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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA


DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS II
PROFESSOR: CÉLIO ANÉSIO

ALANA SANTIAGO DOS SANTOS SANTOS - 112150547


ICARO JOSÉ TORRES - 111150092
PEDRO BARROS TORREÃO GAIÃO - 113210495

TESTADOR DE ACUIDADE AUDITIVA

Campina Grande - PB
2016
ALANA SANTIAGO DOS SANTOS SANTOS
ICARO JOSÉ TORRES
PEDRO BARROS TORREÃO GAIÃO

TESTADOR DE ACUIDADE AUDITIVA

Trabalho submetido à disciplina de


Laboratório de circuitos elétricos II como
parte dos requisitos necessários para
avaliação.

Professor: Célio Anésio.

Campina Grande

2016
1. OBJETIVOS

 Embasamento teórico sobre audiometria e suas especificidades.


 Aplicação da audiometria.
 Desenvolvimento de um testador de acuidade auditiva a partir da utilização de circuitos
simples para geração e amplificação de áudio.
 Observação experimental do circuito de teste de acuidade auditiva.
 Comparação dos resultados obtidos com os resultados desejados.
 Familiaridade com a construção de circuitos elétricos para aplicações médicas.
2. INTRODUÇÃO

A audição humana é uma função muito sensível e de grande importância para as


comunicações. Para descobrir possíveis problemas relacionados à audição foi desenvolvida a
audiometria, que é um exame feito para avaliar as capacidades auditivas de quem o faz e
medir efetivamente o quanto a pessoa ouve. A perda auditiva é analisada separadamente no
ouvido esquerdo e no direito. Normalmente, esse exame é sugerido para pacientes que estão
perdendo a audição com o passar dos anos, pessoas que tiveram algum trauma físico, e até
mesmo quando um funcionário vai ingressar em uma nova empresa, precisando este realizar
novamente o procedimento todos os anos, em alguns casos, para saber se não houve perdas
por conta do trabalho ou se ele já ingressou na empresa com o problema.
Caso haja alguma perda na audição pode ser recomendado o uso de um aparelho
auditivo ou um modo de prevenir novas perdas. Quem realiza este tipo de exame é o
otorrinolaringologista ou o fonoaudiólogo, onde o paciente está usando fones de ouvido e
reage ao que ouve. Para tal, o equipamento que realiza isto é projetado para emitir tons em
várias frequências e intensidades. O examinado também usa um microfone onde deve repetir
palavras ditas pelo examinador.
O exame tem início na orelha que o paciente diz escutar melhor. Inicia-se com as
frequências 2000, 4000, 6000, 8000 Hertz e depois 500 e 250 Hertz. Quando o paciente
apresentar queixas de zumbido ou dificuldade para responder ao tom contínuo, é preciso
utilizar o tom puro, inicialmente apresentado em 40 dB.
Graças aos avanços tecnológicos e nos campos de estudos da engenharia elétrica e
medicina é possível, hoje, realizar o teste audiométrico com precisão e bons resultados.
Neste trabalho, tem-se o intuito de desenvolver um testador de acuidade auditiva, de
modo a criar um circuito onde se possa variar a intensidade e a frequência do som emitido.
3. DESENVOLVIMENTO

