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MundiWar

2016­09­09 ­ MERCADO DE TRABALHO NOS USA: uma nação de "garçons" e "barman's"
1a edição 2016­09­09 11:30 Brasília

As estatísticas oficiais norte­americanas acabam sendo formatadas para consumo imediato e afetam
instantaneamente as bolsas e mercados especulativos, assim como as análises da oficialidade e da mídia
mainstream.
MundiWar vem acompanhando estas estatísticas do trabalho, assim como as da produção e comércio,
durante todo o ciclo econômico anterior e neste, detectando facilmente uma mudança brutal na qualidade
dos dados e das manchetes a respeito.

A economia norte­americana PARECE estar no PLENO EMPREGO. Mas não está, aliás... longe disto e no
exato oposto!
Há uma crise avassaladora no mercado de trabalho que se expressa em explosões sociais e no acúmulo
vertiginoso da marginalidade social, econômica e também política.

Analistas que não se deram conta desta mudança, ou por ardil, ou por não se darem ao trabalho de
investigar, acabam navegando na mesma onda do mainstream midiático e oficialista: a economia norte­
americana não está AINDA em crise! E, no entanto, está!

O mercado de trabalho que as estatísticas oficiais e as manchetes do mainstream nos trazem é uma
NAÇÃO DE GARÇONS E BARMAN's (imagem 01), como se isto fosse possível, ou seja, economicamente
viável dada a natureza da economia norte­americana, a líder da economia mundial.

O gráfico 2 mostra um dos "artefatos estatísticos" que maquiam o índice de desemprego de "pleno
emprego" nos USA: uma nação de bartenders e waiters (barman's e garçon's).
MundiWar detectou, neste cíclo, três momentos fundamentais:
1. a RECUPERAÇÃO da crise anterior a partir de 2010 ­ PÍFIA; 
2. a CRISE INTERMEDIÁRIA DE 2012
3. a CRISE CÍCLICA DE 2014
.....3.1. 1a FASE ­ inflexão­topo­início do mergulho ­ desde meados de 2014 até 1o semestre de 2015
.....3.2. 2a FASE desde meados de 2015 até agora ­ mergulho e aceleração, levando de roldão a esfera
comercial e financeira
Estes momentos mais e mais se confirmam nos dados e na análise crítica do desempenho da economia
norte­americana, assim como no mercado mundial nos seus grandes centros e como um todo.

Uma década de acumulação com pífia vitalidade nos USA trouxe uma gritante realidade: um mercado de
capitais completamente descolado da realidade econômica. As políticas econômicas foram desenhadas
exatamente por "Wallstreet" (representantes dos mercados mais especulativos dos bancos e de capitais).
"Mainstreet" (como é chamada a economia real da produção e circulação de bens e serviços) ficou num
segundo plano.

A compressão econômica dos trabalhadores e da classe média norte­americana é brutal.

Um estudo da consultoria McKinsey (gráfico 3) mostra isto claramente:

"The McKinsey study Poorer than Their Parents? offers a new perspective on income inequality over the
period 2005­2014.
Based on market income from wages and capital, the study shows 81% of US citizens are worse off now
than a decade ago. In France the figure is 63%, Italy 97%, and Sweden 20%.
The numbers for the US and France differ radically once transfer mechanisms like food stamps and
Obamacare subsidies are taken into consideration." (vide Mike Shedlock, August 7, 2016 ­ "McKinsey Study
Shows 81% of US Worse off Than in 2005, France 63%, Italy 97%")

"O estudo da McKinsey, mais pobre do que seus pais? oferece­nos uma nova perspectiva a respeito da
desigualdade no período 2005­2015. Baseado nos ganhos de mercado de salários e capital, o estudo
mostra que 81% dos cidadãos norte­americanos estão piores agora do que a uma década atrás. Na França
o número é 63%, na Itália 97% e na Suécia 20%.
Os números para os USA e França diferem radicalmente uma vez que os mecanismos de transferência de
renda como os subsídios do vale­refeição e do 'Obamacare' (controverso programa de saúde do governo
norte­americano, cavalo de batalha do segundo governo Obama) foram tomados em consideração"
(tradução livre MundiWar)

