Professional Documents
Culture Documents
Elásticos lntermaxilares
e Finalização
Marcos Janson
2013
Maringá - Paraná
~ DentalPress··
PUBLISHING
Ortodontia Objetiva: mecânica, elásticos intermaxilares e fi nalização
T,,J,n: 1•!-direi111.::. par,1 a l111gua ponugt1t'!.i1 rt:sen·.i.do\ pelJ editor.,. Qu,,kjlll'r p.11tt• de:.tJ pubhca,;.io
p,,dt'1J ,u rtprt1J l121J.i. g_lMtd.J.da pclu ,i.,.tt'rna 'rl'ltLC\'.ll" ou trdn,mitiJ.t J,: qualquer m,l•.h, uu por
quc1.k1uer r,utro ml.'m, ~tJ,1 dctrónt.:n. me.;J.m;,:o de fotni:op1a. Je ~rJVJ".lo ou lHJtf(I:,, dt'!-dt·qUt' auh.)l"JiJ.dn
ptl'vi.·uncntc:, p~1 e:.,ritl,. pdJ l..'JilllfJ.
flin'\3C'l(.;eral
Teresa Rodrigues D 'Aurea Furquim
Edi1t,r
L3urindo Zanco Furquim
Oirt'tVH's J-:d1torfa1)
Bruno D ' Aurea Furquim
Rachel Furq\lim Marson
O,a~r;;imaçào
Adri::ina Azevedo Vasconcelos
Michelly Andressa Palma
Tatianc Comochcna
Tr,11amcmo Jc 1m,1g'-"n"
Tatiane Comochena
Bruno Boeing de Souza
!lu,1r.1ç.10
Maggna Apresentações Criat ivas
~Ort1\dli;,-!'l.;,lô
Ca rmem Torresan
lh:,•i,,\o
Romilda Marins Corrb
lmpr~:.-.ào
RR Donnelley
~ DentalPress·
.4.\• Dr Luil Tt:ix~ir.1 ~kmle,, 2726 • 7.on.\ ~
MARCOS JANSON
Coautores do Capítulo 2
,,
Dedicatória
Especial
À minha esposa Teima,
Cuja força e determinação não transparecem, mas que nos momentos certos transbordam
de vitalidade. Seu apoio é fundamental em minha vida.
Aos meus filhos Melissa, Daniel e Gabriela por compreenderem-me e serem o que são:
pessoas simples, com muito amor no coração, prontas para rir de seu pai na primeira
oportunidade. Eu gosto assim, o riso para mim sempre foi o melhor dos sentimentos.
Amo muito todos vocês!
Ao meu pai, Waldyr Janson , por nos demonstrar a paixão pela Odontologia e como tratar as
pessoas. Em todos os lugares que vou, sempre há alguém que está presente aguardando o momento
oportuno para vir dizer-me que está ali não para assistir à minha palestra e sim, tão somente, para
que eu transmita ao meu pai que fulano de tal, de tal cidade, enviou-lhe um grande abraço, que
gosta muito dele e que seus ensinamentos mudaram a sua vida. Que outro exemplo de dedicação,
compromisso e dignidade um filho pode querer?
À minha irmã Suzana, por dedicar-se de corpo e alma à nossa família e suprir as deficiências dos
irmãos, dando-nos tranquilidade e tempo de qualidade para o trabalho;
À minha secretária Karina Ducatti, pela dedicação irrestrita, pelo seu comprometimento com a
qualidade, honestidade e pela disposição de sempre aprender mais.
Aos meus pacientes, que são pessoas fantásticas, que por algum meio chegaram a mim e
confiaram em meu trabalho;
A todos os meus alunos, por estimularem , com suas indagações, o desenvolvimento de uma forma
sempre melhor para transmitir m inhas ideias e por me incentivarem constantemente
a escrever esse livro.
Ao Jún ior Bianca, Produtor Editorial da Dental Press, por estar sempre disposto a fazer o melhor e
pelo relacionamento de amizade que existe entre nós;
Aos Drs. Décio R. Martins , Jos é Fernando C. Henriques, Arnaldo Pinzan, Marcos Roberto
de Freitas e Renato R. Almeida, do Departamento de Ortodontia da USP Bauru, por terem
criado um ambiente fecundo para a Pesquisa e Clínica Ortodôntica, nos incentivando a
q uestionar e vencer desafios.
Aos Drs. Laurinda e Tereza Furquim, à frente da Dental Press, por continuarem estimulando e
enriquecendo o saber na área da Odontologia, permitindo que nossas ideias possam ser impressas
sem nenhuma restrição e pelo respeito e carinho sempre dispendidos a mim.
Aos centros de educação continuada, espalhados por todo o país, por viabilizarem uma estrutura
íntegra para o ensino da Ortodontia, beneficiando tanto profissionais como pacientes;
A todos os funcionários da Editora Dental Press, pelo auxílio na elaboração dessa obra e pela
convivência harmoniosa que nos proporcionam.
Capítulo , Mecânica Ortodôntica Linear ............... ...... ............ .... .. ..... 19
Capítulo 3 Elásticos para Correções Transversais ... ......... .... ............... . 105
Capítulo 6 Finalização .. ............... ................... .... ......... ........ .... .... ..... 219
Prefácio
Guilherme Janson
Professor Ti tular da Disciplina de
Ortodontia da Faculdade de Odontologia
de Bauru - USP
Pós-doutorado na Universidade de
Toronto, Canadá.
É uma grande honra e satisfação prefaciar esse livro do Dr. Marcos Janson, primeiramente pela nossa relação fraternal e secundariamen-
te por ter sido nosso aluno. Após formar-se em Odontologia, enveredou-se pelos caminhos da Endodontia, tornando-se especialista.
Entretanto, após alguns anos de clínica, sentiu forte atração pela Ortodontia e, assim, resolveu mudar de rumo e especializou-se nessa
área. Tal foi o seu ânimo que não se contentou apenas com o aspecto clínico dessa ciência e, desejando também conhecer seus aspectos
científicos, realizou o curso de Mestrado.
Além da atividade clínica, dedica -se também ao ensino da Ortodontia. Consequente à sua séria dedicação aos pacientes, à sua maneira
clara de explanação e também à sua personalidade carismática e extrovertida, cativa facilmente a confiança e ad m iração de seus pacien-
tes e alunos. Aliás, não somente de pacientes e alunos, mas também de todas as pessoas e funcionários com quem relaciona-se no meio
profissional. Quando ministro aulas em locais em que é conhecido, basta apenas mencionar que sou irmão do Dr. Marcos Janson para
que as portas se abram e seja recebido com grande alegria e satisfação. É impressionante!
Já desde a época da especialização, percebeu que o tratamento interdisciplinar, ortodôntico-periodontal-protético era uma área pouco
explorada e, assim, decidiu a ela dedicar-se. Após anos de experiência, sentiu que deveria divulgar o conhecimento adquirido e escre-
veu o seu primeiro livro, intitulado "Ortodontia em Adultos e Tratamento Interdisciplinar", que tornou-se um excelente guia clínico na
abordagem multidisciplinar.
Devido à sua sensibilidade como professor, essas atividades possibilitaram -no perceber a carência de informações em relação às dife-
rentes nuances da mecânica ortodôntica e o levaram a escrever o presente livro intitulado "Ortodontia Objetiva: Mecânica, Elásticos
Intermaxilares e Finalização", com o intuito de contribuir para sua compreensão.
Esse é um livro eminentemente clínico, baseado na experiência do autor e fundamentado cientificamente. Esclarece os detalhes da me-
cânica ortodôntica com aparelhos fixos, desde o início do alinhamento e nivelamento até a fase de contenção.
As diversas formas de retração inicial dos caninos em situações peculiares e questões corriqueiras concernentes ao alinhamento e nive-
lamento e planificação da curva de Spee, são ilustradas e esclarecidas pormenorizadamente.
O leitor encontrará, também, soluções para problemas clínicos frequentemente recorrentes, como colagem de dentes anteriores em ca-
sos de acentuada sobremordida profunda, como e q uando corrigir os problemas de discrepâncias anteroposteriores e quais os detalhes
mecânicos a serem considerados durante a retração anterior; sendo esses dos mais importantes.
Durante muito tempo o uso de elásticos intermaxilares para correções anteroposteriores foi considerado um procedimento que somen-
te causava efeitos colaterais adversos e aumentava a probabilidade de reabsorções radiculares. Seu uso durante o tratamento ortodôntico
é desmistificado, elucidando a forma de uso correto para correções transversais, anteroposteriores e verticais. Orientações em como ob-
ter efeitos favoráveis, como controlar os efeitos colaterais desfavoráveis dos elásticos e como manter a correção obtida, com contenção
ativa, são apresentadas. As formas de diagnosticar e posteriormente corrigir diversos tipos de mordidas cruzadas posteriores com elásti-
cos estão pormenorizadamente ilustradas e descritas, assim como as formas de correção ortodônticas de inclinação do plano da maxila.
O capítulo de finalização enfatiza a importância do alinhamento dentário, dos relacionamentos cúspide-ameia, das relações verticais
posteriores, do estabelecimento da oclusão nos segundos molares, da intercuspidação e da estética do sorriso para obtenção de uma
oclusão estática e funcional ideal , em harmonia com os tecidos moles.
Enfim, serve como guia clínico ricamente ilustrado, tanto para o aluno quanto para o profissional experiente, para a compreensão e
aplicação dos detalhes de uma mecânica ortodôntica eficiente que contribui para uma melhor finalização ortodôntica. É uma grande e
importante contribuição à literatura Ortodôntica.
O caminho da Ortodontia inicia-se pelo diagnóstico, para que seja possível avaliar, em um provável
paciente, o que está fora do normal. Ao identificar o que está incorreto, deve-se ter o conhecimento
sobre o que pode ser feito para efetuar a correção e quais serão os efeitos positivos nos dentes, tecidos
moles e aspectos faciais; e quais os efeitos colaterais, indesejados, que também podem ocorrer. Com
essas informações e fundamentado pela queixa ou desejo do paciente, é traçado um plano de trata-
mento, com objetivos oclusais e faciais bem fundamentados. O diagnóstico e resultado fin al são duas
extremidades de uma mesma trajetória e entre esses dois extremos há a mecânica, que é o meio pelo
qual se chega ao fim. Esse livro trata justamente sobre a mecânica, o trabalho de cadeira, o dia-a-dia
na condução do tratamento ortodôntico em todas as suas etapas, passo-a-passo. Aqui encontram-se
os detalhes de cada fase, conduzidos de forma cronológica e com protocolos bem definidos. Existem
vários caminhos - esse é o caminho do autor, com a eficiência comprovada pelos resultados.
"Quem não sabe aonde quer chegar, não sabe escolher o caminho".
MECÂNICA ORTODÔNTICA LINEAR
1.1 Oclusão Estática - a Oclusão estática refere-se ao relacionamento dos dentes quando
esses são observados em oclusão. As seis chaves de oclusão foram estabelecidas a partir do
ideal estético de indivíduos que nunca haviam se submetido ao tratamento ortodôntico, ou seja,
o que a natureza proporciona de melhor no relacionamento dentário. Abaixo, estão relaciona-
das as seis chaves e algumas observações que se mostram importantes em cada uma delas:
Essa previsibilidade é uma ferramenta importante, pois, como as relações diferentes dos
molares requerem angulações e rotações diferentes individualmente, pode-se posicionar
o acessório individualizado desde o princípio.
Os pré-molares superiores devem ocluir a cúspide vestibular nas ameias dos seus anta-
gonistas e a cúspide palatina ocluirá nas fossas d istais dos pré-molares inferiores. Para
esse relacionamento das cúspides, é importante observar, por oclusal, que as cúspides
palatinas dos pré-molares superiores devem se encontrar posicionadas mais para mesial
do que a cúspide vestibular (Fig. 9) .
Os caninos superiores devem ocluir nas ameias entre os caninos e pré-molares inferiores
com sua cúspide ligeiramente mesial à ameia, para permitir uma ótima desoclusão nos
movimentos de lateralidade.
(1. 21 Estabelecimento da chave de Classe I nos molares e dentes adjacentes. Relação nos molares: (1) cúspide mesiovestibular do primeiro
molar superior ocluindo no sulco vestibular do primeiro molar inferior; (2 ) crista marginal distal do primeiro molar superior ocluindo na crista
marginal mesial do segundo molar inferior. Note que. com essa relação dos molares. os pré-molares e caninos ocluem a cúspide vestibular
nas ameias dos seus antagonistas.
[3 . 41 Relacionamento de Classe I em caso com extrações de quat ro pré-molares. Note co mo os segundos molares acompanham o mesmo
relacionamento dos primeiros .
ll!.1
[SA. SB: SA. SBJSe o assentamento da crista marginal não estiver correto. irá gerar um mau posicionamento de todos os dentes que estão à
Frente. Note que. apesar das cúspides mésiovestibulares estarem nos sulcos vestibulares dos primeiros molares inferiores. as cristas marginais
distais não estão assentadas. ou seja. os molares estão com pouca angulação e. consequentemente. "empurram" todos os outros dentes pa ra
mesial. tirando os pré-molares e caninos do posicionamento ideal. Observe que o lado esquerdo está em posição pior em relação ao direito.
[1 0 1 Nessa Foto Frontal. é possível analisar as angulações corretas [111 Visualização das angulações mesiais dos dentes posteriores.
(linhas pretas) e incorretas (linhas vermelhas) dos dentes anteriores.
Note como. do lado esquerdo. a incisai se encontra à mesial da cervi-
cal. enquanto que do lado direito. o incisivo central está verticalizado
e o lateral está angulado para distal. comprometendo, principalmen-
te. a estética. Nos inferiores. as angulações para mesial também
devem estar presentes. porém. com menor intensidade.
..
apresentam inclinação vestibular enquanto 1
1
que os caninos . pré-molares e molares apre- -9º -9º -7º -7º +3º +7º
sentam uma progressiva inclinação nega-
tiva. (2 ) Dentes inferiores - nos inferiores,
as inclinações de todos os dentes são nega-
-35º -30º -22º -17º -11º -1 º -1º
tivas, sendo que bem pouco nos incisivos e
aumentando, progressivamente. em direção 90º
aos molares. Obs.: As chaves de Andrews
referem-se ao posicionamento das coroas e
não do longo eixo do dente. Nos incisivos in-
feriores isso fica bem nítido, pois. apesar da
inclinação negativa da coroa . o dente é in-
clinado para vestibular (fotos modificadas a
partir de Andrews)42 . EI
(12. 13] Clinicamente, a percepção das inclinações corretas é possível avaliando-se a relação da ce rvical dos dentes com sua incisai. Nos
dentes posteriores. a cervical dos dentes deve estar mais proeminente na vestibular do que as cúspides (12). enquanto que. nos den t es
anterosuperiores. a incisai é mais proeminente (13).
[14. 15] Fotos laterais de um caso Finalizado com inclinações incorretas dos dentes anteriores. Os incisivos superiores apresentam incli-
nações negativas e os inferiores. aparentemente. estão normais. A inclinação errada nos superiores promove um "encurtamento" do arco .
gerando uma incompatibilidade de comprimento entre os arcos. forçando o deslocamento do superior ma is anteriormente (C lasse li) para
permitir os trespasses horizontal e vertical adequados.
[16. 17] Fotos Finais de um caso com inclinações anteriores muito positivas. fora do ideal. porém. com um ótimo re lacionamento antero-
posterior. pois os comprimentos dos arcos são compatíveis.
[18. 19] Esse caso também mostra inclinações anteriores fora do ideal. negativas. porém. o relacionamento anteroposte rior está correto.
devido à compatibilidade no comprimento dos arcos.
[Desenho 3A. 3B. 3CJ Segmento de pré-molares e molares mostando as duas cúspides e alterações nas inclinações. Em (A). com as in-
clinações ideais. as cúspides apresentam um ótimo relacionamento. (B) Quanto maior a inclinação negativa das coroas. mais a cúspide se
distancia da fossa internamente. (C) A pouca ou ausência de inclinação negativa das coroas afastam as cúspides vestibulares e podem gerar
prematuridades oclusais durante a mastigação.
y
[20. 211 Esses modelos demonstram. claramente. a importância da análise das inclinações
posterio res. Embora na visão vestibular a oclusão pareça perfeita. por lingual é possível ve-
rificar urna deficiência dos contatos oclusais devido. princ ipalmente, à demasiada inclinação
negativa dos pré-molares superiores e inferiores.
1. 1.5 Contatos iustos - os contatos dentários devem ser justos, para manter o
equilíbrio do comprimento dos arcos e também, do ponto de vista funcional, para
evitar impacção alimentar.
[22A, 228. 22CJ Fotos representativas das guias anterior e dos caninos. Em (A) guia anterior; (B) lateralidade direita e (C) lateralidade
esquerda, sendo que as letras Te B representam o lado de trabalho e balanceio. Embora essas sejam as Fotos de rotina dos art igos quedes -
crevem a oclusão funcional, elas só representam a extremidade do movimento, e são úteis pa ra avaliar se o paciente apresenta a capacidade
de corte do alimento na região anterior sem tocar os posteriores e se os caninos guiam o arco de mordida dura nte o ato mastiga tório 6.
[23 . 241 Para perceber se todo o trajeto da mordida apresenta a proteção das guias (o que realmente importa quando se tem um quadro de
parafunção). o contato deve ser estabelecido no princípio do movimento Por isso, o ortodont1sta deve estar atento para os contatos esta-
belecidos com os dentes em contato, em uma visão de 45° (23). em que se percebe que os dentes anteriores inferiores 1á estão em contato
com os superiores. Outro teste, que pode ser realizado para checar a guia anterior, é interpor uma fita de celofane entre os incisivos (24) e,
suavemente. puxá-la para Fora. Três situações podem ocorrer: (1) o celofane rasga quando puxado. Significa prematuridade e deve ser corrigida
com o aparelho ou com aiuste oclusal, se o mesmo Já houver sido removido (2) o celofane sai sem resistência nenhuma. Não há contato entre
os dentes anteriores. portanto, o início da guia acontece nos dentes posteriores. Essa situação também deve ser corrigida, preferencialmente,
com o aparelho, devendo 1ntercusp1dar melhor na região anterior Essa falta de contato pode também significar aprofundamento da mordida
com o tempo. pois os dentes buscam o contato entre s1, portanto, está 1nt1mamente relacionada com a possibilidade de recidiva de sobremor-
d1da. (3) o celofane oferece res1stênc1a ao ser puxado. porém, não rasga Esse é o contato ideal e que deve ser buscado ao final do tratamento.
[25A, 258. 25CJ A lateralidade imediata nos caninos pode ser avaliada na Foto Frontal e de 45°. Note. na Foto Frontal, que o canino direito não
apresenta contato com o inferior. enquanto que os primeiros pré-molares se tocam. Isso significa que. no início do movimento. a guia se Faz
pelos pré-molares ou em grupo. e só depois irá tocar nos caninos. Para um paciente. que apresenta bruxismo ou apertamento. o contato só
nos pré-molares pode significar o desgaste do dente ou mobilidade excessiva. devido não ter a mesma implantação dos caninos. Nas Fotos
258 e 25C. tomadas com um ângulo de 45º. nota -se. nitidamente, o contato imediato dos caninos que. dessa Forma. atuam na guia desde o
princípio do movimento. Obs.: As Fotos são de pacient es distintos.
Como foi descrito, a ortodontia apresenta objetivos oclusais estáticos e funcionais bem
definidos que, junto com as metas faciais e da estética do sorriso compõem um quadro
que deve ser buscado por meio de um diagnóstico preciso, com a elaboração de um
plano de tratamento focado nessas metas, conduzido por uma mecânica coerente e
finalizado com requintes de detalhes para se atingir o ideal estético e funcional. Dessas
quatro etapas, este livro se dispõe a discutir as duas últimas: a mecânica e a finaliza-
ção. Portanto, de agora em diante, considera-se, em todos os casos aqui relatados,
que o diagnóstico e plano de tratamento estão bem elaborados e que o que se busca
é atingir as metas dentárias.
Definir as fases de um tratamento facilita a forma como se conduz a sua dinâmica e per-
mite focar no que interessa em determinado momento, sem se preocupar com detalhes
que serão corrigidos em fases posteriores. Essas fases são definidas da seguinte maneira:
(26, 27) Expansor t ipo Hyrax e Expa nsor de Haas. A Fase de expansão é rea lizada sempre da mesma Forma: Após instalar o expansor. gira-se
o para fuso 1-ii de volta para demonstrar ao pa ciente o procedim ento. Depois de um período de. pelo menos. 5 dias. para o paciente se adap-
tar ao aparelho. são recomendadas as ativações que. na dentadura permanente. são realizadas 4/4 de volta ao dia. sendo 2 ativações pela
manhã e 2 à noite. No quinto dia. o pacien t e é avaliado no consultório para observar se houve abertura da sutura e também para avaliar a
quant idade de expansão que ainda é nec essária. Depois disso. o paciente é novament e instruído a continuar ou parar a ativação. de acordo
com o necessário. seguindo o mesmo protocolo de ativação. Ao chegar à posição desejada. amarra-se o parafuso com Fio de amarrilho e o
expansor permanece na boca por mais 90 dias. como contenção. Ao Final dos 90 dias. o aparelho é removido e. na mesma seção. o aparelho
Fixo é montado. e o Fio inicial e os próximos são colocados discretamente mais abertos. pa ra manter a expansão realizada. A exceção à regra
são os pacientes respiradores bucais. Nesses pacientes. instala-se o aparelho Fixo iunto com uma barra palatina ou uma placa de acrílico
no palato. pois a t endência à recidiva. devido ao posicionamento inferior da língua. é maior. Nos casos de expansão em adultos. em que não
ocorre a abertura da sutura palatina mediana e sim a inclinação dos processos dentoalveolares. após a remoção do expansor e até chegar ao
nivelamento com Fio de aço .018", uma barra palatina permanece na boca. para conferir maior est abi lidade ao movimento7.
Se o propósito da expansão for promover a compensação dentária e o planejamento for
expandir o arco por meio dos fios ortodônticos, esse proced im ento pode ser realizado
durante a fase de alinhamento e nivelamento.
[28 . 29] Nesse caso. not am - se duas maneiras distintas de se realizar a retração: com ou sem fio ortodôntico. Quando o ap inhamento é
suave. a retração é realizada ao mesmo tempo que se inicia o nivelamento. geralmente. com fios leves de NiTi .010" a .014" (arco superior).
Quando o ap1nhamento é severo. a retração pode ser realizada sem Fios; aguarda-se o canino d1stalizar. dar espaço para os incisivos laterais
e. então, inicia-se o alinham ento. que pode ser concomitante à ret ração ou não. dependendo da necessidade (arco inferior). Observe. nesse
e nos casos a seguir. que o elástico é colocado somente na aleta distal do canino. para m inim izar sua tendência de rotação durante o mo-
vimento.
[30. 31. 32] Fotos laterais e Frontal após 2 meses. Note que. no arco superior. o alinhamento 1á está avançado, enquanto que. no arco inferior.
a retração acabou nesse momento e um Fio Nit1 .012" encontra-se no arco Durante a retração 1nic1at dos caninos inferiores, tanto os caninos
quanto os molares sofreram discreta rotação (perda de ancoragem).
[33 , 34, 35) Nos casos em que existe apinhamento e opta-se por extrair os segundos pré-molares, por motivos de integridade dent ária ou
mesmo de ancoragem. a retração inicial pode ser em conjunto. distalizando o primeiro pré-molar e o canino juntos (lado superior direito e in-
ferior esquerdo). ou por etapas. distalizando primeiro o pré-molar e depois o canino (lado superior esquerdo). O reforço de ancoragem inferior
é dado pela união dos dois molares inferiores para a retração inicial. embora ainda não haja o fio de nivelamento em ação. A seta na Foto 34
mostra o amarrilho conjugado entre os dois molares. Na Foto oclusal inferior (35). após um mês, nota-se algum espaço já disponível na distal
dos laterais inferiores e inicia-se o nivelamento. continua ndo a retração inicial.
[36, 37] Em algumas situações, a necessidade de ancoragem é muito grande e não se pode correr o risco da mínima perda de ancoragem.
Com esse propósito. realiza -se a retração inicial dos caninos com mini-implantes. Nem sempre isso é possível. devido à indisponibilidade de
espaço. no início do tratamento. para se colocar o parafuso na posição ideal. já pensando na retração anterior do bloco. na fase mais avança-
da. No entanto, até uma troca de posicionamento no Futuro é justificável, se a ancoragem é prioritária. Nas Fotos 3 6 e 37. a retração inicial
dos caninos superiores está sendo realizada por meio dos mini - implantes por vestibular do lado direito e lingual do lado esquerdo. devido à
Falta de espaço por vestibular entre o segundo pré-molar e o primeiro molar.
[38; 39A. 398] Vistas oclusais no início do movimento; (39A) um mês após. em que o deslocamento dos caninos é nítido e o primeiro fio
de nivelamento já está em ação (398) No terceiro mês. a retração inicial está finalizada e os dentes já apresentam razoável alinhamento.
2.4 Retração inicial dos caninos e pré-molares com ancoragem esquelética
[40 , 41, 42) Esse procedimento não é tão usual e talvez nem pudesse ser considerado como retração inicial. visto que depende de uma
movimentação de corpo bastante expressiva. mas é um bom exemplo das modificações de rotina clínica proporcionadas pela ancoragem
esquelética. O paciente apresentava o lateral inferior esquerdo completamente Fora do arco. por lingual, e o tratamento previa uma extração
inferior do lado esquerdo. A escolha natural seria o primeiro pré-molar ou até mesmo o próprio lat eral. No entanto. o primeiro molar apresen-
tava a coroa debilitada, com necessidade de coroa protética e necrose pulpar e. sendo assim, decidiu-se por manter dentes hígidos e extrair
o que apresentava piores condições. mesmo que isso aumentasse o tempo de tratamento. (40) Vista oclusal em que se nota o apihamento
na região anterior e o primeiro molar já extraído; (41) mini - implante instalado entre os pr imeiro e segundo molares e, (42) início da retração
dos pré-molares. Observe que os elásticos são colocados por vestibular e lingual. para evitar rotações . Esse procedimento Foi possível pela
colocação de um amarrilho .012" no mini-implante. extendendó-o até a mesial do primeiro molar e. do amarrilho. saem os dois elásticos. A
instalação de um outro mini - implante por lingual t ambém seria uma opção adequada.
