Brazil

Hesrom Fernandes Serra Moura1, Mayara da Paixão Souza2 e Solange da Silva Fiscina3
1
Biomédico, Faculdade de Tecnologia e Ciências, Salvador, Brasil
E-mail: biomouraa@gmail.com
2
Fiseoterapeuta, Faculdade Adventista de Fisioterapia, Feira de Santana, Brasil
E-mail: mayfafis@hotmail.com
3
Especialista em Biologia Celular, Universidade Estadual de Feira de Santana, Brasil
solang.s@hotmail.com

Recebido: dia/mês/ano Aceito: dia/mês/ano

Resumo
A crescente demanda pelo consumo de energia nas últimas décadas vem acompanhando a modificação nos padrões financeiros da sociedade, com
grande parcela da população passando a adquirir bens que necessitam de alto consumo energético. Esse crescimento não tem demonstrado sinais de
redução ou mesmo de estabilização em um curto prazo. Com isso a crescente demanda na produção das indústrias do setor florestal brasileiro tem
incentivado o consumo de madeiras exploradas como matéria prima. Os benefícios da plantação de Eucalyptus em uma propriedade rural são
muitos, sendo um dos mais importantes a redução da necessidade de desmatamento das florestas naturais, colaborando em grande escala para
minimizar o aquecimento global. Diante desse panorama o presente estudo tem o objetivo de avaliar os impactos ambientais acarretados pelo
consumo dessa cultura. Do ponto de vista econômico, social e ambiental, a produção de Eucalyptus pode melhorar o bem-estar e proporcionar
qualidade de vida do produtor, com a agregação de valor econômico na propriedade rural através da exploração da madeira, do melhor desempenho
produtivo e reprodutivo dos animais e da conservação dos recursos naturais do ecossistema e da implantação do sistema de certificação.

Palavras-chave: Eucalyptus. Ambiente. Energia.

Abstract
The growing demand for energy consumption in recent decades has been following the change in the financial standards of society, with a large
portion of the population will buy goods that require high energy consumption. This growth has shown no signs of slowing or stabilization in the
short term. With this increase in demand in the manufacturing industries of the Brazilian forest sector has encouraged the consumption of wood
exploited as raw material. The benefits of eucalyptus plantation on a farm are many, one of the most important to reduce the need for deforestation of
natural forests, working on a large scale to minimize global warming. From the point of economic, social and environmental, eucalyptus production
can improve the well-being and provide a quality producer of life, with the addition of economic value on the farm by logging, the best growth
performance and reproduction of animals and conservation the natural ecosystem resources.

Keywords: Eucalypts. Environment. Energy.


