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OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA
TIPOS DE CRÔNICA
1- Crônica narrativa
Conta episódios cativantes cuja trama envolve muita ação, poucas personagens e um
desfecho imprevisível. Esse tipo de crônica pode apresentar teor humorístico, crítico ou
lírico.
3-Crônica reflexiva
O autor tece reflexões filosóficas, isto é, analisa os mais variados assuntos do cotidiano
através de impressões e inferências.
4- Crônica metalinguística
É a crônica que fala do próprio ato de escrever, o fazer literário, o ato da criação.
5-Crônica humorística
São sátiras da vida em sociedade, ampliando seus problemas de forma caricatural para
reduzi-los ao humor.
6- Crônica Dissertativa
Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em vez
de "segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil", seria "vejo mais uma vez
esses pequenos seres não alimentarem sequer o corpo"). Exposto tanto na 1ª pessoa
do singular quanto na do plural
7- Crônica Descritiva
É o tipo de crônica que explora a caracterização de seres animados e inanimados num
espaço. É precisa como uma fotografia ou dinâmica como um filme.
8- Crônica Jornalística
É a crônica que apresenta aspectos particulares de notícias ou fatos. Pode ser policial,
esportiva ou política.
9- Crônica Histórica
É a crônica baseada em fatos reais ou fatos históricos.
11- Crônica-comentário
Utiliza impressões críticas, com ironia, sarcasmo ou humor. A crônica-comentário
resulta num texto cujo ponto forte são as interpretações do autor sobre um determinado
assunto, numa visão quase jornalística.
12- Crônica-ensaio
Apesar de ser escrita em linguagem literária, ter uma veia humorística e valer-se
inclusive da ficção, este tipo de crônica apresenta uma visão abertamente crítica da
realidade cultural e ideológica de sua época, servindo para mostrar o que autor quer ou
não quer de seu país. Aproxima-se do ensaio, do qual guarda o aspecto argumentativo.
(Para o 7º ano A)
A outra noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva,
tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até
Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de
lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima,
enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado
para voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo
luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra -
pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava
em outra coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito
obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um
presente de rei.
Rubem Braga
Responda:
ORIENTAÇÕES:
• Estas atividades serão dadas após você passar no quadro os tipos de crônicas.
Se não der tempo, não tem problema. Se der tempo, distribua os textos aos
alunos e passe as questões no quadro.
•
OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA
A outra noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá
como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as
nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para
voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em
cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura,
perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra
coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao
senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.)
OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA
A outra noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá
como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as
nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para
voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em
cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura,
perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra
coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao
senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.)
OLIMPÍADAS DE REDAÇÃO
CRÔNICA
A outra noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá
como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as
nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para
voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em
cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura,
perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra
coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao
senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.)
(Para o 8º ano B)
Um jogo que é uma vergonha
Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num
dia muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no
outro, os caras jogam descalços e só de calção.
O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a
maior parte do tempo tomando cuidado pra não cortar os pés ou então esfregando o
braço arrepiado de frio.
Times iguais.
Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças
que não têm é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre.
Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros
que não têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode.
Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times
sejam iguais, para começar. Casa e escola.
Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar
melhor pra escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai
sempre ficar jogando esse jogo besta.
Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter
o gosto da vitória, vai ter só vergonha.
RESPONDA:
1. O texto “Um jogo que é uma vergonha” é uma crônica e foi escrito a partir de uma
situação da vida real. Qual é a situação e qual é o objetivo do autor ao escrever sobre
esse assunto?
“nós que temos escola e casa” e “isto não quer dizer que a gente não possa fazer
nada”,
7. Em qual dos tipos de crônica estudados você acha que a crônica “Um jogo que é
uma vergonha” se enquadra? Justifique.
ORIENTAÇÕES:
• Estas atividades serão dadas após você passar no quadro os tipos de crônicas.
Se não der tempo, não tem problema. Se der tempo, distribua os textos aos
alunos e passe as questões no quadro.
Um jogo que é uma vergonha
Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num dia
muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no outro, os caras
jogam descalços e só de calção.
O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a maior parte
do tempo tomando cuidado pra não cortar os pés ou então esfregando o braço arrepiado de
frio.
Times iguais.
Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças que não
têm é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre.
Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros que não
têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode.
Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times sejam
iguais, para começar. Casa e escola.
Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar melhor pra
escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai sempre ficar jogando
esse jogo besta.
Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter o gosto
da vitória, vai ter só vergonha.
Fernando Bonassi In Vida da gente – crônicas publicadas no Suplemento Folhinha de S.
Paulo, 07/02/97.