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Capítulo 16 ................94
Módulo 61 ............ 110
Módulo 62 ............ 114
AT
Módulo 63 ............ 118
222
M Módulo 64............123
a
Módulo 65 ............129
Módulo 66 ............133
sic
Fí
UÍ
Q
O
BI
O
LP
IS
H
FI GEO
L
S
C
SO
FÍ
S
RE
1. Eletrostática 96
2. Íons 97
3. Quantização de carga 97
4. Carga elétrica de um corpo 97
5. Materiais condutores e isolantes 98
6. Conservação de carga 98
7. Eletrização 98
8. O eletroscópio 101
9. Força eletrostática 101
10. Campo elétrico 103
11. Organizador gráfico 109
Módulo 61 – Carga elementar e corpos
eletrizados: condutores e isolantes 110
Módulo 62 – Eletrização: atrito e contato 114
Módulo 63 – Eletrização por indução
e eletroscópios 118
Módulo 64 – Força eletrostática e lei
de Coulomb — princípio da superposição 123
Módulo 65 – Campo elétrico gerado
por uma ou mais cargas puntiformes 129
Módulo 66 – Linhas de força: cargas
puntiformes em campo elétrico uniforme 133
Durante uma tempestade, é comum observarmos descargas elétricas. O Brasil é um dos países em que ocorre
o maior número de descargas elétricas no mundo. O que dá origem aos raios? Como a tecnologia é afetada por esse
fenômeno? E como isso atinge as nossas vidas?
As descargas elétricas consistem no movimento de grande quantidade de elétrons em um curto intervalo de
tempo. Elas ocorrem em razão do acúmulo de cargas elétricas em regiões da atmosfera. Esse movimento de elé-
trons pode ocorrer entre nuvens, dentro da mesma nuvem, da nuvem para o solo, do solo para a nuvem ou da
nuvem para outro ponto qualquer da atmosfera.
A descarga elétrica ocorre quando o ar não é mais capaz de isolar as regiões eletrizadas positiva e negativamen-
te. Nesse momento, dizemos que é rompida a rigidez dielétrica do ar, e os elétrons deslocam-se da região negativa
para a positiva.
1. Eletrostática positivo do átomo, e os planetas ocupam as posições dos elé-
16
Os fenômenos elétricos sempre pareceram extraordiná- trons. Em 1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974)
rios para os pesquisadores, desde os primeiros estudiosos. O complementou a teoria de Rutherford ao provar a existência
221
espetáculo do relâmpago, a existência da célula viva, a facili- de uma partícula neutra no núcleo do átomo, o nêutron, que
dade da utilização de aparelhos elétricos e eletrônicos, a pos- ajuda a diminuir a repulsão entre os prótons.
sibilidade de armazenamento de energia em pilhas e baterias
são exemplos da importância do conhecimento a respeito Modelo planetário do átomo
das cargas elétricas.
O eletromagnetismo, desenvolvido até o século XIX por
pesquisadores como Ampère, Faraday e Maxwell, estuda o
Física
– –
Ernest Rutherford e seu modelo atômico,
comparável ao modelo planetário.
+ –
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O modelo de Rutherford assemelha-se ao modelo helio- Repulsão entre dois prótons, repulsão entre dois
cêntrico do Sistema Solar, em que o Sol representa o núcleo elétrons e atração entre próton e elétron.
16
Prótons: partículas portadoras de carga elétrica positiva.
Elétrons: partículas portadoras de carga elétrica negativa.
Cargas de sinais iguais: repelem-se mutuamente. O módulo da carga do próton e do
221
Carga de sinais opostos: atraem-se mutuamente. elétron é realmente idêntico?
O equilíbrio próton-elétron é passível de uma verifi-
cação muito precisa. Podemos verificar a neutralidade do
2. Íons átomo ou molécula de hidrogênio. Para esse fim, podemos
O átomo neutro apresenta o número de prótons igual ao tentar desviar a trajetória de um feixe de átomos ou molé-
número de elétrons. É possível, porém, retirar elétrons da culas por meio de um campo elétrico. Como o átomo ou a
eletrosfera de um átomo ou colocar elétrons nela. Quando molécula de hidrogênio deve possuir o mesmo número de
Física
um processo desse tipo é realizado, ocorre um desequilíbrio elétrons e prótons, o feixe não sofrerá desvio se as duas
elétrico no átomo. Nessas condições, esse átomo recebe a partículas subatômicas possuírem a mesma carga elétrica,
denominação de íon. em módulo.
Um íon possui o número de elétrons diferente do número
de prótons. O íon cujo número de elétrons é maior que o nú-
mero de prótons recebe o nome de ânion. O íon cujo número
de elétrons é menor que o número de prótons recebe a deno-
minação cátion. Para visualizar a relação entre as partículas
01.
Um átomo de níquel possui 28 prótons, no núcleo, e 4. Carga elétrica de um corpo
28 elétrons, na eletrosfera. Qual é a carga elétrica desse O estudo realizado para a ionização de um átomo ou
átomo? Justifique. molécula pode ser expandido para os corpos formados por
vários átomos ou moléculas, desde que estes possam tro-
Resolução car elétrons. Dessa maneira, um corpo inicialmente neutro,
A carga elétrica desse átomo é igual a zero, tendo em ou seja, que possua o mesmo número de prótons e elé-
vista que, para cada elétron, existe um próton neutralizan- trons, pode passar a apresentar excesso de carga positiva
do seu efeito. Nesse caso, a carga total será nula. ou negativa.
Quando um corpo inicialmente neutro perde elétrons, ele
passa a apresentar excesso de prótons, que possuem carga
3. Quantização de carga positiva. Nessa situação, dizemos que o corpo está eletrizado
A experiência da gota de óleo, de Millikan, e diversas ou- positivamente ou que possui carga positiva.
97
tras demonstram que a carga elétrica aparece, na natureza, Do mesmo modo, quando um corpo inicialmente neutro
em múltiplos de um único valor. Essa grandeza é representa- recebe elétrons, ele passa a apresentar excesso de elétrons,
da por e, que é a carga elementar. que possuem carga negativa. Assim, podemos afirmar que
esse corpo está eletrizado negativamente ou que possui car-
ga negativa.
Como o único portador de carga trocado em processos de
eletrização é o elétron, podemos afirmar que o módulo da car-
Para conhecer a experiência de Millikan, acesse: ga elétrica total adquirida por um corpo sempre será um valor
<https://www.youtube.com/watch?v=xohI5URKRvA>.
múltiplo do módulo da carga do elétron (carga elementar e).
Assim, podemos escrever:
Importante
A unidade coulomb é uma homenagem ao engenheiro e O sinal de + deve ser adotado quando o corpo apresentar
físico francês Charles A. Coulomb (1736-1806), por seus tra- excesso de prótons, e o sinal de –, quando o excesso for
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portadores de carga, é comumente um número com muitas exemplo, o ar é um ótimo isolante elétrico, porém, sob certas
casas decimais. Por esse motivo, alguns prefixos são ampla- condições, pode permitir a passagem de elétrons de um áto-
221
mente utilizados. Seguem alguns exemplos: mo para outro. A descarga elétrica de um raio é um exemplo
a. mili (m) = 10–3 c. nano (n) = 10–9 dessa situação. Portanto, existe um limite de isolamento elé-
b. micro (µ) = 10 –6
d. pico (p) = 10–12 trico nos materiais, o que será estudado mais adiante.
APRENDER SEMPRE 15
Para saber mais a respeito dos fenômenos cotidianos
Física
ca do corpo A está correta e corresponde a um excesso de dois quando Tales de Mileto (624 a.C.-556 a.C.) notou que, após es-
prótons em relação ao número de elétrons (carga positiva). fregar âmbar (uma resina) em um pedaço de seda, o primeiro
era capaz de exercer força de atração em pedaços de palha.
Esse tipo de eletrização consiste em atritar dois corpos cons-
5. Materiais condutores e isolantes tituídos de materiais diferentes para que um deles perca elétrons
O físico dinamarquês Niels Böhr (1885-1962) comple- (adquirindo excesso de carga elétrica positiva) e o outro ganhe es-
mentou o modelo atômico de Rutherford, provando que as ses elétrons (ficando eletricamente negativo). Temos um exem-
órbitas dos elétrons, em volta do núcleo do átomo, possuem plo disso quando um pente de plástico é passado várias vezes no
raio de curvatura quantizado e que, quanto mais energia um cabelo, os dois trocam cargas elétricas. Durante esse processo,
elétron possui, maior é o raio de sua órbita. Assim, um átomo o pente adquire elétrons provenientes do cabelo. Assim, o pente
pode possuir vários elétrons com diferentes níveis energéti- fica eletrizado negativamente e o cabelo positivamente.
cos e, consequentemente, com variados raios de trajetória.
Admitindo-se como referência o modelo atômico de Böhr,
podemos afirmar que os elétrons das camadas menos ener- +–
géticas (mais próximas do núcleo) são fortemente atraídos
++
+ –
pelos prótons presentes no núcleo atômico, e os elétrons –
mais energéticos (mais afastados no núcleo) são fracamente ++
atraídos pelo núcleo do átomo.
Nos materiais denominados condutores de eletricidade,
a intensidade da força de atração entre os elétrons da última
camada eletrônica e o núcleo é muito baixa. Dizemos, portan- – + – + – + – – –
to, que esses elétrons são “livres”, ou seja, eles podem passar
de um átomo para outro com bastante facilidade.
Nos isolantes de eletricidade, todos os elétrons são for-
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temente presos ao núcleo, não havendo, portanto, elétrons Ilustração com destaque para o excesso de
“livres” para passar de um átomo a outro com facilidade. elétrons no pente e de prótons no cabelo.
Como é possível saber qual material ficará eletrizado ne-
16
Observações importantes do processo
gativamente ou positivamente? de eletrização por atrito
A carga elétrica adquirida por um material depende da ca- • Os corpos adquirem cargas de sinais opostos.
221
pacidade que seus átomos têm de atrair elétrons. Portanto, • Os corpos adquirem cargas de mesmo módulo.
ficará com excesso de elétrons o material cujos átomos tive- • Quando materiais isolantes são eletrizados, a carga elé-
rem maior capacidade de atrair elétrons. trica em excesso permanece na região atritada.
Voltando ao exemplo anterior, podemos concluir que o • Quando materiais condutores são eletrizados, o exces-
plástico possui maior capacidade de atrair os elétrons para si so de carga distribui-se por toda a superfície do corpo.
do que o cabelo humano.
É comum utilizar uma tabela com vários materiais para
Física
comparar suas capacidades de atrair elétrons. Assim, des- B. Eletrização por contato
cobrimos qual deles fica positivo ou negativo. Essa tabela é A eletrização por contato ocorre quando dois corpos cons-
conhecida como série triboelétrica. tituídos de material condutor são deixados de tal maneira que
os elétrons de um possam migrar para o outro. Esse contato
pode ser feito por meio de um fio condutor ou encostando-se
um corpo ao outro.
Esse tipo de eletrização pode ocorrer entre dois ou mais
corpos simultaneamente. Além disso, é necessário que ao me-
Série triboelétrica
QA QB = 0 (neutro)
Existem alguns materiais como o algodão e o aço que Corpo A eletricamente positivo e corpo B neutro.
são chamados de neutros, pois não tendem a receber ou for-
necer elétrons, é por isso que, em dias frios e secos, as rou- Fazendo o contato elétrico entre eles, elétrons do corpo
99
pas de algodão não ficam grudando em nossa pele, como as neutro são fortemente atraídos pelo excesso de carga positi-
de poliéster. va no corpo A. Assim, alguns elétrons passam do corpo neutro
para o corpo A, até que o equilíbrio eletrostático seja atingido.
O conceito de equilíbrio eletrostático será estudado, com
maior amplitude, posteriormente.
APRENDER SEMPRE 16 Ao atingir o equilíbrio eletrostático, os corpos estarão
com cargas elétricas de mesmo sinal. No exemplo utilizado,
01. os dois corpos estarão com cargas positivas.
Considere um pedaço de pano de seda e um tubo de vi-
dro, ambos estão eletricamente neutros. Ao esfregar a seda
no tubo, qual a carga elétrica que cada corpo vai adquirir?
Utilize a série triboelétrica como referência.
Resolução
A série triboelétrica serve como referência para sa-
bermos quais elementos têm maior capacidade de atrair Q’A Q’B
elétrons. De acordo com a seta, os elementos que se en- Corpos A e B, após o contato, adquirem excesso de carga positiva.
contram na parte superior da série têm maior chance de
adquirir excesso de carga positiva, e aqueles que estão na Tendo em vista o princípio de conservação da carga elé-
parte inferior têm maior capacidade de atrair elétrons para trica e que somente os corpos A e B participam da troca de
si, tornando-se negativos. elétrons, podemos escrever:
De acordo com a série, o vidro deve adquirir carga elé-
trica positiva, perdendo elétrons, e a seda fica eletrizada Qinicial = Qfinal
negativamente, pois recebe esses elétrons.
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QA = Q’ A + Q’B
Assim, podemos concluir que a carga elétrica inicial do elétrico entre os corpos, apenas uma aproximação suficiente
16
sistema permanece conservada e que, na situação final, para polarizar as cargas elétricas do corpo que se deseja ele-
ela está dividida entre os corpos que participaram do con- trizar (corpo induzido).
221
APRENDER SEMPRE 17 A atração entre cargas de sinais opostos faz com que
elétrons livres do condutor se aproximem do bastão, geran-
01. do uma polarização elétrica na esfera. É interessante notar
Três esferas idênticas são mantidas isoladas eletrica- que as cargas negativas não conseguem chegar ao bastão,
mente, em um ambiente seco. Em determinado instante, a pois a esfera está imersa em um meio isolante como o ar,
esfera A (QA = 10 µC) toca a esfera B (QB = –1 µC). Após por exemplo.
alguns instantes, afasta-se e toca a esfera C (Qc = –3 µC),
retornando à posição inicial.
Após os contatos descritos, determine as cargas elétri-
cas das esferas A, B e C.
Resolução
É fundamental notar que as esferas são idênticas e,
por esse motivo, as cargas elétricas de cada par de esferas,
após o contato, será igual.
100
ca (corpo indutor). Porém, nesse processo, não há contato atraídos pelo bastão e conduzidos até a esfera.
Ele é constituído de uma esfera condutora (comumente
16
metal) ligada a uma haste também condutora, onde se fixam
tiras metálicas.
221
Esfera condutora
Haste condutora
Física
livres são mantidos no lado esquerdo da esfera pelo corpo indutor.
Tiras
101
8. O eletroscópio
Para determinar se um corpo está ou não com excesso de Como a esfera do bastão está eletrizada positivamente, ela
cargas elétricas, pode-se utilizar um instrumento denomina- induz carga elétrica no conjunto condutor do eletroscópio.
do eletroscópio.