[43A, 438) (A) Foto lateral após 9 meses. com a incorporação do incisivo lateral no arco. O fio em questão é um retangula r .017" x .025"
termo ativado. (B) Foto oclusal. após 1.5 anos de tratamento. com os dentes já alinhados.
A fase de alinhamento e nivelamento dos arcos dentários é uma das mais importantes
na ortodontia, pois é nela que o formato dos arcos é desenhado, preparando-os para
os passos vindouros, da correção sagital. Embora seja simples, nessa fase as relações
transversais (ver Capítulo 3) e verticais (ver Capítulo 5) são trabalhadas e, frequentemente,
várias coisas acontecem ao mesmo tempo. Com intuito didático, os vários eventos dessa
fase serão divididos em tópicos, no ensejo de melhorar a compreensão.
[44A- 44GJ Sequ ência de alinhamento e nivelamento in ferior em paciente adulto. com api-
nhamento de Smm. Enquanto a correção dos eixos axiais e rotações não se concretizaram.
mantiveram-se fios elásticos de N1ti e N1ti termoativado em ativações subsequentes. com
intervalo de troca de aproximadamente dois meses. Quando existe rotação mesiodistal e an-
gulação do eixo dentário (linhas em a). a velocidade de correção é menor
[45A. 458, 45CJ Esse caso representa uma paciente adulta. com um relacionamento de "falsa Classe Ili" e um perfil que pedia o preenchi-
mento do lábio superior. motivo esse que recomendava preservar todos os dentes no arco. A maxila não estava atrésica e os dentes supe-
riores já apresentavam inclinação vestibula r normal. razão pela qual. junto com a idade avançada. evitou-se a expansão rápida da maxila. A
paciente declinou da proposta de um tratament o ortodôntico-cirúrgico. (A) Na vista frontal. nota-se a mordida cruzada an t erior e posterior
(Funcional) e as irregularidades dos dentes superiores, com o canino superior praticamente Fora do arco e com o seu eixo rad icu lar bastante
mesialisado. (B) Foto oclusal. evidenciando o apinhamento severo na região dos caninos e lateral direito e em (C) o início do ali nhamento.
com fio NiTi .010. Nesse tipo de caso. os fios elásticos são t rabalhados durante um longo tempo (aproximadamente 6 meses) para pe rmit ir
a entrada dos fios de aço.
(450, 45EJ No momento em que Foi possível inserir o fio .014 NITI superior. molas de secção abe rt a entre o pri meiro pré- molar e canino e
entre o canino e lateral direito Foram colocadas. para "abrir o arco" e prov1denc1ar espaço para o can ino. Nessa mesma Fase. para compensar
a abertura de mordida do lado direito e para melhor posicionar a mandíbula. que continuava com deslocamento Fu ncional para a esquerda.
elásticos intermaxilares eram utilizados diuturnamente.
[45F. 45 G. 45HJ Note a abertura de espaços. proporcionados pelas molas de secção aberta. nas proximais do canino e; (G, H). após 4 meses.
os braquetes foram recolados em melhores posições e o alinhamento prosseguiu. agora de maneira bem convencio nal.
[451 , 45J . 45KJ Fotos mais recent es. em que se contabilizam 17 meses de tratamento . O alinhamento e nivelamento prosseguem até atingir
os arcos retangulares. em que serão conduzidas mecânicas com elásticos intermaxilares. Os caninos inferiores estão colados de forma a
permanecerem verticalizados. para facilitar o descruzamento da mordida anterior. Assim que as relações anteroposteriores forem corrigidas.
serão realizadas várias recolagens no arco inferior. A colagem compensatória provisória. no início do tratamento. é um recurso bem-vindo,
quando não se deseja agravar o aspecto anterior da mordida.
3. 1.3 - Alinhamento e nivelamento inferior com expansão do arco + utilização de molas de secção aberta - quando os den-
tes estão bloqueados por lingual, a simples inserção do fio pode corrigir o apinhamento, porém, o tempo será demasiadamente
grande. No arco superior, a utilização da expansão rápida da maxila é um recurso fantástico, que providencia prontamente
espaços, facilitando o alinhamento, no entanto, no arco inferior, esse processo rápido não é possível, mas alguns recursos
ajudam a acelerar o movimento.
[46A- 46DJNesse caso de um paciente adolescente. em que o perfil não permitia extrações. havia um apinhamento inferior significante de. aproxima-
damente, ?mm (A). Para Facilitar o alinhamento. foi utilizado um dispositivo expansor inferior, que consiste de duas barras linguais de O,Bmm soldadas
às bandas dos primeiros molares e que se extendem dos segundos molares aos primeiros pré-molares (pode ser também até os caninos). Após ins-
talado (B). um PLA é colocado por vestibular e ativado lateralmente. aproximadamente, Smm de cada lado e utilizado continuamente. Depois de 2 a
3 meses. esse recurso permite um aumento significativo do arco. pela desinclinação dos dentes posteriores (C) e. então. o aparelho fixo é colado. Em
(D). com um arco de aço .016''. são utilizadas molas de secção aberta entre os caninos e incisivos centrais. para providenciar espaço para os laterais.
[46H . 461] Vistas frontais no início e Final de tratamento . em que se nota a normalidade do pe riodonto e o bom posicionamento dentário.
[48A. 488] Foto lateral e oclusal em que se observa o canino inferi or direito rotacionado e com angulação da raiz para mesial (o canino estava
incluso e. após a tração. já com o arco todo alinhado. era necessário voltar o Fio na mecânica para melhor posicioná-lo).
[48C. 4801 Para acelerar o processo e não causar efeitos colaterais nos dentes vizinhos. optou-se pelo binário com arco de Nance. Nesse
aparelho. os dois molares são unidos por um de Fio 0.9mm. e um gancho é soldado na mesial do canino (seta). Dessa Forma. o canino é girado
para a distal por um elástico preso ao molar pela vestibular. e para a mesial pelo gancho soldado. As Fotos representam a segunda ativação.
realizada com 30 dias de intervalo.
3. 1.5 Sequência de fios - como praxe, quanto antes se utilizam os fios de aço,
melhor, pois são eles que permitem desenhar, definitivamente, a forma do arco
em todas as dimensões. Sendo assim, os fios de Nitinol são utilizados, enquanto
houver rotações. Assim que são eliminadas, os fios de aço entram na mecânica
e persistem até o final. O calibre utilizado é sempre o maior possível, desde que
entre nos slots sem sofrer deformação permanente. É muito comum, tanto nos
fios elásticos quanto nos de aço, pular algum calibre, por exemplo , do .014" para
o .018". O referencial é a deflexão que o fio sofre ao ser inserido nos braquetes.
Se a deflexão é mínima ou ausente, logicamente esse calibre é inadequado e é
uma perda de tempo utilizá-lo. Como essa é uma fase de preparo para o trata-
mento propriamente dito, é necessário maximizar o tempo, pois o ideal é que,
pelo menos, metade do tempo ou um pouco mais, seja dedicado às correções
sagitais e procedimentos de finalização.
Partindo-se do princípio de que há um encaixe perfeito entre os dentes, quando estes não
apresentam diferenças de proporcionalidade entre os arcos. vale dizer que, do ponto de
vista dentário, a ortodontia é a arte de promover o encaixe perfeito entre os arcos superior
e inferior. Portanto, se o objetivo é moldar uma "tampa" que se encaixe perfeitamente a
uma "caixa", é prioritário que se tenha o formato acabado de um deles, para moldar o ou-
tro e ajustá-los perfeitamente. Sendo assim, como o arco que permite menores alterações
dimensionais é o inferior, que não admite uma expansão com separação de duas metades
e em que as possibilidades de torque na região anterior, por ser extremamente fino o osso
que recobre as raízes e pelo periodonto ser mais delgado na vestibular, comparando-se
com o superior. são mais limitadas. é importante que o arco inferior fique pronto o mais
rápido possível, para que a movimentação dos dentes superiores seja racionalizada no
intuito de alcançar as posições desejadas. É como imaginar que o arco inferior é o guia
para o que deve ser feito no superior. Roth2 fazia alusão a esse princípio, salientando que
um dos objetivos principais em sua mecânica era finalizar o arco inferior dentro de um ano
e que era muito difícil, senão impossível, atingir os resultados desejados se o arco inferior
não estivesse razoavelmente pronto nos estágios iniciais do tratamento. Por isso. é de
suma importância centralizar os esforços na correção da curva de Spee inferior, que é um
dos processos mais demorados no preparo do arco.
A curva de Spee é a curva anteroposterior do arco medida do último dente posterior aos
incisivos. sendo a sua maior profundidade na região dos pré-molares (Fig. 49) . A curva de
Spee inferior está associada, na região anterior, ao espaço dado para os incisivos inferio-
res extruírem, ou seja, esses dentes só cessam o seu trajeto irruptivo quando encontram
um anteparo vertical (os incisivos superiores ou o palato), por isso, a profundidade da
curva está intimamente relacionada à discrepância anteroposterior dos arcos e também
às diferenças de comprimento dos arcos (Fig. 50 a 54). É comum se encontrarem curvas
profundas nas más oclusões de Classe li, primeira e segunda divisões e também nos ca-
sos de Classe I com apinhamento inferior, diastemas superiores ou ambos8 ·10_
[SOA-SODJ Má oclusão de Classe li, divisão 1 com sobremordida totalmente associada à gravidade da curva de Spee. Note que não há ex-
trusão dos dentes superiores. Em (D ). na foto tomada em 45°, a relação dos incisivos com o palato. representando o anteparo vertical que
delimita a profundidade da curva.
(SlA- 510] (A ) Má oclusão de Classe li, divisão 2, subdivisão esquerda. com sobremordida associada à curva de Spee e tam bém à extrusão
dos incisivos superiores: (B) a má oclusão corrigida e: (C. D) os modelos inferiores inicial e final.
[53A-53 F] Má oclusão de Classe 1. com diastemas em ambos os arcos. sendo a intensidade maior no arco superior. provoca ndo diferença
no comprimento dos arcos e consequente aprofundamento da curva inferior. (D ) A má oclusão corrigida e (E. F) os modelos inferiores inicial
e final, com a curva planificada.
r ·--
I
[54A- 54EJ Nas más oclusões em que existe um anteparo vertical para os incisivos inferiores.
a curva de Spee praticamente não se desenvolve. Nas fotos (A. B. C). tem-se má oclusão de
Classe li, divisão 1. com mordida aberta anterior e interposição postural de língua e em (D , E)
um relacionamento de Classe Ili. com a mordida de topo. Note que. em ambos os casos, o arco
inferior encontra- se plano.
[Desenho 4A, 48] Imagine que ca da elo de uma corrente representa um dente. com o seu tamanho mésio-distal imutável. e cada intersec-
ção entre os elos representa o ponto de conta t o. Em A). tem-se uma corrente curva que ocupa uma distância x entre as extremidades. Em
8 ). ao planificá-la. mantendo-se os mesmos elos e suas intersecções. a distância ocupada pela mesma corrente é x + y, ou seja. a distância
entre as extremidades é maior. Esse é um princípio lógico e imutável da física . e acont ece exatamente o mesmo na planificação da curva de
Spee. pois os dentes mantêm tanto o seu comprimento mésio-distal quanto os seus pontos de contat o.
[55A, 558. 55CJ A Foto (A) mostra a sobreposição de um modelo com a curva planificada sobre o modelo de início de tratamento. Em 8 ), é
tomada a medida da mesial dos segundos molares in feriores até o centro do arco. nos incisivos inferiores. em que se lê um comprimento de
33mm. Em C). o modelo final e nova mensuração denota a medida de 35mm. ou seja. um aumento de 2mm do comprimento do arco para
a correção dessa curva de Spee.
Portanto, embora técnicas diferentes advoguem que determinado método inibe a ves-
tibularização dos incisivos, na prática, isso não ocorre e somente é comprovado em
alguns trabalhos devido à metodologia usada. A comparação de dois métodos, como
por exemplo, do fio contínuo em relação ao fio segmentado 11 , realizado na fase inter-
mediária de tratamento, tende a mostrar menor inclinação dos incisivos inferiores com
o fio segmentado, pois, nessa mecânica, os molares são demasiadamente inclinados
para a distal e os caninos são deslocados para fora (pois estão fora do arco) dando
mais espaço para os incisivos inferiores. No entanto, no decorrer do tratamento , essas
inclinações dos molares deverão ser corrigidas e os caninos alinhados e aí, logicamente,
os incisivos inferiores serão "empurrados" para frente. Por isso, a mecânica empregada
para a correção da curva deve ser pautada pela preferência do operador, baseado no
domínio da técnica para se atingir o propósito da planificação, e não em falsas evidên-
cias de domínio do comprimento do arco.
Mandibular
__J
Com essas duas configurações de curva reversa, ao mesmo tempo em que se processam
o alinhamento e o nivelamento do arco, a planificação acontece ao mesmo tempo. A se-
quência de fios transcorre como foi descrito no tópico 3.1.5, sem modificações causadas
pela incorporação da curva. Portanto, desde os fios elásticos, até os fios retangulares de
aço, as curvas são incorporadas aos fios até que o arco inferior esteja planificado. Quando
o arco inferior se encontrar plano, duas atitudes podem ser tomadas, dependendo se o
caso apresenta ou não extrações inferiores:
[59A- 59DJ (A, B) Vista frontal e lateral de caso moderado de Classe li apresentando sobremordida profunda. (C, D) Note a acentuação do
arco superior. exclusivamente para dar espaço à colagem dos acessórios no arco inferior.
Batente anterior fixo, com bandas - indicado para casos com grande trespasse hori-
zontal e em que se deseja acelerar a correção da cuNa com elásticos intermaxilares.
[62A. 628. 62CJ Fotos laterais e front al de má oclusão de Classe li, divisão 2. com sobremord ida profunda.
[620 , 6 2 E, 62FJ No segundo mês de tratamento. o batente foi instalado. Note que o batente apresenta uma largura razoável, para permitir o
toque dos incisivos inferiores. mesmo na presença de um grande trespasse horizontal. Em (E). foto lateral na sessão de instalação e em (F) no
terceiro mês de tratamento. Nessa fase. um Fio de aço de calibre .020" foi colocado no arco superior. para co nferir resistência. junto com a barra
que unia as duas bandas. ao arco superior. para propiciar ancoragem vertical no uso dos elásticos intermaxilares. Esses elásticos providenciam
a extrusão dos dentes posteriores inferiores e aceleram a correção da curva de Spee e. consequentemente. a remoção antecipada do batente.
[62G , 62H, 6211 No quinto mês. o batente foi removido. pois os dentes posteriores já estavam em contato e a mecânica pôde seguir sem inter-
corrências. (H. 1) Fotos laterais, ao Final do tratamento e no controle de 2,5 anos. em que se nota a estabilidade anteroposterior e vertical do caso.
[63F. 63G. 63HJ Fotos laterais e Frontal de má oclusão com discreta Classe li do lado direito, diastema anterior e sobremordida.
[63M - 63PJ(M) Visão lateral no quinto mês de tratamento. quando o batente foi removido e: (N. O. P) Fotos laterais e Frontal finais.
[63Q, 63RJ Modelos inferiores inicial e final. destacando a planificação da curva de Spee.
Batente anterior de confecção imediata nos caninos - nos casos em que o canino
tem uma relação de topo com os inferiores e o trespasse horizontal é grande, levantar a
mordida nos caninos é bem eficiente. A confecção imediata é realizada com resina foto-
polimerizável e pode ser usada também nos incisivos.
[64A. 648 , 64CJ Fotos laterais e Frontal de má oclusão de Classe li, divisão 1, com sobrem ordida profunda. Note a relação de t opo dos caninos.
[64H. 641, 64J) Fotos laterais e com vista de 45º. setenta dias após. na remoção do batente. Nesse caso. devido à extrusão dos dentes su-
periores. os arcos Foram instalados com curva acentuada superior e reversa inferior desde o princípio. acelerando a correção da sobremordida
pelo Fato de atuar mecanicamente nos dois arcos.
82) Levantamento posterior da mordida - o levantamento posterior tem a mesma finalidade
que o anterior e a principal diferença é que não permite a extrusão dos dentes posteriores
de forma passiva ou ativa. Por esse motivo, é o levantamento de eleição quando se trata de
pacientes com padrão de crescimento vertical. O levantamento posterior é realizado com
a adição de resina nas oclusais (Fig. 65) ou pontas de cúspides dos dentes posteriores.
D
[65A. 658, 65C] Modelos iniciais, demonstrando a má oclusão de Classe li, divisão 1 e sobremord ida profu nda na região ante rior. em paciente
com padrão de crescimento vertical.
[650- 65GJ Preenchimento oclusal com resina Fotopolimerizável das superfícies oclusais dos primeiros e segundos molares superiores e pri-
meiros molares inferi ores. É im port ante não deixar os segundos molares. quando não estão inclusos no aparelho. sem contat o. pois correm
o risco de sofrerem extrusão. (F. G) Fotos laterais dos lados direit o e esquerdo. logo após o levanta m ento.
[65M. 65NJ Comparação dos modelos incial e Final. Note a completa planificação do arco inferior.
RELACIONAMENTO SAGITAL DOS ARCOS DENTÁRIOS.
(AEB, BARRA PALATINA DISTALIZADORES INTRABUCAIS,
PROTRATORES MANDIBULARES E ELÁSTICOS SAGITAIS)
Embora esteja colocado como tópico separado e em quarto lugar na sequência, o relacio-
namento dos arcos dentários pode ser trabalhado desde o início da mecânica, no meio ou
no final, dependendo dos recursos q ue serão utilizados. Para facilitar a compreensão, as
mecânicas de Classe li e Ili serão separadas:
> '
[66A, 668, 66CJ Modelos e foto iniciais de paciente aos 12 anos de idade com má oclusão de Classe li completa, bilateral. Como o problema
estava relacionado com a protrusão dentoalveolar superior. foi planejada a correção com AEB tração cervical. devido ao crescimento horizontal.
[66F. 66GJ Com os molares já em relação de Classe 1, prosseguiu-se com o alinhamento e nivelamento. e foram introduzidas curvas acen -
tuada superior (devido à retração anterior. para Fechamento de espaços - ver mais adiante em "Fechamento de espaços") e reversa inferior.
para planificar o arco inferior. Durante o Fechamento dos espaços superio res. o AEB foi utilizado durante 12 h/d ia, para prove r ancoragem ao
movimento anteroposterior.
[67A. 678, 67CJ Fotos laterais e Frontal de má oclusão de Classe li, subdivisão esquerda. em paciente aos 13 anos de idade. O tratamento in-
dicado era a distalização dos dentes posteriores do lado esquerdo que. no caso. foi realizado com o pendulum de Hilgers.
[67 0 . 67E. 67FJ Os distalizadores têm como eFeito colateral a mesialização dos dentes anteriores. porém. quando realizada a distalização so-
mente unilateral, esse eFeito é minimizado. A Foto oclusal mostra o aparelho ativado, colado nas oclusais dos pré-molares. permitindo a deso-
clusão dos dentes (E. F) e. consequentemente. Facilitando a movimentação distal com menores 1nterFerênc1as.
[67G. 67H . 671] As Fotos oclusais Foram tomadas 4 meses após a ativação inicial e única. em que se nota a distalização significante do molar
esquerdo que. após a remoção do pendulum. Foi estabilizado com o aparelho barra-botão. Em (1). a Foto lateral mostra o primeiro molar na rela-
ção de Classe I desejada. enquanto o arco inFerior já está sendo nivelado.
[67M , 67N. 670) Fotos laterais e Frontal finais que demonstram o bom relacionamento anteroposterior atingido.
A barra palatina, com a função de rotacionar os molares, também é bem -vinda
logo nos procedimentos iniciais de alinhamento e nivelamento. Os primeiros
molares superiores, por estarem na extremidade do arco, às vezes apresentam
resistência para girar somente com os fios de nivelamento, por isso, a instala-
ção da barra promove uma força maior para a rotação e facilita o avanço mais
rápido dos fios de nivelamento (Fotos 68A, 688, 68C). Esse procedimento é
essencial, principalmente, para se utilizarem mecânicas de deslize, nos fecha-
mentos de diastemas e espaços de extrações.
[68A. 688, 68CJ Fotos laterais e oclusal de má oclusão de Classe I com os primeiros molares su periores com demasiada rotação mesial.
[680, 68EJNas Fases iniciais do alinhamento e nivelamento, o Fio nem se estendeu até os molares. pois a rotação era muito grande e poderia,
como eFeito colateral. lingualizar os segundos pré-molares. Para acelerar o processo e evitar efeitos indesejáveis. uma barra palatina com Fio de
0.Bmm foi inst alada e ativada para realizar as rotações (D). Na fot o E, o mesmo arco. 4 meses depois, com os molares já corrigidos.
[69A. 698, 69CJ Fotos laterais e Frontal de má oclusão de Classe li. divisão I completa do lado esquerdo e de topo do lado direito. Essas Fotos
reFerem-se à primeira consulta do paciente e não Foi realizada nenhuma intervenção nesse momento.
(6 90. 69E, 69FJ No segundo período transitório, no momento da troca dos segundos pré-molares superiores. optou - se por instalar um botão
de Nance. para evitar a mesialização dos molares e Facilitar a correção da relação molar. Nas Fotos laterais (E. F). o momento de colagem dos
braquetes inferiores.
(69G , 69H, 691] Fotos laterais e Frontal com os arcos retangulares .019 x .025" em posição. Note que a relação de Classe li está menos dis-
crepante. Em (1), a Foto em 45º mostra o t respasse horizontal presente. apropriado para a correção anteroposterior.
(69J. 69KJ Fotos laterais imediatamente após a instalação do APM, demostrando o avanço realizado.
[69Q, 69R. 695] Fotos lateral e Frontal ao final do tratamento. com ótima relação anteroposterior.
4.2 Mecânicas de Classe Ili - as mecânicas de Classe Ili, quando se está na fase de
aparelhos fixos, restringem-se aos elásticos intermaxilares (ver Capítulo 4, pags xy) e ao
fechamento de espaços de extrações, que são abordados neste Capítulo, no tópico 6.
ARCOS RETANGULARES
Os objetivos dos fios retangulares são corrigir os torques posteriores e anteriores, provi-
denciar o trespasse horizontal adequado para a correção sagital, propiciar rigidez ade-
quada aos arcos para suportar as forças colaterais das mecânicas de correção sagital
e controlar as inclinações anteriores durante o fechamento dos espaços. Para efeito de
compreensão, será considerado, neste tópico, o uso de braquetes com slot .022".
5. 1. 1 - Casos sem extrações - os casos sem extrações diferem dos com extra-
ções, principalmente, no que se refere à curva de Spee.
1- Arco superior - nos casos sem extrações, o arco superior é nivelado com a
forma plana, visando à sua planificação, que é facilmente atingida nos estágios
iniciais de tratamento. Portanto, mesmo se mecânicas de Classe li ou Ili serão
agora realizadas, esse arco permanece plano. O ajuste mais frequente que ocor-
re no arco superior é a necessidade de torque vestibular nos incisivos para provi-
denciar trespasse horizontal adequado nos tratamentos de Classe li.
li - Arco Inferior - no arco inferior, quase sempre existe a curva de Spee profunda,
que, gradativamente, vai sendo planificada durante o nivelamento. Na transição
para o arco retangular, duas situações são possíveis:
a) o arco inferior está completamente planificado: nesse caso, o fio anterior, .020
redondo, pode ser colocado plano por 1 mês e, na transição, o arco retangular
já entra plano;
b) a curva de Spee ainda está presente - Se esse for o caso, o fio retangu-
lar, com sua rigidez, irá providenciar o movimento final para a planificação .
Portanto, na transição, o arco retangular deve ser inserido com a mesma
reversão de curva apresentada pelo arco anterior. Se, após 2 meses, a pla-
nificação ainda não ocorreu, a intensidade da reversão da curva deve ser
aumentada, até atingir a planificação total. Deve ser lembrado que o arco
inferior serve de base para o posicionamento dos dentes superiores, por isso
deve ser concluído nesse momento.
Com os arcos superior e inferior planos, alinhados, nivelados e com o t respasse horizontal
compatível com a relação anteroposterior, as mecânicas de correções sagitais se iniciam
(os casos clínicos do capítulo 4 mostram essa rotina mecânica).
5. 1.2 - Casos com extrações - os casos com extrações se diferem pela neces-
sidade de apresentarem a curva acentuada no superior e reversa no inferior, an-
tes de iniciar o fechamento dos espaços (Fig . 70A, 708, 70C). Essa conduta tem
como objetivo evitar os efeitos colaterais de fechamento da mordida (Desenho
6A 68; Fig. 71A, 718, 71C), provocados pelo colapso do arco na região da ex-
tração, que é uma zona de fragilidade do fio, e permitir o controle vertical dos
incisivos superiores, evitando a extrusão, principalmente, em casos em que não
se deseja aumentar a exposição gengival do paciente. Sendo assim, durante a
transição, as curvas acentuada e reversa vêm sendo preparadas, desde o início
do nivelamento, e são perpetuadas nos arcos retangulares até que se atinja, no
mínimo, uma relação de topo na região anterior. Essas curvas podem também
ser intensificadas após um mês, se o objetivo ainda não foi atingido. Durante
toda a, retração as curvas se mantêm, até finalizar o fechamento dos espaços.
(70A. 708, 70CJ Fotos laterais e Frontal de caso clínico com má oclusão de Classe 1, com agenesia do segundo pré- molar inFerior direi t o.
(700. ?OE. 70F) O tratamento Foi eFetuado com extrações superiores e inFeriores. Fase inicial do Fechamento dos espaços. Note a acentuação
e reversão presentes. que t êm o objetivo de evita r o fechamento da mordida durante a retração e permitir o controle vertical dos incisivos su-
periores. evitando a extrusão dos mesmos.
(?OG. ?OH. 701) Fotos Rnais. com as relações sagitais e verticais adequadas.
