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ANAIS

XII Congresso Científico Uniararas


IX Congresso Internacional
XI Congresso de Iniciação Científica PIBIC – CNPq

De 06 a 08 de Junho de 2017

Araras/SP 2017
Fundação Hermínio Ometto
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO:
APLICABILIDADE DO SESMT (SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM
ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO) NAS
ATIVIDADES EMPRESARIAIS

MAZON, D.R.1; BARBOSA, F.A2


1Discente; 2Orientador.

dr.mazon7@gmail.com , fabio@uniararas.br

INTRODUÇÃO

Todo desempenho avaliado nas empresas é decorrente do comportamento das


pessoas inseridas neste ambiente. Em tempo de forte concorrência entre aa empresas,
diante da crise econômica, na tentativa de se manterem firmes no mercado e capazes
de suprirem todas as necessidades solicitadas no mercado de trabalho, as empresas
tiveram que começar a estabelecer formas para controlarem e diminuírem cada vez
mais seus custos, e para que possam continuar competindo nesse cenário, o assunto
“Segurança e Saúde no Trabalho” é hoje considerada por muitos, como estratégico nas
organizações, pois, atua diretamente naquilo que é essencial, a sua mão de obra. Sendo
assim, as empresas estão se preocupando mais com a segurança e saúde do
trabalhador, buscando programas de prevenção ao acidente com a aplicação da NR 4,
a qual é responsável pelas normas de segurança regidas pelo profissional do SESMT
(Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho).
Neste contexto, para que haja sucesso na organização e no bem-estar da
sociedade, a presença dos profissionais do SESMT é fundamental, pois com todo o
conhecimento científico, os agentes serão os responsáveis por mudanças das
condições de trabalho e da implementação da qualidade de vida nos ambientes de
trabalho. Mesmo com a aplicabilidade das normas de segurança, os profissionais do
SESMT ainda encontram dificuldades em cumprir normas como a NR 5 (CIPA), NR 7
(PCMSO), NR 9 (PPRA), bem como aplicar treinamentos de capacitação profissional,
os quais muitas vezes não ocorrem ora por inibição ou mesmo impedimento por parte
da própria empresa, devido ao tempo que deve ser disponibilizado, o que para os
coordenadores e líderes vem a interferir no fluxo de trabalho e produção. Com isso,
ainda é grande o número de acidentes decorrentes da falta de informação e do
cumprimento de programas voltados para garantia dessa segurança.
OBJETIVO

O presente estudo tem por objetivo verificar como as normas de segurança e


medicina do trabalho são de importância para a prevenção de acidentes nas atividades
empresariais, bem como avaliar a importância da aplicabilidade do SESMT na
prevenção e segurança, para que o mesmo seja realizado de forma segura, com ações
destinadas à melhoria do ambiente e condições dos trabalhadores. Tem-se por objetivos
específicos conscientizar as empresas para a aplicabilidade do SESMT, bem como por
meio deste identificar as normas de segurança e medicina do trabalho com maior
importância para sua implementação para prevenção de acidentes.

REVISÃO DE LITERATURA
O ambiente de trabalho é importante para a qualidade de vida e a segurança dos
trabalhadores, pois estes chegam a passar mais de 70% de seu tempo diário,
desenvolvendo suas ações de trabalho (RIBEIRO NETO; TAVARES, 2012). Sendo
assim o ambiente de trabalho deve ser o mais agradável possível, a fim de proporcionar
bem-estar aos trabalhadores. Moraes (2002), descreve o ambiente de trabalho como
um conjunto de fatores interligados ou não, que envolvem o local de trabalho do
indivíduo, ou seja, é o conjunto de fatores climáticos, físicos, ou de quaisquer outros,
que envolvem o local de trabalho da pessoa. Em outras palavras, não é apenas uma
questão de valores e princípios, mas sim de benefícios em um todo. Em um ambiente
de trabalho estimulante, os empregados ficam mais satisfeitos, tornando-se mais
produtivos, proativos em todas as suas obrigações. De outro lado, quando o ambiente
de trabalho não traz a satisfação o reflexo de tal insatisfação muitas vezes se dá através
dos acidentes de trabalho. Por mais evidente e grave que seja a incidência de acidente
de trabalho, ainda parece não chocar o conjunto de nossa sociedade, mesmo que isso
se apresente nas estatísticas de forma bem negativa. No Brasil, mesmo com o esforço
dos trabalhadores, empregados e governo os índices de acidentes de trabalho indicam
que ainda há muito que se fazer (AYRES et al., 2011). Conforme a Lei nº 8.213/91 em
seu artigo 19 considera-se acidente de trabalho:
“Art. 19. Acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício do
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