No início do capítulo, vimos que corpos carregados com As cargas elétricas em excesso na região inferior do apa-
cargas de mesmo sinal se repelem e corpos carregados com relho repelem-se e fazem com que as folhas afastem-se uma
cargas de sinais contrários atraem-se mutuamente. No entan- da outra.
to, o que acontece quando aproximamos um corpo carregado
de outro eletricamente neutro?
Nessa situação, também ocorre uma força de atração 9. Força eletrostática
entre ambos por causa da polarização de cargas elétricas no Conforme visto anteriormente, as cargas elétricas intera-
corpo neutro. gem entre si de duas maneiras diferentes: atrativa ou repulsi-
vamente. No entanto, mais detalhes podem ser estudados a
respeito da interação entre duas cargas elétricas. Em um pri-
meiro momento, estudaremos a interação entre duas cargas
Veja a simulação no link: elétricas pontuais, ou seja, cujo tamanho é desprezível em
<http://phet.colorado.edu/pt_BR/ determinado referencial.
simulation/balloons>.
A. Lei de Coulomb
Charles Augustin Coulomb (1736-1806) estudou de
O funcionamento de um eletroscópio está intimamente maneira quantitativa a interação entre cargas elétricas. As
relacionado com o princípio de atração ou repulsão elétrica experiências de Coulomb utilizaram um instrumento conhe-
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entre os corpos. Existem diversos tipos de eletroscópios, mas cido como balança de torção e que também foi utilizada por
um bastante interessante é o eletroscópio de folhas. Cavendish para medir atrações gravitacionais.
As conclusões do trabalho de Coulomb são suficiente- Resolução
16
mente precisas se considerarmos as cargas elétricas muito Para calcular o módulo da força eletrostática basta
menores do que a distância que as separa e apenas quando substituirmos os valores fornecidos no enunciado na lei de
221
k ≈ 9 · 109 N · m2⁄C2 G ⋅ m1 ⋅ m2
F=
d2
102
Importante
• A equação determina apenas o módulo da força e a lei de Coulomb são explícitas. Ambas são leis para
entre as cargas elétricas, por esse motivo a função inversos de quadrados de distâncias, e as cargas Q1
módulo aparece na equação. e Q2, na lei de Coulomb, fazem o mesmo papel que as
• Note que a força exercida pela carga Q1 sobre a car- massas m1 e m2 na gravitação newtoniana. No entanto,
ga Q2 forma par ação e reação com a força que Q2 a força gravitacional é sempre atrativa entre os corpos
exerce sobre Q1. enquanto as forças eletrostáticas podem ser atrativas
ou repulsivas.
As forças magnéticas também diferem da força ele-
trostática por não serem da mesma natureza. Enquanto
APRENDER SEMPRE 18 a força coulombiana é originada pelas cargas elétricas,
as forças magnéticas são fruto das propriedades mag-
01. néticas da matéria. Mais adiante serão apresentadas
Duas partículas apresentam excessos de cargas elé- as características que permitem aos corpos interagirem
tricas de 4 µC e –5 µC, respectivamente. A distância entre magneticamente.
elas pode ser considerada igual a 30 cm, e o meio envol-
vente é o vácuo, k = 9 · 109 N · m2/C2. A figura representa
esquematicamente a situação descrita. Calcule o módulo B. Força eletrostática para sistemas de corpos
da força eletrostática entre as partículas e determine sua No item anterior, estudamos como ocorrem as intera-
direção e sentido. ções entre pares de cargas elétricas pontuais. Na nature-
za, a quantidade de portadores de carga é muito grande.
4 µC –5 µC
Para se ter ideia, em uma amostra de 1 cm3 de um material
qualquer, a ordem de elétrons disponíveis é de 1023. As-
x sim, é importante que abordemos a interação entre mais
A B de um par de cargas. Apesar de parecer complexa, a situa-
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221
Três cargas puntiformes são dispostas conforme a figura. utilizar os métodos conhecidos para a soma de vetores.
+Q1 +Q2
d
Física
–Q3 basico/vetores/somar/>.
C. Representação gráfica
Sabendo que as cargas elétricas estão equidistantes e A equação que define a representação matemática da lei
que |Q1| = |Q2| = |Q3| = Q, determine a força resultante sobre de Coulomb F = k · |Q1| · |Q2| / d2 pode ser representada, gra-
a carga Q3. ficamente, de várias maneiras. Uma forma bastante utilizada
é aquela que apresenta a relação entre a força F e a distância
F13 F23
–Q3
103
Assim, calculamos:
No gráfico, podemos notar que, conforme a distância d
k ⋅ Q1 ⋅ Q2 cresce, a força diminui na proporção quadrática.
FE =
d2
k ⋅ Q2
F13 = F23 = 2
d 10. Campo elétrico
O conceito de campo é o que permite compreender como
Para calcularmos o módulo da força resultante sobre a ocorre a interação entre duas partículas. Os campos que fre-
carga Q3, podemos utilizar a lei dos cossenos. quentemente são estudados na Física, durante o Ensino Mé-
dio, são três:
FR2 = F132 + F232 + 2 ⋅ F13 ⋅ F23 ⋅ cos 60° • campo gravitacional, responsável pela interação entre
as massas dos corpos;
k .Q2
FR = 3 • campo magnético, relacionado com a força magnética;
d2
• campo elétrico, que está ligado à força elétrica.
A direção da força resultante é vertical, e o sentido, Para ilustrar o conceito de campo, será utilizada aqui uma
para cima, pois os módulos das cargas são iguais, e elas analogia.
estão equidistantes. Consideremos que um aluno, em uma sala de aula, tenha
passado uma quantidade significativa de perfume. Esse alu-
+Q1 +Q2 no irradia, ao seu redor, uma região de perturbação que, na
física, chamamos de região de campo. Se esse aluno estiver
isolado, terá apenas o campo por ele criado. Entretanto, se for
FR colocado outro aluno nas proximidades deste, além do cam-
po, haverá também a ação de um par de forças, que pode ser
–Q3 de atração, caso o aluno tenha gostado do perfume, ou repul-
são, no caso contrário.
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sozinha cria o campo. No entanto, se outra carga elétrica for região denominada campo gravitacional, ou seja, todos os
colocada nessa região, sentirá os efeitos do campo elétrico e corpos, nas proximidades desse astro, sentem sua presença.
221
receberá uma força de atração ou repulsão, dependendo dos A origem do campo gravitacional está relacionada com a
sinais das cargas. Vale lembrar que o par de forças ocorre por massa dos corpos. Por exemplo, a Lua permanece girando ao
causa da força que cada carga realiza sobre a outra. redor da Terra por causa da atração gravitacional entre estes
Nesta ilustração, vê-se que uma carga elétrica cria, em seu dois astros.
entorno, uma região em que ela é capaz de realizar força elétrica.
Lua
Física
F Terra, Lua
−F Lua, Terra
Q
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Terra
A carga Q cria uma região denominada campo elétrico. A massa de cada corpo cria uma região denominada campo
gravitacional que por sua vez gera a força gravitacional.
É importante notar que o campo elétrico não fica limitado
apenas à região próxima à carga, mas estende-se desde a car- A força trocada entre esses dois astros forma um par ação e
ga até muito longe dela, diminuindo de intensidade conforme reação, ou seja, são forças de mesma intensidade, mesma dire-
se afasta da fonte do campo. ção, sentidos opostos e estão aplicadas em corpos diferentes.
Quando uma segunda carga elétrica é inserida no campo Para determinar o campo gravitacional de um astro, apli-
elétrico, ocorre uma interação entre as cargas, denominada camos a conhecida equação usada na mecânica: P = m⋅ g .
força elétrica. Nessa equação, P é a intensidade da força peso, m é a massa
do corpo, e g é o campo gravitacional. Dessa maneira:
104
P
g=
m
FE
E=
A força elétrica surge quando o campo elétrico de uma q
carga detecta a presença de outra carga elétrica.
É importante ressaltar que a força elétrica pode ser de Considerando-se que FE e E grandezas vetoriais, e que q
atração ou repulsão, dependendo dos sinais das cargas elétri- é uma grandeza escalar, podem ser determinados:
cas, e que cada uma das cargas é, independentemente, uma • o módulo do campo elétrico:
fonte de campo elétrico. Por esse motivo, a primeira carga
também sofre ação de força elétrica.
FE
E=
A. Cálculo do campo elétrico q
Para facilitar o entendimento da análise matemática do
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16
do do campo elétrico. Se FE e P tiverem a mesma intensidade, então, o corpo
permanecerá em equilíbrio.
FE
221
Se FE > P, o corpo acelera na vertical e para cima.
Q q Se FE < P, o corpo acelera na vertical e para baixo.
Na figura, adotamos q como positiva.
Física
demos concluir que o sentido do campo elétrico gerado por Q, 01.
no ponto em que se encontra q, é para a esquerda. Em uma região do espaço, existe um campo elétrico
constante de intensidade 1 · 104 N/C, na vertical e para
FE E cima. Nessa região, atua um campo gravitacional de inten-
sidade 10 m/s2, na vertical e para baixo. Coloca-se nela um
Q q corpo de massa 5 g e eletrizado. Calcule a carga elétrica
Como q < 0, a força e o campo possuem o mesmo sentido. desse corpo sabendo que ele permanece em equilíbrio por
causa da ação de apenas dois campos.
FE E B. O campo elétrico de uma carga pontual
Quando uma carga q é colocada próxima a uma carga fixa
105
Q q Q, ocorre uma força elétrica entre elas. O valor dessa força é
Como q < 0, a força e o campo possuem sentidos opostos. dado pela lei de Coulomb.
força peso é vertical e dirigida para baixo. sendo sua direção e sentido dados pela análise do sinal da
carga fonte.
Resumindo Conhecendo os métodos de soma vetorial, pode-se deter-
16
O campo elétrico é a maneira pela qual as forças elétri- minar o campo elétrico resultante no ponto P.
cas são transmitidas entre as cargas.
221
E2
Q q FE
+ + ER
P
E
E1
FE E
+ – +Q2 –Q1
Física
FE
– +
E
E FE Para relembrar operações com vetores, acesse:
– –
<http://efisica.if.usp.br/mecanica/
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
basico/vetores/somar/>.
• Carga teste positiva: campo elétrico e força elétrica
no mesmo sentido.
• Carga teste negativa: campo elétrico e força elétrica
em sentidos opostos. APRENDER SEMPRE 21
• Carga fonte positiva: campo elétrico de afastamento
(saindo radialmente da carga). 01.
• Carga fonte negativa: campo elétrico de aproxima- Duas cargas elétricas iguais (Q = 5 µC) estão dispostas
ção (entrando radialmente na carga). como mostra a figura e separadas por uma distância de 50 cm.
+Q +Q
simulation/electric-hockey>.
Deseja-se calcular o campo elétrico resultante em um
ponto P, equidistante das cargas elétricas. O meio envol-
vente é o vácuo (k= 9 · 109 N · m2/C2), e a distância entre
C. Campo elétrico de um sistema as cargas e o ponto P vale 50 cm.
de cargas pontuais
O estudo do campo elétrico de uma carga pontual pode Resolução
ser expandido para um sistema com mais cargas elétricas Primeiramente, representam-se os campos de cada
puntiformes em repouso. Assim, é necessário utilizar o mes- carga e o campo elétrico resultante no ponto P.
mo princípio de superposição adotado para calcularmos a for-
ça resultante no primeiro caso.
Q Q
Quando duas ou mais cargas elétricas estão próximas, d
o campo de cada uma interage com o das outras. Tendo em
vista o caráter vetorial do campo elétrico, essa interação de-
pende da maneira como as cargas estão dispostas.
d d
Exemplo
E2
P E1 E2
E1
+Q2 –Q1
ER
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16
Utiliza-se a equação que define, matematicamente, o va, as linhas de campo são:
campo elétrico de uma carga pontual, para calcular o mó-
221
dulo de cada campo. Como as distâncias e as cargas são
iguais, E1 = E2 = E.
k⋅ Q
E=
d2
–
9 ⋅ 10 ⋅ 5⋅ 10−6
9
E=
(5 ⋅ 10−1 )2
Física
E = 1,8 · 105 N/C
Como o triângulo da figura é equilátero, o ângulo Campos gerados por cargas positivas têm linhas de força convergentes
entre os vetores E 1 e E 2 vale 60°. Assim, utiliza-se a lei
dos cossenos para obter-se o módulo do campo elétri- Observando algumas características das figuras, pode-se
co resultante. concluir que:
• as linhas de força mostram a direção do campo elé-
107
Quando duas cargas elétricas pontuais são colocadas
próximas, o campo elétrico de uma interage com o campo
Q q FE elétrico da outra. A análise desta interação já foi realizada ve-
+ +
torialmente na seção 10 C. No entanto, uma análise por meio
E das linhas de força também é importante.
Carga fonte Q e carga teste q, ambas positivas. Um dipolo elétrico é constituído por cargas de sinais
opostos e com módulos iguais. Na figura, são mostradas
Repetindo a experiência de aproximar a carga teste q da representações das linhas de força de um dipolo elétrico.
carga fonte Q, encontram-se as linhas de força do campo elé-
trico gerado por Q. Essas linhas são apenas uma representa-
ção da intensidade, direção e do sentido do campo elétrico.
Assim, para uma carga fonte positiva, as linhas de campo
elétrico são:
+ –
+
Algumas características das linhas de força de um dipolo
elétrico merecem destaque.
1. As linhas de força nunca se cruzam e são abertas, mas
podem dar continuidades umas às outras (dipolo com
cargas de sinais opostos).
Campos gerados por cargas positivas têm linhas de força divergentes 2. Quanto maior o módulo da carga elétrica, mais linhas de
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elétricas são apresentadas: querda está carregada positivamente. Por esse motivo, o
campo gerado pelas cargas elétricas sai dessa placa. A placa
221
+ +
APRENDER SEMPRE 22
Física
01.
Uma partícula com carga positiva q e massa m é libera-
da do repouso em um campo elétrico uniforme de módulo
E. O campo está orientado para a direita, conforme a figura.
Descreva o movimento da partícula.
+ –
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
+ q, m –
+ –
+ –
+ –
– – + –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+Q E = constante –Q
Linhas de força de dipolos elétricos com cargas iguais
Resolução
É importante ressaltar que as imagens apresentadas das Como a partícula possui carga elétrica positiva e o cam-
linhas de força até o momento são projeções bidimensionais po elétrico aponta para a direita, ela sofrerá a ação de uma
de sistemas tridimensionais. força elétrica para a direita, dada por:
FE = |q| · E
F. Campo elétrico uniforme Na ausência de outras forças, a força resultante sobre
108
Quando o campo elétrico em uma região não sofre va- a partícula é a força eletrostática.
riação de direção, módulo ou sentido, este campo é chama- FR = m · a
do uniforme. Uma maneira bastante comum de se obter um |q| · E = m · a
campo elétrico uniforme é por meio de um capacitor de placas Assim, a aceleração da partícula é constante e dada por:
planas e paralelas.
q ⋅E
a=
m
+ –
+ – Como partiu do repouso, ela descreve um movimento
+ – retilíneo uniformemente acelerado para a direita, até colidir
+ –
+ – com a placa negativa do capacitor.
