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BIO CURSOS

PÓS-GRADUAÇÃO EM REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA E


TRAUMATOLOGIA COM ÊNFASE EM TERAPIA MANUAL

ONIVILSON DA COSTA MENEZES

A APLICABILIDADE DO AGULHAMENTO SECO NA DOR MIOFASCIAL,


PONTOS GATILHO E LOMBALGIA

Manaus
2015
ONIVILSON DA COSTA MENEZES

A APLICABILIDADE DO AGULHAMENTO SECO NA DOR MIOFASCIAL, PONTOS


GATILHO E LOMBALGIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como pré-


requisito para o término do curso Pós-Graduação em
Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase
em Terapia Manual, ao Instituto Bio Cursos, orientado
pela Professora: Dayana Priscila Maia Mejia.

Manaus
2015
2

A aplicabilidade do agulhamento seco na dor miofascial, pontos


gatilho e lombalgia

ONIVILSON DA COSTA MENEZES1


onimenezes@hotmail.com
DAYANA PRISCILA MAIA MEJIA2

Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia


Manual

Resumo
O Agulhamento Seco, Dry Needling ou Estimulação Intramuscular é definido como um
processo terapêutico que envolve a inserção de agulhas finas, sem medicação, em um Ponto
Gatilho Miofascial. Esta técnica é muito eficaz na redução da dor miofascial, entre outras
afecções. Desta forma o objetivo deste trabalho foi verificar por meio de uma revisão
sistemática de literatura estudos que apresentassem a aplicabilidade do Agulhamento Seco na
dor miofascial, nos pontos gatilho e na lombalgia. Esta pesquisa foi realizada por meio de um
levantamento bibliográfico nas bases de dados Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e National
Library of Medicine (Medline – PubMed), com artigos publicados do ano de 2005 a 2015. Os
resultados demonstraram a grande utilização dessa técnica na sua grande maioria com
trabalhos publicados fora do Brasil e constataram os benefícios do Agulhamento Seco na
desativação dos pontos-gatilho, na redução da dor miofascial e na melhora da lombalgia
crônica. Esta revisão mostrou ainda que o tratamento com Agulhamento Seco necessita de
mais estudos.
Palavras-chave: Agulhas. Manipulações musculoesqueléticas. Terapia combinada.

1. Introdução
O Agulhamento Seco, Dry Needling ou Estimulação Intramuscular é uma intervenção na qual
são utilizadas agulhas finas que penetram na pele, para estimulação de pontos gatilho

1
Pós-graduando em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual
2
Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito
em Saúde.
3

miofasciais, estimulação intramuscular e estimulação de tecidos conjuntivos (FRANCE, et al,


2014).
Em 1930 o reumatologista, Dr. John Kellgren da University College Hospital, em Londres
iniciou uma terapia com agulha para a redução da dor. E, nos Estados Unidos, em 1940 a
doutora Janet Travel, especialista no conhecimento do “Trigger Points, iniciou os estudos e
práticas clínicas desta técnica. Sem nenhuma analogia a Acupuntura ou a Medicina Tradicional
Chinesa apesar, de frequentemente confrontadas (CLEWLEY, FLYNN, KOPPENHAVER,
2014).
O que diferencia o Agulhamento Seco da Acupuntura é que a segunda abordagem reúne teorias
tradicionais da medicina chinesa, que são usadas para tratar não apenas dor, mas outras questões
não músculo-esquelético, que muitas vezes são a causa da dor (CLEWLEY, FLYNN,
KOPPENHAVER, 2014).
A base fisiológica do Agulhamento Seco depende do local de aplicação e dos objetivos de
tratamento. Por exemplo, o tratamento dos pontos-gatilho miofasciais apresenta uma base
fisiológica diferente do tratamento da tensão muscular excessiva, do tecido cicatricial, da fáscia
e dos tecidos conjuntivos os quais as bases fisiológicas não são bem descritas na literatura,
apesar de pesquisas recentes mostrarem que pode haver grandes benefícios nessas aplicações
(FRANCE, et al, 2014).
O Agulhamento Seco pode ser dividido em profundo e superficial. O Agulhamento Seco
profundo é utilizado para inativar pontos gatilho por indução de respostas de contração locais
que são moduladas pelo sistema nervoso central. Este está associado à redução da dor local,
melhora da amplitude articular, redução da irritabilidade dos pontos gatilho, local e distante,
além de restaurar a circulação local. O Agulhamento Seco superficial é usado para ativar
mecanorreceptores e está associado à redução da dor local referida e melhora da amplitude de
movimento (FRANCE, et al, 2014). Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar por meio de
uma revisão sistemática de literatura estudos que apresentassem a aplicabilidade do
Agulhamento Seco na dor miofascial, nos pontos gatilho e na lombalgia.

