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salvo, neste último caso, o que for fixado em protocolo a d) Actuar junto do coordenador de projecto, sempre
celebrar entre a Ordem dos Engenheiros e a Associação que tal se justifique, no sentido de esclarecer o relevo das
Nacional dos Engenheiros Técnicos. opções de concepção ou de construção;
e) Prestar assistência técnica à obra, de acordo com o
4 — Os restantes projectos de engenharia são elaborados contratado;
por engenheiros ou engenheiros técnicos que detenham f) Comunicar, no prazo de cinco dias úteis, ao dono
qualificação adequada à natureza, complexidade e dimen- da obra, ao coordenador de projecto e, quando aplicável,
são do projecto em causa, e que sejam reconhecidos pela à entidade perante a qual tenha decorrido procedimento
Ordem dos Engenheiros e pela Associação Nacional dos de licenciamento ou comunicação prévia, a cessação
Engenheiros Técnicos, no âmbito de protocolo a celebrar de funções enquanto autor de projecto, para os efeitos
entre as duas associações. e procedimentos previstos no RJUE e no Código dos
5 — Nos projectos das obras referidas no n.º 4 do ar- Contratos Públicos, sem prejuízo dos deveres que in-
tigo 8.º, a equipa de projecto é constituída, predominante- cumbam a outras entidades, nomeadamente no caso de
mente, por engenheiros e engenheiros técnicos. impossibilidade;
6 — Os projectos de paisagismo são elaborados por g) Nos casos previstos na alínea anterior, o autor de
arquitectos paisagistas com inscrição na associação pro- projecto fica obrigado a prestar assistência técnica à obra
fissional respectiva. quando a sua execução possa contratual ou legalmente
7 — O disposto no presente artigo não prejudica a de- prosseguir, até à sua substituição junto da entidade acima
finição de qualificações dos técnicos que seja estabelecida indicada, até ao limite máximo de 60 dias, contados da
em legislação específica aplicável à elaboração de qualquer comunicação prevista na alínea anterior;
um dos projectos referidos nos números anteriores. h) Cumprir os demais deveres de que seja incumbido
por lei, designadamente pelo RJUE e respectivas portarias
Artigo 11.º regulamentares, bem como as demais normas legais e
regulamentares em vigor.
Outros técnicos qualificados
obrigado, a qualidade da obra executada, a segurança e a se refere o n.º 5 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 12/2004,
eficiência no processo de construção; de 9 de Janeiro;
d) Requerer, sempre que o julgue necessário para asse- d) Os agentes técnicos de arquitectura e engenharia
gurar a conformidade da obra que executa ao projecto ou com CAP de nível 4 ou CET na área de condução de
ao cumprimento das normas legais ou regulamentares em obra, em obras de construção de edifícios, bem como
vigor, a intervenção do director de fiscalização de obra, outros trabalhos preparatórios e complementares à cons-
a assistência técnica dos autores de projecto, devendo, trução de edifícios, com uma estimativa de custo ou
neste caso, comunicar previamente ao director de fisca- valor de adjudicação até ao valor limite da classe 2 de
lização de obra, ficando também obrigado a proceder ao habilitações do alvará, prevista na portaria a que se
registo desse facto e das respectivas circunstâncias no refere o n.º 5 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 12/2004,
livro de obra; de 9 de Janeiro.
e) Quando coordene trabalhos executados por outras
empresas, devidamente habilitadas, no âmbito de obra cuja 2 — A determinação da adequação da especialização
realização tenha sido assumida pela empresa cujo quadro dos engenheiros e engenheiros técnicos é feita nos termos
de pessoal integra, deve fazer-se coadjuvar, na execução previstos no artigo 27.º
destes, pelos técnicos dessas mesmas empresas; 3 — Exceptuam-se do disposto na alínea b) do n.º 1, as
f) Comunicar, no prazo de cinco dias úteis, a ces- obras referidas nas alíneas a) a h), do n.º 4 do artigo 8.º,
sação de funções, enquanto director de obra, ao dono bem como as obras em edifícios com estruturas complexas
da obra, bem como ao director de fiscalização de obra ou que envolvam obras de contenção periférica e funda-
e à entidade perante a qual tenha decorrido procedi- ções especiais.