[71A, 718, 71CJ A visualização clínica do reFerido problema. Nesses casos. para dar contiuidade à retração, os arcos deverão ser revertidos e
acentuados e. após aberta a mordida na região anterior. prosseguir com o Fechamento dos espaços. Isso poderia ser evitado se ambos os se-
gundos molares inFeriores estivessem no arco e se a retração se iniciasse com curvas acentuada e reversa desde o princípio.
Obs: Nos casos em que as extrações estão presentes em somente um dos ar-
cos, o arco sem extração permanece plano, seguindo as orientações recomen-
dadas para os casos sem extrações.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES RELACIONADAS AOS
ARCOS RETANGULARES E SEUS EFEITOS
5.2. 1 - Folga no slot - nos dias de hoje, com a larga utilização dos aparelhos
pré-ajustados. o ortodontista conta cada vez mais com braquetes que são desig-
nados para tratar más oclusões específicas, com o advento de que modificações
introduzidas nos torques e angulações facilitariam o trabalho do clínico. Real-
mente. muito do que se é aplicado tem base sólida e pode contribuir bastante,
no entanto, principalmente no que se refere aos torques, algumas coisas devem
ser elucidadas. O aparelho do arco reto• 2 foi concebido para expressar todas as
particularidades introduzidas nos braquetes utilizando-se um arco reto contínuo
(com ou sem incorporação de curvas de Spee) que preencha o slot, para que as
inclinações possam ser "lidas" no momento em que o fio retangular é introduzido.
No entanto, ao se utilizarem slots de .022" e fios retangulares de calibre .021 ",
apesar de essa associação providenciar uma boa leitura das inclinações, gera-
-se muito atrito, o que pode retardar alguns movimentos, mais precisamente as
mecânicas de deslize. Para solucionar esse impasse, é comum a utilização do fio
retangular de calibre .019" para atuar nos slots .022". permitindo uma folga entre
o fio e o braquete, que resolve o problema do atrito, mas promove o enfraque-
cimento do controle do torque. imprescindível para os casos de extrações e nas
mecânicas de Classe li. Na Tabela 143 , a folga entre diferentes calibres de fios nos
slots .022" são demonstradas. assim como o controle residual do torque promo-
vido por cada fio, em comparação às diferentes prescrições.
[Tabela 11 De acordo com a tabela, conclui-se que tanto o calibre (altura) quanto a profundidade (largura) do MO, inAuenciam na folga que o MO
apresenta no slot. Note que, ao se utilizar o Mo .019 x.025" no slot 22", a folga do MO é de 10.5°, o que representa muito. principalmente nos casos
com extrações. As prescrições de braquetes podem ser consideradas como sendo de trabalho , que levam em consideração os efeitos colaterais
induzidos pela mecânica e procuram compensar esses efeitos com maiores ou menores inclinações e angulações. ou de Mnalização, que levam
em consideração a posição Mnal ideal dos dent es ao Mnal do tratamento. Partindo-se do princípio de que 7° é a inclinação ideal dos incisivos
superiores. encontrada no trabalho das seis chaves de oclusão de Andrews1. valores maiores do que 7° representam braquetes preparados para
sofrer alguma inclinação ou resistir à forças geradas pela mecânica, fato esse bastante divulgado, quando se quer enaltecer a qualidade de de-
terminada prescrição. No entanto, uma leitura razoável da prescrição só acontece quando a diferença do slot para o calibre do MO é, no máximo
1,0". Dessa maneira, se o objetivo é controlar ou promover o torque anterior durante o tratamento. utilizando-se arcos retangulares de calibre
.019 x.025", deve-se fazer uma escolha que seja, pelo menos. 10° maior que o desejado. (Tabela reproduzida a partir de Smith, J.R., Variable Torque
Philosophy. Clinicai lmpressions. 2003. 12(1): p. 8-13).
[73A- 73DJ Para visualizar a intensidade de torque nos dentes anteriores procede-se da seguinte maneira: (A) na inserção inicial do fio ou após
introdução de torques. encaixar o fio nos slots dos quatro incisivos e observar a relação da extremidad e posterior com o slot do molar. (8) quando
a distância do fio ao slot For maior ou igual a 8.0mm, o torque está at ivo; (C) se a distância For entre 4 a Bmm, o torque é resistente e: (D) se
o fio estiver abaixo de 4mm ou na mesma altura do slot. o fio está progressivamente passivo. Obs.: Essas considerações são válidas para o fio
.019 x.025" no slot .022".
FECHAMENTO DE ESPAÇOS
(Retração anterior superior e inferior)
6.1 Forma dos Arcos - os arcos de retração, assim como descrito no tópico anterior, de-
vem incorporar a acentuação e reversão da curva de Spee para contrabalançar os efeitos
colaterais do movimento, que tendem a aprofundar a mordida na região anterior. A curva
utilizada durante a retração, para os dois arcos, é do tipo li (Fig. 74A, 748) .
lllll
[74A. 7481 Fotos ilustrativas dos formatos dos arcos de retração superior e inferior. Ambos
serão trabalhados. durante a retração, com curvas do tipo li, acentuada e reversa. No superior,
nada muda, uma vez que esse é o tipo de arco padrão em todas as circunstâncias quando se
quer a acentuação. No arco inferior, dois tipos de curva podem ser utilizados durante a planifi-
cação (veja páginas 48 e 49) e isso pode gerar dúvidas. Quando se utiliza o arco Tipo I no inferior,
esse formato de arco deve continuar até que se planifique o arco. A partir da planificação, nos
casos com extrações. o objetivo é reverter realmente o arco, então, nesse momento, modifica-
-se a forma do arco para tipo li, pois a manutenção da forma Tipo I provocará a intrusão indese-
jável dos molares. Essa transição pode ser realizada em qualquer fio. preferivelmente. antes do
retangular. É interessante realizar essa transição entre os fios redondos de calibre .018" para o
.020" ou mesmo repetir o .020" com o novo formato, antes de instalar o fio retangular. Iniciada
a retração, essa forma do arco (Tipo li) se perpetua até o Fechamento total dos espaços. Quan-
do se observar, durante a retração, a tendência de Fechamento da mordida anterior. o fio deve
ser removido. a intensidade da curva é aumentada, o fio é reinstalado e a retração continua.
6.2 Início da Retração - a retração deve ser iniciada depois que o fio retangular já se
encontra em posição há pelo menos um mês e as seguintes condições são verificadas:
o trespasse horizontal é suficiente para a retração, os torques estão de acordo com
a necessidade e há pouco atrito na região posterior do arco. Para avaliar essa última
condição, após um mês de instalado o arco retangular, remover o fio dos braquetes an-
teriores e, com o alicate, forçar o deslize do fio nos dentes posteriores. Se houver muito
atrito, duas condutas podem ser tomadas: (1) postergar a retração por mais um ou
dois meses, para que se conclua a leitura dos braquetes posteriores; (2) afinar a região
[75A. 7581 Sequência de desgaste posterior no fio retangular: (A) desgaste com pedra tipo Shofu e; (8 ) polimento com ponta de borracha.
[75C. 750] (C) Foto do fio após desgaste com a pedra Shofu. Observe a remoção das arestas. discreta dim inuição do calibre do fio e também a
rugosidade devido ao desgaste (segmento entre as setas brancas). (D) Aspecto do mesmo fio após o polimento. com superfícies mais uniformes
e lisas. Se o polimento não For realizado. a rugosidade do fio irá prover mais atrito do que antes do desgaste.
6.3 Tipos de Retração - a retração, preferencialmente, é realizada com o arco contínuo,
com fio .019 x.025". salvo algumas situações em que a técnica bidimensional é utilizada
e há preferência pelo calibre .0 18 x.025". Diferentes procedimentos podem ser utilizados,
como descritos abaixo, por ordem de preferência:
[76A, 768] A retração com ganchos entre can inos e laterais é a ideal. pois o arco ret angular é inserido Facilmente nos braquetes e a escovação
é Facilitada pela ausência de muitos acessórios.
[77A. 7781Em alguns casos. se os ganchos estão entre os lat erais e caninos. os elásticos tocam a gengiva dos caninos e podem promover dores
e in flamações. Quando isso ocorre. os ganchos são deslocados para a dist al dos caninos (lado direito inferior e lado esquerdo superior e inferior).
Essa alteração só modifica a instalação do arco. Ao inseri-lo. o gancho toca no braquet e do canino. por isso, depois de encaixado nos dentes
posteriores, Faz-se uma tensão lateral no fio. para que o gancho passe por cima dos braquetes dos caninos.
[78A. 788) A retração também pode ser realizada pelos próprios ganchos dos caninos. Para isso. os dentes anteriores devem estar conjugados
com fio de amarrilho de calibre .010" ou .012". O inconveniente dessa técnica é a maior dificuldade de higienização e os efeitos colaterais nos
caninos que. mesmo amarrados. tendem a girar para distal, dificultando o final do fechamento. pois a distal do canino superior começa a tocar
na mesial do pré-molar inferior. gerando prematuridade.
[79A, 7981 A retração com corrente contínuo apresenta como desvantagens a dificuldade de higienizaçào, o maior tempo de cadeira no mo-
mento de ativação e a limitação em dosar a força nos espaços de retração.
6.4 Ancoragem - a ancoragem durante a retração é tão importante como o fechamento
dos espaços. Checar a ancoragem, assim como os torques, comportamento da curva de
Spee e controle da sobremordida, fazem parte do controle que se deve ter nessa fase de
tratamento, que se caracteriza por ser de pouco tempo de cadeira, pouco trabalho ma-
nual e muito trabalho mental. A gama de possibilidades é imensa, desde recursos removí-
veis como AEB e PLA até os meios fixos como Arco de Nance, Barra Palatina, miiniplacas
e mini-implantes, todos podem e devem ser utilizados. procurando, ao mesmo tempo
em que se fecham os espaços, relacionar adequadamente todos os dentes, checando
sempre os caninos e molares, que são as referências da oclusão ideal. Terminar a retra-
ção com o relacionamento anteroposterior correto é o objetivo principal, restando desse
modo, detalhes de finalização para completar o tratamento. Os elásticos intermaxilares
são muito utilizados nessa fase e uma linha de raciocínio de sua utilização encontra-se no
Capítulo 4, nas páginas 161-175.
O tempo de fechamento varia muito, pois é influenciado por vários fatores como a idade,
densidade óssea50, acessórios utilizados para a retração5 1•52 , tipo de ancoragem53 e tama-
nho das raízes. Não existe um consenso quanto à taxa de movimentação. Dixon et al. 5 1,
comparando diferentes métodos de fechamento, observaram a taxa mensal como sendo
de 0.35mm/mês para ligaduras ativas (peixinho), 0.58mm/mês para elástico corrente, e
0.81 mm/mês para molas de NiTi . Nesse estudo, também foram utilizados elásticos inter-
maxilares junto com a retração em alguns casos e observou-se q ue o uso concomitante
desse, não altera a taxa de fechamento. Nightingale e Jones48 compararam o fechamento
de espaços com molas de Niti e elásticos corrente. No trabalho, observaram a taxa de
fechamento de 0.26mm/semana para as molas e 0.21mm/semana para os elásticos cor-
rente (aproximadamente, 1 ,Omm e 0,85mm/mês). A força inicial dos elásticos corrente
variaram de 70 a 450 gr, com média de 209 gr, e nas molas, a força variou de 150 a 450
gr, com média de 300 gr. Os elásticos eram trocados a cada 4 a 6 semanas, enquan-
to as molas eram somente removidas e recolocadas no mesmo lugar. Tanto as molas
quanto os elásticos demonstraram perda de força de, aproximadamente, 50% após seis
semanas, porém, essa perda não aumentou com o tempo, permanecendo estável por
períodos entre 15 e 22 semanas (esse intervalo foi possível de ser avaliado porque alguns
Existem vários detalhes e intercorrências acerca dessa fase do tratamento. As notas re-
fletem a vivência clínica do dia a dia e têm como finalidade elucidar algum problema que
possa ocorrer e a maneira prática de corrigí-lo.
[SOA, 808] Durante a retração, há sempre um apoio anterior e outro posterior. É interessant e procurar não apoiar no último dente durante toda
a movimentação. pois ele irá girar para ant erior e se deslocar para fora do arco. Para evitar esse efeito, essas alt ernativas resolvem . (A) amarrar
o segundo molar ao primeiro, com amarrilho .012" e retrair pelo primeiro molar (seta laranja); (B) se o fio não chegar ao segundo molar (mais
comum no arco superior). colar um botão no segundo e amarrá-lo ao primeiro (seta amarela).
2 A retração não evolui - em alguns momentos, pode ocorrer a interrupção do movi-
mento ou uma diminuição na velocidade do fechamento dos espaços. Quando isso acon-
tecer, algumas possibilidades devem ser verificadas:
[81A. 818] (A) Início da retração anterior; (8) inclinação do molar por perda de ancoragem. causando dificuldade no Fechamento dos espaços (seta).
2.2 - Faça um rx da área de extração. Pode haver uma colagem errada causan-
do a convergência das raízes e, consequentemente, "travando" o movimento.
[82A, 828, 82CJ (A) Espaço de extração resistente ao Fechamento. Note que o erro de colagem não está tão evidente; (8) na tomada
radiográfica. notou-se grande convergência das raízes e toque ap1cal; (C) após a recolagem dos braquetes e renivelamento. o Fechamento
processou-se sem intercorrências.
[83A. 838. 83CJ (A) Foto lateral no início da retração, com ancoragem esquelética. em paciente com má oclusão de Classe li com extração de
segundo pré-molar; (B) rx panorâmica da época em que havia suspeita de ausência de movimento. O paciente relatou ter se envolvido em uma
briga na qual Foi atingido na boca do lado direito: (C) os dentes do lado direito não se movimentaram, o canino aparentemente anquilosou. e
houve necessidade de Fechamento do espaço reversamente. Reando a relação oclusal comprometida.
[84C . 840] (C) Vista oclusal após a expressão do torque aplicado. com aumento do trespasse horizontal na região e; (D) o espaço já fechado.
[85A. 858, 85CJ Toque anterior(prematuridade) em MIH durante a retração. 1mped1ndo a continuidade do movimento (B) Foto da mesma si-
tuação em RC. Note o trepasse horizontal presente. Nesse caso, a prematuridade era muito pequena e unilateral. e Foi realizado o ajuste oclusal
na interferência, sem a necessidade de parar a ret ração. (C) Fot o da oclusão final com os espaços Fechados.
[86A-86DJ Caso de extrações de 4 pré - molares. Do lado esquerdo superior. o Fechamento já havia se consumado e do lado direito estava es-
tagnado no mesmo ponto há três meses. Realizou -se. então. a dobradiça (C) na mesial do dente 23 (seta) e prosseguiu-se com a retração do
lado direito. Na Foto (D). nota-se o Fechament o do espaço após 4 meses. Do lado em que o espaço já está Fechado. é conveniente manter o arco
conjugado. para evitar a abertura de espaços.
B) Fechamentos Simétricos - a dificuldade de fechamento bilateral é bastante comum,
com maior frequência em pacientes adultos que apresentam padrão facial horizontal. Para
esses casos, descartando-se os fatores antes enumerados, a retração combinada, por
vestibular e lingual , geralmente, resolve o problema.
[87A. 878. 87CJ A retração combinada consiste na colagem de botões palatinas nas faces linguais dos caninos e molares. conectando-os
com elástico corrente, e mantendo-se a retração por vestibular (B. C). As setas mostram que a ativação. por vestibular. é levada ao gancho
de retração e também ao canino, pois. se for mantida somente no gancho, o canino tenderá a girar e. se mantiver somente no cani no. abrirá
diastema na sua mesial.
6.6 Final da retração anterior - a retração anterior é finalizada assim que todos os
espaços são fechados. Esse é um momento importante no tratamento e os procedimen-
tos vindouros dependem do relacionamento oclusal estabelecido ao final do fechamento.
Duas situações podem ocorrer e são decisivas quanto à etapa seguinte:
REFERÊNCIAS
1. Aoor""s LF. The six keys to normal occlusion. Am J Onhod. 1972 Sep:62(3):296·309.
3. Aoth RH Funcuonal occluS1on for the o rthodontlst. J Clln Onhod. 1981 15(1):32-40 . 44 -5 1.
4. Roth RH, Rolfs DA. Functional occlusion for the orthodontist. Part li. J C!in Orthod. 1981 Feb:15{2):100·23.
5. Sangcharearn Y, Ho C. Effect of rncÍSOr Angulation on Overjel and Overbite in Class ll Gamoultage Trea1men1. A typodont stucty. Angle Orthod. 2007
Nov:77(6):1011·8.
6. Okeson J . Cntena for oPtim.Jm funciona! occluslon, 1n Management of Temporomandlbutar Dssorders and Occlusion. St Louis (MO): MoSby Year
Book; 1993. p. 109 ·26.
7. Janson M . Tratamento ortodôntico corretivo em adultos. in Ol1odontia em adultos e uatamento interdisciplinar, Maringá (PR): Dental Press; 2010. p.
548-586.
8. Fleming HB. An invest19a1ion of the vertical overblte dunng the eruption of the permanent dent1tt00. Angle Orthod. 1961 ;31:53-62.
9. Steadman SR. P,edetermining the overbite anel over1et. Angra OrthOd. 1947 19.101 ·5.
10. Neff CW. Ta.lored occlusion w,1h lhe antOfior coefficient. Am J Orthod. 1949 Apr:35(4):309· 13.
11. .AJOabandt AK , Sadowsky C. BeGole EA. A Comparison of Cont1nuous Arch'A1res and Utifity Archwires for Leveling lhe Curve of Spec. Wor1d J
Orthod. 2002;3: 159-165
12. Rickens AM. Bioprogressive therapy as an answer to orthodonHc needs. Part 1. lvn J Or1hod 1976 Sep;70(3):241·68.
13. M1tchetl DL, Stewart WL. Docunented teveting of the lower arch using metallk: 1mp!ants for reference. lvn J Or1hod. 1973 May;63(5):526·32.
14. Mulhgan TF. COmtnOO Sense Mecnanics ,n Everyday Orthodontlcs. Phoenix: CSM Publ1sh1ng; 1998.
15. Janson G, Vasconcek>s MH, BombOnatli R, Fretlas MR, Hennques J FC. Considerações Chnicos sobre o Posicionamento Vertical dos Acessónos.
Rev Dental Press Ortodon Ortop Fac,al. 2000 5{3):45·5 I .
16. Janson M, P1thon G. Alternativas para ~erar a colagem dos acessónos 1nfeoores em casos com sobremordida profunda. Rev Clio Ortodon
Dental Press. 2008 7(3):27-36.
17. Proffit WR. A mak>clusào e a Oef0<midade denlofacial na Sociedade Contemporânea, ln Ortodontia Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1995. p 7-8.
18. Eps1em MB, Tran O. Estabhshtng the posterioroccfusal level w1th a buJtt-in b1teplate. Clinica! lmpressoos. 1999 8(3):14·7.
19 Hemess LE, Rufe JT, Wiltiams BH. A long1tud1na1 cephalOmetnc study of inciSOf overb1te from ages five to eteven. Angle Orthod. 1973 43:279·88.
20. Ludwig MK. A cephalometrM: anatysis of lhe relationship between facial pattem, interincisal anguta1ion and anterior overbite changes. Angle Orthod.
1967 37:194-204.
21. Prakash P, Margohs HI. Dento-craniofacial relatlOlls in varying degrees of overblte. Am J Orthod. 1952 38:657 ·73.
22 Strang RHW. AA analys,s of lhe ove<1>,1e problem ,n mafocclus,oo. Angle Onhod. 1934 4(1):65·84.
23. Goldstein MS, Stanton FL. Vanous types of occlusion and amounts of overb1te in normal and abnormat occlusion between two and tweNe years. lnt
J Orthod Oral su,g 1936 22:549-69
24 Bolton WA Dishannony in tooth Size and 11s relat,on to the anatysis and trealment of malocctusion. Angle Orthod 1958 28:113·23.
25 Btõrk A. Variabiltty and age changes ln overjet and overb1te Am J Orthod 1953 39: 779-801.
26 Delhnger LE. A scienl>fic assessment of the straighl w,re apphance. Am J Orthod. 1978 73(1):290·9.
27 Mclaughl,n RP. Benoell JC. Bracket placement w,th the preadiusted appliance. J Chn Orthod. 1995 29{5):302· 11
28 Balul N. Variahons n bracke1 placemen1 ,n the preadjusted orthodon1,c apphance. Am J Orthod Deniotacial Orthop. 1992 102(1):62·7.
29 Creekmore TO. Kun1k RL. Stra19ht w,re: lhe next generat10n. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 104{1):8 ~20.
30. Germane N, Bentley B. lsaacson RJ. Revere JH Jr The morphotogy oi canines"' rela11on to pread)Usted appliances Ang·e Orthod. 1990
Spnng.60(1):49·54
31. Jackson S. Sandlef' PJ. Planos de Mordida Focos para Tratameõto de Mordida Profunda. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 1996 1{160):60·1
33 Dentsply. Tho sc.ence of innovahon: The art of pa11en1 care. JS.L. s.n .• 19··1
34 H1lgcrs JJ. Toe pendulum appliance for Class li non-compl,ancc thOfapy. J O,n Orthod 1992 26{11):706-14
35. H1lgers JJ. A palatal expansion apphance for non-comphance therapy. J Clin Orthod 1991 25(8):491 -7.
36. Bnckman CD. Sinha PK, Nanda RS Evaluat,on of the Jonas jig appbance for d stal molar movement. Am J Orthod Den1ofacial Orthop. 2000
118(5):526·34
37 Garano A, Testa M. Toe distal iet for upper melar d~tahzat,on. J C1tn OrthOd. 1996 30(7):37•-BO.
38. Coe:ho Filho CM Mandlbular pro1rac100 appliance IV J Clin OrthOd. 2001 35(1): 18·24
39 Coelho Filho CM. Clinicai applications oi lhe mandibular protraction appliance. J Clin Orthod. 1997 31(2):92·102.
40. Coetho Filho, C.M., Mandíbula!° protrachôn applianees for Class li treatment J Clin Orthod, 1995 ?9(5): p 3 19·36
41 Jasper JJ, McNamara Jr JA The correction of inlerarch malocclustons us1ng a fixed force module. Am J Onhod Oentofacial Orthop, 1995
108(6):641-50.
42. Andrews LF. Stra19ht Wire • O conceito e o aparelho. 2a ed. San Diego (CA): L. A. Wells: 1996.
43 Smith JR vaoable torque philosophy. Chmcal lmpressk>ns. 2003 12(1):8·13.
44. Ste,nor CC. Cephalomc1~cs form You and Me. Am J Orthod. 1953 39:729.
45. Burden OJ. Predictors of outcome among pat1C111s w1th Class li DMs,On 1 malocclusion treated w1th fixed appliances in the permanem am J OrthOd
Dentofac,al Orthop. 1999 1 16:452·9.
46 Gia.nefty AA. Bednar JR, 01etz VS. A bidimenslQnal edgewise techn,que. J Clin Orthod. 1985 19(6):418·2 1
47 GianeHy AA, Bednar JR. Bld1menS1ona! technique lheory and praclice, Bohemia (NY): GAC lntemat,ona1; 2001
48 NighMgale C, Jones SP A cbn.Cal investigation of force dehvery syslems for orthodonlic space closure. J Orthocl. 2003 30(3):229·36.
49. KOJma Y, Fukui H. Numeric s1mulat1ons oi en·masse space closure wi1h sltd1ng mechanics. AAl J Orthod Dentofaeia! Orthop. 2010 138(6):702 el -6;
d1scuss1on 702· 4.
50. Kalha AS, Kachiwala VA. Govardhan SN, Mclaughlin RP. Khurshaid SZ. Redefinmg orthodontic space closure: sequent~ repet,trve toading of the
periO<fontal hgamcnt-·a ct1nicaJ study. Wor1d J Orthod. 2010 Fall;l 1(3):221·9.
51 . Oixon V, Read MJ, O'Brien KO, Worth1ngton HV, Mandai! NA. A randomized cl nicai tnal to compare three methods of orthodomic space closure. J
Onhod. 2002 Mar:29(1):31·6
52. Samuels RH, Rudge SJ, Ma1r LH. A clinica! study oi space closure wilh n1ckel·htan1Um closed coil springs and an elashc module. Am J Orthod
Dentofacial Orthop. 1998 114(1)73·9
53. Uou EJ, Chang PM. Apical root resorption in orthodontic pa1ieflts w1th en·masse maxíHary anterior retraction and r,lrusion w1th minisCtews Am J
OnhOd OentofaciaJ Orthop. 201 O 137(2),207. 12.
54, LiOu EJ, Huang CS. Rapid canine retract1on through distraction of lhe periodontal ligament. Am J Orthod Oentofaciat Orthop. 1998 114(4)372-82.
55. Carano A, Siciliani G. Etfacts of con1tnuous and lntermiltent forces on human fibroblasts m w.-o. Eur J Onhod. t996 18(1):19-26.
56 Mclaugh1in RP. Kalha AS, Sct'luetz W. All a11ernat1ve melhod of space closure: the Hycon Oevice. J Cl1n Orthod. 2005 39(8):474·84; quiZ 471.
1 - HISTÓRICO
A vasta utilização dos elásticos ortodônt,cos, nos dias de hoJe, ocorre graças à melhoria nas
suas propriedades físicas e químicas. Um marco importante para a evolução dos elásticos
foi o advento da vulcanização, preconizado por Charles Goodyear, em 1839, quando as
propriedades físicas da borracha, que sofriam grande absorção de água e eram sensíveis à
temperatura, foram melhoradas, fazendo com que a utilização desse material aumentasse
consideravelmente. Relatos históricos indicam que, provavelmente, o primeiro material elás-
tico conhecido foi a borracha natural, utilizada por civilizações Maias e lncas1 •
Na era moderna, Calvin Case e Henry Baker foram os primeiros profissionais da ortodontia
a usar os elásticos para correçõs sagitais, especificamente. de Classe li, por volta de 18932 .