1 Introdução

Entende-se por silvicultura, palavra derivada do latim, em que “silva” significa floresta e cultura refere-se ao
cultivo de árvores, a arte e a ciência que estuda as maneiras naturais e artificiais de restaurar e melhorar o povoamento
nas florestas, para atender às exigências do mercado. Este estudo pode ser aplicado na manutenção, no aproveitamento e
no uso consciente das florestas (AGEITEC).
Em meados dos anos 70, houve uma série de incentivos fiscais para o reflorestamento que começaram ainda
na década de 60. Com esses incentivos foi possível ampliar consideravelmente o estoque de madeira nesses plantios
(BRACELPA, 2009). Desde então, se investiu bastante em pesquisa sobre a silvicultura de diversas espécies, sendo a do
gênero Eucalyptus a que mais obteve destaque, consolidando seu uso em plantios comerciais. Além disso, outras
espécies como Pinus (Pinus sp.). Acácia (Acacia mearnsii), Seringueira (Hevea spp.), Teca (Tectona grandis), Paricá
(Schizolobium parahyba), Araucária (Araucaria angustifólia) e Álamo (Populus sp.) são também cultivadas para fins
comerciais.
O eucalipto é uma árvore pertencente ao gênero Eucalyptus, originário da Austrália, onde cobre cerca de ¾
da área de todo o país. Seu nome é originário do grego eukalyptós, onde eu, significa “bem” e kalyptó “coberto”, que
caracteriza a espessa cobertura do seu fruto (BATISH et al., 2008). O território brasileiro, por possuir condições
altamente favoráveis, como clima tropical, diversidade de solos e grande extensão territorial, deu ao Eucalyptus boas
condições de desenvolvimento, crescimento e produtividade em comparação com outros países, como China, Indonésia
e Austrália, que praticam este tipo de monocultura (BRACELPA, 2010). Com mais de 700 espécies já catalogadas,
dentre as principais plantadas para fins comerciais, estão o Eucalyptus grandis, E. urophylla, E. saligna, E.
camaldulensis, E. globulus, E. dunni e E. Nitens (MALINOWSKI, 2010).
Originalmente, a espécie foi introduzida no Brasil nas três primeiras décadas do século XIX, para fins
ornamentais, utilizada com quebra-vento e extração de óleo vegetal (VITAL, 2007). Após observação de seu rápido
desenvolvimento, Edmundo Navarro de Andrade, Engenheiro Agrônomo, nascido no Brasil em Janeiro de 1881,
contratado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro para encontrar a melhor espécie de madeira que seria utilizada
como dormentes das ferrovias e também suprisse o fornecimento de carvão nas locomotivas, realizou trabalhos
experimentais com a espécie, comparando-a com outras, como peroba, jacarandá e jequitibá, e observou que o
Eucalyptus possui um excelente desempenho e desenvolvimento. Em 1909, após aquisição de novas terras, a
Companhia Paulista de Estradas de Ferro iniciou o plantio do Eucalyptus para comercialização (LIMA, 2010). No final
de 1930, o Eucalyptus já estava sendo utilizado como dormentes, para construção de casas e estradas de ferro e
combustível para siderurgia e estradas de ferro (VITAL, 2007).
O progressivo aumento do fator ambiental nas relações comerciais, fez com que o mercado tomasse medidas
com a finalidade de garantir a sustentabilidade no processo de produção em determinados setores da sociedade devido à
ação humana provocar, à destruição da floresta nativa. Dessa forma, o reflorestamento surge como uma forma
alternativa para recuperar as áreas desmatadas, além de favorecer a manutenção dos recursos florestais (PETTER et al.,
2012).
O Brasil detém, hoje, as melhores tecnologias na silvicultura do Eucalyptus, atingindo cerca de 60m³/ha de
produtividade, em rotações de sete anos. Porém, desde sua chegada, o Eucalyptus vem sendo alvo de críticas quando se
trata de impactos ambientais. Entretanto, é importante observar que esta monocultura está presente em diversas regiões
do planeta, com características ambientais distintas. E que, paralelo aos incentivos fiscais recebidos para o
reflorestamento, aqui no Brasil, o homem passou a observar um pouco mais os problemas ambientais e tomar
consciência de que a origem desses problemas deve ser investigada e tratada de um modo que não fuja dos
procedimentos padrões adotados. Diante disso a preservação ambiental passou a permear, de maneira direta e indireta,
nas práticas florestais através da certificação florestal, nacional e internacional, nos métodos, produtos finais e
principalmente no fluxo destes entre territórios.
Em 2014, de acordo com os dados do IBGE, a área total em hectares existentes de plantações por espécies
florestais no Brasil era de 9.364.42. Destes, 6.951.145 hectares são apenas de florestas plantadas com Eucalyptus, sendo
39,25% da floresta destinada para produção de celulose e 26,12% destinado para produção de carvão vegetal, indicando
que a celulose e o carvão vegetal apresentam maior impacto no reflorestamento (IBGE, 2014).
O cultivo do Eucalyptus tem se tornado cada vez mais crescente por apresentar alta produtividade, ciclo
reduzido e alta flexibilidade às condições edafoclimáticas, sendo o gênero mais plantado em todo mundo, possibilitando
a manutenção da matéria prima aumentando a produtividade florestal (ROCHA et al., 2013)
O florestamento com Eucalyptus para produção de energia e de produtos industriais, tem sido apresentado
como a melhor alternativa econômica no Brasil. Portanto, há necessidade de avaliar os impactos ambientais acarretados
pelo consumo dessa cultura, sendo este o nosso objetivo.