mento administrativo, em obra relativamente à qual 4 — Exceptuam -se do disposto nas alíneas c) e
tenha apresentado termo de responsabilidade, para os d) do n.º 1, as obras referidas nas alíneas a) a h) do
efeitos e procedimentos previstos no RJUE e no Código n.º 4 do artigo 8.º, bem como as obras em edifícios
dos Contratos Públicos, sem prejuízo dos deveres que com estruturas metálicas, em edifícios com estruturas
incumbam a outras entidades, nomeadamente no caso complexas ou em edifícios que envolvam obras de
de impossibilidade; contenção periférica e fundações especiais, e ainda
g) Cumprir as normas legais e regulamentares em vigor. nas obras em bens imóveis classificados, em vias de
classificação ou inseridos em zona especial ou auto-
2 — Para efeito do disposto na alínea d) do número mática de protecção.
anterior, nos casos em que não seja legalmente prevista a 5 — Não obstante o disposto no n.º 1 do presente ar-
existência obrigatória de director de fiscalização de obra, tigo, a entidade onde o director de fiscalização de obra
cabe ao director de obra o dever de requerer, nas situações se integra deve recorrer sempre a técnicos em número e
e termos previstos na referida alínea e com as necessárias qualificações suficientes de forma a abranger o conjunto
adaptações, a prestação de assistência técnica aos autores de projectos envolvidos.
de projecto, sem prejuízo da responsabilidade civil, cri-
minal, contra-ordenacional ou outra, das demais entidades Artigo 16.º
que tenham sido contratadas pelo dono da obra.
Deveres do director de fiscalização de obra
Artigo 15.º 1 — O director de fiscalização de obra fica obrigado,
com autonomia técnica, a:
Director de fiscalização de obra
a) Assegurar a verificação da execução da obra em
1 — Sem prejuízo do disposto em lei especial,
conformidade com o projecto de execução, e o cumpri-
consideram-se qualificados para desempenhar a função
mento das condições da licença ou admissão, em sede de
de director de fiscalização de obra, de acordo com a na-
procedimento administrativo ou contratual público, bem
tureza preponderante da obra em causa e por referência
como o cumprimento das normas legais e regulamentares
ao valor das classes de habilitações do alvará previstas
em vigor;
na portaria a que se refere o Decreto-Lei n.º 12/2004,
b) Acompanhar a realização da obra com a frequência
de 9 de Janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008,
adequada ao integral desempenho das suas funções e à
de 29 de Janeiro, os técnicos previstos nas alíneas se-
fiscalização do decurso dos trabalhos e da actuação do
guintes:
director de obra no exercício das suas funções, emitindo
a) Os engenheiros e engenheiros técnicos, em todas as as directrizes necessárias ao cumprimento do disposto na
obras, na área da especialidade de engenharia relevante no alínea anterior;
tipo de obra em causa; c) Requerer, sempre que tal seja necessário para as-
b) Os arquitectos, em todas as obras com uma estimativa segurar a conformidade da obra que executa ao projecto
de custo ou valor de adjudicação até ao valor limite da de execução ou ao cumprimento das normas legais
classe 5 de habilitações do alvará, prevista na portaria a que ou regulamentares em vigor, a assistência técnica ao
se refere o n.º 5 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 12/2004, de coordenador de projecto com intervenção dos autores
9 de Janeiro e, sem este limite, as obras em bens imóveis de projecto, ficando também obrigado a proceder ao
classificados, em vias de classificação ou inseridos em registo desse facto e das respectivas circunstâncias no
zona especial ou automática de protecção; livro de obra, bem como das solicitações de assistência
c) Os arquitectos paisagistas em obras em que o projecto técnica que tenham sido efectuadas pelo director de
de paisagismo seja projecto ordenador com uma estimativa obra;
de custo ou valor de adjudicação até ao valor limite da d) Comunicar, de imediato, ao dono da obra e ao coor-
classe 5 de habilitações do alvará, prevista na portaria a que denador de projecto qualquer deficiência técnica verificada
Diário da República, 1.ª série — N.º 127 — 3 de Julho de 2009 4281
no projecto ou a necessidade de alteração do mesmo para b) Permitir o livre acesso à obra aos autores de projecto
a sua correcta execução; e até conclusão daquela.