A sua popularização se concretizou por meio dos trabalhos de Angle3 que, em 1907, criou
sua classificação das más oclusões, preconizando também o uso dos elásticos de CI 1, li e
Ili. Os elásticos, a princípio, se popularizaram por apresentar um meio de correção sagital
que não se achava dependente dos aparelhos extrabucais. Naquela época, acreditava-
-se que as respostas da correção eram semelhantes. Só depois de algum tempo, com
a introdução e uso rotineiro da radiografia cefalométrica4. observou -se que as correções
com elásticos produziam maiores efeitos dentoalveolares, com grande mesialização dos
dentes inferiores (Elástico de Classe li). Outros autores ofereceram grande contribuição
ao assunto, tais como Charles Tweed, Raymond Begg, Ronad Roth e Michael Langlade5 .
2 - TIPOS DE ELÁSTICOS
2.1 - Quanto ao material - Existem, basicamente, dois tipos de elásticos que são usados
na prática ortodôntica: Os elásticos naturais, confeccionados com Látex, são obtidos da
seiva natural de algumas árvores; contendo de 25 a 40% de borracha de hidrocarboneto
com pequenas quantidades de material proteico e ácidos graxos6 e que passam por um
processo industrial antes de serem comercializados7 ; e os sintéticos, ou elastômeros, que
têm como matéria-prima o carvão, petróleo e alguns álcoois vegetais que, submetidos a
processos químicos, se transformam em plásticos ou elásticos, sendo o mais comum na
ortodontia, o poliuretano8 . Os elásticos sintéticos compreendem as ligaduras elásticas,
que prendem os fios aos braquetes e os elásticos corrente, usados nas retrações e fe-
chamentos de espaços. Os elásticos de látex são todos aqueles utilizados nos aparelhos
externos como AEB, mentoneira e máscara facial e os elásticos intrabucais intra ou inter-
maxilares, que compreendem o foco deste capítulo.
Elásticos 5/16" correspondem a 7,9mm. Assim sendo, para se produzir a força demons-
trada na embalagem, esse elástico deve ser distendido 23, 7mm entre os pontos de apoio.
60 02.302
Color Latex Elastics
Q w i•••J,t-t- eo 02 303
O M···...,.,..,,. 0001)04
...
-
l'reUOOIHH"'I' Cll0t)6,S OZ
*- ... o u,r · ~
Q .... ,r.,,.,.,,_
11o_, -
.._,_
6002 l:U
8002').l:I
O w-·,$.1nwi 0002):r.t
[2A. 281 Tabelas de especificação dos elásticos de Fabricante nacional (Morelli•) e importado (Masel•). Nos produtos nacionais. utiliza-se a
tabela de pesos e medidas regional. não sendo necessário realizar a conversão. Alguns Fabricantes internacionais também já atualiza ram seus
catálogos para Facilitar a compra em outros sistemas de medidas
Nos casos em que há dúvidas quanto à força e é necessário maior precisão, o dinamôme-
tro (ou tensiômetro) (Fig. 3) pode ser utilizado.
[3A, 3 8) (A) Tensiômetro com escala de 100 a 1600 gr. (Morelli). 8) A medição deve ser realizada colocando-se o elástico em uma das ex-
tremidades em que será apoiado e tensionar (com o tensiômetro) o elástico até a outra extremidade. Com o comprimento adequado. aferir
a marcação da Força.
A propriedade benéfica mais importante em relação aos elásticos é a sua alta flexibilidade e
a capacidade de se distender e voltar ao tamanho normal sem se deformar13 . No entanto,
todos os elastômeros, inclusive os feitos de látex, sofrem fadiga e relaxamento, que reper-
cutem na decadência da força que, provavelmente, são acentuadas quando em condições
ambientais adversas, como as da cavidade bucal. Em média, quando expostos a ambien-
tes úmidos ou na cavidade bucal, os elásticos perdem de 10% a 40% da sua força inicial,
entre os primeiros 30 minutos e 24 horas após a aplicação inicial de força12·14 · 15 . Fernandes
e cols. 16 avaliaram os elásticos de três diferentes marcas: American Orthodontics (AO)
(Sheboygan, Wis), TP (La Porte, lnd), e Morelli Ortodontia (Sorocaba SP, Brasil) nos diâme-
tros de 3/16", 1/4", e 5/16". Quinze amostras de cada tipo foram testadas em meio seco
e imersas em meio líquido (água). promovendo uma distensão de 30mm e mantendo-os
distendidos por períodos de 1, 3, 6, 9, 12 e 24 horas, para testar o relaxamento e a degra-
dação da força sofrida pelos elásticos e se havia diferenças entre as marcas. Os resultados
mostraram que a maior degradação da força ocorre nas primeiras 3 horas, em conso-
nância com Gioka12 . Depois disso, a degradação continua, porém, em taxas mais baixas.
Ao final de 24 horas, o percentual de relaxamento da força para cada tipo e marca de
elásticos, foi o seguinte: para os elásticos de 3/16", os valores foram 10.6%(TP), 15.65%
(Morelli) e 21.34% (AO); para os elásticos de 1/4", foi 19.45% (Morelli), 20.19% (TP), e
21 .58%(AO); e para os de 5/16", foi 17.67% (Morelli), 22.79%(AO) e 31.17% (TP). Embora
30mm não seja o padrão de distensão dos elásticos utilizado pela indústria e distensões
maiores que essa são comuns na prática diária, conclui-se que, em média, o elástico per-
de, aproximadamente, 20% da sua força durante um dia de uso e que a indústria nacional
está em igualdade com as multinacionais. Em relação à perda de força, essas informações
são relevantes para o clínico observar que a força inicial do elástico pode ser um pouco
maior do que a desejada e o tempo de uso do mesmo elástico pode ser de 24 horas ou
mais, levando-se em consideração que, além desse período, há pouca degradação dos
elásticos 14 •17 . Os resultados clínicos, expostos nos capítulos subsequentes, foram traba-
lhados com a recomendação de troca diária dos elásticos e muitos pacientes relatam até
duas trocas diárias, devido à perda do elástico, quando são removidos para a alimentação.
4 - ALERGIA AO LÁTEX
O látex possui uma proteína com efeito alérgeno. Alguns estudos demonstram uma preva-
lência de alergia ao látex na ordem de 2,9% a 4,7% em indivíduos que trabalham em am-
biente hospitalar 18 . Na população em geral, de 4 a 8 % dos indivíduos demonstraram ser
positivos à sensibilidade pelo teste sorológico ao látex, enquanto somente 1% se mostrou
positivo quanto ao teste cutâneo 19 . O paciente alérgico pode desenvolver estomatite agu-
da ou lesões eritematosas na cavidade bucal quando submetido ao uso dos elásticos or-
todônticos de látex. No entanto, as reações podem variar desde reações dermatológicas,
respiratórias e sistêmicas, até choque anafilático, em casos mais graves20 . Para suprir a
demanda para indivíduos alérgicos, produtos sem látex começaram a ser comercializa-
dos. O elástico, sem látex, de silicone (Fig. 4) supre bem a necessidade mecânica dos
elásticos, porém, perde mais força ao longo do tempo do que os elásticos de látex. Em
um estudo2 ' comparando 3 tipos de elásticos com látex e um tipo de silicone, em am-
biente seco e úmido, os elásticos foram tensionados 300% do seu diâmetro. O elástico de
silicone mostrou uma força inicial igual a 83% das especificações contidas no produto, a
mais baixa entre os quatro grupos. Todos os elásticos demonstraram uma perda de força
de, aproximadamente, 30% após imersos em saliva por dois dias. Enquanto os elásticos
de látex apresentaram um padrão de degradação similar, o de silicone apresentou maior
decadência da força, conforme a extensão do elástico foi aumentada. Baseado nessas
informações, o elástico de silicone pode e deve substituir os elásticos com látex quando
for necessário, porém, devido à maior perda de força quando distendidos, é importante
realizar as trocas em intervalos mais curtos, de 2 a 3 vezes ao dia.
[4] Posicionados lado a lado, os elásticos com látex (esquerda) e os de silicone (direita). sem látex.
Note que o de silicone é mais transparente e mais claro.
A reabsorção radicular é sempre um tema espinhoso para o ortodontista, pois é uma das
variáveis mais imprevisíveis do tratamento. As reabsorções são multifatoriais e, por isso
mesmo, é extremamente difícil realizar um trabalho de pesquisa isolando completamente
uma variável. Entre os fatores relacionados com a reabsorção radicular26 -38 estão a forma
das raízes. o tempo de tratamento, a extensão do movimento, o tratamento com extra-
ções, os movimentos de intrusão, as perdas ósseas, a doença periodontal, a idade, as
agenesias, o trauma e a mutilação dentária. O uso de elásticos de Classe li aparece como
º
fator predisponente em alguns trabalhos 26·27·29·3 e, em outros, não31 •33 , mas sempre asso-
ciado a algum outro fator.
1. Baty DL Stone OJ. Von Fraunhofer JA Synthetic elastomeric chains: a bterature review. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994 105(6):536-42.
2. Wahl N. Orlhodontk:s io 3 minennia. Chapter 2: entering the modern era. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005 127(4):510·5.
3. Angle EH. MalociuSIOn ot the 1eeth. 7th ed. Philadelph,a (PA): S. S. White; 1907.
4. Broadbent BH. A new X·ray tech -rnque and 1ts application to orthodontics. Ang!e Orthod. 1931 1:45-46.
6. Btllme)'ef FW. Textbook oi polymer sc,ence 3rd ed. New Yorl< (NY) : John W,ley & Sons; 1984.
7. Won9 AK. Orthodontic elastic materiais. Angle Orthod. 1976 46(2):1 96-205.
8. Aenick MA. Brantley WA, Beck FM, V,g KW, Webb CS. Studies of orthodonlic elastomeric modules. Part 1: glass transitiOn temperatures for
representa1we pigmented products in the as-received c:orntion and aher orthodoolic use. Am J Ortroo Den101ac._ Orthop. 2004 Sep: 126(3):337-43.
9. Bales TR. Chacooas SJ, Caputo M. Force-extension characteristics oi orthodontic etastics Am J Or1hod. 1977 72(3):296-302.
10. Potur 1, Peck S. Orthodontic elastics: ts some 1ighternng needed? Angte Orthodont,st. 2010 80(5):988·9.
11. Kanchana P. Godtrey K. Calibfa11on of force extensK>n and force degradation characte<isttes of orthodoruic tatex elastics. Am J Orthod Oentofadal
Orthop. 2000 118(3):280-7.
12. GK>ka C, Zinetis S. Eliades T. Ellades G. Orthodonhc latex elasucs: a force relaxattOn s1udy. Angle Orthod. 2006 May;76(3):475-9.
13. Wang T. Zhou G. Tan X, Dong Y. Evaluation of Force Oegrada11on Charactenslics of Orthodon1ic Latex Elastics in Vitro and ln VNO . Angle Orthod.
2007 Jut:77(4):688-93.
14. Andreasen GF, Ouevedo FR. Eva.luation of fóetion forces 1n l he 0.022 x 0.028 edgewise bracket in vitro. J Biomech. 1970 3(2):151·60.
15. Kcrsey ML. Glover KE, Heo G, Raboud D, Major PW. A comparison of dynamic and stalic testing of latex and nonlatex orthodontic elastics. Angle
Orthod. 2003 Ap<; 73(2): 181-6.
16. Fernandes DJ, Fernandes GM, Artese F, Elias CN. Mendes AM. Force extension relaxa1t0n oi med1um force orthodont1c latex elast1cs. Angle Orthod.
201 1 Sep:81(5):812-9.
17. Bishara SE, Andreasen GF. A comparison of time related torces between pl.astic atastiks and latex e1asllcs. Anglo Orthod. 1970 40(4):319·28.
18. Sussman GL. Beezhold OH. Lrss G. Latex allergy: h1storical perspect1ve. Methods. 2002 27:3-9.
19. Ma·kinen·K~junen S. Banana affe,gy in pat,ents wilh immed1atetype sensi11111ty to nalural latex: characterization of c,oss-reacting ant1bod1es and
altergens. Altergy Oin trrmunot. 1994 93:990-6.
20. Russel KA. ln vitro assessment of the mechanical properties of tatex and non·latex orthodontic elastlcs. Am J OrthOd Dentofac~ Orthop. 2001
120(1):36-44.
2 1. Hwang CJ. Cha JY. Mechanical and biological comparison oi latex and siicooe rubber bands. Am J Or1hod Dentolaciat Orthcp. 2000 124(4):379·86.
22. EgoU AJ, BeGole EA, Upshaw HS Faclors associated with orthodonuc patient compiance wilh intraora l elast1c and headgear wear. Am J Orthod
Den1olaclat Onhop. 1990 97(4):336-48
23. Mehfa T. Nanda RS, Slnha PK. Orthodontists' assessment and management of pa1ient compllance. Anglo Orthod. 1998 68(2):115-22.
24. Sergl HG. Klages U. Zentner A. Pa1n and discomfort during orthodontic treatment: causatnte factOfs and effects on compliance. Am J Orthod
Dentofacial Orthop. 1998 114(6):684-91.
25, Tuncer Z. Ozsoy FS, POlm·Ozsoy O . Self·reported pain associated v.nth the use of 1mermaxiflary ~astk:s compareci to pa.in experionced after in,tial
archwire placement. Angte Orthod. 201 t 81(5):807-11.
26. Levander E, Malmgreo O, Stenback K. Apical root resorpt,on dunng orthodont.c treatment of palieots with multiple aplasia: a study of maxílary
,ncisors. Eur J Orthod. 1998 20(4):427-34.
27. Linge L, Unge BO. Pattent charactenstics and trea1men1 variabtes associated wilh apical root resorption during onhodontrc ueatment. lvn J Orthod
Dentolacial Orthop. 1991 99(1):35-43.
28. Mavragani M, Vergari A, Selliseth NJ. 60e OE, Wisth PL. A radiographic comparison of apical root resorptK>n after onhodonhc trea1men1 wilh a
standard edgewise anda straight·wire edgewise techn!Que. Eur J Orthod. 2000 Oec;22(6):665·74.
29. Mi,abeUa AD, Artun J. A,sk factOfs IOf apical root resorpt ion ot max1llary antenor 1eeth in adult orthodontic patients. Am J Orthod Dentofacial
Orthop. 1995 10/3(1):48-55.
30. Motokawa M, Sasamo10 T. Kaku M, Kawa1a T, Malsuda Y. Terno A, Tanne K. Assooation between roo1 resorptlOn 1ncident to orthodonlic treatmen1
and treatment factors. Eur J Or1hod. 2012 Jun:34(3):350·6.
3 1. Patel N, Cumer GF, Kadioglu O, Kter1 JP, Skaggs VJ . A CBCT companson of anterior root resorphon in SureSmle and convenlional edgewise
treatments. Or1hodont1CS (Chie.). 2012: 13(1):100·9.
32. Sameshima GT, Sinelair PM. Predict1ng and preventing root resorption: Part li Trea1ment tactors. Am J Orthod Denlofacial Orthop. 2001.
119(5):511-5.
33. Sameshima GT, Sinciair PM. Charactenstics of patients with severe root resorpt,on . Orthod Craniofac Res. 2004 7(2):108· 14.
34. Smale I, Artun J, Sehbehani F, Doppel D. van't Hof M, Kuijpers-Jagtman AM. Apical roo1 resorphon 6 months after initiation of fixed orthodontic
apptiance therapy. Am J Ortroo Dentofac,at Orthcp. 2005 Jul;128(1):57-67.
35. Beck ew, Harris EF. Apical ,001 resorpt,on •n orthodonticaMy treated subjects: anatys1s of edgewise anel 1.ght wire mechanlcs. Am J Orthoo
Den1otaciat Orthop. 1994 Apr:105(4):350-61.
36. Jeon P, Tur1ey P. Ting K. Three-dimensiOnal fin.te elemenl analysis of stress ln lhe periodontal llgament of the max1Uary first molar w1th simulated
bone loss. Am J Orthod Oen1olaciat Ortop. 2001 119(5):498-504
37. Consolaro A. Movimentação dentãna induzida: blôloga aplicada à prática ctínica. 1n Reabsorções dentãnas nas especialidades clínicas. Manngá
(PR): Dental Press: 2002. p . 221-89.
38 Ma!mgren O. Levander E. Minuni.z1ng orthodont1calty tnduced roo1 resorptlOO • guidel1nes based on a rewew of clirncal sludtes. Wôf1d J Orthod. 2003
4(3); 19-30.
ELÁSTICOS PARA CORREÇÕES TRANSVERSAIS
1 - FASE ATIVA - utilização diária por, pelo menos 20 horas até atingir o resultado dese-
jado ou uma discreta sobrecorreção.
Quanto ao diâmetro dos elásticos, varram de acordo com a quantidade de dentes envolvi-
dos. Como regra, porém com flexibilidade, utiliza-se da seguinte maneira:
(lA. 181 (A) A Foto Frontal dem onst ra uma paciente com mordida cruzada unilateral. Para se realizar o diagnóstico de Funcional ou esque -
lética. manipula-se em Re lação Cêntrica. (B) Com a manipulação. observa-se que as duas bases se posicionam de topo e. por ser essa uma
posição instável. a paciente desvia para um dos lados. para conseguir a estabilidade da relação cúspide-Fossa . mesmo que. para isso. fique
invertida a relação transversal de um dos lados. Esse exemplo caracteriza a mordida cruzada unilateral Funcional.
[3A. 3BJEsse caso exemplifica. adequadamente. como utilizar essa informação de Forma prática. O paciente. adulto. apresentava má oclusão de
Classe I com mordida cruzada unilateral. Na avaliação frontal. percebe-se. comparando-se com o outro lado. que os molares superiores do lado
esquerdo estavam inclinados para lingual e os inferiores. corroborando com a informação da oclusal do modelo inferior. estavam verticalizados na
base. Como ambos estavam com inclinações corretas. o uso de elásticos 1ntermaxilares. com Fios redondos nos dois arcos. Foram bem indicados.
pois Favorecem a movimentação nos dois arcos. corrigindo a mordida cruzada e posicionando melhor os dentes em suas bases.
[4A, 481 (A) Foto Frontal do caso após o tratamento. com a correta relação cúspide -Fossa. (8 ) Na comparação dos modelos inferiores.
observa-se o melhor posicionamento dos molares ao Final.
Nos casos a seguir são mostrados alguns exemplos de correções transversais com elásticos:
Idade - 21 anos
Má oclusão - Classe li, divisão 1, subdivisão d ireita, com agenesia do canino superior direi-
to e ausência do primeiro pré-molar inferior direito. Apresentava mordida cruzada posterior
unilateral (em RC), envolvendo o primeiro molar e segundo pré-molar no lado direito.
Tratamento - Corrigir a mordida cruzada com elásticos e fechar o espaço inferior.
Idade - 43 anos
Má oclusão - Classe I com ausência dos quatro primeiros pré-molares e primeiro molar infe-
rior direito. Mordida cruzada unilateral funcional (quando manipulada em Relação Cêntrica.
havia uma prematuridade no canino esquerdo, que provocava o desvio de todo o arco para
a esquerda), ou seja, havia uma atresia total do arco superior juntamente com inclinações
vestibulares compensatórias do lado esquerdo inferior. A paciente apresentava também per-
das ósseas generalizadas, com predominância de defeitos horizontais no arco superior. O
segundo e terceiro molares superiores do lado direito estavam condenados à extração.
Tratamento - Devido às perdas ósseas, decidiu-se por não utilizar recursos de expansão
rápida ou lenta da maxila , com aparelhos do tipo Haas o u Hyrax. O tratamento proposto
teve como diretrizes a correção da deficiência transversal superior por meio da utilização
de expansão do arco com fios ortodônticos e o uso de elásticos intermaxilares para auxi-
liar na expansão e promover, também, movimentos compensatórios no arco inferior.
[6A, 68, BC] Fotos 1n1c1a1s Note como a mordida cruzada se estendia até a região anterior do arco e as compensações dentárias presentes
dentes superiores 1ncl1nados para lingual e inferiores inclinados para vestibular do lado cruzado (setas) São essas inclinações irregulares que
Favorecem o sucesso do tratamento compensat ório com elásticos. prns os dentes permitem inclinações nos sentidos dese1ados
[60. 6EJ (D) Radiografia panorâmica. Note a perda óssea horizontal presente. principalmente. no arco superior. Os primeiro e segundo mola-
res superiores do lado esquerdo apresentavam rareFação apical e o tratamento endodônt1co Foi reFe1to antes do início da movimentação (E)
Foto do sorriso em que é evident e o pouco preenchimento do corredor bucal e uma diferença na exposição dos dentes su periores. devido às
inclinações compensatórias do lado esquerdo.
[6F, 6GJ Quando a intenção é o movimento de inclinação nos dois arcos. o uso dos elásticos pode ser in1c1ado sem os fios de nivelamento
ou nos fios 1nic1a1s. pois. quanto maior a liberdade dos dentes. mais rápido ocorre o movimento de inclinação compensatório. Nas Fotos SF,
SG , o elástico 3/16" está sendo utilizado em Forma de triângulo (canino superior contra o canino e pré -molar inferior). Esse uso contínuo
vai acompanhando o processo de nivelamento dos arcos até que o descruzamento se efetive e passa-se para a Fase de estabilização Nesse
caso, os arcos superiores Foram contornados sempre bem largos. para promover a remodelação bilateral superior
[61. SJ, SKJFotos finais do caso. Note o penodonto sad io em ambos os arcos e a compensação de inclinações dent árias. principalmente, no arco
superior esquerdo. No arco inferior direit o. o primeiro molar fo1implan t ado e, por se t ratar de carga imediata, o dente estava fora de oclusão.
[SL, SM] Fot os oclusa1s dos modelos superiores antes e depois. Note a mudança na forma do arco, conseguida por meio da expansão nos
fios ortodônt1cos Os elásticos contribuíram para a forma, mas seu papel principal Foi prov1denc1ar o descruzamento e a1udar a compensar os
dent es inferiores No sorriso final, nota - se o maior volume transversal proporcionado pelo trata mento
[6N] Panorâmica final. em que se observa a
manutenção do nível ósseo após o tratamen-
to e pequenas áreas de reabsorção ap1ca l nos
dentes
(60. 6P, 6Q] Fotos de 2 anos pós-tratamento. que denotam a estabilidade oclusal do tratamento e a manutenção da saúde periodontal
Má oclusão - Classe li, divisão 1, com ausência do segundo molar e primeiro pré-molar
superior direito e primeiro pré-molar superior esquerdo. Mordida cruzada unilateral total
(Brodie) do lado esquerdo e sobremordida profunda (Fig. 7A, 78, 7C).
[71, 7], 7KJA paciente Fez uso de uma medicação intrabucal que proporcionou um t 1ng1mento involuntário da resina na tonalidade azul As
Fotos referem-se ao terceiro mês de tratamento e, como pode ser notado, já existe um toque oclusal dos dentes outrora cruzados Persistia
ainda o uso ininterrupto do elástico
[7Q. 7R. 751 Fotos frontal e laterais finais que dem onstram o bom relacionamento oclusal at1ng1do com o t rat ame nto.
Idade - 13 anos
[BA. 88. BC] Fotos laterais e Frontal 1n1ciais Note como a mordida cruzada estava localizada somente nos molares e ambos. tanto os su-
periores quanto os 1nFeriores. estavam com as inclinações 1ndev1das. sendo os 1nFeriores mais mal pos1c1onados.
[BD. BE] Para a correção optou-se por um bihélice com as extensões anteriores cortadas e a ut1l1 zaçào de elásticos 1/8" entre os molares Para
ter um movimento mais eFet1vo e rápido nos 1nFenores. o aparelho 1nFenor só Foi montado após o descruzamento
[BF. BGJ Fotos laterais após 1 mês Note que os molares Já se encontram de topo Com mais um mês de uso os dentes 1á estavam corrigidos
a) O diagnóstico das inclinações dentárias, presentes nos arcos, principalmente nos dentes que se encontram cruzados,
é fundamental, sendo o que irá definir sobre a movimentação recíproca ou unidirecional (somente um dos arcos).
b) Quando a movimentação desejada é recíproca, a utilização dos elásticos pode acontecer logo no início, sem fios,
ou com os fios iniciais de nivelamento. Quanto menos rígidos os fios, mais fácil o movimento.
c) Quando se quer uma movimentação dirigida, com mais movimento em um dos arcos, vários recursos podem ser uti-
lizados, onde se quer mais ancoragem e menos movimento: fios mais calibrosos, barra palatina, arco lingual, botão
de Nance etc.
d) Depois de atingida a posição desejada, o tempo de elástico deve ser, gradativamente, diminuído, para conferir es-
tabilidade ao tratamento.
e) A manipulação do paciente em Relação Cêntrica é fundamental nos casos de mordidas cruzadas unilaterais, tanto
no diagnóstico como durante o tratamento.
f) Quando houver necessidade de movimentos compensatórios para vestibular, observar se os dentes apresentam
faixa de gengiva ceratinizada de, pelo menos, 2mm na vestibular. Isso dará estabilidade ao periodonto e diminuirá
as chances de recessões.
REFERÊNCIAS
l. Jacobs JO, Bel WH, WiU~ms CE, Kennedy .JN 3rd ControJ of the 1ransverse dmensfon w th surgery and orthodontics Am J Orthod . 1980
Mar:77(3)·284-306
2. Janson M. Trat amento OrtOdônbco Corretivo em Adultos, in OrtOClontia em adultos e tra1amen10 interdiseiptinar Manngá (PR). Dental Press; 2010
p. 548-86.
Andrews Lf Andrews WA Programa da Filosofia Ortodônlica de Andrews. ln: Andrews LF. Programa do Curso da Ftroaç.ão . Botucatu (SP)
FoundatiOn for Orthodontic Edvca11on & Research; 2001 p. 13.
Andrews LF. The stra;ght wíre appliance Sytlabus of philosophy and techn1ques. 2nd ed . San Diego : L.A Wens; 1975. p . 109-41
ELÁSTICOS PARA CORREÇÕES SAGITAIS
CASO 1 Paciente adulta, Já havia se submetido ao tratamento ortodôntico e estava insatisfeita com o resultado, pois foram
extraídos dois pré-molares e, como não havia mais trepasse horizontal para retru1r os dentes anterossuperiores, o pro-
fissional justificou sendo uma discrepância de tamanho dentário (Bolton) e que o fechamento dos espaços deveria ser
resolvido com adição de resina nos pré-molares.