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
Para conhecer o princípio de funcionamento
+Q E = constante –Q
dos para-raios, acesse:
Capacitor de placas paralelas com cargas de sinais opos- <http://www.if.ufrgs.br/mpef/mef004/20031/
Ricardo/funcpararaios.html>.
tos, em cada placa, e mesmo módulo.
EMI-16-110
11. Organizador gráfico
16
A. Introdução à eletrostática
221
+ –
Física
Eletrostática
+–
++
+ –
–
++
Campo elétrico:
Indução
⋅
k⋅|Q|
E= 2
d
Q±n·e
109
EMI-16-110
Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 61
16
Exercícios de Aplicação
01. 03.
O átomo do elemento químico lítio possui 3 prótons, 3 Com o desenvolvimento da teoria atômica, pode-se com-
Física
elétrons e 4 nêutrons. Obtenha a carga elétrica do íon for- preender o conceito da carga elétrica e dos seus dois tipos:
mado no caso de, por algum processo, esse átomo perder 2 positiva e negativa. Hoje sabemos que a matéria é constituí-
elétrons. Considere que a carga de um próton é +1·e, e a do da de átomos ou grupos de átomos (moléculas), e esses são
elétron é –1·e. constituídos de um grande número de partículas, como os
prótons, os elétrons e os nêutrons. Com base nos conceitos
Resolução
estudados, assinale a alternativa correta.
O átomo de lítio está inicialmente neutro. a. A carga de um elétron é negativa, sendo em valor ab-
Perdendo dois elétrons, ficam 3 prótons e 1 elétron. soluto igual a de um próton.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Assim, o excesso será de dois prótons. b. O elétron, o próton e o nêutron são partículas portado-
+2·e ras de propriedades elétricas.
c. O elétron possui carga elétrica do tipo positiva, locali-
zando-se na eletrosfera atômica.
d. O nêutron possui carga elétrica não nula.
e. O próton possui carga elétrica do tipo positiva, locali-
zando-se na eletrosfera atômica.
Resolução
a. A carga do elétron é, por convenção, negativa. Seu va-
lor é –1,6 · 10–19 C. A carga do próton possui o mesmo
módulo que a carga do elétron.
b. O nêutron é uma partícula sem carga elétrica.
c. O elétron possui carga elétrica negativa e está locali-
zado na eletrosfera do átomo.
d. A carga elétrica do nêutron é zero.
110
16
04. IFSP De acordo com o enunciado pode-se afirmar que, ao se
221
Raios são descargas elétricas de grande in- estabelecer uma descarga elétrica no para-raios:
tensidade que conectam as nuvens de tempesta- a. prótons passam da nuvem para o para-raios.
de na atmosfera e o solo. A intensidade típica de b. prótons passam do para-raios para a nuvem
um raio é de 30 mil amperes, cerca de mil vezes c. elétrons passam da nuvem para o para-raios.
a intensidade de um chuveiro elétrico, e eles per- d. elétrons passam do para-raios para a nuvem.
correm distâncias da ordem de 5 km. e. elétrons e prótons se transferem de um corpo a outro.
Disponível em: <www.inpe.br/webelat/homepage/menu/el.atm/
Física
perguntas.e.respostas.php>. Acesso em: 30 out. 2012. 05.
Uma esfera metálica é atritada com um pano de seda e,
Durante uma tempestade, uma nuvem carregada posi- nesse atrito, a esfera perde 5 · 108 elétrons para a seda. Con-
tivamente se aproxima de um edifício que possui um para- siderando que inicialmente ambos os corpos estavam eletri-
-raios, conforme a figura a seguir. camente neutros, calcule a carga elétrica adquirida pela seda.
Dado: carga elementar 1,6 · 10–19 C
Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, seria interessante ressaltar a importância das cargas elétricas na natureza e a relevância de esta ser uma
111
grandeza quantizada.
Na web
O site phet.colorado.edu oferece simulações que mostram partículas representando as cargas elétricas.
Acesse: <http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/balloons>.
O site phet.colorado.edu oferece simulações que mostram partículas representando as cargas elétricas.
Acesse: <http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/travoltage>.
EMI-16-110
Exercícios Propostos
16
Da teoria, leia os tópicos 1, 1.A, 1.B, 2, 3, 4 e 5. das em um intervalo de tempo que chega a atin-
221
isolado é aproximado do balão A, este é atraído pelo objeto. a. é sempre maior que 6,25 · 1020.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as la- b. é sempre menor que 1,56 · 1020.
cunas do enunciado seguinte, na ordem em que aparecem. c. é igual a 1,56 · 1020.
A respeito das cargas elétricas líquidas no balão A e no d. é igual a 6,25 · 1020.
objeto, pode-se concluir que o balão A só pode __________ e que o e. pode assumir valores maiores que 6,25 · 1020.
objeto só pode __________.
a. ter excesso de cargas negativas – ter excesso de car- 10.
gas positivas. A carga de um elétron é da ordem de 10–19 C. Se um corpo
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
b. ter excesso de cargas negativas – ter excesso de car- recebe a carga de –10 µC, a ele devem ter sido adicionados:
gas positivas ou estar eletricamente neutro. a. 1014 elétrons.
c. ter excesso de cargas negativas – estar eletricamente b. 1020 elétrons.
neutro. c. 10 elétrons.
d. estar eletricamente neutro – ter excesso de cargas po- d. 1050 elétrons.
sitivas ou estar eletricamente neutro. e. algumas centenas de elétrons.
e. estar eletricamente neutro – ter excesso de cargas
positivas. 11.
Um pedaço de vidro está eletrizado positivamente com
07. UECE carga de 42 · 10–9 C. Sabendo-se que a carga de um elétron
A matéria, em seu estado normal, não manifesta proprie- possui o mesmo módulo da carga elementar (e = 1,6 · 10–19 C),
dades elétricas. No atual estágio de conhecimento da estrutu- pode-se concluir que:
ra atômica, isso nos permite concluir que a matéria: a. o vidro ganhou 26,25 · 1010 elétrons.
a. é constituída somente de nêutrons. b. o vidro ganhou 26,25 · 1010 prótons.
b. possui maior número de nêutrons que de prótons. c. o vidro perdeu 26,25 · 1010 elétrons.
c. possui quantidades iguais de prótons e elétrons. d. o vidro perdeu 42 · 1010 elétrons.
112
maiores que 100 coulombs podem ser transferi- miliar de quantização. Quando você compra um
produto em uma loja, o pagamento em dinheiro 14.
16
é sempre algum múltiplo de um centavo. Nenhu- A carga elétrica de um quark correspondente a ± 1 e
ma quantidade de dinheiro pode ser menor que 3
um centavo, assim como nenhuma carga elétrica 2 da carga do elétron. Sabendo que a carga elementar é
221
±
pode ser dividida em uma quantidade menor do 3
que a carga de um próton ou de um elétron. [...] 1,6 · 10–19 C, o módulo da carga elétrica de um quark isolado
Mas, prótons são constituídos por outras partí- poderia ser:
culas, denominadas quarks, que possuem carga a. 1,6 · 10–19 C d. 0,53 · 10–20 C
1 2 b. 3,2 · 10–19 C e. 0,9 · 10–19 C
elétrica correspondente a ± e ± da carga do
3 3 c. 0,53 · 10–19 C
Física
elétron. Ainda não foi observado nenhum quark
isolado e existem razões teóricas para acreditar 15.
que, em princípio, seria impossível detectar um Sabe-se que as partículas alfa são constituídas por 2
quark isolado. [...] Portanto, a carga elétrica de prótons e 2 nêutrons. Adotando-se a unidade de massa u,
qualquer corpo macroscópico é sempre igual a pode-se afirmar que a massa e a carga elétrica de uma par-
zero ou a um múltiplo inteiro (positivo ou negati- tícula alfa são:
vo) da carga elétrica do elétron. a. 2·u e 1,6·10–19 C
b. 2·u e 3,2·10–19 C
113
EMI-16-110
Módulo 62
16
Exercícios de Aplicação
01. Unifor-CE 03. Uniube-MG
Sabemos que eletrostática é a parte da física responsá- Duas esferas metálicas, muito leves, estão penduradas
Física
vel pelo estudo das cargas elétricas em repouso. A história por fios perfeitamente isolantes, em um ambiente seco, con-
conta-nos que grandes cientistas, como Tales de Mileto, con- forme mostra a figura a seguir. Uma barra metálica, positiva-
seguiram verificar a existência das cargas elétricas. mente carregada, é encostada em uma das esferas e depois
Analise as afirmações acerca do assunto. afastada. Após o afastamento da barra, qual deve ser a posi-
I. Um corpo é chamado neutro quando é desprovido de ção das esferas, sabendo que a carga inicial delas é nula?
cargas elétricas.
II. A eletrostática é descrita pela conservação de cargas
elétricas, a qual assegura que, em um sistema isola-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
gas elétricas.
III. Correto. A menor quantidade de carga encontrada iso-
lada na natureza é a elementar.
IV. Incorreto. As características nos materiais são rele-
vantes para o processo de eletrização.
Alternativa correta: D
c.
02. UFPE
Duas esferas metálicas iguais, A e B, estão carregadas
com cargas QA = +76 µC e QB = + 98 µC, respectivamente.
Inicialmente, a esfera A é conectada, momentaneamente, ao
solo através de um fio metálico. Em seguida, as esferas são Resolução
postas em contato momentâneo e mantidas isoladas do solo. Como todos os corpos envolvidos são condutores, o ex-
Calcule a carga final da esfera B, em µC. cesso de carga positiva será dividido entre todos eles, ou
Resolução seja, elétrons passarão para a barra, e as duas esferas ficarão
positivas. Na eletrização por contato, a carga final dos corpos
Qa + Qb = Q’a + Q’b
envolvidos deve ser de mesmo sinal.
Como as esferas são idênticas:
Alternativa correta: A
0 + 98 µC = 2 · Q’b
Habilidade
Q’b = 49 µC
Aplicar o princípio de conservação e a quantização da car-
ga em processos de eletrização.
EMI-16-110
Exercícios Extras
16
04. UFMG (adaptado) 05. UFMG (adaptado)
221
Gustavo dispõe de duas esferas metálicas, esferas 1 e 2 As esferas da figura apresentam massas e cargas elétri-
de raios iguais e muito pequenos, com as quais realiza expe- cas diferentes, sendo m1 < m3 e q1 < q3.
rimentos de eletrostática. As esferas 1 e 2 têm massas iguais,
m. As duas esferas foram eletricamente carregadas, sendo a
carga, na esfera 1, igual a Q e, na esfera 2, menor, q.
Em um primeiro experimento, Gustavo pendura as esfe-
ras 1 e 2 por fios isolantes longos, de mesmo comprimento, e
Física
presos no mesmo ponto. Nas figuras, são apresentadas três θ1 θ3 θ1 θ3 θ1 θ3
alternativas de configurações para as posições de equilíbrio
dessas duas esferas; θ1 e θ2 são, respectivamente, os ângu- 1 3 1 3 1 3
los que os fios de sustentação das esferas 1 e 2 fazem com
a vertical. a. Assinale a opção que apresenta a relação correta en-
tre os ângulos na configuração de equilíbrio.
a. θ1 < θ3
b. θ1 = θ3
Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, é interessante relacionar os fenômenos da eletrização por atrito e contato com eventos cotidianos dos alunos.
115
Conceitualmente seria interessante ressaltar as peculiaridades de cada tipo de processo de eletrização.
Exercícios Propostos
Da teoria, leia os tópicos 6, 7, 7.A e 7.B. assinale o que for correto, dando a soma dos números dos
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento itens corretos.
01. Somente quando há desequilíbrio entre o número de
prótons e elétrons é que a matéria manifesta suas
06. propriedades elétricas.
Três esferas metálicas, A, B, e C, idênticas, estão eletriza- 02. Um corpo eletricamente neutro é aquele que não tem
das com cargas elétricas de 20 µC, –2 µC e –6 µC, respecti- cargas elétricas.
vamente. As esferas são colocadas em contato simultâneo. 04. Se um corpo tem cargas elétricas, ele pode ou não
Determine a carga elétrica de cada esfera após o contato. estar eletrizado.
08. Ao serem atritados, dois corpos eletricamente neu-
07. UEPG tros, de materiais diferentes, tornam-se eletrizados
Corpos eletrizados ocorrem naturalmente no nosso co- com cargas de mesmo sinal, devido ao princípio de
tidiano. Um exemplo desse fenômeno acontece quando, em conservação das cargas elétricas.
dias muito secos, ao se tocar em um automóvel sentem-se
pequenos choques elétricos. Tais choques são atribuídos 08. UERJ (adaptado)
EMI-16-110
ao fato de estarem os automóveis eletricamente carrega- Três pequenas esferas metálicas, E1, E2 e E3, eletrica-
dos. Sobre a natureza dos corpos (eletrizados ou neutros), mente carregadas e isoladas, estão alinhadas, em posições
fixas, sendo E2 equidistante de E1 e E3. Seus raios possuem o c. Em processo de eletrização por atrito entre vidro e
16
mesmo valor, que é muito menor que as distâncias entre elas, papel, o vidro adquire carga de +5 unidades de carga,
como mostra a figura: então o papel adquire carga de –5 unidades de carga.
221
2 Couro
camente neutros, impedindo que o vidro repelisse os
pedaços de papel.
3 Pele de coelho e. o atrito entre o vidro e a lã fez um dos dois perder elé-
4 Vidro trons e o outro ganhar, eletrizando os dois, o que per-
5 Cabelo humano mitiu que o vidro atraísse os pedaços de papel.
6 Náilon
11. UTFPR
7 Chumbo
Quando atritamos uma régua de plástico com um pedaço
8 Pele de gato de lã:
9 Seda I. fazemos com que a régua de plástico fique carregada
10 Papel com cargas elétricas e o pedaço de lã continue neutro
11 Madeira eletricamente, pois o papel da lã é o de atritar a régua.
II. fazemos com que a régua de plástico fique carregada
12 Latão
com cargas elétricas e o pedaço de lã fique carregado
13 Poliéster com cargas elétricas contrárias às da régua, pois há
14 Isopor transferência de cargas de um material para o outro.
15 Filme de PVC III. fazemos com que a régua de plástico fique carregada
eletricamente com o mesmo tipo de cargas da lã, pois
16 Poliuretano
a transferência de cargas ocorre de um objeto carrega-
17 Polietileno do para o outro.
18 Teflon IV. a régua de plástico e a lã ficam eletricamente neutros,
pois o processo de eletrização por atrito é o processo
Assim, o texto afirma que: de indução de cargas.
a. a pele de coelho atritada com teflon ficará carregada Está(ão) correta(s):
positivamente, pois receberá prótons do teflon. a. I. d. IV .