2. Fundamentação Teórica
AgulhamentoSeco
Segundo a American Physical Therapy Association, o Agulhamento Seco é uma intervenção
eficiente realizada por fisioterapeutas que utiliza uma agulha filiforme que penetra na pele e
estimula pontos gatilho miofasciais, tecidos conjuntivos, reduz a dor, melhora o movimento e
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reduz as deficiências neuromusculoesqueléticas (CLEWLEY, FLYNN, KOPPENHAVER,


2014).
A origem do Agulhamento Seco ou Dry Needling se deu na década de 1930, com o trabalho de
um reumatologista britânico, doutor John Kellgren da University College Hospital, em Londres.
Ele verificou que injetando solução salina nos músculos sobrevinha a redução da dor em um
padrão distinto e irradiado a partir do local da injeção. O doutor Kellgren também descobriu
que a pressão manual sobre áreas sensíveis no tecido muscular poderia produzir os mesmos
padrões de referenciado procedimento com injeção (CLEWLEY, FLYNN, KOPPENHAVER,
2014).
No final dos anos 1930, a doutora Janet Travell, cardiologista dos Estados Unidos, se interessou
pelos trabalhos de Kellgren. Ela examinou o mecanismo de efeito analgésico da procaína em
áreas de tecidos musculares, observando que o efeito analgésico durou muito mais do que os
noventa minutos, considerados normais. Ela observou então, que a injeção por si só poderia
aliviar a dor. A origem do termo "Agulhamento Seco" é atribuída a Janet Travell, ela também
mapeou os chamados “trigger point” e metodizou a técnica de Agulhamento Seco (CLEWLEY,
FLYNN, KOPPENHAVER, 2014).
Considerada uma prática única de fisioterapeutas essa intervenção tem crescido bastante nos
últimos anos, especialmente nos Estados Unidos. O Agulhamento Seco também é conhecido
como terapia intramuscular manual, ponto de disparo de Agulhamento Seco ou Agulhagem
Intramuscular. A partir de 2009, a Associação Americana de Fisioterapia tinha recomendado o
uso do termo "Terapia Manual Intramuscular" para descrever a intervenção realizada por
fisioterapeutas, porém desde o final de 2011, a organização defende a utilização do
Agulhamento Seco ou Dry Needling como o termo mais adequado (ALVES, 2011).
O mecanismo exato de ação do Agulhamento Seco ainda é pouco conhecido. No entanto, essa
técnica altera a bioquímica ambiente em torno de um ponto gatilho (KIETRYS, PALOMBARO,
MANNHEIMER, 2014).
Alguns estudos atribuem os efeitos terapêuticos de Agulhamento Seco a vários mecanismos,
tais como efeitos mecânicos, neurofisiológicos e efeitos químicos (KIETRYS, PALOMBARO,
MANNHEIMER, 2014).
Os pontos gatilho são apalpados com dois dedos e a agulha é inserida entre esses dois dedos
cerca de 1 a 2 cm do ponto gatilho com um ângulo de 30º da pele. A agulha é movida lentamente
para cima e para baixo dentro das fibras musculares superficiais e profundas, como um êmbolo,
retirando e colocando da pele a partir do tecido, de modo a desencadear uma resposta de
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contração local. A resposta da contração local é uma contração das fibras musculares ao redor
o que resulta em um reflexo espinhal involuntário (KIETRYS, PALOMBARO,
MANNHEIMER, 2014).
Pontos Gatilho
O termo Pontos Gatilho ou Trigger Points descreve um nódulo em uma área tensa situada
principalmente no músculo esquelético (músculo, fáscia ou tendão), na qual é formada por uma
zona de hipersensibilidade dolorosa (ROCHA e SANCHEZ, 2012; SANTOS et al, 2014). Os
Pontos gatilho representam uma área focal de distúrbios da tonicidade muscular, que pode ser
revelada por meio de eletromiografia (BIGONGIARI, 2008).
Outras respostas apresentadas pela estimulação dos pontos gatilho é uma contração transitória
local das fibras musculares afetadas, que pode ser visualizada ou sentida de acordo com a
profundidade e com a função do músculo afetado. A contração local pode acontecer também
em resposta à penetração de uma agulha diretamente no ponto gatilho (VENÂNCIO, 2005).
A dor gerada pelo acionamento de um ponto gatilho percorre uma direção relativamente bem
definida de acordo com sua localização, seguindo modelos de referência previamente mapeados
(SKORUPSKA, 2015).
Várias hipóteses são usadas para explicar a patogênese dos pontos gatilho, no entanto não são
totalmente aceitas, são elas: hipótese do fuso muscular, hipótese da placa motora ou dos botões
sinápticos disfuncionais, hipótese da crise energética, hipótese do processo neuropático para
dor muscular e hipótese do tecido cicatricial (SANTOS et al, 2014).
Estudos apontam como mecanismos de lesão os microtraumas, agudos ou repetidos, como
contribuintes para a formação desses pontos dolorosos, além de outros fatores como: distúrbios
do sono, deficiências de vitaminas, predisposição para desenvolvimento de microtraumas e
distúrbios posturais (ALVES, 2011).
A importância do estudo desses pontos se dá pela ampla sintomatologia gerada por eles, como
dor referida que, por vezes, são confundidas com dor visceral, diminuição da flexibilidade
muscular, fraqueza muscular e alteração da propriocepção (ONG e CLAYDON, 2014).
Dor Miofascial
Segundo Assis et al, 2010, a síndrome dolorosa miofascial é definida como a presença de
pontos-gatilho ou trigger points em áreas musculares.
No que se refere à etiologia da síndrome miofascial numerosos fatores antecipam essa condição,
tais como: traumas, uso excessivo, infecção, inflamação devido a uma patologia de base,
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alterações biomecânicas apendiculares e axiais posturais, entre outras afecções (SANDE,