3 Metodologia

A coleta de dados ocorreu entre abril e julho de (2016), onde buscaram-se trabalhos científicos publicados
em bases de dados indexadas, tais como PubMed e Periódico Capes. As palavras chaves utilizadas na busca foram
Eucalyptus, ambiente, silvicultura, nos idiomas inglês e português. A partir dos resultados da busca, utilizou-se como
critérios de inclusão adotados para seleção dos materiais bibliográficos, artigos publicados no período de 2007 a 2016,
apresentando abordagens a respeito da silvicultura do Eucalyptus sendo excluídos da revisão os trabalhos que não
contemplavam tais requisitos. Ao final foram selecionados 27 trabalhos, entre artigos, teses e dissertações.

4 Discussão

Segundo o Relatório da Indústria Brasileira de Árvores – IBÁ 2015, o total de árvores plantadas no país, para
fins industriais, totalizou 7,74 milhões de hectares em 2014, um aumento considerável com relação ao ano de 2013,
correspondendo a 0,9% do território brasileiro. Desta quantidade total 5,56 milhões de hectares se destina a plantação
de Eucalyptus, que representa 71,9% do total ocupado, na qual estão localizados principalmente nos estados de Minas
Gerais (25,2%), São Paulo (17,6%) e Mato Grosso do Sul (14,5%), 1,59 milhão se destina a plantação de Pinus e
Acácia, Teca e Seringueiras estão entre as outras plantadas no país como ilustra a Figura 1.
Figura 1. Evolução de árvores plantadas no Brasil em hectares. IBÁ (2015).

Os principais produtos gerados a partir do manejo do Eucalyptus no país são: celulose, diversos tipos de
papel, como papéis para embalagens, para imprimir e escrever, para fins sanitários, pisos de madeira, painéis
compensados, móveis, carvão vegetal e outras biomassas para fins energéticos. Além de produzir, o plantio de árvores
também traz benefícios como proteção da biodiversidade local, recuperação de áreas degradadas além de contribuir na
redução da emissão de gases estufa (IBÁ, 2015).
Para Silva, (2009), a comercialização do Eucalyptus não foi uma escolha do acaso, a cultura da espécie foi
estudada e verificaram-se algumas vantagens sobre o seu manejo, dentre algumas: rápido crescimento, facilidade a
programas de manejo, com melhorias genéticas, facilidade de adaptação as mais diversas condições devido a grande
diversidade de espécies, facilidade de propagação vegetativa e principalmente adequação aos mais diferentes usos
industriais, com boa aceitação no mercado.
O setor de árvores plantadas apresenta maior potencial de crescimento na economia brasileira, principalmente
para produção papel e celulose, considerados principais produtos finais originários do setor. No ano de 2014, a
economia do país cresceu apenas 0,1% um dos piores índices de crescimento em comparação a outras economias
mundiais, o que equivale em valores correntes a R$5,52 trilhões, soma de todas as riquezas produzidas, e o Produto
Interno Bruto (PIB) per capita caiu para R$ 27,2 mil, porém o setor de árvores plantadas fechou com saldo positivo. A
produção de celulose foi de 16,46 milhões de toneladas, um aumento de 8,8% em relação ao ano de 2013, sendo o seu
volume exportado de 10,61 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno cresceu 2,2%. A produção de papel
totalizou 10,74 milhões de toneladas, considerada estável com relação a 2013. O PIB deste setor cresceu 1,7%,
considerando a expansão das exportações de celulose para 12,6%, que teve um importante papel para este desempenho,
mantendo cerca de 610 mil empregos de forma direta. O PIB do setor de árvores plantadas cresceu 1,7%, tendo uma
participação importante no país, e fechou no ano de 2014 representando 1,1% de toda a riqueza gerada no país, como
ilustra a figura 2 (IBÁ, 2015).
Figura. 2: Crescimento do PIB do setor de árvores plantadas versus outros setores da economia brasileira, 2014. RELATÓRIO IBÁ (2015).

Quanto ao ranking mundial de produção de Eucalyptus, o Brasil se manteve na liderança no ano de 2014,
atingindo assim a média de 39 m³/ha.ano, comparando a outros produtores mundiais, como ilustra a figura 3 (IBÁ,
2015).