Ao exercer seu trabalho, desde o início da história da humanidade, o homem


sofria acidentes, quer protegendo sua família, que no próprio labor ou na busca por
alimentos. Com a evolução da humanidade e a criação de novas máquinas e tecnologia,
os acidentes passaram a ser mais frequentes (PINTO et al., 2009).
Levou-se muito tempo para que houvesse algum tipo de preocupação com a
forma que o trabalhador exerce seu trabalho (PIZA, 2001). Mas com o crescente número
de acidentes decorridos do labor, em 1884 foi promulgada a primeira lei específica sobre
acidentes de trabalho. A partir dessa lei começaram a serem criadas várias outras
normas de prevenção aos acidentes de trabalho e proteção ao trabalhador, normas que
são aplicadas através da engenharia de segurança do trabalho (EGLE, 2009).
Trabalhar em um ambiente seguro é um direito de todos, e cabe às empresas
proporcionarem esse ambiente, sempre prezando pela segurança e bem-estar dos seus
colaboradores, proporcionando assim que as funções sejam desempenhadas da melhor
maneira (AYRES et al., 2011). Na preocupação de se ter um ambiente harmonioso e
com segurança, a atuação do Engenheiro de Segurança do Trabalho tem papel
importante, pois sua atuação se dá em todo tipo de empresas (CARDOSO, 2006). Para
isto, quem define a quantidade de cada profissional necessária por empresa é o
dimensionamento do SESMT e sendo assim como todas as outras, tem suas
particularidades e dificuldades.
Segundo Sherique (2012) em uma visão sobre a importância de se aplicar o
SESMT por meio de um Engenheiro de Segurança do Trabalho em empresas
brasileiras, é que muitas ações para serem realizadas só se fazem mediante a
existência de uma Lei ou uma Norma que os obrigue, isso é uma das dificuldades que
os profissionais de engenharia de segurança encontram (BARBOSA FILHO, 2008). As
recomendações feitas muitas das vezes são questionadas, pelas empresas, se existe
lei para isso, se existe norma para aquilo, ou ainda “realmente isso é obrigatório? ”, eis
ai o desafio, sendo a segurança feita por obrigação, ou seja, sem uma exigência talvez
ela nem existiria, neste contexto o papel do prevencionista está em olhar a situação não
apenas no momento, mas lá na frente com o intuito de se evitar acidentes, doenças, e
afastamentos de toda natureza, pois a preocupação com a segurança, deve sempre ir
além do que se é exigido por lei.
No Brasil existem em vigência, 36 normas regulamentadoras, as quais oferecem
orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina do
trabalho (MORAES, 2011).
O SESMT nada mais é que um modelo de gestão administrativa, ou seja,
conjunto permanente de ações, com medidas e programas em normas e regulamentos
de prevenção de riscos, acidentes e doenças, de modo a tornar compatível o trabalho
com a preservação da vida (BARBANO et al., 2012). Está regulamentado no artigo 162
da CLT, disciplinado pela NR-4, sendo que todas as empresas, sejam privadas ou
públicas, devem ter serviço especializado em segurança e medicina do trabalho.
Atualmente vivencia-se inúmeras mudanças nas características dos riscos
existentes nos mais diversos ambientes de trabalho, tais mudanças derivadas de novas
tecnologias e pelo surgimento de novas atividades, exigindo-se assim a participação e
novos conhecimentos por parte dos profissionais, proporcionando uma integralização
entre colaboradores e empresas.
O quadro de SESMT de uma empresa deve ser composto de uma equipe
multidisciplinar de Técnico de Segurança do Trabalho, Médico e Enfermeiro do Trabalho
e de um Engenheiro de Segurança do Trabalho, objetivando assim, garantir um nível
eficaz de segurança e saúde de todos os trabalhadores (CARDOSO, 2006). Deste
modo, sua principal finalidade é a promoção da saúde e a proteção da integridade do
trabalhador no seu ambiente de trabalho, orientando medidas de controle dos riscos
ambientais, uma vez que por força de lei são mantidos pelo empregador, de acordo com
a atividade econômica desenvolvida pela empresa e as Normas Regulamentadoras -
NRs.
Sendo assim, os artigos 163 a 165 da CLT tratam sobre a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), disciplinadas pela NR-5, a qual estabelece a
obrigatoriedade de as empresas organizarem e manterem uma comissão constituída