Claro, o que está sendo focado é a TRANSFORMAÇÃO DA PRESSÃO ECONÔMICA EM REVOLTA E,
depois de um simples passo, EM REBELIÃO ­ o que já vemos acontecer nas principais cidades norte­
americanas. Se extemporaneamente sempre se falou na possibilidade de uma "guerra civil" nos USA, agora
esta é uma possibilidade com a qual os analistas mais críticos começam a se preocupar e procurar
compreender.
.
.
BRASIL ­ IMPACTOS DA CRISE E CENÁRIOS 
.
.
Os reflexos desta realidade contracionista da economia norte­americana é, sem dúvida, sentido nos BRICS,
em especial na China. As exportações chinesas estão se tornando inelásticas em relação à depreciação do
Yuan. Tanto para os mercados orientais como para o europeu e o norte­americano, o subsídio cambial não
consegue mais resultados. Claro, a compressão real da demanda nos USA, União Européia, Japão, como
de resto no resto do mundo, impede ganhos nas exportações chinesas mesmo que alavancadas com o
Yuan fraco.

Ruim, na verdade péssimo para as exportações brasileiras, mas também para as australianas ­ Brasil e
Austrália têm a China como destino preferencial de suas exportações.

No Brasil o esgarçamento da interlocução social, entre governo, indústria e trabalhadores já vai tendendo
rapidamente para a condição de ruptura ­ sem que se possa fazer suceder os antigos canais, agora
fechados, por nada.

As tensões tendem a recrudescer rapidamente e com intensidade não vista desde os anos 70 e 80. Se
nada frear esta tendência, este segundo semestre de 2016 e o primeiro de 2017 tendem a apresentar um
ambiente social nada favorável aos negócios, aos investimentos, numa cada vez mais perigosa espiral
retro­cumulativa. A política econômica tateia, mas firmemente balizada no campo pró­cíclico, portanto
gravosa para a recessão que já se arrasta e agrava a alguns anos.

O desgaste das lideranças políticas, resultado inverso ao esperado após a troca de governo com o
impedimento, abre chance a uma situação muito concreta de VÁCUO DE PODER. Este é um cenário já
desenhado por MundiWar. E, no entanto, ainda não desponta no horizonte significativo qualquer alternativa
de poder consistente.

MundiWar frisava em suas prospecções de cenários que aos USA restava pura e tão somente neutralizar
este braço fundamental da COALISÃO EURASIANA/BRICS.

O prognóstico de MundiWar é o de que há chances de um CONTRA­GOLPE, cujo desenho é ainda
impossível de elaborar. Não que isto signifique necessariamente, como única via ou forma uma volta
dispositivo político anterior, tal qual, ao poder, ou seja, uma volta do PT ao poder.

Temos então um rol de possibilidades de um GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL, EMERGENCIAL, a
considerar:
­ uma re­aliança para a revalidação do pacto anterior com o PT
­ uma re­aliança para revalidação do pacto com Temer
­ uma re­aliança com outra liderança política, hoje ainda não visível, que poderia ancorar­se numa figura
política ou num colegiado político.

O dramático destas alternativas reside no caso de uma deterioração drástica, aliás mais drástica do que a
que hoje ocorre, nas condições econômicas e sociais. Está é uma probabilidade palpável e muito grande.
Será, então, que daria tempo de aguardar o transcorrer do calendário político, com eleições majoritárias só
em 2018?

O CONTRA­GOLPE como natureza política do processo residiria no programa econômico a ser adotado, se
isto acontecer: um PROGRAMA ECONÔMICO RADICALMENTE ANTI­CÍCLICO, com recomposição da
política de ALIANÇAS INTERNACIONAIS ANTERIORES AO GOLPE, e portanto em contraponto à que hoje
vige, francamente pró­USA.
O pacote de privatizações e internacionalizações não é suficiente para garantir uma onda de investimentos
capaz de reverter o curso de mergulho acelerado na crise para a economia brasileira.

MundiWar continua monitorando estas alternativas em todos os seus quadrantes.

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