e) Participar ao dono da obra, bem como, quando a
lei o preveja, ao coordenador em matéria de segurança 2 — Sempre que a obra a executar assuma complexi-
e saúde, durante a execução da obra, situações que com- dade relevante ou quando sejam utilizados métodos, técni-
prometam a segurança, a qualidade, o preço contratado cas ou materiais de construção inovadores, o dono da obra
e o cumprimento do prazo previsto em procedimento pública deve garantir que, previamente ao lançamento da
contratual público ou para a conclusão das operações empreitada, o projecto de execução seja objecto de revisão
urbanísticas, sempre que as detectar na execução da por entidade devidamente qualificada para a elaboração
obra; do projecto e distinta do seu autor.
f) Desempenhar as demais funções designadas pelo 3 — Independentemente das condições referidas no
dono da obra de que tenha sido incumbido, conquanto as número anterior, o dono da obra em obras de classe 5
mesmas não se substituam às funções próprias do direc- ou superior procurará, sempre que possível, diligenciar
tor de obra ou dos autores de projecto, não dependam de pela revisão de projecto, tendo em conta nomeada-
licença, habilitação ou autorização legalmente prevista e mente a urgência no lançamento da empreitada e a
não sejam incompatíveis com o cumprimento de quaisquer programação financeira desta.
deveres legais a que esteja sujeito;
g) Comunicar, no prazo de cinco dias úteis, ao dono da Artigo 19.º
obra e à entidade perante a qual tenha decorrido procedi-
mento de licenciamento ou comunicação prévia a cessação Responsabilidade civil dos técnicos
de funções enquanto director de fiscalização de obra, para 1 — Os técnicos e pessoas a quem a presente lei seja
os efeitos e procedimentos previstos no RJUE e no Código aplicável são responsáveis pelo ressarcimento dos danos
dos Contratos Públicos, sem prejuízo dos deveres que causados a terceiros decorrentes da violação culposa,
incumbam a outras entidades, nomeadamente no caso de por acção ou omissão, de deveres no exercício da ac-
impossibilidade; tividade a que estejam obrigados por contrato ou por
h) Cumprir os deveres de que seja incumbido por lei, norma legal ou regulamentar, sem prejuízo da respon-
designadamente pelo RJUE e respectivas portarias regula- sabilidade criminal, contra-ordenacional, disciplinar ou
mentares, bem como pelo Código dos Contratos Públicos outra que exista.
e demais normas legais e regulamentares em vigor. 2 — Os técnicos e pessoas referidos no número ante-
rior respondem ainda, independentemente de culpa, pelos
2 — Sem prejuízo de disposição legal em contrário, danos causados pelos seus representantes, mandatários,
não pode exercer funções como director de fiscalização de agentes, funcionários ou por quaisquer pessoas que com
obra qualquer pessoa que integre o quadro de pessoal da eles colaborem na sua actuação.
empresa de construção que tenha assumido a responsabili- 3 — A responsabilidade dos técnicos e pessoas a quem
dade pela execução da obra ou de qualquer outra empresa esta lei seja aplicável não exclui a responsabilidade, civil
que tenha intervenção na execução da obra. ou outra, das pessoas, singulares ou colectivas, por conta
ou no interesse das quais actuem, nem de quaisquer outras
Artigo 17.º entidades que tenham violado deveres contratuais ou legais,
nos termos gerais.
Fiscalização de obra pública 4 — A responsabilidade civil prevista na presente lei
Sem prejuízo do disposto em lei especial, em sede de abrange os danos causados a terceiros adquirentes de di-
obra pública, o desempenho das funções de director de reitos sobre projectos, construções ou imóveis, elaborados,
fiscalização de obra, ou, quando exista, a chefia de equipa construídos ou dirigidos tecnicamente pelos técnicos e
de fiscalização ficam sujeitos aos deveres previstos no pessoas indicados no n.º 1.
