You are on page 1of 12
@ Texto narrativo ‘No texto narrativo existe um narrador que narra) minado espago e tempo, onde intervém. num deter- 1.1. Narrador ¥ Onarrador é uma entidade ficticia que narra 2 4¢0) Nao deves confundir o narrador da agao com © atte autor da obra é alguém real que criou toda a ago, as personagens = ‘Tendo em conta a sua participagao na a¢ao, 0 Es « participante (narra a aco e participa nela como em, narrando-a na 1" pessoa gramatical); «nao participante (nao intervém na acao como: personagem, narrando-a, por isso, na 3. pessoa gramatical) 1.2. Agao ‘A.acho de um texto narrativo é 0 conjunto dos acontecimentos narrados. A sc30 de uma narrativa divide-se em trés partes: « introduggo - momento inicial em que se introduz a narrativa, apresentando-se, em geral, as personagens, 0 local eo tempo em que a acao decorre; « desenvolvimento - conjunto de peripécias que desenvolvem a acao; + conclusio - resoluco da acao. 1,3. Localizagao da agao ‘Aacao de um texto narrativo pode ser situada no espago (local onde se desenrola a aco) e no tempo (momento em que decorre a ago). 1.4. Personagens ‘As personagens sio as entidades intervenientes na acdo narrada. Tendo em conta a importncia que o seu papel tem na ago, as personagens podem ser classificadas como « personagens principais (tém um papel fundamental no desenvolvimento da aco); « personagens secundérias (tém um papel menos importante no desenvolvi- mento da aco). Caracterizacao das personagens ‘A caracterizagao das personagens pode ser fisica (quando se descrevern aspetos relacionados com a aparéncia fisica como, por exemplo, a cara, 0 corpo e o vestuario) ou psicolégica (quando se descrevem aspetos relacionados com a personalidade, como 0 cardcter eo temperamento, por exemplo). Existem dois processos de caracterizagao de personagens: 67 « quando o narrador ou outras personagens apontam as caracteristicas fisicas e/ou psicolégicas de uma personage, estamos perante uma caracterizacao direta; * quando nés, leitores, conseguimos caracterizar uma personagem devido aos seus comportamentos e atitudes, estamos perante uma caracterizacao indireta. Vamos, agora, analisar um excerto onde podemos ver exemplos de alguns dos ele- mentos que constituem o texto narrativo, apresentados anteriormente. 8 2 2% Saltando e correndo, Isabel dirigiu-se para o pequeno < bosque. Ia tao apressada que nem se lembrava de comer © pao que levava na mao. Ia cheia de curiosidade e de medo, pois temia que alguém tivesse destruido a sua obra ‘Mas quando chegou em frente do velho tronco sorriu < de alegria. A casa estava intacta, com 0 telhado de casca de plétano muito bem coberto de musgo e a porta de cana muito bem fechada. E tinha um ar extraordinariamente sossegado e confortavel. Isabel ajoelhou-se no chao e com cuidado abriu a < porta. ‘Aquilo que viu deixou-a imével, muda, com a boca aberta, com os olhos esbugalhados e as mos erguidas e abertas no ar. Durante alguns momentos 0 seu espanto foi to grande que nem se podia mexer, nem podia pensar no que via. Depois, devagar, esfregou os olhos. Abriu-os muito e murmurou: -Estou a sonhar! Pois dentro da casa tinha acontecido, uma coisa ex- traordinaria e incrivel: em cima da cama estava deitado um verdadeiro ano Esse ano dormia, E dormia tao profundamente que até ressonava. A sua cara era vermelha como um mo- rango e as pontas da sua longa barba tocavam no chao. [Ll ‘Apetecia-Ihe acordé-lo, pois tinha a maior curiosidade de saber se ele falava e em que lingua. Temia que exis- tisse uma lingua dos andes que ela nao fosse capaz de entender, Pensou chamar baixinho por ele: - Senhor anao! Mas teve medo de o assustar. E resolveu esperar que < ele acordasse. Sophia de Mello Breyner Andresen, in A Floresta, Porto Editora, 2013 (texto com supressées) (Caracterizacao fisica do and. Caracterizacao direta

You might also like