[10, lE. lFJ Ao avaliar o paciente em Relação Cêntrica, nota-se que a gravidade da Classe li é pior e que existe um t respasse horizontal (F).
que permite o Fechamento dos espaços Havia uma prematuridade no segundo molar superior direito que deslocava a mandíbula para anterior
Baseado nesse diagnóstico. Foi plane1ado o controle de ancoragem e os espaços puderam ser Fechados normalmente.
[lG. lHJ Fotos laterais finais Note que os espaços Foram todos Fechados e que os m olares mantiveram-se nas suas posições originais
CASO 2 Paciente adulto, apresentando Classe li divisão 1, subdivisão esquerda. O tratamento proposto foi a extração do pri-
meiro pré-molar superior esquerdo.
(2A. 28 , 2CJ Fotos iniciais laterais e Frontal. tomadas em máxima lntercuspidação habitual. demonstrando a má oclusão de Classe li, divisão 1.
subdivisão esquerda.
(2F, 2GJ Fotos laterais de avaliação 1ntermed1ána em RC. tomadas na mesma sessão Note a
Classe li presente do lado direito e como tanto o canino quanto os dentes posteriores do lado
esquerdo necessitavam de movimentos opostos para chegarem às suas posições ideais (anco-
ragem recíproca). Por essa avaliação. optou- se pelo uso de elástico de Classe li do lado d1re1to
e soltar a ancoragem do lado esquerdo A prematuridade oclusal estava localizada na região do
segundo molar superior esquerdo. que se encontrava um pouco extruído
Observação: A prematuridade oclusal, quando detectada, pode ser tratada com a movimentação ortodôntica dos dentes em questão
ou pode-se proceder com um ajuste oclusal. Tudo depende da posição em que o dente se encontra, das suas condi-
ções restauradoras e da fase de tratamento. Vale lembrar que, para se realizar um ajuste, devem-se aplicar as regras do
procedimento6 • Se a posição é temporária, ou seja, está em movimento, pode-se continuar o tratamento normalmente,
esperando que aquele contato mude.
ELÁSTICOS DE Classe li
EFEITOS COLATERAIS
Os efeitos colaterais são a inclinação lingual dos incisivos superiores e vestibular dos in-
cisivos inferiores. Há ainda a tendência de extrusão dos dentes anterossuperiores e dos
posteriores inferiores, sendo que esses, por estarem na extremidade do arco, podem
ainda sofrer rotação mesial. Para contrapor esses efeitos indesejados dos elásticos de
Classe li, deve-se utilizá-los com fios retangulares inseridos nos braquetes (com pouca
folga no slot) e aumentar o componente horizontal de força, colocando-se o ponto de
apoio superior o mais anterior possível (entre caninos e laterais) e o inferior o mais pos-
terior possível (trabalhando com o segundo molar no aparelho) (Fig. 3, 4).
MECÂNICA
O princípio básico para a mecânica de elástico de Classe li é a presença de trespas-
se horizontal positivo, que acomode o movimento anteroposterior desejado em Relação
Cêntrica. Portanto, inicia-se a sua utilização após o nivelamento total dos arcos superior e
inferior e com os fios retangulares já inseridos. Nesse momento, é importante avaliar bila-
teralmente a discrepância sagital presente e a sua consonância com o trespasse horizon-
tal. Uma maneira bastante simples para realizar essa averiguação é medir a distância da
ponta dos caninos superiores até 1mm à frente da ameia entre os pré-molares e caninos
inferiores, que é a posição final desejada. Depois de tomada a medida, somam-se os dois
lados e divide-se por 2. O resultado corresponde à quantidade de trespasse necessário
para a correção, sem levar em consideração as inclinações colaterais dos dentes, ou seja,
é importante providenciar um pouco mais de trespasse, geralmente incorporando torque
vestibular superior e, durante a mecânica, manter um torque resistente. Nas fotos 5, 6 e
7, está exemplificado o cálculo em questão, com as possíveis mecânicas necessárias em
diversas situações, antes do início da utilização dos elásticos de Classe li.
Tempo de Uso
1) FASE ATIVA - utilização diária por, pelo menos, 20 horas até atingir o resultado
desejado ou uma discreta sobrecorreção.
FORÇA
A força utilizada varia entre 200 e 300gr. Os calibres dos elásticos mais usados, em or-
dem decrescente, são 5/16", 3/16" e 1/8" .
SEQUÊNCIA MECÂNICA
Com algumas exceções (que são mostradas mais adiante). a sequência normal de tra-
tamento envolve a correção da curva de Spee inferior, nivelamento dos arcos até o fio
retangular e conquista do trespasse horizontal adequado. Com tudo isso pronto, inicia-
-se a mecânica com elásticos, sendo que os fios não precisarão ser modificados ou
trocados até a fase de estabilização. Depois de estabilizado o posicionamento sagital,
os procedimentos normais de refinamento oclusal e finalização dão prosseguimento nor-
malmente, sem a necessidade de uso dos elásticos sagitais.
[BA. 88, BC] Fotos inic1a1s laterais e Frontal que demonstram a má oclusão de Classe li. divisão 1, subdivisão direita.
[BD. BE] Radiografias panorâmica e periap1cal 1nic1a1s. Note a obliteração dos canais radiculares e s1na1s de reabsorções externas nos 1nc1s1vos.
evento esse que motivou o tratamento com elástico em vez da mecânica com extrações
[SK, SL, SMJ Fotos laterais e Fron t al ao final das Fases ativas (5 meses) e de contenção (3 meses). Com o relacionamento sagital corrigido
e estável. procedeu-se ao refinamento oclusal e 1ntercuspidação.
[SN, 80, BP] Fotos laterais e Frontal ao final do tratamento. Note a ótima relação oclusal at1ng1da e o bom assentamento dos molares na
relação de Classe I
CASO 4 Paciente com 42 anos, gênero masculino, apresentando Classe li, divisão 1, bilateral , com queixa principal relacionada à
sobremordida profunda. O perfil era bom e o obJetivo era somente corrigir os aspectos dentários.
[90. 9E , 9FJ Fotos 1n1c1a1s dos modelos para melhor visualização das relações sagita1s
[9G , 9H, 91] Fotos laterais durante a fase de rnvelamento Devido à sobremordida, os braquetes foram colados mais na cervical dos dentes
anteroinferiores sem respeitar o longo eixo. angulações e inclinações dos dentes e, para compensar essa colagem. os Fios foram inseridos
com uma dobra de intrusão na distal dos carn nos (setas) A intenção dessa mecârnca é providenciar a correção da curva de Spee com a
intrusão dos dentes inferiores. provocando um afastamento desses dentes da oclusão e permitind o a recolagem dos braquetes em suas
posições 1dea1s.
!9J . 9K. 9LJTrês meses depois. já se observa uma melhora na curva de Spee inferior e intrusão do segmento antero1nferior. que permite a
colagem dos braquetes em posições mais favoráveis
[9M. SN. 901 Na mesma sessão. os braquetes anteriores foram recolados nas posições ideais e as angulações e rotações puderam ser
corrigidas. Devido ao reposicionamento dos braquetes. foi inserido um fio N1t1 018" no arco inferior
[SP - 95] Depois de mais 4 meses. íá com os arcos retangulares superior e inferior Na foto 9P. nota-se o trespasse horizontal presente.
após ter sido incorporado torque nos dentes anterossuperiores. Nas fotos laterais e Frontal. o 1níc10 da terapia com elásticos de Classe li
dispostos bilateralmente. com apoios nos ganchos superiores entre laterais e caninos e nos segundos molares inferiores O tempo da Fase
ativa fo 1de 7 meses. um pouco mais longo do que a média, pois o paciente relatou colabo ração total somente após o terceiro mês. A Fase
de contenção durou mais 5 meses
[9T. SU. 9VJ Fotos laterais e Frontal finais. Note a relação de Classe I at1ng1da bilateralmente e a sobremord1da totalmente corrigida
[SW. 9XJ Radiografias panorâmicas finais em que se observa integridade de todas as raízes e estruturas ósseas
EII _ _ _ _..,
[llA. 118. llCJ Fotos in1c1a1s laterais e Frontal que demonstram a má oclusão de Classe li completa. d1v1sào 1, bilateral. Note t ambém a
atres1a do arco superior. com componente de inclina ção lingual dos dentes posteriores bastante v1síve1s e sem apresentar mordida cruzada .
A correção transversal Foi realizada somente com a abertura dos fios ortodônt1cos.
[llG. llHJ Fase final de nivelamento. com fios retangulares 019 x 025" Nesse momento, Foi incorporado torque nos incisivos superiores.
para melhorar o trespasse horizontal e perm1t1r a correção anteropostenor com elásticos
(llK. lll. llMJ Fotos laterais e frontal após 4 meses de uso 1ntens1vo de elástico de Classe li. Note que a relação anteroposterior Já se
apresentava corrigida. com molares e caninos em Classe I Nesse momento o tempo de uso Foi d1m1nuído para 16 horas e. no mês seguinte.
para 12 horas
(llN. 1101 Confirmada a estabilidade da correção sag1tal. partiu -se para a Fase de refinamento oclusal Como os segundos molares não
haviam sido incorporados na mecânica. e esse caso exemplifica perfeitamente os efeitos colaterais dessa negligência. os segundos molares
superiores apresentavam - se extruídos em relação aos primeiros. sendo que no arco inferior ocorreu o contrário. demonstrando perfeita-
mente a inclinação que o plano oclusal sofre durante a terapia ortodônt1ca com elásticos e a 1mportânc1a de se inserirem o quanto antes
os segundos molares (inferiores) na mecânica Nas Fotos. nota-se a bandagem dos segundos molares superiores e um fio retangular termo
ativado para promover o nivelamento Observe um gancho na mes1al dos primeiros pré-molares superiores. que foi utilizado para ancorar os
elásticos de Classe li de vetores curtos para uso noturno (setas) O ob1et1vo desse elástico cu rto é continuar com a contenção do movimen-
to e. ao mesmo tempo, 1r corrigindo dentes mal pos1c1onados Utiliza-se ele curto e mais para posterior porque o fio superior era maleável
e. utilizando-se com apoio mais anterior. poderia causar a extrusão dos dentes anterossuperiores
[llP. llQJ Fotos oclusais superior e inferior Note os espaços que se abriram entre os primei ros e segundos molares inferiores. devido à
mesializaçào dos dentes inferiores e pelo segundo molar ter ficado isolado na mecânica (setas).
[llR. 115. llTJ Fotos oclusal e laterais após 3 meses de mecânica Note que os segundos molares superiores e inferiores Já se encontram
nivelados e os espaços estão sendo Fechados com elástico corrente. Nessa fase, permanecia o uso de elástico de Classe li curto. por um
período de 8 horas.
138 · 139
[llW. llX , 11Yl Fotos laterais e frontal finais Note a boa relação anteropostenor atingida e o alargamento dos arcos. conseguido por
meio da abertura dos fios ortodônticos Os dentes 11 e 22 Foram tracionados. pois apesentavam invasão de distância b1ológ1ca.
[12A, 128, 12C] Fotos laterais e Frontal de controle de 18 meses. Os dentes anteriores Já estão com novas coroas definit ivas.
[120, 12E. 12FJ Fotos oclusa1s superior e inferior Na Foto 12. a relação de guia anterior. que dá estabilidade no trespasse vertical anterior
[12G, 12HJ Radiografias panorâmicas 1n1c1al e final. em que se observa integridade de todas as ra ízes e estruturas ósseas
DI
[12K. 12LJ Fotos de perfil 1nic1al e final, com melhora na relação dos lábios e dim1nu1çào do sulco mentolab1al
CASO 6 Retratamento de paciente adulta, 32 anos, apresentando Classe li, divisão 1, com maior gravidade do lado esquerdo.
Algumas características o diferenciam dos casos que o antecedem como: sinais de reabsorção nos incisivos centrais
superiores e recessões gengivais no arco superior. A queixa principal eram os espaços entre os incisivos inferiores, devido
ao diastema presente e triângulos negros, pela deficiência de papila. O diferencial desse caso é o método utilizado para
providenciar o trespasse horizontal necessário para a correção.
[13A. 138, 13CJ Fotos 1nicia1s laterais e frontal apresentando Classe li, divisão I Do lado direito. a discrepância era de somente lmm,
sendo a maior gravidade do lado esquerdo. Observe os espaços entre os incisivos inferiores, que era a queixa principal e a presença de
recessões geng1va1s no arco superior, com maior gravidade do primeiro molar superior esq uerdo.
(130, 13E. 13F] Fotos laterais e frontal no início da terapia com elástico de Classe li Havia um trespasse horizont al, porém . era pequeno
para a correção total.
[13G. 13H. 131) Após drns meses de uso. a relação ainda não estava corrigida, e 1á não havia trespasse horizontal para continuar Devido à
pequenas reabsorções ap1ca1s nos incisivos e presença de triângulos negros inferiores. em vez de promover torque nos 1nc1s1vos superiores.
optou-se pelo desgaste 1nterprox1mal inferior
[15A. 158. 15C] Esse caso demonstra a aplicabilidade do uso de elástico de Classe li com fios redondos A indicação é quando o t respasse ho-
rizontal é muito grande para a discrepância sag1tal presente As Fotos laterais demonstram uma relação de Classe li bem sutil do lado direito Na
vista anterior (C). percebe-se um trespasse horizontal muito grande Nesses casos. a inclinação lingual dos superiores e vestibular dos inferiores
é benéfica. pois corrigem os dois problemas ao mesmo tempo.
[150 , 15 E. 15F] Elásticos de Classe li em ação nos fios redondos. (F) Trespasse horizontal após 2 meses de elástico
[15G, 15H. 151] Fotos finais do caso com relação anteropostenor e trespasse horizontal corretos.
CASO 8 Fio retangular + fio redondo.
[16A. 168) Esse caso se assemelha ao anterior. porém. o trespasse horizontal não era tão grande em relação à discrepância sagital Por isso.
optou-se por trabalhar com um Fio redondo e outro retangular Para escolher entre eles. deve- se observar quais dentes permitem maior inclina-
ção, ,nFenor para vestibular ou o superior para lingual e decidir pelo Fio redondo no arco escolhido As fotos laterais mostram o elástico em ação
com Fio retangular superior e redondo inferior
[17A, 178, 17CJFotos iniciais laterais e Frontal. apresentando Classe li, d1v1são 1, subdivisão esquerda e ausência do primeiro molar inFenor esquerdo
[170, 17E. 17F] Após o nivelamento. com o espaço edêntulo preparado e o segundo molar inFerior esquerdo vert icalizado, inicia-se o uso
de elásticos de Classe li, sendo que. no espaço edêntulo. uma mola de secção Fechada mantém o espaço preparado e d1ss1pa a Força para o
dente à frente.
[17G, 17H. 171] Fotos laterais e frontal finais Note o resultado oclusal at1ng1do. o espaço edêntulo intacto e os dentes adjacentes vert icalizados
ELÁSTICOS DE CLASSE Ili
[Desenho 21 - Os elásticos de Classe Ili têm como características os vetores anteroposteriores (setas verdes). utilizando - se como ponto de
apoio anterior o arco inferior e o apoio posterior se localiza no arco superior. Essa configuração produz movimentos desejados de retrusão
inferior e protrusão superior. com os efeitos colat erais de inclinação lingual nos incisivos inferiores e inclinação vestibular dos incisivos supe-
riores. Ao contrário da Classe li. na Classe Ili. muitas vezes esses efeitos colaterais são desejáveis. devido à urgência de correção da mordida
de topo ou cruzada anterior. No entanto. quando se consegue um movimento verdadeiro dos blocos posteriores superior e inferior. e uma
relação de Classe I nos molares é atingida. essas inclinações devem ser corrigidas para que não haja um trespasse horizontal posit ivo. que.
no paciente em crescimento. pode ser vantajoso ( casos 11 e 12). devido ao crescimento residual ainda presente. No sentido vert ical. há uma
tendência de extrusão dos dentes anteroinferiores e posteriores superiores (setas amarelas).
Intervenção precoce
A intervenção precoce do elástico de Classe Ili acontece assim que se têm alguns den-
tes com aparelho fixo no arco, podendo ser em fios redondo de nitinol ou aço. A impor-
tância da intervenção precoce é ajustar a relação molar e o trespasse horizontal positivo
logo no início do tratamento, permitindo a melhora estética e também a visualização de
encaixe na posição correta dos molares e todos os outros dentes. Nessas situações,
deve-se evitar usar o apoio do elástico inferior na região dos caninos pois, durante essa
fase, está ocorrendo também o nivelamento da curva de Spee (Capítulo 1) e, como a
tendência do elástico de Classe Ili é extruir os dentes anteroinferiores, a resposta seria
ao contrário da reversão da curva de Spee que estaria sendo utilizada e que promove a
intrusão desses mesmos dentes.
CASO 10 Paciente do gênero masculino, aos 9 anos de idade, apresentando má oclusão de Classe Ili e deficiência de espaço
superior e inferior.
[18A. 188, 18CJ Fotos 1ntc1a1s laterais e Frontal apresentando má oclusão de Classe Ili na dentadura mista, com deficiência de espaço nos arcos
superior e inferior
[180, 18E, 18F) Vista oclusal dos arcos superior e inferior. em que é evidente a defic1ênc1a de espaços. (F) Fase inicial de t ratamento. com ex-
pansor Hyrax superior
[181. 18). 18K] Fotos laterais e Frontal no 1níc10 do tratamento com aparelhos fixos Os primeiros pré- molares superiores e inferiores Já haviam
sido extraído. No arco superior o canino esquerdo já havia irrupc1onado e. do lado direito. uma mola de secção aberta fo i colocada entre o segun-
do pré - molar e o 1nc1sivo lateral. para dar espaço para o canino O fio superior era de aço. calibre 016" e sobreposto a ele havia um arco 045"
cavalgado para manter a dimensão transversal do arco Como a relação era de Classe Ili. note que. mesmo com poucos dent es no aparelho
inferior. um elástico de Classe Ili 1/8", com vetor curto, foi colocado bilateralmente para acelerar a co rreção molar e promover a mes1alização do
arco superior. permitindo. mais a Frente. o nivelamento da curva de Spee inferior. sem o cruzamento dos dent es anteriores.
[180, 18P, 18QJ Fotos intermediárias, no momento em que o arco contínuo Foi instalado no arco inFerior Esse arco apresentava uma confor-
mação de curva reversa e. nesse momento. Foram utilizados elásticos de Classe Ili d1uturnament e. com apoio anterior localizado nos pré-molares
1nFenores (setas), para não extruír os caninos. dificultando a correção da curva de Spee e com intenção de extru1r os pré-molares. que com-
preendem a porção mais 1nFerior da curva. Portanto. o elástico é muito bem-vindo nessa Fase, aliando seus eFeítos esperados com os colaterais.
permitindo a correção da curva sem cruzar os anteriores.
(18R. 185. 18TJ Com o arco 1nFenor 1á planificado, o apoio anterior do elástico de Classe Ili foi transFerido para a mesial dos caninos. para maior
eficácia anteroposterior Os fios eram redondos .018" superior e 1nFerior O elásticos eram 3/16"
[18U. 18V. 18WJTratamento próximo de sua conclusão. com elásticos "quadrados" com vetores de Classe Ili, para intercusp1dar, ao mesmo
tempo em que gera uma contenção ativa para o movimento anteropostenor realizado Não há a fot o de conclusão do caso
CASO 11 Paciente do gênero masculino, aos 12 anos de idade, apresentando má oclusão de Classe Ili , com mordida de topo
anterior e discreta mordida aberta lateral.
[19A. 198, 19CJ Fotos 1n1c1a1s laterais e Frontal apresentando má oclusão de Classe Ili. com mordida de topo anterior e discret a mordida aberta
lateral esquerda.
[190. 19E. 19FJ Fase de nivelamento. no segundo mês de tratamento. Fios .016" N1t i superior e .010" niti inferior Enquanto existem rotações
presentes, não são utilizados os elásticos.
[19 G. 19H. 191] No quarto mês de tratamento. com fios de aço .018" inferior e superior. 1n1c1a-se a utilização de elásticos de Classe Ili 3/16".
com vetores curtos. para não atrapalhar a correção da curva de Spee e na região mais anterior. entre os caninos. são utilizados elásticos verticais
com componente de Classe Ili 1/8''. para Fechar a mordida lateral ao mesmo tempo que auxilia na correção anteroposterior
[19M , 19N , 190] Na mesma sessão (quinto mês). foi trocado o fio inferior por um calibre 020" de aço e a configuração dos elásticos de Classe
Ili se modificou. est ando agora apoiados anteriormente nos caninos. pois. com o fio mais rígido e com o arco inferior 1á planificado. a extrusão
do segmento inferior é reduzida Foi instruído continuar com o uso 24 horas
[19T. 19U. 19VJ Observe também os diastemas gerados nas distais dos laterais. Fruto da ação do elástico de Classe Ili utilizado diretamente no
braquete. em vez de apoiar no Ro Na Foto 19V. nota-se o aumento do trespasse horizontal para ser comparado à Foto 19P
[19W. 19X. 19YJ Mecânica 1nst1tuída na sexta consulta Os Ros 020 superior e inferior Foram mantidos. um elástico corrente foi colocado no
arco inferior para Fechar os diastemas e fo1 orientado para utilizar os elásticos de Classe Ili somente por 12 horas.
[208, 20C. 200) Oitava consulta. Fio .018" infenor e elásticos bilaterais somente para dormir Trespasse horizontal compatível com a relação
anteroposterior
[21A. 218. 21CJ Fotos iniciais frontal e laterais de má oclusão de Classe Ili bilateral e mordida de topo anterior e posterior, no Final da dentadura
mista. O plano de tratamento consistiu de expansão rápida da maxila, seguido de alinhamento e nivelamento até os Fios de aço .020" redondos
e utilização de elásticos de Classe Ili diuturnamente.
[210, 21E. 21FJ (D ) Foto Frontal no período de contenção da expansão rápida da maxila e início do nivelamento inferior {E, F) Fotos laterais na
Fase de uso dos elásticos de Classe 111, 5/16" o dia todo. Os Fios superior e inferior são redondos de aço de calibre .020" Não Foram utilizados
arcos retangulares nesse caso. A intenção, nos casos de tratamento de pacientes com má oclusão de Classe Ili. em crescimento. é Finalizar com
um pouco de sobrecorreção, dando espaço para a acomodação da relação até o Final da puberdade
[21G , 21H , 211) Fotos Finais Frontal e laterais Note a relação de Classe li do lado direito e mais discreta do lado esquerdo. O pa ciente
estava com 14,5 anos.
[21J. 2 1K, 2 1LJ Fotos de controle após três anos do término do tratamento Observe o aiuste da relação dentária. que se apresenta, agora, em
Classe I bilateral
CASO 13 Paciente adulta. gênero feminino, aos 32 anos de idade. Já havia realizado tratamento ortodôntico no passado, quan-
do foram extraídos quatro pré-molares, e apresentava queixa de estética insatisfatória no sorriso, pelo arco estreito e
pelo mau posicionamento dos pré-molares superiores.
[22A- 22Dl Fotos laterais 1n1c1a1s intrabuca1s e dos modelos que apresentam má oclusão de Classe Ili, mordida anterior de topo. Falta de contato
oclusal de caninos. pré- molares e primeiros molares e curva de Spee profunda no arco inferior
[22E. 22Fl Foto 1nic1al Frontal em que se nota a atres1a do arco superior, mais acentuada na região dos pré- molares O tratamento 1nd1cado Foi
realizar uma expansão dentoalveolar rápida da max1la 1112 seguida de nivelamento de ambos os arcos e elásticos sag1ta1s e verticais Na Foto F.
vista oclusal do aparelho Haas após algumas ativações
[22G , 22H, 2211 Durante o período de contenção superior (três meses), o aparelho 1nFenor Foi montado e 1n1c1ou-se o processo de alinha-
mento e nivelamento
[22M, 22N, 220) Ainda com fios de Nlti sendo utilizados. iniciou-se o uso de elásticos do lado d1re1to, que apresentava a mordida mais aberta lateral-
mente e o arco inferior mais inclinado. Nesse momento, Foi usado um elást ico 3/16" quadrado. envolvendo os pré-molares e caninos, gerando vetores
verticais e de Classe Ili Do lado esquerdo o elástico Foi adiado devido ao canino superior estar ainda em processo de correção de sua angulação.
[22P, 22Q, 22RJApós a planificação da curva de Spee e já com fios de aço superior 016" e inferior 020", iniciou-se o uso de elásticos de Classe
Ili curto (1/8"). pois os molares superiores ainda não estavam totalmente vert icalizados e. colocando - se o apoio posterior nesses dentes. difi -
cultaria a sua correção, pois os vetores são opostos.
(2 25 . 2 2T. 22UJ Dois meses depois. o lado d1re1to Já estava em Classe I e ambos os arcos eram 020" Utilizou-se um elástico triangular do lado
d1re1to (3/16") para Fechar a mordida e do lado esquerdo. onde a relação ainda necessitava ser corrigida, o elástico de Classe Ili com apoio no
segundo molar superior, para aumentar a eficácia horizontal
[22V. 22W. 2XJ Após corrigidas as relações sagita1s. Foram realizadas pequenas mudanças dentárias 1ndividua1s e a 1ntercusp1daçào dentária
[22Y. 222. 23AJ Fotos Frontal e laterais finais que demonstram o ótimo relacionamento oclusal atingido.
[238. 23CJ Radiografias panorâmicas 1n1c1al e final que denotam a preservação da anatomia red1cular e penodontal
llill
[23H. 231. 23JJNas Fotos de controle de 3.4 anos. percebe-se a estabilidade do resultado obtido e a integridade do periodonto.