Código dos Contratos Públicos e aos deveres elencados
no artigo anterior que com ele sejam compatíveis. Artigo 20.º
Situações especiais de responsabilidade
2 — O coordenador de projecto está obrigado à subs- qualificações para o desempenho das funções específicas
crição de termo de responsabilidade pela correcta ela- a que se propõem, designadamente de coordenador de pro-
boração e compatibilização das peças do projecto que jecto, de autor de projecto de arquitectura, de engenharia
coordena, bem como pelo cumprimento das obrigações ou de arquitectura paisagista, de director de fiscalização
previstas no artigo 9.º da presente lei, obedecendo às de obra e de director de obra.
especificações contidas no RJUE e respectiva regula- 3 — Conjuntamente com o requerimento ou comuni-
mentação. cação que dê início ao procedimento administrativo de
3 — Os autores dos projectos estão obrigados à subscri- licenciamento ou comunicação prévia são apresentados,
ção de termo de responsabilidade pela correcta elaboração relativamente ao coordenador de projecto, aos autores de
do respectivo projecto e pela sua conformidade às dispo- projecto e ao director de fiscalização de obra, os seguintes
sições legais e regulamentares aplicáveis, bem como pelo elementos:
cumprimento das obrigações previstas no artigo 12.º da
presente lei, nos termos do RJUE, com as devidas adap- a) Termo de responsabilidade;
tações. b) Comprovativo da contratação de seguro de respon-
4 — O director de fiscalização de obra está obrigado à sabilidade civil válido, nos termos do artigo 24.º
subscrição de termo de responsabilidade pela verificação
da execução da obra em conformidade com o projecto 4 — Conjuntamente com a declaração de titularidade
admitido ou aprovado e as condições da licença ou autori- de alvará e a exibição do original do mesmo, são apre-
zação, em sede de procedimento administrativo, pelo cum- sentados, relativamente ao director de obra, os seguintes
primento das normas legais e regulamentares aplicáveis, elementos:
bem como pelo cumprimento das obrigações previstas no
artigo 16.º da presente lei, nos termos do RJUE, com as a) Termo de responsabilidade do director de obra;
devidas adaptações. b) Comprovativo da contratação de seguro de respon-
5 — O director de obra está obrigado à subscrição sabilidade civil válido, nos termos do artigo 24.º;
de termo de responsabilidade pela correcta execução c) Comprovativo da integração no quadro de pessoal da
da obra e pelo cumprimento das obrigações previstas empresa responsável pela execução da obra, se for o caso,
no artigo 14.º da presente lei, obedecendo às especifi- através da declaração de remunerações conforme entregue
cações contidas no RJUE e na regulamentação respec- na segurança social, referente ao último mês;
tiva que estabeleça os elementos e modelo de termo de d) Comprovativo da integração no quadro técnico da
responsabilidade do director de obra, com as devidas empresa responsável pela execução da obra, se for o caso,
adaptações. devidamente comunicado à entidade com competência
6 — Para efeito da aplicação do disposto nos números para a concessão de alvará para o exercício da actividade
anteriores, em sede de contratação pública, o coordenador de construção, através de declaração emitida por essa en-
de projecto, os autores de projecto, o director de fiscaliza- tidade em documento escrito ou em formato electrónico
ção de obra e o director de obra, devem subscrever termo fidedigno.
de responsabilidade obedecendo às especificações contidas
no RJUE e na regulamentação respectiva que estabeleça 5 — Conjuntamente com a declaração de titularidade
os elementos e os correspondentes modelos de termo de de registo e a exibição do original do mesmo, devem ser
responsabilidade. apresentados, relativamente ao empresário ou, quando
7 — Quando existam vários autores de um projecto, ou seja pessoa colectiva, ao representante legal, os seguintes
ainda, mais do que um projecto de especialidade, todos elementos:
devem subscrever termo de responsabilidade relativamente
aos projectos que elaboraram, nos termos dos números a) Termo de responsabilidade do empresário ou repre-
anteriores. sentante legal da empresa;
8 — Quando, por lei ou, nos casos permitidos, por con- b) Quando o detentor de título de registo seja pessoa
trato, uma das funções reguladas na presente lei é assumida colectiva, certidão actualizada do registo comercial, com-
por mais de uma pessoa, todas devem subscrever termo provativa da qualidade de representante legal.
de responsabilidade, nos termos dos números anteriores.