EMI-16-110
b. uma vez eletrizados por atrito, vidro e seda, quando b. II. e. I e IV.
aproximados, irão se atrair. c. III.
12. Cefet-SC (adaptado) Nela, vê-se um processo comum de eletrização. Com rela-
16
Leia o texto e responda à questão. ção aos processos de eletrização, é correto afirmar:
a. Na eletrização por atrito, os corpos devem possuir ex-
221
Como funciona a máquina de xerox cesso de carga elétrica antes de serem atritados.
Quando se inicia a operação em uma máquina b. Na eletrização por contato, os corpos devem estar ini-
de xerox, acende-se uma lâmpada que varre todo cialmente neutros.
o documento a ser copiado. A imagem é projetada c. Após serem atritados, dois corpos, inicialmente neu-
por meio de espelhos e lentes sobre a superfície tros, feitos de madeira permanecerão neutros.
de um tambor fotossensível, que é um cilindro de d. Ao colocarmos dois corpos condutores em contato
alumínio revestido de um material fotocondutor. elétrico, sempre haverá troca de elétrons entre eles.
Física
Os fotocondutores são materiais com proprie- e. Na eletrização por contato, a carga final dos corpos
dades isolantes no escuro. Mas, quando expostos sempre será de mesmo valor.
à luz, são condutores. Assim, quando a imagem
refletida nos espelhos chega ao tambor, as cargas 14.
superficiais do cilindro se alteram: as áreas claras Têm-se dois condutores idênticos, A e B, eletrizados
do documento eliminam as cargas elétricas que com cargas QA = 12 μC e QB = –4 μC. Estabelece-se o con-
estão sobre a superfície do cilindro e as áreas es- tato entre ambos, através de um fio condutor. Depois de
curas se preservam. Forma-se, então, uma ima- atingido o equilíbrio eletrostático, quais são as cargas elé-
117
c. O cilindro é eletrizado ao ser iluminado e induz cargas Uma esfera condutora, eletricamente neutra, suspensa
elétricas nas pequenas partículas do pó de toner. por fio isolante, toca outras três esferas de mesmo tamanho
d. O toner é eletrizado por contato com o cilindro metálico. e eletrizadas com cargas Q, 3Q/2 e 3Q, respectivamente. Após
e. Tanto o cilindro quanto o toner são eletrizados com cargas tocar na terceira esfera eletrizada, a carga da primeira esfera
elétricas negativas, pois apresentam excesso de prótons. será igual a:
13. a. Q
Observe a ilustração. 4
b. Q
+– 2
++
+ – c. 3· Q
– 4
++
d. Q
e. 2·Q
– + – + – + – – –
EMI-16-110
Módulo 63
16
Exercícios de Aplicação
01. Unifor-CE 03.
A figura seguinte representa um condutor A, eletricamen- A figura representa um eletroscópio de folhas. O eletros-
Física
te neutro, ligado à Terra. Aproxima-se de A um corpo B carre- cópio pode indicar a presença de cargas elétricas e o sinal
gado positivamente. delas.
A
+
+ +
B
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
+ +
+ +
Pode-se afirmar que:
a. os elétrons da Terra são atraídos para A.
b. os elétrons de A escoam para a Terra.
c. os prótons de A escoam para a Terra. Considere o eletroscópio originalmente carregado positi-
d. os prótons da Terra são atraídos para A. vamente. Aproximando-se dele um bastão carregado, obser-
e. há troca de prótons e elétrons entre A e B. va-se que as folhas se fecham. É correto afirmar que:
a. o bastão tem carga negativa.
Resolução
b. o bastão tem carga positiva.
O excesso de cargas positivas no corpo B atrai elétrons c. o bastão tem cargas positiva e negativa não balanceadas.
do corpo A e da Terra para a extremidade do corpo A mais d. não é possível identificar a carga do bastão.
próxima de B. e. o bastão possui excesso de nêutrons.
Alternativa correta: A Resolução
Como o excesso de cargas positivas está distribuído em
todo o eletroscópio, não é possível identificar a carga elétrica
118
do bastão.
Alternativa correta: D
02.
Habilidade
Três esferas metálicas podem ou não estar eletrizadas. Ob-
Aplicar as leis que regem o campo elétrico em análises
serva-se que, aproximando-se as esferas, duas a duas, ocorre
qualitativa e quantitativa de fenômenos eletrostáticos.
sempre atração entre elas. Assinale a alternativa correta.
a. Somente uma das esferas está eletrizada.
b. Duas esferas estão eletrizadas com cargas de mesmo
sinal, e a outra está neutra.
c. Duas esferas estão eletrizadas com cargas de sinais
contrários, e a terceira está neutra.
d. As três esferas estão eletrizadas com cargas de mes-
mo sinal.
e. Duas esferas estão eletrizadas positivamente, e a ter-
ceira, negativamente.
Resolução
Para que ocorra atração eletrostática entre dois corpos,
ao menos um deles deve possuir carga. Caso os dois corpos
estejam eletrizados, é necessário que as cargas sejam de si-
nais opostos.
Alternativa correta: C
EMI-16-110
Exercícios Extras
16
04. Fuvest-SP (adaptado) 05.
221
A figura representa um eletroscópio de folhas, inicial- Uma esfera metálica, positivamente carregada, encos-
mente descarregado. A esfera E, o suporte S e as folhas F são ta na esfera de um eletroscópio, inicialmente neutro e, em
metálicos. seguida, é afastada. Qual das seguintes alternativas melhor
representa a configuração das folhas do eletroscópio, e suas
E cargas, depois que isso acontece?
Física
S
F Blindagem metálica
A B C D E
A B C D E
Seu espaço
119
Sobre o módulo
O assunto abordado, neste módulo, possui especial relação com eventos cotidianos dos alunos. Explorar estes eventos para
abordar os conceitos físicos pode ser uma maneira interessante de desenvolver a aula.
Na web
O canal do Manual do Mundo traz diversos experimentos sobre eletrização por indução.
Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=qVgU_e8c4zM.>
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Considere dois corpos sólidos envolvidos em processos
de eletrização. Um dos fatores que podem ser observados,
tanto na eletrização por contato quanto na eletrização por in-
06. UFTM-MG dução, é o fato de que, em ambas:
Em uma festa infantil, o mágico resolve fazer uma demons- a. é necessário manter um contato direto entre os corpos.
tração que desperta a curiosidade das crianças. Ele enche um b. é preciso ter um dos corpos ligado temporariamente a
balão com ar e fecha-o. Depois o esfrega, vigorosamente, nos um aterramento.
Física
cabelos de uma das crianças. Então, encosta o balão em uma c. ao fim do processo de eletrização, os corpos adquirem
parede lisa e perfeitamente vertical. O mágico solta o balão, e cargas elétricas de sinais opostos.
este permanece fixado à parede. Qual foi a “mágica”? d. um dos corpos deve, inicialmente, estar carregado
a. O ar do balão interage com a parede, permitindo o re- eletricamente.
pouso dele. e. para ocorrer, os corpos devem ser bons condutores
b. Ao ser atritado, o balão fica eletrizado e induz a distri- elétricos.
buição das cargas da parede, o que permite a atração.
c. O atrito estático existente entre o balão e a parede é 09. Fatec-SP
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
suficiente para segurá-lo, em repouso, na parede. Se um condutor eletrizado positivamente for aproximado
d. O balão fica eletrizado, gerando uma corrente elétrica de um condutor neutro, sem tocá-lo, pode-se afirmar que o
que o segura à parede. condutor neutro:
e. Por ser bom condutor de eletricidade, o ar no interior a. conserva sua carga total nula, mas é atraído pelo
do balão absorve energia elétrica da parede, permitin- eletrizado.
do a atração. b. eletriza-se negativamente e é atraído pelo eletrizado.
c. eletriza-se positivamente e é repelido pelo eletrizado.
07. CEFET-MG d. conserva sua carga total nula e não é atraído pelo
O eletroscópio da figura, eletrizado com carga desconheci- eletrizado.
da, consiste de uma esfera metálica ligada, através de uma has-
te condutora, a duas folhas metálicas e delgadas. Esse conjunto 10. Fuvest-SP
encontra-se isolado por uma rolha de cortiça presa ao gargalo de Aproximando-se uma barra eletrizada de duas esferas
uma garrafa de vidro transparente, como mostra a figura. condutoras, inicialmente descarregadas e encostadas uma
na outra, observa-se a distribuição de cargas esquematizada
na figura a seguir.
120
16
d. bre o tipo de carga elétrica de cada esfera durante o processo?
Fig. 2 Fig. 3 Fig. 4
221
x y x y x y
e.
a. – + – + – +
11. UFTM-MG b. – – – + – +
A indução eletrostática consiste no fenômeno da separa-
Física
ção de cargas em um corpo condutor (induzido), em razão da c. N N – + – +
proximidade de outro corpo eletrizado (indutor).
Preparando-se para uma prova de física, um estudante d. N N – + N N
anota, em seu resumo, os passos a serem seguidos para ele-
trizar um corpo neutro por indução, e a conclusão a respeito e. – + – N – +
da carga adquirida por ele.
Passos a serem seguidos:
I. Aproximar o indutor do induzido, sem tocá-lo. 13. FCC-SP
121
regadas, X e Y, apoiadas em suporte isolante. Na figura 2, sitiva.
um bastão carregado negativamente é aproximado à direi- b. as esferas B e C ficam negativas, e a esfera A fica po-
ta das esferas, que continuam em contato. Na figura 3, o sitiva.
bastão é mantido no mesmo lugar e afastamos as esferas. c. a esfera A fica positiva, B neutra, e C negativa.
Na figura 4, o bastão é afastado e as esferas permanecem d. a esfera B fica negativa, e as esferas A e C ficam po-
separadas. sitivas.
e. a esfera C fica negativa, e A e B ficam positivas.
Uma esfera condutora, A, carregada positivamente, é apro- Nas figuras seguintes, representando situações inde-
ximada de outra esfera condutora, B, que é idêntica à esfera A, pendentes entre si, as pequenas esferas metálicas, penden-
221
mas está eletricamente neutra. Sobre processos de eletriza- tes de fios leves e flexíveis, podem ou não estar carregadas.
ção entre essas duas esferas, julgue (V ou F) as afirmativas. Considerando-se, portanto, a possibilidade de haver indução:
( ) Ao aproximar a esfera A da B, sem que haja contato,
uma força de atração surgirá entre essas esferas.
( ) Ao aproximar a esfera A da B, havendo contato, e em
seguida separando-as, as duas esferas sofrerão uma I II III
força de repulsão.
Física
( ) Ao aproximar a esfera A da B, havendo contato, e em todas as afirmações a seguir estão absolutamente corre-
seguida afastando-as, a esfera A ficará neutra, e a es- tas, exceto uma. Assinale-a.
fera B ficará carregada positivamente. a. A situação I só ocorre quando ambas as esferas estão
( ) Ao aproximar a esfera A da B, sem que haja contato, e carregadas com cargas de mesmo sinal.
em seguida aterrando a esfera B, ao se desfazer esse b. A situação II só ocorre quando ambas as esferas estão
aterramento, ambas ficarão com cargas elétricas de carregadas com cargas de mesmo sinal.
sinais opostos. c. A situação III só ocorre quando ambas as esferas es-
( ) Ao aproximar a esfera A da B, sem que haja contato, tão descarregadas.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
e em seguida afastando-as, a configuração inicial de d. Em qualquer das esferas que esteja carregada, sua
cargas não se modificará. carga estará sobre sua superfície.
122
EMI-16-110
Módulo 64
16
Força eletrostática e lei de Coulomb — princípio da superposição
221
Exercícios de Aplicação
01. Quando na posição A, q fica sujeita a uma força eletros-
Duas cargas elétricas puntiformes, Q1 = +3 · 10–5 C e tática de módulo F, exercida por Q. Calcule o módulo da força
Física
Q2 = –2 · 10–5 C, encontram-se no vácuo, separadas por 3,0 cm. eletrostática entre Q e q, em função apenas de F, quando q
Sendo k0 = 9 · 109 N · m2/C2, a constante eletrostática do estiver na posição B.
vácuo, a força de interação elétrica entre elas é:
Resolução
a. 6 · 10–5 N; atração.
b. 0,6 N; atração. k⋅ Q ⋅ q
Primeira situação: F =
c. 0,6 N; repulsão. d2a
d. 6 · 103 N; atração.
e. 6 · 103 N; repulsão.
k⋅ Q ⋅ q db
FE = da
d2
9 ⋅ 10 ⋅ 3 ⋅ 10−5 ⋅ 2 ⋅ 10−5
9
FE =
(3 ⋅ 10−2 )²
FE = 6 · 103 N y Q
Alternativa correta: D
x
d
123
Segunda situação:
02. Unifesp db = 2 ⋅ da
Uma carga elétrica puntiforme Q > 0 está fixa, em uma re- k⋅ Q ⋅ q
gião do espaço, e cria um campo elétrico ao seu redor. Outra F’ =
( 2 ⋅ da )2
carga elétrica puntiforme q, também positiva, é colocada em Assim:
determinada posição desse campo elétrico, podendo mover-se
dentro dele. A malha quadriculada, representada na figura, F
F’ =
está contida em um plano xy, que também contém as cargas. 2
A B
q
y Q
d
EMI-16-110
x
d
03.
16
O gráfico ilustra a variação do módulo da força elétrica entre duas cargas elétricas iguais, em função da distância entre elas.
F (N)
221
10
8
Física
4
3
2
0
0,10 0,20 0,30 d (m)
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Sabendo que a constante eletrostática do meio é 9 · 109 N · m2/C2, determine o módulo de cada carga elétrica:
a. 0,9 · 10–3C d. 3,6 · 10–6C
b. 1,8 · 10 C
–3
e. 1,8 · 10–6C
c. 3,6 · 10 C
–3
Resolução
De acordo com o gráfico, para d = 0,20 m, F = 3 N. Como as cargas elétricas são iguais, temos:
Q1 ⋅ Q2 9 ⋅ 109 ⋅ Q2
F = k0 ⋅ →3=
d 2
0,202
Q ≈ 1,3 ⋅ 10 → Q ≈ 3,6 ⋅ 10−6
−11
Exercícios Extras
04. UFRGS-RS Faz-se então necessária a remoção dessas partículas da fu-
maça, antes que esta chegue à atmosfera. Um dispositivo
idealizado para esse fim está esquematizado nesta figura:
Gás livre de
2 poluentes
Poluentes são atraídos
pelos coletores Placa coletora
positivamente positivamente
carregados carregada
3
Coletores são
1 sacudidos para
Um dos grandes problemas ambientais decorrentes do remover os
Poluentes poluentes
aumento da produção industrial no mundo é o aumento da adquirem carga
poluição atmosférica. A fumaça, resultante da queima de elétrica negativa Grade metálica
combustíveis fósseis, como carvão ou óleo, carrega partí- negativamente
carregada
EMI-16-110
culas sólidas quase microscópicas, que contêm, por exem- Gás com
plo, carbono, grande causador de dificuldades respiratórias. poluentes
A fumaça poluída, ao passar pela grade metálica negativamente carregada, é ionizada e, posteriormente, atraída pelas pla-
16
cas coletoras positivamente carregadas. O ar emergente fica até 99% livre de poluentes. A filtragem do ar idealizada nesse dispo-
sitivo é um processo fundamentalmente baseado na:
221
a. eletricidade estática. d. força eletromotriz.
b. conservação da carga elétrica. e. conservação da massa.
c. conservação da energia.