Nos casos acima, foram mostradas algumas possibilidades de uso de elásticos inter-
maxilares sagitais para a correção de relacionamentos de Classe li e Ili e nota-se que
os efeitos são eficientes e previsíveis, possibilitando a correção sagital dos dentes, em
tempo razoável e sem prejuízos à integridade das raízes ou ao periodonto. A outra forma
de se utilizarem, eficientemente, esses elásticos é no controle de ancoragem nos casos
de extrações. Um fato importante a ser considerado, sempre que se realiza fechamento
de espaços, é que a maxila apresenta densidade óssea menor que a mandíbula, sen-
do que, na maxila, a maior densidade se dá na região de caninos e a menor na região
da tuberosidade enquanto que na mandíbula a maior densidade está na região mais
posterior13 , ou seja, na maxila se perde mais ancoragem que na mandíbula. Durante o
fechamento de espaços, deve-se manter o foco nas relações desejadas de molares e
caninos e, em determinadas situações, devido ao posicionamento prévio dos dentes
ou à diferença de movimentação entre as bases ósseas, pode acontecer de as rela-
ções piorarem, determinando um tempo de tratamento maior após o fechamento de
espaços, para corrigir as relações sagitais. Isso pode ser evitado utilizando-se, ~
Elásticos de Classe li durante o tratamento de má oclusão de Classe I com extrações de quatro pré- molares
[AI O primeiro desenho demonstra o início da fase de retração anterior em uma má oclusão de Classe I com extrações de quatro pré-molares.
Note que. nesse moment o. tant o os caninos como os molares estão em relação de Classe 1. 8 ) Ao se inicia r a retração em um caso onde o
objetivo é a perda de ancoragem superior e inferior. ou seja. nenhum dispositivo de ancoragem está em uso. há uma tend ência de movimento
maior dos destes posteriores da maxila, devido à diferença na densidade óssea entre as duas bases. Dessa maneira. enquanto os espaços vão
sendo fechados. os dentes posteriores começam a sair do relacionamento ideal e entrar em Classe li. Se nenhuma modificação for imposta na
mecânica. ao término do fechamento todos os dentes apresentarão algum grau de Classe li. C) Ao perceber essa tendência, os elásticos de
Classe li podem ser incorporados durante o fechamento. no intuito de promover a perda de ancoragem inferior e equiparar os movimentos nos
dois arcos. permitindo o fechamento em Classe 1. Se os espaços superiores ainda são grandes (maiores que 1/2 pré-molar). os elásticos podem ser
utilizados entre os segundos pré-molares superiores e os segundos molares inferiores (linha azul). Esse recurso é utilizado para se evitar extrusão
dos dentes anteriores superiores. uma vez que um grande espaço presente promove a fragilidade do arco. Se os espaços já estão pequenos. os
elásticos podem ser usados em toda a extensão do arco. dos ganchos na região anterior superior até os segundos mola res.
~ - ' . : : . c ~ ~--
-4-_;~ -
[D) Fechando- se os espaços e utilizando- se concomitantemente os elásticos de Classe li, prom ove-se uma m aior perda de ancoragem inferior
e é facilitado o alcance do relacionamento ideal ao término dos fechamentos dos espaços (E). permitin do cam inhar para a fase seguin te do
tratamento (Caso 14).
162 · 163
Elásticos de Classe li durante o tratamento de má oclusão de Classe li com extrações de dois pré-molares
[A] O desenho representa o início da Fase de retração anterior em uma má oclusão de Classe li completa . com extrações de dois pré-molares su-
periores Descartando-se a ancoragem esquelética. que permite o controle total da ancoragem. ao se iniciar a retração em uma situação como
essa, o mínimo de perda de ancoragem pode comprometer o resultado final e isso é muito comum de acontecer, necessitando mecânicas de
Classe li após o Fechamento dos espaços. B) No caso de ocorrer a perda de ancoragem. a utilização de elásticos de Classe li permite o controle
da ancoragem e até a correção da relação perdida se usado de maneira eficiente. C) Os pontos de apoio da ancoragem no arco superior seguem
o raciocínio descrito anteriormente e os elásticos devem ser usados por um mínimo de 16 horas ao dia.
[D] Além de promover a ancoragem superior, promove a mesialização do arco inferior. que permite ajustar a relação que porventura tenha
sido perdida mesmo durante o Fechamento dos espaços, permitindo. desse modo. finalizar a retração com um ótimo relacionamento an-
teroposterior (E) (Caso 15).
Elásticos de Classe li durante o tratamento de má oclusão de Classe Ili com extrações de dois pré-molares inferiores.
[AI Má oclusão de Classe Ili com extrações de dois pré-molares inferiores. no início da Fase de re t ração. Note que a relaçã o permi te uma
ancoragem recíproca. com algum deslocamento dos destes posteriores inFeriores. B) Durante a retração. os den t es anteriores aprese ntaram
movimentação maior e já se encontram em chave de oclusão. enquanto os dentes posterio res necessitam ainda um movimento mesia\. A
continuidade da retração sem nenhuma ação diferenciada. provocará mais movimento do segme nto an t erior inferior. levando- os pa ra uma
relação de Classe li. C) Para corrigir e evitar o problema, os elásticos de Classe li são incorporados à mecânica, durante a retração. para For-
çar a perda de ancoragem inferior.
[D) Dessa Forma. antecipa-se o relacionamento inadequado. Fechando os espaços ao mesmo tem po que pro move a mesializaçào do arco inFerior,
contrapondo - se as Forças e permitindo a finalização desejada (E) (Caso 16, lado esquerdo).
[A) Essa situação é semelhan te ao t rat amento descrito para a Classe li completa. porém ao contrário. A relação inicial não permit e nenhuma
perda de ancoragem inferior. porém 8) ao realizar a retração anterior sem controle nenhum da ancoragem, os dentes posteriores se deslocam
para mesial e fatalmente comprometerão a relação final. A intervenção com os elásticos pode ser logo no início, antes do problema aparecer
(pois isso é previsível) ou no momento que se depara com a situação. C) Os elásticos de Classe Ili devem ser ancorados nos pré-molares infe-
riores. para se evitar a extrusão dos dent es anteroinferiores. e usados diuturnamente.
!D) Com a eficácia dos elásticos. os dentes inferiores diminuem a perda de ancoragem, ao mesmo tempo que há uma mesialização dos dentes
superiores. promovendo o ajuste da relação ao final do fechamento dos espaços (E) (Caso 16. lado direito).
Elásticos de Classe Ili durante o tratamento de má oclusão de Classe I ou li com extrações
de dois pré-molares superiores
Em determinadas situações pode haver a necessidade de perda de ancoragem superior devido à extrações mal planejadas. casos de agenesias
ou por movimentos diferenciais entre os segmentos anterior e posterior. A) Nesse exemplo. uma relação discre t a de Classe li apresenta-se com
a ausência dos primeiros pré-molares e os caninos já estão bem próximos da relação de Classe 1. B) A retração anterior simples. certamente
provocará uma maior retração do segmento anterior podendo levar a relação dos caninos para Classe Ili e à mordida de topo ou cruzada. C) Para
corrigir e antecipar o problema. os elásticos de Classe Ili são incorporados à mecânica (o ponto de apoio anterior pode ser na mesial do canino.
pois não há extrações inferiores) e utilizados durante a retração.
[D] Dessa forma uma discreta distalização do arco inferior é promovida. jun tamente com a perda de ancoragem superior. E) permitindo o fecha-
mento dos espaços ao mesmo tempo em que se corrige a relação anteroposterior (Caso 17).
CASO 14 Caso de Classe I com quatro extrações - Paciente do gênero feminino, 32 anos e apresentando biprotrusão. O pla-
nejamento consistia nas extrações de quatro pré-molares e retração com perda de ancoragem superior e inferior. Esse
caso é bastante típico e exemplifica bem a utilização dos elásticos como ancoragem. Pelo fato de os dentes posteriores
na maxila perderem ancoragem mais facilmente que na mandíbula, ao soltar a ancoragem em ambos os arcos durante
a retração, há uma tendência de os molares irem se aproximando de uma relação de Classe li, pois o superior mesia-
liza mais que o inferior. Dessa forma, para balancear a ancoragem, pode-se lançar mão da barra palatina superior (Fig.
24G) e também utilizar os elásticos de Classe li durante a retração, para manter a relação, que era boa. Agravando um
pouco mais esse equilíbrio, tem-se o fato de haver sido extraído o primeiro molar inferior esquerdo em vez do pré-molar
(requisitado pela paciente devido à necessidade de tratamento de canal do mesmo) . Sendo assim, como a retração
inferior é maior que a superior, é natural que, se a ancoragem for igual nos arcos superior e inferior, a relação ao final
será de Classe li. Portanto , os elásticos têm a função de manter o que está bom, por isso é usado durante a retração.
Caso contrário, ao finalizar o fechamento dos espaços, a relação teria de ser corrigida com mecânica de Classe li, ou
seja, os elásticos como ancoragem antecipam os efeitos colaterais e os corrigem antes que eles apareçam.
[24A. 248, 24CJ Fot os lat erais e Frontal 1nic1a1s, que demostram a má oclusão de Classe I
[240, 24E. 24FJ Fotos laterais e Frontal no início da Fase de retração, com arcos ret angulares de calibre 019x.02S" Note que a relação era de
Classe I nos caninos e molares
[24GJ Barra palatina utilizada durante a retração no arco superior. pa ra balancear a diferente
perda de ancoragem entre os dois arcos
[24H. 241] Fase intermediária da retração.Note que o fechamento dos espaços superiores está mais avançado (espaço de extração menor).
Como os espaços inferiores estavam maiores. optou-se por continuar a retração, utilizando -se elásticos de Classe li d1uturnamente. para ante-
cipar a correção do problema que iria aparecer (Classe li) e para Forçar a perda de ancoragem inferior Essas Fotos mostram ainda outros detalhes
importantes da mecânica. Devido à mordida estar praticamente de topo. a retração superior foi. temporariamente. interrompida. para não cruzar
na região anterior Assim que um trespasse horizontal positivo se fez presente. a retração superior recomeçou. Os elásticos de Classe li est ão
apoiados nos ganchos nas mes1a1s dos caninos, no entanto. essa prática deve levar em consideração outros Fatores. Se o espaço da extração
ainda é muito grande. é melhor colocar o apoio anterior no segundo pré-molar superior (Caso 15) pois, ao colocá-lo mais anteriormente. há
uma tendência maior de extruir os incisivos. devido à Fragilidade do arco naquela região. Mas o raciocínio inverso também pode ser aplicado: se
o pacient e não apresenta boa exposição dos incisivos no sorriso. o elástico mais anterior pode lhe ser Favorável.
[24J. 24KJ Fotos laterais ao final da retração Os elásticos de Classe li foram utilizados até a conclusão total dos fechament os.
CASO 15 Caso de Classe li com extrações de dois pré-molares superiores - Paciente adulto, 32 anos, apresentando má
oclusão de Classe li completa bilateral. O plano de tratamento consistiu na extração de dois primeiros pré-molares
superiores e retração com ancoragem máxima.
[25A, 258, 25CJ Fotos 1nic1ais laterais e Frontal em que se nota a má oclusão de Classe li complet a. divisão 1. bilat eral
(250. 25EJ Fotos laterais tomadas durante o início da retração anterior. com fio 0 .19 x 0.25·· A ancoragem. nesse momento, se dava por uma
barra palatina e os elásticos ainda não estavam em uso. pois o fio inferior ainda era redondo.
[25F, 25GJ Dois meses após, com arco retangular inferior instalado, iniciou -se a utilização de elásticos de Classe li 1/8", concomitantemente à
retração, diuturnamente, ancorados nos segundos pré-molares superiores e nos segundos molares inferiores. Essa ancoragem foi mantida até
o fechamento total dos espaços. Obs.: Atualmente , essa mecânica seria substiuída pela ancoragem esquelética, utilizando-se dois mini-
-implantes superiores.
[25H . 251. 25J] Relação final atingida. com um ótimo relacionamento anteropostenor de caninos em Classe I e molares em Classe li
CASO 16 Caso de Classe Ili com extrações de dois pré-molares inferiores - Paciente de 24 anos, gênero masculino, apre-
sentando relação molar de Classe Ili, com maior gravidade do lado d ireito, maxila atrésica e agenesia dos laterais. O
plano de tratamento consistiu de expansão dentoalveolar da maxila e extrações de dois pré-molares inferiores. O elástico
de Classe li foi necessário para forçar a perda de ancoragem do lado inferior esquerdo (Fig . 26G), em que a discrepância
de Classe Ili era pequena e o movimento dos dentes posteriores deveria ser maior que dos anteriores. Do lado direito,
onde a relação de Classe Ili era completa, foi necessário o uso de elástico de Classe Ili durante a retração, para corrigir a
perda de ancoragem ocorrida (Fig. 25F). Outra opção para esse caso seria a extração somente do lado direito e corrigir
a relação esquerda com elástico de Classe Ili.
[260, 26EJ Fotos laterais durante a Fase de contenção da expansão maxilar e início de mecânica 1nFerior. realizando a retração 1nic1al do canino
da lado esquerdo
[26F, 26GJ Fotos laterais durante a Fase de retração anterior mFenor No arco superior, o preparo dos espaços dos laterais havia sido conduzido
com mola de secção aberta. e no momento. estavam estabilizados com motas de secção Fechada e fio 020" Note que há duas situações com-
pletamente opostas nas relações sag1ta1s do lado d1re1to. o espaço remanescente não é suficiente para colocar os caninos em Classe I e do lado
esquerdo, o canino Já se encontra em Classe li e ainda Falta espaço para ser Fechado. ou se1a. se a mecânica continuasse simplesmente com os
Fechamentos dos espaços. a relação final sena de Classe Ili do lado d1re1to e Classe li do lado esquerdo Para evitar esse resultado e antecipar a
correção do problema. Foi ut1hzado, durante o final da retração. elástico de Classe Ili do lado d1re1to e Classe li do lado esquerdo. 20 horas ao dia
Os fios ut1l1zados para essa mecânica Foram retangulares 019 x .025, em ambos os arcos A Fase dos elást icos não Foi Fotografada
[26H. 261) Relação oclusal oito meses depois. com os espaços Fechados e os caninos bem posicionados.
[26J, 26K. 26LJ Fotos finais que demonstram o bom relacionamento oclusal atingido.
CASO 17 Paciente adulta, 22 anos, gênero feminino, apresentando discreta Classe li, com indicação de extração do canino
superior direito devido à anquilose. Para realizar uma mecânica simétrica, o segundo pré-molar superior esquerdo
também foi extraído. Note que, sendo a relaçâo anteroposterior menor que 1h pré-molar, ao se extrair um dente,
significa que o segmento posterior deverá apresentar uma movimentação maior que o segmento anterior, ou seja,
deve haver grande perda de ancoragem superior. Por esse motivo. durante o fechamento dos espaços superiores,
foi recomendada a utilização de elásticos de Classe Ili diuturnamente (aproximadamente, 20 horas ao dia). Trata-se
de um retratamento, pois a paciente já havia se submet ido a um tratamento prolongado, de sete anos.
27CJ Fotos frontal e laterais 1nicia1s. apresentando discreta Classe li, com indicação de extração do canino superior d1re1to Se não
houvesse a 1nd1cação de extração do canino. o caso não sena tratado com extrações.
[270 , 27EJ (D) Vista oclusal. em que se observa a posição palatina do canino superior direito Havia um acréscimo de resina na superfície ves-
tibular, para "melhorar" a estética da paciente (E) Radiografia panorâmica 1nic1al Note o deslocamento radicular do canino
[27F. 27G, 27HJ Fotos intermediárias no início da retração anterior Note que os 1nc1s1vos Já se encontram de topo. não perm1t1ndo mais retra-
ção Do lado d1re1to. o primeiro pré-molar deveria mes1al1zar até a posição de canino em Classe I e. do lado esquerdo. o molar deveria mesializar
para um pos1c1onamento de Classe li. O arco superior é retangular 019 x 025. e no 1nFerior, fio redondo de aço 020·: pois os 1ncis1vos infenores
apresentavam grande 1nc1naçào vestibular. sendo 1nd1cado o eFe1to colateral de lingualização, promovido pelos elásticos de Classe Ili Os elásticos
eram de calibre 5/16" para uso diuturno (20 horas). para promover a perda de ancoragem supenor bilateralmente.
(271 , 27JJ Após 5 meses de mecânica. com a relação mais Favorável. Os elásticos permaneciam com uso const ante e. do lado direito. fo1acres-
centado um elástico 1/8" com vetor mais vertical, para Fechar a mordida.
[27K. 27L. 27MJ Na fase final de Fechamento dos espaços. o fio supenor foi trocado pelo .020" de aço redondo. para haver maior inclinação
vestibular superior e corrigir o relacionamento anterior. que estava de topo
17 4 - 17 5
[27N, 270, 27PJ Fotos frontal e laterais finais, com bom relacionamento bilateral. Os molares finaliza ram em Classe li e, do lado direito, o pri-
meiro pré-molar superior subst1tu1u o canino.
a) Evitar usar o apoio anterior na região dos incisivos. Optar por apoiar na distal do
canino ou mesmo nos pré-molares. [Desenho 31
a) Enquanto a curva de Spee inferior não estiver planificada, evitar apoiar os elásti-
cos de Classe Ili na região dos caninos. Opte pelo apoio anterior na região dos
[Desenho 4 1
pré-molares.
b} Trabalhar sempre com a curva de Spee reversa no arco inferior (Desenho 4),
para contrabalançar o efeito extrusivo dos elásticos de Classe Ili.
2. Angle EH. Treatment of mak>cctusiOn of the teeth. 7th ed . Philac:Jelpha (PA): S.S. White: 1907.
3. AnOrews LF. Toe SÍJ< keys 10 normal occiusion. Am J Orthod. 1972 Sep:62(3):296-309
4. Okeson J. Terapta Ortodôntica em Pacientes com Otsh..1nção Têrnporo-mand1bular. ln: Graber TM, Vanarsdall Jr, Robert L. Ortodontia: principros e
1écrncas atuais, editores. AIO de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 258-68.
5. R,nchuse OJ, Kandasamy S. Myths oi onhodon1,c gnathology. Am J Orthod Oeo1ofaaal Orthop 2009 Sep; 136(3):322-30.
6. Okeson J. Setective Gl'indu'lg, ,n Management of Temporomand,bular 01sorders and OccluS10n. SI Louis (MO): Mosby Year Book: 1993. p, 547-567.
7. Sangcharearn Y, Ho C. Effect of Incisor Angulation on O\ter1et and Overbite 1n Class li Camouflage Treatment A typodom study. Angle Onhod. 2007
Nov;77(6):1011 ·8.
8. Sangchatearn Y. Ho C. Maxinary incisor angulatlOn and its effect on molar re1ati0nships. Angie Orthod. 2007 77.22 1·5.
9. G•anelty AA, Bidimensional technique 1heory and practice. New York (NY): GAC lnternational; 2001
10. Janson M. Tratamento ortoctõnbco em pacientes com problemas penodonta1s. in onoctoniia em adultos e t ratamemo interdlSCtpllnar. Manngá (PR):
Dental Press; 2010. p. 326-29.
11 . Handefman CS. Nonsur9tea1rap1d rnaxdtary alveolar expans.on in adults: a ct1rncal evaluatK>n . .Angle Onhodontist. t997 67;291--,305.
12. Handelman CS, Wang L, BeGc»e EA, Haas AJ. Nonsurgical Rapid Maxillary ExpanSKMl 1n Adutts: RePort on 47 Cases Using the Haas Expande<.
Angle OrthOd. 2000Apr;70(2): 129-44.
13. Park HS, Lee YJ, Jeong SH. Kwon TG. Density of lhe alveolar and basal bones of the maxilla and lhe mand1b!e. Am J Orthod Dentofacia1Orthop.
2008 133:30-7.
Elásticos Verticais - Mordidas abertas e inclinações no plano da maxila
Nos Capítulos 3 e 4, foram discutidas as relações transversais e sagitais dos arcos dentá-
rios e as possiblidades de correções com elásticos. Neste capítulo, a terceira dimensão,
o aspecto vertical, será desenvolvida. Considera-se a relação vertical quando o objetivo
é o contato dentário, nos dentes posteriores, e o trespasse vertical adequado entre os
incisivos e o estabelecimento das guias funcionais na região anterior. Os elásticos inter-
maxilares constituem o recurso mais importante e eficaz no intuito de promover o contato
dentário. Embora, hoje, a ancoragem esquelética permita solucionar alguns problemas.
principalmente em pacientes não colaboradores, os elásticos permanecem sendo um
recurso simples, rápido e de baixo custo para a resolução da maioria dos problemas
verticais, não querendo dizer, com isso, que problemas graves no sentido vertical, que
tenham componentes esqueléticos, possam ser facilmente tratados e sejam estáveis. Os
tratamentos verticais serão abordados de duas formas: anteriores e posteriores. Embo-
ra na intercuspidação os elásticos também sejam usados prioritariamente com vetores
verticais, esse tópico será abordado no Capítulo 6. A diferença se faz necessária porque,
quando os elásticos são utilizados durante a mecânica. os fios encontram-se rígidos,
mantendo todas as suas propriedades e. durante a intercuspidação, além do movimento
ser de menor magnitude, ambos os fios podem estar destemperados ou somente um,
dependendo da movimentação desejada.
Todo elástico intermaxilar produz um efeito desejado e também efeitos colaterais. Quan-
do se utilizam elásticos com vetores verticais, a intenção é, obviamente, movimentar os
dentes superiores de encontro aos dentes inferiores. A maneira mais comum na utiliza-
ção desses elásticos é por meio de colocação de ganchos nos braquetes superiores e
inferiores e o elástico pela vestibular (Fig. 1A, 1 B). Com essa configuração, haverá o mo-
vimento vertical recíproco, que pode variar e ser controlado de acordo com a espessura
dos fios que estão em oposição, isso é, se for colocado um fio de calibre maior contra
outro de calibre menor, esse, provavelmente, sofrerá maior movimento. Essa diferença
é fundamental e é uma das formas de controle de movimento, visto que, dependendo
do sorriso do paciente e inclinação do plano maxilar (Tópico 2.5, Caso 3) é necessário
promover movimento diferencial nos arcos, principalmente, na região anterior. Em rela-
ção aos efeitos colaterais, o mais notável é a tendência de inclinação lingual, devido aos
elásticos estarem por vestibular, e que é proporcionalmente maior, quanto maior for a
distância a ser percorrida. Esse efeito é importante em relação aos dentes posteriores,
pois, ao inclinar, os dentes podem perder a relação cúspide-fossa ou afastar os caninos,
prejudicando a oclusão estática e também funcional (ausência de guia nos caninos).
Quando se planeja o uso de elásticos verticais por vestibular para promover o contato
dentário dos dentes posteriores, é necessário realizar uma avaliação da inclinação des-
ses dentes nas próprias bases pois, como o movimento gera inclinações, a utilização
de fios diferenciados permite minimizar os efeitos colaterais e pontencializá-los quando
desejado. Básicamente 3 situações ocorrem durante essa mecânica (Desenho 1, 2, 3):
[lA. lBJ Fotos lateral e frontal de elástico vertical lateral sendo utilizado na Fase de mecânica intermediária. com fios redondos superior e inferior.
com configuração triangular (1 dente contra 2). apoiados pela vestibular em ganchos dos braquetes (caninos) ou confeccionados (pré-molar).
:==:: Elást,cos Vert,ca1s Mordidas Abertas e 1nchnações no Plana da M axila 180 - 181
1) Falta de contato dentário e dentes superiores e inferiores inclinados para vestibular.
[Desenho 1] Nessa situação. ambos os dentes. superiores e inferiores. podem sofrer inclinações linguais duran t e o movimento vertical. por-
tanto. utilizam-se Fios de calibres redondos nos dois arcos (A). Em (B) as linhas e desenhos em cinza representam o movi mento oco rrido.
com inclinações recíprocas. propiciando um ótimo contato cúspide-Fossa com as inclinações corre t as (C).
2) Falta de contato dentário com dentes inferiores apresentando inclinações corretas e os superiores vestibularizados.
(Desenho 21 Quand o um dos segm entos apresenta a inclinação ideal e nã o se deseja m odifi cá - la. (A ) utiliza - se arco retangular nesse seg-
mento (inferior) e redondo no outro. promovendo o movimento vert ical com inclinação somente no arco qu e está com o Fio re dondo (B).
ajustando a relação cúspide - Fossa ao mesmo t empo que se corrige a inclinação in correta (C).
3) Falta de contato dentário com dentes superiores apresentando inclinações corretas e os inferiores vestibularizados.
(Desenho 3 ] (A) Essa situação apresenta um quadro opost o ao anterior, sendo que aqui a inclinação co rreta está presente no arco superior.
por isso o arco ret angular. enquanto que o inferior apresent a uma inclinação vest ibular desfavorável que se deseja corrigir. utilizando-se dessa
Form a o Fio redondo. Em (B) observa- se o movim ento vertical com inclinação lingual do inferior. (C) ajustando-se a relação cúspide - Fossa e
ao mesmo tempo a in clinação incorret a dos dentes inferiores.
2 - UTILIZAÇÃO DOS ELÁSTICOS VERTICAIS DURANTE A MECÂNICA
CASO 1 Paciente de 12 anos, apresentando relação molar de Classe li, agenes,a dos incisivos laterais superiores, mordida cruza-
da posterior e mordida aberta anterior, provocada pelo hábito de sucção digital persistente até os 7 anos de idade.