por empregados, os quais terão o dever e objetivo de prevenir infortúnios (CAMPOS,
1999).
A principal atividade desenvolvida pelo membro da CIPA, os chamados “cipeiros”
é saber ouvir, é zelar pela prevenção que é feita por meio de sugestões e
recomendações a empresa e empregador para melhora das condições de trabalho,
como prevenção e eliminação de doenças e acidentes de trabalho (CAMPOS, 1999).
Através de um plano de trabalho a CIPA deve elaborar ações preventivas e
corretivas, sem com o objetivo de solucionar problemas ligados à segurança, saúde e
meio ambiente, bem como participar de programas de controle e medidas necessárias
para a redução de riscos e impactos ambientais (CAMPOS, 1999).
A composição da CIPA deve ser por representantes do empregador e dos
empregados que periodicamente devem traçar metas e objetivos que visem pela
qualidade de vida no ambiente de trabalho, com a divulgação de projetos e programas
aos trabalhadores, para que estes possam sempre interagir junto (BARBANO, 2012).
Observa-se que nenhuma CIPA trabalha sozinha, uma vez que ela precisa estar
ligada a todos os setores técnicos existentes na empresa, ou seja, se a empresa tem
SESMT a CIPA deve estar ligada a ele na análise das causas de doenças ocupacionais
e acidentes de trabalho, buscando investigar e interagir em conjunto para minimizar as
causas, caso ela não tenha a CIPA precisa estar ligada ao empregador e seus líderes,
sempre com o objetivo de prezar pela segurança e qualidade no ambiente de trabalho
(MORAES, 2011).
Sendo assim, a CIPA tem por norma o auxílio do PPRA (Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional), no auxílio da exposição de riscos e perigos e a solução destes.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa
no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar
articulado com o disposto nas demais normas regulamentadoras, em especial com o
PCMSO (NR7), contudo tal norma não refere expressamente sobre qual o profissional
é habilitado para desempenha-la, mas tão somente deixa implícito que o mesmo deve
ser realizado por Técnico de Segurança do Trabalho ou Engenheiro (MORAES, 2011).
A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA,
por parte dos empregadores, visando à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento e consequente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais
(POSSIBOM, 2008).
O PPRA é um programa de medidas e comprometimentos a partir do qual serão
implementadas medidas de adequação do ambiente de trabalho, trajeto e ao trabalhador
(administrativas, EPC´s e EPI´s), sendo que esta etapa, a partir de sugestões
constantes do levantamento de riscos ambientais, será de responsabilidade e
cumprimento exclusivo da empresa (CHAGAS et al., 2011).
A saúde dos funcionários deve ser foco de atenção dos empregadores e
empresas, para isso a NR 7 faz parte de um conjunto de normas regulamentadoras,
com implantação obrigatória para todas as empresas, em qualquer ramo de atividade,
sendo nela estabelecida as necessidades da realização do PCMSO (POSSIBOM,
2008).
Dentro dessa norma o profissional que tem maior atuação é o médico do
trabalho, responsável pelos exames ocupacionais que constituem as etapas de
verificação das condições de saúde para o trabalho e da preservação da saúde pelo
desenvolvimento do trabalho no dia-a-dia.
A realização obrigatória dos exames médicos, sendo: admissional, periódico, de
retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional. Para cada exame médico
realizado, seja ele de ordem admissional que é realizado antes do trabalhador assumir
suas atividades ou seja ele um exame periódico, o qual é realizado com intervalos
mínimos de tempo, o médico deverá emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO),
no qual constarão os dados avaliados e que serão registrados em um prontuário clínico
individual (POSSIBOM, 2008). Cabe ao empregador garantir a elaboração, eficácia e
efetiva implementação do PCMSO, bem como custear sem qualquer ônus para o
empregado todos os procedimentos e indicar dentro dos médios do SESMT um
coordenador responsável pela execução do PCMSO. A saúde do trabalhador somado
a um ambiente de trabalho saudável é uma importante estratégia não somente para
garantir a saúde dos trabalhadores, mas como contribuição positiva na produtividade e
saúde como um todo.