05. UFRGS-RS
O módulo da força elétrica entre duas cargas puntiformes iguais (Q > 0), separadas por uma distância r no vácuo, é F. Consi-
dere três cargas elétricas puntiformes, no vácuo, de valores –Q, +2Q e +4Q, separadas pela distância r, conforme mostra a figura.
Física
r r
–Q +2Q +4Q
A alternativa que representa a força eletrostática resultante que atua em cada carga é:
F 8·F 9·F
b.
2·F 6·F 8·F
c.
F 7·F 6·F
d.
Seu espaço
Sobre o módulo
Neste módulo, os alunos podem apresentar especial dificuldade para realizar as operações com vetores. Pode ser interes-
125
sante relembrar os casos da soma vetorial.
Na web
Este vídeo apresenta uma comparação entre força elétrica e força gravitacional:
<https://www.youtube.com/watch?v=G6FM-Sji5Eo>.
EMI-16-110
Exercícios Propostos
16
a
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento
F
06. –q
Duas cargas elétricas, A e B, puntiformes, sendo QA = 2 µC a a
e QB = 8 µC, fixas no vácuo, estão separadas por 30 cm. Uma A
terceira carga, q = 1 µC, é colocada entre as cargas A e B e
Física
07. UERN
Duas esferas metálicas idênticas estão carregadas com d. +q –2q
cargas elétricas de sinais iguais e módulos diferentes e en- a
contram-se situadas no vácuo, separadas uma da outra por
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
16
O fato de o módulo da força elétrica entre duas cargas Quatro pequenas cargas elétricas encontram-se fixas nos
elétricas variar com o inverso do quadrado da distância entre vértices de um quadrado, conforme mostra a figura.
221
elas indica que:
a. quando dobramos a distância, o módulo da força tam- +2q +2q
bém dobra.
b. quando reduzimos a distância à metade, o módulo da
força dobra.
c. quando triplicamos o valor da distância, o módulo da
força se reduz a 1/9 do valor original. +1q +1q
Física
d. essa relação não é válida para a força gravitacional en-
tre duas massas. Um elétron no centro desse quadrado, ficaria submetido,
e. essa relação só é válida para cargas elétricas de mes- em razão das quarto cargas, a uma força que está correta-
mo sinal. mente representada na alternativa:
11. UFTM
O gráfico mostra como varia a força de repulsão entre a. d.
duas cargas elétricas, idênticas e puntiformes, em função da
9 · 103
c. e.
F
0,2 0,4 d(m) 14. Unicamp-SP
Em 2012, foi comemorado o centenário da descoberta dos
Considerando a constante eletrostática do meio como raios cósmicos, que são partículas provenientes do espaço.
k = 9 · 109 N · m2/C2, determine: a. Os neutrinos são partículas que atingem a Terra, pro-
a. o valor da força F; venientes em sua maioria do Sol. Sabendo que a dis-
b. a intensidade das cargas elétricas. tância do Sol à Terra é igual a 1,5 · 1011 m, e conside-
127
rando a velocidade dos neutrinos igual a 3,0 · 108 m/s,
12. calcule o tempo de viagem de um neutrino solar até
A interação eletrostática entre dois corpos é descrita a Terra.
na lei de Coulomb. A constante de proporção para o vácuo b. As partículas ionizam o ar, e um instrumento usado
é 9 · 109 N · m2/C2. A intensidade da força elétrica entre para medir essa ionização é o eletroscópio. Ele consis-
duas cargas de mesmo módulo q está representada no te em duas hastes metálicas que se repelem quando
gráfico, em função da distância d entre elas. carregadas. De forma simplificada, as hastes podem
ser tratadas como dois pêndulos simples de mesma
FE (103 N) massa m e mesma carga q, localizadas nas suas ex-
tremidades. O módulo da força elétrica entre as cargas
1,00 q2
é dado por FE = k ⋅ , sendo k = 9 · 109 N · m2/C2.
d2
0,75
Para a situação ilustrada na figura, qual é a carga q, se
0,50 m = 0,004 g?
0,25
e. 1,25
15. FMP-RS 16.
16
EMI-16-110
Módulo 65
16
Campo elétrico gerado por uma ou mais cargas puntiformes
221
Exercícios de Aplicação
→
01. Vunesp c. F q
A figura a seguir representa uma carga elétrica pontifor-
Física
me positiva no ponto P e o vetor campo elétrico no ponto 1,
devido a essa carga.
→
E
+ 1 2
P → →
d. E q F
129
E = 2 → 4 = 2 → k ⋅ | Q| = 36 ⋅ 4 → k ⋅ | Q| = 144 200
d 6
A distância entre o ponto P e o ponto 2 é d’ = 12 “quadra- 150
dinhos”.
100
Assim, o módulo do campo elétrico é:
k ⋅ | Q|
E’ = 2 = 1442 → 1 “quadradinho” 50
(d) (12)
Alternativa correta: C 0 0,25 0,50 0,75 1,0 1 (102 m–2)
d2
02. UEA-AM determine, em coulombs, o valor de Q.
Duas cargas elétricas puntiformes, Q e q, sendo Q positi- a. 5 C d. 20 C
va e q negativa, são mantidas a certa distância uma da outra, b. 10 C e. 25 C
conforme mostra a figura. c. 15 C
Resolução
Q>0 q<0 k ⋅| Q|
E=
d2
O vetor força elétrica (de módulo F), que a carga negativa
→ q
200 · 104 = 8 · 102 · Q · 1 · 102
sofre, e o vetor campo elétrico (de módulo E), presente no pon- Q = 25 C
to onde ela é fixada, estão corretamente representados por:
Alternativa correta: E
→
a. q F Habilidade
→
E Calcular o campo elétrico gerado por uma ou mais cargas
EMI-16-110
puntiformes.
→ →
b. F q E
Exercícios Extras
16
05.
Física
30 cm 60 cm
P
QA = 3 µ C QB = –16 µ C
Seu espaço
Sobre o módulo
Os conceitos de campo podem parecer abstratos aos alunos. Uma estratégia interessante para abordar o tema é exposta em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-11172002000400016&script=sci_arttext>.
130
EMI-16-110
Exercícios Propostos
16
Da teoria, leia os tópicos 10, 10.A, 10.B e 10.C. 10. PUC-RS
221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Uma pequena esfera de peso 6,0 · 10–3 N e carga elé-
trica 10,0 · 10–6 C encontra-se suspensa verticalmente
por um fio de seda, isolante elétrico e de massa desprezí-
06. UPF-RS vel. A esfera está no interior de um campo elétrico unifor-
Durante uma experiência em um laboratório de física, um me de 300 N/C orientado na vertical e para baixo. Consi-
balão (desses usados em festas de aniversário) cheio de ar, derando-se que a carga elétrica da esfera é, inicialmente,
de massa total m = 1 g, carregado eletricamente com uma car- positiva e, posteriormente, negativa, as forças de tração
Física
ga q negativa, flutua estaticamente, numa região do espaço no fio são, respectivamente,
onde existe um campo elétrico uniforme, na direção vertical e a. 3,5 · 10–3 N e 1,0 · 10–3 N
no sentido de cima para baixo. Desprezando-se o empuxo so- b. 4,0 · 10–3 N e 2,0 · 10–3 N
bre o balão e considerando-se que a aceleração gravitacional c. 5,0 · 10–3 N e 2,5 · 10–3 N
local é g = 10 m/s2 e que o valor do campo elétrico é de 50 N/C, d. 9,0 · 10–3 N e 3,0 · 10–3 N
pode-se afirmar que o módulo da carga elétrica do balão é de: e. 9,5 · 10–3 N e 4,0 · 10–3 N
a. 200 µC d. 5 mC
b. 2 mC e. 5 µC 11. UFMG
131
que a carga se encontra. c. pode ser positiva ou negativa.
b. para o cálculo, necessita da distância. d. é nula.
c. vale 2 N.
d. vale 2 · 10–11 N. 12. UFSC
e. vale 1,8 N. A figura 1 mostra um caminhão-tanque que pode ser
utilizado no transporte de combustível das refinarias para
09. Cesgranrio-RJ os postos de combustível. O tanque usado para o transpor-
Considere duas cargas, q1 e q2, fixas em laboratório. Veri- te de combustível é todo metálico, com aberturas em cima,
fica-se, experimentalmente, que o campo elétrico M, equidis- para a colocação do combustível e inspeção, e com saídas na
tante de q1 e q2, pode ser representado pelo vetor da figura. O parte de baixo, para a transferência do combustível – figura
que se pode concluir quanto aos sinais e aos valores absolu- 2 – para os postos. A transferência do combustível do cami-
tos das duas cargas? nhão para o posto segue uma norma de procedimentos que
servem para garantir a segurança de todos, principalmente
E no sentido de evitar fagulhas que possam dar início a uma
explosão. Um dos principais procedimentos é aterrar o tan-
M que ao solo.
Figura 1
q1 q2
a. E1
b. E2
c. E3
d. E4
e. E5
físicos relacionados à eletrostática, pode-se afirmar que: A tecnologia dos aparelhos eletroeletrônicos está basea-
a. o potencial elétrico, no interior do tanque eletricamen- da nos fenômenos de interação das partículas carregadas
te carregado, pode ser analisado como um condutor com campos elétricos e magnéticos. A figura representa as
metálico eletricamente carregado. Representa-se gra- linhas de campo de um campo elétrico.
ficamente o potencial elétrico, dentro e fora do tanque,
da seguinte forma:
V
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
A
B
V Assim, analise as afirmativas:
Interior d I. O campo é mais intenso na região A.
do tanque II. O potencial elétrico é maior na região B.
III. Uma partícula com carga negativa pode ser a fonte
b. estando o tanque eletricamente neutro, ele não pos- desse campo.
sui cargas elétricas. Está(ão) correta(s):
c. durante uma viagem, o tanque adquire uma carga elé- a. apenas I.
trica de módulo 270 µC. O valor do campo elétrico e do b. apenas II.
potencial elétrico a 200,0 m do tanque é, aproximada- c. apenas III.
132
+2Q
Módulo 66
16
Linhas de força: cargas puntiformes em campo elétrico uniforme
221
Exercícios de Aplicação
01. 03. UFJF-MG (adaptado)
A figura ilustra a representação das linhas de campo de Junto ao solo, a céu aberto, o campo elétrico da Terra é
Física
duas cargas elétricas, QA e QB. E =150 N/C e está dirigido para baixo, como mostra a figura.
y E
q m
x
g
QA QB
133
g 10
02. UFSM-RS
m= 60 ⋅ 10 kg = 6 ⋅ 10−2 g
−6
A luz é uma onda eletromagnética, isto é, a propagação
de uma perturbação dos campos elétrico e magnético locais. m= 0,06 g
Analise as afirmações, que estão relacionadas com as pro- Alternativa correta: A
priedades do campo elétrico. Habilidade
I. O vetor campo elétrico é tangente às linhas de força.
Relacionar os conceitos elétricos e as unidades de carga,
II. Um campo elétrico uniforme caracteriza-se por ter as
campo e força, aplicando-os a fenômenos eletrostáticos.
linhas de força paralelas e igualmente espaçadas.
III. O número de linhas de força por unidade de volume
de um campo elétrico é proporcional à quantidade de
cargas do corpo.
Está(ão) correta(s):
a. apenas I. d. apenas III.
b. apenas II. e. I, II e III.
c. apenas I e II.
Resolução
I. Correta. O vetor campo elétrico é tangente às linhas de
força.
II. Correta.
III. Incorreta. O número de linhas de força por unidade de
área de um campo elétrico é proporcional à quantidade
de carga do corpo.
Alternativa correta: C
EMI-16-110
Exercícios Extras
16
04. Unirio-RJ Com relação às três figuras, na ordem em que elas apa-
221
Como um corpo interage com outro, mesmo à distância? recem e, ainda com relação ao texto enunciado, analise as
Com o desenvolvimento da ideia do campo gravitacional afirmativas e assinale a verdadeira.
criado por uma massa, passou-se a explicar a força de atração a. Para que o corpo de massa m seja atraído pela Terra, é
gravitacional com mais clareza e melhor entendimento: uma necessário que ele esteja eletrizado.
porção de matéria cria, em torno de si, um campo gravitacio- b. Para que a carga elétrica q da segunda figura seja sub-
nal, onde a cada ponto é associado um vetor aceleração da metida à força indicada, é necessário que ela esteja
gravidade. Quando outro corpo é colocado nesse ponto, passa carregada positivamente.
Física
a sofrer a ação de uma força de origem gravitacional. Ideia se- c. Se o corpo de massa m da primeira figura estiver
melhante aplica-se ao campo elétrico gerado por uma carga Q, negativamente carregado, ele sofrerá uma força de
com uma carga de prova q colocada num ponto P, próximo a Q, repulsão.
que sofre a ação de uma força elétrica F. d. Não importa a carga do corpo de massa m da primeira
figura, matéria sempre atrai matéria na razão inversa
Primeira figura
do produto de suas massas.
m
e. A carga elétrica de q, na terceira figura, com toda cer-
g P teza, é positiva.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
05. Unirio-RJ
Uma esfera de massa m está eletrizada com uma carga
Terra Terra elétrica de módulo q. Essa esfera encontra-se em repouso em
um campo elétrico uniforme de módulo E = 5 · 103 N/C, com
Segunda figura Terceira figura as linhas de força orientadas verticalmente para baixo. Sendo
P F E F P E g = 10 m/s2, determine o módulo da razão m/q e o sinal da
carga elétrica q.
q q
Seu espaço
Sobre o módulo
A representação do campo elétrico por meio das linhas de força é bastante útil para a compreensão do conceito de campo
elétrico, pois fornece uma representação visual dele. Por essa razão, é importante elaborar o conceito das linhas de campo e
134
Exercícios Propostos
2d d
b. e. 08.