Figura. 3: Produtividade Florestal versus outros importantes players mundiais. RELATÓRIO IBÁ (2015)

Com o crescente aumento da utilização de áreas florestais para plantação de árvores, a sociedade tem sofrido
consequências de seu crescimento desenfreado e de sua relação estritamente predatória com a natureza, sendo este um
ponto de partida para a promoção de uma medida para garantir a sustentabilidade e conservação da fauna e flora nas
florestas. Alterações climáticas, disseminação de doenças, escassez de recursos, catástrofes naturais e muitos outros
problemas vêm assolando a humanidade. Diante desta situação, surgiram às preocupações com o meio ambiente, a
necessidade de conservá-lo e as responsabilidades de cada setor da sociedade. (GRAVINA, 2008).
Em estudos, Oliveira (2013), concluíram que há redução da perda do solo com as florestas de Eucalyptus
indicando tendências para sustentabilidade em termo de erosão por água. Sendo que essas perdas são inferiores aos
valores toleráveis com maior consumo de potássio e cálcio.
O crescimento do cultivo do Eucalyptus é acompanhado proporcionalmente com a utilização de recursos
naturais locais, indicando preocupação sobre os impactos ecológicos de sua plantação em larga escala, em especial
quanto ao consumo de água. Tendo em vista que os consumos de água para manutenção das culturas dependem das
condições locais e principalmente em relação ao estado do solo (CAVALCANTE, 2012)
Conforme Motta et al. (2010), os benefícios da plantação de Eucalyptus em uma propriedade rural são muitos,
sendo um dos mais importantes na redução da necessidade de desmatamento das florestas naturais, colaborando em
grande escala para minimizar o aquecimento global. Do ponto de vista econômico, social e ambiental, a produção de
Eucalyptus pode melhorar o bem-estar e proporcionar qualidade de vida do produtor, com a agregação de valor
econômico na propriedade rural através da exploração da madeira, do melhor desempenho produtivo e reprodutivo dos
animais e da conservação dos recursos naturais do ecossistema.
Couto (2014), também cita vantagens do reflorestamento para uso energético. Segundo o autor, florestas
energéticas tem por objetivo evitar a pressão que o desmatamento causa sobre as florestas naturais, desempenhando um
papel importante na utilização das terras degradadas, como o fornecimento de biomassa florestal. Outra contribuição é o
fornecimento de carvão e lenha de origem vegetal.
Cabe esclarecer que a falta d’ água é ocasionada principalmente pelas más práticas de cultivo adotadas pelo
produtor e pelo uso inadequado dos recursos hídricos, não pelo tipo de cultura cultivada. O homem planta, colhe,
destrói, desmata, compacta o solo, pavimenta, impermeabiliza, sistematiza o terreno, soterra nascentes, põe fogo, ara,
gradeia, faz monoculturas extensas, planta até na beira do riacho, às vezes até dentro da água, queima a mata ciliar, não
cuida das pastagens, confina o gado em cima de áreas ripárias, constrói açudes, instala pivô central, irriga, aduba e
desenvolve uma série de atividades que podem contribuir para esse quadro (CNA, 2011).
Qualquer atividade praticada pelo homem causa impactos sobre a água, solo, fauna, flora e sobre o próprio ser
humano. É preciso conhecer os impactos para que se possa minimizar os negativos e potencializar os positivos. Em
relação às funções das florestas plantadas estas assumem grande importância junto ao meio ambiente: diminuição da
pressão sobre florestas nativas, reaproveitamento de terras degradadas pela agricultura, sequestro de carbono, proteção
do solo e da água, ciclo de rotação mais curto em relação aos países com clima temperado, maior homogeneidade dos
produtos, facilitando a adequação de máquinas na indústria (SANTIAGO, 2013).
Segundo IPEA (2010), a sustentabilidade é a relação entre os sistemas ecológicos e econômicos, ambos
dinâmicos, onde a vida humana pode existir por tempo indeterminado, prosperando e desenvolvendo sem que suas
atividades destruam a diversidade, complexidade e o sistema de apoio ecológico que sustenta a vida no planeta. O
conceito global de sustentabilidade é “atender as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”, sendo um processo na qual a exploração de recursos, a
direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizem e
reforcem o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas, minimizando impactos
adversos sobre a qualidade do ar, da água, dos solos, dentre outros elementos naturais, e mantendo a integridade global
do ecossistema.