PARIZZOTO, CASTRO, 1999).
A síndrome miofascial vem sendo estudada há alguns anos e inúmeras teorias já foram
produzidas e rejeitadas muitas vezes na tentativa de explicar sua natureza. Há também vasta
documentação de trabalhos clínicos na busca do controle desta síndrome (ASSIS, SUBI,
OLIVEIRA, 2010). Independente da natureza da dor, dela decorre alterações do
comportamento psíquico, com acréscimo de tônus muscular e consequente instalação de dor
miofascial (DALL 'ANTONIA et al, 2013).
A síndrome dolorosa miofascial tem como componentes essenciais além dos pontos gatilho
miofasciais, o espasmo muscular segmentar, dor referida e o envolvimento de tecidos moles. E
como critérios de diagnóstico são considerados a queixa de dor local, queixa dolorosa ou
alteração sensorial na distribuição de dor referida, tensão muscular palpável, área muscular
dolorida e restrição de amplitude de movimento (SANDE, PARIZZOTO, CASTRO, 1999).
Esta síndrome acomete músculos, tecidos conjuntivos e fáscias, principalmente na região
cervical, cintura escapular e lombar e frequentemente o indivíduo faz uso de numerosos
medicamentos. É um problema comum que é muitas vezes subestimado e tratado em segundo
plano (BRIOSCHI, 2007).
Poucos estudos epidemiológicos têm investigado a prevalência ou incidência da síndrome
dolorosa miofascial pela falta de consenso no diagnóstico (BRIOSCHI, 2007).
Critérios para o diagnóstico da Síndrome Dolorosa Miofascial foram objeto de estudo em 1998,
pelo InternationalCongressMyopain na Itália além de outros estudos e ambos relataram que a
sensibilização central, e, em certa medida a sensibilização periférica,desempenham um papel
importante na sintomatologia de dor (CHAE et al, 2013).
Lombalgia
A dor lombar ou lombalgia é definida segundo, Lemos et al, 2013, como dor ou desconforto,
localizada abaixo do arco costal e acima das pregas glúteas.
Designa a dor localizada abaixo da margem das últimas costelas (margem costal), e acima das
linhas glúteas inferiores com ou sem dor nos membros inferiores. São locais para origem de
lombalgia: disco intervertebral, articulação facetária, articulação sacroilíaca, músculos, fáscias,
ossos, nervos e meninges (LIZIER, PEREZ, SAKATA, 2012).
Inúmeros fatores interferem na ocorrência das lombalgias entre eles fatores constitucionais,
individuais, posturais e ocupacionais (IMAMURA, KAZIYAMA, MARTA IMAMURA,
2001).
7