Em um campo elétrico uniforme, uma partícula carregada
positivamente com 20 µC está sujeita a uma força elétrica de
modulo 10 N. Reduzindo-se pela metade a carga elétrica des-
c. sa partícula, a força, em newtons, que atuará sobre ela será
EMI-16-110
igual a:
a. 2,5 b. 5,0 c. 10 d. 15 e. 20
09. Fatec-SP Pode-se afirmar que os sinais das cargas Q1, Q2 e Q3 são,
16
Leia o texto. respectivamente:
a. negativo, negativo e positivo.
221
Técnica permite reciclagem de placas de b. positivo, negativo e positivo.
circuito impresso e recuperação de metais c. positivo, positivo e positivo.
Circuitos eletrônicos de computadores, tele- d. negativo, positivo e negativo.
fones celulares e outros equipamentos poderão e. positivo, positivo e negativo.
agora ser reciclados de forma menos prejudicial
ao ambiente graças a uma técnica que envolve a 12. UFRGS-RS
moagem de placas de circuito impresso. Na figura, está mostrada uma série de quatro configura-
Física
O material moído é submetido a um campo elé- ções de linhas de campo elétrico.
trico de alta tensão para separar os materiais me-
tálicos dos não metálicos, visto que a enorme dife-
rença entre a condutividade elétrica dos dois tipos 1
de materiais permite que eles sejam separados.
Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.
php?artigo=010125070306. Acesso em: 4 set. 2009. Adaptado.
10.
Uma carga elétrica puntiforme gera campo elétrico nos 3
135
pontos P1 e P2. A figura mostra setas que indicam a direção e
o sentido do vetor campo elétrico nesses pontos. Contudo,
os comprimentos das setas não indicam os módulos desses
vetores. O módulo do campo elétrico no ponto P1 é 32 V/m.
Calcule o modulo do campo elétrico no ponto P2, em V/m.
P1 4
P2
11. FCC-SP
A figura dada representa linhas de força do campo elétri- Assinale a alternativa que preenche corretamente as la-
co criado por três cargas elétricas Q1, Q2 e Q3. cunas da sentença a seguir, na ordem em que aparecem.
Nas figuras __________, as cargas são de mesmo sinal e, nas
figuras __________, as cargas têm magnitudes distintas.
a. 1 e 4 – 1 e 2
Q1 Q2 Q3 b. 1 e 4 – 2 e 3
c. 3 e 4 – 1 e 2
EMI-16-110
d. 3 e 4 – 2 e 3
e. 2 e 3 – 1 e 4
13. PUC-PR 14. UPE
16
Atualmente, é grande o interesse, por meio de pesquisas, Um próton desloca-se horizontalmente, da esquerda para
métodos e equipamentos, na redução dos impactos ambien- a direita, a uma velocidade de 4·105 m/s. O módulo do campo
221
tais provocados pela agricultura. Entretanto, a aplicação de elétrico mais fraco, capaz de trazer o próton uniformemente
agrotóxicos continua extremamente desperdiçadora de ener- para o repouso, após percorrer uma distância de 3 cm, vale
gia e de produto químico. O crescente aumento dos custos em N/C:
de insumos, mão de obra, energia e a preocupação cada vez Dadas a massa do próton = 1,8 · 10–27 kg e a carga do
maior em relação à contaminação ambiental têm realçado a próton = 1,6 · 10–19 C.
necessidade de uma tecnologia mais adequada na coloca- a. 4·103 d. 3·104
ção dos agrotóxicos nos alvos, bem como de procedimentos b. 3·105 e. 7·103
Física
30°
Gotas eletrizadas
Alta tensão
30 kV a 120 kV E
q
16. Unimontes-MG
Duas cargas puntiformes, Q e q, estão separadas por uma
distância d, no vácuo (veja figura). Se, no ponto P, o campo
elétrico tem módulo nulo, a relação entre Q e q é igual a:
Dado: k0 = 9 · 109 N · m2/C2.
136
AT 222
Capítulo 13 ..............138
Módulo 31 ............149
M
Módulo 32 ............154
a
Capítulo 14 ..............158
S
C
SO
FÍ
S
RE
1. Temperatura 140
2. Termômetros 140
3. Lei zero da termodinâmica 141
4. Escalas Celsius e Fahrenheit 141
5. Conversão entre as escalas
Celsius e Fahrenheit 142
6. Escala Kelvin 144
7. Unidades arbitrárias de temperatura 145
8. Variação de temperatura 146
9. Organizador gráfico 148
Módulo 31 – Temperatura e escalas
de temperatura Celsius e Fahrenheit 149
Módulo 32 – Escala Kelvin
e variação de temperatura 154
MARCCOPHOTO / ISTOCK
Termologia 13
139
Desde criança estamos acostumados somente a avaliar pessoa é colocar a mão em sua testa para verificar se ela está
quando um corpo está quente ou frio entrando em contato com febre. Como observado anteriormente, a mão não é um
222
com ele. Mas, dessa forma, estamos realizando uma avalia- instrumento confiável e pode gerar grandes enganos. Desse
ção simplificada da temperatura desse corpo. modo, a maneira correta de medir a temperatura do corpo de
A temperatura é um conceito macroscópico, que usa a uma pessoa é utilizando um termômetro.
comparação de um ou mais corpos. Se dois corpos estão em
equilíbrio térmico, eles apresentam a mesma temperatura.
Assim, podemos dizer a princípio que:
Física
Será que nosso tato pode ser um instrumento confiável A. Descrição microscópica da temperatura
na avaliação da temperatura? Com a descoberta de que os corpos são feitos de átomos,
Faça um teste: o conceito de temperatura pode ser ampliado.
Pegue três recipientes, um com água fria, outro com água Por meio de experiências, foi possível perceber que os áto-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
morna (natural) e outro com água quente (não tão quente que mos que constituem um corpo estão em constante movimento.
possa lhe queimar).
Coloque uma das mãos no recipiente com água fria e a
outra no de água levemente aquecida, durante cerca de 30
segundos.
2. Termômetros
Quando aquecemos ou resfriamos um corpo, algumas de
suas propriedades físicas variam. A essas características dá-
-se o nome de propriedade termométrica.
Como exemplo, podemos citar a variação do volume. A
maioria dos materiais, ao ser aquecida, expande-se, e, ao ser
resfriada, contrai-se. Sendo assim, a variação do volume é
uma grandeza termométrica.
Fria Morna Quente De modo simplificado:
Qual foi a sensação em cada uma das mãos? Termômetro é o instrumento que utiliza a propriedade ter-
EMI-16-110
Essa experiência ilustra como nossos sentidos podem mométrica para medir a temperatura.
nos enganar a respeito da temperatura dos corpos.
Existem diversos tipos de termômetro:
13
Termômetros a gás: utilizam a variação da pressão para
medir a temperatura. Para aprender a construir um termoscópio semelhante
222
Termômetros metálicos: utilizam a variação do compri- ao de Galileu, acesse:
mento de uma barra metálica para medir a temperatura.
Termômetros de bulbo: utilizam a variação do volume de Disponível em: <http://www.cienciamao.
um líquido para medir a temperatura. usp.br/tudo/exibir.php?midia=rip&cod=_
termoscopiodegalileu-termologia-txttem0004>.
Termômetros de resistência elétrica: utilizam a variação
na resistência elétrica para medir a temperatura.
Os termômetros de bulbo utilizam como substância ter- Observação
Física
mométrica mercúrio (Hg) ou álcool e operam com base na di- Esse termoscópio parece um termômetro de bulbo, com
latação térmica desses líquidos com a variação de temperatu- água como líquido termométrico, mas, na verdade, ele é se-
ra. Nesses termômetros, a temperatura de um corpo é medida melhante ao termômetro a gás, já que a dilatação do ar é mui-
em função da variação da altura h do líquido no tubo capilar. to maior comparada à do líquido. Outro ponto importante é
que a água não é adequada para se usar como líquido termo-
métrico, pois, entre 0 oC e 4 oC, ela apresenta um comporta-
Tubo capilar mento anômalo (anormal). Isso será abordado mais adiante.
141
Galileu Galilei construiu um dos primeiros termômetros ao muito simples, ela não pode ser deduzida por outras leis, e,
qual chamou termoscópio. por isso, é considerada a anteprimeira lei da termodinâmica
ou lei zero da termodinâmica
ALINARI ARCHIVES / GETTYIMAGES
θg = 100 oC.
O espaço entre os pontos fixos foi dividido em 100 partes
222
100
partes
50
iguais
ROGER VIOLLET/AFP
1º ponto fixo
0 ºC
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
θg
Gelo em
fusão
142
Representação de um termômetro imerso em remos ambos os termômetros, sob pressão normal, na água
água em processo de ebulição com gelo e depois na água fervente.
Fazendo esse experimento, nota-se que, na água com Para uma temperatura θC qualquer, teremos uma corres-
13
gelo, o termômetro graduado em Celsius marca 0 oC e o gra- pondente θF.
duado em Fahrenheit, 32 oF.
222
ºC ºF
ºC ºF
100 212
θC θF
Física
0 32
0 32
ºC ºF
100 212
θC θF
0 32
θC − 0 θF − 32
=
100 − 0 212 − 32
143
θC θF − 32
=
100 180
θC θF − 32
=
5 9
APRENDER SEMPRE 23
01. 02.
Encontre a temperatura na escala Fahrenheit que corres- Uma pessoa com temperatura de 100 oF já é considerada
ponde a 25 oC. com febre. Calcule o valor dessa temperatura em graus Celsius.
Resolução Resolução
θC θF − 32 θC 100 − 32
= =
5 9 5 9
25 θF − 32 θC 68
= =
5 9 5 9
θF = 77 oF θC ≈ 38 oF
EMI-16-110
6. Escala Kelvin Pressão
13
Gás A
DUNCAN1890 / ISTOCK
Gás B
222
Gás C
Com o progresso dos estudos do comportamento dos ga- de vapor) correspondem aos valores 273,15 K e 373,15 K, res-
ses, os pesquisadores perceberam que eles tinham algumas pectivamente. Entre esses pontos, foram feitas 100 divisões,
coisas em comum. em que cada uma corresponde a um kelvin (1 K). Não se utiliza o
Usando um aparato experimental semelhante ao mostra- símbolo (o) nem se pronuncia graus Kelvin, apenas kelvin.
do na figura, os pesquisadores puderam medir a pressão de
um gás e compará-la com sua temperatura. Para facilitar os cálculos, é comum aproximar os pontos fi-
xos como 273 K e 373 K.
P0
Essa escala é muito usada em experimentos científicos,
Termômetro principalmente com gases, e é reconhecida como unidade-pa-
Escala
drão de temperatura no Sistema Internacional de Unidades (SI).
h A. Equação de conversão
Para converter a escala Celsius para a escala Kelvin, po-
demos proceder do mesmo modo que fizemos com a escala
0 Fahrenheit.
144
Reservatório de ºC K
P mercúrio 100 373
Gás
A
B
θC T
Líquido para ser
aquecido e 0 273
resfriado Tubo flexível
Começando com a temperatura de 100 oC e abaixando Para a escala absoluta, costuma-se usar a letra T no lugar
para 0 oC, percebemos que a pressão (numa escala arbitrária) de θ para representar a temperatura. Assim:
também diminui, conforme o gráfico.
θC − 0 T − 273
=
100 − 0 373 − 273
Pressão θC T − 273
Gás A =
100 100
θC = T − 273
ou
100 Temperatura oC
T = θC + 273
Fazendo esse experimento para diversos gases, os pes-
quisadores perceberam algo interessante: prolongando as Equações de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin
EMI-16-110
13
escalas Fahrenheit e Kelvin. APRENDER SEMPRE 24
222
ºF K 01.
212 373 A escala de temperatura de Newton tinha como pontos
fixos 0 °N para o derretimento do gelo e 33 oN para a ebu-
lição da água. Qual a temperatura em graus Celsius corres-
pondente a 50 oN?
θF T
32 273 Resolução
Física
ºC ºN
θC − 0 θN − 0
θF − 32 =
= T − 273
100 33
100 − 0 33 − 0
212 − 32 373 − 273
θC θN
θF − 32 T − 273 =
= 100 33
180 100
θC θN θC = 100 ⋅ θN
Dividindo ambos os lados por 20, temos:
02.
A temperatura medida em um termômetro de bulbo
varia com a altura h da coluna de mercúrio, conforme o
A escala Kelvin é de diagrama. Encontre a função termométrica no intervalo de
SCIENCE SOURCE / PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK
145
mica, apresentando uma 20
quantidade finita de ener-
0 2,0 6,0 h (cm)
gia cinética conhecida
como energia de ponto
zero. O zero absoluto é Resolução
um ponto inatingível, pois
Satyendra Nath Bose (1894-1974) a natureza não permite ºX h
parar todas as moléculas de um corpo. Nos anos 1920, os fí- 70 6,0
sicos Satyendra Nath Bose e Albert Einstein previram que, a
temperaturas muito baixas, partículas como os átomos vão
se aglomerar com exatamente o mesmo estado quântico de
θx h
menor energia possível.
Esse estado da matéria é conhecido como Condensado de
Bose-Einstein. Esse fenômeno foi finalmente observado em la-
boratório, em 1995, resfriando-se átomos de rubídio na fase de 20 2,0
vapor até a temperatura de 50 nanokelvin acima do zero abso-
luto. Os físicos que fizeram o experimento, Carl Weiman e Eric θ X − 20 h − 2,0
Cornell, ganharam o Prêmio Nobel de Física em 2001. =
70 − 20 6,0 − 2,0
θ X − 20 h − 2,0
=
50 4 ,0
7. Unidades arbitrárias θ X − 20 h − 2,0
de temperatura =
12,5 1,0
Além das três unidades citadas, existem inúmeras outras θ X − 20 =12
= ,5 ⋅ h − 25
unidades de temperatura e, para fazer a conversão entre elas, θ X = 12,5 ⋅ h − 5
EMI-16-110
°C °F K Resolução
100 212 373 Usando a equação de conversão entre as escalas, temos:
0 oC = 32 oF = 273 K
30 oC = 86 oF = 303 K
b a ∆θC ∆θF ∆T Assim:
∆θC = 30 – 0 = 30 oC
∆θF = 86 – 32 = 54 oF
∆T = 303 – 273 = 30 K
0 32 273
Outra maneira seria:
Para a escala Fahrenheit:
∆θC ∆θF
∆θC ∆θF =
a ∆T 5 9
= = =
b 100 − 0 212 − 32 373 − 273 30 ∆θF
=
5 9
∆θF = 54 oF
146
Simplificando:
Para a escala Kelvin:
∆θC ∆θF ∆T ∆θC =∆T
= = ∆T = 30 K
5 9 5
13
iguanas, os pesquisadores procuraram verifi- é invadida pelas toxinas associadas à infecção.
car se esses animais, à semelhança de muitos Quanto ao processo utilizado pelo organis-
222
outros, desenvolvem febre em resposta a uma mo para elevar sua temperatura, há três recur-
infecção. Injetaram nos lagartos determinadas sos possíveis, aliás, os mesmos três recursos
bactérias e observaram que eles permaneceram que podem ser utilizados quando se deseja
maior tempo na porção mais aquecida da caixa, elevar a temperatura de qualquer sistema ter-
até conseguirem uma elevação de 1 a 2 oC acima modinâmico: produzir mais calor no interior do
dos 38 oC. próprio sistema, reduzir as perdas de calor para
Na última etapa dos experimentos, infectaram fora do sistema ou introduzir calor no sistema.