A audição do ser humano compreende frequências entre 20 hertz (mais grave) e 20000
hertz (mais aguda). Frequências menores que 20 hertz são chamados de infrassons, percebido
através de vibrações. Frequências maiores que 20000 hertz são chamados de ultrassons e não
podem ser ouvidas pelo ser humano.
A intensidade do som permite distinguir se o som é fraco ou se o som é forte, o que se
relaciona com: energia, capacidade de realização de trabalho por unidade de tempo e área
atingida por essa energia; amplitude, onde se considera o deslocamento das moléculas de ar; e
pressão, exercício de força sobre uma área.
A intensidade sonora é medida por uma unidade chamada Bel (B), entretanto é mais
usual usar seu submúltiplo, o decibel (dB), que relaciona pressão sonora com pressão sonora de
referência.
O nível de intensidade sonora, o dB NIS, mostra quanto uma intensidade é maior ou
menor do que a intensidade relativa e está relacionado com a mínima intensidade de energia
audível.
A frequência do som é determinada pela repetição de um ciclo de aproximação e
afastamento das moléculas de ar, sendo assim a frequência é a quantidade de ciclos que ocorrem
em um segundo e é medida em Hertz. O som de uma só frequência é um tom puro.
A partir de vários estudos realizados com adultos jovens foi estabelecida uma medida
padronizada do que seria a audição normal, onde a intensidade sonora mínima foi chamada de
0 dB NA (Nível auditivo) estabelecido para cada frequência de som testado.
Abaixo, na Figura 1, a escala mostra a pressão sonora em Pascal (Pa) e à direita, a
intensidade correspondente em decibéis, com o nível de referência em 0 dB definido como o
limiar de audição humana na frequência de 1 Hertz.
4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Para este projeto, o dispositivo responsável por testar a acuidade auditiva foi construído
tomando como base um circuito gerador de áudio conectado a um circuito amplificador que,
por sua vez, tem sua saída conectada à um fone de ouvido.

O circuito gerador de áudio é responsável por gerar sinais retangulares cujas frequências
podem ser variadas teoricamente entre três faixas de frequências distintas que compreendem
valores entre 1Hz e 1MHz devido à presença de três capacitores diferentes. Essas variações de
frequência possibilitam testar a acuidade auditiva de um ser humano já que o sinal gerado pode
ser reproduzido em todas as frequências teoricamente audíveis, desde 20 Hz a 20 kHz. O
diagrama de blocos para o circuito do dispositivo testador de acuidade auditiva pode ser
visualizado na Figura 2.

Figura 1 – Diagrama de blocos: Testador de acuidade auditiva.

Na prática, para a montagem desse circuito foi utilizado um Circuito Integrado CMOS 4093,
que consiste em quatro portas NAND disparadoras num invólucro DIL de 14 pinos com a
pinagem mostrada na Figura 2 abaixo.
Figura 2 – CI CMOS 4093

A saída desse circuito é, então, conectada à um circuito amplificador de áudio simples


que utiliza como base um amplificador operacional não-inversor cujo ganho próprio, sem
realimentação, é de 20 vezes. Esse ganho, por sua vez, pode ser alterado tanto para valores mais
elevados quanto para valores menores dependendo dos componentes conectados à
realimentação do amplificador operacional. No caso da aplicação para o testador de acuidade
auditiva, ganhos maiores do que o ganho próprio do amplificador (20 vezes) não são
interessantes já que o intuito é testar o dispositivo através do uso de fones de ouvido.

Na prática, foi utilizado o Circuito Integrado LM386 que é um pequeno amplificador de


áudio de baixa potência ideal para pequenos projetos, o ganho, como dito anteriormente, é
fixado internamente em 20 vezes por razões técnicas, mas a adição de uma resistência externa
ou um capacitor entre os pinos 1 e 8 irá aumentar o ganho de saída em até 200 vezes. O
diagrama do LM386 com a sua distribuição de pinos pode ser visto na Figura X. Mais detalhes
sobre o CI LM386, sua distribuição de conexões e as variações de ganho presentes no circuito
utilizado são descritas no Apêndice.

Figura 3 – CI LM386
A partir da utilização dos Circuitos Integrados citados anteriormente, foi possível efetuar a
montagem do circuito e análise do sinal de áudio gerado em diferentes faixas de frequência. O
diagrama elétrico do testador de acuidade auditiva pode ser visto na Figura 4 abaixo. A lista de
componentes tais como capacitores, indutores, potênciometros e resistores conectados aos
Circuitos Integrados 4093 e LM386 está no Apêndice, assim como as funções desempenhadas
pelos mesmos.