6 — Os técnicos previstos no presente artigo compro-
Artigo 22.º vam, quando seja o caso, a renovação atempada do contrato
de seguro de responsabilidade civil que são obrigados a
Comprovação da qualificação e do cumprimento deter nos termos da presente lei.
de deveres em procedimento administrativo 7 — Se as pessoas indicadas no número anterior não
1 — Sem prejuízo do disposto no RJUE, no Código comprovarem a renovação do seguro até ao termo de
dos Contratos Públicos e demais legislação aplicável, para validade deste, a entidade administrativa determina a
efeito de comprovação das qualificações dos técnicos e suspensão da execução da obra, sob as cominações le-
pessoas abrangidos pela presente lei, bem como do cum- gais, até à comprovação da regularização da situação,
primento dos deveres relativos à subscrição de termo de notificando do facto o dono da obra e o director de
responsabilidade e à contratação de seguro de responsa- fiscalização de obra ou o coordenador de projecto não
bilidade civil, são apresentados, em sede de procedimento faltosos.
administrativo de licenciamento ou de comunicação prévia 8 — Para efeitos do disposto da parte final no número
ou procedimento pré-contratual público, os documentos anterior é suficiente a notificação de qualquer das pessoas
previstos nos números seguintes. indicadas, ou de quem se encontra a executar a obra no
2 — Os técnicos cuja qualificação é regulada pela pre- local, sendo, no demais, aplicáveis os termos e os efeitos
sente lei devem comprovar, nos termos da presente lei, as previstos no RJUE para embargo que sejam compatíveis
Diário da República, 1.ª série — N.º 127 — 3 de Julho de 2009 4283
com os interesses tutelados pela medida prevista na pre- pelas partes, nos termos a definir na portaria a que se refere
sente lei. o número anterior.
9 — Na situação referida no número anterior, o dono da 5 — Para efeitos do disposto no n.º 1, podem também
obra tem a faculdade de resolver o contrato, considerando- ser tomadores do seguro de responsabilidade civil entida-
-se existir incumprimento definitivo do mesmo por causa des nas quais os técnicos a que se refere aquele número
exclusivamente imputável ao técnico sujeito à obrigação exercem a sua actividade, nomeadamente as empresas de
de seguro e à empresa cujo quadro integre. projecto, as empresas de fiscalização e as empresas de
construção.
Artigo 23.º 6 — O ressarcimento de danos decorrentes de respon-
sabilidade civil contratual pode ser assegurado através da
Comprovação da qualificação e do cumprimento constituição de garantia financeira, que pode assumir a
de deveres em procedimento contratual público forma de depósito em dinheiro, seguro-caução ou garantia
1 — Salvo disposição legal em contrário, em sede bancária.
de procedimento contratual público, os técnicos e
pessoas abrangidos pela aplicação da presente lei e CAPÍTULO IV
obrigados a subscrever termo de responsabilidade Disposições finais e transitórias
devem, à data da celebração do contrato, proceder ao
seu depósito junto do dono da obra, bem como dos Artigo 25.º
elementos previstos no artigo anterior respectivos a
cada um deles. Disposições transitórias
2 — Os técnicos e as pessoas mencionados no número
1 — Os técnicos qualificados para a elaboração de
anterior, ficam sujeitos às obrigações previstas nos n.os 6 a
projecto nos termos dos artigos 2.º, 3.º, 4.º e 5.º do De-
9 do artigo anterior, devendo o dono da obra pública pra-
creto n.º 73/73, de 28 de Fevereiro, podem, durante o
ticar os actos correspondentemente devidos pela entidade
período de cinco anos contados da data de entrada em
administrativa.
vigor da presente lei, elaborar os projectos especifica-
3 — Sem prejuízo do previsto em disposição especial, mente neles previstos desde que comprovem que, nos
os elementos referidos no n.º 1 são mantidos pelo dono cinco anos anteriores, já tinham elaborado e subscrito
da obra pública, pelo menos, até ao termo dos prazos de projecto no âmbito daqueles artigos, que tenha merecido
garantia, legal ou contratual, das obras a que respeitem e aprovação municipal, ficando, no entanto, sujeitos ao
de prescrição da responsabilidade civil que decorram. cumprimento dos deveres consagrados na presente lei e,
quando aplicável, à sua comprovação perante as entidades
Artigo 24.º administrativas.