Física
34 lagartos e os dividiram em dois lotes iguais. A O que faz o organismo para produzir mais
um lote foi dado um medicamento que suprime calor? Todos sabemos que, enquanto a febre
a febre. Ambos os lotes foram então colocados está subindo, nossos músculos se contraem e
num ambiente com várias temperaturas. Os la- até mesmo tremem. Por mais surpreendente
gartos que não tomaram medicamentos procu- que isso possa parecer, esse é o processo que
raram os locais mais aquecidos e ficaram com nosso organismo utiliza para gerar o calor ne-
a temperatura acima do normal durante vários cessário à elevação de temperatura. Nesse pro-
dias. Depois, procuraram locais mais frescos e cesso, há consumo de energia armazenada nas
147
ação defensiva? mo objetivo (o de minimizar perdas de calor),
Ocorre que, no organismo febril, a produção costumamos dar uma ajuda aos mecanismos
de células T (elementos importantes do siste- automáticos de nosso organismo, tratando de
ma imunológico) torna-se dez vezes maior para nos agasalhar enquanto a febre sobe.
cada grau de elevação da temperatura. Além Inversamente, quando nosso organismo não
disso, para cada grau de elevação da tempera- precisa mais da defesa da febre, o hipotálamo
tura triplica a eficácia de uma substância cha- comanda um abaixamento da temperatura e
mada interferon presente no organismo e es- começamos a transpirar, o que contribui para
sencial no combate às infecções por vírus. reduzir a temperatura do corpo. Ao mesmo
Outras perguntas – Quem faz o papel de tempo, livramo-nos dos agasalhos, para perder
“termostato”, ou seja, qual o órgão responsável mais calor rapidamente.
pela regulação da temperatura no organismo? O último recurso – introduzir calor no sis-
De que maneira é levada a esse órgão a infor- tema – fica por conta dos chás quentes e da
mação de que a temperatura do corpo precisa procura de um bom fogo, quando esse luxo está
ser elevada? Qual o processo utilizado pelo or- disponível.
ganismo para elevar e baixar sua temperatura? O intrincado mecanismo de regulação da tem-
A função de termostato é desempenhada peratura e da ação da febre como defesa mostra o
por uma parte do cérebro, o hipotálamo, que, grau de refinamento dos programas que regem o
entre outras funções, regula a maior ou menor funcionamento dos organismos vivos, até os mí-
produção de calor pelo organismo. nimos detalhes: tudo pode ser explicado a partir
A informação de que a temperatura do corpo dos átomos, suas ligações e energias.
precisa subir é levada ao hipotálamo pelo piro- TEIXEIRA JÚNIOR, Antonio de Souza. Revista de Ensino de
gênio, substância liberada pelos glóbulos bran- Ciência. n. 12, mar. 1985, p. 7-9. Retirado do livro Física,
volume 2. Autor: Paraná, p. 27-29. Adaptado.
EMI-16-110
9. Organizador gráfico
13
A. Temperatura
222
YURIJ77 / ISTOCK / EVRYKA23 / ISTOCK
Física
Temperatura
É
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
É
Termômetros
Uma grandeza
física que mede
o grau de
aquecimento
de um corpo.
Possuem 3
escalas principais:
Escala
Celsius
A grandeza
física que mede Fahrenheit
148
o estado de
agitação dos Kelvin
átomos do
corpo.
EMI-16-110
Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 31
13
Temperatura e escalas de temperatura Celsius e Fahrenheit
222
Exercícios de Aplicação
01. UEPG-RS 02.
A temperatura é uma das grandezas físicas mais conhecidas Ao tomar a temperatura de um paciente, um médico só
Física
dos leigos. Todos os dias boletins meteorológicos são divulgados dispunha de um termômetro graduado na escala Fahrenheit.
anunciando as prováveis temperaturas máxima e mínima do Para se precaver, ele fez antes alguns cálculos e marcou no
período. A grande maioria da população conhece o termômetro termômetro a temperatura correspondente a 42 oC (tempera-
e tem o seu próprio conceito sobre temperatura. Sobre tempera- tura crítica do corpo humano). Em que posição da escala do
tura e termômetros, dê a soma dos itens que estiverem corretos. seu termômetro ele marcou essa temperatura?
01. A fixação de uma escala de temperatura deve estar
Resolução
associada a uma propriedade física que, em geral,
varia arbitrariamente com a temperatura. θC θF − 32 42 θF − 32
149
01. Incorreto. A fixação de uma escala termométrica exi-
ge a associação com uma propriedade física que pos-
sua uma relação bem definida com a temperatura.
02. Correto
04. Incorreto. Temperatura é a grandeza física que mede
o estado de agitação dos átomos do corpo.
08. Incorreto. A água não é uma boa substância termo-
métrica, pois a sua dilatação térmica possui compor-
tamento anômalo.
16. Correto
EMI-16-110
03. PUCCamp-SP Resolução
13
Um termoscópio é um aparelho que indica variações Pela lei zero da termodinâmica, sabemos que, se o ter-
numa propriedade que é função da temperatura. Por exemplo, moscópio estiver em equilíbrio tanto com o corpo A como com
o corpo B, A e B estarão em equilíbrio entre si. Por isso, quando
222
A B
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Exercícios Extras
04. PUC-RJ 05.
Temperaturas podem ser medidas em graus Celsius (oC) No mesmo dia, foram registradas as seguintes tempe-
ou Fahrenheit (oF). Elas têm uma proporção linear entre si. raturas máximas: em São Paulo, 20 oC; em Salvador, 30 oC;
Temos: 32 oF = 0 oC; 20 oC = 68 oF. Qual a temperatura em que em Miami, 77 oF; e, em Nova York, 50 oF. Qual das cidades
ambos os valores são iguais? apresentou a maior temperatura? E qual apresentou a me-
a. 40 nor temperatura?
b. −20
c. 100
EMI-16-110
d. −40
e. 0
Seu espaço
13
Sobre o módulo Na web
222
Mostrar aos alunos que temperatura é um conceito ma- Para fazer o termoscópio, acesse:
croscópico, mas que pode ser descrito de modo microscópi-
co. Associar a lei zero da termodinâmica com o conceito ma- Disponível em: <http://www.cienciamao.
croscópico de temperatura. usp.br/tudo/exibir.php?midia=rip&cod=_
termoscopiodegalileu-termologia-txttem0004>.
Se possível, levar alguns tipos de termômetros para ilus-
trar a aula. Também seria muito produtivo realizar em sala a <http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.
Física
experiência mostrada na teoria. php?midia=rip&cod=_termoscopiodegalileu-
Na teoria, é apresentada uma maneira de construir o termologia-txttem0004>.
termoscópio de Galileu. Assim, seria interessante pedir aos Em razão da disseminação dos smartphones, é muito fá-
alunos que construam seus termômetros ou termoscópios, cil converter as temperaturas usando aplicativos como:
para que possam aplicar a teoria e desenvolver habilidades
manuais. Disponível em: <https://play.google.
com/store/apps/details?id=com.
danielfritzsch.temperatureconverter>.
Da teoria, leia os tópicos 1, 1.A, 2, 3, 4, 4.A, 4.B e 5. ( ) Se o termômetro graduado na escala Celsius mediu
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento 42 oC, o termômetro graduado em Fahrenheit mediu
74 oF.
( ) Se o corpo cuja temperatura foi medida era formado
06. inteiramente por gelo, é impossível que a leitura do
Qual é a leitura de um termômetro graduado em Fahrenheit termômetro graduado na escala Fahrenheit tenha
para a leitura de 40 oC? sido positiva.
( ) Se as medidas foram tomadas em um local ao nível
07. UFAL do mar, e se o termômetro graduado em Celsius me-
Utilizando dois termômetros, um graduado na escala Cel- diu 100 oC, o outro termômetro mediu 212 oF.
sius e outro, na escala Fahrenheit, um menino mediu a tem- ( ) O valor numérico da temperatura do corpo em graus
peratura de um corpo, obtendo o valor nessas duas unidades Celsius foi, sem dúvida, menor do que o valor numé-
de medida. Com base nisso, analise as afirmações seguintes: rico da mesma temperatura em graus Fahrenheit.
EMI-16-110
Dado b. 31
Equação de conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit: c. 21
d. 36
θCelsius θFahrenheit − 32 e. 16
=
5 9
13. Cefet-SC
a. 44 F
o
O lugar mais frio do mundo
b. 58 oF Ainda existe um lugar na Terra onde o ho-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
13
próximo ao chão – a temperatura, em dias de 40
verão, chega quase a 40 oC – para o topo das
222
nuvens, quando a temperatura alcança 70 oC. o
F
Há um consenso, entre pesquisadores, de que, –70
devido à colisão entre partículas de gelo, água
e granizo, ocorre a eletrização da nuvem, sen-
do possível observar a formação de dois cen- d. o
C
tros: um de cargas positivas e outro de cargas
40
negativas. Quando a concentração de cargas
Física
nesses centros cresce muito, acontecem, então, o
F
descargas entre regiões com cargas elétricas
–70
opostas. Essas descargas elétricas – raios – po-
dem durar até 2 s, e sua voltagem encontra-se
entre 100 milhões e 1 bilhão de volts, sendo a e. C
o
153
a. o
C Os pontos de fusão do gelo e de ebulição da água na es-
cala Fahrenheit são, respectivamente, 32 oF e 212 oF. Um ter-
40
mômetro A, graduado na escala Fahrenheit, e outro B, gradua-
o
F do na escala Celsius, são colocados simultaneamente em um
–70 frasco contendo água quente. Verifica-se que o termômetro A
apresenta uma leitura que supera em 80 unidades a leitura
do termômetro B.
b. C
o
Podemos afirmar que a temperatura da água no frasco é:
a. 60 oC
40
b. 80 oC
o
F c. 112 oC
–70
d. 50 oF
e. 112 oF
EMI-16-110
Módulo 32
13
Exercícios de Aplicação
01. 02. UFPE
Em uma panela, existe água a 20 oC, que é aquecida O gráfico apresenta a relação entre a temperatura na es-
Física
T = θC + 273. Assim: 60
• T = 20 + 273 = 293 K 40
• T = 90 + 273 = 363 K
b. A variação de temperatura na escala Celsius é: 20
∆θC = 90 – 20 = 70 oC
• Na escala Fahrenheit: 0 θ (oC)
10 30 50 70
∆θF = 9 ⋅ ∆θC = 9 ⋅70
5 5 Resolução
∆θF = 126 oF
Existem duas maneiras proveitosas de resolver esse
• Na escala Kelvin: exercício:
∆T = ∆θC ⇒ ∆T = 70 K 1. o
X o
C
80 70
154
θx θc
30 20
θ X − 30 θC − 20
=
80 − 30 70 − 20
θ X − 30 θC − 20
=
50 50
θ X − 30 = θC − 20
θ X = θC + 10
θ X = 0 + 10
θ X = 10 o X
13
Um pesquisador, ao realizar a leitura da temperatura de um A menor temperatura possível é o zero absoluto. O seu
determinado sistema, obteve o valor – 450. Considerando as es- valor apresenta o limite mínimo para todas as escalas. Ele as-
sume diferentes valores em cada escala:
222
calas usuais (Celsius, Fahrenheit e Kelvin), podemos afirmar que
o termômetro utilizado certamente não poderia estar graduado: Kelvin: 0 K
a. apenas na escala Celsius. Celsius: – 273 °C
b. apenas na escala Fahrenheit. Fahrenheit: – 459,4 °F.
c. apenas na escala Kelvin. Portanto, o valor de –450 é menor que os limites míni-
d. nas escalas Celsius e Kelvin. mos das escalas Kelvin e Celsius, só podendo corresponder a
e. nas escalas Fahrenheit e Kelvin. um valor na escala Fahrenheit.
Física
Alternativa correta: D
Habilidade
Reconhecer as características básicas dos termômetros
e escalas termométricas.
155
04. Unesp a. Sabendo-se que a escala Tb é a escala Celsius, qual é
Uma panela com água é aquecida de 25 oC para 80 oC. A a temperatura de congelamento da água na escala Ta?
variação de temperatura sofrida pela panela com água, nas b. Qual a relação termométrica existente entre as duas
escalas Kelvin e Fahrenheit, foi de: escalas?
a. 32 K e 105 oF c. Qual o valor da temperatura do corpo humano (37 oC)
b. 55 K e 99 oF na escala Ta?
c. 57 K e 105 oF d. Qual a temperatura de ebulição da água, ao nível do
d. 99 K e 105 oF mar, na escala Ta?
e. 105 K e 32 oF e. Qual a temperatura que possui a mesma leitura nas
duas escalas?
05.
Considere o diagrama, que representa a relação entre
duas escalas termométricas arbitrárias.
Ta (°A)
35
10
50 Tb (°C)
EMI-16-110
Seu espaço
13
Sobre o módulo
222
Deixar claro que a escala Kelvin é uma escala absoluta, que não apresenta valores negativos. Dependendo do nível da tur-
ma, pode-se demonstrar por meio do gráfico como ela foi definida.
Mostrar que o método da conversão de temperaturas é sempre o mesmo e vale para qualquer unidade arbitrária.
Física
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
156
Exercícios Propostos
encontra-se a escala, em graus Celsius, utilizada para a ela- Em uma das regiões mais frias do planeta, o termômetro
boração do mapa. indica –76 oF. Expresse esse valor nas escalas Celsius e Kelvin.
09. UFSCar-SP 13. Unesp
13
Maxwell, notável físico escocês da segunda metade do sé- Um estudante desenvolve um termômetro para ser utiliza-
culo XIX, inconformado com a possibilidade da morte térmica do do especificamente em seus trabalhos de laboratório. Sua ideia
222
Universo, consequência inevitável da segunda lei da termodinâ- é medir a temperatura de um meio fazendo a leitura da resistên-
mica, criou o “demônio de Maxwell”, um ser hipotético capaz de cia elétrica de um resistor, um fio de cobre, por exemplo, quando
violar essa lei. Essa fictícia criatura poderia selecionar as molé- em equilíbrio térmico com esse meio. Assim, para calibrar esse
culas de um gás que transitassem entre dois compartimentos, termômetro na escala Celsius, ele toma como referências as
controlando a abertura que os divide, como ilustra a figura. temperaturas de fusão do gelo e de ebulição da água. Depois de
várias medidas, ele obtém a curva apresentada na figura.