=== Elásticos Verticais Mordidas Abertas e Inclinações no Plano da Maxila 182 - 183
[2A. 28. 2CJ Fotos 1nic1a1s laterais e Frontal que demonstram a má oclusão com relação molar de Classe li, agenes1a dos 1nc1s1vos laterais
superi ores. mordida cruzada posterior e mordida aberta anterior O plano de tratamento cons1st1a em realizar a expansão rápida da maxila.
para descruzamento dos dentes posteriores, Fechamento de todos os espaços. mantendo os molares na relação de Classe li, com os caninos
subst1 t u1ndo os 1nc1s1vos laterais superiores e os primeiros pré-molares Funcionando como caninos superiores O Fechamento da mordida
aberta sena realizado com elásticos verticais
(20, 2EJ Telerrad1ograFia e panorâmica 1nic1a1s Note a Falta de desenvolvimento vertical dos 1nc1s1vos superiores (no mesmo nível do lábio
superior) e a ausência dos 1nc1s1vos laterais superiores
[2F, 2G, 2 HJ Fotos 1ntermed1árias na Fase de Fechamento de espaços Após a expansão rápida da maxila. o aparelho hyrax Foi mantido como
contenção por 90 dias Depois de removido, os arcos Foram nivelados com Fios planos até chegar ao calibre 019 x 025" retangulares, quando
a mecânica de retração anterior Foi conduzida, concomitantemente, com uso de elásticos de Classe Ili (para Forçar a perda de ancoragem
superior) e os elásticos anteriores. para Fechar a mordida Essa mecânica pers1st1u durante 5 meses. até o relacionamento sag1tal e vertical
estar adequado Depois dessa Fase. Foi realizada a 1ntercusp1dação. com Fio 014" superior destemperado. Nas Fotos acima. estão sendo uti-
lizados 2 elásticos 5/16" na região anterior e elásticos de Classe Ili de diâmetro 3/16"
[21. 2]. 2KJ Fotos finais laterais e frontal. que demonstram o bom relacionamento oclusal at1ng1do
[2MJ Telerrad1ografia final Note a posição [2NJ Radiografia panorâmica final. com as estruturas rad1culares e periodonta1s preservadas
mais baixa da 1nc1sal dos dentes anteriores (Caso tratado pelo Dr Guilherme janson - Bauru - SP)
em relação ao lábio superior. o que sugere
o fechamento da mordida pela extrusão dos
superiores. com melhora na linha de sorriso
[3A. 38, 3CJ Fotos 1nic1a1s laterais e Frontal de má oclusão de Classe Ili, com maior gravidade do lado esquerdo. linha média superior desviada
em relação ao plano médio da face e mordida aberta ant erior
[3H. 31. 3J] Início da retração anterior. com fios retangulares .019 x .0125".
[3K. 3 L. 3MJ Quando. pelo menos. metade dos espaços já estavam Fechados. iniciou-se o uso dos elásticos verticais. concomitanteme nte à
retração . A disposição dos elásticos era somente nas laterais (3/16"), para não interferir nas inclinações dos dentes an t eriores. A recomen-
dação era de uso diuturno.
=== Elásticos Verticais Mordidas Abertas e lnchnações no Plano da M axil a 186 - 187
[3N, 30, 3PJApós 1 mês de elásti co. já se nota uma grande modiMcaçào na mordida. Desse momento em diante. até a conclusão do trata-
mento. a paciente utilizou elásticos verticais todo o tempo .
[3Q, 3R. 35] Fotos tomadas 5 meses após as anteriores. Com os espaços já Fechados. os MOS já planiMcados. alguns ajustes sagitais estavam
sendo realizados. Note o elástico de Classe li. do lado esquerdo. sendo usado junto com os elásticos verticais.
[3T, 3U , 3VJ Fase de intercuspidaçào. com elásticos verticais laterais (3/16" ) e anterior (5/16") e MOS redondos superior e inferior. Posterior-
mente. o MO superior .014" de aço. foi destemperado e os elásticos Foram mantidos nessa mesma conMguraçào . Ao todo. a paciente utilizou
elásticos durante. aproximadamente. 14 meses.
[3W. 3X. 3YJ Fotos Finais, que demonstram o bom relacionamento sag1tal e vertical at1ng1do.
[4A, 4 81 Fotos de perfil 1nic1al e Final Note a melhora no relacionamento labial. que apresenta maior passividade no selamento
CASO 3 Paciente do gênero feminino, 21 anos de idade, apresentando má oclusão de Classe li, divisão 1, subdivisão direita,
mordida cruzada posterior e aberta anterior. O perfil era bom e a queixa principal relacionava-se ao desconforto na mas-
tigação e maxila "estreita".
(SA, 58, SCJ Fotos 1nic1a1s laterais e frontal em que se denota a má oclusão de Classe li, divisão 1, subdív1são direita, mordida cruzada posterior
e aberta anterior O plano de t ratamento proposto foi utilizar um aparelho Hyrax para promover a expansão rápida da maxila, seguido de alinha-
mento e nivelamento superior e inferior e elásticos de Classe li e vert1ca1s
(50, SE] Fotos oclusa1s no momento da instalação do Hyrax e 9 dias depois. ao final da ativação A ativação realizada Foi de 4/4 ao dia. durante
8 dias.
[SF, SG, SHJ Fotos laterais e Frontal logo após a expansão rápida da maxila Note que, devido ao relacionamento transve rsal de t opo. a mordida
encontra - se mais aberta.
[50, SP. SQJ Início da utilização dos elásticos 1/8" verticais laterais com MOS retangulares .018 x .025''. para uso diuturno
[5V. 5W. 5XJ Dois meses após, com os arcos reta ngulares 019 x 025" superior e 1nFenor. 1n1ciou- se a mecânica sagital de Classe li, com
vetores de Classe li do lado direito e mantendo um elástico vertical 1/8" do lado esquerdo
[5Y, 521 Fotos laterais após a correção sag1tal Nessa Fase. conhecida como a de refinamento oclusal (veia capítulo 6). as posições 1nd1v1dua1s
dos dentes são reavaliadas e. quando necessário, algumas recolagens são realizadas . Nas Fotos. podem ser observadas as recolagens do ca-
nino e segundo pré-molar superior esquerdo, com utilização de fio n1t1nol de calibre 014" Elásticos vert1ca1s-sagita1s (1/8") de vetores curtos
são utilizados em um regime de 10 h/dia (contenção ativa)
[68, 6C, 601 O caso se encontra próximo ao Final, restando somente a Fase de intercusp1dação. Pequenos detalhes oclusa1s estão sendo
realizados e os elásticos estão suspensos há 3 meses. Obs.: Embora o caso não esteja finalizado, Foi escolhido por demonst rar em detalhes
a rotina mecânica de Fechamento da mordida aberta na ausência de extrações, com expansão maxilar e correção sagital concomitante.
2.3 - ELÁSTICOS VERTICAIS NAS MORDIDAS ABERTAS POSTERIORES
Será considerada mordida aberta posterior, quando existir a distância de, pelo menos,
2mm entre as oclusais de dentes posteriores. Essa diferenciação se faz necessária somen-
te em relação à conduta mecânica aplicada, pois, quando o espaço for menor que 2mm,
o fechamento se dá na fase de intercuspidação, muitas vezes, com os fios já destempera-
dos. É importante observar a distância a ser percorrida pelos dentes porque, quanto maior
o movimento, maior a tendência de inclinação lingual, quando se utilizam elásticos pela
vestibular. Portanto, deve-se considerar também o uso de elásticos na face lingual dos
dentes. A mordida aberta posterior não é tão comum como a anterior e pode ser inerente
à má oclusão ou causada durante a mecânica devido a efeitos colaterais indesejados. O
mesmo raciocínio usado para fechar a mordida pode também ser aplicado na correção da
curva de Spee inferior, como pode ser avaliado nos casos a seguir (casos 4 e 5).
CASO 4 Paciente do gênero masculino, 19 anos, apresentando má oclusão de Classe li, divisão 1, com atresia maxilar. A queixa
principal relacionava-se ao trespasse horizontal exagerado na regíão anterior.
[7A. 78. 7CJ Fotos laterais e Frontal onde se observa a má oclusão de Classe li. divisão I e atresia maxilar O tratamento indicado Foi a expan-
são rápida da maxila, extrações dos dois primeiros pré-molares superiores e retração anterior com ancoragem esquelética
[7F. 7GJDurante a retração anterior. o Fio retangular apresentou muito atrito com o tubo e. dessa Forma. os molares distalízaram e inclinaram
para distal. promovendo a abertura da mordida posterior
[7H. 7 1. 7J) Após o fechamento dos espaços. foram reestabelecidos. por meio de elásticos vert1ca1s. os contatos entre os primeiros molares.
no entanto. os segundos molares estavam muito distantes entre s1.
[7K. 7L. 7MJ Utilizando-se elásticos 1/8" corno ancoragem nos primeiros molares. os segundos molares Foram incorporados ao arco de ni-
velamento. A ancoragem se Fez necessária. devido à tendência de intrusão desses dentes (e abertura da mordida). com o intuito de extruir
as extremidades.
[7N, 70 , ?PJ O processo de nivelamento das extremidades não fo1 suficiente para promover o contato dos segundos molares. por isso. deci-
diu-se pela utilização de elásticos verticais 3/16" entre os primeiros e segundos molares. sendo que. no arco inFerior. ancorou-se por vesti-
bular e lingual. pois esses dentes 1á se apresentavam com inclinação lingual e o uso dos elásticos poderiam piorar essa 1nclinação. dificultando
o engrenarnento cúsp1de- fossa. Os arcos utilizados nessa fase eram de calibre .018", redondos.
(7Q. 7R. 75] As Fotos laterais e Frontal finais mostram o bom relacionamento sagital e vertica l atingido. com o contato oclusal em todos os
dentes posteriores
::::=: Elést1cos Vert1ca1s Mordidas Abertas e lnchnacôes no Plano da Maxila 196 - 197
2.4 - ELÁSTICOS VERTICAIS NA PLAN IFICAÇÃO DA CURVA DE SPEE
CASO 5 Paciente de 32 anos, gênero masculino, apresentando má oclusão de Classe 1, pequenos diastemas anteriores entre cani-
nos e incisivos laterais superiores e sobremordida profunda.
[BA. 88. BC] Fotos laterais e frontal. demonstrando a má oclusão de Classe 1, pequenos d1astemas anteriores entre caninos e incisivos late-
rais superiores e sobremordida profunda. Note que. embora ha1a alguma extrusào dos dentes anterossuperiores. a maior causa da sobremor-
d1da é a profunda curva de Spee inferior e. para corrigi-la. faz-se necessária a colagem dos braquetes, que, a princípio. é inviável.
[BD. BE. BFJ Iníci o do nivelamento superior Como o ob1et1vo é agiliza r a colagem no arco in ferior. adianta-se o nivelam ento superior at é
que se at1n1a um fio de grande calibre. por exemplo. 018" redo ndo de aço. Quanto maior o calibre do fio superior. melhor o controle de
efeitos 1ndese1ados.
[BH. 81, BJJ Com o levantamento anterior, Foi possível colar os braquetes inferiores Note que somente os 1nc1s1vos inferiores tocam no
batente. promovendo a abertura da mordida posterior O arco inferior é de calibre 016" com curva reversa e elásticos 3/16" são utilizados
d1uturnamente para extru1r o segmento posterior 1nfenor. acelerando a planificação da curva inferior É Fundamental trabalhar com um fio
calibroso no arco superior e. se possível, acrescentar também uma barra palatina para ancoragem vertical. a fim de se evitar a extrusào dos
dentes superiores. que poderia inverter o sorriso do paciente
[BN, 80, BPI Fotos laterais e Front al Finais. Embora a relação de canino esteJa correta do lado direito . os dentes posteriores não apresen tam
uma oclusão cúspide-ameia, devido ao tamanho Fora de padrão da prótese do segundo pré-molar inferior
[BV. BW. BXJ Controle de 1 ano pós-tratamento. Note a estabilidade das relações oclusais. inclusive a vertical anterior
:== Elásticos Verticais M ordidas Abertas e Inclinações no Plano da Maxila 200 . 201
sorriso•, o preenchimento do corredor bucal5 e a exposição vertical uniforme de dentes e
gengiva em relação aos lábios são os aspectos mais relevantes do tratamento. As assime-
trias do plano frontal da maxila são muito comuns e apresentam como fatores etiológicos
a Microssomia Hemifacial6 que, devido à falta de desenvolvimento mandibular do lado hi-
poplásico, limita o desenvolvimento vertical da maxila desse lado, causando o crescimento
do lado oposto e consequente inclinação do plano em, aproximadamente7 , 10°; trauma,
reabsorção ou anquilose na região condilar durante o crescimento; anomalias de cresci-
mento; perda de dentes posteriores inferiores com consequente extrusão dos superiores
e efeitos colaterais das forças ortodônticas8 . Alguns trabalhos9 ·'º demonstraram, por meio
da avaliação de radiografias PA, que todos os pacientes têm algum grau de assimetria,
inclusive aqueles que, aparentemente, são normais. Foi observado que, em todos os in-
divíduos, assimetrias subclínicas, porém mensuráveis, existem e que o grau de assimetria
da face aumenta quanto mais distantes do crânio as estruturas se encontram, ou seja, as
assimetrias do terço inferior são maiores do que as do terço superior. Em uma avaliação
fotográfica, Ferrario 11 relatou vários graus de assimetrias nos tecidos moles em estudantes
caucasianos, saudáveis, que apresentavam oclusão de Classe I bilateralmente e nenhum
histórico de trauma, cirurgia ou tratamento ortodôntico prévio. Padwa et al7 compararam a
avaliação fotográfica subjetiva da inclinação do plano oclusal com medidas radiográficas,
para determinar o limite de inclinação sob o qual a inclinação do plano anterior é reco-
nhecido como anormal e detectaram que esse limite é de 4º em 90% dos observadores,
ou seja, é facilmente detectável. Em 1999, Kokich Jr e cols12 realizaram um trabalho de
análise de fotografias, propositalmente alteradas com diversos parâmetros estéticos para
serem julgadas por ortodontistas, clínicos gerais e leigos. Foi constatado que, em relação
à inclinação das coroas dos dentes anteriores, os três grupos distinguiram facilmente uma
alteração de 2mm na angulação, enquanto que a inclinação do plano oclusal de 1mm foi
percebida por ortodontistas e clínicos gerais como antiestética e os leigos só tiveram essa
percepção quando a inclinação foi de 3mm. Esses dados são importantes para o estudo e
tratamento das inclinações do plano frontal da maxila, pois demonstram que, embora em
graus variados, as assimetrias são muito comuns e facilmente perceptíveis. A boa notícia
é que a percepção do profissional é maior que a do leigo, portanto, a chance de realizar
tratamentos com bons resultados estéticos e que agradam os pacientes é grande.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
O tratamento do p lano inclinado pode ser realizado com a manipulação cirúrgica das ba-
ses ósseas '4. corrigindo o plano do sorriso e também a assimetria facial ou, então, com
movimentações compensatórias dentoalveolares, utilizando-se' 5·16 ou não a ancoragem
esquelética. O princípio básico para a abordagem é decidir qual dos lados apresenta-se
incorreto. Alguns pacientes apresentam deficiência vertical enquanto outros. um excesso
vertical unilateral. O conhecimento das características ideais do sorriso, como a uniformi-
dade da topografia gengival, o arco do sorriso e a exposição gengival normal e sua relação
com o envelhecimento 17 são critérios fundamentais na escolha da terapia e serão discuti-
dos nos casos a seguir. Os casos clínicos podem ser divididos entre os que apresentam
assimetrias esqueléticas notáveis na face e aqueles que apresentam a face simétrica,
porém, com desvio do plano no aspecto dentário.
Paciente do gênero feminino, 33 anos, com acentuado desvio esquelético da face. Já havia se submetido ao tratamento
ortodôntico com bom resultado oclusal, no entanto, estava descontente com a estética facial.
=== Elásticos Vert1ca1s Mordidas Abertas e lnchnacões no Plano da Maxila 202 - 203
[9A, 98, 9CJ Fotos Frontais de d1agnóst1co (A) em repouso; (B) Forçando o selamento e (C) sorrindo. Note a importância dessas três varia-
ções: em repouso. é possível avaliar o grau de assimetria do lábio superior (d1stânc1a da ala nasal até a comissura bilateralmente) que, nesse
caso. não se apresenta grave. No entanto. nessa postura. o tecido mole camufla a gravidade da assimetria do terço inFerior da Face. Na Foto
em que o selamente é Forçado. o tecido mole se estica. agravando a postura do lábio superior e demonstrando o real desvio esquelético da
Face e, na Foto do sorriso. é possível avaliar o grau de inclinação do plano Frontal da maxila. pela exposição diFerencial de dentes e gengiva
dos lados esquerdo e direito e também o levantamento assimétrico do lábio no lado esquerdo, característica essa difTcil de ser corrigida em
qualquer alternativa de tratamento. A paciente queixou-se da assimetria Facial e tinha consciência da inclinação do plano.
(90 , 9E , 9FJ Fotos intrabucais laterais e Frontal 1n1c1a1s que demonstram um relacionamento molar de Classe li do lado direito e Classe I
do lado esquerdo, embora os caninos apresentam-se em Classe I bilateralmente. Isso ocorre porque a paciente Já havia sido t ratada orto-
dont1camente no passado. quando a má oclusão Foi corrigida corretamente . porém. a Face manteve a deficiência Corroborando as 1nFor-
mações da Face com a oclusão. percebe-se que a linha média superior dentária c01nc1de com o plano médio da Face e a maxila. assim como
a mandíbula. demonstram desvio para a d1re1ta. Na proposta de tratamento pré-c1rúrg1co, é importan t e que a má oclusão seja compatível
com a manipulação das bases ósseas necessárias. ou se1a. Faces assimétricas pedem más oclusões ass1métncas18 Utilizando - se desse
rac1ocín10 e no plane1amento com o c1rurg1ão . concluiu-se que a cirurgia sena de impacção assimétrica da maxila. maior do lado esquerdo,
para d1m1nuir a exposição de gengiva do reFendo lado, e avanço mandibular do lado direito para centralizar a m andíbula e o menta na Face.
Portanto. dec1d1u-se pela extração do primeiro pré-molar inferior d1re1to. com a intenção de t ransformar a má oclusão si métrica em uma
Classe li subd1v1são d1re1ta (assimétrica)
[9G. 9H, 911 Fotos intrabucais laterais e frontal após o preparo pré-cirúrgico. Note que existe agora um relacionamento de Classe li. subdivi-
são direita. assimétrica (como a Face). As linhas médias que antes eram co1nc1dentes. encontram-se. agora. totalmente desviadas.
[9J . 9K. 9 LJ Fotos intrabucais laterais e frontal finais. em que se observa a relação de Classe I bilateral de molares e caninos. e as linhas
médias coincidentes.
Paciente do gênero feminino, 18 anos, com discreto desvio esquelético da face e queixa relacionada à estética dentária.
[lOF, l OG, lOHJ (F) Após o nivelamento superior. nota - se o nivelamento das margens geng1va1s Uma mola de secção aberta foi ut1l1zada
para dar espaço para o 1nc1s1vo lateral (G) Foto oclusal com botão palatino e mola d1g1tal para auxiliar no descruzamento do lateral esquer-
do O plano oclusal foi levantado na posterior (setas), para facilitar a "passagem" do dente (H) Vista frontal da mesma etapa, com o dente
sendo alinhado também por vestibular, com o fio 014 N1t1passando por baixo do braquete, para exercer um movimento de intrusão Note a
assimetria vertical do arco inferior. com o lado direito mais extruído
Elásticos Vert1ca1s Mordidas Abertas e lncl 1nacões no Plano da Maxila 206 · 207
[lOI, lOJJ (1) Foto Frontal 2 meses após. Note
em (1) como. depois de nívelado o arco superior,
a assimetria do plano Frontal ficou evidente.
[lOK, lOLJPara a correção do plano, Foi planeiada a intrusão com mini-implantes do segmento superior esquerdo e inferior direit o. que apresen-
tava uma curva de Spee assimétrica. de difícil resolução. devido à extração do segundo pré-molar inferior direito.
===: Elástjcos Verticais Mordidas Abertas e lnclmacôes no Plano da Maxila 208 - 209
[lOT, lOU , lOVJ Fotos finais laterais e Frontal com relacionamento oclusal de Classe I nos caninos e linhas médias coincidentes
CASO 8 Assimetria facial por deficiência Vertical e correção Ortodôntica - Paciente do gênero feminino, 39 anos, com má
oclusão de Classe li, divisão 1, subdivisão direita. A queixa principal era o sorriso assimétrico.
[llC. 110. llEJ Fotos laterais e frontal que demonstram má oclusão de Classe 11, subdivisão direita e ausência dos drns segundos pré - mo-
lares superiores A linha média superior apresentava-se centrada na Face. Note que existem dois planos bem nítidos na visão Frontal· o plano
direito, de molar a incisivo lateral do lado oposto e o plano esquerdo. compreendido somente pelos dentes posteriores desse mesmo lado
Esses dois segmentos separados permitem uma discreta camuflagem da região anterior, que mostra os 1nc1s1vos com os eixos verticalizados
Com o nivelamento do plano. todo o arco se inclina e a assimetria torna-se mais perceptível. O paciente deve estar consciente dessa Fase
transitória, antes do 1níc10 da terapia. para não perder a confiança no profissional
[llG, llH, 1111 Fotos laterais e frontal na fase de nivelamento dos arcos
[llN. 1101 Após o Fechamento da mordida do lado esquerdo (N), os arcos foram invertidos,
retangular superior e redondo 1nFerior. o plano de levant amento de mordida foi removido. e os
elásticos Foram utilizados para Fechar a mordida do lado direito. promovendo a extrusão do
segmento inferior do reFerido lado. para não desarmonizar novamente o plano da maxila após
ter sido corrigido. Como o arco inferior estava agora com o Ro de calibre menor e redondo. os
elásticos Foram utilizados por vestibular e lingual (0 ). para controlar a tendência de inclinação
lingual durante o movimento extrus1vo.
[llP. llQ. llRJ Fotos laterais e Frontal Rna1s Note que a relação anteroposterior não Foi corrigida. devido à demanda de tempo de trata -
mento Para a correção total era necessária a incorporação de torques nos dentes anterosuperiores. para a criação de trespasse horizontal
positivo e posterior correção com elásticos de Classe li A paciente relatou o dese10 de remover o aparelho. pois a queixa principal estava
solucionada e não estava disposta a continuar o tratamento por mais um ano, aproximadamente Na Foto Frontal. observa-se o nivelamento
dentário e a topograRa gengival corrigida.
:::=:..- Elásticos Vert1cals Mordidas Aberta s e lncllnacões no Plano da Maxila 212 - 213
(115] Foto final do sorriso Note a harmonia
de exposição de dentes e gengiva bilateral-
mente. Como a compensação foi realizada no
segmento frontal. é possível notar. do lado
esquerdo. como a exposição mais posterior,
na região dos molares. ainda apresenta os
resquícios da assimetria.
CASO 9 Assimetria do plano frontal por deficiência vertical, causada por movimentação ortodôntica - Pacien-
te do gênero masculino, 27 anos, com má oclusão de Classe Ili bilateral e ausência do primeiro molar inferior direito.
Durante a movimentação ortodôntica, principalmente quando são utilizados dispositivos de ancoragem esquelética, deve-se
tomar cuidado com os vetores verticais gerados, pois os mesmos podem ocasionar desvios dos planos maxilar ou mandibular.
O caso a seguir demonstra uma situação de descontrole do componente vertical e como pode ser realizada a correção.
[12F, 12G, 12HJ O tratamento realizado foi o ortodônt1co compensatóno, utilizando-se de m1ni - 1mplantes para o fechamento dos espaços
1nfenores e, no arco superior. a ancoragem esquelética foi realizada para a mes1ahzação dos dentes posteriores do lado esquerdo. As fotos
laterais e frontal compreendem a fase de nivelamento e pode ser notado, nas fotos 12G e 12H. a mes1al1zação em curso no lado superior
esquerdo e o componente vertical gerado (setas)
Quanto aos desvios do plano frontal da maxila, esses podem ser causados por diversos
fatores. Assim que é identificado, o principal papel do ortodontista é avaliar se existe um
componente esquelético grave (com deformidade facial) ou se o problema é simplesmente
dentoalveolar. O conhecimento profundo da estética do sorriso permite visualizar qual lado
está errado e se o problema é causado pelo excesso ou deficiência vertical unilateral. Deve-
se estar atento para os desvios camuflados que, devido à irregularidade vertical dos dentes,
não ficam evidentes no sorriso, porém, ao nivelá-los, aparecem com grande intensidade.
Após o diagnóstico, o paciente, juntamente com o profissional, irá decidir se deseja a
correção da face como um todo (tratamento ortodôntico-cirúrgico) ou se deseja somente
a correção do sorriso (tratamento ortodôntico compensatório). Em ambos os casos é
possível atingir bons resultados, com a satisfação do paciente.
REFERÊNCIAS
1. Chang YI, SC Mooo. Cephalometric evaJual,on of the antenor open blte treatment. MI J Orthexl Deotofacial OrthOp. 1999 115(1):29·38.
2. Janson G. Valaretij FP. Henriques JF, de Freitas MA. Ga.nçado RH . Stabdily of antenor open bite nonextraction 1reatmen1 1n the permanem dent111on.
MI J Orthexl Oentofaoal Orthop. 2003 Sep; 124(3):265· 76: quóz 340.
3. cse Freitas MA, Beltrão RT. Janson G, Hennques JF, Cançado RH. Loog-term stab1hty of antenor open blle extract,on trea1men1 "lhe permanent
dentilion. MI J Orthexl Oentolaeial OrthOp. 2004 Jan; 125(1): 78·87.
4. Sarver OM. The ll'l"IP()(tance of tl'\CISO( PoSltion,ng in the esthe1ic smile: the sm1le are. Am J Orthod Oentofaoal Or1h0p. 2001 Aug:120(2):98-111 .
5. Parekh SM, fletds HW, Beck M , Rosensuel S. Attracliveness of vanahons in the sm1k! are and buccal comdor space as Judged by or1hodontis1s and
laymen. An9'e Orthod. 2006 Jul;76(4):557·63.
6. Enckson KL, Belt 'NH. Goldsmith OH. Analytical mode! surgery, ;ri modem practice of orthôgnathlc and reconstructtve sur99fY Ph!1adelph1a {PA):
Saunders: 1992. p. 156.
7. Padwa BL. Ka1ser MO. Kaban LB. Occlusal cant 1n the frontal plane as a reflection of facial asymmetry. J Oral Maxiltofac Surg. 1997Aug;55(8):811 ·
6; d1SCUSS10n 817.
e. Ouinlão CC, Esperão PT. Miguel JA, Almeida. MA UndeSlra.ble cant1ng of the occlusal plane during 0r1hodontk: treatment. J Clin Orthod. 2007
Dec:4 1(12):757·61; quiz 750.
