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Resenha: Considerações sobre as perspectivas da educação básica brasileira.

Por: Alan de jesus Conceição

A educação básica brasileira esta dividida e segmentada em três períodos


que se complementam numa sequencia crescente de obtenção do conhecimento por
parte de seus alunos, dessa forma a educação básica compreende o conjunto
formado pela educação infantil, para crianças de ate 5 anos , o ensino fundamental,
ideal para crianças dos 6 aos 14 anos, e por fim o ensino médio para jovens de 15 a
17 anos, ainda apresentando modalidades como o EJA (Educação para jovens e
adultos) que tem a premissa de oferecer educação ao cidadão que por algum motivo
não pode concluir a educação básica na idade regular. Porem, esse modelo de
educação trata-se de uma pratica consequente de todo um histórico cultural de
como o pais viu a educação ser inserida para sua população, a discussão leva em
consideração aspectos sócio culturais e acima de tudo contextos históricos que nos
trouxeram a o atual modelo praticado.

A organização da educação básica no Brasil, se faz a partir de premissas


legais, pautadas pela constituição federal que norteia praticamente todas as ações
educacionais do pais, no entanto a CF não nos dá o suporte total nas dinâmicas e
cotidiano das escolas, deixando essa tarefa as custas das leis complementares, e a
principal lei que o faz é a LDB – Lei das Diretrizes e Bases da educação de
1996,que trata-se da reformulação continuada de uma lei que inicialmente foi
promulgada em 1961 , atualizada novamente em 1971 e por fim reeditada para o
modelo atual datado de 1996 , o fato é que embora a discussão pareça antiga no
contexto da primeira e segunda LDB a educação basicamente era um privilegio
para a classe alta brasileira, que detinha a grande elite que por sua vez ocupava os
cargos de alto escalão e administração do pais, nesse ponto a grande população era
a grande mão de obra “barata e despreparada” que deveria assumir os cargos de
menor importância , nesse tocante o cenário da educação da época nem sequer
tinha de fato um grande numero de representantes das camadas inferiores pois isso
lhes foi durante muito tempo negado.

Logo após a primeira LDB (61) o Brasil a partir do ano de 1964 passa por um
período chamado de Ditadura militar que durou ate o ano de 1985 , e nessa primeira
década de ditadura a educação passa a ser vista com outros olhos e assume uma
nova função, função essa muito ligada ao chamado milagre econômico , nesse
contexto a educação deveria formar mão de obra qualificada para servir de sustento
a indústria que surgia e com isso em 1971 surge a lei 5.692 dividindo a educação
básica em primeiro e segundo graus (junção do antigo Primário + Ginasial) e além
disso dispondo também sobre a educação superior (tema esse que não faz parte da
educação básica) nesse contexto houve grande mudança na educação pois
pensava-se que as escolas deveriam ensinar o máximo de conteúdo técnico aos
alunos para que eles pudessem usa-los em seu futuros empregos na indústria
A CF de 88 também intitulada de constituição cidadã foi o documento que
respaldou a LDB de 1996, essa constituição mostrou-se a mais libertadora já
editada pelos governantes do pais, pois dava direitos claros ao cidadão, e
responsabiliza o estado sobre certas responsabilidades que anteriormente ele não
tinha, e dentre ela uma das mais importantes era o acesso universal a educação
publica , nesse momento o pais passava por uma mudança não só de formalidades
mais também de paradigmas, agora órgãos públicos de todas as esferas (federal,
estadual, municipal) tinham responsabilidades de fazer a educação para todos e que
funcionasse para todos não apenas um esforço meramente burocrático.

Ate então estava tudo fluindo muito bem, o grande problema se da na


execução desse projeto, a escola publica chegou a grande parte da população mas
com essa abertura vimos também o sucateamento e a falta de vontade para manter
os altos padrões da qualidade no ambiente publico , de certa forma o que vimos foi a
abertura da escola para a grande massa populacional brasileira porem, o grande
publico recebeu uma sobra do que outrora havia sido o ensino publico que enquanto
era detido pela elite mostrava-se de grande qualidade e altos padrões, com a
exceção de raros casos como a rede federal por exemplo, o que vemos é um
repasse de responsabilidades, a rede municipal embora esteja integrada a rede
estadual parece não conversar na mesma sintonia e vice versa , alunos que saem
da rede municipal encontram uma outra realidade ao chegar na rede estadual ,
ainda dentro da rede estadual alunos saem mau preparados para os desafios que
uma vida universitária e profissional os exigirá, e entramos num ciclo perverso e
vicioso onde os profissionais do “futuro” tem suas formações prejudicadas e uma
grande parte desse publico não se sente apto para enfrentar o ensino de nível
superior e muitos ate se reprimem por conta de traumas obtidos nos processos de
ensino e aprendizagem enfrentados anteriormente na educação básica.

Ainda são muitos os desafios para educação básica no Brasil, sofremos com
pouca infra estrutura , mão de obra pouco estimulada, professores pouco
valorizados , alunos com uma baixa auto estima e expectativas limitadas ,escolas
publicas sucateadas e os poucos focos de melhoria vistos como casos que não
devem ser levados a regra, a educação deve cumprir o papel de formar os cidadãos
capazes de interagir com a atual sociedade, e a educação prediz o ambiente escolar
, logo, melhorar o ambiente escolar buscando executar seus projetos sem desvios e
com excelência deve ser encarado como o grande desafio a ser vencido para
oferecer a educação necessária para melhorar a atual realidade da educação básica
brasileira.

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