PROPOSIÇÃO

Tendo em vista o grande número de trabalhadores que se afastam do trabalho,


seja por acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, com as alterações no ambiente
de trabalho, maquinário, tecnologias, o não cumprimento e aplicabilidade das normas
de segurança, têm surgido novas causas de afastamentos do trabalho.
Pela presente pesquisa, verifica-se que a redução de acidentes de trabalho nas
empresas é um tema de grande relevância nos dias de hoje. Por meio da presente
pesquisa, para que haja uma diminuição em acidentes, é necessário que haja a
implantação das normas de segurança bem como profissionais do SESMT no quadro
das empresas.
Surge à necessidade de identificar qual é o conhecimento que as empresas e os
funcionários já possuem sobre Medicina e Segurança do Trabalho, para com base nesta
avaliação implantar novos procedimentos e programas educativos que estimulem a
prevenção de acidentes de trabalho e a saúde do trabalhador.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AYRES, D.O.; CORRÊA, J.A.P. Manual de prevenção de acidentes de trabalho. 2ª


ed. São Paulo: Atlas, 2011.
BARBANO, P.R.; BARBOSA, R.P. Segurança do Trabalho – Guia prático e didático.
1ª ed., São Paulo: Ed. Érica, 2012.

BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental. 2ª ed., São


Paulo: Atlas, 2008.

CARDOSO, M. M. Os desafios do engenheiro frente a segurança do trabalho. In:


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<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/379.pdf> Acesso em 15.jan.
2017.

CHAGAS, A.M.R.; SALIM, C.A.; SERVO, L.M.S. Saúde e segurança no trabalho no


Brasil: aspectos institucionais, sistemas de informação e indicadores. Brasília:
Ipea, 2011.

CAMPOS, A. A. M. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma nova


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Segurança. Revista Técchne – Editora PINI, Edição 153, ano 17, 2009.

MORAES, G. A. Normas Regulamentadoras Comentadas. 8ª ed., Rio de Janeiro:


GVC Editora, 2011. MORAES, M.M.L. O Direito à Saúde e a Segurança no Meio
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RIBEIRO NETO, J. B.M; TAVARES, J.C.; HOFFMANN, S.C. Sistemas de gestão


integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social, segurança e
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POSSIBOM, W.L.P. NR´s 7 e 9: PCMSO-PPRA: PCA-PPR-PGRSS: métodos para a


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PINTO L. T; WINDT S. M. C. S. CÉSPEDES L. Segurança e Medicina do Trabalho.


3ª ed. atualizada- São Paulo: Saraiva, 2009.

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Acesso em 15. Jan.2017.

PALAVRA-CHAVES: SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança


e em Medicina do Trabalho), Segurança do Trabalho, Prevenção.

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