9. Peck S. Peck L. Kataia M. Skele1a1 asymmetry in esthetically pleas,ng faces. Angle Orthod. 1991 Sprong :61(1):43-8.
10. Shah SM, Joshi MA. AA assessment of asymme1ry in the normal cramofacial complex. Angle Orthod. 1978 Apr;48(2) :141·8.
11 . Ferrark> VF, Sforza C. Poggio CE. Tartaglia G. 0.stance from symmetry: a three·dimensional evaluation of facial asymme1ry. J Oral MaxiUolac Surg.
1994 Nov:52(11):1126·32.
12. Kokich vo Jr, Kiyak HA, Shapiro PA. Comparing the perception of Oenhsts and Lay People to Altered Dental Estrhettcs. J Esthet Dem.
1999: 11(6):311-24.
13. Ferrark> VF, Slorza C, Miani A, Tartagha G Craniofacial morphOmetry by photograph1c evaluatíons Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993
Apr; 103(4):327·37
14. Jeon YJ, K1m YH, Son WS, Hans MG. Correction of a canted occtusal plane with min1screws 1n a pa11ent with facial asymmetry. Am J Orthod
Den1ofacial Onhop. 2006 Aug; 130(2):244·52.
15. Ko 01. Um SH. Kim KM/. Treatmen1 of occlu sal plane cant1ng using m niscrew anchorage. World J Orthod. 2006 FaU:7(3):269-78
16. Kang YG. Nam JH, Park YG. Use of rhythmic wire system 'With rrin1screv.,s to correct occlusal-plane canting. MI J Orthod OentofaciaJ Orthop. 2010
Apr; 137(4):540· 7
l 7. Dickens ST, Sarver DM, W1!1iam WP. Proffit A. Changes n Frontal Soft T1ssue OimenSions of the Lower Face by Age Bfld Geoder. World J Orthod.
2002 3:313·20.
18. Ja.nson M. Ssnt Ana E, Yaedú RYF. Tratamento Onodóntíco Cirúrgico. ln 0rtooon1,a em adultos e tratamento tnterdisciphnar. Manngá (PR): Dental
Press: 2010. p. 619.
FINALIZAÇÃO
[lC. 10] (C) Foto oclusal após 3 meses. onde é nítida a verticalização vestíbulolingual dos
molares e em (D) a foto Frontal que demonstra a compatibilidade das inclinações posteriores
bilateralmente. Compare com a foto (lA).
[2A, 2 8] (A) A foto lateral mostra o primeiro pré-molar superior esquerdo com uma recessão
vestibular (que não estava presente no início do tratamento). Em si tuações como essa. é
importante observar se a raiz do dente em questão está mais protuberante que nos vizinhos,
como aqui representado (note a área de isquemia no longo eixo radicular). Reposicionar a raiz
dentro do alvéolo permite que a gengiva retorne ao seu posicionamento original ou. pelo me-
nos. Facilita o sucesso de um Futuro enxerto gengival na região. Em (B). durante o Fechamento
dos espaços, o pré-molar recebeu torque individual lingual de raiz .
[3A. 38, 3CJ Fotos iniciais frontal e laterais de um caso com presença de biprotrusào dentoalveolar. Foram planejadas as extraçõ es de três
pré-molares e o fechamento do espaço do primeiro molar superior esquerdo. que estava ausente .
[30 . 3E. 3Fl (D ) Radiografia panorâmica inicial. (E. F) Fotos laterais durante a Fase de retração ante rior superior e in ferior.
[3G , 3H. 311 (G) Radiografia panorâmica intermediária no Final do Fechamento dos espaços. Note que há várias angulações rad iculares ina-
dequadas. principalmente. adjacentes aos espaços de extrações e ausência dentária (setas). (H. 1) Fotos laterais com algumas recolagens
realizadas de acordo com as informações obtidas por meio da radiografia. No arco inferior. os pré- molares Foram recolados para corrigir as
angulações e. posteriormente. o mesmo Foi realizado nos segundo e terceiro molares superiores do la do esquerdo. Durante esses proced i-
mentos (angulações). observe que o arco se mant ém com amarrilhos conjugados. para evitar a reabertura dos espaços. O Fio de nivelamento
depende da irregu laridade criada pela recolagem . No caso. Foi utilizado. primeiramente. um Fio de aço .016".
(4A. 48 , 4CJ Fotos Frontal e laterais de um caso de Classe li. divisão I na dentadura mista. tratado com aparelho Funcional (ativador) e aparelhos
lixos.
[4H, 41, 4JJFotos finais, que demonstram o bom relacionamento entre os arcos e boa estética anterior.
224 - 225
6.1.1 - Alinhamento dentário
[SA, 58] (A) Foto oclusal superior de um arco que apresenta bom alinhamento dentário. Note a consonância das fossas oclusais dos dentes
posteriores e o alinhamento das Faces palatinas dos dentes anteriores. (B) No arco inferior. o mesmo alinhamento pode ser constatado pelo
alinhamento das cúspides vestibulares dos dentes posteriores e superfície vestibular dos dentes an t eriores.
[6A. 68, 6CJ Fotos frontal e laterais de uma caso finalizado que apresenta algumas deficiências relacionadas ao alinhamento imperfeito . Note
a falta de engrenamento dos segundos pré-molares superiores e do canino superior esquerdo. que se apresenta aberto e sem contato com o
inferior.
[BA, 88, BC] A rotação distal inadequada do primeiro pré - molar inferior. pode causar uma deficiência na intercuspidação e guia dos can inos.
Como a superfície distal do canino se assenta sobre a mesial do pré - molar inferior. a proeminência dessa Face (quando rotacionado) impede
todo o movimento vertical do canino. gerando prematuridade e ineficiência Funcional. Em (A ). o pré-molar está sendo girado com um elástico
pela lingual e em (B. C). as Fotos demonstram a interferência causada pela rotação (setas).
[BD. BE] Com o pré-molar bem posicionado (oclusal). a intercuspidação pôde ser concluída adequadamente.
[9A, 981 O mau posicionamento dos caninos inferiores é muito comum de acontecer, pois esse dente pode apresentar o centro da sua con-
vexidade vestibular discretamente deslocado para mesial. Como a técnica de colagem dos braquetes recomenda o posicionamento no centro
mésiodistal da coroa, isso pode gerar um posicionamento errado que também pode comprometer a intercuspidaçào. No te que o canino
esquerdo apresenta um ótimo posicionamento, que pode ser checado pelo seu alinhamento pela vestib ular e lingual. Perceba que o braquete
está colado mais para a mesial. Do lado direito, o braquete está no centro do dente. e este está Fora do alinhamento. Portanto. deve-se
estar atento para essa particularidade anatômica, para estabelecer um ótimo relacionamento Funcional das guias e se evitar prematuridades
durante a intercuspidação. Em (8). os dois caninos estão bem posicionados. com ambos os braquetes deslocad os mais para mesial.
[lOA] Nos caninos superiores. a rotação inadequada interfere não só na Função quanto na esté-
tica. Note que o canino direito tem sua Face mesial "aberta" (pois o dente está girado para distal),
enquanto que o direito está com a Face mesial "Fechada", devido ao giro para mesial. Do ponto de
vista estético. a difenença é visível. Funcionalmente, o canino da direita mostra deficiêcia da guia do
canino. O erro mais comum. nessa situação, é tentar conseguir a guia com intercuspidaçào. tendo
de extruir mais o segmento superior. enquanto que o correto é reposicionar os caninos.
[12C, 1201(C) Como havia outros dentes para serem reposicionados. após definida a relação anteroposterior. optou -se pela recolagem do tubo
do molar com uma sobrecorreção na angulação. para tornar o movimento mais eFetivo. Durante essa Fase, é importante manter os dent es con-
jugados para evitar a reabert ura dos espaços já Fechados. Em (D ). o caso Finalizado. com os molares bem posicionados.
230 - 23 1
[13A. 1381 (A) Foto lateral esquerda. do início de um caso tratado com expansão dentoalveolar da
maxila e sem extrações. (B) Próximo ao Final do tratamento. nota-se a deficiência de contato na
região dos caninos e do primeiro molar. No exame de diagnóstico. observa-se. pela avaliação das
cristas marginais, que o posicionamento vertical do canino e do primeiro molar inferior estão erra-
dos. com os acessórios posicionados muito para oclusal. Nesse momento. a intercuspidação seria
um erro. que poderia causar a compensação vertical do arco superior. quando na verdade o mau
posicionamento é só inferior.
[13C, 130) (C) Para a solução do problema. o canino foi recolado e, no molar. foi confeccionada
uma dobra de extrusão. (D) No detalhe. é possível notar a diferença ent re as cristas distal do
primeiro molar e a mesial do segundo e que a dobra de extrusão possui também um off set. para
evitar que o dente se incline para lingual e perca o bom relacionamento cúspide-fossa. Esse é
um detalhe dos movimentos verticais que não pode passar despercebido. Todas as vezes que
se recola um braquete mais baixo ou se confecciona uma dobra de extrusão. o dente tende a
inclinar para lingual. enquanto que nos movimentos de extrusão a tendência é para vestibular.
[13E. 13F] (E) Após corrigidos os níveis verticais (crist as marginais niveladas). procedeu- se com
a intercuspidação. Em (F). o resultado Final. O engrenamento perfeito da coroa do molar não foi
possível devido à sua anatomia irregular. Será trocada posteriormente.
6.1.4 - Estabelecimento da oclusão nos segundos molares
O principal cuidado que se deve ter ao incluir os segundos molares inferiores, é observar se os terceiros molares não se encon-
tram impactados em direção à sua raiz distal. No intuito de verticalizar o segundo, pode ocorrer um processo de reabsorção da
raiz. Nesses casos, recomenda-se, primeiramente, as extrações dos terceiros, para depois incluir os segundos (Fig. 14A, 14.B).
Dogma - Não exist e a menor possibilidade da inclusão do segundo molar inferior no arco
causar prematuridade e abrir a mordida, pois, na correção da curva de Spee, as extremi-
dades sofrem um movimento de intrusão e não de extrusão. Portanto, o segundo molar
inferior deve ser inserido no aparelho o quanto antes. O segundo molar superior é diferen-
te, possui regras próprias e a indicação de sua inclusão deve seguir alguns critérios. como
pode ser conferido a seguir:
[15A. 158] (A) Esse caso é um bom exemplo das consequências da não inclusão dos segun -
dos molares na mecânica ortodôntica. A paciente apresentava o hábit o de bruxismo. e buscou
tratamento devido a um "desconforto" oclusal. Ao realizar a manipulação em relação cêntrica.
os únicos contatos dentários ocorriam nas cúspides distais dos primeiros molares. Fruto da
inclinação mesial desses dois dentes. que expôs a cúspide distal. durante a mecânica de Fe-
chamento de espaços. No movimento protrusivo. havia o toque do segundo molar inFerior no
primeiro molar superior. devido à curva de Spee não estar corrigida e também pela extrusão
do segundo molar inFerior (seta). que não havia sido incluído na mecânica. Isso significa uma
prematuridade durante a paraFunção e também um tremendo desconforto durante a mas-
t igação. pois ao protruir a mandíbula para cortar o alimento. tocam - se também os molares
com uma Força excessiva. pois estão mais próximos dos vetores de Força gerados durante a
excursão mandibular10. O pla nejamento desse caso consistiu de alinhamen t o e nivelamento
superior e inFerior e uso de elásticos de Classe li. Em (B). nota-se o momento de inclusão
dos segundos molares superio res. quando a curva de Spee inferior já estava sendo corrigida.
[17A, 178, 17CJ (A) Foto lateral esquerda do modelo apresentando relação de Classe I e dentes post eriores cruzados. O tratamento iniciou-
-se com a colagem de botões linguais nos molares superiores e utilização de elásticos intermaxilares com as Faces vestibulares dos inferiores.
Quando os dentes já se encontravam de topo (B). os tubos foram colados e o nivelamento superior estendeu-se até o segundo molar. (C) Foto
final que demonstra o bom relacionamento nos dentes posteriores.
[18C, 180] (C) Para definir precocemente o alinhamento do arco e evitar posicionamentos irregulares no fi nal do t ratamento, os segundos mo-
lares Foram incluídos logo no início do nivelamento. (O) Foto oclusal do caso finalizado. Observe que os terceiros molares. que não Foram incluídos
na mecânica, permaneceram lingualizados (cruzados).
236 - 237
são reposicionadas e, uma vez que ambas estarão com as arcadas nivela-
das, a mordida estará fechada (Fig. 19A-19H).
e) Para expandir o arco superior por meio do nivelamento - os segundos
molares superiores apresentam uma trajetória de irrupção mais voltada
para vestibular. Por esse motivo, não raro, observam-se esses dentes mais
"abertos" que o restante do arco. Quando se tem a necessidade de expan-
são do arco superior e essa configuração está presente, pode-se utilizar os
segundos molares como referência para promover a expansão dentoalve-
olar do arco (Fig. 20A, 208).
[19A. 198. 19CJ Fotos iniciais de caso de mordida aberta anterior com planejamento integrado ortodôntico-ci rúrgico.
(190. 19E. 19FJ Preparo pré-cirúrgico. com os segundos molares incluídos. Note que. como a paciente exibia uma
mordida aberta anterior. com
os planos divergentes. e a cirurgia seria nas duas bases. o nivelamento até o segundo molar planificou totalmente
o arco e possibilitou o contato
de todos os dentes na cirurgia.
[19G. 19H. 191] Fotos laterais finais em que se nota o nivelamento total de ambos os arcos e o bom engrenamento
atingido após a cirurgia.
[20A. 208] (A) Foto oclusal que demonstra o arco superior constrito e segundos molares mais abertos que os outros dentes. (B) Tomando-se
como base os segundos molares. é instalada uma barra palatina entre eles e o alinhamento e o nivelamento se processam possibilitando melhor
conformação do arco superior. sem a necessidade de aparelho expansor.
As relações estáticas referem-se ao relacionamento dos dentes entre si, proporções ver-
ticais e horizontais, e a relação desses com o tecido gengival. Levando-se em considera-
ção que, em condições de saúde gengival, o periodonto acompanha o dente em todas
as direções, considera-se que qualquer alteração, que tenha como objetivo modificar o
posicionamento das margens gengivais, pode ser efetuada com movimentos verticaisª.
Portanto, antes da remoção do aparelho, os níveis incisais e cervicais devem ser checados
assim como possíveis irregularidades nos tamanhos dos dentes.
[261 Na perspectiva vertical. dois fa tores devem ser avaliados - o relacionamento cervical
e incisai. O relacionamento cervical refere-se à topografia gengival. ou seja. o posiciona-
mento das margen s gengivais. Id ealmente. os caninos e incisivos ce ntrais apresentam - se
no mesmo nível, ou os caninos um pouco mais acima. e os laterais mais abaixo que os
dois. A quantidade de desnível varia. de acordo com o tamanho e forma dos dentes. mas
o importante é manter a proporcionalidade e o desenho natural. O mesmo é válido para as
incisais. com os caninos discretamente mais abaixo ou iguais aos incisivos centrais e os in-
cisivos laterais um pouco mais acima. Geralmente. a discrepância de O,Smm entre centra is
e laterais é harmoniosa, mas novamente. a forma e taman ho dos dentes podem promover
relações diferentes que também são proporcionais. Na foto acima, observa -se essas pro-
porcionalidades nos níveis cervicais e incisais.
[27A, 278, 27CJ Fotos Frontal e laterais de uma paciente de 12 anos de idade que apresen tava má oclusão de discreta C
tamento Foi realizado com a utilização de aparelho extrabucal de tração ce rvical e aparelhos fixos. Note como há uma de
tamanho real dos dentes anteriores, com diferenças dos incisivos centrais entre si. com os incisivos laterais e com os ca r
que proporciona uma avaliação imediata de alguma anomalia. é a Forma quadrada dos dentes, que. normalmente, é re t angL
porção de 3 x 2 (vertical x horizontal).
[271, 27J. 27KJ Fotos frontais de 1, 3 e 5 anos de controle. Note como o processo de migração apical con tinuou em t odos os der
do tempo, embora uma pequena desproporção entre os centrais ainda estivesse presente.
248 · 249
[27L, 27MJ Sorriso nos controles de 3 e 5 anos.
Como a linha do sorriso é baixa e a despropor-
ção entre os incisivos não é aparente, a pa-
ciente preferiu não se submeter à intervenção
cirúrgica.
[290, 29EJ Foto Frontal e do sorriso no controle de 3 anos. onde se observam os níveis gengivais
inalterados. preservando a diferença entre as coroas. É de se supor. embora não haja evidências
científicas suficientes. que a migração apical espontânea pode ser esperada no indivíduo em cres-
cimento. mas não no adulto, pois é comum encontrar pacientes adultos com diferenças coronárias
por posicionamento irregular do tecido gengival. mesmo sem tratamento ortodôntico.
== Finalização 250 · 25 1
b) Com sondagem normal - quando há diferenças nos tama,
dentes, mas a sondagem é normal, suspeita-se de desgaste
gularidade no tamanho do dente. Nesses casos, para corrig
gengival e a proporção entre os dentes, dois recursos podem
intrusão do dente mais curto, acompanhado de restauração
trusão do dente mais longo e desgaste da incisai. O diagnóst1
analisando-se a topografia dos dentes adjacentes4 ·8 (Fig. 30<:
[30A. 308) (A) Foto Frontal inicia l de paciente adulta. 32 anos de idade. com
ça vertical entre os incisivos centrais superiores . Com o a sondagem era igual
dentes e a relação do incisivo esquerdo com os adjacentes era mais harmô
pela intrusão do central direito (B). para equalizar as ma rgens gengiva is e p
reconstruir a incisai.
(30C. 300] As ativações Foram realizadas por meio de degraus de intrusão de lmr
acréscimo de resina provisório Foi realizado à medida que a estética Ficava comprar
(34F. 34GJ (F) A assimetria dos tecidos moles pode também confundir o paciente e o profissional. Note que no sorriso discret,
levantamento do lábio. percebe-se a linha média centrada na Face, porém, ao sorrir (G). a pacient e levanta mais o lado direi to qu
provocando uma assimetria no sorriso que parece um desvio da linha média. Esse tipo de assimetria não apresenta correção or
paciente deve ser orientado quanto a isso. A tentativa de equalizar a exposição gengival. bilateralm ente. inclinaria o plano palatino
[350, 35EJ (D) O tratamento consistiu na correção dos eixos dentários. o descruzamento
da mordida apoiado nos implantes inferiores e na intrusão dos incisivos centrais superiores
para levantar o nível cervical, corrigindo a topografia gengival e possibilitando o aumen to
das coroas clínicas e consequente rejuvenescimento da dentição. (E) Caso Fi nalizado. com a
reabilitação concluída . Note a harmonia dos níveis gengivais. o tamanho dos dentes e o pa-
ralelismo dos eixos coronais.
[36A. 3681 (A) Arco do sorriso harmonioso. com a curvatura dos dentes ântero-superiores
coincidente com a curva do lábio inferior. (8) Na foto Frontal percebe-se uma ha rmonia pro-
gressiva no relacionamento dos caninos para os incisivos.
[36C. 3601 (C) Arco do sorriso deficiente. Note que os dentes ântero-superiores formam
um plano. contrastando com a curva do lábio inferior. (D) Na foto Frontal obse rva-se o
motivo da deficiência: planificação incompleta da curva de Spee inferior, que não permite
"baixar" os dentes superiores durante a intercuspidação e erros de colagem. deixando os
caninos em um nível mais baixo que os incisivos. Para melhor percepção da deficiência da
curva de Spee , compare com a foto 368 e note os níveis cervicais dos caninos inferiores
em relação aos dentes posteriores.
[37A. 378. 37CJ Fotos Frontais na fase de finalização. Em (A), depois da planificação dos arcos, o trespasse vertical anterior ainda nã1
lecido e. pela análise do sorriso do paciente. constatou-se a necessidade de "baixar" os dentes superiores. Assim sendo, procedeu-se
pidação (8. C). utilizando-se no arco inferior um fio de grosso calibre (.018") e no superior um fio de aço .014" destem perado. Na Foto
alguns ganchos no arco superior; que são usados para evitar que os dentes girem durante a intercuspidação. Fato esse comum qua1
os elásticos em amarrilhos "Kobayashi''. O elástico utilizado na região anterior é sempre o de diâmetro 5/16".
(370, 37EJ (D) Fot o Frontal Rnal,
bom t respasse vertical anterior
mento harmônico das incisais doi
teriores. Em (E). o arco do sorriso
[38G , 38H, 3811 Fotos intermediárias, após a planificação da curva de Spee. Note que houve abertura da mord ida e os arcos
[38J, 38K. 38LJ Durante a intercuspidação. manteve-se um arco de calibre .020" inferior e no superior um Fio .014" desterr
tindo "baixar" os superiores. Foram utilizados ganchos superiores e inferiores. para evitar rotações devido a um tempo maior
ao resultado desejado .
[38R. 3851 Fotos Finais do sorriso posado e espontâneo. Perceba a consonância das curvas dos incisivos com o lábio inferior e a
siçào gengival provocada pelo tratamento. Fato esse que nào desagradou a paciente. que se mostrou satisfeita com o resultado
Observe, na intercuspidação anterior, quando se deseja "criar" o arco do sorriso a partir do arco superior nivela
ganchos superiores ficam entre os incisivos centrais e os incisivos laterais superiores ou, se for Kobayashi, ficam n
incisivos centrais superiores. Isso permite, com o arco destemperado, que a curva se torne maior no centro do are
forma similar ao arco do lábio inferior.
264 - 265
REFER~NCIAS
1. Andrews LF. The silc keys to normal occlusion. Am J Orthod. 1972 62(3):296-309.
2. Roth RH. Functional occlusion for the Orthodontist. Part Ili. J Clin Orthod. 1981 Mar:15(3):174-9, 162-98.
3. Kokich VG. Esthetícs: The Orthodontic-Periodontic Restorative connection. Semin Orthod. 1996 Mar:2(1):21 ·30.
4. Kokich VG. Spear FM. Guidelines for managing the orthodontic-restorative patient. Semin Orthod. 1997 Mar:3(1):3-20.
5. TJ<ln AH, Miller GD. The JG. The, Some esthetic factors in a smile. J Prosthet Dent. 1964 Jan;51(1):24·6.
6. Sarver DM. The importance of incisor positioning in the esthetic smile: the smile are. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001 Aug :1 20(2):98-11 1.
7. Casko JS, Vaden JL. Kokich VG, Damone J, James AD. Cangialos, T J, et ai. Objective grading systern for dental casts and panorarnic radiographs.
American 8oard of Orthodontícs. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Nov;l 14(5):569·99.
6. Janson M. Alterações verticais no Periodonto: Extrusão e intrusão. in Ortodontia em adultos e tratamento interdisciplinar. Maringá (PR): Dental
Press: 2006. p. 69-126.
9. Proffit WR. Earty Stages of Development, in Contemporary Orthodontics. St Louis (MI): Mosby Year Book; 1993. p. 79-60.
1O. Okeson J. Terapia Ortodôntica e o Paciente com Desordem Temporomandibular. ln: Graber TM, Vanarsdall Jr, Robert L. Ortodontia: princípios e
técnicas atuais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 2000. p. 259.
11. Gargiulo AW. Dimensions and relations of the dentogingival junctionin humans. J periodontol. 1961 32:261 • 7.
12. Dello Russo NM. P1acement of crown margins in patients with altered passive eruption. lnt J Periodontícs Restorative Dent. 1964;4(1):56-65.
13. Doh AH 3rd, Robbins JW. Altered passive erup1ion: an etiology of short clinicai crowns. Ouintessence lnt. 1997 Jun:26{6):363·72.
14. Evian CI. Cutler SA, Rosenberg ES, Shah RK. Mered passive eruption: the undiagnosed enti1y. J Am Dent Assoe. 1993 Oct: 124(10): 107-10.
15. Arnett GW, Mclaughlin RP. Facial and Dental P1anning for Orthodontists and Oral Surgeons. Philadelphia (PA): Mosby; 2004.
16. Janson G. Branco NC, Fernandes TM. Sathler R. Garib D. Lauris JR. lnHuence of orthodontic treatment, midline position. buccal conidor and smile
are on smile attractiveness. Angle Orthod. 2011 Jan:61(1): 153·61.
17. Kokich VO Jr, Kiyak HA, Shapiro PA. Kiyak, and P.A. Shapiro. Comparing the perception of dentists and lay people to altered dental esthetics. J
Esthet Dent. 1999:11(6):311·24.
16. Janson M . Ortodontia em adultos e tratamento interdisciplinar. Maringá (PR): Dental Press: 2006. p. 409·549: Tratamento ortodôntico corretivo
em adultos.
Mecânica,
Elásticos lntermaxilares
e Finalização
O caminho da Ortodontia inicia-se pelo diagnóstico, para que seja possível avaliar, em
um provável paciente, o que está fora do normal. Ao identificar o que está incorreto, deve-
se ter o conhecimento sobre o que pode ser feito para efetuar a correção e quais serão os
efeitos positivos nos dentes, tecidos moles e aspectos faciais; e quais os efeitos colaterais,
indesejados, que também podem ocorrer. Com essas informações e fundamentado p ela
queixa ou desejo do paciente, é traçado um plano de tratamento, com objetivos oclusais e
faciais bem fundamentados. O diagnóstico e resultado final são duas extremidades de uma
mesma trajetória e entre esses dois extremos há a mecânica, que é o meio pelo qual se chega
ao fim. Esse livro trata justamente sobre a mecânica, o trabalho de cadeira, o dia-a-dia
na condução do tratamento ortodôntico em todas as suas etapas, passo-a-passo. Aqui en-
contram-se os detalhes de cada fase, conduzidos de forma cronológica e com protocolos
bem definidos. Existem vários caminhos - esse é o caminho do autor, com a eficiência
comprovada pelos resultados.
"Quem não sabe aonde quer chegar, não sabe escolher o caminho".
ISB~: ~76-65-66020- 73 - 3
1
~ DentalPress·· PUBLISHING