Existem muitas outras formas existentes de tornar a sociedade menos capaz de suprir as futuras necessidades
humanas, e uma dela é a exploração excessiva de recursos. Monoculturas, desvios de cursos d’água, extração mineral,
emissão de calor e gases nocivos, florestas comerciais e manipulação genética são exemplos de intervenção humana nos
sistemas naturais, que até pouco tempo eram realizadas em pequena escala, porém hoje seu impacto é maior, sendo
realizada em larga escala, ameaçando sistemas que sustentam a vida, tanto local quanto globalmente.
Com a crescente inserção da eucaliptocultura no mundo, alguns questionamentos foram levantados a respeito
dos seus efeitos sobre o meio ambiente. A partir daí surgiram diversos estudos e experimentos com a árvore, permitindo
assim uma análise mais consistente da cultura. De acordo com Lima (2008), estes questionamentos estão intimamente
ligados à forma na qual o Eucalyptus é plantado, na forma de extensas monoculturas, resultando na baixa diversidade
ecológica, ocasionando instabilidade ou vulnerabilidade a mudanças climáticas, assim como a doenças e pragas.
Um dos questionamentos mais comuns está relacionado ao consumo de água, na qual a espécie está associada
à escassez de recursos hídricos. De acordo com a CNA (2011), em toda e qualquer tipo de cultura existe visível
consumo de água, até mesmo florestas nativas. Pesquisas realizadas por Scolforo (2008) verificaram que o consumo de
água depende da época, pois ao chegar ao período de seca, a própria árvore reduz o consumo, evitando assim a perda de
água pela transpiração, adaptando-se ao clima. A grande preocupação com o meio ambiente fez com que as tecnologias
voltadas para o manejo do eucalipto selecionassem árvores geneticamente modificadas que sobrevivessem à escassez
hídrica, e por ser um plantio de clones, que é uma prática bastante comum por empresas do setor florestal que fazem o
cultivo da cultura, suas raízes não ultrapassam 2,5 metros, não chegando a atingir os lençóis freáticos (LIMA, 2008). A
Legislação Florestal Brasileira exige também a preservação de áreas de vegetação nativa que ficam próximas de
nascentes, cursos e espelhos-d ’água, criando assim uma espécie de faixa de proteção que deve variar de 30 a 100
metros de largura.
Outro questionamento frequente quando se trata do plantio do Eucalyptus é a sua relação com o solo, se ele
empobrece ou não a área, desgasta ou o impermeabiliza. Para discutir a veracidade destas indagações é necessário
analisar sua forma plantio e seu modo de colheita. Para Vital (2007) o que acontece na verdade é a retirada de nutrientes
do ecossistema a partir do momento em que o Eucalyptus é plantado, podendo este processo ser revertido na colheita
quando parte dos seus resíduos, como raízes, folhas ou cascas das árvores, são deixadas sobre o solo.
Scolforo (2008) diz que as reduções na incidência dos raios solares e da temperatura na superfície do solo
causadas pelo plantio do Eucalyptus protegem o solo contra erosões e impermeabilizações causadas pela chuva, através
dos galhos e folhas da copa que reduzem a velocidade de queda das gotículas de água. Ele observou também que o
cultivo do eucalipto, comparado a outras culturas apresentava uma perda de solo menor.
Para Vital (2007) o Eucalyptus também contribui com a ciclagem dos nutrientes com a chamada serapilheira,
camada de resíduos formada através de cascas, folhas e galhos de eucalipto após a colheita, que dura aproximadamente
três anos para se decompor, devolvendo ao solo parte dos nutrientes retirados durante seu desenvolvimento. Estima-se
que a cada tonelada de Eucalyptus colhido, cerca de 0,3 a 0,35 toneladas de serapilheira é formado.
O solo revolvido de matéria orgânica permanece protegido contra a erosão causada pela chuva, sol ou vento,
mesmo após a colheita, pois diminui a velocidade de infiltração da água das chuvas no solo, abastecendo também
lençóis freáticos subterrâneos (SCOLFORO, 2008). Alguns autores levam em conta as prévias condições da área antes
de analisar possíveis impactos causados. O Eucalyptus também pode reduzir a erosão causada pelo vento por gerar
grandes barreiras. Se plantado em áreas onde o solo é deteriorado e pobre em nutrientes é esperado que a cultura
melhore a fertilidade do solo (VITAL, 2007).
No cultivo do Eucalyptus, são necessários, portanto, alguns cuidados com o solo, a fim de manter ou até
mesmo melhorar suas características físicas, químicas e biológicas, que vão desde o plantio em nível, onde o plantio é