Figura 4 – Diagrama Elétrico: Testador de acuidade auditiva


5. RESULTADOS

5.1 Esperados

São usados três capacitores de diferentes capacitâncias, cada um disponibilizando faixas


de frequência disntintas mas próximas. Levou-se em considereção a faixa de frequência audível
por humanos para poder escolher os seguintes valores de capacitânciapara três escalas: 2.2n F,
22n F e 220n F. Esses capacitores dispõem, somando seus intervalos, de frequências máximas
e mínimas entre 1M Hz e 1 Hz, assim como é mostrado nos próximos dois gráficos.

10000 1000000

100 1 10000 100


2.2 nF 22 nF 220 nF 2.2 nF 22 nF 220 nF

Frequência min em Hz Frequência max em Hz

Figura 5 – Frequências maximas e mínimas dos capacitores.

Foi proposto um intervalo de frequência bem maior que os 20-20k Hz audíveis por
pessoas para que se possa testar além dos limites de nossa audição, e também para evitar
possíveis erros nos limites da faixa de frequência.
5.2 Obtidos

Aplicando uma tensão de 6V no circuito, a saída apresentou um sinal retangular e ao usar o


potenciômetro da frequência ela variou nos seguintes intervalos, por capacitor:

688.3

7.62
frequência mínima Hz frequência máxima Hz

220nF

Figura 6 – Frequência de capacitor 1, 220nF.

6850

78.4
frequência mínima Hz frequência máxima Hz

22nF

Figura 7 – Frequência de capacitor 2, 22nF.


61500

746
frequência mínima Hz frequência máxima Hz

2.2nF

Figura 8 – Frequência de capacitor 3, 2.2nF.

Verificou-se que a frequência conseguiu variar entre 7.62 Hz e 61.5k Hz obtendo assim
um intervalo eficiente para se fazer o teste de audiometria por ser maior que os 20 Hz e 20 kHz.
Para fins de testar ainda mais o limite inferior de frequência da audição, alterou-se o valor do
capacitor para mais de 100 vezes maior que o de 220n F, e verificou-se um frequência muito
pequena que tende a zero.

6. INTERPRETAÇÃO

A partir dos resultados de saída do circuito podemos fazer com sucesso a Audiometria tonal,
podendo abranger diversas frequencias por escalas(Capacitores). É sabido que a audição
também depende da intensidade do audio medido em Decibels, e que dependendo dessa
intensidade a faixa escutável pode diminuir. Para medir a intencidade do sinal em Decibels
mede-se a tensão na saída e aplica-a na equação:

𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑑𝐵 = 20 ∗ 𝑙𝑜𝑔 (Equação 1)
10 𝑉𝑖𝑛
Como ja foi falado, o alcance auditivo de humanos é genericamente posto entre 20 e 20kHz,
mas somos bem mais sensíveis a sons entre 1kHz e 4kHz, nesse intervalo é possível escutar
sinais com intensidade próximas a 0 dB. Com o passar dos anos uma pessoa perde a eficiêcia
auditiva como mostra a tabela:

Frequência (Hz) Média de idade


8k Todos
12k < 50
15k < 40
16k < 30
17k < 24
19k < 20

7. CONCLUSÃO

Nesse projeto foi-se desenvolvido um dispositvo capaz de criar sons em várias


frequências com o intuito de testar a audição de pacientes sabendo assim sua idade auditiva. No
entando, por ser um gerador de áudio facilmente modificavel tendo apenas que trocar
capacitores para modificar as faixas de frequencia, o circuito em si pode ser usado para outras
finalidades, como testar aparelhos e equipamentos de áudio (amplificadores, filtros, mixers e
etc).
Para desenvolvimentos futuros pode-se usar um micro controlador para facilitar
transferências de dados, tornando o aparelho menos analógico ou então modifica-lo para
abranger faixas de frequência RF(rádio frequência).
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Site do Tontechnik-Rechner. Acesso em 14 de maio de 2016, disponível em:
http://www.sengpielaudio.com/calculator-gainloss.htm