Seguro de responsabilidade civil 2 — Os autores dos projectos referidos no número ante-
rior poderão intervir após o período transitório em projectos
1 — Os técnicos responsáveis pela coordenação, ela- de alteração aos projectos de que sejam autores.
boração e subscrição de projectos, pela fiscalização de 3 — Os técnicos referidos no n.º 1, ficam ainda, du-
obra pública e particular e pela direcção de obra a que se rante o período de cinco anos contados da data de en-
refere o artigo 1.º, estão obrigados a celebrar contrato de trada em vigor desta lei, habilitados para desempenhar
seguro de responsabilidade civil extracontratual, destinado a função de director de fiscalização em obra pública e
a garantir o ressarcimento dos danos causados a terceiros particular, quanto às obras que eram, nos termos dos
por actos ou omissões negligentes, nos termos da legis- artigos 2.º, 3.º, 4.º e 5.º do Decreto n.º 73/73, de 28
lação em vigor. de Fevereiro, qualificados para projectar, desde que
2 — O seguro abrange ainda a responsabilidade pelos comprovem que, nos cinco anos anteriores, já tinham
danos decorrentes de acções e omissões praticadas, no elaborado e subscrito projecto ou fiscalizado obra, no
exercício da actividade pelos empregados, assalaria- âmbito daqueles artigos, que tenha merecido aprovação
dos, mandatários ou pessoas directamente envolvidas municipal, ficando, no entanto, sujeitos ao cumprimento
na actividade do segurado quando ao serviço deste e dos deveres consagrados na presente lei e, quando apli-
desde que sobre elas recaia também a obrigação de cável, à sua comprovação perante as entidades admi-
indemnização. nistrativas.
3 — As condições mínimas do seguro de responsabi- 4 — Após o decurso do período transitório, os téc-
lidade civil, o âmbito temporal de cobertura, os termos nicos referidos nos números anteriores podem ainda
de reclamação de sinistros, os termos das excepções prosseguir a sua actividade, nos dois anos seguintes,
ao âmbito da cobertura e os montantes são fixados, desde que façam prova, mediante certidão emitida pela
tendo em conta a qualificação detida, as funções de- instituição de ensino superior em que se encontram
sempenhadas, o valor dos projectos ou obras em que matriculados, de que completaram, até ao final daquele
podem intervir e as obrigações a que estão sujeitos, período, pelo menos, 180 créditos ou 3 anos curriculares
por portaria conjunta dos membros do Governo res- de trabalho.
ponsáveis pelas áreas das obras públicas e particulares 5 — A entrada em vigor da presente lei não prejudica o
e da actividade seguradora, ouvidas as associações exercício de funções como director de fiscalização de obra
públicas profissionais de arquitectos, engenheiros e por pessoas que nessa data, não detendo as qualificações
engenheiros técnicos. previstas na presente lei, tenham assumido essas funções
4 — Em caso de divergência na determinação das cau- e subscrito termo de responsabilidade, apresentado junto
sas, circunstâncias e consequências do sinistro, esse apu- de entidade administrativa para a emissão de licença para
ramento pode ser cometido a peritos árbitros nomeados a realização da operação urbanística ou para a admissão
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da comunicação prévia, até ao termo da execução dessas c) Utilizar, na definição da qualificação, critérios de
obras e à subscrição de termo de responsabilidade pela experiência efectiva, ficando vedada a concessão de relevo
sua correcta execução para a concessão da autorização à mera antiguidade de inscrição, para esse efeito.
de utilização.
6 — As pessoas mencionadas no número anterior ficam 4 — Quando sejam criadas pelas associações públi-
sujeitas às obrigações previstas na presente lei que sejam cas profissionais de arquitectos, engenheiros e enge-
compatíveis com a função que desempenham, devendo nheiros técnicos, no exercício das suas competências,
comprovar no prazo de três meses contados da entrada em novas especialidades ou, se aplicável, novas especia-
vigor da portaria prevista no artigo 24.º a contratação de lizações, a determinação da respectiva qualificação
seguro de responsabilidade civil adequado. para elaboração de projecto está sujeita ao disposto
nos artigos 10.º e 21.º, enquanto essa matéria não for
regulada em protocolo celebrado nos termos dos nú-
Artigo 26.º meros anteriores.
