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(Passar no quadro para o 7º e o 8º anos no 1º e no 2º horários.

Se não der tempo, continuar no 4º e


no 5º)

OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA

TIPOS DE CRÔNICA
1- Crônica narrativa
Conta episódios cativantes cuja trama envolve muita ação, poucas personagens e um
desfecho imprevisível. Esse tipo de crônica pode apresentar teor humorístico, crítico ou
lírico.

2- Crônica lírica ou poética


Apresenta uma linguagem poética e metafórica. Nela predominam emoções, os
sentimentos (paixão, nostalgia, saudades), traduzidos numa atitude poética.

3-Crônica reflexiva
O autor tece reflexões filosóficas, isto é, analisa os mais variados assuntos do cotidiano
através de impressões e inferências.

4- Crônica metalinguística
É a crônica que fala do próprio ato de escrever, o fazer literário, o ato da criação.

5-Crônica humorística
São sátiras da vida em sociedade, ampliando seus problemas de forma caricatural para
reduzi-los ao humor.

6- Crônica Dissertativa
Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em vez
de "segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil", seria "vejo mais uma vez
esses pequenos seres não alimentarem sequer o corpo"). Exposto tanto na 1ª pessoa
do singular quanto na do plural

7- Crônica Descritiva
É o tipo de crônica que explora a caracterização de seres animados e inanimados num
espaço. É precisa como uma fotografia ou dinâmica como um filme.

8- Crônica Jornalística
É a crônica que apresenta aspectos particulares de notícias ou fatos. Pode ser policial,
esportiva ou política.

9- Crônica Histórica
É a crônica baseada em fatos reais ou fatos históricos.

10- Crônica narrativo-descritiva


Quando um texto alterna momentos narrativos com descritivos. Dessa forma, as ações
servem para que o leitor visualize, mentalmente, as imagens que a sensibilidade do
autor registra com palavras. O que se observa no texto é a predominância da sucessão
de ações sobre as partes descritivas.

11- Crônica-comentário
Utiliza impressões críticas, com ironia, sarcasmo ou humor. A crônica-comentário
resulta num texto cujo ponto forte são as interpretações do autor sobre um determinado
assunto, numa visão quase jornalística.

12- Crônica-ensaio
Apesar de ser escrita em linguagem literária, ter uma veia humorística e valer-se
inclusive da ficção, este tipo de crônica apresenta uma visão abertamente crítica da
realidade cultural e ideológica de sua época, servindo para mostrar o que autor quer ou
não quer de seu país. Aproxima-se do ensaio, do qual guarda o aspecto argumentativo.

(Para o 7º ano A)
A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva,
tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até
Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de
lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima,
enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado
para voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo
luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra -
pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava
em outra coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito
obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um
presente de rei.

Rubem Braga

Responda:

1. Como era a noite vista pelo taxista? E pelo narrador?


2. Pela reação do taxista, mostrada no último parágrafo, deduza: como ele se sentiu?
3. Justifique o título “A outra noite”.
4. Que fato do cotidiano esta crônica explora?
5. Que tipo de narrador há nesta crônica? Justifique usando trechos do texto.
6. Apesar de tratar-se de um fato banal do cotidiano, o que o cronista quer nos mostrar
com seu texto?
7. Em qual dos tipos de crônica estudados você acha que a crônica “A outra noite” se
enquadra? Justifique.

ORIENTAÇÕES:
• Estas atividades serão dadas após você passar no quadro os tipos de crônicas.
Se não der tempo, não tem problema. Se der tempo, distribua os textos aos
alunos e passe as questões no quadro.

OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA

A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá
como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as
nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para
voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em
cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura,
perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra
coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao
senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.)
OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA

A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá
como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as
nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para
voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em
cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura,
perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra
coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao
senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.)

OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA

A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá
como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as
nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para
voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em
cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura,
perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra
coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao
senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.)
(Para o 8º ano B)
Um jogo que é uma vergonha
Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num
dia muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no
outro, os caras jogam descalços e só de calção.
O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a
maior parte do tempo tomando cuidado pra não cortar os pés ou então esfregando o
braço arrepiado de frio.
Times iguais.
Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças
que não têm é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre.
Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros
que não têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode.
Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times
sejam iguais, para começar. Casa e escola.
Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar
melhor pra escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai
sempre ficar jogando esse jogo besta.
Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter
o gosto da vitória, vai ter só vergonha.

Fernando Bonassi In Vida da gente – crônicas publicadas no


Suplemento Folhinha de S. Paulo, 07/02/97.

RESPONDA:

1. O texto “Um jogo que é uma vergonha” é uma crônica e foi escrito a partir de uma
situação da vida real. Qual é a situação e qual é o objetivo do autor ao escrever sobre
esse assunto?

2. O que esta crônica, de fato, compara?

3. Quando o autor diz:

“nós que temos escola e casa” e “isto não quer dizer que a gente não possa fazer
nada”,

As palavras “nós” e “a gente” ocupam o lugar:

( ) do autor e de todos os leitores.


( ) dos leitores que são conhecidos do autor.
( ) dos ricos.
( ) do leitor.
4. Quando o autor fala sobre “jogo justo”, o que ele quer dizer?

5. Qual é o tema central da crônica?

6. Você concorda com o ponto de vista do cronista? Justifique.

7. Em qual dos tipos de crônica estudados você acha que a crônica “Um jogo que é
uma vergonha” se enquadra? Justifique.

ORIENTAÇÕES:
• Estas atividades serão dadas após você passar no quadro os tipos de crônicas.
Se não der tempo, não tem problema. Se der tempo, distribua os textos aos
alunos e passe as questões no quadro.
Um jogo que é uma vergonha
Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num dia
muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no outro, os caras
jogam descalços e só de calção.
O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a maior parte
do tempo tomando cuidado pra não cortar os pés ou então esfregando o braço arrepiado de
frio.
Times iguais.
Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças que não
têm é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre.
Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros que não
têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode.
Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times sejam
iguais, para começar. Casa e escola.
Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar melhor pra
escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai sempre ficar jogando
esse jogo besta.
Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter o gosto
da vitória, vai ter só vergonha.
Fernando Bonassi In Vida da gente – crônicas publicadas no Suplemento Folhinha de S.
Paulo, 07/02/97.

Um jogo que é uma vergonha


Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num dia
muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no outro, os caras
jogam descalços e só de calção.
O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a maior parte
do tempo tomando cuidado pra não cortar os pés ou então esfregando o braço arrepiado de
frio.
Times iguais.
Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças que não
têm é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre.
Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros que não
têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode.
Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times sejam
iguais, para começar. Casa e escola.
Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar melhor pra
escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai sempre ficar jogando
esse jogo besta.
Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter o gosto
da vitória, vai ter só vergonha.
Fernando Bonassi In Vida da gente – crônicas publicadas no Suplemento Folhinha de S.
Paulo, 07/02/97.

Um jogo que é uma vergonha


Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num dia
muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no outro, os caras
jogam descalços e só de calção.
O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a maior parte
do tempo tomando cuidado pra não cortar os pés ou então esfregando o braço arrepiado de
frio.
Times iguais.
Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças que não
têm é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre.
Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros que não
têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode.
Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times sejam
iguais, para começar. Casa e escola.
Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar melhor pra
escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai sempre ficar jogando
esse jogo besta.
Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter o gosto
da vitória, vai ter só vergonha.
Fernando Bonassi In Vida da gente – crônicas publicadas no Suplemento Folhinha de S.
Paulo, 07/02/97.

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