A chamada lombalgia idiopática, assim chamada anteriomente, hoje é denominada de


lombalgia mecânica comum, ou lombalgia inespecífica, é a forma anatomoclínica inicial de
apresentação e a mais prevalente das causas de natureza mecânico degenerativa, é uma das
causas mais freqüentes de incapacidade (DE VITTA, 2011).
A classificação se dá de acordo com a duração, a lombalgia pode ser aguda, de início súbito e
duração menor do que seis semanas, subaguda com duração de seis a doze semanas, e crônica
duração maior do que doze semanas. A dor lombar por desordem musculoesquelética pode ser
de origem congênita, degenerativa, inflamatória, infecciosa, tumoral e mecânico-postural.
Pode ainda ser distribuída em mecânica, não mecânica e psicogênica. Podendo a primeira ser
específica ou inespecífica. É dividida ainda em cinco categorias: viscerogênica, vascular,
psicogênica, neurogênicae espondilogênica (DE VITTA, 2011).

3. Metodologia
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão sistematizada de literatura, no qual
foram pesquisados artigos nas bases de dados eletrônicos de periódicos indexados. Foram
pesquisadas e analisadas publicações na base da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e National
Library of Medicine (Medline – PubMed), publicados do ano de 2005 a 2015.
A investigação teve como descritores, para a busca dos estudos, na língua portuguesa: dry
needling, músculo, humanos; dry needling, trigger point, humanos; dry needling, fisioterapia;
dry needling, lombalgia, humanos e na língua inglesa: dry needling, muscle, humans; dry
needling, trigger point, humans; dry needling, physicaltherapy, humans; dry needling, low back
pain. Estes descritores foram utilizados de forma combinada nas bases selecionadas.
Os artigos científicos foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão
propostos no estudo, onde os de inclusão foram: a amostra do estudo deveria ser de humanos;
o estudo deveria apresentar informações sobre local de aplicação e os trabalhos deveriam ser
dos últimos dez anos.
Foram critérios de exclusão: artigos em outros idiomas que não português, inglês e espanhol;
trabalhos divulgados em outras formatações como revisões sistemáticas e materiais educativos;
artigos em meta-análise; artigos com deficiência na descrição metodológica, no que se referem
ao objetivo, métodos, resultados.
Para realização do levantamento foi realizada a seguinte sequência: Levantamento de artigos
com os descritores propostos nas bases pré-determinadas, leitura e seleção criteriosa dos artigos
e sistematização e análise dos artigos e classificar os estudos em tabelas.
8

4. Resultados e Discussão
Umas das alterações mais recorrentes quando se fala de dor é a localizada na região do pescoço
que atinge principalmente o músculo trapézio. Jimbo, et al, 2008, utilizou o Agulhamento Seco
para verificar os efeitos deste na redução da dor no músculo trapézio e encontrou reduções
significativas. Como tmbém Rayegani et al, 2014, que comparou os efeitos do Agulhamento
Seco e da Fisioterapia no tratamento da síndrome da dor miofascial. Este realizou um estudo
controlado randomizado com vinte e oito pacientes, dividindo-os em dois grupos, um que
recebeu o tratamento com Agulhamento Seco o outro com Fisioterapia. Ambos os resultados
gerais foram semelhantes, ou seja, ambas as modalidades Fisioterapia e Agulhamento Seco tem
efeito igual na dor miofascial do músculo trapézio.
Cagnie, 2012, como o objetivo de investigar o efeito do Agulhamento Seco sobre o fluxo
sanguíneo e a saturação de oxigênio do músculo trapézio, avaliou vinte pacientes saudáveis
observou melhora na saturação de oxigênio e no fluxo sanguíneo, apresentando aumento
significativo. Estes estudos demonstram a alta eficiência dessa técnica no tratamento dos pontos
gatilho no músculo trapézio, quando do alívio da dor e alterações hemodinâmicas.
Blazquez et al, 2007, avaliou a eficácia do tratamento da dor lombar crônica com Agulhamento
Seco com isso encontrou a importância do potencial dos pontos gatilho na dor lombar crônica.
O tratamento de Agulhamento Seco foi aplicado no quadrado lombar e glúteo médio e observou
que em três sessões já houve melhora.
Téllez-García et al, 2014, também aplicou o Agulhamento Seco nos músculos multifídios em
pacientes com lombalgia associado a uma Terapia de Educação em Neurociência da Dor. Os
pacientes foram divididos em dois grupos, um que recebeu o Agulhamento Seco e a Terapia de
Educação em Neurociência da Dor e outro que recebeu apenas o tratamento de Agulhamneto
Seco. Os resultados foram mais significativos para o grupo que recebeu o primeiro protocolo
de atendimento.
Outros estudos aplicaram o Agulhamento Seco na dor lombar crônica associado à Eletroterapia,
como o de Rock e Rainey, 2014, que realizou um estudo de caso com dois pacientes um com
dor referida idiopática, persistindo por oito semanas e presença de pontos gatilho e o outro
paciente apresentava uma lesão devido a um levantamento de peso. O Agulhamento Seco foi
realizado na musculatura paravertebral e multifidios e para a Eletroterapia foram definidos
valores de nível de intensidade de quatro e frequência de 1,5 Hz por vinte minutos. Após o
início do tratamento que consistia em Agulhamento Seco e Eletroterapia e mais Exercícios de
Controle Motor, os sintomas relatados pelos pacientes foram significativamente reduzidos
9