Física
T(°C)
100
0 16 R 22,6 R(Ω)
157
3,6 oC. Se a escala termométrica fosse a Fahrenheit, para um escala Celsius é:
aquecimento de 3,6 oF, a coluna de mercúrio "subiria": a. 55 oC d. 120 oC
a. 11,8 cm d. 1,8 cm b. 60 C
o
e. 248 oC
b. 3,6 cm e. 1,5 cm c. 100 Co
c. 2,7 cm
15.
11. As leituras de dois termômetros, um calibrado na escala X e
Num termômetro de mercúrio, a coluna líquida apresenta o outro, na escala Y, relacionam-se pela equação θx = 2 · θy + 20.
0,6 cm, em presença do gelo em fusão (0 oC), e 20,6 cm em pre- a. Com base na equação dada, construa o gráfico de θx
sença de vapores de água em ebulição (100 oC). Determine: em função de θy, para o intervalo de 0 oY a 100 oY.
a. a função termométrica desse termômetro na escala b. Sabendo-se que 0 oY = 300 K e 100 oY = 400 K, deter-
Celsius; mine a variação de temperatura na escala Kelvin, que
b. a temperatura da água de um recipiente, em contato corresponde à variação de 100 oX, na escala X.
com a qual o termômetro apresenta coluna líquida de
altura 8,6 cm. 16. Cesgranrio-RJ
Duas escalas termométricas, E1 e E2, foram criadas. Na
12. UERN escala E1, o ponto de fusão do gelo sob pressão de 1 atm
Em um determinado aeroporto, a temperatura ambiente é (ponto de gelo) corresponde a + 12 e o ponto de ebulição
exibida por um mostrador digital que indica, simultaneamen- da água sob pressão de 1 atm (ponto de vapor) correspon-
te, a temperatura em três escalas termométricas: Celsius, de a + 87. Na escala E2, o ponto de gelo é + 24. Os números
Fahrenheit e Kelvin. Se em um determinado instante a razão x e y são, respectivamente, as medidas nas escalas E1 e E2
entre a temperatura exibida na escala Fahrenheit e na escala correspondentes a 16 oC. Se os números 16, x e y formam,
Celsius é igual a 3,4, então a temperatura registrada na escala nessa ordem, uma progressão geométrica, o ponto de va-
Kelvin, nesse mesmo instante, é: por na escala E2 é:
a. 272 K d. 301 K a. 120 d. 64
EMI-16-110
b. 288 K e. 08 K b. 99 e. 57
c. 293 K c. 787
1. Introdução 160
2. Dilatação térmica dos sólidos 160
3. Dilatação linear 161
4. Dilatação superficial 163
5. Dilatação volumétrica 164
6. Organizador gráfico 166
Módulo 33 – Dilatação
térmica dos sólidos 167
que a compõem estão fortemente ligadas entre si e apre- do que o vidro do frasco com o aumento da temperatura.
sentam um movimento muito pequeno de vibração em torno
de sua posição de equilíbrio. Esse “grau de ligação” é menor
nos líquidos e praticamente inexistente nos gases.
Veja a animação:
BARISONAL / ISTOCK
Figura 1 Figura 2
Sólido sendo aquecido
14
são muito grandes e, com a variação de temperatura, a dilata- ção do comprimento (∆L). Por meio de experimentos contro-
ção térmica pode fazer com que o trilho se desloque, causan- lados em laboratório, os físicos verificaram que a dilatação
222
do o descarrilamento do trem. Para resolver esse problema, térmica pode ser calculada pela expressão:
usam-se juntas de dilatação.
L – L0 = L0 · α · (θ – θ0)
NOOMCM / DREAMSTIME
ou
∆L = L0 · α · ∆θ
Física
A constante α (alfa) é denominada coeficiente de dilatação
linear, e seu valor depende do material que compõe o corpo.
As unidades de comprimento são usadas normalmente
em metros, centímetros ou milímetros.
A unidade de temperatura geralmente usada é graus Cel-
sius, mas nada impede de se usar graus Fahrenheit ou Kelvin.
Isolando o coeficiente de dilatação linear, podemos ana-
[α ] = o1C = oC−1
podendo ser também:
[α] = oF–1
ou
[α] = K–1
161
Curvatura de acomodação na rede elétrica Material α (oC–1)
A. Lâminas bimetálicas
A lâmina bimetálica consiste em duas placas metálicas
Física
Material 1
Material 2
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Alumínio
Ilustração do termostato em um ferro elétrico ligado
162
As lâminas bimetálicas são muito utilizadas em dis- Acesse o simulador de lâminas bimetálicas:
positivos chamados de termostatos ou relés térmicos.
Esses dispositivos desligam automaticamente um circui-
Disponível em: <http://www.if.ufrgs.
to quando a temperatura atinge determinado valor, assim
br/~leila/lamina2.htm>.
eles podem controlar a temperatura de um aparelho ou
EMI-16-110
14
APRENDER SEMPRE 26 ção superficial pode ser calculada com a equação:
222
01.
A – A0 = A0 · β· ∆θ
Uma barra de ferro possui, a 0,00 oC, um comprimento
igual a 100,00 cm. Sabendo que o coeficiente de dilatação ou
linear do ferro é 1,20 · 10–6 oC–1, determine a variação de
∆A = A0 · β· ∆θ
comprimento sofrida pela barra quando ela for aquecida
até 100,00 oC.
A constante β (beta) é denominada coeficiente de dila-
Física
Resolução tação superficial, e seu valor é o dobro do coeficiente de di-
Do enunciado, temos: latação linear.
L0 = 100,00 cm
β=2·α
α = 1,20 · 10–6 oC–1
∆θ = 100,00 oC
∆L = L0 ·α · ∆θ As unidades de área são usadas normalmente em m2,
∆L = 100,00 · 1,20 · 10–6 · 100,00 cm ou mm2.
2
y
θ
θ0
L0y A0 Ly A
163
x
L0x Lx
1,0 ⋅ 10−4
β=
50 a. Para calcular a área inicial do furo:
β = 2,0 ⋅10
⋅ −6 oC −1 A0 = π· r2 = 3,14 · 2,002
A0 = 12,56 cm2
02. b. Para calcularmos o aumento de área do furo:
Uma placa de cobre possui um orifício central de raio ∆θ = 375,00 oC
2,00 cm, quando apresenta temperatura de 25,00 oC. Sendo β = 2 · α = 2 · 1,70 · 10–5
o coeficiente de dilatação linear do cobre α = 1,70 · 10–5 oC–1 β = 3,40 · 10–5 oC–1
e π = 3,14, determine: ∆A = A0 · β · ∆θ
a. a área do orifício a 25,00 oC; ∆A = 12,56 · 3,40 · 10–5 · 375,00
b. o aumento da área do orifício quando a temperatura ∆A = 0,16 cm2
da placa varia de 25,00 oC para 400,00 oC; c. A = A0 + ∆A
c. a área do orifício a 400,00 oC; A = 12,56 + 0,16
d. a variação percentual da área do furo. A = 12,72 cm2
d. A variação percentual pode ser assim calculada:
Resolução A 0 → 100%
164
θ V
θ0 V0
5. Dilatação volumétrica
A dilatação volumétrica é aquela que ocorre de modo sig-
nificativo nas três dimensões.
EMI-16-110
A dilatação volumétrica V – V0 é dada por:
14
γ = 3 ·α
V – V0 = V0 ·γ · ∆θ
222
As unidades de volume são usadas normalmente em
ou m3, cm3 ou mm3.
As demais unidades são as mesmas usadas na dilata-
∆V = V0 ·γ · ∆θ
ção linear.
A equação da dilatação volumétrica também pode ser
A constante γ (gama) é denominada coeficiente de di- escrita como:
latação volumétrica, e seu valor é o triplo do coeficiente de
Física
dilatação linear.
V = V0 · (1 + γ · ∆θ)
165
APRENDER SEMPRE 28
01.
Uma estatueta de ouro foi aquecida de 25 oC a 75 oC, observando-se um aumento de 2,1 cm3 em seu volume. Sendo
14 · 10–6 oC–1 o coeficiente de dilatação linear do ouro, qual é o volume inicial dessa estatueta?
Resolução
Do enunciado, temos:
V0 = ?
α = 14 · 10–6 oC–1
∆θ = 50 oC
∆V = 2,1 cm3
Dilatação térmica
dos sólidos
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Equação
Equação
∆L = L0 · α· ∆θ ∆A = A0 · β· ∆θ
∆V = V0 · γ· ∆θ
Ou
Ou
L = L0 · (1 + α· ∆θ) A = A0 · (1 + β·∆θ)
Ou
V = V0 · (1 + γ·∆θ)
Em que
Em que
β = 2·α
γ = 3·α
166
EMI-16-110
Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 33
14
Dilatação térmica dos sólidos
222
Exercícios de Aplicação
01. 03. Fuvest-SP
O comprimento de um fio de alumínio que liga dois postes Uma lâmina bimetálica de bronze e ferro, na temperatura
Física
sucessivos é de 100 m a 0 oC. Qual é o comprimento desse fio ambiente, é fixada por uma de suas extremidades, como visto
a 40 oC, sabendo-se que o coeficiente de dilatação linear do na figura.
alumínio é 24 · 10–6 oC–1?
Bronze
Resolução Ferro
L0 = 100 m
T 0 = 0 oC Nessa situação, a lâmina está plana e horizontal. A seguir,
T = 40 oC ela é aquecida por uma chama de gás. Após algum tempo de
a.
02. Mackenzie-SP
Uma placa de alumínio (coeficiente de dilatação linear do
alumínio = 2 ·10–5 oC–1), com 2,4 m2 de área à temperatura de b.
– 20 oC, foi aquecida a 176 oF. O aumento de área da placa foi de:
a. 24 cm2
167
b. 48 cm2
c. 96 cm2 c.
d. 120 cm2
e. 144 cm2
Resolução
d.
Convertendo a temperatura final:
θC θF − 32
=
5 9
θC 176 − 32
= e.
5 9
θC = 80 oC
Calculando o aumento de área:
∆A = A0 · β · ∆θ
∆A = 2,4 · 2α · [80 – (– 20)] Resolução
∆A = 2,4 · 2 · 2 · 10–5 · 100 Ambos possuem o mesmo comprimento inicial e são
submetidos à mesma variação de temperatura. Sendo assim,
∆A = 9,6 · 10–3 = 96 · 10–4 m2
já que o bronze possui maior coeficiente de dilatação linear
A∆= 96 cm2 que o ferro, ele se dilatará mais, entortando a lâmina na dire-
Alternativa correta: C ção do lado constituído de ferro.
Alternativa correta: D
Habilidade
Compreender a dilatação dos materiais com base no mo-
delo microscópico da matéria, relacionando seus efeitos a
EMI-16-110
situações reais.
Exercícios Extras
14
04. Fatec-SP
∆ L (mm)
222
c. 7 980
0 100 ∆θ (°C)
05. UERJ
O diagrama mostra a variação ∆L sofrida por uma barra
metálica de comprimento inicial igual a 10 m, em função da Qual é o valor do coeficiente de dilatação linear do mate-
temperatura ∆θ. rial dessa barra?
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Seu espaço
Sobre o módulo Não se esquecer de comentar que a dilatação superficial
Este módulo é extenso, pois trata das três formas de di- de um orifício em uma placa se dá como se ele fosse composto
latação. Dessa forma, não é necessário demonstrar as equa- do mesmo material da placa. Observar o exercício resolvido.
ções da dilatação superficial e volumétrica. Instigar os alunos Na web
mais habilidosos em matemática a realizarem a demonstra- Esse link contém várias atividades que podem ser desen-
ção, como mostrado nos boxes “conexões”. volvidas com os alunos dentro e fora da sala de aula:
É muito importante que se façam os exercícios de aplica-
ção e extras, pois eles contemplam um exemplo de cada si- Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.
tuação que aparecerá na lista dos exercícios propostos. Caso gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20255>.
o tempo não seja suficiente, orientar os alunos a fazê-los antes
dos propostos, e, em caso de dificuldades, verificar a resolução Se possível, usar alguma das simulações presentes nos
comentada. boxes “conexões”.
168
EMI-16-110
Exercícios Propostos
14
Da teoria, leia os tópicos 1, 2, 3, 3.A, 4 e 5. 09. UEPG-PR (adaptado)
222
tarefa reforço aprofundamento
A respeito da dilatação térmica, fenômeno de expansão e
Exercícios de
contração que ocorre nas substâncias quando há variação de
sua temperatura, assinale a alternativa correta.
06. UFMG a. A variação do volume de uma substância é proporcio-
João, chefe de uma oficina mecânica, precisa encaixar um nal ao produto entre seu volume inicial e a variação de
eixo de aço em um anel de latão, como mostrado nesta figura: temperatura.
b. O coeficiente de dilatação superficial é uma grandeza
Física
Anel de latão adimensional.
c. Em um trilho de trem, ocorre apenas dilatação linear.
Eixo de aço d. Se uma placa que contém um orifício sofrer um au-
mento em sua temperatura, as dimensões do orifício
diminuirão.
e. A variação de área de uma placa depende da escala
adotada para temperatura.
169
nece informações sobre as dilatações lineares sofridas pelas vidas e a crescente riqueza das nações depen-
barras, determine: diam de uma solução.
SOBEL, 1997.
L/L0
A determinação da longitude ao longo de viagens marí-
1,0022
timas é feita pela comparação entre a hora local e a hora no
1,0011 porto de origem. Portanto, é necessário que se tenha, no na-
A
vio, um relógio que seja ajustado antes de zarpar e marque,
B precisamente, ao longo de toda a viagem, a hora do porto de
origem. Os relógios de pêndulo daquela época não serviam a
1,0000 esse propósito, pois o seu funcionamento sofria influência de
muitos fatores, inclusive das variações de temperatura, devi-
do à dilatação e à contração da haste do pêndulo.
0 100 T(ºC) A longitude pôde finalmente ser determinada através
de um relógio, no qual o problema das variações de tem-
a. os coeficientes de dilatação linear das barras A e B; peratura foi resolvido com a utilização de tiras de compri-
b. a razão entre os coeficientes de dilatação linear das mentos diferentes feitas de materiais de coeficientes de
barras A e B. dilatação diferentes.
08. L1
Uma estatueta de ouro foi aquecida de 25 oC a 75 oC, ob-
D
servando-se um aumento de 2,1 cm3 em seu volume. Sendo
14 · 10–6 oC–1 o coeficiente de dilatação linear do ouro, qual
era o volume inicial dessa estatueta? L2
EMI-16-110
Com base nesse mesmo princípio físico, considere um con- 14. Fuvest-SP
14
10 cm
tre os coeficientes de dilatação linear, O1 e O2, das barras, para a
qual a distância D = 5,0 cm não se altera com a variação de
temperatura. O
30 cm
2 cm
12. UEPB
Física