feito em linhas niveladas topograficamente, capinas sendo feitas com produtos agroquímicos ou roçadeiras, até o
controle contra incêndios e a não utilização do fogo para algum método de plantio. O solo é um dos principais recursos
e a principal matéria-prima de uma empresa do setor florestal. (SCOLFORO, 2008).
Há também questionamentos a respeito da redução da biodiversidade local e sua forma de plantio, extensas
monoculturas utilizando a técnica de mosaicos florestais. Para Scolforo (2008), a utilização de áreas para o cultivo do
Eucalyptus implica na conservação das APP’s, contribuindo com o equilíbrio do ecossistema, além de renovar a
ciclagem de nutrientes do território. O equilíbrio ecológico é mantido por uma técnica de plantio chamada Mosaico
Florestal, onde a mesma intercala as florestas plantadas com as florestas naturais, garantindo o fluxo da biodiversidade,
a proteção de rios e mananciais (BRACELPA, 2010). Essas “faixas ecológicas” possuem 25 metros, e são mantidas a
cada 500 metros de florestas plantadas, trazendo consigo benefícios como o aumento de probabilidade da sobrevivência
da fauna local, eficiência no controle de pragas e incêndios florestais (SCOLFORO, 2008).
Para Vital (2007) se uma floresta nativa for substituída por uma monocultura de Eucalyptus, é inevitável que
haja uma desordem na fauna e flora da região, podendo causar competição entre as espécies ali existentes. O autor ainda
considera que a técnica do Mosaico Florestal permite que exista uma mobilidade genética entre as florestas plantadas e
florestas nativas, sendo que o impacto na biodiversidade local dependerá do bioma em que a floresta plantada está
inserida.
Uma monocultura não é capaz de manter um grande índice de variabilidade de fauna e estes fragmentos de
árvores nativas, as faixas ecológicas, dão uma maior segurança a floresta de árvores plantadas, pois atuam como áreas
de colonização dos animais silvestres. De acordo com Scolforo (2008), o setor florestal brasileiro possui em torno de
1,8 milhão de hectares de áreas de preservação no intuito de conservar a variedade biológica local.
Ainda existe também, a preocupação sobre os impactos sociais provocados pelo plantio do Eucalyptus.
Porém, a respeito deste assunto, Scolforo (2008), salienta que, os impactos gerados na sociedade variam, pois dependem
das condições socioeconômicas da cada país. Após estudos realizados, por este autor, na região do Vale de
Jequitinhonha, no Estado de Minas Gerais, foram observados impactos sociais negativos na região. Notou-se que apesar
do significativo aumento nas vagas de emprego da região, reduziu também oferta de mão-de-obra, gerando um alto
índice de êxodo rural e declínio no padrão de vida dos moradores da região.
Segundo o IBÁ (2015) no ano de 2014, o setor de árvores plantadas manteve cerca de 610 mil empregos
diretos. À medida que essas atividades se concentram longe da área urbana tendem a fixar a população na área rural,
gerando renda. Outra vantagem citada pelo Instituto Brasileiro de Árvores está relacionada à qualidade de empregos
gerados pelo setor. Segundo ele, a maioria destes está ligada direta ou indiretamente a companhias com capital nacional
ou estrangeiro e diante disso a maior parte são postos formais com benefícios que superam as obrigações normais
concedidas pela norma trabalhista brasileira.
O que tem sido observado é que após a inserção dos requisitos ambientais, sociais e do bem-estar dos
trabalhadores em programas de avaliações de conformidades é que diversas empresas do setor tem criado programas de
apoio aos seus colaboradores, desenvolvendo treinamentos para o crescimento destes, programas de apoio às
comunidades direta ou indiretamente afetadas pelo plantio do Eucalyptus ou partes do processo, disseminando
conhecimento, dando iniciativa a projetos que incluem pessoas menos capacitadas no mercado de trabalho,
estabelecendo parcerias.
Diante do exposto, a preservação ambiental passou a permear, de maneira direta e indireta, nas práticas
florestais através da certificação florestal, nacional e internacional, nos métodos, produtos finais e principalmente no
fluxo destes entre territórios.
Com a crescente demanda por produtos certificados por parte de consumidores ambientalmente conscientes,
o governo de diversos países tem adotado como um dos requisitos para compras públicas produtos certificados, o que
tem induzido diversos setores produtivos a certificação.
O Brasil adotou normas, através do Programa Brasileiro de Certificação Florestal, CERFLOR, que possui seu