Disposições transitórias para obra pública 5 — Estão sujeitos a publicação na 2.ª série do Diá-
rio da República, incumbindo a respectiva promoção
1 — O exercício de funções de elaboração de projecto às associações públicas profissionais, os protocolos
e de fiscalização de obra, em sede de contratação pú- previstos no presente artigo e as suas alterações, de-
blica ou de actuação em obra pública, pode também ser vendo, em anexo a estas, ser republicado o protocolo
desempenhado pelos técnicos e pessoas integrados nos alterado.
quadros do dono da obra pública, que, não reunindo as 6 — Incumbe ao Ministério das Obras Públicas, Trans-
qualificações previstas na presente lei, demonstrem ter portes e Comunicações, através do Instituto da Constru-
desempenhado, nos últimos dois anos, essas funções, ção e do Imobiliário, I. P., a promoção da celebração dos
sendo que o prazo transitório de exercício dessas funções protocolos a que se reporta o presente artigo no prazo de
é de dois anos, contados da data de entrada em vigor da dois meses contados da data de publicação da presente
presente lei. lei, convocando para o efeito os representantes da Ordem
2 — Os técnicos e pessoas indicados no número ante- dos Arquitectos, Ordem dos Engenheiros e da Associação
rior ficam sujeitos às obrigações previstas na presente lei Nacional dos Engenheiros Técnicos.
e, quando aplicável, à sua comprovação nos termos do 7 — Caso não tenham sido celebrados os protocolos
disposto nos n.os 2 a 8 do artigo 21.º, com as necessárias referidos no presente artigo, no prazo de definido no
adaptações. número anterior, a definição das qualificações especí-
ficas adequadas à elaboração de projecto, direcção de
Artigo 27.º obra e fiscalização de obra é aprovada nos dois meses
subsequentes, por portaria conjunta dos membros do
Protocolos para definição de qualificações específicas Governo que tutelam as áreas das obras públicas e do
1 — Compete à Ordem dos Arquitectos, à Ordem dos ensino superior.
Engenheiros e à Associação Nacional dos Engenheiros 8 — Para efeito do disposto no número anterior, in-
Técnicos e, quando se justifique, a outras associações cumbe ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e
públicas profissionais, no uso de poder regulamentar pró- Comunicações, através do Instituto da Construção e do
prio, a definição das qualificações específicas adequadas à Imobiliário, I. P., promover a elaboração de proposta de
elaboração de projectos, à direcção de obra e à fiscalização portaria, devendo para tanto, nomeadamente, proceder à
de obra que aqueles estão habilitados a elaborar, nos termos audição das associações públicas profissionais de arqui-
da presente lei. tectos, engenheiros e engenheiros técnicos, bem como,
quando se justifique, de outras associações públicas pro-
2 — Para efeito do previsto no número anterior, as
fissionais.
associações públicas profissionais devem estabelecer
9 — Sem prejuízo das disposições transitórias, os pro-
entre si protocolos que, tendo por base a complexidade tocolos ou portaria previstos no presente artigo entram em
da obra, as habilitações, formação e experiência efec- vigor na data da entrada em vigor da presente lei.
tiva dos técnicos nelas inscritos, definam os tipos de
obra e os projectos respectivos que ficam qualificados Artigo 28.º
a elaborar e as obras em que ficam qualificados para
desempenhar as funções de direcção e de fiscalização Norma revogatória
de obra. Sem prejuízo do disposto nos artigos 25.º e 26.º, é
3 — Sem prejuízo de outras disposições legais, os pro- revogado o Decreto n.º 73/73, de 28 de Fevereiro, e os
tocolos referidos no número anterior são elaborados cum- n.os 3 e 4 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 292/95, de 14
prindo os seguintes princípios: de Novembro.
a) Elencar a globalidade dos tipos de obra e de projecto Artigo 29.º
existentes, não afectando a regulação de qualificação pre-
vista em lei especial que disponha sobre a elaboração de Entrada em vigor
projecto ou plano concreto ou defina a qualificação mínima 1 — A presente lei entra em vigor no dia 1 de Novem-
de técnicos para elaboração de projecto; bro de 2009, com excepção do disposto no artigo 27.º
b) Respeitar as qualificações decorrentes das especia- que entra em vigor no dia seguinte ao da publicação da
lidades e, se aplicável, de especializações previstas nos presente lei.