incluindo a redução da dor e ganho de amplitude de movimento. Apresentando resultados


positivos quando estas duas técnicas são associadas.
Outra aplicação do Agulhamento Seco encontrada nos estudos analisados foi na espasticidade
de pacientes que sofreram acidente Vascular Cerebral. Salom-Moreno, 2014, em uma sessão
de Agulhamento Seco. Os pacientes apresentaram aumento no limiar da dor, aumento na
superfície de suporte da parte anterior dos pés e elevação unilateral da superfície de suporte da
parte posterior e uma ligeira capacidade de estender voluntariamente o punho e os dedos. Os
autores sugerem este como um novo método de neuroreabilitação.
Disfunções temporomandibulares, segundo Drabovicz et al, 2012, são definidas como dor nos
músculos mastigatórios e/ou na articulação temporomandibular (ATM).
González Iglesias et al, 2013, Dıraçoğlu et al, 2012 e Fernández-Carnero et al, 2010,
investigaram os efeitos do Agulhamento Seco sobre pontos gatilho ativos do músculo masseter
em pacientes com disfunção temporomandibular.
Agulhamento Seco e o Agulhamento Seco Sham (Agulhamento “Simulado”) usam agulhas que
causam uma sensação de picada quando empurrada contra a pele. Prém o mecanismo do
segundo procedimento provoca uma sensação semelhante a que é produzida pelo Agulhamento
Seco, que inclui os efeitos não específicos de contato terapêutico, bem como a percepção de
que a agulha está a entrando na pele (STERLING et al, 2009).
Os estudos de Dıraçoğlu et al, 2012 e Fernández-Carnero et al, 2010, utilizaram o Agulhamento
Seco e o Agulhamento Seco Sham (Agulhamento “Simulado”) e ambos mostraram que a
aplicação de Agulhamento Seco em pontos gatilho ativos no músculo masseter resultando em
aumentos significativos no limiar de dor por pressão e na abertura máxima da mandíbula em
pacientes com ATM miofascial. Já González Iglesias et al, 2013, utilizou o Agulhamento Seco
junto com manipulação, ele observou os seguintes sinais e sintomas localização da dor,
amplitude de movimento da mandíbula e associados a dor na ATM, ruídos e dor muscular à
palpação. O tratamento incluiu mobilização articular da ATM coluna cervical, torácica e
Agulhamento Seco em pontos gatilho. Os pacientes tratados com esse protocolo também
apresentaram significativas melhoras no nível de dor, incapacidade e abertura máxima da boca.
Os estudos demonstram a ampla aplicação e a eficácia do Agulhamento Seco em diferentes
afecções.
5. Conclusão
O Agulhamento Seco é relativamente uma modalidade de tratamento usada em todo o mundo.
É minimamente invasivo e sua eficácia tem sido confirmada em vários estudos. Este trabalho
10

buscou avaliar o uso do Agulhamento Seco no tratamento da Dor Miofascial, nos Pontos
Gatilho e na Lombalgia, bem como visualizar a produção científica pertinente sobre o assunto.
Foram encontradas evidências da eficácia do Agulhamento Seco no tratamento dessas três
afecções. A maioria das evidências encontradas foi realizada fora do Brasil, necessitando,
portanto de mais estudos.

6. Referências

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