processo de avaliação da conformidade internacionalmente reconhecido pelo Programa para o Reconhecimento dos
Esquemas de Certificação Florestal (PEFC), organização independente que visa à promoção do manejo florestal
sustentável. Desta forma, o CERFLOR, emprega técnicas que garantem a prática do manejo florestal sustentável, aliada
a gestão dos recursos hídricos, biológicos e edáficos da região na qual o plantio está inserido, além de promover o
aumento das perspectivas de ganho, fortalecendo a atividade florestal no país.
O programa utiliza a estrutura do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial –
SINMETRO, um órgão que estabelece suas políticas, o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – CONMETRO e iniciou o processo de desenvolvimento quando o setor nacional de madeira e móveis
considerou como prioridade um programa de certificação florestal no domínio do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade (SBAC). Desde 1996, a Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS) em parceria com algumas entidades,
como Embrapa Florestas, instituições de ensino e pesquisa, organizações não governamentais e alguns órgãos do
governo, estabeleceu uma cooperação com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para desenvolver os
princípios e critérios do setor com base pelo SBAC. A ABNT é uma entidade não governamental responsável pelo
processo de elaboração e revisão das normas do Programa Cerflor (INMETRO, 2016).
Após a inserção do CERFLOR no SBAC em março de 2001, o programa foi lançado em 2002 e tornou-se
ativo em janeiro de 2003. O órgão regente do CERFLOR é o INMETRO, Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial, autarquia federal, e é associado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) (INMETRO, 2016).
Schwabe (2011) aponta que as vantagens de uma certificação florestal vão desde o âmbito econômico, até os
campos ambientais e sociais. Além disso, defende que sob o ponto de vista ambiental a certificação garante a
conservação da biodiversidade, além de assegurar a integridade de florestas e possíveis espécies ameaçadas de extinção.
Contribuindo com a integridade do ecossistema a certificação garante a continuidade do processo, gerando vantagens
competitivas e legalização das atividades existentes no método, eliminando assim qualquer forma de trabalho ilegal
e/ou infantil, fornecendo mais empregos e estes aumentam a renda pública, devido aos encargos trabalhistas. A
certificação também garante a saúde ocupacional do colaborador, pois melhora as condições de trabalho do colaborador
e a institucionalização de normas de prevenção.
Uma das metas da certificação florestal seria a institucionalização de preços-prêmio para produtos que são
oriundos de florestas certificadas, recebendo assim um maior valor agregado e a madeira não certificada terá menor
valor agregado, porém aspectos como a consciência da população e a procura por madeira certificada afetam
diretamente estes preços (REZENDE et al 2012)
É notável que, empresas que possuem sua operação de manejo certificada se tornem mais competitivas e
mais reconhecidas por órgãos governamentais, se destacando entre as demais por garantir a sustentabilidade do seu
processo através dos três pilares da sustentabilidade: o social, o econômico e o ambiental.

3 Conclusões

O Eucalyptus apresenta diversas características economicamente e ambientalmente viável podendo ser


utilizado em grande escala para diminuir ou erradicar as perdas das florestas nativas fornecendo matéria prima de
qualidade para produção de energia.
O reflorestamento com Eucalyptus tem estimulado o interesse por estudos de melhoramento genéticos,
morfológicos e de viabilidades econômicas, portando verifica-se a baixa avaliação empírica sobre quais impactos que
essas plantas podem causar ao meio ambiente.
Porém, efetivamente, a adoção das práticas do bom manejo florestal tem trazido uma melhora na imagem de
florestas plantadas, trazendo consigo maior geração de renda e empregos diretos. Diante disso, fica evidente que a
certificação florestal é uma ferramenta complementar que garante que uma organização se mantenha sobre os pilares da
sustentabilidade, ou seja, através da certificação do manejo das florestas e da origem do produto, tem-se a garantia da
origem de todos os produtos vindos a partir deste setor, sua importância e vantagens, e sua produção a partir de um
processo sustentável, ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo.

Referências

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