respectivos estatutos profissionais de acordo com critérios 2 — As disposições relativas ao seguro de responsabi-
de adequação definidos na presente lei; lidade civil profissional, previsto no artigo 24.º, e aquelas
Diário da República, 1.ª série — N.º 127 — 3 de Julho de 2009 4285
respeitantes à sua comprovação entram em vigor no prazo de Janeiro, que estabelece o quadro de competências, assim
de três meses após a data de entrada em vigor da portaria como o regime jurídico de funcionamento dos órgãos dos
referida naquele artigo. municípios e das freguesias;
Considerando que as últimas eleições gerais para os
Aprovada em 15 de Maio de 2009. órgãos das autarquias locais se realizaram em 9 de Ou-
O Presidente da Assembleia da República, Jaime tubro de 2005;
Gama. Atento o disposto nos n.os 1, 2 e 4 do artigo 15.º da Lei
Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto, que regula a eleição
Promulgada em 23 de Junho de 2009. dos titulares dos órgãos das autarquias locais:
Publique-se. Foram ouvidos os partidos políticos.
Assim:
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Nos termos do n.º 1 do artigo 15.º da Lei Orgânica
Referendada em 24 de Junho de 2009. n.º 1/2001, de 14 de Agosto, e da alínea j) do n.º 1 do
artigo 197.º da Constituição, o Governo decreta o se-
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto guinte:
de Sousa. Artigo único
As eleições gerais para os órgãos representativos das
autarquias locais realizam-se no dia 11 de Outubro de 2009,
em todo o território nacional.
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de
Centro Jurídico Julho de 2009. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sou-
sa — Rui Carlos Pereira.
Declaração de Rectificação n.º 46/2009 Assinado em 2 de Julho de 2009.
Ao abrigo da alínea h) do n.º 1 e do n.º 2 do ar- Publique-se.
tigo 4.º do Decreto -Lei n.º 162/2007, de 3 de Maio, O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
declara -se que a Portaria n.º 482/2009, de 6 de Maio,
publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 87, Referendado em 2 de Julho de 2009.
de 6 de Maio de 2009, saiu com a seguinte inexacti- O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
dão que, mediante declaração da entidade emitente, de Sousa.
assim se rectifica:
Na alínea b) do n.º 2 do artigo 10.º do Regulamento de
Aplicação da Acção n.º 1.1.2, «Investimentos de Pequena
Dimensão», onde se lê:
MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO
«b) 45 % no caso da aquisição de equipamentos e PÚBLICA E DA CULTURA
máquinas agrícolas, pequenas construções e pequenas
plantações anuais, quando a exploração se situe em
zona desfavorecida;» Portaria n.º 700/2009
de 3 de Julho
deve ler-se:
Ao longo da sua existência, a Direcção-Geral de
«b) 45 % no caso da aquisição de equipamentos e Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Adua-
máquinas agrícolas, pequenas construções e pequenas neiros (DGITA) tem vindo a acumular um património
plantações plurianuais, quando a exploração se situe em documental que urge preservar de uma forma organi-
zona desfavorecida;» zada e segura, pois constitui um espólio essencial para
a história dos sistemas de informação em Portugal,
Centro Jurídico, 30 de Junho de 2009. — O Director- nomeadamente na área da administração tributária e
-Adjunto, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves. aduaneira.
Com esse objectivo, a DGITA iniciou a definição
da sua política de gestão de documentos no sentido
de prover as diversas unidades orgânicas de procedi-
mentos, recursos e métodos de gestão de documentos,
abrangendo a geração, recebimento, tramitação, con-
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS servação (arquivo corrente, intermédio e definitivo) e
E MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA eliminação.
Numa primeira fase desenvolveu o Plano de Classificação
de Documentos da DGITA, devidamente integrado na macro-
Decreto n.º 16/2009
estrutura temática aprovada para o sistema de gestão electró-
de 3 de Julho nica de documentos e optimização de processos do Ministério
das Finanças e da Administração Pública (MFAP).
Considerando que o mandato dos titulares dos órgãos Seguidamente, desenvolveu os trabalhos necessários
das autarquias locais é de quatro anos, tal como resulta do para determinação do valor dos documentos, para efeitos
disposto no n.º 2 do artigo 75.º da Lei n.º 169/99, de 18 de da respectiva avaliação, fixação dos prazos de conservação
Setembro, na redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 e procedimentos de eliminação criteriosa de documentos