Site do grupo ABC Med. Acesso em 14 de maio de 2016, disponível em:


http://www.abc.med.br/p/337789/audiometria+o+que+e+quais+os+tipos+como+e+feit
o+e+para+que+serve+o+exame.htm

Site do grupo ABC Med. Acesso em 05 de maio de 2016, disponível em:


http://www.abc.med.br

Site do grupo Fleury. Acesso em 05 de maio de 2016, disponível em:


http://www.fleury.com.br

Site Aulas de física e química. Acesso em 16 de maio de 2016, disponível em:


http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html

Site Só Física. Acesso em 16 de maio de 2016. Disponível em:


http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Acustica/intensidade.php

Site Fonética e fonologia. Acesso em 16 de maio de 2016. Disponível em:


http://www.fonologia.org/acustica_osom_3.php
9. APÊNDICE

8.1 AMPLIFICADOR OPERACIONAL LM386


- Distribuição de conexões – Pinagem:

Figura 5 – CI LM386

PINO 1: GANHO PINO 5: SAÍDA


PINO 2: ENTRADA (-) PINO 6: ALIMENTAÇÃO
PINO 3: ENTRADA (+) PINO 7: BYPASS
PINO 4: TERRA PINO 8: GANHO
Tabela 1 – Descrição de Pinos CI LM386

 Pinos 1 e 8: controle de ganho, quando não estiverem conectado (NC), o ganho do


amplificador é de 20 vezes, Figura X.

Figura 6 – LM386 Ganho de 20 vezes.


Adicionando um capacitor de 10uF (C7) e um resistor de 1k Ohms (R2) entre eles o
ganho passa a ser de 50 vezes, Figura X.

Figura 7 – LM386 Ganho de 50 vezes.

 Pino 2: entrada (-), geralmente vai para o terra (GND);


 Pino 3: entrada positiva, ou seja, a entrada do sinal para ser amplificado. Um
potenciômetro de 10K (R6) Ohms é conectado antes do pino para ajustar o nível do
sinal, ou seja, funciona como um controle de volume;
 Pino 4: terra (GND);
 Pino 5: saída do amplificador, o capacitor eletrolítico de 250uF (C6) filtra a componente
DC e as restantes vão para o alto-falante/fone de ouvido. Um capacitor de 50nF (C5) e
um resistor de 10 ohms (R3) conectados do pino 5 para o terra são utilizados para evitar
oscilações de alta frequência.
 Pino 6: entrada de alimentação para a amplificação, um capacitor eletrolítico de 100uF
(C4) entre a fonte e o pino evita oscilações indesejadas.
 Pino 7: bypass, tecnicamente serve para diminuir o ruído de entrada e também diminuir
a distorção de inter-modulação.

8.2 LISTA DE COMPONENTES E FUNCIONALIDADES

 CI 4093;
 CI LM386;
 C1 = 220nF, C2 = 22nF, C3 = 2.2nF: Capacitores responsáveis por variar as faixas de
frequência;
 C4 = 100uF: Capacitor eletrolítico responsável por evitar oscilações indesejadas.
 C5 = 50nF e R3 = 10 Ohm: Capacitor e resistor utilizados com a finalidade de evitar
oscilações de alta frequência.
 C6 = 250uF: Capacitor utilizado para a filtragem da componente DC.
 C7 = 10uF e R2 = 1k Ohm: Capacitor e resistor utilizados para controle de ganho.
 C8 = 10uF: Capacitor conectado ao pino de bypass.
 P1 = 1M Ohm e R1 = 10k Ohms: Potênciometro e ressistor utilizados para variar a
frequência.
 P2 = 10k Ohms: Potênciometro que regula a intensidade do sinal.

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